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Resumo - Direito Penal 4
Resumo - Direito Penal 4
CLASSIFICAÇÕ ES DE CRIMES
- DOLO ESPECIAL: Indicam elemento subjetivo especial (dolo específico) alguns termos
encontrados ao longo do có digo:
- Para satisfazer.
HOMICÍDIO
LEGISLAÇÃO –CP121
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
Homicídio culposo
Aumento de pena
Note que a estrutura de títulos e capítulos do Có digo Penal (CP) define os bens
jurídicos (BJ) tutelados, em gênero (título) e espécie (capítulos).
Todos os crimes contra a vida (Tit 1º, Cap1º), com exceçã o ao homicídio culposo,
sã o julgados pelo Tribunal do Jú ri, incluindo a TENTATIVA.
No capítulo 3º, da periclitaçã o da vida e da saú de, o agente quer causar perigo à
vida de alguém.
Direito Penal 4 - Parte Especial
Para definir qual o tipo de homicídio, basta fazer por exclusã o: se nã o for nem
qualificado, nem privilegiado será simples. É como um carro... vai tirando tudo, fica
simples!
VIDA.
SUJEITO ATIVO
- É um crime de açã o livre, pois se pode matar alguém de qualquer forma, inclusive,
por omissã o.
LEGISLAÇÃO –CP13§2º
2º grau: é aquele que o agente deseja um resultado, mas, pratica conduta que
aumenta a abrangência dos efeitos de sua conduta. Por exemplo, cara explode um aviã o
inteiro para matar o comandante. O dolo será de 1º grau com relação ao comandante e 2º
com relação aos demais passageiros da aeronave.
O dolo eventual é aquele em que o cara toca o foda-se. Ou seja, há mais hipóteses que
não a ocorrência do crime. Por exemplo, atirar em uma maçã na cabeça de alguém. Pode-se
acertar a maçã, a pessoa ou errar ambos.
Direito Penal 4 - Parte Especial
CONSUMAÇÃ O E TENTATIVA
Muito cuidado com desistência voluntária. O ato poderia causar a morte e não causou?
É tentativa!
Tentativa é quando por circunstâncias alheias a sua vontade, o sujeito não consuma o
crime. (ex.: o sujeito atira e erra, é tentativa)
No caso de um ladrão que entra em uma casa para praticar furto, porém não o faz e sai
com “as mãos abanando”, encontra com a polícia, é desistência voluntária.
O sujeito mirar no pé da vítima, acertar e não atirar mais, é desistência voluntária, pois o
ato dele não chegaria a um homicídio.
PENA HOMICÍDIO
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
O art 67, atenuantes, fala destes motivos sociais. O legislador reconhece sua nobreza, mas não
deixa o ato impune. Ex: matar perigoso bandido.
No relevante valor moral o indivíduo age com motivação pessoal nobre e a sociedade reconhece
isto. Como exemplo temos o cara que mata o estuprador de sua filha.
Direito Penal 4 - Parte Especial
VIOLENTA EMOÇÃ O
Por último, violenta emoção, que causou impacto em seu sistema inibitório, desde que
logo após injusta provocação feita pela vítima.
E o que é esta tal de injusta provocação? Pode ser qualquer simples provocação, desde
que seja injusta.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Tipo penal qualificado também é chamado de tipo penal derivado, pois deriva do
simples.
Qualificam este tipo de homicídio: Motivos, meios, modos e fins (dolo de matar
decorre de outro crime).
As qualificadoras objetivas sã o as de meio, modo e fins (CP 121, §2º, III, IV e V). Já
as qualificadoras subjetivas sã o as de motivo (CP 121, §2º, I e II).
MOTIVOS QUALIFICADORES
MOTIVO FÚ TIL
Ocorre por bobeira. É um motivo desproporcional, insignificante. Ex.: sujeito que
mata o garçom porque encontrou uma mosca na sopa; matar o caixa porque deu o troco
errado.
Neste ponto, CRB faz crítica, pois, motivo insignificante (fú til) é qualificadora,
enquanto ausência de motivo consiste homicídio simples. A crítica é ao fato de que um
homicídio sem motivo nã o é qualificadora.
Direito Penal 4 - Parte Especial
MOTIVO TORPE
Vil, que causa indignaçã o, ná useas, repugnante, tomando por base a consciência
média.
O motivo torpe afasta a futilidade (CRB) e exige indícios aos quais deve manifestar-
se o magistrado durante a pronú ncia.
Muitos doutrinadores dizem que só pode ser promessa de natureza econô mica. Ex.:
para pagar uma dívida. Porém, outros afirmam que o có digo nã o fala de natureza
econô mica, entã o seria qualquer promessa, inclusive a de casamento. O grande
fundamento dessa doutrina que o legislador, quando exigiu o tipo penal com vantagem
econô mica, o fez expressamente, como o crime de extorsã o. Portanto, a interpretaçã o é de
que seria qualquer tipo de promessa.
MEIOS QUALIFICADORES
Inc III: veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura OU outro método insidioso, cruel ou
que cause perigo comum (aqui cabe interpretaçã o analó gica, pois a lista nã o é exaustiva e
há outros meios em que, na aná lise do caso, podem ser qualificadores do meio).
Note que aqui tratam-se os exemplos (veneno, fogo, asfixia etc) para depois serem
tratadas as circunstâ ncias genéricas.
VENENO
No caso do veneno, além de substâ ncias nocivas a todos, aceita-se que seja
substâ ncia que represente perigo à vítima (i.e. açú car a diabéticos). Difere de outras
substâ ncias como á gua quente, ferro cadente etc. Logo, caracteriza-se por seu meio
insidioso (dissimulado, disfarçado). Pode ser pensado em meio cruel se fizer com que
traga maior sofrimento à vítima..
EXPLOSIVO E FOGO
Perigo comum (lembrando que basta causar o risco, nã o é necessá rio dano efetivo). Fogo e
explosivo sã o, classicamente, perigo comum. Mas podem ser considerados meio cruel,
dependendo do caso.
ASFIXIA
A asfixia pode ser: mecâ nica, tó xica (gá s asfixiante). Esta qualificadora limita-se ao
homicídio, nã o sendo agravante ao crime de lesõ es corporais.
É um meio cruel.
TORTURA
Todo aquele que cause sofrimento (ex. passar com o carro vá rias vezes sobre a
vítima). A lei 9455 define TORTURA.
MEIO INSIDIOSO
Veja que o meio insidioso é aquele disfarçado, que a vítima nem tem como se
defender pois nã o percebe. Se o cara enfiar veneno goela abaixo de alguém de forma
forçada nã o é meio insidioso. Se este veneno, no entanto, causa padecimento, vira meio
cruel (e qualifica o homicídio, portanto, por MEIO). Trata-se de recurso dissimulado
utilizado pelo agente, e nã o a sua forma de agir.
Direito Penal 4 - Parte Especial
PERIGO COMUM
O título 8 cap 1º define os crimes de perigo comum nos art 250 a 257. Se conduta
resulta perigo comum, autor responde pelos dois em concurso formal: HQ e causaçã o de
perigo comum.
Nã o se pode confundir o dolo, no entanto. Matar utilizando meio que cause perigo
comum é diferente de querer apenas causar o perigo comum.
MEIO CRUEL
É aquele que causa sofrimento desnecessá rio. Trata-se de meio bá rbaro,
martirizante, impetuoso. Revela sadismo, brutalidade fora do comum.
TRAIÇÃ O
Modo sorrateiro, inesperado. Por exemplo, pegar pelas costas. Ocultaçã o moral ou
física da intençã o do agente. Caracteriza-se pela DESLEALDADE.
EMBOSCADA
Pegar de surpresa, a tocaia, a espreita. Agente se esconde para surpreender a
vítima com ataque indefensá vel. Dificulta ou impede a defesa da vítima.
DISSIMULAÇÃ O
Modo disfarçado de agir. Por exemplo: vestir roupa da COPEL para se aproximar
da vítima, fingir-se de amigo, iludir a vítima etc. Modalidade da surpresa, pois visa pegar a
vítima desprevinida.
SURPRESA
Similar à traiçã o, constitui ataque imprevisível, imprevisto e inesperado. É
necessá rio que a vítima nã o tenha razã o para suspeitar da ou esperar pela açã o.
Direito Penal 4 - Parte Especial
2 – Para ocultar outro crime (já praticado mas desconhecido). Ex. Matar fiscal da
receita para ocultar sonegaçã o fiscal já cometida.
4 – Vantagem de outro crime: agente quer tirar vantagem de crime anterior. Ex.
agente mata comparsa quando dividem a grana de furto anterior. Neste caso o agente visa
obter vantagem de comportamento delituoso.
HOMICÍDIO CULPOSO
Ainda a lei fala sobre fuga, mas isto é burrice do legislador, pois nã o há flagrante de
homicídio culposo e há fiança etc.
O final do pará grafo, falado em homicídio doloso, foi colocado em funçã o do ECA e
Estatuto do Idoso.
Autor é quem realiza o tipo penal, é o que mata, é o que subtrai, é o que pratica a
conjunçã o carnal, o partícipe é aquele que tem uma funçã o secundá ria, ex.: é praticado um
furto, eu nã o sou aquele que rouba, mas sou aquele que estou no carro para a fuga, logo,
funçã o secundá ria – partícipe.
INFANTICÍDIO
Direito Penal 4 - Parte Especial
A vida começa a ser protegida com o parto, sendo que o infanticídio é uma variaçã o
desta proteçã o. Este crime tem contornos pró prios e se trata de um crime autô nomo
independente.
BEM JURÍDICO
VIDA durante o parto ou logo apó s, se tutela entã o a criança que esta nascendo
durante o parto, o nascente, ou o que acabou de nascer, o neonato.
3º a mãe mata o filho com dolo e o terceiro também mata, a mãe comete o
infanticídio, já o terceiro cometeria o 123 também, pois foi elementar.
SUJEITO ATIVO
SUJEITO PASSIVO
O nascente ou neonato.
Matar – é o verbo que indica seifar a vida de alguiém, no caso, o filho que acabou de
nascer, de todas as formas possíveis que se imagine, seja sufocando, seja esfaqueando seja
atirando nele (FAZER).
Atençã o para omissã o penalmente relevante. Se a mãe tem por obrigaçã o de fazer
(por lei ou por omissã o na posiçã o de garante), e nã o o faz, logo, pode rolar infanticídio
por omissã o, ex.: NÃ O ALIMENTAR A CRIANÇA – NÃ O FAZER.
