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Índice
Objetivo..........................................................................................................................................3
Descrição do processo...................................................................................................................4
O ozônio.........................................................................................................................................5
Síntese do índigo...........................................................................................................................8
Conclusão....................................................................................................................................22
Bibliografia....................................................................................................................................23
Declaração...................................................................................................................................24
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I - Dados cadastrais
1. OBJETIVO
Este projeto tem como principal objetivo destacar a capacidade da tecnologia à base de ozônio
em sistemas de desbotamento de tecidos e seus benefícios para o mercado de lavanderias,
indústrias têxteis e o meio ambiente: a) pode reduzir ou até mesmo eliminar o principal
problema que os processos atuais de desbotamento apresentam (elevado volume de água
utilizada para a produção das peças); b) reuso da água utilizada no processo; c) redução do
consumo de energia; d) redução de despejo de efluentes em rios e lagos.
Em parceria com pesquisadores que vinham estudando o uso do ozônio para promover o
desbotamento de tecidos utilizados na confecção de peças de vestuário, genericamente
conhecido como estonagem ou “stone washed”, foi desenvolvido o sistema Desbot Clean
(patente requerida). Ele possibilita o desbotamento do tecido de denim, malha, meia-malha e
outros, usando apenas a água ozonizada e, paralelamente, tratando a água dentro da própria
máquina lavadora onde o processo se realiza, fazendo com que ao final do processo o efluente
final seja apenas água clarificada e isenta de resíduos sólidos.
2. DESCRIÇÃO DO PROCESSO:
Desde a década de 70, o desbotamento de tecidos é feito com grande quantidade de água,
através do atrito de pedras com o tecido. Esse processo de desbotamento gera efluentes
altamente poluentes ao meio ambiente, além do consumo elevado de energia elétrica e
desgaste das máquinas lavodadoras.
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Como alternativa mais eficiente e menos poluente, o DesbO3t Clean é um sistema inédito no
Brasil. Desenvolvido com tecnologia à base de ozônio para processos de remoção da cor de
tecidos, utiliza como agente de desbotamento apenas água ozonizada, em temperatura
ambiente e livre de resíduos poluentes.
Isto significa que a água remanescente pode ser totalmente reutilizada em outras etapas do
processamento de tecidos, gerando economia de até 90% (comparada aos sistemas
convencionais de desbotamento).
O processo DesbO3t Clean foi desenvolvido em parceria com a Panozon Ambiental S.A.
(empresa líder no mercado brasileiro de tratamento de água com ozônio, com mais de 800
sistemas instalados) e Maltec (fabricante de máquinas lavadoras industriais e 15 anos de
experiência), com tecnologia 100% nacional.
Funcionamento
As peças para desbotamento são colocadas na máquina lavadora com nível de água pré-
estabelecido. Um controlador eletrônico gerencia o processo, iniciando a recirculação da água
através do gerador de ozônio (transferindo o ozônio para a água). A água ozonizada será
utilizada como agente de remoção de cor do tecido. Finalizado o tempo determinado, em função
do desbotamento requerido, o controlador desativa o sistema e as peças desbotadas estarão
prontas para o acabamento.
Benefícios
2.1. O ozônio:
O ozônio, conhecido como oxigênio ativo, é um gás natural encontrado na atmosfera e protege,
como um filtro, os seres vivos dos raios solares malignos. Incolor, com odor característico e
constituído por três átomos de oxigênio, ele é extremamente reativo e instável, sendo
considerado o mais poderoso e rápido oxidante disponível na natureza.
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Devido à sua instabilidade, o ozônio tende a transformar-se com muita rapidez em seu
elemento de origem, ou seja, oxigênio. Por isso, ele é gerado no local onde será aplicado,
dentro do gerador de ozônio, através de descargas elétricas denominadas efeito corona.
Ao receber uma descarga controlada de alta voltagem elétrica, algumas moléculas de oxigênio
se dividem e formam, cada uma, dois átomos de oxigênio ionizado
(O-). Os átomos de oxigênio ionizados se unem a outras moléculas de oxigênio e produzem o
ozônio.
