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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA- UNIP

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL INTERATIVO – SEPI

FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS

RIO BRANCO-AC
2022
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA- UNIP
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL INTERATIVO – SEPI

FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Projeto de Pesquisa do Primeiro Período do


curso de Farmácia da Universidade
Paulista.

Profª Orientadora: Mayara Vaz Luckner

MÁRCIA ZACARIAS MENDONÇA


MEURY QUEIROZ
NATANAEL NOGUEIRA
SHIRLEY SOUZA
TAÍS MARTINS BEZERRA

RIO BRANCO-AC
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................1
2. OBJETIVOS........................................................................................................2
2.1 Objetivos Gerais..............................................................................................2
2.2 Objetivos Específicos......................................................................................2
3. REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................3
3.1 Aspectos conceituais.......................................................................................3
3.2 Das práticas mais comuns utilizadas nas Farmácias de
Manipulação...................................................................................................4
3.3 Vigilância Sanitária........................................................................................6
4. METODOLOGIA...............................................................................................7
4.1 Questionário...................................................................................................8
5. CONCLUSÃO.....................................................................................................9
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................10
1

1. INTRODUÇÃO
As farmácias magistrais – também conhecidas como farmácias com
manipulação ou de manipulação – vêm se destacando no cenário de medicamentos
brasileiros. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, “a manipulação de
medicamentos compreende um conjunto de operações farmacotécnicas com finalidade
de elaborar preparações magistrais e oficinais e fracionar especialidades farmacêuticas
para uso humano. Esse processo constitui-se das fases de pesagem, preparação, mistura,
embalagem e rotulagem de um medicamento como resultado de uma prescrição de um
profissional habilitado” ².
As farmácias de manipulação representam um espaço de grande atuação do
profissional farmacêutico, resgata a prática de preparar, conservar, manipular e
dispensar. A fórmula magistral valoriza o médico que a prescreve, melhora a relação
“médico- paciente” e permite um equilíbrio da fórmula para o paciente que, como
pessoa única e individual em sua sintomatologia, nem sempre se adapta a formulações
já estabelecidas².
Ao farmacêutico magistral cabe a responsabilidade em garantir tecnicamente,
tanto ao cliente como ao médico, a preparação dos produtos farmacêuticos com
individualidade, priorizando que sejam manipulados com total qualidade e segurança.
Isto garante ao médico que seus pacientes, individualmente, terão sempre um
atendimento adequado ao diagnóstico¹.
A farmacotécnica entendida como a arte de transformar insumos, drogas e
correlatos em preparações medicinais e/ou formas farmacêuticas, faz parte
exclusivamente da formação acadêmica do farmacêutico. Para tanto, tem-se que atuar
na formação acadêmica de acordo com o perfil profissional exigido pelo mercado¹.
Atualmente com a implantação da ANVISA 2000 intensificou-se a importância
não só da otimização dos procedimentos operacionais como também os aspectos de
controle da qualidade da matéria prima ao produto acabado, em cujo documento
instituem-se as boas práticas de manipulação em farmácias¹.
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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivos gerais:


 Discorrer sobre as práticas mais comuns utilizadas nas Farmácias
de Manipulação.

2.2 Objetivos específicos:


 Esclarecer conceitos importantes da área;
 Descrever os processos que ocorrem em farmácias com
manipulação envolvendo todas as principais fases;
 Relatar a experiência dos profissionais Farmacêuticos Magistrais
no trabalho cotidiano nas farmácias de manipulação através da
resposta do questionário.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Aspectos conceituais

A farmácia é o estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e


oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos,
compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou
de qualquer outra equivalente de assistência médica².
As farmácias com manipulação são anteriores à própria indústria farmacêutica;
entretanto, com a implantação e o crescimento desta, a manipulação de medicamentos
em farmácias 20 diminuiu consideravelmente. A sua decadência foi um processo
gradual que aconteceu ao longo das décadas de 1930 a 1950, tornando-se quase
inexistentes a partir de 1960. Somente nos anos de 1980 é que se iniciou um movimento
para que houvesse o resgate da farmácia, com significativo aumento do número de
farmácias em todo o País e, consequentemente, do farmacêutico, juntando as modernas
farmacotécnicas aplicadas à arte de criar medicamentos individualizados³.
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3.2 Das práticas mais comuns utilizadas nas Farmácias de


