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1.

Elementos químicos e a sua organização

a. Massa e Tamanho dos Átomos


 O átomo é uma partícula, eletricamente neutra (número de protões é igual ao número de
eletrões), constituído por um núcleo, carregado positivamente (protões e neutrões) e por
uma nuvem eletrónica, carregada negativamente (eletrões).
 O núcleo é onde se concentra quase toda a massa do átomo.
 Os átomos formam iões quando ganham ou perdem eletrões, formando respetivamente
aniões e catiões.
 Um átomo caracteriza-se por um número atómico (Z) igual ao número de protões, e um
número de massa (A), igual ao número de nucleões (protões + neutrões).

 Isótopos são átomos do mesmo elemento químico com o mesmo número de protões
(atómico), mas diferente número de neutrões (massa).
 A ordem de grandeza é a aproximação do valor real à potência de base 10 mais próxima.
 Para determinar a massa relativa dos átomos, usa-se a unidade de massa atómica, que
corresponde a 1/12 da massa de um átomo de carbono-12. Assim, a massa atómica
relativa de um átomo constitui a relação entre a massa desse átomo e a unidade de massa
atómica.
 Quando um elemento tem vários isótopos, é necessário calcular a massa atómica
relativa média (Ar), por exemplo:

 O valor da massa atómica relativa média de um elemento será mais próximo da massa do
seu isótopo mais abundante.
 Uma mole (mol) contém 6,022 x 1023 entidades elementares (constante de avogadro).
 O número de entidades (N) calcula-se da seguinte forma:
o N = NA x n
 A massa molar (M) corresponde à massa de uma mole, ou seja, à massa por unidade de
quantidade de matéria.
o M = m/n

b. Energia dos Eletrões nos Átomos


 A luz pode ser detetada como partículas de energia, os fotões, sendo a energia de cada
fotão proporcional à frequência dessa luz.
o E = hv
 O espetro eletromagnético é formado pelo conjunto das radiações eletromagnéticas
ordenadas por energia (ou frequência). Os espetros resultam da decomposição da luz e
podem ser de emissão, se resultam da decomposição da luz emitida por um corpo, ou de
absorção, se resultam da absorção da luz em determinadas zonas (riscas negras).
 Espetro de emissão contínuo: conjunto ininterrupto de cores na zona do visível
(lâmpadas incandescentes ou de halogéneo).
 Espeto de emissão descontínuo (riscas): conjunto de riscas coloridas bem definidas
sobre um fundo negro. (lâmpadas fluorescentes, néon e fogos de artifício).
 Espetro de absorção descontínuo (riscas): conjunto de riscas negras bem definidas
sobre um fundo colorido. (sol e estrelas).
 Cada elemento tem um espetro de emissão e absorção próprios que permite identificá-lo.
 Para um átomo do mesmo elemento químico, as riscas coloridas no espetro de emissão
coincidem (têm a mesma frequência) com as riscas negras no respetivo espetro de
absorção.
 Bohr, no seu modelo atómico estabeleceu duas ideias fundamentais:
o Existência de níveis de energia bem definidos (n = 1, 2, 3...)
o A ocorrência de transições de eletrões entre níveis, por absorção ou
emissão de certas quantidades de energia bem definidas.
 Segundo o modelo atómico de Bohr, os eletrões movem-se em torno do núcleo em
orbitas circulares bem definidas e quanto mais afastadas do núcleo estiverem as órbitas
maior é a energia do eletrão. A energia do eletrão no átomo está quantizada, ou seja,
apenas são permitidos certos valores de energia. A energia de um nível (n) é sempre
negativa, sendo tão mais negativa quanto mais próximo do núcleo (menor o n). A energia
é nula para n = ∞.
 O nível de energia mais baixo (n = 1) é o estado mais estável do átomo estado
fundamental.
 Os outros níveis (n = 2, 3, 4,...) estados excitados.
 Quando o eletrão absorve energia, passa para um nível de energia superior. Diz-se que há
uma excitação do átomo.

 Quando o eletrão passa para um nível de energia inferior


(mais próximo do núcleo) emite energia. Diz-se que há uma desexcitação do átomo.

 Séries espectrais:
o Série de Lyman: transições para n = 1, com emissão de luz UV
maior energia.
o Série de Balmer: transições para n = 2, com emissão de luz visível e
UV.
o Série de Paschen: transições para n = 3, com emissão de luz
infravermelha menor energia.
 A variação de energia associada à transição eletrónica entre níveis é dada por:

o Se ΔE > 0, significa que o átomo absorveu energia, ou seja, sofreu


excitação.
o Se ΔE < 0, significa que o átomo emitiu energia, ou seja, sofreu
desexcitação.
 Se a energia absorvida por um átomo for suficiente para o átomo transitar para o nível n
= ∞, ocorre a ionização do átomo e o eletrão adquire energia cinética.
 Para o eletrão transitar entre níveis, a energia fornecida terá de corresponder exatamente
à variação de energia envolvida numa transição.
 O modelo atómico de Bohr, apresenta limitações para átomos com mais de um eletrão,
que para além da atração entre núcleo e eletrão, existe a repulsão entre os eletrões.
 Os eletrões não se movem em orbitas bem definidas, modelo da nuvem eletrónica.
 A nuvem eletrónica é a representação da densidade da distribuição de eletrões à volta do
núcleo.
 Espetroscopia fotoeletrónica é uma técnica que consiste na determinação da energia
necessária para remover um qualquer eletrão (energia de remoção).
o Cada um dos valores refere-se ao átomo neutro.
o Através da técnica, obtém-se um gráfico do número relativo de eletrões
em função da energia de remoção.

