Você está na página 1de 135

LEI Nº 11.929, DE 2 DE JANEIRO DE 2001.

(Vide a Lei n° 16.282, de 3 de janeiro de 2018 - reestrutura o Conselho Estadual de Defesa


Social.)
(Vide o art. 1º da Lei nº 12.483, de 9 de dezembro de 2003 - gratificação.)

Dispõe sobre a competência e as atribuições da


Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social,
órgão superior de controle disciplinar interno, cria o
Conselho Estadual de Defesa Social e dá outras.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO:


Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A presente Lei define a competência e as atribuições da Corregedoria Geral da


Secretaria de Defesa Social, como órgão superior de controle disciplinar interno dos demais
órgãos e agentes a esta vinculados, bem como dos Agentes de Segurança Penitenciária
vinculados à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, em razão da natureza
que lhe é peculiar. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 106, de 20 de
dezembro de 2007.)

Art. 2º São atribuições institucionais da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa


Social:

I - acompanhar os atos de afastamento previstos no art. 14, desta Lei, relacionados a


policiais civis, militares e bombeiros estaduais, bem como a outros servidores públicos da
Secretaria de Defesa Social;

II - realizar, inclusive por iniciativa própria, inspeções, vistorias, exames, investigações


e auditorias;

III - instaurar, proceder e acompanhar sindicâncias;

IV - instaurar, proceder e acompanhar processos administrativos disciplinares;

V - requisitar a instauração de Conselhos de Disciplina e Justificação para apuração de


responsabilidade ;

VI - requisitar diretamente aos órgãos da Secretaria de Defesa Social toda e qualquer


informação ou documentação necessária ao desempenho de suas atividades de fiscalização;

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


VII - instaurar ou requisitar a instauração de inquérito policial civil ou militar,
acompanhando, nos casos de requisição, a apuração dos ilícitos; (Redação alterada pelo art. 1º
da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

VIII - requisitar informações acerca do fiel cumprimento das requisições ministeriais e


de cartas precatórias;

IX - criar grupos de trabalho ou comissões, de caráter transitório, para atuar em projetos


e programas específicos, contando com a participação de outros órgãos e entidades da
administração pública estadual, federal e municipal, conforme autorização governamental;

X - manter arquivo atualizado e pormenorizado com todos os dados relativos aos


integrantes da Secretaria de Defesa Social, que estejam ou estiveram respondendo a processos
judiciais, procedimentos administrativos disciplinares, Conselhos de Disciplina e Justificação
ou a inquéritos policiais civil ou militar;

XI - expedir provimentos correicionais ou de cunho recomendatório.

Parágrafo único. As requisições da Corregedoria Geral da Defesa Social deverão ser


atendidas no prazo máximo de 15 (quinze) dias, sob as penas da lei.

Art. 3º Compete ainda à Corregedoria Geral receber sugestões, reclamações,


representações e denúncias, dando a elas o devido encaminhamento, inclusive instaurando os
procedimentos administrativos disciplinares com vistas ao esclarecimento dos fatos e a
responsabilização de seus autores, sem prejuízo da competência institucional da Ouvidoria de
Polícia da Secretaria de Defesa Social. (Redação alterada pelo art. 1° da Lei n° 16.023, de 2
de maio de 2017.)

Art. 4º A estrutura organizacional da Corregedoria Geral será integrada pelos seguintes


órgãos:

I - Departamento de Correição;

II - Departamento de Inspeção;

III - Departamento de Administração; e

IV - Departamento de Polícia Judiciária Civil; e (Redação alterada pelo art. 1º da Lei


Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

V - Departamento de Polícia Judiciária Militar. (Acrescido pelo art. 1º da Lei


Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

Art. 5º A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social será dirigida por um


Corregedor Geral, símbolo CCS-2, bacharel em Direito, nomeado em comissão pelo

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Governador do Estado, dentre pessoas sem vínculo funcional com a Secretaria de Defesa
Social, a quem cabe planejar, coordenar e supervisionar as atividades da Corregedoria Geral.

§ 1º O Corregedor Geral será substituído nas suas ausências ou impedimentos pelo


Corregedor Geral Adjunto, símbolo CCS-3, bacharel em Direito, nomeado em comissão pelo
Governador do Estado.

§ 2º Os cargos em comissão previstos no presente artigo serão alocados, pelo Poder


Executivo, dentre os já existentes na atual estrutura administrativa do Estado, na forma que
dispõe o art. 17, da presente Lei.

Art. 6º A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social será integrada por 6 (seis)
cargos em comissão, símbolo CCS-4, nomeados em comissão pelo Governador do Estado, os
quais exercerão a função de corregedores auxiliares e serão encarregados de proceder às
inspeções, correições ordinárias e extraordinárias, além de outras atribuições estabelecidas em
regulamento que estabelecerá também os procedimentos quanto à homologação dos
resultados de tais diligências por parte do Corregedor Geral.

Parágrafo único. Os cargos em comissão previstos no presente artigo serão alocados,


pelo Poder Executivo, dentre os já existentes na atual estrutura administrativa do Estado, na
forma que dispõe o art. 17, da presente Lei.

Art. 7º Ficam criadas, no âmbito da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social,


compondo o Departamento de Correição: (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar
nº 158, de 26 de março de 2010.)

I - 01 (uma) Comissão Especial Permanente de Disciplina, composta por 03 (três)


delegados de Polícia Civil de padrão QAP-E, com competência para apurar as transgressões
disciplinares atribuídas aos delegados de polícia, aos médicos legistas e aos peritos criminais;
(Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

II - 05 (cinco) Comissões Permanentes de Disciplina, compostas por 01 (um) delegado


de Polícia Civil estável, que as presidirá, e 02 (dois) policiais civis de padrão QPC-III ou
QPC-E, com competência para apurar as transgressões disciplinares atribuídas aos policiais
civis nível "QPC", agentes administrativos e servidores civis lotados na Secretaria de Defesa
Social e em seus órgãos operativos; (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº
158, de 26 de março de 2010.)

III - 02 (duas) Comissões Permanentes de Disciplina Policial Militar, compostas por 03


(três) oficiais superiores da Polícia Militar de Pernambuco - PMPE, com competência para as
nomeações para Conselhos de Justificação referentes à oficiais da Polícia Militar; (Redação
alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

IV - 08 (oito) Comissões Permanentes de Disciplina Policial Militar, compostas por 03


(três) oficiais Intermediários e subalternos da Polícia Militar de Pernambuco - PMPE, com
competência para as nomeações para Conselhos de Disciplina referentes a praças estáveis, e a

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


praças sem estabilidade, quando os fatos geradores forem conexos; (Redação alterada pelo art.
1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

V - 01 (uma) Comissão Permanente de Disciplina Bombeiro Militar, composta por 03


(três) oficiais superiores do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco - CBMPE, com
competência para as nomeações para Conselhos de Justificação referentes a oficiais do Corpo
de Bombeiros Militar; (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de
março de 2010.)

VI - 02 (duas) Comissões Permanentes de Disciplina Bombeiro Militar, compostas por


03 (três) oficiais intermediários e subalternos do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco
- CBMPE, com competência para as nomeações para Conselhos de Disciplina referente a
praças estáveis, e a praças sem estabilidade, quando os fatos gerados forem conexos;
(Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

VII - 01 (uma) Comissão Permanente de Disciplina de Segurança Penitenciária,


composta por 03 (três) bacharéis em Direito, os quais serão selecionados dentre servidores
estáveis, integrantes do quadro da Secretaria Executiva de Ressocialização ou da Secretaria de
Defesa Social, com competência para apurar transgressões disciplinares praticadas por
agentes de segurança penitenciária e por agentes administrativos integrantes do Sistema
Penitenciário do Estado; (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de
março de 2010.)

VIII - 03 (três) Comissões de Disciplina, compostas por 02 (dois) membros, todos


servidores públicos estaduais efetivos lotados na Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa
Social, com competência para, mediante sindicância, apurar fatos ou transgressões
disciplinares que envolvam membros da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros
Militar, agentes administrativos e servidores civis lotados na Secretaria de Defesa Social, em
seus órgãos operativos, e servidores da Secretaria Executiva de Ressocialização; (Redação
alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

IX - 01 (um) Grupo Tático para Assuntos Correicionais, composto por até 15 (quinze)
equipes, formadas, cada uma, por 01 (um) chefe e 03 (três) membros, todos servidores
públicos estaduais efetivos lotados na Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social, com
competência para controlar e fiscalizar as ações dos servidores e militares do Estado, no
cumprimento de suas atribuições, observados aspectos relativos, inclusive, a jornada de
trabalho, área de atuação, apresentação pessoal, postura e compostura, legalidade das ações,
índices de produtividade e utilização regular e adequada de armamento e munição. (Acrescido
pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

§ 1º As Comissões definidas nos incisos III e V do caput deste artigo poderão, em


caráter excepcional, instruir e processar Conselhos de Disciplina na apuração de fatos conexos
que envolvam praças e oficiais, cujos Conselhos serão distribuídos às referidas Comissões.
(Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

§ 2º Os presidentes, membros e secretários das Comissões referidas nos incisos I a VIII


do caput deste artigo terão um mandato de 01 (um) ano, renovável por igual período,

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


observado o resultado de avaliação de desempenho, a ser realizada a partir dos seguintes
critérios: (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de
2010.)

I - assiduidade e pontualidade; (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de


26 de março de 2010.)

II - correção formal e jurídica dos processos administrativos e sindicâncias; (Acrescido


pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

III - cumprimento dos prazos processuais administrativos; (Acrescido pelo art. 1º da Lei
Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

IV - cumprimento dos planos de metas e tarefas determinados pelo Corregedor Geral da


Secretaria de Defesa Social. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de
março de 2010.)

§ 3º Os relatórios finais dos processos administrativos instaurados pelas Comissões de


que tratam os incisos I a VIII deste artigo, após parecer técnico, deverão ser homologados
pelo Corregedor Geral, antes do envio para deliberação do Secretário de Defesa Social ou do
Secretário Executivo de Ressocialização, conforme o caso. (Redação alterada pelo art. 1° da
Lei n° 16.023, de 2 de maio de 2017.)

§ 4º Os relatórios semestrais contendo os resultados dos processos administrativos


disciplinares e sindicâncias instaurados e/ou concluídos em tal período, incluindo os relatórios
referenciados no § 3º deste artigo, deverão ser remetidos diretamente pelo Corregedor Geral à
Procuradoria Geral do Estado, que, após o competente parecer, os enviará ao Gabinete do
Governador. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de
2010.)

§ 5º Para compor as Comissões definidas nos incisos III a VI do caput deste artigo,
poderão ser designados oficiais da reserva, nos termos da legislação estadual vigente.
(Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

§ 6º Os Comandantes Gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar


remeterão ao Corregedor Geral da Secretaria de Defesa Social cópia dos atos que instaurarem
Conselhos de Disciplina, para distribuição às respectivas Comissões, sem prejuízo da
instauração, de ofício, pelo Corregedor Geral quando do não atendimento do requisitório a
que alude o inciso V do art. 2º, ou mesmo do Secretário de Defesa Social. (Redação alterada
pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

§ 7º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 7º da Lei nº 12.483, de 9 de dezembro de


2003.)

§ 7º Aos membros das Comissões Permanentes instituídas nesta Lei poderão ser
conferidos outros encargos de apoio a trabalhos desenvolvidos pela Corregedoria Geral nas
organizações policiais civis e militares estaduais, sem, contudo, fazer jus a remuneração

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


adicional por referidos encargos. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158,
de 26 de março de 2010.)

§ 8º A Comissão Permanente de Disciplina de Segurança Penitenciária, de que trata o


inciso VII do caput deste artigo, permanecerá funcionando no âmbito da Corregedoria Geral
da Secretaria de Defesa Social devendo, ao final, os respectivos procedimentos
administrativos, ser remetidos ao Secretário Executivo de Ressocialização, para deliberação.
(Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

Art. 8º Homologados os relatórios finais a que se refere o § 3º do art. 7º, e desde que
constatada a prática de infração capitulada na lei penal, o Corregedor Geral determinará a
instauração do inquérito policial, ou a remessa de cópias à Chefia da Polícia Civil, Polícia
Federal, Comandante da Polícia Militar ou Comandante do Corpo dos Bombeiros
requisitando a instauração de inquérito policial civil ou militar, conforme o caso, e procederá
a remessa de cópias dos processos administrativos ao Ministério Público Estadual e/ou
Federal. (Redação alterada pelo art. 1° da Lei n° 16.023, de 2 de maio de 2017.)

Parágrafo único. O Departamento de Correição dará conhecimento ao Ministério


Público e aos Tribunais de Contas do Estado e/ou da União acerca da instauração de
procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade administrativa.
(Redação alterada pelo art. 1° da Lei n° 16.023, de 2 de maio de 2017.)

Art. 9º A oposição, o retardamento, a resistência injustificada e o não atendimento às


requisições da Corregedoria Geral e às ordens da presente Lei sujeitarão o servidor e o militar
à aplicação de sanção administrativa disciplinar proporcional ao gravame, sem prejuízo da
responsabilidade penal e por improbidade administrativa, estabelecida na Lei Federal nº
8.429, de 02 de junho de 1992, quando couber, e demais disposições legais aplicáveis.

Parágrafo único. Na ocorrência de infração ao caput, deste artigo, deverá o Corregedor


Geral comunicar o fato imediatamente ao Procurador Geral de Justiça para as providências
pertinentes.

Art. 10. Ficam extintas as Corregedorias das Polícias Civil e Militar, aproveitados os
seus cargos em comissão e funções gratificadas para prover a estrutura da Corregedoria Geral
da Secretaria de Defesa Social, na forma que dispõe o art. 17, da presente Lei.

Art. 11. Enquanto as Comissões instituídas nos incisos III a VI do artigo 7º não
estiverem completamente estruturadas, os Conselhos de Disciplina e de Justificação
tramitarão no âmbito das respectivas Corporações militares, e, quando solucionados, serão
remetidos à Corregedoria Geral, para registro e arquivo. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei
nº 12.754, de 21 de janeiro de 2005.)

§ 1º Durante o prazo estipulado no caput, deste artigo, os processos administrativos


disciplinares e os Conselhos de Disciplina e Justificação em tramitação ficarão sobrestados.

§ 2º Enquanto não concluídos inteiramente o inventário e a transferência dos


expedientes de que trata o presente artigo, os servidores e militares atualmente lotados nas

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Corregedorias da Polícia Civil e Militar, continuarão responsáveis pela guarda e manutenção
dos processos em tramitação e arquivados, existentes naqueles órgãos.

Art. 12. O Secretário de Defesa Social poderá requisitar, por expressa solicitação do
Corregedor Geral, servidores das Polícias Civil, e militares da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar, para exercício na Corregedoria Geral, sem que tal requisição importe em
transferência ou remoção automática.

Parágrafo único. No caso da convocação dos militares previstos no caput, deste artigo, a
função por eles exercida será considerada de natureza militar para efeito de engajamento.

Art. 13. Os servidores da polícia civil e os militares da Polícia Militar e do Corpo de


Bombeiros Militar, responsáveis pela abertura de inquéritos policiais ou policiais militares,
deverão remeter no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas à Corregedoria Geral, quando
da instauração de quaisquer inquéritos, requisitados ou não, para apurar responsabilidade de
seus integrantes, cópia da respectiva portaria ou do auto de prisão em flagrante delito, e , após
a conclusão, cópia do respectivo relatório.

Art. 14. Compete ao Secretário de Defesa Social, ouvido o Corregedor Geral,


determinar, por portaria, o afastamento preventivo das funções exercidas por policiais civis e
militares do Estado que estejam submetidos a procedimento administrativo disciplinar, por
prática de ato incompatível com a função pública, sem prejuízo da remuneração. (Redação
alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

§ 1º Em caso de afastamento preventivo de Agente de Segurança Penitenciária, a


competência a que se refere o caput deste artigo será do Secretário Executivo de
Ressocialização, ouvido o Corregedor Geral da Secretaria de Defesa Social. (Redação alterada
pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

§ 2º O afastamento de que trata o caput deste artigo ocorrerá quando necessário à


garantia da ordem pública, à instrução regular de procedimentos administrativos disciplinares
e à viabilização da correta aplicação de sanção disciplinar. (Redação alterada pelo art. 1º da
Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

§ 3º O afastamento das funções implicará suspensão das prerrogativas funcionais do


policial civil, militar do Estado ou agente de segurança penitenciária, e perdurará pelo prazo
de até 120 (cento e vinte dias), prorrogável, uma única vez, por igual período. (Redação
alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

§ 4º O policial civil, militar do Estado ou agente de segurança penitenciária afastado da


função ficará à disposição da unidade de Recursos Humanos a que estiver vinculado, que
deverá reter a identificação funcional, distintivo, arma, algema ou qualquer outro instrumento
que esteja em posse do servidor, nos termos da portaria de que trata o caput deste artigo.
(Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

§ 5º Os Procedimentos Administrativos Disciplinares instaurados contra policial civil,


militar do Estado ou agente de segurança penitenciária afastados por força do disposto no

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


caput deste artigo, tramitarão em regime de prioridade nas respectivas Comissões de
Disciplina. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

§ 6º Findo o prazo do afastamento sem a conclusão do processo administrativo contra


ele instaurado, retornará o servidor às atividades meramente administrativas, sendo-lhe
restituídos os instrumentos retidos e concedida uma nova identidade funcional com restrição
ao porte de arma, até decisão do mérito disciplinar. (Acrescido pelo art. 1º da Lei
Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

§ 7º Na hipótese de decisão de mérito favorável ao servidor nos autos do processo


administrativo contra ele instaurado, sua identidade funcional originária ser-lhe-á devolvida.
(Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

§ 8º O período de afastamento das funções computa-se, para todos os efeitos legais,


como de efetivo exercício. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de
março de 2010.)

§ 9º A autoridade que determinar a instauração ou presidir procedimento disciplinar,


bem como as Comissões de Disciplina, poderão, a qualquer tempo, propor ao Corregedor
Geral da Secretaria de Defesa Social a aplicação de afastamento preventivo ou cessação de
seus efeitos. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 158, de 26 de março de 2010.)

Art. 15. A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social funcionará em prédio


próprio e terá autonomia financeira e orçamentária.

Art. 16. Fica criado o Conselho Estadual de Segurança Pública e Defesa Social -
CESPDS, cuja estrutura, objetivos, competências, finalidades e responsabilidades serão
fixados mediante Decreto. (Redação alterada pelo art. 2° da Lei n° 16.651, de 2 de outubro de
2019.)

§ 1º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 12 da Lei n° 16.282, de 3 de janeiro de 2018.)

§ 2º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 12 da Lei n° 16.282, de 3 de janeiro de 2018.)

§ 3º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 12 da Lei n° 16.282, de 3 de janeiro de 2018.)

Art. 17. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 7º da Lei nº 12.483, de 9 de dezembro de


2003.)

Art. 18. É facultada a criação de estágio acadêmico em Delegacias de Polícia para


estudantes do curso de graduação em Direito, através de seleção isonômica, conforme decreto
regulamentador.

Art. 19. O art. 58 da Lei nº 11.817, de 14 de julho de 2000, Código Disciplinar dos
Militares do Estado de Pernambuco, passa a vigorar com a seguinte redação:

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


"Art. 58. A Comissão Especial de Recursos Administrativos será constituída
por 03 (três) Coronéis, sendo um Corregedor Auxiliar, integrante da
Corregedoria Geral, oriundo da corporação militar (PM ou BM), que instale
a referida comissão e, 02 (dois) sorteados especialmente para cada recurso,
competindo-lhe julgar requerimentos oriundos de penas disciplinares
aplicadas pelas autoridades especificadas nos incisos II a IV, do art. 20, deste
Código."

Art. 20. O Poder Executivo regulamentará a presente Lei no prazo de 30 (trinta) dias,
sob a supervisão do Procurador Geral do Estado.

Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário.

Palácio do Campo das Princesas, em 2 de janeiro de 2001.

JARBAS DE ANDRADE VASCONCELOS


Governador do Estado

IRAN PEREIRA DOS SANTOS


HUMBERTO CABRAL VIERA DE MELO
SÍLVIO PESSOA DE CARVALHO
SEBASTIÃO JORGE JATOBÁ BEZERRA DOS SANTOS
MAURÍCIO ELISEU COSTA ROMÃO
JOSÉ ARLINDO SOARES

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


LEI Nº 11.817, DE 24 DE JULHO DE 2000.

Dispõe sobre o Código Disciplinar dos Militares do


Estado de Pernambuco, e de outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO:


Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

TÍTULO I
DO REGIME DISCIPLINAR

CAPITULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS

Art. 1º O Código Disciplinar dos Militares do Estado de Pernambuco tem por finalidade
instituir o regime disciplinar dos militares estaduais, cabendo-lhe especificar e classificar as
transgressões disciplinares militares, estabelecer normas relativas a amplitude e aplicação do
penas disciplinares, classificar o comportamento das Praças, definir os recursos disciplinares e
suas formas de interposição, além de regulamentar as recompensas especificadas no Estatuto
dos Militares Estaduais.

Art. 2º O companheirismo e o respeito às leis são os principais valores a serem


cultivados na formação e no convívio da família militar estadual, incumbindo aos mais
graduados incentivar e manter a harmonia e a amizade entre os menos graduados que lhes
sejam subordinados, respeitada a hierarquia.

Art. 3º A civilidade, sendo parte da educação militar, é de interesse prioritário para a


disciplina consciente, sendo dever de todos os integrantes das Organizações Militares
Estaduais (OME), em serviço ou não, tratarem-se mutuamente com urbanidade.

§ 1º O militar mais graduado deve tratar os subordinados com educação e justiça,


interessando-se pelos seus problemas, e o militar menos graduado deve tratar com respeito e
deferência os militares a quem estiver subordinado.

§ 2º As demonstrações de educação, cortesia e consideração, expressadas entre os


militares estaduais, devem ser dispensadas aos civis e militares, de outras organizações,
nacionais ou estrangeiras.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Art. 4° Para os afeitos deste Código, todos os titulares de OME, a exemplo dos
Comandantes, Chefes e Diretores, serão aqui tratados unicamente, como Comandantes.

Art. 5º A hierarquia militar nas OME é a ordenação de autoridade, em níveis diferentes,


por Postos e Graduações.

§ 1º A ordenação de Postos e Graduações obedece ao disposto no Estatuto dos militares


do Estado de Pernambuco.

§ 2° O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito do acatamento às ordens


emanadas em sequência à autoridade hierárquica.

Art. 6º A disciplina militar é a rigorosa observância e o integral acatamento às leis,


regulamentos, normas e disposições, aplicáveis às OME, traduzindo-se pelo perfeito
cumprimento do dever, por parte de todos e de cada um dos integrantes das instituições
militares.

§ 1º São manifestações essenciais da disciplina militar:

I - a correção de atitudes;

II - a obediência pronta às ordens legais dos superiores hierárquicos;

III - a dedicação integral do serviço;

IV - a colaboração espontânea à disciplina coletiva e à eficiência da instituição;

V - a consciência das responsabilidades;

VI - a rigorosa observância das prescrições regulamentares; e

VII - o respeito à continuidade e à essencialidade do serviço à sociedade,

§ 2º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos permanentemente, pelos


militares na ativa e na inatividade.

Art. 7° Na emissão e no cumprimento de uma ordem, cabe ao militar a inteira


responsabilidade pelas conseqüências que dela advierem.

§ 1º Cabe ao subordinado que receber uma ordem, solicitar os esclarecimentos


necessários ao seu total entendimento, cumprindo no militar que a emitiu atender à
solicitação, confirmando-a, se necessário, por escrito.

§ 2° Ao executante, que transgredir no cumprimento de uma ordem recebida, caberá a


responsabilidade pelos excessos e omissões que vier a cometer.

CAPITULO II

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


DA ESFERA DE AÇÃO E DA COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO

Art. 8º Estão sujeitos ao regime disciplinar, estabelecido neste Código, os militares na


ativa, na reserva remunerada e reformados.

§ 1º Os Oficiais nomeados juizes da Justiça Militar serão regidos por legislação


especifica.

§ 2º Os alunos de cursos militares também estão sujeitos às normas especificas previstas


no regulamento da OME em que estejam matriculados, sem prejuízos de outras de superior
hierarquia.

Art. 9º É vedado aos militares estaduais, na ativa ou na inatividade, tratar no meio civil,
pela imprensa ou por outro meio de divulgação, de assuntos da natureza militar, de caráter
sigiloso ou funcional, ou de caráter reivindicatório, ou que atente contra os princípios da
hierarquia, da disciplina, do respeito e do decoro militar, ou ainda, qualquer outro que atinja
negativamente o conceito ou a base institucional da OME.

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição acima os assuntos de caráter técnico-


profissional, desde que o militar estadual que o divulgue esteja devidamente qualificado e
autorizado para tal.

Art. 10. A competência para aplicar as penas disciplinares, previstas neste Código, e
inerente ao cargo ou função ocupada e não ao grau hierárquico, sendo autoridades
competentes para aplicação:

I - o Governador do Estado e o Secretário de Defesa Social, em relação a todos os


integrados das Corporações Militares Estaduais;

II - os Comandantes-Gerais das Corporações Militares Estaduais, em relação a todos os


integrantes das suas respectivas Corporações;

III - o Chefe do Casa Militar do Governo do Estado, em relação aos que servirem sob
sua chefia;

IV - os Chefes do Estado-Maior e/ou Subcomandantes das Corporações Militares


Estaduais, e o Subchefe da Casa Militar do Governo do Estado, em relação aos que lhes são
funcionalmente subordinados;

V - os Subchefes do Estado-Maior Geral, Comandantes de Grandes Comandos e de


Comandos Intermediários ou de Área, os Ajudantes Gerais ou seus equivalentes e os
Diretores de Diretorias, das Corporações Militares Estaduais, e os Diretores de Diretórios da
Casa Militar do Governo do Estado, em relação aos que lhe são funcionalmente subordinados;

VI - os Corregedores e os Assistentes dos Comandos Gerais das Corporações Militares


Estaduais, em relação aos que lhe são funcionalmente subordinados;

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


VII - os Comandantes do OME, com autonomia administrativa, em relação aos que
servirem sob seus comandos;

VIII - os Comandantes de OME, que exerçam atividades de ensino e instrução, em


relação aos que servirem sob seus comandos, inclusive os matriculados em cursos militares
naquelas OME; e

IX - Outros que, em razão do cargo ou função, receberem delegação específica para tal,
proveniente de autoridade competente superior.

Art. 11. Todo militar estadual que presenciar ou tiver conhecimento de uma
transgressão disciplinar militar, conforme especificada neste Código, deverá, desde que não
seja autoridade competente para adotar as providências imediatas comunicá-la ao seu superior
imediato, por escrito, ou verbalmente, obrigando-se, ainda, quando a comunicação for verbal,
o ratificá-la, por escrito, ao prazo máximo de 2 (dois) dias úteis.

§ 1º A parte deve ser clara, concisa e precisa, devendo conter os dados capazes de
identificar as pessoas ou coisas envolvidas, o local, a data, a hora da ocorrência, e caracterizar
as circunstâncias que a envolveram, sem tecer comentários ou opiniões pessoais.

§ 2º Quando, para preservação da disciplina e do decoro institucional a prática da


transgressão disciplinar militar exigir uma pronta intervenção, cabe no militar estadual que a
presenciar ou dela tiver conhecimento, seja autoridade competente ou não, com ou sem
ascendência funcional sobre o transgressor, tomar imediatas e enérgicas providências contra o
mesmo, inclusive prendê-lo "em nome da autoridade competente", que é aquela a quem o
militar transgressor estiver funcionalmente subordinado, dando-lhe ciência pelo meio mais
rápido, da ocorrência e das providências em seu nome adotadas.

§ 3º No caso da transgressão disciplinar militar, objeto da comunicação, ter sido


praticada por militar estadual subordinado a OME diversa daquela a que pertence o signatário
da parte, deve este ser notificado de sua solução, no prazo máximo de 15 (quinze) dias úteis.

§ 4º Expirado o prazo do que trata o parágrafo anterior, deve o signatário da parte


informar da ocorrência à autoridade a quem estiver imediatamente subordinado, para as
providências cabíveis,

§ 5º A autoridade competente, a quem a parte disciplinar é dirigida, deve notificar o


transgressor no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis, contados da data em que tomou
conhecimento da ocorrência, e informar ao notificado da abertura do prazo de 5 (cinco) dias
úteis para apresentação do defesa escrita e provas, que julgar adequadas.

§ 6º Na impossibilidade de proceder a notificação no prazo estabelecido, providenciará


a autoridade competente a publicação, em boletim especifico, das razões fundamentadas
extrapolação do prazo, o qual, pelas mesmas razões, poderá ser prorrogado até o máximo de
15 (quinze) dias úteis, desde que a autoridade competente opte pela instauração de
Sindicância ou Inquérito Policial Militar, com amplo direito de defesa ao investigado.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


§ 7º O Comandante de OME, uma vez recebida a defesa escrita e provas do
transgressor, ou cientificado, formalmente, da sua não-apresentação no prazo legal ou da
recusa de ciência de notificação, dará solução a parte disciplinar no prazo máximo de 5
(cinco) dias úteis, caso não julgue serem necessárias novas diligências ou a encaminhará ao
seu superior imediato, caso não se julgue autoridade competente para solucioná-la.

§ 8º O Comandante do OME procederá de forma análoga, quando de recebimento dos


relatórios conclusivos de sindicância e outros processos administrativos disciplinares
militares.

Art. 12. Ocorrendo a prática de transgressão disciplinar em que estejam envolvidos


militares estaduais de mais de uma OME, caberá ao Comandante da OME do escalão
imediatamente superior ao das OME dos transgressores determinar a apuração dos fatos
procedendo, a seguir, de conformidade com o artigo anterior e seus parágrafos.

§ 1° No caso de serem identificados, entre os transgressores, militares estaduais da


reserva remunerada ou reformados, as providências disciplinares, quanto aos mesmos,
deverão ser adotadas em nome da autoridade competente, da Corporação Militar Estadual,
com jurisdição sobre os inativos, a que caberá a dotação das providências administrativas
subseqüentes.

§ 2° Havendo militar de Força Armada entre os transgressores, caberá ao Comandante


da OME, que iniciar a apuração dos fatos, cientificar, de imediato, à autoridade militar local,
da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, a quem o transgressor estiver, no momento,
subordinado.

TITULO II
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES MILITARES

CAPITULO I
DA CONCEITUAÇÃO E DA ESPECIFICAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES

Art. 13. Transgressão disciplinar Militar, para os fins deste Código, é toda ação ou
omissão praticada por militar estadual que viole os preceitos da ética e os valores militares,
ou, que contrarie os deveres e obrigações a que o mesmo está submetido, constituindo-se em
manifestações elementares e simples que não possam ser tipificadas como crime ou
contravenção.

Parágrafo único. As transgressões disciplinares militares são as previstas na Parte


Especial deste Código, sem prejuízo de outras definidas em lei ou regulamento, devendo sua
aplicação, necessariamente motivada, considerar sempre a natureza e a gravidade da infração.

Art. 14. Considera-se praticada a transgressão disciplinar militar no momento da ação


ou da omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

Art. 15. O militar estadual passa a estar subordinado ao regime disciplinar deste Código
a partir da data que, oficialmente, se der sua inclusão na Corporação Militar Estadual.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Parágrafo único. Quanto aos militares estaduais da reserva remunerada e reformados,
ressalvadas as peculiaridades de convocação, somente se desobrigam do regime disciplinar
por ocasião do óbito.

Art. 16. Ficam sujeitos ao regime disciplinar deste Código os militares estaduais
agregados, nas condições estabelecidas pelo Estatuto dos Militares de Pernambuco, assim
como os que estiverem à disposição de órgãos públicos civis, exercendo cargos ou funções
considerados como de natureza ou interesse militar, na forma da legislação especifica ou
peculiar.

Art. 17. O resultado de que depende a existência da transgressão disciplinar militar


somente é imputado a quem lhe deu causa, considerando-se causa a ação ou omissão sem a
qual o resultado não teria ocorrido.

§ 1° A omissão do militar estadual é disciplinarmente relevante sempre que, no caso


especifico, ele devia e podia agir para evitar o resultado, que é á transgressão disciplinar
militar.

§ 2º O dever de agir incumbe a quem:

I - tenha a obrigação de cuidado, proteção e vigilância:

II - de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado: e

III - com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Art. 18. Diz-se da transgressão disciplinar militar:

I - consumada, quando nela se reúnem todos os elementos de sua tipificação: e

II - tentada, quando, iniciada a execução, a mesma não se consuma, por circunstâncias


alheias à vontade do transgressor.

Parágrafo único. Salvo dispositivo em contrário, pune-se a tentativa com a pena mínima
prevista para a transgressão consumada ou com uma pena alternativa.

