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Sumário
1. Teorias de Relações Internacionais............................................................................................................................4
Introdução às teorias das Relações Internacionais....................................................................................................4
Liberalismo Clássico (Idealismo)................................................................................................................................7
Realismo Clássico........................................................................................................................................................9
Liberalismos no pós-guerra......................................................................................................................................12
Realismo – Novas Abordagens e Escola Inglesa.......................................................................................................15
Construtivismo e outras teorias...............................................................................................................................17
Marxismo e Feminismo............................................................................................................................................19
2. Política Externa Brasileira (PEB)...............................................................................................................................24
Governo Dutra (1946-51)..........................................................................................................................................24
Governo Vargas (1951-54)........................................................................................................................................26
Governo Café Filho (interregno ou hiato Café Filho) - (1954-55).............................................................................28
Governo JK (1956-60)...............................................................................................................................................29
Governo Jânio Quadros (1961).................................................................................................................................32
Governo João Goulart (1961-64)..............................................................................................................................35
Governo Castello Branco (1964-67)..........................................................................................................................37
Governo Costa e Silva (1967-69)..............................................................................................................................39
Governo Médici (1969-74)........................................................................................................................................41
Governo Geisel (1974-79).........................................................................................................................................42
Governo Figueiredo (1979-85)..................................................................................................................................45
Governo Sarney (1985-1990)....................................................................................................................................46
PEB Anos 1990..........................................................................................................................................................51
Governo Fernando Collor de Mello (1990-1992)..................................................................................................52
Governo Itamar Franco (1992-95)........................................................................................................................53
Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003).............................................................................................53
3. O Brasil e a América do Sul.......................................................................................................................................53
CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe..............................................................................54
ALALC – Associação Latino-Americana de Livre-Comércio......................................................................................54
ALADI – Associação Latino-Americana de Integração..............................................................................................54
ACEs – Acordos de Complementação Econômica....................................................................................................54
Pacto Andino - Comunidade Andina de Nações.......................................................................................................54
CAN – Comunidade Andina de Nações (1996).........................................................................................................55
CARICOM - Comunidade do Caribe (1973)...............................................................................................................55
TCA / OTCA – Tratado de Cooperação Amazônica (1978)........................................................................................55
ALCA – Área de Livre Comércio das Américas..........................................................................................................55
ALBA – Alternativa Bolivariana para as Américas....................................................................................................55
IIRSA – Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana......................................................56
CASA – Comunidade Sul-Americana de Nações.......................................................................................................56
UNASUL – União de Nações Sul-Americanas...........................................................................................................56
CDS – Conselho de Defesa Sul-Americano...............................................................................................................57
PROSUL – Fórum para o Progresso da América do Sul............................................................................................58
CALC – Cúpula da América Latina e do Caribe..........................................................................................................58
CELAC – Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos......................................................................58
Aliança do Pacífico....................................................................................................................................................59
Organismos regionais de financiamento..................................................................................................................59
MERCOSUL................................................................................................................................................................60
4. Argentina: política externa e relações com o Brasil.................................................................................................71
Relações Brasil-Argentina - Trajetória histórica (1945-hoje).....................................................................................72
Relações Brasil - Argentina (atualidades)..................................................................................................................75
5. Relação do Brasil com os demais países da América Latina....................................................................................79
Uruguai.................................................................................................................................................................. 79
Paraguai.................................................................................................................................................................80
Chile...................................................................................................................................................................... 81
Bolívia.................................................................................................................................................................... 82
Peru....................................................................................................................................................................... 83
Equador................................................................................................................................................................. 84
Colômbia...............................................................................................................................................................85
Venezuela..............................................................................................................................................................87
Guiana................................................................................................................................................................... 90
Suriname...............................................................................................................................................................91
México................................................................................................................................................................... 91
Cuba...................................................................................................................................................................... 92
Haiti....................................................................................................................................................................... 92
Canadá................................................................................................................................................................... 92
Brasil-Hemisfério (Comércio)................................................................................................................................93
6. Estados Unidos da América: política externa e relações com o Brasil.....................................................................94
Oriente Médio e Terrorismo (Fundamentalismo Islâmico).......................................................................................94
China e Indo-Pacífico.................................................................................................................................................96
A Guerra Comercial de Trump...................................................................................................................................99
Europa..................................................................................................................................................................... 100
América Latina.........................................................................................................................................................102
África....................................................................................................................................................................... 104
Brasil e a Política Externa dos EUA..........................................................................................................................105
Histórico e características....................................................................................................................................105
Intensificação da Cooperação Bilateral – Agenda dos 10 pontos........................................................................106
Principais Mecanismos de Diálogo......................................................................................................................113
7. União Europeia: origens, evolução histórica, estrutura e funcionamento, situação atual, política externa e
relações com o Brasil..................................................................................................................................................114
Estruturas Europeias...........................................................................................................................................114
Histórico de Integração.......................................................................................................................................119
Situação Atual e Política Externa.........................................................................................................................122
Política Externa e de Segurança Comum (PESC) e Política Comum de Segurança e Defesa (PCSD).....................127
Crises................................................................................................................................................................... 132
Relações com o Brasil..........................................................................................................................................134
Negociações MERCOSUL e UE e Reuniões Regionais...........................................................................................140
8. Rússia: política externa e relações com o Brasil....................................................................................................142
Conceitos e questões fundamentais.......................................................................................................................142
Relações bilaterais e regionais................................................................................................................................144
O espaço pós-soviético............................................................................................................................................149
Organizações regionais............................................................................................................................................150
Política voltada aos polos........................................................................................................................................152
Crises e conflitos.....................................................................................................................................................152
Relações bilaterais com o Brasil..............................................................................................................................157
9. Brasil e África..........................................................................................................................................................161
10. Brasil e Ásia...........................................................................................................................................................165
China....................................................................................................................................................................... 165
Relações Brasil – China........................................................................................................................................179
Índia........................................................................................................................................................................ 185
Relações Brasil – Índia.........................................................................................................................................193
Japão....................................................................................................................................................................... 198
Relações Brasil – Japão........................................................................................................................................203
11. O Brasil e o Oriente Médio...................................................................................................................................206
Questão israelo-palestina....................................................................................................................................209
Síria......................................................................................................................................................................... 215
Iraque.................................................................................................................................................................. 217
Irã........................................................................................................................................................................ 220
Arábia Saudita.....................................................................................................................................................221
Egito.................................................................................................................................................................... 222
12. Comunidade dos Países de Língua Portuguesa....................................................................................................224
13. O Brasil e a Agenda Internacional........................................................................................................................227
O multilateralismo de dimensão universal: a ONU; as conferências internacionais; os órgãos multilaterais.........227
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável....................................................................................................236
Pobreza e ações de combate à fome.......................................................................................................................254
Comércio internacional e Organização Mundial do Comércio (OMC).....................................................................258
Sistema Financeiro Internacional............................................................................................................................271
Desarmamento e não-proliferação.........................................................................................................................278
Armas Nucleares.................................................................................................................................................278
Programa nuclear norte-coreano........................................................................................................................285
Programa nuclear iraniano..................................................................................................................................286
Armas Biológicas.................................................................................................................................................289
Armas Químicas...................................................................................................................................................289
Regimes transversais...........................................................................................................................................290
Armas convencionais...........................................................................................................................................291
Guerra Cibernética..................................................................................................................................................297
Terrorismo...............................................................................................................................................................299
Reforma da ONU.....................................................................................................................................................305
Crimes de guerra e crimes contra a humanidade: genocídio, holocausto e a Tribunal Penal Internacional...........308
Operações de paz das Nações Unidas.....................................................................................................................314
14. O Brasil e o Sistema Interamericano....................................................................................................................320
O Brasil e o Sistema Interamericano.......................................................................................................................328
15. O Brasil e a formação dos blocos econômicos, a negociação de acordos comerciais e a promoção comercial. 336
Acordo de Associação MERCOSUL-União Europeia.............................................................................................338
Promoção Comercial...........................................................................................................................................344
Investimentos......................................................................................................................................................345
Comprehensive and Progressive Agreement for Trans Pacific Partnership (CPTPP)...........................................346
TTIP ou TAFTA (Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento EU-US).....................................................347
17. O Brasil e as coalizões internacionais: o G20, o IBAS e o BRICS...........................................................................350
G20 (Financeiro)......................................................................................................................................................350
IBAS......................................................................................................................................................................... 353
BRICS....................................................................................................................................................................... 354
18. O Brasil e a Cooperação Sul-Sul............................................................................................................................358
Cooperação Sul-Sul e o Brasil..................................................................................................................................360
19. Criptomoedas, Blockchain e impactos na economia mundial.............................................................................366
Manuais
Conceitos Básicos
O primeiro termo é o campo de saber, o segundo são as interações entre as unidades políticas básicas da
cena internacional
Como disciplina, surgiu após a 1ª Guerra Mundial – como evitar a guerra para que se alcance a paz. Surge
como forma de entender a guerra para se obter a paz. A guerra precisa ser evitada.
As teorias são importantes porque buscam descrever, explicar, prever e prescrever a realidade
Soberania
Dentro de suas fronteiras, o Estado é autoridade máxima e detém o monopólio do uso legítimo da força
Fora de suas fronteiras, o Estado não se subordina a nenhuma outra autoridade política
Estado
Anarquia
Sistema Internacional
Dimensão política
Anárquico
Atores internacionais (conceito amplo)
Formas: unipolar, bipolar, multipolar – na guerra fria o sistema era bipolar
Ordem internacional
Dimensão jurídico-normativa.
É o padrão normativo e institucional da relação entre os Estados.
Elementos: soberania, formas de diplomacia, direito internacional, o papel das grandes potências, códigos
que delimitam o uso da força etc.
Sujeitos internacionais (conceito restrito). Atores que têm legitimidade
Formas: unilateral, bilateral, plurilateral, multilateral
Liberalismo Clássico (Idealismo)
Também conhecido como idealismo, alcunha dada por teóricos que viriam a contestar o pensamento liberal clássico,
sobretudo os realistas
Origens
Pós 1ª GM
o Crítica à maneira como os Estados estavam interagindo no cenário internacional. Práticas que não
levavam em consideração a manutenção da paz
o Foram os arcos de aliança na Europa que levaram à guerra; conflagração de proporções nunca antes
vistas
o Repensar a forma como os Estados se relacionam entre si; é no pensamento liberal clássico que irá
emanar as primeiras teorias para manutenção da paz
o Jeremy Bentham
O objetivo dos Estados é o maior nível de felicidade para todos
Base Conceitual
Conceitos do liberalismo político (lógica doméstica = o que ocorre dentro do Estado) aplicados às Ris –
reproduz para a relação dos Estados o que ocorre na interação humana
o Razão humana
Análise de custo-benefício; lógico da razão e maximização do bem-estar
Razão humana conduz os indivíduos a cooperarem; a cooperação produz mais ganhos que a
competição, além de promover a paz
o Cooperação
Associada à razão humana
o Progresso humano
O progresso é inerente à natureza humana; portanto, as relações humanas estão em
constante evolução e o mesmo ocorre na relação entre os Estados, que se tornam cada vez
mais cooperativos
o Estado constitucional
Gera estado de direito – normas fundamentais que regulam a relação entre indivíduos; ideia
de normatização de regras fundamentais. É um conceito fundamental para a teoria liberal
Garante liberdades
Premissas
A ordem liberal essencialmente traria a paz segundo os liberais uma vez que a cooperação tem o poder de evitar a
guerra. Eles acreditam que os Estados são racionais e que a paz é o estado natural e não a guerra, esta é uma
anomalia.
Ganhos compartilhados advêm da cooperação. Vai de encontro ao pensamento realista, que defende que ganhos
compartilhados não é possível dentro de um sistema anárquico
Direito como o conjunto de normas acordadas, que orientam a relação entre os Estados
Principais autores
Liberdade de navegação
Abolição das barreiras econômicas – liberalização do comércio
Redução dos armamentos
Revisão da política colonialista – conflito com o pensamento europeu; defende a independência e
autodeterminação dos povos
Fim da diplomacia secreta – gerava conflitos e esquemas complexos de aliança, além da falta de
transparência
Liga das Nações (LDN)
o Wilson foi idealizador da Liga, embora os EUA não tenham feito parte dela
o Privilégio do DIP e das instituições como elementos fundamentais
O fracasso da Liga e a eclosão da II GM acabou por colocar em xeque os preceitos liberais clássicos, o que fez
com que os realistas denominassem os liberais de idealistas
Realismo Clássico
Origens
Pessimismo do entreguerras
o Reforça a competição e a lógica de poder entre os Estados
o Não existe a questão de cooperação, a guerra pelo poder é algo real
o Pacto Briand-Kellog falhou
Premissas
Pensadores Clássicos
Estado:
o Único ator relevante do sistema
o Motivado por poder
o Preocupado com sua sobrevivência
Contexto: Pós-guerra
o Traz o pensamento do pós II GM
o Influenciado pelo contexto da Guerra Fria
o Perspectiva liberal ganha espaço com o desenho do sistema ONU, mas o advento da Guerra Fria
acaba por fazer com que o Realismo passe a ser mais expressivo. Antigos aliados passaram a
competir – EUA e URSS lutaram juntos na guerra
o Discurso de Churchill sobre a cortina de ferro já havia sido proferido
Política como “esfera autônoma de ação” ➔ economia (marxistas) e moral (kantianos) não são
determinantes.
o Estados querem acumular poder; economia, bem-estar e questões morais não são essenciais na
atuação dos Estados internacionalmente
Os ataques não seriam mais a pontos estratégicos, mas relacionado com a destruição total. Com isso, a guerra se
torna convencional, pois nenhum dos lados tem coragem de usar as armas nucleares
Liberalismo sociológico
Liberalismo da interdependência
É o desenvolvimento econômico que gera prosperidade segundo Rosencrance e o conflito deixa de ser
interessante; casos de Alemanha e Japão
Mitrany defende uma ideia funcionalista da integração; a paz é fruto da interdependência e deve ser feita
por técnicos e não por políticos. O bem-estar aumenta com o processo de integração e os próprios
indivíduos passam a a apoiar a dinâmica internacional para além dos Estados; tem relação com o processo
de integração europeu
Haas também está inserido no contexto de integração europeia, porém de forma mais profunda; afirma que
pode ser em qualquer área. É menos otimista que o Mitrany e não concorda com a separação entre técnicos
e políticos
Interdependência Complexa
Não rejeitam a possibilidade de conflito, tampouco rejeitam o pensamento realista e as dinâmicas de poder, mas
trazem a ideia de que as relações são mais complexas e o poder militar é insuficiente para explicar a relação entre os
Estados; a explicação realista é incompleta para eles
Questões diferentes geram coalizões distintas por isso a complexidade; a política transcende fronteiras e em muitos
casos a força militar é menos importante ou mesmo irrelevantes; cresce a importância da capacidade de negociação
na obtenção do bem-estar; high politic = segurança; low politic = bem-estar
Há uma especialização de diferentes recursos de poder em diferentes áreas; com a valorização das organizações
internacionais; países com menor poder bélico podem exercer mais influência
Liberalismo Institucional
Instituições são molduras dentro das quais a cooperação se torna possível, ao gerarem previsibilidade
o Organizações internacionais
o Regimes internacionais
Liberalismo republicano
Ontológico = essência
Behaviorismo = método científico aplicado às ciências sociais; perspectiva positivista quantitativa, com forte análise
estatística. Até então a lógica tradicional preconizava o estudo das bases históricas, as diferentes correntes,
dimensão moral era mais filosófica, portanto.
Realismo estratégico mais focado nas dimensões estratégicas do processo decisório; o que leva os países a agirem de
tal forma
Age porque quer atingir seus objetivos; oferece instrumentos analíticos para o processo decisório. Schelling é muito
influenciado pela Teoria dos Jogos
Ameaça é fundamental na forma como atua, demonstrar poder é uma forma de levar o país a barganhar. A
acumulação de poder não necessariamente está ligada à guerra, mas também ao poder de barganha
A Estrutura, ou seja, a Forma como o poder é distribuído entre as unidades do sistema internacional é definidora da
ação dos Estados. A estrutura é fundamental para definir a ação dos países
A acumulação de poder não é um fim em si, a busca pelo poder está relacionada com a segurança, defesa.
Argumenta que um poder acima do ótimo pode se voltar contra si, outros países se alinham para te atacar, o que
põe a segurança, objetivo último, em perigo.
O sistema de governo não é relevante, o comportamento deriva de como o Estado observa as relações de poder no
sistema internacional. É por isso que a terceira magem é a mais importante para o Waltz
A Tragédia está no fato de que as relações serão sempre conflituosas, porque os Estados são maximizadores de
poder; contrata com a teoria liberal, uma vez que esta entende o sistema como anárquico, mas enxerga nas
instituições uma maneira de impor freios no ímpeto expansionista dos Estados bem como a estabelecer cooperação.
Mearsheimer, por sua vez, entende que isso não é possível.
Escola Inglesa
Principais pensadores:
o Martin Wight e Hedley Bull
A novidade é a abordagem metodológica. Entende que o behaviorismo não responde à complexidade humana, que
envolve princípios que são inerentes aos seres humanos que não podem ser quantificáveis
Traz elementos dos pensamentos liberal e realista e o racionalismo costume predominar e foco na Sociedade
Internacional com possibilidade de coexistência pacífica. Existe uma evolução contínua, o progresso leva á sociedade
internacional, sem, no entanto, defender um pensamento utópico de paz perpétua (esperança sem ilusões)
Revolucionismo porque uma vez que adota os valores há mudanças significativas na Sociedade Internacional;
antiestatal porque os indivíduos estão no centro das interações entre os países
Estados são soberanos, mas a política é humana e, portanto, complexa. Os Estados agem com base em interesses e
intenções passíveis de mudanças
Construtivismo
Waltz defendia que o sistema bipolar era mais estável, só que este sistema se rompeu
Principais Ideias
Identidade é formada com o arcabouço social e cultural dos diferentes setores e interesses
A maneira como os Estados agem diante da anarquia também é fruto da interação entre os Estados
Culturas de anarquia: existe uma cultura conflitiva (Hobbes); competitiva (Locke) e outra de cooperação (Kant)
Escola de Copenhagen
Securitização é um conceito também relacionado à construção a partir da relação entre os atores; qualquer tema
pode vir a se tornar uma questão de segurança internacional. É um processo discursivo de que um determinado
tema pode se tornar questão de segurança internacional, como no caso de combate às drogas posto a cabo por
Reagan nos anos 1980, que passou considerar a questão um tema de segurança nacional (Guerra as Drogas).
Complexos regionais de segurança também podem ocorrer, não precisa ser global necessariamente
Marxismo e Feminismo
Marxismo
Base conceitual
o Materialismo dialético (histórico)
o Infraestrutura (Marx) e Superestrutura (Gramsci)
o Conflito de classes
Conflito entre tese e antítese para gerar a síntese; na interpretação de Marx o conflito entre burguesia e
proletariado, que levaria ao comunismo. Parte de bases econômicas para explicar a sociedade. Pensamento que será
utilizado para analisar as relações internacionais
Meios de produção são influenciados e influencia os meios políticos, legal, cultural etc. que é o que forma a
superestrutura
Principais ideias
o Imperialismo como última etapa do capitalismo (Lenin)
o Teoria da dependência: centro-periferia (Raúl Prebisch e FHC)
o Teoria do Sistema-Mundo (Immanuel Wallerstein)
Imperialismo é um estágio do capitalismo, sendo a Primeira Guerra um conflito entre países imperialistas pela
hegemonia global. A disputa por mercados levou à guerra
Teoria da dependência desenvolvida no âmbito da Cepal por Prebiscsh, mas também por Fernando Henrique
Cardoso. O que explica a ação dos Estados nas relações internacionais é a forma como os Estados se inserem na
economia – centro ou periferia.
Feminismo
Análise vai além da análise fria dos números positivistas/behaviorista para adotar uma leitura mais reflexiva; o
gênero passa a ser questão central e entende que são construções sociais. Hegemonia masculina nas interações fez
com que o mundo fosse moldado a partir de uma visão masculina sem levar em consideração o papel da mulher. A
agenda feminista contesta a hegemonia masculina e luta por condições de igualdade entre homens e mulheres
Defesa de que o olhar feminino traz ganhos para o debate, análise e construção do sistema internacional. A mulher
deve estar envolvida em todas as etapas de decisão.
Exercícios
Questão 1 - (Diplomacia 2013) Considerando conceitos e paradigmas teóricos empregados na análise das relações
internacionais, assinale a opção correta.
(A) Embora suas origens remontem à Antiguidade Clássica, como se verifica especialmente na obra de Tucídides, o
realismo estrutural só se projetou ao ter reiterada, na obra de Hans Morgenthau publicada durante a Guerra Fria, a
sua utilidade no exame da influência do processo decisório da política externa nas interações entre os Estados.
Realismo estrutural é de Kenneth Waltz (Neorrealismo). Morgenthau é realista clássico. A parte de Tucídides está
correta. Sistema de cidades-estados definia a forma de agir dessas cidades-estados
(B) Após a Guerra Fria, cujo desfecho representou desafio à interpretação das principais correntes na teoria das
relações internacionais, o construtivismo fortaleceu-se como paradigma de interpretação dessas relações.
(C) Emprega-se o conceito de política internacional, equivalente ao de política externa, em referência à interação das
grandes potências entre si, reservando-se o conceito de sociedade internacional para referência à interação das
grandes potências com as organizações internacionais.
Sociedade Internacional remonta à Escola Inglesa e está relacionada com fluxos transnacionais, que vai além da
relação entre Estados, muito menos entre grandes potências apenas.
(D) O debate entre neorrealismo e neoliberalismo institucional marcou os anos 60, especialmente devido à
influência das teorias cibernéticas, que empregavam os conceitos neorrealistas, na formulação da política externa da
ex-União Soviética.
Debate nos 1960 foi metodológico (behaviorismo x tradicionalismo). Conceitos neorrealistas surgem nos EUA
(E) A interdependência complexa surgiu como paradigma de análise das relações internacionais por influência da
Teoria da Dependência, que reinterpreta as teses liberais, no marco das instituições de Bretton Woods, para explicar
o que veio a ser conhecido como processo de globalização econômica
Teoria da Dependência deriva do pensamento marxista das relações internacionais, ao passo que a teoria da
interdependência complexa se insere no contexto da tradição neoliberal.
Questão 2 -(Diplomacia 2017) A respeito de alguns dos principais paradigmas teóricos referentes ao estudo das
relações internacionais, julgue (C ou E) os itens que se seguem.
(1) Nas teorias feministas das relações internacionais é comum o argumento de que questões relativas à
reflexividade e à subjetividade devem ser excluídas das pesquisas, de modo a evitar prejuízos ao ideal da
objetividade do conhecimento.
(2) Um argumento importante desenvolvido pelo teórico idealista Norman Angell é o de que a guerra não é
economicamente proveitosa para os países agressores.
(3) A metodologia eclética e pluralista típica da escola inglesa decorre das especificidades das seguintes categorias
analíticas: sistema internacional, sociedade internacional e sociedade mundial.
(4) Um dos princípios do realismo político de Hans Morgenthau é o de que o interesse dos Estados nunca pode ser
definido exclusivamente em termos de poder
E – é o contrário do que prega Morgenthau; poder está no centro do pensamento de Morgenthau; o poder em si
Questão 3 -(Diplomacia 2016) Quanto a conceitos básicos e escolas teóricas das relações internacionais, julgue (C
ou E) os seguintes itens.
1) A teoria da interdependência complexa, desenvolvida por institucionalistas liberais como Robert Keohane e
Joseph Nye, é caracterizada pela não hierarquização de temas de política internacional.
C – supera a ideia de que apenas a high politic é importante; não há hierarquização na interdependência complexa
(2) De acordo com o liberalismo institucional, as instituições internacionais, como as Nações Unidas, a Organização
Mundial do Comércio e a União Europeia, ajudam a promover a cooperação entre os Estados, mitigando, assim, as
consequências da anarquia do sistema internacional.
(3) Para os teóricos da Escola de Copenhague, o sucesso de um processo de securitização independe de real ameaça
à existência do Estado.
E – é o contrário, a securitização é criada a partir da ameaça; a questão foi anulada em função da ambiguidade dos
termos teóricos e real ameaça
(4) As teorias das relações internacionais formuladas por Hans Morgenthau e, mais recentemente, por John
Mearsheimer, ao postularem a promoção da segurança como finalidade última da ação dos Estados, caracterizam-se
pelo realismo defensivo.
E – Mearsheimer é caracterizado pelo realismo ofensiva – maximização do poder. Morgenthau está inserido no
realismo clássico. Kenneth Waltz que é caracterizado pelo realismo defensivo
Questão 4 -(Diplomacia 2011) De acordo com a perspectiva construtivista no estudo das relações internacionais,
julgue (C ou E) os itens a seguir.
(1) Elementos de instabilidade no cenário internacional, tais como guerras, degradação ambiental, desrespeito aos
direitos humanos e grandes disparidades econômicas, decorrem da compreensão deficiente que os agentes têm do
sistema internacional, não podendo ser atribuídos à defesa de interesses políticos e econômicos egoístas ou
particulares.
E – Construtivismo parte do princípio de que são a construção de identidade que constituem a estrutura, uma
determinada sociedade pode ser egoísta sim.
(2) O cenário internacional é caracterizado por agentes políticos e instituições sociais que predeterminam o
resultado das interações entre esses agentes e instituições. Desse modo, o formulador de políticas dispõe de
limitado leque de opções de política externa ou internacional.
(3) O comportamento dos agentes políticos internacionais — Estados, organismos internacionais e organizações não
governamentais, por exemplo — pode ser previsto pela análise racional e dedutiva, sendo as instituições dotadas
dos mesmos atributos psicológicos e cognitivos dos indivíduos.
E – a lógica e transposição de motivos da razão humana para o comportamento do Estado está na teoria clássica; a
complexidade que forma o sistema é tamanha que muitas vezes decisões não são racionais
(4) O caráter anárquico do sistema internacional pode ser superado pelo uso criterioso da razão e pela formação de
novas identidades resultantes de esforços em prol da cooperação e da interdependência.
Questão 5 -(Diplomacia 2012) De acordo com a perspectiva racionalista da Escola Inglesa das Relações
Internacionais, assinale a opção correta.
(A) Deve-se crer no valor da cooperação em um mundo marcado por uma tradição que se vale fortemente tanto das
noções de legitimidade democrática quanto do direito natural como fontes para o funcionamento das instituições e
do sistema internacional.
C – tradição racionalista (valor grociano)
(B) O Estado nacional representa o ator por excelência das relações internacionais, sendo as demais instituições
meras derivações dos interesses e interações do governo no plano internacional.
E – a lógica é pluralista
(C) A ação internacional dos Estados e dos demais atores é pautada pela perspectiva teleológica da realização de
objetivos, sendo a moral um conceito subjetivo de quem exerce o poder.
(D) Diversos atores, além do Estado nacional, articulam-se em alianças com o propósito de construir uma hegemonia
no sistema internacional.
(E) As relações internacionais devem-se pautar pelo pacifismo de líderes como Gandhi e por doutrinas como a dos
“Quakers” norte-americanos ou dos cristãos primitivos, e nunca pelo uso da força.
Conceitos introdutórios
Política externa
Conjunto de ações formuladas e executadas por um Estado, visando criar, manter e desenvolver relações
internacionais.
Diplomacia
Diplomacia, no sentido estrito da palavra, é técnica, ou seja, é um instrumento usados por qualquer Estado
organizado para conduzir suas RI.
Art. 4º e 84, VII e VIII, CRFB/88 – Primazia do Poder Executivo; competência privativa do Presidente da
República
Decreto nº 9.683/19 – responsabilidades do MRE
Governo Dutra
A ordem é multilateral, mas o sistema é bipolar
A ordem que surge é de caráter liberal, de prevalência do livre-comércio
A ONU surge como mecanismo de manutenção da paz
A relação do Brasil com a URSS foi intermediada pelos EUA
Brasil lutou na II GM e conseguiu barganhar durante o processo. Ao final, acaba por lutar ao lado dos aliados.
Conseguiu reequipar as forças armadas e conseguiu financiamento para montar uma indústria da base
A maneira como a nova ordem se construiu reduziu a possibilidade de equidistância pragmática
Contexto interno
Fim da Era Vargas (1930-45)
Redemocratização do país com eleições presidenciais livres (aumento considerável da participação popular
no processo eleitoral)
Vitória do General Dutra
Brasil assemelha-se a outras nações latino-americanas do período em três tendências interligadas:
democratização, avanço da esquerda comunista e acirramento dos conflitos trabalhistas.
Anticomunismo
Crise econômica no pós-Guerra
o Inflação, perdas de divisas, crise na balança de pagamentos
o Dificuldade de atrair investimentos privados e escassez de capital para investimentos públicos
Instabilidade política
“Alinhamento automático”
Em temas estratégicos de política e segurança internacionais, acompanha o voto dos EUA em reuniões
multilaterais (ONU) e regionais (sistema interamericano);
Ruptura de relações diplomáticas com a URSS em 1947 (sem que houvesse pedido ou pressão dos EUA):
o EUA => Reconstrução da Europa + conter a expansão do comunismo; Japão, Península Coreana,
avanço dos comunistas na China
o Brasil => espera uma “relação especial” que garantisse recursos para o seu desenvolvimento:
Frustração;
Dificuldade de Barganha => Dutra; fortemente anticomunista, não se aliaria com a URSS.
No plano da diplomacia econômica e comercial, o Brasil manifestará posições divergentes da dos EUA, como
em negociações do GATT e da OIC:
o Necessidades especiais dos países em desenvolvimento;
o Bilateralmente, buscará financiamentos para o investimento
Brasil (toda a América Latina) de fora do Plano Marshall, que destinaria USD 19 bi para reerguer as
economias europeias.
Brasil e América Latina de fora do Mutual Defensa Act (1949), que destinaria USD 1,3 bi para os aliados;
Entre 1947-1950, toda a América Latina recebeu USD 400 mi, valor equivalente ao recebido por Bélgica e
Luxemburgo;
Expectativas frustradas
Em janeiro de 1950, Raul Fernandes encaminha ao Embaixador dos EUA no Brasil o chamado “memorando
da frustração”, que refletia o descontentamento brasileiro com a pouca cooperação dos EUA, a despeito das
dificuldades econômicas brasileiras.
Chanceleres
João Neves da Fontoura, Samuel Souza Leão, Raul Fernandez (maior tempo)
Guerra da Coreia
o Resolução Unidos para a Paz (1950): Apoio do Brasil (Dutra)
o Solicitação de envio de tropas (1951): Recusa de Vargas
Não tinha apoio para o envio de tropas
É um alinhamento, mas não automático
CMBEU (1950)
o Funcionamento: jul/1951 – Dez/1953
Possibilidade de angariar investimentos – foram 41 projetos em áreas de transporte e
energia principalmente
o O Brasil se prepara para executar os projetos:
BNDE (1952)
Eletrobras
Plano Nacional de Eletrificação
o Resultados aquém do esperado:
Dificuldades de negociar créditos
Havia déficit no BP; Brasil negocia créditos ao Eximbank
Eisenhower e a mudança de prioridade da pauta
Republicano que advoga que os financiamentos deveriam ser realizados pelo BM e
não por capital público dos EUA
BM e FMI aversos à política macroeconômica brasileira
o Fim da CMBEU em 1953
Ricúpero: Nova ilusão americana
Instrução nº 113 da SUMOC (1955): abertura para importações de maquinário, mesmo com similares
nacionais
o Abre o mercado para equipamentos estrangeiros sem cobertura cambial
Cooperação BR-EU para uso civil da energia atômica (contexto: “Atoms for Peace”)
o Enriquecimento de urânio no Brasil para fins pacíficos
o Criticado pelos nacionalistas
(Diplomacia 2016) Nos governos de Gaspar Dutra (1946-1951) e de Getúlio Vargas (1951-1954), o Brasil teve de se
posicionar em relação à nova realidade mundial determinada pela Guerra Fria. No que se refere à política externa
brasileira no período mencionado, julgue (C ou E) os itens seguintes.
(1) Em 1947, o Brasil rompeu relações diplomáticas com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Certo; episódio da cassação do Partido Comunista, críticas da imprensa oficial soviética; Brasil pede retratação, o que
não ocorreu
(2) Na IV Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores das Américas, em 1951, o chanceler brasileiro
defendeu a necessidade de promoção do desenvolvimento como melhor forma de impedir o avanço da ideologia
comunista na América Latina.
(3) Sob a justificativa de que o caso grego seria um reflexo da guerra política desenvolvida pelo comunismo
internacional nos diversos países, com o objetivo de dominar o mundo, o Brasil apoiou a intervenção de potências
ocidentais na guerra civil grega.
Certo; do ponto de vista multilateral o Brasil vota com os EUA; crise na Grécia é vista como palco da Guerra Fria (que
pensamento político vai dominar?) Brasil apoia intervenção contra o avanço comunista
(4) O Brasil absteve-se na votação da resolução da ONU que, em 1950, declarou ser a República Popular da China
culpada pela agressão da Coreia do Norte à Coreia do Sul
Governo JK (1956-60)
Contexto externo
Comércio exterior em estagnação e, posteriormente, declínio (queda no preço do café)
Créditos oficiais escassos (EUA, BM e FMI)
Breve Distensão da Guerra Fria (Eisenhower recebe Kruchev)
Principais características
Programa de metas
“Diplomacia Desenvolvimentista”
Duas fases (antes e depois da OPA)
Alinhamento aos EUA como forma de receber apoio financeiro
Mas com inciativas autonomistas (bases para a PEI)
Chanceleres: José Carlos de Macedo Soares (1956-58); Negrão de Lima (1958-59) e Horácio Lafer (1959-61)
Retórica de combate ao comunismo – Brasil sempre se posicionou como um país ocidental inserido no
capitalismo liberal
Não significa ruptura com os EUA, mas busca certa diversificação alinhado com a política desenvolvimentista de
cunho mais autônomo
Contexto:
Desgaste macroeconômico
Déficits crescentes
Crise cafeeira
o Convênio do México (1957)
Brasil e outros produtores se juntam para tentar conter a queda dos preços
o Conferência internacional do café (1958)
Coordenar ações pra conter a queda do preço, sediada no Rio de Janeiro
Grupo que representava 93% das exportações do produto
Problemas:
o Revolução Cubana (1959)
o Aliança para o Progresso (1961)
Resultados:
o BID (1959)
o Primeira ação coordenada em PEX dos países da região
o Facilitação para negociação da ALALC
Ideia de diversificação; não se trata de reatar relações diplomáticas, mas estabelecer comércio
Eisenhower e Krushev se encontraram, os constrangimentos eram menos nítidos; Brasil envia missão
comercial a Moscou
Apoio do Brasil à Declaração de Garantia de Independência dos Países Coloniais, no âmbito da XV AGNU
Questões de Prova
(Diplomacia 2017) O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) foi caracterizado pela ênfase nos projetos de
desenvolvimento econômico, por meio de ações voltadas para a industrialização e de investimentos em
infraestrutura. Essa agenda interna influenciou também a formulação de sua política externa. A respeito da atuação
externa do Brasil durante a gestão de Juscelino Kubitschek (JK), julgue (C ou E) os próximos itens.
(1) O debate sobre a Operação Pan-Americana acabou contribuindo para que fosse concretizada uma das aspirações
dos países latino-americanos: a criação de uma instituição para financiar projetos de desenvolvimento na região, o
Banco Interamericano de Desenvolvimento, cujas operações tiveram início em 1960.
Certo
(2) O governo de JK buscou ativamente o apoio norte-americano para o desenvolvimento da América Latina, por
meio da Operação Pan-Americana. Seus esforços, porém, encontraram resistências nos Estados Unidos da América e
nas instituições financeiras internacionais. A dificuldade em obter acesso a financiamentos externos levou, inclusive,
ao rompimento do Brasil com o Fundo Monetário Internacional em 1959.
Certo; argumento das instituições financeiras era que a política macroeconômica dos países da AL afastava os
investidores
(3) No âmbito multilateral, o Brasil alterou sua posição tradicional e passou a criticar, na ONU, a política colonialista
de Portugal.
(4) O governo de JK reatou relações comerciais com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, sem, no entanto,
restabelecer as relações diplomáticas em sua plenitude.
(Diplomacia 2008) Em 2008, comemoram-se cinquenta anos do lançamento da Operação Pan-Americana (OPA), que
teve início com a troca de cartas pessoais entre os presidentes Juscelino Kubitschek e Eisenhower, em 28 de maio e 5
de junho de 1958. A respeito da OPA, julgue (C ou E) os itens seguintes.
(1) O objetivo central da OPA foi o combate ao subdesenvolvimento econômico da América Latina, visto como o
principal problema do continente.
(2) A OPA era uma proposta de cooperação internacional baseada na tese de que o fim da miséria e o
desenvolvimento seriam as maneiras mais eficazes de se evitar a penetração de ideologias exógenas e
antidemocráticas.
Certo
(3) No entendimento de seus formuladores, a OPA poderia servir de paradigma para iniciativas semelhantes fora do
hemisfério, com base na tese de que, também em outras regiões do mundo, a promoção do desenvolvimento
serviria ao propósito de conter o comunismo.
Certo
(4) Desde o seu lançamento, a OPA teve seus objetivos encampados por Washington, o que assegurou o êxito
imediato dessa operação diplomática.
Contexto Interno
Instabilidade econômica
o Inflação, déficit fiscal, dívida externa alta
Ortodoxia macroeconômica (austeridade)
Desvalorização do câmbio para estimular exportações
Redução de subsídios
Contexto externo
Aliança para o Progresso (iniciativa dos EUA – mais assistencialista que investimento em infraestrutura)
o Resposta à OPA
o Desenvolvimento social: foco em saúde e educação
o Sem programas de investimentos em Infraestrutura e indústrias de base (era o desejo do governo
brasileiro)
o Tentativa de oferecer uma resposta econômica e política à questão cubana
o Washington procurou retirar Cuba do sistema político interamericano representado pela OEA
o No mesmo ano em a Aliança para o Progresso foi lançada, é criada Escola das Américas, no Panamá,
para treinamento de militares latino-americanos em “guerra interna revolucionária”.
Universalismo e autonomia
Porém...
o A autonomia tinha a dependência econômica aos EUA como obstáculo
o Não há ruptura justamente porque o Brasil era dependente economicamente dos EUA; mas não
impede se aproximar comercialmente de outros países
Relações com os países africanos Brasil como ponte entre a África e Ocidente
o Primeira visita de um chanceler brasileiro à África.
o Abertura de representações diplomáticas na Etiópia, na Nigéria e na Costa do Marfim, além daquela
no Senegal (países recém-libertos)
o Raimundo Souza Dantas, escritor negro, foi nomeado embaixador em Acra, capital de Gana
o Criação da Divisão da África no MRE (chefiada por Ítalo Zappa)
Ambiguidades
o Colonialismo português
Retórica anticolonialista “Portugal pode perder a África; mas o Brasil não”!
o Apoiou a Declaração de Garantia de Independência dos Países Coloniais (Resolução da AGNU)
o Mas...não foi além de votos de abstenção da ONU nos casos de Angola e Argélia
A questão cubana
o Adolf Berle Jr, ex-Embaixador dos EUA, visita o Brasil:
Oferecer crédito e pedir apoio do Brasil contra Fidel ➔ reação: “empréstimo insuficiente e
respeito à autodeterminação dos povos”. O problema de Cuba é dos cubanos
o Vasco Leitão da Cunha, Secretário Geral do MRE, visitou Cuba duas vezes
Entrega carta a Castro em que Jânio elogiava o anti-imperialismo do líder cubano
A carta também exortava Fidel a abandonar a influência soviética
o Invasão da Baía dos Borcos
Expressou “profunda apreensão”, mas...
Absteve-se na votação de resolução da ONU que condenava a invasão
o Outorgou a Che Guevara a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul (trouxe inquietações à oposição)
América Latina
o Acordos com Chile e Argentina sobre temas cambias e financeiros
o Acordo de cooperação pacífica de energia atômica com o Paraguai
o Os presidentes do Peru, Manoel Prado, e da Argentina, Arturo Frondizi, visitaram o Brasil
África
o Embaixadas abertas no Senegal, Nigéria, Gana, Etiópia.
o Visita de Afonso Arinos ao Senegal
o Raimundo Souza Dantas, escritor negro, nomeado embaixador em Gana
Leste Europeu
o Reestabeleceu relações diplomáticas com Romênia, Hungria e Bulgária
o Negociou acordos comerciais com a União Soviética
Ásia
o Missão comercial do vice-presidente João Goulart à China
Questões de Prova
(CACD -2016) A Política Externa Independente, lançada no breve governo de Jânio Quadros, sob liderança de
Santiago Dantas, embora atenuada no período de João Goulart, foi um dos símbolos da polarização ideológica
naquele contexto histórico, chegando mesmo a suplantar, em importância e na intensidade do debate, o explosivo
tema da reforma agrária.
Errado: o chanceler era Afonso Arinos de Melo Franco. Santiago Dantas veio depois. É acentuada e não atenuada. Foi
símbolo de polarização ideológica
(CACD-2015) Durante o seu curto governo, o presidente Jânio Quadros conciliou inciativas simpáticas à esquerda em
política externa com medidas simpáticas aos conservadores em política econômica.
Certo; foi ortodoxo na economia e ousado na política externa. Condecorar Che Guevara, reatar relações com o Leste
Europeu
(CACD – 2014) A Política Externa Independente consistiu na adaptação da política externa brasileira às
transformações do sistema internacional em fins da década de 50 e início da década de 60 do século passado, tais
como recuperação da Europa Ocidental e do Japão, o processo de descolonização, principalmente da África, o
fortalecimento dos países socialistas, o surgimento do Movimento dos Países Não-Alinhados, a Revolução Cubana e
mudança da estratégia norte-americana para os países da América Latina, particularmente o Brasil.
Errado; contexto externo permitiu adaptações – recuperação da Europa e Japão e descolonização africana, revolução
cubana, não-alinhados e mudança da estratégia dos EUA, Aliança para o Progresso.
Contexto Interno
Crise política: Parlamentarismo como forma de evitar a luta armada ➔ acirramento da polarização política;
Crise econômica
Contexto Externo
A questão cubana
VIII Reunião de Consulta de Ministros das Relações Exteriores Americanos (Punta del Este, 1962
o Expulsão de Cuba da OEA?!
Brasil defende posição conciliatória com Cuba ➔ princípio da não intervenção ➔ abstenção
junto Argentina, Bolívia, Chile, Equador e México (outer six);
Enfrenta forte oposição interna.
A Carta da OEA não previa expulsão. Um grupo de ex-chanceleres escreve uma carta no jornal O Globo pedindo
que o Brasil apoie a expulsão, mas Brasil se abstém
Crise dos Mísseis de Cuba
o Posicionamento contrário à ingerência extracontinental soviética nos assuntos americanos;
o Oposição à interferência militar e a sanções econômicas;
o Apoia o bloqueio naval:
Convergência de interesses com Washington.
o Missão Albino:
Durante a crise, a pedido dos EUA, o general Albino Silva, chefe da Casa Militar, é enviado a
Havana para oferecer a Fidel Castro os bons ofícios do governo brasileiro
Diversificação de parcerias
A questão angolana
Apoiava Angola na busca pela autodeterminação ➔ na AGNU, votou a favor da resolução 1.742, que
exortava a criação de instituições livres em Angola e transferência de poder para os Angolanos
MAS...
Laços históricos de amizade com Portugal:
o Não condenou expressamente ➔ aguardava Portugal aderir ao processo de transferência de poder
para os angolanos.
Contencioso entre Brasil e França ➔ navios franceses pescam sem autorização no litoral nordestino;
Breves tensões ➔ contratorpedeiro Tartu
Relações Brasil-EUA
“Antiamericanismo”?
o Os EUA atuaram no sentido de modificar a PEI, vista como antiamericana;
o Em 1961, Brizola nacionaliza a Companhia Telefônica do Rio Grande do Sul, subsidiária da ITT no RS:
Obs: Brizola, cunhado e aliado político de Jango, havia desapropriado a American & Foreign
Power Company (Amforp) em 1958;
Aumentam as desconfianças nos EUA e o interesse de derrubar Jango.
o Visita de Jango aos EUA (1962): Não afasta a alegação de “antiamericanismo”;
o Visita de Bobby Kennedy ao Brasil (1963): buscar reverter o “antiamericanismo” de Jango e reclamar
indenizações pelas expropriações.
“O que estamos aqui presenciando é a emergência de uma articulação parlamentar no seio das Nações
Unidas e uma articulação parlamentar de pequenas e médias potências que se unem, fora ou à margem das
ideologias e das polarizações militares, numa luta continuada em torno de três temas fundamentais:
Desarmamento, Desenvolvimento econômico e Descolonização. É fácil precisar o sentido de cada um dos
termos desse trinômio.”
Governo Castello Branco (1964-67)
Chanceleres:
o Vasco Leitão da Cunha (1964-66) e
o Juracy Magalhães (1966-67)
Mas...
no qual Kennedy, Johnson e Nixon promoveram a limitação de armas nucleares, maior cooperação e
aproximação comercial com a URSS de Nikita Kruschev (1953-1964) e de Leonid Brejnev (1964-1982).
Buscou eliminar atritos com os EUA no plano político (Embaixador dos EUA, Licoln Gordon, como ator
relevante na política brasileira ➔ vários encontros com o PR;
No quadro da Aliança para o Progresso, recebeu recursos da US Agency for International Development
(USAID) e do Banco Mundial; investimentos públicos desejados chegam após adotar o receituário americano
Também recebe créditos do FMI;
Revogação de medidas econômicas do governo anterior:
o Reformulou a lei de remessa de lucros;
o Ajuste macroeconômico nos termos do FMI.
Compensações pelos casos AMFORP e ITT.
Relações Hemisféricas
Segurança coletiva”
Rompimento de relações diplomáticas com Cuba (maio de 1964)
o IX Reunião de Consultas dos MREs da OEA (Washington, maio de 1964)
Isolamento de Cuba, com base no TIAR (descarregamento de armas cubanas na Venezuela)
Suspensão do comércio, do transporte marítimo e descontinuação de relações
diplomáticas e consulares
OEA cria a Força Interamericana de Paz (FIP) ➔comandada pelo general Hugo Panasco Alvim;
Brasil envia 1.100 homens;
Na ocasião, o Brasil apoia a criação de uma FIP permanente (ideia dos EUA, mas não teve apoios suficientes)
Venezuela rompe relações com Brasil em 1965 (Doutrina Betancourt), mas reata em 1966; não reconhecer
regimes que chegarem por movimento antidemocrático
Contexto
Interno
o “Linha dura” no poder (saem os “americanistas” e os castelistas da “Sorbonne”);
o Recrudescimento da ditadura (AI-5)
Externo
o Détente
o Avanço do antagonismo Norte-Sul (emergência do “terceiro mundo”)
Chanceler
o José de Magalhães Pinto
“Diplomacia da Prosperidade”
Diplomacia da Prosperidade
“Retorno da PEI”
Autonomia (Abandono do “alinhamento automático”)
Afirmação da soberania nacional diante do sistema bipolar
PEB volta ter o desenvolvimento nacional como principal eixo
Nacionalismo apoiado no multilateralismo e na diversificação de parcerias.