Manipulação

Os processos que geralmente ocorrem em farmácias com manipulação


envolvem o recebimento da prescrição, aquisição, recebimento e armazenamento de
matérias- primas e material de embalagem, pesagem, preparação, mistura, lavagem de
utensílios, embalagem, rotulagem, controle de qualidade e dispensação de
medicamento5.
Tal processo deve assegurar, por meio de procedimentos escritos e registros, a
qualidade físico-química e microbiológica de todos os produtos, diluídos, adicionados,
misturados ou, de alguma maneira, manuseados antes da sua dispensação, sendo
imprescindível o acompanhamento e o controle de todo o processo de manipulação, de
modo a garantir ao paciente um produto seguro e com menores riscos5.
Somente podem ser adquiridas matérias-primas regularizadas junto à Anvisa. A
aquisição de matérias-primas e materiais de embalagem ou sua supervisão é de
competência do farmacêutico. Todos os fornecedores devem ser qualificados. Deve-se
estabelecer um procedimento de modo a assegurar que os materiais, as matérias-primas
e os serviços, sejam adquiridos de acordo com as Fichas de Especificação e de
fornecedores/distribuidores previamente avaliados e cadastrados³.
Através de análises específicas, o laboratório de Controle da Qualidade avalia
aspectos relativos à qualidade das matérias-primas, materiais de embalagem, vidrarias
utilizadas e fórmulas manipuladas. Também avalia as boas práticas de manipulação,
conservação e armazenamento das matérias primas, embalagens e preparações através
do controle em processo. As análises são feitas em laboratório interno e/ou externo5.
Devem existir procedimentos operacionais escritos para a manipulação das
diferentes formas farmacêuticas preparadas na farmácia, garantindo sempre a mesma
qualidade em todas as formulações. A avaliação farmacêutica é exclusivamente feita
pelo Responsável Técnico. Esta avaliação compreende a conferência e a análise da
prescrição e da ficha de pesagem ou ordem de manipulação5.
Na prescrição deve-se avaliar a concentração e compatibilidade físico-química
dos componentes, dose e via de administração, forma farmacêutica e grau de risco. A
prescrição deve ser devidamente carimbada, com registro da farmácia e data da
manipulação e a ficha de pesagem ou ordem de manipulação deve estar carimbada e
assinada pelo Responsável Técnico. A ordem de manipulação ou ficha de pesagem deve
conter informações necessárias para a preparação das fórmulas. Desde o nome do
paciente, nome do prescritor, composição da formulação e seus sinônimos, registros,
cálculos, precauções, observações especiais, data e horário de entrega etc. Todas as
etapas realizadas devem estar devidamente assinadas na ficha de pesagem³.
Todos os funcionários que trabalham nas áreas dos laboratórios necessitam de
treinamento e capacitação com relação aos procedimentos técnicos. Esses treinamentos
e essa capacitação devem ser realizados periodicamente, pois a equipe técnica deve ser
conhecedora de toda e qualquer alteração de procedimento ou inclusão de um novo².
Quanto a Dispensação, essa é um dos componentes mais importantes da
Assistência Farmacêutica. Portanto, o Farmacêutico deve prestar orientação
farmacêutica de qualidade, necessária e indispensável aos pacientes, assegurando o Uso
Racional dos Medicamentos (URM) manipulados ou mesmo industrializados. Assim,
ele pode garantir uso correto, oriundo de indicação compatível com as necessidades de
tratamento, na dosagem adequada às demandas de cada paciente e com tempo de
tratamento definido, assim como as orientações sobre as condições ideais de
armazenamento e de descarte ambiental adequado. O medicamento magistral deve ser
acompanhado da bula magistral
5

nos moldes da legislação vigente, Resolução SESA n° 062/2013. Todas as receitas


aviadas devem ser carimbadas pela farmácia, atestando sua manipulação, conforme
legislação vigente a cada grupo de medicamentos5.
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3.3 Vigilância Sanitária


