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2012

1. Uma paciente de 17 anos de idade, ITU. Esta probabilidade aumenta ainda


estudante, é atendida em Unidade mais na ausência de corrimento vaginal,
Básica de Saúde (UBS) com queixa de uma vez que as ISTs podem gerar
disúria, polaciúria e urgência urinária há sintomatologia semelhante. Sintomas
48 horas. Nega febre ou corrimento sistêmicos como febre, calafrios, dor
vaginal. Informa que tem vida sexual lombar e prostração sugerem
ativa e que seu namorado faz uso pielonefrite. Nas mulheres em idade
sistemático de preservativo. Não fértil, sem sinais de complicação,
apresenta, ao exame físico, qualquer devemos realizar tratamento empírico
alteração relevante. A conduta médica sem necessidade de confirmação
mais adequada para essa jovem é diagnóstica através de exames
complementares.
A) solicitar urinocultura por micção
espontânea e aguardar resultado para Alternativa A - Incorreta: Não há
iniciar antibioticoterapia. necessidade de aguardar urocultura
para início de antibioticoterapia nos
B) não solicitar qualquer exame
casos não complicados.
complementar no momento e
prescrever nitrofurantoína Alternativa B - Correta: Está indicado
empiricamente. tratamento empírico com antibiótico.
C) solicitar sedimento urinário e, se Alternativa C - Incorreta: Não há
piúria e bacteriúria presentes, necessidade de solicitação de exame de
prescrever sulfametoxazol e urina.
trimetoprima.
Alternativa D - Incorreta: Não há sinais
D) prescrever ciprofloxacina e de complicações que justifiquem
azitromicina em dose única e ultrassonografia ou radiografia simples.
encaminhar a paciente para exame
ginecológico.
2. A prefeitura de um pequeno
E) prescrever antiespasmódico via oral e
município do interior contratou
solicitar ultrassonografia e radiografia
profissionais de saúde para implantar
simples de vias urinárias.
três equipes da Estratégia da Saúde da
Família que atuarão junto a uma
Unidade Básica de Saúde (UBS). Para
CCQ: A infecção urinária baixa na
iniciar as suas atividades, essas equipes
mulher tem diagnóstico clínico, e não
precisam definir os territórios de
precisa de exames complementares
abrangência e a população de cada uma
para início de antibioticoterapia
delas, conforme preconiza a Política
Mentorando, sabemos que uma mulher Nacional da Atenção Básica. Que
em idade fértil que apresenta um ou estratégias devem orientar a definição
mais sintomas de infecção do trato do território?
urinário (disúria, polaciúria, urgência)
A) As equipes terão número variável de
tem uma probabilidade de até 48% de
famílias em territórios estabelecidos
apresentar realmente um quadro de
pela prefeitura e sem definição de etapas e, abaixo, estará o link para
números mínimos e máximos por acesso ao documento que detalha
equipe. melhor os processos de cada uma
dessas etapas, a quem interessar).
B) O número de famílias de cada equipe
dependerá do grau de vulnerabilidade As fases do processo de territorialização
em cada área, em territórios definidos são:
pelos Agentes Comunitários de Saúde.
1. Fase preparatória
C) Todas as equipes terão sob sua
2. Fase de delimitação
responsabilidade 3 500 pessoas,
definidas em territórios contínuos 3. Fase de apropriação do território
dentro da área de abrangência da UBS .
4. Fase de consulta às lideranças
D) Os territórios das equipes serão comunitárias
definidos pelas equipes e o número de
5. Fase de definição do território
pessoas adscritas a cada equipe vai
depender da análise de vulnerabilidade Link para aprofundamento no tema:
das famílias de cada microárea. https://www.conass.org.br/liacc/wp-
content/uploads/2015/02/Oficina-1-
E) A definição acerca dos territórios e da
Gerenciamento-por-Processos-e-
população sob responsabilidade de
Territorializac%CC%A7a%CC%83o.pdf
cada equipe da Estratégia da Saúde da
Família depende do diagnóstico de Agora, vamos dar uma olhada nas
vulnerabilidade feito pelo médico. alternativas.
Alternativa A – Incorreta: Existe, sim,
definição de números mínimos e
CCQ: Saber que os territórios de cada
máximos, com o objetivo de conseguir
ESF são definidos de acordo com o nº
atender às demandas da equipe.
de pessoas que ali vive e a
vulnerabilidade social de cada área Alternativa B – Incorreta: Vários fatores
são analisados – nº de famílias,
Fala, pessoal! Aqui temos uma questão
indicadores de saúde, doenças
sobre o processo de territorialização,
prevalentes, índice de vulnerabilidade
tema bem importante! Sabemos que
social, condições sanitárias etc.
cada local possui individualidades em nº
de habitantes, condições sanitárias, Alternativa C – Incorreta: O nº é
índices de violência, de vulnerabilidade variável, sendo a médica 3000 pessoas e
social etc. portanto, todas essas o máximo 4000.
variáveis influenciam no processo de
Alternativa D – Correta: Isso mesmo.
divisão das áreas de cada ESF na APS.
Como vimo acima, todas essas variáveis
Vamos ver um pouco mais a fundos são levadas em conta.
como funciona o processo de
Alternativa E – Incorreta: Depende de
territorialização (como esse
todos os fatores que listamos acima e,
aprofundamento se trata de um tema
fora do pareto, listaremos aqui as
além disso, é definida pela equipe e não D) meningite viral; tratamento
pelo médico. hospitalar sem antibioticoterapia, com
necessidade de isolamento.
E) meningite tuberculosa; tratamento
3. Um lactente com 6 meses de idade,
hospitalar com antibioticoterapia e com
previamente hígido, em aleitamento
necessidade de isolamento.
materno, é atendido em um pronto
socorro Infantil com história de febre
persistente há dois dias (temperatura
CCQ: Saber que o líquor, na meningite
axilar de até 38,9°C), acompanhada de
viral, é caracterizado por glicose
irritabilidade e 2 a 3 episódios de
normal ou pouco alterada, proteína <
vômitos por dia. Foi levado
150 mg/dL, leucócitos < 500/microlitro
previamente a um serviço de saúde e a
e predomínio de linfócitos
mãe foi orientada a oferecer soro de
reidratação oral (SRO) e a retornar, caso Pessoal, temos um lactente de 06
não houvesse melhora ou piorasse. A meses de idade, previamente hígido,
mãe informa que a irritabilidade da apresentando febre persistente há 02
criança aumentou nas últimas 12 horas, dias e irritabilidade acompanhada de
prejudicando a amamentação e a vômitos. Em razão disso e da idade do
ingestão de líquidos. Nega tosse e lactente, o médico decide realizar
diarreia. As vacinas estavam punção lombar, que demonstra líquido
atualizadas. Ao examinar o lactente, o límpido, 300 células, com predomínio
médico observou: bom estado geral e de linfócitos, glicose normal e proteínas
nutricional e irritabilidade ao manuseio. levemente aumentadas. Esse padrão
Realizada punção lombar, o resultado liquórico é sugestivo de meningite
do exame do líquor foi: líquido límpido, viral, cujo tratamento é de suporte, sem
com 300 células/mm3 com predomínio antibioticoterapia e sem isolamento,
de linfomononucleares, glicorraquia porém, com internação, devido à idade
normal, proteínas levemente do paciente. Para sua prova, lembre-se
aumentadas. Com base no quadro de que os principais agentes da
clínico e nos resultados da análise do meningite viral são os enterovírus,
líquor, a associação diagnóstico- como coxsackie, responsáveis por 75-
terapêutica correta é 90% dos casos.
A) meningite bacteriana; tratamento E como seria o padrão do líquor em
hospitalar com antibioticoterapia, com outras etiologias?
necessidade de isolamento em UTI.
• Bacteriana: glicose < 40 mg/dL;
B) meningite bacteriana; tratamento proteína aumentada,
hospitalar com antibioticoterapia, sem celularidade aumentada e
necessidade de isolamento. predomínio de neutrófilos.
C) meningite viral; tratamento • Tuberculosa: glicose 10-45
hospitalar sem antibioticoterapia, sem mg/dL; proteína > 100 mg/dL,
necessidade de isolamento.
leucócitos 100-500 e predomínio pré- termo há 4 anos devido a
de mononucleares. descolamento prematuro de placenta,
com complicação de hemorragia pós-
Sabendo disso, vamos às alternativas:
parto. Nega história de hipertensão,
Alternativa A – Incorreta: Como vimos, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional
o aspecto do líquor não é compatível anterior. O filho anterior nasceu com 36
com meningite bacteriana, já que semanas, pesou 2 050 g e mediu 40 cm.
temos uma glicose normal e A gestante nega o uso, na gravidez
predomínio de linfócitos. anterior, de quaisquer medicações,
exceto sulfato ferroso e ácido fólico. Ao
Alternativa B – Incorreta: Como vimos,
exame clínico apresentou: PA = 110 x 60
o aspecto do líquor não é compatível
mmHg; FC = 80 bpm; altura uterina = 15
com meningite bacteriana, já que
cm; batimentos cardiofetais = 152 bpm;
temos uma glicose normal e
toque: colo fechado, grosso e posterior.
predomínio de linfócitos. Além disso,
A paciente traz os resultados dos
mesmo que a meningite fosse
seguintes exames laboratoriais:
bacteriana, essa alternativa estaria
glicemia de jejum = 65 mg/dL (valor de
incorreta, já que há necessidade de
referência < 99 mg/dL); sorologia para
isolamento.
toxoplasma gondii = IgM não
Alternativa C – Correta: O líquor é reagente/IgG reagente; sorologia
compatível com meningite viral, já que rubéola = IgG reagente/IgM não
possui glicose normal e predomínio de reagente; VDRL não reagente; TSH = 15
linfócitos; além disso, o tratamento é μUI/ml (valor de referência = 0,4 a 5,0
hospitalar, mas de suporte, não μUI/ml), hemograma com Hb = 12,0
havendo necessidade de isolamento. g/dL (valor de referência = 11,3 a 16,3
g/dL), leucócitos e plaquetas normais.
Alternativa D – Incorreta: O líquor é
Com base na história clínica e nos
compatível com meningite viral, no
resultados dos exames acima
entanto, não há necessidade de
apresentados é correto afirmar que
isolamento durante a internação do
paciente. A) a gestante deve iniciar reposição de
hormônio tireoidiano.
Alternativa E – Incorreta: O líquor da
meningite tuberculosa teria uma B) os níveis de T4 livre da gestante estão
glicose diminuída, leucócitos de 100- necessariamente elevados.
500 e predomínio de mononucleares.
C) o quadro clínico apresentado não
Portanto, não é compatível com os
sugere risco de parto prematuro.
achados descritos pela questão.
D) a mesma rotina laboratorial deve ser
repetida após 30 dias para nova
4. Uma gestante de 32 anos de idade, avaliação.
gesta = 2, para = 1, hoje com 15 semanas
E) a gestante está assintomática, fato
de gestação, comparece a sua segunda
que não indica reposição de hormônio
consulta de pré-natal. Encontra-se
tiroidiano.
assintomática. Tem histórico de parto
Alternativa A - Correta: Gestantes com
TSH maior ou igual a 4μUI/ml devem ser
CCQ: Gestantes com TSH maior ou
tratadas com levotiroxina; assim como
igual a 4μUI/ml tem indicação de
gestantes comTSH entre 2,6 -
tratamento com levotiroxina
4,0μUI/ml com anticorpos positivos.
Pessoal, as doenças da tireoide na
gestação são cobradas com certa
frequência nas provas, principalmente
questões relacionadas ao
hipotireoidismo gestacional.
A gestação tem grande impacto sobre a
glândula tireoide. A gravidez normal
leva a um aumento da produção dos
Alternativa B - Incorreta: Nos casos de
hormônios tireoidianos, das proteínas
hipotireoidismo, temos níveis
ligadoras da tiroxina (TBG) e da
reduzidos de T4L, e não elevados.
excreção renal de iodo.
Alternativa C - Incorreta: O
No início da gestação, o hCG atua
hipotireoidismo na gestação tem
promovendo a liberação de tiroxina e,
associação com parto prematuro,
portanto, os valores de TSH durante a
descolamento prematuro de placenta,
gestação são reduzidos em relação ao
perda gestacional, sofrimento fetal
da mulher não gestante.
agudo, baixo peso ao nascer, ruptura
Sabemos, também, que a presença de prematura de membranas, doença
anticorpos anti-TPO e anti-TG podem hipertensiva na gestação.
estar presentes em até 18% das
Alternativa D - Incorreta: Ao se
gestantes, podendo levar a um
diagnosticar hipotireoidismo
comprometimento da habilidade da
gestacional, não há necessidade de
tireoide em aumentar a sua produção
repetição de exames para confirmação
hormonal na gestação.
diagnóstica.
Atualmente, não há indicação de
O que acontece é que, nos casos de
rastreio universal de hipotireoidismo no
hipertireoidismo diagnosticado no
pré-natal. A dosagem de TSH é
primeiro trimestre, devido à grande
recomendada para pacientes com
influência do hCG e às repercussões
sinais/sintomas de doença tireoidiana,
causadas pelas medicações anti-
história de doenças autoimunes,
tireoidianas, aconselha-se a repetição
radiação de cabeça e pescoço, idade
da dosagem do TSH no segundo
superior a 30 anos, história de perda
trimestre, caso a paciente esteja
gestacional, parto pré-termo,
assintomática.
obesidade mórbida ou uso de
medicações que afetam a tireoide (ex. Alternativa E - Incorreta: Tanto o
amiodarona). hipotireoidismo clínico quanto o
subclínico, mesmo na ausência de
sintomas, devem ser tratados na
gestação. Isso diminui o risco das quase que todos os pacientes
repercussões adversas associadas a desenvolverão disfunção axonal e,
estas condições. consequentemente, perda dos reflexos
no nível da lesão para baixo
(distalmente à lesão). Nesse caso, foi
5. Um homem de 21 anos de idade está um trauma alto em cervical, portanto, o
internado no Pronto Socorro de um paciente perdera os movimentos e
hospital terciário após adequada reflexos a partir da cervical.
atenção préhospitalar e remoção feita
A banca relata que ao repetir o exame
pelo SAMU local. Ele foi vítima de
físico do paciente, é constatado o
acidente de trânsito devido a queda de
retorno do reflexo bulbocavernoso
moto, ocorrido há 15 horas, e apresenta
ainda nas primeiras 24 horas, sendo
traumatismo raquimedular cervical
este um CCQ importante a ser
grave. Ao repetir o exame físico do
guardado caso apareça novamente. Tal
paciente, o médico constata o retorno
reflexo retorna entre 24 – 48 horas após
do reflexo bulbocavernoso ainda nas
o trauma medular, sendo um dos
primeiras 24 horas do evento
primeiros a retornar e de importância
traumático. O que sugere este último
para estimar o prognóstico da lesão.
achado clínico ?
Para pesquisarmos esse reflexo,
A) Recuperação do quadro neurológico. devemos comprimir a glande peniana
ou o clitóris entre o polegar e o
B) Término do choque medular
indicador (podemos também tracionar
C) Lesão medular incompleta. o balão do cateter vesical), enquanto é
feito toque retal com a outra mão. O
D) Síndrome de Brown-Séquard.
reflexo será positivo se for percebido
E) Hipertensão intracraniana associada contração do esfíncter anal e do
músculo bulbocavernoso.
Alternativa A – Incorreta: O reflexo
CCQ: Saber que o retorno do reflexo
será percebido nas primeiras 24-48h
bulbocavernoso reflete o término do
após o trauma, determinando algum
choque medular
grau de prognóstico, porém não indica
Questão bem simples e direta sobre recuperação do quadro neurológico – o
trauma raquimedular. Apesar disso, qual depende de vários outros fatores.
vemos pouco nas provas de concursos
Alternativa B – Incorreta: Como dito
tais conceitos detalhistas, sendo que
acima, o retorno do reflexo
trauma medular não é um dos assuntos
bulbocavernoso equivale o término do
mais cobrados do ATLS.
choque medular, sendo o primeiro
A banca informa um homem jovem de indício de bom prognóstico.
21 anos que sofreu um trauma
Alternativa C – Incorreta: Na lesão
automobilístico, queda de moto, com
medular incompleta, teremos algum
trauma raquimedular cervical grave.
comprometimento de função motora
Sabemos que, no trauma medular,
e/ou função sensitiva, diferente da lesão
completa onde há perda total de internação da paciente e solicitar
ambas. ultrassonografia.
Alternativa D – Incorreta: Na D) Descolamento prematuro de
Síndrome de Brown-Séquard ocorre placenta; solicitar ultrassonografia para
uma secção de metade do canal confirmação diagnóstica e avaliação do
medular, com sintomas de perda de bem-estar fetal.
função motora ipsilateral e perda
E) Placenta prévia; realizar internação
função sensitiva contralateral (dolorosa
para monitorização do sangramento e
e térmica).
solicitar ultrassonografia para avaliação
Alternativa E – Correta: Como dito do bem-estar fetal.
acima, o retorno do reflexo sugere
termino do choque medular e não é um
sinal de hipertensão intracraniana – CCQ: Condução de placenta prévia.
seriam sintomas de HIC: cefaleia
A questão traz um quadro clínico e pede
intensa e persistente, alteração do nível
para você definir a melhor conduta.
de consciência, vômitos em jato,
Trata-se de sangramento de terceiro
alterações visuais, midríase.
trimestre, indolor, com tônus uterino
normal e que não gera instabilidade
hemodinâmica materna.
6. Uma paciente de 25 anos de idade,
gesta = 2, para = 1 (1 cesariana há 3 Essa descrição é a clínica sugestiva de
anos), com 32 semanas de gestação, placenta prévia.
chega à emergência de um hospital
A placenta prévia é a inserção baixa
referindo sangramento vaginal há 2
placentária, próxima ou sobre o colo
horas. Ao exame, apresenta sinais vitais
uterino, levando a sangramentos
estáveis, pressão arterial = 130 x 80
indolores, inicialmente em pequena
mmHg, ausência de dinâmica uterina,
quantidade, que ficam
batimentos cardiofetais de 150 bpm e
progressivamente mais volumosos e
útero indolor à palpação. Ao exame
são potencialmente graves por gerar
especular, foi observado sangramento
instabilidade hemodinâmica.
de moderada quantidade fluindo pelo
colo. Nessa situação qual o diagnóstico Como a placenta está sobre o colo
mais provável e qual a conduta a seguir? uterino, ela impede a insinuação fetal e
o parto deve ser por via alta (cesariana).
A) Vasa prévia; realizar reposição
A resolução da gestação depende da
volêmica e indicar cesariana de
estabilidade hemodinâmica materna e
emergência.
bem estar fetal, visando a maior
B) Descolamento prematuro de viabilidade fetal possível.
placenta; realizar reposição volêmica e
Vamos analisar as alternativas para
indicar cesariana de emergência.
encontrar a melhor resposta neste caso.
C) Placenta prévia; realizar toque
Alternativa A - incorreta. A vasa prévia
vaginal e, se houver dilatação, fazer a
é uma condição em que os vasos fetais
correm pelas membranas ovulares diagnóstico definitivo é feito com
sobre o colo uterino. ultrassonografia demonstrando
placenta em localização baixa. Além
Ela provoca sangramento no intraparto
disso, precisamos acompanhar de perto
ou na ruptura de membranas ovulares,
o sangramento para garantir que a
e como o sangramento é de origem
paciente não tenha uma instabilidade
fetal, há rápida deterioração do bem
hemodinâmica.
estar fetal.
Por isso, a internação com
Neste caso o sangramento é
monitorização adequada é indicada.
espontâneo e o BCF está num valor
normal, então não seria nossa principal
hipótese.
7. Uma mulher de 40 anos de idade,
Alternativa B - incorreta. O branca, casada, procura o Serviço de
descolamento prematuro de placenta é Emergência queixando-se de dor
o principal diagnóstico diferencial de abdominal epigástrica em todo o hemi-
sangramento de terceiro trimestre. abdome superior, intensa, contínua,
com irradiação para o dorso e
Trata-se da separação entre placenta e
acompanhada de náuseas e vômitos há
útero, gerando hematoma
24 horas. Não refere história de doença
retroplacentário que causa hipertonia
pregressa, etilismo, tabagismo e uso de
uterina e dor. Pode gerar sofrimento
medicamentos. Informa ter 4 filhos. Ao
fetal então deve ser diagnosticado e
exame físico apresenta-se
resolvido rapidamente com cesariana
desconfortável no leito. Encontra-se
de urgência.
afebril, com FC = 110 bpm, PA = 100 x 60
Neste caso, temos útero normotônico e mmHg, pele com discreta sudorese,
sangramento indolor, então não mucosas coradas e escleróticas ictéricas
pensaríamos em descolamento 1+/4+. Ao exame do abdome observam-
placentário. se ruídos hidroaéreos presentes;
abdome flácido, com dor à palpação no
Alternativa C - incorreta. Quando
hemi-abdome superior e ausência de
suspeitamos de placenta prévia o toque
visceromegalias. Os exames
vaginal deve ser evitado pois pode levar
laboratoriais mostram: hemograma
a sangramento intenso e instabilidade
com 15 400 leucócitos/mm³ (valores de
hemodinâmica.
referência = 3 800 a 10 600/mm3 ) com
Alternativa D - incorreta. O neutrofilia; glicose = 130 mg/dL (valor
diagnóstico de descolamento de referência = 99 mg/dL); amilase = 1
prematuro de placenta é clínico. Por se 240 U/L (valor de referência = 30 a 225
tratar de emergência obstétrica não há U/L); lipase = 600 U/L (valor de
tempo para ultrassonografia, que pode referência = 3 a 43 U/L), bilirrubinas
não visualizar hematoma e não tem totais = 5,2 mg/dL (valor de referência <
valor na condução dessa condição. 1,3 mg/dL), com fração direta de 2,0
mg/dL (valor de referência < 0,4 mg/dL);
Alternativa E - correta. O quadro
alanino-amino-transferase = 162 UI/L
clínico é sugestivo de placenta prévia. O
(valor de referência = < 35 UI/L); bilirrubina e elevação de transaminases
aspartato-aminotransferase = 87 UI/L fala a favor da etiologia biliar. Ou seja:
(valor de referência < 30 UI/L). A um cálculo biliar prejudicou a saída de
radiografia simples de abdome mostra secreção pancreática.
padrão inespecífico de distribuição de
Analisando as demais alternativas:
gases, sem evidência de
pneumoperitônio. Diante do quadro [Alternativas A e E – incorretas.] A
apresentado, a principal hipótese cólica biliar e a úlcera gástrica perfurada
diagnóstica é geralmente apresentam dor abdominal
epigástrica, porém, sem irradiação para
A) cólica biliar.
o dorso.
B) pancreatite biliar.
[Alternativas C e D – incorretas.]
C) obstrução intestinal. Ambas as alternativas normalmente
são caracterizadas com dor em abdome
D) isquemia mesentérica.
inferior. No entanto, nossa paciente se
E) úlcera gástrica perfurada refere a dores em abdome superior.

CCQ: Dor abdominal epigástrica que 8. Suponha que uma fábrica de cimento
irradia para o dorso = pensar em foi instalada na periferia de
PANCREATITE. determinado município. A população
festejou o empreendimento, pois
Para “matar” essa questão, devemos
significou desenvolvimento e novos
estar atentos aos achados
empregos para a população da área.
laboratoriais e clínicos. A descrição do
Após o início do funcionamento da
quadro álgico dessa paciente** (dor
fábrica, observou-se aumento da
abdominal que se projeta para o
incidência de doenças respiratórias e de
dorso)** já fala a favor de pancreatite e,
queixas de náuseas e vômitos. Sabendo
aliado a isso, temos um achado
que há emissão de determinadas
laboratorial que corrobora nossa
substâncias pelas chaminés dessa
hipótese diagnóstica, como a elevação
fábrica, a equipe de Saúde da Família
expressiva de enzimas pancreáticas
encaminha o problema ao Setor de
(amilase e lipase).
Vigilância. Quais são as etapas a serem
A inflamação aguda pancreática, seguidas para a avaliação de risco de
geralmente, vem acompanhada de substâncias específicas?
náuseas e vômitos, tendo algumas
A) Identificação da periculosidade;
possíveis etiologias como, por exemplo,
avaliação da dose-resposta; avaliação
alcoolismo, hipertrigliceridemia ou
da exposição; caracterização do risco.
biliar.
B) Estabelecimento das frações de
Perceba que nossa paciente não é
exposição; avaliação da dose-resposta;
etilista e, nos exames laboratoriais, a
determinação da prevalência dos
descrição de icterícia com
fatores de risco.
predominância da fração direta da
C) Criação de sistemas de ouvidoria; próximo a uma indústria de cimento.
determinação dos riscos relativos; Vale lembrar aqui que a poeira do
estabelecimento de padrões de cimento é um fator de risco químico,
resposta na população. além de ser um fator provocador para o
quadro de doenças respiratórias e
D) Determinação da fração de risco
gastrointestinais e por esse motivo a
populacional; mensuração das taxas de
asma laboral é caracterizada como
exposição; classificação das incidências
Schilling III - Doenças para as quais o
de problemas.
trabalho é um fator provocador ou fator
E) Identificação da situação agravador.
comunitária; determinação da fração
Vale lembrar que antes de acusar os
total de exposição; determinação das
danos pela exposição a poeira do
taxas de risco populacionais.
cimento, etapas precisam ser seguidas
para a avaliação de risco de substâncias
específicas. E quais são essas etapas:
CCQ: Saber que as etapas a serem
seguidas para a avaliação de risco de 1. Avaliação da Informação do
substâncias específicas são: Local e do material Nesta etapa
Identificação da periculosidade; o avaliador realizará o
avaliação da dose-resposta; avaliação levantamento das informações
da exposição; caracterização do risco do local onde ocorre a
contaminação e da
Questão que foge do pareto,
periculosidade do material que
mentorando, mas, fique atento pois
está sendo exposto.
certamente Saúde do Trabalhador tem
sua relevância na prova. 2. Resposta às Preocupações da
Comunidade Consiste na
A Saúde do Trabalhador está vinculada
identificação dos membros da
a Atenção Primária desde a criação do
comunidade envolvidos,
Sistema Único de Saúde (SUS) e tem
desenvolvimento de estratégias
por objetivo ações de promoção e
para envolver a comunidade no
proteção da saúde dos trabalhadores e
processo de avaliação.
dos contactantes indiretos com as
substâncias laborais, como no caso da 3. Seleção dos Contaminantes de
nossa questão. Além disso, essa área da Interesse Inclui o levantamento
Atenção Primária promove a dos contaminantes presentes no
recuperação e reabilitação dos local e fora deste, as
profissionais submetidos aos riscos e concentrações no ambiente, sua
agravos advindos das condições de dose-resposta frente a exposição
trabalho. e o quanto ela se torna
prejudicial à saúde das pessoas e
Nossa questão traz um aumento
determina-se os contaminantes
aumento da incidência de doenças
de interesse.
respiratórias e de queixas de náuseas e
vômitos em pessoas que moram
4. Identificação e Avaliação de Alternativa D - Incorreta Aqui temos
Rotas de Exposição A partir da alguns passos, contudo eles estão em
identificação das possíveis ordens erradas e faltando muitas etapas
fontes de emissão dos
Alternativa E - Incorreta Aqui também
contaminantes são realizadas
temos algumas etapas do processo,
determinações dos meios
mas não está definido todo o processo
ambientais contaminados, ou
de avaliação de risco.
seja, avalia-se como a exposição
é ocorrida
5. Determinação de Implicações 9. Uma criança com 6 anos de idade,
para a Saúde Pública A partir da moradora em zona rural, é trazida por
avaliação toxicológica é feita sua mãe à Unidade Básica de Saúde
uma estimativa da exposição e (UBS) por apresentar palidez, falta de
uma comparação das apetite, perda de peso e rendimento
estimativas com o estabelecido escolar insatisfatório observados há
como tolerável em normas de dois meses. Além da dosagem de
saúde. hemoglobina e hematimetria, que
outros exames, com seus respectivos
6. Determinação de Conclusões e
resultados, servirão para o diagnóstico
Recomendações A
de uma anemia carencial?
determinação de conclusões
inclui a seleção de categoria(s) de A) Morfologia das hemácias:
riscos(s), conclusões sobre normocítica e normocrômica; ferritina
informações consideradas baixa; ferro sérico normal; capacidade
insuficientes, sobre as de ligação do ferro baixa; saturação de
preocupações da comunidade transferrina normal.
relativas a sua saúde e, por fim,
B) Morfologia das hemácias: microcítica
as conclusões sobre rotas de
e hipocrômica; ferritina baixa; ferro
exposição.
sérico baixo; capacidade de ligação do
Agora que revisamos, vamos analisar as ferro elevada; saturação de transferrina
afirmativas: baixa.
Alternativa A - Correta Aqui temos em C) Morfologia das hemácias:
ordem as etapas a serem seguidas normocítica e normocrômica; ferritina
normal; ferro sérico baixo; capacidade
Alternativa B - Incorreta Dentre as
de ligação do ferro baixa; saturação de
etapas não avalia-se as frações de
transferrina normal.
exposição, mas sim as rotas de
exposição. D) Morfologia das hemácias:
microcítica e normocrômica; ferritina
Alternativa C - Incorreta Não há
baixa; ferro sérico baixo; capacidade de
necessidade de sistemas de ouvidoria
ligação do ferro elevada; saturação de
para avaliar o risco das substâncias
transferrina baixa.
E) Morfologia das hemácias: para uma apresentação microcítica e
normocítica e hipocrômica; ferritina hipocrômica (é assim que ela é mais
normal; ferro sérico normal; capacidade cobrada nas provas).
de ligação do ferro baixa; saturação de
Alternativa B - Correta: Os principais
transferrina normal.
achados da anemia ferropriva são
anemia microcítica e hipocrômica, RDW
elevado (esse é o achado mais precoce),
CCQ: A anemia carencial mais
trombocitose, reticulócitos normais,
frequente é a ferropriva, cursando
ferro sérico diminuído, TIBC elevado,
com microcitose, hipocromia,
ferritina diminuída e saturação de
ferritina e ferro sérico baixos,
transferrina reduzida.
capacidade de ligação do ferro
elevada e saturação de transferrina Alternativas C, D e E - Incorretas:
baixa Essas alternativas não apresentam as
características corretas da anemia
Olá, mentorando JJ! Temos aqui uma
ferropriva.
questão que cobra o Pareto em relação
à anemia ferropriva, uma das mais
importantes para a prova de residência.
10. Um homem de 25 anos de idade,
A anemia ferropriva é, de longe, a mais vítima de atropelamento, foi admitido
prevalente em crianças, especialmente na Emergência com quadro de
dos 6 aos 24 meses, e principalmente insuficiência respiratória aguda,
por motivos carenciais, tendo em vista agitação psicomotora e cianose central
que, após os 6 meses de vida, acabam e periférica. Apresenta várias lesões de
os estoques de ferro adquiridos na vida face, com afundamento maxilar, perda
intrauterina. Além disso, a criança está dos dentes e sangramento local
em uma fase de crescimento acelerado, importante. Qual o procedimento
e a demanda de ferro é muito grande. A imediato para estabelecer uma via
situação ainda se agrava após o aérea para esse paciente?
desmame do leite materno, uma
A) Intubação orotraqueal.
importante fonte de ferro por oferecê-
lo em forma de fácil absorção. B) Intubação nasotraqueal.
Os exames que podem apontar para C) Traqueostomia.
uma anemia ferropriva são:
D) Cricotireoidotomia.
1. Ferritina sérica < 15 ng/mL;
E) Ventilação não invasiva com CPAP e
2. Ferro sérico < 30 µg/dL; máscara.
3. TIBIC > 360 µg/dL;
4. Saturação de transferrina < 15%. CCQ: Cricotireoidostomia é a opção
de via aérea definitiva no politrauma
Alternativa A - Incorreta: A anemia
com contraindicações à intubação
ferropriva no início até pode ser
orotraqueal
normocítica normocrômica, mas evolui
Pergunta clássica nas provas quando o casos: é rápida e eficiente e não leva
tema é politraumatismo. Temos um mais que um minuto para um cirurgião
paciente de 25 anos, vítima de experiente. No trauma não temos
atropelamento, que se apresenta na tempo a perder, devemos agir com
emergência com insuficiência rapidez e eficiência. É a melhor opção
respiratória, cianose periférica e para assegurar via aérea nesse
central, ou seja, claramente é um paciente.
paciente que está com hipóxia e
Alternativa E – Incorreta: Totalmente
precisamos garantir uma via aérea
incorreta. No trauma não devemos usar
pérvia no atendimento inicial –
a VNI: ou o paciente tem indicação de
lembram do ABCDE? "A" de airways...!
suporte com máscara de oxigênio ou ele
Então a primeira coisa é intubar esse será intubado. Além disso, o paciente
paciente. Porém, ele apresenta trauma apresenta fratura de maxilar,
facial, afundamento de maxilar, perda sangramento oral importante e
dos dentes e sangramento importante agitação psicomotora - todos são
em cavidade oral – 4 contraindicações contraindicações para VNI.
formais de intubação orotraqueal. Qual
seria a opção imediata, rápida, segura e
eficaz nesse caso? É o que a banca quer 11. Um menino de dois anos de idade é
saber: levado à Unidade Básica de Saúde
(UBS) próxima ao assentamento onde
Alternativa A – Incorreta: Como dito
sua família reside, com queixa de
acima, o paciente apresenta mais de
diarreia intermitente, com restos
uma contraindicação para intubação
alimentares em alguns episódios, sem
orotraqueal.
sangue ou muco, associada a dor
Alternativa B – Incorreta: Péssima epigástrica e hiporexia, iniciada há 15
opção de escolha no trauma! A dias. No último ano, a criança foi levada
contraindicação formal é fratura de à UBS duas vezes pelo mesmo motivo.
base de crânio, porém distorções da A genitora relata que, há dois meses, a
anatomia orofaríngea pelo trauma criança também apresentou lesões de
também dificultam essa opção. pele muito pruriginososas, seguidas de
tosse, com resolução espontânea em 3
Alternativa C – Incorreta: A
dias. O padrão alimentar inclui
traqueostomia é uma via aérea
alimentos da família e leite de vaca
definitiva cirúrgica e que necessita por
engrossado com farináceos desde que
via de regra sala cirúrgica para ser feita;
foi suspenso o aleitamento materno aos
da mesma forma, é um procedimento
3 meses de vida. A situação vacinal está
um tanto quanto demorado no
adequada à idade. O médico observou:
contexto de trauma. Reservamos para
peso = 11 kg (percentil 15); turgor e
um segundo momento se houver
elasticidade da pele um pouco
necessidade.
diminuídos, mucosas hipocoradas,
Alternativa D – Correta: A distensão abdominal moderada, com
cricotireoidostomia é a escolha nesses dolorimento discreto e difuso e
ausência de edema, de lesões de pele enteropatias, tema relevante na
significativas ou de sinais de pediatria. Vamos nos focar nas
instabilidade respiratória ou alternativas para destacar o que
hemodinâmica. Para esse paciente, realmente importa.
foram prescritas reidratação oral e
Antes de tudo, devemos definir a
orientação higiênico-sanitária. Qual a
enteropatia ambiental, ok? Ela é
hipótese diagnóstica que melhor
considerada uma síndrome cujas
explica o quadro descrito acima e qual a
manifestações podem variar entre
conduta que deve ser aplicada?
leves, moderadas ou graves. Além
A) Enteropatia ambiental; solicitar disso, costuma atingir principalmente
parasitológico de fezes e tratar com aqueles com baixo nível
antiparasitário adequado ao agente socioeconômico, que vivem em um
identificado. ambiente com elevada chance de
contaminação, sem saneamento básico
B) Enteropatia dependente do glúten;
e ingestão alimentar deficiente. É
solicitar anticorpo antigliadina e
comum observarmos, nesses pacientes,
antiendomísio e excluir da dieta glúten
surtos diarreicos de repetição ou
e farináceos em geral.
diarreia crônica. Se repararmos bem, a
C) Enteropatia por alergia ao leite de questão aborda justamente uma
vaca; solicitar dosagem de IgA criança nessas condições, ou seja, em
secretora, excluir leite de vaca da dieta que a precariedade acaba levando ao
e prescrever fórmula isenta de consumo de água e alimentos
proteínas do leite. contaminados, acarretando diversas
alterações na função intestinal.
D) Enteropatia infecciosa aguda;
solicitar coprocultura, iniciar Alternativa A - Correta: Nessas
sulfametexazol-trimetoprim ou crianças com enteropatia ambiental,
cefalosporina de primeira geração preconiza-se identificar os possíveis
durante 7 a 10 dias. patógenos por meio do parasitológico
de fezes, e tratar com o antiparasitário
E) Enteropatia dependente da lactose;
adequado para o germe encontrado.
excluir fontes de lactose da dieta,
prescrever probióticos, prebióticos e Uma ressalva importante que iremos
usar leite de soja ou fórmula láctea destacar agora é em relação a uma das
isenta de lactose. queixas abordadas na questão: a tosse!
Certos parasitas como, por exemplo,
Necator americanus, Ancylostoma
CCQ: Saber que enteropatia duodenale, Strongyloides stercoralis e o
ambiental atinge crianças com baixo Ascaris lumbricoides são os causadores
nível socioeconômico que vivem em da chamada síndrome de Löeffler! As
ambientes com altas taxas de larvas desses parasitas, ao fazerem o
contaminação alimentar seu ciclo pulmonar, podem gerar em
alguns pacientes manifestações
Olá, mentorando JJ! Temos aqui uma
pulmonares como a tosse,
questão bem bacana para revisarmos as
broncoespasmo e imagens de Alternativa D - Incorreta: Na
infiltrados intersticiais e migratórios. O enteropatia infecciosa aguda,
quadro costuma ser brando, e o achado normalmente temos a presença de
laboratorial mais comum é uma sangue, muco ou pus nas fezes. Nosso
eosinofilia importante, que acaba paciente não tem esses sintomas e, de
diminuindo com o término do ciclo qualquer maneira, o tratamento é feito
pulmonar da larva. com ciprofloxacino (primeira escolha):
crianças, 15 mg/kg, duas vezes ao dia,
Alternativa B - Incorreta: Na
por 3 dias; adultos, 500 mg duas vezes
enteropatia dependente do glúten,
por dia por 3 dias.
encontramos uma clínica de má
absorção extrema, além de anemia Alternativa E - Incorreta: Para
ferropriva, emagrecimento e falta de pensarmos num quadro de enteropatia
apetite. Crianças entre 1 e 3 anos são o dependente de lactose, os sintomas
principal grupo atingido pela doença. seriam predominantemente
Uma manifestação importante da abdominais: flatulência, desconforto
enteropatia por glúten (e não descrita abdominal, diarreia, náuseas, vômito
na questão) é a chamada dermatite ou até constipação.
herpetiforme, caracterizada pelo
surgimento de lesões papulovesiculares
pruriginosas na pele. 12. Um homem de 40 anos de idade é
atendido na Unidade Básica de Saúde
Alternativa C - Incorreta: Na
(UBS) com quadro de anorexia, perda
enteropatia por alergia ao leite de vaca,
de peso e adinamia, associados a tosse
as manifestações variam entre a
e discreta falta de ar, iniciado há 30 dias.
enterocolite, a proctocolite e a
Ao exame físico foi constatado:
enteropatia induzida por proteínas
paciente emagrecido, IMC 16 kg/m2 ,
alimentares. Na enterocolite, podemos
PA = 110 x 70 mmHg, FC = 88 bpm, FR =
encontrar náuseas, vômitos, apatia,
20 irpm, sopro cavitário no ápice
diarreia com muco e sangue sendo que
pulmonar esquerdo. Que exames são
normalmente se inicia de 1 a 3 horas
indicados para a elucidação diagnóstica
após a ingestão da proteína. Na
nesse caso?
proctocolite, mais presente em RN e
lactentes até os 3 primeiros meses de A) Hemograma completo, anti-HIV 1 e 2
vida, a apresentação em geral é de uma e radiografia de tórax.
enterorragia (geralmente descrito em
B) Pesquisa de BAAR no escarro e
raias de sangue), com bom estado geral
radiografia de tórax.
e ganho de peso satisfatório. A
manifestação mais comum nos C) Pesquisa de BAAR no escarro, cultura
primeiros meses de vida é caracterizada do escarro pelo método Ogawa-Kudoh
por um quadro de má absorção de início e radiografia de tórax.
insidioso, com diarreia crônica (de fezes
D) Baciloscopia do escarro, radiografia
aquosas), eritema perianal, vômitos,
de tórax e técnica molecular de reação
distensão abdominal, anemia, perda de
em cadeia mediada pela polimerase.
peso e atraso no crescimento.
E) Cultura do escarro pelo método Os sintomas clássicos de TB pulmonar
Löwestein-Jensen e técnica molecular e (seja a forma primária, secundária ou
reação em cadeia mediada pela miliar) são:
polimerase.
• A tosse persistente seca ou
produtiva (expectoração
purulenta ou mucoide, com ou
QUESTÃO DESATUALIZADA
sem sangue).
Mentorando, apesar da extensão do
• A febre vespertina, sem
comentário, vale a pena investir um
calafrios, não costuma
pouco mais de tempo nessa questão.
ultrapassar os 38,5 ºC.
Afinal, é preciso absorver informações
essenciais relacionadas ao quadro • Sudorese noturna.
clínico e diagnóstico da tuberculose,
• Anorexia/emagrecimento.
tendo em vista a importância do tema
nas provas de residência e na prática À ausculta, pode-se encontrar
médica. Se já estiver com o diminuição do murmúrio vesicular,
conhecimento de quadro clínico bem sopro anfórico ou até mesmo ser
consolidado, pode pular a análise dos normal.
itens.
Tendo em vista a hipótese diagnóstica
Estamos diante de um paciente com de tuberculose pulmonar após esses
tosse crônica, e sempre que você se achados no exame clínico devemos
deparar com esse sintoma deve solicitar os exames mais adequados
considerar a tuberculose como hipótese para ajudar na elucidação do caso.
diagnóstica.
Então, analisaremos os itens dados na
Tendo em vista a importância questão.
epidemiológica da TB, se o paciente
Alternativa A - Incorreta: JJter, ao
apresentasse apenas tosse por 3
fazer a solicitação de exames
semanas ou mais durante a estratégia
complementares sempre devemos nos
programática de busca ativa já deveria
questionar se a informação fornecida
ser investigado para a doença através
pelo exame influenciará em algo no
de exames bacteriológicos por ser
nosso diagnóstico ou conduta.
considerado um sintomático
respiratório (SR). Nesse caso, precisamos confirmar a
etiologia do quadro clínico
Em locais com elevadas taxas de
apresentado, onde temos como
incidência de TB, toda pessoa que
principal hipótese diagnóstica a
procura a unidade de saúde devido à
tuberculose.
tosse prolongada (busca passiva) deve
ter a TB incluída na sua investigação O hemograma pode sim ser solicitado,
diagnóstica. porém você poderá confirmar ou
descartar tuberculose com o resultado?
Não, exatamente! Então, não será
considerado prioridade para elucidação • avaliar a extensão do
diagnóstica. acometimento;
A TB é a principal doença oportunista • avaliar evolução radiológica
associada ao HIV no Brasil, devendo o durante o tratamento.
exame anti-HIV ser solicitado sempre
Porém, este item está incompleto ao
em qualquer forma de TB. Porém,
não solicitar a cultura. Segundo o
seguindo o mesmo raciocínio usado na
Manual de Recomendações para
solicitação do hemograma,
Controle da Tuberculose (2ª ed): A
inicialmente esse exame não
cultura deverá ser realizada
confirmará o fator etiológico
independentemente do resultado da
responsável pelo quadro clínico do
baciloscopia para todos os casos com
paciente.
suspeita de TB.
Já a radiografia de tórax deve sim ser
Então, mesmo que o diagnóstico possa
solicitada objetivando o diagnóstico,
ser fechado com o resultado da
como veremos no item a seguir.
baciloscopia positiva, este exame
Alternativa B - Incorreta: Em adultos, a também deve ser solicitado, assim
baciloscopia do escarro bem executada como a radiografia de tórax.
detecta 60 a 80% dos casos de TB
Alternativa C - Incorreta: A explicação
pulmonar.
da utilidade da baciloscopia do escarro
A presença de baciloscopia positiva + e da radiografia de tórax foi explicada
paciente com quadro clínico no item anterior.
compatível ou sintomático
Quanto à cultura do escarro, segundo
respiratório identificado em busca
Manual de Recomendações para
ativa é o suficiente para o diagnóstico
Controle da Tuberculose (2 ed):
de TB e o tratamento está autorizado.
• É um método de elevada
Já a radiografia de tórax é o exame de
especificidade e sensibilidade
imagem de escolha para avaliação
no diagnóstico da TB. Nos casos
inicial e para acompanhamento da TB
pulmonares com baciloscopia
pulmonar, devendo ser solicitada para
negativa, pode aumentar em até
todo paciente com suspeita clínica. e
30% o diagnóstico
sempre em associação com os exames
bacteriológico da doença.
laboratoriais (baciloscopias, cultura
e/ou teste rápido molecular) na • Os meios de cultura mais
tentativa de buscar o diagnóstico comumente utilizados são os
bacteriológico. sólidos à base de ovo,
Löwenstein-Jensen e Ogawa-
O exame radiológico em pacientes com
Kudoh ( Vantagens: menores
diagnóstico bacteriológico tem como
custo e índice de contaminação.
principais objetivos:
Desvantagem: tempo de
• excluir outra doença pulmonar detecção do crescimento
associada;
bacteriano, que varia de 14 - 30 Alternativa E - Incorreta: Como foi
dias até 8 semanas). visto, nos locais em que o TRM-TB está
disponível é usado em substituição à
• O meio líquido é utilizado nos
baciloscopia do escarro.
métodos automatizados
disponíveis no Brasil, entre eles Nos locais com acesso ao TRM-MB, a
MGIT®, no qual o tempo de cultura de escarro com teste de
resultado varia entre 5 a 12 dias, sensibilidade antimicrobiano (TS) é
quando positivo; e 42 dias, feita preferencialmente pelos métodos
quando negativo. automatizados (que utilizam o meio
líquido) e está indicada nas seguintes
• A cultura e o TS poderão ser
situações:
realizados em meio sólido ou
líquido, de acordo com a • Todo caso com diagnóstico de
disponibilidade local. TB por meio de TRM-TB
independentemente de
Ou seja, não há necessidade da
apresentar ou não resistência à
especificação do meio de cultura.
rifampicina;
Alternativa D - Incorreta: JJter no item
• Todo caso com suspeita de TB e
B foi explicado sobre a baciloscopia do
TRM-TB negativo, mas
escarro e no item C sobre a cultura do
persistência do quadro clínico.
escarro. Neste item aborda um outro
exame: o teste rápido molecular para Além disso, a radiografia de tórax
TB (TRM-TB, GeneXpert®). sempre deve ser solicitada na suspeita
clínica de Tb.
O TRM-TB é um teste de amplificação
de ácidos nucleicos utilizado para Vale lembrar que os casos com
detecção de DNA dos bacilos do baciloscopia positiva são os maiores
complexo M. tuberculosis e triagem de responsáveis pela manutenção da
cepas resistentes à rifampicina pela cadeia de transmissão sendo de suma
técnica de reação em cadeia da importância sua identificação. São
polimerase (PCR) em tempo real (WHO, indicações de baciloscopia de escarro:
2011).
• no sintomático respiratório,
O resultado é obtido em durante estratégia de busca
aproximadamente 2 horas. ativa;
A sensibilidade do TRM-TB em • em caso de suspeita clínica e/ou
amostras de escarro de adultos é de radiológica de TB pulmonar,
cerca de 90%, superior à da independentemente do tempo
baciloscopia. Então, para diagnóstico de tosse;
de casos novos de TB não são
• para acompanhamento e
solicitados juntos baciloscopia + TRM
controle de cura em casos
TB. Se o TRM-TB estiver disponível,
pulmonares com confirmação
será solicitado. Caso não esteja, será
laboratorial.
solicitada baciloscopia.
Sendo assim, o gabarito oficial da D) a idade, o número de evacuações
questão é a letra B. com sangue por dia, a leucocitose e a
VHS elevada.
E) a idade, a dor abdominal, o número
13. Uma mulher de 25 anos de idade
de evacuações com sangue por dia e a
procurou o ambulatório com queixa de
VHS elevada.
febre e diarreia há mais de um mês, com
cerca de seis evacuações por dia,
seguidas por sangramento, dor
CCQ: Número de evacuações, sangue
abdominal e perda de peso de
nas fezes, febre, anemia e VHS são
aproximadamente 10 quilos. Ao exame
critérios para estimativa de gravidade
físico, apresentava-se emagrecida, com
nas DII
pele e mucosas descoradas ++/4+ e
temperatura = 38,5°C. Foi observada a Questão difícil sobre a classificação de
presença de fissuras perianais. Exames gravidade da doença inflamatória
laboratoriais mostraram Hb = 8,2 g/dL intestinal (DII), que não é tão pareto
(valor de referência = 11,3 a 16,3 g/dL), assim, mas se apareceu uma vez na
volume corpuscular médio = 70 fL (valor prova de revalidação, pode aparecer
de referência = 79 a 93,3 fL), leucócitos novamente.
= 15 000/mm³ (valor de referência = 3
Na verdade, existem vários escores de
800 a 10 600/mm3 ), plaquetas = 520
classificação da gravidade, inclusive
000/mm3 (valor de referência = 165 000
diferentes para Doença de Crohn (DC) e
a 415 000/mm3 ), velocidade de
Retocolite Ulcerativa (RCU).
hemossedimentação = 70 mm/h (valor
de referência: < 20 mm/h). De modo geral, classificamos a DII
Imediatamente, o médico decidiu como leve a moderada quando o
encaminhar a paciente para um serviço paciente tolera a dieta oral e não tem
especializado devido à suspeita desidratação, inflamação sistêmica,
diagnóstica de doença inflamatória obstrução intestinal ou perda de peso.
intestinal grave. Os critérios de inclusão
Pacientes que apresentam sinais de
nessa categoria de gravidade devem
inflamação sistêmica (como febre),
considerar
vômitos, hipersensibilidade abdominal,
A) a leucocitose, o número de perda ponderal ou anemia já são
plaquetas, a perda de peso, a febre e a considerados com doença moderada a
anemia. grave.
B) o número de evacuações com sangue Por último, entende-se como doença
por dia, a febre, a anemia e a VHS grave a fulminante aquela em que há
elevada. toxemia, obstrução intestinal, irritação
peritoneal ou caquexia.
C) o número de plaquetas, a febre, a
perda de peso, as fissuras perianais e a Essa visão geral, no entanto, não era
anemia. suficiente para você acertar a questão.
A classificação de gravidade que melhor
se encaixa na questão é a de Truelove & 14. Uma mulher de 23 anos de idade,
Witts, utilizada para indicar a gravidade casada, do lar e nuligesta, iniciou
de surtos agudos de RCU. Confira atividade sexual há 3 anos, após
abaixo: casamento. No momento, essa mulher
está em tratamento para
condilomatose vulvar em uma Unidade
Básica de Saúde (UBS) e apresenta boa
evolução. Ela não mantém relações
extraconjuguais, seu marido é saudável
e não tem histórico de doença
sexualmente transmissível (DST) e (ou)
É claro que você não precisa decorar
uso de drogas injetáveis. Após
essa tabela, mas aproveite para passar
aconselhamento, realizou sorologia
o olho e ter uma ideia do que ela
para HIV e o resultado foi positivo.
mostra.
Diante disso, foi solicitada pesquisa
Alternativa A – Incorreta: Apenas a sorológica para HIV em nova amostra
febre e a anemia entram na sanguínea. A paciente retorna hoje à
classificação acima. A perda de peso UBS para conhecer o resultado. Ambas
também poderia ser considerada as amostras foram processadas no
conforme revisamos, mas a leucocitose mesmo laboratório e seus resultados
com certeza não é considerada critério são apresentados nas figuras a seguir.
de gravidade para as DII. Nessa situação, que conduta deve ser
adotada para a paciente?
Alternativa B – Correta: Todos os itens
estão presentes na nossa tabela,
tornando essa a melhor alternativa para
responder a questão.
Alternativa C – Incorreta: Fissuras
perianais e número de plaquetas não
são considerados critérios de
gravidade. A) Solicitar contagem de linfócitos T-
CD4+.
Alternativa D – Incorreta: Leucocitose e
idade não fazem parte dos critérios de B) Solicitar contagem de linfócitos T-
gravidade. CD4+ e a quantificação da Carga Viral
do HIV.
Alternativa E – Incorreta: Nem a idade,
nem a dor abdominal são considerados C) Encaminhar a paciente para o Serviço
como critérios de gravidade. de Assistência Especializada em
Lembrando apenas que a DST/AIDS.
hipersensibilidade abdominal pode ser
D) Solicitar análise sorológica para HIV,
sim considerada em algumas
em uma nova amostra sanguínea, pela
classificações.
técnica de Western Blot.
E) Solicitar análise sorológica para HIV, dependente da mesma, se CV >1000 a
em uma nova amostra sanguínea, pela chance de transmissão é muito maior.
técnica de Imunofluorescência indireta.
O que devemos saber agora é que a
gestante deve ser acompanhada com
testes extras dos preconizados no
CCQ: Saber que de acordo com as
exame de pré-natal, que são: avaliação
diretrizes do ministério da saúde toda
da função renal e hepática (além claro,
gestante deve ser encaminhada ao
do controle do HIV com carga viral e
serviço de atenção especializada em
genotipagem, que já foram citados).
DST/AIDS
O CCQ necessário para responder esta
Fala mentorando! HIV é um tema que
questão ainda se mantém:
sofre constantes atualizações, por isso
vamos aproveitar esta questão para • Toda gestante com diagnóstico
revisar a conduta adequada. confirmado de HIV deve ser
encaminhada ao pré-natal de
Hoje, o teste mais utilizado para
alto risco no serviço de atenção
diagnóstico de HIV é o teste rápido, na
especializada em DST/AIDS.
presença de 2 destes positivos, que
sejam de marcas diferentes, já Vamos às alternativas:
podemos confirmar este diagnóstico.
Alternativa A - Incorreta: A contagem
Os momentos de testagem durante a de linfócitos T CD4 também deve ser
gestação são: feita na gestante com HIV, mas ela
isolada, não é a melhor resposta.
• 1 consulta do pré-natal.
Alternativa B - Incorreta: Ambos os
• Início do 3º trimestre (28ª
exames devem ser feitos realmente!
semana).
Alternativa que pegou muita gente,
• No momento que a gestante mas a banca quis aqui considerar a mais
ingressa para o parto. correta, note que apesar da carga viral
ser um dos exames mais importantes,
• Sempre que houver história de
não é o único, então pensamos que a
exposição de risco/abuso sexual.
banca levou em consideração este fato
Muito bem, e se fecharmos o ao preparar esta questão.
diagnóstico de HIV durante a
Alternativa C - Correta: Apesar de
gestação?
discutível a banca considerou esta
A primeira conduta a ser tomada é alternativa como correta, se vermos
solicitar uma carga viral e genotipagem pelo lado de que, a paciente que irá para
do vírus (esta indicado para todas as o serviço especializado, passará por
gestantes antes de iniciar o tratamento, todos os exames necessários,
porém para iniciarmos a TARV não é poderíamos sim considerar esta opção
necessário o resultado do teste). como correta, mas como dito,
alternativa bem polêmica.
A carga viral é importante por que a
transmissão vertical é totalmente
Alternativa D e E - Incorretas: O D) Antibióticos por via oral, dieta rica
diagnóstico de HIV nesta paciente já em fibras e analgesia com morfina.
está dado, pois ela passou por um teste
E) Drenagem percutânea de
de ELISA que saiu positivo e que foi
emergência.
confirmado pelo teste de Western-Blot,
este é considerado o algoritmo com
menor período de janela imunológica
CCQ: Saber que o tratamento de
dentre os dispostos pelo ministério da
diverticulite constitui-se de
saúde. Mas como citado, o método
antibioticoterapia e suporte
mais utilizado nos dias de hoje é o dos 2
testes rápidos. E aí, pessoal? Estamos diante de uma
questão sobre diverticulite, tema
Como vimos, questão bem antiga de
importantíssimo para ser estudado,
HIV, que sofreu várias atualizações,
principalmente os conceitos principais.
então aprenda os CCQs aqui descritos
Conhecendo os conceitos-chave do
para que sirvam para suas provas
assunto, poderemos resolver qualquer
futuras.
questão! Precisamos ter atenção para
não cair nas pegadinhas.
15. Uma mulher de 60 anos de idade é Primeiro, precisamos lembrar alguns
admitida na Emergência de um Pronto- conceitos:
Socorro de referência com quadro de
• Divertículo: são sacos de
dor em fossa ilíaca esquerda há trinta
mucosa e submucosa que se
horas, associada a febre, três episódios
projetam pela camada muscular
de evacuação diarreica, náuseas e dois
do intestino.
episódios de vômitos ocorridos há seis
horas. Ao exame físico, foi palpada • Diverticulose: presença de
massa de limites imprecisos em fossa divertículos.
ilíaca esquerda. O diagnóstico sugerido
• Diverticulite: inflamação dos
pela tomografia abdominal e pélvica foi
divertículos.
diverticulite aguda. Qual a conduta
inicial para essa paciente? A partir disso, podemos deduzir que a
paciente apresenta uma inflamação dos
A) Antibióticos endovenosos,
divertículos. Vale lembrar que esse
suspensão da dieta oral e analgesia com
quadro é caracterizado como a
dipirona.
apendicite do lado esquerdo: dor do
B) Dieta constipante, administração de lado esquerdo do abdome, náuseas,
antieméticos endovenosos e analgesia vômitos, febre e alterações no trânsito
com morfina. intestinal. Lembra nossa paciente, não?
Além disso, essa doença acomete
C) Hidratação endovenosa, analgesia e
principalmente os idosos acima dos 60
encaminhamento para cirurgia de
anos, podendo estar ligada à
urgência.
constipação e alimentação pobre em
fibras.
Até o momento, temos uma paciente podemos começar com hidratação, mas
com diverticulite cujo tratamento não é dito na questão o grau de
consiste basicamente em desidratação da paciente. Além disso,
antibioticoterapia (ciprofloxacino e como não há sinais de peritonite ou
metronidazol normalmente) e suporte instabilidade hemodinâmica, não há
(analgesia, hidratação, sinais vitais). necessidade de cirurgia no momento. Já
Entretanto, ela também apresenta a analgesia é muito bem vinda, devendo
massa abdominal com limites ser escalonada.
imprecisos, um provável abscesso.
Alternativa D - Incorreta: Em paciente
Infelizmente, não foi descrito na
com vômitos e com quadro de infecção
tomografia, mas, como não há
no intestino, não é recomendada
instabilidade hemodinâmica ou
antibioticoterapia via oral devido à não
peritonite, podemos deduzir como
tolerância. Assim, é melhor optarmos
sendo Hinchey estágio I ou II, o que
pela via endovenosa. Além disso, no
poderia indicar drenagem a depender
momento, é mais indicado
da situação. Para a questão, só é
prescrevermos a dieta zero até melhora
importante lembrar que não é
da inflamação intestinal e
necessária cirurgia de urgência nesses
escalonarmos a analgesia.
casos. Se fosse Hinchey III ou IV
(peritonite purulenta ou fecal, Alternativa E - Incorreta: Não há
respectivamente), seria indicada descrição de abscesso na tomografia,
cirurgia de urgência. impossibilitando sabermos se é ou não
necessária a drenagem no momento,
Agora, vamos para as alternativas!
pois esta só é necessária se o abcesso
Alternativa A - Correta: Exatamente! for maior ou igual a 4 cm ou se estender
Precisamos iniciar a antibioticoterapia para a pelve. De qualquer forma,
devido à infecção dos divertículos, e primeiro devemos começar a
dieta zero para não piorar o quadro. antibioticoterapia e o suporte.
Além disso, podemos começar a
analgesia com dipirona e ir
escalonando, se necessário. 16. Uma adolescente com idade de 14
anos procura uma Unidade Básica de
Alternativa B - Incorreta: Não devemos
Saúde (UBS) para a sua primeira
iniciar dieta constipante em situação de
consulta ginecológica, pois deseja usar
diverticulite, pois isso pode levar a um
anticoncepcional oral. Ela iniciou
quadro obstrutivo e piorar o caso. Pelo
atividade sexual há 6 meses e refere
mesmo motivo, não seria bom
menarca aos 11 anos de idade e ciclos
começarmos com morfina, além de ser
regulares. A adolescente nega
indicado escalonarmos a analgesia. Os
comorbidades e diz, ainda, que os pais
antieméticos podem ser empregados
não sabem do início da atividade sexual.
sem problemas para evitar náuseas e
Qual a conduta mais adequada frente
vômitos.
ao caso relatado acima?
Alternativa C - Incorreta: Devido à perda
de líquido por diarreia e vômito,
A) Não prescrever anticoncepcional seria compactuar com estupro de
oral, pois a paciente é menor de idade. vulnerável?
B) Não prescrever anticoncepcional Bom, mentorando, apesar de polêmica,
oral, pois a paciente teve menarca há esta pergunta tem uma reposta prática
apenas 3 anos. - a prescrição de anticoncepcional para
a adolescente menor de 14 anos
C) Solicitar que a paciente compareça
sexualmente ativa não constitui ato
acompanhada de um responsável à
ilícito, uma vez que a presunção de
consulta médica
estupro deixa de existir, frente ao
D) Prescrever anticoncepcional oral, conhecimento que o médico possui da
orientar uso de preservativo e garantir a sua não ocorrência, a partir da
confidencialidade da consulta. informação da adolescente e da sua
avaliação do caso.
E) Prescrever anticoncepcional oral e
solicitar a presença de um responsável A prescrição de métodos de curta
pela menor para comunicar o fato. duração, como as pílulas, é geralmente
realizada sem dificuldades. No entanto,
para o uso de LARCs, como os DIUs e o
CCQ: Adolescentes têm direito ao Implante de etonogestrel, por
aconselhamento e prescrição de precisarem de um procedimento
métodos anticoncepcionais médico para sua colocação, devemos
adquirir o consentimento do
Questões sobre anticoncepção são
responsável legal.
frequentes nas provas e não se limitam
às questões de ginecologia, podendo Alternativa A - Incorreta: Os
também aparecer na medicina social e adolescentes têm direito à prescrição
pediatria. de contraceptivos.