O que é o estado puerperal (alteraçõ es psicossomá ticas que a mulher pode sofrer
antes, durante ou apó s o parto, sendo que a mã e vai ter uma diferença abrupta no seu
temperamento e apenas a medicina vai poder falar se é ou nã o estado puerperal):
influencia a mã e em matar. Nã o confundir com dolo. As duas coisas se combinam: dolo +
estado puerperal. Se nã o rolar AMBOS nã o há de se falar em infanticídio. O estado
puerperal é uma expressã o médica, pois é elemento normativo do tipo penal de cunho
extra-jurídico. Consiste em alteraçõ es psicossomá ticas pelas quais pode passar uma
mulher. Segundo a medicina, os índios nã o possuem este estado.
Hipó teses:
Uma mã e acaba de ter um filho, mas elas nã o tem estado puerperal, se ela mata,
ela cometeu o crime de homicídio.
Se ela mata sobre o Estado puerperal, ela terá que ser influenciada por conta
disso para matar. Mas digamos que ela tenha o filho, mas tentou aborto, nã o
conseguiu, na hora que ela tem a criança a mata, pois ela sempre teve essa
vontade, logo ela responde por homicídio.
Agora digamos que a mãe teve a criança, mas mentalmente fica doente por
causa desse parto e mata a criança. Ela nã o queria isso, mas por conta dessa
doença que a deixou incapaz, ela nã o responde (Art. 26).
Se ela nã o fica incapacitada, ela só fica com a capacidade laborativa reduzida,
ela responde por infanticídio, mas com pena reduzida.
ELEMENTO SUBJETIVO
CONSUMAÇÃ O E TENTATIVA
Direito Penal 4 - Parte Especial
Digamos que a mã e tem o filho só que a enfermeira trá s uma outra criança por
engano, e a mã e mata achando que era a dela, responde por infanticídio. Agora digamos
que a mã e esta no estado puerperal, mas sem querer e sem vontade derruba a criança sem
querer e ela morre, uma das correntes falaria que é homicídio culposo, pois nã o se tem
onde achar qual é o verdadeiro resultado entã o colocaram como culposo. A outra corrente
falaria que o fato é atípico, mas tem todos os requisitos para ser infanticídio, só faltando o
elemento dolo, por isso fato atípico.
PENA
ALGUMAS COMPLICAÇÕ ES
- Mã e na maternidade recebe o filho errado, achando que era o seu e o mata. Erro
sobre pessoa. Considera-se infanticídio, pois a mã e queria matar seu filho, entã o, responde
por isto.
Cená rios:
1 – Mãe mata filho sobre influência do estado puerperal: art 123, infanticídio.
2 – Mãe faz tudo aquilo (acima) com auxílio de terceiro. O terceiro é partícipe.
3º: aplica-se o art 30, já que a influência do estado pessoal é ELEMENTAR DO TIPO
e se comunica. Logo, ele responde por infanticídio também.
3º: aplica-se o art 30, já que a influência do estado pessoal é ELEMENTAR DO TIPO
e se comunica. Logo, ele responde por infanticídio também.
Quando o parto é por cesariana, o parto começa a se dar quando se faz a primeira
incisã o, enquanto nada se faz, mesmo que já tenha sido dado até os anestésicos, foram
feitos apenas atos preparató rios.
Aborto acidental: mulher é levada ao aborto por algum acontecimento, i.e. queda.
Forma qualificada
Aborto necessário
SUJEITO ATIVO
CP 124: é um crime de mã o pró pria (mã e), pois só ela pode consentir que outro lho
provoque, sendo que se o médico fizer o aborto a mã e responde pelo 124 e o médico pelo
126, pois ela consentiu que outro provocou.
ELEMENTO OBJETIVO
Conduta comissiva = bater na barriga com o feto dentro, colocar uma sinta apertada para
sufocar o feto no ú tero, injetar veneno etc.
Pode haver conduta omissiva? Pode, exemplo: o médico recomenda ela a tomar um
determinado remédio e ela se nega - mulher sangrando nã o procura auxílio médico, ou o
médico, na posiçã o de garante, nã o para o sangramento. A omissã o deve ser penalmente
relevante. Ou o médico recomenda ela ficar em repouso e ela ficar correndo no parque.
ELEMENTO SUBJETIVO
CONSUMAÇÃ O E TENTATIVA
AÇÃ O PENAL
GRAVIDEZ
- Molar/Tubá ria: feto nã o está alojado no ú tero. Logo, se for abortado, nã o é crime.
Direito Penal 4 - Parte Especial
Exemplo 2: cara torce dedo da grá vida, ela cai e aborta. Responde por lesã o
corporal gravíssima seguida de aborto de forma culposa.
Exemplo 3: O sujeito atira em uma grá vida, que é hospitalizada. O feto nasce de
parto normal, mas morre alguns dias depois em decorrência dos ferimentos sofridos
enquanto feto. O sujeito sabia da gravidez. Responde por homicídio e aborto.
Exemplo 4.: O sujeito passa o pé na grá vida e ela cai, mas ele nã o sabia que ela
estava grá vida. O sujeito responderá apenas por lesã o corporal.
Exemplo 5: Agora digamos que o cara atira na mulher, sabia que ela estava gravida,
ela é salva, dez dias depois nasce a criança com vida, e cinco dias depois a criança morre
por causa das lesõ es sofridas pela mã e. A mãe sofreu tentativa de homicídio e a criança
sofreu aborto consumado.
O 129 e aplicá vel se resultar lesã o corporal grave da gestante. O aborto, por si só , é
considerado uma lesã o grave, mas legislador pensa em uma lesã o extraordiná ria.
Exemplo: médico anestesia mulher para fazer o aborto, e esta morre por choque
anafilá tico. Polícia chega e salva o feto. Responde o médico por homicídio consumado (e
nã o tentativa).
Nã o se pune o aborto provocado por médico, mas há condiçõ es, tem que haver a
ausência de culpabilidade, pois NÃ O SE PUNE O ABORTO, mas pode-se punir sim o médico.
Aquele que houver risco de vida da gestante, médico pode fazer. Se for risco à
saú de dela, legislador entende como estado de necessidade, nã o demandando autorizaçã o
judicial. O 128 é excludente de antijuridicidade. Mas o 128 só fala do médico. E a parteira?
Ela age em estado de necessidade também (nesta situaçã o), logo, nã o é culpá vel – Art. 24.
Direito Penal 4 - Parte Especial
CP 129, caput: lesõ es leves. Lei 9099/95 – crimes de natureza leve: comporta benesses
desta lei.
Art. 129. Ofender a integridade corporal (olhos roxo etc) ou a saú de (a parte fisioló gica –
ó rgã os) de outrem:
Ex.: A pessoa nã o gosta do meu dedo, eu reparo e dou minha mã o para cortar o
dedo fora. Ela faz, mesmo com o consentimento do ofendido ele responderá .
Direito Penal 4 - Parte Especial
No furto, roubar uma caneta é insignificante, da mesma forma como lesõ es, se for
leve, tranquilo, nada acontece, pois será classificado como insignificante, afastando-se,
desta forma, da tipicidade.
SUJEITO ATIVO
SUJEITO PASSIVO
ELEMENTO OBJETIVO
Pelo at. 127, o agente agiu com dolo de aborto, tendo um qualificador, que é o dolo,
tendo o resultado qualificador que é o Art. 129, §1º e §2º. Sempre tterá o elemento culpa,
mas pode haver o dolo. CULPA ESTARÁ SEMPRE PRESENTE.
§ 1º Se resulta:
II-
III -
Ex.: Existia um homem que tinha apenas um dente, mas um dia, em uma briga, ele
levou um soco que acarretou na quebra do dente.
Direito Penal 4 - Parte Especial
IV – aceleraçã o de parto
É você antecipar algo antes do tempo calculado, mas tem que a coisa antecipada
estar em condiçõ es funcionais. Ex.: o homem bate na barriga na mulher, mas dai ela entra
em trabalho de parto antes do tempo pensado. O bebe tem que sobreviver para nã o fazer
aborto. Comporta dolo. Ex.: médico faz pressã o na barriga, ele tem que saber exatamente o
que esta fazendo, caso bote em risco a vida da gestante e do bebe, ai entramos no aborto.
Quando o có digo fala para o trabalho, ele fala de trabalho em forma genérica, e nã o
específica ao trabalho que a vítima realiza (piano – dedos, dentista – mã os). Claro que essa
é uma das correntes possíveis, há outras duas, uma que se prende a apenas o serviço/
atividade exercitada entre as pessoas. E outra que se limita a algumas atividades que a
pessoa realiza com maior frequência e também atividades genéricas que nã o se prendem
apenas as atividades cotidianas. (professor nã o se importa com a corrente escolhida, mas
acredito que ele visa mais a corrente que é genérica).
Aborto – o agente criminoso pretende e agride uma mulher gravida e ela perde o
feto, e ele nã o pode agir com dolo direto e eventual, caso contrario é dois crimes aborto e
lesã o corporal.
Art. 129, § 4º
Direito Penal 4 - Parte Especial
Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Art. 129, § 5°
O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de
multa, deduzentos mil réis a dois contos de réis:
se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior – se juiz achar que houve
motivaçã o social de alto valor ou provocaçã o.
se as lesões são recíprocas – as duas partes sofrem lesã o corporal, onde o
homem agredindo a mulher, e ela para se defender o arranha.
Art. 129, § 6°
Se a lesão é culposa
É nã o fazer a prévia verificaçã o de algo que poderia ter sido avaliado e previsto
antes de ocorrer de fato. Ex.: Bater o carro por atravessar a preferencial e a pessoa se
ferir.
Art. 129, § 7º
Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art.
121 deste Código
Fugir do flagrante.
Art. 129, § 8º
É o mesmo que o perdã o judicial, onde a pessoa é atingida de forma tã o grave que a pena
torna-se desnecessá ria.
Art. 129, § 9º
Violência é aquela que nã o resulta em lesã o corporal, agride mas nã o fica marcas.
Ex.: chuta a mulher enquanto ela faz comida, mas nã o fica marcas. Bater nas palmas da
mã o etc. Agreçã o é contra uma dessas pessoas ou com quem você conviva, ou tenha
convivido, praticando essa violência domestica dentro ou fora do lar. Ex.: Fui casado com
uma mulher, mas nos separamos. Passado um tempo vou lá e bato nela, me enquadro
nesse Art.. Pode ser também com empregada doméstica, caseiro, motorista, jardineiro etc.
coabitaçã o é viver em mesmo teto (repú blica). Hospitalidade é convidar alguém para algo
nã o sendo apenas passar um tempo em baixo do mesmo teto.
Direito Penal 4 - Parte Especial
§ 10.
Pode ser qualquer uma das penas citadas em artigos, mas se se enquadrar com o §
10, acresce 1/3.
§ 11.
Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido
contra pessoa portadora de deficiência.
Essa deficiência pode ser física ou mental, mas algumas pessoas dizem que pode
ser qualquer deficiência. Professor acha que deve ser apenas aquela que faz com que a
pessoa nã o possa se defender.
