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1. TANQUES DE ARMAZENAMENTO
1.1 INTRODUÇÃO: Embora os tanques de armazenamento de produtos líquidos possam
ser fabricados de vários tipos de materiais ( aço carbono, aço inox, plásticos, etc.), nesta
apostila trataremos apenas de tanques de chapa de aço carbono, soldadas, verticais,
cilíndricos, com revestimento interno ou não, não enterrados e sujeitos à pressão
atmosférica ( conforme norma API de 0 a 0,5 psig).
1.2.1. Tanque de teto fixo: teto auto-portante, apoiado no costado, suportados por
estruturas de perfis metálicos. Quanto à forma o teto pode ser: cônico
( forma aproximada de um cone reto), esférico ou curvo ( forma aproximada
de uma calota esférica), em gomos ( constituído de tal forma que qualquer
seção horizontal seja um polígono regular).
1.2.2. Tanque de teto móvel: no seu interior existe uma câmara de vapor cuja
pressão é responsável pela movimentação do teto, o qual possui uma
selagem entre o costado e o teto. São os chamados gasômetros.
1.2.3. Tanque de teto flutuante: teto flutua sobre a superfície do líquido,
acompanhando sua movimentação. A perda por evaporação nesse tipo de
tanque é bem menor do que no teto fixo, no entanto seu custo é maior do que
o tanque de teto fixo.
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- Exigências de serviços: tanques para produtos com qualidade especificada e tanques
para produtos fora de especificação para futuro reprocessamento.
- Perdas por evaporação através o respiro do tanque: tanque de teto fixo x tanque de
teto flutuante.
A finalidade das bacias de contenção cercadas por diques com altura que variam de
600 mm até 1800 mm, é a de conter o produto armazenado em caso de rompimento do
tanque ou tubulação, conter o produto armazenado em caso de falha de operação, limitar
um possível incêndio dentro de pequena área. O volume da bacia de contenção deve possuir
a capacidade do tanque, ou no caso de vários tanques na mesma bacia a mesma deve conter
o volume do maior tanque mais o volume dos outros tanques compreendido abaixo da
altura do dique.
A distância mínima entre costados de tanques deve seguir os seguintes valores
conforme normas pertinentes:
• PNB 216 ( ABNT): Distancia mínima entre costados d = ¾ do diâmetro do
maior tanque.
• API ( American Petroleum Institute)
Para produtos em geral: d = 1/6 (D1 + D2)
Para óleos combustíveis ou inflamáveis: d = ½(D1+D2).
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• API – 620: para tanques em aço carbono soldado, cilíndricos, verticais não
enterrados, fechados, para armazenamento de petróleo e seus derivados, e para
pressões internas de 0,5 psig até 15 psig.
• API – 2000: Recomendações práticas para o projeto de respiros em tanques
atmosféricos e de baixa pressão.
e= espessura mínima em mm
D = diâmetro interno do tanque em m
H= distancia entre a linha de centro da junta inferior do anel considerado à cantoneira de
reforço da borda superior do costado ou à parte inferior do ladrão do tanque em metros.
G= densidade relativa do produto a ser armazenado. Esse valor deve sempre ser maior ou
igual a 1.
C = sobre espessura de corrosão em mm
OBS.: O cálculo da espessura acima calculada é comparado à espessura comercial
oferecida pelos fornecedores e escolhida a espessura imediatamente superior para compor o
anel considerado. As espessuras acima serão adotadas se forem maiores ou iguais às
espessuras mínimas abaixo consideradas:
Para tanques com D menor que 15 m à 3/16” ( 4,75 mm)
Para tanques com D menor que 35 m e maior que 15 m à ¼” (6,3 mm)
Para tanques com D acima de 35 m e menor que 60 m à 5/16”(8,0mm)
Para tanques com D maior que 60 m à 3/8” ( 9,5 mm)
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• Agitador mecânico
• Câmaras de espuma para combate a incêndio.
• Ladrão.
• Respiro ou válvula de pressão e vácuo no topo do tanque.