Mentorando, apesar de poder levantar Alternativa B - Incorreta: Não há


algumas dúvidas ético-legais, tempo mínimo entre a menarca e o
principalmente quando estamos início do uso de contraceptivos.
falando de adolescentes menores de 14
Alternativa C - Incorreta: A
anos, temos que lembrar que, por lei, a
adolescente tem direito ao sigilo e a ser
adolescente tem direito à educação
atendida sozinha.
sexual, ao acesso à informação sobre
contracepção, à confidencialidade e ao Alternativa D - Correta: Conduta
sigilo de sua atividade sexual e, ainda, perfeita.
direito à prescrição de métodos
Alternativa E - Incorreta: A
anticoncepcionais.
adolescente tem direito a
A prescrição dos métodos deverá seguir confidencialidade e ao sigilo de sua
os critérios de elegibilidade da OMS, atividade sexual.
independentemente da idade.
Mas nos menores de 14 anos, a
prescrição de anticoncepcionais não
17. Uma mulher de 22 anos de idade E) Associação de beta-agonista e
procurou atendimento de urgência, ipratrópio em spray, com espaçador, a
apresentando falta de ar, chegando a cada 30 minutos; prednisolona oral e
ter dificuldade para completar frases. manutenção do oxigênio.
Informou a ocorrência de episódios
prévios semelhantes. Ao exame:
acianótica, padrão respiratório com uso CCQ: Saber que a fala através de
da musculatura acessória, tiragem palavras isoladas e o uso de
intercostal e supraesternal. Pressão musculatura acessória indicam uma
arterial = 110 x 80 mmHg, frequência crise de asma GRAVE
cardíaca = 115 bpm e frequência
Veja que temos um caso clássico de
respiratória = 28 irpm; ausculta
uma paciente jovem, de 22 anos, que
pulmonar com sibilos expiratórios
chega no pronto atendimento de
difusos. A oximetria digital em ar
urgência com um quadro de crise
ambiente evidenciou saturação de
asmática.
oxigênio (SaO2 ) = 91%. Foi
administrado beta-agonista inalatório e A primeira coisa que você deve fazer
oxigênio por cateter nasal. Reavaliada para acertar a questão é determinar a
após 30 minutos, a paciente apresentou gravidade da crise. Para isso, devemos
melhora parcial do quadro: frequência usar os parâmetros listados a seguir:
respiratória = 24 irpm, SaO2 = 94%,
• achados gerais e estado mental;
frequência cardíaca = 110 bpm, ausculta
pulmonar com sibilos expiratórios. Qual • dispneia;
a conduta terapêutica mais adequada a
• fala;
ser tomada após essa reavaliação?
• uso da musculatura acessória;
A) Nebulização com beta-agonista – até
3 doses em uma hora, prednisolona oral • sibilos;
e suspensão do oxigênio.
• frequência respiratória e
B) Nebulização com beta-agonista e frequência cardíaca;
ipratrópio – 3 doses sequenciais,
• peak flow spirometry (PFE - %
aminofilina venosa e manutenção do
melhor ou previsto);
oxigênio.
• sat02 em ar ambiente;
C) Beta-agonista em spray, com
espaçador, até 3 doses em uma hora; • paO2 em ar ambiente;
hidrocortisona venosa e suspensão do
• paCO2 em ar ambiente.
oxigênio.
**Nesse caso, temos: **
D) Nebulização com beta-agonista e
ipratrópio a cada 30 minutos, • dificuldade para completar
aminofilina venosa e manutenção do frases;
oxigênio.
• tiragem intercostal e
supraesternal;
• FR = 28 irpm; semanas de idade gestacional. O
obstetra da equipe comunica que a
• sibilos difusos expiratórios.
gestante está na admissão em início de
Portanto, classificamos essa paciente trabalho de parto (com 3 cm de
com uma CRISE GRAVE. dilatação) e com uma avaliação
ultrassonográfica gestacional que
Sabendo disso, como deve ser feito o
evidencia hérnia diafragmática. A bolsa
tratamento adequado para essa
amniótica ainda está íntegra. Qual a
paciente?
conduta recomendada no caso?
• SABA;
A) Contatar imediatamente a equipe de
• Ipratrópio; cirurgia pediátrica para que o recém-
nascido seja encaminhado ao bloco
• Corticoide sistêmico ou oral;
cirúrgico de outro hospital tão logo
• Oxigenioterapia com objetivo ocorra o nascimento.
de SatO2 93%-95% no adulto;
B) Transferir a gestante para um centro
• Considerar sulfato de magnésio, terciário por se tratar de uma unidade
principalmente nos que forem secundária sem UTI neonatal, pois
refratários ao tratamento inicial; pressupõese a necessidade de
ventilação mecânica.
• Considerar altas doses de CI."
C) Preparar o material de intubação na
Vamos então julgar os itens:
sala de parto, por se tratar de uma
Alternativas A e C - Erradas: patologia cirúrgica grave, gerando
Analisando essas opções, não devemos prejuízo da ventilação, não sendo
suspender o oxigênio, pois nossa indicada a ventilação com máscara após
paciente ainda não apresenta uma o nascimento.
saturação ideal.
D) Preparar o material para a cirurgia
Alternativas B e D - Erradas: O uso de imediata do recémnascido na
corticoide venoso não está indicado, maternidade secundária, pois não
visto que ele pode ser administrado haverá tempo hábil para transferência
preferencialmente via oral. para um hospital de nível terciário.

Alternativa E - Correta: Com isso, E) Conversar com o obstetra e avisar


ficamos com a opção que associa o que não poderá atender o bebê em
beta-agonista com ipratrópio em spray maternidade de nível secundário e que,
e corticoide oral, além da manutenção por esse motivo, não irá comparecer à
da oxigenação. sala de parto.

18. Um pediatra de plantão em uma CCQ: Saber que bebês com hérnia
maternidade de nível secundário é diafragmática precisam de
chamado para assistir o nascimento de atendimento em centro terciário pela
um recém-nascido a termo, com 39
possível necessidade de ventilação “Mas, JJ?! Por que isso é preciso para
mecânica resolver uma questão de pediatria?”
Calma, que já vamos amarrar todo o
Olá pessoal! Questão muito
raciocínio! Agora, vamos discutir um
interessante e que acaba envolvendo
outro ponto importante da questão: a
mais de uma área da medicina, não
hérnia diafragmática.
ficando restrito somente a pediatria.
Esses tipos de questões são cada vez A hérnia diafragmática é quando se tem
mais comuns nas provas. Atenção um orifício no diafragma, fazendo com
máxima, ok? que os órgãos abdominais penetrem no
tórax. Esse efeito acaba ocasionando no
Para resolvê-la, temos que relembrar
bebê uma grave dificuldade
alguns conceitos importantíssimos, que
respiratória. É uma patologia cuja o
nos ajudarão no raciocínio e não nos
tratamento é baseado em dois pilares:
deixarão cair em qualquer pegadinha! E
oxigênio e cirurgia para o fechamento
o primeiro ponto que iremos chamar
do orifício. Naquelas crianças que
atenção é em relação a definição dos
necessitem de VPP, a intubação
níveis de atenção à saúde! Se você não
traqueal encontra-se indicada!
se recorda, já separe o papel e a caneta!
Pronto! Agora vamos amarrar todo o
Nível Primário: É aqui que temos os
raciocínio! A questão nos mostra uma
casos mais simples, com baixo grau de
gestante, em início de trabalho de
complexidade. É o trabalho
parto, de um bebê portador de hérnia
desenvolvido pelas Unidades Básicas de
diafragmática. Porém, ela se encontra
Saúde, ou seja, consultas agendadas,
numa maternidade de nível secundário!
exames básicos e ações para promoção
Ou seja, não possui os recursos
de saúde pública.
suficientes e a tecnologia apropriada
Nível Secundário: As Unidades de para manter a vitalidade dessa criança.
Pronto Atendimento (UPA) entram Então, antes de pensarmos em intubar
nesse nível! É aqui que surgem os ou chamar a equipe de cirurgia
especialistas. Os equipamentos e pediátrica, temos que transferir a
infraestrutura são compatíveis com a gestante para um hospital (centro de
demanda de atendimento. Os nível terciário) que tenha UTI neonatal,
profissionais de saúde aqui possuem o já que a criança provavelmente
suporte necessário para atender precisará de ventilação mecânica.
emergências e intervenções em Repare que a questão nos deixa claro
doenças agudas e crônicas. que a mãe ainda está no **início **do
trabalho de parto, tendo tempo hábil o
Nível Terciário: Aqui entram os
suficiente para a sua transferência.
hospitais! O principal objetivo deste
nível é garantir os procedimentos para a Alternativa A - Incorreta: A hérnia
manutenção dos sinais vitais do diafragmática é considerada uma das
paciente. A tecnologia aqui é aliada dos urgências cirúrgicas mais comuns no
profissionais de saúde. RN, todavia se o paciente estiver
relativamente estável, a cirurgia pode C) Orientar hidratação, prescrever
ser feita 24-72 horas após o nascimento. paracetamol e solicitar retorno se
piorar.
Alternativa B - Correta: Como
abordado acima, essa é a conduta que D) Solicitar hemograma completo,
devemos tomar. prescrever vitamina C, dipirona e
nebulização
Alternativa C - Incorreta: Não
podemos atender todas as E) Prescrever dipirona, nebulização sem
necessidades desse paciente em um uso de broncodilatador e reavaliar a
hospital com estrutura secundária, paciente em 48 horas.
devemos realizar a transferência.
Alternativa D - Incorreta: O avaliador
enfatiza que a gestante está apenas na
fase inicial do trabalho de parto, existe CCQ: Identificar sinais de gravidade e
tempo hábil para a transferência da indicar internação
paciente.
Fala mentorando, tudo beleza?
Alternativa E - Incorreta: Alternativa Questão bastante interessante e,
absurda não é mesmo ? Devemos apesar de estar na área da Ginecologia
sempre prestar a melhor assistência e Obstetrícia, também cabe muito bem
possível aos nossos pacientes e não na Clínica Médica.
negar atendimento dessa maneira.
Apesar da paciente ser gestante, é
importante estar atento ao quadro
clínico que vai além da gravidez. Vamos
19. Uma paciente de 25 anos de idade,
ver as alterações que o caso nos traz?
com história obstétrica gesta = 1, para =
Gripe há 2 dias com aumento da tosse;
0, aborto = 0, com 28 semanas de idade
gestacional, foi atendida na Unidade • Temperatura axilar = 38,1ºC;
Básica de Saúde (UBS) referindo que há
• Frequência respiratória = 30
2 dias está gripada e fez uso de
irpm;
medicação sintomática. Resolveu vir ao
posto de saúde porque está tossindo • Pressão arterial = 80 x 60
muito. Ao ser realizado o exame físico, mmHg.
constatou-se: temperatura axilar =
É um quadro sugestivo de sepse! A
38,1ºC, frequência respiratória = 30
paciente tem um foco no trato
irpm, pressão arterial = 80 x 60 mmHg,
respiratório e, caso você não lembre os
normohidratada. Qual é a abordagem
critérios do SOFA que podem te ajudar
adequada para o caso?
a cogitar, pode ser aplicado o “Quick
A) Encaminhar a paciente para SOFA” que vem justamente para
internação hospitalar facilitar o processo e não deixar esses
casos passarem batidos.
B) Solicitar hemograma completo e
radiografia de tórax com urgência. A sepse é definida por infecção suspeita
juntamente disfunção orgânica
significativa, levando em consideração
aumento de 2 pontos ou mais no SOFA.
CCQ: Drenagem de hemotórax com
Além disso, pode ser utilizado como
saída ≥ 1500 mL de sangue =
método de triagem o qSOFA, então
toracotomia de urgência
vamos lembrar os critérios?
Paciente vítima de acidente de
• FR ≥ 22 ipm, alteração do nível
trabalho, sofreu uma queda de um
de consciência e PAS ≤ 100
andaime e deu entrada no hospital com
mmHg.
franca insuficiência respiratória,
A paciente tem dois desses critérios, murmúrio vesicular abolido à direita e
pontuando 2 pontos no qSOFA. Diante macicez à percussão. Não temos
das alternativas, a conduta mais dúvidas de que esse paciente tem um
adequada para fornecer o suporte hemotórax, não é mesmo? Após a
necessário é a internação hospitalar, drenagem, foi observada a saída de
uma vez que a questão nos coloca em 1500 mL de sangue, que é uma
um cenário de Unidade Básica de Saúde indicação de toracotomia de urgência.
(UBS).
Vamos lembrar as principais indicações
de toracotomia de urgência no trauma:
20. Um homem de 27 anos de idade, • Hemotórax maciço, ou seja,
pedreiro, sofreu queda de um andaime drenagem imediata de 1500 mL
e deu entrada na Emergência de um ou saída de 200-300 mL/h, nas
hospital terciário em franca primeiras 2 a 3 horas
insuficiência respiratória. As vias aéreas (exatamente como o paciente
encontravam-se pérvias e, à ausculta, da questão);
foi constatada a abolição do murmúrio
• Lesões penetrantes na parede
vesicular à direita e macicez à
torácica anterior com
percussão. Foi realizada drenagem do
tamponamento cardíaco;
hemitórax direito com saída de 1500 mL
de sangue. No decurso do atendimento, • Feridas na caixa torácica de
observou-se que o débito do dreno era grandes dimensões;
de 300 mL/h. Além da reposição
• Lesões nos vasos nobres do
volêmica, a conduta mais adequada
tórax na presença de
para esse paciente, nesse momento, é
instabilidade hemodinâmica;
A) intubação orotraqueal e ventilação
• Lesões traqueobrônquicas
com pressão positiva.
extensas.
B) radiografia de tórax em PA e Perfil.
Dessa forma, como nosso paciente
C) drenagem torácica com aspiração apresenta critérios para hemotórax
contínua. maciço, consideramos como melhor
conduta a toracotomia de urgência.
D) toracostomia secundária.
Alternativa A - Incorreta: O paciente
E) toracostomia de urgência.
apresentava insuficiência respiratória
decorrente do hemotórax maciço, uma com contagem de linfócitos CD4 de 980
vez que o quadro é tratado, não há nada células/mm3 (valor de referência < 1 000
na questão que indique a necessidade células/mm3 ) e carga viral indetectável
de intubação orotraqueal imediata. (< 25 cópias/mL), apresentou quadro de
perda súbita e transitória da
Alternativa B - Incorreta: Não é
consciência, com queda da própria
necessário exame de imagem para
altura e recuperação espontânea. Na
definir a conduta nesse caso, uma vez
semana seguinte ao episódio, procurou
que o paciente já tem indicação
o médico clínico que o acompanha; a
cirúrgica.
hipertensão arterial e o diabetes
Alternativa C - Incorreta: O paciente já mellitus mantinham-se controlados. O
está com o dreno de tórax e a aspiração paciente relatou que, desde o episódio
contínua de um sangramento que não mencionado, sente “palpitações” e
cessa não vai ajudar em nada, na “pulso acelerado”. O médico observou
verdade, pode até levar à perda no exame cardiovascular: frequência
sanguínea e choque hipovolêmico do cardíaca = 105 bpm; pressão arterial =
paciente. 140 x 90 mmHg, ritmo cardíaco
irregular, achados que não haviam sido
Alternativa D - Incorreta: A
até então documentados em 10 anos de
toracotomia deve ser uma conduta
seguimento ambulatorial do paciente.
imediata nesse caso, e não a inserção de
O eletrocardiograma realizado naquela
um segundo dreno.
ocasião mostra ausência de ondas P e
Alternativa E - Correta: O paciente da intervalos RR muito irregulares. A
questão apresenta um hemotórax conduta imediata mais adequada é
maciço e, mesmo após a drenagem do
A) monitorizar o paciente por 48 horas,
tórax, continua tendo perda de um
para observar a possibilidade de
volume significativo de sangue. Dessa
reversão espontânea da arritmia.
forma, a toracotomia de urgência está
indicada para avaliar lesões vasculares e B) encaminhar o paciente para a
prosseguir com a hemostasia, pois, caso emergência cardiológica, para ser
não seja feita, o paciente poderá evoluir submetido à cardioversão elétrica.
com choque hipovolêmico e todas as
C) solicitar ecocardiograma
consequências associadas a esse
transesofágico, para avaliar a presença
quadro. Provavelmente, o que ocorreu
de trombos em átrio esquerdo.
aqui foi um erro de digitação, o paciente
já foi submetido a uma toracostomia D) iniciar heparinização plena e
(dreno de tórax), o que ele precisa é de warfarina, para minimizar o risco
uma toracotomia de urgência. existente de doença tromboembólica.
E) administrar antiarrítmicos
intravenosos, para induzir reversão
21. Um homem de 55 anos de idade,
farmacológica da arritmia.
portador de infecção pelo HIV,
diabético do tipo II, hipertenso, em
terapia antiretroviral, estável há 6 anos,
CCQ: Saber que paciente com FA há • Se o paciente não fará
mais de 48 horas deve ser cardioversão (paciente de idade
anticoagulado mais avançada com múltiplas
comorbidades), calculamos o
Fala pessoal! Questão boa do INEP,
CHA2DS2-VASC do paciente; se
onde a banca tenta nos confundir com
temos um resultado 2 ou maior,
um paciente com HIV, mas isso não tem
faremos anticoagulação junto
nada a ver com a resposta da questão!
com controle de frequência.
Então, bora lá!
O nosso paciente tem 55 anos, e
Note que a banca deixa muito explicito
múltiplas comorbidades, então,
ser um paciente com HIV, mas, como
provavelmente teríamos benefício em
veremos, isso não modificaria nossa
mantê-lo em FA com controle de ritmo
conduta neste caso. O ponto é:
e anticoagulantes. De qualquer forma,
• Paciente refere episódio de note que nosso paciente, somente por
perda de consciência + apresentar diabetes e hipertensão já
palpitações + pulso acelerado e, pontua 2 pontos, então ele teria que ser
ao exame físico, observamos um anticoagulado.
ritmo irregular.
Vamos às alternativas:
Isso é um quadro típico de fibrilação
Alternativa A - Incorreta: A FA do
atrial! Quando chegamos nesta
paciente já está presente há 1 semana,
hipótese devemos decidir por controle
dificilmente se reverterá sozinha! Além
de ritmo (cardioversão elétrica ou
de que o episódio de síncope nos
química) ou controle de frequência (B-
demonstra que o débito está
bloqueadores). Lembrando, em
comprometido pela arritmia, por isso,
qualquer caso, o paciente pode
devemos adotar alguma conduta.
necessitar de anticoagulação:
Alternativa B - Incorreta: Alternativa
• Se o paciente que fará
que pode ter confundido algumas
cardioversão e já está em FA há
pessoas. A cardioversão elétrica é
mais de 48 horas, devemos
preferida quando o paciente está
anticoagular por 4 semanas,
instável e sua chance voltar a ter FA é
fazer a cardioversão e continuar
pequena. Quando podemos afirmar
a anticoagulação por mais 4
isso? Quando paciente não apresenta
semana.
doenças estruturais cardíacas, é jovem
• Se o paciente que fará e não tem comorbidades (HAS,DM).
cardioversão está em FA há Então, como citado, nesse paciente, a
menos de 48, horas podemos conduta mais adequada seria a de
fazer direto a cardioversão, mas controle de frequência.
faremos 4 semanas de
Alternativa C - Incorreta: Essa seria
anticoagulação posteriores ao
uma conduta adequada caso
procedimento.
optássemos pela cardioversão, pois
temos um adendo aqui: pacientes com
FA há mais de 48 horas, mas que proteína normal ou pouco elevada e
apresentam ecocardiograma baixa celularidade
transesofágico sem presença de
Olá Mentorando JJ! As meningites são
trombos, podem passar por
um tema quente para a prova de
cardioversão elétrica sem
pediatria e as alterações do líquido
anticoagulação prévia.
cefalorraquidiano (LCR) costumam ser
Alternativa D - Correta: Exatamente! cobradas para o diagnóstico diferencial
Nosso paciente apresenta pontuação correto.
de CHA2DS2-VASC compatível para
Vamos conferir na tabela as principais
iniciarmos a anticoagulação, por isso é a
alterações:
conduta correta.
Alternativa E - Incorreta: Como vimos,
não queremos cardioverter nosso
paciente; os antiarrítmicos EV são
preferidos em casos de pacientes com
FA sem instabilidade hemodinâmica.
Alternativa A, B e C - Incorretas: Para
diferenciação dos tipos de meningite
22. Uma criança de 3 anos de idade foi através do líquor, temos que lembrar
atendida em Unidade de Pronto que a meningite viral está associada a
Atendimento com febre de 39°C, um líquor mais límpido, sem alteração
irritabilidade, vômitos, sonolência e na glicose, assim como uma quantidade
extremidades frias. Mesmo sem sinais de proteínas normal ou levemente
de irritação meníngea ou sepse, existe a aumentada (< 150 mg/dl). Logo,
suspeita de meningite. Para confirmá- descartamos as alternativas A
la, o médico realizou punção lombar e (aspecto turvo), B (glicose baixa) e C
solicitou a análise do líquido céfalo- (proteína alta).
raquidiano (LCR). Que achado do LCR é Vejamos: em todas as formas de
indicativo de meningite viral? meningite infecciosa aguda, podemos
A) Aspecto turvo. encontrar aumento da celularidade no
líquor. Porém, esse aumento é sempre
B) Glicose baixa. mais significativo nas meningites
C) Proteína alta. bacterianas, caracterizadas por um
líquor de aspecto turvo (purulento),
D) Número baixo de células. associado a hipoglicorraquia e
E) Número elevado de linfócitos. hiperproteinorraquia.
Alternativa D - Correta: O verdadeiro
"pulo do gato" é que estamos falando
CCQ: Saber que na meningite viral em de uma criança pequena (< 3 anos).
crianças pequenas temos um líquido Nesses casos, a meningite tem
cefalorraquidiano límpido ou grandes chances de se apresentar sem
xantocrômico, com glicose normal, aumentos expressivos da celularidade
liquórica (número baixo de células Pessoal, temos várias crianças, de uma
inflamatórias), nesse contexto, mesma escola, apresentando quadro de
devemos pensar a favor do diagnóstico lesões vesico-papulosas associadas a
viral. prurido intenso, principalmente
noturno, em região interdigital, punhos,
Alternativa E - Incorreta: Essa não
nádegas, axila e periumbilical. Nessas
aparenta ser uma boa opção pelo fato
lesões, observam-se, também, pústulas
dos linfócitos também predominarem
friáveis e crostas facilmente removíveis,
em outras etiologias, sendo um aspecto
indicando infecção secundária de
mais característico da meningite
algumas das áreas pruriginosas.
tuberculosa e fúngica.
Sabendo disso tudo, qual a nossa
principal hipótese diagnóstica?

23. O médico de uma Unidade Básica de Exatamente, a escabiose! Uma doença


Saúde (UBS) recebe várias crianças de causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei,
uma mesma escola da região, todas que acomete áreas mais quentes e
com idade entre 9 e 10 anos. A queixa é úmidas, como abdome, nádegas, axila,
semelhante: houve surgimento, há região interdigital, manifestando-se
cerca de 10 dias, de lesões vesico- com lesões papulovesiculosas
papulosas associadas a prurido intenso, extremamente pruriginosas. Tem um
principalmente no horário noturno, em caráter altamente infeccioso, daí várias
região interdigital, punhos, nádegas, crianças que convivem na mesma
axila e periumbilical. Observa-se, escola estarem apresentando o mesmo
também, a presença de pústulas friáveis quadro! E como essa doença é tratada?
e crostas facilmente removíveis sobre Preferencialmente, com permetrina
algumas das áreas pruriginosas. Além 5%, tópica. No entanto, em alguns
das medidas gerais de controle, qual o casos, em que há evidência de infecção
tratamento indicado? secundária, como nos casos da questão,
em que as crianças apresentam
A) Nistatina e amoxicilina.
pústulas sobre algumas áreas
B) Permetrina e cefalexina. pruriginosas, deve-se administrar
antibioticoterapia. Esse antibiótico
C) Ivermectina e cloranfenicol.
deve cobrir, principalmente, os germes
D) Aciclovir e penicilina benzatina. da pele e, por isso, a cefalexina se
constitui em uma ótima escolha.
E) Hexaclorobenzeno e ácido nalidíxico
Mas vamos aproveitar um pouco mais a
questão e revisarmos sobre um dos
CCQ: Saber que o tratamento da principais diagnósticos diferenciais da
escabiose é feito com permetrina 5% escabiose, a dermatite atópica! Essa
tópica e, em caso de infecção dermatose tão comum tem caráter
secundária das lesões, deve-se inflamatório crônico e se associa,
administrar cefalexina obviamente, a processos atópicos. E
como são suas lesões? Variam de
acordo com a idade. Nos lactentes, elas
predominam nas superfícies Alternativa B – Correta: Como vimos, o
extensoras, edematosas com tratamento da escabiose é feito com
exsudação e intenso prurido; nas permetrina. Em casos em que existe
crianças, a predominância das lesões já infecção secundária das lesões, a
é por área flexora, com xerodermia cefalexina é uma excelente opção.
moderada e prurido persiste – daí a
Alternativa C – Incorreta: A
semelhança com a escabiose. Já em
ivermectina via oral é muito usada em
adultos, as placas eritematosas já se
casos de escabiose disseminada,
encontram liquenificadas, devido a um
também chamada de “sarna
processo mais crônico.
norueguesa”, que acomete
E, nessa questão, como podemos principalmente pacientes
diferenciar a escabiose da dermatite imunocomprometidos. Sobre o
atópica? Bem, como vimos, as lesões da cloranfenicol não precisamos nem falar
dermatite atópica acometem mais nada... é um antibiótico com indicações
superfícies flexoras, na infância, super específicas e, certamente, tratar
constituídas por placas eritematosas e infecções de pele não é uma delas.
pruriginosas. Esse padrão de
Alternativa D – Incorreta: Aciclovir
acometimento é consideravelmente
seria uma opção em caso de estarmos
diferente do padrão escabiótico, em
pensando em varicela. No entanto, as
que as lesões são vesico-papulares, com
lesões não são típicas dessa doença,
preferência para áreas quentes e
que apresenta lesões pleomórficas,
úmidas. Além disso, em casos de
dolorosas e não pruriginosas, seguindo
dermatite atópica, a história familiar e
dermátomos.
os fatores ambientais se constituem em
importantes elementos na construção Alternativa E – Incorreta: O
da história clínica. Assim, você hexaclorobenzeno foi um composto
consegue perceber como a história da utilizado no passado como fungicida,
nossa questão é muito típica de mas, atualmente, é proibido. Já o ácido
escabiose? nalidíxico é usado no tratamento das
infecções urinárias e intestinais
Então, agora que ficou fácil, vamos
causadas por germes gram negativos.
resolver a questão:
Alternativa A – Incorreta: Essa
alternativa está considerando que os 24. Uma paciente de 17 anos de idade,
pacientes possuem dois que teve menarca aos 11 anos, vem à
acometimentos: fúngico e bacteriano. Unidade Básica de Saúde (UBS),
No entanto, o padrão das lesões não acompanhada da mãe, referindo
sugere acometimento fúngico, mas sim amenorréia há 1 ano. A adolescente
parasitário, como vimos anteriormente. relata ainda perda de peso de 15 kg no
A amoxicilina até que seria uma boa último ano devido a dietas feitas por
opção para tratar a infecção secundária conta própria, pois deseja ser modelo.
da pele, no entanto, pela nistatina, Nega comorbidades, uso de
descartamos a alternativa. medicações e início de atividade sexual.
Ao exame, apresenta altura de 1,75 m e Essa paciente possui um IMC de 14, ou
peso de 50 kg. Nesse caso, qual o seja, é desnutrida. Essa condição
diagnóstico mais provável? influencia no eixo hipotalamico-
hipofisário, podendo reduzir sua
A) Amenorréia hipotalâmica.
atuação e gerar amenorreia secundária.
B) Falência ovariana prematura.
O enunciado não nos dá mais nenhuma
C) Amenorréia de causa hipofisária. informação além de seu IMC para
julgarmos a possibilidade de alguma
D) Síndrome dos ovários policísticos.
outra hipótese diagnóstica.
E) Sinéquias uterinas decorrentes de
endometrite.
25. Um mulher de 55 anos de idade
procura o médico da Unidade Básica de
CCQ: Saber que paciente com relato Saúde (UBS) para realizar uma
de perda excessiva de peso e consulta. A paciente está
amenorreia devemos pensar em assintomática. Durante o exame físico,
amenorreia de causa hipotalâmica o médico identificou nódulo palpável no
lobo esquerdo da tireóide. Solicitou
A resposta correta dada pela banca é
ultrassonografia, que mostrou nódulo
que essa amenorreia seja hipotalâmica.
bem circunscrito de 1,8 cm em seu
E o pulo do gato dessa questão é
maior diâmetro, localizado no pólo
justamente o relato da perda de peso
superior esquerdo da tireóide e
feito pela paciente da questão.
ausência de linfonodomegalia. Indicou,
Sabemos que é preciso um percentual
então, punção aspirativa com agulha
mínimo de gordura corporal, tanto para
fina. O exame histopatológico revelou
o início da menarca, quanto para a
alterações celulares sugestivas de
continuidade das menstruações. Então,
carcinoma papilífero de tireoide. A
uma perda de peso, provocada por
paciente foi submetida a tireoidectomia
exercícios ou dietas, pode sim ser a
e o exame anátomo-patológico
causa da amenorreia, por uma
confirmou o diagnóstico de carcinoma
supressão do GnRH.
papilífero de tireoide, de 1,8 cm, sem
Já nas amenorreias hipofisárias, temos invasão capsular, bem diferenciado,
que pensar em outras possíveis causas, sem extensão local ou intratireoideana.
sendo que as mais comuns são: Além da reposição hormonal, a conduta
tumores, infartos, lesões infiltrativas ou nessa paciente implica a
granulomatosas, ablações cirúrgicas,
A) aplicação de radioterapia.
radioterapia. E aí, a questão não nos dá
dados para pensarmos nessas causas B) aplicação de quimioterapia.
para a paciente. O relato de perda de
C) aplicação de Iodo 131
peso por dieta, acarretando num
percentual de gordura corporal baixo, D) associação de radioterapia e
nos fala a favor da amenorreia quimioterapia.
hipotalâmica.
E) associação de Iodo 131 e produtoras de paratormônio,
quimioterapia. importante lembrarmos disso,
pois o marcador utilizado no
controle da doença é o próprio
CCQ: Saber que a terapia paratormônio e não a
recomendada pós tireoidectomia de tireoglobulina como nas outras
carcinoma papilífero de tireoide é a neoplasias citadas acima.
aplicação de iodo 131
Então, nos 2 tipos mais diferenciados de
Fala pessoal! Questão boa para CA de tireoide (papilífero e folicular),
relembrarmos um aspecto que são os 2 mais frequentes
importantíssimo o tratamento de felizmente, o tratamento em
carcinoma de tireoide, então bora lá! praticamente todos os casos será com
ressecção de tireoide (podendo ser
Temos nos lembrar primeiro que as
lobectomia em alguns casos, como tu
neoplasias malignas de tireoide podem
<1 cm, sem metástase ou linfonodos
ser divididas em 4 tipos:
positivos) associada a radioiodoterapia.
• Papilífero: bem diferenciado,
Este iodo radioativo tem a função de
tratamento com tireoidectomia
destruir remanescentes da glândula
+ iodo radioativo pós
tireoide, quase não apresenta efeitos
tireoidectomia.
colaterais como a quimioterapia, por
• Folicular: bem diferenciado, isso é amplamente utilizado.
tratamento com tireoidectomia
Agora que relembramos sobre as
+ iodo radioativo pós
neoplasias tireóideas, vamos às
tireoidectomia, ponto
alternativas:
importante deste tipo de tumor
é que não pode ser fechado o Alternativa A - Incorreta: Radioterapia
diagnóstico por PAAF, somente pode ser utilizada para tratamento do
com o anatomopatológico da carcinoma anaplásico, nas outras
peça. neoplasias quase não tem utilidade.

• Anaplásico: tumor mais Alternativa B - Incorreta:


agressivo, onde o paciente que Quimioterapia, associada a
tem este diagnóstico apresenta radioterapia, também pode ser
apenas alguns meses de vida. utilizada no carcinoma anaplásico, mas
Aqui o tratamento geralmente é como a radio, a quimio não tem muita
paliativo, podendo ser utilidade nos carcinomas com maior
necessária até obtenção de via diferenciação.
aérea definitiva, pois o tumor
Alternativa C - Correta: Exatamente!
cresce tão rapidamente que
Como explicado acima, esta terapia é a
pode comprometer as vias
que vamos utilizar pós procedimento
aéreas.
cirúrgico, lembrando que a
• Medular de tireoide: este tumor tireoglobulina será útil para seguimento
tem origem nas células C pós tratamento neste tipo de câncer.
Alternativa D - Incorreta: Não são úteis deve ser feita com PPD e radiografia
neste tipo de CA. de tórax
Alternativa E - Incorreta: A Pessoal, temos uma criança de 07 anos
quimioterapia torna esta alternativa de idade que tem contato com sua mãe,
incorreta como já explicado. recém-diagnosticada com tuberculose.
Como você deve saber, sempre que
identificamos um paciente bacilífero,
26. Na Unidade Básica de Saúde (UBS), devemos pesquisar seus
após o diagnóstico de tuberculose contactantes, que podem estar ou não
(BAAR+++), a mãe de uma criança com doentes. E como essa pesquisa deve ser
sete anos de idade, iniciou o feita?
tratamento. A criança não apresenta
Para pacientes sintomáticos, a
sintomatologia e foi vacinada com BCG
avaliação envolverá os mesmos
ao nascer. Qual a conduta mais
procedimentos de um caso suspeito,
adequada a ser seguida em relação à
com coleta de BAAR. Caso estejam
criança?
assintomáticos, vai depender da idade.
A) Solicitar baciloscopia de escarro e, se Em contactantes com menos de 10 anos
o exame for negativo, recomendar de idade, como o nosso paciente, a
reavaliação em seis meses. avaliação deve conter PPD (ou IGRA) e
radiografia de tórax. Nesses casos, se o
B) Solicitar baciloscopia de escarro,
PPD for maior ou igual a 5 mm, o
exame radiológico do tórax e prova
tratamento deve ser instituído, com
tuberculínica e, se todos forem
rifampicina (120 doses, entre 04-06
negativos ou normais, dar alta para a
meses). No entanto, se o paciente tiver
criança.
idade superior a 10 anos, e o PPD for
C) Solicitar prova tuberculínica e, se maior ou igual a 5 mm, ou IGRA
superior a 10 mm, iniciar o tratamento positivo, o tratamento deve ser
completo com os medicamentos da instituído, com isoniazida (270 doses,
primeira e segunda fases, conforme entre 9-12 meses).
norma vigente no país.
E se o paciente for recém-nascido?
D) Solicitar prova tuberculínica e, se Nesses casos, a prevenção deve ser
superior a 5 mm, sem achados feita de forma ativa. Assim, não
radiológicos, indicar tratamento da devemos aplicar a BCG e iniciaremos a
infecção latente. isoniazida por 03 meses. Após este
período, realizamos o PPD, que, caso
E) Iniciar tratamento profilático com
seja maior que 5 mm, indica
hidrazida até 3 meses após a
manutenção do tratamento por mais 06
negativação do escarro da mãe.
meses. Se < 5 mm, interrompemos o
tratamento e vacinamos com BCG.