Como este terceiro átomo de oxigênio é preso por uma ligação fraca, ele fica extremamente
instável, combinando-se (oxidando) rapidamente com outras substâncias e assim a molécula
volta a ser oxigênio.
Quando o ozônio encontra a molécula de alguma substância oxidável (bactérias, fungos, vírus e
metais em geral), o seu átomo de oxigênio que possui a ligação fraca se desprende e reage
com a substância, promovendo a oxidação.
A história da fantástica aventura do jeans começou em Nimes, na França, onde ele foi fabricado
pela primeira vez. No entanto, foi a indústria têxtil de Maryland, na Nova Inglaterra, que
popularizou, em 1792, o uso desse tecido de algodão sarjado, nomeado denim por ser
fabricado com as mesmas características do pano que se fazia em Nimes.
Por ser um tecido que não merecia grandes cuidados e era durável, inicialmente ele foi
destinado a roupas para o trabalho no campo e também para os mineiros de ouro na Califórnia.
O jeans só se tornaria mais macio muito tempo depois, quando começou a ser lavado com
pedras antes de ser posto à venda. Esse jeans mais macio era produzido por um alfaiate da
Califórnia, que fazia calças para mineiros, e que, mais tarde, se associou a Levi-Strauss.
Utilizava-se o tecido, vindo de Maryland, e geralmente na cor marrom, para cobrir carroças.
Entretanto, o mercado para este tipo de produto estava extremamente saturado, pela oferta de
lonas por praticamente todos os mercadores.
Com um grande estoque de lonas e sem conseguir mercado para as mesmas, Strauss passou
a procurar outra aplicação para o produto. Ele observou que devido à grande exigência física do
trabalho nas minas, os mineradores tinham que substituir freqüentemente as roupas utilizadas,
o que lhes provocava um grande gasto.
A fim de realizar uma experiência, Levi Strauss confeccionou duas ou três peças reforçadas
com a lona que possuía, disponibilizou-as aos mineradores e o sucesso foi imediato. Devido à
alta resistência das peças, elas não se estragavam com facilidade e proporcionavam uma
durabilidade muito maior.
Depois, ao ser vendido em larga escala, o jeans (já tingido de azul - na verdade um tom verde,
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que com o tempo e a luz, ainda na tecelagem, vai se transformando no índigo blue) se tornaria
o elemento principal de uma verdadeira revolução no modo de vestir, fazendo com que os
trabalhadores utilizassem o jeans para exercer suas tarefas mais árduas. Entretanto, o jeans só
passou a ser utilizado no dia-a-dia a partir do século XX.
A partir da década de 70, os tecidos tingidos com índigo passaram a ganhar tratamentos feitos
com pedras e alvejantes, visando conferir maciez e efeitos diferenciados, propiciando a
personalização das peças e gerando um grande apelo mercadológico pelos profissionais da
moda.
O mercado consumidor passou, então, a solicitar roupas mais macias e com detalhes e texturas
diferenciados, o que propiciou o surgimento de uma série de técnicas para confeccionar as mais
diversas peças de calças e camisetas.
Desgaste localizado: são acabamentos feitos peça a peça, com difícil reprodutibilidade entre
as peças e efeitos diversos. Podem-se obter vários efeitos:
2 Lixado: processo manual de abrasão com lixa na peça bruta para desgastar o
tecido em local específico.
3 Detonado: efeito com uso de esmeril dando picotes na peça antes de lavar,
revelando, depois de lavado, marcas localizadas.
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Os processos de lavagem citados acima são os que produzem grandes quantidades de
efluente, sendo que a substituição das pedras e enzimas pela água ozonizada é o foco do
projeto em questão.
Cores sempre exerceram fascínio sobre a humanidade. Por toda a história, corantes e
pigmentos foram objetos de atividades comerciais. Hoje, são vendidos mais de oito mil
compostos diferentes: substâncias que podem ser tanto orgânicas como inorgânicas.