Clivagem Norte/Sul
o Obs: não significou ruptura com o colonialismo português na África, nem o combate ao apartheid na
África do Sul. Da mesma forma, não se opôs a expansão de Israel sobre terras palestinas.
Questões ainda tratadas sob o prisma do conflito Leste-Oeste
Relações Regionais
Oposição do Brasil à FIP da OEA - Brasil se afasta da ideia de círculos concêntricos. Mudança de posição que
diminui a visão dos vizinhos de que o Brasil era subimperialista quando defendia a ideia de defesa coletiva da
OEA
Busca aproximação com vizinhos
o Aproximação comercial com a Argentina
o Visita de Strossner (PR Paraguai) a Costa e Silva
Comissão Especial de Coordenação Latino-Americana (CECLA, 1969).
o Reunião convocada pelo Brasil ➔ reforçar unidade regional
o Aprovação do Consenso de Viña del Mar
Condensa as principais reinvindicações da região ➔ levado ao conhecimento do presidente
Richard Nixon
Tratado da Bacia do Prata – 1969 (Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai)
o Promover a integração física e o desenvolvimento harmônico dos países platinos
Contexto
Externo:
o Détente;
o 1º Choque do Petróleo (1973);
o Doutrina Nixon (desengajamento relativo dos EUA)
o Fim do sistema Bretton Woods (1971)
Maré econômica começa a virar no final do governo Médici
Chanceler:
o Mario Gibson Barboza
o “Diplomacia do Interesse Nacional”
Brasil quer se colocar como potência, passa a negar o discurso terceiro-mundista
Relações Regionais
Ampliação da presença diplomática brasileira na África, apesar das hesitações contra o colonialismo
português e o apartheid
“Périplo Africano” de Mário Gibson Barboza: 9 países, nenhum dos quais em guerra de independência ➔
não vista Angola e Moçambique
Em vez do confronto com Portugal na questão colonial no âmbito multilateral, promove a aproximação
bilateral:
o “Comunidade Luso-Brasileira”
o Retorno dos restos mortais de Dom Pedro I ao Brasil (Festa dos 150 anos da Independência ➔
participação e Marcelo Caetano)
Visita de Médici a Lisboa e celebração de acordos direitos mútuos para cidadãos de ambos os países
Contexto Externo
Contexto Interno
Retorno dos “Castelistas” ➔ saída da “linha dura” ➔Abertura lenta, segura e gradual”
Fim do milagre econômico, a principal ferramenta de legitimação do regime ➔ impactos severos do choque
do petróleo
o Modelo de desenvolvimento baseado em energia importada barata, afluxo de investimentos
estrangeiros e utilização de tecnologia também importada
Resposta foi dobrar a aposta no modelo do “milagre” com o II PND (1974)
Chanceler
Com o fim do governo Nixon, (1969-1974) o relacionamento vai se tornando mais difícil.
Durante o governo Gerald Ford (1974-1977),
o Com Kissinger ainda no comando da PEX dos EUA, as relações não sofrem deterioração abrupta
Memorando de Entendimento Brasil – EUA para Consultas Mútuas (1976)
Acordo para a Aplicação de Salvaguardas entre Brasil, RFA e Agência Internacional de
Energia Atômica
Brasil ainda visto como “key-country” no mundo ocidental
o MAS...
Aumentam os irritantes comerciais
Oposição dos EUA ao Acordo Nuclear entre Brasil e RFA
Dificuldades aumentam ainda mais com o início do governo Carter (1977-1981)
o Fortes críticas ao Brasil sobre a situação de direitos humanos
o Aumentam as pressões no contexto do acordo nuclear com a RFA
Brasil denuncia o Tratado de Assistência Militar com os EUA (II Vargas, 1952)
Reforça a busca de maior autonomia estratégica e a expectativa de
desenvolvimento de indústria bélica nacional
Diversificação de parcerias
Alemanha
Japão
França
Visitas de Geisel à França e ao Reino Unido (sintomaticamente, não visitou os EUA). Mostra que o Brasil
busca outros vetores para se projetar internacionalmente
Países árabes
Aumento da presença diplomática e impulso às trocas comerciais (principalmente Arábia Saudita e países do
Golfo)
Reconhecimento da Organização para a Libertação Palestina (OLP), que recebe permissão para abrir
escritório em Brasília (não é embaixada); contra os interesses de Israel
Apoio à Resolução 3379 da AGNU que condena o sionismo (forma de racismo a ser combatida); contra a
posição dos EUA e Israel, mostra disposição de se aproximar dos países árabes
Estreitou a cooperação com o Iraque e a Arábia Saudita para a prospecção de petróleo por meio da
Braspetro
Via nos países árabes um importante mercado para o desenvolvimento da indústria bélica nacional
Relações regionais
Países Amazônicos
Argentina
Esfriamento da cooperação nuclear para fins pacíficos ➔ Índia realiza teste de explosivo nuclear (1974), em
desacordo com a cooperação para fins pacíficos firmada com o Brasil em 1968
Contexto Externo
Contexto Interno
Chanceler
Diplomacia do universalismo
América Latina
Uma das principais prioridades: “nossa convivência regional deve ser exemplar” (Figueiredo, 1980)
Contexto de aprofundamento da crise econômica na região (crise da dívida externa)
Aprofundamento da cooperação com os países da região
Intensifica a aproximação dos países andinos e amazônicos
o I Reunião de I Consultas entre Brasil e Conselho Andino
Visitas presidenciais ➔ Chile, Venezuela, Colômbia, Peru, Paraguai, Argentina
Criação da ALADI (1980)
Apoio ao Grupo de Contadora em 1983 (México, Panamá, Colômbia e Venezuela): contra o uso da força
(EUA) na América Central ➔ defende solução negociada
o Brasil condena a intervenção militar dos EUA em Granada.
Consenso de Cartagena (1984)
o Declara a necessidade de ação conjunta para o problema da dívida externa
EUA
África
China
Contexto Externo
Contexto Interno
Chanceleres
América Latina
Argentina
EUA
Multilateral
Participação ativa nos debates no âmbito do GATT ➔ defesa dos interesses dos países em desenvolvimento,
sobretudo liberalização em agricultura.
o Obs: Lançamento da Rodada Uruguai (1986)
Retorno ao CSNU (1988)
Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS) - 1986
o Reconhecida pela AGNU; zona desmilitarizada e desnuclearizada
o Os EUA se opuseram à resolução
China
URSS
Sarney visita Moscou (1988) com 120 empresários (primeira visita de um PR brasileiro)
o Assinados acordos comerciais e de cooperação científico-tecnológica
África
Busca incrementar a exportação de bens de maior valor agregado para África e para o Oriente Médio.
Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS) – 1986
o Resolução da AGNU aprovada pelo Brasil
o Cooperação para manutenção da paz no Atlântico Sul (em contraposição à securitização com
presença militar americana)
Criação de embaixadas
I Cúpula dos Países Lusófonos (seminal para CPLP) - 1989
Questões
(Diplomacia 2016) Nas décadas de 60 e 70 do século passado, o Brasil tomou a iniciativa de explorar o potencial
hidrelétrico da bacia do rio Paraná, o que gerou repercussões na Argentina e no Paraguai. No que se refere a esse
assunto, julgue (C ou E) os seguintes itens.
(1) O Tratado do Rio da Prata, assinado em 1979 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, disciplinou o uso dos rios
internacionais da região para a produção de energia elétrica e irrigação agrícola.
Errado, não envolveu o Uruguai. Trata de compatibilização dos projetos de Itaipu e Corpus
(2) Com a Ata das Cataratas, de 1966, o Brasil, para atender às necessidades energéticas de industrialização da
região Sudeste, comprometeu-se a comprar o excedente de energia paraguaia gerado pela represa hidrelétrica de
Yacyretá, pelo prazo de dez anos.
(3) Em 1973, Brasil e Paraguai assinaram um tratado para o aproveitamento hidrelétrico do rio Paraná, desde Sete
Quedas até a foz do rio Iguaçu. Os termos do contrato determinavam a criação da empresa binacional Itaipu e a
participação dos dois países, em condições de igualdade, na construção e operação da hidrelétrica e na divisão da
energia gerada.
(4) O governo argentino defendeu que, antes da construção de represas na bacia do rio Paraná, deveria haver
consulta prévia obrigatória aos países ribeirinhos do curso inferior de rios internacionais de curso sucessivo, para
evitar prejuízos em seus territórios.
(Diplomacia 2016) Vistas sob a perspectiva histórica, as relações entre Brasil e China foram definidas como um
demorado encontro. De 1843, quando foi instalado o consulado brasileiro em Cantão, aos dias de hoje,
afastamento e aproximação deram a tônica desse relacionamento. A respeito desse assunto, julgue (C ou E) os
itens que se seguem.
(1) Sob a vigência da Política Externa Independente, em 1961, o Brasil enviou à República Popular da China uma
missão comercial chefiada pelo vice-presidente João Goulart, o que agravou a desconfiança dos militares e da direita
brasileira para com Goulart.
Certo
(2) Fernando Collor de Melo foi o primeiro presidente brasileiro a empreender visita oficial à China e à Ásia
continental.
(3) No Brasil, a rigidez ideológica do regime militar, ainda sob o influxo da Guerra Fria, impediu que o país
normalizasse suas relações com Pequim, o que somente se deu com a redemocratização, ocorrida em 1985.
(4) Em 1952, no auge da Guerra da Coreia, emblemática de um sistema mundial bipolar, o Brasil oficializou seu apoio
à China Nacionalista, instalando embaixada em Taipé.
Certo
(Diplomacia 2013) Na política externa adotada no governo de Ernesto Geisel (1974-1979), destaca-se como
característica proeminente
(A) a continuidade, em suas principais vertentes, da política externa do governo Médici (1969-1974).
Errado; Geisel adota o pragmatismo responsável. Há linhas de continuidade, mas não é a principal vertente
(B) a reaproximação com a Argentina, em contraposição ao período de discórdias e controvérsias do período Médici.
Errado; houve disputas inclusive com fechamento temporário das fronteiras em 1977
(C) a resistência em celebrar o acordo de cooperação tecnológica ou militar com os países industrializados, do que
foi exemplo a denúncia do acordo nuclear com a Alemanha.
Errado; foi assinado acordo de cooperação nuclear com a Alemanha. Denunciou o acordo militar com os EUA de
1952
(E) o princípio do pragmatismo responsável, que resultou no reatamento das relações diplomáticas com a China e no
reconhecimento de Angola.
Certo
(Diplomacia 2011) Assinale a opção correta acerca da política externa brasileira durante o período militar (1964-
1985).
(A) O Brasil recusou-se, nessa época, a aderir ao Tratado de Não Proliferação Nuclear, tendo denunciado nas Nações
Unidas o chamado congelamento do poder mundial pelas duas superpotências à época — EUA e União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) —, o que, então, refletiu o distanciamento brasileiro em relação ao conflito
leste-oeste.
(B) O Brasil manteve elevado grau de autonomia em relação ao conflito Leste-Oeste, privilegiando, à época, as
relações sul-sul, por meio, por exemplo, do exercício da liderança, nas Nações Unidas, do Movimento dos Países não
Alinhados e do G-77.
Errado; Brasil participou como observador na Conferência de Bandung
(C) Durante esse período, o país manteve-se incondicionalmente alinhado com os EUA, tendo rompido relações
diplomáticas com Cuba e com a China continental, no governo Castello Branco, e tendo votado, no governo Médici,
contra a admissão da China no sistema das Nações Unidas.
(D) O Brasil privilegiou, no período militar, as relações hemisféricas, notadamente com os países da América do Sul.
Errado; retoma princípios da PEI com Geisel e de universalismo. Houve tensões com a Argentina
(E) A autonomia do Brasil em relação ao conflito Leste-Oeste evidenciou-se quando, no governo de Castello Branco,
o país se recusou a destacar tropas para a Força Interamericana de Paz na República Dominicana, ação de interesse
norte-americano em sua luta contra o comunismo na América Latina
Errado; é o contrário
PEB Anos 1990
Contexto Externo
Três pilares
o Integração regional;
o Renovação de credenciais;
Resgate das hipotecas – mostrando-se como ator responsável e legítimo; de forma a ser
aceito internacionalmente após a redemocratização
o Multilateralismo
Não é uma inovação; ao longo do século houve ênfase por diversos momentos ao
multilateralismo; a diferença foi o adensamento. Brasil é uma potência média sem
excedente de poder; para se inserir de forma autônoma e legitimada é dentro do plano
multilateral, onde há relações horizontais
Direitos Humanos:
o Pacto de Direitos Humanos da ONU de 1966 (1992);
Direitos civis, sociais e econômicos
o Pacto de San José da Costa Rica de 1969 (1992);
o Protagonismo brasileiro na Conferência de Viena sobre DH (1993);
Embaixador Saboya foi muito ativo
o Reconhecimento da jurisdição da CIDH em 1998.
Meio ambiente:
o Brasil sediou a CNUMAD (Cúpula da Terra, Rio 92);
o Adesão ao Protocolo de Kyoto (1997).
Não-proliferação
o Criação da Agência Brasileira-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC)
e acordo Quadripartite (Argentina, Brasil, ABACC e AIEA) de salvaguardas (1991);
Verificação e contabilidade mútua
o Adesão plena ao Tratado de Tlatelolco (1994);
Brasil retira as ressalvas
o Assinatura (1996) e ratificação (1998) do Tratado de Interdição Completa de Ensaios Nucleares -
CTBT;
o Adesão ao Tratado de Não-Proliferação - TNP (1998)
Brasil muda o discurso de congelamento de poder; com a adesão ao TNP e ao regime de
controle de armas nucleares se posiciona como uma nação contrária ao armamento nuclear
Multilateralismo
Chanceleres:
o Francisco Rezek (1990 - 1992);
o Celso Lafer (1992
Governo Itamar Franco (1992-95)
Chanceleres:
o Fernando Henrique Cardoso (1992 – 1993);
o Celso Amorim (1993 – 1995)
Chanceleres:
o Luis Felipe Lampreia (1995 – 2001);
o Celso Lafer (2001 – 2003)
Teoria da Integração
Desde meados do século XX, o surgimento de blocos econômicos esteve essencialmente ligado a questões
políticas de construção de confiança, como demonstram os exemplos da atual União Europeia e do
MERCOSUL.
Os blocos comerciais favorecem a promoção de comércio entre seus membros, mas permitem políticas
discriminatórias contra terceiros. O art. XXIV do GATT autoriza a criação de blocos econômicos como
exceção ao princípio da nação mais favorecida
Área preferencial de comércio: bloco com acesso preferencial a certos produtos de determinados países,
geralmente pela redução (mas não eliminação) de tarifas. Ex: acordos EU e ACP (África, Caribe e Pacífico).
Área ou zona de livre comércio: redução de barreiras tarifárias e não tarifárias entre os membros, mas são
livres para comercializar com os demais países como quiserem. Ex.: NAFTA e EFTA
União aduaneira: redução de barreiras tarifárias e não tarifárias, com estabelecimento de tarifa externa
comum (TEC). Ex: CAN, CARICOM, SACU, MERCOSUL (união aduaneira imperfeita).
Mercado Comum: redução de barreiras tarifárias e não tarifárias, com estabelecimento de uma TEC e a
liberdade de circulação de bens, serviços, capitais e trabalho. Ex: União Europeia.
União econômica e monetária: mercado comum com uma moeda única. Ex: zona do euro, que inclui 19
países da UE.
Integração latino-americana
CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe - vinculada ao ECOSOC (1948)
Missão: estudar os principais desafios econômicos e sociais da América Latina e do Caribe. Enfoque histórico
estruturalista.
Década 1960-1970: CEPAL propunha a integração regional como estratégia para pôr fim à crescente
dependência da América Latina com base na complementaridade econômica
Obs.: permitiu maior acesso aos produtos brasileiros de maior valor agregado
Objetivo: integração regional, com base na convergência de interesses em torno da consolidação de uma
identidade própria e do desenvolvimento econômico e social da região. São os mesmos pilares da CASA:
comércio, infraestrutura e concertação política, com maior ênfase social à integração.
o Comércio é importante, mas não é o foco
Estrutura institucional
o Conselho de Chefes de Estado e de Governo;
o Conselho de Ministros das Relações Exteriores;
o Conselho de Delegados;
o Secretaria-geral.
UNASUL ontem
Em seus anos iniciais, a UNASUL atuou para a solução pacífica de controvérsias regionais e para o
fortalecimento da proteção da democracia na América do Sul:
o Crise separatista na Bolívia em 2008;
o Crise institucional no Equador em 2010;
o Ruptura da ordem democrática no Paraguai em 2012.
Por muito tempo, houve incremento comercial do Brasil com os demais membros da UNASUL, com superávit
brasileiro com praticamente todos os vizinhos (única exceção é a Bolívia, em razão das importações de gás
boliviano)
UNASUL hoje
2018: impasse sobre a indicação do novo secretário-geral da UNASUL (cargo vago desde 2017). Venezuela
barra o único candidato apresentado (nacionalidade argentina).
Abril/2018: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru decidiram, de forma conjunta, suspender a
sua participação da UNASUL,”em função da prolongada crise no organismo, quadro que, desde então, não se
alterou” (NOTA MRE).
2018: Colômbia notifica denúncia do Tratado de Brasília.
2019: Argentina, Brasil, Chile, Equador, Paraguai e Peru notificam a denúncia do tratado
*Em 1986, da fusão dos grupos de Contadora e de Apoio a Contadora surgiu o Mecanismo Permanente de
Consulta e Concertação Politica da América Latina e do Caribe, conhecido como “Grupo dos Oito” e, a partir
de 1990, denominado Grupo do Rio
2020: o Brasil comunicou a decisão de suspender sua participação na CELAC diante da incapacidade do
mecanismo em meio às recentes crises e polarização política na região, sobretudo em Cuba, Nicarágua e
Venezuela.
Na perspectiva do governo brasileiro, a CELAC vinha promovendo duplicação de esforços em relação a
outras iniciativas regionais (como a OEA), sem resultados práticos que justificassem sua manutenção
Aliança do Pacífico
2012: Chile, Colômbia, Peru e México
o Proposta peruana
Objetivo: integração econômica e comercial.
o O foco está no comércio com a China
Vinculação comercial com a Ásia-Pacífico para desenvolvimento e competitividade.
Discutem medidas de flexibilização migratória e mobilidade acadêmica.
O MERCOSUL e a Aliança do Pacífico têm avançado no processo de convergência e integração.
2018: 1ª Cúpula de presidentes do MERCOSUL e da Aliança do Pacífico (Puerto Vallarta, México).
Debateram-se facilitação de comércio e investimentos, cooperação regulatória, redução de barreiras não
tarifárias, agenda digital, mobilidade acadêmica e de pessoas, comércio inclusivo, turismo e cultura
Prosperou por algum tempo, mas não mais atualmente (para o Brasil)
IIRSA e CASA-UNASUL;
Cúpula da América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (CALC);
Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
BID
1966: Colômbia, Chile, Venezuela, Equador e Peru decidiram constituir a Corporação Andina de Fomento
(1968).
19 países + 14 bancos privados (América Latina (inclusive o Brasil), Caribe e Europa (Portugal)
Financia projetos públicos e privados de desenvolvimento sustentável e integração regional.
Atualmente, denomina-se Banco de Desenvolvimento da América Latina, mas mantém a sigla CAF.
Fonplata
1974: Fundo Financeiro para o Desenvolvimento dos Países da Bacia do Prata é criado por ARG, BOL, BR, PY
e UY.
Promover o desenvolvimento e a integração na Bacia do Prata.
Foco recente em infraestrutura, indústria, educação e saúde
Banco do Sul
MERCOSUL
Origens
1966: Ata das Cataratas entre Brasil e Paraguai (região das Sete Quedas)
o Prevê construção de uma usina hidrelétrica com divisão da energia produzida em partes iguais para
os dois países.
o Inaugura a “diplomacia das cachoeiras”.
o 1990: Ata de Buenos Aires (Collor): antecipa metade do prazo previsto no TICD (31/12/94) para a
formação de um mercado comum
o A partir de 1990 e com o avanço das negociações comerciais no sistema multilateral de comércio,
Brasil e Argentina passam a favorecer a liberalização com mais países da região, de modo a
incrementar a competitividade e a economia de escala.
Objetivos
Características
Fase de implementação da etapa de união aduaneira, cujo principal instrumento é a Tarifa Externa Comum
(TEC).
A TEC exclui dois setores (automotivo e açucareiro) e possui listas de exceção, chamadas ”perfurações da
TEC”, razão pela qual o MERCOSUL é considerado uma união aduaneira imperfeita
o Por isso é uma União Aduaneira Imperfeita
o Setor automotivo inclui autopeças
o São onze níveis tarifários e alíquotas variam de 0% a 20% e obedece um princípio geral de escalada
tarifária (insumos possuem tarifas mais baixas, ao passo que produtos de maior valor agregado
possuem tarifas maiores. Setor automotivo chega a 35% e não está na TEC
1992: Protocolo de Las Leñas - regula a cooperação judicial (eficácia extraterritorial das sentenças e dos
laudos arbitrais)
1998: Protocolo de Ushuaia: cláusula democrática. Assinado e ratificado por todos, além dos associados
Bolívia e Chile. Já foi aplicado duas vezes (2012 – Paraguai - e 2017 - Venezuela).
o Suspensos até que a ordem democrática seja reestabelecida
2002: Protocolo de Olivos reforma o mecanismo de solução de controvérsias e cria o Tribunal Permanente
de Revisão (TPR).
o A decisão do TPR não é apelativa
2005: Protocolo de Assunção: compromisso com a promoção e a proteção dos direitos humanos e das
liberdades fundamentais.
2011: Protocolo de Montevidéu (ou "Ushuaia II"): reforça os compromissos de Ushuaia e estabelece linhas
de ação para fortalecimento e preservação da institucionalidade democrática. Foi assinado, mas ainda não
está em vigor. Foi rechaçado no parlamento paraguaio
o Prevê sanções mais duras que o protocolo de Ushuaia; como fechamento de fronteira, rompimento
do fornecimento de energia elétrica. Ushuaia prevê como sanção mais pesada a suspensão
o Como a negativa paraguaia não pode entrar em vigor, dada a necessidade de vigência simultânea
o Costuma ser cobrado em prova, mesmo não estando em vigor
Membros
2012: Venezuela (suspensa em dez./2016, por descumprimento do Protocolo de Adesão, e ago/2017, por
ruptura da ordem democrática).
o O protocolo de adesão previa a internalização de diversas cláusulas, visto que cada país-membro
deve incorporar todas as cláusulas do Tratado; em dez/2016, a Venezuela foi punida por não
respeitar o cronograma de adesão
o Em ago/2017, entenderam que houve rompimento da cláusula democrática.
o Foi suspensa duplamente; para retornar como membro-pleno precisa ser reestabelecida a ordem
democrática e também internalizar as cláusulas do Mercosul em seu ordenamento jurídico
Adesão ao MERCOSUL: possível a todos os membros da ALADI, inclusive na qualidade de estado associado.
Estados Associados: podem participar, na qualidade de convidados, das reuniões dos órgãos da estrutura
institucional do MERCOSUL para tratar temas de interesse comum, apenas com direito a voz.
Estrutura institucional
O MERCOSUL tem presidência pro tempore rotativas, com duração de um semestre cada, seguindo a ordem
alfabética de seus membros.
o Organizar agenda, coordenar, prover logística e segurança para reuniões
o É propositivo da agenda; pode pautar a agenda
Foros decisórios
o Conselho do Mercado Comum (CMC): caráter decisório, nível ministerial, emite decisões ou
recomendações.
As decisões são vinculantes, algumas precisam ser internalizadas
o Grupo Mercado Comum (GMC): função executiva, com iniciativa legislativa, lança propostas que
serão apreciadas pelo CMC e emite resoluções.
As resoluções também são vinculantes
o Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM): caráter técnico; a partir de suas conclusões, o GMC
pode elaborar propostas para o CMC; emite diretrizes
Caráter mais técnico, diretrizes são vinculantes
Órgão político
o 1994-2006: Comissão Parlamentar Conjunta (representação equitativa – 18 cada)
COMPOSIÇÃO
o Até 2010, cada Estado Parte era representado por 18 parlamentares.
o 2010: Decisão CMC Nº 28/10 cria o critério de representação cidadã no PARLASUL (BR 37, ARG 43,
UY e PY 18 cada).
Bancada do Brasil é de 37 e não de 75 porque o Brasil ainda não internalizou a questão da
eleição direta para deputado do Mercosul
o Composição final das bancadas (BR 75) está condicionada à realização de eleições diretas.
o 2019: Protocolo Adicional ao Protocolo Constitutivo do PARLASUL
Argentina e Uruguai já tinham internalizado e podiam realizar eleições, mas Brasil e Paraguai
não, voltou a proporcionalidade anterior, mas o senado argentino não aceitou
Rechaçado no congresso argentino.
o 2020: Decisão CMC Nº 09/20 prorroga até 2030 prazo para eleições diretas ao PARLASUL
Foro social
o Foro Consultivo Econômico e Social (FCES): órgão de representação da sociedade civil, para discutir
temas econômicos e sociais; só se manifesta se consultado.
Órgãos administrativos
o Secretaria do MERCOSUL (Montevidéu)
o Secretaria do TPR (Protocolo de Olivos) – sede em Assunção
o Tribunal Administrativo-Laboral
Não é físico, solução de controvérsias em relação a funcionários e um Estado do bloco
Aportes: USD 100 milhões (BR 70%, ARG 27%, UY 2%, PY 1%).
o Corrigir assimetrias
2015: Decisão CMC 22/15 renovou o FOCEM, mas ainda não está em vigor (Brasil ainda não internalizou).
o Também chamado de FOCEM II; Brasil ainda não internalizou. Continua funcionando porque ainda
há recurso dos USD 100 milhões iniciais
2020: FOCEM destinou USD 16 milhões para projeto de combate coordenado à COVID-19 (“Pesquisa,
Educação e Biotecnologias aplicadas à Saúde”)
Organograma do MERCOSUL
MERCOSUL é superavitário com o mundo; China é o maior exportador e importador, seguida por União
Europeia, Estados Unidos e o restante da América Latina
Brasil exporta bens industrializados para o bloco e é superavitário
Liberalização comercial
Dec. CMC Nº 32/00: reafirma que os estados partes do MERCOSUL devem negociar, de forma conjunta,
acordos de natureza comercial com terceiros países ou blocos de países extrazona nos quais se outorguem
preferências tarifárias.
o Reafirma, vem desde o tratado de Assunção
O MERCOSUL negociou acordos de livre-comércio com todos os países da América do Sul, com exceção da
Guiana e do Suriname.
Como consequência, completou-se, em janeiro de 2019, uma área de livre-comércio de fato com os países
da região.
2007: CMC aprovou o “Sistema de Pagamento em Moedas Locais”. Em funcionamento para operações entre
Brasil e Argentina e entre Brasil e Uruguai.
o Sem depender do dólar ou de oscilações cambiais
Posicionamento externo
A partir dos anos 2000, o MERCOSUL concluiu seus primeiros acordos comerciais com países de fora da
região latino-americana:
o Acordos de Preferência Comercial (ACP) – reduz barreira tarifária e não-tarifária para alguns setores
e produtos. Não significa livre-comércio
2004: Índia (em vigor desde 2010)
2008: União Aduaneira da África Austral (SACU) (em vigor desde 2016)
Acordos de livre-comércio
o 2007: Israel (em vigor desde 2010)
o 2010: Egito (em vigor desde 2017)
o 2011: Palestina (ainda não está em vigor)
2020: MERCOSUL enviou oferta de acordo de facilitação de comércio e marco regulatório à Aliança do
Pacífico e aguarda resposta.
1995-2004: negociações via Comitê de Negociações Birregionais. Negociações perdem ímpeto até 2010,
quando são retomadas. MERCOSUL agressivo na área agrícola, e UE em bens industriais e serviços.
O acordo comercial é composto por capítulos e anexos, relativos aos seguintes temas:
o 1) acesso tarifário ao mercado de bens (compromissos de desgravação tarifária);
o 2) regras de origem;
o 3) medidas sanitárias e fitossanitárias;
o 4) barreiras técnicas ao comércio (anexo automotivo);
o 5) defesa comercial;
o 6) salvaguardas bilaterais;
o 7) defesa da concorrência;
o 8) facilitação de comércio e cooperação aduaneira (protocolo de assistência mútua e cláusula
antifraude);
o 9) serviços e estabelecimento;
o 10) compras governamentais;
o 11) propriedade intelectual (indicações geográficas);
o 12) integração regional;
o 13)diálogos;
o 14) empresas estatais;
o 15) subsídios;
o 16) pequenas e médias empresas;
o 17) comércio e desenvolvimento sustentável;
oposição à assinatura capitaneada pela França em função de dúvidas quanto ao
compromisso brasileiro em relação ao desenvolvimento sustentável e proteção da Amazônia
o 18) anexo de vinhos e destilados;
o 19) transparência;
o 20) temas institucionais, legais e horizontais; e
o 21) solução de controvérsias.
Revisão integral dos principais instrumentos de política comercial comum: a TEC e o Regime de Origem.
o Site do MRE sai o comunicado conjunto dos presidentes; julho e dezembro
Retomada do diálogo sobre os setores automotivo e açucareiro, que estava paralisado havia,
respectivamente, 15 e 19 anos.
o Não negociação para colocar os setores automotivos e açucareiro na TEC; todavia, retomou o
diálogo, antes nem isso
MERCOSUL tem buscado negociar acordos mais abrangentes e profundos com parceiros mais competitivos.
Na América do Sul: aprofundar os vínculos nos temas chamados "não tarifários", como comércio de serviços,
investimentos, compras governamentais, facilitação do comércio e comércio eletrônico.
Desde 2014, o MERCOSUL aproxima-se da Aliança do Pacífico (Chile, Colômbia, México e Peru) em temas
como facilitação do comércio, barreiras não tarifarias com objetivo estratégico de buscar maior inserção na
região da Ásia-Pacífico.
o Em 2018 houve a primeira cúpula Mercosul e Aliança do Pacífico; em 2020, Mercosul propôs
facilitação de comércio
2018: Acordo sobre Revalidação de Títulos ou Diplomas de Ensino Superior em Nível de Graduação no
MERCOSUL
2019: Acordo para a Eliminação da Cobrança de Encargos de Roaming Internacional aos Usuários Finais de
Serviços de Telefonia Móvel no MERCOSUL
2019: Acordo de Cooperação Policial Aplicável aos Espaços Fronteiriços (hot pursuit);
o Prevê que havendo perseguição pode ultrapassar a fronteira sem que configure violação de
soberania. Ainda não está em vigor
MERCOSUL 30 Anos
Cúpula de Presidentes do MERCOSUL, a ser realizada em 26/3/21, em comemoração dos 30 anos do Tratado
de Assunção.
O ECM não tem natureza de tratado, senão de um compêndio dos direitos advindos de acordos, protocolos
e decisões em vigor (Acordo de Residência, de Seguridade Social, de isenção de visto, de documento de
viagem, Declaração Sociolaboral, Placa comum de identificação veicular do MERCOSUL, etc.).
O Estatuto terá capítulos temáticos em linha com a execução dos onze eixos do Plano de Ação, tratando dos
diferentes temas relacionados à cidadania no MERCOSUL: circulação de pessoas e direitos reconhecidos em
matéria de fronteiras, identificação, documentação e cooperação consular, trabalho e emprego, seguridade
social, educação, transporte comunicações, defesa do consumidor e direitos políticos
4. Argentina: política externa e relações com o Brasil
Autonomia heterodoxa
o Aceita a liderança dos países centrais
“Terceira posição” de Perón
o Posição parecida com a PEI
Realismo periférico de Carlos Escudé
o Argentina deve priorizar o que é melhor pra si, mas deve fazer concessões
Contexto Histórico
Em 1766, a Espanha ocupou e com a independência, a Argentina fica com o território em 1820
Em 1831, EUA bombardeiam e destrói o povoado argentino no local
Em 1833, Reino Unido invade arquipélago e inicia povoamento; Argentina contestou e o Brasil apoiou
Questão reconhecida como colonial pela ONU (Res. 2065); não cabia autodeterminação para configurar
como território britânico
Tensões e negociações entre 1966 e 1982
o Em 1976, resolução 31/49 instou as partes a não escalarem o conflito
O pós-conflito
Contexto mundial que favorecia a integração e de adoção dos preceitos do Consenso de Washington
Argentina alinhada aos EUA; dolarização da economia
o Relações carnais com os EUA; Argentina apoiou a guerra do Golfo, ao passo que o Brasil se manteve
neutro; ademais, apoiou a ALCA
o Fundadora da OMC, tentou ingressar na OCDE, na OTAN e na APEC;
o Enviou tropas para o Chipre
MERCOSUL (Tratado de Assunção, 1991); ABACC (1991); Aliança Estratégica (1997)
o Aprofundamento da Integração; Ata de Buenos Aires de 1990, reduziu de dez anos para quatro anos
o prazo para estabelecimento do Mercado Comum
o Em 1991, há o ACE-14, da ALADI pouco antes do Tratado de Assunção que deu vida ao MERCOSUL
o ABACC
Em 1990, houve uma declaração sobre questões nucleares em conjunto
Compromisso de Mendoza de 1991 tratou sobre o desarmamento
Adesão à ASPAC – armas químicas
o Tratado de Tlatelolco passou a vigorar nos dois países em 1994 de forma mais ampla, após
levantamento de reservas quando da ratificação
o Ambos aderiram ao TNP e ao regime de controle de mísseis
o Em 1997, Aliança Estratégica é formada e um acordo de defesa internacional foi firmado (Tratado de
Itaipava)
o Comissão de Cooperação e desenvolvimento fronteiriço (CODEFRO)
Desvalorização do real atinge Argentina; tensões comerciais
o Deterioração na relação dos termos de troca
o Desde 2001, a Argentina sente a questão cambial
o Dualde tenta retomar o MERCOSUL em 2002
o Fim da dolarização e empréstimos internacionais
Resumo
Peron e Vargas
o Brasil esteve ao lado dos aliados e Argentina ficou neutra; quase não entrou na ONU
o Terceira posição de Perón gerou problemas com o alinhamento automático de Dutra
o Convergências com TIAR e OEA
Regime militar na Argentina em 1955 leva à inflexão à direita, o que levou a atritos com o governo JK
Com Frondizi em 1958, há uma reaproximação e início de uma integração, refletida no espírito de
Uruguaiana com Jânio Quadros e continuada com João Goulart
Queda de Frondizi em 1962 e de Goulart em 1964 leva à instabilidade nos dois países
Regime militar no Brasil a partir de 1964 foi marcado por desconfianças mútuas, embora tenham tentado
alguma aproximação
o Impacto da Ata das Cataratas
Com Costa e Médici o Brasil adota postura mais autônoma, menos alinha com os EUA e buscando ampliar a
relação com outros países do mundo enquanto a Argentina se aproximou dos EUA. Ademais, Brasil
endureceu seu regime internamente, enquanto a Argentina distensionava
Na década de 1973 teve o acordo com o Paraguai sobre Itaipu, quando as relações se deterioraram e a
Argentina chegou a ameaçar a levar o caso para a ONU; a deterioração levaria ao fechamento das fronteiras
em 1977, enquanto nos EUA assumia Jimmy Carter, que passou a cobrar sobre questões relacionadas aos
direitos humanos
Enquanto o Brasil passava pelo processo de abertura com Geisel, a Argentina enfrentava a fase mais dura de
seu regime; passou a se isolar e se aproximar da URSS; Brasil buscou mais autonomia
Na década de 1980, há aproximação de Figueiredo e Videla e o Acordo Tripartite em 1979, pondo fim à
questão de Itaipu. Construção de estabilidade pelo processo de confiança. Teve a questão das Malvinas em
1982 e, em 1985, o Brasil voltaria à redemocratização, que na Argentina tinha ocorrido pouco tempo antes
Sarney e Alfonsín fazem a a Ata de Foz do Iguaçu em 1985, o PICE em 1986 e o Tratado de Integração em
1988. Uruguai é incorporado à iniciativa de integração em 1986 e o Paraguai no final da década
Em 1991, o ratado de Assunção institui o MERCOSUL; há também a ABACC; países se abrem para o mundo
Argentina chega a dolarizar a economia, algo que o Brasil não fez
Em 1999, há uma forte desvalorização cambial no Brasil que prejudica as relações de troca e levou a crises
comerciais. Em 2001, Argentina passaria por forte crise institucional e financeira com cinco presidentes em
uma semana
A partir de 2003, com a ascensão de Lula e Kircher, há uma inflexão à esquerda com a Argentina sendo mais
incisiva na projeção internacional. Brasil apostou em uma projeção valorizando o multilateralismo, ao passo
que a Argentina as relações bilaterais. Argentina não queria o Brasil como protagonista, queria ela também
ser destaque e o apoio ao Brasil era dúbio
Em 2015, vence Macri e em 2016 assume Macri, levando a nova inflexão, agora mais liberal. Argentina se
aproxima dos EUA.
Vitória de Bolsonaro aproxima o Brasil ainda mais da Argentina de Macri, mas a derrota deste leva a um
distanciado, após a vitória de Alberto Fernandes
Em 2020, tem-se o kirchenismo mitigado; a Argentina deixa o Grupo de Lima em 2021. Apesar dos atritos, há
tentativas de aproximação. Brasil e Uruguai defendem que o Mercosul seja mais aberto, com foco na união
aduaneira, enquanto que a Argentina defende maior integração
Comércio
Corrente total em 2020: USD 16,6 bilhões (queda de 20% em relação a 2019); ápice em 2011 (USD 39,6
bilhões)
Manufaturas dominam comércio bilateral (95% das exportações e 78% das importações)
Sistema de pagamento em Moedas Locais (SML) em 2008
Investimentos
Brasil é grande investidor na Argentina; setor privado atuante: mineração, bancos, automóveis, siderurgia
Parceria BNDES/Banco de Inversión y Comercio Exterior
Convênio APEX/AAICI
Defesa e Segurança
Cooperação militar: projetos binacionais, exercícios e intercâmbios entre oficiais; missões de paz
(UNFICYP/Chipre e MINUSTAH/Haiti)
Fronteiras
Aprofundamento da cooperação em assuntos de segurança fronteiriça
Comissão de Cooperação e Desenvolvimento Fronteiriço (CODEFRO)
Acordo sobre Localidades Fronteiriças Vinculadas
Cooperação energética
Energia nuclear: ABACC; Acordo Quadripartite (com ABACC e AIEA); Comitê Permanente de Política Nuclear
(CPPN) e Comissão Binacional de Energia Nuclear (COBEN); projetos de reatores binacionais – em 2017, foi
assinado um acordo para a construção de um reator multipropósito brasileiro; em 2018 houve reunião de
cooperação nuclear empresarial em Montevidéu
Cultura e Educação
Desafios e possibilidades
ONU: diferenças quanto à reforma do Conselho de Segurança (G4 vs Unidos pelo Consenso)
o G4: Índia, Alemanha, Brasil e Japão
o Argentina defende a proposta de Unidos pelo Consenso (UFC)
OCDE: candidaturas paralelas (mas perspectivas de avanço remotas em curto prazo)
o No caso argentina por orientação do novo governo, que quer maior distanciamento; no caso do
Brasil, óbice por parte de alguns países
Questões ideológicas (embora haja tentativas de diálogo)
o Grupo de Lima era uma tentativa para discutir a questão venezuelana, mas a Argentina se retirou
Arrefecimento comercial (contexto de crise econômica)
o A crise econômica na Argentina é mais severa que no Brasil
5. Relação do Brasil com os demais países da América Latina
Uruguai
Países buscaram a integração latino-americana: Tratados de Montevidéu (1960 e 1980) deram origem,
respectivamente, à ALALC e à ALADI.
Comissão Mista para Aproveitamento da Lagoa Mirim (1963)
o Fundamental para a questão hidroviária
Tratado de Amizade, Cooperação e Comércio (1975)
Uruguai é fundador do MERCOSUL (1991), e segundo maior beneficiário do Fundo de Convergência
Estrutural do MERCOSUL (FOCEM, desde 2005)
o FOCEM visa a reduzir assimetrias entre os membros do bloco
Concertação política
Grupo de Alto Nível Brasil-Uruguai (GAN): criado em 2012, primeira reunião em 2013. Seis subgrupos
(integração produtiva; CTI; comunicação e informação; integração da infraestrutura de transportes; livre
circulação de bens e serviços; e livre circulação de pessoas)
Plano de Ação para o Desenvolvimento Sustentável e a Integração e Comissão de Comércio Bilateral,
aprovado em 2013 na Reunião Plenária do GAN
GAN viabilizou o Acordo sobre Residência Permanente com o Objetivo de Alcançar a Livre Circulação de
Pessoas, que simplifica concessão de residência permanente a brasileiros e uruguaios. O acordo entrou em
vigor em 2017
Cooperação fronteiriça
Elemento importante das relações bilaterais. Fronteira de 1.069 km, expressivamente povoada dos dois
lados (Santana do Livramento e Rivera são as principais fronteiras)
Nova Agenda para a Cooperação e o Desenvolvimento Fronteiriço (2002). Dez Reuniões de Alto Nível (última
em 2016), em nível de vice-chanceleres
Acordo para Permissão de Residência, Estudo e Trabalho a Nacionais Fronteiriços (2004). Plano Integrado de
Trabalho para a Fronteira Brasil-Uruguai (2016).
Economia e investimentos
Brasil é segundo maior parceiro comercial do Uruguai (atrás da China); fluxo bilateral de USD 2,8 bilhões em
2020 (-20% em relação a 2019; auge em 2014, USD 4,9 bi). Superávit de USD 650 milhões em 2020.
Concentração em manufaturas: 83% das exportações e 87% das importações.
Exportações: petróleo bruto, automóveis, carne bovina e suína, mate
Importações: cereais, farinhas e amido, laticínios, arroz e automóveis
Brasil investe em frigoríficos, energia (solar e eólico), finanças, construção civil e mineração
Comissão Bilateral de Planejamento Estratégico e Integração Produtiva
Infraestrutura: projeto da segunda ponte sobre o Rio Jaguarão, estruturação da hidrovia Uruguai-Brasil
(Lagoa Mirim e dos Patos)
Via FOCEM, linha de transmissão San Carlos-Candiota e projeto de saneamento integrado Aceguá-Aceguá
Energia: Parque Eólico Artilleros (parceria Eletrobrás-UTE, 2015)
Cooperação técnica: HIV/AIDS, governo eletrônico (Brasil é referência na América Latina), biocombustíveis
(Brasil é referência mundial), educação. Convênio Interinstitucional para Implementação de Transferência da
Tecnologia e Conhecimento da Plataforma “Consumidor.gov.br” (2020)
Multilateral e visitas de alto nível
Brasil e Uruguai integram G-20 Comercial na OMC, criada após Rodada Uruguai do GATT (1986-94)
Concertação multilateral: CSNU (Uruguai apoia G4), missões de paz da ONU (tropas uruguaias na MINUSTAH
e MONUSCO) e ZOPACAS
Convergência de posições recentes no MERCOSUL, em contraponto à Argentina. Atuação no Grupo de Lima
e no PROSUL
Frequentes visitas de alto nível (Presidentes e Ministros das Relações Exteriores); Jair Bolsonaro presente na
posse de Luis Lacalle Pou (2020).
Paraguai
Marco da aproximação foi a Ponte da Amizade, sobre o Rio Paraná, ligando Foz do Iguaçu a Ciudad del Este
(1965).
Discussões hídricas protagonistas: Ata das Cataratas (1966), Tratado de Itaipu (1973), Tratado Corpus-Itaipu
(1979) e inauguração de Itaipu (1984), além do Tratado da Bacia do Prata (1969).
Tratado de Amizade e Cooperação (1975) e Acordo de Cooperação Técnica (1987).
Paraguai é fundador do MERCOSUL (1991) e principal beneficiário do FOCEM (2005)
Fronteira extensa (1.339 km) e bastante povoada, sobretudo Foz do Iguaçu/Ciudad del Este, Guaíra/Salto del
Guairá e Ponta Porã/Pedro Juan Caballero. Mais de 300 mil brasileiros no Paraguai, com forte presença no
agronegócio
Integração fronteiriça escolas de fronteira, postos de saúde.
Desde a entrada paraguaia no MERCOSUL, Brasil defende a democracia no país vizinho: em 1996, tentativa
de golpe inspira criação do Protocolo de Ushuaia (1998); deposição de Fernando Lugo (2012) leva à
suspensão paraguaia do MERCOSUL, que perdurou até 2013
A importância de Itaipu
Itaipu produz aproximadamente 15% da energia consumida no Brasil e cerca de 85% da consumida no
Paraguai
Via FOCEM, BNDES financia linha de transmissão Itaipu-Villa Hayes (2013)
Renegociações do Anexo C do Tratado de Itaipu, para que o valor pago ao Paraguai pela produção excedente
seja elevado: em 1992 e 2005, fator de remuneração foi reajustado; dívida paraguaia será paga até 2023, e a
partir de então o país poderá exportar energia elétrica a outros países
Cooperação em infraestrutura
Financiamento, por meio da Itaipu Binacional, de ponte sobre o Rio Paraguai (Porto Murtinho-Carmelo
Peralta) e da segunda ponte sobre o Rio Paraná (Ponte da Solidariedade), entre Foz do Iguaçu e Presidente
Franco
Declaração Presidencial sobre Integração Física (2018)
Cooperação em estudos para obras da Hidrovia Paraguai-Paraná; envolve Argentina também
Economia e investimentos
Brasil é principal parceiro comercial do Paraguai; fluxo bilateral de USD 5,1 bilhões em 2020 (-3% em relação
a 2019; auge em 2014, USD 6,1 bi). Déficit de USD 818 milhões em 2020. Exportações: 96% em manufaturas.
Importações, por sua vez, têm 50% de energia elétrica, 33% manufaturas e 17% agropecuários.
Exportações: automóveis, adubos, cervejas, fungicidas e máquinas agrícolas.
Importações: energia de Itaipu, soja, milho, arroz, carnes, fenóis e plásticos
Brasil tem 2º maior estoque de investimentos no Paraguai (USD 1 bilhão)
Ata sobre Comércio Fronteiriço (2020); ACE-74 e Acordo Automotivo (2020).
Cooperação técnica: vigilância sanitária, escolas técnicas, desenvolvimento agrário, cursos para diplomatas
(convênio com IRBr)
Acordos de Cooperação Militar (1995) e de Cooperação em Defesa (2007). Mecanismo 2+2 de Ministros das
Relações Exteriores e da Defesa (2016).
Parceria no combate ao narcotráfico e ao crime organizado; cooperação nas áreas de segurança e
inteligência.
Aviação: Brasil doa três aviões T-27 Tucano ao Paraguai em 2010. Em 2016, países firmam Acordo sobre
Serviços Aéreos.
Chile
Em 1953, o Pacto ABC foi denunciado pelo chanceler brasileiro Nevess da Fontoura, não favorável a uma
aproximação da Argentina
João Goulart é primeiro presidente brasileiro a visitar o Chile (1963)
Expressivo número de dissidentes brasileiros asilados no Chile (1964-1973); Allende foi destituído em 1973
Chile ingressa no MERCOSUL como Estado associado (ACE-35, 1996)
o Chile adotou critério de inserção diferente, acha a estrutura muito rígida, queria mais liberdade para
firmar acordos bilaterais
Brasil e Chile lançam Ação Global contra a Fome e a Pobreza (2004)
“Aliança Renovada”: termo usado pela presidente Michelle Bachelet para indicar o esforço de estreitamento
de relações com o Brasil (2006)
Concertação Política
Economia e Investimentos
Brasil é o terceiro parceiro comercial do Chile (atrás de EUA e China); fluxo bilateral de USD 6,7 bilhões em
2020 (-19% em relação a 2019; auge em 2011, USD 10 bi). Superávit de USD 950 milhões em 2020.