o Da análise gráfica verifica-se que:


 Valores de energia de remoção de ordens de grandeza muito
diferentes, correspondem a níveis de energia diferentes, se
forem de grandezas próximas significa que o nível de energia
está desdobrado em subníveis.
 A altura dos picos é proporcional ao número de eletrões
existentes.
 Átomos de elementos diferentes têm eletrões com valores diferentes de energia.
 Orbital é a zona do espaço em torno do núcleo do átomo com maior probabilidade de
encontrar o eletrão.
 A um maior valor de n corresponde um maior valor de energia e uma maior distância
eletrão-núcleo.
 O subnível de energia (s, p, d...) está associado à forma da orbital. O tipo s tem forma
esféria, p forma lobular e d forma diversificada.
 Orbitais degeneradas são orbitais que pertencem a um mesmo subnível logo têm a
mesma energia.
 Spin sentido do movimento de rotação do eletrão. Cada orbital pode comportar no
máximo dois eletrões de spins opostos.
 A forma como os eletrões se distribuem nas várias orbitais atómicas Configuração
eletrónica.
 A distribuição dos eletrões para obter a configuração eletrónica terá de obedecer:
o Princípio da construção: os vários eletrões vão ocupando os diferentes
subníveis, por ordem crescente de energia.
o Princípio da exclusão de pauli: cada orbital contém, no máximo, dois
eletrões, com spinsopostos.
o Regra de Hund: no preenchimento das orbitais com igual energia
(degeneradas) distribui-se primeiro um eletrão por cada orbital e
depois completa-se, como exemplifica o diagrama de
caixa:

 A configuração eletrónica mais estável é aquela que corresponde ao estado de menor


energia (fundamental). Exemplo de escrita da configuração eletrónica:
16S 1s2 2S 2 2P 6 3S 2 3P4
16S 1s2 2S 2 2Px 2 2Py 2 2Pz 2 3S 2 3Px 2 3Py 1 3Pz1
16S [10Ne] 3S 2 3Px 2 3Py 1 3Pz1

 Nas três configurações, os eletrões de valência são sempre visíveis e correspondem aos
eletrões do último nível de energia, designado por nível de valência.
 Ao conjunto do núcleo e de todos os eletrões interiores, dá-se o nome de cerne do átomo.

Tabela Periódica
 Disposição sistemática dos elementos químicos, na forma de uma tabela, em função das
propriedades dos elementos químicos.
 Surgiu devido à crescente descoberta de elementos e da consequente necessidade de
organização dos mesmos.
 Contributos para a evolução da TP:
o Dobereiner: organizou os elementos por tríades.
o Chancourtois: parafuso telúrico, colocando os elementos por ordem
crescente das suas massas atómicas.
o Newlands: organizou os elementos por oitavas. A cada oito elementos,
as propriedades eram semelhantes.
o Meyer
o Mandeleev: colocou os elementos por ordem crescente das suas massas
atómicas, organizando em 8 colunas e 12 linhas.
o Moseley: periocidade dos elementos em função do número atómico.
o Seabor: elementos transurânicos.

 A tabela periódica está organizada em 18 grupos, 7períodos e 4 blocos, de acordo com a


configuração eletrónica dos 118 elementos. Os elementos dos grupos mais à esquerda
são metais, mais à direita são não metais.
 Elementos do mesmo grupo têm o mesmo número de eletrões de valência.
 Os elementos do mesmo período têm o mesmo número de níveis de energia (n).
 Os elementos do mesmo bloco têm a última orbital de valência, preenchida ou em
preenchimento do mesmo tipo.
o Bloco s nas orbitais tipo s.
o Bloco p nas orbitais s e p.
o Bloco d nas orbitais s e d.
o Bloco f nas orbitais s e f.
 Os elementos dos blocos s e p são designados por elementos representativos, os do bloco
d são designados por elementos de transição.
 Os elementos do bloco f são designados por elementos de transição interna.
 Propriedades periódicas da tabela periódica:
o Raio atómico:
 Aumenta ao longo do grupo: maior número de níveis de
energia, leva a uma menor atração núcleo – eletrões e assim à
expansão da nuvem eletrónica o que faz um aumento do raio.
 Diminui ao longo do período: igual número de níveis de
energia e maior carga nuclear, o que origina uma maior atração
núcleo – eletrões e assim uma contração da nuvem eletrónica o
que faz uma diminuição do raio.
o Energia de ionização (energia necessária para remover um eletrão de
um átomo no estado fundamental):
 Diminui ao longo do grupo: maior número de níveis de energia,
menor atração núcleo – eletrões o que torna mais fácil de
remover o eletrão e assim menor a energia de ionização.
 Aumenta ao longo do período: maior carga nuclear, leva a uma
maior atração núcleo – eletrões, sendo mais difícil remover o
eletrão e assim maior é a energia de ionização.

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