ELEMENTO SUBJETIVO
CONSUMAÇÃ O/TENTATIVA
Exemplos:
1) Cara mete tapa na cara da aluna, que sai correndo pelo corredor e quebra
braço ao escorregar e cair. O cara responde pelo tapa.
2) O mesmo cara manda a guria correr, sabendo que o chã o está molhado: “Corre,
senã o bato mais!”. Ele responde pelo braço quebrado.
II) Perigo de vida: deve ser atestada diá ria e fuindamentadamente. Nã o admite
dolo, pois, se houvesse dolo de atentar contra a vida trataria-se de
homicídio.
III) Debilidade permanente de membro, sentido (os 5) ou funçã o. Cuidado!
Aqui se fala de debilidade, e nã o perda! Perda é gravíssima. Nos casos que
houver 2 ó rgã os é debilidade. A aná lise se dá frente ao caso concreto (i.e.
arrancar na porrada o ú ltimo dente de alguém).
IV) Aceleraçã o de parto: entende-se como causa de início do parto (e nã o
aceleraçã o, pois nã o se presume o parto já iniciado). Agora, o troço é
complicado já que é difícil o autor saber causar início do parto sem a morte
do feto.
1) Deve-se analisar o caso concreto. Se houver desnível salarial, social coma ocupaçã o
que a vítima possa realizar apó s a lesã o é gravíssimo.
2) Leva em conta a incapacidade para o trabalho atual da vítima.
3) (Maioria doutriná ria) se vítima pode exercer qualquer ofício, nã o é gravíssima.
§2º, III: perda ou inutilizaçã o de membro, sentido ou funçã o: ablaçã o (que se dê por
mutilaçã o ou ato cirú rgico).
É relativo, no entanto, pois um corte nas pernas da Claudia Raia é mais grave que
um nas pernas de um peã o de obras.
Se for feita cirurgia reparadora bem sucedida que corrija a deformidade, está
afastada também a qualificadora. Mas, vítima nã o é obrigada a se submeter a tal cirurgia.
Porém, subterfú gios como olhos de vidro, aparelhos de surdez e afins nã o afastam a
qualificadora.
§2º, V: se resulta aborto. Crime preter doloso – dolo na lesã o corporal, culpa no aborto.
Trata-se de dolo ou culpa apenas na lesã o corporal. Se agente nã o souber do estado de
prenhez nã o se aplica a qualificadora.
§3º - Doutrina chama de homicídio preter doloso. Ex: cara dá soco na vítima que cai, bate a
cabeça e morre. Pena de 4 a 12.
§5º: substitui-se a pena por multa se: lesã o leve, privilegiada ou LC recíprocas.
Direito Penal 4 - Parte Especial
§6º: LC culposa – pena 2m a 1 ano. Para este tipo de LC a açã o penal pú blica era
incondicionada até 95 (exemplo da mulher que derruba prato no pé do marido).
Atualmente, a vítima pode se retratar até o recebimento da denú ncia. Este tipo de lesã o
também pode ser objeto de perdã o judicial (se causar sofrimento ao agente).
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato,
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
2003)
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado
por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por
grupo de extermínio.
§ 9º: Violência doméstica. Lei Maria da Penha. Parentesco, relaçõ es domésticas, coabitaçã o
ou hospitalidade. Aplicam-se ao H ou M que seja agente.
Entã o, só tem aplicabilidade este pará grafo se a LC for LEVE, já que o §10º trata as
demais lesõ es (neste pará grafo, as penas sã o aumentadas rm 1/3).
Portanto, temos 2 tipos de lesõ es leves, nas quais se analisam autor e vítima.
Hospitalidade: hó spedes.
Se vítima for deficiente e lesã o for leve em âmbito doméstico, mesmo aumento de
pena (1/3).
Lesão corporal
§ 1º Se resulta:
Direito Penal 4 - Parte Especial
II - perigo de vida;
IV - aceleração de parto:
§ 2° Se resulta:
II - enfermidade incuravel;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Diminuição de pena
Substituição da pena
Aumento de pena
LEGISLAÇÃO – CP 135
BJ TUTELADO
Vida e saú de. Noronha fala da liberdade de ir e vir. Para ele, se alguém sabe de
cá rcere privado, por exemplo, pode ensejar omissã o de socorro. Mas ele é franca minoria.
SUJEITO PASSIVO
ELEMENTO OBJETIVO
SUJEITO ATIVO
Trata-se de crime comum, pois qualquer um pode omitir socorro. O tipo nã o exige
condiçõ es pessoais específicas.
Exige a presença física do agente, uma vez que o crime exige um nã o fazer. Mas, há
doutrinadores que admitem mero chamado (nã o estando em posiçã o de garante).
Ex2. O “Batô Mú chê” (aquele barco das antigas): capitã o do outro barco foi
chamado e negou socorro.
Ex3: Cara vai ajudar alguém sendo assaltado e é repelido pelo assaltante. Ele
deveria comunicar à autoridade pú blica, logo, trata-se de omissã o.
O pará grafo ú nico diz ainda que caso resulte lesã o corporal grave ou morte, a pena
é aumentada. Agente nã o pode, neste caso, ter posiçã o de garante e nem a situaçã o de
perigo pode ter sido gerada pelo agente, senã o a resposta será por outro crime.
O partícipe é aquele que o auxilia a omitir socorro. Ex.: ligo para um amigo falando
que tem alguém precisando de socorro e ele diz: saia dai, deixe esse cara aí. Meu amigo
seria partícipe do crime.
ELEMENTO SUBJETIVO
Só dolo de perigo, pois vi que havia perigo mas nã o tomei as devidas atitudes que
deveriam ser tomadas –é instantâ neo, nã o aceita tentativa, pois ou presta auxilio ou nã o
presta auxilio, sendo assim omissã o. Nã o existe omissã o culposa.
CONSUMAÇÃ O
Direito Penal 4 - Parte Especial
É um crime omissivo pró prio. Nã o aceita forma tentada. Se consuma com a falta de
ajuda e nã o comunicaçã o à autoridade.
TENTATIVA
Nã o aceita.
O que é honra? Magalhã es Noronha falava que honra é o conjunto dos atributos
que a pessoa tem perante a sociedade e a auto estima. A honra pode ser dividida em honra
objetiva que é o conceito perante a sociedade e a honra subjetiva, ou seja, a auto estima.
Calunia e difamaçã o sã o objetivas, pois está sujando a sua imagem perante a sociedade
com “falsas” verdades. Injú ria é honra subjetiva, pois afeta a sua auto estima.
Fragoso falava que honra é toda a pretensã o que temos para com a sociedade. Na
honra o sujeito pode decair o direito de queixa, o perdã o judicial é o perdã o do ofendido,
pode-se perdoar quem te ofendeu. E dizia que a discussã o entre honra objetiva e subjetiva
é meramente acadêmica. O professor prefere a divisã o, pois fica mais fá cil a diferenciaçã o
entre os crimes contra a honra.
O crime é uma conduta típica, antijurídica e culpá vel. Nos novos doutrinadores, o
consentimento do ofendido afasta a tipicidade. O crime de calunia vem definido no có digo,
sendo que o bem jurídico tutelado é: a honra objetiva!
Quando se fala em calú nia, se atribui coisas falsas as pessoas, ex.: falar que passei
embriagado em alta velocidade entre a kennedy e West east. Mas isso quando se é maior
de 18 anos. Agora se eu fosse menor de 18 anos, praticaria crime também? Sim, assim
como posso praticar, posso também ser vítima ou fazer de vítima do crime de calunia.
As pessoas jurídicas, podem ser caluniadas? Podem! Ex.: Trabalho para a Pepsi, e
acuso que a Coca Cola de estar copiando minha formula.
LEGISLAÇÃO – CP 138-139
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido
como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a
propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Exceção da verdade
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido
não foi condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art.
141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi
absolvido por sentença irrecorrível.
Difamação
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Exceção da verdade
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido
é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
Lei 5250/67: Lei da imprensa. Em seus artigos 20 a 22 trata destes crimes ocorridos em
veículos midiá ticos. Mas, STF, em 2012, deixou esta lei de lado por entender que afronta a
CF/88. Logo, toda a ofensa à honra é tratada pelo CP.
HONRA
Pode ser objetiva ou subjetiva. (Conceito importante também para injú ria, vista adiante)
Subjetiva = relacionada à sua autoimagem (neste caso é afrontada pela injú ria).
H.L. Fragoso diz que a honra é uma pretensã o do sujeito de respeito que exigimos à
nossa pró pria personalidade.
CALÚ NIA
AÇÃ O PENAL
BJ TUTELADO
SUJEITO ATIVO
Crime comum. Qualquer um pode cometer. Aliá s... encontrar gente para atentar
contra a honra alheia nã o é uma coisa das mais difíceis. Basta ir ao cafezinho da empresa.
§1º - Fofoqueiro: aquele que passa a notícia para frente também é caluniador. Por
meio verbal (propalar) ou em meio de divulgaçã o. Também há as formas disfarçadas:
“Dizem que fulano fez tal coisa...”.
SUJEITO PASSIVO
Inimputá veis:
Pessoa Jurídica: maioria doutriná ria sustenta que as PJs nã o podem ser vítimas dos
crimes contra a honra, pois nã o se trata de alguém que possua vida, existência física.
Também dizem que a PJ é uma invençã o jurídica, logo, nã o tem dolo para praticar crimes.
CONSUMAÇÃ O
Direito Penal 4 - Parte Especial
TENTATIVA
Damá sio diz que a calú nia tentada é a escrita. Já Hungria fala que existe tentativa
na fala, mas, como ninguém ouviu, é inó cua, nã o teria como provar, mesmo que
tecnicamente possível.
EXCEÇÃ O DA VERDADE
O caluniador pode se defender caso prove que o que ele disse é verdadeiro. Há,
inclusive, interesse social na soluçã o dos crimes. Se o agente ativo da calú nia provar o
crime que imputou ao caluniado, afasta-se a tipicidade da calú nia, exceto em um dos casos
abaixo, onde é mantida a injú ria sem exclusã o de tipicidade:
II – se a calú nia for contra Presidente da Repú blica ou Chefe de Governo gringo.
--------------------------
Elemento subjetivo
Se nã o tiver esse elemento, nã o se pode dizer que foi difamaçã o, tem que ser um
fato mentiroso, com o objetivo de ofender. Calunia é um crime de DANO a aquela pessoa, o
conceito que ela tem perante a sociedade, embora possa acontecer de a pessoa nã o se
ofender. A expressã o tem que ter condiçõ es de ofender a honra daquela pessoa.
Consumaçã o e tentativa
- Divulgaçã o é uma forma mais ampla de propalar, radio, televisã o, tudo isso pode ser uma
forma de passar a informaçã o.