CCQ: Saber que, em menores de 10 Ufa! Depois dessa revisão, acho que
anos, a pesquisa por tuberculose ficou mais fácil resolver a questão, não
latente em contactantes de bacilíferos é mesmo? Vamos lá!
Alternativa A – Incorreta: Em palpação e sem visceromegalias. O
contactantes assintomáticos não exame articular evidencia dor, calor,
solicitamos a baciloscopia de escarro, rubor e limitação do arco de movimento
mas sim o PPD e a radiografia, em em punhos e joelhos, principalmente à
pacientes com idade < 10 anos. direita. Considerando o diagnóstico
mais provável, a patologia cardíaca
Alternativa B – Incorreta: A
mais frequentemente associada e a
baciloscopia de escarro não é solicitada
medicação de escolha para o
para contactantes assintomáticos.
tratamento do processo inflamatório
Alternativa C – Incorreta: A prova cardíaco são, respectivamente
tuberculínica é considerada positiva
A) atresia aórtica e AAS.
quando maior que 5mm, indicando
tratamento com rifampicina, 120 doses. B) estenose pulmonar e nimesulida.
Alternativa D – Correta: Como vimos, a C) regurgitação mitral e prednisona.
conduta correta para o nosso paciente,
D) forame oval patente e ibuprofeno.
que tem idade < 10 ano, é a solicitação
do PPD + RX e, caso PPD > 5 mm, indica- E) insuficiência tricúspide e naproxeno.
se tratamento.
Alternativa E – Incorreta: O
CCQ: Saber fechar o diagnóstico de
tratamento só deve ser iniciado após
febre reumática, e que o tratamento
PPD positivo e é feito com rifampicina!
de cardite reumática grave é feito com
prednisona
27. Uma adolescente de 12 anos de Fala mentorando! Questão com um
idade é levada pela mãe ao Ambulatório assunto muito frequente nas provas,
de Pediatria, apresentando quadro de então, bora lá!
dor nas articulações há cerca de 1
A febre reumática é uma complicação
semana. Inicialmente, as dores se
não supurativa de uma amigdalite por
concentravam no joelho esquerdo,
Streptococcus beta hemolítico do
passando, em seguida, para o direito,
grupo A; apesar desta ser a mais
cotovelos e punhos. Relata ter
lembrada, temos também o impetigo e
apresentado quadro de amigdalite
a escarlatina como possíveis
bacteriana há cerca de três semanas,
desencadeadores da condição, mas o
porém sem uso de antibióticos para
tempo entre infecção e quadro de febre
tratamento. Ao exame, apresentava-se
reumática é maior, podendo levar até 6
em regular estado geral, com facies de
semanas, diferentemente de quando
dor, hipocorada 1+/4+, hidratada,
advém de uma amigdalite, que
anictérica e acianótica. O exame do
geralmente dura em torno de 1-3
aparelho cardiovascular evidenciou
semanas.
sopro sistólico 4+/6+ em bordo esternal
esquerdo, com irradiação para todo o Para fecharmos o diagnóstico,
precórdio. Ausculta pulmonar sem necessitamos empregar os critérios de
anormalidades. Abdome indolor à
Jones, importantíssimos para as mesmo que não tenhamos o critério
provas: obrigatório explícito, a banca nos dá
este antecedente. A dica aqui é: não
Maiores:
brigue com a questão.
• Artrite;
Muito bem, temos um paciente que já
• Cardite; apresenta febre reumática, o que
faremos? Tratamos sintomaticamente:
• Nódulos subcutâneos;
a penicilina que passará a ser usada por
• Eritema marginatum; esse paciente a cada 21 dias, tem como
objetivo evitar a recorrência da crise,
• Coreia de Syndeham (este
mas não trata a condição. O detalhe
sintoma, se presente, já fecha o
aqui é que teríamos que saber que, em
diagnóstico de FR!).
casos de cardite devemos utilizar
Menores: corticoides, dentre eles a prednisona,
para tratar nosso paciente.
• Febre;
Agora, vamos às alternativas:
• Artralgia;
Alternativa A - Incorreta: A válvula
• VHS ou PCR elevados (>3 e 30
aórtica pode ser afetada, mas, como
respectivamente);
veremos, não é a mais frequente, além
• PR prolongado (bloqueio AV de de AAS não ser utilizado para
primeiro grau). tratamento de FR.

Obrigatórios: Alternativa B - Incorreta: Dificilmente


a válvula pulmonar é afetada, apesar de
• Evidência de infecção pelo
possível, mas guarde que as válvulas do
Streptococcus pyogenes (cultura,
coração esquerdo são mais
swab, ASLO).
frequentemente afetadas.
O diagnóstico pode ser fechado por 2
Alternativa C - Correta: Exatamente! A
critérios maiores ou 1 maior e 2
válvula mais afetada pela cardite
menores, lembrando que é necessário o
reumática é a válvula mitral, seguida
critério obrigatório, mas algumas
pela válvula aórtica; durante as crises
bancas não deixam explícito este
geralmente o que encontramos é uma
critério.
regurgitação mitral (insuficiência
Nosso paciente apresenta artrite e mitral) enquanto na fase crônica, o que
cardite (2 critérios maiores) então já iremos encontrar é uma estenose
podemos fechar o diagnóstico, mas mitral.
aonde a banca cita o critério
Alternativa D - Incorreta: FR não tem
obrigatório? Como citamos, muitas
relação com forame oval patente.
bancas não colocam este critério no
enunciado, mas note que ela cita Alternativa E - Incorreta: Como vimos,
antecedente de amigdalite bacteriana as válvulas do coração esquerdo são
não tratada com antibióticos, então, mais afetadas.
Em que grande síndrome, esse paciente
se encontra? PA acima de 180x120 com
28. Um homem de 65 anos de idade,
déficit neurológico focal (hemiplegia e
com diabetes e hipertensão arterial não
hemiparesia a direita). Portanto,
controladas, é trazido à Emergência de
estamos diante de uma emergência
um hospital terciário com hemiplegia
hipertensiva com AVE, mais
direita e afasia iniciadas há 2 horas. Ao
especificamente o AVE isquêmico, pela
exame, encontra-se sonolento, acorda
falta de sangramento na TC.
ao estímulo verbal, obedece aos
comandos. Apresenta afasia de Ok, e aí? Como prosseguimos com
expressão, pupilas isocóricas e este paciente?
fotorreagentes, hemiplegia do dimídio
Após adequada estabilização e
direito. Pressão arterial = 190 x 120
monitorização do paciente, devemos
mmHg, frequência cardíaca = 100 bpm,
tratar diretamente o AVE.
saturação de oxigênio de 96% em ar
ambiente, auscultas cardíaca e Observe que os sintomas têm início há
pulmonar normais. A tomografia menos de 3-4,5h da entrada, o que o
computadorizada de crânio sem tornaria elegível à terapia trombolítica,
contraste, realizada na Emergência, foi concordam?
normal. Qual a melhor conduta a ser
Ora, então por que não podemos
realizada na sequência do
iniciar a trombólise já de cara?
atendimento?
Observem a PA! Está acima de 185x110,
A) Indicação de trombólise intravenosa, o que se configura como
por estar na janela terapêutica. contraindicação relativa à alteplase!
B) Prescrição de ácido acetilssalicílico, Ok, a partir daqui, o que faríamos?
por via oral, como antiagregante
Apesar deste paciente ter
plaquetário.
contraindicação à trombólise, podemos
C) Prescrição de heparina de baixo peso sim reduzir essa PA e torná-lo
molecular para anticoagulação. novamente elegível para a trombólise!
Por isso, em nossa opinião, a melhor
D) Prescrição de dexametasona para
resposta seria a E, que possibilitaria a
prevenir edema cerebral.
trombólise a posteriori.
E) Administração de nitroprussiato de
Vamos às alternativas:
sódio, por via endovenosa.
Alternativa A - Incorreta: PA acima de
185x110 contraindica a trombólise
imediata.
QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE Alternativa B - Incorreta: Paciente
RECURSO ainda é candidato à trombólise, basta o
controle adequado da PA.
Gente, questão muito boa, mas que
talvez tenha escorregado um pouco no Alternativa C - Incorreta: De fato, seria
gabarito, vamos lá. necessário isso em algum momento.
Qual o racional disso? Evitar novos peritonismo e sem febre tem como
êmbolos, uma vez que provavelmente o diagnóstico mais provável
êmbolo é oriundo de alguma arritmia
A) colangite bacteriana aguda.
cardíaca ou placa carotídea. Desta
forma, a anticoagulação estaria B) coledocolitíase.
indicada.
C) fístula de coto de ducto cístico.
Alternativa D - Incorreta: O uso de
D) ligadura inadvertida do ducto
corticoide não está indicado no
hepático direito.
paciente para evitar o edema neste
momento, não há evidência de edema E) lesão iatrogênica do ducto comum.
cerebral.
Alternativa E - Correta: Conforme
CCQ: Saber que icterícia em pós
explicado acima, essa é a melhor
operatório de colecistectomia sugere
alternativa para responder a questão.
coledocolitíase
Ao usar o nitroprussiato de sódio para
diminuir a pressão arterial tornamos o Temos um paciente com quadro de
paciente elegível à trombólise, que é o colecistite aguda (dor em HD, febre,
melhor tratamento para a doença em náuseas, vômitos e sinal de Murphy
questão1 positivo) submetido a uma
colecistectomia.
Gabarito oficial: Alternativa B
No pós-op, ele desenvolve icterícia
Gabarito Aristo: Alternativa E.
isolada sem outros comemorativos. No
pré-operatório, ele já tinha sinais de
coledocolitíase (aumento de
29. Um homem de 50 anos de idade é
transaminases e de amilase) que
hospitalizado por apresentar quadro de
mereciam ter sido investigados no
dor em hipocôndrio direito, de
intraoperatório.
moderada intensidade, com períodos
de acalmia. A dor é acompanhada de Vamos às alternativas:
febre, náuseas e vômitos, iniciados 24
Alternativa A - Incorreta A colangite
horas antes da internação. Ao exame
bacteriana aguda se caracteriza pela
físico, apresenta dor à palpação do
tríade de Charcot: febre, icterícia e dor
hipocôndrio direito, com sinal de
abdominal. Portanto, essa não é a nossa
Murphy positivo. Os exames
alternativa.
laboratoriais revelaram 13 000
leucócitos/mm3 (valor de referência = 3 Alternativa B - correta Devido à
800 a 10 600/mm3 ), discreta elevação presença dos cálculos no colédoco,
das transaminases e da amilase sérica. ocorre uma obstrução (parcial ou total)
O paciente foi submetido a das vias biliares com retorno da bile e,
colecistectomia laparoscópica, sem consequente, icterícia.
colangiografia. No segundo dia de pós-
Alternativas C, D e E - Incorretas A lesão
operatório, o achado de icterícia com
iatrogênica das vias biliares pode
elevação de bilirrubina, sem sinais de
ocorrer com icterícia isolada mas, eram túrgidas e, à ausculta, o médico
devido à suspeita elevada de constatou que o murmúrio vesicular
coledocolitíase pelos exames estava abolido à direita, com
laboratoriais, não se tornam as movimento paradoxal, dor e
complicações mais prováveis. hipertimpanismo à percussão no
mesmo hemitórax. As bulhas cardíacas
Além disso, em geral, esse tipo de lesão
eram normofonéticas. A conduta mais
é bem menos comum (< 1%) do que a
adequada para esse paciente é
coledocolitíase (até 10% dos pacientes
com colelitíase), e ocorre mais devido às A) drenagem pericárdica por punção.
distorções anatômicas e à inexperiência
B) drenagem torácica em selo d'água.
do cirurgião -
C) drenagem pericárdica por janela
Existem muitas referências diferentes
pericárdica.
para estratificar o risco de
coledocolitíase antes de uma D) drenagem torácica com válvula de
colecistectomia. Mas, em geral, Heimlich.
pacientes sem nenhuma alteração
E) toracocentese de alívio
laboratorial ou história de icterícia não
necessitam de nenhuma avaliação
complementar.
CCQ: A conduta imediata no
Em casos com história de icterícia, pneumotórax hipertensivo é a
colangite ou coledocolitíase à USG, a toracocentese de alívio
investigação deve ser pré-operatória
Questão que despenca nas provas!
com CPRE ou colangiorressonância. Já
Paciente jovem vítima de politrauma,
nos casos intermediários, em que há
queda de moto, com franca
apenas exames laboratoriais do
insuficiência respiratória, e no exame
hepatograma alterados, é aceita a
físico, temos os achados de dispneia
colangiografia intraoperatória.
importante com via aérea pérvia,
cianose periférica e central, hipotenso,
taquicárdico, turgência de jugulares,
30. Um médico encontra-se de plantão
murmúrio vesicular abolido à direita,
no Pronto-Socorro de um hospital
movimento paradoxal e
terciário, quando é trazido, para sua
hipertimpanismo à percussão de
avaliação, um homem de 27 anos de
hemitórax direito. Qual o diagnóstico
idade, casado, que sofreu queda de
desse paciente? Pneumotórax
moto há 20 minutos. Foi admitido em
hipertensivo. Não há necessidade de
franca insuficiência respiratória,
nenhum exame de imagem e o
apresentando-se, ao exame físico,
diagnóstico é clínico à beira-leito,
consciente, lúcido, sudoreico, dispneico
devendo ser tratado de maneira rápida
4+/4+, cianose perioral e periférica,
e urgente, antes que o paciente sofra
pupilas isocóricas, PA = 90 x 50 mmHg,
uma PCR. O tratamento deve ser em
FC = 122 bpm. As vias aéreas se
dois tempos, segundo o ATLS 10 ed.:
encontravam pérvias, as veias cervicais
• Imediato: toracocentese de A mãe relatou que a criança sempre
alívio com jelco calibroso no 5º gozou de boa saúde. Entretanto, há
espaço intercostal entre as cerca de 2 meses, tem se apresentado
linhas axilares média e anterior; prostrada. Além disso, tem se mostrado
cada vez mais pálida e, no último mês,
• Definitivo: toracostomia com
surgiram pequenas manchas vermelhas
drenagem em selo d’água no 5ª
na pele. Ao exame: a criança se
EIC entre linhas axilares média e
apresentava hipoativa, hipocorada
anterior.
2+/4+, hidratada, anictérica e
Alternativas A e C – Incorretas: São acianótica. Foi detectada
descritas as bulhas cardíacas poliadenomegalia cervical e inguinal. As
normofonéticas, logo, descartamos que auscultas respiratória e cardíaca
o choque obstrutivo seja por estavam normais. O abdome estava
tamponamento cardíaco. distendido, flácido, indolor, com fígado
palpável a 5 cm do rebordo costal
Alternativa B – Incorreta: Essa é a
direito e o baço palpável a 3 cm do
conduta definitiva, não sendo indicada
rebordo costal esquerdo. Foi detectado
no momento pelo tempo de realização.
rash petequial disseminado. O
Inicialmente fazemos uma
hemograma evidencia hematócrito de
toracocentese de alívio para
22% (valor de referência = 36 ± 4%),
descomprimir o tórax e tirar o paciente
hemoglobina de 7 g/dL (valor de
do choque obstrutivo; após
referência = 11,8 ± 1,2 g/dL), volume
estabilização, fazemos a drenagem
corpuscular médio de 85 fL (valor de
torácica.
referência = 80 fL), concentração de
Alternativa D – Incorreta: A drenagem hemoglobina corpuscular média de 32
com válvula de Heimlich surgiu como g/dL (valor de referência = 32 g/dL), 75
opção para o dreno em selo d’água, 000 leucócitos/mm3 (valor de
porém, não é uma recomendação do referência = 4 000 a 14 000
ATLS usá-la para drenar o tórax. leucócitos/mm3 ) com atipia linfocitária
Contudo, é um procedimento acima de 30%, e plaquetometria de 15
demorado e não trataria esse paciente 000 plaquetas/mm3 (valor de referência
imediatamente. = 140 000 a 400 000 plaquetas/mm3 ).
Tendo em vista o provável diagnóstico,
Alternativa E – Correta: Como
qual dos fatores descritos neste caso
explicado acima, o tratamento
está associado a um bom prognóstico
imediato desse paciente é a
para este paciente?
toracocentese de alívio, para tirá-lo do
choque obstrutivo. A) Leucometria > 50 000
leucócitos/mm3 .
B) Plaquetometria < 150 000/mm3 .
31. Um pré-escolar de 3 anos de idade
foi levado ao pediatra de um pequeno C) Evolução de doença < 6 meses.
Centro de Saúde regional para
D) Atipia linfocitária > 30%.
avaliação de palidez cutâneo-mucosa.
E) Idade do paciente > 1 ano • Sintomas de leucostase, como
insuficiência respiratória e
rebaixamento do nível de
CCQ: Saber que idade > 1 ano é um consciência;
fator de bom prognóstico, na
• Infiltração do sistema nervoso
leucemia linfocítica aguda
central;
Pessoal, temos uma criança de 03 anos,
• Neutropenia febril;
apresentando cansaço, palidez,
petéquias, hepatoesplenomegalia e • Coagulação intravascular
uma síndrome pancitopênica (a disseminada.
leucocitose ocorreu às custas de
Um algo a mais: os subtipos mais
linfócitos atípicos > 30%), de início há 02
agressivos de linfomas não-Hodgkin,
meses. No que devemos pensar, de
apesar de possuírem prognóstico pior,
imediato? Em Leucemia Linfocítica
respondem melhor ao tratamento
Aguda, a neoplasia maligna mais
quimioterápico, podendo ser curados
comum da infância.
com maior facilidade que os tumores
A Leucemia Linfocítica Aguda acomete indolentes. Essa peculiaridade é
principalmente a faixa etária pediátrica, chamada de paradoxo do prognóstico
com pico nas idades de 2-6 anos. dos linfomas não-Hodgkin. Guarde
Caracteriza-se por uma síndrome isso para sua prova!
pancitopênica, com invasão de órgãos
Agora, sabendo de tudo isso, vamos
extramedulares, cursando com
resolver a questão:
hepatoesplenomegalia, linfadenopatia
e dor óssea, podendo haver Alternativa A – Incorreta: Como vimos,
acometimento de testículos e sistema a leucometria > 50.000 leucócitos é um
nervoso central. O tratamento é fator de mau prognóstico.
realizado com quimioterapia, em 04
Alternativa B – Incorreta: A
fases, que podem durar até 03 anos.
plaquetometria < 150.000 é uma
Os principais marcadores de gravidade, característica da própria doença, sendo
que apontam para um mau prognóstico um fator prognóstico neutro.
são:
Alternativa C – Incorreta: A evolução
• Idade < 1 ano ou > 18 anos; da doença é caracteristicamente aguda,
portanto, evolução < 6 meses é um fator
• Contagem alta de glóbulos
prognóstico neutro.
brancos ao diagnóstico (>
50.000); Alternativa D – Incorreta: Atipia
linfocitária > 30% é esperada em
• Leucemia de células T;
quadros leucêmicos, portanto, é um
• Presença de translocação fator prognóstico neutro.
t(9;22) – Cromossomo
Alternativa E – Correta: Pacientes com
Philadelphia;
idade entre 1 e 9 anos têm bom
prognóstico!
32. Um homem de 22 anos de idade
desenvolveu escoriações de pele que se
infectaram, melhorando com o uso de
pomada de antibiótico (sic). Cerca de
uma semana após o aparecimento das
lesões de pele, passou a apresentar
cefaleia, edema periorbitário matinal e
urina escura, "cor de coca-cola" (sic). O
volume urinário diminuiu para menos
de 1 000 mL/dia. Em consulta médica,
foi verificada pressão arterial = 150 x 110
mmHg, bem como edema de membros
inferiores (++/4). O achado no exame do
sedimento urinário característico do
processo que acomete o paciente é a
presença de
O detalhe era lembrarmos que além da
A) pigmentos hemáticos. amigdalite por esta bactéria, infecções
como impétigo e escarlatina também
B) cilindros hemáticos. podem levar a quadro de
C) proteinúria (++++/4+). glomerulonefrite.

D) células epiteliais com lesões de A síndrome é a descrição clássica de


bordos. síndrome nefrítica:

E) hemácias bem conservadas em • Hematuria com cilindros


número superior a 10/campo. hemáticos
• Hipertensão

CCQ: Saber que cilindros hemáticos • Proteinúria e edema estão


são característicos de síndrome presentes mas não em faixas
nefrítica nefróticas

Fala pessoal! Questão clássica que pode • Oligúria


ter confundido algumas pessoas pelo
Lembre-se que na infecção de pele, o
fato do paciente já ter 22 anos. Bora lá
tempo de latência até o aparecimento
entender o que a questão queria de nós. de síndrome nefrítica é maior do que na
Temos um paciente com antecedente amigdalite, sendo de 1-2 semanas em
de escoriações de pele que se média na amigdalite e podendo chegar
infectaram, o que é isso? O famoso até 6 semanas na infecção de pele.
impétigo por Streptococcus beta- Como vimos, nossa principal hipótese é
hemolítico do grupo A. de glomerulonefrite pos-estreptocócica
e o achado característico dentre as
alternativas é o de cilindros hemáticos paciente apresentou colo pérvio e dor à
na urina. Vamos às alternativas: mobilização do colo uterino. Qual a
conduta mais adequada para o caso?
Alternativa A - Incorreta O correto
seria cilindros hemáticos, a banca A) Antibioticoterapia por via oral
tentou fazer uma pegadinha aqui. (ampicilina e sulbactam) e uterotônico.
Alternativa B - Correta Exatamente! B) Antibioticoterapia endovenosa
Como explicado acima. (gentamicina e clindamicina) e
laparotomia.
Alternativa C - Incorreta Essa
proteinúria 4 cruzes em 4, seria C) Antibioticoterapia endovenosa
característica de síndrome nefrótica, (gentamicina e clindamicina) e
onde o edema é generalizado e a histerectomia.
proteinúria é altíssima, chamada de
D) Antibioticoterapia por via oral
proteinúria nefrótica (>3,5g/d)
(ampicilina e sulbactam), em regime
Alternativa D - Incorreta Células ambulatorial.
epiteliais não são comuns de síndrome
E) Antibioticoterapia endovenosa
nefrítica.
(gentamicina e clindamicina) e
Alternativa E - Incorreta As hemácias curetagem uterina.
são chamadas de dismórficas, pois elas
sofrem lesão ao passar pelo glomérulo,
por isso não seriam com conformação CCQ: A endometrite deve ser tratada
normal. As hemácias dismórficas são com antibioticoterapia endovenosa e,
características de glomerulonefrites. se necessário, realizada curetagem
uterina.
Pessoal, questões sobre infecção
puerperal são clássicas na prova de
33. Uma mulher no 10.° dia pós-parto obstetrícia. De forma geral, a OMS
vaginal sem episiotomia, comparece à define morbidade febril puerperal como
Unidade de Emergência referindo febre a presença de febre (T 38 °C) durante ao
de até 38,5°C, dor abdominal e menos dois dias consecutivos, nos
sangramento vaginal aumentado, de primeiros dias após o parto. Entre as
odor fétido. Ao exame, apresentou possíveis etiologias da morbidade febril
pressão arterial = 100 x 60 mmHg, puerperal, temos:
temperatura axilar = 38°C, frequência
• Mastite;
cardíaca = 105 bpm, dor à palpação do
abdome em hipogástrio, sem sinais de • Endometrite;
irritação peritoneal, e útero palpável ao
• Infecção urinária;
nível da cicatriz umbilical. Ao exame
especular, foram observados sangue • Pneumonia puerperal.
coletado em fundo vaginal e pequena
A questão nos traz um quadro clássico
quantidade de membranas em orifício
de endometrite puerperal.
cervical externo. Ao toque vaginal, a
A paciente apresenta todos os sinais 34. Uma mulher de 35 anos de idade,
clínicos da infecção da decídua multípara, com 60 dias pósparto normal
(endométrio gestacional): febre, dor sem epsiotomia, foi admitida numa
abdominal/pélvica, subinvolução Emergência Obstétrica com queixa de
uterina, loquiação com odor fétido ou sangramento vaginal persistente e
presença de membranas. intermitente desde o parto, com
episódios de hemorragia intensa
O tratamento consiste em internação
acompanhados de falta de ar. A
hospitalar, antibioticoterapia de amplo
paciente informa que seu bebê nasceu
espectro (clindamicina + gentamicina)
muito malformado e morreu após 48h
e, no diagnóstico de retenção de
de nascido. Ao exame físico, apresenta
membranas, curetagem uterina.
PA = 110 x 70 mmHg, descorada ++/4+ e
Alternativa A - Incorreta: abdome com tumoração pélvica em
Antibioticoterapia via oral pode ser andar inferior. O exame especular
considerado em casos selecionados. demonstrou vagina com trofismo
Porém, na evidência de repercussão diminuído, colo aparentemente
sistêmica, como taquicardia ou entreaberto, com sangramento
hipotensão, está recomendada a moderado pelo orifício externo.
internação e início de antibioticoterapia Revelou ainda, presença de tumoração
endovenosa. vinhosa de 3 cm de diâmetro em fundo
de saco lateral esquerdo. Ao toque
Alternativa B - Incorreta: No
vaginal, a paciente apresentou colo
momento, não há indicação de
entreaberto e útero aumentado de
laparotomia, uma vez que a paciente
volume. A ausculta pulmonar mostrou
não apresenta clínica de abdome agudo
redução do murmúrio em base
inflamatório.
esquerda, e uma radiografia do tórax
Alternativa C - Incorreta: No indicou a presença de múltiplas
momento, não há indicação de imagens nodulares em pulmão direito.
histerectomia. Nos casos de A hipótese diagnóstica mais provável
endomiometrite e refratariedade ao para esse caso é
tratamento clínico, a histerectomia
A) mioma parido.
pode ser considerada.
B) inversão uterina.
Alternativa D - Incorreta: Paciente
com repercussão sistêmica de uma C) coriocarcinoma.
infecção puerperal deve ser tratada em
D) laceração de canal de parto.
regime hospitalar.
E) carcinoma de células claras de
Alternativa E - Correta: Devemos
vagina.
remover os restos placentários ao
mesmo tempo em que realizamos a
antibioticoterapia.
CCQ: Pensar em neoplasia
trofoblástica em pacientes com
sangramento mantido no pós-parto Alternativa C – Correta: como vimos,
associado à massa pélvica esta é nossa hipótese principal.
Pessoal, questão menos frequente Alternativa D – Incorreta: como vimos,
sobre neoplasia trofoblástica não é nossa principal hipótese.
gestacional. Temos uma paciente com
Alternativa E – Incorreta: não é a nossa
60 dias pós-parto e queixa de
hipótese.
sangramentos persistentes desde o
parto. Neste caso, devemos desconfiar
de alguma patologia associada a
35. Um homem de 46 anos de idade
gestação anterior.
comparece à Unidade Básica de Saúde
Além desse quadro de sangramento, o (UBS) queixando-se de episódio de
exame físico mostra massa vinhosa em vômito em grande quantidade, com
fundo de saco e diminuição do sangue vivo, há um dia, após libação
murmúrio pulmonar reduzido e RX alcoólica. Nega episódio similar
tórax com nódulos. Mentorando, anterior, mas já foi internado para
juntando todas essas informações, "tratar doença no fígado" (sic). Hoje
devemos lembrar das neoplasias apresentou fezes diarreicas em grande
trofoblásticas gestacionais. volume, fétidas e enegrecidas. Sente-se
fraco e a "vista escurece" sempre que se
Dentre as neoplasias trofoblásticas, a
levanta. Ainda não urinou hoje. Ao
Mola invasora (corioadenoma
exame físico: regular estado geral,
destruens): a mola invasora corresponde
emagrecido, palidez cutâneo-mucosa
a 70-90% dos casos. Enquanto o
(++/4+), desidratado (+++/4+),
Coriocarcinoma corresponde a 10-30%
anictérico, descamação superficial da
das neoplasias trofoblásticas
pele em extremidades, PA = 90 x 60
gestacionais.
mmHg, pulso = 110 bpm, abdome
Por curiosidade, o coriocarcinoma, na globoso, presença de ascite, aranhas
maioria das vezes, preenche a cavidade vasculares e circulação colateral
uterina, invadindo útero e vasos, periumbilical. O paciente foi transferido
provocando hemorragia e necrose, para uma Unidade de Emergência, onde
sendo geralmente vermelho-escuro ou se firmou o seu diagnóstico e foram
roxo e bastante friável. O que pode tomadas as medidas emergenciais
explicar a tumoração vinhosa. adequadas ao caso. Qual o diagnóstico
mais provável e que medidas
Vamos as alternativas.
emergenciais devem ter sido adotadas?
Alternativa A – Incorreta: o mioma
A) Trata-se da síndrome de Mallory
parido não explica os sintomas da
Weiss. As medidas emergenciais
paciente.
incluem lavagem gástrica com solução
Alternativa B – Incorreta: não a salina gelada, reposição volêmica e
alterações no exame físico que nos inibidores de bomba de prótons.
façam pensar nesta hipótese.
B) Trata-se da síndrome de Mallory
Weiss. As medidas emergenciais
incluem reposição volêmica e As principais manifestações clínicas são
endoscopia para cauterização dos sinais relacionados ao complexo
pontos de sangramento. hiperestrogenismo-
hipoandrogesnismo (eritema palmar,
C) Trata-se da síndrome de Mallory
telangiectasias, ginecomastia, atrofia
Weiss. As medidas emergenciais
testicular, rarefação de pelos); sinais
incluem lavagem gástrica com solução
relacionados a hipertensão portal
salina gelada, cauterização dos pontos
(ascite, varizes esofagianas,
de sangramento e inibidores de bomba
esplenomegalias, circulação portal
de prótons.
visível, sindrome de hipertensão
D) Trata-se de rotura de varizes portopulmonar); sinais relacionado a
esofágicas. As medidas emergenciais insuficiência hepatocelular
incluem reposição volêmica e descompensada (icterícia,
endoscopia para ligadura endoscópica encefalopatia hepática, coagulopatia,
das varizes esofágicas. hipoalbuminemia, desnutrição,
imunodepressão e sindromes
E) Trata-se de rotura de varizes
hepatorrenal e hepatopulmonar).
esofágicas. As medidas emergenciais
Assim, comparando com as
incluem reposição volêmica e
manifestações do caso, o diagnóstico
passagem de balão de Sengstaken-
provável é de cirrose hepática.
Blakemore.
Sobre as varizes esofagianas, ponto
chave da questão, pelo menos em 30-
CCQ: Saber identificar as principais 40% dos casos elas evoluem para
manifestações clínicas da cirrose sangramento, sendo a causa mais
hepática, principalmente as varizes comum de hemorragia digestiva alta
esofagianas em paciente com hipertensão porta. A
conduta em caso de sangramento é a
Olá mentorando! Questão
estabilização com solução cristaloide
relativamente simples e comum sobre
e/ou sangue, pacientes com
cirrose hepática. Esse é um tema
rebaixamento do nível de consciência
recorrente, então vamos fixar alguns
devem ser intubados, e endoscopia
conceitos.
digestiva alta deve ser realizada o mais
A cirrose hepática é um processo rápido possível no paciente
irreversível patológico do parênquima estabilizado. Para tratamento utiliza-se
hepático composto por dois técnica endoscópica de ligadura
componentes: fibrose hepática e elástica.
rearranjo da arquitetura lobular em
Diante disso, vamos às alternativas:
nódulos de regeneração. Apresenta
diversas causas, sendo principalmente Alternativa A – Incorreta: A síndrome
por vírus hepatotrópicos, álcool, de Malllory-Weiss é uma laceração do
drogas, hepatopatias autoimunes, esôfago distal e estômago proximal
doenças metabólicas, hepatopatias após vômitos vigorosos. Lavagem
colestáticas, etc.
gástrica não é recomendada como B) Divulgar precocemente o índice de
tratamento. infestação dos domicílios pelo Aedes
aegypti.
Alternativa B – Incorreta: A síndrome
de Malllory-Weiss apresenta como C) Observar rigorosamente a
tratamento de escolha hemostasia responsabilidade médica envolvida no
endoscópica. E apesar de ser um tratamento diferenciado imediato.
diagnóstico diferencial para varizes
D) Adotar protocolos para tratamento
esofagianas, não é compatível com
da doença, construídos
todas as manifestações apresentadas
cuidadosamente ao longo do episodio
no caso.
epidêmico.
Alternativa C – Incorreta: Novamente,
E) Capacitar seletivamente os
lavagem gástrica não é recomendada
profissionais de saúde a serem
como tratamento.
mobilizados na atenção aos suspeitos
Alternativa D – Correta: O quadro é de dengue
compatível com varizes esofagianas,
um dos sinais da cirrose hepática, sendo
a técnica endoscópica de ligadura CCQ: Saber que a vigilância
elástica o tratamento de escolha após epidemiológica deve divulgar
estabilização do paciente. precocemente o índice de infestação
dos domicílios pelo Aedes aegypti na
Alternativa E – Incorreta: A técnica
vigência de processos epidêmicos de
endoscópica de ligadura elástica que é o
dengue
tratamento de escolha após
estabilização do paciente. Pessoal, os atributos da vigilância
epidemiológica são frequentemente
Dessa forma, como a questão solicita
presentes nas provas de residência.
o diagnóstico provável e as medidas, o
Fique atento!
nosso gabarito é letra D.
A lei 8.080/90, conhecida como Lei
Orgânica da Saúde, define a Vigilância
36. A dengue é considerada a mais Epidemiológica (VE) como "conjunto de
importante arbovirose que acomete o ações que proporciona o
homem e, desde 1986, vem se conhecimento, a detecção ou
destacando como agravo à saúde prevenção de qualquer mudança nos
prevalente no país, com registro fatores determinantes e condicionantes
considerável da forma hemorrágica e de da saúde individual ou coletiva, com a
óbitos. Na vigência de episódios finalidade de recomendar e adotar as
epidêmicos de dengue, qual a medida medidas de prevenção e controle das
adequada de vigilância epidemiológica? doenças ou agravos". Ela é estruturada
a partir da sequência informação-
A) Aplicar inseticida como
decisão-ação, sendo importante para o
aerodispersoide.
controle de agravos com importância
na saúde pública, especialmente em
doenças infecciosas passíveis de Alternativa B – correta: Essa é a única
prevenção e controle da transmissão. alternativa que contempla uma das
atribuições da vigilância: obtenção de
Entre suas atribuições temos:
informações e divulgação precoce para
• Coleta e processamento de que as medidas sejam tomadas a nível
dados local.

• Análise e interpretação dos Alternativa C – incorreta: Observar a


dados processados responsabilidade médica também não
está entre as atribuições da vigilância
• Investigação epidemiológica de
epidemiológica, concorda?
casos e surtos
Alternativa D – incorreta: Os
• Recomendação e promoção das
protocolos devem ser adotados, mas a
medidas de controle
sua elaboração foge ao escopo da VE.
apropriadas
Alternativa E – incorreta: Essa
• Avaliação da eficácia e
atribuição também não é da VE.
efetividade das medidas
adotadas
• Divulgação de informações 37. Um adolescente com 12 anos de
sobre as investigações, medidas idade é admitido na Emergência com
de controle adotadas, impacto quadro de asma brônquica. A mãe
obtido, formas de prevenção de refere que seu filho apresenta quadro
doença de asma desde os 4 anos de idade e que,
diariamente, costuma ter sintomas
Lembre-se que a principal fonte de
respiratórios e, semanalmente,
dados que alimenta o sistema de
despertar noturno. Refere necessidade
Vigilância Epidemiológica é a
de ministrar beta -2- agonista quase
notificação compulsória. Quais são os
diariamente e que a criança tem
critérios para que uma doença seja de
limitações das atividades físicas por
notificação compulsória? Magnitude,
haver exacerbação do quadro asmático.
potencial de disseminação,
Ao exame físico, a criança está
transcendência, vulnerabilidade,
consciente, orientada, com desconforto
compromissos internacionais,
respiratório moderado, saturação de
Regulamento Sanitário Internacional e
oxigênio (94%), perfusão capilar
epidemias, surtos e agravos inusitados.
periférica de 2 segundos. A frequência
Após essa breve revisão, vamos às cardíaca é de 110 bpm. Pressão arterial
alternativas: = 100 x 70 mmHg, pulsos periféricos e
centrais simetricamente palpáveis. De
Alternativa A – incorreta: Essa é uma
acordo com o IV Consenso Brasileiro
medida no combate à dengue, mas não
para o Manejo da Asma, o quadro
é executada pela vigilância
relatado classifica-se como
epidemiológica.
A) asma brônquica intermitente.
B) asma brônquica persistente leve.
C) asma brônquica persistente grave.
D) asma brônquica intermitente
moderada.
E) asma brônquica persistente
moderada.
Agora, vamos avaliar os steps do
tratamento:
QUESTÃO DESATUALIZADA
Pessoal, atenção para uma dica
importante para as suas provas de
Pediatria: o tema “asma” é queridinho
pelas bancas, pois, além de muito
comum na prática clínica, sofreu uma
atualização importante nos últimos
anos. Vamos revisar juntos? Vem com a
gente:
Antigamente, se classificava a asma
com base em alguns critérios clínicos, o Note que, para crianças entre 5 a 12
uso de medicação de resgate, prova de anos, já orienta-se iniciar corticoide
função pulmonar e peak flow. Com base inalatório em baixa dose logo no step 1,
nesses critérios, o quadro do paciente e essa é a grande mudança do GINA
era classificado em asma intermitente, 2019!
persistente leve, persistente moderada
Agora que revisamos esse tópico tão
e persistente grave.
importante, vamos classificar o nosso
Contudo, o que o GINA 2019 traz é o paciente:
tratamento baseado em steps
• Sintomas diários mais de duas
conforme a classificação baseada no
vezes por semana: sim. Nosso
controle clínico das últimas 4 semanas.
paciente apresenta sintomas
Devemos manter o tratamento se ela
respiratórios diários.
estiver controlada, descer 1 step se ela
estiver controlada por 3 meses ou subir • Qualquer limitação das
1 step se estiver parcialmente atividades: sim!
controlada ou não controlada.
• Sintomas despertares noturnos:
Vamos juntos avaliar os critérios sim, semanalmente.
clínicos conforme a tabela abaixo:
• Tratamento de alívio mais de 2
vezes por semana: sim, quase
diariamente.
Portanto, trata-se de uma asma não que cursam com HAS (PA ≥ 140X90) na
controlada, e não há resposta para a gestante.
questão.
A idade gestacional e a presença de
outros comemorativos auxilia na
caracterização dos DHEG, que podem
38. Acerca de distúrbios hipertensivos
ser:
na gestação, é correto afirmar que uma
paciente gestante com • Alternativa B - correta** -
Hipertensão gestacional ou
A) hipertensão acima de 140 x 90
transitória (HAG):** HAS,
mmHg, sem edema e sem proteinúria,
geralmente leve ou moderada,
apresenta característica de pré-
após a 20ª semana e que se
eclâmpsia grave.
resolve nas primeiras 12
B) hipertesão leve ou moderada, sem semanas após o parto.
edema e sem proteinúria, apresenta
• Alternativa A - incorreta - Pré-
característica de hipertensão
eclâmpsia: ** HAS após a 20ª
transitória.
semana, associado à
C) hipertensão, edema e proteinúria proteinúria.**
antes das 20 semanas de gestação,
• Alternativa D - incorreta -
apresenta características de doença
Hipertensão crônica ou prévia
hipertensiva específica da gestação.
(HAC): HAS elevada e sendo
D) hipertensão antes das 20 semanas de diagnosticada antes de 20
gestação com proteinúria de 24 horas semanas e sem outras
com mais de 300 mg/L, apresenta alterações. Nessas casos, não
característica de hipertensão crônica. esperamos encontrar
proteinúria na HAS cronica -
E) acréscimo na pressão diastólica de 15
ainda mais com um valor tão
mmHg e na sistólica de 30 mmHg, com
elevado assim.
edema, apresenta características de
doença hipertensiva específica da • HAC com Pré-eclâmpsia
gestação. sobreposta: definição da HAC
associada a proteinúria;
• Eclâmpsia: Pré-eclâmpsia
CCQ: Caracterização dos distúrbios
associada a convulsões tônico-
hipertensivas específicos da gestação.
clônicas generalizadas;
Excelente questão! Vamos às
A Síndrome HELLP, cujo diagnóstico é
alternativas (de acordo com uma ordem
laboratorial, é quando temos hemólise
de raciocínio)?
+ lesão hepatocelular + plaquetopenia
Alternativas C e E - incorretas. Os nas DHEG.
distúrbios hipertensivos específicos na
**Nosso gabarito, então, é a letra B! **
gestação (DHEG) englobam patologias
39. Mulher de 48 anos de idade, obesa, Fala pessoal! Um conjunto robusto de
procura ambulatório de Clínica Médica, estudos de boa qualidade indica que a
acompanhada da irmã, com queixas de associação de psicoterapia com
sentirse cansada, sem ânimo e interesse farmacoterapia é a conduta mais
para suas atividades corriqueiras e eficaz para a depressão. Em casos
sociais, apresentando constante leves, considerando o custo e o risco-
vontade de dormir, sem conseguir benefício, a psicoterapia pode ser
concentrar-se nas suas atividades. Seu indicada como monoterapia, enquanto
peso aumentou de 75 para 82 kg em um em casos moderados a graves a
mês. A irmã relata que a paciente "está farmacoterapia tem que ser utilizada.
fazendo as coisas de maneira lenta",
Como escolher um fármaco? Primeiro, é
passa os dias em um quarto escuro e
preciso saber que:
verbalizou vontade de morrer. Exame
físico: IMC = 31 kg/m2 (valor de • Não há diferença na eficácia a
referência < 25 Kg/m2 ), sem outras curto e longo prazo e na
alterações. A paciente tem histórico de velocidade de resposta entre os
arritmia cardíaca. Avaliação recente de antidepressivos;
função tiroideana revelou resultados
• Há diferença entre efeitos
normais para TSH, T3 e T4. No caso
colaterais, interação
descrito acima, qual a conduta
medicamentosa,
terapêutica mais adequada?
tolerabilidade e custo.
A) Indicação de psicoterapia de apoio e
Diante disso, a escolha vai depender de:
de antidepressivo tricíclico.
• Cronicidade + evolução +
B) Indicação de psicoterapia cognitivo-
resposta + gravidade +
comportamental e inibidor da mono-
comorbidades + tratamentos
amino-oxidase.
prévios e atuais + custo-
C) Prescrição de antidepressivo inibidor benefício.
seletivo da recaptação de dopamina.
Considerando esses fatores, os ISRS
D) Indicação de psicoterapia e têm sido os mais utilizados como
antidepressivo inibidor seletivo da primeira droga, em monoterapia, na
recaptação de serotonina. maioria dos casos, pois possuem, em
comparação aos demais
E) Prescrição de associação de
antidepressivos, maior tolerabilidade,
antidepressivo inibidor de serotonina e
efeitos colaterais mais leves, custo
antipsicótico.
razoável, menor interação
medicamentosa e menor
contraindicação.
CCQ: Saber que a primeira linha de
tratamento para o transtorno Alternativa D - Correta: Como no caso
depressivo maior é a associação entre em questão o quadro é recente, sem
psicoterapia e inibidores seletivos de tratamento prévio e não há
recaptação de serotonina (ISRS) contraindicações, ISRS seria a primeira
escolha medicamentosa - e justamente raio X de tórax em PA mais dois raios
por ter a melhor tolerabilidade, X de abdome em AP (sendo um em
comparada aos demais fármacos, a ortostase e um em decúbito dorsal)
adesão terapêutica tende a ser maior,
Temos aqui uma paciente com um
algo ainda mais importante nesse caso
quadro de abdome agudo de provável
por haver ideação suicida.
etiologia perfurativa (dor abdominal
súbita, intensa, contínua, com histórico
de uso prévio de AINES e abdome
40. Uma mulher com 31 anos de idade
tenso, impossibilitando palpação
procurou atendimento de urgência
profunda). Lembre-se que, geralmente,
relatando um quadro de dor abdominal
as questões de abdome agudo que
de início abrupto, difusa, contínua,
trazem a informação de uso prévio de
intensa, com duração de cerca de seis
AINES querem te direcionar a pensar
horas, acompanhada de vômitos.
em abdome perfurativo por úlcera
Referiu também que tem utilizado
péptica.
diclofenaco de sódio, 50 mg de 8/8
horas, há aproximadamente um mês, Nesse contexto, sabendo que o
para tratamento de lombalgia. Ao principal diagnóstico da paciente é de
exame físico: frequência cardíaca = 120 um abdome agudo perfurativo, um sinal
bpm, pressão arterial = 90 x 60 mmHg, extremamente importante que
temperatura axilar = 38,2°C. Ao exame podemos encontrar para confirmar o
do abdome, verifica-se a presença de diagnóstico sindrômico é a presença de
aumento da tensão da parede pneumoperitônio. Esse sinal (presença
abdominal, com dor intensa e difusa à de ar entre diafragma e fígado e/ou ar
percussão e à palpação superficial, entre diafragma e estômago) é
dificultando a palpação profunda. proveniente de uma perfuração em
Ruídos hidroaéreos diminuídos. O víscera oca.
exame complementar mais indicado
A investigação diagnóstica nesse caso
para a investigação diagnóstica inicial
deve ser feita com a rotina radiológica
da paciente é a
de abdome agudo, formada por um raio
A) tomografia computadorizada do X de tórax em PA mais dois raios X de
abdome. abdome em AP (sendo um em ortostase
e um em decúbito dorsal).
B) radiografia de tórax e de abdome em
ortostase. Alternativa A - Incorreta: A TC de
abdome é padrão ouro para a maioria
C) ultrassonografia abdominal total.
das etiologias de abdome agudo,
D) endoscopia digestiva alta. principalmente nos casos de abdome
agudo inflamatórios, pois, caso não
E) ressonância magnética do abdome.
haja perfuração e/ou obstrução
associadas, os raios X não serão muito
úteis para avaliação. Porém, em casos
CCQ: Saber que a rotina radiológica de
de perfuração, somente o raio X de
abdome agudo é composta por um
tórax ou de abdome que pegue bem
cúpulas diafragmáticas pode nos dar o B) Integralidade.
diagnóstico sindrômico e, assim,
C) Hierarquização.
evidenciar a necessidade de abordagem
cirúrgica imediata. D) Resolubilidade.
Alternativa B - Correta: Para E) Descentralização.
evidenciar pneumoperitônio, as
radiografias de tórax e de abdome em
ortostase são suficientes. Mas, vale CCQ: Saber que a equidade é ofertar o
lembrar que, dentro da rotina, pedimos cuidado de acordo com as
o RX de abdome em decúbito dorsal necessidades de cada localidade
também.
Galera, questões sobre princípios do
Alternativa C - Incorreta: A SUS são queridinhas de prova e você vai
ultrassonografia costuma ser utilizada acertar esse tema!
para avaliação inicial na suspeita de
Então bora revisar esse tema!
apendicite e colelitíase, mas não é o
ideal nesse caso. A portaria de 2017 aprovou a Política
Nacional de Atenção Básica (PNAB) que
Alternativa D - Incorreta: A endoscopia
estabelecia as diretrizes e princípios
seria uma maneira de confirmamos o
para a organização da Atenção Básica,
diagnóstico de abdome agudo
na Rede de Atenção à Saúde (RAS) e
perfurativo por úlcera péptica
quais são eles?
perfurada, porém, é um exame menos
disponível que o RX, mais caro, exige
mais tempo, preparo, não fazendo
parte do arsenal de exames iniciais para
abdome agudo.
Alternativa E - Incorreta: A RNM, nos
quadros de abdome agudo, é utilizada
em casos excepcionais, não sendo
gora vamos ver a questão. O enunciado
indicada nesse caso.
descreve a tendência de melhoria nos
indicadores de saúde, mas destaca
principalmente a melhora nas cidades
41. Na pesquisa realizada para
de IDH baixo. Ora, quer dizer que as
avaliação da implantação da Estratégia
demais cidades não foram
da Saúde da Família no Brasil, publicada
contempladas? Não!
pelo Ministério da Saúde em 2006, a
tendência geral observada foi a O enunciado evidencia o aumento mais
melhoria dos indicadores de saúde nos expressivo nos Municípios com IDH
municípios de IDH baixo (< 0,7). Esses menor, uma vez que estes apresentam
dados mostram o cumprimento de qual mais dificuldades e necessitam de mais
dos princípios do SUS listados abaixo? investimento.

A) Equidade.
Assim, vamos lembrar que a equidade é nascimento de seu primeiro filho. A
justamente ofertar o cuidado, gestação correu sem intercorrências e o
reconhecendo as diferenças nas parto foi vaginal, a termo. O bebê
condições de vida e saúde e de acordo nasceu com 3 500 g, Apgar de 9 e 10,
com as necessidades das pessoas, tendo recebido alta com a mãe em 2
considerando que o direito à saúde dias. No momento, a mãe mostra-se
passa pelas diferenciações sociais e muito ansiosa e insegura quanto à
deve atender à diversidade. amamentação e tem apresentado
dificuldades para amamentar seu filho.
Vamos à análise das alternativas?
Relata que as mamas estão repletas de
Alternativa A - Correta: Como leite, dolorosas e têm fissuras e
explicado acima, ao dar mais atenção a sangramento frequentes. Além disso, o
quem mais precisa, atendemos ao bebê chora muito e fica irritado pela
princípio da equidade. dificuldade em mamar. O pediatra
observa que a criança está em excelente
Alternativa B - Incorreta: O princípio
estado geral e já superou o peso de
da integralidade dispõe sobre o
nascimento. Tendo em vista as
atendimento integral ao paciente em
vantagens do aleitamento materno, a
todos os níveis de atenção. Não é esse o
mãe deve ser estimulada a mantê-lo, a
conceito trazido pelo enunciado,
despeito dessas dificuldades iniciais,
concorda, mentorando?
com a recomendação de
Alternativa C - Incorreta: A
A) lavar as mamas a cada mamada, para
hierarquização compreende a
evitar infecções, e fazer aplicação
organização dos serviços em níveis
tópica de creme de corticosteroide.
crescentes de complexidade. Não foi
esse o conceito trazido pelo enunciado! B) limitar o tempo de mamada a 20
minutos e, caso a criança chore,
Alternativa D - Incorreta: A
oferecer complemento com fórmula
resolubilidade é um princípio
infantil.
organizativo do SUS, cuja definição é
que o serviço deve ser competente para C) oferecer complemento com fórmula
resolver as demandas de saúde do infantil a cada 3 horas, para compensar
paciente dentro do seu nível de a dificuldade nas mamadas, e usar
competência. protetor de seio materno.

