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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

ANAMNESE E EXAME FÍSICO DE PELE E FÂNEROS:


CABELO, PÊLOS E UNHAS

FORTALEZA – CE
2021.2
INTRODUÇÃO
 A avaliação da pele revela o estado de saúde do paciente
quanto a oxigenação, circulação, nutrição, lesão tecidual
local e hidratação;
 Para avaliar as partes que compõem o tegumento, é
necessário reunir o histórico de saúde do paciente para
orientar seu exame e então utilizar as técnicas de inspeção e
palpação.
 O Sistema Tegumentar refere-se à pele, ao cabelo, ao couro
cabeludo e às unhas 2
CONDIÇÕES BÁSICAS PARA A
REALIZAÇÃO DO EXAME DA PELE
 Iluminação adequada, preferencialmente a luz natural;
 Desnudamento ou exposição adequada das partes a serem
examinadas;
 Conhecimento prévio dos procedimentos semiotécnicos.
 Lente de aumento, régua pequena com marcação em
centímetros, lanterna de bolso, luvas.
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O QUE DEVE SER INVESTIGADO???
 Coloração
 Continuidade ou integridade
 Umidade
 Textura
 Espessura
 Temperatura
 Elasticidade e mobilidade
 Turgor
 Sensibilidade
 Lesões elementares 4
INSPEÇÃO E PALPAÇÃO DA PELE
1. Cor:
 A coloração da pele é resultante da presença de melanina,
caroteno, hemoglobina e da maior ou menor irrigação
sanguínea;
 Varia de acordo com as partes do corpo e conforme a etnia;
 Considerações especiais: Avalie rotineiramente a pele de
todos os pacientes em risco para procurar por lesões
primárias ou iniciais que possam se desenvolver (Ex.
pacientes internados em casa ou hospitais). 5
PIGMENTOS PRESENTES NA
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PELE
VARIAÇÕES DE COR ÁREAS DE AVALIAÇÃO POSSÍVEIS CAUSAS

EXAME DA COR DA PELE


Avermelhada (eritema; ondas de Área da face, área específica da pele. Enrubescimento, ingestão de álcool,
calor) febre, lesão, trauma, infecção.

Azulada (cianose) Áreas expostas, em especial orelhas, Ambiente frio, doença cardíaca ou
lábios, interior da boca, mãos e pés, respiratória (redução da
base das unhas. oxigenação).

Amarelada (icterícia) Áreas generalizadas da pele, Doença hepática (aumento dos níveis
membranas mucosas e esclerótica. de bilirrubina).

Pálida (palidez) Áreas expostas, em especial face e Anemia (redução de hemoglobina);


lábios, conjuntivas e membranas Choque (diminuição do volume de
mucosas. sangue).

Vitiligo Áreas com manchas brancas sobre a Despigmentação (condições


pele, lábios, base das unhas, congênitas ou autoimunológicas).
conjuntiva.
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Bronzeada ou amarronzada Áreas expostas ao sol. Exposição excessiva (aumento da
produção de melanina), gravidez.
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EXAME DA COR DA PELE


FIQUE ATENTO!
 SINAIS SUGESTIVOS DE MELANOMA MALIGNO:
Assimetria de uma lesão pigmentada;
Borda irregular;
Cor (áreas pretas, cinzas, azuis, vermelhas, brancas, rosas)
ou coloração preta escura;
Diâmetro maior que 6mm;
Elevação ou alongamento. 9
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INSPEÇÃO E PALPAÇÃO DA PELE
2. Temperatura:
 Use o dorso de suas mãos e palpe a região bilateralmente;
 A pele deve estar aquecida, com temperatura igual
bilateralmente;
 As mãos e os pés podem estar um pouco mais frios em um
ambiente frio.

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ACHADOS ANORMAIS
HIPOTERMIA HIPERTERMIA

 Estado de choque;  Traumatismos;


 Insuficiência arterial  Infecções;
periférica;
 Queimadura solar;
 Hipertireoidismo