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Tabela referente ao requisito referente ao Efeito Térmico
( Expressa em ft³/h de ar a 14,7 psia e 60°F)
CAPACIDADE CAPACIDADE DECRÉSCIMO AUMENTO DA AUMENTO DA
DO TANQUE DO TANQUE DE TEMPERATURA TEMPERATURA
EM BARRIS EM GALÕES TEMPERATURA ATMOSFÉRICA ATMOSFÉRICA
ATMOSFÉRICA (SOBREPRESSÃO) (SOBREPRESSÃO)
(VÁCUO) PARA PONTO DE PARA PONTO DE
FULGOR MAIOR FULGOR MENOR
OU IGUAL A 100 QUE 100°f
°F
60 2500 60 40 60
100 4200 100 60 100
500 21000 500 300 500
1000 42000 1000 600 1000
2000 84000 2000 1200 2000
3000 126000 3000 1800 3000
5000 210000 5000 3000 5000
10000 420000 10000 6000 10000
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2.VASOS DE PRESSÃO
2.1. INTRODUÇÃO: Vasos de pressão são equipamentos de processo estanques,
de dimensões e formato normalizados, capazes de conter um fluído pressurizado. São
classificados em :
Vasos não sujeitos a chama, empregados em três casos gerais numa indústria
química: ARMAZENAMENTO DE GASES SOB PRESSÃO, PROCESSAMENTO
DE GASES E LÍQUIDOS, ACUMULAÇÃO INTERMEDIÁRIA DE GASES E
LÍQUIDOS EM PROCESSOS INDUSTRIAIS. São exemplos de vasos de pressão não
sujeito a chama: Vasos de armazenamento e de acumulação intermediários, Torres de
destilação fracionada, Torres de Absorção, Torres de Extração, Reatores químicos,
Evaporadores, Esferas de armazenamento de gases liquefeitos, Vasos separadores de
fases, Trocadores de Calor.
Vasos sujeito a chama: Caldeiras e Fornos.
2.2 DESCRIÇÃO
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A norma de projeto mais utilizada para vasos de pressão é o Código ASME
( American Society of Mechanical Engineers) – Seção VIII: Vasos de Pressão.
2.4. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE UM VASO DE
PRESSÃO
C) PROJETO MECÂNICO
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• Cálculo da PMTA e pressão de teste hidrostático
• Cálculo do peso vazio/ cheio com água/ e em operação
• Condições de transporte e montagem
• Desenho de detalhes construtivos
• Tratamento térmico de soldas/especificação de soldagem.
2.5.6. Temperatura Mínima de Operação: é o menor valor que a parede do vaso pode
atingir em condições normais ou anormais conforme acima descrito.
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2.5.8. Pressão de Abertura da Válvula de Segurança ( Safety valve set pressure): No
caso de vasos projetados para pressão interna, que tenham dispositivo de alívio de
pressão, é usual adotar-se para a pressão de abertura desses dispositivos o maior dos
dois seguintes valores:
- Pressão máxima de operação acrescida de 10%.
- Pressão máxima de operação mais 1,5 kgf/cm2 manométricos
Nota: O Código ASME, Seção VIII, Divisão 2 ( parágrafo AD-121), considera
formalmente a pressão de projeto como sendo igual à pressão de abertura do
dispositivo de alívio de pressão. Nos permutadores de calor temos quase sempre dois
valores diferentes de pressão de projeto e de temperatura, correspondentes a cada um
dos dois circuitos de circulação de fluidos.
e = ____P x R +C
SxE – 0,6 P
e = espessura mínima
R= raio interno do cilindro
P = pressão manométrica interna de projeto ( acrescentar o efeito de coluna
hidrostática de liquido
quando for o caso)
S= tensão admissível básica do material em função da temperatura de projeto do
Vaso ( valor obtido por tabela).
E=coeficiente de eficiência de solda – Tabela. Depende do tipo de solda e o grau de
inspeção adotado.
Radiagrafia total à E= 1,0
Radiografia parcial à E=0,85
Sem radiografia à E= 0,70
C= sobrespessura de corrosão.