* o caluniador nã o cria a calunia, ele só leva a informaçã o que alguém lhe passou a diante.
É possível caluniar os mortos, sendo que a família é que serã o ofendidos, por isso que se
alguém atribui um crime a minha vó falecida posso processar porque me senti lesado.
* Quando se fala em exceçã o da verdade, se fala da prova da verdade. Quem for processado
por calunia, essa pessoa pode provar a verdade. Se for provado, cai a tipicidade, se
provado nã o é mais calunia.
* Se eu sou amigo de uma guria que perdeu o namorado para outra, e esta que perdeu
xingou a menina e depois disso eu falo pra ela que ela cometeu o crime de injuria, nã o
posso provar nada se a ofendida nã o processou e ganhou a açã o.
Se a pessoa que foi acusada por um crime, e foi absolvida, nã o se pode fazer a prova da
verdade.
Quando a calunia é verbal, nã o se aceita tentativa. Se for escrita, ai poderá haver tentativa
– se interceptada por alguém, ou se chegar ao ofendido.
DIFAMAÇÃ O
Irmã gêmea da calú nia. Logo, o que foi tratado nos itens anteriores também vale
para a difamaçã o em vá rios pontos, nã o vou copiar para economizar papel. Instantâ neo e
unisubjetivo.
Difamaçã o:
Imputar = acusar
-------------------------
Se o ofendido for funcioná rio pú blico, e esta estiver relacionada com suas funçõ es, tem o
direito de Estado de que aquilo seja comprovado! Mas tem que estar relacionado com as
funçõ es, ex.: Sai no horá rio de expediente, todos os dias, para ir no boteco beber.
EXCEÇÃ O DA VERDADE
A doutrina tem duas posiçõ es: 1) apenas admite-se a EV se funcioná rio pú blico
assim o era no momento da difamaçã o. 2) Nã o importa se ele era funcioná rio pú blico no
momento da difamaçã o.
SUJEITO PASSIVO
LEGISLAÇÃO – CP 138-139
Injúria
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a
injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua
natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça,
cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora
de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de
1997)
SUJEITO PASSIVO
A ofensa deve ser dirigida a pessoa ou grupo DETERMINADO, caso contrá rio, se
for dirigido a muitos, nã o se trata de injuria. Trata-se de um conceito, mesmo que
verdadeiro, e nã o a imputaçã o de um fato.
Para se classificar como injuria, a pessoa que recebe a ofensa tem que entende-la. A
pessoa pode ser burra, mas se eu chegar lá e falar que ele é muito burro, e ele se ofender
com isso, isso será tratado como injuria.
O sujeito passivo pode ser instrumento de injú ria, mesmo que nã o a compreenda,
desde que seja usado como meio para injuriar pessoa ou grupo DETERMINADO. Ex. recém
nascido é usado para injuriar a mãe.
SUJEITO ATIVO
Direito Penal 4 - Parte Especial
Crime comum. Qualquer um pode cometer, logo pode ser qualquer pessoa. Pode
ocorrer de vá rias formas: escrita, verbal, mídia, símbolos etc. Também admite meio
indireto (ex. ensinar papagaio a chamar o vizinho de corno).
OMISSÃ O
Admite-se a injú ria em forma omissa. Por exemplo, menosprezar pela falta de
cumprimento. Mas, a regra é a forma comissiva. Mesmo porque a forma omissiva é difícil
de provar.
ELEMENTO SUBJETIVO
Requer dois elementos, tendo que o conceito vir com o dolo de humilhar, com a
vontade de menosprezar a pessoa, se nã o vier com essa vontade, entã o ai nã o se trata de
injuria.
Ex.: Dois caras se perderam e foram achados por uma tribo indígena. Na audeia
viram que os índios tinham muitos cachorros. Peguntando o porque, a resposta foi que era
porque havia muita amizade, e a lealdade. O rapaz apontou para o amigo e falou, meu
cachorro para o amigo, aludindo ao significado. Mas depois brigaram e ele chamou o
amigo de cachorro, só que no sentido de ofensa, entã o foi condenado.
Deve haver o propó sito de ofender, exceto se o ofendido for muito sensível.
CONSUMAÇÃ O
Quando o sujeito passivo toma o conhecimento da injú ria (ofensa), mesmo que ele
nã o se sinta ofendido com ela, pois é um crime que ofende a honra subjetiva. A pessoa tem
que ficar sabendo.
TENTATIVA
Nã o rola! Há autores que discordam desta tese, ex.: xinga o cara de vagabundo, mas
ele é surdo... Mas isso nã o levaria a lugar algum.
I - Quando o ofendido provocou a injú ria de forma reprová vel (a pessoa provocou a
injuria e dai a pessoa processa). Esta provocaçã o nã o pode tomar ares de agressã o, pois
isto ensejaria legítima defesa (CP art 25) – ex.: estou acompanhado de uma bela moça, e a
Direito Penal 4 - Parte Especial
pessoa começou a falar que é gostosa, que pegaria também, que isso e aquilo... Ai viro para
ele e peço para ele parar de ser cafajeste. Se a pessoa se sentir ofendida, entã o poderia
processar, mas se eu provasse que ele estava me provocando, entã o seria legitima defesa.
ou
Se a injú ria for agressiva (diz o CP violência), como, puxar barba, cabelo etc, ou seja
muito, muito ofensiva, há cú mulo de penas (3m a 1 ano, somando à pena do crime de
violência).
Esse é o ú nico caso de crime complexo pois protege dois bens jurídicos tutelados.
AÇÃ O PENAL
Pú blica condicionada.
Pena de 1 a 3 anos mais multa: injú ria a raças, cores, etnias, religiõ es, origens,
idoso ou deficientes.
A lei 7716/89 define os crimes de preconceito de raça e cor. Ex.: negar emprego
em empresa privada porque a pessoa é de cor negra, por exemplo – tratando o sujeito
passivo de forma genérica. Tutela pessoas indeterminadas, e o CP 140 - §3º tutela pessoas
determinadas. Os juízes desclassificam algumas hipó teses da 7716 para o CP 140 - §3º.
Todo preconceito que temos com relaçã o a qualquer tipo de pessoa cai nesta
injuria. Nã o importa se o fato é verdadeiro, ou se o preconceito é verdadeiro. Se a
objetivaçã o for com relaçã o a cor, etnia e etc., com o intuito/ tom de ofender/ diminuir, ai
sim será crime de injuria.
Direito Penal 4 - Parte Especial
Se eu escrevi todos os três crimes contra a honra no título, quer dizer que as
disposiçõ es valem para todos eles. Entã o, nã o viajemos no momento da prova, aqui é tudo
igual para estes crimes!
MAJORANTES
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos
crimes é cometido:
R: Autoexplicativo.
R: Lembre-se que é em razã o de suas funçõ es, mas, há hipó teses em que se admite exceçã o
da verdade (exclusã o de tipicidade no caso de calú nia e difamaçã o ao provar que o que se
diz contra o funcioná rio, enquanto exercendo funçã o pú blica). A injú ria, nesta hipó tese
pode ser considerada desacato à autoridade pú blica (art 331), que enseja pena de 6 meses
a 2 anos ou multa. Note que no caso do desacato, a pena é maior que a injú ria e também
pode sê-lo com relaçã o à injú ria majorada.
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da
difamação ou da injúria.
EXCLUSÃ O DO CRIME
Direito Penal 4 - Parte Especial
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: - causas justificantes, nã o tendo
antijuridicidade.
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
R: A critica artística nã o pode ser vista como crime. Ex.: este quadro foi pintado de olhos
fechados, ai nã o pode ser tratado como tal. Agora se falar que foi pintado por um asno, ai é
diferente.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe
dá publicidade.
R: Quem fofocou, com propó sito de injuriar/difamar alguém envolvido nestes casos
responde por injú ria. Ou seja, a fofoca dá cana. Responde-se pela ofensa.
RETRATAÇÃ O
Note que aqui nã o se fala em injú ria. Significa desdizer, confessar que errou (negar a
autoria NÃ O é retrataçã o). Como calú nia e difamaçã o sã o ofensas à honra objetiva, o
ofensor tem sua retrataçã o aceita pela sociedade. Nã o necessita do consentimento da
vítima.
Nã o é aceita na injú ria, pois pode até mesmo aumentar o problema. Evita-se assim, que o
molho saia mais caro que o peixe.
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem
se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério
do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
Direito Penal 4 - Parte Especial
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa (petiçã o
inicial), salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Os crimes contra honra e que resultem lesõ es corporais leves demandam queixa (a
queixa é demandada pelas LC leves por disposiçã o da lei 9099/99 – açã o penal
condicionada). As LC graves ou gravíssimas, ou até morte, sã o açõ es penais pú blicas
incondicionadas.
Se ofendido for funcioná rio pú blico (em razã o de suas funçõ es), ou se enquadrar
nas hipó teses de injú ria preconceituosa, demanda representaçã o.
LEGISLAÇÃO – CP 155
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado
durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa
furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer
outra que tenha valor econômico.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o
crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da
coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou
destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a
subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior. (Incluído
pela Lei nº 9.426, de 1996)
Nosso có digo sempre puniu o crime de furto, começando por esse e terminando no
Art. 180, que trata de receptaçã o de objetos adquiridos por meio do furto. Existe alguns
Direito Penal 4 - Parte Especial
crimes que estã o no título 2 do nosso có digo penal. Trabalha com o crime de furto.
Exemplo em um crime de lesã o, onde a pessoa consente furar a orelha, afasta-se a
antijuridicidade (pela corrente majoritá ria), o mesmo que o furto, que se consentido,
afasta-se a antijuridicidade.
BJ TUTELADO
(é crime contra a sociedade). – porque ao ser furtado, o patrimô nio desta pessoa foi
reduzido.
SUJEITO ATIVO
Doutrina majoritá ria: TODOS (pois qualquer pessoa pode praticar o crime de furto), exceto
o proprietá rio (pois ele nã o pode se furtar).
Hungria/Regis Prado: proprietá rio também pode ser sujeito ativo caso pegue bem que foi
dado em garantia. Mas, neste caso, falam sobre o crime previsto no CP 346, que é um crime
contra a justiça.
SUJEITO PASSIVO
TIPO OBJETIVO
Coisa: coisas corpó reas, que podem, mas nã o necessariamente, sejam transportadas.
Excluem-se os bens imó veis.
E o homem, pode ser subtraído? É possível furtar aquela bela garota do apartamento de
baixo? Nã o pode ser objeto do crime de furto, mas pode, neste tipo, ser classificado
extorsã o mediante sequestro, ou subtraçã o de incapaz.
E o cadá ver? Trata-se de outro tipo também, no Art. 211, pode ser vendido ou fazer o que
quiser, pois nã o se trata de patrimô nio, pois nã o houve qualquer mençã o que aquele corpo
se tornaria objeto para estudos. Só será furto se o cadá ver pertencer a alguma instituiçã o,
pois, por se tratar de um objeto de estudo, torna-se patrimô nio.