Eles eram, inicialmente, obtidos de fontes naturais: o uso de corantes artificiais teve seu início
apenas em 1856. Entretanto, muitos corantes naturais, utilizados na Antigüidade, ainda são
empregados em larga escala. Alguns exemplos são o índigo (um pigmento azul, extraído de
planta homônima - indigofera tinctoria), a alizarina, corante extraído da raiz de uma planta
européia (madder) e a henna, utilizada até mesmo na indústria de cosméticos. Até mesmo o
nosso país deve o nome a um corante originário do Pau Brasil, de onde era extraído um
pigmento capaz de tingir tecidos com cores fortes, como vermelho, rosa ou marrom.
Em 1856, William Henry Perkin, um químico inglês, sintetizou a mauveina (figura 1) - o primeiro
corante sintético já produzido. Perkin fundou uma fábrica, e logo estava produzindo outros
corantes artificiais.
Hoje, mais de 90% dos corantes empregados são sintéticos. Mesmo o índigo, um dos mais
utilizados, foi obtido sinteticamente, em 1880, e as plantações deste corante logo deixaram de
ser um bom negócio, pois o custo para a sua fabricação era menor do que para seu cultivo e
extração.
figura 1. mauveína
A maior parte dos corantes fabricados vai para a indústria têxtil. As indústrias de artefatos de
couro ou de papel, alimentícias, cosméticas, de tintas e plásticos também são usuários
importantes. Como a demanda é muito grande e diversa, os químicos são desafiados a produzir
corantes e pigmentos com propriedades particulares.
Síntese do índigo
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Em 1880, Karl Heumann descobriu uma rota sintética para um dos corantes naturais mais
utilizados, o índigo. Sua síntese envolvia a fusão cáustica da N-fenil-glicina, que podia ser
obtida pela reação de ácido cloro acético com a anilina.
Para se tornar competitiva, a BASF teria que conseguir, no início do século XX, uma opção para
o índigo, cuja síntese de Heumann estava patenteada pela Bayer. O químico francês Renè
Bohn, que havia sido orientado, no doutorado, por Heymann, chegou à solução. Em 17 de
janeiro de 1901, no seu laboratório, Bohn chegou à síntese de um composto análogo ao índigo.
Ele imaginou que a rota de Heumann deveria ser possível também em outras aminas, não
somente na anilina. Ele começou, então, um estudo com aminas de uma série de
antraquinonas. Pela fusão alcalina da 2-aminoantraquinona ele obteve um excelente corante
azul, conhecido como indatrona, e utilizado até hoje.
Figura 2
Nem todas as substâncias orgânicas são coloridas. Para tanto, são necessárias algumas
particularidades estruturais da molécula. As cores dos corantes e pigmentos se devem à
absorção de radiação eletromagnética* na faixa da luz visível pelos compostos.
*A radiação eletromagnética é causada por fótons e o espectro eletromagnético se expande numa longa faixa de
comprimentos de onda possíveis, de cerca de 1012m.
Isto corresponde a uma faixa que vai desde as ondas longas de rádio (~10 kilômetros) aos
raios-X (~10 micrômetros) e raios gama. Nós somos aptos a detectar, com nosso corpo, uma
estreita faixa desta radiação. Com os nossos olhos, detectamos a faixa de 400 a 700
nanômetros; com o tato, somos capazes de sentir a radiação na faixa do infravermelho e das
microondas, que provocam aquecimento da pele; nosso organismo utiliza a radiação ultravioleta
para promover a formação da vitamina D, a partir de sua pró-vitamina.
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Com apenas três pigmentos é possível se formar todas as cores: todo o colorido do monitor de
seu computador vem de combinações entre vermelho, verde e azul (RGB).
As cores estão relacionadas com comprimentos de onda particulares. O vermelho, por exemplo,
corresponde à faixa entre 480 a 530 nm, e o azul, de 600 a700 nm.