Concentração em manufaturas: 82% das exportações e 87% das importações.
Exportações: petróleo, carnes, automóveis, ônibus e autopeças.
Importações: cobre, salmão, vinhos e frutas/nozes.
Brasil recebe o maior estoque de investimentos chilenos no mundo (USD 35 bilhões, concentração em papel
e celulose, varejo e energia). Por sua vez, o Brasil tem estoque de USD 4,5 bilhões em investimentos no Chile
(energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, siderurgia, construção e fármacos).
Acordo de Comércio e Facilitação de Investimentos - ACFI (2015). Reduzir assimetrias nos acordos bilaterais
em substituição aos BITs – geralmente firmados entre países ricos e pobres e muito favorável às empresas
dos países ricos. Protocolo de Compras Públicas e Protocolo de Investimentos em Instituições Financeiras
(2018). Documentos que ajudam a aprofundar a relação entre os dois países com maior acesso a ambos os
mercados
Acordo de Livre Comércio Brasil-Chile (ALC, 2018): quando em vigor, incorporará os instrumentos acima,
com arcabouço normativo moderno e de amplo alcance, abrangendo temas de natureza não tarifária, como
política de concorrência; facilitação de comércio; comércio eletrônico; questões sanitárias e fitossanitárias;
gênero; meio ambiente; propriedade intelectual; roaming telefônico; micro, pequenas e médias empresas; e
assuntos trabalhistas.
Chile integra G-20 Comercial na OMC, e busca aproximação do MERCOSUL por meio da Aliança do Pacífico.
Atuação na criação do PROSUL e concertação para crise venezuelana pelo Grupo de Lima.
Brasil e Chile protagonistas na condução da MINUSTAH, no Haiti (2004-2017). Brasil ocupou o comando
durante quase todo o tempo; o Chile comandou por um pequeno período de forma interina
Visitas de alto nível frequentes: Jair Bolsonaro em Santiago (março de 2019); Sebastián Piñera em Brasília
(agosto de 2019).
Bolívia
Bolívia tem importância geopolítica; localização central com acesso às bacias amazônica e do Prata; recursos
naturais (heartand da América do Sul)
Cooperação energética protagonista das relações: insumo para o Brasil e fonte de renda vital para a Bolívia.
Notas Reversais de Roboré (1958) sobre gás e petróleo bolivianos. Acordo de Cooperação e
Complementação Industrial (1972) estabelece compra pelo Brasil de gás boliviano.
Bolívia signatária do Tratado da Bacia do Prata (1969). Pelo ACE-36, Bolívia se associa ao MERCOSUL (1996).
Em processo de aceitação ao Merccosul
Em 1992, Acordo de Compra de Gás Natural Boliviano e início da construção do Gasoduto Brasil-Bolívia
(GASBOL, operante em 1999).
Por referendo popular, Bolívia nacionaliza seus hidrocarbonetos (2005)
A convite do governo boliviano, Brasil integra “Grupo de Amigos da Bolívia”, que facilitou a superação da
crise política do Pando (2008).
Protocolo de Adesão da Bolívia ao MERCOSUL (2012).
o Fará a ratificação após todos os países ratificarem seu ingresso e então internalizar o arcabouço
jurídico do Mercosul
Crises e atritos políticos: asilo do senador Roger Pinto Molina (2012-13); Bolívia não reconhece impeachment
de Dilma Rousseff, retira seu embaixador temporariamente, sem ruptura de relações (2016); após renúncia
de Evo Morales, Brasil reconhece governo de Jeanine Áñez e apoia convocação de novas eleições
presidenciais, adiadas em virtude da pandemia (2019-2020); Brasil preocupado com eventos que levaram à
prisão de Áñez em março de 2021, após eleição e posse de Luis Arce, do partido de Evo Morales.
Maior fronteira do Brasil (3.423 km), com Comitês de Integração Fronteiriça desde 2011. Importância
geoestratégica da Bolívia, país platino e amazônico.
Diásporas numerosas em ambos os países; agricultores brasileiros produzem 40% da soja boliviana. Muitos
bolivianos em São Paulo
Importância da infraestrutura regional: projetos hidrelétricos binacionais no Rio Madeira; Corredor
Rodoviário Interoceânico Brasil-Bolívia Chile e Corredor Ferroviário Bioceânico-Brasil Bolívia-Peru.
Comissão Bilateral de Planejamento Estratégico e Integração Produtiva
Economia e Investimentos
Brasil é principal parceiro comercial da Bolívia; fluxo bilateral de USD 2,8 bilhões em 2020 (-20% em relação
a 2019; auge em 2014, USD 4,9 bi). Superávit de USD 650 milhões em 2020. Concentração em manufaturas:
83% das exportações e 87% das importações – gás é processado.
Exportações: ferro e aço, bebidas, condutores elétricos, turbinas e calçados.
Importações: gás natural.
Brasil é importante fonte de investimentos (frigoríficos, energia, finanças, construção civil e mineração),
além de mercado consumidor dos insumos bolivianos (gás)
Cooperação militar: FAB doa quatro helicópteros BelL H-1H Iroquois para a Força Aérea Boliviana (2012).
Combate a ilícitos transnacionais: agenda de cooperação trilateral com Peru (além de UNODC e EUA);
Comissão Mista sobre Drogas e Temas Conexos; acordo de cooperação policial contra o crime organizado
transnacional (2017).
Cooperação técnica: saneamento, formação profissional e saúde; Acordo entre Ministérios da Saúde em
matéria de Cooperação em Saúde na Fronteira (2017). Estudantes brasileiros de medicina na Bolívia
Biodiversidade: Brasil e Bolívia são Países Megadiversos Afins.
Peru
Concertação política
Brasil e Peru lançam Aliança Estratégica (2003), fundada no ACE-58 (que deu ao Peru condição de membro
associado do MERCOSUL) e no Memorando de Entendimento em Matéria de Proteção e Vigilância da
Amazônia.
Brasil se torna observador da Comunidade Andina de Nações (2005).
Cooperação no Conselho de Segurança (Peru integrou CSNU em 2018-2019). Peru envia tropas para
MINUSTAH (2004 a 2017).
Peru integra G-20 Comercial na OMC, e se aproxima do MERCOSUL por meio da Aliança do Pacífico. Brasil e
Peru integram Grupo de Lima e PROSUL.
Economia e Investimentos
Fluxo bilateral de USD 2,4 bilhões em 2020 (-36% em relação a 2019; auge em 2018, USD 4 bi). Superávit de
USD 930 milhões em 2020. Concentração em manufaturas: 95% das exportações e 70% das importações.
Indústria extrativa representa 25% das importações.
Exportações: automóveis, petróleo, papel, barras de ferro e aço, polímeros.
Importações: cobre, naftas, fertilizantes brutos, prata, zinco e têxteis.
Acordo de Ampliação Econômico-Comercial Brasil-Peru (2016), o primeiro acordo bilateral de compras
governamentais firmado pelo Brasil.
Integração fronteiriça: países dividem fronteira de 2.995 km. Acordo cria a Zona de Integração Fronteiriça
Brasil Peru (2009) e a Comissão Vice-Ministerial de Integração Fronteiriça (CVIF, 2009).
Infraestrutura: ponte no Rio Acre (primeira entre os países); rodovia interoceânica entre Rondônia e
Arequipa, Cusco e Madre de Diós; projeto de Conexão Ferroviária Bioceânica entre Brasil, Bolívia e Peru.
Cooperação técnica: mais extenso programa do Brasil com um país sul-americano, abrangendo áreas de
saúde, recursos hídricos, sistemas agroflorestais, desenvolvimento social, trabalho, entre outras.
Biodiversidade: Brasil e Peru são Países Megadiversos Afins
Equador
Relações distantes até década de 1980: Osvaldo Hurtado é primeiro presidente equatoriano no Brasil (1982);
José Sarney é o primeiro brasileiro no Equador (1988).
Após reinício de hostilidades entre Peru e Equador, Brasil coordena processo que supera disputa pelo Vale
do Cenepa/Cordilheira do Condor (negociações de 1995 até a assinatura da Ata de Brasília, em 1998).
Remonta a 1942
Equador torna-se membro associado do MERCOSUL (ACE-59, 2004).
Atritos políticos: Brasil concede asilo a ex-presidente Lúcio Gutiérrez (2005); dívida do Equador com BNDES,
relativo a financiamento de hidrelétrica em 2008, é superada no ano seguinte.
Concertação Política
Economia e Investimentos
Fluxo bilateral de USD 686 milhões em 2020 (-25% em relação a 2019; auge em 2010, USD 1,03 bi). Superávit
de USD 512 milhões em 2020. Concentração em manufaturas: 96% das exportações e 91% das importações.
Exportações: papel, laminados de ferro e aço, automóveis, polímeros e calçados.
Importações: chumbo, pescados, madeira e resíduos de metais/sucatas.
Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI) assinado (2019).
Sistema financeiro: Brasil representa Equador nos Conselhos Diretores de FMI e Banco Mundial
Defesa: Brasil coloca à disposição do Equador um avião turboélice C-115 Buffalo em 2011, mas equatorianos
desistem de receber a aeronave, levando ao cancelamento da doação em abril de 2014.
Cooperação técnica: gestão de recursos hídricos; bancos de leite humano; padrão nipo-brasileiro de TV
digital (ISDB-T); biocombustíveis; medicamentos genéricos; capacitação para combate a incêndios florestais;
gestão de empresas estatais; medicamentos genéricos; combate ao trabalho infantil.
Biodiversidade: Brasil e Equador são Países Megadiversos Afins
Colômbia
Cooperação fronteiriça
Fronteira extensa (1.642 km) ao longo da Amazônia; cooperação e intercâmbio de informações para
combate ao crime transnacional
Comissão Binacional Fronteiriça (COMBIFRON): troca de experiências entre forças dos dois países acerca de
operações na fronteira
Comissão de Vizinhança e Integração (1994): desenvolve projetos de capacitação de servidores públicos
(2017) e de inclusão financeira (2019) na região de Tabatinga e Leticia (povoado mais significativo)
Economia e Investimentos
Fluxo comercial de USD 3,6 bilhões em 2020 (-20,7% em relação a 2019, quando chegou ao auge com USD
4,5 bi). Brasil apresenta superávit de USD 976 milhões.
Exportações: automóveis e partes, café, papel, barras de ferro e aço, milho.
Importações: coques, polímeros, carvão, outras matérias plásticas.
Novo Acordo de Complementação Econômica MERCOSUL-Colômbia 2017 (ACE 72; atualiza e expande
anterior)
Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos e Acordo Automotivo (2015)
Colômbia é importante destino de investimentos brasileiros: mais de cem empresas em setores
diversificados: agribusiness e AgTech; finanças; cosméticos; infraestrutura; siderurgia; tecnologias da
informação e comunicação. Estoque de investimentos supera USD 6 bilhões.
Relação ganha força, mas potencial econômico e comercial ainda é pouco explorado: Colômbia é a terceira
economia sul-americana
Acordo de Serviços MERCOSUL-Colômbia (2018); negociações em curso para assinatura de Acordo Brasil-
Colômbia para evitar a Dupla Tributação.
Conflito Armado
Guerra assimétrica de baixa intensidade entre várias partes governo da Colômbia, paramilitares de extrema
direita, sindicatos do crime e guerrilheiros de extrema esquerda, a exemplo das Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP) e do Exército de Libertação Nacional (ELN)
Conflito iniciado em 1964 com mais de 220 mil mortos, em sua maioria civis, e mais de cinco milhões de
deslocados internos
Negociações de paz entabuladas desde setembro de 2012 em Havana, entre o governo colombiano e as
FARC EP Cuba e Noruega escolhidos mediadores, e Chile (escolha do governo) e Venezuela (escolhido pelas
FARC) escolhidos “acompanhantes facilitadores” pelas duas partes
Questões discutidas para o acordo desenvolvimento agrícola participação política fim do conflito (incluindo
cessar fogo bilateral e definitivo, com cessação de hostilidades, e deposição das armas) solução para o
problema das drogas ilícitas e vítimas ratificação, implementação e verificação (discutido entre 2012 e 2016)
Setembro/ 2015 governo e FARC chegam a acordo que cria a Jurisdição Especial para a Paz, tribunal de
transição
Agosto/ 2016 negociações concluídas acordo assinado (Cartagena) e entregue a SGNU e CSNU
Outubro/ 2016 acordo final foi rejeitado em referendo por 50,2% do eleitorado partes se juntam e assinam
acordo revisado, mais rígido acerca da restrição de liberdade e narcotráfico, aprovado pelo Congresso em
novembro/2016
Conteúdo do acordo: desenvolvimento agrícola abrangente; participação política das FARC EP; combate ao
tráfico de drogas; reparações às vítimas (verdade e justiça)
Acordo deu ao presidente Juan Manuel Santos o Nobel da Paz de 2016
Junho/ 2017: FARC EP concluem desarmamento, tornam-se partido político e disputam eleições de 2018
Alguns membros da FARC, sob ameaça da extradição para os EUA (a exemplo de Jesús Santrich) são foco de
tensões ocasionais
Pós-acordo: conflito não chegou ao fim (dissidentes das FARC e outros grupos, assim como paramilitares de
direita, se enfrentam em episódios pontuais).
2019: governo Duque lança ofensiva contra as FARC e tensões retomam: em 2018, embates entre grupos de
direita e esquerda levam à intervenção do Exército.
2020: novos focos de conflito entre dissidentes das FARC e milícias de direita.
Processo de paz com ELN: origem das negociações em 2002, mas apenas em 2016 há avanços, com cessar-
fogo anunciados em setembro de 2017. Porém, diálogo é suspenso em 2018 e desde então persistem os
conflitos e atentados. Em março de 2020, o ELN declara cessar-fogo unilateral de vido à pandemia. Brasil é
uma espécie de fiador do processo de paz
Criada pela Resolução 2366 (2017) do Conselho de Segurança iniciando atividades imediatamente após a
conclusão da primeira Missão, de 2016
A missão tem o propósito de acompanhar a reincorporação econômica, política e social dos ex membros das
FARC EP, além de verificar a implementação de medidas de proteção e segurança para ex-combatentes e
comunidades afetadas
A Resolução 2381 (2017) do CSNU autoriza a Missão a acompanhar o cessar fogo entre governo e ELN é uma
missão política especial, não operação de paz
Brasil coopera (bilateral e OEA) em temas como desminagem humanitária e agricultura (desde 2006 oficiais
designados para colaborar em missões, que também atuam na desmobilização e reintegração de ex-
combatentes
Hoje dezenas de militares brasileiros em missões de monitoramento, instrução e assessoramento em
diversos pontos do território colombiano
País apoia o processo de paz com as FARC EP desde o início Grupo de Amigos do Brasil para a Paz na
Colômbia 2016
Brasil é país-garante dos diálogos de paz entre governo colombiano e ELN cujo processo encontra-se
suspenso
Venezuela
Parceria Estratégica firmada em 2005, com reuniões presidenciais frequentes antes de 2016; desde então,
crises bilaterais, mas relações não foram rompidas. Houve rebaixamento de relações, mas não ruptura
Venezuela adere ao MERCOSUL em 2012, mas é suspensa em 2016 (descumpriu acordos e tratados do
bloco); segunda suspensão em 2017 (Ushuaia).
Cooperação técnica: educação, saúde, urbanismo (metrô) e agricultura.
Biodiversidade: Brasil e Venezuela são Países Megadiversos Afins
Escritórios de Embrapa, ABDI, IPEA e CAIXA abertos em Caracas
Economia e Investimentos
Comércio de USD 850 milhões em 2020 (+86% em relação a 2019, mas ainda muito distante do auge, USD 6
bilhões em 2013). Aumento da corrente ligada às exportações – Venezuela exporta muito pouco para o
Brasil no presente. Grande superávit relativo (USD 706,1 milhões).
Exportações: açúcares e melaços, gorduras e óleos vegetais, arroz, cereais.
Importações: fenóis, fertilizantes químicos e alumínio.
Investimentos brasileiros: ampliação do metrô de Caracas (2005); segunda ponte sobre o rio Orinoco (2006);
estaleiros, cabos de fibra ótica.
Crise política e socioeconômica que remonta a 2010, quando Hugo Chávez declarou “guerra econômica” em
contexto de carestias no país. Crise se intensificou durante o governo de Nicolás Maduro, pela queda no
preço do petróleo em 2015 e pela redução da produção no país, devido à falta de manutenção e
investimentos.
Condução política chavista se baseava no petróleo: gastos excessivos e controle de preços levaram a um
quadro econômico catastrófico, com quedas sucessivas no PIB e aumento progressivo da pobreza, da
inflação e da falta de bens e serviços.
A crise levou a crescente descontentamento com o governo, o que impactou no resultado das eleições
parlamentares de 2015, nas quais a oposição obteve maioria na Assembleia Nacional. Antes da posse dos
novos deputados, a legislatura antiga, composta majoritariamente de chavistas, indicou vários aliados de
Maduro para o Supremo Tribunal de Justiça.
Em 2016, a Venezuela teve uma taxa de inflação de 800%; em 2017, 4.000%; em 2018, chegou a 1.700.000%.
Desde então, não houve mais produção de números oficiais: o FMI estima que em 2019 a inflação tenha
alcançado 10.000.000%
Venezuela manifesta-se sobre impeachment de Dilma, Brasil rejeita. Confirmado o impeachment, Caracas
“congela” relações e chama embaixador para consultas. Não houve ruptura, mas congelamento
OEA, por meio do G-15 (Argentina, Belize, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, EUA, Guatemala,
Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai) pede diálogo político e referendo revocatório, que
não é realizado na Venezuela.
MERCOSUL: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai decidem que PPT será rotativa no 2º semestre; Venezuela
suspensa por não internalizar acervo normativo.
Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Guatemala, México, Paraguai e Uruguai apoiam diálogo governo oposição,
acompanhado pelo Vaticano
Cúpula das Américas (Lima): declaração presidencial apoia AN e pede assistência humanitária,
restabelecimento da democracia e recuperação econômica; Venezuela não é convidada.
Maduro reeleito; eleições não reconhecidas por Brasil e Grupo de Lima.
OEA: resolução aprovada para iniciar processo de suspensão da Venezuela (teria que ficar dois anos depois
de sair – ficou suspensa no período). Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Canadá pedem que TPI
investigue Venezuela.
ONU: CDH aprova primeira resolução sobre situação humanitária e de DH no país.
Declaração de Quito sobre a Mobilidade Humana dos Cidadãos Venezuelanos na Região; Brasil pede
investigação sobre morte suspeita de vereador venezuelano
Crise presidencial: expira mandato de Maduro (eleição de 2018 não foi reconhecida externamente);
presidente da AN, Juan Guaidó, proclamado presidente encarregado interino, reconhecido por mais de 50
países (Brasil, Grupo de Lima, EUA, Canadá, maioria da UE e da América Latina. Maduro mantém suporte de
China, Rússia, Cuba, Nicarágua, Irã e Turquia.
Grupo Internacional de Contato: iniciativa de latino-americanos neutros e europeus, busca mediação entre
Guaidó e Maduro, pede eleições e ajuda humanitária. Uruguai, México e Bolívia além de alguns países
europeus
Negociações em Oslo: Guaidó pede retorno das atribuições da AN, Maduro oferece somente antecipar
eleições parlamentares. Não houve avanço
BID e OEA aprovam nomeação de representante de Guaidó. Embaixadora de Guaidó apresenta credenciais a
Jair Bolsonaro (junho).
Tentativas de sublevação militar e de assistência humanitária transfronteiriça.
Reuniões de emergência do CSNU sobre Venezuela: sem aprovação de resoluções. Rússia e China vetaram
Brasil-Venezuela: Brasil fecha embaixada em Caracas, remove servidores e ordena saída dos funcionários da
embaixada venezuelana em Brasília (março e abril). Brasil declara personae non gratae representantes de
Maduro em Brasília (setembro).
Moldura Institucional para a Transição Democrática na Venezuela: proposta dos EUA com apoio brasileiro
(março):
o Renúncia concomitante de Maduro e Guaidó; criação de um Conselho de Estado, eleito pela
Assembleia Nacional, para organizar eleições livres e justas, sob observação internacional; garantia
de participação no processo de transição de todas as forças políticas comprometidas com a
democracia; repúdio ao crime organizado; libertação de presos políticos; restauração das
imunidades parlamentares; reestruturação do Conselho Nacional Eleitoral; restabelecimento de uma
Corte Suprema de Justiça sem aparelhamento.
Declaração Conjunta de Apoio à Transição Democrática na Venezuela: lançada em agosto por 31 países,
pede governo de transição e restabelecimento das instituições democráticas.
ONU: relatório publicado pela Missão de Apuração de Fatos do CDH acusa regime Maduro de graves
violações (setembro).
Eleições para AN: em dezembro de 2020, boicotadas pela oposição e sem reconhecimento do Grupo de
Lima; vencedores empossados em janeiro de 2021.
Subsistem tensões entre atores extrarregionais, a exemplo de EUA, China e Rússia (antagonismos
geopolíticos e militares). Questão do petróleo pesa e grupos mercenários russos na região
Condenação à ruptura da ordem democrática; não reconhece Assembleia Nacional Constituinte; apoia
Assembleia Nacional eleita; repúdio à violência e violações de direitos humanos.
Afirma que Venezuela não cumpre requisitos para integrar o CDH; apoia aplicação da Carta Democrática
Interamericana e do Protocolo de Ushuaia; não apoia candidaturas venezuelanas em órgãos multilaterais;
adia Cúpula CELAC-UE.
Reitera intenção de dar assistência humanitária; condena irregularidades em eleições regionais e pede
revisão do sistema eleitoral; exige libertação de presos políticos.
Pede que ONU e SGNU acompanhem crise; preocupação com êxodo de venezuelanos; afirma que acordo
negociado é única saída; insta oposição a manter sua unidade.
Não reconhece eleições presidenciais venezuelanas; apoia Assembleia Nacional e reitera ilegalidade da
Assembleia Nacional Constituinte.
Respalda esforço de mediação da República Dominicana; preocupação com crises migratória e humanitária.
Endossa não convite à Venezuela para Cúpula das Américas em Lima; rebaixa relações diplomáticas com
Caracas; busca nova resolução na OEA.
Reuniões de autoridades migratórias e de saúde pública sobre crise; coordena inteligência financeira para
coibir lavagem de dinheiro, corrupção e financiamento do terrorismo; descarta hipótese de intervenção
militar.
Reconhece Juan Guaidó como presidente e pede apoio das Forças Armadas venezuelanas.
Pede investigação de crimes contra a humanidade para CDH e TPI.
Restringe o ingresso de funcionários de Maduro; suspende cooperação militar, congela ativos e limita
empréstimos.
Busca assistência humanitária; insta Rússia, China, Cuba e Turquia a deixarem de apoiar Maduro.
Pede transição democrática (fim do diálogo com Maduro) e eleições livres; busca convergência com Grupo
Internacional de Contato (países neutros)
Apoio à Moldura Institucional para a Transição Democrática na Venezuela (proposta dos EUA); rejeição às
eleições para Assembleia Nacional; renovam apoio a Guaidó.
Pede que relatório da Missão Internacional Independente possa ser objeto de exame preliminar sobre
situação na Venezuela conduzido pela Promotoria do TPI.
Reconhecimento da dimensão da crise humanitária, econômica, política, ambiental e social na Venezuela,
agravada pela pandemia; destaca acolhida de migrantes e refugiados venezuelanos na região.
2021: não reconhece AN eleita em dezembro; reconhece Comissão Delegada criada pela AN presidida por
Guaidó; insta comunidade internacional a não reconhecer AN ilegítima e pede solução pacífica e
constitucional.
Colapso econômico (hiperinflação, ainda que mitigada em 2020, aumento da pobreza e desemprego);
impactos humanitários. Seguidas quedas do PIB: 5,7% (2015) e 18,6% (2016), antes do governo não divulgar
mais dados. Estimativas do FMI apontam quedas de 15,7% (2017), 19,6% (2018), 35% (2019) e 30% (2020).
Mais de 3 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos em países vizinhos; no Brasil, são mais de 100
mil, reconhecidos como migrantes (não refugiados). Peso sobre sistemas públicos em Roraima.
Colapso de mecanismos de concertação (UNASUL, CELAC e ASPA). Surge PROSUL.
Temor de conflito armado e risco de tensões entre potências extrarregionais se aplicarem à América do Sul.
(EUA, Rússia e China).
Guiana
Suriname
México
Economia e investimentos
Comércio equilibrado: em 2020, corrente de USD 7,7 bilhões (-23% em relação a 2019; auge em 2012, USD
10,1 bi), déficit ínfimo brasileiro (USD 33 milhões). Prevalência de manufaturas: 79% das exportações e 96%
das importações.
Exportações: motores de pistão, automóveis e suas partes, madeira, soja e milho.
Importações: automóveis, máquinas de processamento de dados, motores.
Brasil é 2º destino de investimentos mexicanos no exterior (telecomunicações); Gerdau, BRASKEM e
Odebrecht no México (polo petroquímico Cd. do México)
Acordos de complementaridade econômica (égide da ALADI): ACE-55 (veículos) e ACE-53 (abrangente). Em
2019, primeira reunião do Conselho Empresarial Brasil-México (Cidade do México)
Cooperação em diversas áreas
Cuba
Brasil reconhece governo revolucionário de Fidel Castro (1959) e se abstém na votação que levou à
suspensão de Cuba da OEA (1962). Brasil foi um dos seis que se abstiveram
Rompimento de relações em 1964, retomadas somente em 1986, governo Sarney.
ACE-62 entre Cuba e MERCOSUL (2006).
Brasil e Cuba têm redes diplomáticas extensas na África.
Atritos com impeachment no Brasil (2016); os dois países eleitos para o CDH (2017-2019); distanciamento
com governo Bolsonaro e agravamento da crise na Venezuela. Há contingente militar cubano na Venezuela
Haiti
Cooperação técnica
Brasil encabeça contingente militar da MINUSTAH durante a integralidade da missão (2014 a 2017), com 37
mil militares brasileiros enviados. Argentina e Chile deram grande suporte
Engajamento do Brasil na MINUJUSTAH (cooperação na justiça), missão de apoio à justiça, que sucedeu a
MINUSTAH; acordo para capacitar policiais e engenheiros militares haitianos
Cooperação técnica: saúde, capacitação institucional, alimentação escolar, coleta de resíduos sólidos,
biocombustíveis, recursos hídricos, entre outros. Participação direta da ABC. Ao capacitar no Haiti, as tropas
brasileiras aprendem e podem aplicar o conhecimento em outras missões
Política migratória
Canadá
Temas centrais do relacionamento bilateral: parcerias em educação, ciência, política agrícola, tecnologia e
inovação.
Diversos mecanismos de coordenação e diálogo bilateral: Diálogo de Parceria Estratégica, Diálogo Político-
Militar, Conselho Conjunto Econômico-Comercial e Comitê Conjunto Brasil-Canadá para Cooperação em
Ciência, Tecnologia e Inovação.
Canadá abriga o maior número de estudantes brasileiros (estudo de inglês e francês durante curtos períodos
de tempo)
Economia e investimentos
Em 2020, o comércio bilateral totalizou US$ 6,2 bilhões (+25% em relação a 2019). Exportações brasileiras
somaram US$ 4,2 bilhões, importações US$ 1,9 bilhão. Balança foi favorável ao Brasil, superávit de US$ 2,3
bilhão. Predomínio de manufaturados: 94% das exportações e das importações.
Exportações: ouro, alumina, produtos semiacabados de ferro ou aço. (indústria de transformação; há algum
processamento)
Importações: fertilizantes químicos, aeronaves (há contenciosos na OMC), motores e medicamentos.
Canadá é grande destino de investimentos brasileiros no exterior (estoque superior a USD 20 bilhões),
sobretudo no setor de mineração. Investimentos canadenses no Brasil (US$ 15 bilhões) em áreas como
engenharia civil, tecnologia e mineração
Brasil-Hemisfério (Comércio)
Algumas observações
O esforço diplomático brasileiro empreendido a partir de 2009 com o propósito de impulsionar as relações
com os países do Caribe não produziu resultados expressivos no campo comercial, tendo tanto as
exportações quanto as importações brasileiras sofrido acentuado declínio. A intenção era ampliar a
influência política
Recentemente, no âmbito da sua política externa, a maior aproximação do Brasil com os países da América
Central teve amparo, inicialmente, em projetos de cooperação técnica (reciprocidade difusa; abrir
mercados) e em iniciativas para a expansão do comércio e a promoção de investimentos
Missão das Nações Unidas de Estabilização no Haiti (MINUSTAH) encerrou-se em 2017 e sua composição
contou com uma notável maioria de países latino-americanos. O Brasil liderou o comando do componente
militar da missão tendo a Argentina e o Chile importante participação na missão. O Chile assumiu de forma
interina por alguns dias apenas; a Argentina nunca comandou.
6. Estados Unidos da América: política externa e relações com o Brasil
Governo Bush
Governo Obama
Apesar de manter uma atuação em prol de “regime change” (houve treinamento de grupos oposicionistas),
os EUA não adotam medidas concretas (intervencionismo) contra líderes que permanecem no poder
Em resumo, Obama foi impedido em função dos fatos a por em prática a política do rebalanceamento
Governo Trump
Síria
o Ofensiva exitosa contra o Estado Islâmico (2017)
o Retirada de tropas do nordeste da Síria (2019)
Curdos
o Assassinato de Abu Bakr al-Baghdadi (2019) – líder do Estado Islâmico
o Quando assume, a questão da Síria não estava resolvida, principalmente em relação ao Estado
Islâmico, que ocupava parte do território sírio. As tropas americanas eram em pequeno número,
atuou mais com treinamento, mas após a vitória contra o Estado Islâmico, as tropas estadunidenses
deixam a Síria. Os curdos, que eram os principais aliados dos americanos, ficaram à mercê dos
turcos, que acabaram ocupando a região e diminuir a autonomia curda no Nordeste da Síria.
Afeganistão (Taliban)
o Agreement for Bringing Peace to Afghanistan (2020)
Retirada de tropas x controle al-Qaeda / diálogo político
A contrapartida é o Taliban evitar a participação da al-Qaeda e garantir diálogos com
Washington
Israel
o Processo de Paz:
Mediação dos acordos com Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão.
Expansão dos assentamentos: silêncio
Plano de Paz no Oriente Médio (2020)
o Até então apenas Egito e Jordânia mantinham relações diplomáticas com Israel. Trump consegue
ampliar o leque ao mediar acordos que levaram Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão
a estabelecer relações diplomáticas com Israel.
o O que os EUA ofereceram? Para o Marrocos foi a questão do Saara Ocidental, Trump reconhece a
soberania marroquina na região; Sudão teve muitos atentados terroristas, EUA exclui o Sudão da
lista de países que abrigavam o terrorismo
o Trump foi silente quanto à expansão dos assentamentos israelenses sobre territórios palestinos
o O Plano de paz para o Oriente Médio era calcado em dois eixos: segurança de Israel e
desenvolvimento econômico da Palestina
Simbolismo político
o Embaixada em Jerusalém
o Reconhecimento da soberania de Israel sobre as colinas de Golã – era território sírio; foi tomado na
guerra dos seis dias e está além da linha verde que definia a fronteira pacificada em termos
internacionais; há uma resolução do CSNU reconhecendo que Golã é da Síria
o Fechamento escritório de representação palestino
o Suspensão do financiamento de projetos humanitários nos territórios ocupados levados a cabo pela
Autoridade Palestina e ONU
o Retirada do Conselho de Direitos Humanos da ONU – justificativa de que o Conselho tem um
preconceito histórico contra Israel e também de que não há um filtro na organização ao permitir que
Venezuela e China façam parte do Conselho, EUA se recusava a dividir o Conselho com esses países
que violam direitos humanos em seus territórios
Irã
o Retirada do Acordo Nuclear
o Imposição de novas sanções
o Assassinato do general iraniano Qasem Soleimani
o A retirada do Acordo foi acompanhada por imposição de novas sanções. Classificou a Guarda
Revolucionário Iraniana como uma entidade terrorista. Ademais, impõe uma sanção em que a
empresa que compra petróleo do Irã pode sofrer sanções dos EUA
Assassinato de Soleimani se deu na sequência do atentado à embaixada dos EUA no Iraque. Ataque contra
Soleimani se deu no Iraque
Arábia Saudita
o Veto a propostas do Congresso contrárias aos interesses sauditas; principalmente no Iêmen, onde
sunitas locais eram apoiados pela Arábia Saudita. A proposta do Congresso era de que os EUA não
poderiam mais intervir ou contribuir no conflito, seja por meio de treinamentos, seja pelo envio de
armas.
o Envio de tropas, jatos e compartilhamento de tecnologia balística; ocorre na esteira do ataque a área
de produção petrolífera atribuída a rebeldes iranianos
Governo Biden
“We’re also stepping up our diplomacy to end the war in Yemen, a war which has created humanitarian and strategic
catastrophe. I’ve asked my Middle East team to ensure our support for the United Nations led initiative to impose a
cease fire, open humanitarian challenges and restore long dormant peace talks”.
“At the same time, Saudi Arabia faces missile attacks, UAV strikes, and other threats from Iranian supplied forces in
multiple countries. We’re going to continue to support and help Saudi Arabia defend its sovereignty, and it’s
territorial integrity and its people”. (Joe Biden, “America is Back”)
China e Indo-Pacífico
Anos 2000
Ascensão chinesa
Sul e sudeste asiático são regiões globalmente importantes
o Potências nucleares
o 50% do PIB mundial até 2050
o Maior parte dos principais parceiros comerciais dos EUA
Governo Obama
Asia-Pacific Pivot” – seria o cerne da política de rebalanceamento que o Obama tentou levar a cabo
The “strategic pivot” or rebalancing, launched in 2010, is premised on the recognition that the lion’s share of
the political and economic history of the 21st century will be written in the Asia-Pacific region.
Governo Trump
Continuidade
o “competição estratégica” entre China e Estados Unidos
Estratégia Nacional de Defesa: competição entre potências*
Porém...
o Política mais dura
Tarifas
Propriedade intelectual; acusações de roubo de propriedade intelectual; EUA determinou o
fechamento do consulado chinês em Houston sob acusação de espionagem industrial
Manipulação de câmbio
Mares do Sul e do Leste da China
Xinjiang, Taiwan e Hong Kong – questões de direitos humanos
COVID-19 – EUA adotaram posição crítica em relação à origem do vírus e também da
postura da OMS; anunciam saída da entidade, mas Biden recua
o “Communist China and the Free World’s Future” (Mike Pompeo)
Relações exigem uma nova dinâmica
Aliados Tradicionais
o i. Cooperação / Alinhamento
Iniciativa Cinturão e Rota; ameaça que necessita ser contida pelos EUA e seus aliados
5G; tecnologia chinesa precisa ser contida; EUA quer implementar sua tecnologia
o Japão, Filipinas, Coreia do Sul, Malásia – pautada na cooperação e alinhamento (reconhecimento de
que não há como sozinhos conter a assertividade chinesa na região), mas também por um impulso
unilateral por parte dos EUA ao estabelecer disputas comerciais, retirar tropas e buscar
compensações financeiras. Visão de mundo próprio (America First), não se preocupa muito com
alianças tradicionais
Versus
o ii. Impulso unilateralista
Denúncia TPP / “America First”; denuncia logo no início de seu governo e deixa claro que a
política comercial dos EUA será feita para atender única e exclusividade os interesses
americanos (discurso na APEC, 2017)
CPTPP; mudança de nome; Japão atuou para que continuasse valendo
o Disputas comerciais
o Compensações financeiras / ameaças de retirada de tropas
A proteção oferecida deve ser remunerada
Índia e o Quadrilateral Security Dialogue – QUAD (Índia, EUA, Japão e Austrália) – democracias que se
preocupam com a ascensão chinesa; mas foi criado dez anos antes pelo Japão; ganha força com o Trump
o Exercise Malabar (2020)
Exercício militar no golfo de Bengala, maior baía do mundo, conduzido pela Índia
Envolveu os quatro membros do QUAD
Austrália foi vocal em acusar a China sobre a pandemia de COVID-19; em 2020, abriu guerra
comercial com a China
Exercício militar naval; uma resposta à ascensão naval chinesa em um contexto de projeção
sobre a região do Mar do Sul da China; é relevante e tem uma simbologia importante esse
treinamento
Governo Biden
“American leadership must meet this new moment of advancing authoritarianism, including the growing ambitions
of China to rival the United States and the determination of Russia to damage and disrupt our democracy”.
“(…) we’ll also take on directly the challenges posed by our prosperity, security and democratic values by our most
serious competitor, China. We’ll confront China’s economic abuses, counter its aggressive course of action to push
back on China’s attack on human rights, intellectual property and global governance.”
“But we are ready to work with Beijing when it’s in America’s interest to do so.” We’ve also re-engaged with the
World Health Organization, that way we can build better global preparedness to counter COVID-19 as well as detect
and prevent future pandemics, because there will be more.
China
o Sanções renovadas em função de Xinjiang – violação de direitos humanos; maioria muçulmana –
produção de algodão na região com base em trabalho escravo (EUA, Canadá, UE e Reino Unido)
o Tarifas impostas por Trump não foram levantadas
o “Alaska Summit” (Antony Blinken - Yang Jiechi) secretário de estado dos EUA e seu homólogo chinês
Desacordos: críticas de ambos os lados
Comércio
Direitos humanos e liberdade política
Assertividade da China
Resultado positivo:
o Grupo de trabalho sobre mudança do clima; ambos estão dispostos a cooperar
o EUA querem voltar ao protagonismo na questão climática/ China tenta reduzir emissões e passar por
revolução verde; Trump era um crítico do Acordo de Paris, inclusive se retirou
“On day one, I signed the paperwork to rejoin the Paris climate agreement. We’re taking steps led by an example of
integrating climate objectives across all of our diplomacy and raising the ambition of our climate targets.”
“I’ll be hosting a climate leaders summit to address the climate crisis on Earth Day of this year. America must lead in
the face of this existential threat, and just as with the pandemic, it requires global cooperation.”
Europa
Governo Trump
Relações tencionadas
o OTAN: críticas de Trump e questões estratégicas; Europeus criticavam postura leniente diante da
Rússia
o Brexit: Trump fazia críticas ao programa de integração e era favorável ao rompimento
o Dossiê iraniano: EUA saem do programa nuclear com o Irã
o Relações Comerciais: batalhas da guerra comercial impactaram a Europa
o Reflexos da "competição entre grandes potências"
5G: UE ficou entre EUA e China; há pressão americana para não adoção da tecnologia
chinesa
Cinturão e Rota da Seda: Itália aderiu formalmente o projeto, EUA viram com maus olhos
China-CEEC: Acordo de Cooperação Econômica entre China e Europa Central e Oriental,
inclusive alguns pertencentes à União Europeia
OTAN
o Críticas
Meta: 2% do orçamento em defesa; compromisso geral que se aplica a todos, mas apenas 8
dos 29 estavam cumprindo, o que gerou crítica por parte dos EUA. Trump conseguiu
negociação para reduzir a participação, o que levou a um aumento por parte de Canadá e UE
Alemanha
o 1,2% do orçamento em defesa; Alemanha foi a mais criticada por Trump
o Retirada de tropas; anunciou a retirada de 12 mil de 35 mil soldados do território alemão
o Sede do Comando Europeu dos Estados Unidos de Stuttgart para Mons (Bélgica)
Medidas suspensas por Biden
Polônia
o Contrato militar de US$ 4,75 bilhões (2018); maior da história da Polônia (antimíssil), gerou críticas
por parte da Rússia
o Acordo de cooperação em defesa (2020)
100 anos da vitória da Polônia na guerra Polaco-Soviética de 1920
o Tropas remanejadas da Alemanha para a Polônia
Somar-se-iam às 4.500 já presentes (2014); foram enviados no contexto da anexação da
Crimeia pela Rússia em 2014, governo Obama
Transferência de parte da presença dos EUA/OTAN no continente da “velha Europa” (Donald Rumsfeld)
(Bonn, Paris) para o leste europeu.
Grécia
o Acordo de Cooperação e Defesa Mútua (2019); permitiu a expansão da rede de bases dos EUA na
Grécia, sendo a maior delas a de Alexandrópolis. Importante em função da aproximação de Putin e
Erdogan. EUA remanejou parte do contingente da Turquia para a Grécia
Base aérea e naval em Alexandrópolis
Comércio
o Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP)
2013 → Reposicionamento geopolítico e geoeconômico; projeto do governo Obama cuja
meta era finalizar as negociações em 2015; inseridas no reposicionamento geopolítico do
Atlântico para o Pacífico, especialmente para a Ásia. Não foi possível, houve uma série de
desentendimentos e em 2018 Trump suspende as negociações
2018 → Suspensão das negociações
o Governo Trump
Manutenção da política de linha-dura
Sanções (agosto/2017); Trump aprovou sanções estabelecidas pelo congresso dos
EUA contra a Rússia (relacionadas com espionagem, Ucrânia). Mais tarde armas
químicas, russos romperam acordo em relação a armas químicas
Ucrânia; EUA participaram de treinamentos militares conjuntos com os ucranianos,
o que gerou críticas da Rússia
Acordo sobre Forças Nucleares Intermediárias (INF) e Treaty on Open Skies; com a
deterioração das relações EUA deixam os dois tratados, que fazem parte do
arcabouço bilateral, que se integra ao arcabouço multilateral de não proliferação de
armas nucleares. EUA alega que Rússia não estava cumprindo sua parte nos acordo
Dependência energética da UE; EUA criticam a dependência dos europeus em
relação à Rússia; há um projeto que ligará um gasoduto (Nord Stream - retorno das
obras em 2020) entre Rússia e Alemanha (faz uso da tecnologia 5G da China)
Belarus (governo do socialista Alexander Lukashenko); EUA é a favor da queda do
governo, que é aliado da Rússia
o Governo Biden
Sem perspectivas de mudanças substanciais
Novas sanções estabelecidas já no começo do governo
o Foco: economia russa; já tinha ocorrido na época da anexação da Crimeia.
Títulos da dívida russa não puderam ser negociados no mercado financeiro
americano
Regime internacional de controle de armas
o renovação do START; acordo de controle de armamento que foi renovado
por Biden; não haveria controle da produção doméstica
“That’s why yesterday the United States and Russia agreed to extend the new START treaty for five years to
preserve the only remaining treaty between our countries, safeguarding nuclear stability. “
“We will not hesitate to raise the cost on Russia and defend our vital interest in our people.
“The politically motivated jailing Alexei Navalny (opositor de Putin) and the Russian efforts to suppress
freedom of expression”
América Latina
Região de “menor densidade” desde o final da Guerra Fria; foco é o Indo-Pacífico e Europa
o Revolução cubana; trouxe o conflito ideológico para o continente, o que forçou maior atenção por
parte dos EUA. Com o fim da guerra Fria isso deixou de ser premente
o Collor e Menem; se aproximam da retórica dos EUA com a adesão ao Consenso de Washington, o
que torna a região mais estável do ponto de vista dos americanos
Anos 2000
o Crescimento de governos de esquerda; postura mais nacionalista e centralizadora. EUA adota a
postura de esquerda responsável, que é o reconhecimento de que alguma ortodoxia e o livre
mercado é importante no combate à pobreza e desenvolvimento econômico, além de valorização da
democracia e rotatividade de poder
“Esquerdas Responsáveis”; principais casos são Lula e Bachelet
Compartilhamento de valores
Exemplo às demais
Governo Obama
o Normalização das relações diplomáticas com Cuba
Participação na 7ª Cúpula das Américas; primeira vez que Cuba participa desde de que a
Cúpula foi institucionalizada na década de 1990
Na América Latina e na África, os EUA mais reagiam do que agiam e buscavam não perder ou recuperar
espaços para China, Rússia e Índia.
Governo Trump
o Baixo engajamento propositivo, porém maior atenção aos desafios provenientes da região; desafios
vindos de fora (presença de China, Rússia e Índia) e de dentro (instabilidades e governos contrários
aos EUA, como Cuba, Nicarágua e Venezuela (troica da tirania), tidos como a maior ameaça aos
valores e interesses dos EUA no continente
o “Visitas”
Buenos Aires, 2018 → G20; única vez que veio à América Latina, não foi uma visita bilateral,
mas uma cúpula do G20
Visitas oficiais apenas pelo VP ou pelo Secretário de Estado
o “Troica da tirania”
Cuba, Nicarágua e Venezuela
Ameaça aos interesses norte-americanos
o Cuba
Reversão parcial; não houve rompimento das relações diplomáticas, mas houve acirramento
Restrições a viagens; Obama tinha flexibilizado, Trump impõe restrições
Limites de remessas por cubanos que têm família em Cuba
Proibição de transações comerciais e financeiras
Redução pessoal da Embaixada em Havana
Título III da Lei Helms-Burton (1996); lei de 1996 que foi retomada. Há uma diáspora
cubana localizada principalmente na Flórida. Permite que essas pessoas possam
reclamar perda de bens quando da encampação de bens durante a Revolução
Cubana
o Venezuela
Juan Guaidó como presidente interino
“Todas as opções estão sobre a mesa“, mas preferência pelo desenlace pacífico.
Medidas de pressão política, diplomática e econômica (imposição de sanções que
restringem a capacidade econômica do governo).
Concertação regional e internacional; OEA com evocação do TIAR e apoio ao Grupo
de Lima; reconheceu a participação/contribuição do Brasil no processo; levou a
questão aos europeus para aumentar a pressão
o “Northern Triangle”; países que representam a maior ameaça em termos de imigração, não apenas
como nacionais, mas também como porta de entrada. Trump ameaça a romper a ajuda para
desenvolvimento econômico e ajuda humanitária caso as imigrações não fossem contidas
El Salvador, Honduras e Guatemala
Ajuda ao desenvolvimento
o México
“Remain in Mexico”
Muro; projeto simbólico
Único grande país da região com fortes laços econômicos com os Estados Unidos
“I’m approving an executive order to begin the hard work of restoring our refugee admissions program to help
meet the unprecedented global need.”
“This executive order will position us to be able to raise the refugee admissions back up to 125,000 persons for
the first full fiscal year”
Celeridade/Volume
o Abertura total; haverá o cuidado, não ocorrerá uma abertura total, o que Biden está propondo é
maior celeridade nas admissões; não haverá rompimento na ajuda, a cooperação é importante para
lidar com as causas da imigração
Governo Trump
o Aumento do orçamento da DEA
o Colômbia
“The 1980s and 1990s drug war playbook” (Plano Côlômbia)
Fumigação química das plantações de coca e maconha (feita por aviões pode
contaminar pessoas, rios e regiões) + repressão/enforcement (Trump mandou 800
pessoas da força americana para ajudar na repressão do crime; Colômbia como
principal foco, parceiro antigo
Juan Orlando Hernández da Honduras e Rodrigo Duterte das Filipinas; presidentes que se
favoreceram da mesma política implementada na Colômbia
Governo Biden
o Críticas a Trump por não conseguir fazer face à crescente influência chinesa.