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IMPORTANTE: A espessura que deve ser utilizada para a construção do casco do
vaso é a espessura comercial imediatamente superior ao e calculado
e= P x R +C
2SxE – 0,2P
IMPORTANTE: A espessura que deve ser utilizada para a construção do casco do vaso é a
espessura comercial imediatamente superior ao e calculado
e=P x R +C
SxE – 0,1P
Tampos toriesférico
Definições importantes :
. Espessura Requerida: é aquela determinada pelas formulas do código, utilizando a
pressão e a temperatura de projeto, antes de somar a sobre espessura de corrosão.
. Espessura de Projeto: é a espessura requerida mais a sobre espessura de corrosão.
. Espessura nominal ( ou espessura comercial): espessura comercialmente
disponível, sempre um valor imediatamente superior à espessura de projeto.
IMPORTANTE: A espessura que deve ser utilizada para a construção dos tampos do vaso é
a espessura comercial.
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2.10. PRESSÃO MÁXIMA DE TRABALHO ADMISSÍVEL PARA OS
TAMPOS
A relação recomendada entre CET/Di para um vaso de pressão, está situada entre os
valores: 1,5 < CET/D <5. A escolha mais adequada dentro da faixa citada é
influenciada por outros fatores tais como: forma do vaso, espaço na planta, tempo
de surto, tempo de residência, velocidade de separação de fases, existência de
partes internas ( chicanas, bandejas, recheio, etc.), custo, etc.
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- Vaso Horizontal.
2.13.1. SURTO: Tempo de surto ( ou surge time) é o tempo necessário para esvaziar o
vaso, se a alimentação for interrompida, ou seja é o tempo de que se dispõe para iniciar a
ação corretiva na eventualidade de ocorrer uma alteração crítica de vazão. Num sentido
mais genérico o tempo de surto é o tempo necessário para o nível do líquido variar entre
dois pontos definidos do vaso, para valores particulares das vazões. Desta forma podemos
delimitar um nível normal de operação em um vaso de pressão (Nn); nível baixo ( Nb)como
sendo o menor nível que o líquido pode atingir em qualquer situação, por falta de
alimentação; e nível alto ( Na) como sendo o nível máximo que o líquido pode atingir em
qualquer situação, por falta de retirada de produto.
Definindo: Θ an como tempo de surto necessário para queda do nível desde Na até Nn ;
Θ nb como o tempo de surto necessário para a queda de Nn até Nb; e Θ ab como o
tempo de surto necessário para o nível cair de Na até Nb.
FUNÇÃO Θ ab Θ an Θ nb
V H V H V H
Vaso de alimentação de Fornos 8-20 2 10
Vaso de refluxo de torre de 3-6 5-15 1 2 2 5
destilação
Vaso de “flash” 3-6 3-6 1 2 2 2
Vaso que alimenta uma bomba 5-15 5-15 2 2 5 5
Pote de condensado 2-5 1 2
Desaerador 8-35 6 15
Tambor de vapor de caldeiras 8-35 6 15
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Coluna de destilação alimentando 5-15 2 5
outra coluna
Vaso Vertical: Para o caso de vaso vertical em primeiro lugar fixa-se um tempo de
surto Θ ba conforme valores recomendados na tabela no. 1 e em seguida calcula-se o
volume de surto Vba.
Vba = Qe. Θ ba ( Qe = vazão volumétrica de entrada)
Chamando Vba de volume útil do vaso podemos também escrever que :
Como essa equação possui duas incógnitas, vamos adotar uma relação L/D
dentro dos valores recomendados, isto é : 1,5 < L/D< 5,0; e portanto a expressão ficará:
Vab= V = Π . D³ L
4 D
D = [( 4/Π ) (V/(L/D))]¹/³
e S = Π /4 [( 4/Π ) (V/(L/D))]²/³
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a = Qe. Θ na b = Qs . Θ nb
S S
Lembrando que em regime permanente as vazões de entrada ( Qe) e de saída( Qs) são
iguais. Ver exercícios de aplicação.
Em certas ocasiões podermos projetar um vaso de pressão onde somente o tempo de surto
de esvaziamento será importante ou então onde somente o tempo de enchimento será
importante, e neste caso deveremos determinar somente a distância a ou a distância b;
adotando-se para o CET do vaso um valor compreendido entre os limites usuais, isto é:
1,5 < CET/D < 5,0; ou segundo alguns autores 3,0 < CET/D< 5,0
OBS.: Em ambos os casos o volume contido nos tampos dos vasos pode ser
desprezado, constituindo-se assim num crédito adicional para o volume de surto.