Art. 19. O militar estadual que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução da


transgressão ou impede que o resultado se produza, só responda pelos atos já praticados.

Art. 20. Não se pune a tentativa de transgressão disciplinar militar quando, por
ineficácia absoluta dos meios ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível
consumar-se a ação ou omissão.

CAPITULO II
DO JULGAMENTO DAS TRANSGRESSÕES

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Art. 21. O julgamento das transgressões disciplinares militares deve ser precedido de
uma análise que considere;

I - os antecedentes do transgressor;

II - as causas que a determinaram;

III - a natureza dos fatos ou dos atos que a envolveram; e

IV - as conseqüências que dela possam advir.

Parágrafo único. Em quaisquer instâncias a que submetido o transgressor, o julgamento


dar-se-á em respeito ao amplo direito de defesa e ao devido processo legal.

Art. 22. No julgamento das transgressões disciplinares militares, podem ser levantadas
causas que as justifiquem, ou circunstâncias que as atenuem ou agravem.

Art. 23. São causas de justificação:

I - ter sido cometida a transgressão na prática de ação meritória, no interesse do serviço


ou da ordem pública;

II - ter sido cometida a transgressão em legitima defesa, estado de necessidade,


exercício regular de direito ou estrito cumprimento do dever legal;

III - ter sido cometida a transgressão em decorrência de caso fortuito ou força maior,
plenamente comprovado e justificado; e

IV - ter sido cometida a transgressão em decorrência da falta de melhores


esclarecimentos, quando da emissão da ordem, ou de falta de meios adequados para o seu
cumprimento, devendo tais circunstâncias serem plenamente comprovadas e justificadas.

Art. 24. São circunstância atenuantes:

I - a constatação de bons antecedentes, registrados nos assentamentos do transgressor;

II - a relevância de serviços prestados;

III - a falta de pratica no serviço; e

IV - a influência de fatores diversos, devidamente comprovados e justificados.

Art. 25. São circunstâncias agravantes:

I - a constatação de maus antecedentes, registrados nos assentamentos do transgressor;

II - a prática simultânea ou a conexão de duas ou mais transgressões;

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


III - a reincidência específica da transgressão;

IV - o conluio de duas ou mais pessoas na prática da transgressão;

V - ter sido cometida a transgressão com abuso da autoridade hierárquica e/ou funcional
do transgressor;

VI - ter sido cometida a transgressão durante a execução do serviço;

VII - ter sido cometida a transgressão em presença de subordinados;

VIII - ter sido praticada a transgressão em presença de tropa ou de público civil; e

IX - ter sido tentada ou consumada, a transgressão, em desrespeito ao dever da


continuidade e da essencialidade do serviço.

CAPÍTULO III
DA CLASSIFICAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES

Art. 26. As transgressões disciplinares militares classificam-se, segundo sua intensidade


e desde que não haja causa de justificação, em:

I - leves;

II - médias; e

III – graves

TITULO III
DAS PENAS DISCIPLINARES E DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

CAPITULO I
DA ESPECIFICAÇÃO DAS PENAS E MEDIDAS E DA REABILITAÇÃO

Art. 27. A pena disciplinar militar é a sanção administrativa imposta ao militar estadual,
com o objetivo de fortalecer a disciplina, a partir da reeducação do transgressor penalizado e
da coletividade a que ele pertence, visando evitar a prática de novas transgressões.

Art. 28. As penas disciplinares militares a que estão sujeitos os militares estaduais,
segundo o estabelecido na Parte Especial deste Código, são as seguintes:

I - repreensão;

II - detenção;

III - prisão;

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


IV - licenciamento a bem da disciplina; e

V - exclusão a bem da disciplina

§ 1° Poderão ser aplicadas, alternativa ou cumulativamente com as penas disciplinares


previstas neste artigo, as seguintes medidas administrativas:

I - cancelamento de matricula em curso ou estágio:

II - afastamento do cargo, função, encargo ou comissão:

III - movimentação da OME;

IV - suspensão da folga, para prestação compulsória de serviço administrativo ou


operacional à OME; e

V - suspensão de pagamento, no soldo, dos dias faltados, injustificadamente, e


interrupção compatível à contagem do tempo de serviço, conforme disposto em legislação
própria.

§ 2º Todas as penas disciplinares aplicadas deverão ser registradas na ficha disciplinar


do transgressor, para fins de apuração do seu comportamento, se Praça, ou se de seu conceito,
se Oficial.

§ 3º Precedente à aplicação de qualquer pena disciplinar ou medida administrativa,


previstas nestes artigo, a autoridade competente poderá adotar o recurso da advertência, como
orientação verbal ao transgressor, sem registro em sua ficha disciplinar, e poderá fixar-se
unicamente nesta admoestação, quando se tratar da primeira penalidade aplicada no
transgressor ou quando os antecedentes deste assim o recomendarem.

§ 4º As penas disciplinares de prisão e detenção não poderão ultrapassar a 30 (trinta)


dias, implicando em privação de liberdade, respectivamente, absoluta e relativa do
transgressor, processando-se da seguinte forma:

I - no caso de detenção, o recolhimento dar-se-á em dependência da OME, para tal fim


designada; e

II - no caso de prisão, implicará em confinamento do transgressor em local especifico da


própria OME ou em estabelecimento prisional destinado aos militares estaduais.

III - comunicação, imediata, do local onde se encontra, à sua família ou à pessoa por ele
indicada.

§ 5º A critério da autoridade competente, o militar estadual detido poderá comparecer a


todos os atos de Instrução e serviço.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


§ 6º Em casos especiais, a critério da autoridade competente, o Oficial, o Aspirante-a-
Oficial e a Praça graduada poderão ter suas residências como locais de cumprimento da pena
disciplinar de prisão.

§ 7º Os militares estaduais dos diferentes círculos de Oficiais e Praças não poderão ficar
recolhidos na mesma dependência, quando no cumprimento de penas de detenção, ou prisão;
deverão ficar, também, separados dos presos à disposição da justiça.

§ 8º o cumprimento da pena de prisão não deve implicar, em principio, em prejuízo das


atividades, instrucionais a que o transgressor deva comparecer; quando for com prejuízo, esta
condição deve ser declarada no boletim da OME que publicar a aplicação da pena.

§ 9º Quando a OME não dispuser de instalações apropriadas para o cumprimento da


pena de detenção, cabe à autoridade competente que aplicar a punição solicitar ao escalão
superior a definição de outra OME onde possa dar o recolhimento do transgressor detido.

§ 10. Compete a autoridade que aplicar a primeira prisão ao militar ajuizar da


conveniência e necessidade de encarcerar o mesmo, tendo em vista os altos interesses da ação
educativa da coletividade e a elevação do moral da tropa; no caso de não haver
encarceramento, esta circunstância deverá ser fundamentalmente, publicada em boletim da
OME, conferindo-se ao militar a prerrogativa especial de permanecer no quartel.

Art. 29. A aplicação, da pena de prisão, sem publicação em boletim, não poderá exceder
de 72 (setenta e duas) horas e somente se dará quando configurada a hipótese do § 2º, do
art.11, deste código e, bem assim, por ordem do Governador do Estado, dos Comandantes
Gerais das Corporações Militares Estaduais ou do Chefe da Casa Militar do Governo do
Estado, conforme o caso.

Parágrafo único. Ao militar preso nas circunstâncias deste artigo são garantidos os
seguintes direitos:

I - a identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório;

II - a comunicação imediata do local onde se encontre, à sua família ou à pessoa por ele
indicada: e

III - assistência da família

Art. 30. O licenciamento e a exclusão a bem da disciplina consistem no afastamento ex-


officio do militar estadual das fileiras de sua Corporação, conforme previsto em legislação
própria e somente se aplicam aos Aspirantes-a-Oficial e as demais Praças, após o devido
processo administrativo disciplinar militar.

§ 1º O licenciamento a bem da disciplina deve ser aplicado às praças sem estabilidade


assegurada, como solução de processo administrativo disciplinar sumário, em que lhes sejam
assegurados a ampla defesa e o contraditório, desde que se conclua que:

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


I - o militar processado com a prática das transgressões objeto das investigações, afetou
o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe; ou

II - o militar processado encontra-se no comportamento MAU há no mínimo 1 (um)


ano, continua tendo conduta irregular, ou procedendo incorretamente no desempenho de suas
funções;

§ 2º a exclusão a bem da disciplina deve ser aplicada aos Aspirantes-a-Oficial e demais


praças, com ou sem estabilidade assegurada, conforme legislação própria, cabendo ao
Tribunal de Justiça do Estado ou ao Tribunal de Justiça Militar, quando houver, decidir sobre
a perda do graduação dos militares Julgados culpados em Conselhos de Disciplina.

Art. 31. O Governador do Estado, o Secretário de Defesa Social ou os Comandantes


Gerais das Corporações Militares Estaduais poderão, atendendo requerimento do interessado
ou ex-officio, conceder a reabilitação do militar licenciado ou excluído a bem da disciplina,
desde que devidamente comprovado, em grau de recurso administrativo, ter ocorrido
ilegalidade ou injustiça no processo disciplinar que ensejar a aplicação daquelas penas.

Parágrafo único. A reabilitação prevista neste artigo deverá ser publicada no Boletim
Geral da Corporação, descrevendo-se os atos administrativos anulados, e ensejará a reinclusão
do militar, desde que não haja nenhuma lide Judicial em curso com a mesma finalidade.

CAPÍTULO II
DAS NORMAS PARA APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO DAS PENAS

Art. 32. A aplicação da pena disciplinar é tornada oficial através da publicação em


boletim da OME ou Boletim Geral da Corporação, devendo constar na nota de culpa o
seguinte:

I - a descrição sumária, clara e precisa, dos fatos e circunstâncias que envolveram a


prática da transgressão;

II - o enquadramento da transgressão cometida, conforme prevista neste Código, e


legislação correlata, especificando-se, inclusive, sua classificação;

III - as circunstâncias atenuantes e agravantes, relacionando-as com o comportamento


do transgressor;

IV - a pena disciplinar imposta, com detalhamento sobre a data de início do


cumprimento, nos casos em que o militar já tiver sido recolhido ou se encontrar afastado do
serviço à disposição de outra autoridade, o local de cumprimento, e se haverá prejuízo ou não
das atividades instrucionais do transgressor; e

V - a classificação do comportamento em que a Praça penalizada permaneça ou


ingresse.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


§ 1º Quando ocorrer causa de justificação, esta circunstância deverá ser publicada em
substituição à pena que deveria ser aplicada.

§ 2º Quando a autoridade que aplicar a pena disciplinar não dispuser de boletim para a
sua publicação, esta deve ser feita, mediante solicitação escrita, no boletim da autoridade
imediatamente superior.

§ 3º As penas impostas aos oficiais e Aspirantes-a-Oficial deverão ser publicadas, em


princípio, em boletim reservado (da OME ou Geral), somente se dando em caráter ostensivo
quando a natureza e as circunstâncias da transgressão assim o recomendarem.

Art. 33. A aplicação de qualquer pena disciplinar, por parte de autoridade competente,
deverá ser feita, sempre, com justiça, serenidade e imparcialidade, para que o transgressor
penalizado fique consciente e convicto de que a sanção se inspira no estrito cumprimento do
dever de quem aplicou e visa, a precipuamente, o beneficio educativo do militar e da
coletividade.

Art. 34. A aplicação de pena disciplinar deve obedecer os seguintes requisitos:

I - a pena aplicada deve ser proporcional à gravidade da transgressão cometida, dentro


dos limites fixados neste Código, e sua dosimetria deve levar em conta a ocorrência de
circunstâncias atenuantes e agravantes;

II - pela prática de uma única transgressão, não pode ser aplicada mais de uma pena
disciplinar, o que não exime o transgressor da responsabilidade civil e criminal que lhe
couber;

III - na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre si, a cada uma deve
ser imposta a pena disciplinar correspondente;

IV - na ocorrência de mais de uma transgressão, havendo conexão, as transgressões de


menor gravidade serão consideradas como circunstâncias agravantes da transgressão
principal.

Art. 35. Nenhum militar deve ser interrogado ou encarcerado em estabelecimento


prisional em estado de embriaguez ou sob o efeito de qualquer substância que lhe suprima ou
perturbe o entendimento correto de suas ações, ficando, desde logo, detido, até possuir plena
capacidade para ser ouvido.

Art. 36. O início do cumprimento de pena disciplinar e a eficácia da medida


administrativa somente se dar-se-ão, após publicação desta, em boletim, salvo se houver a
interposição de recurso administrativo.

§ 1º O recurso administrativo sobrestará o início de cumprimento da pena e a eficácia de


seus efeitos, até julgamento final, desfavorável ao recorrente, em última instância
administrativa e não tenha se pronunciado, da forma diversa. o Poder Judiciário.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


§ 2º A contagem do tempo de cumprimento de pena disciplinar, nos casos de detenção e
prisão, vai do momento em que o militar sancionado à recolhido, até aquele em que for posto
em liberdade.

§ 3º A autoridade que necessitar punir seu comandado, que se encontre à disposição ou


a serviço de outra autoridade, deve a esta requisitar a apresentação daquele, a fim de proceder
o cumprimento da pena imposta: neste caso, quando o local de recolhimento do militar
sancionado não for sua própria OME, a autoridade requisitante deverá solicitar à autoridade
requisitada que faça recolher tal militar diretamente ao local designado.

§ 4º O cumprimento de pena disciplinar de detenção ou prisão, por militar afastado do


serviço ou em gozo de licença de qualquer natureza, somente se dará após o seu retorno à
OME, salvo quando a preservação da disciplina e do decoro da classe e da corporação
recomendarem o imediato recolhimento do transgressor, a critério de autoridade competente.

§ 5º A interrupção da contagem de tempo das penas de detenção e prisão, em


decorrência de baixa a hospital, enfermaria e similares, terá inicio no momento em que o
militar sancionando for retirado do local de cumprimento da pena, concluindo com o retorno
do mesmo àquele local devendo o afastamento e o retorno serem publicados em boletim.

Art. 37. As penas disciplinares e medidas administrativas tratadas neste Código devem
ser aplicadas de acordo com as prescrições nele contidas, observando-se, quanto às penas e
medidas máximas que podem ser aplicadas pelas autoridades competentes, o que dispõe a
PARTE ESPECIAL, TÍTULO ÚNICO, CAPÍTULO I, desta Lei.

§ 1º Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes, ambas com ação


disciplinar sobre o transgressor, conhecerem de uma transgressão a de nível hierárquico mais
elevado competirá aplicar a pena disciplinar e/ou medida administrativa cabível.

§ 2º Quando uma autoridade, ao julgar uma transgressão disciplinar militar, concluir


que a pena disciplinar e/ou medida administrativa a ser aplicada está além do limite máximo
que lhe é permitido por este Código, cabe-lhe solicitar à autoridade superior, com ação
disciplinar sobre o transgressor, a aplicação da pena e/ou medida cabível, mais adequada.

CAPÍTULO III
DAS NORMAS PARA APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO DAS MEDIDAS
ADMINISTRATIVAS

Art. 38. As medidas administrativas, previstas no § 1º do art. 28, deste Código, deverão
ser aplicadas quando as circunstâncias da transgressão disciplinar militar assim
recomendarem, cabendo à autoridade competente, quando de sua aplicação, observar o
seguinte:

I - poderão ser aplicadas alternativamente, substituindo totalmente as penas previstas


para as transgressões de natureza leve, desde que o transgressor não seja reincidente
específico e se encontre, pelo menos, no comportamento BOM: e

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


II - poderão ser aplicadas cumulativamente, complementando as penas previstas para as
transgressões de natureza média ou grave, desde que o transgressor seja reincidente específico
e se encontre, pelo menos, no comportamento INSUFICIENTE:

§ 1º Considera-se reincidência específica a pratica de ação ou omissão prevista como


transgressão disciplinar militar, que venha a ocorrer, por mais de uma vez, durante o tempo
necessário para o cancelamento da pena disciplinar aplicada à primeira transgressão.

§ 2° Embora não tenha sua ficha disciplinar classificada por comportamentos, aplica-se
ao Oficial ou Aspirante-a-Oficial no que couber, as disposições deste artigo.

CAPÍTULO IV
MODIFICAÇÃO NA APLICAÇÃO DAS PENAS

Art. 39. A modificação da aplicação de pena pode ser realizada pela autoridade que a
aplicou, por autoridade superior ou pelas Comissões Recursais, quando se tomar
conhecimento de fatos que recomendem tal procedimento.

§ 1º A modificação será realizada pelas Comissões quando se tratar de recurso


apresentado pelo militar penalizado.

§ 2º O militar que tomar conhecimento de comprovada ilegalidade ou injustiça na


aplicação de pena e que não tenha competência para modificá-la deve propor a sua
modificação à autoridade competente, fundamentadamente.

§ 3º As modificações de aplicação de pena são:

I - Anulação;

II - Relevação;

III - Atenuação; e

IV - Agravação

Art. 40. A anulação de pena consiste em tornar sem efeito a publicação da mesma.

§ 1º Deve ser concedida a anulação quando ficar comprovado ter ocorrido injustiça ou
ilegalidade na sua aplicação.

§ 2º A anulação poderá ocorrer nos seguintes prazos:

I - em qualquer tempo e em quaisquer circunstâncias pelas autoridades especificadas


nos incisos I e II, do art. 10, deste Código; e

II - no prazo de 60 (sessenta) dias, pelas demais autoridades, exceto quando a pena for
publicada em Boletim Geral, competindo-lhes dar ciência de sua decisão ao escalão superior.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


§ 3º Quando a anulação for concedida durante o cumprimento da pena, será o
penalizado posto em liberdade imediatamente.

Art. 41. Anulada a pena, deve-se eliminar toda e qualquer anotação ou registro nas
alterações do militar relativas a sua aplicação, observado o disposto no art. 64. deste Código;

Art. 42. A relevação da pena consiste na suspensão do cumprimento da mesma.

Parágrafo único. A relevação da pena pode ser concedida:

I - quando ficar comprovado que foram atingidos os objetivos visados com a aplicação
da mesma, independente do tempo de pena a cumprir; e

II - por motivo de passagem de comando, data do aniversário da OME ou data nacional,


quando já tiver sido cumprida pelo menos metade da pena.

Art. 43. A atenuação de pena consiste na transformação da pena aplicada em uma pena
menos rigorosa, se assim o exigir o interesse da disciplina e da ação educativa.

Art. 44. A agravação de pena consiste na transformação da pena aplicada em uma pena
mais rigorosa, se assim o exigir o interesse da disciplina e da ação educativa.

TITULO IV
DO COMPORTAMINTO MILITAR

CAPÍTULO ÚNICO
CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO E MELHORIA DE COMPORTAMENTO

Art. 45. O comportamento militar das praças espelha o seu procedimento civil e militar,
sob o ponto de vista disciplinar.

§ 1º A classificação, a reclassificação, bem como a melhoria de comportamento, são da


competência do Comandante Geral e dos Comandantes de OME, obedecendo o disposto neste
Capítulo e necessariamente publicadas em boletim.

§ 2º Ao ser incluída numa Corporação Militar Estadual, a Praça será classificada no


comportamento Bom.

Art. 46. O comportamento militar das praças deve ser classificado em:

I - Excepcional - quando, no período de 06 (seis) anos de efetivo serviço não tenha


sofrido quaisquer pena disciplinar;

II - Ótimo - quando, no período de 04 (quatro) anos de efetivo serviço, tenha sido


penalizada com até uma detenção;

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


III - Bom - quando no período de 02 (dois) anos de efetivo serviço, tenha sido
penalizada com uma prisão, ou com duas sanções menores:

IV - Insuficiente, quando no período de 02 (dois) anos de efetivo serviço tenha sido


penalizada com até duas prisões ou com quatro sanções menores; e

V - Mau - quando, no período de 01 (um) ano de efetivo serviço tenha sido penalizada
com mais de duas prisões ou com quatro sanções menores.

Art. 47. A reclassificação e melhoria de comportamento das praças serão feitas


automaticamente, mediante a aplicação da escala móvel resultante dos prazos estabelecidos
no artigo precedente e aplicação do disposto no art. 67, deste Código.

Parágrafo único. Para efeito de classificação de comportamento, a condenação da Praça


por sentença transitada em julgada é equiparada:

I - a prisão se resultante de crime; e

II - a detenção se decorrente de contravenção penal.

Art. 48. A contagem de tempo para reclassificação e melhoria de comportamento de que


trata o artigo anterior, começa a partir da data em que se encerra o cumprimento da pena
disciplinar.

Art. 49. Para efeito de classificação e melhoria, fica estabelecido que duas detenções
equivalem a uma prisão.

TÍTULO V
DOS RECURSOS DISCIPLINARES E DAS COMISSÕES RECURSAIS

CAPÍTULO I
DOS RECURSOS DISCIPLINARES

Art. 50. Os recursos disciplinares constituem os procedimentos administrativos


interpostos pelo militar, penalizado disciplinarmente por autoridade competente, com o
objetivo de modificar a pena aplicada.

Art. 51. Os recursos disciplinares são os seguintes:

I - Reconsideração de Ato;

II - Queixa;

III - Representação; e

IV - Revisão Disciplinar.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


§ 1º Todos os recursos disciplinares tem efeito suspensivo ficando sobrestado o
recolhimento do militar até que sejam julgados, em última instância administrativa, todos os
recursos ao seu alcance.

§ 2º O recurso de revisão disciplinar somente é cabível perante as Comissões Recursais.

§ 3º A tramitação dos recursos tem caráter urgente, não podendo exceder a 15 (quinze)
dias, contados da data de recebimento do processo, devidamente instruído pela autoridade
competente para solucioná-lo.

Art. 52. Reconsideração de Ato é o recurso interposto, mediante requerimento, por meio
do qual o militar que se julgue, ou julgue subordinado seu, prejudicado, ofendido ou
injustiçado, solicita à autoridade que praticou o ato, que reexamine sua decisão e reconsidere
seu ato.

§ 1º O pedido de reconsideração de ato deve ser encaminhado através da autoridade a


quem o requerente estiver diretamente subordinado.

§ 2º O pedido de reconsideração de ato deve ser apresentado no prazo máximo de 2


(dois) dias úteis, a contar da data em que o militar tomar oficialmente conhecimento dos fatos
que o motivaram.

§ 3° A autoridade a quem è dirigido o pedido de reconsideração de ato deve despachá-lo


no prazo máximo de 04 (quatro) dias úteis, sob pena de infrigência regulamentar.

Art. 53. Queixa, é o recurso disciplinar, normalmente redigido sob forma de oficio ou
parte, interposto pelo militar que se julgue injustiçado, dirigido diretamente ao superior
imediato da autoridade contra quem é apresentada a queixa.

§ 1º A apresentação da queixa só é cabível após a publicação, em boletim da OME onde


serve o queixoso, da solução do pedido de reconsideração.

§ 2º A apresentação da queixa deve ser feita dentro de um prazo de 05 (cinco) dias úteis,
a contar da publicação em boletim da solução de que trata o parágrafo anterior.

§ 3º O queixoso deve informar, por escrito, à autoridade de quem vai se queixar, do


objeto do recurso disciplinar que irá apresentar.

§ 4º O queixoso deve ser afastado da subordinação direta da autoridade contra quem


formulou o recurso, até que o mesmo seja julgado, devendo, no entanto, permanecer na
localidade onde serve, salvo a existência de fatos que contra-indiquem a sua permanência na
mesma.

Art. 54. Representação é o recurso disciplinar, normalmente redigido sob folha de oficio
ou parte, interposto por autoridade em favor de um subordinado, que esteja sendo vítima de
injustiça ou prejudicado em seus direito por ato de autoridade superior.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Art. 55. A Revisão Disciplinar consiste na interposição de recurso, sob a forma de
requerimento, perante Comissão Recursal após esgotados os recursos anteriores.

§ lº O pedido de Revisão Disciplinar deve ser encaminhado à Comissão Recursal,


através da autoridade a quem o requerente estiver subordinado, instruído com:

I - documentação que deu origem à pena disciplinar:

II - provas ou documentos comprobatórios; e

III - argumentos de fatos que motivem ou fundamentem o pedido.

§ 2º O pedido de Revisão Disciplinar deve ser apresentado no prazo máximo de 05


(cinco) dias úteis, a contar da data em que o militar tomar conhecimento oficialmente do
indeferimento do seu último recurso.

§ 3º Ao dar entrada no protocolo da OME com o pedido de Revisão Disciplinar, deverá


o ato ser registrado em boletim, ficando suspensos todos os efeitos da pena até o julgamento
do recurso.

§ 4º As Comissões só decidirão sobre os recursos que atendam os requisitos do presente


Código, e das leis atinentes à espécie, e de superior hierarquia, sendo os casos que contrariem
suas prescrições considerados prejudicados, mandando-se publicar seu indeferimento em
boletim, fundamentadamente.

CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES RECURSAIS

Art. 56. As Comissões Recursais com a finalidade de receber e julgar os pedidos de


Revisão Disciplinar, são as seguintes:

I - Comissão Permanente de Recursos Administrativos (CPRAD); e

II - Comissão Especial de Recursos Administrativos (CERAD).

Art. 57. A Comissão Permanente de Recurso Administrativos será composta por 03


(três) Oficiais Superiores da Corporação sorteados entre os Oficiais da área de jurisdição, para
um período de 06 (seis) meses, competindo-lhe julgar os requerimentos oriundos de penas
disciplinares aplicadas pela autoridades especificadas nos incisos VII a IX, do art. 10, deste
Código, exceto os casos do artigo seguinte.

Parágrafo único. Poderão ser criadas tantas Comissões Permanentes de Recursos


Administrativos quantas forem as áreas de jurisdição criadas pelo Comandante Geral.

Art. 58. A Comissão Especial de Recursos Administrativos será constituída por 03 (três)
Coronéis da PM, sendo um o Corregedor e dois sorteados especialmente para cada recurso,

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


competindo-lhe julgar requerimentos oriundos de penas disciplinares aplicadas pelas
autoridades especificados nos incisos II a IV, do art. 10, deste Código.

Art. 58. A Comissão Especial de Recursos Administrativos será constituída por 03 (três)
Coronéis, sendo um Corregedor Auxiliar, integrante da Corregedoria Geral, oriundo da
corporação militar (PM ou BM), que instale a referida comissão e, 02 (dois) sorteados
especialmente para cada recurso, competindo-lhe julgar requerimentos oriundos de penas
disciplinares aplicadas pelas autoridades especificadas nos incisos II a IV, do art. 20, deste
Código. (Redação alterada pelo art.19 da Lei nº 11.929, de 2 de janeiro de 2001.)

Art. 59. O funcionamento das Comissões Permanentes e Especial do Recursos


Administrativo será regulamentado por Portaria do Comando Geral, ouvida a Secretaria de
Defesa Social.

TÍTULO VI
DO CANCELAMENTO DE PENAS E DAS RECOMPENSAS

CAPÍTULO I
DO CANCELAMENTO DE PENAS

Art. 60. O cancelamento de pena é o direito concedido ao militar de ter cancelada a


averbação de pena e outras notas a ela relacionadas, em sua ficha disciplinar.

Art. 61. O cancelamento de pena será concedido ao militar automaticamente, dentro das
seguintes condições:

I - não se tratar de pena que afete o sentimento do dever, a honra pessoal, o pundonor
militar e o decoro da classe:

II - ter o militar bons serviços prestados, comprovados pela análise de suas alterações;

III - ter o militar conceito favorável de seu comandante; e

IV - ter o militar completado:

a) 06 (seis) anos de efetivo serviço, quando a pena a cancelar for de prisão; e

b) 04 (quatro) anos de efetivo serviço, quando a pena a cancelar for de detenção.

Art. 62. Os prazos a que se referem as alíneas "a e b" do inciso IV, do artigo anterior,
serão contados da pena e cancelar e do início a partir da data de cumprimento do último dia de
detenção ou prisão.

§ 1º O cancelamento de qualquer pena não é prejudicado pela superveniência de outra


pena.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


§ 2º Concedido o cancelamento, o comportamento da Praça será alterado, mediante a
aplicação das prescrições sobre melhoria comportamento, contidas neste Código.

Art. 63. O Comandante Geral, independentemente das condições enunciadas no artigo


61 deste Código, poderá cancelar uma ou todas as penas do militar que tenha,
comprovadamente, prestado relevantes serviços, e não haja sofrido qualquer pena nos últimos
dois anos.

Art. 64. Todas as anotações relacionadas com as penas canceladas devem ser tingidas de
maneira que não seja possível a leitura.

Parágrafo único. Na margem onde for feito o cancelamento, devem ser anotados o
número e a data do boletim da autoridade concedeu o cancelamento, sendo estas anotações
rubricadas pela autoridade competente para assinar as folhas de alterações.

CAPITULO II
DAS RECOMPENSAS

Art. 65. As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados pelo
militar.

Art. 66. Além de outras previstas em leis e regulamentos especiais, são recompensas
militares:

I - o elogio;

II - as dispensas do serviço; e

III - a dispensa da revista do recolher e do pernoite, para as praças e alunos dos Cursos
militares a eles destinados.

Art. 67. O elogio pode ser individual ou coletivo.

§ 1º O elogio individual que coloca em relevo as qualidades morais e profissionais


somente poderá ser formulado a militares que se hajam destacado do resto da coletividade, no
desempenho de ato de serviço, ação meritória ou bravura.

§ 2º Os aspectos principais para a concessão de elogio são os referentes a caráter,


coragem e desprendimento, inteligência, condutas civil e militar, culturas profissional e geral,
capacidade como instrutor, capacidade como comandante, administrador e capacidade e
física.

§ 3º O elogio coletivo visa a reconhecer e a ressaltar um grupo de militares ou fração de


tropa ao cumprir destacadamente uma determinada missão.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


§ 4º A descrição do fato ou dos fatos que motivam o elogio deve precisar a atuação do
elogio deve precisar a atuação do elogiado e citar expressamente os atributos de sua
personalidade que ficaram evidenciados.

§ 5º A linguagem deve ser sóbria, como convém ao estilo militar, evitando-se as


generalidades e adjetivações ocas, desprovidas de real significado.

§ 6° Os elogios, quando concedidos por transferência para a inatividade, poderão conter,


a título de homenagem, ou mesmo de exemplo, breve referência sobre fatos de períodos
anteriores da vida do militar, que mereçam destaque especial e ressaltem atributos dignos de
nota.

§ 7º Só serão registrados nos assentamentos dos militares os elogios individuais, obtidos


no desempenho de suas funções próprias, na sua Corporação ou em atividades consideradas
de natureza militar, e concedidos por autoridades com atribuição para fazê-los.

§ 8º Quando a autoridade que conceder o elogio não dispuser de boletim para sua
publicação, esta deve ser feita, mediante solicitação, por escrito, no da autoridade
imediatamente superior.

§ 9º Os elogios individuais, para efeito de classificação, reclassificação e melhoria de


comportamento, previstos no Titulo IV, deste Código, serão concedidos nas seguintes
categorias e valores:

I - Bravura: ação destacada de coragem do militar, no cumprimento do dever, que,


descrita inequivocamente, tem valor para anular os efeitos de pena aplicada de prisão;

II - Ação Meritória; ação de caráter excepcional que destaque o militar com risco da
própria vida, entre os seus pares, tem valor para anular os efeitos de pena aplicada de
detenção; e

III - Ato de Serviço: ação de caráter excepcional que destaque o militar entre seus pares,
tem valor para anular os efeitos de medida administrativa autônoma.

§ 10. Na aplicação do parágrafo anterior, no que concerne à equivalência e edição dos


valores de elogios concedidos, adota-se de forma análoga as mesmas regras do art. 49. deste
Código.

Art. 68. As dispensas do serviço, sempre expressamente justificada, podem ser:

I - dispensa total do serviço que isenta de todos os trabalhos da OME, inclusive os de


instrução;

II - dispensa parcial do serviço, quando isenta de alguns trabalhos que devem ser
especificados na concessão;

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


§ 1º A dispensa total do serviço é considerada pelo prazo máximo de 08 (oito) dias e
não deve ultrapassar o total de 16 (dezesseis) dias, no decorrer de 01 (um) ano civil, não
invalidando o direito de ferias.

§ 2º A dispensa total do serviço pode ser gozada fora da sede da OME, ficando
subordinada as mesmas regras relativas à concessão de férias.

§ 3º A dispensa total do serviço é regulada por período de 24 (vinte e quatro) horas,


contadas de boletim a boletim e sua publicação deve ser feita, no mínimo, 24 (vinte e quatro)
horas antes de seu inicio, salvo motivo de força maior.

Art. 69. São competentes para conceder estas recompensas, as autoridades especificadas
no art. 10, deste Código.