Conforme a Lei Federal 8.080, de 19 de setembro de 1990 – a Lei Orgânica da
Saúde –, a Vigilância Sanitária está assim definida:
Conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir
riscos a saúde e de intervir nos problemas sanitários
decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de
bens e da prestação de serviços de interesse da saúde
abrangendo o controle de bens de consumo que, direta ou
indiretamente, se relacionam com a saúde, compreendidas
todas as etapas e processos, da produção ao consumo e
controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou
indiretamente com a saúde (BRASIL, 1990).

A Vigilância Sanitária tem por finalidade a proteção dos meios de vida, ou seja,
a proteção dos meios de satisfação de necessidades fundamentais, constituindo assim
um componente específico do sistema de serviços de saúde. Integra a atenção à saúde,
representando um segmento estratégico para vários ramos do setor produtivo, situando-
se no âmbito da intervenção nas relações sociais produção-consumo, tendo sua dinâmica
vinculada ao desenvolvimento científico e tecnológico e a um conjunto de processo que
perpassam pelo Estado, o mercado e a sociedade4.
A vigilância sanitária, para exercer suas ações, utiliza instrumentos legais,
como leis e normas técnicas, visando assegurar a promoção, proteção, acompanhando a
evolução da ciência e da tecnologia4.
As ações sanitárias nas farmácias magistrais se baseiam nas inspeções para
verificação do cumprimento das boas práticas de manipulação de medicamentos,
realizadas pelos órgãos de vigilâncias sanitárias dos estados e municípios, de acordo
com as disposições do Regulamento Técnico sobre as Boas Práticas de Manipulação de
Medicamentos para Uso Humano em Farmácias. A Resolução RDC 67 – documento
que dispõe sobre as Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e
Oficinais para Uso Humano em Farmácias alterada pelas RDC 87, de 2008 e a RDC 21,
de 2009 – aprova o Regulamento Técnico sobre as Boas Práticas de Manipulação de
Medicamentos para Uso Humano em Farmácias, cujo aparato legal fixa o seguinte²:
[...] os requisitos mínimos para o exercício das
atividades de manipulação de preparações magistrais e
oficinais das farmácias, desde suas instalações, equipamentos
e recursos humanos, aquisição e controle de qualidade da
matéria-prima, armazenamento, avaliação farmacêutica da
prescrição, 26 manipulação, fracionamento, conservação,
transporte, dispensação de preparações e de outros produtos
de interesse da saúde, além da atenção farmacêutica aos
usuários ou seus responsáveis, visando à garantia de sua
qualidade, segurança, efetividade e promoção de seu uso
seguro e racional. (BRASIL, 2007).
7

4. METODOLOGIA
Para essa abordagem temática, procedeu-se a uma pesquisa junto a 10
Farmacêuticos Magistrais de manipulação nos municípios de Rio Branco –AC Brasil,
no mês de setembro de 2022.
A investigação procurou buscar informações sobre as principais práticas
utilizadas nas farmácias de manipulação, o papel do Farmacêutico e as principais
diferenças da farmácia de manipulação para as farmácias convencionais. O
levantamento utiliza como base de dados os livros de registro das formulações, aliado a
entrevistas com os farmacêuticos responsáveis pelos estabelecimentos. A pesquisa está
centrada sobre a metodologia participativa, onde acadêmicos e profissionais puderam
exercer a busca e a construção do conhecimento.
Como procedimento metodológico foi realizada um questionário de 10
perguntas, onde os acadêmicos perguntaram diretamente aos Farmacêuticos e as
respostas obtidas foram transcritas tais quais eram faladas por eles. Foi escolhido
preservar a identidade de cada profissional a fim de estimular a participação deles na
pesquisa.
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4.1 Questionário
1. O que um Farmacêutico faz na área de manipulação? “Ele é o
profissional responsável por confeccionar os medicamentos e cosméticos,
nesse processo inclui pesagem, encapsulação e dispensação”.

