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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO
INSTITUTO TÉCNICO BG 1162 – NOSSA SENHORA MÃE DA
SABEDORIA
ICRA – BENGUELA

A MALÁRIA E SUAS CONSEQUENCIAS SOCIAIS NA


ZONA C DO MUNICIPIO DE BENGUELA

Trabalho de Fim de Curso para obtenção do título de Técnico


Médio de Educador Social

Autores:

 Miguel Pindali
 Rosa Sapilinho
 Zeferino Calimbo

BENGUELA, 2022
INSTITUTO TÉCNICO BG 1162 – NOSSA SENHORA MÃE DA
SABEDORIA
ICRA – BENGUELA

A MALÁRIA E SUAS CONSEQUENCIAS SOCIAIS NA


ZONA C DO MUNICIPIO DE BENGUELA

Trabalho de Fim de Curso para obtenção do titulo de Técnico


Médio de Educador Social

Autores:

 Miguel Pindali
 Rosa Sapilinho
 Zeferino Calimbo

Tutora: Luzia J. F. Francisco Ezequiel, Lic.

BENGUELA,
DECLARAÇÃO DO AUTOR

Declaramos que o presente trabalho é original, excepto onde indicado por referencia
especial no texto. Quaisquer visões expressas são as dos autores e não representam de
modo nenhum as da instituição onde o Trabalho de Fim de Curso é apresentado. Este
trabalho, no todo ou em parte, não foi apresentado para avaliação noutras instituições do
ensino Secundário Técnico – Profissional ou estrangeiro.

Assinatura:

Benguela aos / /20

iii
FOLHA DE APROVAÇÃO DA TUTORA

Declaro que o presente trabalho dos estudantes, , com o titulo Factores da


desnutrição nas crianças do Bairro do São Pedro Catumbela, para obtenção do grau de
Técnico Médio de Educador Social foi por mim orientado e validado. Confirmando que no
seu todo ou em parte, não foi plagiado por qualquer outra obra de uma instituição do Ensino
Secundário Técnico-Profissional nacional ou estrangeiro.

Para que conste, lavrou-se esta folha que por mim assinada.

Assinatura: _ Data: / /20

iv
AGRADECIMENTOS

É com elevada estima que, agradecemos à Deus Todo-Poderoso pelo dom da vida;

A digníssima Tutora, pela orientação durante a elaboração do presente trabalho, e o seu


maior contributo para que este trabalho pudesse ser realizado.

Aos nossos pais e familiares, pela complexa e plural ajuda moral, didáctico, financeira,
coragem e confiança transmitidas nos momentos decisivos da nossa carreira estudantil;

A todos os colegas de caminhada académica pelo carinho beneficiado durante a


convivência e todo apoio recebido;

Aos professores do ICRA, pela partilha de conhecimentos configurados no processo de


ensino-aprendizagem, traduzidos no fortalecimento de competências gerais e
aperfeiçoamento da nossa personalidade;

À todos, o nosso muito obrigado.

v
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho, aos nossos familiares pelo esforço, incentivo e compreensão
que nos proporcionaram nos momentos mais difíceis. À todos aqueles que directas ou
indirectamente contribuíram para a feitura do presente trabalho.

vi
PENSAMENTO

“Dizem que a vida é para quem sabe viver, mas ninguém nasce pronto. A vida é para
quem é corajoso o suficiente para se arriscar e humilde o bastante para aprender.”

(Clarice Lispector)

vii
ABREVIATURAS / SIGLAS

ACT – Terapêutica combinada com

artemisinina EV – Endovenoso

IIMA – Inquérito de indicadores de Malária em

Angola MTI - Redes impregnadas com inseticida

OBP – Odorant Binding Proteins (proteínas de ligação olfativa)

OMS – Organização Mundial de Saúde

ONG - Organizações não-governamentais

PIB – Produto interno bruto

TIP- Tratamento intermitente

preventivo RDT - Teste de diagnóstico

rápido

SNC – Sistema nervoso central

SPSS - Statistical Package for the Social

Sciences WHO- World Health Organization

VIH – Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV/SIDA)

viii
RESUMO

Neste trabalho faremos abordagem sobre “A malária e suas consequências sociais na


zona c do Município de Benguela”. Para uma melhor apreciação podemos formular o
seguinte problema de investigação: Quais as atitudes e comportamentos favoráveis para
à prevenção e controlo da malária na Zona C do Município de Benguela?. O referido
tema, assumiu a formulação do seguinte objectivo geral: Analisar os factores que
influenciam malária e suas consequências sociais na Zona C do Município de Benguela.
Quanto a metodologia optou-se ao tipo de pesquisa descritiva – exploratória, com
análise quantitativa e qualificativa. Para concretização dos objectivos utilizamos os
métodos teóricos como analise-síntese, indutivo-dedutivo, e métodos empíricos como
Observação, Entrevista, Inquérito, Pesquisa bibliográfica e Matemática-estatístico. Da
análise feita dos dados recolhidos durante a pesquisa, levou-nos a entender que varias
são as causas da malaria nesta Zona, algumas notadas são: dificuldades
socioeconómicas, o uso de mosquiteiros e deslecho por parte das famílias e as
consequências tem sido fatal, como mortes.

Palavras-Chave: Malaria, Consequências, Sociais.

ix
ÍNDICE

DECLARAÇÃO DO AUTOR.........................................................................................iii

FOLHA DE APROVAÇÃO DA TUTORA....................................................................iv

AGRADECIMENTOS......................................................................................................v

DEDICATÓRIA..............................................................................................................vi

PENSAMENTO..............................................................................................................vii

RESUMO.........................................................................................................................ix

INTRODUÇÃO.............................................................................................................xiii

CAPÍTULO I: FUNDAMENTOS DA PESQUISA......................................................xvi

1.1. Conceito de malária........................................................................................xvii

1.2. Antecedentes históricos da malária................................................................xvii

1.2.1. Histórico da Malária em Angola............................................................xviii

1.3. Fisiopatologia da Malária................................................................................xix

1.4. Os agentes causadores e os vectores da malária..............................................xix

1.5. Sintomas da doença.......................................................................................xxiii

1.6. Diagnóstico....................................................................................................xxiv

1.7. Tratamento da Malária....................................................................................xxv

1.8. A Malária e suas consequências de saúde pública........................................xxvi

1.8.1. Epidemiologia da Malária......................................................................xxvi

1.9. Medidas de prevenção e controle.................................................................xxvii

1.9.1. Uso da rede mosquiteira.......................................................................xxviii

1.9.2. Pulverização intradomiciliária.............................................................xxviii

1.9.3. Prevenção da Malária na gravidez e em crianças menores de cinco anos


xxix

1.9.4. Vacinação.............................................................................................xxviii

1.9.5. Outras medidas.....................................................................................xxviii

x
1.10. Conhecimentos, atitudes e comportamentos face a Malária......................xxix

CAPÍTULO II: FUNDAMENTOS E PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS....xxxii

2.1. Tipo de estudo..................................................................................................xxxii

2.2. Métodos, instrumentos/técnicas de recolha utilizados.....................................xxxii

2.3. Características da instituição...........................................................................xxxiv

2.4. Universo/amostra ou participantes..................................................................xxxiv

2.5. Apresentação e análise dos resultados dos dados.............................................xxxv

2.5.1. Análise e interpretação dos resultados aplicado aos profissionais de saúde da


Zona C – Município de Benguela........................................................................xxxv

2.5.2. Análise e interpretação dos resultados aplicado aos familiares dos pacientes
da Zona C – Município de Benguela.......................................................................xli

CONCLUSÃO...............................................................................................................xlii

SUGESTÕES................................................................................................................xliii

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................xliv

ANEXOS.......................................................................................................................xlvi

xi
ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico nº 1 - Nível Académico..................................................................................xxxv


Gráfico nº 2- Ano de experiência...............................................................................xxxvi
Gráfico nº 3 - Como tem sido o Ambiente Hospitalar e a Segurança dos Pacientes?xxxvi
Gráfico nº 4 - Como encaras a Malária no teu local de trabalho?.............................xxxvii
Gráfico nº 5 - Tens conservado de forma adequada com os familiares dos pacientes
sobre a malaria?.........................................................................................................xxxvii
Gráfico nº 6 - Já participou em alguma formação ou palestra sobre medidas de
prevenção a málaria no local de trabalho?...............................................................xxxviii
Gráfico nº 7 - Quanto tempo faz para falar da tematica no local onde trabalhas?....xxxix
Gráfico nº 8 - Quais são os factores/causas que influencia a malária na zona C -
Benguela?.........................................................................................................................xl

INDICE DE FIGURAS

Figura nº 1 – Ciclo de vida do mosquito Anopheles........................................................xx


Figura nº 2 – Ciclo de vida do Plasmodium...................................................................xxi
Figura nº 3 – Zonas de transmissão da Malária...............Erro! Marcador não definido.
Figura nº 4 – Alvos das vacinas.......................................Erro! Marcador não definido.