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INSPEÇÃO E PALPAÇÃO DA PELE
3. Hidratação/Umidade:
 A hidratação da pele e das membranas mucosas ajuda a
revelar desequilíbrio de fluidos, alterações no
microambiente da pele e regulação da temperatura corporal;
 Procure por sinais de desidratação nas membranas mucosas
orais (normal - aparecem lisas e úmidas);
 Atenção: A pele escura pode normalmente parecer seca e
escamosa, mas isso não indica necessariamente
desidratação sistêmica. 13
ACHADOS ANORMAIS
 Diaforese: Transpiração profusa, que acompanha um
aumento da taxa metabólica;
 Causas: Ansiedade; dor; exposição a ambientes quentes,
obesidade ou excitação.
 Desidratação: As membranas mucosas parecem secas e os
lábios parecem secas e os lábios perecem ressecados e
rachados
Outros fatores causadores de ressecamento da pele
incluem: redução da hidratação normal, exposição ao sol, 14
tabagismo, estresse, transpiração excessiva e desidratação.
DIAFORESE DESIDRATAÇÃO

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INSPEÇÃO E PALPAÇÃO DA PELE
4. Textura: Refere-se à característica da superfície da pele e
ao quanto as camadas mais profundas podem ser sentidas;
 Tente identificar estas características: Lisa ou áspera; Fina
ou espessa; Firme ou flexível; Endurecida ou macia.
 Normal: Lisa, macia e flexível em crianças e adultos;
 Alterações localizadas da pele resultam de: traumas,
cicatrizes cirúrgicas ou lesões.
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INSPEÇÃO E PALPAÇÃO DA PELE
5. Turgor: Refere-se à elasticidade da pele;
 Normal: A pele solta facilmente e cai imediatamente de volta
para a sua posição de descanso;
 Pode haver diminuição do turgor com o avanço da idade
 Alterações resultam de: edema, desidratação grave, perda
de peso extrema;

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Avaliando o turgor....

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INSPEÇÃO E PALPAÇÃO DA PELE
6. Edema: Refere-se ao acúmulo de líquido nos espaços
intercelulares e normalmente não está presente.
 Onde observar?
Torna-se mais evidente em partes inferiores do corpo (pés,
tornozelos e áreas sacrais);
Unilateral – Considerar causa local ou periférica;
Bilateral (generalizado) – Conhecido como “anasarca”,
considerar um problema central, como insuficiência cardíaca
ou insuficiência renal. 19
Avaliando o edema – Sinal de Godet
 Sua presença é graduada em uma escala de quatro pontos: de +1
(edema leve) até +4 (edema intenso).

Atenção:
 O edema mascara cor da pele normal e ofusca situações patológicas;
 O edema faz com que a pele escura pareça mais clara; 20
INSPEÇÃO E PALPAÇÃO DA PELE
7. Lesões: São alterações traumáticas ou patológicas em
estruturas previamente normais.
 Podem ser classificadas como:
Primária – quando a lesão se desenvolve na pele
previamente inalterada;
Secundária – quando uma lesão muda ao longo do tempo,
ou muda por causa de um fator, como prurido ou infecção.
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O que observar em uma lesão?
 Cor;
 Elevação: plana, elevada ou pedunculada;
 Padrão ou forma: agrupamento ou distinção de cada lesão
(anular, agrupada, confluente e linear);
 Tamanho (cm): utilize régua para medir. Evitar descrições como
“um quarto” ou “tamanho de uma ervilha”;
 Localização e distribuição no corpo (generalizada ou restrita);
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 Produção de exsudato (observe a cor e odor).
LESÕES CUTÂNEAS PRIMÁRIAS
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LESÕES PRIMÁRIAS
 Mudança circunscrita, achatada e não-palpável na cor da
pele:
1. Mácula – Lesão ≤ 1 cm Ex. Sardas e petéquias;
2. Pápula – Lesão ˃ 1 cm Ex. Vitiligo.

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1. Sardas 2. Vitiligo
LESÕES PRIMÁRIAS
 Sólidos e palpáveis:
1. Pápula – Grânulo ≤ 0,5 cm. Ex. Sinal;
2. Placa – Grânulo ˃ 0,5 cm. Ex. Psoríase;
3. Nódulos – Grânulo 0,5 - 2 cm; mais firme do que uma pápula.
Ex. Nevos (verrugas);
4. Tumor – Grânulo ˃ 2 cm. Ex. Hemangioma;
5. Vergão placa urticária – Área irregular e superficial de
edema de pele localizado. Ex. Picada de mosquito e enxame. 25
Sinal