ATENÇÃO!
- RES COMUNE OMNIUM = Coisa de uso comum. Nã o pode ser objeto de furto, se a coisa
for insepará vel. Se puder separar e houver subtraçã o, é furto. Ex: ar, á gua, o sol que nos
aquece. Mas, pense que a á gua nã o pode ser separada, mas se for algo separá vel, ai pode-se
tornar algo que pode ser furtado, Ex.: a á gua engarrafada pode sim ser subtraída, logo,
furtada.
- RES NULLIUS = Coisa de ninguém. Ex: aves silvestres. Nã o se trata de furto, pois a coisa
nem tem dono, pode ser crime ambiental.
- RES DERELICTA = Coisa abandonada. Já teve dono no passado, e nã o tem mais, logo nã o é
sujeito passível de crime. Nã o há furto neste caso.
- RES DE(S) PERDITA = Coisa perdida. Nã o há furto, porém, uma vez achada e nã o
devolvida, pode ensejar apropriaçã o indébita (169,II).
Nã o confundir coisa perdida com coisa esquecida. Este segundo caso (esquecida) é um
lapso de memó ria, o que foi esquecido pode sim ser objeto de furto. Ex.: Celular esquecido
pelo professor. Senhora que pega 5 mil reais em dinheiro no banco, esquece 1000 reais em
baixo da mesinha, um pia que estava vendo que a velhinha havia esquecido de pega o valor
deixado vai lá e se apropria da coisa. É furto, pois foi esquecido.
No caso dos dentes de ouro de um defunto, a violaçã o da sepultura e subtraçã o do cadá ver
sã o crimes meio (princípio da consunçã o) para realizaçã o do furto, já que a finalidade é o
roubo dos dentes.
155, §3º: Qualquer tipo de energia que tenha valor econô mico é furtá vel: elétrica, nuclear,
reprodutiva (a porra do garanhã o ou a pró pria cobertura), leite da vaca, energia mecâ nica
etc. Preste atençã o: a energia furtada antes do reló gio de luz constitui crime de furto, mas,
se o reló gio for adulterado, trata-se de estelionato (induçã o da vítima ao erro).
ELEMENTO SUBJETIVO
Doutrina fala em elemento subjetivo especial “para si ou para outrem”: a pessoa tem que
se apoderar em definitivo do bem – tem que ter este dolo. A vontade de se apoderar é
importante, mas e o furto apenas para uso com intuito de devolver futuramente? Na vida
real, a justiça trata tudo como furto no fim das contas. Para o Direito Penal, o furto de uso
nã o é crime, pois o â nimo nã o é apoderar-se definitivamente. Por outro lado, é foda provar
o furto de uso.
CONSUMAÇÃ O/TENTATIVA
PENA
1 a 4 anos E multa.
+1/3: se ocorrer durante repouso noturno. Mas, o que é o tal do repouso noturno? Quando
tá todo mundo dormindo, vendo novela, jantando?
Direito Penal 4 - Parte Especial
Entendimento novo Aqui nã o se fala em casa habitada, mas sim onde toda a
cidade esta “fora de vigilâ ncia” (enquanto aquele lugarejo dorme). Depende do
local e de seus costumes. Num sítio, 8 da noite. Numa capital, de madrugada. Este
prevalece no STF e STJ. Caso contrá rio, locais como: mercados, lojas, casas seriam
saqueadas e a majorante em nada acrescentaria.
Escolha do magistrado: a) Trocar retençã o por detençã o; ou, b) Diminuir pena em 2/3
(sendo esta uma obrigaçã o do magistrado em aplicar tal regra); ou, c) somente multa, se:
1 – Réu for primá rio: aquele que nã o é reincidente (art 64). Lembrar do prazo de 5
anos entre extinçã o ou cumprimento da pena, que torna o réu primá rio novamente.
2 – Coisa for de baixo valor: furtar algo que equivalha até 1 Salá rio Mínimo. Nã o
confundir coisa de baixo valor com coisa de valor insignificante.
Energia tem valor econô mico. Se fizer gato é furto, se alterar o valor final da quantia de
energia gasta, trata-se de estelionato.
FURTO QUALIFICADO
I – Destruir ou romper obstáculo à subtração da coisa. O obstá culo DEVE ser vencido
para que se pegue a coisa. Caso o obstá culo faça parte da coisa, nã o é considerado
obstá culo.
Situaçã ozinha estranha, pois, nestes casos, a pena é maior para quem furta
o som do que para quem furta o carro inteiro (desde que nã o leve o carro para
outro estado ou para o exterior), salvo se o juiz, já que o som possui valor inferior a
1SM, resolver substituir a pena, reduzi-la em 2/3 ou aplicar somente multa.
Ex.: O cara entra no terreno de uma mulher e rouba algumas coisas, mas
vendo-se impedido de fugir, pega um pé de cabra e abre a porta para poder fugir.
Obstá culo é o que impede a subtraçã o da coisa. Hungria diz que a pessoa tem que
responder com qualificadora, pois rompeu o obstá culo. Noronha diz que a pessoa
já tinha surrupiado o objeto, respondendo por furto simples e crime de dano.
Direito Penal 4 - Parte Especial
O rompimento e a destruição de algo TEM que haver dano! TEM que ter algum tipo
de prejuízo para ser classificado dentro dessa qualificadora. TEM QUE TER
VIOLENCIA CONTRA A COISA ANTES OU DURANTE A OCORRENCIA.
Confiança requer intimidade, credibilidade – ex.: Minha empregada roubar algo da minha
casa, ela abusou da minha confiança.
- Fraude: ardil, artifício, mentira, engodo. Usa-se disto para subtrair objeto. No
estelionato, a vítima entrega a coisa mediante a fraude, a pessoa foi ludibriada. No
furto, a coisa é subtraída. Seria aquela brincadeira: “Olha ali um aviã o caindo!”,
quando a pessoa olha, subtrai um objeto aproveitando-se que ela estava olhando
para o céu procurando o aviã o.
- Escalada: subir, trepar ou entrar por lugar anormal e que demande esforço
incomum, ou seja, se nã o tiver esse binô mio nã o se está na presença de uma
escalada. Entã o, cavar um tú nel para entrar é escalada. Exemplos:
- Escalar poste para subtrair fio de cobre = há divergência, mas parece que
como a escalada é essencial para o furto, nã o deveria ser considerada
qualificadora. A subida no poste nã o é qualificadora pois é o Ú NICO meio de
obter o cobre.
Lembre-se que pode haver mais de uma qualididora: fraude + destreza, por
exemplo.
Direito Penal 4 - Parte Especial
EX1: velha vendo micro-ondas tem sua carteira batida: qualificado por destreza;
EX2: se o agente distrai a velha com conversa fiada enquanto bate sua carteira:
qualificado por destreza + fraude;
EX3: cara furta objeto com vara de pescar depois que a vítima deixa o local: nã o se
qualifica por destreza, pois esta nã o está sendo usada junto à vítima.
Noronha sustenta que o uso ilícito de instrumentos para abrir portas consiste em
qualificadora, sendo que a entrada na residência é ilícita, se o meio é ilícito entã o é ilegal.
Professor é contrá rio à tese, dizendo que chave de ser literalmente falsa. Em seu exemplo,
este falou do chaveiro que faz uma chave a mais do que é pedido por seu cliente, e usa esta
chave para furtar a casa. A qualificadora será FRAUDE.
Entender como o concurso (art 29). Ou seja, a divisã o de trabalhos com o fim
pretendido. Nã o há a necessidade dos dois ou mais executarem o tipo penal, basta o
concurso de duas ou mais pessoas.
§5º: 3 a 8 anos (o parágrafo não fala de multa) se veículo automotor levado para
outro estado ou para o exterior.
Segundo o professor, a lei 9.426/96 – lei do narcotrá fico – é uma lei de merda, pois
traz diversas incorreçõ es:
Um ponto que nã o me foi respondido pelo professor foi o fato de que o furto de um
som de um automó vel mediante quebra de vidro ou arrombamento da porta poder dar
pena maior que o furto do pró prio automó vel, já que no primeiro caso (o som), trata-se de
furto qualificado por destruiçã o de obstá culo para subtraçã o. No segundo caso, o
obstá culo nã o existe, pois faz parte do pró prio objeto. No primeiro caso, a pena é de 2 a 8
e, no segundo, 1 a 4. Em ambos os casos aplica-se multa.
Direito Penal 4 - Parte Especial
ROUBO
LEGISLAÇÃO – CP 157
Roubo (próprio)
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de
havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Impróprio
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a
coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim
de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa
para si ou para terceiro.
Majorado (circunstanciado)
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o
agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído
pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua
liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
Qualificado – seguido de morte
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de
reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte,
a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº
8.072, de 25.7.90
BJ TUTELADO
ATENÇÃO!
SUJEITO ATIVO
Exemplo: Cara entra na favela para reaver violentamente seu aparelho de CD que
foi furtado. (Ele nã o estaria roubando o pró prio som).
SUJEITO PASSIVO
PF ou PJ, já que se pode coagir uma PF em circunstâ ncia de roubo de uma PJ (i.e.
vigilante ou cliente presentes no momento do crime). A PF coagida nã o precisa ter ligaçã o
com a PJ, mas tem que existir a PF a ser coagida.
Roubo (próprio)
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
VIOLÊ NCIA
Desforço contra o corpo da vítima. Hungria sustentatva que poderia ser indireta
(ex. retirar bengala de um cego), que é um meio de atingir uma coisa que cerceia a
possibilidade de locomoçã o de uma pessoa.
No caso do roubo, a violência pode nem causar lesã o, e mesmo assim, se tratará de
um roubo.
GRAVE AMEAÇA
Direito Penal 4 - Parte Especial
Prenú ncio de um mal, cerceamento da liberdade por conta do medo que se tem.
Ameaça deve ser VEROSSÍMIL (passível de ocorrer), no entanto, a ameaça requer aná lise
da vítima e até mesmo do local em que ocorre. Logicamente a vítima nã o precisa ser
valentona, se configurar a ameaça (i.e. cara grandã o “fechar” para um nanino), ela está
caracterizada.
Ocorre por qualquer outro meio que nã o os dois anteriores: uso de narcó ticos,
medicamentos, embriaguez. Tem que ser meio ARDILOSO, DISSIMULADO.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da
coisa para si ou para terceiro.
Ao contrá rio do anterior (o pró prio), este, chamado impró prio ocorre depois da
subtraçã o. O legislador preveu preveu apenas a V ou GA, deixando a reduçã o à
impossibilidade de resistência de fora.