É uma retórica, pois desde o início do século que há um distanciamento americano da
região. Biden foi vice de Obama
África
Nova Estratégia para África (2018)
o Objetivos
Contenção da presença chinesa e russa; tanto China, principalmente, quanto Rússia estão
investindo na região
OBOR; Financiamento (Zambia, Djibuti)
Contenção terrorismo
o Focos
Comércio e investimentos
Segurança
Democracia
o Seletividade
Missões de Paz
Oportunidades para os americanos
Histórico e características
Parceiro tradicional e inescapável; tradicional porque são dois séculos de relações e inescapável porque se
trata das duas maiores democracias no continente
o Dois séculos de relações
1824: José Silvestre Rebello; primeiro a apresentar cartas referenciais no Império
1905: Joaquim Nabuco; primeira embaixada brasileira em Washington, sendo Nabuco o
primeiro embaixador
Possibilidade de conflitos
o Espionagem; governo Obama ao governo Dilma
o Guerra comercial
Desafio da China: realidade inédita? A Ascensão chinesa é mundial e traz impactos na relação dos países com
os EUA. Pode abrir caminho para um estreitamento nas relações entre Brasil e EUA
Obs.: Diferenças, porém, são compatíveis com um bom nível geral de relacionamento político-diplomático; é a tônica
da relação entre Brasil e EUA
Brasil: interlocutor necessário na região sul-americana; Brasil como interlocutor para resolver questões no
continente
o MINUSTAH
o UNASUL; não foi vista com maus olhos pelos EUA; houve ascensão de governos de esquerda que
visava o desenvolvimento regional, o que traz estabilidade à região e por consequência menor
ameaça aos EUA
o Grupo de Lima; Trump apoiou o grupo. Em 2019, à margem das reuniões da AGNU ele se reuniu com
presidentes membros do grupo de Lima e houve reconhecimento do protagonismo brasileiro
Compartilhamento de valores
“Defending freedom, championing opportunity, upholding universal rights, respecting the rule of law and
treating every person with dignity. That’s the grounding wire of our global policy, our global power”.
Agenda dos 10 pontos: identificação e promoção de projetos passíveis de implementação em prazo curto
I. Facilitação de Comércio e Convergência Regulatória
II. Investimentos
III. Aviação
IV. Espaço
V. Infraestrutura e Energia
VI. Agricultura
VII. Súde
VIII. Economia Digital e Manufatura Avançada
IX. Defesa
X. Segurança
Proposta original
o Acordo de Reconhecimento Mútuo entre os programas de Operador Econômico Autorizado
Maior interessado no Brasil era a Receita Federal em acordo firmado com sua homóloga
americana; procedimentos alfandegários, tratamento de bens na fronteira, facilitar,
desburocratizar
Resultado Final
o Protocolo sobre Regras Comerciais e Transparência (2020)
Atualiza o ATEC (Acordo de Cooperação Econômica e Comercial) com a adoção dos três
anexos abaixo; ideia de comércio justo
Facilitação de comércio e administração aduaneira;
Boas práticas regulatórias;
Anticorrupção
o Complementa reformas domésticas; lei de agências reguladoras e liberdade econômica realizadas no
começo do governo Bolsonaro
Comércio Geral
Economias complementares – Brasil importa carvão utilizado na produção do aço e exporta aço
semiacabado para os EUA
Principal parceiro comercial → 2008 → Segundo principal parceiro comercial do Brasil
Exportações: 10%
o Principal destino de manufaturados; China compra produto primário
Importações: 17%
Fonte: http://comexstat.mdic.gov.br/pt/comex-vis
II. INVESTIMENTOS
Duas reuniões
o 2019: 10ª; Washington
o 2020: 11ª; Brasília
Antecedentes
o 2007
o 2015; foi a nona
Investimentos Geral
China e EUA têm revezado no posto de principal investidor estrangeiro no Brasil ano a ano .
Os EUA detêm o maior estoque: US$ 68 bi.
3.000 empresas americanas atuam no Brasil em áreas diversas, como petróleo, gás, energia elétrica, bancos,
telecomunicações, atividades imobiliárias, automóveis, metalurgia e agricultura.
o Filiais de empresas norte-americanas no Brasil empregam diretamente quase 700 mil pessoas e são
responsáveis por quase US$ 9 bilhões em exportações.
Estoque brasileiro de investimento nos EUA está estimado em US$ 43 bi.
o Estima-se que os investimentos brasileiros empreguem 100 mil pessoas nos EUA.
Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (CEBEU)
o 1976: maior e mais antigo mecanismo empresarial de diálogo entre os dois
III. AVIAÇÃO
IV. ESPAÇO
Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST); possibilita a utilização comercial do Centro de Alcântara
o Utilização comercial do Centro Espacial de Alcântara para lançamentos de satélites e outros objetos
espaciais que contenham tecnologia norte-americana. Significa que a tecnologia americana será
preservada nos objetos que serão lançados da base
2001: começou a ser negociado no governo FHC; preocupação do Congresso em relação à
soberania nacional
2018: negociação finalizada
2019: ratificado
o Antedeu a preocupações brasileiras:
Uso dos recursos provenientes da exploração comercial de Alcântara no programa espacial
brasileiro; rendimentos podem ser utilizados no programa espacial brasileiro
áreas restritas se encontram dentro da jurisdição territorial do Brasil
EUA devem informar sobre a presença de materiais radioativos ou nocivos ao meio
ambiente ou à saúde humana
o Mercado espacial mundial - segmento de lançamentos; Brasil terá mais contato, possibilita
transferência de tecnologia, estimula o desenvolvimento científico
V. INFRAESTRUTURA E ENERGIA
Memorando sobre o intercâmbio de informações científicas e técnicas; memorandos são assinados por
ministros
Eventos técnicos/regulatórios em aviação, transporte e energia;
o Memorando de Cooperação para o Desenvolvimento da Infraestrutura
Energia Geral
Marcos
o 2003: MoU para Cooperação em Energia.
o 2007: MoU para Cooperação em Biocombustíveis; expandir o consumo de etanol
o 2011: MoU para Cooperação em Biocombustíveis para aviação.
o 2011: Diálogo Estratégico de Energia (uniu os dois trilhos).
Plano de Ação sobre Cooperação Energética Brasil-EUA
VI. AGRICULTURA
Competição, mas sinergia. Guerra comercial entre EUA e China favoreceu inicialmente as exportações
brasileiras para a China, mas a imposição de quotas aos chineses causa preocupação aos produtores
brasileiros
o Reativação do Comitê Consultivo Agrícola
o Grupo Agrícola do Hemisfério Ocidental; Brasil, Argentina, EUA, Canadá e México – inovação no
setor agrícola (insumos, variedade de sementes, biotecnologia)
Acesso a Mercados
o Carne bovina in natura (interesse do Brasil)
2016:
2017-2020: exportações brasileiras foram suspensas em 2017 e retornaram em 2020
(contexto da operação carne fraca)
o Carne suína (interesse dos EUA)
o Trigo
TRQ = quota tarifária; Brasil havia se comprometido em 1996 com a quota de 10%, mas os
sócios do Mercosul passaram a exportar mais para a Ásia e colocar em risco o abastecimento
brasileiro. Brasil então reviu a tarifa possibilitando a entrada de uma quota de 750 mil
toneladas a taxa zero. É revisada anualmente. EUA e Canadá devem se beneficiar, mas
também União Europeia e Rússia
o Etanol-Açúcar
2010: etanol na lista de exceções à TEC
2011: fim das barreiras e subsídios protecionistas dos EUA contra etanol importado; Brasil
passou importar muito mais
2017: estabelecimento de quota de importação; 1,2 milhão de litros
EUA: retorno ao livre comércio.
Brasil: vinculação etanol-açúcar
EUA queriam o fim da quota, que venceria em 2019, houve a prorrogação por mais
um ano. Brasil queria vincular a negociação ao açúcar
o 2020:
Declaração Conjunta
Discussões orientadas a aumentar o acesso ao mercado de etanol, açúcar e milho
Renovação da quota de etanol por três meses
Aumento da quota brasileira para exportação de açúcar
Em 2020, voltaria a viger a TEC de 20%; EUA aceitaram a incluir a negociação do milho e
açúcar. Não chegou a um acordo, está na agenda
VII. SAÚDE
Doação de medicamentos para combate à COVID e de ventiladores; foi o que teve de mais concreto
Acordo de Cooperação em Ciência e Tecnologia (1984); foi a origem do que veio a ser as comissões de 2015
e 2020
Temas:
o observação da Terra
o ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM)
o manufatura avançada
o pesquisa em física de partículas
Visitas
o Brasil: Presidente da República, de ministros da Defesa, dos comandantes das três Forças Armadas,
do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas
o EUA: vice-presidente Mike Pence, o secretário de Defesa, o chefe do Estado Maior Conjunto das
Forças Armadas, comandantes das Forças Armadas e o comandante do Comando Sul dos EUA
“Aliado Prioritário Extra-OTAN" (Major Non-NATO Ally - MNNA); reconhecimento por parte dos EUA de o
Brasil é um parceiro estratégico em temas de interesse dos americanos. Aumenta a possibilidade de
parcerias e intercâmbio. Facilita a participação em processo licitatório do governo dos EUA
o Intercâmbio e de assistência militar;
o Compra de material de defesa/acesso a equipamentos;
o Treinamentos conjuntos
Defesa Geral
Marcos:
o Acordo de Cooperação em Defesa (a.2010) (r.2015); troca de informação, exercícios militares,
facilitar compra de equipamentos, transferência de tecnologia
o Acordo Geral sobre Proteção de Informações Militares (a.2010) (r.2015); salvaguardas
o Diálogo de Cooperação em Defesa (2012)
o Embraer venceu concorrência LAS – Light Air Support da Força Aérea dos EUA para fornecimento de
20 aviões de ataque “A-29 Super Tucano” que serão usados pela Força Aérea afegã
X. SEGURANÇA
Antecedentes
o Declaração Conjunta sobre Mudança de Clima (2015); pré-COP21, reforço dos compromissos de
Brasil e EUA
Iniciativa Conjunta Brasil-Estados Unidos sobre Mudança do Clima
o Uso da terra
Práticas de baixo carbono em terras agrícolas e pastagens; pecuária é muito poluidora
o Energia limpa
o Medidas da adaptação
Governo Biden:
Brasil
o Apresentação de NDC revisada à UNFCCC (dez.2020)
o Ratificação do Protocolo de Nagoya sobre Acesso e Repartição de Benefícios da Convenção de
Diversidade Biológica (mar.2021); biodiversidade implica recursos genéticos, são bens que devem
ser preservado. A utilização do açaí brasileiro por outro país deve ser remunerado e ser revertido
para as comunidades locais produtoras
o "Agriculture Innovation Mission for Climate (AIM-C)"; iniciativa de EUA e Emirados Árabes Unidos;
inovação tecnológica no setor agrícola para reduzir a poluição; integração lavoura-pecuária-floresta
(sequestrar o carbono)
Reunião virtual com enviado presidencial para o clima, John Kerry (MRE e MMA)
o Possibilidades de cooperação e diálogo na área de mudança do clima e de combate ao
desmatamento
o i) Diálogo de Parceria Econômica e Financeira (2007) → Reunião entre ministro da Fazenda do Brasil
e secretário do Tesouro norte americano.
o ii) Diálogo de Parceria Global (2010) → Reuniões entre ministro das Relações Exteriores e Secretário
de Estado.
o iii) Diálogo Estratégico sobre Energia (2011) → Reuniões entre o Ministério de Minas e Energia e
Departamento de Energia dos EUA.
o iv) Diálogo de Cooperação em Defesa (2012) → Reuniões entre ministro de Defesa e secretário da
Defesa.
Diálogo de Parceria Estratégica (2019) → Reuniões entre ministro das Relações Exteriores e Secretário de
Estado. É uma novidade que ocorreu com a visita de Bolsonaro aos EUA em 2019
o Reunião inaugural: 2019
o Objetivos
intercâmbio de opiniões e a coordenação sobre temas regionais e globais
acompanhamento dos projetos prioritários (10 pontos); concluir negociações
seguimento de visitas presidenciais
identificar novas oportunidades de cooperação
Pilares
o i. apoio à governança democrática,
o ii. promoção da prosperidade econômica e
o iii. fortalecimento da cooperação em segurança e defesa
Estruturas Europeias
Âmbitos supranacional e intergovernamental: dois âmbitos de construção, nível comunitário, que se impõe aos
estados-membros e horizontal, que ocorre entre os Estados, não sendo hierarquizado
Supranacional:
o Nível comunitário
o Processo decisório hierarquizado
Intergovernamental
o Negociações horizontais
o Processo decisório não hierarquizado
Conselho Europeu
O Conselho Europeu não participa do processo legislativo da União Europeia, mas é o órgão político mais alto, pois
reúne chefes de estado e de governo e determina as principais prioridades e políticas da União Europeia, o que
baliza o trabalho da UE
Criação: 1974
o Objetivo: proporcionar aos Chefes de Estado ou de Governo uma instância informal de debate
Pode fazer uma paralelo com o Senado, é onde os Estados estão representados; é composto por ministros de Estado
por área temática. O Parlamento Europeu é como se fosse a Câmara dos Deputados
Intergovernamental
Se reúnem os representantes dos governos dos Estados-Membros com competência sobre um domínio
específico.
o Justiça, Meio Ambiente, Defesa, Política Externa, Economia e Finanças, Agricultura, Educação,
Telecomunicações e etc.
Órgão legislativo
o Em codecisão (vota) com o Parlamento Europeu
Comissão Europeia
Órgão executivo
o Interesses da União Europeia
Participa da “Troika” – criada quando houve a crise da dívida soberana, principalmente
Grécia; meio pelo qual Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI puderam
supervisionar a maneira com que a Grécia estava gerindo a sua dívida.
Funções
o Propor projetos de lei
o Gerir o orçamento que foi previamente aprovado; escolhe os projetos
o Assegurar o cumprimento das políticas e do direito europeu (guardiã dos tratados)
o Representar a UE no exterior (assina acordos como o assinado com o Mercosul; OMC; G7; G20 etc)
Acordos, Ois e agrupamentos.
Formação
o Comissários: um por país (mandatos de 5 anos); espécie de ministérios
o Presidente: Ursula von der Leyen
Dividida em direções e serviços
Parlamento Europeu
Evolução histórica
o 1952: Assembleia Comum da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA)
o 1958: Assembleia Parlamentar Europeia
o 1962: Parlamento Europeu
o 1979: primeiras eleições diretas
o 2019: 2020-2024
o 2020: Redução de 751 para 705 parlamentares; em função do Brexit houve a redução, mas não igual,
alguns países ganharam algumas vagas
Distribuição entre os Estados-Membros: Critério da proporcionalidade degressiva
6 / 99; mínimo de seis e máximo de 99 por país; atenua o desequilíbrio população
(população da Alemanha é muito maior que a população de Malta)
Organização
o Grupos Políticos
7 Grupos
Eleições de 2019
Maioria Centro (45%), mas avanço tanto dos partidos liberais e verdes quanto dos
de direita e eurocéticos
o Atribuições
Gradual aumento das atribuições como colegislador
2009: Tratado de Lisboa
o 40 novas áreas; cobre todo o campo produtor de norma da UE
o Participação no processo de aprovação de tratados
Fiscaliza o trabalho da Comissão
Aprova o orçamento da EU
Centr-esquerda = EPP e S&D
1998: Funcionamento
1999: Euro como meio de pagamento eletrônico
2002: Euro como papel-moeda.
Interpreta o Direito da UE
Resolve litígios que envolvam as instituições europeias
o Envolvendo tanto empresas quanto casos trazidos pelos Estados
Composição
o Um juiz de cada país-Membros
o 8 “advogados-gerais”
Competências
o Pedidos de decisão a título prejudicial; significa pedir explicação da norma, quando tribunais locais
vão aplicar uma norma internamente
o Ações por incumprimento;
o Ações por omissão; contra instituições da própria UE
o Recursos de anulação; legislação nacional contrária às comunitárias
o Ações diretas; pessoas físicas jurídicas têm acesso ao tribunal
Criação
o 1949: mais antiga instituição europeia em funcionamento
Função
o Defesa dos direitos humanos, do desenvolvimento democrático e do Estado de Direito na Europa
Convenção Europeia dos Direitos Humanos e o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos
Estados-Partes
o 47 Estados, incluindo os 27 que formam a União Europeia
Apenas Belarus está fora
União Europeia não está presente, mas incorporou as normas de Direitos Humanos
Histórico de Integração
1944: BENELUX
o Criar uma zona de livre comércio entre eles
1948: Organização Europeia para Cooperação Econômica (OECE)
o Organização para gerir os recursos do Plano Marshall
1950: Robert Schumann, ministro francês dos Negócios Estrangeiros, apresenta o seu plano para uma
cooperação aprofundada (visão kantiana). Bebe de ideias liberais
o Confederação de Estados
o O dia 9 de Maio passou a ser o "Dia da Europa"
Dia que o projeto foi apresentado
1951: Tratado de Paris → CECA
o Mercados de carvão e aço sob uma única organização. Indústrias estratégicas para recuperar a
Europa depois da guerra. Outra questão é colocar sob o mesmo arcabouço institucional as regiões
da Alsácia e Lorena, marcada por conflitos entre Alemanha e França. Evitar competição entre
Estados para atuar de forma cooperada
o Alemanha, a França, a Itália, a Bélgica, Luxemburgo e os Países Baixos
Colocar as suas indústrias do carvão e do aço sob uma autoridade comum
1952: Comunidade Europeia de Defesa
1957: Tratado de Roma → CEE & CEEA
o Europa dos 6 (mesmos que assinaram o Tratado de Paris)
o Marco inicial do processo de integração da EU
Atribui personalidade jurídica tanto à Comunidade Econômica Europeia quanto à
Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euraton)
o Primeiros traços de supranacionalidade da integração e formação de um mercado comum europeu
até então limitado ao carvão e aço
Redemocratizações:
o 1974: Revolução dos Cravos (Portuga) e fim da Ditadura dos Coroneis (Grécia)
o 1975: morte do General Franco
Conferências de Lomé
o 1975 e 1979
Realizada entre a União Europeia e suas ex-colônias
2004:
o Constituição Europeia
Ordenamento jurídico com regras básicas, mas não deu certo; Holanda e França não
aceitaram em plebiscito local
2007: Europa dos 27
o Bulgária e Romênia
Cenário atual
Desafios
o Candidaturas existem, mas avançam de forma desigual
Candidaturas Delicadas
Macedônia do Norte
o Veto grego levantado em 2019; ligado ao nome. Grécia entende que o nome não poderia ser
adotado, porque remete à Grécia antiga. Com a mudança para Macedônia do norte a Grécia para de
obstruir
o Veto francês; entende que a institucionalidade do Estado ainda é frágil, instituições precisam
fortalecer-se
Kosovo
o Espanha, Romênia, Eslováquia, Grécia e Chipre (não reconhecem a independência declarada de
forma unilateral pelo Kosovo).
o Acordo de Estabilização e Associação entre UE e Kosovo (2014)
Parceria Oriental
o Belarus, Ucrânia, Moldávia
o Geórgia, Armênia, Azerbaijão (Cáucaso)
o Complicações
Situação política: regime de Erdogan busca o fechamento, além da aproximação com a
Rússia
Curdos, reconhecimento do genocídio armênio e redução das liberdades
democráticas
Peso demográfico
É um estado secular, mas a religião predominante é a dos muçulmanos sunitas. Por
sua população, a Turquia se tornaria o membro com o maior número de
representantes no Parlamento Europeu, o que traz um peso. A Europa não se
enxerga como de cultura muçulmana. Emborra os representantes do Parlamento
Europeu não representem os seus estados, mas todos os europeus
Relações com Chipre
Possui duas origens populacionais: gregos e turcos
Golpe de estado em 1974; gregos tomam o poder. Turquia invade como reação a
parte Norte do Chipre. A divisão persiste e há uma declaração unilateral do Chipre
do norte, pouco reconhecido internacionalmente, apenas pela Turquia
Imigração
União Europeia quer que a Turquia funcione como um ferrolho; Turquia exige
compensação financeira
Marrocos (1987)
o Pedido de adesão recusado
o Recebe pacote de ajuda financeira
Noruega
o Referendos em 1972 e 1994
o População negou
Suíça
o Referendo em 1995
o População negou
Islândia
o Decisão em 2015
o Política Comum para Pesca da União Europeia
Países têm cotas de pesca, ideia é evitar a competição. Islândia e Noruega têm na pesca
importante fonte de renda e não querem aderir ao sistema de cotas
o Desigualdades
o Sistema financeiro foi destruído em 2008; em 2013, partido social-democrata que pediu o ingresso
perde a eleição e é substituído por um partido de centro-direita, que não era adepto da tese
o Só poderá candidatar-se novamente se tiver apoio popular
Tratado de Lisboa
Assinatura: 13.dez.2007
Entrada em vigor: 1º.dez.2009
Objetivos: tornar a UE mais democrática e eficaz e mais apta a resolver problemas em nível mundial, como
as alterações climáticas, permitindo-lhe falar a uma só voz.
Principais mudanças
Institucional
o Uma amálgama de tratados e de emendas a tratados anteriores (consolidação de legislações)
"Tratado da União Europeia" e "Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia “
Legislativo
Em Maastricht, falava-se em pilares, jáa Lisboa a ideia é de domínios, com diversas competências
Competência Exclusiva
o Comércio, política monetária, pesca
Competência Partilhada; reparte a competência, mas a proeminência é da UE, poderá atuar livremente
quando não houver legislação por parte da UE
o segurança e justiça, políticas sociais, PAC (política agrícola comum), energia
Competências particulares
A coordenação das políticas econômicas e de emprego (artigo 5.º do Tratado de Funcionamento da UE).
Define e implementa a Política Externa e de Segurança Comum
Princípio da Atribuição
o “Cláusula de flexibilidade” (artigo 352.º do Tratado de Funcionamento da UE),
Princípio da Proporcionalidade
o tem a ver com o sentido de necessidade. O que é necessário para atingir o objetivo.
Princípio da Subsidiariedade
o Supervisão dos parlamentos nacionais. Relação com a competência partilhada;
O procedimento legislativo na UE inicia-se por projeto apresentado pela Comissão Europeia. Cada projeto é
analisado pelo Parlamento e pelo Conselho da UE e deve haver aprovação em ambos. No Conselho, a aprovação
depende da chamada dupla maioria, i.e., aprovação de 55% dos membros e que representem mais de 65% da
população da UE. Ademais, quatro Estados podem bloquear as votações. Há, porém, projetos que somente são
aprovados por unanimidade. No Parlamento, basta maioria simples.
Política Externa e de Segurança Comum (PESC) e Política Comum de Segurança e Defesa (PCSD)
PESC
PCSD
Eixos de Atuação
Parceiro da ONU
Bloco Comercial
Obs.: além do site da Comissão Europeia (fatos), o site da diploweb é muito bom (análise) para assuntos europeus
Autonomia Estratégica
Poder? Integração como forma de evitar a potência de defesa; relegado a OTAN, ela faria a defesa das
fronteiras europeias
o Objetivo original da construção institucional da Europa: garantir a paz via integração
Potência econômica e ideológica
Potência militar e de defesa
A ideia é se defender sem precisar depender da OTAN ou dos EUA para poder garantir a
ideia de potência econômica e ideológica
Presidência Trump
o Catalisador, mas debate não é novo; remonta a 2013 (crise da Síria que teve uso de armas químicas
e EUA preferiram a via diplomática, quando a UE queria a intervenção)
Estratégia Global para a Política Externa e de Segurança da UE
« Il s’agit de penser les termes de la souveraineté et de l’autonomie stratégique européennes, pour pouvoir penser
par nous-mêmes et non pas devenir le vassal de telle ou telle puissance et ne plus avoir notre mot à dire ».
« Sur le plan géostratégique, nous avons oublié de penser car nous pensions par le truchement de l’OTAN nos
relations géopolitiques »
« l’Europe retrouve les voies et les moyens de décider pour elle-même, de comptersur elle-même, de ne pas
dépendre des autres (…) et de pouvoir coopérer avec qui elle choisit »
Emmanuel Macron
Implementação do conceito
o Campo Econômico
o Grau aceitável de dependência de fornecedores externos versus nível necessário de autossuficiência
de certos produtos
quanto precisa desenvolver sua tecnologia e alimentos para não depender do exterior
(autossuficiência)
European Battery Alliance of batteries (2017)
European Raw Materials Alliance (2020)
Crises
Crise do Euro
o Plano Junker
Pacote de estímulos de mais de € 1 trilhão até 2016; proporcionar liquidez
Migração
o Síria, Iraque, Afeganistão, Líbia
o Política comum de asilo: distribuição proporcional
Reação
o Fortalecimento da cooperação judiciária e policial
Missão Sophia
Missão Triton
Força Eunavfor Med
COVID-19
Reação
o Consciência sistêmica de que o patrimônio institucional da UE precisa ser resguardado
o Next Generation EU (7/2020); aumentar a integração é preciso
€ 750 bilhões; foram divididos em empréstimos e subsídios; contribuição começa em 2028 e
todos os países deverão contribuir
A União Europeia confirmou nesta crise vários princípios fundamentais da sua história.
o L’axiome de Jean Monnet : « l’Europe se fera dans les crises et sera la somme des solutions
apportées à ces crises ».
o L’axiome de Herman van Rompuy : « le choix n’est pas entre la méthode communautaire et la
méthode intergouvernementale, il est entre une solution européenne et pas de solution du tout ».
o Et l’axiome de Jacques Delors : « l’Europe, c’est la compétition qui stimule, la coopération qui
renforce, la solidarité qui unit. »
Primeiras Impressões
Institucional/Mecanismos de Diálogos
Comércio
Pauta de Exportação
Pauta de Importação
Quase toda a pauta de importação é de industrializados, mas há diversificação não há dependência excessiva
de um produto
Desafios e controvérsias
Protecionismo agrícola: é muito difícil acessar o mercado europeu – medidas tarifárias e não-tarifárias. Há
muitas quotas
o Quotas; Entry Price System; Medidas SPS
UE identifica o Brasil como o 7º país que mais impõe barreiras contra produtos europeus
o Report From the Commission to the Parliament and the Council on Trade and Investment Barriers
DS472: Brazil — Certain Measures Concerning Taxation and Charges (AB, 2018)
o (i) a Lei de Informática (programa iniciado em 1991) e legislação derivada; (ii) o Programa de Apoio
ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Equipamentos para a TV Digital (PATVD); (iii) o
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PADIS); (iv) o
programa Inclusão Digital; (v) o programa Inovar-Auto; (vi) as suspensões da cobrança de tributos
nas aquisições de insumos por "empresas predominantemente exportadoras" (PEC na sigla em
inglês); e (vii) o Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras
(RECAP).
Considerou as sete medidas brasileiras, sob a alegação de que o país estava adotando
medidas proibidas pelas OMC. O painel foi desfavorável ao Brasil, mas o Órgão de Apelação
foi mais favorável e aceitou boa parte do argumento da defesa brasileira e muitas das
condenações foram revertidas: como PEC e RECAP, mas as políticas de estímulo à produção
doméstica foi condenada como os itens I, II, II, IV e V por exigirem componentes nacionais,
ferindo os artigos 1 e 3 do GATT. Brasil teve que alterar sua política industrial
Investimentos
Estoques
o Em 2015, o estoque de IED da UE no Brasil chegou a € 327,1 bilhões
48,5% da UE na América Latina
81%% da UE no Mercosul
Terceiro maior destino de IED extra-EU
o Perde apenas para Suíça e EUA
Fluxos (2006-2015)
o 1ª posição na América Latina
o 1ª posição entre os países do BRICS, com exceção de 2012 – China com Hong Kong
Entre 2006-2015
o Atividades econômicas: pauta de alto valor agregado
Manufatura (51,1%);
TIC e infraestrutura de internet (16,2%)
Serviços de negócios (9,9%)
Empregos
o 278 mil empregos
Automotivo, metais e comunicações
Investimentos do Brasil na UE
o Estoques:
EUR 127,6 bilhões
Brasil foi a quinta origem mundial fora da União Europeia
2006-2015
https://www.mzv.cz/file/2573046/mapa_de_investimentos_brasil_ue_versao_portugues_final_1.pdf
https://ec.europa.eu/trade/policy/countries-and-regions/countries/brazil/
Meio Ambiente
Diálogo entre Ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, e o Comissário do Meio Ambiente da EU,
Virginijus (jul.2020)
8º Diálogo Político de Alto Nível União Europeia-Brasil sobre a Dimensão Ambiental do Desenvolvimento
Sustentável (out.2020)
o Biodiversidade, bioeconomia, gestão sustentável dos recursos naturais, florestas e seus desafios;
o Economia circular, no contexto de padrões de produção e consumo sustentáveis, e eficiência de
recursos e
o Cooperação bilateral em água e saneamento básico
Preocupação com “vazamento de carbono”, com o “desmatamento importado” e com “competição desleal”.
o Due dilligence
Exige do setor privado europeu que os produtos importados sejam sustentáveis
o Carbon Border Adjustment Mechanism
Aplica-se a bens industriais e está relacionado a sobretaxa no caso de emissão de carbonos.
È questionado pela OMC, não tem base jurídica para ser adotado
Antecedentes
Negociações
Dificuldades
o Valor estratégico para EU
Quando as discussões iniciaram, estava em debate a questão da Alca. UE tinha receio de
ficar com acesso desprivilegiado se comparado com o que os EUA teriam. Com o fim da
possibilidade de instalação da Alca a UE perde o ímpeto em fechar um acordo
o União Aduaneira Imperfeita
Limita muito as ofertas do Mercosul
o Estruturas produtivas/Protecionismo agrícola
Mercosul é potência no agronegócio, está com a indústria encolhendo e os serviços são
razoavelmente competitivos
Setor agrícola europeu é fortemente subsidiado e os setores industrial e de serviços são
muito competitivos; mercados locais não querem enfrentar a competição
Revisão legal
o Não é de âmbito comercial, mas legal
MERCOSUL
o Não cogita renegociar ou reabrir o acordo
Equilíbrio negociador – se aumentar eventuais compromissos o equilíbrio seria rompido
(europeus querem regras mais estritas na questão ambiental e social). Mercosul afirma que
as negociações ocorreram no âmbito da Comissão Europeia e os países tinham acesso ao
que era discutido. Portanto, vê a atitude de alguns países europeus como medida
protecionista
Compromissos mais avançados sobre desenvolvimento sustentável – poucos acordos da UE
são tão avançados
Compromissos internacionais na área do meio ambiente: foram reafirmados
Diálogo e cooperação
Princípio da precaução – uma das partes do acordo pode adotar medidas destinadas
à proteção ainda antes de haver comprovação técnica ou científica
Magnitude do que foi negociado
Mercosul e UE representam 25% do PIB global – muitas oportunidades de negócio
que podem ser impulsionadas
Obs.: o silogismo europeu é o de que o Brasil irá exportar mais carne e alimentos, que são fruto de desmatamento e
de incremento da emissão de poluentes. Para o Brasil, a expansão se dá majoritariamente pelo aumento da
produtividade e por razão tecnológica e não por aumento da área plantada. Pelo contrário, havia área degradada e
foi recuperada por uma produção sustentável; a ideia de quotas foi replicada, não haverá um crescimento muito
expressivo. Legislação ambiental brasileira é muito avançada, com obrigação de preservação em área de
propriedade privada sem indenização por isso. 66% do território é de vegetação nativa. Muito associado à guerra de
imagens; Verdes cresceram no parlamento Europeu
Anos 1990
o I Reunião Ministerial UE-Grupo do Rio
o I Cúpula UE-AL/C
Rio de Janeiro (1999), Madri (2002), Guadalajara (2004), Viena (2006), Lima (2008) e Madri
(2010)
Retomada da negociação UE- Mercosul se deu depois dessa Cúpula
Anos 2010
o I e II Cúpula CELAC-UE
II Reunião de MREs da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos e da EU
(2018)
Foi a última grande reunião
Anos 2020
o Reunião Ministerial América Latina e Caribe – União Europeia
Painel temático III: Aliança Digital/ Cooperação Digital
Chanceler brasileiro participou; pode servir como cooperação
Sistema global precisará ser seguro; crimes cibernéticos, proteção de dados
https://www.mid.ru/en/foreign_policy/official_documents/-/asset_publisher/CptICkB6BZ29/content/id/2542248
Atributos: geografia (território extenso, acesso a águas frias (ártico) e quentes (Mar Negro)); energia (maior
produtor e exportador mundial de gás; maior produtor e segundo maior exportador de petróleo); arsenal
nuclear (em termos quantitativos é o maior arsenal do mundo, mais de 6 mil); poder de veto no Conselho de
Segurança; capacidade de articulação diplomática (multilateralismo via ONU e multipolaridade via
agrupamentos como BRICS, G-20, OCX e RIC). O primeiro é uma institucionalidade, o segundo não.
Questões estruturais: tensão inerente a um Estado centralizador em um território vasto; cultura política
patrimonialista; a “ditadura da lei” de Putin; capitalismo de Estado em uma democracia não liberal.
Impacto traumático da década de 1990: caos pós-dissolução soviética, divisão de estatais entre oligarcas,
crise financeira de 1998, guerras separatistas (Chechênia e Daguestão)
O Urso do Norte: com a dissolução da URSS, a superpotência hibernou, mas tendo despertado, buscará
retomar o lugar que julga merecer na nova ordem global.
Crise demográfica: de 1992 a 2008, população cai de 148 para 142 milhões. Em 2006, leis facilitam imigração
de russos étnicos. Crescimento tímido desde 2008 (desde 2014, estatísticas incluem a Crimeia, com cerca de
3 milhões); em 2018, declínio de volta – hoje são 146 milhões. A disparidade entre sexos é grande (86
homens para 100 mulheres; homens vivem em média 10 anos a menos – 66,5 contra 76,4; alcoolismo,
violência).
Economia pouco diversificada: alta dependência de recursos energéticos (em 2019, 24% do PIB e 62% das
exportações); União Europeia é destino relevante (recente aumento da China); após crises em 2008 e 2014-
16, ensaio de recuperação.
Soyuz/Brotherhood (1973/1984): Rússia-Europa Central via Ucrânia; impacto das crises entre russos e
ucranianos; Rússia busca alternativas desde 2019, para não depender da Ucrânia.
Nord Stream (2011) e Nord Stream 2 (previsto para 2021): gasodutos entre Rússia e Alemanha.
TurkStream (2020): Rússia-Turquia; sucedeu o malogrado projeto South Stream; projetos de conexão para
Grécia e Bulgária
Relações bilaterais e regionais
Rússia – China
Visão oficial: parceria com base em confiança mútua e cooperação estratégica crescente em todas as áreas;
países veem a adoção de posições similares diante de temas da agenda multilateral como base para
estabilidade regional e global. Aprofundamento da relação suplementa a integração da Eurásia e estabiliza o
sistema internacional.
Multipolaridade: BRICS é o maior exemplo, mas há iniciativas como a OCX (Rússia e China) e o RIC (fórum de
cooperação trilateral que também inclui a Índia)
Conselho de Segurança: frequente concertação em contraponto a o P-3 de EUA, França e Reino Unido;
convergência de posições sobre temas como terrorismo, separatismo e extremismo; países também
alinhados quanto a tecnologias da informação (proteção da informação).
Investimentos/energia: China é a maior parceira comercial da Rússia [corrente de USD 108 bi (2020),
superávit chinês]. Rússia exporta petroquímicos e minérios: aprofundamento da parceria energética,
expansão do fornecimento de gás por 30 anos e gasoduto (Power of Siberia) funcionando a partir de 2019,
eleva cooperação energética a um novo nível.
Concertação regional: por meio da OCX, países buscam estabilizar a Ásia Central, para viabilizar o
desenvolvimento da região (inclusive por meio da Rota da Seda); há coordenação de ações entre a UEE e a
Nova Rota da Seda, que pode acelerar o progresso entre os países envolvidos. Concertação para um Plano
de Ação sobre a Península Coreana (Rússia está a 50 Km da Coreia do norte (Vladivostok)
Questões de fronteira: cerca de 4.200 km de fronteira; acordo de demarcação em 1994 dirimiu dúvidas
acerca do pequeno trecho da fronteira entre os países (entre Cazaquistão e Mongólia); última pendência
resolvida em 2008. (não há mais pendências territoriais)
Assimetria econômica: PIB chinês equivale a sete Rússias; implicações de ordem material (orçamento militar
três vezes maior, por exemplo), como a Nova Rota da Seda (incursão sobre a Ásia Central; esfera de
influência russa, pode ser uma ameaça para os russos o avanço chinês) e projetos chineses no Ártico, ainda
que Moscou seja um aliado geopolítico e estratégico central para Pequim.
Dilema migratório: presença chinesa no pouco povoado Extremo Leste russo cria temores (ainda que o
envelhecimento tenha reduzido a presença recentemente). Receio de pleito por secessões. Estão
retornando para a China.
Rússia – Índia
Visão oficial: prioridades compartilhadas em política externa, laços históricos e confiança mútua; cooperação
multilateral e busca de aprofundamento bilateral, sobretudo comércio, economia e programas de
cooperação.
Marcos históricos: relação desde a URSS (visita de Khrushchev em 1955; Tratado de Amizade e Cooperação
de 1971); conexão com contenção da China por Moscou à época.
Relações políticas: Parceria Estratégica (2000), cúpulas anuais; no multilateral, Rússia apoia Índia no CSNU e
deu apoio à acessão do país à OCX; também apoia a Índia no Grupo de Supridores Nucleares (NSG) e na
APEC (Ásia-Pacífico, apesar de a Índia não ser do Pacífico).
Segurança e defesa: Rússia é principal fornecedor de armas convencionais à Índia, além de joint-ventures
para construção de helicópteros e navios de guerra; países conduzem exercícios militares e navais conjuntos;
em 2018, Índia adquire sistema S-400 de defesa antiaérea, mesmo diante de ameaças de sanções dos EUA.
Cooperação no setor aeroespacial, como na construção de aviões de caça. Em 2020, Conferência Russo-
Indiana de Indústrias de Defesa.
Energia: acordos para expansão do comércio energético, incluindo gás, petróleo e energia nuclear; acordo
(2008) para construção de mais de 20 reatores na Índia.
Rússia – Japão
Visão oficial: busca relações amistosas e cooperação com vistas a garantir segurança e estabilidade na região
da Ásia-Pacifico.
Histórico de conflitos: Guerra Russo-Japonesa (1904-05) com vitória japonesa e II Guerra Mundial (1939-
1945); nunca houve tratado de paz (Declaração Conjunta de 1956 deu fim ao estado de guerra); disputa
pelas Ilhas Curilas do Sul, anexadas pela URSS em 1945, segue. É interessante para os russos para acesso ao
Pacífico por águas quentes. Rússia propôs divir, mas o Japão negou.
Pós-Guerra Fria: Rússia tenta diálogo na década de 1990, mas sanções japonesas após o episódio da Crimeia
(2014) esfriam relação. Nova tentativa de retomada: negociações para gasoduto, MdE de cooperação e
retomada das negociações para a formalização do tratado de paz da II Guerra Mundial
Rússia – EUA
Visão oficial: busca relações mutuamente benéficas; consideração da grande responsabilidade dos dois
países na manutenção da estabilidade e da segurança internacional, e do potencial para comércio,
investimentos e cooperação bilateral em outros assuntos. Diálogo deve ser conduzido de forma previsível e
respeitosa (governo Trump não era previsível); Rússia não reconhece políticas de jurisdição extraterritorial
aplicadas pelos EUA, que desrespeitam o direito internacional (aplicar leis em outros territórios).
Deterioração bilateral: em 1999, bombardeio da OTAN na Iugoslávia inicia processo de desgaste, agravado
em 2014 com a crise ucraniana e as diferenças na Guerra da Síria; acusações de interferência russa nas
eleições de 2016 e de 2020. Eleição de Joe Biden aumenta incertezas (declarações e histórico de Biden).
Mecanismos bilaterais: com Trump, busca de diálogo político (em 2018, cúpula com Putin em Helsinque,
criticada pelo Parlamento); porém, crise doméstica nos EUA torna erráticas as ações de Trump, que alterna
críticas contra os russos a acenos como o convite para o G-7 em 2020.
Desarmamento: tensão bilateral após denúncia do Tratado INF (mísseis nucleares de alcance intermediário)
pelos EUA em 2019; Moscou produz mais mísseis e os EUA adotam doutrina nuclear mais assertiva; por
outro lado, em janeiro de 2021 é definida a prorrogação do Novo START até fevereiro de 2026.
ONU/CSNU: Rússia apoiou invasão do Afeganistão em 2001 (terrorismo islâmico é tema central para Putin);
em 2003, embora contra operações dos EUA no Iraque, Rússia não vetou resolução; em 2014, Rússia veta
resolução dos EUA que declara ilegal o referendo da Crimeia;
Outras instâncias: EUA apoia acessão russa à OMC; Trump se reúne informalmente com Putin em cúpula da
APEC (2017).
Cooperação aeroespacial: colaboração entre a Sociedade Planetária (ONG dos EUA) e a Rússia (Cosmos 1,
2005); astronautas dos EUA e cosmonautas russos na ISS (Estação Espacial Internacional), cooperação que
envolve NASA e Roscosmos
Europa e Leste Europeu: impacto da OTAN; EUA instala sistema antimísseis na Polônia e radares na
República Tcheca (2008); no mesmo ano, a relação piora após guerra russa contra a Geórgia (houve vitória
rápida da Rússia, mas os EUA deram apoio à Geórgia); interregno cooperativo (2009-14) com OTAN, mas
nova escalada de tensões desde a questão envolvendo a anexação da Crimeia. Apoio dos EUA à expansão da
OTAN (Montenegro em 2017 e Macedônia do Norte em 2020), além de contingente militar adicional na
Romênia, Bulgária e Polônia; tentativa da OTAN de atrair Ucrânia e Geórgia é motivo de duras críticas de
Moscou; EUA buscam exportar gás natural para a Europa (relação com sanções contra Nord Stream 2);
Oriente Médio: na Síria, divergências sobre controle de armas químicas (questão central do conflito); crise
em 2018 após bombardeio dos EUA com mortes russas; por outro lado, há tentativa de cooperação na
negociação da paz (Processo de Astana); Rússia atua com EUA na negociação do acordo nuclear iraniano –
JCPoA (2015).
América Latina: relação bilateral para a região marcada por reiteradas críticas de Washington ao apoio russo
ao regime de Nicolás Maduro, que inclui contingentes militares e paramilitares apoiados por Moscou na
Venezuela.
Espionagem e acusações de interferência: pivô de escândalo de espionagem dos EUA, Edward Snowden
recebeu asilo político em Moscou, onde está desde 2013; em 2016, acusações de interferência de Moscou
nas eleições presidenciais, pró-Trump; em 2016, EUA expulsam diplomatas russos, e Rússia retalia no ano
seguinte. Em março de 2021, revelada nova acusação de interferência eleitoral.
Sanções dos EUA: em 2012, sanções a cidadãos russos, Rússia retalia; sanções em 2014 (Crimeia) e
suspensão da participação russa no G-8; em 2015, expansão das sanções após intervenção russa na Síria;
sanções após envenenamento de Sergei Skripal (agente duplo que estava no Reino Unido) em 2018; em
2019, os EUA sancionam empresas envolvidas na construção do gasoduto russo-alemão Nord Stream 2
Histórico: no Senado, Biden foi autor de resoluções contra ações militares russas em seu entorno; em 2018,
em artigo para a revista Foreign Affairs, afirmou que a Rússia era um “Estado populista-nacionalista
cleptocrático, que via na democracia ocidental uma ameaça existencial”.
Tensões e acenos: possibilidade de avanço russo sobre o Donbass (2021); por outro lado, Biden é visto como
um interlocutor mais confiável e pragmático do que Trump.
Primeiras ações: Biden e Putin prorrogam Novo START (limitação de armas nucleares) até 2026; governo dos
EUA condena violações de direitos humanos pela Rússia (prisão de Alexei Navalny, ativista e dissidente) e
impõe novas sanções a autoridades russas; possibilidade de novas sanções após episódio de espionagem
cibernética (SolarWinds, 2020); relatório da inteligência dos EUA, em março de 2021, é revelado e confirma
que Irã e Rússia tentaram interferir nas eleições presidenciais de 2020. Em abril, Biden propõe uma cúpula
com Putin para discutir assuntos de interesse mútuo
Fundamentos e evolução
Visão oficial: parceiro político, econômico e comercial (gás) relevante; interesse em cooperação com base na
igualdade e no respeito aos interesses de cada parte. A Rússia percebe a UE como parte do problema
sistêmico vivido pela Europa dos últimos anos, ao lado da OTAN (expansão geopolítica vista como ameaça).
o Estônia, Letônia e Lituânia (Bálticos); Estônia é central na OTAN
Evolução política e diplomática: Acordo de Parceria e Cooperação (2004); Parceria Estratégica (2011, mas
cúpulas suspensas desde 2014).
UE no espaço pós-soviético: Rússia cria UEE – União Econômica Euroasiática (2014) e tenta convencer
vizinhos a aderir, e cessar diálogos com a UE. Moldova e Geórgia ignoram e se aproximam do bloco
comunitário; Ucrânia se afasta de europeus, o que levaria a grave crise
Impacto da crise ucraniana (2014): UE impõe sanções à Rússia, que adota contramedidas agrícolas; russos
voltam-se à China (Power of Siberia, OCX, por exemplo).
Clivagem interna entre países da UE: entre os países de postura mais moderada estão Alemanha, França e
Itália; o bloco reticente inclui Polônia, Romênia e os três países do Báltico (Estônia, Letônia e Lituânia), estes
com minorias russas.
Interdependência econômica: UE depende do gás natural russo; por outro lado, UE é um grande parceiro
comercial da Rússia (mas há crescimento recente da China, como parte dos esforços russos de reduzir a
dependência ocidental)
o Alemanha depende do gás russo
Visão oficial: aprofundar relações bilaterais com França, Alemanha, Itália, Espanha e outros países europeus,
promovendo interesses nacionais russos.
Alemanha: herança histórica; grande parceiro na UE; comércio e investimentos; diálogo fluido entre Merkel
e Putin; mediação em crises; gasoduto Nord Stream 2.
França: mediação em crises ao lado da Alemanha (Geórgia e Ucrânia); cooperação contra o Estado Islâmico
(ataque conjunto, apesar de OTAN).
Reino Unido: tensões sérias; envenenamento de Litvinenko e Skripal; discordância acerca de Ucrânia e Síria;
asilo a dissidentes russos.
Visão oficial: busca ajudar a estabilizar a região, reprimindo o terrorismo e respeitando integridade e
soberania territoriais. Rússia é o único país a ter boas relações com todas as partes na região, apesar das
rivalidades entre si. Ceticismo com Primavera Árabe.
Diálogo com “inimigos” do Ocidente: na Líbia, apoiou o grupo de Tobruk (e não o de Trípoli); na Síria,
mantém apoio a regime de Assad; relações com Irã (cooperação militar, reatores nucleares – caráter
pacífico) se estreitam à medida que tensões entre Washington e Teerã se exacerbam; cooperação em
inteligência com o Iraque.