Alternativa E - Incorreta: A D) expor a mama ao sol de 10 a 15


descentralização é um princípio minutos, duas vezes ao dia, visando
organizativo do SUS que visa dividir o evitar as rachaduras e, consequente,
poder e as responsabilidades entre os sangramento no bico do seio.
três níveis de governo (municipal,
E) estabelecer horários fixos de
estadual e federal).
mamadas a cada 3 horas, de modo a
disciplinar a criança, evitando que ela
mesma tenha horários aleatórios para
42. Uma mãe comparece à primeira
alimentação.
consulta de Pediatria após 15 dias do
mamas. O mesmo vale no caso das
fissuras, e não há recomendação para o
QUESTÃO DESATUALIZADA
uso de quaisquer cremes ou pomadas.
Fala pessoal! Saber orientar sobre
Alternativa B e E - Incorretas: Não há
aleitamento é uma das funções mais
estabelecimento de tempo limite ou
importantes na pediatria. Aqui temos
horários fixos. A recomendação é o
uma questão desatualizada, mas boa
aleitamento materno sob livre
para revermos como a prova do INEP
demanda.
gosta de cobrar sobre o assunto, então
bora lá! Alternativa C - Incorreta: Como dito,
manter o aleitamento materno, mesmo
O leite materno é a base da alimentação
na presença de fissuras, faz parte do
do recém-nascido, e é indicado de
tratamento do ingurgitamento
forma exclusiva até o sexto mês de vida
mamário. O objetivo é ajudar no
sob livre demanda, sem horário fixo e
esvaziamento das mamas.
sem associação com outros alimentos
ou líquidos. Alternativa D - Incorreta: Há vários
anos que já não há recomendação de
Após o sexto mês, podemos iniciar a
banhos de sol para cicatrização das
alimentação complementar, devendo o
lesões. Pelo contrário, hoje se sabe que
leite materno ser mantido até os dois
tal intervenção pode retardar a cura.
anos de vida, no mínimo.
Mesmo assim, essa ainda foi a resposta
Sabemos que o leite materno ajuda no indicada pela banca.
desenvolvimento e crescimento,
Gabarito da banca: alternativa D.
protege contra alergias e infecções,
favorece o desenvolvimento dos ossos e Gabarito Aristo: sem gabarito.
dos músculos da face, além de
aumentar o vínculo com a mãe.
43. Uma mulher de 72 anos de idade foi
É sempre importante, antes da alta
encaminhada para o ambulatório com
hospitalar, que a equipe de saúde tenha
queixa de astenia e perda ponderal de
o compromisso de verificar a técnica e
quatro quilos em dois meses. Não refere
dar todo suporte para que a puérpera
febre ou tosse. Informa alimentação
consiga amamentar com técnica
regular e caloricamente adequada,
apropriada.
porém pobre em frutas e legumes.
Essa paciente apresenta fissuras e Nega dores. Tem vida sedentária.
ingurgitamento. Qual a conduta? Relata ritmo intestinal de, em média, 1
dejeção a cada 3 a 4 dias, necessitando
Alternativa A - Incorreta: Havendo
eventualmente de uso de laxantes.
ingurgitamento, recomenda-se realizar
Nega tabagismo ou etilismo. Nega
a ordenha manual do excesso de leite
hipertensão ou diabetes; não tem
antes e após as mamadas. Além disso, o
antecedentes cirúrgicos. Ao exame
tratamento inclui: aumentar a
físico, apresenta índice de massa
frequência das mamadas e uso de sutiãs
corpórea = 18 kg/m2 (valor de
adequados para sustentação das
referência < 25 kg/m2 ); pressão arterial uma neoplasia de cólon, o qual está
= 140 x 86 mmHg; mucosas sangrando e causando essa anemia.
hipocoradas; ausência de Para tal diagnóstico, o melhor exame é
linfadenomegalias; tireoide de a colonoscopia. Lembrando que a
tamanho e consistência normais. recomendação do Ministério da Saúde é
Aparelho respiratório e cardiovascular que todos as pessoas, sem risco
sem alterações. Abdome flácido, sem aumentado de CA de cólon e sem
visceromegalias, ruídos hidroaéreos sintomas, devam realizar colonoscopia
presentes. Hemograma realizado no a cada 10 anos a partir dos 50 anos até
mês atual revela Hb = 10g/dL (valor de os 75 anos.
referência: 13,8 ± 2,5 g/dL), Ht = 30%
Vamos às alternativas:
(valor de referência: 42 ± 6%), volume
corpuscular médio = 71fL (valor de Alternativa A - Correta: Como dito
referência: 80 a 96fL). Na investigação acima, a colonoscopia é o melhor
diagnóstica complementar do caso, o exame para tal investigação. Apesar de
exame mais indicado, considerando a ser um exame invasivo e desconfortável
relação custo-benefício, é para o paciente, é o exame padrão-
ouro, podendo, por vezes, ser
A) colonoscopia.
terapêutico.
B) enema com bário.
Alternativa B - Incorreta: O enema
C) retossigmoidoscopia. baritado é um exame limitado
pensando em neoplasia de cólon. Pode
D) pesquisa de sangue oculto nas fezes.
até demonstrar uma redução da luz
E) tomografia computadorizada de intestinal, porém não consegue
abdome. determinar o motivo – câncer? Pólipos?
Doença inflamatória intestinal?
Alternativa C - Incorreta: A
CCQ: Devemos indicar colonoscopia
retossigmoidoscopia é um exame
para idosos com anemia ferropriva
parecido com a colonoscopia, a
sem causa aparente
diferença é que pode ser feito a nível
Questão que cai bastante nas provas de ambulatorial e só examina até o cólon
revalidação médica. A banca aborda um sigmoide, ou seja, é um exame com
caso clássico de idoso com anemia restrições. Considerando a hipótese de
ferropriva, sem causa aparente, que neoplasia de cólon, devemos pesquisar
deve nos fazer pensar em neoplasia todos os segmentos.
intestinal.
Alternativa D - Incorreta: A pesquisa
É apresentada uma idosa, 72 anos, de sangue oculto nas fezes é uma
previamente hígida, com astenia, perda alternativa, com muita limitação, à
ponderal, IMC em limite inferior da colonoscopia. A sensibilidade de
normalidade, constipação e com detectar sangue oculto não é tão boa,
hemograma evidenciando uma anemia alimentos vermelhos podem falsear o
ferropriva. Devemos considerar sempre exame e não determina qual a etiologia
exata do sangramento – divertículo? diferencial do corrimento vaginal. O
Neoplasia? Pólipos? quadro clínico da questão sugere uma
vaginose bacteriana, que é ocasionada
Alternativa E - Incorreta: A tomografia
por um desequilíbrio da flora vaginal, no
computadoriza tem restrição quanto ao
qual tem-se um aumento
diagnóstico de neoplasias intestinais
polimicrobiano, principalmente da
incipientes. No geral, a TC só é capaz de
Gardnerella vaginalis. Metade das
detectar aqueles tumores já avançados
portadoras dessa infecção apresentam
que causam um espessamento
sintomas. Seu diagnóstico é feito na
considerável da mucosa.
presença de 3 dos 4 critérios de Amsel,
os quais caracterizam o quadro clínica
dessa patologia e são:
44. Uma mulher de 21 anos, nuligesta,
casada, em uso de método • Corrimento homogêneo, fino,
contraceptivo oral, procurou branco-acinzentado,
atendimento ginecológico com queixa microbolhoso;
de corrimento vaginal branco-
• pH vaginal > 4,5;
acinzentado, de pequena intensidade e
odor fétido, que se iniciou há 5 dias. A • Teste de Whiff ou teste das
paciente relata ter feito uso de aminas positivo;
fluconazol oral sem melhora. Nesse
• Clue cells em uma amostra do
caso, qual o principal agente etiológico
corrimento vaginal.
e a conduta terapêutica a ser adotada?
Visto isso, vamos analisar as
A) Chlamydia; tratamento com
alternativas:
tinidazol.
Alternativa A - Incorreta: O agente
B) Candidíase; tratamento com
etiológico é a Chlamydia trachomatis,
cetoconazol.
um coco gram-negativo intracelular.
C) Gonococo; tratamento com Gera sintomatologia semelhante à da
metronidazol. gonorreia, sendo os agentes
geralmente tratados juntos pelo quadro
D) Trichomoníase; tratamento com
sindrômico. Os tratamentos de escolha
ampicilina.
para clamídia são azitromicina e
E) Gardenerella; tratamento com doxiciclina.
secnidazol.
Alternativa B - Incorreta: O corrimento
da candidíase é esbranquiçado, com
aspecto de nata e com prurido
CCQ: Lembrar que a vaginose
associado. Além disso, o pH vaginal
bacteriana gera corrimento branco-
tende a ser mais ácido <4,5 e o
acinzentado fétido, e é tratada com
corrimento geralmente não é fétido.
metronidazol
Como você provavelmente já sabe, não
Questão do Revalida com um tema é considerada uma IST. A candidíase
muito comum nas provas: o diagnóstico pode ser tratada com fluconazol e,
como a paciente não melhorou a antibiótico é um nitroimidazol, assim
despeito de ter utilizado esse como o metronidazol e apresenta meia-
medicamento, essa não é a hipótese vida maior que este. Além disso,
mais provável. estudos recentes evidenciam que 2 g de
secnidazol em dose única é tão eficaz
Alternativa C - Incorreta: A gonorreia,
quanto 7 dias de 500 mg de
causada pela bactéria Neisseria
metronidazol por 7 dias, porém, tal
gonorrhoeae, gera corrimento vaginal
medicação só foi aprovada
purulento e pode estar associado a
recentemente em 2017 para o
sintomas de doença inflamatória
tratamento de vaginose bacterina pela
pélvica. Ao exame especular, é vista
FDA.
intensa inflamação do colo uterino, que
pode estar friável. O tratamento de
escolha para gonorreia é a ceftriaxona
45. Uma mulher de 57 anos de idade,
e, como é uma IST, as parcerias sexuais
portadora de litíase biliar diagnosticada
sempre devem ser tratadas.
há 12 anos por ultrassonografia
Alternativa D - Incorreta: A abdominal, tem antecedentes de três
tricomoníase é causada pelo episódios sugestivos de colecistite
Trichomonas vaginalis, um protozoário aguda tratados clinicamente. Não tem
que gera corrimento amarelo- outras comorbidades. Submetida à
esverdeado, bolhoso, abundante e ultrassonografia abdominal há cerca de
fétido. Além disso, ao contrário da duas semanas, em decorrência de novo
vaginose, que não gera inflamação, a quadro de dor abdominal em cólica, o
tricomoníase causa inflamação do colo exame mostrou, além de vários cálculos
uterino que ao exame especular pode pequenos no interior da vesícula, placas
ser visualizada como em aspecto de opacificando os contornos da parede,
framboesa. É uma IST, então a parceria sugerindo "vesícula em porcelana".
sexual também sempre deve ser tratada Qual a conduta mais indicada nesse
com metronidazol. caso?
Alternativa E - Correta: Como vimos, o A) Litotripsia extracorpórea
diagnóstico mais provável para essa
B) Tratamento cirúrgico.
paciente é a vaginose bacteriana.
Segundo o Ministério da Saúde, deve- C) Emprego do ácido ursodesoxicólico.
se tratar toda mulher sintomática,
D) Colangioressonância.
sendo a primeira opção o metronidazol
tópico 1x/noite por 5 dias ou E) Mudanças de dieta e analgésicos sob
metronidazol 500 mg VO 12/12h por 7 demanda.
dias; e como esquema alternativo pode
ser usado a clindamcina 300 mg VO de
12/12h por 7 dias. A única alternativa em CCQ: Indicação cirúrgica na colelitíase
que consta Gardnerella vaginalis como
Paciente do sexo feminino com 57 anos
opção apresenta o secnidazol como
tem litíase biliar diagnosticada por
tratamento a ser adotado; esse
ultrassonografia e já teve 3 episódios de
colecistite aguda. Já deveria ter sido Mudanças no estilo de vida, com menor
submetida à colecistectomia desde a consumo de alimentos gordurosos e
primeira vez que esteve sintomática!! analgésicos durante os episódios de
cólica biliar, são a terapêutica enquanto
Tendo isso em mente, já sabemos que a
se aguarda a cirurgia para diminuir as
resposta certa seria o tratamento
crises, já que o paciente com colelitíase
cirúrgico. Porém, a questão ainda
sintomática já tem indicação cirúrgica.
facilita mais: mostra novo USG com
Logo, alternativa E - INCORRETA.
vesícula em porcelana, condição que é
sugestiva de malignidade e tem Quais são as indicações de
indicação cirúrgica mesmo em colecistectomia na colelitíase? Todos os
pacientes assintomáticos. Logo, pacientes sintomáticos e
alternativa B - CORRETA. assintomáticos com:
A colangioressonância até poderia estar • cálculos > 3 cm;
indicada para investigação de
• pólipos na vesícula;
coledocolitíase, caso essa paciente seja
de risco para esta condição. Porém, de • vesícula em porcelana;
qualquer forma, a indicação cirúrgica já
• anomalia congênita da vesícula
está bem estabelecida.
biliar;
Quais são os pacientes com colelitíase
• microesferocitose hereditária;
que precisam fazer
colangiorressonância antes da • pacientes que passarão por
cirurgia? cirurgia bariátrica ou
transplante cardíaco.
Pacientes de médio risco para
coledocolitíase - HPP de colecistite,
colangite ou pancreatite + colédoco de
46. Homem de 48 anos de idade,
≥ 5 mm na USG + 2, ou mais:
agricultor, procedente de zona rural,
hiperbilirrubinemia, aumento de FA,
vem à consulta no ambulatório com
aumento de transaminases (alternativa
queixa de ferida na perna surgida há
D - INCORRETA).
cinco semanas. Nega traumatismo no
A litotripsia extracorpórea (LECO) e o local e relata já ter feito curativos com
ácido ursodesoxicólico são métodos de pomadas de vários tipos nesse período,
tratamento não cirúrgico para sem sucesso. Ao exame físico,
colelitíase nos pacientes com risco encontra-se em bom estado geral,
cirúrgico extremamente proibitivo, ou corado e hidratado. Presença de lesão
naqueles que se recusam a serem ulcerada e única em membro inferior
operados. direito, medindo aproximadamente
dois centímetros no maior diâmetro,
No entanto, não têm a eficácia da
com bordas elevadas e hiperemiadas,
cirurgia e o risco de recidiva dos cálculos
fundo granuloso, úmido e com fibrina,
é enorme. Portanto, alternativas A e C
levemente dolorosa ao toque. Com
INCORRETAS!
base no quadro acima, qual a principal
suspeita diagnóstica e a conduta para o ser dolorosa se houver infecção
caso? secundária.
A) Úlcera cutânea traumática; A complicação mais temida é a
prescrever curativo diário em Unidade evolução mucocutânea, tendo
Básica de Saúde. desenvolvimento crônico, afetando
mucosas e podendo mutilar a face do
B) Úlcera varicosa; encaminhar a um
paciente (podendo ocorrer o sinal do
especialista cirurgião vascular para
nariz de tapir). A investigação dessas
tratamento médico.
lesões se dá pela pesquisa
C) Infecção por bactéria resistente; histopatológica da lesão (via raspado,
colher cultura e antibiograma para curetagem ou biópsia).
antibioticoterapia dirigida.
Sabendo disso, vamos para as
D) Leishmaniose cutânea; realizar alternativas:
pesquisa de parasita através de
Alternativa A - Incorreta: A úlcera
raspado/curetagem ou de biópsia da
cutânea traumática é causada por
lesão.
trauma na região cutânea, não sendo
E) Hanseníase em sua forma possível no caso, pois o paciente nega
virchowiana; investigar presença de traumatismo no local.
bacilos álcool-ácido-resistentes por
Alternativa B - Incorreta: Mentorando,
pesquisa direta ou biópsia da lesão.
a úlcera varicosa é uma lesão presente
em pacientes que apresentam
insuficiência venosa crônica
CCQ: Saber que lesões cutâneas de
(comumente tendo membros inferiores
bordas hiperemiadas elevadas e
com varizes calibrosas), cursando com
fundo granuloso são sugestivas de
eczema, esclerose e hiperpigmentação
leishmaniose cutânea
do membro inferior. As úlceras
Fala, pessoal! Essa questão do Revalida varicosas costumam aparecer próximo
aborda lesões de pele, sendo esse um ao maléolo medial/terço distal do
tipo de quadro muito comum no dia a membro inferior, tendo bordas
dia do atendimento em unidades infiltradas, fundo fibrinoso e infecções
básicas. O paciente em questão possui secundárias na lesão (erisipela ou
uma lesão de bordas elevadas, celulite). É realmente o melhor
hiperemiadas, com fundo granuloso, diagnóstico diferencial da questão, mas
úmido e com presença de fibrina, a questão não nos dá sinais de
tendo uma evolução de caráter crônico insuficiência venosa.
(5 semanas). Essa lesão é típica de uma
Alternativa C - Incorreta: A questão
doença: a leishmaniose tegumentar,
não nos dá sinais de uma celulite ou
principalmente quando a lesão já está
erisipela resistente aos antibióticos;
avançada e há ulceração. Nos estágios
ambas as infecções são agudas, e não
iniciais, existe a formação de uma
costumam cursar com o aparecimento
pápula após a picada que evolui
de úlceras, mas sim de abscessos.
progressivamente para a úlcera. Pode
Alternativa D - Correta: Certa resposta, persistência do vírus da hepatite no
mentorando! A leishmaniose cutânea organismo por mais de 6 meses
tem as características da lesão do caso caracteriza a hepatite viral crônica (ou
e é muito presente em ambientes rurais seja, alternativa B - CORRETA)
(o paciente do caso é agricultor).
Lembre-se que os vírus que cronificam
Alternativa E - Incorreta: A alternativa são aqueles das "consoantes": B, C e D,
está incorreta, pois a hanseníase enquanto A e E causam somente
virchowiana cursa com lesões de placas hepatites agudas (logo, alternativa A -
eritematosas, infiltradas, difusas e de INCORRETA).
bordas mal definidas. Há madarose e
Vamos para as outras alternativas?
acometimento de mucosas/vísceras,
possui aquele famoso sinal da fácies Alternativa C - INCORRETA A hepatite
leonina. A é mais comum de ser assintomática
em crianças, ocorrendo geralmente
uma gastrenterite, enquanto em
47. Na diferenciação entre as hepatites adultos, manifesta-se com icterícia em
virais deve-se considerar que 70-80% dos casos.
A) todas as hepatites virais podem Alternativa D - INCORRETA Essa
evoluir para a cronicidade. alternativa pode suscitar dúvidas. Sabe-
se que a maior incidência registrada de
B) a persistência do vírus da hepatite C
casos de hepatite B no Brasil é no Sul e
por mais de seis meses define a
Sudeste, o que poderia nos fazer marcar
cronicidade.
esta alternativa.
C) a frequência de sintomatologia na
No entanto, acredita-se que em outras
hepatite pelo vírus A é semelhante
regiões haja uma subnotificação, com
entre os grupos etários.
estudos apontando que a região Norte
D) os índices de endemicidade da seria a mais afetada pelo vírus.
hepatite pelo vírus B, no Brasil, são mais
Alternativa E - INCORRETA A
elevados nos grandes centros urbanos.
alternativa errou ao incluir o vírus D na
E) os vírus A, D e E, do tipo RNA, têm afirmação. Os 3 são vírus de RNA,
transmissão entérica e as infecções porém, só o A e o E possuem
ocorrem nas formas esporádica e transmissão entérica (fecal-oral), com o
epidêmica. vírus D sendo transmitido por via
parenteral ou por relação sexual
desprotegida.
CCQ: Hepatite viral crônica é definida
Lembre-se, por fim, que o vírus da
pela presença do vírus por mais de 6
hepatite D utiliza do vírus B para poder
meses
infectar, existindo duas formas de
Questão conceitual que poderia ser manifestação:
resolvida sabendo de apenas uma
• superinfecção, em que o
informação muito importante: a
paciente já tinha o VHB e
adquire o VHD, ocasionando atribuição exclusiva do médico dentro
maiores chances de hepatite da ESF
fulminante;
Questão que traz as atribuições de cada
• coinfecção, em que os dois vírus profissional dentro da ESF. São muitas
são adquiridos atribuições, mas não fique
simultaneamente. desesperado, vamos trazer aqui as
principais para que você possa guardar
aquilo que mais aparece. Vamos
48. Um médico é contratado para revisar?
trabalhar em uma unidade de saúde
As equipes da ESF são
pertencente à Estratégia de Saúde da
multidisciplinares, formadas por, no
Família. Uma vez por semana, a equipe
mínimo, um médico (preferencialmente
se reúne para planejamento e avaliação
especialista em medicina de família e
das ações. O coordenador explica ao
comunidade, segundo a nova Política
médico o funcionamento da unidade de
Nacional de Atenção Básica - PNAB), um
saúde e apresenta os demais membros
enfermeiro, um técnico de enfermagem e
da equipe. A equipe é composta pelo
4-6 Agentes Comunitários de Saúde
médico, o enfermeiro, o técnico de
(ACS). Guarde essa informação, pois ela
enfermagem, o odontólogo, o técnico
é um CCQ importante dentro desse
de higiene dental e seis agentes
tema, mentorando!
comunitários de saúde. Na equipe de
saúde, caberá ao médico Dentro da ESF existem atribuições
comuns a todos os profissionais da
A) participar do gerenciamento dos
equipe e atribuições específicas de cada
insumos necessários para o adequado
profissional. São inúmeras as
funcionamento da unidade.
atribuições, então vamos destacar as
B) mapear a situação vacinal das atribuições específicas do médico,
crianças menores de 5 anos de idade. pois é o que a questão pede e
analisando as alternativas destacamos
C) realizar a prescrição hospitalar dos
as atribuições dos demais profissionais
pacientes de sua área de abrangência
para que possamos conhecer algumas
D) dispensar medicação controlada delas.
para os pacientes de sua área de
Atribuições específicas do médico:
abrangência.
1 – realizar assistência integral
E) realizar o acolhimento das gestantes
(promoção e proteção da saúde,
encaminhadas ao ambulatório de pré-
prevenção de agravos, diagnóstico,
natal.
tratamento, reabilitação e manutenção
da saúde) aos indivíduos e famílias em
todas as fases do desenvolvimento
CCQ: Saber que participar do
humano: infância, adolescência, idade
gerenciamento dos insumos
adulta e terceira idade;
necessários para o adequado
funcionamento da unidade é
2 – realizar consultas clínicas e o médico da ESF não pode realizar a
procedimentos na UBS e, quando prescrição hospitalar do paciente.
indicado ou necessário, no domicílio
Alternativa D – Incorreta: Essa ação
e/ou nos demais espaços comunitários
deve ser realizada pela farmácia
(escolas, associações etc);
municipal diante de uma prescrição
3 – realizar atividades de demanda corretamente realizada.
espontânea e programada em clínica
Alternativa E – Incorreta: O
médica, pediatria, gineco-obstetrícia,
acolhimento é realizado por todos da
cirurgias ambulatoriais, pequenas
equipe. Não é uma atribuição exclusiva
urgências clínico-cirúrgicas e
do médico.
procedimentos para fins de
diagnósticos;
4 – encaminhar, quando necessário, 49. O pediatra da Emergência de um
usuários a serviços de média e alta Hospital Infantil recebeu uma criança
complexidade, respeitando fluxos de com 2 anos de idade que tinha sido
referência e contra referência locais, atropelada havia 60 minutos. Ao exame
mantendo sua responsabilidade pelo físico, a criança encontrava-se
acompanhamento do plano terapêutico sonolenta e respondendo mal às
do usuário, proposto pela referência; solicitações. Apresentava-se pálida,
desidratada e com sudorese fria.
5 – indicar a necessidade de
Pupilas isocóricas e fotorreativas.
internação hospitalar ou domiciliar,
Mímica facial preservada. Fundo de
mantendo a responsabilização pelo
olho sem sinais de hemorragia ou
acompanhamento do usuário;
edema de papila. Pressão arterial = 40 x
6 – contribuir e participar das 20 mmHg; frequência cardíaca = 160
atividades de Educação Permanente bpm. Ausculta cardíaca sem sopros e
dos ACS, Auxiliares de Enfermagem, ausculta pulmonar normal. Ao exame
ACD e THD; e do abdome, observa-se distensão
importante e diminuição dos ruídos
7 – participar do gerenciamento dos
hidroaéreos. A criança reage à palpação
insumos necessários para o adequado
superficial difusa do abdome e não se
funcionamento da UBS.
palpam visceromegalias. A criança
Agora vamos analisar as alternativas: mobiliza os quatro membros e
apresenta reflexos profundos 2+/4+,
Alternativa A – Correta: Isso mesmo!
globalmente. Apresenta também
Como vimos, essa é uma atribuição
reflexo cutâneo-plantar em flexão
exclusiva do médico na UBS.
bilateralmente. Após a infusão de
Alternativa B – Incorreta: Essa é uma cristaloides e de concentrado de
função específica dos ACSs. hemácias, já com três horas de
evolução, a criança apresentava
Alternativa C – Incorreta: Nenhum
frequência cardíaca = 120 bpm,
profissional pode fazer prescrição fora
frequência respiratória = 40 irpm e
do seu ambiente de trabalho. Portanto,
pressão arterial = 80 X 40 mmHg. O
abdome continuava distendido e manteve distensão importante, dor à
difusamente doloroso à palpação, com palpação, e evoluiu com irritação
hiperemia periumbilical e irritação peritoneal e hiperemia periumbilical.
peritoneal. Os exames laboratoriais
Diante dos exames, temos um aumento
colhidos na terceira hora de evolução
de amilase e lipase, logo, suspeitamos
mostravam: hemoglobina = 9 g/dL
de lesão pancreática, onde o
(valor de referência: 10,6 a 13,0 g/dL);
mecanismo de trauma é a compressão
hematócrito = 27% (valor de referência:
do pâncreas com a coluna vertebral.
32 a 40%); leucócitos = 20 000/mm3
Atentem-se, a questão é bem rica em
(valor de referência: 5 000 a 15 000/mm3
detalhes, mas o aumento de lipase e
); plaquetas = 150 000/mm3 (valor de
amilase a níveis muito elevados, no
referência: 140 000 a 400 000/mm3 );
contexto de trauma, devem nos levar à
nível de bilirrubinas e transaminases
suspeita de trauma pancreático.
hepáticas normais; hiperamilasemia e
hiperlipasemia. Com base no quadro Vamos às alternativas:
clínico e no resultado dos exames
Alternativa A - Incorreta: Se houvesse
laboratoriais, a suspeita diagnóstica é
lesão hepática, teríamos aumento de
de lesão
transaminases e bilirrubinas, os quais
A) hepática e de lojas renais. são marcadores de injúria aos
hepatócitos. No caso de lesão de lojas
B) de bexiga e retroperitôneo.
renais, poderíamos ter hematúria,
C) hepática e de vias biliares. apesar de nem sempre ocorrer.
D) de ureteres e vias biliares. Alternativa B - Incorreta: A ruptura de
bexiga vem geralmente acompanhada
E) pancreática e pneumoperitôneo
de fraturas de bacia, a qual não é citada.
Adicionalmente, a clínica de abdome
distendido, doloroso, com hiperemia
CCQ: Suspeitar de lesão pancreática
periumbilical não fala muito a favor de
traumática diante de aumento de
trauma de bexiga e retroperitônio. O
amilase e lipase
fato de haver hiperamilasemia e
Questão bastante rica em relação ao hiperlipasemia fala muito a favor de
ATLS, mais especificamente, ao trauma trauma pancreático.
automobilístico. Paciente infantil, de 2
Alternativas C e D - Incorretas: Lesão
anos, que sofreu um acidente de carro,
de vias biliares cursaria com aumento
deu entrada no hospital com sinais de
das bilirrubinas nas 3 horas
choque hipovolêmico e suspeita inicial
subsequentes.
de trauma abdominal, com abdome
distendido e dor à palpação superficial. Alternativa E - Correta: Há dois dados
Foi feita estabilização com infusão de no enunciado que justificam essa
cristaloides e concentrado de hemácias, alternativa. O primeiro é abdome com
com melhora parcial nas três horas distensão importante, o que nos leva a
subsequentes, porém, com piora no pensar em lesão de víscera oca
exame físico do abdome. Paciente causando pneumoperitôneo, em adição
aos níveis de amilase e lipase
aumentados.
CCQ: Hérnia encarcerada (casos
Algo a mais: vale lembrar que em refratários ou com obstrução) ou
paciente apresentando irritação estrangulada = cirurgia de urgência
peritoneal, pneumoperitôneo e
A questão descreve um paciente com
instabilidade hemodinâmica, está mais
uma queixa clássica de hérnia,
que indicada a laparotomia
apresentando dor e um “caroço duro na
exploradora.
virilha”, que surgiram após tosses
incontroláveis há 10 horas. E agora, qual
melhor conduta a ser tomada?
50. Um homem de 70 anos de idade,
Devemos reduzir ou não? A resposta é
tabagista há mais de trinta anos, com
não.
doença pulmonar obstrutiva crônica,
chega ao Pronto Atendimento com Quando não devemos reduzir uma
queixa de "dor na virilha" e "caroço hérnia encarcerada?
duro" no local, que surgiram após
• Tempo de encarceramento > 6 -
acesso de tosse importante, há cerca de
8 horas;
10 horas. O paciente informa que a
intensidade da dor está aumentando. • Obstrução intestinal;
Ao exame físico: paciente hidratado,
• Sinais de irritação peritoneal,
normocorado, frequência cardíaca = 92
hiperemia, hipotensão.
bpm, pressão arterial = 140 x 80 mmHg.
O paciente apresenta tumoração Visto que nosso paciente apresentava,
endurecida na fossa ilíaca direita, inicialmente, uma hérnia encarcerada,
dolorosa e irredutível; ruídos mas que evoluiu para estrangulamento,
hidroaéreos presentes na ausculta uma vez que há menção de uma dor
abdominal. Qual a conduta mais cuja intensidade "está aumentando",
indicada para o caso? devemos submeter esse paciente
imediatamente à cirurgia de urgência
A) Solicitar ultrassonografia para
pela possibilidade do sofrimento
esclarecimento diagnóstico.
isquêmico ter induzido uma necrose de
B) Encaminhar para tratamento alça intestinal.
cirúrgico de urgência.
Alternativa A - Incorreta: Está bem
C) Manter paciente em observação, claro que se trata de uma hérnia com
com prescrição de hidratação e sinais de sofrimento agudo de alça,
analgesia parenterais. dessa forma, a conduta cirúrgica está
indicada sem exames complementários
D) Prover analgesia com opioides por
adicionais.
via endovenosa e, em seguida, realizar
nova tentativa de redução da massa. Alternativa B - Correta: Como
discutido anteriormente, o tratamento
E) Solicitar tomografia abdominal de
cirúrgico de urgência está indicado.
urgência para esclarecimento
diagnóstico.
Alternativa C - Incorreta: Quanto mais D) orientar a família a estimular a
tempo o paciente passar sem correção criança e a não deixá-la sempre em
cirúrgica, maior o sofrimento isquêmico posição supina quando desperta.
da alça prolapsada e maiores as chances
E) tranquilizar a família e orientar para
de necrose intestinal.
as diferenças normais de crescimento e
Alternativa D - Incorreta: Como desenvolvimento entre crianças, dentro
discutido anteriormente, como a da faixa de normalidade.
herniação é irredutível, com aumento
progressivo da dor, não está mais
indicada a redução e sim a abordagem CCQ: Saber que uma criança de 08
cirúrgica para, caso já haja uma área de meses que ainda não rola, não traz
necrose importante, ressecá-la. objetos para sua linha média e não
senta com apoio está com
Alternativa E- Incorreta: Assim como
desenvolvimento neuropsicomotor
dito na alternativa A, não há
provavelmente atrasado e, por isso,
necessidade de exames de imagem
deve ser encaminhada a um centro de
adicionais. O diagnóstico de hérnia
maior complexidade
encarcerada/estrangulada é clínico.
Pessoal, temos uma criança de 08
meses que não consegue trazer objetos
51. Uma equipe de Saúde da Família à linha média, não consegue rolar nem
está em visita domiciliar e avalia uma sentar com apoio. Será que essa criança
criança de oito meses. O menino está está com atraso de desenvolvimento?
corado, com peso e estatura adequados Para respondermos a isso, vamos rever
para a idade, fixa e acompanha objetos os principais marcos do primeiro ano de
em seu campo visual, balbucia e, idade:
colocado de bruços, levanta a cabeça
• 02 meses: eleva a cabeça, segue
momentaneamente. Ainda não passa
objetos em 180 graus, sorri
da posição lateral para a linha média,
socialmente e gargalha;
nem rola da posição supina para a
prona. Levantado pelos braços, • 03 meses: eleva a cabeça e o
permanece passivo e não ajuda com o tórax;
corpo. A mãe expressa preocupação
• 04 meses: segura objetos;
porque o irmão mais velho, com a
mesma idade, já sentava sem apoio. A • 06-07 meses: rola, transfere
conduta correta no caso é objetos entre mãos, e tem
preferência por rosto materno.
A) antecipar a consulta seguinte.
Senta-se com apoio;
B) referir a criança para serviço de maior
• 10 meses: movimento de pinça e
complexidade.
brinca de esconde-achou;
C) agendar visitas mais frequentes pelo
• 15 meses: sobe escadas e anda
Agente Comunitário de Saúde.
sozinho.
Sabendo disso, podemos concluir que a vimos que a criança, mesmo quando
criança tem provável atraso no estimulada, não consegue responder;
desenvolvimento neuropsicomotor, já além disso, seu irmão teve
que tem ausência de 02 marcos para desenvolvimento normal, o que diminui
faixa etária anterior, não conseguindo as chances de que a causa desse atraso
trazer objetos para a linha média e não se deva à falta de estímulo.
conseguindo rolar. Dessa forma, ela
Alternativa E - Incorreta: O
deve ser encaminhada para um serviço
desenvolvimento dessa criança se
de maior complexidade, em que uma
encontra fora da faixa de normalidade,
avaliação mais completa será realizada
portanto, deve-se tomar uma conduta.
para determinar não só se esse
diagnóstico é procedente, como
também o prognóstico da criança e
52. Uma mulher de 47 anos de idade
quais as intervenções que podem ser
encontra-se em tratamento de longa
feitas.
data para transtorno do humor.
Vamos, então, às alternativas: Comparece ao ambulatório com queixa
de astenia, sonolência, alteração na
Alternativa A - Incorreta: A criança já
fala, intolerância ao frio, constipação
tem critério para um provável atraso no
intestinal e déficit de memória. Ao
desenvolvimento neuropsicomotor,
exame, nota-se frequência cardíaca = 55
assim, a antecipação da consulta não é
bpm, pele seca e descamativa, reflexos
medida suficiente para essa criança,
tendinosos diminuídos bilateralmente.
que deve ser encaminhada a um centro
O quadro clínico apresentado está
de maior complexidade para ser
relacionado a efeito adverso do
avaliada.
tratamento com
Alternativa B - Correta: Como vimos, o
A) lítio.
ideal é que a criança seja referida para
um serviço de maior complexidade, já B) fluoxetina.
que tem critério para um provável
C) paroxetina.
atraso no desenvolvimento
neuropsicomotor. D) amitriptilina.
Alternativa C - Incorreta: Essa criança E) inibidores da mono-amino-oxidase.
já se apresenta com um provável atraso
no desenvolvimento neuropsicomotor,
portanto, precisa de uma intervenção CCQ: Saber que o Lítio pode causar
mais precoce, para que seu quadro seja hipotireoidismo
mitigado. As visitas constantes do
Diga aí, mentorando(a), que massa te
Agente Comunitário de Saúde, neste
ajudar com essa questão, que aborda
contexto, poderiam atrasar o
efeitos colaterais de medicamentos
diagnóstico e a terapêutica.
psiquiátricos. Eventos adversos tendem
Alternativa D - Incorreta: Embora essa a ser uma das formas mais comuns de
seja uma orientação sempre válida, abordar farmacologia nos concursos.
Nessa questão, há uma mulher de 47 que costuma causar efeitos
anos com transtorno de humor e anticolinérgicos (boca seca,
quadro clínico compatível com constipação, sedação) e aceleração do
hipotireoidismo. O hipotireoidismo é metabolismo.
caracterizado pelos níveis abaixo da
Alternativa E - Incorreta: IMAOs
referência de hormônios tireoidianos
costumam causar hipotensão
(T3 e T4), o que pode ser causado por
ortostática, insônia, ganho de peso,
doença autoimune da tireoide
edema e disfunção sexual.
(Tireoidite de Hashimoto), mas
também por deficiência de Iodo,
cirurgias e medicamentos. Os baixos
53. Uma mulher de 40 anos, multípara,
níveis de T3 e T4 levam a um estado de
com menstruações regulares,
hipometabolismo, o que causa o
comparece a uma consulta para realizar
quadro clínico compatível com o do
exame de prevenção do câncer de colo
caso.
uterino. No exame especular, o médico
Vocês sabiam que o teor de água e sal observou um colo cilíndrico, sem
corporais podem afetar na eliminação corrimento vaginal. Ele colheu material
corporal do lítio? O excesso de sal para a colpocitologia oncótica, e o
aumenta a excreção de lítio e, assim, cai resultado do exame mostrou lesão
sua eficácia, enquanto baixas intraepitelial de alto grau. Qual a
quantidades de sal reduzem a excreção conduta mais adequada nesse caso?
do fármaco, o que pode levar à
A) Solicitar à paciente que faça nova
toxicidade.
colpocitologia e ultrassonografia
Alternativa A - Correta: Lítio é pélvica.
conhecidamente causa de
B) Encaminhar a paciente para
hipotireoidismo, compatível com o
colposcopia e solicitar realização de
quadro clínico da questão.
biópsia.
Alternativa B - Incorreta: Inibidores
C) Realizar o teste do iodo no colo
Seletivos de Recaptação de Serotonina
uterino para confirmar o diagnóstico da
não causam hipotireoidismo. Os efeitos
paciente.
colaterais costumam ser
gastrintestinais, aumento de D) Solicitar à paciente que faça nova
prolactina, hiper e hipoglicemia, colpocitologia e ressonância nuclear
antiagregação plaquetária, efeitos magnética.
anticolinérgicos (boca seca,
E) Repetir imediatamente a
constipação, sedação), efeitos
colpocitologia e encaminhar a paciente
neurológicos.
para colposcopia se o exame continuar
Alternativa C - Incorreta: Idem letra B. alterado
Alternativa D - Incorreta: Amitriptilina
é um Inibidor de Recaptação de
CCQ: Investigação de alterações na
Serotonina e Norepinefrina, de modo
colpocitologia oncótica.
O rastreio para câncer de colo uterino é Os exames de imagem só fazem parte
feito rotineiramente para mulheres da investigação quando temos um
entre 25 e 64 anos com a colpocitologia carcinoma invasivo, geralmente com
oncótica (citopatológico cervical). O lesões já visíveis em canal vaginal,
resultado da citologia determina como atingindo órgãos pélvicos (parede
devemos conduzir a investigação. pélvica, reto e bexiga).
Vamos analisar as alternativas (por Mas para suspeitarmos de invasão dos
ordem de raciocínio)? orgãos adjacentes, primeiro precisamos
confirmar invasão no colo, inicialmente
No caso, a questão nos dá um resultado
através da biópsia. Portanto,
de lesão intraepitelial de alto grau (LIE -
alternativas A e D - incorretas.
AG). Esse diagnóstico sempre indicará a
complementação da investigação com Para aproveitar o tema, lembre-se
COLPOSCOPIA, que traz uma também dos outros tipos de lesão no
visualização melhor do cérvix e, se exame citopatológico que indicam
houver alteração, é realizada biópsia continuar investigação com
para avaliação histológica. Logo, colposcopia: atipia de alto grau (ASC-
alternativa B - correta. H), atipia glandular (AG -US) e atipia de
origem indeterminada (AOI).
Em lesões intraepiteliais de baixo grau
(LIE-BG) o risco de evolução para
carcinoma invasor é menor, podendo
54. Um lactente de um ano de idade
inclusive regredir espontaneamente
apresenta inapetência, apatia, palidez
para um exame de resultado normal.
cutâneo-mucosa acentuada, lesões
Atipias escamosas de significado cutâneas hipocrômicas e hipercrômicas
indeterminado também são menos com descamação em membros, facies
suspeitas para evoluções malignas. de lua cheia, hepatomegalia, edema em
Nesses casos, a conduta poderia ser membros e despigmentação de
repetir a colpocitologia, como propõe a cabelos. A temperatura axilar é de
alternativa E. Então, alternativa E - 35,7°C. Foi identificado pelo agente
incorreta. comunitário de saúde em seu domicílio,
onde mora com a mãe e mais cinco
O teste de iodo, ou teste de Schiller,
irmãos, e encaminhado para avaliação
avalia a presença de glicogênio no colo
na Unidade Básica de Saúde (UBS).
uterino, corando as zonas saudáveis do
Peso = 7 kg e comprimento = 65 cm.
colo. Quando o iodo não cora o epitélio,
Com essas informações, o diagnóstico
temos um teste de Schiller positivo.
nutricional e a conduta médica mais
Isso indica suspeita para lesões adequados são, respectivamente,
malignas, mas não confirma
A) desnutrição proteica grave e
diagnostico, devendo ainda sim ser
encaminhamento para internação
complementado com colposcopia e
hospitalar.
biópsia. Logo, alternativa C - incorreta.
B) desnutrição proteico-calórica grave e do paciente, evitando eventos
encaminhamento para internação como sepse, desidratação,
hospitalar. hipoglicemia, hipotermia e
distúrbios eletrolíticos. São
C) desnutrição proteica grave e
oferecidos: vitamina A, ácido
monitoramento de peso na Unidade
fólico, zinco e cobre. Nessa fase,
Básica de Saúde.
não há reposição de ferro.
D) desnutrição proteico-calórica
• Reabilitação: acontece entre a
moderada e encaminhamento para
2.ª e 6.ª semana de tratamento.
internação hospitalar.
Nessa fase, há maior aporte de
E) desnutrição calórica moderada e nutrientes, por meio de dieta
monitoramento do peso na Unidade hipercalórica e hiperproteica,
Básica de Saúde além de reposição de ferro.
• Acompanhamento: dura da 7.ª
semana até os 06 primeiros
CCQ: Saber que o Kwarshiokor é uma
meses após o tratamento. Nessa
condição de desnutrição proteica
fase, acompanha-se a evolução
grave e que cursa com edema,
do paciente, evitando recaídas.
alterações na pele e no cabelo e
hepatomegalia A síndrome da realimentação é uma
das possíveis complicações do
Pessoal, estamos diante de um lactente
tratamento, sendo a primeira a se
de 01 ano de idade, que apresenta
manifestar, logo na primeira semana
inapetência, palidez cutâneo-mucosa
após o início da alimentação. Ela ocorre
acentuada, lesões cutâneas
devido ao aumento súbito da insulina,
hipocrômicas e hipercrômicas com
levando a um estímulo anabólico que
descamação em membros, fácies de lua
cursa com aumento da captação de
cheia, hepatomegalia, edema de
substâncias para o meio intracelular,
membros inferiores e despigmentação
incluindo o fosfato, gerando
de cabelos. Esse conjunto de
hipofosfatemia, hipocalemia e
manifestações é muito frequente no
hipomagnesemia. Como resultado,
quadro conhecido como Kwarshiokor,
observam-se arritmias, rabdomiólise e
um tipo de desnutrição decorrente da
até óbito.
restrição grave na ingestão de
proteínas. Sabendo disso, vamos às alternativas:

O tratamento da desnutrição grave Um algo a mais: nos pacientes


exige internação, principalmente se desnutridos graves, os principais
houver edema, caso do nosso paciente, distúrbios metabólicos são a
ou se a idade for inferior a 06 meses, e hiponatremia, a hipocalemia e a
se processa em três fases: hipomagnesemia.

• Estabilização: dura uma Alternativa A – Correta: Como vimos, o


semana. Nessa fase, há uma Kwarshiokor é uma condição marcada
preocupação em manter a vida por grave restrição proteica, e o nosso
paciente, por apresentar edema, tem posterior) e membro superior esquerdo,
indicação de internação para ser incluindo palma da mão. Taquipneica –
tratado. 36 irpm, taquicárdica – 130 bpm, PA =
100 x 60 mmHg. Observa-se também
Alternativa B – Incorreta: A
queimaduras de cílios e vibrissas nasais.
desnutrição proteico-calórica é
Na ausculta pulmonar, ouve-se discreta
marcada pelo emagrecimento intenso,
sibilância. Demais aspectos do exame
queda de cabelos, unhas quebradiças,
físico não acrescentam outros
apatia, fácies senil e hipotrofia
agravantes ao caso. A medida mais
muscular. Nosso paciente, no entanto,
urgente a ser adotada com essa
apresenta-se com edema, alteração de
paciente é
coloração de pele e cabelos, e
hepatomegalia, sinais típicos de A) a hidratação associada à prescrição
Kwarshiokor, uma condição de de antibioticoterapia profilática.
desnutrição proteica grave.
B) a instalação de acesso venoso
Alternativa C – Incorreta: Como vimos, central.
o nosso paciente apresenta edema e,
C) o resfriamento da paciente com água
portanto, tem indicação de internação
corrente e lençóis molhados.
hospitalar para o tratamento!
D) a intubação orotraqueal para
Alternativa D – Incorreta: A
garantir permeabilidade das vias
desnutrição do nosso paciente é
aéreas.
proteica, pois ele apresenta edema,
alteração de coloração de pele e E) a monitorização de pressão arterial
cabelos, e hepatomegalia, sinais típicos pulmonar para orientar reposição
de Kwarshiokor. volêmica.
Alternativa E – Incorreta: A
desnutrição do nosso paciente é
CCQ: Saber que queimadura de via
proteica, e ele necessita de internação
aérea + comprometimento
hospitalar para ser tratado.
ventilatório = INTUBAÇÃO
OROTRAQUEAL
55. Paciente do sexo feminino, 23 anos A questão traz uma paciente com sinais
de idade, em tratamento clínico para importantes de queimadura de via
transtorno depressivo, deu entrada na aérea, como queimaduras de cílios e
Emergência devido à tentativa de vibrissas nasais, sibilância e a própria
suicídio com fogo, após banhar-se com sensação de sufocamento que ela
álcool. Queixa-se de "sensação de descreve. A inalação de fumaça em
sufocamento" e dor nas áreas temperatura elevada pode lesar a via
queimadas. Ao exame, apresenta-se aérea e o grande risco que se ocorre, em
extremamente ansiosa, pouco primeiro momento, é de um edema de
cooperativa, gemente, com laringe que comprometa a perviedade
queimaduras de segundo e terceiro de via aérea. Dessa maneira, a
graus na face, tronco (anterior e intubação se justifica já nesse primeiro
momento e deve ser sempre indicada queimadura com água em temperatura
quando houver sinais de ambiente é uma medida que pode ser
comprometimento ventilatório realizada no pré-hospitalar nos
iminente, como estridor, uso da primeiros 30 minutos após o acidente.
musculatura acessória, insuficiência Entretanto, para evitar a hipotermia, o
respiratória, queimaduras profundas ideal é envolver o paciente em lençóis
em face ou pescoço, ou edema de secos, não molhados, como propõe a
orofaringe. alternativa. Além disso, o enunciado
solicita a medida mais urgente, e essa
Não podemos nos esquecer que
sem dúvidas é a abordagem da via
queimadura também é considerada
aérea.
trauma e, portanto, os pacientes
também devem ser avaliados e Alternativa D – Correta: Pelo
conduzidos conforme o ABCDE do comprometimento ventilatório
trauma. Isso quer dizer que, sempre que iminente evidenciado pelas alterações
encontrarmos algo a ser corrigido em descritas acima, é imperativa a
uma das letras, devemos instituir a necessidade de garantir a
medida apropriada antes de passar para permeabilidade da via aérea, e a melhor
a avaliação dos demais itens. No caso forma de fazer isso é através da
da questão, já temos um problema no intubação orotraqueal.
A, que é o comprometimento de via
Alternativa E – Incorreta: A reposição
aérea, e este deve ser abordado antes
volêmica não é a medida mais urgente
de qualquer outra disfunção que a
no atendimento da paciente e nem é
paciente possa apresentar.
orientada pela pressão pulmonar.
Alternativa A – Incorreta: Hidratação é
de extrema importância nas vítimas de
queimadura, mas entra na letra C da 56. Uma mulher de 29 anos iniciou
abordagem. Ou seja, precisamos tratamento para tuberculose pulmonar
garantir a via aérea antes de nos cavitária há duas semanas, com o
preocuparmos com a reposição hídrica. esquema Rifampicina + Hidrazida +
Além disso, não existe indicação de Pirazinamida + Etambutol. Durante a
antibioticoterapia profilática nos casos consulta para avaliação dos exames
de queimaduras. solicitados, o médico observa que o
teste confirmatório para detecção do
Alternativa B – Incorreta: Obtenção de
HIV é positivo. Nesse contexto, além do
acesso venoso periférico é outra
aconselhamento da paciente e
medida importante nos pacientes
testagem de parceiros, a conduta mais
vítimas de trauma e queimadura,
adequada para a paciente é
embora também venha depois da
abordagem das vias aéreas. Acesso A) manutenção do tratamento para
venoso central não está indicado de tuberculose e encaminhamento para
rotina. serviço de referência, mantendo o
acompanhamento à paciente.
Alternativa C – Incorreta: O
resfriamento das lesões provocadas por
B) suspensão do tratamento para 2) Diagnóstico de TB em paciente que
tuberculose e encaminhamento para já está usando TARV: iniciar RIPE,
serviço de referência, mantendo o trocar TARV apenas se houver interação
acompanhamento à paciente. medicamentosa.
C) suspensão temporária do esquema 3) Diagnóstico de HIV durante o
terapêutico para a tuberculose, início da tratamento para TB (caso da paciente
terapia antirretroviral; retomada do em questão): indicação de início da
tratamento para tuberculose após 30 TARV em 2 semanas se CD4 < 50, e 8
dias. semanas se CD4 > 50.
D) alteração do tratamento, com Vamos às alternativas:
prolongamento da duração para 9
Alternativa A - Correta: O tratamento
meses: Rifampicina + Hidrazida +
para TB será mantido e a paciente
Pirazinamida + Etambutol por 2 meses
encaminhada para um serviço
e Rifampicina + Hidrazida por 7 meses.
referencia em HIV para avaliar o
E) substituição do esquema terapêutico momento propício para início da TARV.
da tuberculose para Estreptomicina +
Alternativa B - Incorreta: Não é
Etambutol + Linesolida + Pirazinamida
indicado a suspensão do tratamento
+ Terizidona por 2 meses e Etambutol +
para TB
Linesolida + Terizidona por 4 meses.
Alternativa C - Incorreta: Não é
indicado a suspensão do tratamento
CCQ: Conhecer o tratamento da para TB
coinfecção HIV-TB
Alternativa D - Incorreta: Não há
Na questão acima, temos um paciente indicação de alterar o esquema RIPE
com coinfecção TB-HIV. O Ministério da nem prolongar o seu uso.
Saúde recomenda o início da TARV,
Alternativa E - Incorreta: Não há
independentemente da forma clínica de
indicação de alterar o esquema RIPE
apresentação da TB. O que vai mudar é
nem prolongar o seu uso.
quando iniciá-la. Vamos relembrar:
1) Diagnóstico de TB e HIV no mesmo
momento: iniciar esquema RIPE para 57. Um lactente de 4 meses de idade é
tuberculose. A TARV será iniciada de levado à Unidade Básica de Saúde
acordo com o grau de apresentando tumoração em axila
imunossupressão, avaliado pelo CD4. direita. A criança está em aleitamento
materno exclusivo e sua situação
Se CD4 < 50, iniciar em 2 semanas do
vacinal é adequada. Ao exame: peso =
início do RIPE.
5,5 kg, temperatura axilar = 37,1 °C,
Se CD4 > 50, iniciar em 8 semanas (isso chorosa, lesão tumoral de
tudo para evitar a síndrome de aproximadamente 3 cm, com ponto de
reconstituição imune). flutuação central em axila direita. A
conduta mais adequada no momento mg/kg/dia, até o desaparecimento da
para esse lactente é lesão e diminuição significativa do
gânglio. Deve-se puncionar, mas não
A) prescrever estreptomicina durante
drenar cirurgicamente e, por fim,
dois meses e notificar o caso.
notificar o caso.
B) prescrever pirazinamida durante dois
Um algo a mais: lembre-se que
meses; drenar, se persistir a flutuação;
contactantes acima de 01 ano de
notificar o caso.
pacientes com hanseníase devem
C) prescrever etambutol durante dois receber uma segunda dose de BCG.
meses; não há necessidade de
Agora, vamos lá resolver a questão:
drenagem; notificar o caso.
Alternativa A – Incorreta: A droga a ser
D) prescrever isoniazida; puncionar, se
prescrita para o caso é a isoniazida. O
necessário, sem realizar drenagem
caso deve ser notificado, por ser reação
cirúrgica; notificar o caso.
adversa à BCG.
E) prescrever rifampicina; fazer
Alternativa B – Incorreta: A droga a ser
compressas mornas e incisão para
prescrita para o caso é a isoniazida. A
facilitar a drenagem; notificar o caso.
flutuação deve ser puncionada, e o
caso, notificado.