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Hoje, este é o segundo maior grupo de corantes utilizados. Em 1901, Bohn produziu um
substituto para o índigo, a partir da 2-aminoantraquinona. A BASF, empresa onde Bohn
trabalhava, logo começou uma longa série de corantes análogos, e muitos são vendidos até
hoje. Em torno da mesma época, o químico alemão Adolph von Baeyer descobriu que o
aquecimento do anidrido ftálico com resorcinol (1,3-di-hidroxibenzeno) em solução aquosa
produzia um novo composto, capaz de tornar a solução muito fluorescente. Por isso, foi
chamado fluoresceína. Até hoje este composto é empregado nas placas de sinalização em
rodovias brasileiras. Vários derivados da fluoresceína são hoje utilizados como corantes, tal
como a eosina (tetrabromofluoresceína), que é largamente empregado como corante vermelho
em cosméticos, tintas e papéis. Seu análogo eritrosina (tetraiodofluoresceína) é usado como
corante vermelho em alimentos. A fluoresceína é um xanteno, uma classe de compostos
largamente empregados como corantes.
Os corantes azóico são grupos muito utilizados. Em comum, eles contêm o grupo -N=N-,
chamado "azo". A reação do ácido nitroso (HONO) com uma anilina Ar-NH2 dá o íon diazônio
Ar-N=N+, que rapidamente reage com outras anilinas ou fenóis para formar compostos azóico.
O primeiro corante azóico utilizado comercialmente foi a crisoidina, que já vem sendo vendido
desde 1875.
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crisoidina
A partir deste, se obteve um dos corantes marrons mais empregados, o marrom Bismark.
Marrom Bismark
Os corantes azóicos podem ser gerados no próprio tecido. O primeiro corante direto foi o Congo
Red. Neste processo, o sal de diazônio do corante precisa reagir com uma outra molécula para
formar o corante azóico. O tecido é previamente tratado com uma solução desta molécula de
acoplamento, e, então, imerso em uma solução do sal de diazônio para formar o corante
diretamente no tecido. Este método foi patenteado em 1880. Outro processo similar, onde o
tecido é inicialmente mergulhado em uma solução do sal de diazônio e, só depois, imerso em
uma solução da molécula de acoplagem, foi patenteado sete anos mais tarde. A maior parte
dos corantes empregados neste método eram derivados da anilina.
congo red
Em 1912, descobriu-se que o composto 2-hidróxi-3-naftanilida (Naftol AS) pode formar um íon
soluvél em água, com bastante afinidade pelo algodão. Ele poderia reagir com um componente
diazóico e formar vários corantes largamente empregados. Um deles é o Fast Scarlet. Durante
o tingimento do tecido, as indústrias têm à mão mais de 100 tipos de Naftol AS e mais de 100
tipos do componente diazóico. Entretanto, somente algumas combinações é que são, de fato,
utilizadas.
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Os grupos -OH e -NH2, em um anel benzênico, direcionam a acoplagem com sal de diazônio
para as posições ortho e, para estes efeitos dependem do pH, pois ambos os grupos são
ionizáveis. O ácido-H (ácido 8-amino-1-naftol-3,6-dissulfônico) tem estes grupos e pode ser
acoplado seletivamente a dois componentes azóicos diferentes. O corante Acid Black 1 é obtido
pela acoplagem com o íon diazônio da p-nitroanilina, em um solução ligeiramente ácida. Só
então é adicionada a outra solução, alcalina, com o íon diazônio da anilina.
ftalocianina
quinacridona
Em 1956, um novo método para a introdução de corantes no tecido foi patenteado: os corantes
reativos. Neste processo, um grupo reativo é introduzido no corante e este, então, liga-se
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corante reativo
A Hoechst desenvolveu outro tipo de corante reativo, onde as moléculas dos corantes são
conectadas a um grupo reativo de vinilsulfona (VS). Hoje, muitos corantes existem na forma
reativa. Foi só com a introdução desta técnica que o algodão pôde ser tingido com cores fortes
e vivas.
Os tecidos são feitos de fibras - naturais ou sintéticas - que são constituídas de longas cadeias
poliméricas. A lã, a seda e o couro são polímeros de alfa-amino-ácidos, RCH(NH2)COOH, onde
R é um grupo orgânico. Os monômeros são unidos por ligações amídicas (-CO-NH-), separados
por um carbono do grupo R. Estes grupos podem ser hidrofílicos, hidrofóbicos, ácidos ou
básicos, podendo servir como sítios para interações eletrostáticas com os corantes.