Relação com aliados do Ocidente: tentativa de aproximação com Israel (encontro entre Putin e Netanyahu
em 2019), mas hoje há um equilíbrio frágil, por conta de relações russas com Irã e Turquia (ambos hostis a
Israel); com a Turquia, superada a crise de 2015-16, cooperação se aprofunda (militar e nuclear); relações
cordiais e em evolução com Egito e Arábia Saudita (relações cordeais em evolução)
Rússia - África
Busca de interação multidimensional: Rússia busca ir além de temas de segurança e terrorismo. Objetivo de
expandir relações com países africanos em estruturas bilaterais e multilaterais; estreitamento de laços
econômicos e comerciais, além de iniciativas de cooperação guiadas por interesses mútuos; aproximação
com a União Africana e organizações sub-regionais.
Cúpula Rússia-África: primeira edição em 2019. Cerca de 50 acordos comerciais foram assinados em Fórum
Econômico realizado em paralelo à Cúpula. Estabelecimento do Fórum de Parceria Rússia-África
O espaço pós-soviético
Visão oficial: cooperação bilateral e multilateral com países do espaço pós-soviético (sobretudo membros da
CEI); integração mais profunda com Belarus (união estatal – há soberania, mas atuam em conjunto na
formulação de diversas políticas. Diante da diferença de poder, Belarus costuma submeter-se); maior
integração dentro da UEE (Armênia, Belarus, Cazaquistão e Quirguistão); no campo da integração militar,
concepção da OTSC (Organização do tratado de Segurança Coletiva) como foro adequado para enfrentar
desafios atuais (contraponto à OTAN); busca de resolução do conflito com a Ucrânia (mas tensões recentes);
busca de solução política e diplomática para conflitos entre países ex-soviéticos (no caso da Geórgia, busca
da normalização “em áreas de interesse recíproco”); cooperação com países do Mar Negro (BSEC) e do Mar
Cáspio (Cúpula do Cáspio, discussões para institucionalizar a cooperação)
Prioridades da Rússia: região concebida como “esfera de influência” russa (noção de “exterior próximo”);
proteção dos russos étnicos fora do país (securitização do tema (Escola de Copenhagen); Moscou estima em
30 milhões contingente russo no exterior), sobretudo Ucrânia (Crimeia - é considerada russa - e Donbass),
Cazaquistão (norte), Belarus, Uzbequistão e países do Báltico (em declínio, políticas adotadas pera expulsar o
russo étnico, com a supressão da língua russa; Estônia tem proximidade com Finlândia). Tentativa de manter
a hegemonia geopolítica explica envolvimento em disputas territoriais, além da presença de bases militares
e missões de paz russas na região.
Ameaças na ótica russa: avanço da OTAN ao leste; apoio do Ocidente às “revoluções coloridas” (laranja na
Ucrânia, mas houve outras na região); instabilidade na Ásia Central (sobretudo Afeganistão); crime
organizado, terrorismo e separatismos (seguindo exemplo da tentativa chechena).
Organizações regionais
Trama complexa: à direita, diagrama de Euler indica as relações entre as várias organizações supranacionais
dentro do espaço pós-soviético, incluindo mesmo os Estados não reconhecidos.
Exceção neutra: o Turcomenistão, após deixar a CEI em 2005 (hoje é membro associado), optou por
permanecer fora de quaisquer organizações da região.
Origem: formada em 1991, concebida como, na prática, organização sucessora da URSS, porém, hoje apenas
nove membros (Estônia, Letônia e Lituânia nunca aderiram; Geórgia saiu em 2008; Ucrânia e Turcomenistão
nunca ratificaram, jamais tendo sido efetivos).
Estrutura da CEI: Secretaria Executiva, Assembleia Parlamentar; Conselho de Ministros de Defesa; área de
livre comércio (integração comercial - CISFTA); em 1993, forças de paz da Rússia no Tajiquistão em contexto
de instabilidade política.
Estrutura: união econômica em formação, inspirada na União Europeia (Conselho Econômico Eurasiático
Supremo, com Chefes de Estado; Comissão Econômica Eurasiática, órgão executivo dividido em Conselho e
Colegiado; Tribunal da UEE; ideia de Parlamento em discussão). Espaço Econômico Eurasiático (mercado
comum) e Banco de Desenvolvimento Eurasiático (infraestrutura).
Origem: estabelecida em 2002, origem em 1992 (Forças Armadas Unidas da CEI); é aliança militar e tratado
de defesa recíproca. Seis membros (Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia e Tajiquistão); Sérvia
e Afeganistão observadores.
Atividades: abstenção do uso ou da ameaça de uso da força, mas agressão contra um membro pode ser
percebida como agressão contra todos. Exercícios militares conjuntos anuais; integração de indústrias de
defesa; Força Coletiva de Resposta Rápida criada em 2009 para reduzir a possibilidade de ações da OTAN na
região. OTSC é organização observadora na Assembleia-Geral das Nações Unidas
Origem: A BSEC foi criada em 2002; origem na Declaração do Bósforo (1992) e no Secretariado Permanente
(Istambul, 1994). Membros: Albânia, Armênia, Azerbaijão, Bulgária, Geórgia, Grécia, Macedônia do Norte,
Moldova, Romênia, Rússia, Sérvia, Turquia e Ucrânia. Membros não precisam ser banhados pelo Mar Negro
(acesso pode ser por rios, caso da Sérvia).
Objetivos e Estrutura: foco econômico e político; cooperação, paz e estabilidade na região do Mar Negro.
Cúpulas a cada cinco anos; Conselho de Ministros de Relações Exteriores (órgão decisório, reuniões
semestrais); Conselho de Ministros (reuniões para buscar consenso em temas específicos); outros órgãos
subsidiários. Incentivo a pequenas e médias empresas e ao empreendedorismo é faceta relevante
GUAM: Organização GUAM para Democracia e Desenvolvimento Econômico (2001). GUAM: Geórgia,
Ucrânia, Azerbaijão, Moldova. Grupo de países pós-soviéticos que busca contrabalancear a influência russa.
Uzbequistão saiu em 2005. Concertação diplomática e apoio recíproco na aproximação com o restante da
Europa.
Assembleia Báltica: criada em 1990, reúne Estônia, Letônia e Lituânia. Cooperação intergovernamental e
busca de posições consensuais em temas internacionais (decisões não são vinculantes). Conselho de
Ministros; políticas comuns sobre economia, educação e tecnologia da informação; convergência de
legislações com o arcabouço da União Europeia; cooperação com Benelux e Conselho Nórdico
Visão oficial: busca de cooperação com o Canadá (os dois países, juntos, somam três quartos da costa
ártica); preservação da paz, da estabilidade e da cooperação construtiva com outros países; arcabouço
jurídico atual suficiente para resolver qualquer questão via negociação (incluindo plataformas continentais –
cordilheira que se estenderia até o polo Norte). Exploração sustentável de recursos naturais e da Rota do
Mar do Norte para transportes.
Conselho do Ártico: Rússia presidirá foro no biênio 2021-2023. Busca de documento pan-Ártico
juridicamente vinculante que garanta o desenvolvimento sustentável da região ártica (quer evitar novos
conflitos). Consulta com a China para que ratifique o Acordo sobre Prevenção de Pesca Não Regulada nas
Águas do Ártico Central.
Rússia e Antártida
Visão oficial: manter e expandir presença na Antártida, respeitando o Tratado da Antártida de 1959 (Rússia
não fez reivindicações territoriais, mas reserva seu direito a fazê-lo).
Pesquisa: cinco estações permanentes ativas (mais algumas que operam durante o verão)
o Estação de Vostok é a mais difícil de acessar; temperatura mais fria do Planeta (-89º)
Crises e conflitos
Origens: fatores econômicos, políticos, sociais, nacionais e militares; divisões étnicas incubadas antes da
dissolução soviética vêm à tona.
Movimentos nacionalistas: Donetsk e Luhansk (Donbass, Ucrânia); Transnístria (Moldova); Artsakh (Nagorno-
Karabakh, Armênia e Azerbaijão); Ossétia do Sul e Abecásia (Geórgia). Além destes, o caso da Crimeia
também merece atenção pela importância geopolítica
o Fruto de uma união forçada da União Soviética
Ucrânia
Contexto da crise
Contexto doméstico: Ucrânia vive condição ambígua quanto à sua identidade: Leste russófono, mas Oeste
mais próximo da Europa Central (Lapônia). No início da década, era crescente a insatisfação popular, por
conta de crises econômicas, desemprego e corrupção, além da ascensão de movimentos nacionalistas e
xenófobos (dentro da Ucrânia).
Contexto bilateral: Rússia percebe Ucrânia como parte de sua esfera de influência; eventual adesão
ucraniana à OTAN seria risco à segurança nacional russa. Divisão da Frota do Mar Negro (Sevastopol –
importante desde a Guerra da Crimeia no século XIX); a Revolução Laranja (2014), com um político pró-
Ocidente eleito em detrimento de um candidato pró-Rússia; ameaças russas a eventual aproximação
ucraniana com a União Europeia
Auge da crise: no mapa, pode-se identificar as áreas nas quais as forças pró-russas tiveram maior
mobilização: hoje, a Crimeia está sob controle de facto da Rússia, enquanto as duas províncias do Leste
(Donetsk e Luhansk) são palco de um conflito separatista ainda em desenvolvimento.
Euromaidan: presidente Viktor Yanukovich adia Acordo de Associação com a UE, optando pela aproximação
econômica com a Rússia; protestos irrompem em Kiev pedindo pela renúncia de Yanukovich (2013); após
fracasso em tentativa de mediar a questão, Yanukovich é deposto pelo Parlamento e asila-se na Rússia
(fevereiro de 2014).
Nacionalismos ucranianos e ataques étnicos: o sudoeste ucraniano vive episódios de violência, a exemplo do
massacre de Odessa; russo é revogado como segunda língua oficial; ascensão do sentimento separatista na
península da Crimeia (95% de russos) e no Leste ucraniano (grande parte de russos); sentiram-se alijados ao
terem sua língua abolida, por isso as revoltas nacionalistas.
Reunificação ou anexação?
Histórico: a Crimeia foi anexada pelo Império Russo em 1783, permanecendo com a Rússia até 1954, quando
foi transferida para a Ucrânia por decreto do Soviete Supremo da URSS (problema, pois península tinha
maioria russa). Com a dissolução soviética, torna-se República Autônoma na Ucrânia (não sem antes tentar
independência). Importância estratégica (Frota do Mar Negro e Base Naval de Sevastopol).
Tensões: deposto Yanukovich, reação anti-Euromaidan e prédios públicos são tomados por forças pró-russas
em Sevastopol; em março de 2014, referendo (83% de presença) é amplamente favorável (96,7%) à
reunificação com a Rússia, mas reconhecimento é limitado na comunidade internacional
Reações: sanções unilaterais de EUA, UE, Austrália e Japão; latino-americanos e o BRICS se mantêm
equidistantes. No CSNU, Rússia veta projeto de resolução contra o referendo levado a cabo pelos EUA;
projeto é aprovado (mesmo texto, mas não é vinculante) na AGNU, sem caráter vinculante. Ucrânia busca
levar a disputa para outros foros, como UNESCO e CDH. Conselho da Europa suspende direito a voto da
Rússia (restabelecido em 2019).
Eventos subsequentes: Rússia busca integrar a Crimeia; inaugura ponte em 2018 e instala uma cerca de
segurança para marcar a fronteira com a Ucrânia; no fim de 2018, marinheiros ucranianos são detidos pela
Rússia, levando à decretação de lei marcial pela Ucrânia; marinheiros são libertados após alguns meses
Obs.: o Brasil se abstém da questão da Crimeia, defende uma solução negociada entre as partes. Defende a
integridade territorial da Ucrânia e nunca declarou expressamente de que é território russo
Evolução: separatistas avançam território, governo responde com contraofensiva antiterrorismo; rebeldes
aventam confederação russófila (Novorossiya), mas ideia é abortada com menos de um ano; ausência de
diálogo. Em julho de 2014, avião da Malaysian Airlines é derrubado sobre território ocupado por rebeldes.
Em agosto, tropas russas são identificadas e capturadas em território ucraniano. Iniciam-se várias tentativas
de diálogo para colocar fim ao conflito.
Foros para negociações de paz
Quarteto da Normandia: Rússia, Ucrânia, França e Alemanha (junho de 2014); reuniões cessam em 2016, e
são retomadas em 2019 (cúpula de 2020 adiada por conta da pandemia). Grupo de Contato Tripartite:
Rússia, Ucrânia e OSCE (envolve cerca de sessenta países que debatem questão de segurança) (maio de
2014).
Acordos de Minsk I (2014) e Minsk II (2015): preveem cessar-fogo, deposição de armas pesadas, eleições
livres, anistia, entre outras medidas, que seguem pendentes. Acordos são endossados pelo CSNU e OSCE
acompanha cumprimento com Missão de Monitoramento (porém, não há consenso entre Rússia e Ucrânia
acerca de parâmetros do acordo).
Fórmula Steinmeier (2019): proposta do presidente alemão, prevê eleições locais e concessão de autonomia
às províncias do Leste da Ucrânia, além da retirada das tropas dos dois lados. Após quase trinta tentativas,
cessar-fogo é alcançado em julho de 2020.
Cessar-fogo delicado: após 29 dias sem mortes, soldado ucraniano é abatido em setembro de 2020; mortes e
ataques se reduzem, mas sentimento de que a paz é tênue impera.
As tensões voltam: no fim de março de 2021, exército russo desloca armas e tropas para a Crimeia e para
regiões de fronteira com a Ucrânia, sem anúncio prévio. Cerca de 85 mil soldados russos estão a postos;
governo russo alerta que qualquer escalada no Donbass pode levar a reações em defesa dos cidadãos russos
na Ucrânia. Rússia se recusa a participar de reunião com Ucrânia, França, Alemanha e OSCE; Angela Merkel
contata diretamente Vladimir Putin para que a movimentação russa seja revertida.
Geórgia
Abecásia e Ossétia do Sul: regiões autônomas da RSS Georgiana sob a URSS; após dissolução soviética,
contam com apoio russo para vencerem conflitos em 1991-92 (Ossétia) e 1992-93 (Abecásia); desde então,
são independentes de facto. Em 1998, tentativa de insurgência georgiana na Abecásia é facilmente
neutralizada.
o A população da Ossétia do Sul é de 50 mil pessoas, sendo 20% de forças armadas russas; não há
recursos naturais
Guerra Russo-Georgiana (2008): após “Revolução das Rosas”, em 2004, ascensão de governo nacionalista na
Geórgia, que tenta retomar a Ossétia do Sul pela força em 2008; Rússia responde via militar e sai vitoriosa,
reconhecendo a soberania das duas repúblicas separatistas na ocasião (poucos países seguiram o exemplo
russo, como Venezuela, Nicarágua e Síria). Primeiras menções do uso de guerra cibernética em um conflito
militar (hackers atacaram sites georgianos).
Consequências e o pós-guerra: a Geórgia anunciou ruptura de laços diplomáticos com a Rússia (até hoje não
restabelecidos) e deixa a CEI; país se aproxima da UE e da OTAN, mas não há perspectiva de ingresso em
curto prazo.
Presença militar russa: Rússia mantém tropas nos dois territórios; em janeiro de 2009, expira mandato da
OSCE para monitoramento, e em junho expira mandato da UNOMIG (missão observatório da ONU), missão
observadora da ONU; nos dois casos, a Rússia veta a extensão.
Reações externas: Parlamento Europeu, em 2011, aprova resolução que considera a Ossétia do Sul e a
Abecásia territórios georgianos sob ocupação. EUA mantêm presença naval no Mar Negro (assistência
humanitária); negociações políticas e humanitárias em Genebra.
Moldova
Transnístria: região originalmente romena, anexada pela URSS na II Guerra, pelo Pacto Ribbentrop-Molotov
(Alemanha e Rússia dividiriam territórios); anexação não é revertida, vira território de maioria ucraniana e
russa na atual Moldova.
Militares na região: presença do Exército russo; UE mantém missão de monitoramento das fronteiras
(Romênia é da União Europeia).
Multilateralização: Moldova teme nova Crimeia; tema na AGNU desde 2018; busca de mediação (5+2), com
Rússia, Ucrânia e OSCE (EUA e UE observadores) fracassa.
Armênia-Azerbaijão
A questão de Nagorno-Karabakh
Contexto: Nagorno-Karabakh é uma região montanhosa ocupada por armênios, cercada de distritos que
eram ocupados por azeris, expulsos durante a primeira guerra (1991-1994). Armênia ocupa o território (que
proclama independência, sem reconhecimento) e parte do território do Azerbaijão, que serve como
corredor. Em 2017, referendo local aprova a adoção do nome República de Artsakh.
Partes: Armênia conta com apoio velado da Rússia, enquanto Azerbaijão sustenta laços históricos e culturais
com a Turquia, e hoje se desenvolve rapidamente com base no petróleo, se rearmando. Nunca houve acordo
de paz (apenas um cessarfogo em 1994), e países não têm relações diplomáticas
Cessar-fogo e tensões incubadas: após cessar-fogo em 1994, embora houvesse relativa estabilidade (sem a
Armênia afirmar soberania sobre a região), o quadro se deteriorou à medida que o Azerbaijão, contrariado
com o que entende como ocupação de seu território, ganhou força econômica com o petróleo. Em 2016,
novo conflito eclode, levando a episódios pontuais de confronto entre os dois lados.
Instabilidade armênia e escalada: em 2018, a “Revolução de Veludo” (sem nenhuma morte) leva à queda do
presidente armênio, mas quadro político se deteriora; em julho de 2020, uma série de enfrentamentos entre
os dois países em regiões de fronteira (não apenas em Nagorno-Karabakh).
Azerbaijão parte para retomada: em setembro de 2020, ofensiva azeri com intuito de retomar as regiões
menos montanhosas do sul de Nagorno-Karabakh; guerra com uso de drones e equipamentos de alta
tecnologia, além da chamada guerra informacional, por redes sociais e propaganda. Cessar-fogo após um
mês e meio, com o Azerbaijão mantendo controle das áreas retomadas e ganhando corredor para acessar o
exclave de Nakhchivan (que faz fronteira com Turquia e Irã).
Iniciativas de diálogo: Grupo de Minsk da OSCE (1992), encabeçado por França, EUA e Rússia, contando com
Armênia, Azerbaijão, Belarus, Alemanha, Finlândia, Itália, Suécia e Turquia. Princípios de Madrid (2009)
propõem medidas para a região no pós-conflito, incluindo uma operação de paz.
Situação atual em Nagorno-Karabakh
Situação pós-cessar fogo: em azul-claro, áreas retomadas pelo Azerbaijão; em verde mais escuro, áreas
devolvidas ao Azerbaijão como parte do acordo de cessar-fogo; em laranja, território em Nagorno-Karabakh
que permanece sob controle de facto da República de Artsakh
Relações políticas
Histórico: relações estabelecidas em 1828 (em 1876 D. Pedro II visita Rússia em caráter particular, não foi de
Estado); ruptura em 1917, retomada em 1945 após a guerra, nova ruptura em 1947, EUA não romperam e
ficaram responsáveis pelos assuntos brasileiros junto a Moscou; restabelecimento em 1961, mas até a
década de 1980, essencialmente comerciais; em 1988, Sarney é o primeiro presidente a fazer visita oficial.
Comissão de Alto Nível de Cooperação (CAN, 1997): reuniões entre vice-presidente brasileiro e primeiro-
ministro russo (bienais).
Comissão Intergovernamental de Cooperação (CIC, 1997): substitui Comissão Mista Brasil-URSS (1981). 7
subcomissões Econômica e Comercial; Científica e Tecnológica; Espacial (muito importante para a PEX russa);
Energética; Técnico-Militar; Assuntos Agrícolas; Cooperação entre Estados (para-diplomacia) e Regiões de
Brasil e Rússia
Outros marcos bilaterais: Parceria Estratégica (2002); Aliança Tecnológica (2014); Diálogo Estratégico e Plano
de Consultas Políticas 2018-2021 (2017).
Visitas presidenciais: Vladimir Putin esteve no Brasil em 2004, 2014 e 2019 (Cúpula do BRICS); Dmitry
Medvedev em 2008 e 2010. Dilma Rousseff esteve na Rússia em 2012 e 2015; Michel Temer em 2017. Jair
Bolsonaro iria em 2020 (Cúpula do BRICS), mas crise sanitária tornou o encontro virtual.
Visita de autoridade religiosa: em 2016, Cirilo I, Patriarca de Moscou e de toda a Rússia, primaz (Papa) da
Igreja Ortodoxa Russa, esteve no Brasil (encontro com Dilma).
Convergências multilaterais
Apoio em processos: Brasil apoiou acessão russa à OMC; nas discussões sobre reforma do CSNU, Rússia
apoia Brasil (embora não apoie G-4 como um todo, sobretudo com o Japão; não oposição à Índia e
Alemanha).
Privacidade na era digital: Rússia apoia iniciativas brasileiras na AGNU e no CDH. Regulamentar questões de
privacidade na internet
Defesa e segurança
Acordo sobre Cooperação em Defesa (2012): reciprocidade e interesse comum. Em 1993, Conceito de
Política Externa russo revela interesse em cooperar com Brasil.
Equipamentos militares: em 1994, Brasil recebe primeiro lote de mísseis antiaéreos Iglá (três vendas
subsequentes); em 2008, compra de 12 helicópteros Mi-35; veículos blindados Tigr em 2010 (segurança para
eventos esportivos); negociações sobre nova aquisição de sistemas de defesa antiaéreo.
Outros mecanismos: consultas entre Ministérios da Defesa, intercâmbio de oficiais; cooperação policial, em
segurança e inteligência (via bilateral e no BRICS).
Inovação: visita de parques tecnológicos brasileiros a Moscou (2018) para prospectar destinos de
internacionalização de “startups” na Rússia (Diplomacia da Inovação; Rede de Parques e Incubadoras de
Negócios Tecnológicos do BRICS). Cooperação com Parque Tecnológico de Skolkovo (aeroespacial, nuclear,
biomedicina, energia).
Brasil tem quatro estações do GLONASS – é o GPS russo (duas em Brasília, uma em Santa Maria e uma no
Recife); discute-se expansão da rede. Em 2017, inaugurada estação russa de monitoramento de detritos
espaciais (Observatório Pico dos Dias, Itajubá).
Cosmonauta e ministro Marcos Pontes vai à Estação Espacial Internacional pela Soyuz (2006); parceria com
ROSCOSMOS (Base de Alcântara e VLS brasileiro)
Cooperação energética
Energia nuclear: Rosatom abre escritório no Rio e fecha acordo com Nuclebrás sobre reator para fins
pacíficos (2015). Possibilidade de construção de uma Angra III
Gás natural: Brasil importa GNL russo (Novatek); parceria trilateral com Bolívia para exploração de jazidas
naquele país.
Outros temas
Esportes: países sediam grandes eventos (Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi e Copa do Mundo no Brasil
(2014); Jogos Olímpicos do Rio (2016); Copa do Mundo na Rússia (2018); cooperação, legado e segurança.
Cultura: em 2001, filial da Escola do Teatro Bolshoi em Joinville; desde 2008, edições anuais do Festival
Brasileiro de Cinema na Rússia. Diálogo para expansão de escolas de idiomas nas principais universidades
dos dois países
Origens: Tratado Brasil-URSS sobre Comércio e Pagamentos (1959); evolução no pós-Guerra Fria.
Fluxo comercial: USD 4,3 bi em 2020 (queda em relação a 2019; ápice de USD 8 bi em 2008). Após superávits
até 2017, desde 2018 Brasil tem déficit (em 2020, USD 1,22 bi). Brasil exporta soja, carnes, amendoim e café;
importa fertilizantes, carvão e alumínio. Recente queda nas importações russas de carnes do Brasil (questões
fitossanitárias ainda em debate, com cooperação recente neste campo).
Desafios: ampliar a pauta comercial e torná-la mais diversificada, além de estimular investimentos das duas
partes.
Herança cultural
o Vasta população que veio à força para o Brasil
o Até o século XIX havia negação da cultura africana no Brasil, muda no século XX, mas ainda há muito
preconceito em relação aos negros, além de seres eles os mais pobres e possuírem menor acesso a
direitos historicamente em comparação com os brancos
Relação entre o Brasil e a África tem graus variáveis de aproximação ao longo do tempo
o Depende da política de governo e a independência é relativamente recente, antes a relação se dava
por intermédio da metrópole
As relações com a África foram adensando-se independentemente da política externa adotada. Começou em
1948, com o Egito, passou pela ZOPACAS e tem importante elo com a CPLP, criada durante o governo FHC.
São seis países africanos. A herança cultural e a língua, sobretudo, favorecem a aproximação
Brasil possui representação diplomática em todos os países da CPLP
Foi criada em 1963, como Organização da Unidade Africana, no começo dos anos 2000 é que passa a ser
União Africana
2004 - Criação de Embaixada em Adis Abeba (capital da Etiópia e sede da União Africana)
2007 - Acordo de Cooperação Técnica com a UA
o Serviu de base para programas de cooperação
2013 - Participação do Brasil na Cúpula comemorativa de 50 anos da União Africana
o Brasil representou a América Latina
2018 - Proposta de criação de um fórum regular de reuniões políticas
o Em 2019, a questão avançou sob Bolsonaro; o que mostra a importância da relação a despeito do
viés ideológico do governo brasileiro
Cooperação Técnica
A cooperação técnica tem o efeito de transbordamento sobre outras áreas da relação entre estados e pode
redundar em maior cooperação política. Portanto, muito importante para além da questão do desenvolvimento e
troca de experiências
Agricultura (EMBRAPA): Cotton 4 (Benin, Burkina Faso, Chade e Mali) e programa de alimentação escolar no
Senegal (agricultura familiar, o que permite segurança alimentar e fomento da economia regional, além de
manutenção da criança na escola)
Administração Pública: sede do SENAI em Guiné-Bissau
Saúde (FIOCRUZ): fábrica de antirretrovirais (HIV) em Moçambique
Trilateral: Alemanha e o plantio do caju em Gana; Japão e o combate ao HIV em Moçambique
Cooperação em defesa
Defesa - Acordos-Quadro com 12 países. Marinha da Namíbia e Missão Naval em São Tomé e Príncipe
o Acordo-quadro abre espaço para negociações futuras
o Namíbia não tinha Marinha formada e na formação e oficiais, tem efeito até hoje
Exercícios militares IBSAMAR e Obangame
o O primeiro está relacionado com o IBAS (Brasil – Índia e África do Sul)
o O segundo com exercícios militares praticados pelos EUA no Golfo da Guiné, que teve a participação
do Brasil
Relações Comerciais
Egito (22%)
Argélia (15%)
África do Sul (12%)
Marrocos (8,5%)
Nigéria (7,5%)
Marrocos (31%)
Argélia (21%)
África do Sul (17%)
Nigéria (12%)
Egito (5,8%)
Exportações: açúcares (36%), milho (11%), carne bovina (6,3%) e carnes de aves (5,6%) .
o Juntos somam quase 60% (África é importante para o agronegócio brasileiro)
Importações: adubos e fertilizantes (32%), prata e platina (13%), alumínio (8,3%), óleos brutos de petróleo
ou de minerais (7,6%) e cacau (6,7%)
o Também estão relacionados ao agronegócio, há complementariedade
Desafios ao comércio
Criada em 2018 e entrou em vigor recentemente (maior zona de livre comércio do mundo)
54 países e 1,2 bi de habitantes
Em linha com a Agenda 2063
Oportunidades para o Brasil
o Ver artigo de Sérgio Danesi no Valor Econômico
Exportações agrícolas
o população africana cresce rapidamente
necessidade de alimentos
o Nigéria: Green Imperative Initiative
Iniciativa bilionária, possibilidade de empresas brasileiras do agronegócio participarem
Energia, Infraestrutura, Transportes e Telecomunicações
o Possibilidade de participar nesses investimentos
Produtos de Defesa
o Egito, Nigéria e África do Sul: mercados importantes
o Compradores dos aviões Super Tucano: Gana, Mali, Mauritânia, Senegal, Burkina Faso, Angola e
Nigéria
Investimentos
China
Panorama Histórico
Civilização milenar
Convulsão social
Kuomitang (1911)
o Vai dar origem a Taiwan
Partido Comunista Chinês (1921)
Comunistas migram para o interior fugindo dos nacionalistas: como resultado, a Revolução começa pelo
campo
Durante a Segunda Guerra Mundial os dois lados dão trégua na guerra civil e lutam unidos contra o Japão
Era Mao Tsé-Tung (1949-1977) – marcado por turbulência, caos interno e necessidade de se posicionar
internacionalmente. Por ser comunista, teve uma aproximação inicial com a URSS, mas o perfil imperialista dos
russos acabou por afastar os chineses, que leva ao cisma sino-soviético
Inflexão
o 1971: RPC assume a vaga na ONU
Taiwan era o representante oficial quando a ONU foi criada
o 1972: Presidente Nixon visita Pequim
Reinserção chinesa teve o apoio dos EUA; forma de enfraquecer a URSS
Uma só China, relações diplomáticas com China ou Taiwan
o 1976: morte de Mao Tsé-Tung
Deng Xiaoping assume em 1978, os dois anos anteriores foi de conflito
Na agricultura:
o Cota do governo e restante livremente comercializado
Anos 80:
o Produtos intensivos em mão de obra e de baixo valor unitário
Processo de aprendizado e conhecimento
o Poupança elevada
o Cópia/pirataria
o Joint ventures/tecnologia (absorção de tecnologia) •
Sustentabilidade do modelo
o China deflaciona o mundo
o Reinvestimento em Educação / C&T
o Gradual salto tecnológico
PIB chinês
2º PIB nominal: USD 15,69 trilhões em 2020 (National Bureau of Statistics - China)
Expectativa que ultrapasse o PIB dos EUA antes de 2030.
Maior PIB PPP do mundo desde 2014: USD 17,21 tri (FMI) em 2020
Comércio Exterior
Maior exportador (USD 2,490 tri) e 2º maior importador (USD 2,24 tri)
Investimentos
Principal destino de investimentos estrangeiros diretos (IED) USD 163 bilhões em 2020 (UNCTAD)
Reservas Internacionais
Maiores reservas em moeda estrangeira (USD USD 3.205 tri / Fev 2021)
o Construído a partir do robusto processo de exportação
Crescimento desacelera de 10% /11% nos anos 2000 para 6% /7% em 2015
Reorientação do crescimento: das exportações para o consumo interno: Circulação Dual (palavra de ordem
do governo Xi Jinping)
Reformas graduais para elevar produtividade e combater corrupção
Esforço para evitar “armadilha da renda média”
o Renda per capita é de país em desenvolvimento
o Brasil está preso, conseguiu dar um salto em sua renda per capita, mas não conseguiu dar o salto
seguinte, como fez a Coreia do Sul
o Desafio chinês é não estancar o crescimento e incrementar a renda per capita
Eliminou a pobreza extrema em 2021 (anúncio formal)
Grande esforço para reduzir poluição e investir em energias renováveis: grande apoiador do Acordo de Paris
Promessa de zerar emissões até 2060
Busca de autonomia tecnológica:
o Made in China 2025 – quer ser também o lugar do design e não apenas a fábrica
China standard 2035: Domínio do 5G, inteligência artificial, big data e internet das coisas (IoT).
China moderadamente desenvolvida até 2049
Desafios: superar a armadilha da renda média, envelhecimento acelerado.
o Política do filho único foi flexibilizada em 2015, mas a urbanização tende a não trazer os resultados
esperados, pois tradicionalmente famílias urbanas têm menos filhos
o Chinesa é pautada na ideia de que a geração mais nova sustenta a mais velha, com a política do filho
único, isso se torna um fardo, pois uma pessoa tem que sustentar dois, três, quatro idosos
Política Interna
Política Externa
Objetivos
China – EUA
China - EUA
Guerra Comercial
Acusações americanas
Dumping cambial
Dumping social
o Exploração do trabalhador
Dumping ambiental
Preços predatórios
Subsídios via empresas estatais (SOE – State Own Enterprise)
o Competição desleal com empresas privadas mundo afora
Ações americanas:
Retaliar a China é uma reparação pela “desonestidade comercial chinesa”
o Argumento do Trump
Bloqueio na OMC
Histórico
06/07/18: Começo da vigência de tarifas impostas por Trump em 15/06, que atingiriam US$ 34 bi em
produtos
23/08/18: Mais US$ 16 bi em produtos taxados em 25% e Pequim também adota 25% sobre US$ 16 bi de
bens
24/09/18: EUA impõem mais tarifas, desta vez de 10%, sobre US$ 200 bi em produtos chineses
10/05/19: Trump aumenta de 10% para 25% das tarifas impostas em setembro/09 e os dois lados seguirão
conversando
15/05/19: China aumenta tarifas de 5% a 25% para mais de 5 mil produtos e divulga lista de empresas
estrangeiras consideradas "não confiáveis
Negociação
14/12/2019: Acordo Fase 1 - concessões por parte de Pequim: compra adicional de US$ 200 bilhões em
produtos norte-americanos até 2021, com base nos montantes importados pela China em 2017
25/08/20: EUA e China confirmam compromisso com acordo: China está cumprindo a maior parte do acordo
Guerra Tecnológica
Acusações americanas
EUA classificaram as empresas chinesas Huawei e ZTE como empresas que representam ameaça à segurança
nacional.
Acusações de que a tecnologia chinesa usaria “backdoor” para roubar dados
Huawei seria, de fato, administrada pelo PCCh
o A presença do partido é uma preocupação para o EUA em termos de liberdade de sua população
Pressionam aliados a banir empresas chinesas de instalação de 5G
o Austrália e Reino Unido baniram
Lança o “5G Clean Network Initiative”: 60 países
o Programa dos EUA
Brasil oficialmente demonstrou simpatia, mas não adesão
China – Rússia
Discurso chinês não é hegemônica, o objetivo é econômico; não quer implementar seu modelo . defende um
mundo multipolar
2014: acordo de fornecimento de gás por 30 anos (USD 400 bi), gasoduto Power of Siberia (2019)
Coordenar UEE (Rússia) e Cinturão Econômico da Rota da Seda (China)
Ação conjunta para estabilizar/desenvolver Ásia Central (OCX)
China – Japão
Japão é aliado dos EUA, tem a questão da Segunda Guerra, além de disputas territoriais
Passado conflituoso: Questão dos crimes japoneses na II Guerra (“comfort women”, templo de Yasukuni,
massacre de Nanquim)
Novo PM Yoshihide Suga (2020): continuidade à política de Shinzo Abe (recolocação japonesa, com foco na
questão da defesa japonesa)
Em 2019, Xi Jinping realizou a sua primeira visita ao Japão como presidente
Disputa territorial das ilhas Senkaku/Diaoyu
o Não importante do ponto de vista econômico e geopolítico, mas é uma questão territorial
O Japão tem intensificado sua reação ao que considera a "crescente assertividade marítima chinesa nos
Mares do Sul e do Leste da China
o JPN defende: "Free and Open Indo-Pacific (FOIP)".
"Quadrilateral Security Dialogue” (QUAD), reativado em 2017, 2019, nível ministerial 1º cúpula em 2021 x
China acusa o QUAD de ser uma OTAN para Ásia.
o Mecanismo de concertação entre Índia, EUA, Japão e Austrália para tentar contrapor o
expansionismo chinês no Pacífico
China explicitamente contra pleito do Japão ao CSNU
Comércio em patamar alto
China é maior parceiro comercial do Japão
Japão segundo maior comprador das exportações chinesas.
Ambos membros do RECEP (The Regional Comprehensive Economic Partnership)
China – Índia
Pendências bilaterais
Índia busca diminuir a participação chinesa em sua economia, inclusive como parte de sua estratégia de
reinserção econômica pós-pandemia.
Evitar hegemonia econômica chinesa na região
Medidas recentes:
China – África
Separatismos
Principais ameaças à integridade territorial da RPC (regiões extensas, mas pouco povoadas – importância
simbólica e estratégica, recursos)
o Xinjiang (Sinkiang/”Turquestão Oriental”)
Região autônoma de maioria muçulmana e turcófona (uigures)
Maioria da população chinesa é da etnia Han
Brevemente independente durante guerra civil chinesa (1933 e 1944-46)
Acusações de existência campos de reeducação forçada (concentração), China repudia
veementemente
o Tibete (Xizang)
Região autônoma de maioria budista e tibetana; história ambígua
Tibetanos nas províncias de Xizang, Qinghai e Sichuan
Dalai Lama (na Índia) líder moral, mas não mais político
o Estratégias chinesas para inviabilizar separatismos
Política de colonização/migração interna para atrair chineses han
Forte presença do aparato de segurança
Sem diálogo com separatistas/autonomistas (“terroristas”)
Investimentos maciços (subsídios, infraestrutura – ferrovias)
China – Taiwan
Pendência da Revolução Chinesa de 1949
Política de “uma só China” – impossível ter relações com RPC e Taiwan simultaneamente
o RPC substitui Taiwan (Rep. da China) na ONU em 1971
o 22 países (Haiti, Paraguai, Santa Sé) reconhecem Taiwan; maioria (inclusive Brasil) só mantêm
relações comerciais
Taiwan é aliado militar dos EUA, embora não haja relações diplomáticas – risco de conflagração
Redução das tensões na última década; China propõe modelo de “um país, dois sistemas” (como Hong Kong)
Sociedade taiwanesa dividida sobre relações com RPC
o KMT é pró-RPC, mas DPP é independentista
EUA envia subsecretário de Estado para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente, Keith Krach a
Taiwan (Set/2020)
o China responde com exercícios militares
2020: TSMC - uma das maiores fornecedoras mundial de chips se afasta da Huawei - Taiwan no meio do
conflito tecnológico entre EUA e China
o Taiwan é grande produto de semicondutores
Ocupação Britânica
o Primeira Guerra do Ópio (1839-42)
Ocupação Japonesa 1941-45
Negociações sino-britânicas (1982-84)
o 1997 - Handover
o “Um país, dois sistemas”
Peso na economia chinesa
o 1997: 18,4% do PIB chinês
o 2019: 2,7% do PIB chinês
o 2011: Xangai ultrapassa Hong Kong
Relação muda de patamar e China passa a depender menos de Hong Kong
Porta para o fluxo de capital
o Uma das economias mais abertas do mundo
o Acordos comerciais e de investimento independentes de Pequim
o Empresas internacionais usam HK para se expandir para a China continental.
o Maiores empresas da China, listaram suas ações em HK como um trampolim
Autonomia de Kong Kong
o Judiciário
o Finanças e moeda
o China não aceita perder o território e age para conter a autonomia de Hong Kong
Identidade própria
o identificação com valores ocidentais
2014 - Umbrella Movement
o Chefe do Executivo deve ser aprovado por Pequim
reclamam Democracia: direito de eleger chefe do Executivo
Protestos contra Lei de Extradição
o 2019 - Nova Lei de Segurança Nacional (versa sobre os temas abaixo)
Terrorismo
Separatismo
Forças estrangeiras (não pode conspirar contra o Estado chinês)
China argumenta que Hong Kong é questão interna e que nações estrangeiras não
devem se envolver
o Críticas estrangeiras são vistas como ingerência em assuntos internos
Reino Unido facilita imigração
Mares do Sul e do Leste da China
AIIB
RCEP
Paquistão tem população parecida com a do Brasil, mas com território muito menor
Paquistão é vizinho da Índia e tem conflito histórico
Único país muçulmano que tem a bomba atômica
Posição geográfica do Paquistão permite uma saída para o mar do Índico, relativamente próximo ao Estreito
de Ormuz, região por onde passa navios carregados de petróleo
Paquistão faz fronteira com a China na região da Caxemira com Xijiang
Paquistão é um país que está em uma área de conflitos potenciais: é vizinho do Afeganistão, do Irã, da Índia,
da China
China liberou acesso a seu satélite de posicionamento global para fins militares ao Paquistão, único país no
mundo. O GPS é americano, que libera gratuitamente para outros países, mas não o de precisão militar
Paquistão permitiu que a China construísse algumas bases em território paquistanês e está aprofundando
laços na questão espacial, inclusive para fins militares
Saía da China e passava por territórios da Ásia Central até chegar ao mediterrâneo; havia uma alternativa
passando pelo Paquistão
Era o meio de a China acessar os mercados europeus na idade média
Permitia chegar à Europa sem precisar navegar
China tem dificuldades de saída para o mar, pois seu litoral pode ser bloqueado por potências inimigas, além
de ter uma dificuldade em função do Estreito de Malaca
Ao recriar a rota, a China consegue contornar um eventual problema de acesso ao mar e o Paquistão é
essencial nesse sentido, devido à posição geográfica privilegiada de acesso ao Índico
É justamente a vulnerabilidade da China no Mar do Sul da China – cadeia de ilhas (Japão, Taiwan, Filipinas e
o Estreito de Malaca), que pode sofrer bloqueio naval, por isso a vulnerabilidade
Ao acessar o Índico através do Paquistão ela não apenas foge do problema de acesso ao mar como também
encurta a distância, além de ter acesso favorecido ao petróleo produzido no Oriente Médio. Diminuição em
85% da distância do Oriente Médio até a costa da China
Porto chinês em Djibuti não é tão estratégico quanto o do Paquistão, pois este faz fronteira com a China,
enquanto aquele está isolado na África
O porto chinês no Paquistão foi construído na cidade de Gwadar (terceiro maior porto no país), próximo à
fronteira com o Irã (80 km)
o 400 km até o Estreito de Ormuz
o Do porto à China (Xinjiang) são 1400 km
o Encurta a distância para o Oriente Médio em 12 mil quilômetros, o que impacta não apenas o
comércio com o Oriente Médio, mas com a América do Sul. Redução do preço do frete
Além do encurtamento, é uma forma de a China fazer-se mais presente em Xinjiang, região muçulmana na
China, onde o país asiático é acusado de violação aos direitos humanos. Ademais, tem a própria Caxemira,
que é área de disputa entre China, Paquistão e Índia. É importante ter o domínio do que acontece na região.
A conexão da China com a Ásia Central
Outra coisa é criar um contrapeso da influência da Índia
o Paquistão é inimigo da Índia; laços entre Paquistão e China fortalecem o Paquistão e cria um
problema para a Índia. Os três são potências nucleares. A China ajudou o Paquistão na construção da
bomba
Para o Paquistão, há o ganho com o desenvolvimento da infraestrutura – todo um corredor logístico que
ajudará o país a desenvolver-se. Pode tornar-se um hub para países próximos que não têm saída para o mar
como Afeganistão, Turcomenistão, Tajiquistão, Uzbequistão e Quirquistão
Desafios
O porto está instalado em uma região instável – quer autonomia, há ataques terroristas contra as obras (15
mil soldados para garantir as obras que iniciaram em 2002 e terminaram em 2006), pouco habitada e com
clima inóspito
São 122 projetos aprovados, mas apenas ¼ foi realizado até o momento; dos 87 bilhões, apenas 20 bilhões
estão em andamento
O Paquistão é um território montanhoso e a região do porto é de difícil acesso e o território é muito árido
O porto ainda não tem grande representatividade na operação portuária do Paquistão, 95% concentrado nos
outros dois portos. Mostra que ainda não está servindo ao propósito em si
A cidade onde está o porto pertence ao Paquistão desde 1958, comprou de Omã. Tentou utilizar a região
como plataforma industrial, mas não deu certo.
Do porto à fronteira com Xinjiang são 2400 km. Precisa construir estradas, ferrovias e infraestrutura em um
terreno montanhoso com mais de 4000 mil metros de altitude
A infraestrutura ainda é incipiente e até mesmo desastres naturais estão destruindo estradas
Paquistão está se endividando com a China e não tem capacidade de pagamento, o que o torna dependente
economicamente da China, elevando o poder de barganha do país asiático
Relações Brasil – China
Histórico
Essencialmente comerciais no século XIX – Tratado de Amizade (1881) e Consulados em Cantão (1883) e
Xangai (1883);
Visita de Chiang Kai-Chek ao Rio em 1946 – chefe de Estado até 1949; depois de Taiwan
Relação rompida após Revolução comunista em 1949.
o Brasil reconhecia apenas Taiwan até 1974
Interesse de restabelecer laços comerciais na década de 1960 (PEI)
Missão comercial de Jango em 1961 (Acordo de Comércio e Pagamentos);
Brasil votou contra admissão da RPC na ONU em 1971
Reestabelecidas com a RPC em 1974 (Brasil reconhece RPC e não mais Taiwan)
o MRE tem Escritório Comercial em Taipé, mas sem status diplomático
Defesa da extensão de zonas econômicas exclusivas para 200 milhas
o Brasil e China defendiam. Montego Bay viria a institucionalizar a questão em termos de DIP em 1982
1974 – (Re)Estabelecimento de relações diplomáticas (agosto)
1982 – Visita do Ministro de Estado das Relações Exteriores Ramiro Saraiva Guerreiro à China (março)
Aproximação comercial desde anos 1980 e política na última década
o 1984 – Visita do Presidente João Baptista Figueiredo à China (maio)
o 1984 – Visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros Wu Xueqian ao Brasil
o 1985 – Visita do Primeiro-Ministro Zhao Ziyang ao Brasil (novembro)
o 1988 – Visita do Presidente José Sarney à China (julho)
1988 – Início do Programa CBERS - China-Brazil Earth Resource Satellites (julho)
o Dá início a uma próspera cooperação em CTI
Obs.: Collor e Itamar não foram à China, todos os demais depois de Figueiredo, incluindo este, foram
Governo Lula
Adensamento das relações bilaterais, visitas de alto nível frequentes, mecanismos políticos e econômicos,
concertação no plano internacional
o Aproximação política – reformas de instituições internacionais para abrigar países em
desenvolvimento
2004 – Visita do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China (maio)
o Criação da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação – COSBAN
Essencial para a prova discursiva; é muito importante citar, pois é o principal mecanismo de
concertação entre Brasil e China
2004 – Visita do Presidente Hu Jintao ao Brasil.