INDICE DE TABELA

Tabela 1– Duração dos diferentes ciclos consoante a espécie (Fonte: Adaptação de


Heyneman, 2007).........................................................................................................xxiii

xii
INTRODUÇÃO

A malaria é uma doença endémica que ocorre nas regiões tropicais e em algumas
regiões subtropicais. Em Angola a Malária existe em todo o país e representa a primeira
causa de morte e absentismo laboral e escolar. As principais vítimas são as crianças com
menos de cinco anos e as mulheres grávidas. Apesar dos esforços para o controlo da
Malária, em certas regiões continua altamente endémica, o que leva a pensar nos
factores socioculturais como influenciadores do comportamento das comunidades
diante da doença, mostrando a importância de novos estudos que permitam planear
novas estratégias de controlo da doença com enfoque nas comunidades (Suarez-Mutiz,
2011).

O relatório da OMS (2018) indica a endemicidade da malária em 90 países de diferentes


regiões continentais, nomeadamente África, Ásia do Pacífico, América e Sudeste
Asiático, sendo que 3,4 mil milhões de pessoas apresentam riscos de contrair a malária
por residir em zonas endémicas totalizando 40% da população mundial, dos 90 países
endémicos, 17 pertencem ao Continente Africano, significando que 92% dos casos de
malária ocorreram no continente Africano, 5% no Sudeste Asiático e 2% nas regiões do
Mediterrâneo Oriental (OMS, 2018).

Segundo dados de 2017 verificaram-se 219 milhões de casos de malária e 435 000
mortes por malária em todo o mundo (OMS, 2018)

As estratégias de combate à doença que se tem implementado, com objectivo de


identificar populações de risco, reduzindo os níveis de transmissão da doença e tornar o
sistema de saúde de vários países mais eficientes, tem contribuído significativamente na
redução dos casos de malária bem como a taxa de mortalidade observada entre 2010 e
2017 (OMS, 2018).

Em Angola, a malária está distribuída por todo o país, sendo endémica nas 18
Províncias. Os dados de morbilidade e mortalidade por malária são recolhidos pelas
unidades de saúde, que igualmente registam a dispensa e consumo de anti-maláricos.
Para monitorizações e avaliações de todos os casos de malária, o Programa Nacional de
Luta Contra a Malária (PNCM), criou um ponto focal nacional, existindo em cada
província um supervisor de controlo da doença (médico ou outro especialista).

xiii
Justificativa

Assim, a selecção do tema justifica-se pelo interesse em aprofundar com maior


exactidão os nossos conhecimentos em relação a problemática em estudo, a fim de
contribuir em uma prática mais eficaz, fazendo uma análise com perfeita exactidão, nas
estratégias metodológicas para minimizar o alto índice, apelando uma consciência
crítica no que toca as várias situações que ocorrem. Por outra razão, a presente proposta
investigativa vai procurar suscitar maior atenção as causa e consequências da malaria na
Zona C do Município de Benguela.

A malária é um problema de saúde de elevada importância, devido a sua alta incidência


e às consequências que traz às pessoas acometidas pela doença, influenciando
significativamente o potencial de desenvolvimento da localidade, regiões e estados
pelos múltiplos custos que acarreta.

Problema de investigação

A partir da situação acima exposta, propusemos o seguinte problema de investigação:


Quais as atitudes e comportamentos favoráveis para à prevenção e controlo da malária
na Zona C do Município de Benguela?

Objectivos
Com base nas questões levantadas, pretendemos alcançar os seguintes
objectivos:
Objectivo Geral:

Analisar os factores que influenciam malária e suas consequências sociais na Zona C do


Município de Benguela.

Objectivos Específicos:

1. Investigar na literatura os aspectos gerais sobre a malária e suas consequências


sociais;
2. Descrever os factores que influenciam malária na Zona C do Município de
Benguela;
3. Apresentar as estratégias que devem ser utilizadas para minimizar o problema
da malária na Zona C do Município de Benguela.

xiv
Partindo do problema de investigação, formularam-se as seguintes questões de
investigação:

1. De que forma as literatura abordam os aspectos gerais sobre a malária e suas


consequências sociais?
2. Quais são os factores que influenciam malária na Zona C do Município de
Benguela?
3. Que estratégias devem ser utilizadas para minimizar o problema da malária na
Zona C do Município de Benguela?

O trabalho terá a seguinte estrutura: uma introdução onde se destacará a justificativa,


problema, os objectivos da realização de estudo, entre outros elementos. 1º Capitulo
onde apresentar-se a as bases teóricas que da sustentabilidade a investigação e no 2º
Capítulo os fundamentos e procedimentos metodológicos onde faremos algumas,
apresentação e interpretação dos resultados da investigação, onde se fará os comentários
aos dados seguidos finalmente com as conclusões, sugestões, bibliografia e apêndice ou
anexos.

xv
CAPÍTULO I: FUNDAMENTOS DA PESQUISA

xvi
CAPITULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO

1.1. Conceito de malária

Malária é definida como uma doença sintomática sem sinais de gravidade ou evidência
(clínica ou laboratorial) de disfunção orgânica (OMS, 2019).

1.2. Antecedentes históricos da malária

A malária sempre foi desde a antiguidade, um dos principais flagelos da humanidade.


Vários registos sobre prováveis infecções humanas de malária, foram encontrados ao
longo dos tempos em documentos chineses que remontam a 3000 anos a.C. (Biggs e
Brown., 2001; Carter e Mendis, 2002). Textos antigos provenientes do Egipto, da Índia
e da Grécia fazem referência a sintomas como febres intermitentes e até febres
epidémicas mortais (Carter e Mendis, 2002). A doença chegou a ser relacionada com a
punição de deuses e presença de maus espíritos presentes nos pântanos, foi justamente
essa ligação da febre com áreas alagadas que, séculos mais tarde, exactamente no século
XIV, os italianos passaram chamá-la de mal aria (mau ar), pois se acreditava que era
transmitida pelo odores fétidos que emanavam dos pântanos (França, Santos e Figueroa-
villar, 2008; CDC, 2015).

Hipócrates foi o primeiro a descartar as superstições e descreveu detalhadamente os


sintomas da malária, distinguindo a febre malárica intermitente da febre contínua
provocada por outras doenças infecciosas e mencionou as alterações no baço
provocadas pela doença. Também relacionou a doença com a época do ano e os locais
que os pacientes frequentavam e onde viviam (CDC, 2015).

No século XVII missionários Jesuítas descobriram que tribos indígenas sul americanas
usavam a casca de uma árvore, Cinchona spp, para o tratamento de febres, o princípio
activo dessa árvore, a quinina foi isolada em 1820 por Pelletier e Caventou, e manteve-
se a droga de eleição para o tratamento e prevenção da malária durante muito tempo
(Biggs e Brown, 2001).

Em 1880 Charles Louis Alphonse Laveran, ao examinar sangue de um paciente que


apresentava febre há 15 dias, verificou a existência de parasitas dentro dos eritrócitos.
Laveran acreditava que só havia uma espécie, oscillariamalariae (CDC, 2016). Esta
descoberta foi, no início alvo de algum ceticismo porque a comunidade científica

xvii
acreditava que a malária era causada por uma bactéria, Bacillus malariae, pela sua
descoberta foi-lhe atribuído o prémio Nobel em 1907 (Biggs e Brown, 2001).