Art. 70. As dispensas da revista do recolher e de pernoitar no aquartelamento são da


competência das autoridades especificadas nos incisos V a IX, do art. 10, deste Código,
podendo ser incluídas numa mesma concessão; as praças beneficiadas com esta recompensa
deverão comparecer à instrução e aos serviços para os quais forem escaladas.

Art. 71. São competentes para anular, restringir ou ampliar as recompensas concedidas
por si ou por seus subordinados as autoridades especificadas no art. 10 deste Código, devendo
esta decisão ser justificada em boletim da OME, dentro do prazo de 04 (quatro) dias úteis de
sua concessão.

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 72. Os julgamentos a que forem submetidos os militares, perante Conselho de


Justificação ou Conselho de Disciplina, serão conduzidos segundo normas próprias ao
funcionamento dos referidos Conselhos.

Parágrafo único. As causas determinantes que levam o militar a ser submetido a um


destes Conselhos, ex-officio ou a pedido, as condições para sua instauração, funcionamento e
providências decorrentes, estão estabelecidas na legislação que dispõe sobre os citados
Conselhos.

Art. 73. É da competência das autoridades especificadas nos incisos I e II do art. 10,
deste Código, o direito de penalizar os militares inativos na prática de transgressão disciplinar.

Art. 74. O Comandante Geral baixará instruções complementares necessárias à


interpretação, orientação e aplicações deste Código Disciplinar para as circunstâncias e casos
não previstos no mesmo.

PARTE ESPECIAL

TÍTULO ÚNICO
DAS TRANSGRESSOES DISCIPLINARES EM ESPÉCIE

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


CAPÍTULO I
DAS TRANSGRESSÕES DE NATUREZA GRAVE

Art. 75. Utilizar-se do anonimato para qualquer fim.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Parágrafo único. Se do anonimato resultar ofensa a pessoa ou à Corporação.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 76. Deixar de punir o transgressor da disciplina.

Pena: Prisão, de 5 a 10 dias.

Art. 77. Deixar de comunicar ao superior imediato ou a outro, na ausência daquele,


qualquer informação que tiver conhecimento, sobre iminente perturbação da ordem pública ou
da boa marcha do serviço.

Pena: Prisão, de 5 a 10 dias.

Art. 78. Aconselhar, concorrer, retardar, prejudicar ou embaraçar a execução de


medidas ou ações legais de ordem judiciária, administrativa ou policial, que lhe caiba
promover em razão da função, desrespeitando a autoridade competente pelo não cumprimento
de sua ordem.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 79. Deixar de atender, imediatamente, à convocação de autoridade superior, dentro


da hierarquia legal, bem como, deixar de prestar informações solicitadas e julgadas
necessárias.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 80. Dar conhecimento de fatos, documentos ou assuntos militares, a quem deles
não deva ler conhecimento e não tenha atribuições para neles intervir.

Pena: Prisão, de 5 a 10 dias.

Art. 81. Não cumprir, por negligência, ordem legal recebida.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 82. Simular fato impeditivo para esquivar-se do cumprimento de qualquer


obrigação legal.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 83. Trabalhar mal, intencionalmente, em qualquer serviço ou instrução.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 84. Faltar a qualquer ato de serviço em que deva tomar parte ou a que deva assistir.
Pena:

Prisão, de 21 a 30 dias, com perda da remuneração e do tempo de serviço referentes aos


dias da falta ao serviço.

Art. 85. Abandonar o serviço para o qual tenha sido designado.

Pena; Prisão, do 21 a 30 dias, além da aplicação das medidas administrativas de perda


da remuneração e interrupção de contagem do tempo de serviço.

Art. 86. Afastar-se de qualquer lugar em que deva encontrar-se por força de disposição
legal ou ordem.

Pena: Prisão, de l1 a 20 dias.

Art. 87. Rasurar livros de ocorrências, fichas disciplinares, folhas de alterações, folhas
de conceitos ou outros documentos bem como lançar quaisquer outras matérias estranhas às
finalidades desses documentos.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 88. Investir-se de função que não exerce.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Parágrafo único. Se da transgressão resultarem danos a terceiros ou ao patrimônio


público.

Pena; Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 89. Confiar a pessoas estranhas à Corporação, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de cargo, encargo ou função que lhe competir, ou a seus subordinados.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 90. Deixar de recolher-se ou apresentar-se nos prazos regulamentares na OME para
qual tenha sido transferido ou classificado, ou às autoridades competentes, nos casos de
missão ou serviço extraordinário para qual tenha sido designado.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Art, 91. Não se apresentar ao fim de qualquer afastamento do serviço ou, ainda, logo
que o mesmo for interrompido.

Pena: Prisão, de 5 a 10 dias.

Art. 92. Representar a OME em qualquer ato de serviço, sem estar para isso autorizado.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 93. Tomar compromisso pela OME, através de órgão que comandar ou em que
servir, sem estar para isso autorizado desde que não constitua crime.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 94. Fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias,


envolvendo assunto de serviço, de bens da administração pública, artigos de uso proibido nos
quartéis, desde que não constitua crime ou contravenção.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias,

Art. 95. Deixar de providenciar a tempo na esfera de suas atribuições, por negligência
ou Incúria, medidas contra qualquer irregularidades que venha a tomar conhecimento.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 96. Não ter os devidos cuidados com arma, que estiver sob sua responsabilidade,
deixando que terceiros possam utilizá-la.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 97. Espalhar notícias exageradas, falsas ou tendenciosas, em prejuízo da boa ordem
civil ou militar.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias,

Art. 98. Provocar ou fazer-se causa, voluntariamente, de origem de alarme


injustificável.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 99. Não cumprir as normas legais no ato de efetuar prisão.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 100. Conversar ou deixar terceiros conversarem com preso sob sua guarda, sem que
para isso esteja autorizado, em razão da função ou por ordem de autoridade competente.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 101. Deixar que presos conservem em seu poder instrumentos ou objetos capazes
de constituir perigo, causar lesão, danificar instalações ou facilitar a fuga.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 102. Afastar-se do local ou área de atuação onde exerce suas atividades, sem
permissão de autoridade competente.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 103. Manter em seu poder ou usar indevidamente bem da Corporação do qual
detenha a posse, em razão de cargo ou encargo, fora das atividades normais do serviço.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 104. Valer-se do cargo com o fim de obter proveito de qualquer natureza, desde que
não constitua crime.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 105 Andar, quando de serviço a cavalo, trote ou galope por via pública, sem que
haja necessidade.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 106. Censurar ato se superior ou procurar desconsiderá-lo, reservadamente ou em


público.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 107. Procurar desacreditar superior, igual ou subordinado, em qualquer ocasião.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 108. Ofender, provocar, ameaçar ou desafiar superior, igual ou subordinado, com
palavras, gestos ou ações, desde que não constitua crime.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 109. Concorrer para discórdia ou desarmonia ou cultivar inimizade entre os


companheiros.

Pena: Prisão, de 20 a 30 dias.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Art. 110. Manter rixa ou travar luta corporal com seu igual ou subordinado.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 111. Tratar o subordinado de forma descortês, deseducada, incivilizada ou injusta


ou dirigir-se ou referir-se ao mesmo em termos incompatíveis com a disciplina militar.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 112. Portar-se em público ou na presença de tropa de modo inconveniente, sem


compostura, faltando aos preceitos da ética, da moral, dos bons costumes e da educação.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 113. Promover escândalo ou nele envolver-se, comprometendo o prestigio da


Corporação.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 114. Promover ou participar de manifestação de caráter coletivo, ou de associações,


exceto as que tenham fins lícitos.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 115. Aceitar qualquer manifestação coletiva de seus subordinados, salvo nos casos
previstos no artigo anterior.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 116. Travar discussão, por qualquer veículo de comunicação, sobre assunto militar,
sem estar para isso autorizado.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 117. Autorizar, promover ou assinar documento, de caráter coletivo ou não,


dirigido a qualquer autoridade civil ou militar sem seguir as normas regulamentares da
Corporação.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 118. Deixar ou negar-se a receber fardamento, equipamento ou material que lhe
seja destinado, ou deva ficar em seu poder ou sob sua responsabilidade.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 119. Introduzir, ter em seu poder ou distribuir na OME como propaganda,
publicação ou material equivalente que atente contra a hierarquia, a disciplina e a moral.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 120. Introduzir em área sob a administração militar material inflamável, explosivo,
tóxico, entorpecente ou bebida alcoólica.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 121. Fazer uso, apresentar sintomas de estar sob ação ou induzir outrem a uso de
bebida alcoólica, estando de serviço, desde que comprovada tal circunstância em exame
clínico específico.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 122. Introduzir bebida alcoólica em área sob a administração militar, sem estar para
isso autorizado,

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 123. Dificultar ou retardar, deixando de concluir no prazo legal, a solução ou


andamento de documento, parte, recurso prestação de informação, processo administrativo,
inquérito, sindicância, diligências ou cumprimento de determinação judicial, que lhe
competir, desde que não constitua crime.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 124. Deixar de levar ao conhecimento da autoridade competente por via hierárquica
e dentro do prazo regulamentar, a parte, representação, petição, recurso ou documento que
houver recebido, se não estiver na sua alçada resolvê-lo, desde que elaborado de acordo com
os preceitos regulamentares.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Parágrafo único. Se da transgressão resultar decadência do documento.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 125. Não levar a falta ou irregularidade que presenciar ou do que tiver ciência, e
não lhe couber reprimir, ao conhecimento da autoridade competente, no mais curto prazo.

Pena: Prisão, de 11 a 20 dias.

Art. 126. Incitar paralisação do serviço ou participar da incitação.

Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

Art. 127. Paralisar o serviço.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Pena: Prisão, de 21 a 30 dias.

CAPÍTULO II
DAS TRANSGRESSÕES DE NATUREZA MÉDIA

Art. 128. Faltar com a verdade.

Pena: Detenção, de 20 a 30 dias.

Art. 129. Deixar de comunicar a tempo, ao superior imediato, ocorrência no âmbito de


suas atribuições quando se julgar suspeito ou impedido de adotar providências a respeito.

Pena: Detenção, de 20 a 30 dias.

Art. 130. Gravar tatuagem no corpo que fique à mostra nos diversos tipos de uniformes.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 131. Apresentar-se desuniformizado, mal uniformizado ou, ainda, com o uniforme
alterado ou desalinhado.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 132. Abrir ou tentar abrir qualquer dependência da OME, fora do horário de
expediente, desde que não seja o respectivo Comandante, sem ordem por escrito com expressa
declaração de motivo ou sem ordem de autoridade competente, em situação de emergência.

Pena: Detenção, de 21 a 30 dias.

Art. 133. Deixar de prestar a superior hierárquico, as honras, as continências e os sinais


de respeito nos regulamentos militares.

Pena: Detenção, de 1 a 20 dias.

Art. 134. Deixar de corresponder à continência de subordinado.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 135. Não cumprir as normas de apresentação, procedimentos, formas de tratamento


e precedência, previstos nos regulamentos militares.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 136. Dirigir-se, referir-se ou responder de maneira desatenciosa a superior


hierárquico.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Pena: Detenção, de 20 a 30 dias.

Art. 137. Dificultar ao subordinado a apresentação de parte ou recurso.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 138. Negar ao subordinado, sem motivo justificável, licença para se dirigir a
autoridade superior, a fim de tratar assuntos de seu interesse.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 139. Deixar de cumprir ou de fazer cumprir as normas regulamentares na esfera de


suas atribuições.

Pena: Detenção, de 21 a 30 dias.

Art. 140. Deixar de dar informação que lhe competir, no prazo regulamentar, nos
documentos que lhe forem encaminhados, exceto nos casos de suspeição, impedimento ou
absoluta falta de elementos, hipótese em que essas circunstâncias serão fundamentadas.

Pena: Detenção, de 21 a 30 dias.

Art. 141. Retardar a execução de qualquer ordem, sem motivo justificável.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 142. Deixar de participar a tempo, à autoridade a que estiver subordinado,


impossibilidade de comparecer à OME. ou a qualquer serviço em que seja obrigado a tomar
parte ou a que tenha de assistir.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 143. Chegar atrasado a qualquer ato de serviço em que deva tomar parte ou a que
deva assistir.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 144. Permutar serviço sem permissão da autoridade competente.

Pena: Detenção, 11 a 20 dias.

Art. 145. Retirar ou tentar retirar de qualquer área sob jurisdição militar, material,
viatura ou animal, ou mesmo deles servir-se, sem ordem do responsável.

Pena: Detenção, de 21 a 30 dias.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Art. 146. Não ter, pelo preparo próprio, ou pelo de seus comandados. instruendos ou
educandos, a dedicação imposta pelo sentimento do dever.

Pena: Detenção 21 a 30 dias.

Art. 147. Içar ou arriar, sem ordem, bandeira ou insígnia de autoridade.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 148. Dar toques militares ou fazer sinais regulamentares sem permissão.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 149. Conversar com sentinela, em seu posto, salvo sobre objeto de serviço.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 150. Conversar, sentar-se ou fumar a sentinela ou plantão da hora, ou ainda


consentir na formação ou permanência de grupo de pessoas junto a seu posto de serviço.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 151. Comparecer a qualquer ato de serviço sem uniforme, quando tenha sido
determinado o seu uso ou com uniforme diferente do previsto.
.
Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 152. Deixar o superior, uniformizado ou não, de determinar a saída imediata, de


solenidade militar ou civil de subordinado do que a ela compareça desuniformizado ou com
uniforme diferente do determinado.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 153. Entrar em OME, nela permanecer ou dela sair em trajes civis, durante o
expediente sem autorização de autoridade competente

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 154. Penetrar, sem permissão ou ordem em área sob a administração militar cuja
entrada lhe seja vedada.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 155. Ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial, cuja divulgação possa
ser prejudicial à disciplina ou boa ordem de serviço.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Art. 156. Publicar ou contribuir para que sejam publicados, por qualquer meio. fatos,
documentos ou assuntos técnicos militares sem autorização para tal.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 157. Deixar, o Comandante da guarda ou quem se ache em função correspondente,


de levar ao conhecimento do Oficial-de-Dia ou autoridade equivalente, a presença de qualquer
pessoa estranha à OME. bem como de Oficiais, Praças e Civis da própria Corporação que nela
penetrarem depois do toque de silêncio ou do encerramento do expediente.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 158. Maltratar ou não ter o devido cuidado no trato com semoventes da
Corporação.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 159. Desrespeitar em público as convenções sociais.

Pena: Detenção, de 21 a 30 dias.

Art. 160. Dirigir-se ao Comandante ou seu substituto imediato na OME onde serve, sem
autorização do Comandante sob cujas ordens servir.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 161. Dirigir-se a outra OME ou a autoridades civis ou militares, sem autorização do
Comandante sob cujas ordens servir.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 162. Empregar ou autorizar o emprego de subordinado para serviços não previstos
em regulamentos e normas da Corporação.

Pena: Detenção, de 21 a 30 dias.

Art. 163. Permanecer o militar alojado ou não em horário de expediente,


desuniformizado ou deitado, sem autorização de quem de direito.

Pena: Detenção, de 11 a 20 dias.

Art. 164. Executar exercícios profissionais que envolvam riscos à integridade física de
seus executantes, sem autorização superior, salvo nos casos de competição ou demonstração
em que houver um responsável habilitado.

Pena: Detenção, de 21 a 30 dias.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Art. 165. Não observar as ordens em vigor, relativas ao tráfego, nas saídas e regressos
de viaturas de serviço. bem como nos deslocamentos nas imediações de áreas sob a
administração militar.

Pena: Detenção, de 21 a 30 dias.

Art. 166. Transportar em viatura ou equivalente, pessoal ou material sem autorização de


autoridade competente.

Pena: Detenção, de 21 a 30 dias.

CAPÍTULO III
DAS TRANSGRESSÕES DE NATUREZA LEVE

Art. 167. Apresentar parte ou recurso contra superior sem observar as normas
regulamentares.

Pena: Detenção, de 6 a 10 dias.

Art. 168. Deixar de comunicar ao superior a execução de ordem dele recebida.

Pena: Detenção, de 6 a 10 dias.

Art. 169. Deixar de avisar militar, em companhia do qual estiver, sobre a aproximação
de superior hierárquico.

Pena: Detenção, de 3 a 5 dias.

Art. 170. Permanecer em dependência de sua OME, desde que seja estranho ao serviço,
sem permissão do respectivo chefe

Pena; Detenção, de 3 a 5 dias.

Art. 171. Ter pouco cuidado com o asseio próprio ou coletivo. em qualquer
circunstância.

Pena: Detenção, de 6 a 10 dias.

Art. 172. Conversar ou fazer ruídos em ocasiões ou lugares impróprios.

Pena: Detenção, de 3 a 5 dias.

Art. 173. Fumar em lugares ou ocasiões onde isso seja vedado.

Pena: Detenção, de 3 a 5 dias.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Art. 174. Sobrepor ao uniforme insígnia ou medalha não regulamentar, ou usar
indevidamente uniforme ou condecorações.

Pena: Detenção, de 6 a 10 dias.

Art. 175. Andar o militar a pé ou em transporte coletivo público, com uniforme


inadequado, contrariando o Regulamento de uniformes ou normas a respeito.

Pena: Detenção, de 3 a 5 dias.

Art. 176. Deixar o Oficial ou Aspirante-a-Oficial, ao entrar em OME diferente daquela


em que servir, de entender-se com o Oficial-de-Dia, para que este tenha ciência de sua
presença e, em seguida, com o Comandante ou Oficial de maior posto presente, para
cumprimentá-lo.

Pena: Detenção, de 3 a 5 dias.

Art. 177. Deixar a praça, ao entrar em OME diferente daquele onde servir, de
apresentar-se ao Oficial-de.Dia ou na sua falta, ao Adjunto-de-Dia ou autoridade equivalente.

Pena: Detenção, de 3 a 8 dias.

Art. 178. Deixar o Oficial-de-Dia ou de serviço, de se apresentar regularmente a


qualquer superior que entrar em sua OME, quando disso tenha ciência.

Pena: Detenção, de 3 a 5 dias.

Art. 179. Penetrar ou tentar penetrar o militar em alojamento de outra Subunidade da


OME que não a sua, depois da revista do recolher, salvo os que pelas funções, sejam a isto
obrigados.

Pena: Detenção, de 6 a 10 dias.

Art. 180. Entrar ou sair de OME com tropa, sem prévio conhecimento ou ordem de
autoridade competente ou que não seja para instrução prevista.

Pena: Detenção, de 6 a 10 dias.

Art. 181. Deixar de portar o militar o seu documento de identidade, estando


uniformizado ou não, ou de exibi-lo, quando solicitado de acordo com a legislação vigente.

Pena: Detenção, de 6 a 10 dias.

Art. 182. Deixar o militar, no início de expediente, tão logo seus afazeres o permitam de
apresentar-se ao seu Comandante imediato ou, no impedimento deste ao Oficial de maior
posto presente na OME onde serve, salvo ordem ou instrução contrária a respeito.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Pena: Detenção, de 3 a 5 dias.

Art. 183. Usar, quando uniformizado, barba, cabelo, bigode ou costeleta, em desacordo
com as normas regulamentares da Corporação.

Pena; Detenção, de 3 a 5 dias.

Art. 184. Usar, quando uniformizado, penteado exagerado, peruca, maquilagem


excessiva e unhas demasiadamente longas, comprometendo sua imagem e a da Corporação.

Pena: Detenção, de 3 a 5 dias.

Art. 185. Usar jóias ou outros adereços que prejudiquem a apresentação pessoal, quando
uniformizado.

Pena: Detenção, de 3 a 5 dias.

Art. 186. Freqüentar uniformizado bares, boates ou estabelecimentos similares, de


notória incompatibilidade com o decoro da classe e da Corporação.

Pena: Detenção, de 6 a 10 dias.

Art. 187. Deixar o Comandante de OME de dirigir-se a Oficial de posto superior ao seu
quando o mesmo adentrar na respectiva OME, quando disso tiver ciência.

Pena: Detenção, de 6 a 10 dias.

Art. 188. Deixar de comunicar ao órgão competente de sua OME o seu endereço
domiciliar, ou de atualizá-lo, em caso de mudança.

Pena: Detenção, de 6 a 10 dias.

Art. 189. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 190. Revogam-se as disposições em contrário.

Palácio do Campo das Princesas, em 24 de julho de 2000.

JARBAS DE ANDRADE VASCONCELOS


Governador do Estado

IRAN PEREIRA DOS SANTOS


MAURICIO ELISEU COSTA ROMÃO
SEBASTIÃO JORGE JATOBÁ BEZERRA DOS SANTOS
JOSE ARLINDO SOARES

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.
LEI Nº 6.425, DE 29 DE SETEMBRO DE 1972.

Dispõe sobre o regime Jurídico peculiar aos


funcionários policiais civis da Secretaria da
Segurança Pública do Estado de Pernambuco,
(Estatuto Policial).

O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO:


Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A presente lei institui o regime jurídico dos funcionários policias civis,
ocupantes de cargos de atividade policial do Quadro de Pessoal Policial da Secretaria da
Segurança Pública.

(Vide o art. 16 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974 - Quadro de Pessoal Policial - Polícia
de Carreira.)

Art. 2º Em razão da natureza dos encargos atribuídos aos funcionários policias civis,
estão expressos nesta lei os casos em que os mesmos terão tratamento característico, diverso
dos demais servidores do Estado.

Parágrafo único. Nos demais casos, portanto, ficam referidos funcionários sujeitos ao
regime jurídico instituído pela Lei nº 6.123, de 20 de julho de 1968.

Art. 3º São policiais civis abrangidos por esta lei, os brasileiros legalmente investidos
em cargos privativos do Quadro de Pessoal Policial da Secretaria da Segurança Pública.

Parágrafo único. Para os efeitos desta lei, são também considerados funcionários
policiais civis, os ocupantes de cargos em comissão ou funções gratificadas, com atribuições e
responsabilidade de natureza policial.

Art. 4º A função policial, pelas suas características e finalidades, fundamenta-se na


hierarquia e na disciplina, e é incompatível com o desempenho de outra atividade, pública ou
privada, ressalvadas exigência da Segurança Nacional, e, quando houver compatibilidade
de horários, as hipóteses de acumulação remunerada de cargos públicos previstas no
inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal, e as atividades de magistério e
empregos privativos de profissionais de saúde, ficando estabelecido, em qualquer caso, o
limite de 2 (dois) vínculos. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 490, de 16
de maio de 2022.)

§ 1º Para o efeito de acumulação, é considerado como técnico, o cargo de natureza


policial para cujo preenchimento é exigido diploma de curso universitário ou equivalente.

§ 2º É vedada ao funcionário policial a acumulação de cargos de natureza policial.


§ 3º No caso de exigência da Segurança Nacional, ficam os funcionários policias
subordinados à autorização expressa do Secretário da Segurança Pública.

TÍTULO II
DAS DISPOSIÇÕES PECULIARES

CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO

Art. 5º Os cargos com atribuições e responsabilidade de natureza policial serão


preenchidos por: (Redação alterada pelo inciso I do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de
1974.)

I - Nomeação; (Redação alterada pelo inciso I do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro


de 1974.)

II - Acesso; (Redação alterada pelo inciso I do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de


1974.)

III - Promoção; (Redação alterada pelo inciso I do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de


janeiro de 1974.)

IV - Reintegração; (Redação alterada pelo inciso I do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de


janeiro de 1974.)

V - Aproveitamento; (Redação alterada pelo inciso I do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de


janeiro de 1974.)

VI - Reversão; (Redação alterada pelo inciso I do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro


de 1974.)

VII - Transferência. (Acrescido pelo inciso I do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro


de 1974.)

CAPÍTULO II
DA NOMEAÇÃO

Art. 6º A nomeação far-se-á exclusivamente:

I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo integrante de classe inicial de séries de


classes. (Redação alterada pelo inciso II do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

II - Em comissão, quando se tratar de cargo isolado que, em virtude de lei, assim deva
ser provido.

Art. 7º Os cargos vagos em classe inicial de série de classes, do Quadro de Autoridades


Policiais Civis e do Quadro de Pessoal Policial da Secretaria da Segurança Pública serão
providos por nomeação e acesso, na proporção, respectivamente, de 50% (cinquenta por
cento) das vagas a preencher. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto
de 1990.)

§ 1º O provimento por nomeação e por acesso dependerá de aprovação em processo de


seleção constituído de concurso público de provas, ou, sempre que houver exigência de
escolaridade de nível superior, de concurso público de provas e títulos, e freqüência e
aproveitamento em curso de formação profissional específica para o cargo. (Acrescido pelo
art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 2º O processo de seleção se inicia com o edital do concurso e se encerra com a


nomeação do candidato. (Acrescido pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 3º O concurso público de provas, ou o de provas e títulos, é para admissão ao curso de


formação profissional a que se referir, exclusivamente. (Acrescido pelo art. 3º da Lei nº
10.466, de 7 de agosto de 1990.)

Art. 8º No edital de abertura do concurso público de que trata a artigo anterior, a


Academia de Policia Civil disciplinará o seu processo de realização, o método de inscrição, o
prazo de validade, os critérios de classificação, os recursos, os requisitos, as exigências para
inscrição e sua ordem de atendimento, além dos seguintes, a que os candidatos deverão
atender: (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

I - ser brasileiro; (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de


1990.)

II - ter idade mínima e máxima de 21 (vinte e um) e 35 (trinta e cinco) anos,


respectivamente, na data do pedida de inscrição, salvo se o candidato for funcionário público
estadual; (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

III - não ter sido condenado criminalmente, nem estar respondendo a processo penal ou
a inquérito policial; (Acrescido pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

IV - não ter sofrido, em qualquer tempo, pena de demissão ou punição por falta grave
nos últimos 12 (dose) meses, nem estar respondendo a processo disciplinar, caso tenha sido
ou seja servidor ou funcionário público; (Acrescido pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de
agosto de 1990.)

V - estar no gozo dos direitos políticos; (Acrescido pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de
agosto de 1990.)

VI - estar quites com o serviço militar e com as obrigações eleitorais; (Acrescido pelo
art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

VII - ter aptidão física, verificada em exames que incluirão testes específicos, com
tabela de avaliação e altura mínima exigida, publicadas no edital do concurso; (Acrescido
pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

VIII - ser aprovado em exame psicotécnico específico do concurso; (Acrescido pelo art.
3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)
IX - possuir a qualificação técnico-profissional ou o nível de escolaridade exigido para
o cargo; (Acrescido pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

X - ser portador de boa conduta moral e social. (Acrescido pelo art. 3º da Lei nº 10.466,
de 7 de agosto de 1990.)

§ 1º O exame psicotécnico será realizado por entidade credenciada, estranha ao serviço


público, que tenha, no mínimo, 05 (cinco) anos de experiência em atividade de recrutamento
de pessoal e as provas do concurso público serão elaboradas e corrigidas por comissão
examinadora, designada pelo Secretário da Segurança Pública, e aplicadas pela Academia de
Polícia Civil. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 2º A conduta moral e social dos candidatos será objeto de investigação, podendo o


Conselho Superior de Polícia, em sessão secreta, impugnar pedido ou cancelar inscrição, ou,
em qualquer fase do concurso até o momento da nomeação, determinar a exclusão do
candidato, declarando, neste caso, as razões da decisão, quando solicitado pelo legítimo
interessado. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 3º Os candidatos aprovados no concurso de provas ou de provas e títulos serão


admitidos no curso de formação profissional por ordem de classificação em número igual ao
das vagas do curso constantes do edital. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7
de agosto de 1990.)

§ 4º Até ser nomeado, mesmo tendo obtida deferimento de seu pedido de inscrição ou
concluído o curso de formação, será excluído do processo de seleção o candidato que infringir
as normas da Academia de Polícia Civil, na conformidade de seu regulamento, ou que tiver
omitido fato que impossibilitaria sua inscrição, ou vier a contrariar as exigências dos incisos
III, IV e X deste artigo. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de
1990.)

§ 5º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 6º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 7º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

Art. 9º Os candidatos aprovadas serão nomeados por ordem de classificação e, para esse
fim, esta será considerada em ordem decrescente pela média aritmética obtida pela soma da
nota ou pontos obtidos no concurso público com a média global alcançada no curso de
formação. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 1º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

a) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

b) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

c) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

d) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)


e) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 2º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 3º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 4º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 5º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 6º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 7º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

§ 8º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 11 da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

Parágrafo único. O disposto neste artigo será aplicado, respeitando-se o disposto no art.
35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado. (Acrescido
pelo art. 3º da Lei nº 10.466, de 7 de agosto de 1990.)

Art. 10. Só poderá tomar posse nos cargos referidos nesta lei, quem satisfizer os
seguintes requisitos:

I - Ser brasileiro;

II - Ter completado dezoito anos de idade;

III - Estar em gozo dos direitos políticos;

IV- Estar quite com as obrigações militares;

V - Estar quite com as obrigações eleitorais;

VI - Gozar de boa saúde física e psíquica, comprovada em inspeção médica.

Parágrafo único. Além dos requisitos mencionados neste artigo, para os cargos de
provimento efetivo, serão ainda exigidos os seguintes:

I - Possuir temperamento adequado ao exercício da função policial, apurado em exame


psicotécnico realizado através da Academia de Polícia Civil; (Redação alterada pelo inciso
VII do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

II - Ter sido habilitado em concurso de provas e aprovado no concurso curso de


formação respectivo, realizados, ambos, pela Academia de Polícia Civil; (Redação alterada
pelo inciso VIII do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

Art. 11. São competentes para dar posse:


I - O Secretário da Segurança Pública, ao Seu Chefe de Gabinete, aos Diretores de
Departamentos e órgãos equivalentes, Diretores Executivos, Titulares de Delegacias,
Delegados em geral, Médicos Legistas e Peritos Criminais; (Redação alterada pelo inciso IX
do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

II - O Diretor do Departamento de Pessoal, nos demais casos.

CAPÍTULO III
DA REMOÇÃO

Art. 12. A remoção far-se-á:

I - De um para o outro órgão da Secretaria da Segurança Pública;

II - De uma para outra localidade em que houver serviço da mesma.

Parágrafo único. É vedada a remoção do funcionário policial civil para outro órgão da
administração.

Art. 13. A remoção será procedida nas seguintes formas:

I - “ex-officio”, no interesse da Administração;

II - a pedido do funcionário, atendida a conveniência do sérvio;

III - por conveniência da disciplina.

Art. 14. A remoção por conveniência da disciplina deverá serexpressamente justificada


pelo chefe do serviço em que estiver lotado o funcionário e acarretará ao mesmo a perda dos
direitos e vantagens atribuídas às outras formas de remoção.

Art. 15. A remoção, em qualquer caso, dependerá da existência de claro de lotação,


salvo a prevista no artigo anterior.

CAPÍTULO IV
DO VENCIMENTO E DAS VANTAGENS

Art. 16. Vencimento é a retribuição, pelo efetivo exercício do cargo, correspondendo ao


nível fixado em lei.

Art. 17. Além do vencimento, poderão ser conferidas ao funcionário policial civil as
seguintes vantagens:

I - Ajuda de custo;

II - Diárias;

III - Salário-família;

IV - Auxílio-acidente;
V - Auxílio-moradia;

VI - Transporte;

VII - Gratificações.

Art. 18. A ajuda de custo será concedida ao policial que passar a ter exercício em nova
sede, ou que tenha sido designado para missão ou estudo fora da sua sede, inclusive, no
estrangeiro.

§ 1º A ajuda de custo destina-se ao ressarcimento das despesas de viagem e nova


instalação, exceto as de transporte, e, não excederá de um mês de vencimento.

§ 2º A ajuda de custo será paga adiantadamente ao funcionário policial ou, se este o


preferir, na nova sede.

Art. 19. Ao policial que se deslocar de sua sede em objeto de serviço, missão oficial ou
estudo, serão concedidas diárias correspondentes ao período de ausência, a título de
indenização das despesas de alimentação e pousada.

Parágrafo único. As diárias serão arbitradas tendo como base o maior salário mínimo do
local para onde irá se deslocar o funcionário.

Art. 20. O funcionário policial fará jus ao salário-família, nos termos da regulamentação
em vigor.

Art. 21. Ao funcionário ferido ou acidentado em serviço será concedido auxílio-acidente


correspondente às despesas de assistência médico-hospitalar de que o mesmo necessitar.

§ 1º O acidente em serviço terá que ser atestado pelo chefe do órgão em que estiver
lotado o funcionário e deverá ser homologado por ato do Secretário da Segurança Pública.

§ 2º As despesas de que trata este artigo deverão ser comprovadas mediante declaração
de médico ou estabelecimento hospitalar, devidamente autenticada.

Art. 22. Será concedido auxílio-moradia ao funcionário Policial Civil pelo efetivo
exercício de suas funções. (Redação alterada pelo art. 1° da Lei n° 10.278, de 22 de junho de
1989.)