CCQ: Saber que, na linfadenite Alternativa C – Incorreta: A droga a ser


regional supurada pós-BCG, a prescrita para o caso é a isoniazida. Não
conduta é punção + isoniazida + há necessidade de drenagem cirúrgica,
notificação do caso mas deve-se puncionar no ponto de
flutuação. O caso deve ser notificado.
Pessoal, temos uma criança de 04
meses de idade, apresentando Alternativa D – Correta: A conduta
tumoração de aproximadamente 3 cm para este caso é prescrição de
na axila, com ponto de flutuação isoniazida + punção do ponto flutuante
central. Levando-se em consideração a + notificação do caso.
idade dessa paciente e seu status
Alternativa E – Incorreta: A droga a ser
vacinal completo, podemos atribuir
prescrita para o caso é a isoniazida. Não
essa lesão a uma reação adversa à BCG.
há necessidade de drenagem cirúrgica,
Você lembra quais são as reações mais
mas deve-se puncionar no ponto de
comuns a essa vacina?
flutuação. O caso deve ser notificado.
• Abscesso frio;
• Úlcera > 1 cm persistente por
58. Uma estudante de 14 anos, sem
pelo menos 12 semanas;
vida sexual ativa, veio à consulta
• Linfadenopatia regional ginecológica na Unidade de Saúde pois
supurada > 3 cm. não estava conseguindo realizar as suas
tarefas escolares devido à intensa
Para tratar essas complicações, deve-se
irritabilidade, insônia, mastalgia e
prescrever isoniazida, na dose de 10
ansiedade antes do período menstrual, fluoxetina, um inibidor seletivo da
sintomas que melhoraram com o início receptação da serotonina.
da perda sanguínea. Qual a indicação
Portanto, atualmente essa questão
mais adequada para melhora dos
estaria sem resposta, de acordo com a
sintomas dessa paciente?
literatura.
A) Diurético e antidepressivo.
No entanto, cabe ressaltar que, na
B) Benzodiazepínico e gestrinona. prática, muitas pacientes ainda tratam
a síndrome pré-menstrual com anti-
C) Psicoterapia e bromoergocripitina.
inflamatórios não esteroidais
D) Dieta balanceada e (inibidores de prostaglandinas), já que
estrogenioterapia. eles aliviam alguns sintomas. Sua
eficácia e sua segurança de uso no longo
E) Atividade física e inibidores das
prazo, porém, são contestadas.
prostaglandinas.

59. Um paciente de 51 anos de idade, do


QUESTÃO DESATUALIZADA
sexo masculino, procura ambulatório
Pessoal, temos uma adolescente de 14 de atenção secundária com queixa de
anos, apresentando intensa pirose intermitente, frequentemente
irritabilidade, insônia, mastalgia e deflagrada por ingestão de alimentos
ansiedade no período pré-menstrual, gordurosos e álcool, por prática de
compondo um típico quadro de exercícios físicos e por deitar-se após
Síndrome Pré-Menstrual. Antigamente, alimentação. Relata ainda eventuais
essa entidade era tratada com medidas episódios de regurgitação. Nega
não farmacológicas, como dieta vômitos, náuseas, disfagia ou
balanceada, com baixa ingestão de sal e odinofagia. Não faz uso de
açúcares, e atividade física, e medicamentos em sua rotina diária.
farmacológicas, com uso predominante Além de sobrepeso, nada foi
de agentes anti-inflamatórios encontrado de anormal no exame físico.
(inibidores de prostaglandinas). A abordagem mais custo-efetiva e
benéfica para esse paciente é
No entanto, o entendimento atual é de
que a abordagem terapêutica deve A) proceder estudo manométrico de
iniciar com medidas não esôfago.
farmacológicas primeiro, por pelo
B) solicitar endoscopia digestiva alta
menos 03 meses. Essas medidas
com biópsia.
continuam sendo as mesmas de
antigamente, uma dieta balanceada, C) prescrever inibidores de bomba de
atividade física e sono adequados. Caso prótons por via oral.
o tratamento não farmacológico falhe,
D) administrar antiácidos por via oral
aí, sim, tentamos o tratamento
nos intervalos das refeições.
farmacológico, cuja primeira linha é a
E) realizar teste não invasivo para presença de sintomas típicos ou
detecção de Helicobacter Pylori. atípicos;
• OU ainda na presença de sinais
de alarme.
CCQ: Saber que a conduta inicial na
doença do refluxo gastroesofágico é o Essas apresentações sugerem que
inibidor e bomba de próton. possam existir complicações associadas
a DRGE como esofagite, úlcera,
A primeira coisa que devemos destacar
estenose, esôfago de barrett e
aqui é a sintomatologia clássica de
neoplasias. É por isso que a banca
Doença do Refluxo Gastroesofágico
destacou a ausência de vômitos,
(DRGE): PIROSE e REGURGITAÇÃO.
náuseas, disfagia e odinofagia, evitando
Perceba, também, que o enunciado fez que a questão fosse passível de recurso.
questão de destacar a ausência de
[Alternativa C – correta]. O consenso
outros sinais clínicos que sugerissem
Brasileiro de DRGE considera que, nos
alguma complicação associada. Vamos
pacientes com diagnóstico de DRGE, a
falar nisso quando comentarmos as
conduta inicial é começar o tratamento
alternativas.
com inibidor de próton (IBP) por 4 a 8
Então, como seria a abordagem desse semanas, em dose plena (que seria
doente? Vamos lá: Omeprazol 20 mg uma vez ao dia antes
do café da manhã).
[Alternativa A – incorreta]. Para início
de conversa, podemos dizer que o Os pacientes que não apresentarem
diagnóstico de DRGE é CLÍNICO e resposta clínica satisfatória ao
realizado a partir de uma anamnese tratamento inicial com IBP devem ter o
detalhada. tratamento repetido por mais 8 a 12
semanas com dose dobrada.
Algumas vezes, será necessário solicitar
testes para diagnóstico diferencial, mas [Alternativa D – incorreta]. Antiácidos
não é o caso da questão com essa como o hidróxido de alumínio, por
sintomatologia tão clássica. exemplo, são SINTOMÁTICOS. Porém,
não devem ser usados com posologia
A esofagomanometria, citada na
regular, pois são bem menos eficazes
alternativa, é indicada na suspeita de
do que os IBP e os bloqueadores H2.
distúrbios motores esofágicos
associados, ou para localizar o esfíncter [Alternativa E – incorreta]. Um CCQ
esofagiano inferior antes da pHmetria muito importante e que muita gente
(em alguns casos). erra: o Helicobacter pylori NÃO está
associado à DRGE. Existem várias
[Alternativa B – incorreta]. A
indicações para pesquisa do H. pylori,
endoscopia digestiva alta deverá ser
mas não vamos entrar nesse detalhe
indicada nos casos de:
agora. Podemos, no entanto, citar duas
• ausência de resposta clínica ao indicações inquestionáveis, que são:
tratamento com IBP na doença ulcerosa péptica e linfoma
MALT.
precocemente possível para evitar
progressão para disfunção hepática.
60. Uma mãe de lactente do sexo
masculino, de cor parda, com 45 dias de A atresia é uma malformação congênita
vida, em aleitamento materno em que não há desenvolvimento das
exclusivo, relata que o filho começou a vias biliares, não havendo a drenagem
ficar "amarelo" (sic) com cerca de três da bile com seu consequente acúmulo
semanas de vida e que, agora, ela está no sangue, causando a icterícia por
muito assustada, pois a criança "está bilirrubina direta (pois ela consegue ser
mais amarela, a urina está escura e as conjugada nos hepatócitos, mas não
fezes estão esbranquiçadas" (sic). Ao consegue ser excretada).
exame físico, o fígado é palpável a 3 cm
O tratamento é feito pela cirurgia de
do rebordo costal direito. Exame
Kasai, devendo ser feito o quanto antes,
solicitado por outro médico mostra
para que não seja necessário o
bilirrubina direta muito aumentada: 21
transplante hepático (logo, alternativa
mg/dL (valor de referência: inferior a 12
C CORRETA).
mg/dL) . O quadro clínico descrito é
fortemente sugestivo de Vamos às demais alternativas?
A) doença de Gilbert. Alternativa A - INCORRETA. A doença
de Gilbert é uma condição comum em
B) anemia hemolítica.
que há um defeito brando na captação
C) atresia de vias biliares. de bilirrubina, ocasionando icterícia
leve por bilirrubinemia indireta após
D) cisto congênito de colédoco.
estresse físico e jejum. Não precisa de
E) hepatite neonatal provavelmente por tratamento específico.
citomegalovírus.
Alternativa B - INCORRETA. Anemia
hemolítica é uma das principais causas
de icterícia neonatal, mas ocorre por
CCQ: Reconhecer o quadro clínico da
acúmulo de bilirrubina indireta devido à
atresia de vias biliares
destruição das hemácias com
Temos um lactente com icterícia metabolização da hemoglobina. Dessa
progressiva desde a terceira semana de forma, não teria o quadro de colestase.
vida, acompanhada de colúria e acolia
Alternativa D INCORRETA. O cisto
fecal. Ou seja? Esse é um quadro típico
congênito do colédoco é a segunda
de icterícia colestática por acúmulo de
malformação mais comum da árvore
bilirrubina direta.
biliar, ficando atrás da atresia de vias
A própria questão nos dá a informação biliares.
de que a bilirrubina direta está bem
Caracteriza-se por uma dilatação cística
aumentada. Qual a causa mais
com a tríade clássica: icterícia, dor no
importante, então, de colestase em
QSD e massa abdominal palpável.
neonatos e lactentes? Atresia de vias
biliares, um quadro que deve ser Apesar de não podermos excluir 100%
identificado e tratado o mais essa condição, temos que pensar na
alternativa mais provável e sugestiva, para sair. Apresentou evacuações e
além da que trará maiores diurese sem ir ao banheiro e dificuldade
complicações se não for diagnosticada para despir-se, necessitando ser
precocemente. higienizado pela filha. Morando no
andar superior da casa, passou a
Assim, essa não se torna a melhor
apresentar algum grau de dificuldade
alternativa.
ao descer as escadas, tendo de ser
Alternativa E - INCORRETA. Não ajudado. Come com lentidão,
temos informações suficientes para necessitando que o alimento lhe seja
pensar em hepatite por CMV, apesar de dado. É hipertenso e toma medicações
esta poder ser uma causa de icterícia há 13 anos. Teve retenção urinária há 10
colestática. dias, por hipertrofia prostática,
necessitando de sondagem de alívio.
Porém, não temos informações de
Não refere febre. Ao exame físico:
transaminases, ao exame físico só é
paciente vígil, porém desatento, sem
descrito um fígado de tamanho normal
alterações aparentes de humor,
(em lactentes é comum conseguir
responde com lentidão às perguntas,
palpar o fígado abaixo do rebordo costal
hesita ao deambular e sentar.
em até 3 cm). Na hepatite por CMV, o
Temperatura = 37,5 °C, pulso radial =
quadro clínico é marcado pela
110 bpm, pressão arterial = 140 x 80
hepatoesplenomegalia, icterícia e
mmHg. Exame neurológico: hesitação
petéquias.
aos movimentos e tremores finos,
Quando devemos nos preocupar com ausentes em repouso e desencadeados
causas patológicas de icterícia pelo movimento. Sem rigidez. Marcha
neonatal? hesitante. Reflexos osteotendíneos
sem alterações. Demais aspectos do
• Início nas primeiras 24h de vida.
exame físico inalterados. O diagnóstico
• Aumento progressivo dos níveis mais compatível com o quadro é
de bilirrubina ou bilirrubina > 15
A) demência vascular.
mg/dL.
B) doença de Alzheimer.
• Persistência da icterícia por mais
de 14 dias. C) doença de Parkinson.

• Elevação da bilirrubina direta. D) estado confusional agudo.


E) demência por déficit de Vit B12.

61. Um homem de 75 anos de idade é


trazido pela filha com história de
CCQ: Saber que o delirium é um
comportamento anormal há sete dias.
estado confusional agudo do qual
Havia chegado da fazenda, onde
sempre devemos suspeitar em
administra suas propriedades; dormiu e
alterações agudas de consciência e da
acordou desorientado. Passou a
atenção em idosos
perambular pela casa sem reconhecer
pessoas, dirigindo-se à porta da rua
Fala, JJters, que massa estarmos aqui paciente usa medicação há 13
juntos. Vamos analisar o quadro da anos, de modo que,
questão por partes: dificilmente, o quadro seria
justificado por isso;
• Duração dos sintomas: 7 dias =
quadro agudo/subagudo; • Infecciosa/metabólica:
encefalites viriam com déficit
• Quadro clínico: desorientação +
focal e/ou convulsão;
amnésia + hesitação para
meningites viriam com sinais
deambular e falar + lentidão ao
meníngeos. Assim, nenhum dos
comer + ausência de inibição
dois se encaixa no caso; porém,
social (diurese e dejeções sem ir
infecções sistêmicas e/ou
ao banheiro) + taquicardia +
metabólicas podem alterar o
tremor fino de intenção =
nível de consciência, através do
alteração na atenção e na
delirium.
consciência, sem déficits
focais; Como nesse caso há relato de
sondagem de alívio há 10 dias, levanta-
• Antecedente patológicos:
se a suspeita de infecção do trato
sondagem de alívio há 10 dias +
urinário, aumentando o valor preditivo
HAS com uso de medicamento
para delirium. Delirium é o estado
há 13 anos + hipertrofia
confusional agudo secundário à
prostática = risco de ITU e
deterioração clínica de quase todas as
iatrogenias.
doenças, podendo ocorrer em qualquer
Quadros neurológicos agudos podem faixa etária, mas é mais comum em
ocorrer por alteração vascular, idosos.
neoplásica, traumática, toxicidade,
Alternativa A - Incorreta: O quadro
infecciosa ou metabólica:
confusional pode ser justificado por
• Vascular: marcado pelo déficit acidente vascular agudo, porém,
focal, o que não é o caso; tenderia a haver déficit focal.

• Neoplásica: costuma levar a Alternativa B - Incorreta: A evolução


quadro agudo quando há da doença de Alzheimer não é tão
acometimento vascular e, rápida e costuma levar anos. Além
assim, leva a déficit focal e/ou disso, afeta primariamente a memória,
aumento da pressão e não a atenção.
intracraniana;
Alternativa C - Incorreta: O tremor da
• Traumática: haverá relato de doença de Parkinson ocorre em
trauma, o que não é o caso; repouso, e a hesitação de movimento é
precedida por bradicinesia importante.
• Toxicidade: podem causar
A evolução não é tão rápida e costuma
meningite, alteração no nível de
levar anos para chegar a sintomas não
consciência/atenção, alteração
motores, como os citados na questão.
na motricidade e na
sensibilidade; nesse caso, o
Alternativa D - Correta: Todo D) proteinúria de 24 horas acima de 50
rebaixamento de consciência e mg/kg/dia.
alteração comportamental agudos
E) urinálise evidenciando hematúria,
em idoso levantam a suspeita de estado
leucocitúria e proteinúria.
confusional agudo (delirium), que é o
que melhor explicaria o caso entre as
opções.
CCQ: Saber que a queda da fração C3
Alternativa E - Incorreta: Na do complemento, isoladamente, é um
deficiência de vitamina B12 com dado específico para confirmação
acometimento neural há uma diagnóstica de glomerulonefrite pós-
mielopatia e, portanto, parestesia, estreptocócica (GNPE)
hipossensibilidade e marcha atáxica
Pessoal, temos uma criança de 04 anos
sensorial.
com edema periorbitário bilateral
matutino de início há 01 semana,
oligúria e pressão arterial elevada. O
62. Um pai vai à consulta na Unidade
que esses dados clínicos nos sugerem?
Básica Saúde (UBS) queixando-se de
Uma síndrome nefrítica. Nesse caso, a
que, há uma semana, seu filho de 4 anos
síndrome nefrítica provavelmente é
de idade iniciou quadro súbito de
secundária a uma infecção
edema periorbitário bilateral e
estreptocócica, já que o pai relata que
matutino. Refere ter procurado outra
duas semanas antes a criança teve
unidade de saúde duas semanas antes,
faringoamigdalite bacteriana, tratada
quando foi feito o diagnóstico de
com penicilina benzatina.
faringoamigdalite e prescrito penicilina
G benzatina. O pai relata que, nos Dessa forma, com todos os dados
últimos três dias, houve aumento do clínicos e a história epidemiológica
edema periorbitário e início de quadro clara, fica fácil caracterizar o caso como
de distensão abdominal, associado a sendo de glomerulonefrite pós-
dois episódios de vômitos, além de estreptocócica. Assim, vamos
oligúria com escurecimento da urina. O relembrar que o diagnóstico dessa
pediatra aferiu e encontrou PA = 110 x patologia deve seguir alguns pré-
80 mmHg. No caso clínico descrito, o requisitos, como presença de história
dado laboratorial que, isoladamente, é epidemiológica de faringoamigdalite
considerado o mais fidedigno para ou piodermite recentes, período de
confirmar o diagnóstico é incubação condizente, ASLO e/ou anti-
dnase B presente e queda de C3
A) elevação de ureia e creatinina
transitória.
séricas.
E como é a evolução natural da GNPE?
B) titulação da anti-estreptolisina O
elevada. • Hipertensão arterial: permanece
de 3-6 semanas;
C) dosagem do complemento sérico C3
baixo. • Oligúria: permanece por até 07
dias;
• Queda do complemento: até 08 Alternativa D - Incorreta: Esse é o
semanas; critério diagnóstico para síndrome
nefrótica na infância!
• Hematúria macroscópica: 3-6
semanas; Alternativa E - Incorreta: Esses
elementos podem estar presente na
• Hematúria microscópica: 1-2
urinálise de qualquer síndrome
anos;
nefrítica, não sendo específicos da
• Proteinúria < 1 g/d: se resolve GNPE.
em 4-6 semanas até 2-5 anos.
Um algo a mais: a biópsia renal, em
63. Uma mulher de 27 anos de idade é
casos de GNPE, deve ser realizada nas
atendida em Unidade de Pronto
seguintes condições – anúria, oligúria >
Atendimento e relata ter sido estuprada
1 semana, hipocomplementenemia > 8
por homem desconhecido 1 hora antes.
semanas, doença sistêmica e
Qual a conduta mais adequada nessa
proteinúria nefrótica.
situação?
Agora, vamos às alternativas:
A) Acolher a paciente, prestar
Alternativa A - Incorreta: A elevação atendimento médico e psicológico e,
de ureia e da creatinina pode ocorrer em em seguida, encaminhá-la à Delegacia
diversas síndromes nefríticas, não de Polícia para registro obrigatório do
sendo específica. Portanto, não pode boletim de ocorrência.
ser usada para confirmação diagnóstica
B) Encaminhar a paciente à Delegacia
de GNPE.
de Polícia para registro de boletim de
Alternativa B - Incorreta: Anti- ocorrência e, após retornar à Unidade
estreptolisina O elevada comprova se houver lesões físicas a serem
infecção estreptocócica; no entanto, reparadas.
ela, de forma isolada, não confirma
C) Prestar atendimento com apoio de
diagnóstico de GNPE, já que a síndrome
equipe multidisciplinar, com reparação
nefrítica pode ter outra causa.
das lesões, medidas de profilaxia de
Alternativa C - Correta: O diagnóstico doenças sexualmente transmissíveis e
de GNPE deve seguir alguns pré- gestação, acompanhamento
requisitos, como história psicológico e comunicação do fato, pelo
epidemiológica de faringoamigdalite médico, à autoridade policial.
ou piodermite recentes, período de
D) Encaminhar a paciente à Delegacia
incubação condizente, ASLO e/ou anti-
de Polícia mais próxima para registro de
dnase B presente, e queda de C3
boletim de ocorrência e solicitar que,
transitória, que, isoladamente, é o dado
após ter feito isso, volte à Unidade para
laboratorial mais fidedigno para
atendimento médico com exame
confirmação diagnóstica de GNPE.
ginecológico e medidas de profilaxia e
reabilitação física e emocional.
E) Acolher a paciente e prestar tendo obtido melhora com o uso de
atendimento com apoio de equipe analgésicos e antiinflamatórios.
multidisciplinar, com reparação das Atualmente, refere piora do quadro
lesões, medidas de profilaxia de clínico. Ao exame físico, evidencia-se
doenças sexualmente transmissíveis e que a paciente se encontra em regular
gestação, acompanhamento estado geral, descorada, anictérica,
psicológico e orientação quanto ao com dificuldade à deambulação – tem
registro de boletim de ocorrência. sinais clínicos de polineurite, artralgia e
artrite de pequenas e médias
articulações. Apresenta nódulos
BOLETIM DE OCORRÊNCIA NÃO É cutâneos de vários tamanhos e estádios
OBRIGATÓRIO PARA O evolutivos diferentes, róseo-eritemato-
ATENDIMENTO!! edematosos, violáceos, acastanhados,
isolados e confluentes, manchas
PASSO A PASSO para pacientes que
acastanhadas, pústulas, vesículas
sofreram abuso sexual:
hemorrágicas e nódulos necrótico-
1. Acolhimento ulcerativos, em especial nas coxas e
pernas. Apresenta, ainda, cicatrizes de
2. História
lesões anteriores e hepato-
3. Exame clínico e ginecologico esplenomegalia dolorosa. Qual o
diagnóstico mais provável nesse caso?
4. Coleta de vestígeos
A) Farmacodermia.
5. Notificação em até 24 horas
B) Lúpus eritematoso sistêmico.
6. Contracepção de emergência
C) Leishmaniose tegumentar
7. Profilaxia HIV e IST's não virais
americana.
(Sífilis, Gonorreia, Infecção por
Clamídia, Tricomoníase) D) Eritema nodoso por doença
reumática.
8. Profilaxia Hepatite B
E) Reação por imunocomplexos da
9. Avaliação inicial: HIV, Hepatite B
hanseníase
e C, Sífilis
10. Profilaxia para tétano
CCQ: Saber que o quadro clínico da
hanseníase envolve alterações
cutâneas, reumatológicas e
neurológicas, entre outras
64. Uma mulher de 37 anos de idade
vem à consulta com queixa de febre Olá, pessoal! Questão sobre um tema
(temperatura axilar = 38°C), náuseas, bastante comum nas provas:
vômitos, mialgia, dor nos braços, hanseníase.
pernas e nas articulações dos pés e
Hanseníase é uma doença
mãos há cerca de dez dias. Refere já ter
infectocontagiosa cujo agente
tido esse quadro há cerca de um mês,
etiológico é o Mycobacterium leprae, e membrana, rins, entre outras. O
acomete principalmente os nervos acometimento neurológico é mais raro.
superficiais da pele e troncos nervosos
Alternativa C - Incorreta: A
periféricos, mas também pode afetar
leishmaniose tegumentar americana é
outros órgãos. Ela tem como principal
uma doença infecciosa, não-
via de inoculação a mucosa das vias
contagiosa, causada por protozoário do
aéreas superiores e manifestação
gênero Leishmania. As lesões
clínica diversa: manchas pigmentares
apresentam-se como uma úlcera única,
ou discrômicas com alterações de
com bordas elevadas em moldura, não
sensibilidade ao tato, térmica ou a dor;
condizendo com o apresentado no
formigamentos; caroços, que podem
caso.
ser pápulas, tubérculos ou nódulos, que,
normalmente, são assintomáticos; Alternativa D - Incorreta: O eritema
sensação de choque nos nervos nodoso é uma lesão representada por
periféricos; febre; artralgia; conjuntivite nódulo avermelhado, doloroso, situado
e linfadenomegalias, entre outros. profundamente na gordura, logo abaixo
da pele. Tem várias causas, mas como
A hanseníase é dividida em 4 subtipos:
doença reumática ele não se enquadra
indeterminada (paucibacilar),
ao caso, principalmente pelo expressivo
tuberculoide (paucibacilar), dimorfa
acometimento neurológico.
(multibacilar) e virchowiana
(multibacilar), e em cada um deles, as Alternativa E - Correta: O quadro
manifestações clínicas serão clínico é compatível com hanseníase,
específicas. provavelmente virchowiana: múltiplos
nódulos/pápulas
Diante disso, vamos às alternativas:
vinhosos/acastanhados, infiltração
Alternativa A - Incorreta: difusa da pele, neuropatia, artralgia,
Farmacodermia é um tipo de reação etc.
adversa às drogas que causa efeito
indesejável na estrutura ou função da
pele, mucosas ou de anexos cutâneos. A
paciente apresenta várias
65. Uma paciente, 45 anos de idade,
manifestações neurológicas e
quatro partos normais, apresenta
reumatológicas, que não são
constipação intestinal crônica, com
características desse diagnóstico.
grande esforço evacuatório, às vezes
Alternativa B - Incorreta: Lúpus com discreto sangramento, visível após
eritematoso sistêmico é uma doença a higienização com papel. Há três dias
inflamatória crônica de origem apresenta aumento de nodulações
autoimune, com sintomatologia florida perianais, sangramento em maior
e de intensidade variável: cansaço, quantidade do que o habitual (suja o
desânimo, febre baixa, vaso com sangue), acompanhado de
emagrecimento, perda de apetite, dor anal às evacuações. Ao exame,
manifestações cutâneas, articulares, apresenta exteriorização de mamilos
hemorroidários, com edema
importante em todos, além de extrusão formação de coágulos no tecido,
de coágulo e pequena ulceração em um isquemia e ulceração.
deles. Ao ser preenchida a ficha de
referência para um serviço de
Proctologia para essa paciente, qual dos
seguintes CID devem ser registrados?
A) I84.1 - Hemorroidas internas com
outras complicações.
B) I84.2 - Hemorroidas internas sem
complicações.
C) I84.6 - Plicomas hemorroidários
residuais.
Fonte: UpToDate
D) I84.7 - Hemorroidas trombosadas
não especificadas. Alternativa A - Incorreta: Realmente a
história sugere um quadro de
E) I84.8-Hemorroidas não especificadas
hemorroida, em que houve
com outras complicações.
complicação, mas como veremos a
seguir há um melhor CID para a nossa
paciente. Além disso o quadro de
CCQ: Saber que a trombose
trombose é mais comum em
hemorroidária se apresenta com a
hemorroidas externas.
formação de nódulo perianal palpável
e muita dor na região Alternativa B - Incorreta: O histórico
de dor para evacuar favorece mais a
Caro aluno, nesta temos um caso clínico
hipótese de hemorroida externa
de uma paciente com vários fatores de
risco para desenvolver doença Alternativa C - Incorreta: A história da
hemorroidária: múltiplos partos paciente não sugere que há a presença
normais, e constipação crônica, com de plicomas.
força para evacuar.
Alternativa D - Correta: Perfeito, esta é
Esta paciente que apresentava um a nossa principal H.D.
quadro prévio desenvolveu agora dor
Alternativa E - Incorreta: A história
acentuada na região anal, aumento do
clínica do paciente nos permite
sangramento nas fezes, agora com
classificar o CID com maior exatidão.
coágulos, e a formação de um nódulo
perianal.
Esta paciente desenvolveu um quadro
de trombose hemorroidária.
66. Uma mulher branca de 22 anos vem
A trombose ocorre mais comumente à consulta ambulatorial com queixa de
em hemorroidas externas. Ocorre a inchaço há uma semana, inicialmente
nos pés, com piora progressiva.
Atualmente, percebe até o rosto físico, com retorno em um mês para
inchado. Há cerca de um mês refere reavaliar a pressão arterial.
astenia, náuseas, falta de apetite e
D) radiografia das mãos e punhos e
malestar, bem como dores nos punhos
auto-anticorpos como antipeptídeos
e articulações interfalangeanas
citrulinados (anti-CCP) e fator
proximais. Ao exame, encontra-se em
reumatóide. Iniciar anti-inflamatórios
regular estado geral, hipocorada
não hormonais.
(++/4+), hidratada, temperatura axilar =
37,7ºC. Murmúrio vesicular presente e E) radiografia de tórax, cultura de
simétrico, sem ruídos adventícios; orofaringe e anticorpo
ritmo cardíaco regular em 2 tempos, antiestreptolisina O. Iniciar anti-
sem sopros, PA = 160 x 110 mmHg, FC = inflamatório não esteroide para
120 bpm. Abdome flácido, sem controle da febre e artrite.
visceromegalias. Edema de MMII ++/4+.
Trouxe exame de sangue realizado no
pronto socorro há três dias, de acordo CCQ: Saber que pancitopenia + artrite
com o quadro a seguir.Considerando a + edema com hipertensão (sugere
principal hipótese diagnóstica, a afetação renal) nos aponta para o
conduta no caso será solicitar diagnóstico de lúpus eritematoso
sistêmico
Fala mentorado! Questão boa para
revisarmos alguns aspectos sobre o
lúpus (LES), então bora lá!
Quando falamos de LES temos que nos
lembrar que seus critérios diagnósticos
sofreram atualizações, mas a grande
maioria das provas (incluindo o INEP),
A) sumário de urina, avaliação de
não cobra diretamente estes novos
função renal e pesquisa de
critérios, mas temos que ter uma noção
autoanticorpos específicos (anti-Sm e
da clínica do lúpus e com isso,
anti-DNA nativo). Iniciar enalapril 10
acertaremos a maioria das questões
mg/dia para controle da pressão
sobre o assunto:
arterial.
• Rash malar
B) avaliação do oftalmologista para
investigação de uveíte, sumário de • Lesões discoides
urina, proteína C reativa e VHS. Iniciar
• Afetação renal
dieta hipossódica, com
acompanhamento semanal da artrite. • Citopenias (diminuição de
linhagens celulares, pode variar
C) ecocardiograma bidimensional,
desde anemia até pancitopenia)
radiografia de tórax e avaliação de
função renal. Iniciar dieta e exercício • Artrite não erosiva
• Anticorpos: FAN, Anti-Sm, Anti- representando a espondilite
DNAds, Anti-RO, Anti-La, anquilosante, não é nossa principal
anticardiolipina entre outros hipótese.
Note que não separamos por critérios, é Alternativa C - Incorreta Seria a
para que você tenha uma idéia geral dos conduta correta em caso de
sintomas e assim acerte a maioria das hipertensão primária, mas também não
questões, mas deixo aqui a tabela de é nossa principal hipótese diagnóstica.
critérios da EULAR se você tiver
Alternativa D - Incorreta Seria a
interesse em ver:
conduta em caso de suspeita de artrite
reumatóide.
Alternativa E - Incorreta Aqui a banca
tenta nos enganar na suspeita de
glomerulonefrite pos-estreptocócica,
mas devemos saber que não cursa com
artrite e outros sintomas sistêmicos,
Como vimos, nossa principal hipótese além da ausência de antecedente de
ainda mais por ser uma paciente do infecção estreptocócica, por isso
sexo feminino e jovem é LES, então afastamos esta hipótese também.
devemos pedir alguns exames que
podem nos ajudar a confirmar o
diagnóstico. O clássico aqui pela
evidência de afetação renal são exames 67. Um lactente do sexo masculino,
para avaliarmos a função renal (urina com 3 meses de vida, amamentado
simples, ureia, creatinina) e auto- exclusivamente ao seio, é atendido no
anticorpos para LES (Anti-SM, Anti- Setor de Pediatria de uma Unidade de
DNAds). Para finalizar, note que a Emergência com história de diarreia há
paciente apresenta uma HAS grau II, três dias, caracterizada por cerca de dez
provavelmente pela glomerulonefrite dejeções por dia, perda de peso (400 g)
lúpica, o tratamento inicial é com e dois episódios de vômito. Exame
controle da PA elevada, mas claro que a físico: criança irritada, com olhos
paciente provavelmente passará por encovados, lágrimas ausentes, boca e
curso de corticoides para assim língua secas; sinal da prega cutânea
diminuirmos as afetações do LES. desaparece lentamente. Bebe com
Agora vamos às alternativas: avidez os líquidos oferecidos.
Temperatura = 37,5°C. Peso = 5 600 g.
Alternativa A - Correta Exatamente! Qual a conduta mais adequada
Como explicado acima. conforme o Programa de Controle de
Alternativa B - Incorreta Aqui seria Doenças Diarreicas da OPAS/OMS?
uma alternativa viável se pensássemos A) Manter o estado de hidratação com
em artropatias soronegativas uso frequente, no domicílio, de soro de
(artropatias que não produzem
anticorpos), tem como grande
reidratação oral; manter o aleitamento Dependendo da questão, o grupo B
materno. pode apresentar diferentes nomes,
como moderado ou algo desidratado.
B) Após 2 horas de instituída a terapia
com soro de reidratação oral, Agora que já constatamos que nosso
percebendo-se boa hidratação e paciente apresenta sinais de
recuperação do peso, manter a criança desidratação vamos para a terapêutica.
internada e em jejum até completar as
Frente ao diagnóstico de desidratação a
4 horas preconizadas para observação.
conduta a ser tomada é o início do plano
C) Manter a criança em observação, B que consiste na administração da
prescrever soro de reidratação oral, 50 a solução de reidratação oral (SRO) na
100 mL/kg, fracionado durante 4 horas; unidade de saúde.
suspender a alimentação durante o
A SRO deve ser administrada de forma
período de observação.
contínua até que desapareçam os sinais
D) Iniciar o tratamento com infusão de desidratação e consiste na
lenta de soro de reidratação oral por administração de 50 - 100 ml/kg de soro
sonda nasogástrica, 30 mL/kg/hora; durante 4-6 horas.
suspender a alimentação.
Esses pacientes devem ser reavaliados
E) Após 2 horas de instituída a terapia constantemente, sendo que o paciente
com soro de reidratação oral, se o peso deve permanecer na unidade de saúde
da criança for estável e o sinal da prega até apresentar-se sem sinais de
desaparecer muito lentamente, iniciar desidratação.
hidratação venosa; manter o
Alternativa A - Incorreta: Devemos
aleitamento materno.
manter essa criança dentro da unidade
de saúde e não do domicílio.
CCQ: Saber indicar o plano B de Alternativa B - Incorreta: Se durante a
desidratação e a conduta em caso de terapia de reposição oral os sinais de
ineficácia desidratação desaparecerem podemos
mudar para o plano A. Esse plano serve
Olá Mentorando JJ! Quando o tema é
para prevenir a desidratação no
desidratação, a classificação e conduta
domicílio e consiste em oferecer mais
a partir dele são os tópicos preferidos
líquidos que o habitual para evitar a
das bancas. Então, vamos entender isso
desidratação.
de uma vez!
Dentre esses líquidos temos soro
A primeira etapa é avaliar o paciente e
caseiro, chás, sucos (sem adoçar hein)
enquadrá-lo em um dos grupos. Na
ou sopas que devem ser administradas
questão, ele se apresenta irritado, olhos
após cada evacuação diarreica.
fundos, sedento, tempo de enchimento
lento e perdeu 6% do peso, Esses pacientes podem manter sua
enquadrando-se no grupo B, ou alimentação habitual e o aleitamento
moderado. materno sendo que os pais devem estar
atentos aos sinais de perigo como piora
na diarreia, vômitos repetidos, muita B) pesquisar sinais de alerta como dor
sede, diminuição da diurese e sangue abdominal intensa e contínua,
nas fezes. A alimentação deve ser hipotensão postural, hipotensão
reintroduzida ainda na unidade de arterial, pressão diferencial < 20 mmHg
saúde. (PA convergente), hepatomegalia
dolorosa, extremidades frias, cianose,
Alternativa C - Incorreta: No plano B
pulso rápido e fino e, se presente algum,
podemos manter o aleitamento
instalar hidratação com solução de
materno e suspendemos os outros
reidratação oral copiosa
alimentos.
supervisionada.
Alternativa D - Incorreta: A gastróclise
C) indicar tratamento ambulatorial com
deve ser usada em crianças
hidratação oral, antitérmicos e
desidratadas, capazes de beber, que
analgésicos, se necessários, orientar
após a instituição do plano B não
sobre sinais de alerta para o retorno, a
evoluem para desidratação grave
fim de repetir exames laboratoriais.
(Plano C) nem melhoram para sem
sinais de desidratação (Plano A). D) manter o paciente em leito de
observação, iniciar hidratação oral
Alternativa E - Correta: Caso o
supervisionada e repetir exames
paciente não tenha sinais de melhora da
laboratoriais após quatro horas de
sua perfusão tecidual após duas horas
hidratação.
podemos evoluir com a aplicação do
plano C de reidratação, que consiste na E) notificar a Vigilância Epidemiológica
hidratação endovenosa. e indicar tratamento ambulatorial com
hidratação oral, antitérmicos e
analgésicos, pois se trata de caso grave
de febre hemorrágica da dengue.

68. Um homem de 39 anos de idade é


trazido à Unidade de Pronto
CCQ: Classificação da suspeita de
Atendimento por familiares, com
dengue e manejo do grupo B dessa
história de febre há quatro dias, que
condição
cedeu nas últimas doze horas, bem
como cefaleia, astenia e vômitos. Qualquer paciente com epidemiologia
Refere sangramento gengival ao positiva para dengue que apresente
escovar os dentes. Entre os exames febre de até 7 dias + 2 sintomas
solicitados, o resultado do hematócrito (náuseas, vômitos, exantema, mialgia,
é 47% (valor de referência: 47 ± 7%) e a artralgia, cefaleia, dor retroorbitária,
prova do laço é positiva. Frente a esse petéquias, prova do laço positiva,
quadro, a conduta mais adequada é leucopenia) deve ser notificado para
suspeita de dengue e classificado entre
A) proceder à hidratação oral vigorosa,
os 4 grupos de manejo:
pois há fortes indícios de dengue com
complicação. • Grupo A: prova do laço negativo
sem comorbidades, sem grupo
de risco ou sem situação clínica Alternativa C - Correta: Então, nosso
especial. paciente se encaixaria melhor no grupo
B. Neste caso, devemos solicitar um
• Grupo B: prova do laço positiva,
hematócrito. Se for normal,
comorbidades, grupo de risco ou
procedemos à hidratação vigorosa
situação clínica especial.
ambulatorial com controle sintomático
• Grupo C: presença de sinal de e reavaliação.
alarme.
Alternativa D - Incorreta: Caso o
• Grupo D: presença de sinal de hematócrito estivesse aumentado, a
choque. hidratação oral deveria ser
supervisionada com reavaliação em 4
No caso do enunciado, temos prova do
horas e, nessa reavaliação, seguir a
laço positivo e poderíamos ficar
conduta do grupo A (hidratação oral
confusos se o sangramento gengival
ambulatorial), ou do grupo C
seria um sinal de alarme.
(hidratação IV em internação), a
Porém, o sangramento foi induzido depender da evolução do quadro.
durante a escovação, situação comum
até mesmo na população geral, não
sendo sangramento espontâneo e
também não menciona que foi um
69. Uma mulher solteira, de 20 anos de
sangramento importante, levando-nos
idade, procurou atendimento médico
a acreditar que não seja um sinal de
em um Centro de Atenção
alarme.
Especializada por apresentar, há três
Quais são os sinais de alarme que semanas, o que chamou de “ferida” na
classificariam nosso paciente no região genital externa. Ao exame,
grupo C? observa-se lesão ulcerada, não
dolorosa, com bordos endurecidos,
fundo liso e brilhante, medindo 0,8 cm
de diâmetro, localizada em pequeno
lábio direito. Foram solicitados exames
E os sinais de choque que classificariam que evidenciaram VDRL = 1:32, FTA -
como grupo D com internação em UTI? Abs (+), Elisa - HIV = (-), HBsAg = (-).
Diante desse quadro, qual o
medicamento mais adequado?
A) Ceftriaxona.
Alternativas A e B - Incorretas: Não há B) Norfloxacina.
sinais de complicação nem sinais de
C) Ciprofloxaxina.
alarme que, se presentes, indicariam
hidratação IV em leito de internação por D) Penicilina benzatina.
48 horas no mínimo.
E) Sulfametoxazol/Trimpetropim.
CCQ: Saber que o antibiótico de Importante: em caso de gestante,
escolha para o tratamento da sífilis é a devido ao risco de transmissão ao feto,
penicilina benzatina o tratamento deve ser iniciado com
apenas um teste positivo (reagente),
Pessoal, questão legal para revisarmos
sem precisar aguardar o resultado do
um pouco sobre o diagnóstico e o
segundo teste.
tratamento de sífilis, tema super
importante. Vamos lá? Como é feito o tratamento da sífilis?
Como é feito o diagnóstico da sífilis? • O tratamento de escolha é a
penicilina benzatina
• O teste rápido (TR) de sífilis está
(Benzetacil), que poderá ser
disponível nos serviços de saúde
aplicada na unidade básica de
do SUS, sendo prático e de fácil
saúde mais próxima de sua
execução, com leitura do
residência.
resultado em, no máximo, 30
minutos, sem a necessidade de o A dose para sífilis
estrutura laboratorial. Esta é a primária, secundária e
principal forma de diagnóstico latente recente é de 2,4
da sífilis. mi U IM, 1,2 mi U em
cada glúteo, dose única.
• O TR de sífilis é distribuído pelo
Departamento das IST, do o Se latente tardia ou
HIV/Aids e das Hepatites terciária, administrar 3
Virais/Secretaria de Vigilância doses semanais. Já para
em Saúde/Ministério da Saúde a neurossífilis, o
(DIAHV/SVS/MS) como parte da tratamento é feito com a
estratégia para ampliar a penicilina cristalina.
cobertura diagnóstica da
Esta é, até o momento, a principal e
doença. Nos casos de TR
mais eficaz forma de combater a
positivos (reagentes), uma
bactéria causadora da doença.
amostra de sangue deverá ser
coletada e encaminhada para • Quando a sífilis é detectada na
realização de um teste gestante, o tratamento deve ser
laboratorial (não treponêmico) iniciado o mais rápido possível,
para confirmação do com a penicilina benzatina. Este
diagnóstico. é o único medicamento capaz de
prevenir a transmissão vertical,
• Deve-se avaliar a história
ou seja, de passar a doença para
clínico-epidemiológica da mãe,
o bebê.
o exame físico da criança e os
resultados dos testes, incluindo A parceria sexual também deverá ser
os exames radiológicos e testada e tratada para evitar a
laboratoriais, para se chegar a reinfecção da gestante. São critérios de
um diagnóstico seguro e correto tratamento adequado à gestante:
de sífilis congênita.
· Administração de penicilina benzatina.
· Início do tratamento até 30 dias antes hiatal. Devido ao intenso processo
do parto. inflamatório, não foi realizada biópsia.
O paciente, que não apresenta outras
· Esquema terapêutico de acordo com o
queixas ou co-morbidades, é etilista
estágio clínico da sífilis.
social, tabagista (média de 1,5
· Respeito ao intervalo recomendado maços/dia há 22 anos) e apresenta
das doses. obesidade leve. Não há outras
alterações ao exame físico. O que deve
Agora, vamos dar uma olhada nas
ser feito para encaminhar corretamente
alternativas:
o caso acima descrito?
Alternativas A, B e C – Incorretas:
A) Reiniciar o tratamento com IBP,
Ceftriaxona, norfloxacina,
utilizando o dobro da dose. Após seis
ciprofloxaxina e
semanas de tratamento, repetir
sulfametoxazol/trimpetropim não
endoscopia com biópsia.
devem ser usados.
B) Manter o tratamento com IBP na
Alternativa D – Correta: Como vimos
dose habitual e encaminhar, de
na nossa revisão, apenas a penicilina
imediato, o paciente para ambulatório
benzatina constitui primeira linha para
especializado de Cirurgia
o tratamento da sífilis.
Laparoscópica.
C) Solicitar imediatamente nova
endoscopia, já que a biópsia é
indispensável, e encaminhar o paciente
70. Um homem de 39 anos de idade
para ambulatório especializado de
vem, há três anos, em tratamento
Cirurgia Laparoscópica.
ambulatorial para doença do refluxo
gastroesofágico (DRGE), em uso D) Reiniciar o tratamento com IBP,
contínuo de inibidores de bomba de utilizando o dobro da dose, associado
prótons (IBP). Sempre que tenta fazer ao tratamento do H.Pylori. Em seguida,
desmame dos IBP, volta a apresentar tratamento de manutenção com IBP
graves sintomas da DRGE. por tempo indefinido.
Esofagogastroduodenoscopia com
E) Reiniciar tratamento com IBP,
biópsia realizada há dois anos
utilizando o dobro da dose por seis
evidenciou esofagite, pequena hérnia
semanas. Após esse período,
de hiato (< 3 cm) e estômago normal. O
tratamento de manutenção com IBP
paciente interrompeu o uso de IBP há
por tempo indefinido.
quatro meses e, devido ao quadro de
pirose e dor retroesternal, foi
submetido a nova endoscopia
digestiva, que revelou processo
inflamatório grave e úlceras no terço CCQ: Saber que não há indicação de
distal do esôfago. O estômago erradicar H. pylori para pacientes com
apresenta-se normal e o teste da urease DRGE, mesmo se for grave
é positivo. Não foi visualizada hérnia
Questão bem capciosa que a banca do Alternativa B – Incorreta: Quando
INEP colocou no revalida. Apesar de ser paciente é refratário ao tratamento
antiga, os guidelines atuais ainda valem com IBP, devemos repetir o tratamento
para acertar. com dose otimizada, ou seja, dose
dobrada por mais 6-8 semanas, e
A grande confusão que acontece é
reavaliar. Se ainda assim permanecer a
achar que H. pylori tem alguma relação
esofagite e sintomas refratários, há
com doença do refluxo gastroesofágico
indicação de avaliação cirúrgica para
(DRGE). Muitas pessoas apresentam
controle da DRGE.
DRGE e H. pylori por serem condições
muito comuns, entretanto, a bactéria Alternativa C – Incorreta: De fato, a
não causa nem piora do DRGE e não há biópsia é indispensável, porém, o
indicação de erradicá-la nessa situação. processo inflamatório intenso
prejudicaria a análise histológica. É
O paciente em questão é portador de
recomendável tratar novamente por 6
DRGE de longa data, previamente
semanas e repetir a EDA para fazer a
diagnosticado com hérnia hiatal e
biópsia do esôfago a fim de avaliar
esofagite. Estava em tratamento e
metaplasia intestinal. O tratamento irá
tentou desmamar IBP sem sucesso. Há
diminuir a inflamação, porém, não
4 meses parou o tratamento e teve
regride o esôfago de Barret ou lesões
retorno dos sintomas com maior
neoplásicas, que serão melhor
intensidade. Vale lembrar que,
analisadas em uma biópsia posterior.
subjetivamente, o paciente tratou com
dose padrão de IBP e possui 3 fatores de Alternativa D – Incorreta: O paciente
risco para DRGE: etilismo, tabagismo e apresenta DRGE grave e teste de urease
obesidade. A hérnia de hiato também é confirmando H. pylori, porém ele não
um fator de risco, porém, não é mais tem nenhum fator que indique a
vista. Nesse caso, além de melhorar o erradicação da bactéria – o estômago é
estilo de vida, deve retomar o normal. CCQ – quais seriam esses
tratamento com IBP em dose dobrada fatores: doença ulcerosa péptica,
por 6-8 semanas. linfoma MALT, gastrectomia parcial,
câncer gástrico, sintomas dispépticos
Alternativa A – Correta: O paciente
(pirose não é dispepsia!). Por isso, não
está apresentando DRGE grave com
há recomendação de erradicar H. pylori
úlceras no terço distal do esôfago e está
nesse paciente com DRGE.
há 4 meses sem IBP. Como já fez
tratamento prévio, dessa vez devemos Alternativa E – Incorreta: Existem
fazer, por 6-8 semanas, tratamento indicações restritas de tratamento com
com dose otimizada de IBP e repetir a IBP por tempo indefinido, contudo,
endoscopia para biópsia, a fim de deve ser escolhido caso a caso. O
avaliar esôfago de Barret e/ou câncer paciente em questão não teve
esofagiano. O H. pylori não tem oportunidade de tratar com IBP em
indicação de erradicação na presença dose otimizada, logo, devemos tentar
de DRGE. isso antes.
Antes de colocar um DIU, devemos nos
assegurar que a saúde da mulher está
71. Uma mulher puérpera de 29 anos,
em dia e que ela não está grávida. Pense
gesta = 5, para = 5, último parto há 2
comigo: o DIU é um método que irá
meses, procura o Posto de Saúde para
evitar a concepção e será inserido no
fazer planejamento familiar. A paciente
útero a partir do colo, além de existirem
é casada e informa ter apenas um
estudos que mostram que mulheres
parceiro sexual. Além disso, nega
com DIU têm mais chances de
história de hipertensão, diabetes ou
desenvolver doença inflamatória
doenças sexualmente transmissíveis. A
pélvica (DIP). Então, a linha de
paciente está assintomática por ocasião
raciocínio é a seguinte:
dessa consulta. Após as reuniões de
orientação reprodutiva, a paciente 1. Garanto que a saúde da mulher
optou pela inserção do dispositivo e do colo está boa pelo exame
intrauterino. Nesse caso, que físico e exame especular;
procedimento deve ser realizado antes
2. Descarto a possibilidade de ela
do início do uso desse método?
já ter uma DIP com o toque
A) Colposcopia. bimanual;
B) Ultrassonografia transvaginal. 3. Excluo uma possível gravidez
pela (pode ser com beta HCG
C) Exame pélvico especular e toque
ou comparecendo menstruada
bimanual.
à consulta).
D) Coleta de citologia cérvico-vaginal
Então, vamos analisar as alternativas!
preventiva.
Alternativas A e D - Incorretas: A
E) Triagem para doenças sexualmente
colposcopia e a coleta de material para
transmissíveis: anti HIV e VDRL.
o preventivo, isoladamente, não nos dá
informações o suficiente para garantir
que a mulher está apta a usar DIU.
CCQ: Exame físico ginecológico,
preventivo e USG transvaginal são Alternativa B - Incorreta: A USG
fundamentais antes de colocar DIU transvaginal é normalmente usada após
a colocação do DIU para a confirmação
Chegamos aqui com uma questão
de sua posição.
muito interessante sobre planejamento
familiar e anticoncepção. Cada dia mais Alternativa C - Correta: Como a USG
o DIU, tanto de cobre quanto o TV não é fundamental, ficamos mais
hormonal, tem sido encarado como atentos com o exame especular e o
uma grande opção para as mulheres toque bimanual.
que não desejam engravidar. Mas você
Alternativa E - Incorreta: Sorologias
sabe o que devemos garantir antes de
não são fundamentais para garantir que
autorizar uma paciente a usar esse
a mulher pode usar DIU, afinal de
método? Então, vem comigo!
contas, mulheres com sorologias
positivas também podem engravidar,
né? O objetivo aqui é justamente evitar D) cefaleia crônica em surtos por
a concepção. O detalhe é que, nesses provável hipertensão arterial.
casos em que a paciente apresenta
E) cefaleia crônica recorrente por
alguma IST, devemos orientá-la sobre
provável distúrbio psiquiátrico.
os riscos e a usar métodos que protejam
o parceiro ou parceira no momento do
ato sexual.
CCQ: Reconhecer quadro de migrânea
Primeiramente, essa cefaleia é
primária ou secundária? Como não
existe sinal de alarme (alteração no
72. Uma criança de 8 anos de idade é
estado físico, sintomas sistêmicos,
trazida por sua mãe ao Ambulatório de
mudança de padrão, uso de drogas,
Pediatria com queixa de cefaleia
dor que acorda o paciente, etc.) e a
periódica há 3 anos, com duração de até
cefaleia é recorrente, só pode ser
24 horas/episódio e com média de 15
primária.
episódios ao ano. Até hoje, faz o
tratamento em casa com analgésicos e As duas cefaleias primárias mais
nunca procurou atendimento médico. comuns são a tensional e a
Como as crises continuam, acarretando enxaqueca/migrânea. A tensional é
alterações no comportamento e caracterizada por cefaleia de fraca ou
ausências escolares, a mãe resolveu moderada intensidade, não
trazer seu filho ao médico. A dor incapacitante, em peso ou em aperto,
apresenta as seguintes características bilateral ou holocraniana. Ou seja,
semiológicas: é localizada, às vezes não se encaixa no caso em questão.
unilateral, pulsátil, algumas vezes
Enxaqueca, ou migrânea, é
intensa e se agrava com atividade física
caracterizada por ser de forte
rotineira. Normalmente, as crises vêm
intensidade, pulsátil, unilateral, piora
acompanhadas de fono e fotofobia. A
com a atividade física, pode ter
mãe refere que o humor de seu filho
fotofobia, fonofobia, ou seja, tudo a
muda completamente durante os
ver com o nosso paciente em questão.
períodos álgicos. Durante a crise, não
há sintomas sensoriais, visuais e nem Alternativa A - Correta: Exato, a
disfasia. Há antecedentes familiares de criança apresenta uma cefaleia bem
cefaleia. Diante do relato clínico, característica de migrânea. Vale
conclui-se que o escolar apresenta lembrar que o tratamento nas crises é
feito com AINEs e analgésicos simples
A) cefaleia crônica tipo migrânea sem
(se não tão intensa) ou triptanos, e a
aura.
profilaxia é feita com
B) cefaleia crônica progressiva por betabloqueadores, tricíclicos ou
provável Tumor do SNC anticonvulsivantes.
C) cefaleia crônica por provável Alternativa B - Incorreta: Um tumor
trombose vascular cerebral. do SNC nos apontaria para algum
achado neurológico (como sinal focal)
ou então algum outro sinal de alarme,
algo que a criança não tem.
Alternativa C - Incorreta: A trombose
vascular, geralmente, vem associada
a algum fator de risco, uso de
medicações ou alguma trombofilia,
distúrbios esses que essa criança não
apresenta.
Alternativa D - Incorreta: A
hipertensão arterial não é causa de A) dilatação aórtica.
cefaleia, mas sim, pode ser atribuída
como uma consequência desta. B) tromboembolismo pulmonar.