Actualmente, há 90 países que estão em risco para malária, a maioria deles localizados
no continente africano. Estima-se que há nessas regiões aproximadamente 3,4 mil
milhões de pessoas localizadas apenas em 27% da superfície terrestre (Guerra, Snow e
Hay, 2006).

A Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir de 1992, foi desenvolvendo


estratégias que culminou em Abril de 2000, com assinatura da Declaração de Chefes de
Estado em Abuja, que orienta para o desenvolvimento de uma iniciativa de fazer recuar
o paludismo no Continente Africano até ao ano 2030. A estratégia teve por meta fazer
com que a malária nos próximos 25 anos deixe de ser um problema de saúde pública
para a África (WHO, 2001-2010).

1.2.1. Histórico da Malária em Angola.

Fortes, (2011) no âmbito da sua dissertação de doutoramento, efectuou e apresentou um


levantamento histórico da malária em Angola do qual se destacam aqui, apenas os
marcos que consideramos relevantes: A malária é conhecida em Angola desde a
antiguidade, contudo os primeiros registos datam de 1923, altura da realização do 1º
Congresso de Medicina Tropical da África Ocidental, realizado em Luanda, onde a
malária em Angola ocupa um lugar de destaque (Cambournac, Gâmdara, Pena e
Teixeira, 1955).

Em 2001 o Governo angolano disponibilizou o primeiro orçamento específico para um


Programa nacional Integrado de Combate as Grandes Endemias, sendo a malária uma
das prioridades, criando em 2002 uma Comissão Nacional de Combate ao VIH/SIDA,
Malária e Tuberculose.

2003 – 2006 – Angola beneficia de financiamento do Fundo Global criado para o


Combate à Malária, VIH/SIDA e Tuberculose, tendo sido reforçado, em 2005, por um
financiamento complementar atribuído pelo Presidente dos E.U.A. George W. Bush e
pelo Banco Mundial. Em 2006, foi definida nova política de tratamento dos casos não
graves de malária, com a introdução das combinações terapêuticas à base de
artemisinina (ACTs) (Fundo Global de Luta Contra AIDS, 2009).

xviii
Em Angola o desenvolvimento dessa estratégia consiste na informação, educação
comunicação, combate as águas estagnadas e luta anti larva, uso de mosquiteiros
impregnados por todas as famílias e principalmente para as crianças e mulheres
grávidas, uso de insecticida em residências, saneamento básico, água potável na
comunidade, recolha do lixo e enterrar e identificação de áreas de risco (Fortes et al,
2006).

1.3. Fisiopatologia da Malária


A Malária é causada por parasitas do género Plasmodium, que são transmitidos através
das picadas do mosquito Anopheles fêmea. Existem cinco espécies de Plasmodium que
infectam a espécie humana. Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium
maláriae, Plasmodium ovale e Plasmodium knowlesi (Williams e Pinto, 2012). A
espécie Plasmodium Knowlesi, que é conhecida por infectar macacos tornou-se
endémica em humanos no Sudoeste asiático (Bannister e Sherman, 2009). Os casos de
Malária grave, de que resulta a morte, são causados na sua maioria pelo Plasmodium
falciparum, embora sejam cada vez mais frequentes casos de grande gravidade
provocados por Plasmodium vivax (Gomes et al, 2011). Existem centenas de espécies
de mosquitos Anopheles, mas só 80 transmitem a Malária, sendo 15 as espécies
consideradas os vectores principais da Malária.

1.4. Os agentes causadores e os vectores da malária

O parasita do género Plasmodium é um protozoário que invade e se multiplica nos


eritrócitos dos vertebrados e que é transmitido pela picada das fêmeas dos mosquitos,
infectando mamíferos, pássaros e lagartos. Os mamíferos são infectados pela espécie de
mosquito Anopheles, enquanto que os pássaros e lagartos são infectados pela espécie
Culex. A Malária pode ocorrer em antílopes, lémures, morcegos, roedores e primatas
(incluindo o homem), não existindo nos felinos, canídeos, equídeos ou bovinos, por
razões que não se conhecem (Bannister e Sherman, 2009).

Existem centenas de espécies de mosquito do género Anopheles que podem ser


facilmente diferenciados de outros grupos semelhantes por terem duas asas e escamas
ao longo das nervuras das asas e uma franja de escamas, bem evidente, ao longo da
borda posterior das asas (Rey, 2001). Os mosquitos Anopheles machos alimentam-se de
seivas vegetais e só as fêmeas transmitem a doença, ao alimentarem-se de sangue de
pessoas já infectadas. O parasita multiplica-se dentro do mosquito, atingindo as

xix
glândulas salivares, podendo então ser transmitido a outra pessoa sempre que o
mosquito se alimente (Williams e Pinto, 2012).

Para desenvolverem o seu ciclo de vida os mosquitos necessitam de água doce, onde as
fêmeas poem os seus ovos. Qualquer lugar onde exista água pode servir para o
desenvolvimento das larvas do mosquito (lagos, lagoas, charcos, fossas, esgotos,
margens dos rios, barragens, valas de irrigação, pântanos e até mesmo latas, pneus
abandonados onde se acumula água, etc.). A fêmea após a fecundação põe os seus ovos,
donde nascem as larvas, que se transformam em pupas, que darão origem a mosquitos
adultos (ADPP Angola, 2012).

Segundo Rozendaal (1997) os mosquitos têm um ciclo de vida (Figura 2) que decorre
em quatro fases: ovo, larva (que passa por quatro estádios larvares), pupa e adulto,
distribuídas por duas etapas de desenvolvimento: uma etapa aquática, que compreende
as fases do ovo, larva e pupa, e uma etapa terrestre, que corresponde à vida adulta do
mosquito.

Figura nº 1 – Ciclo de vida do mosquito Anopheles

Fonte: Rozendaal, 1997

Os ovos, alongados com cerca de 1 mm de comprimento, são depositados na superfície


da água e boiam até à eclosão que ocorre em 2 a 3 dias. As larvas boiam
horizontalmente à superfície e alimentam-se de pequenas partículas orgânicas. A
duração completa do desenvolvimento do ovo até adulto é de 11 a 13 dias. A maior
actividade do mosquito ocorre desde o anoitecer até ao amanhecer (ADPP Angola,
2012; Rozendaal, 1997).

Os mosquitos Anopheles entram nas casas para se alimentarem, após o que permanecem
em repouso durante o tempo necessário para digerirem o alimento (sangue) e
produzirem ovos, podendo fazê-lo dentro das casas ou em locais fora das casas

xx
protegidos, como seja a vegetação, nas rochas ou fendas de árvores e paredes, no solo
ou em cavernas. Logo que os ovos estejam completamente desenvolvidos, as fêmeas
procuram um habitat de reprodução adequado (Rozendaal, 1997).

O ciclo biológico da Malária em humanos

O parasita transmitido pelo mosquito Anopheles é do género Plasmodium, sendo o ciclo


de vida das suas diferentes espécies muito semelhante. O seu ciclo de vida inclui uma
fase sexuada exógena com a multiplicação dos parasitas nos mosquitos do género
Anopheles e uma fase assexuada endógena com a multiplicação no hospedeiro humano
(Figura 3).

Figura nº 2 – Ciclo de vida do Plasmodium

Fonte: Adaptação de www.cdc.gov

A primeira etapa do ciclo de vida corresponde à fase pré-eritrocítica a qual inicia


quando o mosquito pica o homem para se alimentar e simultaneamente inocula
esporozoítos na corrente sanguínea (Figura 3). Estes circulam no sangue durante
aproximadamente uma hora culminando com a invasão dos hepatócitos. Os parasitas
permanecem no fígado a desenvolver-se nos 7-10 dias seguintes (Biggs e Brown, 2001).
Durante este período, os esporozoítos passam a esquizontes e, por esquizogonia,
originam milhares de merozoítos no seu interior. Quando os esquizontes estão maduros
rebentam e libertam para a corrente sanguínea milhares de merozoítos. Nas espécies P.

xxi
ovale e P. vivax alguns parasitas podem tornar-se dormentes no fígado, hipnozoítos, e
só mais tarde serem libertados dando origem a recaídas.