EX1. Prostituta que pega carteira do cara e DEPOIS põ e ele para dormir com um
sonífero escondido na bebida. Trata-se de FURTO com CONSTRANGIMENTO ILEGAL (art
146).
EX2. Ladrã o sobe na á rvore apó s tentativa de furtar residência e fala para o dono,
que o perseguia: “Nã o venha atrá s de mim, se nã o te mato!”. É furto + ameaça.
ELEMENTO SUBJETIVO
CONSUMAÇÃ O E TENTATIVA
CORRENTE ORTODOXA
CORRENTE LIBERAL
O crime impossível ocorre por ineficá cia do meio (tomar placebo para abortar) ou
impropriedade do objeto (atirar contra defunto).
ROUBO MAJORADO
É majorante, e nã o qualificadora.
A lei 3688/41, lei das contravençõ es penais, em seu art. 19 trata das armas.
Armas pró prias = feitas para serem armas (armas de fogo). Exige autorizaçã o para
porte.
Armas impró prias = nã o sã o armas por natureza, mas podem vir a servir para este
fim. Ex: faca de cozinheira, machado de lenhador, foice.
Há mais de um entendimento:
Direito Penal 4 - Parte Especial
É comum funcioná rio da pró pria empresa dar informaçõ es do transporte, neste
caso, ele é partícipe.
O agente deve ter ciência do transporte de valores, deve haver DOLO DIRETO. Se
houver dolo eventual (nã o saber do transporte), nã o cabe a majorante.
EX: Caras esperando gol branco que iria transportar valores. Aparece gol vermelho,
eles, na dú vida, abordam-no e o roubam. Nã o é majorante, já que houve dolo eventual (na
dú vida, abordaram). Caiu a majorante.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
Comentado no furto.
Todo roubo implica restriçã o de liberdade da vítima. Por outro lado, se a retençã o
da vítima for muito longa o tipo que se aplica é a extorsã o mediante sequestro.
Esse inciso deve ser entendido como o tempo maior a mercê do agente, tempo
superior ao necessá rio para a prá tica do roubo.
Neste caso, o resultado qualificador pode ser por DOLO e/ou CULPA. Lembre-se
que nos crimes qualificados pelo resultado, preterdolosos (dolo na açã o, culpa no
resultado), referem-se apenas à culpa no resultado qualificador.
LATROCÍNIO: Noronha diz que deve ser utilizado no caso que a vítima sofre lesã o
corporal de natureza grave.
ATENÇÃ O!
Ex1: Agente mata comparsa que xavecava uma gata enquanto eles roubavam um
banco. Homicídio qualificado por motivo fú til.
Ex2: Durante um roubo, véia fica falando: “Vou enfartar, vou enfartar...”. E o agente
provocando. A véia capota. Trata-se de roubo normal, pois nã o foi violência que gerou o
infarto.
Ex3: Comparsa se veste de vigilante, outro comparsa vê e acha que é um vigia. Este
mata, com dolo, o que estava fantasiado de vigia. Trata-se de latrocínio, pois ocorreu erro
sobre a pessoa. Também o seria se fosse erro de execuçã o (ex. erra tiro no verdadeiro vigia
e mata comparsa).
ROUBO DE USO
Poucos autores tratam (ex: roubar carro para fuga). Guilherme Lutti diz que objeto
deve ser devolvido nas mesmas condiçõ es em que foi subtraído. Se abandonado, é roubo.
Até porque o proprietá rio foi privado de usá -lo.
Este princípio, que afasta a tipicidade, nã o se aplica ao roubo. Isto porque este é
um crime complexo. A lesã o patrimonial pode ser insignificante, mas, a lesã o ao bem
jurídico pessoa nã o é.
ATENÇÃO!
Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer
crimes:
Mais uma vez a doutrina se arrebenta: posiçã o minoritá ria diz que nã o. Já a
majoritá ria entende que sim, pois se tratam de crimes autô nomos e independentes, nã o
havendo, portanto, bis in idem.
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano
ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Ú nico que trata do assunto é Rogerio Grecco. Ele diz que o arrependimento
posterior é aplicá vel em caso de roubo. Já o professor busca intençã o do legislador,
dizendo que o art. 16 nã o se aplica nem mesmo na hipó tese de roubo pró prio mediante
reduçã o à incapacidade de resistência.
Já falamos do latrocínio (roubo seguido de morte). Porém, há uma tabela importante para
entender a questã o, já que o latrocínio envolve um homicídio.
* Para STF a vida possui preponderâ ncia. Por isto que a consumaçã o do homicío já gera
latrocínio consumado. A posiçã o do STF gera 20 a 30. Veja a relaçã o das demais:
- Fragoso: 20 a 30, diminuída de 1/3 a 2/3 pela tentativa. 6,7 a 20 anos (fiz uma
conta de padeiro, diminuindo 2/3 de 20 indo até 1/3 diminuído de 30, que seria a
pena mais branda possível).
padeiro que fiz no Fragoso, sendo que nem precisaria fazer porque só a pena do
homicídio qualificado consumado já daria mais).
*** Hungria e Noronha sustentam estas teses por que a pena do latrocínio tentado é menor
que a do homicídio, conforme mostrei nos cálculos, apó s as setas.
LEGISLAÇÃO – CP 158
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com
emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o
disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
(é o resultado lesão corporal/morte – 7 a 15 anos).
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da
vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da
vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou
morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2 o e 3o,
respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009) (pena: 16
a 24 e 24 a 30).
Exemplo clá ssico: ligar para a mulher falando “deposita grana na minha conta
senã o te mato” ou “...senã o conto pro teu marido que você foi minha amante”.
E o caso do cara mostrar uma arma e falar para o caixa: “Põ e toda a grana num
sãco e me entrega!”. É roubo ou extorsã o? Mais tarde a resposta...
BJ TUTTELADO
SUJEITO ATIVO
SUJEITO PASSIVO
PF ou PJ. O patrimô nio violado pode ser da PJ, mas a grave ameaça é contra uma
PF.
Direito Penal 4 - Parte Especial
ELEMENTO OBJETIVO
EX2: Cara liga e fala que vai contar pro marido É extorsã o.
- Vítima fazer algo (i.e. depó sito na conta), tolerar que faça (i.e. vítima tolerar que agente
use seu automó vel), deixar de fazer algo que lhe é lícito (i.e. nã o participar de licitaçã o pq
foi coagida).
ELEMENTO SUBJETIVO
CONSUMAÇÃ O
TENTATIVA
Ocorre quando a vítima, constrangida, nã o faz, nem tolera, nem deixa de fazer.
Se houver lesã o corporal grave ou morte resultantes deste crime, a pena é a do roubo
qualificado: 7 a 15 anos.
ROUBO EXTORSÃO
Noronha/ Ameaça, mal prometido e obtençã o de Ameaça contemporâ nea, mal
Nilo Batista vantagem sã o atuais. prometido futuro, vantagem
é futura.
Hungria/ Nã o concordam com a
Bento Faria vantagem ser futura, pois
tolerar e deixar de fazer sã o
presentes.
Fragoso/ Comportamento da vítima é dispensá vel. Comportamento da vítima é
Damá sio de indispensá vel.
Jesus
Agente subtrai Vítima entrega
Exemplo: o cara vai receber de seu devedor uma promissó ria, e vai armado. Foi solto pois
a vantagem nã o era indevida e o crime do 343 (?? Nã o tenho certeza do artigo) estava já
prescrito.
LEGISLAÇÃO – CP 159
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do
resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de
2002)
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (Redação dada pela Lei
nº 8.072, de 25.7.1990)
Direito Penal 4 - Parte Especial
O art. 148 possui cará ter subsidiá rio. Quando há o animus da vantagem é o crime do 159.
O sequestro possui um pouco mais de liberdade (i.e. prender no quarto e o sequestrado
pode ir ao WC). Já o cá rcere privado é caracterizado por liberdade mais restrita (ex. ficar
acorrentado). Para o 159 considera-se ambos: sequestro e cá rcere privado.
QUALQUER VANTAGEM?
Hungia, Noronha, Regis Prado: é de natureza patrimonial, pois, se o art 158 é patrimonial,
este artigo também é. A vantagem tem que ser indevida.
ELEMENTO SUBJETIVO
- Dolo especial: obter vantagem para si ou para outrem. Pode surgir apó s ou
durante o dolo geral (sequestro). Por exemplo, o agente nem ia pedir vantagem, sequestra
e resolve pedir.
Direito Penal 4 - Parte Especial
CONSUMAÇÃ O
TENTATIVA
Se vítima, ou uma das vítimas fugir, nã o importa, pois já está consumado. Neste
caso da multiplicidade, depende do dolo: se ia pedir um resgate para cada pessoa, é
concurso de crimes.
Por conta do sofrimento que um sequestro gera à vítima e aqueles que sã o seus
ligados a ela: familiares, amigos etc.
MENORES DE 18 ANOS
MAIORES DE 60 ANOS
BANDO OU QUADRILHA
O art 288 define: associaçã o com fins ilíticots, para cometer crimes. É o ú nico crime
que é punível antes de que algo ocorra. A mera associaçã o é punível, mesmo se nã o houver
cometimento de crime.
Noronha diz que tal qualificadora para o 159 seria bis in idem, portanto, só se pune
pelo 159.
A morte pode se dar por caso fortuito ocorrido no local (i.e. desabamento)? O
sequestrador, neste caso, nã o responde, pois nã o deu CAUSA ao resultado que agrava o
crime (art 19). Nã o foi ele que deu causa ao desabamento.
PENA
Tipo Pena
Extorsã o mediante sequestro “normal” 8 a 15
Qualificada: tempo sequestro, idade da 12 a 20
vítima, bando/quadrilha.
Resulta Lesã o Corporal Grave 16 a 24
Resulta Morte 24 a 30
Reduçã o por delaçã o premiada Reduz pena de 2/3 a 1/3
LEGISLAÇÃO – CP 168
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a
posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente
recebeu a coisa:
I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
BJ TUTELADO
Durante muito tempo, a AI era espécie de furto. Em 1791. A França tirou esta espécie,
tornando-a crime autô nomo. Só em 1940 isto também ocorreu no Brasil.
Presume POSSE DE BOA-FÉ (posse lícita) ou detençã o e é depois desta posse que surge o
dolo. Se o dolo for anterior à posse, será estelionato. Nã o há necessidade de haver
confiança.
SUJEITO ATIVO
CACETE NA DOUTRINA!!
DTN véia: Crime comum. Qualquer um pode cometer.
DTN atual: Crime pró prio. Só possuidor/detentor pode
cometer.
Bitencourt: exclui o proprietá rio, mas admite que qquer um cometa (DTN véia). No caso de
Condomínio, só cio ou coproprietá rio nã o haverá AI desde que coisa seja nã o fungível ou
nã o exceda a parte que lhe cabe (TODO: CONFIRMAR ESTE PARÁ GRAFO).