§ 1º O auxílio-moradia será calculado sobre o vencimento-base do cargo, somado à


gratificação por tempo de serviço e atribuído, à base de 20% (vinte por cento), aos
funcionários lotados em unidades localizadas no interior do Estado, e, à base de 15% (quinze
por cento), aos lotados na Área Metropolitana, inclusive a Capital. (Acrescido pelo art. 1° da
Lei n° 10.278, de 22 de junho de 1989.)

(Vide o art. 1º da Lei nº 10.913, de 18 de junho de 1993 - o percentual de auxílio moradia de


que trata este dispositivo fica fixado em 55%, a partir de 1º/4/1993, e em 95%, a partir de
1º/7/1993, mantida a forma de cálculo estabelecida na Lei n° 10.278, de 22 de junho de
1989.)
§ 2º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 2º da Lei nº 11.568, de 2 de setembro de
1998.)

Art. 23. O funcionário policial, quando removido, “ex-officio” terá direito e transporte,
de domicilio a domicilio, por conta da Administração, nele compreendidas a passagem e a
translação da respectiva bagagem.

Parágrafo único. Este direito se estende aos seus dependente e a um serviçal.

Art. 24. Conceder-se-á gratificação ao funcionário policial:

(Vide o art. 9° da Lei n° 9.643, de 10 de maio de 1985 - A gratificação por Cursos de


Formação, Treinamento, Especialização ou Aperfeiçoamento, de que trata esta lei será
incorporada aos proventos do funcionário policial civil que a esteja percebendo quando da
passagem à inatividade.)

I - de função;

II - de função policial;

III - pela prestação de serviço extraordinário;

IV - de representação de Gabinete;

V - pelo exercício em determinadas zonas ou locais;

(Vide o art. 3° da Lei n° 10.278, de 22 de junho de 1989 - a gratificação de que trata este
inciso será concedida ao policial civil lotado em órgão policial no interior do Estado, e
calculada sobre o vencimento-base do respectivo cargo somado à gratificação por tempo de
serviço, à base de 5%.)

(Vide o art. 4° da Lei n° 10.278, de 22 de junho de 1989 - a gratificação de que trata este
inciso e o auxílio moradia serão devidos a partir de 1º de março de 1989, estendendo-se aos
policiais civis inativos.)

VI - pela participação em órgão de deliberação coletiva, no qual a Secretaria da


Segurança Pública possua, obrigatoriamente, membros;

VII - por cursos de formação, treinamento, especialização ou aperfeiçoamento


realizados em estabelecimentos de ensino policial;

VIII - pelo exercício de encargos de auxiliar, professor ou instrutor em cursos


legalmente instituídos pela Escola de Polícia;

IX - pela participação, como auxiliar ou membro de bancas e comissões de concurso de


natureza policial;

X - pela realização de trabalho relevante, técnico ou científico, de natureza policial;


XI - adicional por tempo de serviço;

XII - por outros encargos previstos em lei ou regulamento.

§ 1º As gratificações constantes deste artigo, quando idênticas às previstas no artigo 165


da lei 6.123, de 20 de julho de 1968, serão reguladas na forma prevista nessse estatuto legal.

§ 2º As demais, serão regulamentadas por Decreto do Poder Executivo, dentro do prazo


de sessenta (60) dias a contar da vigência da presente lei.

Art. 25. O funcionário policial fará jús à gratificação de função policial por ficar,
compulsoriamente, incompatibilizado para o desempeno de qualquer outra atividade, pública
ou privada, ressalvados os casos expressos no artigo 4º desta Lei e, em razão dos riscos
decorrentes de suas atividades.

§ 1º A presente gratificação sujeitará o funcionário policial ao regime de dedicação


integral e obriga-lo á à prestação de, no mínimo duzentas (200) horas mensais de trabalho.

§ 2º O regime de que trata o parágrafo anterior é específico do funcionário policial


civil, e, o exclui dos regimes previstos no artigo 171 da Lei nº 6.123, de 20 de julho de 1968.

§ 3º A gratificação citada neste artigo não poderá, também, ser acumulada com qualquer
outra referente a risco de vida.

Art. 26. A gratificação de função policial, regulamenta na forma do § 2º do artigo 24,


será calculada sobre o vencimento do cargo efetivo e será fixada entre os limites mínimos de
cem por cento (100%) e máximo de cento e cinquenta por cento (150%) sobre o valor da
citada retribuição.

§ 1º Quando se tratar de ocupante de cargo ou função de chefia ou assessoramento, com


atribuições e responsabilidade de natureza policial, a gratificação de função policial será
calculada sobre o valor do vencimento atribuído ao símbolo do cargo em comissão ou da
função gratificada.

§ 2º A percentagem fixada nos casos deste artigo e do parágrafo será sempre idêntica.

Art. 27. O funcionário policial civil efetivo, que nos dois anos imediatamente anteriores
à concessão da aposentadoria, esteja percebendo, em regime de dedicação integral, a
gratificação de função policial, terá direito à incorporação do valor da referida gratificação
aos proventos da aposentadoria. (Redação alterada pelo art. 58 da Lei n° 6.657, de 7 de
janeiro de 1974.)

Art. 28. A gratificação de função policial só poderá ter os seus limites, fixados na
presente lei, alterados ou modificados por legislação específica e isso destinada.

Art. 29. Aos funcionários policiais serão atribuídos gratificações por cursos de
formação, treinamento, especialização ou aperfeiçoamento, realizados na Academia de Polícia
Civil ou em outros estabelecimentos de ensino policial ou de informações, oficializados,
nacionais ou estrangeiros. (Redação alterada pelo inciso X do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de
janeiro de 1974.)
§ 1º Os cursos serão valorados, em percentuais que incidirão sobre o vencimento do
funcionário policial, de 5% a 20%, tendo em vista a sua importância e duração, não podendo,
em hipótese alguma, a soma dos percentuais atribuídos aos referidos cursos, exceder o limite
máximo de 30%.

(Vide o art. 9° da Lei n° 9.745, de 31 de outubro de 1985 - Fica elevado para 50% o limite
máximo de que trata este dispositivo.)

§ 2º Somente estarão sujeitos à valoração mencionada no parágrafo anterior, os cursos


de duração igual ou superior à carga horária de trezentas e cinquenta (350) horas-aula.

TÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES DISCIPLINARES

CAPÍTULO I
DOS DEVERES

Art. 30. São deveres do funcionário policial, além daqueles inerentes aos demais
funcionários públicos civis:

I - a dedicação e a fidelidade à Pátria, cuja hora, segurança e integridade deve defender


mesmo com sacrifício da própria vida;

II - A disciplina e o respeito à hierarquia;

III - Frequentar, com assiduidade, para fins de aperfeiçoamento e atualização de


conhecimentos profissionais, os cursos instituídos, periodicamente, pela Academia de Polícia
Civil ou estabelecimentos congêneres, em que haja sido compulsoriamente matriculado.
(Redação alterada pelo inciso XI do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

IV - Zelar pela dignidade da função policial;

V - Ter conduta pública irrepreensível.

CAPÍTULO II
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

Art. 31. São transgressões disciplinares:

I - Exercer, cumulativamente, dois ou mais cargos ou funções públicas, salvo as


exceções previstas em lei;

II - Divulgar, através de qualquer veículo de comunicação, fatos ocorridos na repartição,


propiciar-lhe a divulgação ou facilitar de qualquer modo, o seu conhecimento a pessoas não
autorizadas a tal;

III - Referir-se, desrespeitosa e depreciativamente às autoridades e atos da


Administração Pública em geral;
IV - Promover ou participar de manifestações de apreço ou desapreço a quaisquer
autoridades;

V - Manifestar-se ou participar de manifestações contra atos da Administração Pública


em geral;

VI - Indispor funcionários contra os seus superiores hierárquicos ou provocar velada ou


ostensivamente, animosidade entre funcionários;

VII - Valer-se de cargo para lograr proveito pessoa em detrimento da dignidade da


função policial;

VIII - Praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a
dignidade da função policial;

IX - Retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento ou


objeto da repartição ou que esteja sob a responsabilidade da mesma;

X - Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o


desempenho de encargo que lhe competir ou a seus subordinados;

XI - Pleitear, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo


quando se tratar de vencimentos, vantagens e proventos de parentes até segundo grau;

XII - Participar da gerência ou administração de empresas, qualquerque seja a sua


natureza;

XIII - Exercer comércio ou participar de sociedade comercial, salvo como acionista,


cotista ou comanditário;

XIV - Deixar de pagar, com regularidade, as pensões a que esteja obrigado em virtude
de decisão judicial;

XV - Deixar, habitualmente, de saldar dívidas legítimas;

XVI - Utilizar-se do anonimato para qualquer fim;

XVII - Praticar a usura em qualquer de suas formas;

XVIII - Manter relações de amizade ou exibir-se em público com pessoas de notórios e


desabonadores antecedentes criminais, sem razão de serviço;

XIX - Faltar à verdade no exercício de suas funções, por malícia ou má-fé;

XX - Deixar de comunicar, imediatamente, à autoridade competente, faltas ou


irregularidades que haja presenciado ou que tenha tido ciência;

XXI - Deixar de comunicar ou omitir às autoridades competentes qualquer fato que


coloque em risco ou atente contra as instituições civis ou militares ou contra a Segurança
Nacional;
XXII - Apresentar, maliciosamente, parte, queixa ou representação;

XXIII - Provocar a paralização, total ou parcial, do serviço policial, ou dela participar;

XXIV - Negligenciar ou descumprir a execução de qualquer ordem legítima;

XXV - Trabalhar incorretamente, de modo intencional, com o fim de prejudicar o


andamento do serviço, ou negligenciar no cumprimento dos seus deveres;

XXVI - Simular doença para esquivar-se ao cumprimento de obrigações;

XXVII - Faltar ou chegar atrasado ao serviço, ou deixar de participar, com


antecedência, à autorização a que estiver subordinado, a impossibilidade de comparecer à
repartição, salvo por motivo justo;

XXVIII - Não se apresentar, sem motivo justo, ao fim de férias, licença ou dispensa de
serviço ou ainda, depois de saber que qualquer delas foi interrompida por ordem superior;

XXIX - Abandonar o serviço para o qual tenha sido designado, ou permutá-lo sem
expressa permissão da autoridade competente;

XXX - Atribuir-se a qualidade de representante da sua repartição ou de qualquer outra


federal, estadual ou municipal, ou de seus dirigentes, sem estar expressamente autorizado;

XXXI - Frequentar, sem razão de serviço, lugares incompatíveis com o decoro da


função policial;

XXII - Dar conhecimento ao público, por qualquer meio, de informações sobre


investigações e serviços de interesse policial, sem expressa autorização da autoridade
competente;

XXXIII - Negligenciar a guarda de objetos pertencentes à repartição ou que estejam sob


sua responsabilidade, possibilitando que os mesmos se danifiquem ou se extraviem ou,
danificá-los de maneira intencional;

XXXIV - Valer-se do cargo com o fim, ostensivo ou velado, de participar de qualquer


atividade de natureza política-partidária ou dela obter proveito próprio ou alheio;

XXXV - Coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natureza político-partidária;

XXXVI - Entregar-se à prática de jogos, vícios ou atos, atentatórios à moral ou aos bons
costumes, puníveis em Lei;

XXXVII - Comparecer embriagado ao serviço ou embriagar-se no mesmo;

XXXVIII - Dirigir-se ou referir-se a superior hierárquico de modo ofensivo ou


desrespeitoso;

XXXIX - Tratar os colegas e público em geral sem urbanidade;


XL - Maltratar preso sob sua guarda ou usar de violência desnecessária no exercício da
função policial;

XLI - Omitir-se na responsabilidade de guarda de presos ou negligenciá-la;

XLII - Permitir que prêsos conservem em seu poder instrumentos ou objetos que
possam danificar instalações ou dependências a que estejam recolhidos ou produzir lesões em
terceiros;

XLIII - Facilitar o uso, por parte de prêsos, de quaisquer substâncias proibidas em Lei
ou participar, direta ou indiretamente, do tráfico das mesmas para tal fim;

XLIV - Desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de decisões ou ordem judicial, bem


como criticá-las;

XLV - Deixar, sem justa causa, de submeter-se à inspeção médica determinada por lei
ou pela autoridade competente;

XLVI - Prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial;

XLVII - Atentar, com abuso de autoridades evidente, contra a liberdade de pessoa ou


contra a inviolabilidade de domicílio;

XLVIII - Cometer qualquer tipo de infração penal que, por sua natureza, característica e
configuração, seja considerada como infamante, de modo a incompatibilizar o servidor para o
exercício da função policial.

CAPÍTULO III
DA RESPONSABILIDADE

Art. 32. Pelo exercício regular de suas atribuições o funcionário policial responde civil,
penal e administrativamente.

Art. 33. A responsabilidade de que trata o artigo anterior obedecerá ao disposto na Lei
que rege os funcionários públicos civis do Estado, acrescentando-se que as comunicações
civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo umas e outras independentes entre
si, bem assim as instâncias civil, penal e administrativa.

CAPÍTULO IV
DAS PENAS DISCIPLINARES

Art. 34. São penas disciplinares:

I - Repreensão;

II - Multa;

III - Suspensão;
IV - Detenção disciplinar;

V - Destituição de função;

VI - Demissão;

VII - Cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

Art. 35. Na aplicação das penas disciplinares, serão considerados:

I - A natureza da transgressão, sua gravidade e as circunstâncias em que foi praticada;

II - Os danos dela decorrentes para o serviço público;

III - A repercussão do fato;

IV - Os antecedentes do funcionário;

V - A reincidência;

Parágrafo único. É causa agravante de falta disciplinar o haver sido cometida em


concurso com dois ou mais funcionários.

Art. 36. A pena de repreensão, que será sempre aplicada por escrito, e deverá constar do
assentamento individual do funcionário, destina-se às faltas que, não sendo expressamente
objeto de qualquer outra sanção, sejam, a critério da Administração, consideradas de natureza
leve.

Art. 37. A pena de suspensão, que não excederá de trinta (30) dias será aplicada em
casos de falta grave ou de reincidência em faltas de qualquer natureza.

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, são consideradas de natureza grave, as
transgressões disciplinares previstas nos itens II, III, IV, V, IX, X, XI, XV, XVI, XVII, XVIII,
XIX, XXII, XXIV, XXV, XXVI, XXVII, XXVIII, XXIX, XXX, XXXII, XXXIII, XXXVII,
XXXVIII, XXXIX, XLI, XLII, XLIV, XLV, XLVI e XLVII, do artigo 31 deste Estatuto.
(Redação alterada pelo art. 56 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

Art. 38. Tendo em vista a natureza da transgressão, as circunstâncias em que foi


praticada e a sua repercussão, a pena de suspensão poderá ser convertida em detenção
disciplinar, mediante ordem baixada por escrito pelo Secretário da Segurança Pública ou pelo
Governador do Estado.

§ 1º O prazo de detenção não excederá ao limite estabelecido no artigo anterior.

§ 2º A detenção disciplinar não acarretará a perda dos vencimentos e será cumprida:

I - Na residência do funcionário, quando não exceder de quarenta e oito horas;

II - Em sala especial, na sede da Secretaria da Segurança Pública, em repartição


designada pelo Secretário.
Art. 39. A ordem de detenção disciplinar será entregue ao funcionário por ela atingido,
onde quer que o mesmo se encontre, por funcionários de igual ou superior categoria, nela
devendo constar:

I - Motivo gerador da ordem;

II - Prazo de sua duração;

III - Local de cumprimento da penalidade.

Art. 40. Recebida a ordem de detenção disciplinar, o funcionário punido nela aporá o
seu ciente, consignado dia, hora e local do seu recebimento.

Art. 41. O período de detenção começará a correr do momento em que o funcionário for
recolhido ao local em que deva cumprir tal penalidade.

Art. 42. Durante o período da detenção disciplinar, cumprido em qualquer local, o


funcionário não poderá ausentar-se do mesmo, a qualquer pretexto, nem ser incumbido de
qualquer atividade, sob pena de responsabilidade sua e de quem for responsável por tal
irregularidade.

Art. 43. Em casos de necessidade de serviço, de emergência, de segurança nacional ou


de saúde, o Secretário da Segurança Pública poderá determinar a interrupção ou suspensão da
detenção disciplinar.

§ 1º No caso de suspensão, ficará consignado nos assentamentos do funcionário a pena


como cumprida integralmente.

§ 2º No caso de interrupção, cessados os motivos da mesma, voltará o funcionário a


cumprir a penalidade até o seu final.

Art. 44. O funcionário policial que, recebendo ordem de detenção disciplinar, se recusar
a cumprí-la ou, durante o seu cumprimento, desatender as normas de tal penalidade, previstas
no presente Estatuto, ou ainda, praticar outra falta de qualquer natureza, durante o seu
recolhimento, praticará, com tais atos, transgressão configuradora de insubordinação grave em
serviço, sujeita a pena de demissão.

Art. 45. O período de cumprimento da pena de detenção disciplinar não será computado
para nenhum efeito nos assentamentos funcionais do servidor atingido pela referida
penalidade.

Art. 46. Durante o período da detenção disciplinar, a ser cumprida na sede da SSP, o
funcionário poderá receber visitas de familiares, em horário determinado pelo titular dessa
Pasta, de modo a não perturbar o expediente normal da repartição em que estiver cumprindo
tal medida disciplinar.

Art. 47. A pena de suspensão poderá, quando houver conveniência para o serviço, ser
convertida em multa, na base de cinquenta por cento por dia de vencimento ou remuneração,
obrigado a funcionário a permanecer no serviço.
Art. 48. A destituição de função terá por fundamento a falta de exação no cumprimento
do dever.

Art. 49. A pena de demissão será aplicada nos casos de:

I - crime contra a Segurança Nacional;

II - crime contra a Administração Pública;

III - abandono do cargo;

IV - insubordinação grave em serviço;

V - ofensa física a pessoa, quando em serviço, salvo em legítima defesa ou no estrito


cumprimento do dever legal;

VI - aplicação irregular de dinheiros públicos;

VII - revelação de segredo que o funcionário conheça em razão do cargo ou função;

VIII - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;

IX - falta ao serviço por sessenta dias interpolados, sem causa justificada durante o
período de doze meses.

X - reincidência em falta que deu origem à aplicação das penas de suspensão por trinta
(30) dias ou detenção disciplinar.

XI - contumácia na prática de transgressões disciplinares, qualquer que seja a sua


natureza.

XII - Prática das transgressões disciplinares previstas nos itens I, VI, VII, VIII, XII,
XIII, XXI, XXIII, XXXI, XXXIV, XXXV, XXXVI, XL, XLIII e XLVIII, do artigo 31 deste
Estatuto. (Redação alterada pelo art. 57 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

Art. 50. O ato de demissão mencionará sempre a causa da penalidade.

Art. 51. A cassação de aposentadoria e a disponibilidade serão reguladas pela legislação


em vigor que dispõe sobre as mesmas.

Art. 52. São competentes para aplicação das penalidades previstas na presente Lei:

I - O Governador, em qualquer caso e, privativamente, nos casos de demissão e


cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

II - O Secretário da Segurança Pública, em todos os casos, salvo nos da demissão,


cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
III - O Chefe de Gabinete da Secretaria da Segurança Pública, nos casos de repreensão e
suspensão até vinte (20) dias;

IV - Os Diretores de Departamentos e órgãos equivalentes, os Diretores Executivos e


Corregedor, nos casos de repreensão e suspensão até quinze (15) dias; (Redação alterada pelo
inciso XII do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

V - Os Titulares de Delegacias, Delegados de Policia, Médicos Legistas e Peritos


Criminais, nos casos de repreensão e suspensão até dez (10) dias. (Redação alterada pelo
inciso XIII do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

CAPÍTULO V
DAS PENAS PREVENTIVAS

Art. 53. Desde que a presença do funcionário policial possa influir na apuração de falta
cometida, poderá ser imposta ao mesmo, por qualquer das autoridades mencionadas nos itens
I a IV do artigo 52, a suspensão preventiva até trinta (30) dias.

Art. 54. A suspensão preventiva poderá ser convertida em detenção disciplinar


preventiva quando além do que dispõe o presente artigo, ocorrer as hipóteses previstas no
artigo 38 e, conforme o que ainda estitui aquele dispositivo, só poderá ser imposta tal medida
por ordem baixada por escrito pelo Secretário da Segurança Pública ou pelo Governador do
Estado.

Parágrafo único. A detenção disciplinar preventiva será processada na forma da


detenção disciplinar prevista neste estatuto.

Art. 55. A detenção disciplinar preventiva não excederá ao limite estabelecido na


suspensão preventiva, porém, ambas poderão ser prorrogadas pelas autoridades citadas no
artigo anterior, até noventa (90) dias, após o que cessarão os respectivos efetivos, ainda que o
processo a que estiver respondendo o funcionário policial não se encontre concluído.

TÍTULO IV
DO PROCESSO DISCIPLINAR E SUA REVISÃO

CAPÍTULO I
DO INQUÉRITO E DA SINDICÂNCIA DISCIPLINAR

Art. 56. A apuração de irregularidades cometidas por funcionário policial, no serviço


público, será promovida através de processo disciplinar.

Parágrafo único. O processo disciplinar compreenderá a sindicância e o inquérito


disciplinar.

Art. 57. São competentes para instaurar o processo disciplinar, o Governador, o


Secretário da Segurança Pública, o Chefe do seu Gabinete e as autoridades referidas no item
IV do artigo 52 do presente Estatuto.

Art. 58. O processo disciplinar precedera à aplicação das penas de suspensão por mais
de quinze (15) dias, destituição de função, demissão e cassação de disponibilidade,
destinando-se ainda, a apurar a responsabilidade do funcionário policial por danos causados à
Fazenda Estadual, em consequência de procedimento doloso ou culposo.

Art. 59. O inquérito e a sindicância disciplinar terão o mesmo rito processual dos seus
similares administrativos inerentes aos funcionários civis do Estado.

Art. 60. A sindicância será instaurada quando as irregularidades de que trata o artigo 56
não se revelarem evidentes ou quando for incerta a sua autoria e será procedida por dois
funcionários policiais designados mediante despacho da autoridade que determinar a sua
inauguração.

Art. 61. Promoverá o inquérito disciplinar uma “Comissão Permanente de Disciplina”,


composta de três membros, de preferência bacharéis em direito, funcionários policiais ou não,
designada pelo Secretário da Segurança Pública.

§ 1º Quando o indicado for hierarquicamente superior aos membros das Comissões


Permanentes de Disciplina, o Secretário de Segurança Pública constituirá Comissão Especial
de Inquérito, mediante portaria, integrado por membros de hierarquia igual ou superior à
daquele. (Acrescido pelo art. 2° da Lei n° 9.742, de 31 de outubro de 1985.)

§ 2º O inquérito será encaminhado, pela autoridade que o instaurar, à Comissão


Permanente de Disciplina ou à Comissão Especial, através do órgão de pessoal da Secretaria
de Segurança Pública. (Acrescido pelo art. 2° da Lei n° 9.742, de 31 de outubro de 1985.)

Art. 62. De acordo com a necessidade de serviço, poderá haver até duas “Comissões
Permanentes de Disciplina”, com as designações respectivas de Primeira e Segunda.

Art. 63. Os membros das “Comissões Permanente de Disciplina” terão o mandato de


doze (12) meses, prorrogável pelo tempo necessário à ultimação dos processos disciplinares,
que se encontrem em fase de indiciação, instaurados durante o referido mandato, sabendo o
início e complementação dos demais, aos novos membros designados.

Art. 64. Ao designar as “Comissões Permanentes de Disciplina”, o Secretário da


Segurança Pública indiciará dentre os seus membros, o respectivo presidente.

Parágrafo único. Os presidentes das “Comissões Permanentes de Disciplina” terão


nível, vencimentos e vantagens equivalentes ao cargo de Diretores de Departamentos e os
demais membros, nível, vencimentos e vantagens equivalentes à função de Chefe de Divisão,
durante o exercício de seus mandatos.

Art. 65. Os presidentes das “Comissões Permanentes de Disciplina”, mediante portaria,


designarão um funcionário, de preferência escrivão de polícia, para exercer as funções de
secretário dando conhecimento deste fato, por escrito, ao Departamento de Pessoal.

Parágrafo único. O secretário designado terá nível, vencimentos e vantagens


equivalentes à função gratificada de mais alto nível de Chefia de Seção.

Art. 66. Em razão do disposto nos parágrafos únicos dos artigos 64 e 65, os servidores
neles citados, enquanto integrarem as “Comissões Permanentes de Disciplina”, somente a elas
se dedicarão, ficando dispensados de quaisquer outros encargos ou atividades.
Art. 67. Todos os membros ou membro de Comissão Permanente de Disciplina poderão
ser designados para o período de mandato subsequente.

Art. 68. Perderá o mandato o membro da Comissão Permanente de Disciplina que se


conduzir desidiosamente no desempenho das funções de que se acha investido ou que praticar
qualquer ato pelo qual venha a ser punido ou em decorrência do qual venha a ser indiciado em
processo disciplinar, quando funcionário policial ou, em processo administrativo quando
funcionário civil comum.

Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, ocorrerá a substituição do membro
destituído e seu substituto permanecerá na função pelo restante do tempo de mandato que
ainda caiba ao substituído.

Art. 69. No caso de alegação de suspeição, quando a mesma for considerada procedente,
não ocorrerá perda de mandato do membro que a arguiu, devendo o mesmo ser substituído,
por funcionário designado pelo Secretário da Segurança Pública, apenas no processo a que ela
se refere.

Parágrafo único. A substituição de membro por arguição de suspeição levantada por


indiciado, quando procedente, ocorrerá da mesma forma prevista neste artigo.

Art. 70. A perda dos prazos previsto no artigo 225, da Lei 6.123, de 20 de julho de
1968, implicará, automaticamente, na perda de mandato dos mebros de Comissão Permanente
de Disciplina, que, não poderão, a qualquer título, ser reconduzidos à mesma, em mandato
seguinte àquele perdido.

Parágrafo único. Se a perda de prazo de que trata este artigo ocorrer de maneira
irregular, sujeitará os membros da Comissão Permanente de Disciplina, além da perda de
mandato às sanções disciplinares cabíveis na espécie.

CAPÍTULO II
DA REVISÃO

Art. 71. Não constitui fundamento para a revisão do processo disciplinar a simples
alegação de injustiça da penalidade ou a arguição de nulidade não suscitada no mesmo, bem
como a que, nele invocada, não tenha sido considerada da procedente.

TÍTULO V
DO MÉRITO POLICIAL

CAPÍTULO ÚNICO
DA MEDALHA DO MÉRITO PESSOAL
(Redação alterada pelo art. 53 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

Art. 72. Fica instituída a Medalha do Mérito Policial, nas classes ouro, prata e bronze,
com o fim de agraciar funcionários policias civis que se tenham distinguido no serviço, bem
como personalidades outras que tenham prestado serviços relevantes à causa policial.
(Redação alterada pelo art. 54 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)
Parágrafo único. O processamento da concessão da Medalha do Mérito Policial será
regulamentado por Decreto do Poder Executivo. (Redação alterada pelo art. 54 da Lei n°
6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

TÍTULO IV
DO CONSELHO SUPERIOR DE POLÍCIA

CAPÍTULO I
DA CONSTITUIÇÃO DO CONSELHO

Art. 73. O Conselho Superior de Polícia, criado pelo Decreto nº 1.395, de 25 de janeiro
de 1967, será integrado pelos seguintes membros: (Redação alterada pelo inciso XIV do art.
52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

I - O Secretário da Segurança Pública; (Redação alterada pelo inciso XIV do art. 52 da


Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

II - O Chefe do Gabinete; (Redação alterada pelo inciso XIV do art. 52 da Lei n° 6.657,
de 7 de janeiro de 1974.)

III - O Diretor do Departamento de Polícia Judiciária; (Redação alterada pelo inciso


XIV do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

IV - O Diretor de Departamento de Ordem Política e Social; (Redação alterada pelo


inciso XIV do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

V - O Diretor do Departamento de Operações; (Redação alterada pelo inciso XIV do art.


52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

VI - O Diretor do Centro de Informações; (Redação alterada pelo inciso XIV do art. 52


da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

VII - O Diretor do Departamento de Polícia Científica; (Redação alterada pelo inciso


XIV do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

VIII - O Diretor da Academia de Polícia Civil; (Redação alterada pelo inciso XIV do
art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

IX - O Diretor do Departamento de Administração. (Redação alterada pelo inciso XIV


do art. 52 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

§ 1º Integrará, também, o Conselho, com exclusividade de função, o policial civil, de


que trata o parágrafo anterior, fará jus à Gratificação de Representação que, por lei, for
atribuída aos titulares dos cargos que integram o Colegiado. (Acrescido pelo art. 1° da Lei n°
9.818, de 25 de março de 1986.)

§ 2° (REVOGADO) (Revogado pelo art. 13 da Lei n° 9.986, de 29 de dezembro de


1986.)
Art. 74. O Conselho Superior de Polícia tem como Presidente e Vice-Presidente natos,
respectivamente, o Secretário da Segurança Pública e o seu Chefe do Gabinete.

Parágrafo único. Secretariará o Conselho, por indicação do seu Presidente, um


funcionário da SSP, que ficará com o encargo do arquivo e guarda da documentação do órgão.

CAPÍTULO II
DAS ATRIBUIÇÕES E DA CONVOCAÇÃO

Art. 75. O Conselho Superior de Policia é órgão consultivo, normativo e opinativo para
os assuntos de policia em geral, quer sejam os relativos à administração, ao exercício da
polícia judiciária ou ao emprego operacional dos diversos órgãos da Secretaria da Segurança
Pública.

Art. 76. Incumbe, ainda, ao Conselho Superior de Polícia, examinar, julgar e aprovar os
casos de concessão a funcionários policiais civis e personalidades outras da Medalha ao
Mérito Policial, bem como as classes da mesma a serem concedidas. (Redação alterada pelo
art. 55 da Lei n° 6.657, de 7 de janeiro de 1974.)

Art. 77. O Conselho Superior de Policia se reunirá por convocação de seu Presidente,
sempre que houver assuntos relevantes a depender de exame ou solução ou, para apreciação
dos casos mencionados no artigo anterior.

Parágrafo único. O Vice-Presidente do Conselho, quando autorizado pelo Presidente,


poderá convoca-lo e presidí-lo.

Art. 78. O Conselho Superior de Policia se reunirá estando presente a maioria absoluta
de seus membros, sendo as decisões tomadas, em caráter secreto, pela maioria.

Art. 79. Extraordinariamente, e por convocação do seu Presidente, o Conselho Superior


de Polícia se reunirá como Tribunal de Ética, para dar parecer, a pedido de Comissão
Permanente de Disciplina, sobre conduta ou atos de funcionário policial, a fim de instruir
processos disciplinares instaurados para apurar transgressões disciplinares previstas nos itens
VII, VIII, XVIII, XXXI, XXXIV, XXXV, XXXVI, XXXVII, XXXVIII, XXXIX, XLIII,
XLIV, XLVI, XLVII e XLVIII, do artigo 31 desta Lei e daqueles instaurados para apurar os
casos expressos nos ítens IV, VII, X e XI, do seu artigo 49.

Art. 80. O Conselho Superior de Policia poderá elaborar seu próprio Regimento Interno,
para disciplinar os seus trabalhos.

TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 81. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 5º da Lei nº 12.853, de 4 de julho de 2005.)

Art. 82. O funcionário policial civil que se invalidar, definitivamente, em razão de


serviço, será promovido ao padrão imediatamente superior ao seu, pelo principio de
merecimento e, aposentado com os vencimentos e vantagens do novo cargo.
§ 1º A promoção de que trata este artigo não será considerada para efeito de alternância
dos critérios de promoção. (Renumerado pelo art. 2º da Lei nº 15.093, de 19 de setembro de
2013.)

§ 2° Mediante requerimento, é facultada ao Policial Civil do Estado que incorra em


situação de incapacidade definitiva para o exercício da atividade fim, decorrente de
deficiência, a permanência no serviço em atividade administrativa, hipótese em que será
readaptado em função compatível com a sua capacidade física e intelectual, desde que seja
julgado apto por Junta Médica do Estado para o exercício da nova função, atendida a
conveniência do serviço, na forma estabelecida em Decreto. (Acrescido pelo art. 2º da Lei nº
15.093, de 19 de setembro de 2013.)

§ 3° O Policial Civil do Estado que optar pela readaptação não fará jus à promoção
prevista no caput. (Acrescido pelo art. 2º da Lei nº 15.093, de 19 de setembro de 2013.)