2004 - Governo brasileiro assinou memorando de entendimento com o Governo Chinês pelo qual reconhecia
status de economia de mercado do país asiático. O reconhecimento, que dependia de regulamentação
específica da CAMEX, nunca foi efetivado.
o A partir de 2016 o reconhecimento passou a ser automático
2009 – Visita do Vice-Presidente Xi Jinping ao Brasil (fevereiro)
2009 – Visita de Estado do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China
2009 – China torna-se o principal parceiro comercial do Brasil
2010 – Visita de Estado do Presidente Hu Jintao ao Brasil, participação na II Cúpula do BRICS, em Brasília e
assinatura do Plano de Ação Conjunto Brasil-China 2010-2014 (abril)
Visita de Estados
2011 – Dilma Rousseff
2014 - Xi Jinping
2017 – Temer; foi em 2016 como interino
2012 – Assinatura do Plano Decenal de Cooperação 2012-2021
o Elevação das relações ao nível de Parceria Estratégica Global
Em 1993 era uma parceria estratégica, portanto houve uma elevação em 2012, o
relacionamento sobe de nível e passa a ser estratégico em nível global
o Criação do Diálogo Estratégico Global entre Chanceleres
2012 – A China tornou-se o principal importador de produtos brasileiros
2015 – Visita do Primeiro-Ministro da República Popular da China, Li Keqiang, ao Brasil
Governo Bolsonaro
2019 – Visita do Vice-Presidente Hamilton Mourão à China e realização da V Sessão Plenária da COSBAN (23
de maio)
2019 – Terceira Reunião do Diálogo Estratégico Global
2019 – Comemoração dos 45 anos de relações diplomáticas bilaterais entre o Brasil e a República Popular da
China (15 de agosto)
2019 – Visita de Estado do Presidente Jair Bolsonaro à China (24 a 26 de outubro) [Declaração conjunta]
[Seminário empresarial Brasil-China]
o Reconhecimento da importância do parceiro
2019 – Visita do Presidente Xi Jinping ao Brasil, no contexto da XI Cúpula do BRICS (13 e 14 de novembro)
Mecanismos políticos
Parceria Estratégica (1993), elevada a Parceria Estratégica Global (2012), com Diálogo Estratégico Global
entre Chanceleres, periodicidade anual (2012)
Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN, VPRs, criada em 2004)
o Comércio e COSBAN são as questões mais importantes da relação bilateral entre Brasil e China
A Comissão é o principal órgão decisório do Plano de Ação Conjunta Brasil-China 2015-2021 (PAC) e do Plano
Decenal de Cooperação 2012-2021 (PDC)
o Não uma organização internacional, não tem personalidade, tampouco sede. É um mecanismo que
tem formalizações flexíveis
o Sessão Plenária: mais alta instância de diálogo regular com a China, presidida pelos Vice-Presidentes
de ambos os lados.
o Secretaria Executiva: reúne-se anualmente, é exercida, do lado brasileiro, pelo Secretário-Geral das
Relações Exteriores e, do lado chinês, pelo Vice-Ministro do Comércio responsável pelas Américas.
I COSBAN Pequim 2006
II COSBAN Brasília 2012
III COSBAN Cantão 2013
IV COSBAN Brasília 2015
V COSBAN Pequim 2019
Aprovou a reestruturação da Comissão e a preparação de novo documento para
orientar as relações bilaterais no período de 2022 a 2031 para substituir os Plano
Decenal de Cooperação (PDC) 2012-2021 e Plano de Ação Conjunta (PAC) 2015-2021
Formato até 2019: 11 Subcomissões: Política; Econômico-Financeira; de Inspeção e
Quarentena; Educacional; de Cooperação Espacial; Econômico-Comercial; de Agricultura;
Cultural; de Ciência e Tecnologia; de Energia e Mineração; e de Indústria e Tecnologia da
Informação
Relações Comerciais
China é principal parceiro comercial do Brasil desde 2009, superávit brasileiro desde então.
8º maior exportador para a China e 20º destino das exportações chinesas
Expansão no intercâmbio comercial de 4 bi USD (2002) para US$ 101,8 bilhões (2020), com superávit recorde
em 2020, de US$ 33,8 bilhões.
Pauta de exportação brasileira é pouco diversificada: basicamente comodities agrícolas e minerais
Investimentos
China foi o segundo maior investidor no Brasil entre 2003 e 2019, com estoque estimado em US$ 80 bilhões
ao final desse período
Maior investidor estrangeiro no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), com cerca de 22% do total
vindo do exterior.
Investimentos chineses no Brasil (energia, mineração, setor bancário, automóveis e telecomunicações) e
brasileiros na China (aeronáutica, autopeças, siderurgia, mineração e alimentos);
Investimentos brasileiros na China: volume tem crescido e o estoque já passaria dos 350 milhões.
Conselho Empresarial Brasil-China
Novos bancos de investimentos: AIIB e NDB (BRICS)
Fundo Brasil-China de Cooperação para a Expansão da Capacidade Produtiva (2015): USD 20 bi (15 bi China e
5 bi Brasil)
o Desenvolver a capacidade produtiva do Brasil nos setores de logística e infraestrutura, energia e
recursos minerais, tecnologia avançada, agricultura, agroindústria, armazenagem agrícola,
manufatura, serviços digitais e outros de interesse comum a ambas as partes
o Paralisado desde 2018
Mineração
o China é principal mercado da Vale (exporta desde 1973, escritório desde 1994) – ferro, aço, carvão,
coque, níquel
Serviços bancários
o Compra de participação no Nubank pela Tencent, por US$ 180 milhões
Transporte
o BYD pela responsável pela construção e operação do VLT do Subúrbio de Salvador e pela Linha 17-
Ouro do metrô de SP; chassis de ônibus elétricos
o Didi Chuxing comprou controle da startup brasileira 99pop (app de transporte)
Energia
o CNOOC e CNODC participaram nos consórcios vencedores da rodada de licitações do excedente da
cessão onerosa do pré-sal em 2019
o Grupo Três Gargantas e State Grid investem em hidroeletricidade e energia eólica no Brasil
Telecomunicações e 5G
Edital do Leilão foi publicado e não exclui Huawei ou qualquer nacionalidade (Fev 2021)
Huawei possui centro de distribuição em Sorocaba (SP) e um Centro de Treinamento em São Paulo. É líder
no mercado nacional de banda larga fixa e móvel, por meio das parcerias estabelecidas com as principais
operadoras de telecomunicações
80% das antenas de celular em operação no país foram fabricadas pela Huawei.
A posição oficial brasileira é pública e tem como eixo central a promoção de um ambiente cibernético
aberto, interoperável, confiável e seguro e a utilização de redes 5G transparentes, seguras e baseadas na
livre e justa concorrência e no primado do direito, em linha com a legislação doméstica, prioridades na
formulação de políticas públicas e obrigações internacionais
Ciência, tecnologia e inovação
Diálogos de Alto Nível Brasil-China sobre C,T&I, última edição 2019, em Brasília
Centros Brasil-China:
o Mudanças Climáticas e Tecnologias Inovadoras para Energia
o Nanotecnologia
o Biotecnologia
Memorando de entendimento entre MCTI e o Ministério de Ciência e Tecnologia chinês (MOST) chinês sobre
cooperação em pesquisa e inovação
“Memorando de Entendimento para o Intercâmbio de Jovens Cientistas (2019)
Brasil adere ao INBAR (“International Network for Bamboo and Rattan”), sediada em Pequim
Cooperação espacial
Saúde
Educação e cultura
Reforma do CSNU
o China não apoia Brasil e é principal obstáculo à campanha do G-4 (considera inaceitável Japão no
CSNU); apoia indiretamente Unidos pelo Consenso, sem dele fazer parte, e estimula UA a manter
maximalismo do Consenso de Ezulwini
o "A China atribui alta importância à influência e ao papel que o Brasil, como maior país em
desenvolvimento do hemisfério ocidental, tem desempenhado nos assuntos regionais e
internacionais, e compreende e apoia a aspiração brasileira de vir a desempenhar papel mais
proeminente nas Nações Unidas”
Posição oficial chinesa
Desarmamento nuclear
o China é reconhecida como Estado nuclear pelo TNP; evita desarmamento
o China não assinou Tratado para Proibição de Armas Nucleares (BR 1˚ a assinar)
Questões comerciais
o Concorrência chinesa enfraquece indústria leve no Brasil (calçados, brinquedos)
o Brasil não reconhece China como economia de mercado (decisão política anunciada em 2004, mas
jamais implementada; depende de portaria Secex/MDIC); com isso, pode impor barreiras
antidumping e contestar manipulação cambial; China alega que reconhecimento será automático ao
completar 15 anos na OMC (dezembro de 2016), o que é contestável
Obs.: Brasil não tem parceria com a China no que tange tecnologias sensíveis: energia nuclear, armamento
Obs.: em 1952, Brasil reforçou apoio à China nacionalista, instalando embaixada em Taipei. Em pleno contexto de
Guerra da Coreia
Índia
Histórico
Civilização milenar
o É mais diversa que a China – étnica e culturalmente
Séc. XIX: Joia da Coroa Britânica: Vice-Reino do Império Britânico
o Parte do Império Britânico (joia da Coroa) – cultivo de ópio na Índia e venda na China levou à
derrocada da China no século XIX
Independência - 1948
o Herda certa tradição política liberal dos britânicos: divisão de poderes, parlamentarismo
o Processo de descolonização indiano não foi tão sangrento como na África; nasce com sistema
democrático relativamente consolidado
Corrida nuclear
o A Índia, em maio de 1974, quatro anos após o TNP entrar em vigor, realizou sua primeira explosão
nuclear, dita "pacífica" pela primeira-ministra Indira Gandhi
o Brasil criticou o TNP – congelamento do poder; Índia não só não assinou como criou sua bomba.
Ideia de que apenas as cinco potências poderiam manter seu arsenal e que paulatinamente se
desfariam; não se confirmou
o Índia desenvolve o programa para se defender em um ambiente turbulento e de disputas com o
Paquistão e a China
Política Interna
População de 1,28 bi, ainda 68% rural, ultrapassará China em breve; não há controle populacional
PM Narendra Modi: nacionalismo étnico-religioso (hindutva) – pilar de que a etnia hindu é fundamental e
originária; põe minorias em xeque
o Acusações de islamofobia: Índia é o lar da 2ª maior população islâmica do mundo, embora minoria
o RSS: organização voluntária paramilitar, “supremacia hindu”, Modi já foi membro
Espécie de organização político-militar não oficial, que comunga da visão do BJP
o Alteração do artigo 370 da Constituição que dava que garantia de direitos especiais a Jammu e
Caxemira, único estado com população majoritariamente muçulmana do país (2019)
Em 2014, Modi era mais moderado, na segunda eleição em 2019 ficou mais extremado em
defesa do hinduísmo
o Lei de Alteração da Cidadania (CAA) e Registro Nacional de Cidadãos (NRC): exclui mulçumanos
o Estado de Uttar Pradesh, chefiado por político do BJP, aprovou lei que considera casamentos inter-
religiosos ilegais se o objetivo for a conversão religiosa da mulher (2020) → love jihad (guerra santa
do amor – manter a pureza étnica)
Crescimento econômico acelerado e favorecido pela queda dos preços do petróleo, mas desigual: foco em
tecnologia e serviços, não em indústria básica ou agricultura
o Serviços: 60% PIB
o Agricultura, silvicultura e pesca 12%, mas empregam mais de 50% da força de trabalho
o Indústria 15% PIB
Parte do motivo do sucesso atribuída à liberalização econômica que começou em 1991.
O crescimento do PIB desacelerou nos últimos anos, em parte devido ao aumento da inflação.
A força de trabalho da Índia está se expandindo nos setores de indústria e serviços, crescendo parcialmente
devido à terceirização internacional - um empreendimento lucrativo para a economia indiana.
O setor agrícola da Índia ainda é uma potência global, produzindo mais trigo ou chá do que qualquer outra
no mundo, exceto a China.
No entanto, com a mecanização de muitos processos e o rápido crescimento da população, a taxa de
desemprego da Índia permanece relativamente alta.
De 2011-2019, o número de pessoas pobres na Índia foi estimado ter caído de 340 milhões para 78 milhões,
embora a pandemia tem elevado esse número novamente
Alguns indicadores
6º PIB nominal (2020)
3º PIB PPP (2020)
148˚ PIB per capita: c. USD 2.099
o Brasil: c. USD 8.707
PIB
PIB per capita
Índice de desemprego
Exportação
A Índia exportou um total de US$ 330 bilhões (2019);
15º exportador mundial;
Principais produtos da pauta exportadora: petróleo refinado, diamantes, medicamentos embalados, joias e
carros;
Principais destinos são Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, China, Hong Kong e Cingapura
Política Externa
Objetivos centrais
Artigo 51 da Constituição indiana: princípios.
o Promover a paz e a segurança internacionais; Manter relações justas e honrosas entre as nações;
o Promover o respeito ao direito internacional; Incentivar a resolução de disputas internacionais por
arbitragem (solução pacífica de controvérsia)
Preservar unidade e integridade de país extremamente heterogêneo (22 línguas principais, 13 alfabetos e
700 dialetos)
Buscar desenvolvimento (PIB per capita ainda baixo, IDH 130˚)
Afirmar-se como polo de influência em mundo multipolar (G-4, BRICS, G-20)
o Parecido com o discurso brasileiro; arranjo criado depois da II GM esgotou-se e precisa ser
reformado
o Nos três grupos (G4, BRICS e G20) o Brasil também está presente
Multilateralismo
Forte envolvimento com ONU
o 3 º contribuinte de tropas para missões de paz (7800), principalmente RD Congo (MONUSCO) e
Sudão do Sul (UNMISS)
o Campanha pela reforma do CSNU (G-4) e pela Agenda de Desenvolvimento Pós-2030; eleita 6 vezes
para o Conselho
Tem atuação consistente no cenário multilateral
Atuação importante entre os países em desenvolvimento – começou com o movimento dos
não-alinhados e depois na Cooperação Sul-Sul
o Articulação do mundo em desenvolvimento (MNA e G77)
o Exceção: impede que Caxemira volte à agenda do CSNU
Entende que deve ser tratado de forma bilateral
Rejeição de certos tratados de não-proliferação (TNP e CTBT) e desarmamento (Dublin, Ottawa, ATT)
o Índia é 2º maior importador mundial de armas
Caxemira
Principal aliança estratégica de Nova Delhi durante Guerra Fria (tratado de 1971, apoio indiano à
intervenção soviética no Afeganistão); parceria renovada desde então (Cúpulas anuais)
Cooperação energética, aeroespacial e em defesa; Rússia é principal fornecedor de armas para Índia;
exercícios militares conjuntos (INDRA) e projetos binacionais de defesa
o Dez/2015: Modi visita Moscou; acordos para 6 reatores nucleares russos adicionais na Índia (12
total) e construção de helicópteros Ka-226 na Índia; possível compra de defesa aérea S-400 (USD 6 bi
total)
Interesses comuns na Ásia Central (Afeganistão) e no Oriente Médio (Irã, parcialmente Síria)
Índia condena sanções contra Rússia durante crise ucraniana e ajuda a impedir isolamento de Moscou
Relacionamento em evolução
o Distância durante Guerra Fria (EUA aliados do Paquistão, Índia não-alinhada e pró-URSS)
o Aproximação desde anos 1990 (política americana para Ásia Meridional)
o Índia busca atrair investimentos americanos e diversificar dependência de armamentos russos
o EUA veem na Índia possível contrapeso à China; retiram rapidamente sanções por testes nucleares
de 1998; Acordo Nuclear Civil de 2005 e apoio a Índia no NSG
o Obama anuncia apoio a Índia no CSNU em 2010
o Crises ocasionais (caso Khobragade em 2013, Modi banido dos EUA até 2014, episódios de
intolerância na província de Gurajat)
Modi foi negligente no trato a perseguições desferidas contra muçulmanos enquanto era
governador
Aproximação recente
o Visão comum de mundo multipolar (BRICS, G-20)
o Convergência em temas multilaterais (clima, desenvolvimento, OMC)
o China não veta abertamente (embora não apoie) candidatura indiana ao CSNU
o Convergência econômica: China é principal parceiro comercial da Índia (USD 70 bi, forte déficit
indiano), que é 2o maior cotista do AIIB liderado pela China
Pendências bilaterais
o Disputas territoriais (Aksai Chin/Caxemira e Arunachal Pradesh/”Tibete do Sul”);
o Excelente relacionamento China-Paquistão irrita Índia
o Índia abriga Dalai Lama e liderança tibetana
o Disputas hídricas (Brahmaputra/Yarlung Tsangpo)
o Rede de portos/possíveis bases navais da China no Índico (“Corrente de Pérolas”)
Passa ao redor da Índia
o Nacionalismo Indiano (Nahrenda Modi)
o Índia busca diminuir a participação chinesa em sua economia, inclusive como parte de sua estratégia
de reinserção econômica pós-pandemia; Evitar hegemonia econômica chinesa na região; bloqueio
de apps chineses e restrições a investimentos chineses
Laços humanos e econômicos antigos; diásporas indianas na África Oriental e Austral, comércio via Índico
Índia importa commodities e petróleo da África; USD 70 bi de comércio bilateral (maior parceiro após China,
EUA e UE) e USD 30 bi de investimentos indianos na África, sobretudo mineração
Cooperação técnica, projetos de educação e iniciativas para combater pirataria no Índico (Somália e golfo de
Áden)
Convergência na ONU e em foros multilaterais
o Índia fornece grandes contingentes para missões de paz na África
Cúpulas Índia – África
o Nova Delhi 2008
o Adis Abeba 2011
o Nova Delhi 2015
Relações política
Cronologia das Relações Bilaterais (tem no site do Itamaraty – costuma cair na prova)
1968 – Firmado o primeiro Acordo de Comércio entre o Brasil e a Índia (3 fev); Visita da primeira-ministra Indira
Gandhi ao Brasil; Acordo de cooperação para a utilização pacífica da energia nuclear
2002 – Criação da Comissão Mista de Cooperação Política, Econômica, Científica, Tecnológica e Cultural
2007 – Visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Índia; III Reunião da Comissão Mista (Nova Delhi); I Reunião do
Diálogo Estratégico Brasil-Índia (Nova Delhi)
2008 – Visita da presidente Pratibha Patil ao Brasil; criação do Mecanismo de Monitoramento do Comércio Brasil-
Índia
2009 – IV Reunião da Comissão Mista (Brasília); abertura da adidância militar do Brasil em Nova Delhi; I Reunião do
Mecanismo de Monitoramento do Comércio Brasil-Índia; entrada em vigor do Acordo de Comércio Preferencial
entre o Mercosul e a Índia. Passo seguinte é o livre-comércio, mas hoje não há
2011 – V Reunião da Comissão Mista (Nova Delhi); III Reunião do Diálogo Estratégico Brasil-Índia; I Reunião do
Diálogo Econômico e Financeiro
2012 – Visita da presidente Dilma Rousseff à Índia; III Reunião do Mecanismo de Monitoramento do Comércio Brasil-
Índia; I Reunião da Comissão Mista sobre Cooperação Científica e Tecnológica;
2014 – Visita do primeiro-ministro Narendra Modi ao Brasil, por ocasião da VI Cúpula do BRICS
2015 – VII Reunião da Comissão Mista (Nova Delhi); IV Reunião do Diálogo Estratégico Brasil-Índia; I Reunião de
Consultas Políticas Brasil-Índia; I Reunião do Mecanismo de Consultas Consulares e Mobilidade (Brasília); Visita da
ministra da Agricultura Kátia Abreu à Índia
2016 – Visitas do presidente Michel Temer à Índia; IV Reunião do Mecanismo de Monitoramento do Comércio Brasil-
Índia
2017 – Encontro do presidente Michel Temer com o primeiro-ministro Narendra Modi (à margem da IX Cúpula do
BRICS, em Xiamen)
2018 – II Reunião da Comissão Mista Brasil-Índia sobre Cooperação Científica e Tecnológica (30 de maio)
2019 – Visita do primeiro-ministro Narendra Modi ao Brasil, por ocasião da XI Cúpula do BRICS
2020 – Visita de Estado do presidente Jair Bolsonaro à Índia; V Reunião do Mecanismo de Monitoramento do
Comércio Brasil-Índia [Comunicado conjunto] [Documentos adotados] [Plano de ação] [Acordo de Cooperação e
Facilitação de investimentos
Mecanismos políticos
Comissão Mista de Cooperação Política, Econômica, Científica, Tecnológica e Cultural Brasil–Índia (2002),
com reuniões bienais de Chanceleres:
o I Comista Nova Delhi 2003
o II Comista Brasília 2006
o III Comista Nova Delhi 2007
o IV Comista Brasília 2009
o V Comista Nova Delhi 2011
o VI Comista Brasília 2013
o VII Comista Nova Delhi 2015
o Diálogo Estratégico (MRE brasileiro e Assessor de Segurança Nacional da Índia) (2015, 2011, 2010,
2007)
o Existem também comissões bilaterais temáticas, como a de defesa, a de ciência e tecnologia e o
mecanismo de monitoramento do comércio.
o IBAS e BRICS – três grandes democracias do Sul Global
IBAS é um eixo do Sul – Brasil, África do Sul e Índia; segurança alimentar, democracias,
países importantes do Sul Global. Tem como foco a cooperação no desenvolvimento,
agricultura e segurança alimentar
Convergências multilaterais
O intercâmbio comercial entre o Brasil e a Índia totalizou 6,83 bilhões em 2020, queda de 2,9% em relação a
2019,
Com exportações brasileiras no valor de US$ 2,88 bilhões e importações provenientes da Índia no valor de
US$ 3,94 bilhões.
Índia é 7º parceiro em importações e 15º destino das exportações do Brasil
o Oportunidade para o Brasil, apesar de a Índia ser uma potência agrícola
Brasil teve déficit de USD 1,62 bilhões em 2020
Há um certo equilíbrio, com variações de tempos em tempos de déficit de um lado ou para outro
Defesa
Comitê Conjunto de Defesa (4 reuniões desde 2010): intercâmbio de aspirantes e oficiais, diálogo em
assistência humanitária e defesa civil
Possíveis futuros projetos submarinos conjuntos (classe Scorpène)
É diferente da China, que o Brasil não tem muita cooperação na área de defesa
Cooperação aeroespacial
Acordo de Comércio Preferencial Mercosul-Índia (assinado em 2004, vigora desde 2009; Brasil busca
expandir de 450 para 2000 itens) e diálogo sobre possível Acordo Tripartite Mercosul-SACU-Índia
o Preferência de comércio, mas não livre-comércio
o SACU é formado por países da África
Investimentos indianos no Brasil nos setores de transmissão de energia, defensivos agrícolas e fabricação de
veículos pesados. No sentido contrário, destacam-se investimentos brasileiros em setores como motores
elétricos, terminais bancários e componentes de veículos pesados
Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI), assinado em 2020
Divergências pontuais
Não-proliferação nuclear
o Índia não adere ao TNP e ao CTBT; Brasil critica testes de 1998
o (suspende cooperação nuclear) e Acordo Nuclear EUA-Índia de 2005
Negociações comerciais na OMC
o Brasil contra proposta da Índia e África do Sul de suspensão dos dispositivos de propriedade
intelectual sobre patentes de medicamentos, vacinas e outros produtos ligados ao combate ao novo
coronavírus (2020/2021). Brasil defendia que a quebra poderia ser contraproducente para o
surgimento de novos medicamentos
Direitos humanos
o Posturas distintas em certos temas de DDHH (pena de morte, orientação sexual e identidade de
gênero). Vale mais para o histórico que atualmente
Observações
A política externa da Índia possui como importantes vetores, em sua dimensão global, a promoção da
governança, o acesso a recursos energéticos em bases estáveis, a promoção da segurança alimentar e, no
plano regional, a cooperação com a China, no âmbito do BRICS e na construção de novas instituições
econômicas, todavia, há conflitos no que tange a relação da China com o Paquistão e o traçado marítimo da
Nova Rota da Seda (colar de pérola) que circunda o território indiano
Japão
Política Interna
Após hiato do LDP (partido liberal democrata) (2009-2012) e período de instabilidade (6 PMs em 6 anos),
LDP volta ao poder com Shinzo Abe em 2012;
Crise demográfica em curso, com envelhecimento e baixa natalidade; pouca imigração (homogeneidade
cultural);
o Salto tecnológico permitiu que o Japão enriquecesse antes de envelhecer, mas o envelhecimento
tem gerado desafios importantes
Debate sobre reforma constitucional para mudar artigo 9, decisão do gabinete em mudar interpretação da
constituição para permitir “direito de defesa coletiva”;
o Preocupação de que haja autonomia, pois precisa do apoio americano
Abenomics: tentativa de recuperar dinamismo econômico perdido desde anos 1990, com “três flechas”;
o Crescimento expressivo nas décadas de 1960 e 1970, modelo usado pela China atualmente; abertura
econômica, absorção de tecnologia; reengenharia reversa para cópias; incorporação tecnológica
o Chegou a rivalizar com os EUA pela liderança econômica, mas perdeu força a partir de 1990 e deixou
de crescer
o A diferença para a China é que a rivalidade é apenas econômica; Japão é parceiro estratégico dos
EUA
Desastre de Fukushima (2011) causa suspensão quase total dos 54 reatores nucleares japoneses; primeiro
(Sendai) reativado em 2015;
o É dependente da energia nuclear, mas cresce as críticas ao modelo
Economia
Altíssimo endividamento público: Relação dívida/PIB de 224.9 % em 2020 (sem risco de default, todavia)
o Possui solidez econômica de longo prazo; o problema é a retomada do dinamismo econômico
Política Externa
Multilateralismo
o Eleito 11 vezes para o CSNU (recorde); busca afirmar credenciais para assento permanente
G4 desde 2004 (com Brasil)
o Evita engajamentos militares, mas é grande doador humanitário, para missões de paz e para o
desenvolvimento (checkbook diplomacy)
Japão – EUA
QUAD (com Índia e Austrália): articulação em defesa de Indo-pacífico livre (“contenção” da China)
o Defesa é da livre circulação e navegação, não necessariamente uma contenção à China, embora
analistas vejam dessa forma
Japão – China
Comércio em patamar alto (USD 296 bi) China é maior parceiro comercial do Japão
o Busca redirecionar seu comércio para outros parceiros (EUA, maior destino das exportações
“empatado” com China em 2019; contava com o TPP para direcionar para os EUA, mas a saída do
acordo por parte do EUA frustrou os planos, embora continue com o movimento
Depósitos de gás natural; anexadas pelo Japão após Guerra Sino-Japonesa em 1895, depois vendidas para
comerciantes japoneses e readquiridas pelo Governo do Japão em 2012;
China reivindica
Apoio soviético (e parcialmente russo) à RPDC é visto como ameaça pelo Japão; ambos nas negociações
hexapartites (envolve a discussão nuclear da Coreia do Norte)
Coreia do Sul
Convergências geopolíticas, econômicas (70 bi USD de comércio) e políticas (Japão reconhece RoK -
República das Coreias - como único Governo das Coreias)
Profunda cooperação cultural e esportiva (Copa do Japão-Coreia) em 2002
Ressentimento sul-coreano com ocupação da Península pré-1945 e revisionismo
japonês (templo de Yasukuni, templo xintoísta com restos de mortos na 2a Guerra) – mesma questão que
incomoda a China; espécie de amainar os feitos do imperialismo japonês
o Dez/2015: resolução parcial da questão das “comfort women”, com indenizações
o Ascensão de Moon Jae-in reacende tensões sobre “confort women”
Não alcançou resultado satisfatório
Disputa territorial das ilhas Dokdo/Takeshima (controladas pela Coreia do Sul, reivindicadas pelo Japão)
Relações cordiais desde Tratado de Amizade, Comércio e Navegação (1895) e início da migração japonesa ao
Brasil (1908, navio Kasato Maru, Kobe-Santos; 189 mil migrantes até 1941), exceto hiato 1942-52 (contexto
da II GM)
o Brasil tem proximidade cultural mais forte – desenhos animados
o Papel japonês na industrialização brasileira
Mecanismo de Consultas Políticas (2004) e Diálogo Anual de Chanceleres (2014) e Parceria Estratégica e
Global (2014);
o Em 2012, com a China; não tem com a Índia. Reitera que o Brasil enxerga o Japão com parceiro
importante e vice-versa
Cooperação técnica
o Bilateral: JICA apoia Brasil desde Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento
dos Cerrados (PRODECER) 1974;
Adaptação da soja ao Cerrado
o Triangular: projetos em agricultura, saúde, formação profissional, saneamento e meio ambiente na
África, América do Sul (Paraguai e Bolívia), América Central e Timor-Leste
Principal: Moçambique (ProSAVANA no Corredor de Nacala) – iniciativa ligada ao
desenvolvimento tecnológico agrícola
Cooperação esportiva
o Jogos Olímpicos do Rio 2016 e Tóquio 2020: parceria sobre segurança e legado
Cooperação cultural
o 2008 (Centenário da Imigração Japonesa) foi Ano do Intercâmbio Brasil-Japão
Relações econômicas - Comércio
o Japão foi o 6º parceiro comercial do Brasil (2º na Ásia) em 2020
o Expansão do intercâmbio bilateral de
o USD 4,5 bi (2002) para USD 7,9 bi (2020), com ápice de USD 17,3 bi (2011)
Tendência é e superavit
Brasil exporta frango, ferro, milho, café, alumínio, soja e nióbio (produtos básicos)
Oriente Médio
Império Otomano
Império Otomano deu origem aos estados que deram origem à configuração atual do Oriente Médio
Oriente Médio
Cooperação
o Brasil coopera do ponto de vista tecnológico – desertificação, degradação do solo, defesa,
energética, cultural, comercial, troca de conhecimentos em diversas áreas.
Importância política
Complementaridade de mercados
o Brasil exporta e importa de forma complementar (Brasil importa derivados de petróleo e adubo e
exporta frangos e comodities agrícolas)
Convergência política
o Brasil atua junto ao Oriente Médio por longo tempo
Desenvolvimento
o Discurso em comum no âmbito da cooperação Sul-Sul (países em desenvolvimento)
Oriente Médio
Oriente Médio
2005: I Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América do Sul e dos Países Árabes (ASPA), em Brasília;
evidencia desejo de cooperação
Fóruns empresariais
o Ocorre de forma paralela às cúpulas
Oriente Médio
Oriente Médio
Oriente Médio
Oriente Médio
Brasil como um parceiro privilegiado do Egito após 2011 (contexto da Primavera Árabe)
Acordos de livre comércio do MERCOSUL com Israel (2007), Egito (2010), Palestina (2011). Diálogos
exploratórios com Síria, Jordânia e CCG.
Acordos de cooperação econômica do MERCOSUL com Líbano e Túnisia (2014)
Brasil: fornecimento de commodities agrícolas, frango, minério de ferro, milho, açúcar.
Brasil importa petróleo, combustíveis e adubo, entre outros
Oriente Médio
Oriente Médio
2019: Conferência Ministerial para um Futuro de Paz e Segurança no Oriente Médio (EUA e Polônia) →
Processo de Varsóvia (GTs em DH; segurança cibernética; segurança energética; mísseis; questões
humanitárias e refugiados; transporte marítimo e aéreo).
Brasil: presidente do GT sobre questões humanitárias e refugiados.
o Reunião em Brasília (2020)
o Mostra a importância em uma área que tem uma bandeira forte que é a questão da proteção ao
direito dos refugiados, do direito internacional humanitário, questões humanitárias; defensor de
saídas negociadas, políticas, defensor do diálogo, de soluções pacíficas e de negociação
o Brasil já tem boas relações, mas tem potencial para aprofundar os laços comerciais, de cooperação
técnica e de investimentos, com bom intercâmbio entre as regiões
Questão israelo-palestina
Evolução histórica
Mostra o deslocamento no contexto da guerra dos seis dias; Egito estava atuando para impedir a passagem
de navios israelenses no Mar Vermelho; Israel logrou ocupar territórios em seis dias
Mostra a força militar de Israel
1967: CSNU, resolução 242 aprovada com voto favorável brasileiro
o Quando o Brasil reconheceu a Palestina fez com base nas fronteiras de 1967
1970: Setembro Negro: massacre de palestinos na Guerra Civil da Jordânia
o Jordânia recebe muitos imigrantes palestinos
o Gerou o movimento terrorista chamado Setembro Negro, que levou ao ataque contra israelenses na
Olimpíada de Munique
1972: Atentado contra israelenses nas Olímpiadas de Munique
o Desfecho trágico com a morte dos reféns israelenses, de palestinos do Setembro Negro e um policial
alemão
1972: resolução 3034 da AGNU (terrorismo) – conceito e causas, Comitê Especial sobre Terrorismo (35).
o Brasil vota contra a resolução.
1973: IV Guerra Árabe-Israelense ou Guerra do Yom Kippur → Egito e Síria x Israel (ajuda dos EUA) = I
Choque do Petróleo
o Feriado religioso para os judeus; Israel consegue reagir e consegue vencer
o Desencadeia o primeiro choque do petróleo; países árabes queriam retaliar os EUA pelo apoio dado
a Israel. A consequência foi o aumento do preço do produto no mercado internacional
1974: Resolução 3237/AGNU: OLP como observadora.
o Reconhece a OLP como ator internacinal capaz de defender os interesses dos palestinos
o Brasil a favor.
1975: Resolução 3379/AGNU: sionismo como racismo.
o Brasil a favor da resolução 3379
o Brasil a favor → revogação em 1991 (Conferência de Paz de Madri),
Pedido de Israel para participar da Conferência e Paz de Madri
1975-1990: Israel e OLP na guerra civil do Líbano
1978: Acordos de Camp David (Jimmy Carter, PM Begin e Sadat) – Nobel
o Tentativa de buscar uma solução pacífica; ganharam o Nobel da Paz (Begin e Sadat)
1979: Tratado bilateral de paz (Egito e Israel):
o Egito recebeu a Península do Sinai de volta
1980: Lei Básica de Jerusalém (completa e unificada, capital) x resolução 478/CSNU – violação do DIP e
embaixadas em Tel Aviv
o Lei israelense que prega que Jerusalém é a capital de Israel, sendo ela única, completa e unificada.
Vai contra a resolução 478 do CSNU, violaria o DIP. Recomendação de que os Estados não tenham
embaixadas em Jerusalém, mas Tel Aviv
1981: assassinato de Sadat por muçulmanos contrários à entrega da Faixa de Gaza para Israel
o É uma questão delicada, que mexe com os mais extremados
1982: invasão israelense ao Líbano, expulsão da OLP, cerco a campos de refugiados palestinos (Sabra e
Shatila), mortes de civis e Hezbollah
o Israel invade o Líbano pelo sul e expulsa membros da OLP na região sob o argumento de que estava
sendo atacada por eles
o Hezbollah surge na esteira desses acontecimentos
1987-1993: Primeira Intifada palestina contra a ocupação israelense
o Série de protestos violentos contra a ocupação de Israel aos territórios
1987: criação do Hamas na Faixa de Gaza
o Movimento político atuando na Faixa de Gaza
o Também é força militar
1988: independência unilateral do Estado Árabe da Palestina, pelo Conselho Nacional Palestino, com base na
resolução 181/CSNU
o Força à criação do estado palestino
1991: Conferência de Madri (EUA e URSS): paz entre Israel, Palestina, Jordânia, Síria e Líbano
o Iniciativa de EUA e URSS
o Busca de solução pacífica para Israel e seus vizinhos
1993: I Acordo de Paz de Oslo (Declaração de Princípios): Bill Clinton, PM Rabin e Yasser Arafat (ANP),
o Acordo de Oslo I
1993
Faixa de Gaza e Cisjordânia: saída das forças armadas de Israel
Passaria ao autogoverno palestino provisório, que duraria cinco anos
Faixa de Gaza e Cisjordânia: autogoverno palestino interno (5 anos)
Autoridade Palestina (autogoverno temporário) → Autoridade Nacional Palestina.
Brasil adota o nome ANP
Não prevê Estado palestino
A questão israelo-palestina
Acordo do Século
Síria
Histórico
Síria como Estado independente sujeito a um mandato francês (Conferência de San Remo, 1920) – 1923 –
1943 (duas décadas; França enfraquecida no contexto da II GM, foi quando a Síria obteve sua
independência)
Criação do partido nacionalista Baath depois da I Guerra Mundial (bandeira da Síria como estado secular
independente e influência do pan-arabismo)
Independência em 1943 – França enfraquecida na II Guerra Mundial
Participação na I Guerra Árabe-Israelense (1948) – Egito, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano x Israel
Criação da República Árabe Unida (RAU) – Egito (Nasser) + Síria + Iêmen (1958-1961)
Perda das Colinas de Golã para Israel (1967 – Guerra dos Seis Dias) – importante recurso hídrico; foi anexada
por Israel em 1981 e EUA reconheceu a soberania de Israel, indo contra resolução do CSNU e da AGNU
Ataque sírio e egípcio contra Israel (1973 - Guerra do Yom Kippur)
Participação na Guerra Civil do Líbano (1975-1990) – deu origem a UNIFIL
Atualmente apoia o grupo Hezbollah, criado em 1985 no Líbano. Desde 2011, com a guerra civil síria, o
governo do país tem tido apoio do Hezbollah no combate ao ISIS.
Cronologia
Primavera Árabe (a partir de 2010/2011): rebelião civil e protestos; pedido de deposição de Bashar al-Assad
(família há quase 5 décadas no poder); violência e conflitos sectários
Reformas políticas e econômicas restritas + influência conservadora (tentativas para fazer reformas foram
limitadas por influências conservadoras)
Conflitos religiosos: minoria alauita x maioria sunita
Conflitos na Síria: Arábia Saudita e Irã em lados contrários (divergem)
2011: Guerra Civil Síria (oposição não era unida – grupos lutando por causas próprias)
Exército do Irã + Bashar al-Assad + Hezbollah (grupo xiita do Líbano) x oposição (apoio da Arábia Saudita) +
rebeldes + ISIS
Síria como aliado do Irã – afinidades religiosas
Síria: caminho para armas iranianas enviadas ao Hezbollah
2011: Síria foi suspensa da Liga dos Estados Árabes + sanções econômicas → afastamento
Síria suspensa da Organização da Cooperação Islâmica
Síria distante dos Estados do Golfo, que apoiaram a oposição síria
2013: ataque de gás sarin – governo sírio? Intervenção militar? Feito contra a população civil, debate se foi
ou não o governo sírio; surge a possibilidade de intervenção militar, CSNU não aprovou, Rússia vetou
2013: Síria na Convenção sobre Armas Químicas de 1993
OPAQ: prêmio Nobel em 2013 e retirada de armas químicas da Síria em 2013-2014 (mostra esforço do
governo)
2012: Frente al-Nusra = Estado Islâmico no Iraque + grupos contra Bashar al-Assad. Terrorista, jihadista e
salafista. Al-Qaeda na Síria ou al-Qaeda no Levante
2013: Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Da`esh, EI ou ISIS): jihadista, califado islâmico no leste da Síria
e no norte do Iraque, defesa da Sharia e perseguição de infiéis
2014: resolução 2178, CSNU → impedir movimentação de terroristas
2015: resolução 2249, CSNU → Estados adotem medidas contra o EI, que ameaça a paz e a segurança
internacionais --> retirar o controle do EI sobre partes da Síria e do Iraque, deter idas de combatentes e
acabar com seus financiamentos
2014: militares dos EUA na Síria (Coalizão Global contra o EI) – ilegal? Sem mandato das Nações Unidas e
sem convite sírio (consider ilegal pelo governo sírio)
EUA + Unidades de Proteção Popular (curdos das Forças Democráticas Sírias) x ISIS
Turquia: critica apoio dos EUA aos curdos na Síria → PKK, terrorista (Turquia tem grupo curdo em seu
território que reivindica independência)
Coalizão Global contra o EI: militar e não militar, estabilização e segurança, combate dentro e fora da Síria e
do Iraque
2014: Staffan de Mistura (comissário da ONU) assume o posto de Lakhdar Brahimi como enviado especial do
SGONU (secretaria geral da ONU) para a Síria
Staffan de Mistura: freeze zonas + diálogo político multilateral (GTs)
2015: Rússia intervém militarmente na guerra, depois de pedido formal de Bashar al-Assad → combate aos
rebeldes, ao ISIS, ao Exército da Conquista e à Frente Al-Nusra.
2015: Rússia + Síria + Irã + Iraque = coalizão RSII ou 4+1 (Hezbollah) – compartilhar e coletar informações e
inteligência sobre o ISIS
2015: resolução 2554, CSNU – solução pacífica, negociações entre governo e oposição, transição política
dirigida pelos sírios, monitoramento do cessar-fogo
CSNU: integridade do território, soberania e independência da Síria (China e Rússia vetam resoluções mais
críticas, evitando intervenções contra o governo sírio e sanções
Processo de Genebra (ONU, político-institucional – Resolução 2554/CSNU) e Processo de Astana – capital do
Cazaquistão, país considerado neutro (Rússia, Turquia e Irã, de cunho militar). Ambos buscam uma solução
do conflito
Síria como aliada do Irã desde 1979 --> apoio iraniano na guerra
2016: cidade de Palmira recuperada pelas forças sírias + russas
2016: separação da Al-Qaeda e da Frente al-Nusra → Frente para a Conquista do Levante (Jabhat Fateh al-
Sham) – vinculação permanece? Não está claro se permanece
2016: novo cessar-fogo (Rússia e Irã -→ Síria, oposição, ISIS, Frente al-nusra e YPG)
2017: Processo de Astana – monitoramento conjunto do cessar-fogo (Rússia, Turquia, Irã)
2017: ISIS derrotado militarmente no Iraque
2017: união da Frente com outros grupos terroristas = Organização para a Liberação do Levante (Tahrir al-
Sham)
2018: denúncia de ataque contra civis com armas químicas em Duma → governo sírio? → EUA, França e
Reino Unido atacam Síria (alvos científicos e militares)
2018: EUA anunciam que retirarão suas tropas da Síria --> objetivo de vencer o ISIS da Síria teria sido
alcançado → responsabilidade seria, agora, de Arábia Saudita (reconstrução da Síria) e Turquia (combate ao
ISIS)
2019: EUA reconhecem soberania de Israel sobre as Colinas de Golã, território que a Síria reclamava.
2019: fim do califado do ISIS (havia sido derrotado no Iraque em 2017) na Síria e retomada dos territórios –
coalizão liderada pelos EUA
2019: Comitê Constitucional da Síria (Processo de Genebra): governo + oposição (High Negotations
Committee) + sociedade civil
Apoio militar e político da Rússia e do Irã + Hezbollah
ISIS: estratégia de guerrilha nos novos ataques
Violações de direitos humanos e crimes de guerra (governo sírio e grupos rebeldes) → condenações pela
AGNU e pelo CSNU
Síria não é parte do TPI → precisaria de demanda do CSNU
Crise na economia: guerra + embargo econômico (EUA e UE)
Questão cultural
População e religião: sociedade parcialmente setorial (70% sunitas e 30% divididos entre cristãos maronitas,
drusos, curdos, muçulmanos, xiitas e alauitas) → alauitas (seita xiita) estão no comando do exército e no
poder político. Bashar al-Assad é alauita.
Estado secular – partido Baath
Influência do pan-arabismo
Curdistão (curdos) – Irã, Iraque, Síria e Turquia
Curdos – minoria na Síria, no Irã e na Turquia – nacionalismo e autonomia
Síria e Brasil
Iraque
Histórico
1916: Acordo Sykes-Picot: norte do Iraque com a França e sul do Iraque com o Reino Unido
1921: Monarquia no Iraque
Mandato britânico na Mesopotâmia após o fim do Império Otomano
1932: Independência e entrada na Liga das Nações (fronteiras estabelecidas em 1920, com o Tratado de
Sèvres): Rei Faisal pede independência ao Reino Unido → ocupação britânica permanece e monarquia está
vinculada à monarquia do Reino Unido
1941: golpe de Estado (Golpe do Quadrado Dourado, 4 generais iraquianos para chegar ao poder) – Rashid
Ali (nacionalista, pró-nazista e contra Reino Unido) como Primeiro-Ministro do Iraque
1941: Guerra Anglo-Iraquiana – Abdulla no poder
1947: saída das tropas britânicas do Iraque
1948-1949: Iraque participa da Primeira Guerra Árabe-Israelense
1958: deposição da monarquia iraquiana pelo general Kassem (Revolução de 14/07) → Instaura a República
1969: criação da OPEP, na Conferência de Bagdá (coordenação e unificação das políticas de petróleo entre os
países membros, para estabilizar preços internacionais e eliminar flutuações desnecessárias e prejudiciais)
1967: Iraque, assim como a Jordânia, adere ao pacto militar entre Síria e Egito no contexto da Guerra dos
Seis Dias (III Guerra Árabe-Israelense)
1968: golpe de Estado pelo general al-Bakr
Desordem (curdos ao norte, os xiitas ao sul, ambições ocidentais e soviéticas sobre os recursos petrolíferos
do país); ambiente de instabilidade política e disputas de cunho cultural
1968: Baath (partido socialista, fundado na Síria em 1942 - panarabismo) na presidência
1969: catorze pretensos conspiradores sionistas são enforcados numa praça de Bagdá e seus corpos ficaram
expostos durante dias (sentimento árabe contra os judeus)
1972: al-Bakr e Saddam nacionalizam os recursos petrolíferos (seu exemplo é seguido pelos Emirados Árabes
e pela Arábia Saudita)
1979: al-Bakr, doente, retira-se. Saddam Hussein assume a totalidade do poder e torna-se oficialmente o
presidente da República iraquiana.
1979: Saddam manda executar membros do Conselho da Revolução
Saddam Hussein: sustentado pela minoria sunita, desprezava os curdos e menosprezava a maioria xiita,
próxima do Irã
1980: relatório da CIA revela que Irã apoia grupos xiitas contra o governo do Iraque → ascensão do Irã
ameaça Iraque
1980-1988: Guerra entre Irã e Iraque → questões de fronteira, política e petróleo → Saddam ataca o Irã.
Apoio da Arábia Saudita ao Iraque. Resultado: ambos enfraquecidos (trincheiras, armas químicas), sem ceder
território.
1990-1991: Primeira Guerra do Golfo → Saddam ataca o Kuwait (território + petróleo). Resultado: boicote
financeiro, militar e econômico ao Iraque (CSNU) + autorização do uso da força – cap.7 da Carta da ONU
(CSNU) + Operação Tempestade no Deserto (coalizão, EUA, Argentina) + efeito CNN (transmissão ao vivo dos
combates)
1999: surgimento do Estado Islâmico
Anos 2000: EUA desejam tirar Baath do poder (Saddam não cumpria resoluções do CSNU).
2002: Iraque, Irã e Coreia do Norte no “eixo do mal” (EUA, Bush)
2002: Resolução 1441, CSNU – última oportunidade para o Iraque se desarmar (não autoriza o uso da força)
2003: Operação Iraqi Freedom (EUA, 2003-2010). EUA, Reino Unido e outros Estados invadem o Iraque.
Guerra do Iraque ou Segunda Guerra do Golfo. Saddam Hussein (presidente de 1979 a 2003) é capturado.
Seu governo chega ao fim, graças à coalizão chefiada pelos EUA. Invasão não aprovada pelo CSNU –
resolução 4441 não previa o uso da força → EUA: ação preemptiva, ameaça iminente, evidências de armas
de destruição em massa no Iraque (Estratégia de Segurança Nacional da Doutrina Bush) – violação ao DIP
(sem previsão de ataque preemptivo na Carta da ONU)
Pós-2003: mais instabilidade na região (Iraque como Estado tampão entre Arábia Saudita e Irã); dificuldade
em estabelecer o novo governo no Iraque pós-Saddam; insegurança; milícias; terrorismo; lutas sectárias;
guerra civil.
Milícias sunitas (apoio da Arábia Saudita) e milícias xiitas (apoio do Irã).
Grupos mais radicais atuando no território iraquiano.
Falta de segurança pública; criminalidade; instabilidade econômica e social; resistência contra estrangeiros;
conflitos sectários; disputas étnicas; demissão de funcionários públicos; instabilidade política e fragilidade
institucional
2003: UNAMI (Missão de Assistência das nações Unidas para o Iraque, autorizado pelo CSNU, a pedido do
Iraque para obter assistência humanitária) → assistência humanitária, desenvolvimento, reconciliação
nacional, direitos humanos, diálogo, reformas no governo, eleições, reestruturação administrativa;
Constituição de 2005
2004: Estado Islâmico + Al-Qaeda = Al-Qaeda no Iraque
Al-Qaeda no Iraque x coalizão dos EUA
2006: Estado Islâmico no Iraque (criado pela Al-Qaeda no Iraque)
2010: Operação New Dawn (renovação da operação de 2003)
EUA: apoio político, militar, humanitário econômico pós-Saddam
2010: Primavera Árabe: protestos contra o governo iraquiano, que era frágil e instável
2011: tropas dos EUA saem do Iraque
2011: Estado Islâmico no Iraque + oposição ao Bashar al-Assad (guerra civil síria) = Frente al-Nusra
2013: Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS no Iraque + ISIS na Síria) ou Da`esh → jihadista, califado
islâmico no norte do Iraque e no leste da Síria (lei da Sharia, perseguição, protoestado – chegou a dominar a
região)
2014: ISIS assalta o Banco Central do Iraque, para financiar ataques e seu califado (assaltos, contrabando de
petróleo, etc.)