Vaso Horizontal: Para o projeto de vasos horizontais devemos nos lembrar que a
secção transversal varia com o nível de líquido no tanque e o método mais apropriado seria
calcular primeiramente o volume necessário para acomodar o surto, para depois se obter os
valores de a e b com auxilio da tabela abaixo.
H/D As/A
0,100 0,0520
0,150 0,0941 D
0,200 0,1424
0,250 0,1955
0,300 0,2523
0,350 0,3119
0,400 0,3735
0,450 0,4364 As
0,500 0,500 H
A = π D²/4
E nesse caso o volume contido na calha com altura de líquido = H será As x L onde L é o
comprimento entre tangentes e As é determinado pela tabela acima.
Para melhor fixação dos conceitos acima Exercícios serão realizados em classe.
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2.13.3. EXERCÍCIOS:
3º.)Projetar um vaso horizontal pulmão de 1500 mm de diâmetro, para conter entre o nível
mínimo e o nível máximo 6.000 litros. Considerar que o nível mínimo está a 225 mm do
fundo do vaso e o nível máximo a 225 mm do topo do vaso. Conferir a relação CET/D.
4º.) Projetar um vaso de refluxo horizontal para uma coluna de destilação, o qual deverá
operar com nível normal de 50%, sabendo-se que a vazão de refluxo deverá ser de 12 t/h e
a retirada de destilado de 5 t/h ( massa específica do refluxo e do destilado = 0,79 t/m³.
Adotar CET/D = 3,0. Adotar tempo de surto conforme tabela apresentada nesta apostila.
5º.)Projetar um vaso pulmão vertical cuja vazão de entrada = vazão de saída = 25 m³/h
onde o tempo de surto Θ na = 3 min e Θ nb = 5 min. Considerar que o nível baixo deverá
estar a 150 mm na linha de tangencia inferior e o nível alto deverá estar a 300 mm da linha
de tangência superior. Adotar CET/D = 3,0
6º.) Dimensionar um vaso vertical de carga para uma bomba com vazão de entrada = vazão
de saída de 20 m³/h, sabendo-se que Θ ab = 10 min. Os tempos de surto são:Θ an= 2 min e
Θ nb=5 min. Adotar CET/D = 1,5 e reservando um mínimo de 300 mm no topo como
espaço para o vapor e 300 mm no fundo para garantir carga líquida para a bomba quando
for atingido o nível máximo.
8ª.) Projetar um vaso de refluxo vertical para uma coluna de destilação que opera com
vazão de refluxo de 15 m³/h e vazão de produto de 6 m³/h sabendo-se que o tempo de surto
para esvaziamento deverá ser de 4 min e o tempo de surto para enchimento de 7 min.
Considera o nível alto a 150 mm da linha de tangência superior e o nível baixo a 150 mm
da linha de tangência inferior. Determinar a percentagem do nível normal em relação ao
CET. Adotar CET/D = 3,5.
10ª.) Projetar um vaso de flash de 800 mm de diâmetro interno, com vazão de líquido de
10 m³/h e tempo de surto conforme valores constantes da tabela apresentada no texto.
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2.14. PROJETO DE VASOS DE PRESSÃO PARA SEPARAÇÃO DE
LÍQUIDO – VAPOR
Para simplificação Souders e Brown propuseram uma equação empírica para calcular a
velocidade superficial de arrasto v de gotículas entre as bandejas de colunas de destilação,
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absorção e stripping, representada pela equação abaixo, equação esta que se aplica
perfeitamente para o projeto de vasos separadores V-L.
______________
vmax = k √ (ρ L - ρ G)/ ρ G)
vmax em m/s
ρ L = densidade do liquido em kg/m³
ρ G= densidade do vapor em kg/m³
k = 0,06096 ( sem demister)
k = 0,10668 ( com demister)
O projeto neste caso visa determinar o menor diâmetro que o vaso deve ter de tal sorte
que o arraste de líquido pelos vapores ascendentes seja menor que 1%. Qualquer
diâmetro maior que o mínimo é aceitável. O tempo de surto também deve sr calculado
nestes casos após a escolha do diâmetro interno do vaso.