Alternativa E - Incorreta: Não C) linfadenomegalia hilar esquerda.


podemos atribuir um distúrbio D) hipertrofia de átrio esquerdo.
psiquiátrico a uma criança de 8 anos,
que apresenta um quadro de cefaleia. E) hipertrofia de ventrículo esquerdo.

CCQ: Saber que a presença de quarto


arco à esquerda na radiografia indica
73. Uma mulher de 24 anos de idade hipertrofia de átrio esquerdo
vem apresentando dispneia progressiva
aos esforços, tosse seca, expectoração Fala, pessoal! Questão difícil do INEP,
com eventuais raios de sangue. Nega mas vamos entender o que a banca
episódio febril. Ao exame físico, queria de nós.
apresentou pressão arterial = 110 x 70 Ela nos dá um quadro bem complicado
mmHg; pulso radial = 110 bpm; estase e cheio de sintomas, mas podemos
de jugulares. Na ausculta pulmonar, resumir em um paciente com sintomas
evidenciaramse crepitações finas em de doenças valvulares e insuficiência
bases pulmonares; ausculta cardíaca cardíaca. Isso não era importante para
com hipofonese de B1, desdobramento acertarmos a questão. Para isso,
e hiperfonese de B2, sopro diastólico tínhamos que conhecer achados
suave em rebordo esternal esquerdo e radiográficos que indicam hipertrofia
sopro em ruflar diastólico em foco de átrio esquerdo.
mitral. Ao exame do abdome, o fígado
era palpável a 4 cm do rebordo costal
direito e o baço impalpável. Nas
extremidades foi detectado edema
perimaleolar. A paciente realizou
radiografia de tórax em incidência
póstero-anterior que está ilustrada
abaixo. O achado assinalado pela seta
na radiografia de tórax é indicativo de
um sinal radiográfico de hipertrofia de
átrio esquerdo.
Agora vamos às alternativas:
Alternativa A - Incorreta: O botão
aórtico fica mais acima, e estaria
aumentado.
Alternativa B - Incorreta:
Tromboembolismo pulmonar, quando
é aparente em uma radiografia, nos
mostra o famoso sinal de Westermark.
O primeiro é o famoso sinal do duplo A banca tentou nos confundir pelo
contorno, observe a linha azul e achado de hemoptise, mas note que o
amarela na imagem, onde aparecem 2 quadro é crônico e não súbito, e a
contornos no lado direito do coração: hemoptise pode estar presente
este é um sinal de hipertrofia de átrio eventualmente em tosses como a do
esquerdo! É muito cobrado em provas, nosso paciente.
portanto, decore esta imagem. Alternativa C - Incorreta: Não há nada
Outro sinal menos comum de cair em que sugira linfoadenomegalia.
provas é este que está na nossa Alternativa D - Correta: Exatamente,
questão, note que, em uma radiografia como explicado acima.
normal, temos apenas 3 arcos do lado
esquerdo do coração: Alternativa E - Incorreta: Não
demonstra hipertrofia do ventrículo
esquerdo, esta faria com que o coração
ficasse maior como um todo, pois o VE
é muito grande.

74. Os princípios e diretrizes do Sistema


Único de Saúde (SUS) determinam que
o planejamento e o orçamento em
saúde
A) são prerrogativas da direção nacional
do SUS, consultadas as Comissões
Intergestores Tripartite (CIT) e Bipartite
Os arcos normais são botão aórtico,
(CIB) e os Conselhos de Saúde.
artéria pulmonar e ventrículo esquerdo.
Agora, observe a imagem apresentada B) dependem da aprovação dos
pela banca. Ela possui 4 arcos ao lado Conselhos Nacional e Estaduais de
esquerdo do coração! Isso também é
Saúde, nos anos em que não acontecem específicas na gestão do sistema, sendo
as Conferências de Saúde. que, classicamente, a união fica
responsável por definir
C) ficam vinculados ao Plano de Saúde,
diretrizes/políticas, os estados
de forma que apenas situações de
coordenam as atividades e os
emergência ou calamidade pública
municípios, por fim, executam as ações
podem justificar a destinação de
em saúde.
recursos não constante do Plano.
Ademais, quanto ao financiamento,
D) iniciam-se no nível local mediante
devemos nos recordar que todas as
negociação e consenso nos níveis
esferas participam, tendo como limites
estadual e federal, podendo os
mínimos:
Secretários Municipais, Estaduais e o
Ministro da Saúde se reunirem nas • Municípios: 15%;
Comissões Intergestores, se avaliarem
• Estados: 12%;
necessário.
• União: ano anterior + IPCA
E) passam pela atuação das Comissões
(correção monetária).
Intergestores Tripartite e Bipartite,
instâncias de pactuação consensual Outro ponto bastante importante: o
entre os entes federativos para financiamento é definido no plano de
definição das regras da gestão saúde para cada ano, sendo que a
compartilhada do SUS, que serão confecção desse plano acontece
ouvidas nos anos de elaboração do durante os Conselhos e Conferências
Plano de Saúde e nos anos de realização em saúde - sim, aqueles definidos na Lei
das Conferências de Saúde. 8.142/90.
Lembre-se:
CCQ: Saber que o financiamento do • Conselhos de Saúde: são
SUS se dá através do plano de saúde mensais, atuam na formulação
de estratégias e controle de
Fala, galerinha, tudo certo? Questão
execução das ações em saúde,
abordando um tema que volta e meia se
incluindo gastos e
faz presentes nas provas, ainda mais
financiamento; possuem caráter
quando falamos do Revalida. Saber ao
permanente e deliberativo. Sua
menos os princípios básicos do
composição é paritária, sendo:
financiamento do SUS é essencial para
50% usuários; 25%
as provas, mas também se faz
trabalhadores do SUS; 25%
interessante para entendermos alguns
governo/prestadores de serviço.
pormenores presentes em nossa prática
médica. Atenção para a revisão, pois • Conferências de Saúde:
veremos que muita coisa mudou ocorrem a cada quatro anos
atualmente. (porém, pode ser convocada
extraordinariamente pelo
Primeiramente, lembre que cada ente
executivo e conselhos de saúde),
federativo possui atribuições
atua na avaliação da situação de
saúde e formulação de • Percentual de hipertensos com
estratégias e diretrizes. PA aferida semestralmente;
Ademais, antigamente, a APS era • Percentual de diabéticos com
financiada principalmente através de hemoglobina glicada dosada.
duas modalidades: os famosos Pisos da
Essa nova medida vem como uma
Atenção Primária (PABs) fixo e variável.
tentativa de incentivar a melhoria do
Basicamente, os municípios recebiam
cuidado e basear o cálculo de incentivo
um financiamento pré-definido
fiscal por metas de desempenho. Sete
baseado em sua população (PAB fixo) e
novos indicadores serão incorporados a
outro valor adicional conforme
cada ano, sendo baseados nas áreas-
cumprimento de metas/planos
chave em que atua a APS. Dessa forma,
específicos (PAB variável). Isso não
abandona-se o modelo anterior, que era
funciona mais assim, porém, muito
feito de forma fixa e com o pagamento
cuidado com bancas desatualizadas.
variável baseado em fiscalização in loco.
Atualmente, uma das alterações mais
Não se faz necessário decorar tudo, mas
importante em relação ao
sim ler repetidas vezes sobre o tema
financiamento da APS é a criação do
para estar familiarizado com os
programa Previne Brasil, definido pelo
conceitos, o que facilita muito na hora
novo governo. Em resumo, a nova
da interpretação e resolução da
diretriz é baseada na métrica do
questão. A banca solicita a alternativa
desempenho: são estipuladas metas a
correta sobre os princípios e diretrizes
serem cumpridas com base em
que norteiam o SUS, vejamos:
indicadores em saúde, e o pagamento
se dá baseado no cálculo de um índice Alternativa A - Incorreta: Acerta ao
que leva em conta a porcentagem de comentar sobre os Conselhos em
alcance. Para o ano de 2020, sete Saúde, como discutimos, porém, erra
indicadores foram estipulados: quando cita o financiamento como
prerrogativa das Comissões
• Proporção de gestantes com
Intergestoras Tri e Bipartites. As
seis consultas (1ª antes da 20ª
comissões até discutem sobre as
semana);
políticas de saúde, porém quem
• Porcentagem de gestantes delibera sobre o financiamento são os
com rastreio de HIV e Sífilis; conselhos. Além disso, lembre-se de
que os Conselhos em Saúde têm caráter
• Proporção de gestantes com
deliberativo e permanente (muito
atendimento odontológico;
importante, grave isso), e não
• Cobertura da colpocitologia consultivo como cita a alternativa.
oncótica (Papanicolau);
Alternativa B - Incorreta: Não existe
• Vacinação: cobertura da essa divisão entre conselhos e
poliomielite inativada (VIP) e conferências. Mesmo no ano em que
pentavalente; ocorrem as Conferências (lembre que
elas ocorrem a cada quatro anos), é
papel dos Conselhos aprovar e deliberar ultrassonografia do abdome revelou
sobre o financiamento. dilatação de vias biliares intra e extra-
hepáticas. A vesícula está dilatada e não
Alternativa C - Correta: Exatamente
foram identificados cálculos em seu
como discutimos, o financiamento é
interior. Considerando a relação custo-
vinculado e explanado dentro do plano
efetividade, qual o exame
de saúde, o qual é definido nos
complementar que deve ser solicitado
Conselhos de Saúde anuais. Realmente,
na sequência da ultrassonografia com
apenas situações de emergência ou
vista ao diagnóstico do caso?
calamidade pública justificam
alterações no que é previsto - como a A) Dosagem de CA19 - 9 sérico.
pandemia por COVID-19, por exemplo.
B) Tomografia computadorizada
Alternativa D - Incorreta: Novamente, contrastada do abdome.
cita as Comissões Intergestoras Bi e
C) Ressonância magnética do abdome.
Tripartites, porém não cita os
Conselhos de Saúde que, como vimos, D) Laparoscopia diagnóstica do
são responsáveis por deliberar sobre o abdome.
plano de saúde e o financiamento do
E) Colangiopancreatografia retrógrada
SUS.
endoscópica.
Alternativa E - Incorreta: Alternativa
que acaba misturando diferentes
conceitos e diferentes instâncias, muito CCQ: Saber que a tomografia
boa para confundir candidatos. Veja contrastada tem melhor custo-
que peca, porém, ao afirmar que as benefício frente à CPRE, que é um
propostas de financiamento serão exame invasivo
ouvidas nas Conferências de Saúde.
Questão muito boa e que exige uma
Como vimos, isso se dá nos Conselhos
atenção nossa sobre o seu comando
de Saúde - veja a importância de
chave. A banca apresenta um caso
conhecer ambas as instâncias
clínico de um homem de meia idade,
colegiadas.
etilista crônico, em investigação de
icterícia, no qual USG de abdome
identificou dilatação de vias biliares,
porém, sem coledocolitíase (etiologia
75. Um homem de 47 anos de idade é mais comum). Na evidência de vias
internado para investigação de icterícia biliares intra e extra-hepáticas
e prurido que se iniciou há 3 semanas. dilatadas, sem fator obstrutivo
Nega doenças anteriores, perda de peso aparente dentro do colédoco (cálculos,
ou qualquer outra queixa. É etilista tumor de Klatskin, atresia, verminose),
crônico (3 a 5 doses de bebida alcoólica devemos considerar fatores na porção
destilada/dia há 30 anos). Ao exame distal do colédoco – ou seja, tumores
físico, encontra-se em bom estado periampulares. Diante disso, a banca
geral. Apresenta icterícia de escleras; o questiona qual seria o melhor exame,
restante do exame físico é normal. A considerando a relação custo-
efetividade, para proceder com a porcentagem pequena de pacientes
investigação: pode desenvolver pancreatite pós
CPRE, logo, não é o melhor exame a ser
Alternativa A - Incorreta: Pensando
indicado nesse momento.
em tumores periampulares, o
adenocarcinoma de cabeça de pâncreas
é o mais comum, porém, ao dosar
apenas CA 19-9, estaríamos
investigando somete essa patologia, 76. Um lactente com 12 meses de idade
então, a efetividade na investigação é levado ao Pronto-Socorro por sua
seria baixa. genitora com relato de choro intenso,
edema na perna e queda do berço há 8
Alternativa B - Correta: Como
horas aproximadamente. Tem
apontado acima, sendo as hipóteses
antecedente de TCE há dois meses,
diagnósticas os tumores periampulares,
também por queda do berço, segundo a
a tomografia com contraste seria o
mãe. Foi realizada uma radiografia, cuja
melhor exame para iniciar tal
imagem está reproduzida abaixo. A
investigação. Ela é capaz de avaliar,
indicação de internação para essa
identificar e delimitar tumores em
criança será feita considerando como
crescimento que estariam levando
diagnóstico mais provável a:
obstrução do colédoco.
Alternativa C - Incorreta: A
ressonância magnética é outro exame
que poderia identificar tumores
periampulares, porém, lembram que a
banca pediu custo-efetividade? O custo
da tomografia é mais baixo que o da
ressonância, além do exame ser mais
rápido.
Alternativa D - Incorreta: Totalmente
incorreta, pois não há indicação de
realizar uma laparotomia exploradora
para investigar icterícia, tendo diversas A) síndrome de Munchausen.
outras opções diagnósticas não
invasivas para tal. B) doença de Legg-Perthes.

Alternativa E - Incorreta: A C) osteogênese imperfeita.


colangiopancreatografia retrógrada D) hiperostose cortical.
endoscópica é um exame que poderia
elucidar a etiologia, da mesma forma E) injúria intencional.
que poderia desobstruir a via biliar
mediante uma papilotomia, contudo, é
um exame invasivo e com custo maior CCQ: Saber que, em crianças, a
que a TC. Devemos considerar que uma história de múltiplos traumas e
fraturas de ossos longos deve levantar costelas) apontam para um grau
suspeita de maus-tratos importante de violência física.
Pessoal, temos um lactente de 12 Um algo a mais: para sua prova,
meses apresentando fratura do fêmur à lembre-se de que, em crianças, dor no
radiografia, após uma suposta queda de quadril e claudicação após quadro viral
berço. Há 02 meses, esse mesmo pode indicar sinovite transitória do
paciente foi levado ao hospital, por quadril!
ocasião de um TCE, após, de novo, uma
Tendo isso em mente, vamos analisar as
suposta queda de berço. Isso não soa
alternativas:
suspeito para você? Certamente que
sim, eu imagino... e, nos casos em que Alternativa A – Incorreta: A Síndrome
suspeitamos de maus tratos e injúria de Munchausen ocorre quando um
intencional, está justificada a indivíduo simula sintomas ou induz o
internação do paciente. aparecimento de doenças em si
mesmo, com o objetivo de conseguir
Mas... como ficar ligado e aumentar o
atenção. Em crianças, ocorre a
nível de suspeição diante desses casos?
Síndrome de Munchausen por
Bem, segundo a Sociedade Brasileira de procuração, em que os pais, geralmente
Pediatria, os maus-tratos físicos podem a mãe, simulam sinais e sintomas, ou de
ser identificados por meio da anamnese fato induzem uma doença nos filhos,
e do exame físico, a partir de alterações com objetivo, também, de obter
fortemente associadas à violência atenção. No caso apresentado, não
física. Na anamnese, por exemplo, o encontramos elementos suficientes que
médico deve ficar alerta quando a sugiram a presença dessa patologia, já
história for incompatível com as que, normalmente, o adoecimento
lesões existentes, quando os relatos induzido tem caráter insidioso e menos
dos responsáveis são discordantes ao abrupto.
serem entrevistados por mais de um
Alternativa B – Incorreta: Consiste em
profissional em diferentes momentos,
uma necrose avascular idiopática da
quando os acidentes ocorrem de
epífise femoral proximal na criança,
forma repetitiva e/ou com frequência
sendo um quadro autolimitado. É mais
maior que a esperada e quando a
comum em meninos caucasianos, na
procura por socorro médico acontece
idade de 5-7 anos. A criança em questão
muito tempo após o evento. Já no
apresenta fratura de fêmur, portanto,
exame físico, as lesões em pele e
não se enquadrando no quadro típico da
mucosas (escoriações, hematomas), no
doença.
esqueleto (fraturas de ossos longos ou
múltiplas, em diferentes estados de Alternativa C – Incorreta: É uma
consolidação), no sistema nervoso doença hereditária do colágeno, que
central (TCE, hemorragia retiniana) e leva à fragilidade óssea difusamente.
nas estruturas torácicas e abdominais Pode estar acompanhada de surdez
(contusão pulmonar, fratura de sensorioneural, escleróticas azuladas,
dentinogênese imperfeita e
hipermobilidade articular. Não é um jejum = 197 mg/dL (valor de referência:
diagnóstico que se encaixa com o caso 99 mg/dL); hemoglobina glicada = 7,9%
em questão, pois temos uma criança de (valor de referência: 4 a 6,4% Hb);
12 meses que sofreu um trauma que microalbuminúria. Naquela ocasião, foi
justifica sua fratura de fêmur, além de negociada com a paciente a suspensão
não apresentar outros elementos que da metformina e o início de insulina
fortaleçam essa hipótese diagnóstica. NPH - 14 UI antes do café da manhã e 7
UI antes do jantar. Retornando à
Alternativa D – Incorreta: Também
consulta hoje, a paciente traz controles
conhecida como Doença de Caffey, tem
de glicemias capilares > 200 mg/dL em
etiologia desconhecida. Caracteriza-se
cada três de quatro dosagens diárias,
pelo desenvolvimento de tumefações
realizadas durante uma semana. Qual a
sensíveis dos tecidos moles, localizados
conduta mais adequada em relação às
profundamente, e espessamento
doses de insulina?
cortical ou hiperostose envolvendo
vários ossos, principalmente mandíbula A) Trocar a insulina NPH por insulina
e clavículas, os mais afetados. Nada a lispro antes do café da manhã.
ver com o quadro do nosso paciente,
B) Trocar a insulina NPH por insulina
não é mesmo?
glargina antes do café da manhã.
Alternativa E – Correta: Como vimos,
C) Acrescentar insulina regular antes
casos recorrentes de trauma e/ou
das refeições e meia dose às 22h.
fraturas em crianças, sem um
mecanismo relatado que justifique a D) Aumentar a dose da insulina NPH da
intensidade da lesão, deve nos fazer manhã e acrescentar dose extra às 22h.
suspeitar de maus tratos. No caso em
E) Aumentar as doses da insulina NPH
questão, essa é a hipótese mais
antes do café da manhã e antes do
provável, uma vez que, apenas num
jantar.
espaço de dois meses, a criança sofreu
um TCE e fraturou o fêmur, duas lesões
importantes e que exigem um
CCQ: Paciente em uso de insulina
mecanismo de trauma intenso, não
basal com a maioria das glicemias fora
uma simples queda de berço, para
da meta deve ter dose de insulina
justificá-las.
aumentada
Em primeiro lugar, uma ressalva à
conduta descrita pelo enunciado: a
metformina geralmente não é suspensa
77. Uma mulher de 64 anos de idade,
após o início da insulina. Tal droga atua
obesa, diabética do tipo II há 10 anos,
como coadjuvante da insulina exógena,
faz uso de metformina em dose alta (2
aumentando a sensibilidade dos tecidos
g/dia), sem obter controle glicêmico
periféricos à insulina.
adequado. Em consulta ambulatorial de
controle, realizada há dez dias, A metformina poderia ter sido suspensa
apresentava: peso = 70 kg; glicemia de neste caso por outros motivos, como a
presença de disfunção renal ou o desejo uma dose extra de insulina rápida
da paciente. O fato é que o enunciado (regular) não vai resolver todo o
dá a entender que a suspensão foi problema, ainda que possa melhorar,
puramente arbitrária, sem uma no caso especificado, a glicemia ao
indicação clínica específica. despertar.
Enfim, seja como for, temos uma Alternativa D - Incorreta: Também não
paciente que iniciou o uso de insulina vale, pois, se uma dose extra de NPH for
NPH, uma insulina de ação necessária para insulinização basal, o
intermediária, 2x ao dia, e que continua ideal é que ela seja feita na hora do
com as glicemias fora da meta. Qual almoço.
conduta tomar? Vamos às alternativas:
Nesta situação, a NPH antes do jantar
Alternativa A - Incorreta: Essa opção já deve ser "movida" para as 22 h (antes de
pode ser descartada logo de cara: a deitar), a fim de reduzir o risco de
lispro é um análogo de insulina de ação hipoglicemia noturna.
ultrarrápida. Quando insulinizamos um
Associar duas NPH tão próximas (antes
paciente, devemos prover insulina
e depois do jantar) aumenta muito o
"basal" (NPH 2-3x dia ou análogos
risco de hipoglicemia noturna. Além
ultralentos como a glargina 1x ao dia),
disso, não faz muito sentido se
associando insulinas rápidas ou
considerarmos a farmacocinética dessa
ultrarrápidas conforme a necessidade.
droga (início de ação em 2- 4 h, pico em
Alternativa B - Incorreta: Essa pode 4-8 h).
gerar uma certa dúvida, pois a glargina
Alternativa E - Correta: Essa é a melhor
é considerada uma opção melhor que a
resposta dentre as apresentadas, sem
NPH para o provimento de insulina
dúvidas. Afinal, podemos apenas titular
"basal" (possibilidade de dose única
as doses da insulina NPH que já está
diária, melhor perfil farmacocinético e
sendo dada, uma vez que a dose inicial
com menos risco de hipoglicemia).
não obteve um bom controle glicêmico!
No entanto, a priori, não nos parece
O início da insulinização plena no DM
uma opção muito boa, porque é
tipo 2 é feito com uma dose de NPH de
evidente que a paciente precisa
0,2 U/kg/dia, que pode ser dada como
aumentar a dose de insulina, algo que
dose única antes de dormir (insulina
não está sendo claramente
bedtime) ou pela manhã, ou então de
contemplado na letra B! Vejamos,
forma fracionada, em duas tomadas
então, se existe outra opção melhor e
diárias.
mais completa.
Por meio da monitorização da glicemia
Alternativa C - Incorreta: Não é uma
capilar, podemos avaliar a necessidade
boa opção, pois, se a paciente tem
de aumentar a dose de insulina, por
alteração em 3 das 4 dosagens diárias
exemplo, aumentando a dose total em
de glicemia capilar, a conclusão é que
2 U a cada 3 dias até obtermos glicemias
está faltando insulina "basal". Em
em jejum dentro da meta (80-130
outras palavras, o acréscimo de apenas
mg/dL).
Diante de um nódulo palpável ao exame
clínico, a primeira conduta será realizar
uma ultrassonografia. A punção por
78. Uma mulher de 30 anos de idade, agulha fina (PAAF) também é essencial
secundípara, procura atendimento para diferenciar cisto e nódulo e
médico na Unidade de Saúde da geralmente será guiada por US. Ainda
Família, referindo que, há mais ou temos divergências de quando solicitar
menos três meses, notou a presença de primeiro o US ou a PAAF, devendo
um nódulo na mama direita. Nega então nos atentarmos às opções da
aumento do volume do nódulo, questão. Atualmente, caso o US esteja
alterações na cor e textura da pele das disponível ele prevalece por não ser um
mamas ou descarga mamilar. Está em exame invasivo.
uso de anticoncepcional hormonal oral
Questão sem resposta pelas
combinado há 6 anos. A avó materna
recomendações atuais.
teve câncer de mama aos 60 anos de
idade. Ao exame, observa-se nódulo
indolor, com 2,0 cm de diâmetro, bem
delimitado, consistência fibroelástica,
móvel, no quadrante superior externo 79. Uma mulher com 32 anos de idade,
da mama direita. Nota-se a ausência de gesta = 2, para = 1(parto vaginal), com
linfonodos palpáveis em axilas e 35 semanas de gestação, é admitida na
expressão mamária negativa Emergência Obstétrica referindo
bilateralmente. Diante desse quadro, contrações e perda vaginal de líquido há
qual a conduta mais adequada a ser 2 horas. Refere ter tido um filho há 5
adotada pelo médico? anos com sepse neonatal por
Streptococcus do grupo B. Ao exame,
A) Solicitar mamografia.
apresenta duas contrações moderadas
B) Solicitar mamografia e em 10 minutos, BCF de 140 bpm, altura
ultrassonografia de mamas. uterina: 32 cm, exame especular com
líquido claro fluindo pelo orifício
C) Referenciar a paciente ao serviço de
cervical e toque vaginal com colo
saúde especializado.
médio, centrado, 3 cm de dilatação,
D) Orientar a paciente a retornar em 6 bolsa rota, apresentação cefálica. Qual
meses para repetir o exame clínico das a melhor conduta obstétrica no caso a
mamas. fim de se evitar a infecção vertical por
Streptococcus do grupo B?
E) Orientar a paciente a retornar em 12
meses para repetir o exame clínico das A) Iniciar clindamicina e indicar
mamas. cesariana.
B) Iniciar penicilina cristalina e indicar
cesariana.
QUESTÃO DESATUALIZADA
Questão de 2012, ou seja, a prova foi
aplicada em 2011. Está desatualizada!
C) Realizar cesariana de emergência e Bom, no caso em questão, a paciente
iniciar antibioticoterapia em caso de tem dois motivos para a profilaxia:
febre materna. trabalho de parto prematuro (35
semanas de gestação) e história de
D) Dar assistência ao trabalho de parto
sepse neonatal em recém-nascido
e administrar clindamicina de 6/6 horas
anterior.
até o nascimento.
Vamos avaliar qual alternativa traz a
E) Dar assistência ao trabalho de parto
melhor condução para esse caso?
e administrar penicilina cristalina de 4/4
horas até o nascimento. Alternativa A - incorreta. A
clindamicina não é a droga de escolha
na profilaxia contra este
CCQ: Profilaxia de transmissão microorganismo. Além disso, a
vertical de Streptococcus do grupo B. cesariana não protege quanto à
transmissão vertical. Afinal, a bolsa já é
O streptococo do grupo B (ou
rota, além de não ser indicada resolução
Streptococcus agalactiae) é o principal
por via alta apenas para evitar essa
agente causador de infecções
transmissão.
perinatais, incluindo endometrite e
sepse neonatal. Por isso, é indicado Alternativa B - incorreta. A
rastreio universal para todas as colonização por streptococo não
gestantes por meio de swab retal e justifica a indicação de cesariana e,
vaginal entre 35 e 37 semanas. Quando quando realizada antibioticoprofilaxia
é detectada a presença da bactéria na adequada, o risco, mesmo no parto
cultura realizamos antibioticoprofilaxia vaginal, é reduzido drasticamente.
para diminuir o risco de transmissão
Alternativa C - incorreta. A realização
vertical.
de antibioticoprofilaxia é independente
No entanto, em alguns casos, de febre ou outros sinais de infecção
consideramos a paciente de risco para materna.
infecção e, por isso, é indicada profilaxia
Alternativa D - incorreta. A
mesmo sem o rastreio. São eles:
clindamicina não é a primeira opção
trabalho de parto prematuro, rotura
para antibioticoprofilaxia contra
prematura de membranas ovulares por
streptococo. Ela pode ser usada no caso
mais de 18 horas e febre materna no
de alergia a penicilinas mas, se for o
intraparto.
caso, a dose é de 900mg a cada 8 horas.
Além disso, não é necessário colher
Alternativa E - correta. No caso de
cultura de pacientes que já
colonização por strepto B ou cultura
demonstraram colonização por
desconhecida com fatores de risco,
streptococo previamente: bacteriúria
realizamos profilaxia com penicilina
por streptococo documentada, filho
cristalina com dose de ataque de 5
anterior com sepse neonatal por
milhões, seguida por 2,5 milhões a cada
streptococo.
4 horas, até o clampeamento do cordão
umbilical.
A segunda opção para a profilaxia na E) Hidratação vigorosa e
ausência da penicilina cristalina é a antibioticoterapia para esterilização do
ampicilina, feita em dose de ataque 2g trato intestina
e seguida por 1g a cada 4h até o
clampeamento do cordão.
CCQ: O tratamento do volvo de
sigmoide é feito com
videocolonoscopia descompressiva
com preparo do cólon de forma
80. Um homem de 61 anos de idade foi
retrógrada!
admitido hoje no ProntoSocorro com
queixas de constipação, inapetência Salve salve, família, tudo bem com
progressiva, aceitando somente dieta vocês? Questãozinha do INEP-Revalida
líquida desde ontem. O familiar relata de 2012 trazendo um tema frequente
parada de eliminação de gases, dor nas provas de residência, concordam?
abdominal, vômitos fecaloides e
Trata-se de paciente com quadro clínico
aumento do volume abdominal nas
de abdome agudo obstrutivo (AAO), de
últimas 24 horas. O paciente tem
evolução insidiosa, e que, ao RX de
diagnóstico de retardo mental desde
abdome, constata-se o sinal do U
criança e faz uso de haloperidol (5
invertido, também conhecido como
mg/dia). Nega cirurgia e internação
sinal do grão de café. Esse achado
prévias. Ao exame físico, apresenta-se
radiográfico, associado à clínica
desidratado, com facies de sofrimento,
apresentada pelo paciente, é muito
abdome intensamente distendido,
sugestivo de volvo de sigmoide. Porém,
timpânico, ruídos hidroaéreos
não existem sinais de peritonite,
ausentes, dor à palpação superficial e
pneumoperitônio ou instabilidade
profunda, ausência de sinais de irritação
hemodinâmica. Como deve ser a
peritoneal. Toque retal sem fezes na
conduta imediata, então, nesses casos?
ampola retal, ausência de massas ou
Descompressão endoscópica com
alterações palpáveis. A radiografia
preparo retrógrado por
simples de abdome demonstra
videocolonoscopia. Caso essa medida
ausência de gás no reto e imagem de
não surte efeito, aí sim podemos pensar
distensão de alças com padrão de "U"
em levar esse paciente para a
invertido. Qual deve ser a conduta
laparotomia, beleza? Bora avaliar as
imediata no tratamento desse
demais alternativas!
paciente?
Alternativa A - Incorreta: nem todo
A) Laparotomia exploradora.
AAO é igual à laparotomia exploradora.
B) Vídeocolonoscopia descompressiva. Não há indicação dessa, de imediato,
para esse paciente;
C) Hidratação vigorosa e instalação de
sonda nasogástrica. Alternativa B - Correta: conforme
explicação acima;
D) Instalação de sonda retal e aplicação
de clister glicerinado.
Alternativa C - Incorreta: nos casos de mantida em sigilo, pois seus pais não
volvo, medidas gerais, como hidratação sabem que ela está grávida. Teme que
e passagem de SNG, não são tão possam expulsá-la de casa ao saber do
efetivas, e, mediante o quadro clínico ocorrido. Explica que seu namorado é
apresentado por nosso paciente, maior de idade e irá acompanhá-la ao
devemos lançar mão de uma hospital. Diante dessa situação, o
abordagem mais invasiva de forma a médico deve
evitar progressão do quadro;
A) manter o sigilo profissional, pois o
Alternativa D - Incorreta: enema opaco mesmo somente pode ser quebrado
por sonda retal com clister glicerinado com a autorização da paciente.
não está indicado como forma de
B) manter o sigilo profissional, pois a
tratamento de AAO;
paciente apresentou um responsável
Alternativa E - Incorreta: hidratação maior de idade para acompanhá-la ao
vigorosa deve ser feita nos pacientes hospital.
que apresentam sinais de desidratação
C) manter o sigilo profissional, pois a
decorrentes do quadro de AAO (nosso
paciente demonstra capacidade para
paciente), porém não há sinais de
avaliar seu problema e de conduzir-se
infecção que indiquem o uso de
por seus próprios meios para solucioná-
ATBterapia para esse paciente.
lo
Algo a mais: as causas mais comuns de
D) comunicar o Conselho Tutelar, que
AAO, por ordem de frequência, são:
será responsável por revelar a situação
aderências/bridas, hérnias
de saúde da paciente aos seus pais e
estranguladas, neoplasias, volvos, etc.
intermediar os conflitos que possam
surgir.
E) comunicar os pais da paciente, após
explicar a ela os motivos que
81. Primigesta, 14 anos de idade, na 12.
fundamentam a quebra do sigilo
semana de gestação, comparece à
profissional.
Unidade de Saúde da Família
acompanhada por seu namorado.
Queixa-se de cólicas intensas em baixo
CCQ: Saber que em situações de risco
ventre e sangramento vaginal, em
de vida em menores de idade, está
grande quantidade, há 2 horas. Após
autorizada a quebra do sigilo médico e
exame clínico, o médico constata que a
comunicação da situação aos
paciente apresenta sinais de
responsáveis legais do paciente
instabilidade hemodinâmica em virtude
de um abortamento incompleto e Pessoal, aqui temos uma questão sobre
indica sua transferência imediata para o um tema super relevante: ética médica.
serviço hospitalar especializado, para Vamos relembrar quais são as situações
realização de curetagem uterina. A em que está autorizada a quebra do
paciente concorda com a indicação do sigilo médico?
médico, pede para que a situação seja
O sigilo médico pode ser interrompido precárias, sem banheiro na residência e
quando: sem rede de água e esgoto na
localidade, procura a Unidade Básica de
• Há a autorização, por escrito, do
Saúde (UBS) por apresentar dor
paciente ou, ainda, de seus
abdominal de leve intensidade em
responsáveis (quando se trata
epigástrio, que piora com a
de crianças ou de adultos que
alimentação, associada a náuseas.
não podem responder por si
Refere também urticária. Realizou
mesmos);
exame parasitológico de fezes, que foi
• Exigência por parte da justiça; negativo. Qual o diagnóstico mais
provável nesse caso?
• Casos de doenças contagiosas;
A) Ancilostomíase.
• Suspeita de abuso ou agressão
em idosos ou crianças; B) Ascaridíase.

• Abortos clandestinos; C) Giardíase.

• Suspeita de ferimentos feitos D) Estrongiloidíase.


por ação criminosa.
E) Esquistossomose.
Agora, vamos dar uma olhada nas
alternativas.
CCQ: Quadro de parasitose que cursa
Alternativa A, B e C - Incorretas: No
com urticária, dor epigástrica e
caso de paciente menor de 18 anos em
parasitológico de fezes negativo é
situação de risco de vida, está
sugestivo de estrongiloidíase
autorizada a quebra do sigilo e
comunicação aos pais (ou responsável Nem sempre é fácil reconhecermos qual
legal). Como a paciente da questão está parasitose é mais provável, visto que
em uma situação de risco à vida, o sigilo muitas delas se apresentam com os
profissional não deve ser mantido. mesmos sintomas gastrintestinais
específicos. Felizmente, as bancas
Alternativa D - Incorreta: No caso de
costumam colocar na descrição algo
haver representantes legais, a
mais característico de uma parasitose
comunicação deve ser feita a eles.
em específico, assim, atente-se para as
Alternativa E - Correta: Isso! Deve-se, palavras destacadas negrito nas
com respeito, explicar à paciente os justificativas das alternativas abaixo,
motivos pelos quais o sigilo não será pois é a presença dessas características
mantido e proceder comunicando aos que nos levará a fazer o diagnóstico
seus pais. quando esse for o tema cobrado pelas
questões.
A questão nos descreve um paciente
morador de uma região sem
82. Um paciente com 50 anos de idade, saneamento básico, com náusea,
morador de zona rural, em condições urticária e dor abdominal que piora
com a alimentação e parasitológico de parasitoses que causam essa síndrome
fezes negativo. Ora, estamos diante de são:
um quadro clínico suspeito de
• Ancilostomíase;
estrongiloidíase!
• Ascaridíase;
A estrongiloidíase, causada pelo
Strongyloides stercoralis, é transmitida • Toxocaríase;
através do contado de pele humana
• Estrongiloidíase.
com larvas filariformes encontradas em
solos contaminados por fezes humanas. Alternativa A - Incorreta: Parasitose
Após a entrada da larva na pele, pode que ocorre através da penetração da
haver irritação na região com urticária larva na pele humana. Pode cursar com
que pode durar até 3 semanas. A manifestações pulmonares (síndrome
manifestação gastrintestinal mais de Loeffer), apesar de não ser tão
comum é a dor epigástrica, e diarreia, comum. A penetração da larva pode
constipação e anorexia também podem causar uma erupção maculopapular
estar presentes. pruriginosa no local. As manifestações
gastrintestinais mais comuns são
O diagnóstico pode ser feito pelo
náusea, diarreia, dor epigástrica,
parasitológico de fezes, mas esse
vômitos e aumento da flatulência; mas,
método apresenta altos níveis de falsos
sem dúvidas, o que é mais cobrado em
negativos, pois os métodos e
questões a respeito da ancilostomíase é
preparações tradicionais desse exame
a desnutrição crônica, pois, no
não são satisfatórios para o diagnóstico
intestino delgado, a larva se torna
etiológico dessa patologia. Assim,
madura, adere-se à parede e causa
quando se há suspeita de
anemia por consumo de sangue e
estrongiloidíase, o médico deve deixar
espoliação por micro-hemorragia. O
claro no pedido do exame, para que o
tratamento é feito com albendazol ou
laboratório prepare a amostra com
mebendazol, e o diagnóstico vem
método adequado (Baermann-
através do exame de fezes com
Moraes). Endoscopia com biópsia de
visualização direta do parasita ou PCR
mucosa também é um método
nas fezes.
diagnóstico possível, assim como a
sorologia. É uma das parasitoses que Alternativa B - Incorreta: Na fase
apresenta os maiores níveis de precoce, é uma das parasitoses que
eosinofilia no sangue periférico. O cursam com manifestações
tratamento é feito com ivermectina. pulmonares. Na fase tardia, os
sintomas são inespecíficos, como
Essa é uma das parasitoses que causam
anorexia, desconforto abdominal,
a síndrome de Loeffler, caracterizada
náuseas, vômitos e diarreia. Nessa fase,
pela presença de tosse seca, dispneia,
o diagnóstico pode ser feito por meio de
febre, sibilos, desconforto subesternal e
microscopia das fezes à procura de ovos
escarro sanguinolento, devido à fase
e/ou larvas. O tratamento é feito com
pulmonar no ciclo desse parasita. As
albendazol ou mebendazol. Uma
complicação importantíssima é a
obstrução intestinal por bolo de em que houve penetração de cercárias.
áscaris, mais comum em crianças. A forma hepatoesplênica é a mais
importante, caracterizada pela
Alternativa C - Incorreta: Causada por
presença de esplenomegalia associada
um protozoário, a giardíase se dá
à hipertensão portal. Clinicamente, o
através da transmissão fecal-oral, por
paciente se apresenta com sinais de
comida ou água contaminados. Cerca
hipertensão portal, como varizes de
de 40% dos pacientes são sintomáticos,
esôfago e esplenomegalia. Como a
e o quadro agudo é caracterizado por
obstrução é pré-sinusoidal, não cursa
diarreia, mal-estar, esteatorreia, dores
com ascite! O tratamento é feito com
abdominais e flatulência. O quadro
praziquantel.
crônico consiste em síndrome
disabsortiva (os trofozoítos formam
um tapete no intestino delgado,
impedindo a absorção dos nutrientes),
perda de peso e esteatorreia. A 83. Um médico de família atende uma
intolerância secundária à lactose após o população de 3 850 pessoas na unidade
quadro de giardíase é um tema muito de saúde em Caruaru, Pernambuco.
cobrado em provas. O diagnóstico é Atualmente, tem cerca de 305 pessoas
feito através do parasitológico de fezes, com hipertensão cadastradas.
e o tratamento pode ser feito com Reconhece, porém, que esse número
metronidazol, tinidazol ou não representa a totalidade das pessoas
nitazoxanida. com pressão arterial alterada.
Organiza, em conjunto com a equipe,
Alternativa D - Correta: Como
atividades de grupo por microárea de
discutimos acima. Outro ponto cobrado
cada agente comunitário para
quando falamos de estrongiloidíase é a
identificar novos casos e avaliar adesão
presença de hiperinfecção ou
ao tratamento e controle pressórico.
estrongiloidíase disseminada em
Durante as atividades coletivas, agenda
pacientes imunocomprometidos,
os pacientes recém-diagnosticados
situação na qual as larvas se depositam
para confirmação em consulta, assim
em locais fora do ciclo comum do
como os pacientes descontrolados.
verme, como cérebro, fígado, vesícula
Para os sem adesão ao tratamento,
biliar, pâncreas, rins, ovários,
reforça as orientações para
linfonodos mesentéricos, diafragma,
administração dos medicamentos e
coração e músculo esquelético.
mudanças de hábitos. Durante a
Alternativa E - Incorreta: Sua atividade, toda a equipe participa
transmissão se dá através da compartilhando tarefas e resultados. As
penetração das larvas cercárias, pessoas que participam do grupo, mas
liberadas por caramujos que foram não aderem ao tratamento
parasitados pelos miracídios (embriões farmacológico ou não farmacológico,
de esquistossoma), em lagos ou lagoas estão em qual estágio de mudança de
(as famosas lagoas de coceira). Pode comportamento, segundo o Modelo
ocorrer prurido importante na região Transteórico?
A) Pré-contemplação. caracterizada pela negação de riscos (a
pessoa acha que a condição não traz
B) Contemplação.
problemas).
C) Desmotivação.
Alternativa B - incorreta:
D) Preparação. Contemplação: nesta fase, o indivíduo
começa a perceber seu problema, mas
E) Manutenção.
ainda não se mobiliza para tomar uma
atitude de mudança. Caracteriza-se por
dúvidas e incertezas. (O paciente toma
CCQ: Saber que as pessoas que
consciência dos riscos, mas ainda não
participam do grupo de hipertensão
toma atitude).
mas não aderem ao tratamento estão
no estágio de preparação segundo o Alternativa C - incorreta:
modelo transteórico Desmotivação não é um estágio da
mudança de comportamento. Essa
Pessoal, essa é uma questão
alternativa é apenas um distrator
importante! Fiquem atentos. Os
dentre as demais.
estágios motivacionais de Prochaska e
Di Clemente são usados para avaliar as Alternativa D - correta: Planejamento
fases de mudanças de comportamento ou Preparação: o indivíduo já tem uma
que uma pessoa tem ao se livrar de um visão mais clara e precisa sobre seu
vício ou dificuldade. problema. Além disso, começa a pensar
em possíveis ações que podem ajudá-lo
Precisamos saber reconhecer esses
a se recuperar e superar suas limitações.
estágios comportamentais, pois o plano
(O paciente toma uma atitude e planeja
terapêutico depende da fase em que o
como tratar a condição).
paciente está. Além disso, esse é tema
muito cobrado nas provas! Notem que o paciente da questão está
nesse estágio, pois, apesar de ainda não
estar se tratando, está indo ao grupo de
hipertensos, ou seja, está se
preparando.
Ação: o indivíduo começa a colocar em
prática seus esforços de mudança.
Trata-se de um estágio que necessita de
muita perseverança,
comprometimento e disciplina. (O
paciente começa a se tratar).
Alternativa E - incorreta: Manutenção:
Vamos analisar cada alternativa?
o paciente mantém a ação do estágio
Alternativa A - incorreta: Pré- anterior. É a manutenção que permite
contemplação: o paciente ainda não vê verificar se as atitudes tomadas no
necessidade de mudar seu estágio Ação realmente levaram à
comportamento e suas atitudes. Fase
mudança. (O paciente permanece em Fala, mentorando! Questão boa para
tratamento). aprendermos um conceito não tão
explorado em provas e para revisarmos
um assunto importantíssimo: a
síndrome nefrótica.

