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INTRODUÇÃO

Estamos adentrando em um novo universo. Para alguns são os primeiros passos, para
outros, um estudo complementar, mas o fato é que o estudo do Tarot oferece infinitas
possibilidades dentro do autoconhecimento, uma ferramenta fundamental para quem tem
a mente aberta às inúmeras nuances da mente humana, é uma tarefa que não encontrará
jamais um fim para os que se apaixonam e se dedicam. Faremos uma viagem pelos
principais arquétipos desse que outrora fora definido como “jogo” e que agora recebe uma
conotação muito mais ampla, muito mais adequada ao seu propósito. Hoje não é mais
conhecido como “cartas”, como “baralho” e nem mesmo como um “oráculo de
adivinhação”; hoje ele pertence a uma específica categoria, uma categoria só sua: o
Tarot. Podem me questionar por que escolho escrever com letra maiúscula, eu respondo
que é sinal de respeito, de amor pelo que faço há mais de dez anos. Para mim o Tarot é
um instrumento que possui vida própria, que conversa com o nosso subcosciente, com a
nossa alma. Através dele eu consegui trilhar com muito mais facilidade o caminho do
autoconhecimento e se hoje estou aqui lhes guiando por esse mesmo percurso é porque
através desse instrumento conheci um modo de ajudar a mim mesma e a outras pessoas
a encontrarem seu norte.

Durante o nosso percurso, veremos a definiçao de Tarot, sua História, as lendas, os


principais estudiosos, os arquétipos, a simbologia, veremos diversos dipos de
interpretações, a evolução do Tarot ao longo do tempo, estudaremos os Arcanos Maiores,
métodos de leitura, o desenvolvimento dos próprios métodos e da intuição.

Bons Estudos!

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ÉTICA

A definição de ética, em linguagem filosófica, segundo o dicionário Treccani é cada


doutrina ou reflexão especulativa ao redor do comportamento prático do ser humano
sobretudo quando deseja indicar qual seja o verdadeiro bem e quais os meios para
consegui-lo, quais são os deveres morais para consigo mesmo e para com os outros e
quais os critérios para julgar a moralidade. A moral considera os valores como dados de
fato compartilhado por todos os indivíduos, a ética procura oferecer uma explicação
racional e lógica para essa definição. Dentro de uma prática profissional, os principios
éticos de assistência ao cliente são os princípios morais que estabelecem o
comportamento do profissional em confronto aos próprios clientes, potenciais clientes e
ex-clientes. São baseados em um particular grupo de valores relativos a pergunta sobre o
que seria “certo” ou “errado”. Valores morais são tudo aquilo que é positivo para o nosso
espírito (consciência), sendo assim, imoral é tudo aquilo que, a longo prazo, danifica
nosso espírito. É importante, porém, compreender que não é a satisfação ou o prazer
imediato que determinarão o bem que uma ação comporta.

De acordo com essas definições, podemos concluir que ética nada mais é do que a
prática do bom senso e do respeito pelo outro e por si mesmo. Enquanto profissionais do
Tarot (tarólogos) terapêutico ou não, temos o dever moral de mantermos o sigilo
profissional diante de todas as informações discutidas dentro de uma sessão e, caso
venha a ser discutido com outro profissonal, a identidade do consulente deverá ser
omitida. Trata-se do princípio basilar da formação de alguém que deseja ser definido
como um verdadeiro profissional.

Outro fator importante, além da obrigação moral de manter o sigilo profissional, é o de


conhecer os próprios limites. O tarot é um instrumento que deve ser utilizado para o
tratamento de questões importantes, construtivas e não como uma ferramenta de
especulação, portanto é fundamental que o profissional saiba até onde é licito ir com sua
“curiosidade”, onde termina seu direito e começa o do outro respeitando a privacidade de
cada indivíduo.

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TAROT

Antes de nos concentrarmos no estudo dos Arcanos Maiores, vamos conversar um pouco

sobre definição e história do Tarot. Estamos falando de um, assim chamado, jogo,

composto por dois conjuntos de cartas (lâminas), sendo 22 definidas como Arcanos

Maiores e outras 56 definidas como Arcanos Menores. É fácil confundir e chamar o Tarot

de “jogo”, crer que é esta a origem do maco de cartas que utilizamos normalmente nos

jogos de mesa, teoria que é defendida por muitos historiadores, mas olhando mais de

perto, veremos que talvez não seja assim. Tal confusão se dá sobretudo porque os

Arcanos Menores são, por sua vez, subdivididos em 4 subgrupos de 14 cartas, cada qual

pertencente a um seme (naipe) como nos baralhos tradicionais (copas, ouros ou

pentáculos, paus e espadas, representando, respectivamente, os quatro elementos: água,

terra, fogo e ar) com 10 cartas numeradas e 4 cartas de corte por naipe. Todavia, o

primeiro jogo de cartas conhecido nasce em Veneza cerca de um século antes do

primeiro maço de Tarot reconhecido, que chegou até os nossos dias – pelo menos boa

parte dele (Oswald Wirth, Le Tarot Des Imagiers Du Moyen Age, 1966).