Após a libertação dos merozoitos para a corrente sanguínea, parte destes são fagocitados
enquanto que outra porção consegue invadir os eritrócitos dando início à fase
eritrocítica. Para infectar os eritrócitos, os merozoítos aderem a estas células através de
uma variedade de receptores e diferentes espécies infectam diferentes populações de
eritrócitos. P. vivax e P. ovale exibem preferência por reticulócitos. Como esta
população é só de aproximadamente 1%, o grau de parasitémia nestas espécies é baixo.
P. malariae tem preferência por células envelhecidas o que também limita o grau de
parasitémia. Já em relação a P. falciparum, o grau de parasitémia é elevado pois invade
células de todas as idades (Webber, 2004).

Após invasão dos eritrócitos, os merozoítos diferenciam-se em trofozoítos, esquizontes


e mais uma vez, por esquizogonia, formam merozoítos. No interior dos eritrócitos, o
parasita altera a célula, tanto internamente como externamente, fazendo as modificações
necessárias para a sua sobrevivência e proliferação. O parasita converte hemoglobina
em globina e hematina. Este último modifica-se dando origem ao pigmento malárico ou
hemozoína (Sousa e Ferreira, 2002). A globina é quebrada por enzimas proteolíticas e
digerida. Também são consumidos oxigénio, dextrose, lactose e proteínas eritrocíticas
(Heyneman, 2007).

Quando o esquizonte rebenta, lisa o eritrócito e são libertados merozoítos novamente


para a corrente sanguínea, ocorrendo a infecção de novos eritrócitos. A duração deste
ciclo de infecção de eritrócitos varia consoante a espécie de parasita que causa a
infecção, verificando-se para P. kwowlesi uma duração de 24 horas (White, 2008), para
P. ovale, P.vivax e P.falciparum uma duração de 48 horas e para P. malariae de 72 horas
(Balakrishnan, 2001).

Após algum tempo de infecção uma subpopulação de parasitas diferencia-se em


gametócitos iniciando-se assim o ciclo sexual ainda no vertebrado, no entanto estes não
têm capacidade de se desenvolver nos eritrócitos (Sousa e Ferreira, 2002). Para que o
ciclo se complete, os gametócitos têm de ser ingeridos pelo mosquito Anopheles quando
este se alimenta de sangue. Já no mosquito dá-se a fusão dos gametócitos masculinos e
femininos produzindo o zigoto que por sua vez evolui para oocineto tornando-se móvel
e podendo assim penetrar a parede do estômago. Aqui, enquista dando origem ao
oocisto. Por esporogonia formam-se esporozoítos no seu interior. Após maturação o

xxii
oocisto rompe e os esporozoítos migram para as glândulas salivares do mosquito.
Quando este pica o humano o ciclo fica completo (Sousa e Ferreira, 2002). Na tabela 2
encontram-se resumidas as durações do ciclo sexuado, da fase pré-eritrocítica e do ciclo
eritrocítico para P. vivax. P. malariae, P. falciparum e P.ovale.

Tabela 1– Duração dos diferentes ciclos consoante a espécie (Fonte: Adaptação


de Heyneman, 2007)

É importante realçar que para além da característica que confere a P. falciparum o


elevado grau de parasitémia já mencionado (a capacidade de invasão de células de todas
as idades), as formas maduras do parasita alteram a superfície dos eritrócitos infectados
permitindo que se dê um fenómeno de sequestro dos eritrócitos parasitados nos
capilares do cérebro, pulmões, coração, medula, rins, fígado e outros órgãos. Os
eritrócitos parasitados, com estas alterações, ficam com a capacidade de aderirem ao
endotélio vascular e a eritrócitos não parasitados, tornando o fluxo de sangue mais lento
e o baixo nível de oxigénio proporciona um ambiente favorável para o desenvolvimento
do parasita. Para além disso este sequestro permite que os parasitas evitem a passagem
pelo baço e possível eliminação. (Biggs e Brown, 2001).

1.5. Sintomas da doença

O desenvolvimento dos sinais e sintomas do Paludismo, ocorrem geralmente entre 9 a


40 dias após a picada do mosquito infectado, e são febre, tremores e calafrios, diaforese,
cefaleias (Rozendaal, 1997), mal-estar geral, artralgia, mialgia, fadiga, náuseas, êmese,
dor de barriga e diarreia, além de sintomas crónicos como a anemia, astenia e redução
da capacidade de trabalho (ADPP Angola, 2012).

A severidade e frequência das febres estão relacionadas com as espécies de parasita,


mas normalmente duram 2 a 3 dias. Os ataques febris coincidem com as multiplicações

xxiii
e hemolise. A Malária provocada por Plasmodium falciparum é o tipo mais severo, que
pode progredir para disfunção pulmonar, coagulação intravascular disseminada,
hipoglicemia (Gomes et al, 2011) hipotensão e choque, falha dos rins e do fígado,
acometimento do SNC (sistema nervoso central) que se manifesta sob a forma de coma
ou convulsões, e morte (Gomes et al, 2011; Rozendaal, 1997).

O acometimento do SNC é comum na Malária grave e principal causa de morte,


desenvolvendo-se de forma progressiva, durante alguns dias, com manifestações de
dores de cabeça, alterações de comportamento, desorientação, convulsões e coma. A
anemia é também frequente na Malária, ocorrendo precocemente, devido à destruição
dos eritrócitos. A anemia na malária define-se como a redução da hemoglobina ou da
percentagem de volume ocupado pelos eritrócitos no sangue, abaixo dos valores
esperados para a idade e sexo.

A disfunção pulmonar ocorre com incidência de 3% a 10% e letabilidade próxima de


70%. O principal sinal de disfunção pulmonar é o aumento da frequência respiratória e a
apresentação mais grave é a síndrome de desconforto respiratório caracterizado por
edema pulmonar. O diagnóstico de insuficiência renal está associado a diurese inferior a
400ml/24 horas e aumento sérico da creatinina e da ureia. A insuficiência renal é
provocada pelos eritrócitos infectados na microcirculação, por alterações metabólicas,
diminuição de deformabilidade dos eritrócitos que culmina na redução do fluxo
sanguíneo e consequente isquemia renal.

1.6. Diagnóstico

A Malária quando detectada no início da infecção é bastante simples de tratar, sendo por
essa razão o diagnóstico um aspecto muito importante no sucesso do tratamento. O
diagnóstico da Malária requer análises ao sangue, como forma de identificar o tipo de
Malária presente, com base nas características do parasita e na forma dos eritrócitos
infectados. O diagnóstico da Malária é, segundo OMS (2015), parte efectiva da gestão
da doença. Diagnósticos baseados só na observação clinica pode levar a administração
desnecessária de medicamentos, porque os sintomas da Malária não são específicos
desta doença, não havendo um conjunto de sintomas que distinga a Malária de outras
doenças.

xxiv
Todos os pacientes com suspeita de Malária devem ser tratados com base em
diagnóstico confirmado por observação microscópica ou por teste de diagnóstico rápido
(RDT) de uma amostra de sangue.

Os exames microscópicos, embora sejam a forma ideal de diagnosticar e monitorizar o


tratamento da Malária, exige pessoal treinado e experiente neste tipo de exames. Os
testes principais são: o teste de Gota espessa, que permite a contagem de parasitas no
sangue; e o teste de distensão sanguínea, que permite, através da morfologia do
protozoário, identificar a espécie infectante e adequar o tratamento (Gomes et al. 2011).