Hemangioma

Psoríase

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Vergão
Veruga
LESÕES PRIMÁRIAS
 Palpáveis
Impetigo e preenchidas
- Infecção por líquido:e Streptococcus; Dermatose
causada por Staphylococcus
epidérmica. Afeta a pele, formando lesões na forma de bolhas, rodeados por
1. Vesícula
ulcerações. – Cheia
As bolhas de fluido
se enchem de pusseroso ≤ 1 As
e estouram. cm. Ex. são,
lesões Herpes
então,
transformadas em uma crosta amarelada. É uma doença muito comum e
simples, catapora;
muito contagiosa, especialmente entre as crianças.
2. Bolha – Cheia de fluido seroso ˃ 1 cm Ex. Queimadura de
segundo grau.
3. Pústula – Cheia de pus. Ex. Acne, impetigo.
4. Cisto - Cavidade encapsulada e preenchida por líquido ou
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semilíquido na derme ou cavidade subcutânea.
Vesícula
Pústula

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Bolha Cisto
FORMATOS COMUNS DE LESÕES CUTÂNEAS

ANULARES OU CONFLUENTES ISOLADAS;


CIRCULARES TENDEM A SE AGRUPAR INDIVIDUAIS

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FORMATOS COMUNS DE LESÕES CUTÂNEAS

AGRUPADAS SERPENTINOSAS/TORTUOSAS EM ALVO


ESPIRALADAS

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FORMATOS COMUNS DE LESÕES CUTÂNEAS

POLICÍCLICAS
LINEARES ZOSTERIFORMES LESÕES ANULARES QUE
ARRANJOS LINEARES CRESCEM JUNTAS
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LESÕES CUTÂNEAS SECUNDÁRIAS
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Crosta – Exsudato ressecado e espesso
quando vesículas/pústulas se rompem;

Escama – Finos blocos compactos de pele,


secos ou oleosos, prateados ou brancos,
decorrentes da esfoliação de células de
ceratina morta; 33
Fissura – Fenda linear com bordas
abruptas, com extensão para a derme, seca
ou úmida. Ex: Queilose;

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Erosão – Depressão escavada, porém rasa;
Superficial. Perda da epiderme, porém não
sangra, cicatriza sem deixar marcas;

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Úlcera – Depressão até a derme,
irregular, sangra;

Escoriação – Abrasão
auto-infligida, às vezes com
crosta; arranhaduras pelo
prurido intenso;

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Cicatriz – Recuperação da lesão tecido normal substituído por tecido
conjuntivo (colágeno);

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Quelóide – Cicatriz hipertrófica, nível de pele em nível elevado pelo
excesso de tecido cicatricial, que invade uma região além da lesão
original. Pode aumentar muito depois da cicatrização; Aspecto liso
como borracha;

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AVALIANDO CABELO E COURO CABELUDO 39
INSPEÇÃO DE CABELO E COURO
CABELUDO
 Inspecione e palpe a textura do cabelo;
 Pode ser fino ou espesso, reto, encaracolado ou
cacheado;
 Deve ter aspecto brilhante, embora suas características
possam perder-se com o uso de alguns produtos de beleza,
como tinturas, condicionadores ou permanente;
 O couro cabeludo deve ser limpo e livre de qualquer lesão
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ou praga.
Esteja atento para...
Hirsutismo - Abundância de pelos corporais.
Alopécia;
Presença de lesões;
Alterações quanto à espessura, à textura e à lubrificação dos
fios e couro cabeludo (ex. alopecia);
Faça a distinção entre caspa e lêndeas (ovos) de piolhos, os
quais são ovais, aderem ao eixo do cabelo e causam coceira
intensa.
Caspa ou psoríase frequentemente causam a escamação ou o
ressecamento do couro cabeludo. 41
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ALOPECIA TÓXICA
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ALOPECIA AREATA
AVALIANDO AS UNHAS 45
ANATOMIA DA UNHA
As unhas normais são transparentes,
lisas, bem torneadas e convexas, com
um ângulo do leito ungueal de cerca de
160 graus.

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Esteja atento para...
Presença de eritema ou inchaço no leito ungueal;
Trauma, cirrose, diabetes mellitus e hipertensão causam
pequenas áreas de sangramento (Hemorragia de Splinter);
Alterações vitamínicas, proteicas e eletrolítica provocam
formação de várias linhas ou bandas no leito ungueal;
Lesão direta ou doença generalizada alteram os padrões de
crescimento das unhas;
Insuficiência de cálcio em idosos torna as unhas mais fracas,
espessas e opacas. 47
ALTERAÇÕES NA COR DO LEITO
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UNGUEAL
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REFERÊNCIAS
 BARROS, A. L. B. L & Col. Anamnese e exame físico. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

 CHAVES, L. C; POSSO, M.B.S (Org.). Avaliação física em enfermagem. Barueri(SP):


Manole, 2012.

 JARVIS, C. Guia de exame físico para a enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

 POTER, P.; PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

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