Em 1444-1447 Bonifacio Bembo pintou o primeiro maço de cartas oficial, mas estima-se

que não o tenha terminado, passando esse encargo a outros dois pintores, Ambrogio

Bembo (1450-1482) e Antonio Cocognara (1480-1516).

A princípio, somente as grandes famílias conseguiam possuir cartas de jogo, pois o preço

era extremamente elevado devido ao método artesanal como eram confeccionadas e os

materiais que eram utilizados. Eram pintadas por grandes artistas uma a uma em finas

lâminas de metal (por isso as cartas são chamadas lâminas até os dias atuais) e se

utilizava têmpera e ouro na arte. (vide material complementar).

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Na realidade, pouco se sabe sobre a verdadeira origem do Tarot e em torno a esse

mistério, muitas lendas surgiram, como a teoria de que o Tarot nascera a partir dos livros

de Thoth. Segundo esta lenda, os livros perdidos de Thoth teriam sido encontrados em

uma escavacao clandestina na Esfinge. Estes livros teriam sido vendidos de forma ilegal

para as famílias Viscondi e Sforza e dali teria nascido o Tarot que conhecemos (mais

precisamente, os Arcanos Maiores), da adaptação das imagens, dos símbolos

representados nessas relíquias que teriam sido adaptados aos arquétipos da Igreja com o

fim de mascarar sua verdadeira forma, preservando, contudo, seu significado. Desse

modo, o Tarot foi introduzido na corte européia como mero jogo quando na realidade

tratava-se de um instrumento de adivinhação.

Com a chegada da estampa, o Tarot se tornou popular e fortemente difundido em

diversos países europeus, em particular na Alemanha, Franca e Itália, em cidades como

Florença, Bolonha e Veneza, que se tornaram grandes centros de produção destas

cartas. Na França, os principais centros foram Marsilha, Besancon, Epinal e Paris. Outro

fator que pode ter contribuído para a divisão do Tarot pode ter sido a grande dispersão do

povo cigano da época, conhecido pelas práticas adivinhatórias utilizando-se também de

cartas. Vale lembrar que os ciganos possuem um baralho particular inerente a própria

cultura (baralho cigano), mas também se utilizam do Tarot e se partiu deles o utilizo

dessas cartas para a adivinhação ou não, este tambem permanece um mistério.

Não existem registros de como o Tarot fosse usado naquele tempo, mas a partir do

Século XVIII alguns respeitados ocultistas, como Etteila (Alliette, figura controversa, mas

muito nota na época) e Court de Gibelin, passaram a se interessar pelo estudo das cartas

e muitas teorias surgiram a esse respeito. Segundo Wirth, até 1781 o Tarot era

considerado como herança de uma epoca bárbara, até que Court de Gibelin, em sua obra

Mundo Primitivo, citou: “Se se escutasse anunciar que existe ainda, em nossos dias, uma
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obra dos antigos egípcios, um de seus livros que escapou das chamas que devoraram

suas soberbas bibliotecas que contém sua doutrina mais pura sobre sujeitos

interessantíssimos, todos estariam, sem dúvida, ansiosos por conhecer um livro tão

precioso, tão extraordinário. Se somasse ainda que este livro é difuso em grande parte da

Europa, que há muitos séculos está nas mãos de todos, a surpresa seria certamente

ainda maior e se chegaria ao cume se se assegurasse que ninguém jamais suspeitou que

esta obra fosse egípcia, que se a possui como se não a possuísse, que ninguém nunca

procurou decifrar uma página: que o fruto de uma sabedoria refinada e considerado como

uma massa de figuras em si mesmas insignificantes? Não se pensaria que, então, se

deseja iludir o interlocutor? Porém é verdade: este livro egípcio, o único que restou das

suas soberbas bibliotecas, existe ainda hoje: é ainda por cima tão comum que nenhum

cientista se dignou a estudá-lo; ninguém jamais suspeitou de sua origem ilustre. Este livro

é o Jogo de Tarot…” (tradução livre). Outra obra que defende a origem egípcia do Tarot é

História da Magia, de Christian. Este autor nos leva até um ritual de iniciação dentro da

piramide de Menfi onde afirma que cada iniciando passava por provas terríveis em torno

de 24 pilares, 12 de cada lado dos quais 22 eram pintados com figuras que teriam dado

origem aos arquétipos do Tarot. Segundo o autor, os últimos iniciandos copiaram as

figuras pintadas nas colunas com o fim de preservá-las da perseguição cristã.