2014: ISIS assume o controle de partes do norte do Iraque
Aumento da violência, ISIS como grupo terrorista ligado à Al-Qaeda (CSNU entende que é grupo terrorista)
→ crimes de guerra e violação de direitos humanos → EUA, UE, Liga Árabe x ISIS
2014: resolução 2178, CSNU (impedir terrorismo, sem autorizar uso da força)
2015: resolução 2249, CSNU (combater o ISIS na Síria e no Iraque, prevenir ataques, deter a ida de
combatentes e acabar com seu financiamento)
2014: Coalizão Global contra o Estado Islâmico (EUA, 79 Estados, militar, assistência, segurança e
estabilização) + Iraque + Curdos x ISIS. Lembrando que: Iraque tem maioria Xiita, assim como Irã, e os Curdos
reclamam o Curdistão, que engloba partes do Iraque, do Irã, da Turquia e da Síria)
2015: Iraque, Rússia, Síria e Irã = coalizão RSII ou 4+1 (Hezbollah) x ISIS
Coalizão chefiada pelos EUA
2017: Iraque afirma a derrota militar do ISIS no território iraquiano (Norte do Iraque)
Iraque: governo xiita, perseguição aos sunitas, ataques sunitas
2018: eleições parlamentares (Adil Abdul-Mahdi como PM, independente)
Divisão do poder: xiitas, sunitas e curdos (inspiração no Líbano)
Constituição de 2005: participação política (presidente curdo, PM xiita e presidente do parlamento sunita)
Iraque e Brasil
Irã não é árabe! Irã é persa, fez parte do Império Persa e era chamado no ocidente de Pérsia até 1935
1906: Revolução Constitucional Persa, monarquia constitucional e parlamento iraniano
1907: invasão do Reino Unido
1935: adoção do nome Irã no mundo
1941: invasão do Reino Unido (sudoeste) e da URSS (norte)
1951: Mohammad Mosaddegh como PM → nacionaliza a indústria do petróleo
1953: golpe de Estado (Operação Ajax, CIA e MI6 + xá Mohammed Reza Pahlavi – tentou ocidentalizar o Irã)
Membro fundador da OPEP, criada em 1960
1963-1978: Revolução Branca (Reza Pahlavi) → reformas econômicas, políticas, agrária e sociais, para
ocidentalizar o Irã → destaque para o voto feminino, além do avanço tecnológico
Irã como Estado secular (maioria xiita)
Crise: problemas econômicos, problemas agrários, diminuição das exportações de petróleo, aumento da
dívida, inflação, corrupção, perseguição contra o regime do xá (EUA e UK, SAVAK), presos políticos,
secularização, ausência de reformas democráticas maiores, oposição das elites no campo, oposição dos
marxistas e do clero (xiita) → xá Reza Pahlavi sai do poder (1979)
1979: Revolução Iraniana → xá Reza Pahlavi sai do poder, fim da monarquia → início da República Islâmica
no Irã → governo islâmico e popular
1979: Segundo Choque do Petróleo (Revolução iraniana contribuiu para o 2º choque do petróleo)
1979: referendo sobre o regime político iraniano: república islâmica (98%)
Constituição iraniana: tutela do jurisconsulto islâmico (autoridade absoluta do líder supremo) → aiatolá
Ruhollah Khomeini retorna do exílio e vira chefe de Estado vitalício
Líder supremo (aiatolá) → xiita, Conselho de Guardiães, Conselho de Discernimento, árbitro dos poderes e
comandante das forças armadas, pode exonerar presidente, declarar guerra e celebrar paz.
Eleições diretas: presidente, parlamento unicameral e Assembleia dos Sábios (especialistas no Islã que
“controlam” o líder supremo)
Guarda Revolucionária Iraniana + forças armadas
IRGC: cooperação no âmbito militar, controle de empresas, combate de manifestações e ameaças terroristas
Tensão com os EUA (atuação contra Mosaddgeh, apoio ao xá e tratamento médico de Pahlavi) → crise dos
reféns (1979-1981)
1980: relatório da CIA → Irã apoia grupos xiitas no Iraque, na Arábia Saudita e no Afeganistão
1980: EUA rompem relações diplomáticas com o Irã
1980-1988: Guerra entre Irã e Iraque → contexto de ascensão do Irã na região → Arábia Saudita apoiou o
Iraque no conflito
1989: aiatolá Khamenei assume após a morte de Khomeini
Irã: majoritariamente xiita (curdos são grupo minoritário de tamanho significativo, parte do Irã estaria no
chamado Curdistão)
Oposição à Arábia Saudita, especialmente após 1979
Após 2003: Irã e Arábia Saudita apoiam milícias e grupos radicais islâmicos no Iraque, após invasão dos EUA
Síria: Irã dá suporte a Bashar al-Assad e ao Hezbollah contra ISIS e rebeldes
Irã e Síria aliados: Bashar al-Assad é xiita alauita. Irã vê a Síria como meio para enviar armas para o
Hezbollah.
Supostamente apoia os houthis no Iêmen, em conflitos que começaram em 2014, após a Revolução de 2011-
2012 e a queda de Ali Saleh
Programa nuclear
Criado nos 1950 – Átomos para a Paz (EUA, Eisenhower) – fins pacíficos
1970: Irã é parte do TNP
Irã assina a Convenção sobre Armas Biológicas de 1972 e a Convenção sobre Armas Químicas de 1993
Até 1979: EUA e países europeus auxiliavam
Revolução Iraniana de 1979: turning point
2002: descoberta de programa não declarado oficialmente pelo Irã
2003: resolução da AIEA (Conselho de Governadores) → suspensão do enriquecimento de urânio, pede que
o Irã faça uma declaração e permita inspeção)
2003: Irã assina documento concordando com as determinações da AIEA → mas não cumpre
2006: AIEA leva o caso para o CSNU (Brasil apoia) → reação iraniana, manifesta descontentamento
2006: resolução do CSNU sobre o caso iraniano (suspensão do enriquecimento)
2006: proposta de acordo-quadro (P5+Alemanha) recusada pelo Irã
2006, 2007, 2008, 2010 e 2012: sanções contra o Irã (CSNU)
2009: Grupo de Viena (EUA, França, Rússia e AIEA) + Irã → proposta não tem seguimento
2010: Declaração de Teerã (Brasil, Irã e Turquia) – envio de urânio levemente enriquecido e recebimento de
combustível nuclear (fuel swap) → confiança e cooperação para uma solução pacífica e duradoura →
ativismo brasileiro na negociação
2010: Brasil e Turquia votam contra sanções do CSNU → Declaração de Teerã não é efetivada
2012: negociações entre Irã e P5+1
2013: Hassan Rohani eleito no Irã → reaproximação e ligação para Obama (ponto de maior aproximação
desde 1979)
2013: Acordo Nuclear Irã e P5+1 → Plano Conjunto de Ação de Genebra → programa nucelar congelado →
sanções econômicas relativizadas
2015: Plano de Ação Conjunto Abrangente (JCPOA, P5+1 e Irã, com mediação da UE) → resolução 2231 do
CSNU (sanções → restrições); Irã se comprometendo poderia reduzir as sanções
2016: sanções por motivos nucleares são levantadas (por Direitos Humanos e terrorismo não, as sanções
continuavam) → Dia da Implementação (EUA, UE e CSNU)
2018: EUA saem do JCPOA e adotam sanções unilaterais (pressão)
2019: Instrumento de Apoio a Trocas Comerciais ou veículo de propósito especial (UE) – sem passar pelos
EUA (sem dólar)
2019: EUA consideram a IRGC como terrorista
2020: EUA assassinam general Qasem Soleimani (retaliar, dissuadir e prevenir) → Irã ataca bases dos EUA →
Brasil apoia os EUA na luta contra o terrorismo (Irã protesta)
Diminuição dos compromissos do JCPOA
Desestabilização no Oriente Médio
Apoio ao Hezbollah
Apoio a Maduro na Venezuela
Recebimento de refugiados afegãos como resultado da Guerra do Afeganistão
2016: Irã e Rússia acordam cessar-fogo no conflito sírio
Irã e Rússia apoiam política e militarmente a Síria
Obs.: em abril/2021, chanceler iraniano pediu para que Biden reconsidere as sanções e voltem ao acordo de 2016
Eleições de jun/2021 no Irã, assumiu um governo mais conservador, menos disposto a negociar
Arábia Saudita
Egito
1953: independência
Ward: partido nacionalista egípcio
1914-1922: protetorado britânico → bases de aliados na II GM
1952: Revolução Egípcia (23 de julho) → deposição do rei Farouk
1953: fim da monarquia e independência
1956: Crise do Suez (II Guerra Árabe-Israelense): nacionalização do canal por Nasser (presidente de 1956 a
1970) → UNEF I (Brasil participou na operação e paz no contexto da Guerra do Suez – Batalhão de Suez)
1958-1961: República Árabe Unida (Egito, Síria, Iêmen) – pan-arabismo
1967: Guerra dos Seis Dias (perda da península do Sinai, recuperada em 1979 – Tratado de Paz entre Israel e
Egito)
1973: Guerra do Yom Kippur (Egito e Síria atacam Israel)
1979: Egito participa dos Acordos de Camp David
1979: Tratado de Paz entre Egito e Israel
1995: II Acordo de Oslo assinado em Taba, no Egito
2010: Primavera Árabe: saída de dois líderes do poder, protestos urbanos, divulgação na Internet, fim do
governo de Mubarak (1981-2011), problemas sociais, pobreza, desemprego, corrupção
Mohamed Morsi: Irmandade Muçulmana (organização islâmica sunita, pan-islâmica, legalizada no Egito em
2011 – criada em 1928): reconhecimento constitucional da Sharia → conflitos, poderes extraordinários na
Constituição de 2012 (presidente fortalecido). Vitória da Irmandade Muçulmana (Morsi) foi transitória
(2011-2013), representou um retrocesso em relação a Mubarak, que já era um governo conservador
2013: Morsi sai do poder (golpe militar, com apoio saudita – é contra a Irmandade Muçulmana) → força dos
generais e boas relações com os EUA
2014: nova Constituição
o Presidente com mandato de 4 anos: Abdel al-Sisi
Parlamento
Islã como religião e liberdade religiosa
Irmandade Muçulmana como grupo terrorista no Arábia Saudita e no Egito
Relação entre Estado e religião, mesmo após a Primavera Árabe
2017: Egito aderiu ao rompimento de relações diplomáticas e às sanções econômicas contra o Catar
Egito faz parte da Aliança Estratégica do Oriente Médio (OTAN árabe)
Obs.: comunidade árabe no Brasil é grande, Brasil participou de operações de paz no Suez; Egito é um grande
parceiro comercial do Brasil
12. Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
História da CPLP
1989 – Cúpula de São Luís - 1º Encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos países de Língua Portuguesa
o Criação do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP)
Sede do IILP em Praia (Cabo Verde)
1994 – Cúpula de Brasília (Ministerial)
o Sete países no processo inicial
1996 – Cúpula de Lisboa (Chefes de Estado e de Governo)
o Criação oficial da CPLP
Sede do secretariado em Lisboa
Membros
1996 - Fundadores: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe
2002 - Timor-Leste
o Único fora da América, África e Europa; entrou depois da independência da Indonésia
2014 - Guiné Equatorial
o Último país a entrar na CPLP
o Não há uma grande população falante da língua; críticas a violações de direitos humanos
Estrutura
Órgão Consultivo
o Assembleia Parlamentar
Outros órgãos
o Reuniões Ministeriais Setoriais
o Reunião de Pontos Focais de Cooperação
o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP)
Nível estratégico
Reúne-se de dois em dois anos
Presidentes de Conferência
o A cada dois anos um país preside a CPLP; toca a agenda da CPLP, dá ênfase às suas prioridades
Secretariado Executivo
Assembleia Parlamentar
Instituída em 2007
o Não estava prevista quando da criação da CPLP em 1996
Órgão Consultivo
Coordena em nível ministerial ações de concertação e cooperação em relação a uma área governamental
específica (saúde, educação, turismo, etc.
Assessora os demais órgãos da CPLP em todos os assuntos relativos à cooperação para o desenvolvimento
no âmbito da Comunidade
Reúne-se, ordinariamente, duas vezes por ano
o Tema variado, o que proporciona a participação de técnicos de diversas áreas
Concertação Político-Diplomática
Cooperação em todos os domínios
Promoção e difusão da Língua Portuguesa
1. Concertação Político-Diplomática
Obs.: Reunião Informal de Ministros da CPLP à Margem da 75ª Sessão Ordinária da AGNU
Declaração de Santa Maria (Cabo Verde), 2018: “(...) 23. Reiteramos o seu apoio à aspiração do Brasil e de
África em ocuparem assentos permanentes em um Conselho de Segurança ampliado (...)”
o Todos os países da CPLP apoiam o pleito brasileiro por um assento permanente do CSNU
Obs.: Buscam ajudar-se em diversas áreas. Vale pesquisar os planos para entender como funciona
Papel do IILP
o Criado em 1989, antes da CPLP, tem sede em Cabo Verde. Tem autonomia científica e de estratégia,
mas sofre influência dos membros da CPLP, em especial o comitê de concertação permanente. Além
de influência da concertação política
Atuação brasileira na promoção da língua portuguesa:
o “Rede Brasil Cultural”
o Sede de organizações que promovem a língua portuguesa
Universidades faculdades de letras, ABL, instituições públicas e privadas
o Instituto Guimarães Rosa (2019)
Ainda não está em execução; deve ficar vinculado ao MRE; promoção da língua e cultura
Presença em 44 países
24 Centros Culturais
40 Leitorados
o Professores que dão aula de língua portuguesa e de cultura brasileira
5 Núcleos de Estudo
Economia: possível quarto pilar da CPLP?
Em julho de 2021, espera-se que Angola preside a CPLP, após Cabo Verde. Angola já demonstrou interesse
em impulsionar a consolidação de um pilar econômico na organização
2ª Edição Conferência Econômica do Mercado da CPLP – Porto 2019
o Evento ligado ao possível quarto pilar
Observadores na CPLP
São observadores associados: Argentina, Chile, Geórgia, Grão-Ducado de Luxemburgo, Eslováquia, Hungria,
Itália Japão, Reino Unido, França, Geórgia, Namíbia, República da Maurícia, República Tcheca, Principado de
Andorra, Uruguai, Senegal, Sérvia, Turquia Organização dos Estados Ibero-americanos.
Exemplos de Observadores consultivos: ABL, FUNAG, Conferência Econômica do Mercado da CPLP, UNILAB,
FGV, UNICAMP, UFBA, FIOCRUZ
Conceito de multilateralismo
Keohane (1990) → “a prática de coordenar políticas nacionais em grupos de três ou mais Estados por meio
de arranjos ad hoc ou de instituições”;
o “Reciprocidade difusa” → expectativa de que, ao longo do tempo, o arranjo gere benefícios
equivalentes aos Estados-membros;
Ruggie (1992) → conjunto de regras constitutivas que ordenam relações em dados domínios da vida
internacional → “coordenação de relações entre três ou mais Estados de acordo com certos princípios”.
o Indivisibilidade → implicação lógica da generalização de princípios organizadores, determinando o
comportamento que deve prevalecer entre os Estados-membros de uma coletividade.
Plano de paz de longo prazo para o continente europeu → contexto político conturbado após as Guerras
Napoleônicas;
Substituição do projeto hegemônico de Napoleão Bonaparte pela emergência de ordem multipolar → evitar
eventuais projetos expansionistas europeus;
Entendimento entre as potências (condomínio de poder) para a estabilidade; o equilíbrio entre o poder e a
legitimidade; e a gestão compartilhada e negociada das relações internacionais;
Nova pentarquia europeia: Grã-Bretanha, França, Áustria, Prússia e Rússia;
Concerto de Viena ou Europeu: sistema inovador de concertação e consultas plurilaterais entre as 5
potências, com base na realização de conferências ad hoc (convocadas por iniciativa de um ou mais Estados);
Início do século XX → ordem internacional do Concerto Europeu já não atende aos desafios da nova época →
eclosão da IGM e fim desse sistema
Segurança coletiva → contraponto ao balanço de poder via sistema de alianças entre as potências →
mudança do cálculo racional dos Estados por meio de sistema baseado na confiança → "indivisibilidade da
paz“;
1918: 14 Pontos de Wilson:
o Transparência nas relações internacionais (fim de acordos secretos);
o Abolição das barreiras econômicas e igualdade de condições de comércio entre os países;
o Redução dos armamentos nacionais ao mínimo; e
o Criação de associação geral de nações→ garantia de independência e integridade territorial dos
Estados
Organização internacional criada em abril de 1919 → Conferência de Paz de Versalhes → pacto fundador,
inscrito em todos os tratados de paz;
A Conferência reúne 27 países, mas as grandes potências (EUA, FRA, GBR, ITA, JAP) se encontram à parte das
sessões oficiais para tomar decisões mais importantes;
Exclusão dos vencidos e da URSS;
Divisão dos vencedores entre o idealismo de Wilson e o revanchismo de Clemenceau.
1920: início do funcionamento
Composição: Secretaria-Geral permanente, sediada em Genebra; Assembleia Geral e Conselho Executivo;
Assembleia Geral: reuniões anuais dos representantes de todos os países membros da organização, com
direito a voto;
Conselho: principal órgão político e decisório, com membros permanentes (Grã-Bretanha, França, Itália,
Japão e, posteriormente, Alemanha e URSS) e não permanentes, escolhidos pela Assembleia Geral;
Brasil foi membro rotativo do Conselho de 1920 a 1926, quando se retirou da Liga, após a incorporação da
Alemanha como membro permanente;
Brasil buscou, sem sucesso, a sua admissão como membro permanente do Conselho;
Corte Permanente de Justiça Internacional – CPJI (1922): papel de julgamento de casos e emissão de
opiniões consultivas sobre temas de direito internacional → CIJ.
Decisões da Assembleia e do Conselho tomadas por consenso e com caráter não-vinculante → inexistência
de mecanismos obrigatórios de sanção + dificuldades operacionais;
Legitimidade em xeque → falta de potências importantes, como EUA (com assento permanente reservado,
mas não ratificaram o acordo), Alemanha (admitida em 1926 , mas se retirou em 1933), e URSS (admitida em
1934, mas expulsa em 1939);
Capacidades limitadas para garantir a segurança coletiva → incapacidade de conter os conflitos das décadas
de 1920 e 1930;
Autodissolução em abril de 1946 → transferência das responsabilidades que ainda mantinha para a recém-
criada Organização das Nações Unidas.
Antecedentes da ONU
Ao longo da IIGM, além da experiência da Liga das Nações, outros marcos importantes serviriam de base
para a posterior criação da ONU:
a) Carta do Atlântico (1941): PM britânico Winston Churchill e presidente estadunidense Franklin Delano
Roosevelt estabelecem princípios como a cooperação global para promover melhores condições econômicas e
sociais, a liberdade de navegação, o abandono do uso da força e o desarmamento dos agressores.
b) Declaração das Nações Unidas (1942): Roosevelt cunha o termo “Nações Unidas”. Assinada por 26 países que
se comprometeram com a Carta do Atlântico e com a luta contra o Eixo. Outros países, como o Brasil, aderem
posteriormente (quando entrar na guerra)
c) Conferência de Moscou (1943): EUA, Reino Unido, URSS e China reconhecem a necessidade de criação de
organização internacional baseada na soberania igualitária dos Estados “amantes da paz” → manutenção da paz
e segurança internacionais.
d) Conferência de Dumbarton Oaks (1944): os “quatro policiais” (EUA, Reino Unido, URSS e China) aprovam
propostas para o estabelecimento de nova organização internacional, definindo estrutura e funcionamento dos
órgãos principais. Formação do CSNU e a capacidade de enforcement são discutidas → Delegação dos EUA
propõe o acréscimo de um 6º assento permanente para o Brasil, por seus “tamanho, recursos e participação
ativa na guerra”, mas a ideia não prospera.
e) Conferência de Ialta (1945): EUA, Reino Unido e URSS definem sistema de votação e veto no CSNU e acordam
a criação do Conselho de Tutela (importante no processo de descolonização).
Criação da ONU
Obs.:
“A ONU não foi criada para levar as pessoas ao paraíso, mas para salvar a humanidade do inferno”. Frase
proferida pelo segundo secretário-geral das Nações Unidas, Dag Hammarskjöld, em discurso em maio de
1954.
“Nunca haverá paz no mundo enquanto as mulheres não ajudarem a criá-la”. Bertha Lutz, São Francisco,
1945.
Bióloga, ativista feminista e parlamentar (1894-1978) → contribuição à defesa de princípios e valores do
Brasil (igualdade entre Estados, que vinha desde a II Conferência de Paz da Haia – Rui Barbosa);
Dominada por homens, apenas 3% dos 160 participantes da Conferência de São Francisco eram mulheres;
Uma das 4 mulheres e a única mulher brasileira a firmar a Carta da ONU;
Promoveu o princípio da igualdade jurídica dos Estados - na tradição da diplomacia brasileira;
Participou ativamente dos trabalhos da 1ª Comissão (disposições gerais) → buscou salvaguardar a
perspectiva do Brasil e de outros países diante da prevalência dos interesses das grandes potências;
Destacou-se no esforço exitoso de inclusão da igualdade de direitos entre homens e mulheres na Carta;
Com apoio da delegada da República Dominicana, Minerva Bernardino, logrou incluir - no preâmbulo e no
artigo 8 - referências específicas a esse princípio
2. Desenvolver relações de amizade entre as nações baseadas no respeito do princípio da igualdade de direitos e da
autodeterminação dos povos, e tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal;
3. Realizar a cooperação internacional, resolvendo os problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural
ou humanitário, promovendo e estimulando o respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais
para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião;
4. Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a consecução desses objetivos comuns.”
“Artº. 2 A Organização e os seus membros, para a realização dos objetivos mencionados no Artº. 1, agirão de acordo
com os seguintes princípios:
2. Os membros da Organização, a fim de assegurarem a todos em geral os direitos e vantagens resultantes da sua
qualidade de membros, deverão cumprir de boa fé as obrigações por eles assumidas em conformidade com a
presente Carta;
3. Os membros da Organização deverão resolver as suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, de modo a
que a paz e a segurança internacionais, bem como a justiça, não sejam ameaçadas;
4. Os membros deverão abster-se nas suas relações internacionais de recorrer à ameaça ou ao uso da força, quer
seja contra a integridade territorial ou a independência política de um Estado, quer seja de qualquer outro modo
incompatível com os objetivos das Nações Unidas;
5. Os membros da Organização dar-lhe-ão toda a assistência em qualquer ação que ela empreender em
conformidade com a presente Carta e abster-se-ão de dar assistência a qualquer Estado contra o qual ela agir de
modo preventivo ou coercitivo;
6. A Organização fará com que os Estados que não são membros das Nações Unidas ajam de acordo com esses
princípios em tudo quanto for necessário à manutenção da paz e da segurança internacionais;
7. Nenhuma disposição da presente Carta autorizará as Nações Unidas a intervir em assuntos que dependam
essencialmente da jurisdição interna de qualquer Estado, ou obrigará os membros a submeterem tais assuntos a
uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém, não prejudicará a aplicação das medidas
coercitivas constantes do capítulo VII.”
Membros da ONU
A ONU tem 193 Estados-membros e 2 Estados observadores não membros (Palestina e Santa Sé);
Dois períodos marcados por acentuado aumento do número de membros:
Década de 1960, em razão da descolonização (43 novos membros); e
Década de 1990, em função do desmembramento da URSS, entre outros fatores (33 membros);
Últimos países a tornarem-se membros da ONU:
Tuvalu e Sérvia, em 2000;
Suíça e Timor-Leste, em 2002;
Montenegro, em 2006; e
Sudão do Sul, em 2011 (193º membro da ONU)
Órgãos Principais
Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU)
Composto por 15 membros, 5 deles permanentes (direito a voto e veto) e 10 não permanentes (direito a
voto) eleitos para mandatos bianuais, sem possibilidade de reeleição
P-5: China, França, Rússia, Reino Unido e EUA;
Funções principais: indica o nome do secretário-geral da ONU, a ser aprovado pela AGNU, elege, juntamente
com a AGNU, os juízes da CIJ e aprova resoluções vinculantes e resoluções não vinculantes sobre temas de
paz e segurança internacionais;
Japão e Brasil são os dois membros que mais vezes foram eleitos para ocupar um assento não permanente
do CSNU;
Brasil já foi eleito para dez biênios. Os anos de mandato do Brasil como membro não permanente foram:
1946-1947; 1951-1952; 1954-1955; 1963-1964; 1967- 1968; 1988- 1989; 1993-1994; 1998-1999; 2004-2005;
2010-2011; 2021
Brasil é candidato a vaga a assento não permanente para o biênio 2022-2023;
Membros eleitos para os assentos não permanentes → critério geográfico, de modo que sempre haja
representantes de todas as regiões do mundo;
Do grupo formado pela América Latina e pelo Caribe (GRULAC) é eleito um representante ao ano, de modo
que sempre há dois países do GRULAC como membros não permanentes do CSNU
Formado por 54 países → 18 membros eleitos anualmente, com mandato de três anos renovável por igual
período;
Funções: aprovar recomendações e iniciar atividades sobre temas econômicos e sociais, bem como
coordenar as atividades das agências funcionais da ONU, como OIT, Unesco, OMS, FAO, etc.;
Principal órgão para assuntos de desenvolvimento econômico e social e de coordenação do Sistema das
Nações Unidas;
Papel na integração dos três pilares do desenvolvimento sustentável (social, ambiental e econômico) e na
implementação da Agenda 2030.
Formada por 15 juízes de diferentes nacionalidades, que não representam seus próprios países, e são eleitos
pela AGNU e pelo CSNU, trienalmente, para mandatos de nove anos, com renovação pelo terço a cada 3
anos;
Sediada no Palácio da Paz, Haia;
Início das atividades em 1946 → estatuto anexado à Carta da ONU, tornando-se um dos órgãos principais da
organização;
Duas funções básicas: função contenciosa (resolução de questões jurídicas entre Estados) e consultiva
(invocada pela AGNU, pelo CSNU ou por outros órgãos da ONU e entidades especializadas que forem
devidamente autorizadas pela AGNU);
Emite decisões vinculantes, no marco de sua jurisdição contenciosa, apenas para os Estados que
expressarem consentimento em remeter o caso à CIJ;
Consentimento pode dar-se por declarações ad hoc, por disposição de um tratado que preveja o recurso à
CIJ em caso de controvérsia sobre seu objeto ou pela cláusula facultativa de jurisdição obrigatória (“cláusula
Raul Fernandes”);
Brasil não aceita a jurisdição obrigatória da CIJ
Conselho de Tutela
Secretariado
Cerca de 40 mil funcionários da organização → assistência aos demais órgãos principais, suas políticas e
programas;
Secretário-geral é eleito para mandato de cinco anos, renovável pelo mesmo período;
Nomeado pela AGNU, depois de ter sido recomendado pelo CSNU;
SGNU pode chamar a atenção do CSNU sobre "qualquer assunto que, em sua opinião, possa ameaçar a
manutenção da paz e da segurança internacionais";
Duplo papel: administrador da ONU e mediador de disputas entre os Estadosmembros para alcançar
consensos
Agências especializadas
Programas e Fundos
Financiados por contribuições voluntárias dos Estados-membros e criados pela ONU com propósitos
específicos;
Respondem à AGNU de forma direta ou por meio do ECOSOC;
Em questões administrativas, chefes executivos dos programas e fundos respondem ao SGNU;
Exemplos
o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD);
o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF);
o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA);
o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR);
o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA);
o Programa das Nações Unidas para Assentamentos
o Humanos (ONU-HABITAT);
o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC);
o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
Última década do século XX → período de intensa mobilização dos foros diplomáticos parlamentares →
enfrentamento a ameaças iminentes e localizadas à paz + busca de soluções para problemas de longo prazo;
Distensão Leste-Oeste → fortalecimento das sociedades civis → grandes conferências sob os auspícios da
ONU no campo social;
Legitimação da presença na agenda internacional dos “temas globais”, antes reputados matérias da alçada
exclusiva das jurisdições nacionais;
“Década das conferências”: esforço diplomático de aperfeiçoar o ordenamento internacional mediante a
negociação de instrumentos capazes não só de proteger a humanidade, como também de melhorar suas
condições de vida, e o seu habitat;
Avanço nos padrões de convivência e de respeito aos direitos humanos, de condenação de práticas
predatórias, de atenção aos mais vulneráveis → inclusão dos temas sociais na agenda internacional
Grandes conferências sobre temas globais como estágios consecutivos de um mesmo ciclo → processo de
retroalimentação;
Tratamento abrangente e sistêmico aos temas globais em consideração → adoção de decisões sobre o
acompanhamento e verificação de sua implementação → previsão de novas reuniões após 5 anos
Compromisso de apresentar relatórios sobre os esforços nacionais empreendidos nas matérias tratadas;
Reconhecimento pelos Estados, de maneira consensual, do dever de prestar contas à comunidade
internacional sobre sua atuação doméstica nesses temas que antes consideravam de sua competência
soberana irrestrita.
Cúpula Mundial das Nações Unidas para a Infância (Nova York, 1990):
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - CNUMAD, Cúpula da Terra ou Eco-92
(Rio de Janeiro, 1992):
Inovação considerável à discussão dos assuntos populacionais, reconhecendo o direito reprodutivo como
parte dos direitos humanos e não dissociado do direito ao desenvolvimento → Programa de Ação;
182 países e 2 mil ONGs;
Metas acordadas: educação primária universal e maior acesso à educação às mulheres; redução da
mortalidade infantil e materna; e acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo planejamento
familiar.
Temas sociais como prioridade na agenda internacional → discussões sobre combate à pobreza, busca do
pleno emprego e integração social (sociedades justas, estáveis e seguras);
Pessoas no centro do desenvolvimento;
185 países e quase 2.500 ONGs;
Programa de Ação e Declaração → reconhecimento do papel da sociedade civil;
Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos – Habitat II ou Cúpula das Cidades (Istambul, 1996):
Objetivo central: recomendar políticas e programas que visassem à melhoria das condições de vida das
pessoas, em especial das mais pobres e vulneráveis;
Problemas ocasionados pelo processo de urbanização intensificado nas décadas anteriores;
127 países;
Última grande conferência da década de 1990;
Conferência de Vancouver (1976) como antecedente;
Impasse conceitual → direito de moradia (sem apoio inicial dos EUA, em função da tensão Norte-Sul).
III Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas (Durban, 2001)
3ª reunião sobre essa temática (anteriores realizaram-se em Genebra, em 1978 e 1983),
173 países;
Declaração e Programa de Ação de Durban;
Reivindicação de compensações interestatais pela escravidão pelo Grupo de Estados Africanos → doações
financeiras, esquecimento da dívida ou assistência aumentada → oposição do Grupo Ocidental;
Reconhecimento de que o colonialismo levou ao racismo, à discriminação racial, à xenofobia e a formas
correlatas de intolerância;
Reconhecimento do direito inalienável do povo palestino à autodeterminação e ao estabelecimento de um
Estado independente e, simultaneamente, do direito à segurança de todos os Estados da região, inclusive
Israel;
Tráfico de seres humanos e escravidão como crimes contra a humanidade
1ª reunião quadripartite sobre o tema: 50 chefes de Estado ou Governo e mais de 200 ministros; setor
privado; sociedade civil; e altos funcionários de todas as principais organizações financeiras, comerciais,
econômicas e monetárias intergovernamentais;
6 Eixos:
o Mobilização de recursos financeiros domésticos para o desenvolvimento;
o Mobilização de recursos internacionais para o desenvolvimento (IED e outros fluxos privados);
o Comércio internacional como motor de desenvolvimento;
o Aumento da cooperação financeira e técnica internacional para o desenvolvimento;
o Dívida externa;
o Aumento da coerência e consistência dos sistemas monetário, financeiro e comercial internacionais
em apoio ao desenvolvimento;
“Consenso de Monterrey” → recomendação de aplicação, por parte dos países desenvolvidos, de 0,7% do
seu PIB em programas de ajuda ao desenvolvimento → muitos países – inclusive os EUA – não cumprem.
Brasil compartilha os princípios e objetivos das Nações Unidas na sua atuação internacional;
Desde 1988: autodeterminação, não intervenção, solução pacífica dos conflitos, defesa da paz e prevalência
dos direitos humanos → princípios inscritos na Constituição Federal;
Busca contribuir de forma ativa para o tratamento equilibrado das bases que sustentam as atividades da
ONU: a manutenção da paz e da segurança internacionais, a promoção dos direitos humanos e o
desenvolvimento sustentável;
Multilateralismo como “sustentáculo político-jurídico” da multipolaridade (Celso Amorim).
Obs.:
“O Brasil sempre foi ator relevante no amplo espaço do diálogo multilateral. Isso não significa, como é evidente,
aderir a toda e qualquer tentativa de consenso que venha a emergir, nas Nações Unidas ou em outras instâncias.
Não precisa ser assim e não pode ser assim. O que nos orienta, antes de tudo, são nossos valores e interesses. Em
nome desses valores e interesses, continuaremos a apostar no diálogo como método diplomático. Método que abre
possibilidades de arranjos e convergências que sempre soubemos explorar em nosso favor. O consenso multilateral
bem trabalhado também é expressão da soberania nacional.”
Trecho do discurso de posse do senhor Ministro de Estado das Relações Exteriores, Embaixador Carlos Alberto
Franco França – Brasília, 06/04/2021.
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Agenda
Histórico internacional
Meio ambiente, desenvolvimento e mudança do clima
Posições
Atualidades
Histórico Internacional
Década 1960
o “The Silent Spring”, de Rachel Carson, em 1962
Bióloga marinha dos EUA publica a obra: a primavera silenciosa – efeitos do uso de
pesticidas no meio ambiente
o Conservacionismo e preservacionismo
Cunho era preservar as espécies ameaçadas de extinção e conservar o habitat natural dessas
espécies
Década 1970
o Estocolmo, 1972: crescimento econômico e demográfico e exaustão de recursos naturais
Marco – Conferência de Estocolmo – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
Humano – elevou o patamar das discussões acerca do tema. Embaixador André Corrêa do
Lago definiu como um nível antes reservado a temas com longa tradição diplomática
Para entender o contexto é preciso voltar à década de 1960: guerra fria – polarização EUA x
URSS; havia o questionamento de valores e padrão de consumo de um lado e de outro. Em
1968, nos EUA, havia protestos sociais por direitos civis e contra a guerra do Vietnã; na
URSS, movimentos como o de Praga entre outros
É quando alguns setores da sociedade civil de países desenvolvidos passam a mencionar o
tema do meio ambiente. Casos de intoxicação de pescadores japoneses por mercúrio entre
os anos 1950 e 1970. Mais tarde levaria à regulação do mercúrio. Início de consciência
ecológica fruto da industrialização: poluição do ar, sonora
Obra: os limites do crescimento – publicada pelos membros do Clube de Roma (grupo de
intelectuais e cientistas que passaram a reunir-se a partir de 1968 com o patrocínio de
grandes empresas. Nos encontros, começaram a ser discutidas além de temas econômicos,
temas ecológicos. O viés da obra sobre a questão ambiental era muito pessimista em função
do modelo de produção da época – excesso de crescimento econômico e demográfico
levaria à exaustão e colapso dos sistemas. Colocava em xeque os pressupostos do
crescimento econômico e era fortemente influenciada pelas obras malthusianas. Defendiam
o controle populacional de países com menor desenvolvimento relativo. O desenvolvimento
dos países pobres era visto como uma ameaça à humanidade. Fez com que os países em
desenvolvimento se organizassem para responder à questão. Surge uma nova clivagem, a
Norte-Sul. O debate da questão ecológica passa a ser integrado com temas políticos e
econômicos. Principal resultados da Conferência de 1972: lançou o tema da questão
ambiental na agenda do sistema internacional; criou o Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente – PNUMA; estímulo aos países para criarem órgãos ambientais;
engajamento da sociedade civil no tema, que passou a cobrar e ser vigilante. A Rio-92 é fruto
de avanços que ocorreram na década de 1980 – em 1983, criação da comissão mundial sibre
meio ambiente e desenvolvimento (ou comissão Brundltand); que deu origem ao relatório
Brundtland – marco importante – era constituída por 23 países, inclusive o Brasil. Objetivo
era produzir estudos sobre questões ambientais e de desenvolvimento
Década 1980
o Convenção de Viena e Prot. Montreal: camada de ozônio
o Relatório Brundtland: desenvolvimento sustentável
Finalizado em 1987, o relatório não poupou ninguém. Contextualiza o meio ambiente em
um cenário de desenvolvimento e estabeleceu o fundamento conceitual para que a
Conferência do Rio ocorresse mais tarde. Apontava para áreas em que processos poderiam
ser feitos. A grande contribuição do relatório ao lançar o tema do desenvolvimento
sustentável (não prejudicar no presente as gerações futuras) foi criar as bases para atrelar o
crescimento econômico a temas ambientais e sociais
Outra questão específica que se enquadra no cenário multilateral foi o tema do buraco na
Camada de Ozônio. Estudos mostraram os efeitos danosos dos CFCs que causavam
problemas na camada de ozônio. Foi exitoso ao ponto de que os países cogitassem uma
conferência de cunho mais amplo. Foi assim que o Brasil se candidatou em 1989 para sediar
a Conferência do Rio – CNUMAD (Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento). Foram definidos 23 objetivos pela AGNU divididos em quatro grupos –
identificação de estratégias regionais e locais com vistas à recuperação do meio ambiente;
relação entre degradação ambiental e crescimento econômico com a mobilização de
recursos financeiros para fazer avançar a agenda; recursos humanos e cooperação técnica;
aspectos institucionais para fazer valer os acordos
Década 1990
o Rio 92: fim da Guerra Fria e maior peso das discussões ambientais.
Rio - 92 consagra o conceito de desenvolvimento sustentável e também o papel central do
ser humano na discussão ambiental. Estabeleceu os marcos regulatórios dos dois principais
regimes ambientais da atualidade (UNFCCC e CDB)
Era tempos de fim da guerra fria; questões transversais passaram a englobar diversos temas,
inclusive o meio ambiente como direito
Maio evento organizado pela ONU até então – 172 países, sendo 108 em níveis de Chefes de
Estado ou de Governo; foram credenciados mais de 10 mil jornalistas e representantes de
mais de 1000 organizações, além de cerca de 7 mil ONGs
Permanecia a clivagem Norte-Sul
Posição brasileira: aceitava discutir, desde que o tema estivesse inserido em um
contexto de desenvolvimento econômico
Brasil, após décadas de desenvolvimentismo, era criticado pela maneira como o país
lidava com o desmatamento. Ademais, estava em transição de um processo
ditatorial para o democrático. Problema ambiental – poluição de rios e mares, má
conservação de parques e áreas verdes nos centros urbanos – passaram a juntar-se
às mazelas sociais do país como saúde, educação, alimentação. Foi nesse contexto
que o governo Sarney decidiu apresentar a candidatura do Brasil, por avaliar que o
país poderia renovar suas credenciais e que assim teria mais a ganhar que a perder
o Resultados:
Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (contendo 27 princípios);
Agenda 21 – plano de ação para o meio ambiente e o desenvolvimento no século XXI
baseado em uma série de contribuições especializadas de governos e organismos
internacionais;
UNFCCC e CDB;
Rio-92 deu origem às duas principais convenções que originaram os grandes regimes
ambientais atuais – A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a mudança do
clima (UNFCCC) e a Convenção sobre a Diversidade Biológica
A Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS);
Monitorar os progressos realizados na implementação da agenda 20/30 e das
atividades relacionadas com a integração dos objetivos de meio ambiente e
desenvolvimento em todo o sistema da ONU
Acordo para convenção sobre a desertificação; e
Declaração de Princípios para o Manejo Sustentável de Florestas.
Obs.: A década das Conferências 1990-99 (Embaixador José Augusto Alves); outra obra é a do embaixador André
Corrêa do Lago – Estocolmo, Rio, Johanesburgo; o Brasil e as três conferências da ONU.
Segundo Augusto Alves, nunca os encontros de escopo aparentado de magnitude semelhante haviam sido realizados
em ordem lógica e sequencial tão próxima por mais correlatos que fossem (espécie de linha lógica que conecta todas
as conferências realizadas na década de 1990.
Década de 2000
o “Rio+10”: Johanesburgo (2002)
Convocada pela resolução 55/1999 da AGNU – revisão decenal do progresso alcançado na
implementação dos resultados da CNUMAD de 1992
Apesar do enriquecimento jurídico e da institucionalização houve uma série de dificuldades
para implementar os objetivos
O clima pré-Johanesburgo diferia do clima da Rio-92. Havia ceticismo com os resultados que
poderiam ser obtidos. Predominava em função do descompasso das negociações e o ritmo
de adoção de novas medidas
O fim da Guerra Fria fez com que, de certa forma, o estilo de vida ocidental fosse
universalizado, bem como o modelo de desenvolvimento. Esse modelo não é marcado pelo
desenvolvimento sustentável. Ademais, década de 1990 foi marcada por crises econômicas
em diversas regiões do globo, com destaque para a crise russa, dos tigres asiáticos e da
América Latina, quadro agravado pela globalização que cada vez mais aumentava. Isso
somado, fez com que houvesse pessimismo antes de Johanesburgo
Houve também dois eventos que se certa forma influenciaram a conferência de
Johanesburgo, que foi o lançamento da Rodada Doha na OMC e a Conferência de
Monterrey, em 2002 sobre o financiamento para o desenvolvimento. Tiveram grande
repercussão na mídia e opinião pública mundial – reestruturação do comércio internacional
e regras financeiras; foram considerados tímidos. Em Monterrey, por exemplo, houve
confirmação dos preceitos do Consenso de Washington, resultando no consenso de que os
países desenvolvidos deveriam destinar 0,7% do PIB para ODA (ajuda oficial ao
desenvolvimento). Muito aquém do que desejavam os países em desenvolvimento. Em 2008
(Doha) e 2015 (Adis-Abeba) a meta de 0,7% foi confirmada, apesar de não ter sido
implementada, salvo alguns poucos países.