Art. 83. O Estado concederá pensão especial, reajustável na mesma época e nos mesmos
índices de remuneração dos policiais em atividade e sem prejuízo da pensão devida pelo
órgão previdenciário estadual, aos beneficiários do policial civil que vier a falecer em
conseqüência de ferimentos recebidos em luta contra malfeitores, de acidentes em serviço ou
de moléstia decorrente de quaisquer desses casos. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei nº
11.423, de 30 de dezembro de 1996, retroagindo seus efeitos a 12 de janeiro de 1996.)

§ 1º A pensão especial prevista neste artigo equivalerá a remuneração do padrão


imediatamente superior ao do policial falecido. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei nº
11.423, de 30 de dezembro de 1996, retroagindo seus efeitos a 12 de janeiro de 1996.)

§ 2º Para os efeitos deste artigo, serão consideradas integrantes da remuneração, desde


que estejam sendo pagas legalmente na ocasião do óbito, as gratificações adicional por tempo
de serviço e de função policial. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei nº 11.423, de 30 de
dezembro de 1996, retroagindo seus efeitos a 12 de janeiro de 1996.)

Art. 84. A pensão especial de que trata o artigo anterior é extensiva aos beneficiários do
funcionário policial civil, citado no artigo 82, quando sua morte ocorrer em decorrência ainda,
dos motivos que o levaram à invalidez definitiva.

Parágrafo único. No caso deste artigo a pensão especial será concedida na base do
vencimento em que o funcionário policial civil foi aposentado.

Art. 85. Para os fins previstos nos artigos 83 e 84 desta Lei, são considerados
beneficiários, do funcionário policial civil, as pessoas relacionadas no artigo 157 da Lei 6.123
de 20 de julho de 1968.

Art. 86. O funcionário policial civil só poderá ser posto à disposição de órgãos da
administração direta ou indireta, federal, estadual e municipal, a critério do Governador, a
prazo certo, para exercer atividades de natureza policial.

Art. 87. A presente Lei é denominada Estatuto dos Funcionários Policiais Civis da
Secretaria da Segurança Pública do Estado de Pernambuco e, entrará em vigor na data de sua
publicação.
Art. 88. Revogam-se as disposições em contrário.

Palácio dos Despachos do Governo do Estado de Pernambuco, em 29 de setembro de


1972.

ERALDO GUEIROS LEITE


Governador do Estado
LEI COMPLEMENTAR Nº 106, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2007.

Modifica a Lei nº 11.929, de 2 de janeiro de 2001, e


alterações, que dispõe sobre a competência e as
atribuições da Corregedoria Geral da Secretaria de
Defesa Social; estabelece normas disciplinares dos
Agentes de Segurança Penitenciária, da Secretaria de
Desenvolvimento Social e Direitos Humanos; e dá
outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO:


Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei
Complementar:

Art. 1º Os artigos 1º, 3º, 7º e 14 da Lei nº 11.929, de 2 de janeiro de 2001, e alterações,


passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1º A presente Lei define a competência e as atribuições da


Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social, como órgão superior de
controle disciplinar interno dos demais órgãos e agentes a esta vinculados,
bem como dos Agentes de Segurança Penitenciária vinculados à Secretaria
de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, em razão da natureza que
lhe é peculiar.

.........................................................................................................................

Art. 3º Compete ainda à Corregedoria Geral receber sugestões, reclamações,


representações e denúncias, dando a elas o devido encaminhamento,
inclusive instaurando os procedimentos administrativos disciplinares com
vistas ao esclarecimento dos fatos e a responsabilização de seus autores,
sem prejuízo da competência institucional da Ouvidoria de Polícia da
Secretaria de Defesa Social, de tudo dando ciência aos membros do
Ministério Público.

.........................................................................................................................

Art. 7º .............................................................................................................

.........................................................................................................................

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


§ 2º Todos os relatórios finais dos processos administrativos realizados
pelas comissões previstas pelos incisos I a VIII, deste artigo, deverão ser
homologados pelo Corregedor Geral, antes do envio para deliberação do
Secretário de Defesa Social ou do Secretário de Desenvolvimento Social e
Direitos Humanos, conforme o caso, ouvidos, para oferecimento de parecer
ou proposição de outras providências que entenderem cabíveis, os membros
do Ministério Público com atuação junto à Corregedoria Geral.

.........................................................................................................................

§ 5º Os Comandantes Gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros


remeterão ao Corregedor Geral da Secretaria de Defesa Social cópia dos
atos que instituírem Conselhos de Disciplina, para distribuição às
respectivas Comissões, sem prejuízo da instauração, de ofício, pelo
Corregedor Geral quando do não atendimento do requisitório a que alude o
inciso V do art. 2º, ou mesmo do Secretário de Defesa Social, ouvido o
representante do Ministério Público.
.........................................................................................................................

§ 8º A Comissão Permanente de Disciplina de Segurança Penitenciária, a


que alude o inciso VIII deste artigo, permanecerá funcionando no âmbito da
Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social devendo, ao final, os
respectivos procedimentos administrativos serem remetidos ao Secretário de
Desenvolvimento Social e Direitos Humanos para deliberação, a quem
compete designar os membros da comissão conjuntamente com o Secretário
de Defesa Social.
.........................................................................................................................

Art. 14. Fica o Governador do Estado autorizado a, por decreto, determinar


o afastamento das funções exercidas por Policiais Civis, Militares Estaduais
e Agentes de Segurança Penitenciária, que estejam submetidos a
procedimentos administrativo, militar, policial, judicial, inquérito civil e
comissão parlamentar de inquérito, por prática de ato incompatível com a
função pública, sem prejuízo da remuneração.
.........................................................................................................................

§ 2º O Policial Civil, Militar ou Agente de Segurança Penitenciária afastado


da função, ficará à disposição do Setor de Recursos Humanos a que estiver
vinculado, segundo regulamentação contida no decreto previsto no caput
deste artigo.
.........................................................................................................................

§ 4º Os Processos Administrativos Disciplinares instaurados em desfavor de


Policial Civil, Militar ou Agente de Segurança Penitenciária afastados por
força do disposto no caput deste artigo, tramitarão em regime de prioridade
nas respectivas Comissões Disciplinares.
......................................................................................................................."

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Art. 2º São transgressões disciplinares dos detentores dos cargos de Agente de
Segurança Penitenciária:

I - exercer, cumulativamente, dois ou mais cargos ou funções públicas, salvo as


exceções previstas em lei;

II - divulgar, através de qualquer veículo de comunicação, fatos ocorridos na repartição,


propiciar-lhe a divulgação ou facilitar de qualquer modo, o seu conhecimento a pessoas não
autorizadas a tal;

III - referir-se, desrespeitosa e depreciativamente às autoridades e atos da


Administração Pública em geral;

IV - promover ou participar de manifestações de apreço ou desapreço a quaisquer


autoridades;

V - manifestar-se ou participar de manifestações de apreço ou desapreço a quaisquer


autoridades;

VI - indispor funcionários contra os seus superiores hierárquicos ou provocar, velada ou


ostensivamente, animosidade entre funcionários;

VII - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da dignidade da sua
função;

VIII - praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a
dignidade da função;

IX - retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento ou


objeto da repartição, ou que esteja sob a responsabilidade da mesma;

X - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o


desempenho de encargo que lhe competir ou a seus subordinados;

XI - pleitear, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo


quando se tratar de vencimento, vantagens e proventos de parentes até segundo grau;

XII - participar da gerência ou administração de empresas, qualquer que seja a sua


natureza;

XIII - exercer comércio ou participar de sociedade comercial, salvo como acionista,


cotista ou comanditário;

XIV - deixar de pagar, com regularidade, as pensões a que esteja obrigado em virtude
de decisão judicial;

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


XV - deixar, habitualmente, de saldar dívidas legítimas;

XVI - utilizar-se do anonimato para qualquer fim;

XVII - praticar a usura em qualquer de suas formas;

XVIII - manter relações de amizade ou exibir-se em público com pessoas de notório e


desabonadores antecedentes criminais, sem razão de serviço;

XIX - faltar à verdade no exercício de suas funções, por malícia ou má-fé;

XX - deixar de comunicar, imediatamente, à autoridade competente, faltas ou


irregularidades que haja presenciado ou de que tenha tido ciência;

XXI - deixar de comunicar ou omitir às autoridades competentes qualquer fato que


coloque em risco ou atente contra as instituições civis ou militares ou contra a Segurança
Nacional;

XXII - apresentar, maliciosamente, parte, queixa ou representação;

XXIII - provocar a paralisação, total ou parcial, do serviço de segurança penitenciária,


ou dela participar;

XXIV - negligenciar ou descumprir a execução de qualquer ordem legítima;

XXV - trabalhar incorretamente, de modo intencional, com o fim de prejudicar o


andamento do serviço, ou negligenciar no cumprimento dos seus deveres;

XXVI - simular doença para esquivar-se ao cumprimento de obrigações;

XXVII - faltar ou chegar atrasado ao serviço, ou deixar de participar, com antecedência,


a autoridade a que estiver subordinado, a impossibilidade de comparecer à repartição salvo
por motivo justo;

XXVIII - não se apresentar, sem motivo justo, ao fim de férias, licença ou dispensa de
serviço ou ainda depois de saber que qualquer delas foi interrompida por ordem superior;

XXIX - abandonar o serviço para o qual tenha sido designado, ou permutá-lo sem
expressa permissão da autoridade competente;

XXX - atribuir-se a qualidade de representante da sua repartição ou de qualquer outra


federal, estadual ou municipal, ou de seus dirigentes, sem estar expressamente autorizado;

XXXI - freqüentar, sem razão de serviço, lugares incompatíveis com o decoro da sua
função;

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


XXXII – dar conhecimento ao público, por qualquer meio, de informações sobre
investigações e serviços de interesse do sistema de segurança penitenciária do Estado, sem
expressa autorização da autoridade competente;

XXXIII - negligenciar a guarda de objetos pertencentes à repartição ou que estejam sob


sua responsabilidade, possibilitando que os mesmos se danifiquem ou se extraviem ou,
danificá-los de maneira intencional;

XXXIV - velar-se do cargo com o fim, ostensivo ou velado, de participar de qualquer


atividade de natureza político-partidária ou dela obter proveito próprio ou alheio;

XXXV - coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natureza político-partidária;

XXXVI - entregar-se à prática de jogos, vícios ou atos atentatórios à moral ou aos bons
costumes, puníveis em lei;

XXXVII - comparecer embriagado ao serviço ou embriagar-se no mesmo;

XXXVIII - dirigir-se ou referir-se a superiores hierárquicos de modo ofensivo ou


desrespeitoso;

XXXIX - tratar os colegas e público em geral sem urbanidade;

XL - maltratar preso sob sua guarda ou usar de violência desnecessária no exercício da


sua função;

XLI - omitir-se na responsabilidade de guarda de presos ou negligenciá-la;

XLII - permitir que presos conservem em seu poder instrumentos ou objetos que
possam danificar instalações ou dependência a que estejam recolhidos ou produzir lesões em
terceiros;

XLIII - facilitar o uso, por parte de presos, de quaisquer substâncias proibidas em lei ou
participar, diretamente ou indiretamente, do tráfico das mesmas para tal fim;

XLIV - desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de decisões ou ordem judicial, bem


como criticá-las;

XLV - deixar, sem justa causa, de submeter-se à inspeção médica determinada por lei
ou pela autoridade competente;

XLVI - prevalecer-se, abusivamente, da condição de Agente de Segurança


Penitenciária;

XLVII - atentar, com abuso de autoridade evidente, contra a liberdade de pessoa ou


contra a inviolabilidade de domicílio;

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


XLVIII - cometer qualquer tipo de infração penal que, por sua natureza, característica e
configuração, seja considerada como infamante, de modo a incompatibilizar o servidor para o
exercício da sua função;

XLIX – cometer quaisquer das infrações tipificadas na Lei nº 6.123, de 20 de julho de


1968, e alterações – Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de Pernambuco.

Parágrafo único. Aos Agentes de Segurança Penitenciária aplicam-se as normas de


processo administrativo disciplinar em vigor na legislação do Estado, regentes dos processos
administrativos disciplinares afetos à Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social.

Art. 3º Pelo exercício regular de suas atribuições o Agente de Segurança Penitenciária


responde civil, penal e administrativamente.

Art. 4º A responsabilidade de que trata o artigo anterior obedecerá ao disposto na lei


que rege os funcionários públicos civis do Estado, acrescentando-se que as cominações civis,
penais e administrativas poderão cumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, bem
assim as instâncias civil, penal e administrativa.

Art. 5º São penas disciplinares dos Agentes de Segurança Penitenciária:

I - repreensão;

II - multa;

III - suspensão;

IV - destituição de função;

V - demissão;

VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

Art. 6º Na aplicação das penas disciplinares referidas no artigo anterior serão


considerados:

I - a natureza da transgressão, sua gravidade e as circunstâncias em que foi praticada;

II - os danos dela decorrentes para o serviço público;

III - a repercussão do fato;

IV - os antecedentes do servidor;

V - a reincidência.

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Parágrafo único. É causa agravante de falta disciplinar o haver sido cometida em
concurso com dois ou mais agentes.

Art. 7º A pena de repreensão, prevista no inciso I do art. 5º desta Lei Complementar,


será sempre aplicada por escrito, deverá constar do assentamento individual do Agente de
Segurança Penitenciária, e destina-se às faltas que, não sendo expressamente objeto de
qualquer outra sanção, sejam, a critério da Administração, consideradas de natureza leve.

Art. 8º A pena de suspensão, de que trata o inciso III do art. 5º desta Lei Complementar,
não excederá a trinta (30) dias e será aplicada em casos de falta grave ou de reincidência em
faltas de qualquer natureza.

Parágrafo único. Para efeito deste artigo, são consideradas de natureza grave, as
transgressões disciplinares previstas nos incisos II, III, IV, V, IX, X, XI, XV, XVI, XVII,
XVIII, XIX, XXII, XXIII, XXIV, XXV, XXVI, XXVII, XXVIII, XXIX, XXX, XXXII,
XXXIII, XXXVII, XXXVIII, XXXIX, XLI, XLII, XLIV, XLV, XLVI, XLVII, do art. 2º
desta Lei.

Art. 9º A pena de suspensão poderá, quando houver conveniência para o serviço, ser
convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia do vencimento ou
remuneração, obrigado o Agente de Segurança Penitenciária a permanecer no serviço.

Art. 10. A destituição de função terá por fundamento a falta de exação no cumprimento
do dever.

Art. 11. A pena de demissão do Agente de Segurança Penitenciária será aplicada nos
casos de:

I – crime contra a Segurança Nacional;

II – crime contra a Administração Pública;

III – abandono de cargo;

IV – insubordinação grave em serviço;

V – ofensa física a pessoa, quando em serviço, salvo em legítima defesa ou no estrito


cumprimento do dever legal;

VI – aplicação irregular de dinheiro público;

VII – revelação de segredo conhecido em razão do cargo ou função;

VIII – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;

IX – falta ao serviço por 60 (sessenta) dias interpolados, sem causa justificada, durante
o período de 12 (doze) meses;

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


X – reincidência em falta que deu origem à aplicação da pena de suspensão por 30
(trinta) dias;

XI – contumácia na prática de transgressões disciplinares, qualquer que seja a sua


natureza;

XII – práticas das transgressões disciplinares previstas nos incisos I, VI, VII, VIII, XII,
XIII, XXI, XXIII, XXXI, XXXIV, XXXV, XXXVI, XL, XLIII e XLVIII, do artigo 2º desta
Lei.

Art. 12. O ato de demissão do Agente de Segurança Penitenciária mencionará a causa


da penalidade.

Art. 13. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do Agente de Segurança


Penitenciária nos seguintes casos:

I – falta punível com a pena de demissão, quando praticada ainda no exercício do cargo
ou função;

II – aceitação ilegal de cargo ou função pública, provada a má-fé;

III – celebração de contrato com a administração estadual quando não autorizada em lei
ou regulamento;

IV – prática de usura em qualquer de suas formas;

V – perda da nacionalidade brasileira.

Art. 14. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 15. Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei nº 13.164, de 15 de


dezembro de 2006.

Palácio do Campo das Princesas, em 20 de dezembro de 2007.

EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS


Governador do Estado

SERVILHO SILVA DE PAIVA


ROLDÃO JOAQUIM DOS SANTOS
LUIZ RICARDO LEITE DE CASTRO LEITÃO
FRANCISCO TADEU BARBOSA DE ALENCAR
DJALMO DE OLIVEIRA LEÃO
GERALDO JÚLIO DE MELLO FILHO
PAULO HENRIQUE SARAIVA CÂMARA

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.


Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado.
LEI Nº 6.123, DE 20 DE JULHO DE 1968.
(Republicada em 13/3/1973)

O GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO:


Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A presente Lei institui o regime jurídico dos funcionários públicos civis do
Estado.

Art. 2º Para os efeitos deste Estatuto:

I - funcionário público é a pessoa investida em cargo público;

II - cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um


funcionário, com as características de criação por lei, denominação própria, número certo e
pagamento pelos cofres do Estado;

III - classe é o conjunto de cargos iguais quanto à natureza, grau de responsabilidade e


complexidade de atribuições;

IV - série de classes é o conjunto de classes semelhantes, quanto à natureza, grau de


complexidade e responsabilidade das atribuições, constituindo a linha natural de promoção do
funcionário;

V - grupo ocupacional é o conjunto de séries de classes e classes únicas, de atividades


profissionais, correlatas ou afins quanto à natureza dos respectivos trabalhos ou ao ramo de
conhecimento aplicado em seu desempenho;

VI - serviço é a justaposição de grupos ocupacionais, tendo em vista a identidade, a


similitude ou a conexão das respectivas atividades profissionais;

VII - especificação de classe é o conjunto de atribuições, responsabilidades e demais


características pertinentes a cada classe, compreendendo ainda, além de outros, os seguintes
elementos: denominação, código, exemplos típicos de tarefas, qualificações exigidas, forma
de recrutamento e linha de promoção;

VIII - reclassificação é a transformação de cargo efetivo em outro, ou a justaposição de


cargo em outra classe, ou série de classes, tendo em vista a conveniência do serviço.

Art. 3º Os cargos podem ser de provimento efetivo ou de provimento em comissão.

§ 1º Os cargos de provimento efetivo se dispõem em classes, que podem se agrupar em


séries de classes, ou formar classe única.

§ 2º Os cargos de provimento em comissão compreendem:

I - cargos de direção e de chefia das repartições públicas;


II - cargos de assessoramento, de Chefe de Gabinete e de Oficial de Gabinete;

III - outros cargos, cujo provimento, em virtude da Lei, dependa de confiança pessoal.

Art. 4º Cargo de natureza técnica ou científica é aquele para cujo provimento e


exercício é exigido, concomitantemente: (Redação alterada pelo art. 1° da Lei Complementar
n° 387, de 24 de abril de 2018.)

I - habilitação profissional em curso legalmente classificado e regulamentado como de


nível médio ou superior de ensino; e (Acrescido pelo art. 1° da Lei Complementar n° 387, de
24 de abril de 2018.)

II - aplicação indispensável ou predominante de conhecimentos especializados de


alguma área do saber no desempenho de suas atribuições. (Acrescido pelo art. 1° da Lei
Complementar n° 387, de 24 de abril de 2018.)

§ 1º Para fins do disposto inciso I, considera-se profissional habilitado: (Renumerado


pelo art. 1º da Lei Complementar nº 402, de 28 de fevereiro de 2019.)

I - em curso de nível superior, o portador de diploma universitário respectivo; e


(Acrescido pelo art. 1° da Lei Complementar n° 387, de 24 de abril de 2018.)

II - em curso de nível médio, o que possua habilitação específica em curso técnico ou


profissionalizante de nível médio. (Acrescido pelo art. 1° da Lei Complementar n° 387, de 24
de abril de 2018.)

§ 2º Para fins do disposto no inciso II do caput, presume-se indispensável a aplicação de


conhecimentos técnicos especializados nos casos em que, para ingresso no cargo público ou
desempenho das respectivas atribuições, haja exigência legal de prévia aprovação em Curso
de Formação. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 402, de 28 de fevereiro de
2019.)

Art. 5° (REVOGADO) (Revogado pelo art. 3° da Lei Complementar n° 387, de 24 de


abril de 2018.)

Art. 6º Para fins do disposto no inciso II do § 1º do art. 4º, será sempre exigida a
correlação entre as atribuições do cargo e os conhecimentos específicos da habilitação
profissional. (Redação alterada pelo art. 2º da Lei Complementar nº 402, de 28 de fevereiro de
2019.)

Art. 7º Além dos cargos de provimento efetivo e em comissão, haverá funções


gratificadas que atenderão a encargos de chefia, de assessoramento, de secretariado e de
apoio, cometidos transitoriamente a servidores ativos. (Redação alterada pelo art. 19 da Lei nº
11.216, de 20 de junho de 1995.)

Parágrafo único. A lei fixará o valor da retribuição das funções gratificadas dos órgãos
da administração direta, das autarquias e das fundações públicas; e o quantitativo das mesmas
será estabelecido em decreto, observados os limites das disponibilidades orçamentárias e as
normas de organização administrativa do Estado. (Acrescido pelo art. 19 da Lei nº 11.216, de
20 de junho de 1995.)

Art. 8º Somente poderá ocorrer desvio de função no interesse do serviço com estrita
observância do disposto em regulamento.

Parágrafo único. O desvio de função não acarretará aumento de estipêndio do servidor


nem na sua reclassificação ou readaptação.

Art. 9º É vedada a prestação de Serviço gratuito.

TÍTULO II
DO PROVIMENTO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 10. Os cargos públicos serão providos por:

I - nomeação;

II - promoção;

III - reintegração;

IV - aproveitamento

V - reversão;

VI - transferência.

CAPÍTULO II
DA NOMEAÇÃO

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 11. A nomeação será feita:

I - em caráter vitalício, para o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas;

II - em caráter efetivo, quando se tratar de cargos de classe única ou de série de classes;

III - em comissão, nos casos previstos no parágrafo 2º do artigo 3º deste Estatuto.

Art. 12. A nomeação para cargos de provimento vitalício obedecerá ao disposto em


legislação especial.

Art. 13. A nomeação para os cargos de provimento efetivo exige aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos.
§ 1º A nomeação obedecerá a ordem de classificação dos candidatos habilitados em
concurso.

§ 2º Em igualdade de classificação em concurso dar-se-á preferência para nomeação,


sucessivamente, ao funcionário que já pertença ao Quadro Permanente e ao servidor
contratado do Estado sob o regime da legislação trabalhista.

§ 3º É proibida a nomeação em caráter interino.

§ 4º Mediante seleção e concurso adequados, poderão ser admitidos funcionários de


capacidade física reduzida, para cargos especificados em lei e regulamento.

Art. 14. Os cargos em comissão serão providos por livre escolha do Governador,
respeitados os requisitos e as qualificações estabelecidas por lei em cada caso.

Seção II
Do Concurso

Art. 15. O concurso para o provimento efetivo de cargo especificado como classe única
ou inicial de série de classes será público, constando de provas ou de provas e títulos.

Art. 16. A realização do concurso será centralizada em órgão próprio, salvo as exceções
estabelecidas em lei.

Art. 17. O edital de concurso disciplinará os requisitos para a inscrição, processo de


realização, o prazo de validade, os critérios de classificação, os recursos e a homologação.

Art. 18. Independerá de limite de idade a inscrição em concurso de funcionário público,


inclusive o de serviços autárquicos.

Art. 19. A classificação dos concorrentes será feita mediante a atribuição de pontos às
provas e aos títulos, de acordo com os critérios estabelecidos no edital do concurso.

Art. 20. Além dos requisitos especificamente exigidos para o concurso, o candidato
deverá comprovar, no ato da inscrição:

I - ser brasileiro;

II - estar em gozo dos direitos políticos;

III - estar quite com as obrigações militares e eleitorais;

IV - ter boa conduta;

V - haver completado a idade mínima fixada por lei em razão da natureza do cargo;

VI - contar, no máximo, quarenta anos de idade, ressalvadas as exceções legais.


§ 1º É fixada em cinqüenta (50) anos a idade máxima para nomeação em concurso
público destinado ao ingresso no serviço estadual e sua autarquias, mantidos os limites de
idade fixados em lei específica para os cargos devidamente indicados. (Redação alterada pelo
art. 1º da Lei nº 7.231, de 4 de novembro de 1976.)

§ 2º Sendo exigido exame psicotécnico, só poderá submeter-se às provas do concurso o


candidato que houver sido julgado apto naquele exame, para o exercício do cargo.

Art. 21. Não será aberto concurso para o preenchimento de cargo público, enquanto
houver em disponibilidade funcionário de igual categoria à do cargo a ser provido.

Seção III
Da Posse

Art. 22. Posse é o ato que completa a investidura em cargo público e órgão colegiado.

Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promoção e reintegração.

Art. 23. Só poderá tomar posse em cargo público quem satisfizer os seguintes
requisitos:

I - ser brasileiro;

II - estar no gozo dos direitos políticos;

III - estar quite com as obrigações militares,

IV - estar quite com as obrigações eleitorais;

V - gozar de boa saúde, comprovada em inspeção médica;

VI - ter atendido às prescrições de lei especial para o exercício de determinados cargos;

VII - ser declarado apto em exame psicotécnico procedido por entidade especializada,
quando exigido em lei ou regulamento.

Parágrafo único. Serão dispensados os seguintes requisitos para a posse:

I - nos cargos de provimento efetivo, os constantes do item I deste artigo;

II - nos cargos de provimento em comissão:

a) se o nomeado for servidor público, os mencionados nos incisos I, II, III, IV, V e VII
deste artigo;

b) se o nomeado não for servidor público, os constantes dos incisos V e VII deste artigo;

III - nos órgãos colegiados:


a) se o nomeado for servidor público, os constantes dos incisos I, II, III, V, e VII deste
artigo:

b) se o nomeado não for servidor público, o constante dos incisos V e VII deste artigo;

IV - nos casos de transferência, os citados nos itens I, II, III, V e VI deste artigo;

V - nos casos de aproveitamento, os constantes dos itens I, III e VII deste artigo;

VI - nos casos de reversão, os mencionados nos itens I, III e VI deste artigo.

Art. 24. São competentes para dar posse:

I - a autoridade de hierarquia imediatamente superior no cargo de provimento em


comissão;

II - os órgãos colegiados, aos respectivos membros;

III - o Diretor do Departamento de Administração de Pessoal da Secretaria de


Administração, ao nomeado para o exercício de cargo de provimento efetivo.

Art. 25. Do termo de posse, assinado pela autoridade competente e pelo funcionário,
constará o compromisso de fiel cumprimento dos deveres e atribuições.

Parágrafo único. O funcionário declarará, para que figurem no termo de posse, os bens e
valores que constituem seu patrimônio e que não exerce função pública de acumulação
proibida.

Art. 26. É facultada a posse por procuração, quando o nomeado estiver ausente do
Estado e, em casos especiais, a juízo da autoridade competente:

Art. 27. A autoridade que der posse, verificará, sob pena de responsabilidade, se foram
satisfeitas as condições legais para a investidura.

Art. 28. A posse verificar-se-á no prazo de 30 dias, a contar da data de publicidade do


ato de provimento no órgão oficial. (Redação alterada pelo art. 2º da Lei nº 8.918, de 14 de
dezembro de 1981.)

Parágrafo único. A requerimento do interessado o prazo poderá ser prorrogado, por


justa causa, até 180 (cento e oitenta) dias. (Redação alterada pelo art. 8º da Lei nº 9.155, de 15
de outubro de 1982.)

Art. 29. O decurso do prazo para a posse, sem que esta se realize, importa em não
aceitação do provimento e em renúncia ao direito de nomeação decorrente do concurso, salvo
motivo de força maior devidamente comprovado.

Seção IV
Das Garantias
Art. 30. O nomeado para cargo cujo desempenho exija prestação de garantia não poderá
entrar em exercício sem a prévia satisfação dessa exigência.

§ 1º Não se exigirá fiança quando o total anual do dinheiro, bens ou valores do Estado,
sob a responsabilidade do funcionário, não exceder trinta vezes o maior salário mínimo
mensal.

§ 2º A fiança poderá ser prestada:

I - em dinheiro;

II - em títulos da Dívida Pública;

III - em apólices de seguro de fidelidade funcional emitidas por instituição oficial ou


empresa legalmente habilitada.

§ 3º Não se admitirá o levantamento da fiança antes da tomada de contas do


funcionário.

Art. 31. O responsável por alcance ou desvio de material não ficará isento da ação
administrativa ou criminal que couber, ainda que o valor da garantia seja superior ao prejuízo
verificado.

Art. 32. Serão periodicamente discriminadas, por decreto, as classes sujeitas à prestação
de garantia e determinadas as importâncias para cada caso, revistos e atualizados os valores
existentes.

Seção V
Do Exercício

Art. 33. O exercício do cargo terá início no prazo de trinta dias a contar:

I - da data da publicação oficial do ato, no caso de reintegração:

II - da data da posse, nos demais casos.

Parágrafo único. A requerimento do interessado e a juízo do titular da Secretaria em que


for lotado o funcionário, o prazo previsto neste artigo poderá ser prorrogado por trinta dias.

Art. 34. O início, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no


assentamento individual do funcionário.

Art. 35. A promoção não interrompe o exercício.

Art. 36. O responsável pelo serviço onde deva servir o funcionário, é competente para
dar-lhe exercício.

Art. 37. O funcionário preso preventivamente, pronunciado por crime comum ou


denunciado por crime funcional, ou ainda, condenado por crime inafiançável em processo no
qual não haja pronúncia será afastado do exercício, até decisão final passada em julgado.
Art. 38. O funcionário poderá ser posto à disposição de órgãos da administração direta
ou indireta, federal, estadual e municipal a critério do Governador para fim determinado e a
prazo certo.

§ 1º O funcionário posto à disposição nos termos deste artigo, continuará vinculado ao


órgão administrativo a que servia.

§ 2º Findo o prazo ou cessados os motivos determinantes do afastamento, o funcionário


deverá apresentar-se à Secretaria de Administração onde aguardará nova lotação.

§ 3º O afastamento de que trata este artigo poderá ser cancelado a qualquer tempo se
não for comunicada, mensalmente, a freqüência do funcionário.

Art. 39. O funcionário que não entrar em exercício, no prazo legal, perderá o cargo,
salvo motivo de força maior, devidamente comprovado.

Seção VI
Da Remoção e da Permuta

Art. 40. A remoção far-se-á:

I - de um para outro órgão da administração;

II - de uma para outra localidade.

Art. 41. A remoção pode ser a pedido ou de ofício, atendida sempre a conveniência do
serviço.

§ 1º Quando o pedido de remoção tiver por fundamento motivo de saúde, deverá este
ser comprovado pela Junta Médica Estadual.

§ 2º Do pedido de remoção do funcionário formulado por órgão administrativo, deverá


constar expressamente se o funcionário é desnecessário ou inadaptado ao serviço.

§ 3º Quando qualquer órgão da administração solicitar a remoção de um seu


funcionário, este somente será desligado do serviço após a nova lotação.

Art. 42. Observado o disposto nos artigos 40 e 41, a remoção por permuta será
processada a pedido escrito dos interessados.

Seção VII
Do Estágio Probatório

Art. 43. Estágio Probatório é o período inicial, de 03 (três) anos de efetivo exercício, do
servidor público nomeado para provimento de cargo efetivo em virtude de aprovação em
concurso público e, tem por objeto, além da obtenção da estabilidade, aferir a aptidão para ao
exercício do cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos: (Redação alterada pelo art.
8º da Lei Complementar nº 131, de 11 de dezembro de 2008.)
I - idoneidade moral;

II - assiduidade;

III - disciplina;

IV - eficiência.

§ 1° Se, no curso do estágio probatório, for apurada, em processo regular, a inaptidão do


funcionário para o exercício do cargo, será ele exonerado.

§ 2º No curso do processo a que se refere o parágrafo anterior, e desde a sua


instauração, será assegurada ao funcionário ampla defesa que poderá ser exercitada
pessoalmente ou por intermédio de procurador habilitado, conferindo-se-lhe, ainda, o prazo de
dez dias para juntada de documentos e apresentação de defesa escrita.

§ 3º O término do prazo do estágio probatório sem exoneração do funcionário importa


em declaração automática de sua estabilidade no serviço público.

§ 4º Fica dispensado do estágio probatório de que trata o presente artigo, o funcionário


nomeado por concurso, desde que conte, à época, dois (2) anos de efetivo exercício como
contratado no Estado, em funções idênticas àquelas para as quais prestou concurso.
(Acrescido pelo art. 5º da Lei nº 6.655, de 31 de dezembro de 1973.)

Art. 44. O funcionário estável fica dispensado de novo estágio probatório, quando
nomeado para outro cargo.