84. Uma criança de 8 anos de idade é Questão linda do revalida! Olha só o


admitida na Emergência com quadro de quadro rico e florido. Note que nossa
edema generalizado e diminuição do principal hipótese é síndrome nefrótica!
volume urinário com 4 dias de evolução. Lembra das características?
Ao exame físico: PA = 100 X 60 mmHg;
• Proteinúria 3.5g /dL;
edema bipalpebral, abdominal e de
membros inferiores. Presença de ascite • Hiperlipidemia;
discreta. Ausculta cardíaca e pulmonar
• Hipoalbuminemia;
sem anormalidades. O exame de urina
mostrou: leucócitos: 10 000/mL, • Edema nefrótico (maior que o
hemácias 8 000/mL, proteinúria 3+/4; nefrítico);
relação proteína/creatinina urinária =
• Imunodepressão (lembre-se que
3,5; perfil lipídico: colesterol total = 450
os anticorpos são proteínas);
mg/dL (valor de referência < 200 mg/dL)
e triglicérides = 700 mg/dL (valor de • Hipercoagulabilidade.
referência < 150 mg/dL), albuminemia =
Agora, voltando ao nosso paciente, ele
2,4 g/dL (valor de referência > 4 g/dL).
apresenta uma síndrome nefrótica, e a
Considerando a principal hipótese
principal hipótese em uma criança de 8
diagnóstica, a conduta inicial indicada é
anos é a glomerulopatia por lesão
A) furosemida IV e internação mínima, onde a grande maioria
hospitalar. responde a corticoide.
B) ciclosporina VO e coleta de Mas e agora? Por que a resposta não é
proteinúria de 24 horas. corticoide?
C) albumina IV e retorno em 24 horas Isso que torna essa questão da hora! Na
para reavaliação clínica. síndrome nefrótica temos basicamente
2 indicações para fazermos furosemida:
D) indometacina VO e observação
rigorosa no Pronto-Socorro. • Anasarca
E) Prednisona VO e encaminhamento • Edema localizado importante
ao ambulatório de Nefrologia
Veja o nosso paciente! Ascite, edema
Pediátrica.
palpebral, de membros, no abdômen.
Opa, o que é isso? Exatamente!
Anasarca! Por isso esse paciente
CCQ: Saber que anasarca na síndrome
passará por corticoides, sim, mas deve
nefrótica em crianças é indicação de
ser internado e feito furosemida para
diurético de alça
diminuição do edema como conduta alterações. Abdome com distensão
inicial. abdominal moderada, dor à palpação
superficial do epigástrio e hipocôndrio
Lembrando que se for refratário aos
D, sem sinais de irritação peritoneal,
diuréticos, procedemos com a
com ruídos hidroaéreos reduzidos.
reposição de albumina!
Exames complementares: hematócrito
Vamos às alternativas: = 36% (valor de referência: 42± 6%),
hemoglobina = 12,3 g/dL (valor de
Alternativa A - Correta: Exatamente! O
referência: 13,82 ± 2,5 g/dL), leucócitos
Paciente está em anasarca e necessita
= 18 200 /mm3 (valor de referência: 3
ser internado para controle deste
800 a 10 600/mm3 ) com 17% de
edema.
bastões, Proteína C Reativa = 8,3 mg/dL
Alternativa B - Incorreta: Não temos (valor de referência = 0,3 a 0,5 mg/dL),
indicação de fazer ciclosporina nestes bilirrubina total = 5,2 mg/dL (valor de
casos de doença de lesão miníma. referência = até 1,2 mg/dL), bilirrubina
direta = 4,1 mg/dL (valor de referência =
Alternativa C - Incorreta: Esta seria a
até 0,4 mg/dL), glicemia = 300 mg/dL
conduta se o edema fosse refratário aos
(valor de referência < 99 mg/dL).
diuréticos!
Ultrassonografia abdominal: ausência
Alternativa D - Incorreta: de líquido livre em cavidade peritoneal,
Indometacina é um AINE, não tem distensão de alças que prejudica a
indicação neste caso. técnica do exame, vias biliares
dilatadas. Além da reposição volêmica,
Alternativa E - Incorreta: Alternativa
qual a conduta inicial requerida para o
que deixou os alunos mais em dúvida!
caso?
Pois sim, devemos fazer corticoide! Mas
como conduta inicial, o paciente deve A) Laparotomia exploradora.
ser internado para iniciarmos diurético
B) Colecistectomia videolaparoscópica.
de alça.
C) Antibioticoterapia de amplo
espectro.
D) Drenagem percutânea de vias
85. Uma mulher de 45 anos de idade foi biliopancreáticas.
admitida na Unidade de Emergência
E) Colangiografia endoscópica
com febre, dor no hipocôndrio D e
retrógrada com papilotomia.
vômitos há 48 horas. Apresenta piora
progressiva do quadro e, no momento,
encontra-se sonolenta, confusa, com
CCQ: Saber que o tratamento inicial
facies de sofrimento, desidratada
da colangite aguda não supurativa é
(+++/4+) e ictérica (++/4+), com
antibioticoterapia
extremidades frias, pulsos finos, sem
cianose. Sinais vitais: T = 39°C, FC = 130 Pessoal, temos nessa questão uma
bpm, FR = 35 irpm, PA = 110 x 60 mmHg. paciente de 45 anos com febre, dor no
Ausculta cardíaca e pulmonar sem hipocôndrio D e icterícia. Essa é a
famosa tríade de Charcot, que deve Alternativa C – Correta: Conforme
nos fazer pensar em colangite aguda. revisamos, em casos de colangite aguda
Quando a doença ainda está restrita às não supurativa está indicado
vias biliares, o tratamento é feito com inicialmente o tratamento com
antibioticoterapia, com resposta antibioticoterapia, que costuma
dramática. Após a melhora da infecção, apresentar ótima resposta.
de forma eletiva, está indicada a
Alternativa D – Incorreta: A drenagem
drenagem das vias biliares.
estará indicada em um segundo
Entretanto, existe uma maldade nessa momento, de forma eletiva, após a
questão. Em casos de colangite aguda, administração de antibióticos e a
grave ou supurativa, a melhora da infecção.
antibioticoterapia deixa de ser
Alternativa E – Incorreta: A CPRE é um
resolutiva e a drenagem das vias biliares
exame diagnóstico e também
deve ser feita imediatamente.
terapêutico que pode ser usado em
Suspeitamos desse quadro quando
casos de coledolitíase, estenose de
encontramos a pêntade de Reynolds,
ducto biliar e pancreatite grave
que é a própria tríade de Charcot
associada a colangite, por exemplo.
acrescida de hipotensão e depressão
Não parece ser a melhor conduta neste
do sensório. Qual a maldade, então?
momento para a paciente da questão.
Perceba que a nossa paciente
apresenta-se sonolenta e confusa, além
de ter outros sinais de gravidade como
desidratação, extremidades frias e
pulsos finos, mas a pressão arterial não 86. A declaração de óbito é um
apresenta alteração significativa. Ou documento do Sistema de Informações
seja, não é pêntade de Reynolds e (em sobre Mortalidade e tem por objetivo
teoria) ainda não precisamos tratar cumprir as exigências legais de registro
como um quadro supurativo. de óbitos, cumprir os princípios de
cidadania e servir como fonte de
Alternativa A – Incorreta: Se houvesse
informações estatísticas de saúde. A
sinais de irritação peritoneal ao exame
declaração de óbito compõe os serviços
físico ou de líquido livre em cavidade na
de Vigilância em Saúde. Em qual das
ultrassonografia, a laparotomia
seguintes situações será necessária
exploradora poderia ser uma boa
investigação compulsória pela equipe
opção. No entanto, nenhuma dessas
de vigilância de óbitos, por meio de
alterações é descrita no enunciado.
comitê específico para esse fim, em
Alternativa B – Incorreta: Não é o conjunto com a equipe da atenção
tratamento e escolha para nossa primária?
principal suspeita, que é colangite
A) Adolescente com óbito por uso de
aguda. Seria um tratamento adequado
drogas.
para colecistite aguda ou até para
colelitíase sintomática. B) Idoso vítima de violência domiciliar.
C) Criança que morreu no domicílio.
D) Adulto no ambiente de trabalho. no âmbito nacional, de modo a
permitir o dimensionamento
E) Mulher em idade fértil.
dos óbitos investigados no
âmbito estadual e municipal,
respeitando-se a realidade e as
CCQ: Saber que óbito infantil ocorrido
iniciativas locais de implantação
em domicílio é critério para
das equipes de vigilância.
investigação pela equipe de vigilância
de óbitos • São critérios mínimos
sugeridos para investigação
Fala, pessoal! Aqui temos uma questão
todos os óbitos de residentes
sobre vigilância de óbitos, um conceito
no município ou Regional:
não tão abordado. Vamos aproveitar e
aprender um pouco sobre?! • Pós-neonatais (28 dias a 1 ano
incompleto de vida)
• Conceito: A Portaria GM nº 1172 de 15
de junho de 2004 preconiza que é • Neonatais (0 a 27 dias de vida ) com
atribuição do componente municipal do peso ao nascer ≥ 1.500 gramas
Sistema Nacional de Vigilância em
• Fetais (natimortos) com peso ao
Saúde a “vigilância epidemiológica e o
nascer ≥ 2.500 gramas
monitoramento da mortalidade infantil
e materna”, e dos Estados, “de forma • Óbitos ocorridos em domicílio
complementar a atuação dos Considerando-se o critério de
municípios”. investigação dos óbitos potencialmente
evitáveis, podem ser excluídos os óbitos
• Portanto, as secretarias de saúde
por malformação congênita
devem designar uma equipe de
grave/complexa/letal.
vigilância epidemiológica de óbitos de
referência do município e do estado. Agora, vamos dar uma olhada nas
Salienta-se que a equipe de vigilância alternativas.
de óbitos, a ser designada pelo gestor,
Alternativa A – Incorreta:
tem um conceito amplo e flexível,
Adolescentes não fazem parte do grupo
adequado ao contexto local.
de que deve ser investigado pela equipe
• A equipe do município pode ser de vigilância em óbitos.
complementada por outros
Alternativa B – Incorreta: Idosos
profissionais de saúde como os técnicos
também não fazem parte do grupo de
do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia
que deve ser investigado pela equipe de
(NHE) ou da Comissão de Controle de
vigilância em óbitos.
Infecção Hospitalar (CCIH), dentre
outros. De acordo com a historicidade e Alternativa C – Correta: Sim! Como
a realidade local, a equipe pode ser vimos acima, óbito em domicílio é um
constituída pelo próprio Comitê dos critérios.
Municipal.
Alternativa D – Incorreta: Adultos não
• São adotados critérios mínimos fazem parte do grupo de que deve ser
de referência para investigação
investigado pela equi-pe de vigilância C) Metotrexate.
em óbitos.
D) Indometacina.
Alternativa E – Incorreta: Adultos não
E) Metilprednisona.
fazem parte do grupo de que deve ser
investigado pela equi-pe de vigilância
em óbitos.
CCQ: Saber que o metotrexate é uma
droga modificadora de curso de
doença na artrite reumatoide
Fala mentorando! Questão boa para
87. Uma mulher de 45 anos, com
relembrarmos alguns aspectos
queixas de dores articulares há 5 meses,
importantes sobre a artrite reumatoide,
comparece ao ambulatório para
então bora lá!
mostrar resultado de exames. Seu
quadro começou com dores em mãos e Quando falamos de artrite reumatoide,
pés, pela manhã, com melhora durante devemos nos lembrar de uma doença
o dia. Evoluiu há um mês com um surto com afetação de articulações
de dor em articulações principalmente das mãos e punhos
interfalangeanas proximais, punhos, (lembre-se que não afeta
cotovelos e joelhos, com sinais de interfalangeana distal) de caráter
flogose, que melhorou com o uso de destrutivo! Isso mesmo, a doença
indometacina por 10 dias. Ao exame, realmente destrói as articulações
apresenta hipocromia de mucosas, podendo levar a deformidades
edema e sinais de flogose discretos em permanentes.
mãos, com presença de nódulos justa-
Um dado clínico que as bancas adoram
articulares e ausência de deformidades.
é a rigidez matinal por mais de 1 hora
Traz exames complementares
além de nódulos subcutâneos em áreas
solicitados na consulta anterior:
extensoras (sugerem muito o
hemograma com Hb = 11,0 g/dL (valor
diagnóstico, mas nem sempre estarão
de referência: 13,8 ± 2,5 g/dL), VHS = 56
presente nas questões).
mm na primeira hora (valor de
referência: ≤20 mm/h), prova do látex Note que nossa paciente não apresenta
para fator reumatoide positiva, e o dado típico de rigidez matinal
radiografia das mãos que mostram descrito, mas apresenta nódulos justa-
redução da densidade óssea articulares além de uma radiografia
periarticular em articulações mostrando diminuição da densidade
interfalangeanas proximais e punhos. A óssea (sugere processo destrutivo),
paciente, costureira, teme não poder então temos uma mulher com artrite
trabalhar mais. Qual a medicação que erosiva, que afeta mãos, com um VHS
poderia impedir a progressão da elevado, fator reumatoide também
doença? elevado além de apresentar anemia.
Aqui já temos que ter como hipótese a
A) Aspirina.
artrite reumatoide.
B) Colchicina.
O tratamento desta condição se dá com A) Sistema de infusão contínua de
várias medicações, mas algumas, como insulina e hidratação parenteral com
os AINES, servem somente para potássio e bicarbonato.
melhora de sintomas, por isso temos
B) Insulina de ação prolongada
uma classe na artrite reumatoide onde
(glargina) e hidratação por via oral com
englobamos os medicamentos que
soro e bicarbonato de sódio.
realmente podem diminuir a
progressão da doença, temos vários, C) Insulina de ação rápida (regular) por
mas você deve conhecer os mais via intravenosa e hidratação parenteral
frequentes em provas: com soro fisiológico, sem bicarbonato.
• Metotrexate. D) Insulina de ação intermediária ( NPH
) por via subcutânea e hidratação
• Hidroxicloroquina.
parenteral com soro fisiológico, sem
• Sulfasalazina. potássio.
Com estes medicamentos, você E) Insulina de ação prolongada ( NPH ) e
acertará a maioria das questões. insulina de ação rápida (basal-bolo) e
hidratação por via oral com soro
Como vimos, dentre as alternativas
glicosado, sem potássio.
citadas, a única que contém uma droga
modificadora de curso de doença da
artrite reumatoide é a alternativa C e é
CCQ: Saber que o tratamento da
o nosso gabarito da questão.
cetoacidose diabética é feito com
hidratação endovenosa, insulina de
ação rápida endovenosa e reposição
adequada de eletrólitos
88. Uma criança de 9 anos de idade é
Olá, Mentorando JJ! Temos aqui uma
levada ao serviço médico de urgência
questão que cobra o Pareto em relação
com quadro de confusão mental e
a cetoacidose diabética (CAD). Esse
desidratação. Os pais relatam perda de
tema despenca nas provas de
2 kg nos últimos 15 dias, apesar do
residência, vamos aproveitar para
aumento da ingestão alimentar e sede
revisar os principais conceitos.
constante. Ao exame físico: paciente
desidratado +++/4, com hálito cetônico. A CAD é o resultado de uma deficiência
Exames laboratoriais: glicemia = 560 relativa ou absoluta de insulina somada
mg/dL (valor de referência < 100 ao excesso dos hormônios contra
mg/dL), gasometria: pH = 7,2 e reguladores (glucagon, cortisol,
bicarbonato = 12 mEq/L, sódio = 140 catecolaminas e GH). Ela é definida pela
mEq/L, potássio = 5,7 mEq/L; exame de presença de glicemia maior ou igual a
urina: glicose = ++, proteínas = 250 mg/dL, pH arterial menor ou igual a
ausentes, corpos cetônicos = ++, 7,3 e cetonemia. Os fatores
leucócitos = 2 000/mL e eritrócitos = 3 desencadeantes são diversos, mas o
000/mL. Qual a conduta mais adequada principal é o infeccioso, em 40% dos
no caso? casos ele é o culpado. As manifestações
clínicas clássicas são os 4 “Ps” – poliúria, 30 mEq de K para cada litro de
polifagia, polidipsia e perda de peso – qualquer soro infundido;
muitas das vezes associadas a náuseas,
• K > 5,0 ou 5,2 mEq/L → não
vômitos, queda do estado geral,
deve repor K, continue fazendo
respiração de Kussmaul e hálito
a sua dosagem, inicie reposição
cetônico.
apenas quando a calemia estiver
O tratamento da CAD é relativamente < 5 mEq/L.
simples e cai MUITO nas provas, preste
Vamos para as alternativas:
muita atenção agora. Os princípios
básicos são: correção do déficit hídrico Alternativa A - Incorreta: Nosso
(hidratação), investigação e tratamento paciente não tem indicação para
dos fatores precipitantes, correção da reposição de potássio ou bicarbonato.
hiperglicemia (uso da insulinoterapia) e Vamos repor o potássio quando a
correção dos déficits eletrolíticos concentração sérica for menor que 5,2
(cuidado principalmente com o mEq/L e o bicarbonato quando o pH for
potássio). O primeiro e mais menor ou igual a 6,9.
importante passo é a hidratação que é
Alternativa B - Incorreta: Para o
feita com 15- 20 ml/kg, ou cerca de 1 a 2
tratamento da cetoacidose diabética
L da solução isotônica na primeira hora.
utilizamos insulinas de ação rápida
Após a hidratação devemos iniciar o uso
intravenosas, a hidratação é realizada
da insulina com dose inicial de 0,1 UI/kg
de forma endovenosa e o bicarbonato
IV em bólus, em seguida, manutenção
fica reservado para os casos em que o
de 0,1 UI/kg/hora, em bomba de
pH é menor ou igual a 6,9.
infusão. Lembre sempre que antes de
prescrever insulina para o paciente Alternativa C - Correta: Como
devemos avaliar o potássio (a insulina abordado acima, esse é o manejo
carrega o potássio para dentro das correto do paciente.
células e depleta o ambiente
Alternativa D - Incorreta: Para o
intravascular). Veja como realizar a
tratamento da cetoacidose diabética
reposição:
utilizamos insulinas intravenosas de
• K < 3,3 mEq/L → não prescrever ação rápida para o melhor controle da
a dose inicial de insulina em glicemia.
bolus, repor 20 a 30 mEq de K
Alternativa E - Incorreta: Para o
em 1 litro de soro fisiológico em
tratamento da cetoacidose diabética
uma hora e logo após dosar o
utilizamos insulinas intravenosas de
seu nível sérico. A insulina deve
ação rápida e a hidratação é realizada
ser iniciada apenas quando o
de forma endovenosa.
potássio estiver > 3,3 mEq/L;
• K entre 3,3 - 5,0 ou 5,2 mEq/L
→ repor o potássio desde o
momento de sua internação na
89. Um paciente do sexo masculino, 30
unidade hospitalar – colocar 20 a
anos de idade, procedente do Rio de
Janeiro, foi admitido na Emergência Questão que exige que o aluno
hospitalar referindo febre, dor de reconheça o quadro suspeito de dengue
cabeça, diarreia e dor articular, com sinais de alarme.
iniciados há 6 dias. Informa que a febre
Um caso clínico suspeito de dengue é
cessou há dois dias e, há um dia, passou
composto por febre que, usualmente,
a apresentar dor abdominal contínua de
dura entre 2 e 7 dias, e duas ou mais das
forte intensidade, sem melhora com o
seguintes manifestações: náuseas,
uso de paracetamol. O paciente nega
vômitos; exantema; mialgias ou
doenças prévias. Ao exame físico,
artralgias; cefaleia; dor retro orbitária;
apresenta estado geral regular,
petéquias ou prova do laço positiva e
eupneico, hidratado, corado,
leucopenia. O nosso paciente
consciente e orientado; ausculta
apresentou febre por 4 dias, associada à
respiratória e cardíaca normais; pressão
cefaleia e artralgia. Quadro suspeito de
arterial = 120 x 80 mmHg; prova do laço
dengue!
negativa; abdome depressível,
doloroso à palpação em hipocôndrio No período de defervescência (declínio
direito, sem visceromegalias. Nesse da febre, por volta do terceiro ou quarto
caso, a melhor conduta a ser tomada é dia), surgem os sinais de alarme.
Percebam que o paciente da questão
A) dar alta após solicitação de
relata febre por 4 dias, e após cessada,
hemograma e sorologia viral e orientar
início de dor abdominal, que é um sinal
o paciente a retornar após seis horas
de alarme! Demais sinais de alarme são:
para avaliar o resultado do hemograma.
• Dor abdominal intensa e
B) colocar o paciente em observação
contínua ou dor à palpação do
por 12 horas na unidade de emergência
abdome;
e administrar medicamentos
sintomáticos e hidratação oral. • Vômitos persistentes;
C) transferir o paciente para unidade de • Acúmulo de líquidos (ascite,
cuidados semiintensivos para derrame pleural ou pericárdico);
monitorização contínua e realização de
• Sangramento de mucosas;
exames.
• Letargia ou irritabilidade;
D) dar alta com orientações para
acompanhamento ambulatorial na • Hipotensão postural;
unidade de atenção primária.
• Hepatomegalia maior do que 2
E) internar o paciente por 48 horas para cm;
observação e realização de exames
• Aumento progressivo do
complementares.
hematócrito.
Por sua vez, os sinais de gravidade são
CCQ: Saber que dor abdominal em compostos pela presença de choque
paciente com suspeita de dengue é e/ou sangramento grave (hematêmese,
sinal de alarme melena, sangramento do SNC) e/ou
comprometimento grave de órgãos IV, de 20 mL/kg em 20min por
(alteração da consciência, miocardite, até 3 vezes. Se o paciente
TGO ou TGP >1000). melhorou com a medida
anterior: reclassificado em
Assim, a dengue pode ser classificada
grupo C. Se o paciente não
em 4 grupos:
melhorou: iniciar drogas
• A: caso suspeito de dengue vasoativas e reposição de
sem sangramento e sem sinais albumina.
de alarme. Acompanhamento
Ou seja, nosso paciente enquadra-se no
ambulatorial, com hidratação,
grupo C. Vamos às alternativas:
VO, de 60 mL/kg/dia até o
paciente permanecer 48h sem Alternativa A - Incorreta: Solicitamos
febre. hemograma quando estamos diante de
um paciente no grupo B, ou seja, sem
• B: sangramento de pele (prova
sinais de alarme.
do laço positivo ou petéquias)
OU risco social, OU Alternativa B - Incorreta: Nosso
comorbidades/ gestantes. Sem paciente possui sinais de alarme, logo,
sinais de alarme. deve ser admitido em enfermaria e a
Acompanhamento ambulatorial hidratação deve ser endovenosa.
em observação (retornar
Alternativa C - Incorreta: A admissão é
diariamente à unidade até o
em enfermaria.
desaparecimento de febre. Se
risco social, disponibilizar leito). Alternativa D - Incorreta: Essa seria a
Hidratação, VO, de 60 conduta caso estivéssemos diante de
mL/kg/dia até o paciente um paciente do grupo A, sem sinais de
permanecer 48h sem febre. alarme e sem sangramento.
Solicitar hemograma. Se
Alternativa E - Correta: De fato, diante
hematócrito normal,
de um paciente do grupo C (com sinal
reclassificado em grupo A. Se
de alarme), admitimos o paciente em
aumentado, reclassificado em
enfermaria e solicitamos exames
grupo C.
laboratoriais que nos ajudarão a
• C: presença de sinal de alarme. acompanhar a melhora ou piora do
Internação em enfermaria. quadro clínico. Lembrem-se que a
Hidratação, IV, de 20 mL/kg em medida mais importante aqui é a
2h por até 3 vezes. Se o paciente hidratação endovenosa!
melhorou com a medida
anterior: hidratação IV 25 mL/kg
em 6h. Se o paciente não
melhorou: reclassificado em
90. Um homem de 47 anos de idade,
grupo D.
portador de diabetes do tipo 1, foi
• D: sinal de gravidade. submetido a vasectomia há 5 dias. Hoje
Internação em UTI. Hidratação, comparece à Unidade de Emergência
queixando-se de febre alta, grande uma infecção bacteriana destrutiva
aumento de volume escrotal, edema, com rápida progressão no tecido
dor acentuada e coloração subcutâneo e fáscia superficial, com
avermelhada no escroto. Ao exame de elevados índices de morbimortalidade.
palpação do escroto, verifica-se a
Os principais fatores de risco
presença de enfisema subcutâneo. Qual
relacionados a fasciíte necrosante são:
o diagnóstico mais provável e a conduta
adequada para o caso? • Comorbidades: doença vascular
periférica, doenças pulmonares,
A) Fasceíte necrotizante; debridamento
insuficiência renal, diabetes
cirúrgico e antibioticoterapia de amplo
mellitus, psoríase (fator
espectro.
presente em nosso paciente);
B) Abscesso escrotal; drenagem e
• Alcoolismo;
antibioticoterapia de amplo espectro.
• Condições imunossupressoras;
C) Abscesso escrotal; drenagem, anti-
inflamatório inibidor da ciclo-oxigenase • Uso de drogas endovenosas;
2.
• Cirurgias (fator presente em
D) Coleção serosa; drenagem por nosso paciente);
punção, anti-inflamatório inibidor da
• Úlceras isquêmicas e de
ciclo-oxigenase 2.
decúbito;
E) Torção testicular iatrogênica;
• Traumas cutâneos penetrantes
intervenção cirúrgica de liberação do
e fechados;
testículo.
• Uso de AINE: relação ainda não
comprovada.
CCQ: Fasciíte necrotizante exige um
Com isso, agora não temos dúvidas
desbridamento cirúrgico imediato
quanto ao diagnóstico do nosso
Muito bem pessoal, temos aqui um paciente, cujo tratamento deve ser feito
paciente diabético que foi submetido a com desbridamento cirúrgico imediato
uma vasectomia há 5 dias, retorna à e antibioticoterapia de amplo espectro.
emergência apresentando febre, com
aumento do volume escrotal e
coloração avermelhada além de dor
intensa. Sabemos que esse paciente
91. Uma mulher de 57 anos de idade,
tem um risco maior a infecções
em acompanhamento na Unidade
cutâneas, e esse aí está vivendo uma
Básica de Saúde, apresenta-se com PA
como complicação pós-operatória.
= 150 x 100 mmHg, circunferência
Agora, qual? O grande detalhe da
abdominal de 100 cm, glicemia = 115
questão foi afirmar que o paciente
mg/dL (valor de referência < 99 mg/dL),
apresenta enfisema subcutâneo, o qual
triglicérides = 200 mg/dL (valor de
apresenta a grande pista para pensar
referência < 150 mg/dL), HDL = 35
em fasciíte necrotizante (FN). A FN é
mg/dL (valor desejável > 60 mg/dL). Na • Combinação de 2 ou mais
terapia medicamentosa hipotensora, a fármacos → a partir do estágio 1
droga que potencialmente apresenta de risco moderado e alto e HAS
efeitos metabólicos antagônicos às estágios 2 e 3.
medidas para redução de peso e de
Lembre-se: Na diretriz atual, mesmo
controle da glicemia é
em pacientes de baixo risco e HAS
A) captopril. estágio 1 podemos optar por fazer a
terapia combinada desde o início!
B) clonidina.
Ao ser indicado o tratamento
C) losartana.
farmacológico, deve levar em
D) amlodipina. consideração não só o grau de
recomendação do anti hipertensivo,
E) propranolol.
mas também comorbidades associadas
e outros fatores.

CCQ: Saber que o propranolol Sendo assim, tendo isto em vista,


apresenta efeitos metabólicos analisemos as opções dadas revisando
antagônicos às medidas para redução os principais efeitos colaterais de cada
de peso e controle da glicemia medicação:

Fala pessoal, na hora de escolher a Alternativa A - Incorreta: Captopril é


melhor terapêutica para o seu paciente, um medicamento da classe dos IECAs.
tão importante quanto saber as Essa classe de medicamentos tem
indicações dos medicamentos é saber como principais efeitos colaterais: tosse
suas contraindicações e seus efeitos seca; angioedema; broncoespasmo
colaterais. E é justamente este último leve; hipercalemia; piora da função
conhecimento que a banca está renal no início do uso mas que retorna
cobrando de você. aos valores basais na maioria das vezes
e insuficiência renal aguda se estenose
Estamos frente a uma paciente que
bilateral de artérias renal ou estenose
além de hipertensa grau 2 ( PAD maior
de artéria renal em rim único
ou igual a 100) é obesa, dislipidêmica e
funcionante;
com glicemia alterada indicando pré-
diabetes. Alternativa B - Incorreta: Clonidina faz
parte dos simpatolíticos de ação
O tratamento não farmacológico
central, assim como a metildopa e
engloba diversos fatores e deve ser
rilmenidina. Considerada uma classe de
conversado com todos os pacientes. Já
segunda linha para o tratamento da
a terapia medicamentosa passa a ser
HAS, tem como principais efeitos
indicada quando:
colaterais: sonolência, sedação , fadiga,
• Monoterapia → PA 130-139 e/ou boca seca, hipotensão postural e
85-89 de risco alto ; HAS estágio disfunção sexual.
1 de baixo risco ; pacientes
Alternativa C - Incorreta: Losartana é
muito idosos e/ou frágeis.
bloqueador do receptor de
angiotensina II (BRA) que pode ser Portanto, o propanolol é a droga que
usado em usado como primeira linha no potencialmente apresenta efeitos
lugar do IECA, mas nunca em metabólicos antagônicos às medidas
associação devido seus mecanismos de para redução de peso e de controle da
ação atuarem na mesma via glicemia que a paciente necessita.
fisiopatológica. Essa classe possui
basicamente efeitos colaterais
descritos no item A, exceto pela tosse e
angioedema.
92. Um recém-nascido do sexo
Alternativa D - Incorreta: Anlodipino é feminino, com 2 dias de vida, nascido a
um bloqueador do canal de cálcio termo, com 2 300 g, apresenta sopro
(BCC), sendo os principais efeitos sistólico e cianose de extremidades ao
colaterais: edema maleolar; cefaleia choro. Qual a medida propedêutica que
latejante; tontura; rubor facial; afasta a maior parte das doenças
hipertrofia gengival e dermatite ocre. cardíacas cianóticas?
Alternativa E - Correta: Propanolol é A) Teste de hiperventilação.
um betabloqueador não-seletivo. Os
B) Teste de hipoventilação.
betabloqueadores no tratamento da
HAS devem ser indicados em condições C) Gasometria venosa.
específicas, tais como : IC, pós-IAM,
D) Oximetria de pulso.
angina, controle de FC, mulheres jovens
com potencial para engravidar e, em E) Teste da hiperoxia.
geral, em combinação com outros
fármacos.
CCQ: Saber que o diagnóstico
Essa classe tem como principais efeitos
diferencial entre cardiopatias
colaterais: broncoespasmo,
cianóticas e cianose de origem
bradicardia, distúrbios da condução
pulmonar pode ser feito por meio do
atrioventricular, vasoconstrição
teste da hiperóxia
periférica, insônia, pesadelos,
depressão psíquica, astenia e disfunção Pessoal, o teste da hiperóxia é realizado
sexual. quando queremos saber se a causa da
cianose é pulmonar ou cardíaca. Para
Além disso, os betabloqueadores de 1ª
isso, é oferecido oxigênio a 100% para o
e 2ª geração podem afetar o
recém-nascido e uma gasometria
metabolismo glicídico acarretando
arterial é realizada para verificar a
intolerância à glicose ou induzindo o
pressão arterial (Pa02) de oxigênio pré
aparecimento de novos casos de
(membro superior direito) e pós-ductal
diabetes, e podem interferir no
(membros inferiores).
metabolismo lipídico levando a uma
hipertrigliceridemia com aumento do O teste é positivo quando a Pa02 > 250
LDL-colesterol e redução da fração mmHg, indicando uma cianose de
HDL-colesterol. origem pulmonar. Se Pa02 < 100
mmHg, deve-se suspeitar de
cardiopatia congênita grave; se entre Alternativa D - Incorreta: A oximetria
100 e 250 mmHg, provável cardiopatia de pulso, igualmente, não auxilia o
congênita com shunt misto. Se houver diagnóstico diferencial, sendo
diferença maior que 20 mmHg na Pa02 adequada ao rastreio de cardiopatias
pré e pós-ductal, deve-se suspeitar de cianóticas. Como é um teste que não
hipertensão pulmonar. provoca nenhuma alteração na
condição clínica do paciente, a dúvida a
Por último, quando o teste for negativo,
respeito da origem da cianose
deve-se proceder à realização de
permanece.
radiografia de tórax. Caso ela apresente
trama vascular pulmonar diminuída, Alternativa E - Correta: Como vimos, o
deve-se suspeitar de cardiopatia com teste da hiperóxia é a escolha para o
fluxo pulmonar dependente do canal diagnóstico diferencial entre
arterial (atresia pulmonar, por cardiopatia cianótica e cianose
exemplo). Caso a trama vascular pulmonar.
pulmonar esteja aumentada, deve-se
suspeitar de transposição de grandes
vasos.
Um algo a mais: a cardiopatia congênita 93. Uma criança de 4 anos de idade é
mais comum na população geral é a trazida à Unidade de Saúde da Família
comunicação interventricular (CIV). (USF) pela mãe que refere que, há cerca
de 12 horas, seu filho subitamente
Agora, sim, vamos resolver a questão:
passou a apresentar febre e “fraqueza
Alternativa A - Incorreta: O teste de nas pernas”. Ao exame físico, a médica
hiperventilação é realizado em percebe diminuição importante da
pacientes com suspeita de síndrome da força e tônus muscular nos membros
hiperventilação, uma das disfunções inferiores da criança, conclui que se
respiratórias mais comuns. Não tem trata de um quadro de paralisia flácida
nada a ver com o teste realizado para aguda, suspeita de poliomielite e
diferenciar cianose de origem pulmonar preenche a ficha de notificação
e cardíaca. compulsória. Que outra característica
clínica além das mencionadas é típica
Alternativa B - Incorreta: A
da poliomielite?
hipoventilação, nesse caso, não
ajudariam em nada a distinguir a A) Paralisia do terceiro par de nervos
origem da cianose, já que não aumenta cranianos.
a oferta de oxigênio.
B) Fotossensibilidade, cefaleia e
Alternativa C - Incorreta: A gasometria convulsões.
venosa não é adequada para avaliar
C) Acometimento simétrico dos
trocas pulmonares, por isso, também
membros inferiores.
não é adequada para realizar o
diagnóstico diferencial da cianose. D) Perda da sensibilidade tátil nos
membros inferiores.
E) Flacidez e ausência de reflexos paralisia residual após 60 dias do início
profundos nos membros inferiores. da doença.
E quais são os critérios diagnósticos
para essa doença? Depende! O
CCQ: Saber que a flacidez e a ausência
Ministério da Saúde estabeleceu
de reflexos profundos nos membros
critérios para caso suspeito, que deve
inferiores são típicas de poliomielite
ser notificado, e para caso confirmado.
Pessoal, temos uma criança de 04 anos Vamos aprender sobre eles?
de idade que, há cerca de 12 horas,
Caso suspeito:
passou a apresentar “fraqueza nas
pernas” e, ao exame físico, constata-se • Indivíduo com idade até 15 anos
diminuição importante da força e do com deficiência motora flácida,
tônus muscular nos membros inferiores de início súbito;
da criança, sugerindo um quadro de
• Indivíduo de qualquer idade com
paralisia flácida aguda e de suspeita de
deficiência motora flácida de
poliomielite. Vamos saber um pouco
início súbito, com histórico de
mais sobre essa doença?
viagem nos últimos 30 dias,
A poliomielite é uma doença antes do início dos sintomas,
infectocontagiosa causada por um vírus para países com endemia de
que vive no intestino, chamado poliovírus.
poliovírus, podendo infectar crianças e
Caso confirmado:
adultos por meio do contato direto com
fezes ou com secreções eliminadas pela • Contato com poliovírus
boca das pessoas infectadas. selvagem: indivíduo com
paralisia flácida aguda +
As manifestações clínicas incluem: (i)
isolamento positivo de
forma assintomática, presente em 90%
poliovírus selvagem nas fezes,
das infecções; (ii) forma abortiva, que
ou em contactantes,
representa 5% dos casos com sintomas
independentemente de
inespecíficos, como cefaleia, coriza,
sequelas e após 60 dias do início
febre e tosse; (iii) meningite asséptica,
da deficiência motora.
que representa 1% dos casos com sinais
e sintomas iniciais da forma abortiva, • Poliomielite associada ao vírus
seguido de sinais de irritação meníngea; vacinal: indivíduo com paralisia
e (iv) a forma paralítica, pela qual a flácida aguda + isolamento de
doença é tão conhecida, responsável vírus vacinal nas fezes e sequela
por pouco mais de 1% dos casos e cujas compatível com poliomielite, 60
características clínicas são deficiência dias após o início da deficiência
motora e febre, assimetria de motora. Esse tipo de infecção
acometimento em membros pode se dar tanto por meio do
inferiores, flacidez muscular e contato direto com a vacina,
arreflexia ou hiporreflexia na área quanto pelo indireto – indivíduo
paralisada, havendo sequelas de que teve contato com criança
vacinada com VOP até 40 dias medindo 27 centímetros. O médico,
antes. além dos exames da rotina pré-natal
normal, solicitou o teste oral de
Ufa! Depois dessa revisão, vamos
tolerância à glicose, com sobrecarga de
resolver a questão:
75 mg de dextrosol. Os seguintes
Alternativa A - Incorreta: O III par resultados foram encontrados: glicemia
craniano corresponde ao nervo de jejum: 100 mg/dL; 1 hora pós-
oculomotor. Como vimos, o poliovírus sobrecarga: 190 mg/dL; 2 horas
acomete principalmente células póssobrecarga: 143 mg/dL. Durante o
motoras do corno anterior da medula e resto do pré-natal, e a despeito das
de núcleos motores dos nervos orientações médicas, a paciente não
cranianos, levando a déficit motor aderiu a uma dieta equilibrada, ainda
assimétrico em membros inferiores. que o doppler da artéria umbilical não
Logo, a alternativa está incorreta. tenha apresentado alterações
significativas. Considerando esses
Alternativa B - Incorreta: Há presença
resultados, a que risco o feto dessa
de cefaleia, no entanto, esse é um
paciente está sujeito?
sintoma inespecífico que pode estar
presente na forma abortiva da doença. A) Macrossomia.
Fotossensibilidade e convulsões não
B) Espinha bífida
costumam estar presentes.
C) Agenesia sacral.
Alternativa C - Incorreta: O
acometimento dos membros inferiores D) Malformação do tubo neural.
é assimétrico.
E) Restrição de crescimento
Alternativa D - Incorreta: A intrauterino.
sensibilidade, na poliomielite, é
preservada.
CCQ: Saber que fetos de gestantes
Alternativa E - Correta: A flacidez e a
com diabetes mellitus gestacional
ausência de reflexos profundos nos
(DMG) possuem maior risco de
membros inferiores é característica da
macrossomia
doença.
Galera, aqui temos uma questão sobre
DMG, tema super importante e
frequente nas provas. Vamos relembrar
como é dado o diagnóstico de DMG e
94. Uma paciente de 38 anos de idade,
como conduzir?
obesa, multípara, descobriu-se grávida
aos 4 meses. Como era uma gravidez De acordo com o Ministério da Saúde:
não desejada, demorou para iniciar seu
• Definiu-se que o diagnóstico do
pré-natal. Em sua primeira consulta
DMG seja firmado quando:
pré-natal, apresentava idade
gestacional pela última menstruação de o A glicemia de jejum for ≥
26 semanas, com fundo do útero 92 mg/dl e ≤ 125 mg/dl;
o Pelo menos um dos • Quando não se alcança o
valores do TOTG com 75 objetivo (glicemias de jejum
g, realizado entre 24 e 28 abaixo de 95 mg/dl, 1 h após a
semanas de idade refeição < 140 mg/dl e 2 h após
gestacional, for ≥ a 92 refeição <120 mg/dl), o uso de
mg/dl no jejum, ≥ a 180 outros medicamentos, como a
mg/dl na primeira hora e insulina, pode ser necessário.
≥ a 153 mg/dl na segunda
Agora, vamos dar uma olhada nas
hora.
alternativas.
• O DMG implica em um aumento
Alternativa A - Correta: Isso mesmo,
no risco de complicações
fetos de gestantes com DMG possuem
durante a gestação, tanto para a
maior risco de macrossomia.
mãe como para o feto. A
gestante com DMG não tratada Alternativa B - Incorreta: Esse agravo
tem maior risco de parto mantém relação com a falta de ácido
prematuro e feto fólico.
macrossômico (bebês com
Alternativa C - Incorreta: Agenesia
mais de 4 kg), além de maior
sacral não possui relação com DMG, e
incidência de pré-eclâmpsia e
tem etiologia multifatorial, complexa e
risco de diabetes tipo 2 (DM2)
rara.
posterior à gestação. O bebê
apresenta maior risco de Alternativa D - Incorreta: Esse agravo
hipoglicemia durante o mantém relação com a falta de ácido
nascimento, icterícia e distress fólico.
respiratório, além do risco de
Alternativa E - Incorreta: Geralmente,
sobrepeso e DM2 na vida
gestantes com DMG possuem
adulta.
polidrâmnio, e CIUR é menos frequente.
• É de suma importância o
controle das glicemias nestas
pacientes durante a gestação,
seja com realização de glicemias
95. Um homem de 35 anos de idade,
capilares ou com monitorização
tabagista (60 maços/ano) encontra-se
contínua de glicose. A grande
hospitalizado, no sétimo dia pós-
maioria das pacientes consegue
operatório de rafia de úlcera gástrica.
bom controle das glicemias com
Há dois dias apresenta febre vespertina
dieta adequada e atividade
e dor em hipocôndrio D, referida na
física. A dieta deve oferecer
região subescapular. Ao exame,
necessidades nutricionais
apresenta-se com estado geral regular,
mínimas para a gestação e
temperatura axilar = 38,6°C, pulso = 116
atingir metas glicêmicas, sem
bpm, frequência respiratória = 28 irpm,
induzir perda de peso ou ganho
PA = 112 x 67 mmHg. O abdome é
de peso excessivo.
discretamente distendido, doloroso à
palpação, notadamente no hipocôndrio sinal de Torres-Homem positivo,
D, onde observa-se defesa voluntária e sugestivo de abscesso hepático.
percussão também dolorosa; ruídos Apresenta também dor à punho-
hidroaéreos presentes. A punho a percussão lombar à direita,
percussão lombar é dolorosa à direita. A expansibilidade torácica diminuída a
expansibilidade pulmonar está direta e murmúrio vesicular também
diminuída no hemitórax direito e o diminuído na base pulmonar. Paciente
murmúrio vesicular um pouco com toda essa clínica rica e leucocitose
diminuído na base do pulmão D. O com desvio à esquerda importante, 17%
leucograma mostra 16 200 bastões... Tudo indica que há um
leucócitos/mm3 (valor de referência: 3 processo infeccioso ocorrendo. Alguma
800 a 10 600/mm3 ) com 17% de dúvida de que possivelmente é uma
bastões. A Proteína C Reativa é de 4,5 coleção que se formou próximo ao
mg/dL (valor de referência = 0,3 a 0,5 fígado, devido ao quadro de perfuração
mg/dL). A principal hipótese do trato gastrointestinal? A rafia de
diagnóstica é úlcera gástrica perfurada é considerada
uma cirurgia suja.
A) pielonefrite aguda.
Alternativa A – Incorreta: Pielonefrite
B) abscesso subfrênico.
poderia sim, entrar como um
C) pneumotórax espontâneo. diagnóstico diferencial, pelo quadro
infeccioso e dor à punho-percussão
D) pneumonia de base pulmonar D.
lombar, contudo, a clínica do paciente é
E) deiscência de rafia gástrica com mais rica para outros diagnósticos.
pneumoperitôneo. Além disso, a banca não apresenta
nenhum indício de infecção em urina
que nos levaria a pensar mais em
CCQ: Suspeitar de abcesso subfrênico pielonefrite.
como complicação de cirurgias em
Alternativa B – Correta: Juntando o
andar superior do abdome
quadro clínico descrito, os achados no
Questão bastante interessante sobre exame físico e a cirurgia “suja” para rafia
um tipo de complicação cirúrgica que de úlcera gástrica perfurada, sugere-se
não é difícil de se ver. A banca do INEP infecção de sítio cirúrgico (ISC). Não há
apresenta um caso de homem de 35 relato de secreção em ferida operatória,
anos, em D7 de pós-operatório recente logo, pensamos em ISC profunda, em
de rafia de úlcera gástrica perfurada, um abscesso. A principal hipótese seria
evoluindo com febre e dor em um abscesso subfrênico
hipocôndrio direito nos últimos 2 dias. (subdiafragmático).
No momento, ao exame, o paciente
Alternativa C – Incorreta:
está febril, taquicárdico, taquipneico,
Pneumotórax espontâneo não acusaria
normotenso, com abdome distendido,
uma clínica tão rica dessa forma, com
doloroso a palpação, principalmente
febre, leucocitose com desvio, elevação
em hipocôndrio direito, com defesa e
de parâmetros inflamatórios. No caso
percussão dolorosa no local – ou seja,
de pneumotórax, o paciente teria desde o parto e que não amamentou
taquidispneia, hipertimpanismo seu filho, referindo não ter produzido
torácico, murmúrio diminuído ou leite materno. Não refere uso de
abolido e não há dor abdominal durante medicamentos, cefaleia e
a palpação ou percussão. anormalidades visuais. Traz teste de
fração beta do hormônio gonadotrófico
Alternativa D – Incorreta: O quadro de
coriônico (Beta - HCG) não reagente.
pneumonia de base no pós-operatório é
Diante desse quadro clínico, qual a
comum, sendo considerada uma das
melhor hipótese diagnóstica e as
possíveis complicações após 72 horas.
complicações prováveis secundárias ao
Contudo, no exame físico descrito não
diagnóstico?
há clínica de pneumonia como
estertores bolhosos em base pulmonar, A) Síndrome de Sheehan;
o qual nos levaria a pensar em hipotireoidismo e insuficiência adrenal.
pneumonia. Além disso, é bem enfático
B) Necrose hipofisária posterior;
a dor em hipocôndrio direito, sintoma
hipertireoidismo e insuficiência
que pneumonia não costuma causar.
adrenal.
Alternativa E – Incorreta: A clínica de
C) Síndrome de Asherman;
pneumoperitôneo costuma ser outra,
hipertiroidismo e elevação de
porém, também é um importante
gonadotrofinas.
diagnóstico diferencial a ser
considerado. No exame físico, D) Aderências intrauterinas;
encontraríamos o sinal de Jobert, por hipotireoidismo e redução de
exemplo, hipertimpanismo na loja gonadotrofinas.
hepática à percussão, diferente do
E) Necrose hipofisária anterior;
exposto, que foi dor à percussão. O
hipotireoidismo e elevação de
abdome teria característica distendida
gonadotrofinas.
e hipertimpânica.