Os exames microscópicos tornam-se difíceis de realizar em muitas situações, quer pela


precariedade dos serviços de saúde, quer pela dificuldade que as populações têm em se
deslocarem aos centros de saúde onde existem tais exames. Têm vindo a ser
desenvolvidos testes imunocromatográficos, realizados em fita de nitrocelulose, por
reacção enzimática, de utilização mais prática e mais rápida, os RDTs, que procuram a
existência no sangue dos pacientes da proteína Pf-HRP2, que é característica de uma
infecção com Plasmodium falciparum.

A desvantagem desde teste é dar resultado positivo para a Malária em indivíduos já


tratados, pois a proteína permanece no sangue por tempo prolongado. Realizam-se ainda
outros testes, também realizados em fita de nitrocelulose, que consistem na detecção, de
enzima desidrogenase láctica (pDHL) específica do género Plasmodium, e de outra
específica do Plasmodium falciparum (Pf-DHL) no sangue do paciente (Brasil.
Ministério da Saúde, 2005).

1.7. Tratamento da Malária

O tratamento da Malária deve seguir diferentes indicações conforme se trata de um caso


de Malária grave ou de Malária não complicada. Um paciente que apresenta sinais de
Malária e um teste parasitológico positivo (microscópico ou RDT) mas que não
apresenta características de Malária severa, diz-se que é portador de Malária não
complicada. Neste caso o tratamento tem por objectivo eliminar o mais rapidamente
possível os parasitas do corpo, prevenir a transmissão a outras pessoas e impedir o
aumento da resistência do parasita aos medicamentos antimaláricos.

É recomendada uma medicação combinada de artemisinina e seus derivados, sendo


cinco as combinações recomendadas: artemeter e lumefantrine, artesunate e
amodiaquina, artesunate e mefloquina, artesunate e SP, e dihydroartemisinina e

xxv
piperaquine. O tratamento deve ter uma duração de 3 dias, de forma a cobrir dois ciclos
de reprodução do parasita, assegurando que só resta uma pequena fracção de parasitas,
minimizando o risco de criar resistência aos medicamentos como resultado de um
tratamento incompleto (OMS, 2015).

No caso do tratamento da Malária grave, os doentes devem ser internados, de forma a


que seja avaliada a condição respiratória, cardiovascular, renal e hepática, assim como o
estado de consciência. São utilizados prioritariamente medicamentos derivados da
artemisinina ministrados por via intravenosa, de acção mais rápida. Os mais comuns
são artesunate e artemeter, que são bem tolerados pelos pacientes e que têm poucos
efeitos adversos, dos quais os mais relevantes são diarreia, dores abdominais e náuseas.
O quinino, é usado desde sempre no tratamento do Paludismo, no entanto não atua
sobre os gametócitos do Plasmodium falciparum. É absorvido rapidamente e eliminado
pelo organismo, com meia vida de 12 horas.

Os seus efeitos adversos principais são deficit auditivo transitório, tremores, distúrbios
visuais, náuseas e vómitos, e hipoglicemia quando são ministradas doses muito altas
(Gomes et al., 2011). A Malária recorrente pode resultar de uma nova infecção ou de
falha no tratamento de primeira infecção. A falha do tratamento pode resultar de
resistência dos parasitas aos medicamentos, pelo facto de terem sido ministradas doses
inadequadas de medicamento, de situações em que o paciente tenha vomitado o
primeiro tratamento, ou ainda da fraca adesão ao tratamento pelo paciente, que o
interrompe sem o ter completado. Embora seja difícil distinguir uma nova infecção de
uma infecção maltratada considera-se que existe uma falha de tratamento quando a
doença reaparece até quatro semanas após o tratamento (OMS, 2015).

1.8. A Malária e suas consequências de saúde pública


1.8.1. Epidemiologia da Malária

De acordo com o Inquérito de Indicadores da Malária, a Malária é endémica em todas as


18 províncias do país, embora seja possível definir, conforme a figura abaixo, três
regiões de endémicidade: hiperendémica, mesoendémica estável e mesoendémica
instável.

A região hiperendémica é a zona com alta transmissão durante todo o ano,


correspondendo às regiões do norte do país (Cabinda, Uíge, Malange, Kuanza Norte,
Luanda Norte e Luanda Sul). A região mesoendémica estável tem uma transmissão

xxvi
relativamente baixa, enquanto que os níveis de transmissão na região mesoendémica
instável (Namibe, Cunene, Huíla e Kuando Kubango) mudam dependendo das
condições climatéricas, registando-se um aumento durante a estação das chuvas, com
um pico entre os meses de Janeiro e maio. A prevalência mais baixa da Malária ocorre
na província de Benguela, que é também uma região urbanizada do país. Em 2021
foram reportados 3.026.125 casos de suspeita da Malária nos Hospitais públicos
angolanos, com 5.736 mortes. A maioria dos casos foram causados pelo Plasmodium
falciparum (87%) (USAID, 2017).

Segundo dados do Ministério da Saúde da República de Angola (2017) verificou-se um


agravamento da situação em 2021, tendo sido registados 2.487.306 casos, com 6.518
mortes, que se reflecte num aumento de 13% das mortes por Malária no país. Esta
situação ficou a dever-se à deterioração das condições de saneamento, à ruptura de
medicamentos e testes de diagnóstico.

Segundo dados do Inquérito de indicadores da Malária de 2019, ao nível nacional


apurou-se que 10% das crianças apresentaram resultados positivos para a Malária, sendo
maior a prevalência nas idades maiores e menor nas idades menores. A prevalência da
malária também é maior nas zonas rurais (14%) do que nas zonas urbanas (1%) e é
também muito maior na região hiperendémica (16%) do que em Luanda (2%). A
prevalência é de 15% e 20% nos dois quintis de riqueza mais baixos, comparados com
os 5% e 3% nos dois quintis de riqueza mais altos. A taxa de mortalidade infantil é de
50% e a taxa de mortalidade infanto-juvenil é de 91%. (República de Angola.
Ministério da Saúde, 2019).

1.9. Medidas de prevenção e controle

Os meios de prevenção contra a Malária são vários, devendo na sua maioria as acções
levadas a cabo incidirem sobre a irradicação do mosquito Anopheles, que transmite a
doença através da picada sua fêmea, ou sobre a protecção da picada do mosquito, como
seja a pulverização intradomiciliária com insecticida ou o uso de redes mosquiteiras. É
ainda de grande importância a profilaxia ou tratamento intermitente preventivo (TIP)
durante a gravidez e o tratamento de febres em crianças menores de cinco anos.

Os programas de luta contra a Malária têm sofrido um aumento de financiamento


internacional, de 960 milhões de dólares americanos em 2005 para 2,5 biliões de
dólares

xxvi
americanos em 2014 e representam cerca de 78% do financiamento total dos programas
de combate á Malária (OMS, 2020).

As formas de prevenção

 Uso da rede mosquiteira: A utilização de redes mosquiteiras é segura e tem


grande impacto na diminuição da proporção de mosquitos que se alimentam com
sucesso dos seres humanos e na diminuição do número de vezes que o mosquito
pica uma pessoa durante uma noite.
 Pulverização intradomiciliária: Compreende-se por pulverização
intradomiciliária a fumigação das paredes interiores das habitações para matar as
fêmeas adultas dos mosquitos, que descansam nas paredes das casas depois de se
alimentarem, evitando assim a infecção de outras pessoas. Estas acções, devido
ao seu custo muito elevado, são implementadas em áreas seleccionadas e de
escolha ponderada.
 Vacinação: Devido às resistências que repetidamente aparecem tanto aos
medicamentos como aos insecticidas, a vacina torna-se um importante trunfo
para ajudar a erradicar a doença. Durante anos os progressos feitos no
desenvolvimento de uma vacina eficaz foram reduzidos mas com o aumento dos
fundos dedicados a este fim e os avanços na ciência e tecnologia, a investigação
foi acelerada (MVI, 2012).
 Outras medidas: Como complemento à pulverização intra-domiciliária e ao uso
das redes mosquiteiras, são importantes algumas medidas sanitárias que as
populações podem implementar. É o caso da limpeza de valas e canais e da
destruição e todos os lugares onde possam existir aguas estagnadas (charcos,
latas, pneus velhos), tapando-os com areia ou esvaziando-os para não permitir a
reprodução do mosquito. Os buracos das paredes das casas devem ser tapados e
devem ser limpos os terrenos em redor das habitações (ADPP Angola, 2019).

xxvi
1.9.1. Prevenção da Malária na gravidez e em crianças menores de

cinco anos

Durante a gravidez é mais elevado o risco de contrair a Malária e desenvolver uma


grande variedade de problemas que lhe estão associados, tais como a anemia,
nascimento prematuro do bebé, atraso no desenvolvimento intra-uterino e baixo peso ao
nascer. Para as mulheres que não adquiriram imunidades, por viverem em regiões
mesoendémicas instáveis, são recomendadas como estratégias preventivas, o tratamento
intermitente e preventivo (República de Angola. Ministério da Saúde, 2019).