SUJEITO PASSIVO
Bitencourt também admite o mero possuidor da coisa cuja posse derive de direito real
(usufruto ou penhor). Logo, o usufrutuá rio ou credor pignoratício.
ELEMENTO OBJETIVO
- Coisa alheia mó vel: mesma coisa que o furto. Bitencourt sustenta que se a coisa for
imaterial, somente se representada por coisa passível de ser apossada (coisa fungíveis sã o
passíveis de AI).
O CP nã o exige prestaçã o de contas, embora esta seja, muitas vezes, necessá ria para
produçã o de provas.
ELEMENTO SUBJETIVO
Desleixo também nã o é A.I. Ex. do vizinho relaxado do professor, que nunca devolvia o
guarda-chuva. Ele NÃ O está cometendo A.I.
EX2: Cara compra algo com $ da empresa para restituir, mas a $ fica em sua casa que é
furtada. Nã o é A.I. Ele tinha intençã o de devolver.
EX3: Cara gasta grana da empresa para comprar bilhete da loteria. Sorteio nã o ocorre,
entã o, quando o cara está sendo julgado, ele ganha o prêmio no concurso atrasado. Mesmo
com vontade de restituir, ela nã o é razoá vel, logo, é A.I. (seria o primeiro caso brasileiro de
um milioná rio preso?).
Logo, a possibilidade de devoluçã o deve ser plauzível (o que nã o era no caso da loteria,
com uma em um trilhã o de chances de ganhar).
CONSUMAÇÃ O/TENTATIVA
- Dispor da coisa: conduta comissiva, para a qual Hungria admite tentativa (ex.
tentando vender a coisa é preso pela polícia). Maioria doutriná ria está aqui.
Professor prefere a posiçã o de Regis Prado (minoria doutriná ria que nã o aceita a
tentativa neste caso): ao tentar vender, o dolo já estaria suficientemente configurado e o
crime, consumado.
Posse desvigiada: enseja A.I. (ex. faca que foi cedida pelo patrã o ao caseiro para
que este usasse).
Direito Penal 4 - Parte Especial
I) Depó sito MISERÁ VEL: O có digo cita o Depó sito necessá rio (elemento
normativo): conceito do direito civil. Pode ser: legal (obrigaçã o em virtude de
lei), judicial (decorrente de determinaçã o judicial, subdividindo-se em
sequestro, arresto e penhora), miserável (decorrente de calamidade pú blica)
e essencial (o hoteleiro, em que aquele que hospeda fica responsá vel pelos
bens do hó spede). Porém, considera-se majorante tã o somente o caso de
depó sito MISERÁ VEL Neste caso, há maior desvalor em caso de calamidade
pú blic: pois há violaçã o da solidariedade e situaçã o da vítima, já que esta nã o
teve escolha com quem deixar seus bens.
II) Tutor, curador, síndico (gestor da massa falida), liquidatá rio (gestor empresas
liquidadas, Instituiçõ es Financeiras), inventariante (gestor dos bens do de
cujus), testamenteiro (faz as ú ltimas vontades do falecido), depó sitá rio judicial
(nã o confundir com funcioná rio pú blico, pois o depositá rio judicial nã o é
funcioná rio pú blico, se fosse, seria peculato). Maior desvalor pois o agente
também viola suas funçõ es e a confiança social.
III) Em razã o de ofício, emprego ou profissã o. Nã o se trata de condiçã o do agente, e
sim aproveitamento de suas funçõ es.
Para Bitencourt, a profissã o é gênero do qual ofício e emprego sã o espécies.
a. Ofício = atividade manual, mecâ nica que requer certa habilidade. Lembre-
se daquelas sapatarias ou consertador de eletrodomésticos que dã o o
papelzinho para retirar o objeto em X dias ou este poderá ser vendido para
cobrir as despesas do conserto.
b. Emprego = vínculo CLT.
Para o BR é um furto, pois o local que deixamos nossos pertences é nosso, mesmo
que em espaço físico alheio.
OUTRAS CLASSIFICAÇÕ ES
Bitencourt: crime comum (há quem diga que é pró prio), material (diminuiçã o do
patrimô nio), comissivo/omissivo, doloso, de forma livre, instantâ neo, uni-subjetivo, pluri-
ssubisistente.
Bitencourt ainda diz que se houver obtençã o fraudulenta (má -fé), trata-se de
ESTELIONATO (agente engana). Se houver subtraçã o, é FURTO. Apenas no caso de
arbitrá ria inversã o de posse, aproveitando-se de obtençã o anterior, aí sim é AI.
Segundo Fragoso:
Direito Penal 4 - Parte Especial
- obrigaçã o com prazo: só haverá crime se houver açã o que impeça devoluçã o.
Nã o há AI ao que couber juízo civil. Porém, o ilícito civil nã o afasta o penal. Mas é o dolo, a
má -fé na inversã o da posse (e nã o a mera impontualidade ou inadimplemento) que
caracterizará o crime.
No caso de venda:
- de coisa comum (possuidor comum): agente já tem a posse anteriormente (nã o a recebe).
168-A
ERRO = falsa percepçã o da realidade, com relaçã o ao objeto ou à pró pria pessoa
I – Se achar tesouro tem que dar PARTE ao terreno de onde o tesouro foi encontrado.
Direito Penal 4 - Parte Especial
II – Se achar algo perdido, tem que devolver ao dono, ou à autoridade pú blica. Lembre-se
coisa esquecida enseja FURTO.
Condicionada se art 182: cô njuges divorciados; irmã os; tios ou sobrinhos com quem
coabita.
ESTELIONATO
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
ELEMENTO OBJETIVO
...
ELEMENTO SUBJETIVO
CONSUMAÇÃ O/TENTATIVA
FORMA PRIVILEGIADA
Direito Penal 4 - Parte Especial
Se prejuízo for pequeno e reu for primá rio ocorre a mesma coisa do furto privilegiado.
Juiz é obrigado a aplicar este benefício. O tamanho do preju é avaliado conforme a situaçã o
econô mico financeira da vítima. Ex. para o Silvio Santos, 500 pilas nã o é nada, para um
mendigo, é muito.
OUTRAS FORMAS
Os incisos II a IV o professor diz que nunca viu. Mas, é comum ouvirmos pessoas
que tentam dar bens que nã o possuem em garantia. Ele mesmo identificou como
importantes os incisos V e VI, lá abaixo.
Defraudação de penhor
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia
pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
FRAUDAR SEGURO
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde,
ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor
de seguro;
Exemplo crá áá ssico: cortar a mã o para receber o seguro. Neste caso, é crime pró prio do
segurado. Professor também citou possibilidade de crime comissivo na ocultaçã o de coisa
pró pria.
Mas, e o terceiro que tenha causado a lesã o ao agente, o cara que meteu a serra na mã o do
segurado? Partícipe no 171, V e autor de LC gravíssima.
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o
pagamento.
O duplo resultado deve ocorrer, sendo o título de crédito o meio fraudulento. Colocou o
cheque em circulaçã o, pagando uma conta? Caracteriza-se o estelionato.
E aquele que endossa o cheque? Alguns autores sustentam que, sabendo da falta de
fundos, será partícipe aquele que endossar o cheque-boi (pois nã o é emissã o de novo
documento). Outros dizem que é autor de estelionato, pois o endosso é nova emissã o de
documento.
Se o cheque for usado para pagamento de jogos, lícitos ou ilícitos? DTN sustenta que se o
jogo for lícito, configura-se o estelionato. Se o jogo for ilícito, uns dizem que é estelionato,
outros dizem que nã o é.
Cuidado com esta questã o! Por exemplo, o caso da van que ia para Paranaguá e fez
devedora pagar com cheque que nã o tinha fundos. Como a van iria de qualquer forma a
Pguá , nã o houve prejuízo à vítima do cheque sem fundo (a van), logo, nã o se configura
estelionato.
Também houve o exemplo da esposa que assinava notas no posto para o marido
passar lá depois e pagar. Neste caso, nã o lembro o que dava... :-)
TORPEZA BILATERAL
Vítima também tem má -fé. Exemplo de Hungria: Cara quer contratar pistoleiro e
faz acordo com um estelionatá rio, que mente que é Billy The Kid. O pistoleiro embolsa a
grana, vaza e nã o mata ninguém. O que ocorre? Como o contrato é ilícito, nã o existe. E se
nã o há ilícito civil, tampouco há ilícito penal.
Já Noronha diz que há crime impossível (art 17), logo, é estelionato. Aqui está a
jurisprudência.
FALSO E ESTELIONATO
Direito Penal 4 - Parte Especial
CACETE NA DOUTRINA!!
DTN (e STF): Diz ser concurso de estelionato e falso.
DTN (sustentada pelo TJ 2ª regiã o): o falso de docto
pú blico absorve o estelionato, já que o primeiro tem a
pena mais grave. No caso de falso de docto particular, é
o estelionato que absorve o falso.
STJ: Quando o falso se encerra com o estelionato, é
absorvido por este, pois o cheque é usado para um
ú nico estelionato. Caso a pessoa use o mesmo
documento para vá rios estelionatos, será falso (crime
contra fé pú blica).
RECEPTAÇÃ O
A RECEPTAÇÃ O PRÓ PRIA é aquela prevista na primeira parte do art. 180, realizada pelo
pró prio agente.
A RECEPTAÇÃ O IMPRÓ PRIA é aquela prevista no final do caput, que fala sobre a influência
sobre terceiro para que este recepte.
A RECEPTAÇÃ O CULPOSA E DOLO EVENTUAL tem fulcro no pará grafo terceiro deste
artigo.
BJ TUTELADO
SUJEITO ATIVO
E o proprietá rio? Pode ser receptador, já que nã o há o termo “alheio” no tipo penal,
pois a posse estava com outra pessoa. Ex. proprietá rio compra objeto dele que foi furtado
de alguém que tinha posse (i.e. um computador emprestado).
No caso do reló gio roubado do professor, quando encontra uma pessoa na rua com
ele, que comprou dos ladrõ es, e compra o reló gio da pessoa, nã o é receptaçã o.
O sujeito ativo nã o pode ter vinculaçã o com o crime antecedente, pois, se tiver tal
vínculo, cai a receptaçã o e trata-se de concurso (ou mentor intelectual).
SUJEITO PASSIVO
O crime, por sua vez, é abrangente, podendo ser QUALQUER CRIME que diminua o
patrimô nio de alguém, nã o só os crimes do título II, já que há outros crimes que atentam
contra o patrimô nio, por exemplo, o peculato, contrabando, descaminho etc.
CACETE NA DOUTRINA!!
DTN +: nã o há necessidade de ser produto direto de
crime para se tratar de receptaçã o. Logo, admite que
estas mudanças/alteraçõ es gerem repceptaçã o.