17
________
Q/vp = Π . Dmin²/4 ou Dmin = √ 4Q/Π vp
Q = QG + Q L
O volume V do reservatório de líquido deve ser obtido em função da vazão QL de
alimentação de líquido e do tempo de surto Θ ab ( mínimo de 5 minutos)
V = QL Θ ab = Π . D². H H = 4V___
4 Π . D²
Isto permite calcular a altura H de líquido entre o valor baixo e o valor mais alto permitido
e posteriormente a altura total CET que deve ficar entre 1,5 e 5,0. Se o volume de líquido
for muito pequeno, aumenta-se o tempo de surto de modo a resultar CET/D maior. Por
outro lado se, para satisfazer o tempo de surto, se chegar a CET/D maior que 5,0 deve-se
aumentar o diâmetro do vaso.
O bocal de alimentação do gás é dimensionado com um velocidade vB obtido pela
expressão:
____ ____
4,6 √ ρ m < vB < 7,6 √ ρ m onde ρ m = Massa específica da
mistura.
Para o cálculo do diâmetro do bocal de saída de líquido do vaso, seja por gravidade, seja
quando a pressão interna é superior; deverá haver uma altura mínima de líquido no vaso
que deverá ser fixada durante o projeto a fim de garantir o dimensionamento adequado.
Para fins de projeto utiliza-se uma altura mínima crítica de três alturas de velocidade:
2.14.3. EXERCÍCIOS:
1ª.) Projetar um vaso de flash vertical cuja vazão de entrada é de 24.000 kg/h ( 30% em
massa de fase gasosa e 70% m de fase líquida), sabendo-se que a massa especifica da fase
gasosa é de 11 kg/m³ e a massa especifica da fase líquida é de 984 kg/m³. O tempo de surto
Θ ab = 8 min e o vaso não deverá possuir demister. Determinar o CET, D e diâmetro do
bocal de entrada
18
5º.). Projetar um vaso de sucção de um compressor ( vertical) que recebe uma vazão total
de 215.000 kg/h, composta de 92% de gás e restante água. As massas específicas do gás e
do líquido são respectivamente 11,04 kg/m³ e 990 kg/m³. O vaso não deverá possuir
demister. O tempo de surto para esvaziamento desde o nível normal até o nível baixo
deverá ser de 4 minutos e o tempo de surto para atingir o nível alto desde o nível normal
deverá ser de 8 minutos.
6º). Repetir o exercício anterior instalando-se um demister.
7º). Deseja-se projetar um vaso separador de líquido arrastado por uma corrente gasosa
de uma unidade industrial onde os seguintes valores são conhecidos:
Vazão de gás incluindo o arraste 1200 kmol/h
Massa molar do gás 25
Condições de operação:
Temperatura 150°C
Pressão 1830 kPa abs.
Fator de compressibilidade 1,0
Líquido arrastado
Quantidade em massa 30%
Massa específica 890 kg/m³
Adotar tempo de surto de 15 min para esvaziamento deste o nível normal até o nível
mínimo que deve coincidir com a linha de tangência de fundo. Calcular Sem demister
8º). Repetir o problema anterior utilizando-se um demister.
9º). Projetar um vaso de flash cuja vazão total de entrada ( L+V) = 45.000 kg/h sendo
composto por 40% de vapor e 60% de líquido. As massas específicas para o líquido e o
vapor são respectivamente 984 kg/m³e 15,60 kg/m³. Verificar qual o tempo de surto
para esvaziamento desde o nível normal até o nível mínimo, que deverá estar a 150
mm da linha de tangência, supondo que o nível normal de trabalho seja de 30 do CET.
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Ks = 1,331 d² 10E4 onde d = diâmetro de partícula
Valores tabelados:
MISTURA Ks
Hidrocarbonetos + água onde a densid. Fase leve 0,333
menor que 0,85
Hidrocarbonetos + água onde a densid. Fase leve 0,163
maior que 0,85 e menor eu 1,0
Solvente + água 0,163
Cetona + água 0,163
tl = hl/ vl e tp = hp/vp
Θ l = Al . CET/Ql e Θ p = Ap . CET/Qp
• Comparar os tempos de separação com os tempos de
permanência.