CAPÍTULO III
DA PROMOÇÃO

Art. 45. Promoção é a elevação do funcionário, em caráter efetivo, à classe


imediatamente superior à que pertence na respectiva série.

Parágrafo único. Não haverá promoção de funcionários em disponibilidade ou em


estágio probatório.

Art. 46. A promoção obedecerá alternadamente, aos critérios de merecimento e


antigüidade na classe.

Parágrafo único. O critério adotado constará, obrigatoriamente, do ato de promoção.

Art. 47. Não se fará promoção se houver em disponibilidade funcionário aproveitável na


vaga.

Art. 48. O interstício para promoção será de trezentos e sessenta e cinco dias de efetivo
exercício na classe.

Parágrafo único. O interstício será apurado de acordo com as normas que regulam a
contagem de tempo para efeito de antigüidade na classe.
Art. 49. O interstício e a antigüidade na classe serão apurados no último dia de cada
trimestre.

Parágrafo único. Não havendo na data indicada neste artigo, funcionário qualificado
para promoção, as vagas existentes serão preenchidas com base na apuração realizada no
trimestre seguinte.

Art. 50. As promoções serão realizadas no trimestre posterior àquele em que ocorrer a
vaga.

Parágrafo único. Inobservado o prazo previsto neste artigo, os efeitos do ato de


promoção retroagirão ao último dia do trimestre em que deveria ter sido realizada.

Art. 51. Ocorrendo vaga em uma classe, serão consideradas abertas todas as decorrentes
do seu preenchimento, dentro da respectiva série de classes.

Art. 52. Para todos os efeitos, será considerado promovido por antigüidade o
funcionário que vier a se aposentar ou falecer, sem que tenha sido realizada, no prazo legal, a
promoção que lhe cabia.

Art. 53. Será declarado nulo o ato que promover indevidamente o funcionário.

§ 1º O funcionário promovido indevidamente não ficará obrigado a restituir o que a


mais tiver recebido.

§ 2º O funcionário a quem cabia a promoção será indenizado da diferença de


vencimentos a que tiver direito.

§ 3º A autoridade ou o servidor a quem couber, por culpa ou dolo, a responsabilidade da


promoção indevida, responderá perante a Fazenda pela quantia recebida a mais pelo
funcionário irregularmente promovido.

Art. 54. O funcionário suspenso poderá ser promovido mas os efeitos da promoção
ficarão condicionados:

I - no caso de suspensão disciplinar, à declaração da improcedência da penalidade


aplicada na esfera administrativa;

II - no caso de suspensão preventiva, ao resultado do correspondente processo


administrativo.

§ 1º Nas hipóteses deste artigo, o funcionário só perceberá o vencimento correspondente


à nova classe, quando resultar sem efeito a penalidade, ou quando no processo a que se
vinculou a suspensão preventiva não for imposta pena mais grave que a de repreensão.

§ 2º Nos casos previstos no parágrafo anterior, o funcionário perceberá o vencimento


correspondente à nova classe, a partir da vigência de sua promoção.
§ 3º Mantida a penalidade de suspensão ou resultando, do processo a que se vinculou a
suspensão preventiva, pena mais grave que a de repreensão, a promoção será tornada sem
efeito a partir de sua vigência.

Art. 55. À promoção por merecimento concorrerão os funcionários da classe


imediatamente inferior, obedecidas as normas estatutárias e as definidas em regulamento
próprio. (Redação alterada pelo art. 4º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de 1975.)

Parágrafo único. Obedecido o índice de merecimento, o órgão competente


organizará relação contendo nomes de funcionários em número correspondente ao triplo das
vagas a serem preenchidas dentre as quais o Chefe do Poder Executivo terá livre escolha para
promoção. (Acrescido pelo art. 4º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de 1975.)

Art. 56. O merecimento do funcionário será apurado em pontos positivos e negativos,


determinados em razão da natureza do cargo, segundo o preenchimento respectivamente, das
condições essenciais e complementares.

§ 1º Constituem condições essenciais a qualidade e quantidade de trabalho, a auto


suficiência, a iniciativa, o tirocínio, a colaboração, a ética profissional, o conhecimento do
trabalho, o aperfeiçoamento funcional e a compreensão dos deveres.

§ 2º As condições complementares se referem aos aspectos negativos do merecimento


funcional e se constituem da falta de assiduidade, da impontualidade horária e da indisciplina.

Art. 57. O índice de merecimento do funcionário, em cada semestre, será representado


pela soma algébrica dos pontos positivos referentes às condições essenciais, e dos pontos
negativos, relativos às condições complementares.

Art. 58. Nos casos de afastamento do exercício do cargo efetivo, inclusive em virtude de
licença, ou para o exercício de cargo em comissão fora do âmbito da administração direta ou
indireta do Poder Executivo, o índice de merecimento do funcionário será calculado de acordo
com as seguintes normas:

I - quando o afastamento perdurar, durante o semestre, por um período igual ou inferior


a quarenta e cinco dias, será feita normalmente a apuração do merecimento mediante a
expedição do respectivo boletim;

II - quando o afastamento perdurar, durante o semestre, por um período superior a


quarenta e cinco dias, o índice de merecimento será igual ao obtido no último semestre de
exercício nos casos de afastamento considerado de efetivo exercício ou correspondente a dois
terços do obtido no último semestre de exercício nos demais casos.

Art. 59. Não poderá ser promovido por merecimento:

I - o funcionário em exercício de mandato eletivo federal, estadual ou municipal;

II - O funcionário que, para tratar de interesse particular, esteja licenciado na época da


promoção ou tenha estado nos dois semestres anteriores;
III - a funcionária que esteja na época da promoção, ou tenha estado nos dois semestres
anteriores, licenciada para acompanhar o marido, funcionário civil ou militar, mandado servir
em outro ponto do território nacional ou estrangeiro;

IV - o funcionário que esteja na época da promoção, ou tenha sido nos dois semestres
anteriores, posto à disposição de qualquer entidade, salvo para exercer cargo de Chefia na
administração direta ou indireta do Estado;

V - o funcionário que esteja na época da promoção, ou tenha sido nos dois semestres
anteriores afastado do exercício do cargo, para participação em congresso ou curso de
especialização, salvo os relacionados com as atribuições do cargo que ocupa, comprovada a
freqüência ou aproveitamento;

VI - o funcionário que esteja na época da promoção, ou do cargo para a realização de


pesquisa científica ou conferência tenha sido nos dois semestres anteriores, afastado do
exercício do cargo para a realização de pesquisa científica ou conferência cultural, salvo as
relacionadas com as atribuições do cargo que ocupa, mediante a apresentação dos resultados
dos respectivos trabalhos;

VII - o funcionário que não obtiver, como grau de merecimento, pelo menos a metade
do máximo atribuível;

VIII - o funcionário que esteja na época da promoção, ou tenha sido nos dois semestres
anteriores, afastado do cargo para exercer, como contratado, função técnica ou especializada,
nos termos do art. 177 deste Estatuto.

Art. 60. O merecimento é adquirido na classe: promovido o funcionário começará a


adquirir merecimento, a contar do ingresso na nova classe.

Art. 61. A promoção por antigüidade será atribuída ao funcionário que tiver maior
tempo de efetivo exercício na classe.

§ 1º A antigüidade será determinada pelo tempo líquido de exercício do funcionário na


classe a que pertence.

§ 2º No caso de fusão de classe, o funcionário contará na nova classe a antigüidade já


adquirida à data da fusão.

§ 3º O disposto no parágrafo anterior é aplicável aos casos de reclassificação de cargo


de uma série de classes em outra, ou de cargo de classe única em série de classes.

§ 4º No caso de elevação de nível ou padrão de uma série de classes com a fusão de


classes sucessivas a antigüidade do funcionário, na classe resultante da fusão, será contada do
seguinte modo:

I - o funcionário da classe inicial contará a antigüidade que tiver nessa classe, à data da
fusão;

II - o funcionário de classe superior à inicial contará a soma das seguintes parcelas:


a) a antigüidade na classe a que tenha pertencido;

b) a antigüidade que tenha tido nas classes inferiores, da série de classes, nas datas em
que houver sido promovido.

§ 5º quando houver empate na classificação por antiguidade na classe, terá preferência,


sucessivamente: (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de 1975.)

I - O funcionário de maior tempo de serviço público prestado ao Estado e respectivas


autarquias. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de 1975.)

II - O que houver exercido substituição não remunerada prevista na presente Lei.


(Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de 1975.)

III - O de maior tempo de serviço público. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº
7.048, de 24 de dezembro de 1975.)

IV - O de maior prole. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro


de 1975.)

V - O mais idoso. (Acrescido pelo art. 3º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de 1975.)

§ 6º Quando se tratar de classe inicial, o primeiro desempate será feito pela


classificação, expressa na nota final obtida no respectivo concurso.

Art. 62. A antigüidade na classe será contada:

I - nos casos de nomeação, reversão ou aproveitamento, a partir da data em que o


funcionário entrar no exercício do cargo;

II - no caso de promoção, a partir de sua vigência;

III - no caso de transferência, considerando-se o período de exercício que o funcionário


possuía na classe, ao ser transferido.

(Vide o art. 12 da Lei nº 8.918, de 14 de dezembro de 1981. Art. 12. O disposto no inciso III, do artigo
62, da Lei nº 6.123, de 20 de julho de 1968, renumerada por força da Lei nº 6.472, de 27 de dezembro de 1972, somente se
aplica na hipótese de o funcionário ser transferido para cargo de idêntico vencimento ao anteriormente ocupado. )

Art. 63. A prova de haver o funcionário prestado serviços eleitorais, na qualidade de


mesário ou membro de junta Apuradora será considerada para efeito de desempate nos casos
de promoção depois de observados os critérios fixados neste capítulo. Persistindo o empate,
terá preferência o funcionário que tenha servido maior número de vezes.

Art. 64. Não se contará tempo de serviço concorrente ou simultaneamente prestado, em


dois ou mais cargos ou funções.

Art. 65. Enquanto durar o mandato federal, estadual ou municipal, o funcionário só


poderá ser promovido por antigüidade salvo o disposto no § 2º do Art. 173, da Constituição
de Pernambuco.
CAPÍTULO IV
DA REINTEGRAÇÃO

Art. 66. Reintegração é o ato pelo qual o funcionário demitido ou exonerado


ilegalmente, reingressa no serviço público com o ressarcimento das vantagens ligadas ao
cargo.

§ 1º A reintegração decorrerá de decisão administrativa ou judiciária.

§ 2º A decisão administrativa de reintegração só poderá ser proferida em pedido de


reconsideração, recurso ou revisão de processo.

Art. 67. A reintegração será feita, no cargo anteriormente ocupado: se este houver sido
transformado, do cargo resultante da transformação; e, se extinto, em cargo equivalente,
atendidos especialmente a habilitação profissional do funcionário e o vencimento do cargo.

Parágrafo único. Não sendo possível a reintegração pela forma prevista neste artigo, o
funcionário será posto em disponibilidade no cargo que exercia.

Art. 68. No caso de reintegração do funcionário, quem lhe houver ocupado o cargo será
exonerado ou reconduzido ao cargo anterior, sem direito a indenização, ou ainda, se estável,
posto em disponibilidade, se o cargo anterior houver sido extinto.

Parágrafo único. O funcionário reintegrado será submetido a inspeção médica e


aposentado, se julgado incapaz.

CAPÍTULO V
DO APROVEITAMENTO

Art. 69. Aproveitamento é o retorno à atividade do funcionário em disponibilidade, em


cargo igual ou equivalente, pela sua natureza e vencimento, ao anteriormente ocupado.

Art. 70. O aproveitamento far-se-á obrigatoriamente na primeira oportunidade que se


oferecer.

Art. 71. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade do


funcionário que, aproveitado não tomar posse no prazo legal, salvo no caso de invalidez, em
que o funcionário será aposentado.

Parágrafo único. A cassação da disponibilidade na hipótese deste artigo, será precedida


de inquérito administrativo.

Art. 72. Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá preferência o de maior
tempo de disponibilidade e no caso de empate o de maior tempo de serviço público.

CAPÍTULO VI
DA REVERSÃO
Art. 73. Reversão é o reingresso no serviço público do servidor aposentado, quando
insubsistentes os motivos da aposentadoria ou por interesse e requisição da Administração,
respeitada a opção do servidor. (Redação alterada pelo art. 4º da Lei Complementar nº 16, de
8 de janeiro de 1996.)

§ 1º A reversão, quando por interesse da Administração, por motivo de necessidades e


conveniências de natureza financeira, ocorrerá através de ato de designação, cabendo ao
servidor, pelos encargos do exercício ativo, a percepção de adicional de remuneração no valor
de cinqüenta por cento dos proventos integrais referentes a retribuição normal do cargo em
que se aposentou, acrescida do adicional por tempo de serviço. (Acrescido pelo art. 4º da Lei
Complementar nº 16, de 8 de janeiro de 1996.)

§ 2º O tempo de designação do servidor revertido será considerado para fins de cálculo


do adicional por tempo de serviço a ser futuramente incorporado aos proventos. (Acrescido
pelo art. 4º da Lei Complementar nº 16, de 8 de janeiro de 1996.)

§ 3º E vedada a designação de servidor revertido para o exercício de cargo em


comissão. (Acrescido pelo art. 4º da Lei Complementar nº 16, de 8 de janeiro de 1996.)

Art. 74. A reversão far-se-á no mesmo cargo, ou se extinto, em cargo equivalente,


respeitada a habilitação profissional e considerada a existência de vaga. (Redação alterada
pelo art. 4º da Lei Complementar nº 16, de 8 de janeiro de 1996.)

Parágrafo único. A reversão terá prioridade sobre novas nomeações. (Redação alterada
pelo art. 4º da Lei Complementar nº 16, de 8 de janeiro de 1996.)

Art. 75. Determinada a reversão, será cassada, mediante processo regular, a


aposentadoria do funcionário que não tomar posse no prazo legal.

CAPÍTULO VII
DA TRANSFERÊNCIA

Art. 76. A transferência será feita no caso de readaptação do funcionário para cargo
mais compatível com a sua capacidade física ou intelectual, atendida a conveniência do
serviço. (Redação alterada pelo art. 6º da Lei nº 6.655, de 31 de dezembro de 1973.)

Parágrafo único. A transferência de que cogita este artigo, será, necessariamente,


precedida de avaliação de desempenho funcional, treinamento ou prova de capacidade
intelectual, na forma estabelecida em regulamento, satisfeito o requisito de habilitação
profissional. (Redação alterada pelo art. 6º da Lei nº 6.655, de 31 de dezembro de 1973.)

Art. 77. Em nenhuma hipótese a readaptação poderá se processar para cargo


intermediário ou final de série, dependendo de requerimento do interessado quando se tratar
de cargo de série de classes para cargos de classe única. (Redação alterada pelo art. 6º da Lei
nº 6.655, de 31 de dezembro de 1973.)

CAPÍTULO VIII
DA SUBSTITUIÇÃO
Art. 78. Haverá substituição no caso de impedimento legal ou afastamento eventual do
titular de cargo, em comissão, de direção ou chefia e do servidor designado para exercer
função gratificada.

Art. 79. A substituição será automática quando prevista em lei ou regulamento, ou


dependerá de ato da Administração.

Art. 80. Nas substituições serão obedecidas as seguintes normas:

I - no caso de cargo em comissão de direção ou chefia, a autoridade competente


designará substituto para "responder pelo expediente" da repartição, sem que tal designação
resulte qualquer vantagem financeira para o substituto.

II - no caso de função gratificada, o substituto perceberá o vencimento do seu cargo,


cumulativamente com a gratificação respectiva, quando a substituição for por período
superior a trinta dias.

Parágrafo único. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 2º da Lei nº 7.048, de 24 de


dezembro de 1975.)

TÍTULO III
DA VACÂNCIA

Art. 81. A vacância do cargo dependerá de:

I - exoneração;

II - demissão;

III - promoção;

IV - transferência;

V - aposentadoria;

VI - falecimento;

VII - posse em outro cargo, ressalvadas as exceções legais.

Art. 82. Dar-se-á a exoneração:

I - a pedido;

II - de ofício

a) de cargo em comissão;

b) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório.


c) quando, caracterizado o abandono de cargo e prescrita a pretensão punitiva, o
servidor, embora instado, não retornar ao serviço. (Acrescida pelo art. 1° da Lei
Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015.)

(Regulamentada pelo Decreto n° 43.076, de 26 de maio de 2016.)

(Vide o art. 1º da Lei Complementar nº 467, de 20 de dezembro de 2021 - a administração


pública estadual fica autorizada a proceder a exoneração de ofício de servidor público.)

Parágrafo único. Se antes do ato exoneratório, o servidor efetivo ou titular


exclusivamente de cargo comissionado, houver praticado infração passível de demissão, ainda
que apurada somente após o desligamento, a exoneração será convertida na penalidade de
demissão, observados o contraditório e a ampla defesa. (Acrescido pelo art. 1° da Lei
Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015.)

Art. 83. No caso de função gratificada, dar-se-á a vacância por dispensa, a pedido, ou de
ofício.

Art. 84. Ocorre a vaga na data:

I - do falecimento do titular do cargo;

II - da publicação do ato que transferir, após a posse, promover, aposentar, exonerar ou


demitir o ocupante do cargo;

III - da posse ou, se esta for dispensada, do início do exercício em outro cargo;

IV - da vigência da lei que criar o cargo e conceder dotação para seu provimento ou em
que for determinada, apenas, esta última medida, se o cargo estiver criado;

V - da comunicação pela autoridade competente, no caso de falecimento do funcionário


em qualquer ato de guerra ou agressão à soberania nacional;

VI - da republicação do ato do Presidente da República que decretar a perda dos direitos


políticos, nas hipóteses definidas na Constituição do Brasil;

VII - em que se tornar executável a sentença que declarar nulo o provimento e da que
impuser ou acarretar a pena acessória de perda do cargo.

TÍTULO IV
DOS DIREITOS E VANTAGENS

CAPÍTULO I
DA DURAÇÃO DO TRABALHO

Art. 85. A duração normal do trabalho será de seis horas por dia ou trinta horas por
semana, podendo, extraordinariamente, ser prorrogada ou antecipada, na forma que dispuser o
regulamento.
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo o trabalho executado por
funcionário em serviço externo que, pela própria natureza, não pode ser aferido por unidade
de tempo.

Art. 86. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, a duração normal do
trabalho noturno será de seis horas por dia, podendo, extraordinariamente, ser prorrogada ou
antecipada, na forma que dispuser o regulamento.

Parágrafo único. Considera-se noturno o trabalho executado entre as vinte e duas horas
de um dia e as cinco horas do dia seguinte.

Art. 87. A duração normal do trabalho do funcionário que ocupar cargo do Serviço
Técnico Científico será de quatro horas por dia, ou vinte horas semanais, podendo
excepcionalmente ser aumentada mediante antecipação ou prorrogação do expediente pela
autoridade competente.

Art. 88. Nos serviços que exijam trabalho aos domingos e feriados, será estabelecida
escala mensal de revezamento.

Art. 89. Poderão ser estabelecidos os regimes de tempo complementar e integral com
dedicação exclusiva, no interesse do serviço e a juízo da administração.

CAPÍTULO II
DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 90. A apuração do tempo de serviço será feita em dias.

Parágrafo único. O número de dias será convertido em anos, considerado o ano de


trezentos e sessenta e cinco dias.

Art. 91. Será considerado de efetivo exercício o afastamento decorrente de:

I - férias;

II - casamento;

III - luto;

IV - exercício de outro cargo, função de Governo, ou direção nos serviços da


administração direta ou indireta do Estado;

V - exercício em cargo ou função de direção, chefia ou assessoramento, quando posto à


disposição de entidades da administração direta ou indireta, da União, dos Estados e
Municípios;

VI - convocação para o serviço militar;

VII - júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VIII - licença-prêmio;
IX - licença à funcionária gestante e ao funcionário acidentado em serviço ou atacado
de doença profissional;

X - licença, até o limite de dois anos, ao funcionário acometido de moléstia consignada


no parágrafo único do artigo 97, ou de outras indicadas em lei;

XI - missão oficial no país ou no estrangeiro, com ônus para o Estado, mediante ato de
autorização do Governador;

XII - participação em congressos ou cursos de especialização, realização de pesquisas


científicas, estágios ou conferências culturais, com a autorização do Governador e a
competente prova de freqüência e aproveitamento;

XIII - desempenho de comissões ou funções previstas em lei ou regulamento;

XIV - trânsito, na forma prevista nos regulamentos;

XV - desempenho de função eletiva da União, dos Estados e dos Municípios;

XVI - expressa determinação legal, em outros casos.

§ 1º Para os efeitos deste Estatuto, entende-se por acidente no trabalho o evento que
cause dano físico ou mental ao funcionário por efeito ou na ocasião do serviço.

§ 2º Equipara-se ao acidente no trabalho a agressão quando não provocada, sofrida pelo


funcionário no serviço ou em razão dele.

§ 3º Por doença profissional, para os efeitos deste Estatuto, entende-se aquela peculiar
ou inerente ao trabalho exercido, comprovada em qualquer hipótese a relação de causa e
efeito.

§ 4º Nos casos previstos nos §§ 1°, 2º, 3º deste artigo, o laudo resultante da inspeção
médica deverá estabelecer rigorosamente a caracterização do acidente no trabalho e da doença
profissional.

Art. 92. Para efeito de aposentadoria e disponibilidade, será computado:

I - o tempo de serviço público federal, estadual ou municipal, inclusive o de


desempenho de mandato eletivo anterior à investidura;

II - o período de serviço ativo, nas Forças Armadas, prestado durante a paz, computado
pelo dobro o tempo em operação de guerra;

III - o tempo de serviço prestado em autarquia federal, estadual ou municipal;

IV - o período de trabalho prestado a instituição de caráter privado que tiver sido


transformada em órgão da administração direta ou em autarquia;

V - o tempo de duração da licença prêmio não gozada contado em dobro;


VI - o tempo de duração de licença para tratamento de saúde;

VII - o tempo de licença a funcionária casada para acompanhar o marido até o máximo
de dois anos;

VIII - o tempo em que o funcionário esteve em disponibilidade ou aposentado, desde


que ocorra o aproveitamento ou a reversão, respectivamente.

Art. 93. É vedada a contagem de tempo de serviço prestado concorrentemente em


cargos ou funções diversas da União, dos Estados, do Distrito Federal, Territórios,
Municípios, autarquias e instituições privadas que hajam sido convertidas em órgãos de
administração direta ou em autarquia.

Parágrafo único. O tempo de serviço anterior ao período concorrente será contado:

I - exclusivamente para o cargo em que foi prestado, se o funcionário continuar a


exercê-lo em regime de acumulação;

II - para um só dos cargos exercidos concorrentemente, se houver sido prestado em


outro cargo.

Art. 94. O titular de cargo de provimento efetivo adquire estabilidade depois de dois
anos de efetivo exercício.

(Vide o § 1° do art. 98 da Constituição do Estado de Pernambuco, com redação dada pela


Emenda Constitucional n° 16, de 4 de junho de 1999. § 1º Serão estáveis após três anos de efetivo
exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público, desde que aprovados
em avaliação especial de desempenho, por comissão constituída para essa finalidade. )

§ 1º A estabilidade diz respeito ao serviço público e não ao cargo.

§ 2º O funcionário que houver adquirido estabilidade só poderá ser demitido, mediante


inquérito administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

CAPÍTULO III
DA DISPONIBILIDADE

Art. 95. O funcionário estável, no caso de extinção ou declaração da desnecessidade do


cargo pelo Poder Executivo, será posto em disponibilidade remunerada, com os proventos
proporcionais ao tempo de serviço.

§ 1º A extinção do cargo far-se-á, na administração direta, mediante lei, e na


administração indireta por ato do Poder Executivo.

§ 2º A declaração da desnecessidade do cargo far-se-á por ato do Poder Executivo.

§ 3º O valor do provento a ser auferido pelo funcionário em disponibilidade será


proporcional ao tempo de serviço, na razão de um trinta e cinco avos por ano de serviço, se do
sexo masculino, ou de um trinta avos, se do sexo feminino, acrescido da gratificação adicional
por tempo de serviço percebida à data da disponibilidade e do salário-família.

§ 4º Ao funcionário posto em disponibilidade, é vedado sob pena de cassação da


disponibilidade, exercer, qualquer cargo, função ou emprego, ou prestar serviço retribuído,
mediante recibo, em órgão ou entidade da administração direta ou indireta da União, dos
Estados, ou dos Municípios, ressalvadas as hipóteses de acumulação legal, ou expressa
determinação em lei.

§ 5º O funcionário em disponibilidade poderá ser aposentado, na forma prevista neste


Estatuto.

CAPÍTULO IV
DA APOSENTADORIA

Art. 96. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de
janeiro de 2000.)

I - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

II - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

III - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

a) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro


de 2000.)

b) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro


de 2000.)

c) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro


de 2000.)

§ 1º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

§ 2º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

§ 3º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

§ 4º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

§ 5º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)
§ 6º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de
janeiro de 2000.)

Art. 97. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de
janeiro de 2000.)

I - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

a) (REVOGADA) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro


de 2000.)

b) (REVOGADA) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

c) (REVOGADA) (Revogada pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de janeiro


de 2000.)

II - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

Parágrafo único. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28,
de 14 de janeiro de 2000.)

Art. 98. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 Lei Complementar nº 28, de 14 de
janeiro de 2000.)

Art. 99. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de
janeiro de 2000.)

§ 1º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

I - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

II - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

§ 2º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

§ 3º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

§ 4º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)
§ 5º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de
janeiro de 2000.)

Art. 100. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de
janeiro de 2000.)

Art. 101. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de
janeiro de 2000.)

Parágrafo único. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28,
de 14 de janeiro de 2000.)

Art. 102. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de
janeiro de 2000.)

CAPÍTULO V
DAS FÉRIAS

(Vide o art. 11 da Lei nº 6.933, de 29 de agosto de 1975. Art. 11. O período de férias que, por necessidade
do serviço, o funcionário tenha deixado de gozar será contado em dobro para efeito de aposentadoria e disponibilidade. )

Art. 103. O funcionário gozará de trinta dias consecutivos de férias por ano, de acordo
com a escala organizada pela autoridade competente, devendo constar o ano a que
correspondam.

§ 1º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao trabalho.

§ 2º Somente e depois do primeiro ano de exercício o funcionário adquirirá direito a


férias.

§ 3º A escala de férias poderá ser alterada, de acordo com as necessidades do serviço.

§ 4º É vedado o fracionamento do período de férias, salvo por necessidade do serviço.

Art. 104. As férias dos membros do magistério corresponderão às férias escolares,


obedecidas as restrições legais e regulamentares.

Art. 105. É proibida a acumulação de férias, salvo imperiosa necessidade do serviço até
o máximo de dois períodos, justificada em cada caso.

Parágrafo único. Haverá presunção de necessidade do serviço, quando o funcionário


deixar de gozar as férias e não houver sido comunicado o fato pelo chefe imediato ao órgão
competente de pessoal.

Art. 106. Ao entrar em férias, o funcionário comunicará ao chefe imediato o seu


endereço eventual.

Art. 107. Por motivo de promoção ou remoção, o funcionário em gozo de férias não
será obrigado a interrompê- las.
Art. 108. Durante as férias, o funcionário terá direito a todas as vantagens do seu cargo
e função.

Art. 108-A. O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, nos termos do art.
82, perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na
proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício, ou fração superior a 14
(quatorze) dias. (Acrescido pelo art. 20 da Lei Complementar nº 49, de 31 de janeiro de 2003,
com redação dada pelo art. 21 da Lei Complementar nº 78, de 18 de novembro de 2005.)

Parágrafo único. A indenização será calculada com base na remuneração do mês em


que for publicado o ato de exoneração. (Acrescido pelo art. 20 da Lei Complementar nº 49, de
31 de janeiro de 2003, com redação dada pelo art. 21 da Lei Complementar nº 78, de 18 de
novembro de 2005.)

CAPÍTULO VI
DAS LICENÇAS

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 109. Conceder-se-á licença:

I - como prêmio;

II - para tratamento de saúde;

III - por motivo de doença em pessoa da família;

IV - por motivo de gestação;

V - para serviço militar obrigatório;

VI - para trato de interesse particular;

VII - à funcionária casada para acompanhar o marido.

Art. 110. A licença concedida, dentro de sessenta dias contados do término da anterior,
será considerada como prorrogação.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, o pedido deverá ser apresentado antes de
findo o prazo da licença, e, se indeferido, contar-se-á como de licença o período
compreendido entre a data do seu término e do conhecimento oficial do despacho.

Art. 111. Ao entrar em gozo de licença, o funcionário comunicará ao chefe imediato, o


local onde poderá ser encontrado.

Seção II
Da Licença Prêmio
Art. 112. Serão concedidos ao funcionário, após cada decênio de serviço efetivo
prestado ao Estado, seis meses de licença-prêmio, com todos os direitos e vantagens do cargo
efetivo.

Parágrafo único. A pedido do funcionário, a licença-prêmio poderá ser gozada em


parcelas não inferiores a um mês.

Art. 113. Não será concedida licença-prêmio, se houver o funcionário, no decênio


correspondente:

I - Cometido falta disciplinar grave;

(Vide o art. 1º da Lei nº 9.954, de 11 de dezembro de 1986. Art. 1º Para efeito do disposto no item I do
Artigo 113, da Lei nº 6.123, de 20 de julho de 1968, somente será considerada falta grave a infração assim caracterizada em
Inquérito Administrativo regularmente processado.)

II - Faltado ao serviço, sem justificação, por mais de trinta dias;

III - Gozado licença;

a) por mais de cento e vinte dias, consecutivos ou não, por motivo de doença em pessoa
da família;

b) para trato de interesse particular;

c) por mais de noventa dias, consecutivos ou não, por motivo de afastamento do


cônjuge, funcionário civil ou militar, ou servidor da administração pública direta ou indireta.

Art. 114. Será assegurada a percepção da importância correspondente ao tempo de


duração da licença-prêmio deixada de gozar pelo funcionário, em caso de falecimento, ou
quando a contagem do aludido tempo não se torne necessária para efeito de aposentadoria.

(Vide o § 10 do art. 40 da CF, o § 9º do art. 131 da CE e o inciso III do § 7º do art. 131 da


CE.)

Parágrafo único. O valor da licença prêmio corresponderá a seis (6) meses do


vencimento atribuído ao funcionário no mês em que houver completado o respectivo decênio,
exceto o último, que será correspondente ao vencimento percebido pelo funcionário no mês
em que passar à inatividade ou falecer. (Redação alterada pelo art. 8º da Lei nº 6.933, de 29 de
agosto de 1975.)

Seção III
Da Licença Para Tratamento de Saúde

Art. 115. A licença para tratamento de saúde poderá ser concedida a pedido ou de
ofício.

§ 1º Para a concessão de licença prevista neste artigo, é indispensável inspeção médica,


que será realizada quando necessário, no local onde se encontrar o funcionário.
§ 2º A licença para tratamento de saúde deverá ser requerida no prazo de dez dias, a
contar da primeira falta ao serviço.

§ 3º Findo o prazo da licença, o funcionário deverá reassumir imediatamente o


exercício.

Art. 116. A inspeção será realizada por junta médica estadual.

Parágrafo único. No caso de licença até noventa dias, a inspeção poderá ser realizada
por um dos membros da junta médica estadual.

Art. 117. Nas localidades em que não houver junta médica, a inspeção poderá, a juízo
da Administração, ser realizada por médico da Secretaria de Saúde, e, na falta deste, com a
declaração do fato, por outro médico do serviço público.

Art. 118. Na licença requerida por funcionário que estiver em outro Estado, a inspeção
será realizada pelo órgão médico oficial, que remeterá o laudo respectivo à repartição
competente.

Art. 119. O funcionário não poderá permanecer em licença para tratamento de saúde por
período superior a vinte e quatro meses, exceto nos casos considerados recuperáveis, nos
quais, a critério da junta médica, a licença poderá ser prorrogada.

Art. 120. No processamento das licenças para tratamento de saúde, será observado o
devido sigilo sobre os laudos e atestados médicos.

Art. 121. Se o funcionário licenciado para tratamento de saúde vier a exercer atividade
remunerada, será a licença interrompida, com perda total do vencimento, até que reassuma o
exercício do cargo.

Parágrafo único. Os dias correspondentes à perda de vencimento, de que trata este


artigo, serão considerados como de licença, na forma do item VI do artigo 109.

Art. 122. Será sempre integral o vencimento do funcionário licenciado para tratamento
de saúde.

Art. 123. Julgado apto pela inspeção médica, o funcionário reassumirá imediatamente o
exercício, sob pena de se considerar como falta o período de ausência.