DTN – (Basileu Garcia/Bento Faria): dizem que nã o há
receptaçã o.
Ter cautela, pois, o $ pode prover de crime. Neste caso, deve-se ter a cautela de nã o
querer saber a origem do $, nã o pegar objetos ou grana que tenha cara de produto de
crime (i.e. notas manchadas de tinta pois foram furto de ATM bancá ria).
Hungria/Noronha: receptaçã o significa dar receptáculo. Para isto é necessá rio que a coisa
seja levada ao autor do CRIME precedente ao receptador.
ELEMENTO OBJETIVO
Receber = aceitar.
Ocultar = esconder.
Transportar.
Coisa ou produto do crime = o crime anterior pode ser qualquer crime contra o
patrimô nio; cabem objetos de valor sentimental; Hungria: diz que seria bis in idem colocar
Direito Penal 4 - Parte Especial
a expressã o “coisa mó vel”; Noronha dizia que só se pode esconder bens mó veis pelo
significado de receptaçã o (dar esconderijo, dar abrigo, esconder); Fragoso diz que o CP diz
expressamente quando é só mó vel, logo pode para bem imó vel (corrente minoritá ria); o
CP nã o diz se o produto é direto ou indireto (ex.: BMW comprada com dinheiro de crime);
quando um menor rouba uma loja e vende o objeto do roubo, é receptaçã o, pois por mais
que o ECA chame de ato infracional, é crime!
ELEMENTO SUBJETIVO
Caso nã o haja dolo direto, a receptaçã o é culposa, podendo também haver dolo
eventual (“vou comprar e se foda!”) – previsto no 180, §3º.
CONSUMAÇÃ O/TENTATIVA
Crime formal.
Neste caso, ao contrá rio do que ocorre em outros crimes, a participaçã o é conduta
primá ria, e nã o secundá ria.
RECEPTAÇÃ O QUALIFICADA
É uma ignorâ ncia jurídica, já que cria novo tipo (novos verbos) para a receptaçã o
comum do 180. Para Damá sio de Jesus é uma nova receptaçã o.
De qualquer forma utilizar: dar qualquer outra destinaçã o que nã o sejam os verbos
listados no pará grafo.
A ocultaçã o pode ser omissiva. Ele nã o recebe, mas deveria dizer onde a coisa está.
Também nã o é necessá rio recebimento para ocultar.
RECEPTAÇÃ O CULPOSA
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o
preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
a. Natureza: algo no objeto, em sua natureza indica que preço deveria haver
cuidado.
b. Preço desproporcional entre valor do objeto: é ó bvio. O troço tá barato demais.
c. Condiçã o de quem oferece: por exemplo, guri de 10 anos vendendo
computador na rua.
ABRANDAMENTO DE PENA
§ 5º - Na hipó tese do § 3º, se o criminoso é primá rio, pode o juiz, tendo em consideraçã o as
circunstâ ncias, deixar de aplicar a pena. Na receptaçã o dolosa aplica-se o disposto no § 2º
do art. 155.
Mais uma pérola legislativa! Onde está o DF? Onde estã o outras entidades da adm.
Pú blica?
O art 181 isenta de pena os crimes deste título (contra o patrimô nio). Sã o causas de
isençã o de pena, escusas absolutó rias, imunidade penal absoluta. Isto já foi tratado,
inclusive.
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
RECEPTAÇÃ O CULPOSA E DOLO EVENTUAL: 1 mês a 1 ano, multa, ou, 1 mês a 1 ano E
multa.
Condicionada (representaçã o) se art 182: cô njuges divorciados; irmã os; tios ou sobrinhos
com quem coabita.
ESTUPRO
ART 213: constranger mulher à conjunçã o carnal, mediante violência ou grave ameaça.
SUJEITO ATIVO
Embora o crime seja classificado como pró prio, pressupondo o autor ser um homem, nada
impede de que uma mulher seja partícipe, ou autora mediata, como quando, por exemplo,
o autor imediato (executor) sofrer coaçã o irresistível de uma mulher para a prá tica sexual
violenta. Nesta hipó tese, apenas o coautor responderá pelo crime, logo, uma mulher será o
sujeito ativo.
Como já explanado, o marido pode também ser sujeito ativo. O chamado “débito conjugal”
nã o assegura ao marido o direito de “estuprar sua mulher”.
SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é somente a mulher, sendo a liberdade sexual direito assegurado à ela,
nã o importando condiçã o, conduta, vida pregressa ou qualquer outro fator.
ELEMENTO OBJETIVO
A açã o tipificada é:
Direito Penal 4 - Parte Especial
VIOLÊNCIA
O termo violência no texto legal significa a força física com finalidade de vencer a
resistência da vítima. Essa violência pode ser produzida pela pró pria energia corporal ou
por meios alheios, como fogo, á gua, choques, etc., podendo ser imediata, quando
diretamente contra o ofendido, ou mediata, quando utilizada contra terceiro ou coisa
vinculada a vitima, nã o sendo irresistível, necessariamente.
Aqui, ainda, cabem casos de grave ameaça, espécie de “violência moral”, a vis compulsiva,
que exerce força intimidativa, anulando ou minando a vontade da vítima, procurando
inviabilizar eventual resistência desta, podendo a ameaça materializar-se por meio de
gestos, palavras, atos, escritos, etc., impondo o medo, o receio e o temor na vítima.
Sendo assim, para o reconhecimento de violência ou grave ameaça, nã o se faz necessá rio
que a capacidade de resistência da vítima seja totalmente esgotada, prolongando-se até o
seu desfalecimento, a ponto de colocar em risco sua pró pria vida. Para tanto, a lei exige
apenas que a resistência seja sincera.
ELEMENTO SUBJETIVO
O tipo penal tem dois elementos subjetivos: o dolo geral, que é a vontade consciente de
constranger a vítima, contra sua vontade, e o dolo específico, que é o especial fim de
constranger à conjunção carnal.
CONSUMAÇÃ O E TENTATIVA
No estupro, como crime complexo que é, a primeira açã o, ou seja, a ameaça ou a violência,
constituem início de execuçã o. Assim, para a tentativa, basta que o agente tenha ameaçado
gravemente a vítima com o fim inequívoco de coagi-la a conjunçã o carnal.
O crime de estupro é:
a) Comum: o fato de, EM TESE, somente o homem ser o sujeito ativo nã o o qualifica
como pró prio.
b) Material: crime que exige resultado.
c) Doloso: nã o há previsã o de modalidade culposa.
d) Instantâneo: a consumaçã o nã o se alonga ao tempo.
e) Unissubjetivo: pode ser cometido por uma ú nica pessoa.
f) Plurissubsistente: a conduta pode ser desdobrada em vá rios atos.
g) Hediondo
AUMENTO DE PENA
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes
ao exercício de emprego, cargo ou função.
Parágrafo único. (VETADO)
Aqui a proteçã o penal se estende para além da liberdade sexual, abrangendo também
outros bens jurídicos, que, embora nã o tenham a mesma relevâ ncia, elevam no contexto a
importâ ncia e, de certa forma, fundamentam a necessidade de proteçã o penal desse
aspecto da liberdade sexual. Assim, os bens jurídicos tutelados sã o:
Direito Penal 4 - Parte Especial
a) A liberdade sexual
b) A honra e a dignidade sexuais
c) A dignidade das relaçõ es trabalhista-funcionais
SUJEITO ATIVO
Com o termo “alguém”, o tipo penal admite que o constrangimento possa ser praticado por
sujeito ativo de mesmo sexo, desde que apresente a elementar relativa à hierarquia
funcional ou ascendência. O inverso nã o acontece, ou seja, o subalterno ou subordinado
nã o pode ser sujeito ativo do crime de assédio sexual.
SUJEITO PASSIVO
Por ó bvio, o sujeito passivo também pode ser do mesmo sexo do sujeito ativo, desde que
atenda também à s condiçõ es do tipo: condiçã o de subalterno ou subordinaçã o. Na
hipó tese da vítima desfrutar de posiçã o semelhante ao agente, o constrangimento nã o
configura assedio sexual.
ELEMENTO OBJETIVO
a) Açã o de constranger.
b) Especial fim – favores ou concessõ es libidinosos.
c) Existência de uma relaçã o de superioridade ou ascendência.
d) Abuso dessa relaçã o e posiçã o privilegiada em relaçã o à vítima.
Vale frisar que o tipo nã o exige a prá tica de qualquer ato libidinoso entre autor e vítima e,
se ocorrer, representará , em tese, somente o exaurimento da infraçã o penal. Tipifica-se
como assédio sexual com a simples açã o de constranger, podendo ser de forma livre, desde
que orientada pelo objetivo especial de obter vantagem de qualquer tipo de natureza
sexual.
ELEMENTO SUBJETIVO
Há aqui o dolo geral, vontade livre e consciente à consumaçã o do ato, e o dolo especial,
que é o fim especial “obter vantagem ou favorecimento sexual”, porém este ú ltimo nã o
precisa necessariamente acontecer, basta que seja, subjetivamente, o objetivo da açã o do
agente.
CONSUMAÇÃ O E TENTATIVA
Consuma-se o crime de assédio sexual com a prá tica de atos concretos, efetivos,
suficientemente idô neos para demonstrar à existência de constrangimento, sendo
desnecessá rias as “vias de fato”. O constrangimento tem de ser suficiente para duas coisas:
incutir medo, receio ou insegurança na vítima e, ao mesmo tempo, ferir-lhe sentimento de
honra sexual, de liberdade de escolha de parceiros, enfim, o sentimento de amor pró prio.
Trata-se de crime:
Ô NUS PROBANDI
Ainda que o binô mio constrangimento + dissenso seja provado, ainda há a necessidade de
demonstraçã o do prevalecimento da condição de superior para a finalidade de obtenção de
favores sexuais.
COMPARATIVOS
MORAL SEXUAL
Das majorantes do ART 226, apenas duas nã o podem ser aplicadas, ante a proibiçã o do bis
in idem: “Se o agente é preceptor ou empregador da vítima.”.
Ademais, qualquer das outras hipó teses em questã o é passível de aplicaçã o no assédio
sexual.
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
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SUJEITO ATIVO
SUJEITO PASSIVO
ELEMENTO OBJETIVO
As açõ es tipificadas sã o:
a) Falsificar documento
a. No todo
b. Ou em parte
b) Alterar documento
a. Modificar
b. Adulterar dizeres ou letras
DOCUMENTO PÚBLICO
Direito Penal 4 - Parte Especial
Por documento pú blico entende-se aquele que é elaborado na forma prescrita em lei, por
funcioná rio pú blico, no exercício de suas atribuiçõ es, compreendido o documento formal e
substancialmente pú blico, observadas as “formalidades condicionantes de sua eficácia
jurídica do país”.