Se
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Θ l > tl e Θ p > tp o projeto está encerrado
Se
2º.) Uma corrente líquida na vazão total de 30.000 lb/h, sendo 40% hidrocarbonetos e
60% água, devem ser separadas num vaso horizontal. Dimensionar o mesmo sabendo-
se que:
ρ l = 55 lb/ft³ , µ l = 0,4800 cp e ρ p = 62,0 lb/ft³, µ p = 0,682 cp
V = FAO . XA/ - rA
Onde: FAO = Vazão molar do reagente A na alimentação em mol/tempo.
XA = Conversão do reagente A.
- rA = taxa de reação em mol/vol.tempo
Com volume de reação calculado pela equação acima adotamos como volume do vaso um
valor 25 % maior ou seja o Vvaso = V/0,75, isto é o volume do reator deve ser em média
25% maior que o volume de líquido dentro do reator de mistura perfeita. Com o Vvaso
podemos calcular o diâmetro interno e o CET e a partir da vazão volumétrica de entrada de
reagentes, a qual deve ser igual à vazão volumétrica de saída de reagentes não convertidos
mais produtos ( assumindo massa específica invariável), poderemos determinar o tempo de
surto para o esvaziamento total do reator. Esse tempo de surto será igual ao tempo de
residência dentro do reator.
Exercícico: Seja uma reação enzimática A à R que se processará num reator de mistura
perfeita vertical, onde a vazão de reagente é de 25 L/min com concentração de A de 2
mol/L. Objetivando-se uma conversão de 95% de A em R e sabendo-se que a taxa de
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reação é expressa por - rA = 0,1 FA/(1+ 0,5 FA) onde FA = vazão molar de A na saída do
reator.
Solução:
FAO = 25L/min x 2 mol/L = 50 mol/min
FA = 50 mol/min ( 1 – 0,95) = 2,5 mol/min
- rA = 0,1 . 2,5 / ( 1+0,5.2,5) = 0,11 mol/L.min
V = 50 mol/min . 0,95/0 ,11 mol/L.min = 432 L
Vvaso = 432/0,75 = 576 L ou 0,576 m³; sendo CET/D = 3 teremos 0,576=(Π .D²/4 ).3D
portanto D=0,625 m e CET = 1,875 m.
Tempo de surto para esvaziamento = tempo de residência da mistura = V/Qsaida
Θ s = 0,432 m³/ 0,025 m³/min = 17,28 min.
2.17. ETAPAS DE UM PROJETO DE UM SISTEMA DE
DESTILAÇÃO.
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6. Efetuar o Balanço Energético do sistema de destilação para se efetuar o projeto do
refervedor e do condensador. Neste ponto várias taxas de refluxo podem ser testadas
para se verificar o custo total dos equipamentos ( torre, condensador e refervedor).
7. Escolha e dimensionamento da coluna.
1.1. Torre de Pratos ou bandejas: determinação da altura da seção de pratos a partir
da definição do espaçamento entre os pratos, determinação do diâmetro da coluna
utilizando a equação empírica de Sounders e Brown para a seção de topo e do
fundo escolhendo o maior valor, projeto dos pratos ( tipo do prato, downcomers,
etc.), determinação da perda de carga total e real pela coluna para verificação do
ponto de bolha no fundo da coluna, determinação do prato de carga, determinação
do diâmetro e localização dos bocais, determinação do volume de surto no fundo da
coluna, definição da pressão e temperatura de projeto no topo e no fundo para
definição da espessura do costado e dos tampos e conseqüente emissão da folha de
dados da torre que também é um vaso de pressão.
1.2. Torre de Recheio: escolha do tipo e tamanho do recheio, determinação da altura
da seção de recheio a partir da conhecimento da HETP , determinação da perda de
carga total e real pela coluna para verificação do ponto de bolha no fundo da
coluna, determinação do diâmetro da coluna a partir da utilização do gráfico de
perda de carga generalizada para a seção de topo e do para a seção do fundo
escolhendo o maior valor, determinação da altura de entrada de carga, projeto de
distribuidores, coletores e suportes do enchimento, determinação do diâmetro e
localização dos bocais, determinação do volume de surto no fundo da coluna,
definição da pressão e temperatura de projeto no topo e no fundo para definição da
espessura do costado e dos tampos e conseqüente emissão da folha de dados da
torre que também é um vaso de pressão.