Art. 124. No caso de licença, poderá o funcionário requerer inspeção médica, caso se
julgue apto a reassumir o exercício.

Seção IV
Da Licença Por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 125. O funcionário poderá obter licença por motivo de doença na pessoa de
ascendente, descendente, colateral, consangüíneo ou afim, até o 2º grau, de cônjuge do qual
não seja legalmente separado ou de pessoa que viva às suas expensas e conste do seu
assentamento individual, desde que prove ser indispensável a sua assistência pessoal e esta
não possa ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo.
§ 1º A doença será comprovada em inspeção médica realizada com obediência ao
disposto neste Estatuto quanto à licença para tratamento de saúde.

§ 2º A licença de que trata este artigo não excederá vinte e quatro meses e será
concedida:

I - com vencimento integral, até três meses;

II - com metade do vencimento, até um ano;

III - sem vencimento, a partir do décimo terceiro ate o vigésimo quarto mês.

Seção V
Da Licença-Maternidade
(Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 91, de 21 de junho de 2007.)

(Vide art. 2º da Lei Complementar nº 91, de 21 de junho de 2007 - licença-paternidade. Art. 2º


Pelo nascimento ou adoção de filhos até 8 (oito) anos de idade, o servidor público da administração direta, autárquica e
fundacional, ocupante de cargo público, terá direito à licença-paternidade de 15 (quinze) dias consecutivos.)

Art. 126. A servidora gestante tem direito à licença-maternidade de 180 (cento e oitenta)
dias, com vencimento integral. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 91, de
21 de junho de 2007.)

§ 1º A licença-maternidade será deferida à gestante mediante avaliação médica oficial,


pelo órgão estadual competente, preferencialmente a partir do oitavo mês de gestação.
(Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 91, de 21 de junho de 2007.)

§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto. (Acrescido


pelo art. 1º da Lei Complementar nº 91, de 21 de junho de 2007.)

§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será


submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício. (Acrescido pelo art. 1º
da Lei Complementar nº 91, de 21 de junho de 2007.)

§ 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta)
dias de repouso remunerado. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 91, de 21 de
junho de 2007.)

§ 5º O prazo da licença-maternidade de que trata o caput não será computado, no caso


de necessidade médica de internamento do recém-nascido e/ou de sua mãe após o parto,
durante o período de internamento até a alta hospitalar do recém-nascido e/ou de sua mãe, o
que ocorrer por último, quando o período de internação for superior ao disposto no art. 139.
(Acrescido pelo art. 2º da Lei Complementar nº 471, de 22 de dezembro de 2021.)

§ 6º O disposto no § 5º, em relação à servidora gestante, também se aplica ao termo


inicial dos prazos descritos nos §§ 3º e 4º. (Acrescido pelo art. 2º da Lei Complementar nº
471, de 22 de dezembro de 2021.)
Art. 126-A. A servidora estadual que adotar ou obtiver a guarda judicial para fins de
adoção de criança ou de adolescente tem direito a licença-maternidade, com vencimento
integral, pelo período de 180 (cento e oitenta) dias. (Redação alterada pelo art. 3º da Lei
Complementar nº 471, de 22 de dezembro de 2021.)

I - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 471, de 22 de


dezembro de 2021.)

II - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 471, de 22 de


dezembro de 2021.)

III - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 6º da Lei Complementar nº 471, de 22 de


dezembro de 2021.)

§ 1º A licença-maternidade somente será deferida mediante a apresentação do termo


judicial de guarda à adotante ou guardiã. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 91,
de 21 de junho de 2007.)

§ 2º A licença-maternidade concedida à servidora nos termos deste artigo possui a


mesma natureza da licença concedida à gestante, produzindo os mesmos efeitos, inclusive
sendo considerado de efetivo exercício o afastamento, para os fins de apuração do tempo de
serviço. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 91, de 21 de junho de 2007.)

Seção VI
Da Licença Para o Serviço Militar Obrigatório

Art. 127. Ao funcionário convocado para o serviço militar e outros encargos da


segurança Nacional, será concedida licença com vencimento integral.

§ 1º A licença será concedida à vista de documento oficial que prove a incorporação.

§ 2º Do vencimento descontar-se-á a importância que o funcionário perceber na


qualidade de incorporado.

§ 3º É facultado ao funcionário incorporado optar pelo estipêndio como militar.

Art. 128. Ao funcionário desincorporado conceder-se-á o prazo não excedente de trinta


dias para reassumir o exercício, sem perda de vencimento.

Art. 129. Ao funcionário oficial, ou aspirante a oficial da reserva das Forças Armadas
será concedida licença com vencimento integral, durante os estágios não remunerados
previstos pelos regulamentos militares.

Parágrafo único. No caso de estágio remunerado, é facultada a opção pelo estipêndio,


como militar.

Seção VII
Da Licença Para Trato de Interesse Particular
Art. 130. Ao servidor ocupante de cargo efetivo e que não esteja em estágio probatório
poderá ser concedida, a critério da Administração, licença sem remuneração, para trato de
interesse particular, por prazo não superior a quatro anos. (Redação alterada pelo art. 1° da
Lei Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015.)

§ 1° O requerente deverá aguardar em exercício a concessão da licença, podendo esta


ser negada quando não convier ao interesse público. (Acrescido pelo art. 1° da Lei
Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015.)

§ 2° Se não houver prejuízo ao serviço, a licença de que trata o caput poderá ser
sucessivamente prorrogada, com periodicidade não superior a dois anos, observado, em
qualquer caso, o interesse da Administração. (Acrescido pelo art. 1° da Lei Complementar n°
316, de 18 de dezembro de 2015.)

Art. 131. Não será concedida licença para trato de interesse particular a funcionário
removido, antes de assumir o exercício.

Art. 132. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou
no interesse do serviço. (Redação alterada pelo art. 1° da Lei Complementar n° 316, de 18 de
dezembro de 2015.)

Seção VIII
Da Licença à Funcionária Casada para Acompanhar o Marido

Art. 133. A funcionária casada terá direito a licença sem vencimento para acompanhar o
marido, funcionário civil ou militar ou servidor da administração direta ou indireta do Poder
Público, mandado servir de oficio fora do País, em outro ponto do território nacional ou do
Estado.

§ 1º A concessão da licença dependerá de requerimento devidamente instruído e terá a


mesma duração da comissão ou nova função do marido.

§ 2º A persistência dos motivos determinantes da licença deverá ser obrigatoriamente


comprovada a cada dois anos, a partir da concessão.

§ 3º A inobservância do disposto no parágrafo anterior acarretará o cancelamento


automático da licença.

Art. 134. Licença idêntica à de que trata o artigo anterior será assegurada a qualquer dos
cônjuges quando o outro aceitar mandato eletivo fora do Estado.

CAPÍTULO VII
DO VENCIMENTO

Art. 135. Vencimento é a retribuição pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao


valor fixado em lei para o símbolo, padrão ou nível do respectivo cargo.

§ 1º O cálculo de qualquer percentual ou equivalente ao vencimento, será feito sempre


sobre o valor fixado em Lei para o símbolo, padrão ou nível do respectivo cargo acrescido da
gratificação adicional por tempo de serviço. (Redação alterada pelo art. 12 da Lei n° 6.732, de
14 de agosto de 1974, retroagindo os efeitos financeiros a 1° de julho de 1974.)

§ 2º Somente perceberá vencimento o funcionário legalmente nomeado e investido em


cargo público, não gerando direito a qualquer provimento ou investidura realizados em
desacordo com a legislação vigente.

Art. 136. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 1° do Decreto-Lei n° 235, de 25 de março


de 1970.)

I (REVOGADO) (Revogado pelo art. 1° do Decreto-Lei n° 235, de 25 de março de


1970.)
II (REVOGADO) (Revogado pelo art. 1° do Decreto-Lei n° 235, de 25 de março de
1970.)

III (REVOGADO) (Revogado pelo art. 1° do Decreto-Lei n° 235, de 25 de março de


1970.)

Art. 137. O funcionário perderá: (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº
55, de 30 de dezembro de 2003.)

I - a remuneração do dia, quando não comparecer ao serviço, salvo motivo legal ou


moléstia comprovada; (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 55, de 30 de
dezembro de 2003.)

II - o vencimento-base do dia, salvo motivo legal ou moléstia comprovada, quando:


(Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 55, de 30 de dezembro de 2003.)

a) comparecer ao serviço com atraso de mais de 01 (uma) hora;

b) retirar-se do serviço com antecedência de mais de 01 (uma) hora, antes de findo o


expediente de trabalho;

II - um terço do vencimento-base do dia, quando comparecer ao serviço com atraso


máximo de 01 (uma) hora, bem como quando se retirar do serviço com antecedência de até 01
(uma) hora, antes de findo o expediente de trabalho; (Redação alterada pelo art. 1º da Lei
Complementar nº 55, de 30 de dezembro de 2003.)

(Observação: A Lei Complementar nº 55/2003, por engano, apresentou dois incisos II para
este artigo, prejudicando a numeração deste inciso e a dos seguintes.)

III - um terço do vencimento-base, durante o afastamento por motivo de prisão civil,


prisão preventiva, denúncia por crime comum ou denúncia por crime funcional ou, ainda,
condenação por crime inafiançável em processo no qual não haja pronúncia, com direito a
diferença, se absolvido; (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 55, de 30 de
dezembro de 2003.)

IV - dois terços do vencimento-base, durante o afastamento decorrente de condenação


por sentença definitiva a pena que não determine ou acarrete a perda do cargo. (Acrescido pelo
art. 1º da Lei Complementar nº 55, de 30 de dezembro de 2003.)
Art. 138. Nenhum funcionário poderá perceber vencimento inferior ao maior salário
mínimo vigente em Pernambuco.

Art. 139. Poderão ser abonadas até 03 (três) faltas durante o mês, por motivo de doença
comprovada, mediante atestado de médico ou dentista, ou em decorrência de circunstância
excepcional, a critério da chefia. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 55, de
30 de dezembro de 2003.)

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, o funcionário deverá apresentar o atestado
ao chefe imediato, no prazo de 10 (dez) dias, a contar da primeira falta ao serviço. (Redação
alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 55, de 30 de dezembro de 2003.)

Art. 140. As reposições e indenizações ao erário serão descontadas em parcelas mensais


correspondentes a dez por cento (10%) da remuneração, provento ou pensão. (Redação alterada
pelo art. 1º da Lei Complementar nº 47, de 23 de janeiro de 2003.)

§ 1º Ocorrendo o pagamento indevido no mês anterior ao do processamento da folha, a


reposição será feita de imediato, em uma única parcela. (Acrescido pelo art. 1º da Lei
Complementar nº 47, de 23 de janeiro de 2003.)

§ 2º O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou tiver sua
aposentadoria cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Acrescido pelo art. 1º
da Lei Complementar nº 47, de 23 de janeiro de 2003.)

§ 3º A falta de quitação do débito no prazo anotado implicará na sua inscrição na divida


ativa. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 47, de 23 de janeiro de 2003.)

§ 4º Os débitos resultantes de cumprimento a decisão judicial que venha a ser suspensa


ou modificada, com transito em julgado, serão atualizados até a data da reposição. (Acrescido
pelo art. 1º da Lei Complementar nº 47, de 23 de janeiro de 2003.)

Art. 141. O desconto realizado por motivo de não comparecimento ao serviço ou para
reposição e indenização à Fazenda Estadual, incidirá sobre o vencimento e as gratificações
percebidas pelo funcionário.

Art. 142. A lei não admitirá vinculação ou equiparação de qualquer natureza, para efeito
de vencimento do pessoal do serviço público.

CAPÍTULO VIII
DAS VANTAGENS

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 143. Além do vencimento, poderão ser conferidas ao funcionário as seguintes


vantagens:

I - ajuda de custo;
II - diárias;

III - auxílio para diferença de caixa;

IV - salário-família;

V - gratificações.

Seção II
Da Ajuda de Custo

Art. 144. Será concedida a ajuda de custo ao funcionário que for designado, de oficio,
para servir em nova sede.

§ 1º Destinam-se a ajuda de custo ao ressarcimento das despesas de viagem e de nova


instalação, relativas ao funcionário e não poderá exceder de um mês de vencimento.

§ 2º A ajuda de custo será paga adiantadamente ao funcionário, ou, se este preferir, na


nova sede.

Art. 145. O funcionário obrigado a permanecer fora da sede por mais de trinta dias, em
objeto de serviço, perceberá a ajuda de custo de um mês de vencimento, sem prejuízo das
diárias a que fizer jus.

Art. 146. O funcionário restituirá a ajuda de custo:

I - quando não se transportar para a nova sede no prazo determinado;

II - quando, antes de realizar a incumbência que lhe foi atribuída, regressar, abandonar o
serviço ou pedir exoneração.

§ 1º A obrigação de restituir é de responsabilidade pessoal e deverá ser cumprida dentro


do prazo de trinta dias.

§ 2º Não haverá obrigação de restituir, se o regresso do funcionário decorrer de


determinação de autoridade competente, de doença comprovada ou de exoneração a pedido
após noventa dias de exercício na nova sede.

Art. 147. Será calculada a ajuda de custo:

I - sobre o vencimento do cargo;

II - sobre o vencimento do cargo em comissão que passar a exercer na nova sede;

III - sobre o vencimento do cargo efetivo, acrescido da gratificação, quando se tratar de


função assim retribuída.

Seção III
Das Diárias
Art. 148. Ao funcionário que se deslocar de sua sede em objeto de serviço ou missão
oficial, serão concedidas diárias correspondentes ao período de ausência, a título de
compensação das despesas de alimentação e pousada.

Parágrafo único. As importâncias correspondentes às diárias serão fornecidas


antecipadamente ao respectivo funcionário.

Art. 149. No arbitramento das diárias, serão considerados o local, a natureza e as


condições de serviço.

Art. 150. O funcionário que se deslocar de sua sede, em objeto do serviço ou missão
oficial, fará jus, além das diárias, ao pagamento das despesas correspondentes ao transporte,
na forma determinada em regulamento.

Seção IV
Do Auxílio Para Diferença de Caixa

Art. 151. Ao funcionário que, no desempenho de suas atribuições, pagar ou receber em


moeda corrente, será concedido auxílio financeiro mensal, até vinte por cento do valor do
respectivo símbolo, nível, ou padrão de vencimento, para compensar a diferença de caixa.
(Auxílio para Diferença de Caixa extinto pelo inciso I do art. 19 da Lei nº 8.131, de 28 de
maio de 1980.)

Seção V
Do Salário-Família

Art. 152. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

I - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

II - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

III - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

IV - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

V - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

VI - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

§ 1º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)
§ 2º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de
dezembro de 2001.)

§ 3º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

§ 4º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

§ 5º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

Art. 153. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

Art. 154. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

Parágrafo único. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de


26 de dezembro de 2001.)

Art. 155. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

Art. 156. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

Art. 157. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

Art. 158. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

Art. 159. O salário-família será devido a partir da data do início do exercício do


funcionário que ingresse no serviço público, com relação aos dependentes então existentes.

Art. 159. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

§ 1º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

§ 2º (REVOGADO) (Revogado pelo art. 17 da Lei Complementar nº 41, de 26 de


dezembro de 2001.)

(Vide os arts. 3º ao 10 da Lei Complementar nº 41, de 26 de dezembro de 2001.)

Seção VI
Das Gratificações
Art. 160. Será concedida gratificação:

I - de função;

II - pela prestação de serviço extraordinário;

III - pela representação de Gabinete;

IV - pelo exercício em determinadas zonas ou locais;

V - pela execução de trabalhos de natureza especial, com risco de vida ou de saúde;

VI - pela realização de trabalho relevante, técnico ou científico;

VII - pela participação em órgão de deliberação coletiva;

VIII - adicional por tempo de serviço;

IX - pela participação, como auxiliar ou membro de comissão examinadora de


concurso;

(Vide o art. 5º da Lei nº 7.907, de 6 de julho de 1979, revogado pelo art. 20 da Lei nº 11.216,
de 20 de junho de 1995. Art. 5º Ficam extintas as gratificações de tempo complementar e de tempo integral.
Parágrafo único. As atuais gratificações de que trata este artigo, recebidas pelos ocupantes de cargos efetivos e em
comissão, inclusive do Grupo Ocupacional Tesouraria, ficam transformadas em gratificação especial e majoradas, em seus
valores, no mesmo percentual de aumento do vencimento do cargo exercido pelo funcionário. – gratificação extinta pelo
inciso II do art. 19 da Lei nº 8.121, de 28 de maio de 1980. Art. 19. Ficam extintas as seguintes vantagens: (...) II-
Gratificação Especial instituída pelo Parágrafo único do Art. 5º da Lei nº 7.907, de 6 de julho de 1979. )

X - pela prestação de serviço em regime de tempo complementar/ou integral com


dedicação exclusiva. (Redação alterada pelo art. 20 da Lei nº 11.216, de 20 de junho de 1995.)

XI - de produtividade;

XII - pela participação em comissão ou grupo de trabalho;

XIII - por serviço ou estudo fora do país;

XIV - pela participação em grupo especial de assessoramento técnico;

XV - pelo exercício do magistério inclusive em cursos especiais de treinamento de


funcionários;

XVI - por outros encargos previstos em lei ou regulamento.

Art. 161. Exceto nos casos expressamente previstos em Lei, o afastamento eventual ou
temporário do exercício do seu cargo, a lotação ou designação do funcionário para servir em
outro órgão, acarreta o cancelamento automático das gratificações atribuídas ao mesmo e não
incorporadas ao vencimento.
Art. 162 Gratificação de Função é a que corresponde a encargos de gerência, chefia ou
supervisão de órgãos e outros definitivos em regulamento, não podendo ser atribuída a
ocupante de cargo em comissão. (Redação alterada pelo art. 13 da Lei nº 10.311, de 7 de
agosto de 1989.)

Parágrafo único. A ausência por motivo de férias, luto, casamento, doença comprovada,
licença-prêmio, licença para tratamento de saúde, licença à gestante, licença por motivo de
doença em pessoa da família ou serviço obrigatório por lei não acarretará perda da
gratificação de função.

Art. 163. O exercício de cargo em comissão exclui a gratificação pela prestação de


serviço extraordinário. (Redação alterada pelo art. 8º da Lei nº 6.933, de 29 de agosto de
1975.)

Art. 164. A gratificação pela prestação de serviço extraordinário corresponderá a 50%


(cinqüenta por cento) a mais do valor da hora normal. (Redação alterada pelo art. 13 da Lei nº
10.311, de 7 de agosto de 1989.)

§ 1º Os valores pagos a título de gratificação pela prestação de serviço extraordinário


não poderão exceder, no mês, a mais de 40 (quarenta) horas extras de trabalho. (Acrescido
pelo art. 13 da Lei nº 10.311, de 7 de agosto de 1989.)

§ 2º O Poder Executivo regulamentará a forma e os procedimentos para concessão e


pagamento da gratificação pela prestação de serviço extraordinário. (Acrescido pelo art. 13 da
Lei nº 10.311, de 7 de agosto de 1989.)

§ 3º A gratificação de que trata este artigo será incorporada aos proventos quando o
servidor, ao aposentar-se, a venha percebendo há mais de 12 (doze) meses, ininterruptamente.
(Acrescido pelo art. 13 da Lei nº 10.311, de 7 de agosto de 1989.) (Prejudicado pela nova
redação do § 4º dada pelo art. 1º da Lei nº 10.321, de 6 de setembro de 1989.)

§ 4º A gratificação de que trata este artigo será incorporada aos proventos quando o
servidor, ao aposentar-se, a venha percebendo há 01 (um) ano, ininterruptamente, ou 05
(cinco) anos, com interrupção. (Acrescido pelo art. 1º da Lei nº 10.321, de 6 de setembro de
1989.)

(Vide o art. 22 da Lei nº 11.216, de 20 de junho de 1995, que vedou a incorporação. Art. 22. É
vedada a incorporação aos vencimentos dos servidores públicos estaduais, por ocasião da aposentadoria dos valores
adicionais e gratificações atribuídos e pagos, a qualquer título, por fontes ou recursos federais, independentemente, do seu
tempo de fruição.)

Art. 165. A gratificação prevista no item III do art. 160 será atribuída a servidor com
exercício no Gabinete e na Assessoria Técnica do Governador, do Vice-Governador e de
Secretário de Estado. (Redação alterada pelo art. 8º da Lei nº 6.933, de 29 de agosto de 1975.)

§ 1º A gratificação pela representação de Gabinete exclui as outras espécies de


gratificações, salvo as constantes dos itens I, II, VI, VII, VIII, IX, X, XII, XV e XVI do art.
160. (Redação alterada pelo art. 19 da Lei nº 7.125, de 23 de junho de 1976.)
§ 2º Aplica-se à gratificação pela representação de gabinete o disposto no parágrafo
único do art. 162 e no §4º do art. 164. (Redação alterada pelo art. 2º da Lei nº 7.830, de 14 de
março de 1979.)

Art. 166. A gratificação adicional por tempo de serviço será calculada sobre o
vencimento do cargo efetivo e para todos os efeitos a ele incorporada, correspondendo a cinco
por cento por qüinqüênio de efetivo exercício prestado à União, aos Estados, aos Municípios
de Pernambuco e às respectivas autarquias.

Parágrafo único. A gratificação adicional por tempo de serviço é concedida


automaticamente a partir do dia imediato àquele em que o funcionário completar o
qüinqüênio.

Art. 167. A gratificação pela prestação de serviço em regime de tempo complementar,


de tempo integral ou tempo integral com dedicação exclusiva será fixada em regulamento e
destina-se a incrementar o funcionamento dos órgãos da administração.

§ 1º O regime de tempo complementar ou de tempo integral aplica-se a cargos e funções


que, por sua natureza, exijam do funcionário o desempenho de atividades técnicas, científicas
ou de pesquisa, e aos de direção, chefia e assessoramento.

§ 2º O funcionário sujeito ao regime de tempo integral com dedicação exclusiva deve


dedicar-se plenamente aos trabalhos de seu cargo ou função, sendo-lhe vedado o exercício
cumulativo de outro cargo, função ou atividade pública de qualquer natureza ou atividade
particular, de caráter empregatício ou profissional.

§ 3º Excetuam-se da proibição constante do parágrafo anterior:

I - o exercício em órgão de deliberação coletiva, desde que relacionado com a função


desempenhada em regime de tempo integral;

II - As atividades que, sem caráter de emprego, se destinem a difusão e aplicação de


idéias e conhecimentos, salvo as que impossibilitem ou prejudiquem a execução das tarefas
inerentes ao regime de tempo integral;

III - A prestação de assistência não remunerada a outros serviços, visando a aplicação


de conhecimentos técnicos ou científicos, quando solicitada através da repartição a que
pertence o funcionário;

IV - O exercício, no interior do Estado, de profissão regulamentada, de nível superior,


por funcionário residente e lotado no interior do Estado, desde que seja observado o
respectivo horário de trabalho e não haja prejuízo para o desempenho das tarefas realizadas
em regime de tempo integral.

V - O exercício de atividade docente, desde que observado o disposto no item anterior


quanto ao horário de trabalho e ao desempenho das tarefas, haja correlação de matéria com as
atribuições e a natureza do cargo exercido em regime de tempo integral.
Art. 168. A gratificação de produtividade não poderá exceder a um mês de vencimento
e será atribuída ao funcionário pela realização de trabalhos, além do expediente em
obediência ao que dispuser o regulamento.

Art. 169. A gratificação prevista no item V do art. 160 deste Estatuto será incorporada
aos proventos da aposentadoria do funcionário, quando percebida ininterruptamente durante
os dois (02) anos imediatamente anteriores à aposentadoria. (Redação alterada pelo art. 8º da
Lei nº 6.933, de 29 de agosto de 1975.)

(Vide o art. 22 da Lei nº 11.216, de 20 de junho de 1995, que vedou a incorporação. Art. 22. É
vedada a incorporação aos vencimentos dos servidores públicos estaduais, por ocasião da aposentadoria dos valores
adicionais e gratificações atribuídos e pagos, a qualquer título, por fontes ou recursos federais, independentemente, do seu
tempo de fruição.)

Parágrafo único. O cálculo da quantia a ser incorporada será feito com base na média
aritmética da gratificação percebida pelo funcionário nos últimos vinte e quatro (24) meses.
(Redação alterada pelo art. 8º da Lei nº 6.933, de 29 de agosto de 1975.)

CAPÍTULO IX
DAS CONCESSÕES

Art. 170. Sem prejuízo do vencimento, ou de qualquer direito ou vantagem, o


funcionário poderá faltar ao serviço até oito dias consecutivos, por motivo de:

I - casamento;

II - falecimento do cônjuge, pais, filhos ou irmãos.

Art. 171. Será concedido transporte à família do funcionário falecido no desempenho de


serviço fora da sede do seu trabalho.

Art. 172. À família do funcionário falecido será concedido o auxilio funeral,


correspondente a um mês de vencimento ou provento.

§ 1º Em caso de acumulação, o pagamento do auxílio funeral corresponderá ao


vencimento do cargo de maior padrão ou nível exercido pelo funcionário.

§ 2º A despesa com o auxílio funeral correrá à conta de dotação orçamentária própria.

§ 3º O pagamento do auxílio funeral obedecerá a processo sumário, que deverá ser


concluído no prazo de quarenta e oito horas da apresentação do atestado de óbito, incorrendo
em pena de suspensão o responsável pelo retardamento.

Art. 173. O vencimento e o provento não sofrerão descontos, além dos autorizados em
lei ou regulamento.

Art. 174. Ao funcionário matriculado em estabelecimento de ensino médio ou superior,


será concedido, sem prejuízo da duração semanal do trabalho, um horário que lhe permita a
freqüência às aulas, bem como ausentar-se do serviço, sem prejuízo do vencimento e demais
vantagens, para submeter-se a prova ou exame, mediante apresentação de atestado fornecido
pelo respectivo estabelecimento.
Art. 174-A. Ao servidor público estadual que tenha filho com deficiência ou detenha a
tutela, curatela ou guarda judicial de pessoa com deficiência, será concedido horário especial
de trabalho, independentemente de compensação, sem prejuízo de seus vencimentos, direitos
e vantagens, desde que comprovada a necessidade pelo Serviço de Perícias Médicas e
Segurança do Trabalho do Estado. (Acrescido pelo art. 1° da Lei Complementar n° 371, de 26
de setembro de 2017.)

(Regulamentado pelo Decreto n° 45.185, de 26 de outubro de 2017.)

§ 1º O horário especial poderá ser concedido sob a forma de jornada reduzida em dias
consecutivos ou intercalados, ou ausência ao trabalho em dia específico por semana,
conforme necessidade ou programa de atendimento da pessoa com deficiência, desde que seja
cumprida a jornada de trabalho mínima de 4 (quatro) horas diárias ou 20 (vinte) horas
semanais. (Acrescido pelo art. 1° da Lei Complementar n° 371, de 26 de setembro de 2017.)

§ 2º A jornada reduzida ou a ausência, nos termos do § 1º, será considerada como


efetivo exercício para todos os fins e efeitos legais. (Acrescido pelo art. 1° da Lei
Complementar n° 371, de 26 de setembro de 2017.)

§ 3º O servidor ocupante de dois cargos ou empregos públicos constitucionalmente


acumuláveis, somente poderá requerer a concessão de horário especial de um dos dois
vínculos. (Acrescido pelo art. 1° da Lei Complementar n° 371, de 26 de setembro de 2017.)

§ 4º O estágio probatório não impede a fruição do direito previsto no caput. (Acrescido


pelo art. 1° da Lei Complementar n° 371, de 26 de setembro de 2017.)

Art. 175. Ao funcionário matriculado em qualquer unidade escolar que necessite mudar
de domicílio para exercer cargo ou função pública, será assegurada matrícula em
estabelecimento estadual de ensino na nova sede, independentemente de época ou da
existência de vaga.

Parágrafo único. A concessão de que trata este artigo é extensiva ao cônjuge e filhos
consangüíneos, afins ou adotivos do funcionário.

Art. 176. O Governo poderá conferir prêmios ao funcionário autor de trabalho


considerado de interesse público ou de utilidade para a administração.

Art. 177. O funcionário poderá ser contratado, no interesse do serviço, para função
técnica especializada.

§ 1º Enquanto durar o contrato ficará suspensa a relação estatutária, excetuada a


aplicação das normas contidas nos títulos V e VI deste Estatuto.

§ 2º Fica assegurado ao funcionário o direito de reassumir, a qualquer tempo, o seu


cargo efetivo, contando-se para todos os efeitos legais o respectivo tempo de serviço.

Art. 178 O servidor poderá afastar-se de suas funções, para estudo ou para servir em
organismo internacional com o qual o Brasil mantenha vínculo de cooperação, desde que
previamente autorizado pelo Governador do Estado, ou Secretário de Estado por ele delegado.
(Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 140, de 3 de julho de 2009.)

§ 1º O afastamento para estudo dar-se-á sem prejuízo da remuneração, excluídas as


vantagens inerentes ao efetivo exercício do cargo, desde que o servidor tenha sido aprovado
em processo de seleção junto a instituição de ensino e mediante assinatura de termo de
compromisso. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei Complementar nº 17, de 30 de dezembro de
1996.)

§ 2º O afastamento referido no parágrafo anterior, sem prejuízo das hipóteses de curso de


menor duração, dar-se-á nos seguintes prazos: (Redação alterada pelo art. 1º da Lei
Complementar nº 17, de 30 de dezembro de 1996.)

I - para curso de especialização, por 18 (dezoito) meses, prorrogáveis por mais 3 (três)
meses; (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 17, de 30 de dezembro de 1996.)

II - para curso de mestrado, por 30 (trinta) meses, prorrogáveis por mais 6 (seis) meses;
(Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 17, de 30 de dezembro de 1996.)

III - para curso de doutorado, por 48 ( quarenta e oito) meses, prorrogáveis por mais 6
(seis) meses. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 17, de 30 de dezembro de 1996.)

§ 3º Constará do termo de compromisso referido no § 1º deste artigo a obrigatoriedade de


permanência do servidor público no Estado de Pernambuco, no órgão de origem ou em lotação
conforme sua especialização, por período igual ou superior ao do afastamento, sob pena de
ressarcimento ao Estado dos vencimentos pagos durante o período. (Redação alterada pelo art.
1º da Lei Complementar nº 17, de 30 de dezembro de 1996.)

§ 4º Em nenhuma hipótese será permitido o afastamento se não for demonstrada a


correlação dos estudos com as atribuições do cargo exercido pelo servidor. (Acrescido pelo art.
1º da Lei Complementar nº 17, de 30 de dezembro de 1996.)

§ 5º O afastamento dar-se-á sem vencimentos quando se tratar de serviço em organismo


internacional. (Redação alterada pelo art. 1º Lei Complementar nº 140, de 3 de julho de 2009.)

§ 6º O deferimento do pedido de afastamento condiciona-se, ainda, à conveniência do


serviço e ao interesse da Administração Pública. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar
nº 140, de 3 de julho de 2009.)

§ 7º O servidor poderá afastar-se do Estado para missão oficial, quando previamente


autorizado pelo Governador do Estado. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 140, de
3 de julho de 2009.)

CAPÍTULO X
DA ASSISTÊNCIA E DA PREVIDÊNCIA

Art. 179. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de
janeiro de 2000.)
Art. 180. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de
janeiro de 2000.)

I - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

II - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

III - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

IV - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

V - (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de


janeiro de 2000.)

Art. 181. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28, de 14 de
janeiro de 2000.)

Parágrafo único. (REVOGADO) (Revogado pelo art. 104 da Lei Complementar nº 28,
de 14 de janeiro de 2000.)

CAPÍTULO XI
DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 182. É assegurado ao funcionário o direito de requerer ou representar.

Art. 183. O requerimento ou representação será dirigido, por intermédio da autoridade a


que o funcionário estiver diretamente subordinado, à competente para decidi-lo.

§ 1º Quando a autoridade a quem for apresentado o requerimento ou a representação


não tiver competência para a decisão, encaminhá-lo-á, no prazo de dez dias devidamente
informado à que detiver a competência.

§ 2º A autoridade competente deverá decidir o requerimento ou a representação no


prazo de trinta dias, a contar do recebimento, ressalvada a necessidade de diligência quando o
prazo se iniciará do conhecimento da conclusão da diligência.

Art. 184. Da decisão caberá no prazo de trinta dias, pedido de reconsideração, que não
pode ser renovado.

Art. 185. Caberá recurso:

I - do indeferimento do pedido de reconsideração;

II - da decisão que julgar recurso interposto;


§ 1º O recurso será interposto no prazo de trinta dias perante a autoridade que tiver de
proferir a decisão e julgado pela autoridade imediatamente superior.