As poliamidas (nylons) são análogos sintéticos, também com a ligação amídica, separada por
cadeias hidrocarbônicas lineares (CH2)n, e podem ser feitas com excessos de grupos amino ou
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carboxilato nos terminais das cadeias. Estes e as ligações amídicas são os sítios para
interações com os corantes. Várias outras fibras sintéticas são utilizadas, tanto para tecidos ou
em plásticos, como o poliéster e os acrílicos.
A celulose é um polímero linear encontrado em plantas. É uma cadeia formada por milhares de
moléculas de beta-glucose. As fibras de algodão são praticamente 100% de celulose. A
madeira contém apenas cerca de 40%, mas a celulose pode ser extraída e, então, regenerada,
podendo resultar na viscose ou no rayon. A acetilação da celulose leva ao acetato de celulose,
outra fibra muito utilizada.
Os corantes são aplicados, geralmente, com um banho, do tecido, em uma solução aquosa do
corante. Este deve migrar para a fase sólida (tecido) e não sair com adição de água (senão a
roupa desbotaria a cada lavagem). A retenção das partículas do corante pelas fibras do tecido
envolve várias forças atrativas, incluindo interação iônica, forças de Van der Waals e ligação
hidrogênio.
Interações intermoleculares também estão presentes nas ligações fibra-corante. Tanto as fibras
como os corantes possuem grupos, com átomos O, N ou S, altamente polares. Grupos -OH são
capazes de fazer ligações de hidrogênio, a mais forte interação intermolecular. Os grupos
fenólicos nos corantes têm dupla função: a) atuam como auxocromos e b) fornecem sítios para
ligações de hidrogênio.
A ligação entre a fibra e o corante pode ser, ainda, do tipo covalente. É o caso da interação nos
corantes reativos, que são ligados a um grupo eletrofílico capaz de reagir quimicamente com a
fibra.
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O princípio de funcionamento das pedras promove a retirada de parte do corante através de
atrito, uma vez que, dentro da lavadora, as peças de vestuário são misturadas às pedras e
mantidas em um banho d’água, geralmente aquecido, sob agitação, promovendo o desgaste.
Como desvantagem desse sistema, pode-se apontar o desgaste do tecido e dos equipamentos
de lavagem, pela ação agressiva do atrito das pedras.
Essa ação mecânica remove corante e fragmentos de fibras dos tecidos, transferindo-os para o
banho. As pedras também sofrem desgaste no processo, gerando fragmentos (lodo) de argila,
que incorporam parte do corante removido, adquirindo a coloração do mesmo.
No uso de enzimas, a remoção é feita pelo ataque direto destas substâncias aos corantes e
fibras do tecido. Embora em menores proporções, provocam também efluentes ricos em cor e
sólidos. Nos processos convencionais, são necessários alguns enxágües posteriores aos
banhos de tratamento e são usados entre 3 e 6 volumes de água para completar cada batelada
do processamento.
Essa mistura de corante, resíduos das pedras e de fibra dos tecidos constitui um efluente de
pouca ou nenhuma biodegradabilidade e que hoje constitui o principal problema do processo.
A dissolução de gases em água tem sua maior eficiência em faixas de temperaturas ambientes.
Por isso, o processo é todo efetuado a frio, gerando grande economia de energia, se
comparado aos processos convencionais.
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Propositadamente, a limpeza do filtro foi concebida para ser operada de forma manual, isto para
que os sólidos possam ser removidos e descartados junto com os dejetos sólidos, na coleta
seletiva de resíduos, conforme o Plano de Gerenciamento dos Resíduos de cada usuário,
evitando assim, que sejam lançados no sistema de tratamento de efluentes líquidos, gerando
todos os problemas decorrentes para o tratamento dos mesmos.