2. Projeto de Instrumentação: Definição das malhas de controle abertas e fechadas
para o controle da operação da torre de destilação.
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seguir utilizando-se o gráfico de Gillilland determina-se o número de
estágios teóricos a partir de uma taxa de refluxo adotada. As equações serão
apresentadas em exercícios em sala de aula.
______________
v = k .√ [(ρ L - ρ G)/ ρ G]
O selo liquido pode ser estimado em função da pressão de operação da torre conforme a
tabela abaixo:
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Vácuo ( 50-200 mmHg) 0,5 a 1,5
atmosférica 1,0 a 2,0
50 a 100 psig 1,5 a 3,0
200 a 500 psig 2,0 a 4,0
O espaçamento entre pratos pode ser estimado em função do diâmetro conforme a tabela
abaixo:
As torres com recheio são utilizadas para o contacto contínuo contracorrente ente líquidos e
vapores ( ou gases), tendo em vista que o recheio apresenta uma grande superfície de
contacto. Assim sendo são largamente utilizadas para operações de separação por
Destilação, por Absorção ou por Extração. O líquido é distribuído sobre o leito de recheio e
escoa tortuosamente para o fundo da torre molhando a superfície externa do recheio,
enquanto os vapores ( ou gases) que fluem ascendentemente, efetuando igualmente um
caminho tortuoso, passa entre os vazios do recheio efetuando troca de calor e massa com o
líquido. As torres com recheio apresentam menor perda de carga para os vapores ( ou
gases) ascendentes quando comparadas com torres providas de bandejas e por isso são
preferidas quando o “head” para os vapores for baixo, no entanto não são indicadas para
fluidos com grande quantidade de partículas sólidas em suspensão uma vez que a limpeza
do enchimento é difícil quando comparada com a torre de pratos. Os recheios devem
possuir as seguintes características:
A. Propiciar uma grande superfície interfacial de contacto entre o líquido e o vapor ( ou
gás), para isso a superfície do recheio por unidade volume do espaço recheado deve
ser grande.
B. O recheio deve possuir características desejáveis para o escoamento do fluido,
portanto a fração de vazios no leito recheado deve ser grande. O recheio deve
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permitir a passagem de grandes volumes de fluido através da seção transversal da
torre sem no entanto atingir o flooding ( inundação da torre).
C. Ser quimicamente inerte aos fluidos processados
D. Ter resistência estrutural para permitir o seu fácil manuseio e instalação
TIPOS DE RECHEIOS
Suporte do Recheio: Um espaço vazio no fundo da torre é necessário para assegurar uma
boa distribuição do gás ( ou vapor) no recheio, o qual deve ser estar suportado por uma
grelha de barras que agüente o seu peso. Suportes especial projetados para fornecerem
caminhados separados para o líquido e para os gases são hoje preferidos ( suporte na forma
de calhas devidamente arrumadas).
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O projeto de torres de recheio apresenta problemas semelhantes ao projeto de torres de
pratos, envolvendo considerações ligadas à operação mecânica e eficiência do
equipamento. Os fatores mecânicos de maior interesse em torres de recheio são:
• Queda de pressão
• Capacidade
• Distribuidores e Suportes
A ESCOLHA DO RECHEIO
Está perfeitamente claro que a eficiência, a perda de carga e a capacidade de recheios são
funções da área superficial e porosidade apresentadas por estes recheios. As qualificações
importantes são: percentagem de molhabilidade da área total e formato aerodinâmico.
Então anéis de Rasching e anéis de Pall têm área específica e porosidade aproximadamente
equivalentes, mas comportamento diferente devido à aerodinâmica da peça.
O tamanho nominal de um recheio não deve ser superior que 1/8 do diâmetro da torre,
senão haverá sérios riscos de mal distribuição do líquido.