§ 2º No encaminhamento do recurso, a autoridade recorrida observará o prazo


estabelecido no parágrafo primeiro do artigo 183.

Art. 186. Será considerado tacitamente indeferido o requerimento, a representação,


pedido de reconsideração ou o recurso que não for decidido dentro do prazo de quarenta e
cinco dias a contar da data de seu recebimento pela autoridade competente para decisão, salvo
em caso que exija a realização de diligência ou parecer especial.

Parágrafo único. No caso de diligência ou parecer especial, o prazo previsto neste artigo
será acrescido de mais quinze dias improrrogáveis.

Art. 187. O funcionário decai do direito de pleitear na esfera administrativa:

I - em cinco anos, quanto aos atos de que decorra perda do cargo, de vencimentos ou
vantagens pecuniárias ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

II - em cento e vinte dias, nos demais casos.

Art. 188. Os prazos para pleitear na esfera administrativa, pedir reconsideração e


interpor recurso serão contados a partir da publicação, no órgão oficial, do ato ou decisão
impugnados ou, quando de natureza reservada, da data da ciência do interessado:

Art. 189. Contar-se-ão por dias corridos os prazos previstos neste Estatuto.

Parágrafo único. Não se computará no prazo o dia inicial, prorrogando-se o vencimento


que incidir em sábado, domingo ou feriado para o primeiro dia útil subsequente.

TÍTULO V
DO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DA ACUMULAÇÃO

Art. 190. É vedada a acumulação remunerada exceto:

I - a de Juiz e um cargo de professor;

II - a de dois cargos de professor;

III - a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

IV - a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas. (Redação alterada pela Lei Complementar nº 223, de 10 de dezembro de
2012.)

§ 1º Em qualquer dos casos, a acumulação somente é permitida quando haja correlação


de matérias e compatibilidade de horários.
§ 2º A proibição de acumular se estende a cargos, funções ou empregos em autarquias,
empresas públicas e sociedades de economia mista.

§ 3º A proibição de acumular proventos não se aplica aos aposentados, quanto ao


exercício de mandato eletivo, cargo em comissão ou contrato para prestação de serviços
técnicos ou especializados.

Art. 191. O funcionário não poderá exercer mais de uma função gratificada nem
perceber estipêndio pela participação de mais de um órgão de deliberação coletiva, salvo
neste último caso, quando tiver a condição de membro nato ou quando o exercício em um
deles seja em decorrência do outro.

Art. 192. Verificada em processo administrativo acumulação proibida e comprovada a


boa fé, o funcionário optará por um dos cargos.

Parágrafo único. Provada a má fé, o funcionário perderá todos os cargos.

CAPÍTULO II
DOS DEVERES

Art. 193. São deveres do funcionário, além do desempenho das tarefas cometidas em
razão do cargo ou função.

I - assiduidade;

II - pontualidade;

III - discrição;

IV - urbanidade;

V - lealdade às instituições constitucionais;

VI - obediência às ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

VII - observância às normas legais e regulamentares;

VIII - levar ao conhecimento da autoridade superior irregularidade de que tiver ciência


em razão do cargo ou função;

IX - zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado;

X - providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento individual a sua


declaração de família;

XI - atender prontamente às requisições para defesa da Fazenda pública e à expedição


de certidões requeridas para defesa de direitos e esclarecimentos de situações;
XII - guardar sigilo sobre documentos e fatos de que tenha conhecimento em razão do
cargo ou função.

CAPÍTULO III
DAS PROIBIÇÕES

Art. 194. Ao funcionário é proibido:

I - exercer, cumulativamente, dois ou mais cargos ou funções públicas, salvo as


exceções previstas em lei;

II - referir-se de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho às autoridades


ou atos da administração pública podendo porém em trabalho assinado criticá-los do ponto de
vista doutrinário ou da organização do serviço;

III - retirar, sem previa autorização da autoridade competente, qualquer documento ou


objeto da repartição;

IV - promover manifestação de apreço ou desapreço e fazer circular ou subscrever lista


de donativos no recinto da repartição;

V - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da


dignidade da função pública; (Redação alterada pelo art. 1° da Lei Complementar n° 316, de
18 de dezembro de 2015.)

VI - coagir ou aliciar subordinados com objetivo de natureza politico-partidária;

VII - participar de gerência ou administração de empresa comercial ou industrial, salvo


em órgão da administração pública indireta;

VIII - exercer comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como acionista,


cotista ou comanditário;

IX - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando


se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais, vencimentos e vantagens de parentes
até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; (Redação alterada pelo art. 1° da Lei
Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015.)

X - praticar usura em qualquer de suas formas;

XI - receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, em razão


do cargo ou função;

XII - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei o
desempenho de encargo que lhe competir ou a seus subordinados;

XIII - promover direta ou indiretamente a paralisação de serviços públicos ou dela


participar;
XIV - aceitar comissão, emprego ou pensão de governo estrangeiro, sem prévia
autorização do Presidente da República;

XV - celebrar contrato com a administração estadual quando não autorizado em lei ou


regulamento;

XVI - receber, direta ou indiretamente, remuneração de empresas que mantenham


contrato com o órgão ou entidade de sua lotação; ou (Redação alterada pelo art. 1° da Lei
Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015.)

CAPÍTULO IV
DA RESPONSABILIDADE

Art. 195. Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário responde civil,
penal e administrativamente.

Art. 196. A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou culposo, que


importe em prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros.

§ 1° O ressarcimento do prejuízo causado à Fazenda Pública obedecerá ao disposto no


art. 140, sem prejuízo da promoção de ação judicial para cobrança do valor integral devido, a
critério da Administração. (Redação alterada pelo art. 1° da Lei Complementar n° 316, de 18
de dezembro de 2015.)

§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiro responderá o funcionário perante a Fazenda


Estadual em ação regressiva proposta após transitar em julgado a decisão que a houver
condenado a indenizar o terceiro.

Art. 197. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputados ao


funcionário como tal.

Art. 198. A responsabilidade administrativa resulta de ação ou omissão do desempenho


do cargo ou função e não será elidida pelo ressarcimento do dano.

CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES

Art. 199. São penas disciplinares:

I - repreensão;

II - multa;

III - suspensão;

IV - destituição de função;

V - demissão;

VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade.


Parágrafo único. A enumeração constante deste artigo não exclui a advertência verbal
por negligência ou falta funcional outra a que se tiver de impor penalidade mais grave.

Art. 200. Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a natureza e a


gravidade da infração, os danos que dela provierem para o serviço público e os antecedentes
do funcionário.

Art. 201. A repreensão será aplicada por escrito, nos casos de desobediência ou falta de
cumprimento do dever.

Art. 202. A suspensão, que não excederá de trinta dias, será aplicada em casos de:

I - falta grave;

II - reincidência em falta punível com a pena de repreensão;

III - transgressão do disposto nos itens II, III, IX e XII do artigo 194.

Parágrafo único. Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão


poderá ser convertida em multa, na base de cinqüenta por cento por dia de vencimento,
obrigado o funcionário a permanecer no serviço.

Art. 203. A destituição de função terá por fundamento a falta de exação do


cumprimento do dever.

Art. 204. A demissão será aplicada nos casos de:

I - crime contra a administração pública;

II - abandono de cargo;

III - insubordinação grave em serviço;

IV - incontinência pública e escandalosa, vício de jogos proibidos e embriaguez


habitual;

V - ofensa física a pessoa, quando em serviço, salvo em legítima defesa;

VI - aplicação irregular dos dinheiros públicos;

VII - revelação de segredo conhecido em razão do cargo ou função;

VIII - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;

IX - corrupção passiva nos termos da lei penal;

X - reincidência em falta que deu origem à aplicação da pena de suspensão por trinta
dias;
XI - transgressão ao disposto no item I do artigo 194 combinado com o parágrafo único
do artigo 192 deste Estatuto;

XII - transgressão ao disposto nos itens V, VI, VII, VIII, X, XI, XIV, XV e XVI do art.
194; (Redação alterada pelo art. 1° da Lei Complementar n° 316, de 18 de dezembro de
2015.)

XIII - perda da nacionalidade brasileira;

XIV - sessenta dias de falta ao serviço, em período de doze meses, sem causa
justificada, desde que não configure abandono de cargo; (Redação alterada pelo art. 1° da Lei
Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015.)

XV - improbidade administrativa; (Acrescido pelo art. 1° da Lei Complementar n° 316,


de 18 de dezembro de 2015.)

Parágrafo único. Considera-se abandono de cargo a ausência ao serviço sem justa causa,
por mais de trinta dias consecutivos.

Art. 205. O ato da demissão mencionará a causa da penalidade.

Art. 206. Atendida a gravidade da falta, a demissão quando fundamentada nos itens, I,
VI, VII, VIII e IX do artigo 204 será aplicada com a nota "a bem do serviço público", que
constará do respectivo ato.

Parágrafo único. A demissão com a nota "a bem do serviço público" impede a
participação do ex-servidor em concurso público para provimento de cargo, emprego ou
função na administração direta e indireta estadual ou sua nomeação ou designação para cargos
comissionados ou funções de confiança. (Acrescido pelo art. 1º da Lei Complementar nº 47, de
23 de janeiro de 2003.)

Art. 207. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade nos seguintes casos;

I - falta punível com a pena de demissão, quando praticada ainda no exercício do cargo
ou função;

II - aceitação ilegal de cargo ou função pública, provada a má fé;

III - celebração de contrato com a administração estadual quando não autorizada em lei
ou regulamento;

IV - prática de usura em qualquer de suas formas;

V - aceitação, sem prévia autorização do presidente da República, de comissão,


emprego ou pensão de governo estrangeiro;

VI - perda da nacionalidade brasileira.

Art. 208. São competentes para aplicação das penalidades disciplinares:


I - O Governador, em qualquer caso e privativamente, nos casos de demissão e cassação
de aposentadoria ou disponibilidade;

II - os Secretários de Estado e chefes de órgãos diretamente subordinados ao


Governador, em todos os casos, salvo nos de demissão e cassação de aposentadoria ou
disponibilidade;

III - os diretores de repartição, nos casos de repreensão e suspensão até oito dias.

§ 1º As autoridades competentes para a imposição de penalidade e os chefes de serviço


terão competência para aplicar a advertência verbal de que trata o Parágrafo único do artigo
199.

§ 2º Da aplicação de penalidades caberá pedido de reconsideração e recurso na forma


prevista no Capítulo XI do Título IV.

§ 3º A aplicação da pena de destituição de função caberá à autoridade que houver feito a


designação do funcionário.

Art. 209. Prescreverão:

I - em um ano, as faltas sujeitas à pena de repreensão;

II - em dois anos, as faltas sujeitas à pena de suspensão;

III - em cinco anos, as faltas sujeitas às penas de destituição de função, demissão e


cassação de aposentadoria ou disponibilidade. (Redação alterada pelo art. 1° da Lei
Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015.)

(Vide o art. 2° da Lei Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015 - Art. 2º Observar-se-á o


prazo prescricional anteriormente estabelecido no inciso III do art. 209 da Lei Estadual nº 6.123, de 1968, se, na data de
entrada em vigor da presente Lei Complementar, já houver transcorrido mais da metade do tempo nele previsto.)

§ 1° Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares


capituladas também como crime, independentemente de instauração de inquérito policial ou
do ajuizamento da ação penal. (Redação alterada pelo art. 1° da Lei Complementar n° 316, de
18 de dezembro de 2015.)

§ 2° O curso da prescrição começa a fluir da data do fato punível disciplinarmente e se


interrompe pelo ato que determinar a instauração do inquérito administrativo ou de
sindicância com caráter punitivo. (Redação alterada pelo art. 1° da Lei Complementar n° 316,
de 18 de dezembro de 2015.)

§ 3° O disposto no § 1° não se aplica aos casos de abandono de cargo, que se submete


ao prazo prescricional previsto no inciso III. (Acrescido pelo art. 1° da Lei Complementar n°
316, de 18 de dezembro de 2015.)

§ 4° Caracterizado o abandono de cargo, a ausência de recusa ao retorno voluntário do


servidor ao serviço não configura perdão administrativo tácito, ainda que não tenha sido
instaurado qualquer procedimento administrativo para apuração da infração. (Acrescido pelo
art. 1° da Lei Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015.)

Art. 210. A aplicação da pena de suspensão por mais de quinze dias e das definidas nos
itens IV, V e VI do artigo 199, será precedida de inquérito administrativo, mesmo quando
suspenso o vínculo estatutário por motivo de contratação do funcionário sob o regime da
legislação trabalhista.

CAPÍTULO VI
DA SUSPENSÃO PREVENTIVA E DA PRISÃO ADMINISTRATIVA

Art. 211. A suspensão preventiva até trinta dias poderá ser imposta por qualquer das
autoridades mencionadas nos itens I a III do art. 208, desde que a presença do funcionário
possa influir na apuração da falta cometida.

Parágrafo único. A suspensão de que trata este artigo poderá ser prorrogada por
qualquer das autoridades mencionadas nos itens I e II do art. 208, até noventa dias, após o que
cessarão os respectivos efeitos, ainda que o processo não esteja concluído.

Art. 212. Cabe às autoridades mencionadas nos itens I a III do artigo 208 ordenar,
fundamentadamente por escrito a prisão administrativa do responsável por dinheiro e valores
pertencentes à Fazenda Estadual ou que se acharem sob a guarda desta, nos casos de alcance
ou omissão em efetuar as entradas nos devidos prazos.

§ 1º A autoridade que ordenar a prisão administrativa comunicará, imediatamente o fato


à autoridade judiciária competente e providenciará no sentido de ser realizado, com urgência,
o processo de tomada de contas.

§ 2º A prisão administrativa não excederá de noventa dias.

Art. 213. O funcionário terá direito à contagem do tempo de serviço correspondente ao


período da prisão administrativa ou suspensão preventiva:

I - quando reconhecida a sua inocência, hipótese em que terá direito ainda ao


vencimento e à vantagem do exercício;

II - quando o processo não houver resultado pena disciplinar ou esta se limitar à


repreensão;

III - quando a suspensão preventiva ou prisão administrativa exceder ao prazo de


suspensão disciplinar aplicada.

TÍTULO VI
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO E SUA REVISÃO

CAPÍTULO I
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Art. 214. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público promover-
lhe-á a apuração mediante processo administrativo.
Parágrafo único. O processo administrativo compreende a sindicância e o inquérito
administrativo.

Art. 215. São competentes para instaurar o processo administrativo o Governador, os


Secretários de Estado e os diretores de repartição.

Art. 216. A sindicância será instaurada quando a falta funcional não se revele evidente
ou quando for incerta a autoria.

Art. 217. A sindicância será procedida por dois funcionários designados mediante
despacho da autoridade que determinar a sua instauração, devendo ser concluída no prazo de
vinte dias.

Art. 218. Da sindicância poderá resultar:

I - o seu arquivamento quando comprovada a inexistência de irregularidade imputável a


funcionário público;

II - a aplicação da penalidade de repreensão ou de suspensão por até 15 (quinze) dias;


ou (Redação alterada pelo art. 1° da Lei Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015.)

III - a abertura de inquérito administrativo, nos demais casos.

Art. 219. O inquérito administrativo será promovido por uma comissão composta de
três funcionários, designada pela autoridade competente.

§ 1º Ao designar a comissão, a autoridade indicará dentre os seus membros, o


presidente.

§ 2º Mediante portaria, o presidente da comissão, designará um servidor público de


preferência seu subordinado, para exercer as funções de Secretário.

Art. 220. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não deve exceder 60
(sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a
sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem. (Redação alterada pelo
art. 1° da Lei Complementar n° 316, de 18 de dezembro de 2015.)

Art. 221. Se, nos prazos estabelecidos no artigo anterior não for concluído o inquérito,
considerar-se-á automaticamente dissolvida a comissão, devendo a autoridade proceder a
nova designação na forma do artigo 219.

Art. 222. Os membros da comissão se necessário, ao andamento do inquérito, ficarão


dispensados do desempenho das atividades normais dos cargos ou funções.

Art. 223. Se o funcionário designado para constituir a comissão tiver motivo para dar-se
por suspeito, declará-lo-á, em ofício, à autoridade que o tiver designado dentro de quarenta e
oito horas, contadas da publicação do ato ou portaria de designação.
§ 1º Considerar-se-á procedente a argüição, quando o funcionário designado demonstrar
ser parente, consangüíneo ou afim, até o 3º grau, ou alegar ser amigo íntimo ou inimigo
capital de qualquer dos indiciados.

§ 2º Procedente a suspeição a autoridade designará nova comissão substituindo o


funcionário suspeito.

§ 3º A improcedência da suspeição será imediatamente comunicada ao funcionário e o


obrigará a participar da comissão.

Art. 224. Caberá ao indiciado argüir, de imediato, a suspeição de qualquer membro da


comissão, desde que se configure com relação ao arguente uma das hipóteses previstas no
parágrafo 1º do artigo anterior.

§ 1º A argüição será dirigida por escrito ao presidente da comissão, que dela dará
conhecimento imediato ao argüido, para confirmá- la ou negá-la por escrito.

§ 2º Julgada procedente a suspeição, o presidente da comissão solicitará da autoridade


que houver determinado a abertura do inquérito a substituição do funcionário suspeito.

§ 3º Julgada improcedente a suspeição, o presidente da comissão dará conhecimento do


incidente à autoridade referida no parágrafo anterior para decisão final.

§ 4º Se o argüido de suspeição for o presidente, as atribuições definidas nos parágrafos


anteriores deste artigo serão exercidas pelo membro da comissão de maior hierarquia
funcional, ou quando de igual nível, pelo mais idoso.

§ 5º O incidente, que não suspenderá o curso do processo, será autuado em separado e,


após decisão final, apensado nos autos do inquérito.

Art. 225. Compete ao secretário organizar os autos do processo, lavrar termos e atas,
bem como executar as determinações do presidente da comissão.

Art. 226. A comissão deverá proceder a todas as diligências, convenientes, inclusive


inquirições, recorrendo a técnicos e peritos, quando necessário.

Art. 227. Antes de encerrar a instrução e a fim de permitir ao indiciado ampla defesa, a
comissão indicará as irregularidades ou infrações a ele atribuídas, fazendo remissão aos
documentos e depoimentos e às correspondentes folhas dos autos.

Art. 228. As testemunhas serão convidadas a depor, mediante ofício em que se


mencionarão dia, hora e local do comparecimento.

§ 1º Quando a testemunha for servidor público, o ofício será dirigido ao chefe da


repartição.

§ 2º Se o servidor, regularmente notificado, deixar de comparecer sem motivo justo, o


presidente comunicará o fato ao chefe da repatriação onde aquele tiver exercício, para as
providências cabíveis.
Art. 229. As perícias serão realizadas, sempre que possível, por perito oficial ou
funcionário público estadual que tiver habilitação técnica.

§ 1º Inexistindo perito oficial ou funcionário público nas condições de que trata este
artigo, o exame será realizado por pessoa idônea, escolhida, de preferência entre as que
tiverem habilitação técnica.

§ 2º Ressalvada a hipótese de perito oficial, os demais prestarão perante o presidente da


comissão, o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, sob pena de
responsabilidade.

§ 3º Desde que acarrete despesa, a realização de perícia por perito não oficial, depende
de autorização prévia de autoridade competente.

Art. 230. Nenhum documento será anexado aos autos, sem despacho do presidente,
ordenando a juntada.

Parágrafo único. Só poderá ser recusada a anexação de documento por decisão


fundamentada.

Art. 231. Identificado o responsável e apuradas a natureza e a extensão das


irregularidades, a comissão relacionará as infrações a ele atribuídas, fazendo remissão aos
documentos e depoimentos e às correspondentes folhas dos autos.

Art. 232. Cumprido o disposto no artigo anterior, o presidente da comissão determinará


a citação do indiciado, para no prazo de dez dias, apresentar defesa, sendo-lhe facultada vista
do processo na repartição.

§ 1º No caso de dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de vinte dias.

§ 2º Achando-se o indiciado em lugar incerto, será chamado por edital, com prazo de
quinze dias.

§ 3º O edital a que se refere o parágrafo anterior, além de publicado no órgão oficial,


será afixado em lugar acessível ao público, no edifício onde a comissão habitualmente se
reunir.

§ 4º Mediante requerimento do indiciado, o prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo


dobro, para diligências reputadas imprescindíveis.

Art. 233. No caso de indiciado revel, será designado para defendê-lo um funcionário,
sempre que possível da mesma classe e categoria.

Art. 234. Com a defesa, o indiciado oferecerá as provas que tiver, podendo ainda,
requerer as diligências necessárias à comprovação de suas alegações.

Art. 235. Recebida a defesa de todos os indiciados e realizadas as diligências, a


comissão elaborará o relatório.
§ 1º O relatório concluirá pela inocência ou responsabilidade dos indiciados, indicando,
neste caso as disposições legais transgredidas e propondo as penalidades cabíveis.

§ 2º Na hipótese de prejuízo à Fazenda Pública determinará o seu montante e indicará


os modos de ressarcimento.

Art. 236. Concluído o relatório, será o processo remetido sob protocolo, à autoridade
que determinou a sua instauração, para decisão no prazo de trinta dias.

Parágrafo único. Não decidido o processo no prazo estabelecido neste artigo o


indiciado, salvo o caso de prisão administrativa, reassumirá automaticamente o exercício do
cargo ou função se dele estiver afastado.

Art. 237. A autoridade a quem for remetido o inquérito proporá a quem de direito, no
prazo de trinta dias, as sanções e providências que escaparem à sua competência.

Parágrafo único. Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, caberá a


decisão á autoridade competente para a imposição da pena mais grave.

Art. 238. Em qualquer fase do inquérito, será permitida a intervenção de advogado


constituído pelo indiciado.

Art. 239. O funcionário indiciado em inquérito administrativo só poderá ser exonerado,


se reconhecida a sua inocência.

Art. 240. Tratando-se de crime, a autoridade que determinar a instauração do processo


administrativo comunicará o fato à autoridade policial.

Parágrafo único. Verificada no curso do inquérito a existência de crime, o presidente da


comissão comunicará o fato à autoridade que determinou a sua instauração, para os fins
previstos neste artigo.

Art. 241. A decisão que reconhecer a prática de infração capitulada na lei penal
determinará, sem prejuízo de aplicação das sanções administrativas, a remessa do inquérito à
autoridade competente, ficando translado ou autos suplementares na repartição.

CAPÍTULO II
DA REVISÃO

Art. 242. A qualquer tempo, poderá ser requerida a revisão do inquérito administrativo,
de que haja resultado pena disciplinar, quando forem aduzidos fatos ou circunstâncias capazes
de justificar a inocência do requerente.

Parágrafo único. Tratando-se de funcionário falecido, desaparecido ou incapacitado de


requerer, a revisão poderá ser solicitada por qualquer das pessoas constantes do assentamento
individual.

Art. 243. A revisão tramitará em apenso ao inquérito originário.


Art. 244. Não constitui fundamento para revisão a simples alegação de injustiça da
penalidade.

Art. 245. O pedido de revisão, devidamente instruído, será dirigido à autoridade que
houver determinado a aplicação da penalidade e encaminhado por intermédio do órgão
encarregado da administração de pessoal.

§ 1º Quando a penalidade houver sido imposta por diretor de repartição, o pedido de


revisão será dirigido ao respectivo Secretário de Estado ou diretor de órgão diretamente
subordinado ao Governador.

§ 2º Compete ao órgão do pessoal informar o pedido e apensá-lo aos autos do inquérito


originário.

Art. 246. Se decidir pelo cabimento do pedido, a autoridade designará comissão,


composta de três funcionários de categoria igual ou superior à do funcionário punido para
proceder à revisão do inquérito.

Art. 247. Serão aplicadas à revisão, no que for compatível, as normas referentes ao
inquérito administrativo.

Art. 248. Concluída a revisão, serão os autos remetidos à autoridade competente para,
no prazo de trinta dias, proferir a decisão.

Art. 249. Reconhecida a inocência do funcionário, será tornada sem efeito a penalidade
imposta, restabelecendo-se todos os direitos por ela atingidos.

TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 250. O regime jurídico deste Estatuto é extensivo aos funcionários das autarquias
estaduais não regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho.

Art. 251. Para os efeitos do disposto no art. 61 deste Estatuto, o funcionário beneficiado
pelo parágrafo 2º do artigo 229 da Constituição Estadual contará na classe a que for
incorporado, a soma das seguintes parcelas:

I - O tempo de serviço correspondente às funções que vinha desempenhando desde 14


de maio de 1967, até a data da incorporação ao Quadro Permanente;

II - O tempo de serviço relativo à classe em que tiver sido incorporado.

Art. 252. Aplicar-se-á a legislação trabalhista aos servidores:

I - admitidos temporariamente para obras;

II - contratados para funções de natureza técnica ou especializada.

Parágrafo único. O ato de admissão ou o contrato do servidor mencionarão sempre a


dotação pela qual deverá correr a despesa.
Art. 253. O funcionário candidato a cargo eletivo que exercer cargo ou função de chefia,
direção, fiscalização ou arrecadação será afastado do exercício, com direito a vencimento
desde a data em que for registrado perante a Justiça Eleitoral até o dia seguinte ao do pleito.

Art. 254. O funcionário eleito senador, deputado federal ou deputado à Assembléia


Legislativa do Estado, afastar-se-á do exercício do cargo ou função desde a data da expedição
do diploma até início da sessão legislativa, sem perda do vencimento.

Art. 255. São contados, em dobro para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade os


períodos de férias deixados de gozar até a vigência deste Estatuto.

Art. 256. Os servidores que, em 15 de maio de 1967, contavam mais de cinco anos de
serviço público e ocupavam mediante provimento a qualquer título, cargos isolados que por
força do artigo 208 da Constituição do Estado, devem ser organizados em carreira, serão
aproveitados nas novas carreiras criadas, em cargos cujas funções sejam correspondentes às
que vinham desempenhando àquela data.

Art. 257. Ficam respeitados os direitos já adquiridos pelos ocupantes de cargos:

I - de direção e de chefia das repartições públicas a que se referem os artigos 192 da


Constituição do Estado de 1947, e 199 da vigente Constituição de Pernambuco;

II - vitalícios, a que se refere o art. 177 da Constituição do Brasil.

Art. 258. O Policial Civil que se invalidar, definitivamente em conseqüência de ato


praticado no cumprimento do dever, será promovido ao padrão imediatamente superior pelo
princípio de merecimento, e aposentado com os vencimentos e vantagens do cargo.

Parágrafo único. A promoção de que trata este artigo não será considerada para efeito da
alternância dos critérios de promoção.

Art. 259. Fica assegurada pensão especial aos beneficiários de funcionário integrante do
Serviço Polícia e Segurança do Quadro Permanente do Serviço Civil do Poder Executivo que
vier a falecer em conseqüência de ferimentos recebidos em luta contra malfeitores, ou de
acidentes em serviços, ou de moléstia decorrente de qualquer desses casos.

Parágrafo único. A pensão especial de que trata este artigo, somada à que couber pelo
Órgão de previdência, será de responsabilidade do Estado e equivalerá ao vencimento integral
do funcionário falecido.

Art. 260. A pensão especial de que trata o artigo anterior é extensiva ao funcionário
ocupante de cargo em comissão, invalidado por acidente ou agressão não provocada, em razão
do serviço, bem como à família do funcionário que vier a falecer, em conseqüência dos
mesmos fatos. (Redação alterada pelo art. 1º da Lei nº 6.838, de 7 de janeiro de 1975.)

§ 1º Na primeira das hipóteses previstas neste artigo, a pensão devida ao funcionário


equivalerá aos vencimentos do cargo por ele ocupado. (Acrescido pelo art. 2º da Lei nº 6.838,
de 7 de janeiro de 1975.)
§ 2º Consideram-se família do funcionário, para os fins previstos neste artigo, as
pessoas relacionadas no artigo 151 deste Estatuto. (Acrescido pelo art. 2º da Lei nº 6.838, de 7
de janeiro de 1975.)

Art. 261. Ao funcionário ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira, da Força


Aérea Brasileira, da Marinha de Guerra e Marinha Mercante do Brasil que tenha participado
efetivamente de operações bélicas, na Segunda Guerra Mundial, são assegurados os seguintes
direitos:

I - estabilidade;

II - aposentadoria com proventos integrais, aos vinte e cinco anos de serviço efetivo;

III - assistência médica, hospitalar e educacional, se carente de recurso o funcionário e


não concedida pelo respectivo órgão de previdência;

IV - preferência, dentro dos programas habitacionais do Estado, na aquisição de imóvel


residencial, se outro não possuir;

V - promoção, após o interstício legal e se houver vaga.

§ 1º A prova de participação efetiva em operações bélicas será fornecida pelos


Ministérios Militares, de acordo com as exigências contidas na legislação federal.

§ 2º A prova de ter servido em zona de guerra não autoriza o gozo das vantagens
previstas neste artigo, ressalvado o disposto no artigo 177, parágrafo 1º da Constituição do
Brasil e o disposto no parágrafo 2º do artigo 1º da Lei Federal nº 5315, de 12 de setembro
1967.

§ 3º O funcionário só poderá ser beneficiado, em caráter preferencial com a promoção a


que se refere o item V deste artigo, uma vez nas subsequentes a preferência valerá apenas, em
igualdade de condições de merecimento ou antigüidade.

§ 4º A promoção prevista no item V deste artigo não influirá na alteração de que trata o
art. 46 deste Estatuto.

Art. 262. Fica, ainda, assegurado ao ex-combatente, de que trata o artigo anterior, o
direito a nomeação, em caráter efetivo para exercer qualquer cargo vago inicial de série de
classe ou classe única, independentemente da prestação de concurso desde que não seja
servidor público e apresente diploma, certificado ou comprovante que o habilite para o
exercício do cargo pretendido devidamente registrado no órgão competente, ou demonstre
aptidão na prova de capacidade.

§ 1º A apreciação da prova de capacidade prevista neste artigo, que terá forma sumária,
será feita pelo órgão competente para o concurso.

§ 2º Será aplicado em relação a este artigo, o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo anterior.


§ 3º O ex-combatente que tenha em sua folha de antecedentes o registro de condenação
penal por mais de dois anos ou mais de uma condenação a pena menor por qualquer crime
doloso, não poderá ser nomeado.

§ 4º O ex-combatente, para os efeitos do parágrafo anterior, juntará ao pedido de


nomeação documento comprobatório da inexistência de antecedentes criminais.

§ 5º Se a qualquer tempo, for comprovada a falsidade do documento referido no


parágrafo anterior, será declarado nulo o ato de nomeação.

§ 6º O ex-combatente nomeado na forma deste artigo não terá direito a nova nomeação
com o mesmo fundamento.

§ 7º A não prestação do concurso na forma deste artigo não eximirá o ex-combatente


das demais exigências para o ingresso no serviço público.

Art. 263. Ao funcionário eleito ou nomeado Prefeito Municipal, fica assegurado o


direito de optar pelo vencimento e gratificação de exercício do seu cargo efetivo.

Parágrafo único. Ao servidor público da administração direta e indireta do Estado no


exercício de mandato eletivo de vereador será assegurado o direito de opção entre a
remuneração do cargo ou função e a decorrente do mandato municipal, no período das sessões
legislativas. (Acrescido pelo art. 6º da Lei nº 7.048, de 24 de dezembro de 1975.)

Art. 264. É assegurado ao funcionário o direito de associação para defesa, assistência e


representação coletiva da classe, inclusive perante os poderes públicos.

§ 1º Somente poderão representar coletivamente seus associados perante os órgãos


estaduais as entidades representativas dos funcionários que tenham personalidade jurídica.

§ 2º A representação por parte das entidades de classe não impede que o funcionário
exerça diretamente qualquer ato em defesa dos seus direitos.

Art. 265. É proibida a nomeação ou contratação de pessoal no período compreendido


entre 03 meses antes e 03 meses depois das eleições estaduais ou municipais, ressalvada a
hipótese de cargos em comissão e de candidato habilitado em concurso público de provas, ou
de provas e títulos. (Redação alterada pelo art. 2º da Lei nº 8.918, de 14 de dezembro de
1981.)

Art. 266. Os municípios poderão adotar, para os seus funcionários, o regime jurídico
estabelecido neste Estado.

Art. 267. O dia 28 de outubro será dedicado ao servidor público.

Art. 268. O presente Estatuto entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 269. Revogam-se as disposições em contrário, ressalvada a Lei nº 4.625, de 7 de


junho de 1963.

Palácio dos Despachos do Governo do Estado de Pernambuco, em 20 de julho de 1968.


NILO DE SOUZA COELHO
Orlando Morais
Osvaldo de Souza Coelho

(Renumerada e republicada em virtude do disposto no artigo 13 da Lei nº 6.472, de 27 de


dezembro de 1972.)

Você também pode gostar