Para realizar o desbotamento, é necessário apenas um volume de água, haja vista que o ozônio
residual, não utilizado para oxidação no processo, retornará à forma de oxigênio, não deixando
resíduos químicos no banho e nos tecidos, tornando desnecessária a fase de enxágüe, cuja
finalidade é sempre a remoção de resíduos deixados na etapa de processamento anterior.
Com isto, podemos afirmar que, ao final do processo, a água remanescente estará isenta de cor
e sólidos, podendo ser aproveitada em uma próxima batelada de beneficiamento de roupas.
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Corte de jeans antes (direita) e após (esquerda) o desbotamento com ozônio
Jaqueta feminina em jeans antes (direita) e após (esquerda) o desbotamento com ozônio
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Calça jeans masculina processada com ozônio destacando o efeito do lixado
Vários benefícios são decorrentes da substituição dos processos convencionais pelo sistema
ora proposto. Os principais são:
2 Redução de 100% no consumo de energia para geração de calor: uma vez que o
tratamento com ozônio se processa à temperatura ambiente, os custos com geração de
vapor para aquecimento da água de processo são eliminados. Com isso, são
economizados recursos e, nos casos em que a energia é obtida via combustíveis fósseis,
o processo colabora para minimizar também a queima desses combustíveis, trazendo
enormes ganhos ambientais e econômicos para o usuário. Para novas instalações, o uso
da tecnologia possibilita investimentos menores em sistemas de aquecimento.
4 Aumento da vida útil das lavadoras: as máquinas lavadoras que utilizam pedras
precisam ser construídas com materiais reforçados para resistir melhor ao desgaste
provocado pelas mesmas. Mesmo assim, a manutenção constante e a substituição
periódica dos cestos (aço inoxidável) das máquinas é uma realidade entre as empresas
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que trabalham com este sistema.
Para mostrar os potenciais de ganhos, apresentaremos uma simulação dos benefícios obtidos
por uma lavanderia industrial de pequeno porte e que processa, em média, 800 pares de calças
jeans por dia, utilizando uma máquina lavadora com capacidade nominal de 200 kg/hora,
considerando apenas a fase de desbotamento e dando ênfase à redução de geração de
efluentes, objeto deste trabalho:
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máximo de quatro vezes dessa água e tomaremos como média o volume de 20 litros / peça
processada.
Como estes insumos serão substituídos no processo, os ganhos obtidos podem chegar a 100%.
A lavanderia pode contabilizar este ganho.
Energia para geração de calor: Devido à substituição dos insumos, os ganhos obtidos podem
chegar a 100%.
Energia elétrica: existe um acréscimo de energia elétrica necessária para operar o gerador de
ozônio. O consumo do gerador, para esta capacidade, é de 3Kw/h.
Ressaltando que, no primeiro caso são gerados mensalmente 1.760m3 de efluentes poluentes,
que necessitam de tratamento especial e oneroso para remoção de cor e sólidos não
biodegradáveis, enquanto que, com o processo de ozônio, o efluente gerado dispensa esse tipo
de tratamento.
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6. CONCLUSÃO
Estes números nos permitem visualizar a enorme quantidade de água e efluentes que são
gerados diariamente no nosso país, proveniente desse setor, justificado a crescente
preocupação dos órgãos ambientais quanto à fiscalização e restrições para implantação de
novas unidades.
Supondo que cada uma das 1200 lavanderias citadas optasse por substituir apenas uma de
suas máquinas pelo sistema e pelos valores médios que apresentamos no estudo econômico,
obteríamos uma economia mensal de 1.584.000m3 de água, evitando a geração desse volume
de efluentes para serem tratados e devolvidos todos os meses ao meio ambiente!
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7. BIBLIOGRAFIA
Para a elaboração deste trabalho, foram utilizadas consultas obtidas dos sites abaixo:
2 www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/
3 www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/dye/corantes
4 www.santistatextil.com.br/site/content/jeanswear/historia.asp
5 www.hering.com.br/Canais/glossario/
6 www.informativocavalos.com.br/curiosidade%20historia%20do%20jeans
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DECLARAÇÃO
Atenciosamente
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