As crianças pequenas são mais vulneráveis à doença do que os adultos e do que as


crianças mais velhas, sendo por isso aconselhável a utilização das redes mosquiteiras
prioritariamente nas crianças mais novas. Segundo o inquérito de Indicadores da
Malária (República de Angola. Ministério da Saúde, 2019) 26% das crianças menores
de cinco anos dormem debaixo de uma rede mosquiteira tratada com insecticida. Sendo
a febre o principal sintoma nas crianças menores de cinco anos, a OMS aconselha que
em regiões de alto risco de Paludismo, se inicie o tratamento com antimaláricos
combinados com artemisinina, mesmo sem confirmação de diagnóstico, pois, uma
infecção severa pode provocar facilmente a morte da criança.

1.10. Consequências da malaria

Varias são as consequências da malaria, abaixo destacamos algumas:

 Doença cerebral;
 Perdas auditivas;
 Complicações de mal-estar;
 Morte.
1.11. Conhecimentos, atitudes e comportamentos face a Malária.

Grande parte da população Angolana tem escassos conhecimentos sobre a Malária, não
reconhecendo o mosquito como agente de transmissão da Malária, o que explica a razão
por que as famílias não usem as redes mosquiteiras, mesmo quando as têm. (República
de Angola. Ministério da Saúde, 2019).

Nambureto e Monteiro (2011 p.18) referem vários estudos realizados, sobre os


conhecimentos das populações no que se refere às causas da doença, permitindo

xxix
concluir que “existe ainda um défice de conhecimentos”, pois a doença é “associada a
feitiçaria, maus espíritos, pulverização intradomiciliária e exposição excessiva ao sol”.

Foi ainda referido como causa da Malária comida contaminada, falta de higiene,
contacto com outras pessoas infectadas e esforço físico acima do normal. A não
utilização da rede mosquiteira está associada a questões económicas, mas também a
outros factores, tais como: o calor provocado pela rede, o cheiro do insecticida, a falta
de ar que provoca e questões estéticas; que associadas ao pouco conhecimento sobre a
sua importância, não garantem a sua utilização.

xxx
CAPÍTULO II: FUNDAMENTOS E
PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

xxxi
CAPÍTULO II: FUNDAMENTOS E PROCEDIMENTOS
METODOLOGICOS

O termo método significa literalmente «seguindo um caminho» (do grego méta,


«conjunto, em companhia» e hodós, «caminho»). Refere-se à especificação dos passos
que devem ser dados, em certa ordem, para alcançar um determinado fim. (…) Logo,
método é o caminho e os passos para se atingir um determinado objectivo. E a
metodologia, a área que trata do conjunto destes métodos.

2.1. Tipo de estudo


Este trabalho será realizado com base com estudo descritivo - exploratório

O estudo descritivo, consiste em estudar as propriedades dos objectos ou fenómenos; e


visa medir ou avaliar aspectos; dimensões componentes de um aspecto sem
manipulação de variáveis, (Andrade, 2017).

Para Gil (2019), as pesquisas exploratórias têm como propósito proporcionar maior
familiaridade com problema, com vista a torna-lo mais explícito ou a construir
hipóteses. Seu planeamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os
mais variados aspectos relativos ao facto ou fenómeno estudado.

2.2. Métodos, instrumentos/técnicas de recolha utilizados


Tendo em consideração a natureza da investigação e os objectivos traçados, foram
utilizados os métodos de nível teórico e de nível empírico.

 Métodos Teóricos:

Analítico-Sintético: “emprega-se no processo de revisão bibliográfica com o objectivo


de sistematizar os fundamentos teóricos para interpretação das dificuldades de
aprendizagem de leitura e de escrita”, (Gil, 2019, p.254). A utilização deste método
permitiu uma maior compreensão em torno da temática.

Consulta bibliográfica: “consiste na obtenção de informações a partir das obras já


publicadas em relação ao tema” (Marconi & Lakatos, 2019, p.153). Neste trabalho
permitiu reunir opiniões de vários autores de modo a constituir os fundamentos teóricos
que sustentaram os resultados.

xxxi
Indutivo-Dedutivo: “na indução percorre-se caminho inverso da dedução; isto é, a
cadeia de raciocínio estabelece a conexão ascendente do particular para o geral” (Gil,
2019, p.254). O método dedutivo, de acordo com o entendimento clássico, é o método
que parte do geral e, a seguir, desce ao particular. A partir de princípios, leis ou teorias
consideradas verdadeiras e indiscutíveis, prediz a ocorrência de casos particulares com
base na lógica. “Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e
possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude
unicamente de sua lógica.” (Prodanov, 2013). Este método permitiu elaborar o
problema, os objectivos e conclusões da pesquisa depois de ter analisado os resultados.

 Métodos empíricos:
Método de Inquérito por questionário: é um instrumento de colecta de dados,
constituído por uma série ordenada de perguntas, (Michel, 2019). Este método nos
permitiu obter um conjunto de respostas dos profissionais de saúde que nos possibilitaram
analisar o fenómeno em estudo.

Matemática-estatístico: relativamente a investigação educacional segundo (Gil, 2019,


p.254). “Contribui para precisar os dados empíricos obtidos e esclarecer as
generalizações as relações dos fenómenos entre si e obter generalização sobre a natureza
que ocorre e o significado dos dados”. Este método foi empregado para os cálculos de
percentagem, para a análise desses resultados quantitativos da diagnose e elaboração
dos gráficos ilustrativos do problema.

Observação: “é uma técnica de colecta de dados que permite a obtenção de


informações utilizando os sentidos; de modo a obter as provas a respeito do que se
procura conhecer”, (Marconi & Lakatos, 2019, p.155). Este método permitiu fazer
visitas ao local de estágio.

Entrevista: conceituam-no como “um encontro de duas pessoas a fim de que uma dela
obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de
natureza profissional”, (Marconi & Lakatos, 2019, p.157). A mesma foi aplicada aos
familiares dos pacientes com objectivo de percebemos as causas da malaria neste local.

xxxi
2.3. Características da instituição

O nosso estudo na zona C do município de Benguela recaiu ao Posto Sanitário do Bairro


Benfica e Posto Médico Virgem das dores - São João.

O Posto Sanitário do Bairro Benfica geograficamente está localizado a Este Bairro São
João, a Oeste o Dispensário, a Norte a Escola Primária 1009 e a Oeste a Vala de
drenagem.

O Posto Médico Virgem das Dores do São Pedro, localiza-se a Este o Bairro das Capira,
a Oeste o Bairro São João, a Norte a linha ferria e a Sul Bairro Benfica.

O Posto Sanitário do Bairro Benfica comporta de 1 recepção, 1 farmácia, 1 PAV, 1 sala


de Observação, 2 consultório: pediátrico e medicina, obstetrícia, genecologia e
planeamento familiar e 1 WC. Tem um total de 16 funcionários dos quais 4 médicos e 4
na área administrativa, com uma idade compreendida de 20 a 53 anos de idades. Quanto
ao número de família foram 78 dos quais 21 do sexo Masculino outros Feminino com
uma idade compreendida de 25 a 49 anos de idades.