CCQ: Saber que amenorreia


secundária pós sangramentos
96. Uma paciente de 27 anos de idade é importantes (com consequente
encaminhada ao Ambulatório de hipoperfusão e necrose hipofisária) é
Ginecologia com história de parto sugestivo de síndrome de Sheehan
vaginal há sete meses, complicado com
A síndrome de Sheehan classicamente
hemorragia intensa devido a
trata-se de hipopituitarismo pós-parto
descolamento prematuro de placenta.
secundário à necrose hipofisária
Após o parto, suspeitou-se de restos
decorrente de hipotensão ou choque
placentários e realizou-se curetagem
por causa de hemorragia maciça
uterina. A paciente recebeu três
durante ou após o parto. É decorrente
unidades de concentrado de hemácias
do infarto da glândula hipofisária,
devido ao sangramento intenso. A
principalmente do lobo anterior, em
paciente refere que não menstrua
virtude de baixo fluxo sanguíneo, que
pode ser secundário a vasoespasmo,
trombose ou compressão vascular.
Sabe-se que durante a gestação ocorre
aumento progressivo da glândula
hipofisária de 30% a 100% do seu peso,
porém acredita-se que o seu
suprimento de sangue se mantenha
inalterado em relação ao estado pré-
gestacional, sendo tal situação
responsável por tornar a glândula mais
suscetível à necrose por causa da
hipotensão ou do choque pós-parto.
Alternativa A - Correta: conforme
A apresentação do quadro clínico pode
citado acima a paciente apresenta
ser dividida em forma aguda e crônica.
síndrome de sheehan e pelos
• A primeira conta com sintomas hormônios ACTH e TSH serem
e sinais de insuficiência adrenal produzidos na hipófise anterior, ocorre
aguda, sendo a agalactia o sinal insuficiência adrenal e hipotireoidismo
mais precoce, acompanhada de como consequência.
rápida involução da mama e o
Alternativa B - Incorreta: tipicamente,
não retorno aos ciclos
após esses quadros de sangramentos
menstruais regulares.
voltuosos durante a gestação, ocorre
• Já a segunda engloba necrose da hipófise anterior. Além
características dos diversos disso, pela redução do TSH, temos um
déficits hipofisários, como quadro de hipotiroidismo.
astenia, fadiga e confusão
Alternativa C - Incorreta: a síndrome
mental, além de pele
de Asherman ocorre por sinéquias
hipopigmentada e rarefação dos
uterinas. Geralmente é descrita em um
pelos axilares e pubianos, tendo
caso de amenorreia que acontece após
a hiponatremia como distúrbio
procedimentos uterinos (como
eletrolítico mais comum, o qual
curetagem). Não é compatível com a
pode estar presente por mais de
história apresentada e nem com as
30 anos após o início da doença.
alterações laboratoriais.
Alternativa D - Incorreta: as aderências
intrauterinas ocorrem na síndrome de
Asherman. Conforme o comentário do
item C, não é compatível com a
questão.
Alternativa E - Incorreta: na síndrome
de Sheehan ocorre FSH/LH baixos, visto
que também são secretados pela
hipófise anterior.
cumprimento de cada atividade e (ou)
atrasos.
E) o princípio da boa-fé dispensa a
97. Uma equipe da Unidade de Saúde
previsão de meios de verificação para
da Família (USF) identificou como
checagem do cumprimento ou não de
problema o grande número de
ações e atividades, pois parte-se de
gestações em adolescentes na sua
presunção de que toda a equipe está
comunidade. Foi decidido, então,
genuinamente comprometida com as
elaborar um Plano de Ações para o
ações programadas.
enfrentamento do problema, centrado
na busca ativa de pessoas em situação
de risco. Buscou-se parceria com as
CCQ: Reconhecer que o período de
escolas da área, com as denominações
execução dos planos de ações da
religiosas locais e com a organização
Atenção Primária à Saúde (APS) é
não governamental que ali atua,
variável e adaptável
fomentando atividades esportivas e
educação musical entre adolescentes e Questão que pode parecer um pouco
adultos jovens. Também foi proposta a chata na hora de resolver, mas que
solicitação de aumento da variedade de serve para revisarmos alguns conceitos
métodos contraceptivos ofertados na mais subjetivos da APS, mentorandos!
farmácia da USF. Nessa situação, para Atenção total para questões assim,
elaboração do Plano de Ações, deve-se pois, geralmente, conhecer os
observar que conceitos básicos e realizar uma leitura
e interpretação atentas basta para
A) a definição da situação-objetivo não
acertarmos. Bora!
é indicada, pois a equipe
compreenderia, mas frustraria os Antes de falarmos sobre os planos de
usuários em caso de não atingimento de ações, vamos revisar alguns princípios
metas. da APS. A Política Nacional de Atenção
Básica (PNAB) descreve os princípios e
B) as parcerias precisam ser previstas
diretrizes da atenção básica/primária à
naqueles casos em que o custeio e (ou)
saúde no Brasil. Dessa forma, os
financiamento das ações depende das
princípios são divididos em:
entidades e dos indivíduos parceiros.
• Universalidade: acesso
C) indicar responsáveis por cada
universal, inclusive para
atividade não é adequado, pela
estrangeiros.
natureza transprofissional da Estratégia
de Saúde da Família, já que toda a • Equidade: ofertar mais cuidado
equipe deve ser solidariamente para quem mais necessita.
responsável.
• Integralidade: conjunto de
D) o período de execução previsto é um cuidados em promoção,
cronograma tentativo, que pode ser prevenção, cura e reabilitação.
atualizado e adaptado durante a
execução de cada ação, conforme o
Obs: perceba que são os mesmos elaboração do plano de ações - caso sua
princípios ético-doutrinários do SUS. prova prioritária seja o Revalida,
acostume-se com enunciados grandes e
Para cumprir esses princípios, diversas
treine muita interpretação, pois é
são as estratégias e ferramentas que
fundamental, principalmente na área
podem ser utilizadas pela APS, como,
de preventiva:
por exemplo, elaboração de planos de
ações em cada unidade de saúde, Alternativa A - Incorreta: A definição de
adaptado para cada realidade. Daí a situação-objetivo é um passo
importância da territorialização, uma fundamental do planejamento, visto
de suas diretrizes básicas, que permite o que visa deixar tanto os usuários-alvos
estudo populacional para identificação do plano quanto os executores cientes
desses problemas. Ademais, as próprias dos objetivos a serem alcançados, o que
universalidade e integralidade implicam é fundamental para sucesso do plano.
em estratégias mais flexíveis para o Dessa forma, ela na verdade é indicada,
cuidado. Ademais, a competência sim.
cultural, outra diretriz fundamental,
Alternativa B - Incorreta: Pois restringe
representa a necessidade da APS de
a definição prévia das parcerias a
compreender e se adaptar a realidade
apenas alguns casos, quando, na
cultural da população adscrita.
verdade, essa definição é sempre
O plano de ações, a título de indicada.
curiosidade, pode seguir alguns passos
Alternativa C - Incorreta: Sem dúvida
pré-definidos, como comentaremos
nenhuma, há indicação de definição de
também nas alternativas, a saber:
responsáveis por cada atividade, visto
iniciação, planejamento, execução,
que é uma etapa fundamental para o
monitoramento e encerramento.
sucesso do monitoramento das ações.
Além do plano de ações confeccionado
Alternativa D - Correta: Sem dúvida
por cada unidade de acordo com sua
nenhuma, podemos adaptar o período
realidade, também temos o Projeto
de execução de cada ação a depender
Terapêutico Singular (PTS) como
da realidade de cada unidade e do
ferramenta para concretizações das
desenrolar das atividades. Enrijecer
ações na APS. Basicamente, compõe
cronogramas e tempo para objetivos é
um conjunto de propostas e condutas
sabidamente prejudicial ao
terapêuticas articuladas para um
desenvolvimento e produtividade das
indivíduo, família ou grupo, sendo
ações.
resultado de discussão em equipe
multidisciplinar. Justamente por ser Alternativa E - Incorreta: Como
singular, fica dedicado para situações discutimos, é justamente no
de maior complexidade e que exigem monitoramento das atividades que é
cuidado multidisciplinar (lembra do realizada a verificação e cumprimento
princípio da integralidade? Pois bem). das metas e objetivos definidos para
cada um. Assim, não é dispensável,
Voltando ao enunciado, a banca solicita
como afirma a alternativa.
qual a alternativa correta em relação à
Pessoal, temos uma criança de 01 ano
de idade que, ao exame físico, possui
hemiescroto direito vazio, sem outros
98. Um lactente de 1 ano de idade é sinais ou sintomas, sugerindo um
levado ao ambulatório com história de quadro de criptorquidia, quando há
ausência de um dos testículos. A mãe ausência de um ou dois testículos na
refere ausência de vômitos, dor bolsa escrotal. Nesses casos, a correção
abdominal ou febre. Ao exame físico: da condição deve ser feita o quanto
criança em bom estado geral, risonha, antes, já que existe risco de
ativa. O exame da região malignização do testículo ectópico, de
inguinoescrotal revela ausência de torção testicular, de hérnias e de
hiperemia e dor locais, com testículo infertilidade. E como deve ser feito o
esquerdo tópico e sem alterações, e tratamento?
hemiescroto direito vazio. Não foi
Bem, isso vai depender da localização
possível palpar o testículo direito.
do testículo ectópico. Na maior parte
Diante desse quadro, a conduta mais
dos casos, ele consegue descer sozinho
adequada é
para a bolsa escrotal até o 4.º mês de
A) indicar correção cirúrgica ou terapia vida, principalmente quando está no
com gonadotrofina coriônica humana ( canal inguinal. No entanto, quando se
HCG ) antes do segundo ano de vida. encontra intra-abdominal ou ectópico,
a descida pode demorar ou até mesmo
B) observar até completar 4 anos de
não acontecer. Nesses casos, o
idade. Se persistir o quadro, indicar
tratamento é cirúrgico, de forma que
cirurgia.
até 18-24 meses, idealmente até o
C) iniciar terapia com HCG após 5 anos, primeiro ano, o testículo deve estar na
se persistir o quadro. bolsa escrotal.

D) indicar cirurgia se, no início da E sobre a terapia hormonal com hCG?


puberdade, ainda não tenha ocorrido Então, gente, essa questão é um pouco
sua descida espontânea. antiga e, à época, essa ainda era uma
alternativa para tratar a criptorquidia.
E) aguardar até a puberdade, quando
No entanto, desde o consenso
ocorrerá sua descida espontânea para a
americano de 2014, o uso de terapias
bolsa escrotal, pela ação dos hormônios
hormonais para estimular a descida
masculinos.
testicular não é recomendado devido à
baixa resposta.

CCQ: Saber que a criptorquidia Sabendo disso, vamos às alternativas:


consiste na ausência de um ou dois
Alternativa A - Correta: Apesar de
testículos na bolsa escrotal e que sua
listar uma conduta ultrapassada
correção cirúrgica deve ser feita o
(terapia hormonal com hCG), é a melhor
quanto antes, idealmente até o
das alternativas, deixando claro que a
primeiro ano de vida
correção cirúrgica deve ser feita até os
02 anos de idade!
Alternativa B - Incorreta: A descida do feto com 29 semanas de gestação, com
testículo pode ocorrer sozinha até o 4.º frequência cardíaca fetal de 140 bpm,
mês de idade. No entanto, caso isso não maior bolsão de líquido amniótico de 6
ocorra, deve-se fazer a correção centímetros. Qual das condutas abaixo
cirúrgica até, no máximo, 02 anos de é adequada para essa paciente?
idade. Esperar até 04 anos de idade
A) Tocólise com nifedipina com duração
poderia trazer grandes riscos de
até a 34. semana de gestação.
infertilidade e de malignização.
B) Corticoterapia com betametasona
Alternativa C - Incorreta: Como vimos,
repetida semanalmente a até a 34.
a correção deve ser feita, no máximo,
semana de gestação.
até 02 anos de idade. Além disso, desde
2014, a terapia hormonal não é mais C) Sulfato de magnésio para a
recomendada. neuroproteção fetal, administrado a no
momento da internação da paciente e
Alternativa D - Incorreta: Pode-se
repetido na 34. semana de gestação.
esperar a descida do testículo até o 4.º
mês de idade, apenas. A correção deve D) Antibioticoterapia profilática para
ser feita idealmente até 01 ano de postergação da gestação a com
idade. duração até a 34. semana de gestação.
Alternativa E - Incorreta: Pode-se E) Rastreio para estreptococo beta-
esperar a descida do testículo até o 4.º hemolítica, feito no momento da
mês de idade, apenas. A correção deve internação e repetido na 34. semana de
ser feita idealmente até 01 ano de gestação.
idade. Esperar até a puberdade
representaria um risco significativo de
malignização e de infertilidade. CCQ: Manejo da Rotura Prematura de
Membranas Ovulares (RPMO).
Capciosa essa questão, mas veja só:
temos uma paciente com ruptura
99. Uma paciente de 23 anos de idade é prematura de membranas ovulares pré-
internada na a maternidade com rotura termo. Ou seja, não só a membrana
prematura de membranas na 29. rompeu antes do trabalho de parto,
semana de gestação. Encontra-se como rompeu antes de ser a termo.
assintomática, afebril, normotensa,
Nesse sentido, qual é a conduta?
frequência cardíaca = 76 bpm, ainda
referindo perda de líquido amniótico Se fosse antes das 22 a 24 semanas,
claro, sem grumos e sem odor discutiríamos abortamento por
desagradável. Leucograma com 9 500 inviabilidade e perigo materno.
leucócitos/mm3 (valor de referência: 3
Entre 24 a 34 semanas, a conduta varia.
800 a 10 600/mm3 ), 2 bastões; Proteína
Caso houvesse trabalho de parto, a
C Reativa = 0,5 mg/dL (valor de
tendência é não fazer tocólise e seguir
referência = 0,3 a 0,5 mg/dL). A
com o parto (é aceito tocólise por 48h
ultrassonografia obstétrica mostrou
visando corticoterapia, desde que com
internação e monitorização materna).
Caso não tenha trabalho de parto, como
100. Um paciente do sexo masculino, 55
na questão, a conduta é conservadora
anos de idade, tabagista 60 maços/ano,
até as 34 semanas, com medidas que
com tosse crônica há mais de 10 anos,
buscam monitorar e reduzir riscos
relata que há cerca de três meses
maternos e fetais, com parto caso entre
observou a presença de sangue na
em trabalho, ou caso infecção, ou caso
secreção eliminada com a tosse. Refere
sofrimento fetal.
ainda perda de cerca de 15% do peso
Após as 34 semanas, a conduta é ativa. habitual nesse mesmo período,
O risco de infecção materna é maior que anorexia, adinamia e sudorese noturna.
o benefício da manutenção da A radiografia de tórax realizada por
gestação. ocasião da consulta é mostrada
abaixo.Qual a hipótese diagnóstica
Nesse sentido, o que faremos na
mais provável nesse caso?
questão?
• Internação.
• Repouso relativo.
• Antibioticoprofilaxia (NÃO TEM
EVIDÊNCIA CONCRETA DE
MELHORA DE DESFECHO, mas
é preconizado pelo ministério
um curso de antibióticos por 7
dias).
• Screening para estrepto B.
• Monitorização fetal e materna.
A) Aspergilose pulmonar.
Vamos, então, às alternativas:
B) Carcinoma pulmonar
Alternativa A - incorreta: Não tem
trabalho de parto para inibir. C) Tuberculose cavitária.
Alternativa B - incorreta: D) Bronquiectasia com infecção.
Corticoterapia se dá em 48h, uma vez.
E) Doença pulmonar obstrutiva crônica.
Alternativa C - incorreta: O sulfato é
neuroprotetor imediatamente
antes/durante o parto antes das 32 CCQ: Saber que tosse + sintomas
semanas. constitucionais + histórico de
tabagismo + presença de massa em
Alternativa D - incorreta: Antibióticos
radiografia sugere diagnóstico de
não têm evidência concreta e seu curso
câncer de pulmão
é de em torno de 7 dias, pelo ministério.
Fala pessoal! Questão com CCQ Alternativa C - Incorreta: Não temos a
clássico e importantíssimo para sua presença de "cavernas tuberculosas"
prova, então bora lá! que são características da tuberculose
cavitária.
Quando falamos de carcinoma
pulmonar devemos nos lembrar que nos Alternativa D - Incorreta: A imagem
dias de hoje o tipo histológico mais não sugere bronquiectasia, definida
comum é o adenocarcinoma, seguido como uma dilatação permanente das
pelo carcinoma epidermoide. Este vias aéreas. Pode ser observada
segundo tipo citado é o que tem maior principalmente na tomografia, mas na
relação com o tabagismo, considerado radiografia pode apresentar alguns
o principal fator de risco para CA de sinais característicos, como a imagem
pulmão. em trilho de trem.
Entre os sintomas o paciente Alternativa E - Incorreta: Apesar de o
apresentará tosse, podendo ter paciente poder apresentar este
hemoptise acompanhado de sintomas diagnóstico concomitantemente, pela
constitucionais (perda de peso, presença de massa na radiografia,
sudorese noturna, anorexia, adinamia). devemos primeiramente diagnosticas a
neoplasia pulmonar.
Voltando ao nosso paciente, temos
tosse + hemoptise + sintomas
constitucionais + histórico de
tabagismo (60 maços/ano é bem
elevado) e agora vem o detalhe que nos 101. Um lactente de 2 meses de idade é
direciona muito ao diagnóstico de levado ao Pronto-Socorro com história
neoplasia pulmonar. de febre, recusa alimentar e
hipoatividade. Exame físico:
Observe na radiografia a presença de
hipotônico-hiporresponsivo. A mãe
massa (ou nódulo, a banca não nos
refere que a criança recebeu, na
informa o tamanho), em ambos os
véspera, as vacinas DPT (difteria,
campos pulmonares. Este achado,
pertussis e tétano), OPV (pólio oral) e
associado aos outros já citados, nos
rotavírus. Nessa situação, que conduta
direciona muito a este diagnóstico.
deve ser adotada em relação ao
Agora, vamos às alternativas: esquema vacinal?
Alternativa A - Incorreta: Doença A) Suspender a vacina contra rotavírus.
causada por um fungo, podendo ter
B) Substituir OPV pela IPV (pólio
evolução grave, as manifestações
injetável).
clínicas são muito parecidas, mas não
teríamos presença de massa na C) Substituir a vacina DPT pela DPT
radiografia de tórax. acelular.
Alternativa B - Correta: Exatamente! D) Manter o esquema vacinal normal,
Como explicado acima, é a nossa sem alterações.
principal hipótese no momento.
E) Substituir a vacina DPT pela DPT no máximo, 3 meses e 15 dias) e a
acelular e a OPV pela IPV (pólio segunda dose aos 4 meses (limites de 3
injetável). meses e 15 dias até, no máximo, 7
meses e 29 dias). Existe essa limitação
em virtude de uma chance aumentada
CCQ: Saber que crianças que de a criança apresentar intussuscepção
apresentam síndrome hipotônico- intestinal se a vacina for aplicada após
hiporresponsiva nas primeiras 48 essas datas.
horas após a vacinação com DTP
Alternativa B - Incorreta: A vacina
devem substituir ela pela DTPa
poliomielite 1, 2, 3 (atenuada), a VOP, é
Olá Mentorando JJ! Imunizações são contraindicada nas seguintes situações:
um tema muito importante para a usuários com imunodeficiência humoral
prova de residência. Essa questão ou mediada por células com neoplasias
cobrou de forma muito bacana seu ou usuários que estão fazendo uso de
conhecimento sobre reações vacinais e terapia imunossupressora, que
possíveis contra indicações, vamos apresentaram poliomielite paralítica
revisar o assunto ? associada à dose anterior desta mesma
vacina, que estejam em contato
Temos aqui um lactente de dois meses
domiciliar com pessoas
que após receber a vacina tríplice
imunodeficientes suscetíveis e
celular (DTP) apresentou uma síndrome
lactentes e crianças internados em
hipotônico-hiporresponsiva nas
unidade de terapia intensiva (UTI).
primeiras 48 horas após a vacinação,
qual é nossa conduta a partir disso ? Alternativa C - Correta: Síndrome
hipotônico-hiporresponsiva nas
A vacina tríplice celular (DTP) é aplicada
primeiras 48 horas após a vacinação é
dentro da vacina pentavalente para as
uma contraindicação para que a mesma
crianças com 2, 4 e 6 meses com 2
vacina seja repetida, nesses casos
reforços posteriores (um aos 15 meses e
devemos utilizar a vacina adsorvida
outro aos 4 anos). Ela é composta por
difteria, tétano e pertússis acelular
Toxóide diftérico purificado + Toxóide
(DTPa).
tetânico purificado + Suspensão de
células inteiras de Bordetella pertussis Alternativa D - Incorreta: Temos aqui
inativada e pode causar uma gama de uma contraindicação para a aplicação
reações vacinais. Para os pacientes que das doses posteriores de DTP.
apresentam situações que
Alternativa E - Incorreta: Não
contraindicam a vacinação com DTP
precisamos substituir a VOP pela VIP,
existem outras opções vacinais como a
faríamos isso no caso de poliomielite
DTPa (Vacina tríplice bacteriana
paralítica associada à vacina
acelular) ou a vacina dupla infantil (DT).
poliomielite 1, 2 e 3 atenuada.
Alternativa A - Incorreta: Em relação a
vacina contra o rotavírus vocÊ deve
lembrar que as idades de vacinação aos
2 meses (limites de 1 mês e 15 dias até,
102. Um homem de 48 anos, D) Realizar tratamento anti-isquêmico
hipertenso, obeso, chega à Emergência imediato, seguido de terapia
com queixa de episódios de dor torácica antitrombótica em caso de alterações
precordial, sem irradiação, iniciada nos do segmento ST no ECG nas próximas
últimos dois dias, com piora há 24 12 horas.
horas. A dor dura de 5 a 15 minutos,
E) Realizar tratamento antitrombótico
sendo precipitada por esforços
imediato, seguido de terapia anti-
intensos, como subir escadas, e é
isquêmica em caso de elevação de
aliviada pelo repouso. O paciente
troponina sérica e/ou CK-MB nas
informa não sentir a dor no momento
próximas 12 horas.
da anamnese. Usa captopril e
hipoglicemiante oral de forma regular.
Nega antecedentes de doença
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO
coronariana e um eletrocardiograma foi
considerado normal pelo seu Fala pessoal! Questão com enunciado
cardiologista na última consulta, há 6 bem confuso, e que era sim passível de
meses. Ao exame, mostra-se ansioso, recurso então bora lá, pois o INEP em
mas em bom estado geral, pulso = 85 praticamente todas as provas têm
bpm, regular, cheio, PA = 140 x 80 questões como esta.
mmHg, pulsos periféricos palpáveis e
Síndrome coronariana aguda pode ser
simétricos, extremidades bem
dividida em:
perfundidas. As auscultas pulmonar e
cardíaca estão dentro da normalidade. • Sem supra de ST: Angina
O seu eletrocardiograma à admissão instável e Infarto agudo do
mostra os seguintes achados. Qual a miocárdio (IAM) sem supra de
abordagem mais adequada ao ST
paciente?
• Com supra de ST: IAM com
supra de ST
Nosso paciente apresenta uma
síndrome coronariana aguda sem supra
A) Realizar tratamentos anti-isquêmico de ST, mais provavelmente uma angina
e antitrombótico administrados de instável, pois é uma angina que piorou
modo imediato e simultâneo. nos últimos dias e a banca não nos da
marcadores de necrose miocárdica,
B) Observar em Unidade Coronariana e portanto, consideramos o caso como
administrar medicamentos uma angina instável.
sintomáticos até realização de
cateterismo cardíaco. Ok, nosso paciente no momento não
tem sintomas e o ECG, demonstra
C) Observar na Emergência por 12 horas ondas Ts apiculadas negativas e
e encaminhar ao cardiologista para simétricas, este tipo de onda denota
teste ergométrico se persistir isquemia, mas em pacientes
assintomático.
sintomáticos!, não existe ECG sem A) explicar que, caso a Ficha A para
clínica, não esqueçam disso. Cadastramento das Famílias não fosse
preenchida, não se teria ideia da
Então, um paciente sem dor, sem
evolução do quadro de hipertensos e
sintomas, sem nada, só por apresentar
diabéticos, mas apenas de portadores
este tipo de onda já consideramos como
de tuberculose e hanseníase, que têm
um IAM e iniciamos a terapia? Não
Fichas B de Acompanhamento
mentorando! Por isso a questão é
específicas.
passível de recurso. A banca considerou
a alternativa A como correta, mas nosso B) ponderar que a Ficha C para
paciente apresenta uma angina instável Acompanhamento de Crianças torna
e esta sem dor no momento. obrigatório o preenchimento do
Cartão-Sombra para melhor monitorar
O que poderíamos fazer é programar
o crescimento e desenvolvimento
um cateterismo para melhor estudo e
infantil e o cumprimento do calendário
também tratamento pela angina
vacinal, quando ocorre extravio do
instável.
Cartão da Criança.
Portanto, é uma questão mal feita, não
C) demonstrar que a Ficha D para
se preocupe se você errou e bora para a
Registro de Atividades, Procedimentos
próxima.
e Notificações informa à Secretaria de
Portanto, o gabarito é a alternativa A. Saúde detalhes sobre a população da
área de abrangência da USF, mas que
Opnião Aristo: A questão deveria ser
eventuais usuários atendidos que
anulada.
residam em outras áreas não são
tabulados.
D) argumentar que procedimentos
coletivos como reuniões, atividades
103. A Unidade de Saúde da Família
educativas, bochechos fluorados e
(USF) funciona como campo de prática
visitas domiciliares só precisam ser
de estudantes de graduação, pois para
registrados, por seus totais mensais, na
lá são encaminhados alunos de
Ficha D para Registro de Atividades,
Medicina e de Enfermagem. Uma
Procedimentos e Notificações, e não
estudante ficou surpresa com a
individualmente.
quantidade de formulários a serem
preenchidos pela equipe e afirmou E) considerar que as notificações a
duvidar que "tanto papel" servisse para serem registradas na Ficha D para
tomar decisões na prática. Ela ainda Registro de Atividades, Procedimentos
defendeu que deveria ser investido e Notificações são apenas aquelas
menos tempo com formulários, referentes a agravos de notificação
liberando os profissionais para o efetivo compulsória, que são menos
atendimento aos usuários. Uma atitude prevalentes.
adequada da equipe nesse caso é
CCQ: Conhecer as fichas de população das suas respectivas áreas de
cadastramento que compõem o SIAB cobertura, bem como avaliar o
resultado do trabalho desenvolvido
Questão sobre sistema de informação,
pela equipe.
mais especificamente o Sistema de
Informação da Atenção Básica (SIAB), As fichas que estruturam o trabalho das
que na realidade é pouco cobrado nos EAB e que produzem os dados que
concursos, mas é muito importante. compõem o SIAB são utilizadas para
realizar o cadastramento,
O enunciado tentou nos contextualizar
acompanhamento domiciliar e para o
sobre a importância das fichas de
registro de atividades, procedimentos e
cadastramento que servem de
notificações das pessoas adscritas nos
substrato para o SIAB; poderíamos
territórios das EAB. Estas fichas são
simplesmente ignorar tudo que está
organizadas conforme lista abaixo:
escrito e focar no comando e nas
alternativas, já que não temos nenhuma • Ficha A: ficha para
informação que seja útil para nos ajudar cadastramento das famílias;
a responder. Nesse caso, era saber o
• Ficha B: ficha para
que compete a cada ficha. Vamos
acompanhamento:
revisar o tema.
o de gestantes (Ficha B-
O SIAB é um SI cujo objetivo centra-se
GES);
em agregar, armazenar e processar as
informações relacionadas à Atenção o de hipertensos (Ficha B-
Básica (AB) usando como estratégia HA);
central a Estratégia de Saúde da Família
o de diabéticos (Ficha B-
(ESF). É por meio das informações
DIA);
coletadas pelo software do SIAB que o
Ministério da Saúde toma decisões de o de pessoas com
gestão da Atenção Básica em nível tuberculose (Ficha B-
nacional. Entretanto, o SIAB não deve TB);
ser compreendido e utilizado somente
o de pessoas com
para esse fim.
hanseníase (Ficha B-
Este sistema é parte necessária da ESF, HAN);
pois contém os dados mínimos para o
• Ficha C: ficha para
diagnóstico de saúde da comunidade,
acompanhamento da criança
das intervenções realizadas pela equipe
(cartão da criança);
e os resultados sócio-sanitários
alcançados. Dessa forma, todos os • Ficha D: ficha para registro de
profissionais das Equipes de Atenção atividades, procedimentos e
Básica (EAB) devem conhecer e utilizar notificações.
o conjunto de dados estruturados pelo
Vamos às alternativas:
SIAB a fim de traçar estratégias, definir
metas e identificar intervenções que se Alternativa A - Incorreta: A ficha A é
fizerem necessárias na atenção da apenas para cadastramento;
hipertensos e diabéticos são
acompanhados pela ficha B.
Alternativa B - Incorreta: A ficha C não
substitui o cartão da criança.
Alternativa C - Incorreta: Todo
procedimento ou notificação realizada
pela UBS deve ser tabulado, A) Cesariana devido ao padrão não
independente se for clientela adstrita tranquilizador da cardiotocografia.
ou não. B) Amadurecimento cervical com
Alternativa D - Correta: É umas das misoprostol.
funções da ficha D, sendo a única que C) Indução eletiva do parto com
registra essas atividades. ocitocina.
Alternativa E - Incorreta: Todos devem D) Descolamento da bolsa amniótica.
ser notificados, independentemente da
prevalência. E) Dilatação cervical e amniotomia

CCQ: A indução de trabalho de parto


com um escore Bishop inferior a 6
104. Um paciente de 24 anos, deve ser feita com preparo de colo
primigesta, vai à consulta médica uterino
prénatal no posto de saúde. Nessa
consulta pré-natal, o médico calculou a Mentorando, sabemos que a gravidez
idade gestacional considerando sua pós-termo, ou seja, com idade
primeira ultrassonografia de 12 gestacional maior ou igual a 42
semanas, concluindo que está com 41 semanas, está associada a aumento das
semanas e 6 dias de gestação. Ao complicações maternas, fetais e
exame pélvico, observou colo uterino neonatais. A taxa de mortalidade
de consistência amolecida, posterior, perinatal nesses casos chega a ser o
apagado 30%, orifício externo fechado, dobro da taxa em gestações a termo.
apresentação alta e móvel. Na manobra Portanto, quando o trabalho de parto
de palpação fetal (de Leopold-Zweifel), não se inicia espontaneamente, essas
percebeu-se que havia boa mobilidade pacientes têm indicação de indução do
fetal, sinalizando quantidade normal de trabalho de parto.
líquido amniótico. Temendo o pós-
datismo, o médico encaminhou a
paciente para a internação na
Maternidade. Lá chegando, foi
submetida à cardiotocografia, cuja
imagem é reproduzida abaixo.Qual a
conduta que deve ser proposta para
essa paciente?
Alternativa C - Incorreta: A indução
com ocitocina deve ser feita com um
escore Bishop ≥ 6.
Alternativa D - Incorreta: O
descolamento de membranas
amnióticas é uma das alternativas de
pré-indução para estimular o trabalho
de parto espontâneo, mas não é
considerado um método de indução de
trabalho de parto.
Alternativa E - Incorreta: Não
A indução de trabalho de parto consiste
realizamos dilatação cervical manual
em duas fases: na primeira, procura-se
para indução de trabalho de parto.
realizar o amadurecimento do colo do
útero e, na segunda, promovemos o Portanto, a alternativa é letra B.
início de contrações efetivas. O escore
Bishop é um sistema de avaliação
cervical utilizado na prática que permite
avaliar quando a paciente necessita de
105. Um homem de 45 anos de idade,
medidas de maturação do colo ou
previamente hígido, comparece à
quando podemos estimular as
Unidade Básica de Saúde queixando-se
contrações com ocitocina.
de dor, edema e vermelhidão (eritema)
surgidos há dois dias, inicialmente no pé
e estendendo-se rapidamente para
toda a extensão da perna, com
aumento de intensidade da dor. Relata
também febre alta e calafrios
Na questão, nossa paciente possui um associados à adinamia e anorexia. Ao
escore Bishop de 3 e cardiotocografia exame físico: paciente obeso,
mostrando boa vitalidade fetal. Diante frequência cardíaca = 110 bpm, PA = 120
desse quadro, devemos indicar indução x 70 mmHg, temperatura axilar = 39,8
de trabalho de parto com preparação ºC. Membro inferior direito
cervical com misoprostol. apresentando edema desde o pé até
Alternativa A - Incorreta: A próximo ao joelho, hiperemia brilhante,
cardiotocografia mostra linha de base pele com aspecto de casca de laranja,
adequada, boa variabilidade da FCF, calor intenso, hiperalgesia, ausência de
presença de acelerações transitórias e bolhas. Presença de linfadenomegalia
ausência de desacelerações. Portanto, dolorosa inguinal ipsilateral ao membro
indica bem-estar fetal. acometido. Foi transferido para
avaliação de um cirurgião, que internou
Alternativa B - Correta: Conforme o paciente para iniciar
discutimos, há indicação de preparo de antibioticoterapia parenteral. Qual o
colo com misoprostol.
antimicrobiano de escolha para ser obesidade e imunossupressão, entre
prescrito para esse paciente? outros. O quadro clínico envolve dor,
eritema e calor no local da lesão,
A) Gentamicina.
podendo ocorrer manifestações
B) Amoxicilina. sistêmicas como febre e mal-estar.
Além disso, as lesões apresentam
C) Oxacilina.
limites e bordas mal delimitadas,
D) Vancomicina. aspecto importante para o diagnóstico
diferencial de erisipela.
E) Ticarcilina.
O diagnóstico é essencialmente clínico,
e o tratamento dependerá da gravidade
CCQ: Saber que oxacilina é a droga de do caso. Para infecções leves não
escolha para tratamento parenteral purulentas, pode-se utilizar antibióticos
da celulite orais, como dicloxacilina, cefalexina ou
clindamicina; já em casos mais graves,
Olá, aluno Aristo! Questão sobre o
com manifestações sistêmicas e
tratamento de infecções bacterianas de
toxemia, como no caso apresentado,
pele, que pode cair com certa
opta-se por oxacilina endovenosa.
frequência na sua prova.
Diante disso, vamos às alternativas:
No caso apresentado, temos um
paciente com dor, edema e eritema que Alternativa A - Incorreta: Gentamicina
se estende por toda perna, associados à é uma droga utilizada em infecções
presença de manifestações sistêmicas bacterianas por Gram-negativas.
como febre alta, calafrios e adinamia.
Alternativa B - Incorreta: Amoxicilina é
Esses sinais indicam uma provável
mais utilizada nos casos de erisipela ou
infecção cutânea mais grave e, apesar
nos casos de celulite não grave.
de não falar sobre as bordas da lesão, as
características de infiltração da derme, Alternativa C - Correta: Oxacilina é a
sugeridas pelo edema e aspecto de droga de escolha no tratamento de
casca de laranja descritos, nos indicam celulite grave, como no caso
o diagnóstico de celulite. apresentado.

Celulite é uma infecção bacteriana de Alternativa D - Incorreta: Vancomicina


pele e subcutâneo envolvendo é utilizada quando o paciente é alérgico
estruturas mais profundas. Tem como à penicilina e/ou cefalosporinas, o que
principais agentes etiológicos não foi mencionado no caso.
Staphylococcus aureus e estreptococos
Alternativa E - Incorreta: Ticarcilina é
beta-hemolíticos do grupo A (SBHGA),
um antibiótico de espectro muito amplo
bactérias Gram-positivas.
para uma infecção sabidamente
A infecção desenvolve-se a partir da causada por agente Gram-positivo.
ruptura da barreira cutânea por trauma,
inflamação, infecção de pele
preexistente, insuficiência venosa,
106. Um homem de 40 anos de idade • 2ª opção: Sais de bismuto +
apresentou úlcera duodenal com metronidazol + tetraciclina + IBP
biópsia positiva para Helicobacter por 10-14 dias
Pylori. Fez tratamento durante 7 dias
Cuidado, muitas questões podem nos
com omeprazol, amoxicilina e
apresentar esquema de tratamento
claritromicina, em doses padrão.
realizado em 7 dias e considerá-lo como
Endoscopia de controle repetida após
correto - esse tempo era válido no
oito semanas de tratamento revela
consenso anterior. Vejam que o
persistência de H. Pylori na biópsia.
paciente acima fez uso apenas por 7 dias
Qual a conduta mais adequada para o
- ou seja, terminou antes do previsto.
tratamento desse paciente?
Diante da possibilidade de resistência
A) Omeprazol, amoxicilina e
bacteriana, devemos indicar agora novo
furazolidona por 10 dias.
tratamento com a 2ª linha
B) Omeprazol, levofloxacina e recomendada:
amoxicilina por 10 dias.
• 1ª opção: levofloxacino +
C) Pantoprazol, amoxicilina e amoxicilina + IBP por 10-14 dias
claritromicina por 14 dias.
• 2ª opção: Sais de bismuto +
D) Pantoprazol, sais de bismuto, metronidazol + tetraciclina + IBP
furazolidona e claritromicina por 10 por 10-14 dias
dias.
Existe ainda a 3ª linha de tratamento,
E) Pantoprazol, sais de bismuto, que vamos apresentar abaixo, mas as
levofloxacina e claritromicina por 10 bancas não costumam pedi-la. Para fins
dias. de prova, guardem a primeira e
segunda linhas de tratamento, onde o
que muda é apenas a primeira opção:
CCQ: A segunda linha de tratamento uma é com claritromicina (1ª) e a outra
para H. pylori é composta pelo uso de com levofloxacino (2ª).
omeprazol, levofloxacino e
Alternativas A e D – Incorretas: A
claritromicina por 10-14 dias
furazolidona é um antibiótico e
Questão de prova com tema que se antiparasitário que pode ser utilizado
repete bastante - não precisa se atentar nos esquemas para H. pylori, contudo,
às doses, apenas às substâncias e faz parte da 3ª linha de tratamento,
combinações! associada a sais de bismuto +
amoxicilina + IBP por 10-14dias.
Segundo o IV Consenso Brasileiro em
Infecção por H. pylori de 2018, a Alternativa B – Correta: Como dito
primeira linha de tratamento acima, devemos tratar esse paciente
recomendada é: com a 2ª linha de tratamento, sendo a
primeira opção: amoxicilina +
• 1ª opção: amoxicilina +
levofloxacino + IBP por no mínimo 10
claritromicina + IBP por 10-14
dias.
dias
Alternativa C – Incorreta: Apesar de C) A sorologia IgM e IgG para CVM tem
não completar o esquema dado como 1ª papel limitado no diagnóstico da
linha em 10 dias, não podemos tratar infecção congênita, devido à baixa
esse paciente novamente com as especificidade.
mesmas drogas pelo tempo certo, pois
D) A microcefalia, o crescimento
há risco de resistência bacteriana.
intrauterino restrito e a prematuridade
Alternativa E – Incorreta: Não existe são altamente específicos para o
essa associação como recomendação diagnóstico de infecção por CMV.
de tratamento.
E) Uma tomografia computadorizada
revelando calcificações difusas pelo
córtex sugeriria fortemente o
diagnóstico de infecção por CMV em
107. Um recém-nascido de 20 dias de detrimento das outras infecções
vida é encaminhado para consulta em congênitas.
ambulatório de especialidade com
história de icterícia e baixo peso. A
genitora não fez exames de pré-natal e CCQ: Saber que a sorologia com IgM e
informa que seu filho nasceu "de sete IgG para a citomegalovirose
meses” e “pequeno para a idade”, congênita tem baixa sensibilidade e
ficando internado na UTI após o especificidade para o diagnóstico
nascimento. Ao exame físico, o recém-
Olá, pessoal! Temos aqui uma questão
nascido encontrava-se ictérico, com
bem bacana sobre infecções congênitas
peso abaixo do percentil 3 ,
na pediatria. Vamos aproveitar para
apresentando microcefalia e
revisar os conceitos mais importantes
hepatoesplenomegalia. Exames:
sobre citomegalovirose congênita.
hemograma com plaquetopenia;
transaminases elevadas; bilirrubina A transmissão vertical do
total de 15 mg/dL (valor de referência < citomegalovírus pode se estabelecer
1,3 mg/dL) e bilirrubina direta de 8 por via intrauterina (por disseminação
mg/dL (valor de referência < 0,4 mg/dL), hematogênica transplacentária) e
sorologia para CMV (citomegalovírus): também pode se dar no período
IgM e IgG positivas. Qual das assertivas perinatal (pelo contato com secreções
abaixo mais contribui com a elucidação maternas ou através da amamentação).
diagnóstica da infecção congênita pelo Presença de malformações ao nascer
CMV? indica que a infecção ocorreu ainda na
vida intrauterina. Para que o
A) A pesquisa do CMV na urina e/ou
diagnóstico da infecção congênita seja
saliva será útil para o diagnóstico de
estabelecido, é fundamental que seja
infecção congênita após 2 meses.
feito o isolamento do vírus em
B) Caso a confirmação diagnóstica não secreções da criança nas primeiras 3
ocorra até a terceira semana de vida, semanas de vida. Os materiais para o
não será possível ser estabelecida isolamento viral incluem o sangue,
saliva e urina do recém-nascido. O
isolamento do vírus após esse período Alternativa C - Correta: Os testes
não diferencia a infecção congênita da sorológicos, como as sorologias IgM e
infecção perinatal. Além disso, o IgG, são falhos na avaliação da
prognóstico e a necessidade de citomegalovirose congênita. A
tratamento são bastante diferentes sorologia IgM não apresenta
entre as duas situações. especificidade nem sensibilidade
adequadas para a investigação do RN,
A maioria dos bebês com infecção
acabamos por realizar a pesquisa do
congênita é assintomática, apenas 10%
vírus com detecção de DNA viral pela
a 15% mostram-se com sintomas ao
técnica de PCR.
nascimento, mas nos recém-nascidos
gravemente infectados, a mortalidade Alternativa D - Incorreta: A presença
pode chegar a 30%. As crianças de microcefalia, prematuridade e
infectadas, mesmo assintomáticas, crescimento uterino restrito são
excretam o vírus na urina, nasofaringe e manifestações bem genéricas e podem
saliva por meses a anos, e contribuem estar presentes em várias infecções
de forma significativa na cadeia de congênitas.
transmissão horizontal da doença.
Alternativa E - Incorreta: As
Dentre os sintomas, citomegalovírus calcificações difusas (por todo o
pode causar CIUR (crescimento cérebro) são mais características da
intrauterino restrito), prematuridade, toxoplasmose congênita. Enquanto as
hepatoesplenomegalia, hepatite, calcificações periventriculares falam
pneumonia, trombocitopenia, mais a favor de citomegalovirose
plaquetopenia e diversas alterações no congênita.
sistema nervoso central, incluindo
surdez neurossensorial e atrofia óptica.
A forma mais grave da doença,
chamada doença de inclusão
108. A Lei n.º 8 080, de 18 de setembro
citomegálica, cursa com
de 1990 dispõe sobre as condições para
hepatoesplenomegalia, icterícia,
a promoção, proteção e recuperação da
microcefalia, coriorretinite e
saúde e a organização e o
calcificações cerebrais
funcionamento dos serviços
periventriculares.
correspondentes. Trata-se do
Alternativa A - Incorreta: A pesquisa instrumento que, no artigo 4º, cria o
para diagnóstico de infecção congênita, Sistema Único de Saúde. No Capítulo
com amostra de urina e/ou saliva só III, prevê as Comissões Intersetoriais,
pode ser feita até a terceira semana de criadas com a finalidade de
vida.
A) articulação de políticas e programas
Alternativa B - Incorreta: Mesmo sem de saúde, cuja execução envolva áreas
a diferenciação até a terceira semana, o não compreendidas no Sistema Único
diagnóstico ainda pode ser de Saúde (SUS).
estabelecido.
B) negociação e pactuação entre envolva áreas não compreendidas no
gestores quanto a aspectos âmbito do Sistema Único de Saúde
operacionais, financeiros e (SUS).”
administrativos da gestão
Lembre-se que outra lei muito
compartilhada do SUS.
importante nesse contexto foi a lei 8142
C) representação dos entes estaduais e também de 1990, que estabeleceu
municipais incumbidos para tratar de como ocorre a participação social na
matérias referentes à saúde. gestão do SUS, por meio da criação de
dois mecanismos principais: as
D) desenvolvimento permanente de
Conferências e os Conselhos de Saúde.
ações conjuntas entre municípios e os
serviços que lhes correspondam Alternativa A – correta: Como
explicado acima, a finalidade das
E) integração de recursos técnicos e
comissões intersetoriais é a articulação
práticas voltadas para a cobertura total
de políticas e programas de interesse
das ações de saúde.
para a saúde, cuja execução envolva
áreas não compreendidas pelo SUS.

CCQ: As comissões intersetoriais Alternativa B – incorreta: Essa é a


terão como finalidade articular finalidade das Comissões Intergestores
políticas e programas de interesse Bipartite e Tripartite.
para a saúde, cuja execução envolva
Alternativa C – incorreta: Conselho
áreas não compreendidas no âmbito
Nacional de Secretários de Saúde
do SUS
(Conass) e o Conselho Nacional de
Galera, a lei 8080 de 1990 dispõe de Secretarias Municipais de Saúde
forma complementar sobre todo o (Conasems) são reconhecidos como
funcionamento do SUS! Essa lei é muito entidades representativas dos entes
explorada pelas bancas. Todavia, esse estaduais e municipais.
assunto nem tanto, o que tornou a
Alternativa D – incorreta: O
questão difícil! Vamos lá?
desenvolvimento de ações conjuntas é
A questão cobrou o conhecimento do uma atribuição do Conselho Nacional
artigo 12 parágrafo único sobre a de Secretarias Municipais de Saúde.
finalidade das comissões intersetoriais:
Alternativa E – incorreta: Essa é uma
“Art. 12. Serão criadas comissões atribuição do Conselho Nacional de
intersetoriais de âmbito nacional, Saúde.
subordinadas ao Conselho Nacional de
Saúde, integradas pelos Ministérios e
órgãos competentes e por entidades
representativas da sociedade civil.
109. Um homem de 50 anos de idade é
Parágrafo único. As comissões
hospitalizado por apresentar quadro de
intersetoriais terão a finalidade de
dor em hipocôndrio direito, de
articular políticas e programas de
moderada intensidade, com períodos
interesse para a saúde, cuja execução
de acalmia. A dor é acompanhada de [Alternativa A - Incorreta]. A colangite
febre, náuseas e vômitos, iniciados 24 bacteriana aguda se caracteriza pela
horas antes da internação. Ao exame tríade de Charcot: febre, icterícia e dor
físico, apresenta dor à palpação do abdominal.
hipocôndrio direito, com sinal de
[Alternativa B - Correta]. Devido à
Murphy positivo. Os exames 3
presença dos cálculos no colédoco,
laboratoriais revelaram 13 000
ocorre uma obstrução (parcial ou total)
leucócitos/mm (valor de 3 referência = 3
das vias biliares com retorno da bile e
800 a 10 600/mm ), discreta elevação
consequente icterícia.
das transaminases e da amilase sérica.
O paciente foi submetido a [Alternativas C, D e E - Incorretas]. A
colecistectomia laparoscópica, sem lesão iatrogênica das vias biliares pode
colangiografia. No segundo dia de pós- ocorrer com icterícia isolada mas,
operatório, o achado de icterícia com devido à suspeita elevada de
elevação de bilirrubina, sem sinais de coledocolitíase pelos exames
peritonismo e sem febre tem como laboratoriais, não torna as
diagnóstico mais provável complicações mais prováveis. Além
disso, em geral, esse tipo de lesão é
A) colangite bacteriana aguda
bem menos comum (< 1%) do que a
B) coledocolitíase coledocolitíase (até 10% dos pacientes
com colelitíase) e ocorre mais devido às
C) fístula de coto de ducto cístico.
distorções anatômicas e inexperiência
D) ligadura inadvertida do ducto do cirurgião.
hepático direito.
No mais, existem muitas referências
E) lesão iatrogênica do ducto comum. diferentes para estratificar o risco de
coledocolitíase antes de uma
colecistectomia. Mas, em geral,
pacientes sem nenhuma alteração
laboratorial ou história de icterícia não
CCQ: Coledocolitíase em pós-
necessitam de nenhuma avaliação
operatório de colecistectomia
complementar. Em casos com história
Temos um paciente com quadro de de icterícia, colangite ou coledocolitíase
colecistite aguda (dor em HD, febre, à USG, a investigação deve ser pré-
náuseas, vômitos e sinal de Murphy operatória com CPRE ou
positivo) submetido a uma colangiorressonância. Já nos casos
colecistectomia. No pós-op, ele intermediários, em que há apenas
desenvolve icterícia isolada sem outros exames laboratoriais do hepatograma
comemorativos. No pré-operatório, ele alterados, é aceita a colangiografia
já tinha sinais de coledocolitíase intraoperatória.
(aumento de transaminases e de
amilase) que mereciam ter sido
investigados no intraoperatório.
Vamos às alternativas?
110. Primigesta de 25 anos de idade
procura a Maternidade pelo início do
trabalho de parto às 13 horas e sua
evolução está registrada no partograma
abaixo. A paciente completa o primeiro
período do parto às 18h30min. O
segundo período já durava 45 minutos,
quando o feto começou a apresentar
desacelerações tipo II. Qual o
diagnóstico desse caso e a conduta
obstétrica mais apropriada?
A) Período pélvico prolongado; fórcipe
para distocia de rotação.
B) Parto taquitócico; tocólise aguda
com terbutalina subcutânea.
C) Parada secundária da descida;
operação cesariana por desproporção
cefalopélvica.
D) Fase ativa prolongada;
administração de ocitocina para
aumentar as metrossístoles.
E) Parada secundária da dilatação;
orientação para a paciente ficar em
decúbito lateral esquerdo para
coordenar as metrossístoles.

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