O recheio deve apresentar algumas qualidades, tais como: alta porosidade e área específica,
baixa perda de carga, resistência química e mecânica, formato irregular de modo a evitar
escoamento preferencial, baixo custo e peso específico.
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2.17.3. DETERMINAÇÃO DO DIÂMETRO DE TORRES COM RECHEIO
Numa torre de recheio, sendo irrigada por uma determinada vazão de líquido, há um limite
superior para a vazão de gás e portanto para a velocidade do gás, velocidade essa
denominada velocidade de inundação, acima da qual o líquido fica “bloqueado” e não
consegue descer pelo recheio. A perda de carga no ponto de operação mais eficiente de uma
torre de recheio está situada entre 0,50 e 1,00 in H2O/ft de recheio. No ponto de flooding
( inundação) entre 2,0 e 3,0 in H2O/ft de recheio..
O cálculo do diâmetro de uma torre de enchimento que esteja operando para destilação ou
para absorção pode ser efetuada pelas CURVAS DE CORRELAÇÃO GENERALIZADA
PARA PERDA DE CARGA, onde em abscissa entramos com a relação L/G(ρ g/ρ l)0,5 em
função da perda de carga em in H2O/ft de recheio, obteremos o valor em ordenada em
função das massas específicas do líquido e do gás, da viscosidade do líquido em cp, da
relação entre a massa específica da água e do líquido e em função do fator de
empacotamento que é uma caracterização do recheio. Valor este apresentado em catálogos
e fornecedores de recheio
Para o cálculo da altura de uma coluna de recheio devemos levar em conta que:
a) Para uma coluna de Destilação: quanto maior a razão de refluxo, menor será a
quantidade de estágios de equilíbrio e portanto menor será a altura da coluna, no
entanto com maiores razões de refluxo e portanto maiores vazões de refluxo, maior
será o trafego de líquido e vapor dentro da coluna e portanto maior será o diâmetro
da coluna. Uma vez fixada razão de refluxo e calculado o número de estágios
teóricos e posteriormente o número de estágios reais utilizando a eficiência do
recheio, podemos determinar a altura da seção de recheio através do conhecimento
da HETP ( altura equivalente a um prato teórico) para o tipo de recheio escolhido e
para as substâncias envolvidas), esta determinação é trabalhosa teoricamente e
muitas vezes é levantada na prática em plantas piloto
Como exemplo citamos que para a maioria das separações de compostos orgânicos a
seguinte tabela pode ser utilizada para o caso de Pall Rings
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Diâmetro do Recheio HETP
5/8 in 0,8 a 1 ft
1 in 1,0 a 1,5 ft
1 ½ in 1,5 a 2 ft
2 in 2,0 a 2,5 ft
b) Para colunas de absorção uma vez determinada a vazão de solvente que será
utilizada para absorver o gás da mistura gasosa, será calculada o número de estágios
teóricos e a seguir calculada a altura mediante uma tabela semelhante à anterior.
EXERCÍCIO: Para destilar fenol de uma carga contendo 40% mol de fenol com 60% de
orto-cresol, a coluna deverá operar com pressão no topo de 90 mmHg ( 0,118 atm). Ela
deverá ser projetada com 27 pratos reais e operará com uma razão de refluxo de 10:1. A
vazão de vapores que deixa o topo da coluna deverá ser de 12.000 lb/h, e a máxima perda
de carga permitida é de 0,45 in de H2O/ft de recheio. O produto de topo deverá possuir
98% mol de fenol e a massa molar no topo é de 94,3 lb/lbmol e no fundo 101,4 lb/lbmol.
Será utilizado Pall Rings de 1 ½ in como recheio( fator de empacotamento 28) e numa
planta piloto foi determinado que o HETP para esse processo é de 1,7 ft, no entanto para
prover segurança será adotado HETP igual a 2 ft para esse projeto. A viscosidade do
líquido no topo pode ser adotada 0,648 cp e no fundo 0,610 cp. Calcular os diâmetros do
topo e do fundo da coluna.
Bibliografia:
- Operações Unitárias – Reinaldo Gomide
- Unit Operations of Chemical Engineers – McCabe Smith
- Chemical Engineers`Handbook – Perry
- Vasos de Pressão – Pedro Silva Teles.
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