Posto Médico Virgem das Dores do São Pedro suporta de 1 recepção, 1 forma, 3
consultório, 1 laboratórios, 1 sala de tratamento e 1 WC. Neste local tem 13 funcionário
e 3 na área administrativa, com uma idade compreendida de 21 a 51 anos de idades. A
família foram 69 dos quais 21 do sexo Masculino outros Feminino, com uma idade
compreendida de 19 a 55 anos de idades.

2.4. Universo/amostra ou participantes


Segundo Fortin (2009, p. 68), no contexto da investigação, a população é um grupo de
pessoas ou elementos que têm características comuns, sobre a qual se faz o estudo. Para
esta pesquisa, tomámos como universo populacional, 27 profissionais de saúde
contando com os dois Postos da Zona C do município em estudo, dos quais 11 do sexo
Masculino e 16 do sexo Feminino e 147 familiares dos pacientes dos quais 54 do sexo
Masculino e 93 do sexo Feminino.

Visando tornar significativa a amostra foi referida de forma aleatória simples 10


profissionais de saúde de ambos os Centros da Zona C-Benguela, com uma idade
compreendida de 21 a 33 anos de idades, dos quais 4 do sexo Masculino e 6 do sexo
Feminino, que correspondente a 35% da população e de forma aleatória também um
total de 30 familiares dos pacientes dos quais 5 do sexo Masculino e 25 do sexo

xxxi
Feminino, com uma idade compreendida de 26 a 40 anos de idades que corresponde a
20% da população.

2.5. Apresentação e análise dos resultados dos dados

Foi analisado e interpretado os resultados obtidos a partir de inquérito por questionário e


entrevistas. Os dados obtidos são relatados em cada uma das partes abaixo, sendo
representadas em gráficos com a descrição das frequências e respectivas percentagens.

2.5.1. Análise e interpretação dos resultados aplicado aos profissionais


de saúde da Zona C – Município de Benguela.

Foram inquiridos um total de 9 profissionais.

Gráfico nº 1 - Nível Académico

12
10
10

6 5
4 Frequência
4
Percentagem
2 1 100%
50% 40%
0 0% 10% 0 0% 0 0%
0

Elaboração própria.

Dos 10 profissionais inqueridos que correspondem a 100%, 5 que perfaz a 50% referem
ter o Ensino Médio, 1 que perfaz a 10% referem a ter o Bacharelato e 4 que perfaz a
40% referem ter o Ensino Superior. Sendo assim vimos que os dados são satisfatórios,
visto que temos alguns 40%.

xxx
Gráfico nº 2- Ano de experiência

4,5
4 4 4

3,5
3
2,5
2
1,5 2 Frequência
Percentagem

1
0,5 40% 40%
0 20%
0 0% 0 0%

Inferior a 5 De 5 a 10 De 10 a 15 De 15 a 20 De 20 a 25
anos anos anos anos anos

Elaboração própria.
Quanto ao que o gráfico ilustra podemos notar que os profissionais têm experiência,
visto 4 que correspondem a 40% com uma experiencia de 5 a 10 anos, e outros 4 de
40% estão num intervalo entre 20 a 25 anos. Algo satisfatório na nossa investigação.

Gráfico nº 3 - Como tem sido o Ambiente Hospitalar e a Segurança dos Pacientes?

12
10
10
8
8

6 Frequência
Percentagem
4

2
1 80% 100%
10%0 0%
0
Boa Normal Péssimo Total

Elaboração própria.
Os dados do gráfico acima ilustra que o ambiente e segurança nos Centro em estudo são
caóticos, visto que a maior parte dos inquiridos isto é 80% dos profissionais

xxx
responderam que é normal.
Gráfico nº 4 - Como encaras a Malária no teu local de trabalho?

12
10
10 9

6 Frequência
Percentagem
4

2
90% 1 100%
10%0 0%
0
Elevado Médio Normal Total

Elaboração própria.
Dos 10 profissionais inquiridos que correspondem a 100%, 9 que perfaz a 90%
responderam que é elevado, e 1 que perfaz a 10% responderam que é médio. Deste
modo temos a dizer que a maioria dos profissionais responderam nível elevado, algo
preocupante.

Gráfico nº 5 - Tens conservado de forma adequada com os familiares dos pacientes


sobre a malaria?

12

10
10

6
6 Frequência

4 Percentagem
4

2
100%
60% 40%
0 0%
0
Sim Não As vezes Total

Elaboração própria.

xxx
Quanto a questão colocada no gráfico acima, 6 que correspondem a 60% responderam
sim têm conversado com os familiares e 4 que correspondem a 40% responderam que as
vezes. Sendo assim resta-nos dizer que os profissionais têm conversado com os
familiares, mas também temos numero que se aproxima que indica uma incógnita nas
suas respostas.

Gráfico nº 6 - Já participou em alguma formação ou palestra sobre medidas de


prevenção a málaria no local de trabalho?

12

10 10
10

6
Frequência
Percentagem
4

2
100% 100%
0 0%0 0%
0
Sim Não As vezes Total

Elaboração própria.

Dos 10 profissionais inquiridos que correspondem a 100%, todos responderam que já


participaram em uma formaçao ou palestra sobre medidas de prevençao da malaria. Isto
nod leva a dizer que os mesmos tem-se actualizado nos assuntos.

xxx
Gráfico nº 7 - Quanto tempo faz para falar da tematica no local onde trabalhas?

12
10
10

8
7

6 Frequência
Percentagem
4
3

2 100%
70%
30% 0 0%0 0%0 0%
0
Um mês Dois Um anoDois Mais de Total
Mesesanos um ano

Elaboração própria.

Dos 10 profissionais de saúde inquiridos que correspondem a 100%, 3 que perfaz a


30% responderam que para falar da tematica ficam um mês e outros 70% responderam
está no intervalo de dois meses. Sendo assim deve-se rever bastante porque falar da
tematica quanto mais for constante a abordagem no local melhor.

xxxi
Gráfico nº 8 - Quais são os factores/causas que influencia a malária na zona C -
Benguela?

12
10
10
8
7
6
4
2
0 2
70% 1 100%
20%10% 00%00% Frequência
Percentagem

Elaboração própria.
Quanto a questão levantada no gráfico acima, 7 que correspondem a 70% responderam
que os factores/causas são as Dificuldades socioeconómicas, 2 que correspondem a 20%
responderam que são uso de mosquiteiros e 1 que correspondem a 10% responderam
que é falta de conhecimentos. Desta feita os dados recaíram mais nas dificuldades
socioeconómicas, factor este que acarreta a maior parte da sociedade angolana.

Quando se questionou como profissional de saúde que sugestões das para reduzir a
malaria na zona C do Municipio de Benguela, os profissionais responderam: o
aumento de emprego, distribuiçao de mosquiteiros, criar palestra sempre sobre assuntos
relacionado ao tema.

xl
2.5.2. Análise e interpretação dos resultados aplicado aos familiares
dos pacientes da Zona C – Município de Benguela.

No percurso da nos entrevista fez-se um total de 30 familiares dos pacientes dos quais 5
do sexo Masculino e 25 do sexo Feminino, com uma idade compreendida de 26 a 40
anos de idades, em termo do nível académico, 18 Técnico Básico, dos quais 15 do sexo
Feminino e 3 do sexo Masculino e 12 técnico médio dos quais 10 sexo Feminino. Com
idades compreendidas de 25 à 50 anos de idades.

Questões
Quando questionou-se Como tem sido atendimento dos Profissionais de saúde, a
maioria dos familiares responderam, razoável, normal, mais ou menos e outros ainda
assim, assim. Os dados mostraram muita motivação por parte das respostas.

Quanto a questão colocada se já ouviu falar de malária, os mesmos responderam sim


já ouviram. Sendo algo nos motivou, visto que todos os familiares já ouviam falar sobre.

Questionando aos familiares se têm usado mosquiteiro em casa. A maioria deles diziam
não tem usado, algo que nos abalou quando ouvimos.

Dando a questão aos profissionais se o centro disponibiliza alguns medicamentos aos


pacientes os familiares responderam que as vezes. Isso significa que nem sempre
entrega-se medicamentos, praticamente passam receitas.