2. Como deve ser a farmácia de manipulação? “A farmácia de manipulação


deve estar segundo as normas da Anvisa. Deve conter um espaço para
armazenamento dos insumos, área de controle de qualidade, laboratório e
salas de produção e dispensação.”

3. Quais são as responsabilidades do farmacêutico na farmácia de


manipulação ? “ É responsável pelo controle de qualidade e
manutenção dos equipamentos de produção.Acompanhar e verificar os
registros de todos os processos, desde a produção até a dispensação ao
paciente”.

4. Qual é o profissional que está apto para prescrever o medicamento


manipulado? “Somente profissionais habilitados são eles o médico, o
dentista e os nutricionistas”.

5. Os antibióticos podem ser manipulados? “Obedecendo aos requisitos do


Regulamento Técnico. É possível sim manipular antibiótico”.

6. Como o Farmacêutico pode garantir a qualidade do medicamento


manipulado? “O Farmacêutico garante a qualidade do medicamento,
manuseando o produto com matéria-prima de qualidade, seguindo todos os
parâmetros que a Anvisa exige”.

7. Por que os médicos prescrevem medicações manipuladas? “Para


possibilitar um tratamento personalizado e sob medida ao paciente”.

8. O medicamento manipulado pode ser emprestado? “Não, os


medicamentos manipulados não podem ser emprestados, pois o mesmo
foipersonalizado de acordo com os sintomas e necessidades de cada
paciente”.

9. Quais os medicamentos que podem ser manipulados? “Praticamente


todas as fórmulas farmacêuticas podem ser manipuladas, entre
elesmedicamentos, suplementos e cosméticos”.

10. Qual a diferença entre o medicamento industrializado e o medicamento


produzido pela farmácia de manipulação? “A diferença é a forma de
produção medicamento, manipulado é feito de acordo com a prescrição
médica, manipulado diretamente pelo farmacêutico, e o industrializado é
feito em grandes quantidades por máquinas”.
9

11. CONCLUSÃO
O estudo permitiu adquirir maior conhecimento teórico acerca da manipulação
de medicamentos, possibilitando observar que o farmacêutico na manipulação deve
preocupar-se não somente com os produtos, mas também com a limpeza do ambiente
de manipulação, fazer orientação e ainda ocupar-se de questões burocráticas,
fornecedores e a gestão da farmácia propriamente dita.
Dessa forma, faz-se necessário ressaltar a importância desse projeto para
nós, futuros Farmacêuticos, uma vez que, faz com que possamos também compreender
a complexidade do funcionamento de uma farmácia magistral.
1

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALMEIDA, M. L. C. As estratégias mitigadoras do impacto da RDC 67/07


da ANVISA para as farmácias de manipulação. Dissertação (Mestrado).
Universidade Federal Fluminense. 2009.

2. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 67 de


08 de outubro de 2007. Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de
Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para uso Humano em
Farmácia e seus Anexos. Diário Oficial da União, Brasília, no 195, seção 1,
p.29-58, 9 de outubro de 2007.

3. BRASIL. Lei no 13021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a


fiscalização das atividades farmacêuticas. Diário Oficial da União, Brasília,
11 ago. 14.

4. COSTA, E.A. Vigilância Sanitária: temas para debate/ autores: Ediná


Alves Costa (organizadora), Fernando Aith, Laurindo Dias Minhoto… [et
al.]. - Salvador: EDUFBA, 2009. 240 p.

5. FERREIRA, A.O. Guia Prático da Farmácia Magistral. 4. ed. São


Paulo: Pharmabooks, 2010

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