Infelizmente nunca foram encontradas evidências de que alguma dessas histórias fosse

real.

Mais tarde, Eliphas Levi foi o primeiro a associar os 22 Arcanos Maiores às 22 letras do

alfabeto hebraico, em seu livro Dogmas e Rituais da Alta Magia, apoiado por Stanislas de

Guaita e de seu aluno Oswald Wirth e, sucessivamente, por Papus (Gèrard Encausse,

criador da Rosa Cruz). Na Inglaterra surgiu a Golden Dawn (Hermetic Order of the Golden

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Dawn), fundada pro Mac Gregor Mathers, cujos afiliados mais conhecidos são Alester

Crowley, Arthur Edward Waite e o poeta irlandês William Butler Yeats.

Na realidade não se sabe ao certo nem mesmo a origem da palavra TAROT. Alguns

defendem que seja um anagrama da palavra ROTA (roda), outros que seja da TORAH

(livros sagrados hebreus) e outros ainda crêem que venha da palavra egipcia TAROSH

(caminho real).

Se o Tarot teve mesmo origem nos livros de Thoth, se foi criado a partir do anagrama do

nome de Deus (YHWH), se é un fragmento do último livro que nos resta das bibliotecas

egípcias ou se saiu da mente brilhante de um genial pintor italiano do século XV, não

parece ter tanta importância para nós em nossos dias, visto que hoje existe uma

infinidade de versões do Tarot espalhadas pelo mundo, para todos os gostos e o que

parece ter mais relevância hoje é a conexão que cada tarólogo estabelece com o suas

cartas. E você, já descobriu qual maço combina com a sua personalidade?

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TAROT TERAPÊUTICO

Terapia é toda ação que tem por objetivo indicar a via de cura ou controle de uma

determinada patologia, sintomas (no caso da medicina) ou causas (no caso das práticas

holísticas) que acometem os seres humanos ao longo de suas vidas. Quando os

distúrbios vêm da mente, na área da medicina, podemos contar com a Psiquiatria, que

pode ou não utilizar-se também de medicamentos alopáticos para auxiliar no tratamento –

aqui estamos falando de patologias instaladas no cérebro (físico) que devem ser tratadas

de modo mais direto e objetivo; temos a psicologia, que trata a mente através de um

mergulho estudado e controlado no auto conhecimento e como o todo afeta o indivíduo,

nesse caso, sem o utilizo de medicamentos, pois os conflitos estão na esfera mental (do

espírito, da consciência).

Nesse contexto, o Tarot entra como uma preciosa ferramenta que auxilia na compreensão

dos códigos mais profundos que a psique humana apode manifestar e o que é mais

intrigante, através também de uma outra pessoa. Isso quer dizer que o Tarot não é

apenas a representação da nossa própria psique, mas uma representação individual que

pode ser transmitida e decodificada por uma outra pessoa que pode estar na sua frente

ou a milhares de quilômetros de distância, indo muito além da definição de arquétipos e

consciente coletivo, mas adentrando na física quântica conectando a mente humana a

uma rede neural.

E o que seriam os arquétipos? Inicialmente devemos definir o que é o inconsciente

coletivo, um ponto onde todos nós nos encontramos, repetindo os mesmos padrões

independente da cultura, raça, nação, credo ou tempo. Vai além do ego, não está sob o

nosso controle, pois é inerente ao ser humano. É onde surgem os arquétipos, que são

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figuras que rerpresentam o incosciente coletivo como pai, mãe, soldado, professor, rei,

rainha, pescador, nadador, guerreiro e assim sucessivamente. Em qualquer parte do

mundo, em qualquer tempo, independentemente das diferencas, os arquétipos serão

sempre representados por características comuns.

Os símbolos, porém, são sinais atribuídos a um valor particular ou universal, com um

significado e um significante bem definidos, por exemplo, a estrela de Davi, um símbolo

composto por dois triângulos sobrepostos e contrários significando que o que está em

cima é como o que está embaixo, que do alto vem a potência de Deus e de baixo, a do

Homem e a união entre essas forças.

O Tarot terapêutico utiliza-se seja da rede neural que nos une que dos símbolos e

arquétipos de modo a traduzir o que a mente inconsciente está nos revelando através de

códigos. Dessa forma, podemos utilizar as cartas para interpretarmos a mente humana, a

alma humana e, assim, podemos encontrar chaves para desbloquearmos pontos cruciais

como traumas, karmas (padrões de atitudes que geram os mesmos resultados) e medos.

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