Quanto a questao colocada se já participou em alguma palestra sobre medidas de


prevenção a malária no Centro, a maioria do familiares responderam não e outros as
vezes.

Questionando aos familiares quais são os factores/causas que influência a malária,


todos responderam a falta de dinheiro e não uso de mosquiteiro.

Em fim questionando se acha importante ter o conhecimento sobre a malária, a


maioria dos familiares responderam sim é importante ter conhecimento.

xli
CONCLUSÃO

Feita a análise, do desenvolvimento do trabalho e em conformidade com os objectivos


conclui-se:

1. As literaturas quanto aos aspectos gerais sobre a malária e suas consequências


sociais, relatam que a malaria é uma doença sintomática sem sinais de
gravidade ou evidência (clínica ou laboratorial) de disfunção orgânica e as
consequências tem sido fatal, isto é tem aumentado a taxa de mortalidade
infantil a 50% e a taxa de mortalidade infanto-juvenil é de 91%;
2. Os factores que influenciam malária na Zona C do Município de Benguela são:
dificuldades socioeconómicas, o uso de mosquiteiro, a falta conhecimento, a
ignorância sobre medidas de prevenção;
3. As estratégias que devem ser utilizadas para minimizar o problema da malária
na Zona C do Município de Benguela, são: minimização do desemprego no país
isto por parte governamentais, criação de palestras constantes e distribuição de
mosquiteiros.

xli
SUGESTÕES

Tendo em conta as limitações constatadas no percurso da nossa investigação, conforme


os resultados de dados descritos, sugere-se:
- Que o Governo, crie mecanismo de redução de desemprego e vacinas contra
malaria;
- Que as Escolas especificando (ICRA-Benguela), implementasse palestras
sobre o tema, porque precisamos que a população saiba mais sobre;
- Que os Profissionais da Zona C do Municipio de Benguela, evidenciem
esforços na actuação para a busca de melhores condições de vida a essas população.

xli
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADPP ANGOLA (2012) Educação para a Prevenção da Malária – Paludismo. Manual


do professor. [Em Linha] ADPP Angola- Ajuda de Desenvolvimento de Povo
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Dias, M. F. (1985). Alterações da sensibilidade do Plasmodium falciparum a


cloroquina- estudo numa população escolar residente numa zona periurbana
de Luanda. Revista Portuguesa de doenças infecciosas.

Direcção Provincial de Saúde de Malanje (2018). Sistema de Controlo epidemiológico e


grandes endemias. Malanje.

Germano, N.; Mendonça, R.; Murinello, A. (2015), Adequação dos fármacos


antimaláricos na quimioprofilaxia e tratamento da Malária em países não
endémicos. [Em Linha] Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

Gomes, A. (2011), Malária grave por Plasmodium falciparum. [Em Linha] Revista
Brasileira de terapia Intensiva. 23:3.

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Namburete, D. ; Monteiro, M. (2011), Paludismo: o que separa o conhecimento do
comportamento? [Em Linha] Maputo: N’WETI.

NzatuzoLA, J. (2011), Crescimento da População em Angola: “Um olhar sobre a


situação e dinâmica populacional da cidade de Luanda”. [Em Linha] Revista
de Estudos Demográficos. Lisboa. Nº 49.

REPÚBLICA DE ANGOLA. MINISTÉRIO DA SAÚDE (2014), Relatório das


actividades desenvolvidas, 2013 [Em Linha] Ministério da saúde.

Siqueira-Batista, R. (2012), Paludismo por Plasmodium falciparum: estudos


proteômicos. [Em Linha] Revista Brasileira Terapia Intensiva.

Suarez-Mutis, M. (2011), Efeito de acção educativa participativa no conhecimento de


professores do ensino básico sobre Paludismo. [Em Linha] Revista de Saúde
Pública.

Williams, J.; Pinto, J. (2012), Manual de Entomologia da Malária. Para Técnicos de


Entomologia e Controlo de Vectores (Nível Básico). [Em Linha] USAID -
Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.

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ANEXOS

xlv
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO
INSTITUTO TÉCNICO BG 1162 – NOSSA SENHORA MÃE DA
SABEDORIA ICRA – BENGUELA

INQUÉRITO POR QUESTINÁRIO A APLICAR AOS PROFISSIONAIS DE


SAÚDE DA ZONA C DO MUNICIPIO DE BENGUELA

Estimados profissionais, o objectivo deste guião de inquérito por questionário, visa


recolher informações sobre “A MALÁRIA E SUAS CONSEQUENCIAS SOCIAIS NA
ZONA C DO MUNICIPIO DE BENGUELA”. Fazemos-lhe recordar que o conjunto
de informações que nos forem passadas será para uso exclusivo para a investigação
científica e que garantimos desde já total confidencialidade.

Assina-la com X as afirmações a baixo

PARTE I – PERFIL SOCIODEMOGRAFICO DOS PROFISSIONAIS

Parte I: Dados pessoais

Sexo M F

Idade:
18 a 25 anos
25 a 30 anos
30 a 40 anos
40 a 50 anos
De 50 em diante

Parte I: Nível Académico

Habilitações Básico Médio Bacharelato Superior Mestrado Doutoramento


Literárias

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Parte I: Ano de experiência

Inferior a 5 anos
De 5 a 10 anos
De 10 a 15 anos
De 15 a 20 anos
De 20 a 25 anos
De 25 em diante

PARTE II - DADOS DE CONHECIMENTOS SOBRE A DESNUTRIÇÃO

1. Como tem sido o Ambiente Hospitalar e a Segurança dos Pacientes?

Boa
Normal
Péssimo

2. Como encaras a Malária no teu local de trabalho?

Elevado
Médio
Normal

3. Tens conservado de forma adequada com os familiares dos pacientes sobre


a malaria?
Sim
Não
As vezes

4. Já participou em alguma formação ou palestra sobre medidas de prevenção


a málaria no local de trabalho?
Sim
Não
5. Quanto tempo faz para falar da tematica no local onde trabalhas?
Um mês
Dois Meses
Um ano
Dois anos
Mais de um ano

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6. Quais são os factores/causas que influencia a malária na zona C - Benguela?

Dificuldades socioeconómicas
O uso de mosquiteiro
Falta conhecimento
Ignorância sobre medidas de prevenção
Todos acima

9- Como profissional de saúde que sugestões das para reduzir a malaria na


zona C do Municipio de Benguela

 Muito obrigado pela colaboração.

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REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO
INSTITUTO TÉCNICO BG 1162 – NOSSA SENHORA MÃE DA
SABEDORIA ICRA – BENGUELA

ENTREVISTA A APLICAR AOS FAMILIARES DO PACIENTES NA ZONA C DO


MUNICIPIO DE BENGUELA

Estimados profissionais, o objectivo deste guião de inquérito por questionário, visa


recolher informações sobre “A MALÁRIA E SUAS CONSEQUENCIAS SOCIAIS NA
ZONA C DO MUNICIPIO DE BENGUELA”. Fazemos-lhe recordar que o conjunto
de informações que nos forem passadas será para uso exclusivo para a investigação
científica e que garantimos desde já total confidencialidade.

PARTE I – PERFIL SOCIODEMOGRAFICO DOS FAMILIARES DOS


PACIENTES

Parte I: Dados pessoais

Sexo M F

Idade:
18 a 25 anos
25 a 30 anos
30 a 40 anos
40 a 50 anos
De 50 em diante
Parte I: Nível Académico

Habilitações Básico Médio Bacharelato Superior Mestrado Doutoramento


Literárias

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PARTE II - DADOS DE CONHECIMENTOS SOBRE MALÁRIA

1. Como tem sido atendimento dos Profissionais de saúde?

2. Já ouviste falar de malária?

3. Têm usado mosquiteiro em casa?

4. O centro disponibiliza alguns medicamentos aos pacientes?

5. Já participou em alguma palestra sobre medidas de prevenção a malária no


Centro?

6. Quais são os factores/causas que influência a malária?

9- Acha importante ter o conhecimento sobre a malária?

 Muito obrigado pela colaboração.

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