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Bom dia, mulher. Como você está por aí? Eu estou bem. Hoje, eu quis falar
sobre saudade com você. Saudade é um bicho que pega a gente de
surpresa, né?
Veja bem, quando você menos espera, é uma pontada no coração que
inunda os olhos… Ano passado minha avó se foi, fez aquela viagem do
mistério, a qual Ariano Suassuna chamou de “Caetana”. Pois bem, a
Caetana levou minha vó em um final de tarde, no meio da minha terapia,
mas, isso é assunto para outra carta.
Esses dias eu fiz gelatina, sentei para comer, e comecei a chorar. Olhei para
a mesa e desejei com todo meu coração que minha avó estivesse dividindo
aquela gelatina de abacaxi comigo.
Você já sentiu essa impotência diante da vida, de saber que não importa o
quanto você deseje, nunca mais você terá aquela pessoa novamente ali?
Encerro essa carta te dizendo que se você, assim como eu, tem um espaço
no peito do tamanho de alguém, não gaste suas forças tentando preencher,
pois, nada cabe.
Nada vai se encaixar. Nada vai substituir.
Mas, esse espaço pode ser vivenciado com amor, com o amor que ficou
apesar da morte.
Com afeto,
Núbia Lima.
CARTA SOBRE MEDO
Olá, mulher. Como você está? Por aqui estou bem... Pensei em te escrever
essa carta para te contar como eu estava me sentindo ontem quando estava
criando meu Telegram…
Eu senti medo, sabia? Tive medo de não conseguir ter constância, mas,
pensei que não preciso iniciar um novo projeto já me cobrando tanto.
Quero terminar essa carta dizendo que eu vi seu nome aqui, vi sua foto,
mas, não sei como você está por aí. Me conta?
Às vezes, a vaidade tenta nos fisgar, às vezes, somos realmente fisgadas por
ela. Bicha danada essa tal de vaidade, né? E, enquanto você não admitir que
sente, que é em alguns momentos da vida movida por tal sentimento, não
há possibilidade de reparar os danos, nem há possibilidade de evitar ser
conduzida por esse sentimento vaidoso.
Voltando... Você conseguiu lembrar das suas vaidades, mulher? Feito isso,
não é para que você se diminua ou se julgue a pior pessoa do mundo (até
porque, cá para nós, isso também é um pensamento vaidoso) é para que
você compreenda que é h-u-m-a-n-a. E, o problema não é sentir, a questão
é, quais as atitudes que você toma a partir dos seus sentimentos.
Para finalizar essa carta, quero te sugerir uma música, essa canção
tornou-se minha oração desde que a conheci, o nome é “me curar de mim”
é da Flaira Ferro, uma artista incrível do meu estado. Tenta escutar? Me
despeço agora dessa carta te enviando um abraço pelo vento, segura? <3
O que você conseguiu fazer diferente esse ano? O que você conquistou?
Quais novos hábitos saudáveis você conseguiu incluir? Quantas pessoas
novas você se permitiu conhecer? Você apreciou a natureza? Quais as
insignificâncias da vida você conseguiu capturar? Você fez uma pausa para
o café com uma pessoa querida? Quais novos lugares você conseguiu
conhecer? E quais as coisas novas que você conseguiu visualizar em
lugares já conhecidos?
Enfim, quem você conseguiu ser até aqui? O que os teus olhos conseguiram
fotografar, o que teus lábios conseguiram saborear, o que teus dedos
conseguiram tocar?
Antes de você fazer um planejamento para o próximo ano, antes que você
liste suas metas, faça um carinho na mulher que você é hoje. Se leve para
o próximo ano sem o peso de ter que ser qualquer coisa além de você
mesma.
Antes de pensar no que precisa ser feito, pense no que já foi feito até aqui.