Outro evento que contribui como pessimismo foi o ataque terrorista aos EUA em 11 de
setembro de 2001
Algo de positivo foi a adoção unilateral por parte de empresas de mecanismos sustentáveis e
mesmo de financiamento de práticas sustentáveis
EUA nunca adotaram o Protocolo de Quioto
Conferência acabou sem grandes acordos, houve apenas reiteração do que já havia sido
definido
Década de 2010
o Green Climate Fund (GCF): criado em 2010
Sede na Coreia do Sul, propósito é captar recursos de países desenvolvidos
Ainda está aquém para que os países em desenvolvimento invistam em medidas efetivas e
sustentáveis, principalmente de adaptação, pois por serem países com economias pequenas,
com baixa emissão de carbono, mas que sofrem com os efeitos do aquecimento global
A meta de 10 bilhões anuais não foi cumprida, o GCF captou 10 bilhões na primeira rodada
de captação de recursos
Brasil apoiou a criação do GCF
o Rio+20: geometria global pós-2008
Realizada em 2012; momento de impulso ao multilateralismo após a maior proeminência
dos países em desenvolvimento com a crise financeira de 2008;
A proposta brasileira para sediar a conferência é de 2007, decorreu de discurso presidencial
na AGNU; ponto de inflexão entre a postura de 1992 e a de 2012; enfatiza a questão do
desenvolvimento humano e de justiça social como mecanismo de mudança da relação com o
meio ambiente. Em 1992, Brasil atuou como uma ponte entre os países ricos e pobres
pautado em três pilares: econômico, ambiental e social. Brasil se aproxima do G77, ao
defender que a igualdade social seria a melhor pré-condição contra a degradação ambiental
do planeta. Brasil passa a dar maior ênfase na questão social, ao passo que, em 1992, os
pilares econômico, social e ambiental não se sobrepunham
O Futuro que nós queremos – ler o documento
Integração dos três pilares como paradigma para o século XXI
Erradicação da pobreza como pré-requisito para a questão ambiental
Em 2012, houve a realização da COP-18, que ocorreu em Doha. Sem acordo novo, cria-se
uma emenda – Doha – ao Protocolo de Quioto estendendo a validade deste para o período
2013-2020
o REDD+: arcabouço normativo para recompensar os países por atividades que visavam à redução das
emissões
REDD = Reduzir emissões do desmatamento e degradação (marco de Varsóvia)
Importante para o Brasil, pois trata sobre cobertura florestal
Consiste em pagamento por resultados
Brasil foi um dos primeiros a se tornar elegível para receber os REDD+
Obs.: ao ler sobre notícias, é importante ler as declarações e prestar atenção à linguagem e princípios que norteiam
a discussão
Regimes - UNFCCC
Convenção-Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima (UNFCCC) – biênio 2020/21 é um marco;
inicia oficialmente o Acordo de Paris (a pandemia atrapalhou). COP-26 prevista para nov/21 em Glasgow há
expectativa de negociações para por o Acordo de Paris em marcha
o Origem: 1992
o Guarda-chuva:
Protocolo de Quioto (1997, vigor em 2005): 2008-2012 (primeiro período de compromisso –
países do Anexo I precisam mostrar que tiveram redução na emissão de CO2)
Emenda de Doha (2012, vigor em 2020): 2013-2020 (estende Quioto)
Acordo de Paris – COP-21 (2015, vigor em 2016): pós-2020; não substitui o Protocolo de
Quioto, o que encerra é o período de compromisso iniciado em 1997 e depois postergado
pelo acordo de Doha. Os países estão livres para estabelecerem metas de redução de
emissão de CO2
o Responsabilidades comuns, porém diferenciadas
Países de industrialização tardia possuem menor responsabilidade que os países que se
industrializaram desde a Revolução Industrial
Atenção: quem deve liderar os esforços são os países desenvolvidos, que possuem maior responsabilidade histórica
de acordo com o princípio 3 da Convenção-Quadro, que é o regime multilateral responsável por regrar as questões
envolvendo a mudança do clima
Não-Anexo I:
Países em desenvolvimento
Protocolo de Quioto e Emenda de Doha:
o Obrigações quantificadas de redução de emissões para Partes listadas no Anexo B do Protocolo de
Quioto que são os países do Anexo I da UNFCCC
o Reduzir as emissões globais em, pelo menos, 5,2% abaixo dos níveis registrados em 1990, no período
entre 2008 e 2012 (Doha: 2013-2020)
o Mecanismos de flexibilização: Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) – país do Anexo I pode
fazer um investimento em um país em desenvolvimento que não tenha meta obrigatória no sentido
de mitigar os efeitos do efeito estufa e dessa forma beneficiar a ambos; o que importa é o agregado
global -, Implementação Conjunta – mesma lógica do MDL, mas países de anexo I com Anexo I;
sofreu críticas e Comércio de Emissões (sugestão brasileira e dos EUA)
o Estados Unidos não ratificam; Japão, Rússia, Canadá e Nova Zelândia não participam do segundo
período de compromisso
Maior emissor fora torna a medida inócua
Acordo de Paris:
o Compromissos nacionalmente determinados – formato híbrido (top-down => todos têm
compromisso e também bottom-up => cada país determina sua meta/NDC)
o Ratificações em tempo recorde
Artigo 4 (Acordo de Paris): Progressão (ideia de que não pode regredir, sarrafo aumenta constantemente)
2. Cada Parte deve preparar, comunicar e manter sucessivas contribuições nacionalmente determinadas que
pretende alcançar. As Partes devem adotar medidas de mitigação domésticas, com o fim de alcançar os
objetivos daquelas contribuições
Brasil e NAMAs:
o Compromisso voluntário nacional de reduzir entre 36,1% e 38,9% a emissão de gases de efeito
estufa até 2020; resultados estão sendo aferidos pelo MCTI
o Redução do desmatamento na Amazônia em 80% até o ano de 2020
Atores Importantes
EUA:
o Resistências internas
Nunca ratificaram as CDBs; argumentam que possuem ações internas que cobrem o escopo
São parte da UNFCCC
Não ratificaram Quioto – incompatível com o crescimento econômico
Compromissos bottom-up favoreceu a entrada no Acordo de Paris; Trump se retirou e Biden
voltou – um dos primeiros atos após eleito; busca retomar o protagonismo americano –
designa John Kerry como assistência da presidência para o clima. Muitos diálogos bilaterais;
instiga os países a serem mais ambiciosos – 40 líderes participaram da cúpula de líderes
convocada por Biden para abril/2021. EUA apresentam revisão da NDC
UE
o Liderança
Aproveitam vaco deixado por Donald Trump
o EU ETS – comércio de emissões de carbono
o Alemanha é uma grande emissora; se comprometeu a acabar com usinas a carvão em 2038 apenas
o Polônia levanta a questão do emprego na indústria de carvão
o Países desenvolvidos não são adeptos da ideia de responsabilidade comum, porém diferenciada
o Transição energética custa tempo e dinheiro
o Dez/2019 Europa lança o green deal (pode ter implicação para além do clima e afetar o comércio
externo)
China
o Posição ambígua
o Crescimento econômico robusto; é a maior emissora de gases do efeito estufa do mundo
o Há concertação no BASIC, mas também com países desenvolvidos; perfil diferente do que tinha em
2019
o Vai sediar a COP-15 da CDB (o evento é promissor)
BRICS
o Consenso difícil
Não é um agrupamento como o BASIC que teve a agenda ambiental na essência; BRICS
possui outra proposta e surge em outro contexto
Países com perfis diferentes – Rússia está lista em outro anexo
BASIC
o Financiamento e outras obrigações
o Alinhados e defensores do regime de responsabilidade comum, porém diferenciada
Atualidades
Acordo de Paris
o COP 24 (Katowice, 2018): previa-se a conclusão do “Livro de Regras”. Negociações chegaram a
impasse em temas centrais, como abordagens cooperativas baseadas em mercado.
o COP 25 (Madri, 2019): expectativas sobre a finalização das questões pendentes. Novo impasse. Era
para ter ocorrido no Brasil, que pediu para não sediar; Chile aceitou a presidência, mas estava
envolta a protestos e Madri aceitou sediar, embora com a presidência chilena
o COP 26 (Glasgow, 2021): da negociação à implementação do Acordo de Paris. Expectativa para
entrar no módulo implementação
o Dez/2020: Brasil submete sua NDC revisada. Reafirma o compromisso de 2025 e 2030 (antes
indicativa) e estabelece uma nova meta indicativa de longo prazo para 2060 (neutralidade climática
– Bolsonaro disse seria em 2050; zerar o desmatamento ilegal até 2030 e aumentar o orçamento do
Ministério do Meio Ambiente para fiscalização)
o Fev/2021: diálogo de alto nível entre Brasil e Estados Unidos
Emenda de Doha
o Entrada em vigor em dezembro de 2020, após atingir a 144ª ratificação (Nigéria)
o Operacionaliza o segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto; países que têm
compromisso obrigatório precisam provar que reduziram até 2023
Atualidades da CDB
Meio ambiente é um tema transversal, tem relação com direitos humanos, financiamento, crescimento
econômico
No plano multilateral, a primeira vez que o tema do meio ambiente é debatido é na Conferência de
Estocolmo, 1972 sem ainda uma associação entre desenvolvimento econômico e meio ambiente. Nos anos
1960, já estava em discussão a questão da poluição
CNUMAD do Rio de Janeiro, em 1992, foi uma discussão ampla que envolvia um conceito mais rebuscado de
desenvolvimento sustentável, o que implica que a Conferência do Rio não se pautou apenas na questão
conservacionista ou de degradação ambiental
O Protocolo de Quioto fixou as metas de redução de emissão de gases que provocam o efeito estufa, a
serem cumpridas pelos países industrializados e não fixou metas para os países que não eram do Anexo I.
Pautava-se na responsabilidade comum, porém com responsabilidade distinta. Apenas no Acordo de Paris,
de 2015, é que a progressividade com adoção de metas de redução por parte dos países em
desenvolvimento seria adotada
O Brasil defende os princípios de responsabilidade comum, porém diferenciada e vem praticando medidas
da agenda ambiental internacional. A matriz elétrica brasileira é majoritariamente composta por fontes
renováveis, mas a matriz energética não, pois a participação dos combustíveis fósseis representam metade
da matriz
O governo se comprometeu a desenvolver ações para diminuir a emissão de CO2 no país e a adotar um
Plano de Mudanças Climáticas. Quanto à redução do desmatamento da Amazônia, existe um plano próprio
para tal.
Os países amazônicos defendem a soberania de explorar seus recursos em consonância com os preceitos da
agenda do desenvolvimento sustentável. Não uma proeminência brasileira na decisão desses países, o tema
é complexo e nem sempre há consenso.
A Conferência Internacional das Nações Unidas para Financiamento ao Desenvolvimento, realizada em 2002,
aprovou o documento intitulado Consenso de Monterrey, entre cujos dispositivos consta a recomendação
de aplicação, por parte dos países industrializados, de 0,7% do seu produto interno bruto em programas de
ajuda ao desenvolvimento, o que não vem sendo cumprido, de maneira geral, por grande parte desses
países.
Desde que a questão ecológica adquiriu importância econômica, as estratégias de gestão ambiental
passaram a ser de competência exclusiva do Estado por meio de legislação pertinente. Há soberania do
Estado para implementação de projetos em seu território
O modelo de gestão característico da política brasileira de recursos hídricos elegeu a bacia hidrográfica como
unidade espacial de planejamento, visando à resolução de conflitos entre usuários, à solução de problemas
de poluição das águas e à restrição, de modo a conservar a cobertura vegetal, do desmatamento de áreas de
mananciais.
A proteção do Cerrado, prevista nas metas do plano estratégico da Convenção sobre Diversidade Biológica,
justifica-se pela necessidade de recuperação de áreas desmatadas ou degradadas pelas pastagens.
Brasil é defensor da tese do desenvolvimento sustentável, que possui três vertentes: a econômica, a social e
a ambiental
A Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), cujo órgão supremo é a Conferência
das Partes, foi designada Convenção-Quadro porque serve de base para a assinatura de outras convenções
internacionais que versem sobre mudança climática.
Estabelecida durante a Rio-92, a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) funciona como espécie de
arcabouço legal e político para acordos ambientais mais específicos, a exemplo do Protocolo de Cartagena
sobre Biossegurança
Signatário, junto com quase 200 países, da chamada Convenção das Nações Unidas de Combate à
Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas, o Brasil, atuando em iniciativas bilaterais e multilaterais, é
considerado uma das grandes lideranças globais na implementação dessa Convenção.
Dica para lembrar das Conferências da Partes: o Acordo de Paris foi firmado na COP-21, que ocorreu em
2015. Basta então avançar ou retroceder um ano para identificar qual o número da COP. A COP-18, por
exemplo, foi 2012, quando o Protocolo de Quioto foi prorrogado
A COP adota decisões por consenso. A COP-18 prorrogou o Protocolo de Quioto por consenso, no entanto,
alguns países não ratificaram, a exemplo de EUA, Japão, Nova Zelândia, Rússia e Canadá
A COP-20 (2014), em Lima, iniciou o debate acerca das INDC (intenção de contribuições nacionais)
A III Conferência das Partes (COP-3) adotou, em 1997, o Protocolo de Quioto, que estabelecia o
compromisso dos países desenvolvidos listados em seu Anexo I em reduzir, até 2012, 5,2% das suas
emissões de gases de efeito estufa, em relação aos níveis de 1990
Uma das principais inovações do acordo de Paris é o fato de ele não estabelecer metas uniformes (vertente
top-down, todos devem contribuir, e bottom-up, cada país determina como irá contribuir) para todos os
signatários, tendo cada país indicado metas voluntárias que pretende cumprir, as chamadas Pretendidas
Contribuições Nacionalmente Determinadas
A NDC brasileira tinha um anexo explicativo com exemplos não exaustivos com as ações a serem adotadas
para atingir as metas. Inclui compromissos tanto na questão do aumento do uso de energias renováveis
quanto redução do desmatamento
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) representa, no presente,
importante espaço de apoio aos países em desenvolvimento no que diz respeito ao seguimento e à
implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que conformam a Agenda 2030 para o
desenvolvimento sustentável e, de modo particular, daqueles voltados para a dimensão econômica.
CACD 2010 - Questão 2: A partir de uma perspectiva da mudança global do clima como uma questão de
desenvolvimento, comente:
b) desafios e vantagens, do ponto de vista doméstico e internacional, que o país terá nas próximas negociações
multilaterais sobre o tema.
Enquadramento:
o Geral: mudança do clima e desenvolvimento
o Específicos:
Evolução da posição do Brasil na preparação (1) para e durante a COP-15 (2)
Desafios e vantagens (3), nas perspectivas domésticas e internacional (4), nas próximas
negociações (5)
Elementos textuais:
o Introdução (sinalizar que entendeu o enquadramento) e conclusão
o Parágrafos temáticos (de 1 a 5 dos temas pedidos como conteúdo)
o Argumentos e exemplos
CACD 2012 - Questão 3: Uma das principais características do atual cenário internacional reside no crescente peso
relativo de países emergentes nas relações comerciais, financeiras e políticas internacionais. Tal tendência se
refletiria, com particular intensidade, no exemplo da China, que deverá tornar-se a principal economia mundial
(conforme critério de “Paridade de Poder de Compra”) a curto prazo. Discorra sobre as oportunidades e desafios da
ascensão relativa da China, sob a perspectiva da política externa brasileira, nos planos comercial e financeiro.
Indique, ainda, eventuais pontos de convergência e de divergência entre a China e o Brasil quanto à agenda
ambiental multilateral (mudanças climáticas) e à reforma do Conselho de Segurança da ONU.
Enquadramento:
1. We, the Heads of State and Government and high-level representatives, having met at Rio de Janeiro,
Brazil, from 20 to 22 June 2012, with the full participation of civil society, renew our commitment to
sustainable development and to ensuring the promotion of an economically, socially and environmentally
sustainable future for our planet and for present and future generations.
2. Eradicating poverty is the greatest global challenge facing the world today and an indispensable
requirement for sustainable development. In this regard we are committed to freeing humanity from
poverty and hunger as a matter of urgency.
3. We therefore acknowledge the need to further mainstream sustainable development at all levels,
integrating economic, social and environmental aspects and recognizing their interlinkages, so as to
achieve sustainable development in all its dimensions. (enunciado é a cópia desse item 3)
http://www.rio20.gov.br/documentos/documentos-da-conferencia/o-futuro-que-queremos/at_download/the-
future-we-want.pd
Enquadramento
CACD 2018 - Questão 4: O desenvolvimento sustentável exige uma considerável ação coletiva. Uma agenda
como a que estamos acordando exige “descolonizar” os acordos multilaterais de desenvolvimento, já que a
governança global deve ser universal e inclusiva e refletir os interesses, as necessidades e os objetivos da
comunidade internacional em seu conjunto. Isto é um desafio ainda maior se consideradas questões relativas a
mudanças climáticas e à assimetria da arquitetura financeira internacional.
Alicia Bárcena. Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável: o elo entre o curto e o longo prazo. Santiago,
CEPAL, 2016 (com adaptações).
Considerando que o texto precedente tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo a respeito
da promoção do desenvolvimento como tema da agenda global. Em seu texto, aborde necessariamente os
seguintes aspectos:
1. os marcos históricos que levaram à inserção do desenvolvimento como tema da agenda da organização das
nações unidas (ONU);
Enquadramento
UNCTAD
Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento - UNCTAD (1964): resultado das
exigências dos países com menor nível de desenvolvimento;
o Grupo dos 77 (G77): coalizão de países em desenvolvimento → “Declaração conjunta dos setenta e
sete países em desenvolvimento na conclusão da primeira sessão da Conferência da Nações Unidas
para o Comércio e Desenvolvimento”;
UNCTAD é o principal órgão do sistema ONU para o tratamento integrado entre comércio e
desenvolvimento, assim como de assuntos correlacionados às áreas de finanças, tecnologia, investimento e
desenvolvimento sustentável;
Fórum intergovernamental permanente → integra o secretariado da ONU e responde à AGNU e ao ECOSOC;
Tem seus próprios membros (195 países – mais que a ONU), liderança e orçamento;
Promove encontros, pesquisas e programas de cooperação técnica que visam auxiliar os países em
desenvolvimento a integrarem-se de mais positiva na economia mundial
FAO
“O Estado da Insegurança Alimentar e Nutricional no Mundo” (2020) – é um relatório que pode ser baixado no site
da FAO
Quase 690 milhões de pessoas passaram fome em 2019 – aumento de 10 milhões em relação a 2018 e de
aproximadamente 60 milhões em cinco anos;
A Ásia continua sendo o lar do maior número de desnutridos (381 milhões);
A África vem em segundo lugar (250 milhões), seguida pela América Latina e o Caribe (48 milhões);
As pessoas passando fome são mais numerosas na Ásia, mas esse número aumenta mais rapidamente na
África. Pela tendência atual, em 2030, a África abrigará mais da metade das pessoas com fome crônica no
mundo;
Desde 2014, a fome cresceu em sintonia com o crescimento da população global;
o Esforços de erradicação não crescem na mesma velocidade que o aumento da população
À medida que o progresso no combate à fome estanca, a pandemia de Covid-19 está intensificando as
vulnerabilidades e inadequações dos sistemas alimentares globais;
A estimativa era de que, no mínimo, outros 83 milhões de pessoas, e possivelmente até 132 milhões,
poderiam passar fome em 2020 como resultado da recessão econômica desencadeada pela Covid-19;
Uma dieta saudável custa muito mais que US$ 1,90 por dia, o limiar de pobreza internacional.
PMA
1961: criação do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) pela AGNU e pela FAO;
Maior organização humanitária do mundo → financiada por contribuições voluntárias de governos,
organizações e indivíduos;
O PMA trabalha para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas de erradicar
a pobreza e a fome; ODS 1 e 2
2019: forneceu assistência alimentar de emergência em 88 países e trabalhou em uma perspectiva de longo
prazo para aumentar a produção local de alimentos e atender às necessidades nutricionais de mulheres e
crianças;
2020: recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para combater a fome, promover a paz em áreas
afetadas por conflitos e prevenir o uso da fome como arma de guerra e conflito;
o O Comitê Nobel da Noruega já havia concedido Prêmios da Paz por esforços que podem prevenir a
guerra e promover a paz por meio do combate à fome → 1949: diretor-geral da FAO, John Boyd Orr;
e 1970: Norman Ernest Borlaug, “o pai da Revolução Verde”.
PNUD
ODMs
ODS
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) → 17 metas globais que se desdobram em várias outras;
Objetivos são amplos e interdependentes, mas cada um tem uma lista separada de metas a serem
alcançadas;
Parágrafo 54 da Resolução A/RES/70/1 da AGNU, de 25 de setembro de 2015, contém os objetivos e metas;
Amplo acordo intergovernamental para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015 ou Agenda 2030;
ODS baseiam-se nos princípios acordados na Resolução A/RES/66/288, intitulada "O Futuro que Queremos”
→ documento não vinculante divulgado como resultado da Conferência Rio+20 (2012)
1. Erradicação da pobreza: acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;
2. Fome zero e agricultura sustentável: acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da
nutrição e promover a agricultura sustentável.
Médico, nutrólogo, professor, geógrafo, cientista social, político, escritor e ativista brasileiro do combate à
fome;
Brasil: “Geografia da Fome” (1946) → fome e sua relação com as condições naturais, econômicas, sociais e
políticas brasileiras → reorientação via educação e novas estratégias de desenvolvimento→ rejeição à ideia
de subdesenvolvimento como uma etapa; (relação da fome no Brasil e as condições naturais, políticas e
sociais do país)
Mundo: “Geopolítica da fome” (1951) → mudanças políticas e econômicas fundamentais para impedir o
processo de espoliação do mundo subdesenvolvido e a propagação do flagelo da fome;
Delegado do Brasil na “Conferência de Alimentação e Agricultura das Nações Unidas” (1947);
Presidente do Conselho-Executivo da FAO (1952-56);
Representante permanente do Brasil na ONU, em Genebra (1963-64).
o Se exila na França depois do golpe militar, nunca mais voltou ao Brasil
Reunião de líderes mundiais por uma “Ação contra a Fome e a Pobreza” (NY, 2004):
o Iniciativa brasileira, em conjunto com França, Espanha e Chile, e apoio do então SGNU, Kofi Annan;
o Interesse da comunidade internacional em atacar o problema da fome em bases globais;
Experiência brasileira de combate à fome e à pobreza → demanda de inúmeros países e organizações
internacionais → cooperação técnica via ABC – Agência Brasileira de Cooperação, que integra o MRE;
o Reconhecimento da política de proteção social implementada no país;
o Desenho institucional e componentes fundamentais transferíveis e aplicáveis em contextos variados;
Cooperação internacional - foco na agenda social e cooperação Sul-Sul → dimensão estratégica na PEB,
sobretudo a partir da década de 2000 → “internacionalização” de programas sociais brasileiros, como Fome
Zero, Bolsa Família, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), etc.;
Purchase from Africans for Africa (PAA Africa) → criado em 2012 por Etiópia, Malawi, Moçambique, Níger e
Senegal, com apoio de Brasil, FAO e PMA → foco na transferência de conhecimento e na implantação de
projetos-pilotos → inclusão de pequenos agricultores em sistemas de compras públicas e fortalecimento das
compras locais de alimentos; (mesmo nome do programa brasileiro)
Rede de Alimentação Escolar Sustentável (2018): criada no marco da Década de Ação pela Nutrição das
Nações Unidas (2016-2025), busca apoiar países (América Latina e Caribe principalmente) na implementação
e reformulação de programas de alimentação escolar, com base no acesso e na garantia do direito humano à
alimentação adequada
Graziano na FAO
Agrônomo e professor, José Graziano da Silva foi Ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate
à Fome (2003-2004) → responsável pela implementação do Programa Fome Zero;
Ocupou o cargo de diretor-geral da FAO de 2011 a 2019;
Sua eleição e recondução ilustram os efeitos da dinâmica cooperativa entre o Brasil e o conjunto dos demais
países em desenvolvimento, em especial os africanos, no tema do combate à fome.
O Fundo IBAS foi criado em 2004, após iniciativa brasileira na 58ª Reunião da AGNU, em setembro de 2003,
por meio do Plano de Ação;
Iniciativa de cooperação internacional, nos moldes Sul-Sul, para financiamento e intercâmbio de melhores
práticas de projetos nas áreas de saúde, educação e segurança sanitária e alimentar que visem ao combate à
fome e à pobreza;
Administrado por um Conselho Diretor: representantes governamentais dos três países e representante do
PNUD → responsável pela direção estratégica do órgão, seleção e aprovação de projetos encaminhados,
captação e alocação de recursos;
Financiamento dos projetos provém das contribuições anuais dos países IBAS, outros países doadores,
fundações filantrópicas e organizações da sociedade civil;
Foco em projetos de pequeno porte localizados em algumas das regiões mais pobres do mundo
o Projetos em diversos países e de todo tipo; no site da organização é possível verificar quais são os
projetos implementados
Histórico
GATT - GENERAL AGREEMENT ON TRADE AND TARIFFS
Acordo Executivo (trata-se de um acordo executivo e provisório; não se entendi definitivo para regular o
comércio internacional)
o Base para o sistema de comércio internacional por 50 anos
Embora provisório, funcionou bem e muitas das suas bases existem ainda hoje
Princípios basilares
o Princípio da não discriminação (art. I) – cláusula da nação mais favorecida., ou seja, deve estender os
benefícios concedidos a um país às demais nações
o Princípio dos Benefícios Mútuos (art. XVIII) – buscar o equilíbrio entre as ofertas de cada um dos
lados
Dispositivos relevantes
o Proibição de restrições quantitativas (art. XI)
o Princípio da não redução das concessões e regras para solução de diferenças (art. XXIII)
o Formação de áreas de livre comércio (art. XXIV)
Rodadas de Negociação
Rodada Kennedy
o Início do período de transição
Complexificação
Partes contratantes (ficam mais intensas as diferenças entre países em
desenvolvimento e desenvolvidos)
Temas (antidumping)
Rodada Tóquio
o Momento histórico delicado (choque do petróleo, aumento da inflação, desemprego, crescimento
econômico; países ricos aumentam o protecionismo)
o 102 países representando 90% do comércio mundial (mais difícil em obter consenso)
o Tarifa média dos produtos industrializados dos PDs foi reduzida à 4,7% (mostra evolução)
o Cláusula de Habilitação
Preferências tarifárias por parte dos países desenvolvidos em prol dos países em
desenvolvimento sem que se configure como violação à regra da nação mais favorável, sem
ser tratamento discriminatório.
o GATT À LA C ARTE
Consenso é difícil, mas acordos plurilaterais foram alcançados sem envolver todos os países
Acordo sobre normas técnicas (evitar que sejam feitas barreiras em função de
questões técnicas)
Em resumo:
Sob o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, em vigor entre 1947 e 1995 transcorreram diversas rodadas de
negociação, que redundaram em redução substancial e consolidação das tarifas de bens industriais de grande
número de países de maior expressão no comércio internacional O regime também estipulou disciplinas gerais para
temas como subsídios e medidas compensatórias e antidumping Na Rodada Tóquio (1973-1979) essas disciplinas
foram aprofundadas na forma de Códigos Plurilaterais Na área agrícola, por outro lado, os resultados sob o GATT
foram menos expressivos, na medida em que as principais potências comerciais do mundo desenvolvido (União
Europeia e Japão) levantaram obstáculos à negociação de um processo mais significativo de redução da proteção e
dos subsídios concedidos à agricultura
Rodada Uruguai
1. Fragilidade do GATT
o Baixa juridicidade para um comércio cada vez mais complexo
o Natureza contratual
o Acordo provisório
o Cláusula do Avô – se um país tivesse legislação anterior poderia não cumprir o que estava no GATT
o “GATT à la Carte”Carte”(pluralidade normativa)
o Mecanismo de solução de controvérsias ineficaz (consenso positivo, o que torna mais frágil. A parte
que perdeu tem que aceitar)
Uma Organização Internacional para supervisionar o corpo de tratados firmados na Rodada Uruguai
Para além do comércio... aumentar renda, a qualidade de vida, permitir bem-estar, uso dos recursos naturais em
consonância com os preceitos do desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento foi trazido para dentro da OMC
Recognizing that their relations in the field of trade and economic endeavour should be conducted with a
view to raising standards of living, ensuring full employment and a large and steadily growing volume of real
income and effective demand, and expanding the production of and trade in goods and services, while
allowing for the optimal use of the world’s resources in accordance with the objective of sustainable
development, seeking both to protect and preserve the environment and to enhance the means for doing so
in a manner consistent with their respective needs and concerns at different levels of economic
development,
(…) (Marrakesh Agreement Establishing the World Trade Organization)
o Preâmbulo do acordo que estabeleceu a OMC; não confundir com a ata final da Rodada Uruguai
o Vai além do comércio ao tratar questões como o aumento do emprego, uso ótimo de recursos
naturais, proteção ao meio ambiente, desenvolvimento econômico para os países pobres
Estrutura Institucional
Conferência Ministerial
Conselho Geral
Conselhos especializados
Secretariado
Órgão Administrativo
o Diretor-Geral (Ngozi Okonjo-Iweala), nomeado pela Conferência Ministerial
Secretariado é Independentes, mas OMC é Member-driven (quem toma as decisões são os
Estados)
“intermediador honesto”
o Fornecer apoio técnico
o Monitorar e analisar os avanços no comércio mundial
o Apoio administrativo e jurídico aos Membros
Membros
Grupos
Regionais
Acessão
Membros do Artigo XII – países que fizeram acessão depois da Rodada Uruguai
Agricultura
Grupo de Cairns – principal grupo para o Brasil; visa a maior liberalização do comércio agrícola
Produtos Tropicais
G10 – países desenvolvidos – defendem que a questão agrícola não deve levar em consideração questões
comerciais. Há elemento histórico e cultural que precisa ser protegido (Japão, Suíça, Noruega...)
G33 – países em desenvolvimento que solicitam acesso a mercados (redução tarifária para determinados
produtos). Países desenvolvidos defendem que não podem abrir muito porque há impacto na economia
doméstica
Cotton 4 – países africanos que defendem maior liberalização e redução de subsídios
Industriais
NAMA 11 (Non Agricultural Market Access) – interesse protecionista na abertura de mercados industriais.
Países em desenvolvimento (fomento à indústria local)
Amigos da Ambição – países desenvolvidos; cobram redução tarifária por parte dos países em
desenvolvimento
WTO | Doha Development Agenda: Negotiations, implementation and development - Groups in the negotiations
Tomada de Decisão
Em regra, por consenso (Artigo IX:1 ) como era feito no GATT 47, mas há as exceções abaixo
o Interpretação de acordos (3/4);
o Emendas a acordos (2/3);
o Inclusão de novos membros (2/3);
o Aplicação de waiver sobre uma obrigação assumida sob acordo multilateral (3/4).
Princípios basilares
A - Não discriminação
o O princípio da Nação mais Favorecida (Artigo 1 do GATT). Se conceder benefício a um terceiro país,
todos os membros da OMC devem beneficiar-se do tratamento
Exceções
o O princípio do Tratamento Nacional (Artigo 3 do GATT) – importado não pode sofrer tratamento
distinto ao nacional (questões comerciais, barreiras, impostos diferentes)
Exceções
Compras Governamentais; é um acordo plurilateral, não está no âmbito da OMC. Pode ser
dada preferência a alguém
Subsídios; se permitida, não precisa estender o subsídio ao produto importado
Medidas de controle de preço interno máximo;
Filmes para cinema – mais benéfico para produções domésticas
C – Transparência
o Políticas comerciais e normas de comércio devem ser acessíveis a governos e importadores
Comitês e TPR
D – TED
o Embora o comércio tenha um importante papel para o crescimento econômico e redução da
pobreza, muitos membros podem enfrentar dificuldades para se beneficiar da liberalização do
comércio
O pós-Rodada Uruguai
As Primeiras Ministeriais
Singapura, 1996
o Acordo sobre Tecnologia da Informação; é um acordo plurilateral, não faz parte do single
undertaking
o “Temas de Singapura”
i) Comércio e Investimentos;
ii) Políticas de Concorrência;
iii) Transparências nas Compras Governamentais;
iv) Facilitação do Comércio
Genebra, 1997
o Preparatória para o lançamento da rodada do milênio
o Discussões Sobre Comércio Eletrônico
Seattle, 1999
o Desacordo sobre o mandato negociador da “rodada do milênio”
o Manifestações contra a globalização,
Doha, 2001
o Contexto de ataque terrorista aos EUA, favoreceu a cooperação internacional
o Acordo de Doha sobre Propriedade Intelectual e Saúde Pública – questão de propriedade de patente
em relação à produção de medicamentos para combate a AIDS, Malária, tuberculose. Brasil foi
favorecido (genéricos)
o Lançamento da Rodada de Desenvolvimento de Doha (DDR).
“Déficit de desenvolvimento” no sistema multilateral de comércio
Comércio é um instrumento para o desenvolvimento econômico e diminuição da
pobreza.
[...] continuaremos nossas iniciativas concretas, planejadas para garantir que os países em desenvolvimento,
e especialmente os menos desenvolvidos entre eles, assegurem a sua parcela de participação no
crescimento do comércio mundial, proporcional às necessidades de suas economias em expansão. Nesse
contexto, acesso favorecido ao mercado, regras equânimes, assistência técnica com financiamento
sustentável e com objetivos bem formulados, e programas de capacitação têm importante função a cumprir.
(Conferência Ministerial Da Organização Mundial Do Comércio, 2001, p. 1).
Mandato Negociador
o Bens/Serviços:
Abertura de mercados e redução dos subsídios à agricultura
Acesso a mercados para produtos não agrícolas & liberalização dos serviços
Regras
o Defesa comercial, áreas de livre comércio e uniões aduaneiras, facilitação do comércio, propriedade
intelectual, regras sobre tratamento especial e diferenciado (TED), relação entre comércio e meio
ambiente
A Rodada Doha
Cancun, 2003 (contexto de valorização da cooperação Sul-Sul por parte da política externa brasileira – Brsil
com capacidade de liderar temas agrícolas; tinha vencido contenciosos importantes no tema; Brasile índia
estiveram à frente)
o Criação do G20 Comercial
Regulamentação equilibrada do comércio agrícola
Subsídios à exportação (mais distorsivo)
Apoio Doméstico (subsídio para produção interna)
Acesso a Mercados (tarifas)
Obs.: para além da questão da exportação, há países como Egito, China, África do Sul e Índia que têm interesse em
subsidiar a produção interna, o que gera conflitos e dificuldades em fechar consensos; dificuldade em saber o que é
fomento e o que é protecionismo puro e simples
“Motley Crew”
Genebra, 2008 (contexto de crise financeira do subprime; protecionismo reforçado por parte dos países
ricos)
o A Rodada Doha entrou em compasso de espera, pois não se logrou definir as bases da negociação
em agricultura e NAMA
o Proposta de redução de subsídios agrícolas e de cortes tarifários tanto de PDs quanto de PEDs,
embora com prazos e magnitudes diferenciadas, não foi aceita por China e Índia
o Falta de acordo sobre elementos do SSM: gatilho (volume do crescimento de importações em
relação ao ano anterior que permitiria a aplicação da salvaguarda – havia proposta de 40%, mas
Índia queria 10% - e elevação tarifária (não proponentes queriam que se respeitasse as tarifas no
nível consolidado, países em desenvolvimento queriam além do nível consolidado)
o O simbolismo
Braço negociador – mostrar que novos acordos eram possíveis
Construção de confiança – relações de ganha-ganha
Acordos regionais – é quando grandes acordos como o TPP estão sendo negociados; pontos
mais avançados que o da OMC; mostrar que a OMC ainda era relevante
“What’s at stake is the ability of this institution to support growth and development ... is the cause of
multilateralism itself. The multilateral trading system was never the only option for trade negotiations. It
has always coexisted, and benefited from, other initiatives – whether regional or bilateral” R. Azevedo,
Bali, 2013.
o Libéria e Afeganistão
Tronam-se membros em 2015 (acessão)
c) Programa de Trabalho sobre Pequenas Economias – permitir que integrem a cadeia global
de valor
CGV
Facilitação de Comércio
d) Grupo de Trabalho para a Acessão do Sudão do Sul
Patrimônio normativo – bem essencial no processo a despeito dos problemas que enfrenta atualmente
o Guerras comerciais – países afetados se juntam
o Crises – existência de acordos multilaterais em bases normativas internacionais ajudam a superar a
crise
Os dois processos – multilateral e plurilateral – devem avançar em paralelo para termos os efeitos de
redução de custos e contenção do protecionismo.
o “Gap” normativo – OMC deve ser capaz de lidar com novos temas; em 1994, quando terminou a
rodada Uruguai, a Internet era incipiente e a China o 11º exportador do mundo; o mundo está em
constante evolução e a OMC precisa ser capaz de criar uma base geral, embora menos avançada que
um acordo bilateral ou plurilateral
Desdobramentos Recentes
Proposta para superar impasse do Órgão de Apelação na OMC (mar.2019); parou de julgar em dez/2020 –
não há quórum mínimo e na prática inviabiliza o Órgão de Apelação. EUA argumenta que está indo além do
que deveria nos julgamentos e parou de aprovar novos juízes
o Diretrizes para a atuação dos painéis e do Órgão de Apelação
DSU; direitos e obrigações; prazos; precedente
Tratamento Especial e Diferenciado da OMC (abr.2019); acordos futuros; Brasil quer que Índia e China façam
o mesmo. Algo que se justifica a pequenas economias
o Começar a abrir mão de TED em negociações futuras
o TED é dinâmico e evolutivo
Oferta inicial brasileira para adesão ao Acordo sobre Contratações Governamentais (fev.2021)
o Oferta em acesso a mercado
Órgãos e as entidades da Administração Pública
Bens, serviços e obras públicas
o Etapa do processo de acessão (maio.2020)
o Plurilateral
48 países - mercado de contratações públicas estimado em US$ 1,7 trilhão anual
HISTÓRICO E PADRÃO-OURO
Sistema financeiro internacional atual: origem após Guerras Napoleônicas (1803-1815), quando o aumento
do comércio permitiu a ampliação dos capitais disponíveis para empréstimo em países exportadores.
(Poupadores -> Investidores/Gastadores)
A partir do início do século XIX: países passaram do uso de moedas de ouro ao uso de papel-moeda, com a
indicação de que era conversível em ouro.
~1880: maioria das principais nações comerciantes havia adotado esse sistema monetário, conhecido como
“padrão-ouro”
FUNCIONAMENTO DO PADRÃO-OURO
44 países aliados (inclusive BR): definir os rumos da nova ordem econômica mundial.
Diagnóstico: Política de aumento de tarifas alfandegárias e desvalorização cambial dos anos 1930 (para
aumentar a competitividade da indústria nacional e das exportações) -> queda da produção, desemprego e
redução do comércio internacional.
Solução: Liberalismo + segurança econômica levariam à paz (Cordel Hull – Secretário de Estado). Sentimento
comum de que era necessário algum grau de intervencionismo doméstico (welfare state) e regulação
internacional em prol do livre comércio (redução de tarifas).
Propostas de John Maynard Keynes (líder da delegação britânica) x Harry White (Tesouro dos EUA):
o “Plano Keynes” (Câmara de Compensações Internacionais para centralizar o pagamento de
exportações e importações entre os bancos centrais / moeda escritural bancor) X “Plano White”
(Mecanismo de fiscalização de variações cambiais e de financiamento de curto prazo de
desequilíbrios no balanço de pagamentos, como um fundo de estabilização – FMI espelha a medida
de White).
Decidiu-se, ainda, indexar o valor das moedas nacionais ao dólar (var. máx. 1%). O dólar, por sua vez, teria
seu valor fixado em ouro -> Padrão dólar-ouro
O PADRÃO DÓLAR-OURO
Estabelecia o dólar como única moeda conversível em ouro a uma cotação fixa (US$35 por onça)
Todas as demais moedas tinham uma cotação aproximadamente fixa em relação ao dólar (banda de
flutuação de 1%).
FMI: órgão multilateral para monitorar a implantação do acordo de Bretton Woods, garantindo o respeito ao
câmbio fixado (evitando-se a desvalorização competitiva) e assegurando o equilíbrio dos balanços de
pagamentos.
Arcabouço para cooperação que evitasse a repetição das políticas econômicas que levaram à Grande
Depressão e à II Guerra Mundial
FMI
Objetivos iniciais: reconstrução das economias europeias (acabou ficando a cargo do Plano Marshall), e
promoção do desenvolvimento -> capital para investimentos (elevar produtividade, padrão de vida e
condições de trabalho nos países-membros).
Membros aportam capital e têm poder de voto proporcional a sua participação no capital total.
2010: poder de voto revisto, favorecendo PEDs. Maior poder de voto: EUA (“poder de veto” – possui mais de
16%; decisões precisam de 85% dos votos), Japão e China. Comitê de Desenvolvimento (nível ministerial)
decide diretrizes políticas.
O BIRD é a instituição original do “Grupo Banco Mundial”, que hoje reúne, além do BIRD, outras quatro
agências afiliadas criadas entre 1957 e 1988
OCDE
1948: criada a Organização para a Cooperação Econômica Europeia (OECE), para administrar os fundos do
Plano Marshall.
1961: OECE foi formalmente transformada na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico (OCDE ou OECD, na sigla em inglês), com a adesão inicial de Canadá e EUA. Posteriormente,
outros países desenvolvidos (e também países em desenvolvimento, como México, Turquia e Chile)
adeririam à organização, que atualmente conta com 36 membros.
Objetivos principais: ampliação do comércio, manutenção da estabilidade financeira, crescimento
econômico duradouro e provisão de cooperação para o desenvolvimento de outros países.
Lema: “Políticas melhores para melhores vidas”
Obs.: Brasil solicitou adesão em 2017 (processo demora); já cumpre diversos dos mecanismos, mas não
todos
Obs.: Monitoramento Brasil – criação de um monitoramento por parte da OCDE para monitorar a questão da
corrupção no Brasil)
CHOQUES DO PETRÓLEO
Guerra do Yom Kippur (1973): Primeiro Choque do Petróleo (preço quadriplicou) -> estagflação (combinação
de estagnação econômica e inflação elevada) nos países importadores. EUA -> políticas monetárias
expansionistas, levando à brusca depreciação do dólar.
Revolução Iraniana (1979): II Choque do Petróleo -> Maior inflação leva à política monetária restritiva nos
EUA, o que reduziu a liquidez internacional .
Políticas monetárias contracionistas (redução da oferta de moeda e aumento dos juros básicos) ->
valorização do dólar -> crescimento vertiginoso das taxas de juros de curto prazo.
PEDs que haviam se endividado a juros flutuantes no I Choque do Petróleo viram crescer sua dívida,
especialmente na América Latina. (Crise da Dívida dos anos 1980)
Plano Brady (1989): abatimento do encargo da dívida, por meio da redução de seu principal e do alívio de
juros. Além de emitir novos bônus, os países deveriam promover reformas liberais em seus mercados.
“Consenso de Washington” como condicionalidades obrigatórias pelas OIs econômicas: “receituário
neoliberal” (disciplina fiscal, reforma tributária, juros de mercado, câmbio livre, abertura comercial,
eliminação de restrições aos investimentos, privatizações, etc.)
Colapso cambial gerado pela perda de confiança na moeda nacional (com fuga de capitais), levando a rápida
depreciação.
Círculo vicioso: medo da desvalorização levava à venda de ativos, provocando desvalorização ainda maior.
Países afetados enfrentaram dificuldades de pagamento dos compromissos internacionais:
“Crise tequila” no México (1994); Crise asiática (1997); Crise russa (1998);
Brasil (1999): Com essas crises, gerou-se grande pressão pela desvalorização do real -> permitiu-se a
flutuação do câmbio (-70% em 2 meses).
Desvalorização do real -> exportações argentinas prejudicadas (câmbio fixo 1=1) -> alto desemprego e
estagnação econômica (recessão). Default Argentino (final de 2001) -> Fim da paridade com o dólar e queda
de 10% do PIB.
A partir de meados da década de 1970, com os choques do petróleo e o colapso do sistema de câmbio fixo
definido em Bretton Woods, criou-se o G7 para discutir os desafios econômicos internacionais.
Composição: Alemanha, EUA, França, Japão, Reino Unido, Canadá e Itália.
1998: Rússia ingressou -> duas estruturas distintas em paralelo: cúpula de chefes de Estado e de governo do
G8 e reuniões de ministros do G7 financeiro)
G8 passou a incluir outras questões globais e transnacionais (meio ambiente, crime, drogas, terrorismo) ->
espécie de “comitê diretor global” para temas de impacto internacional.
Crises da década de 1990 mostraram que crises financeiras em mercados emergentes podem ter sérios
efeitos de transbordamento nos mercados desenvolvidos. Mercados emergentes não podem ser excluídos
das discussões.
1999: Ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais das 19 maiores economias do mundo (G7,
Rússia, África do Sul, Argentina, Arábia Saudita, Austrália, Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia,
México, Turquia) + União Europeia conformaram o G20 (Financeiro).
90 % do PIB, 80 % do comércio e 2/3 da população mundial.
G20 abriu espaço para participação de países que, antes, não tinham voz em temas econômico-financeiros,
conferindo maior legitimidade e eficácia a suas decisões
ALGUNS RESULTADOS:
Foi recomendada pelo G20 a introdução de mudanças na missão e na governança do FMI e do Banco
Mundial, para refletir as alterações ocorridas nos pesos econômicos da economia mundial, aumentando sua
representatividade e legitimidade.
FMI: deveria revisar fórmula de cálculo das cotas, dando maior peso ao tamanho das economias, transferir
pelo menos 5% das quotas dos países super-representados para países sub-representados e aumentar a
representação desses países no Conselho Executivo.
BIRD: recomendou-se uma realocação das cotas para aumentar em, pelo menos, 3% do poder de voto dos
PEDs e das economias em transição e a adoção de nova fórmula de cálculo (tamanho da economia e
contribuição financeira como únicas variáveis).
2010: concluída a reforma da governança do Banco Mundial (PEDs passaram a somar 47% das cotas em seu
conjunto).
Em meio às turbulências da crise financeira global eclodida em 2008, a Cúpula do G20 emitiu declaração em
2009, na qual seus líderes se comprometeram com reformas na governança do Fundo Monetário
Internacional (FMI) e do Banco Mundial. No primeiro, por meio de mudança na quota de participação no FMI
de, no mínimo, 5% em favor dos mercados emergentes e países em desenvolvimento; no segundo, pela
adoção de uma fórmula que refletisse o peso econômico dos países em desenvolvimento e que acarretasse
o aumento de seu poder de voto em pelo menos 3%, neles incluídos os países em transição.
O Brasil e outros emergentes defendem a transferência de poder de voto dos países desenvolvidos para os
PEDs
2008: concluída primeira reforma do FMI, com majoração das quotas e do poder de voto brasileiros. Em
2009, o Brasil tornou-se credor do FMI. Em 2010, o G20 chegou a um acordo sobre a reforma do FMI, e a
participação do país foi mais uma vez majorada.
2016: Reforma de 2010 entra em vigor, após aprovação dos países-membros. Os EUA detêm 17,46% das
quotas e 16,52% dos votos no âmbito do FMI (“poder de veto”)
China, Índia, Rússia e Brasil entre os dez maiores quotistas do FMI -> Passo significativo
Brasil: 2,32% das cotas e 2,22% dos votos (Passou de 14º para 10º);
Mais de 6% das quotas passaram a EME (emerging market economy) e PED e o Conselho do FMI se tornou
inteiramente constituído por diretores executivos eleitos.
Em 2020, o Conselho de Governadores do FMI adotou uma resolução concluindo a 15a RGC (Reforma Geral
de Cota) do FMI, que não resultou em aumento nem redistribuição de cotas. EUA não estavam dispostos a
ceder
BRASIL E O CLUBE DE PARIS
2016: Brasil passou a integrar o Clube de Paris - reconhecido como o principal fórum para a reestruturação
de dívidas soberanas pelo G20 (Declaração de Hangzhou). Brasil é credor internacional, inclusive de países
em desenvolvimento (CPLP, AL etc.). Negociação conjunta no âmbito do Clube para cobrar os devedores
Brasil almeja aumentar sua influência na agenda financeira internacional e nas futuras renegociações de
dívidas soberanas.
Criado em 1956, o Clube de Paris tem 22 membros permanentes e segue os princípios de solidariedade,
consenso, troca de informações, condicionalidades, abordagem caso a caso e tratamento isonômico.
Clube informal, sem base legal ou status jurídico, mas seu trabalho está baseado em regras e princípios
acordados pelos Estados credores, o que facilita tomada de decisões e conclusão de acordos sobre dívidas
soberanas.
CRISE DA COVID-19
2020: Com a pandemia, vários países passaram a adotar restrições à movimentação de pessoas, no esforço
de contenção do vírus.
Elevaram-se preocupações sobre o grau de desaceleração econômica global: quedas nas bolsas de valores,
deterioração das expectativas de crescimento econômico. (Debate em foros como G20 e FMI)
RESPOSTA: Reforços orçamentários à saúde pública e políticas monetárias e fiscais expansionistas: redução
das taxas de juros (em alguns casos, chegando a zero), ampliação de acesso ao crédito, redução de encaixes
compulsórios, programas de auxílio a desempregados e a PMEs, apoio a setores mais afetados,
isenção/adiamento das cobranças de impostos, etc.
Recuperação mais rápida nos mercados financeiros, seguida de recuperação industrial e lenta recuperação
dos serviços
Recuperação melhor que esperado (FMI): Brasil (-9,1% -> -4,1%)
2021: Recuperação mais lenta, com novas ondas (Dependência de vacinas), OCDE (Monitoramento Brasil –
criação de um monitoramento por parte da OCDE para monitorar a questão da corrupção no Brasil); G20 e
IFIs recuperação (DES, DSSI)
Desarmamento e não-proliferação
Regimes internacionais
Categorias e seus regimes internacionais
o Armas nucleares: principal instrumento é o TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear), assinado em
1968.
o Armas biológicas/bacteriológicas: tratado central é a CPAB (Convenção sobre a Proibição de Armas
Biológicas e Toxínicas), assinada em 1972.
o Armas químicas: principal instrumento é a CPAQ (Convenção sobre Proibição das Armas Químicas),
concluída em 1993.
o Armas sem tratado/regime específico: armas radiológicas (“bombas sujas”), armas que combinam
explosivos convencionais com material radioativo. Há controvérsia sobre sua classificação enquanto
ADMs.
Armas Nucleares
Ápice na história foram 70 mil ogivas, mas as atuais são muito mais potentes
Material físsil
o Tratado de Redução do Material Físsil (FMCT, proposta): instrumento para proibir a produção de
materiais físseis para armas nucleares ou outros dispositivos explosivos; desde 2009, Conferência de
Desarmamento busca implementar um comitê de negociação, mas o Paquistão impede qualquer
avanço, alegando desvantagem em relação à Índia para bloquear qualquer proposta que não
mencione expressamente estoques pré-existentes (ideia encampada pelos países sem arsenais).
o Proposta do Brasil: em 2017, país apresenta possível solução intermediária (um tratado-quadro que,
de forma progressiva, combinaria as posições das potências armadas e dos países sem arsenais
nucleares)
o Desnuclearização da América Latina: declaração à AGNU (1963), ao lado de Chile, Bolívia, Equador e
México, propondo que nações da região considerem conclusão de tratado que as obrigue a não
fabricar, armazenar ou usar armas nucleares. Processo leva a Tlatelolco (1967, Brasil ratificou em
1968 – havia a pendência do artigo 28, que só ocorreu em 1994 -, entra em vigor em 1994, após
depósito de declaração de dispensa do artigo 28).
o Negociações do TNP: Araújo Castro enviado a Genebra, chefiou delegação brasileira. Costa e Silva via
o tratado com desconfiança (esforço de EUA e URSS para evitar que novos países desenvolvessem
tecnologia nuclear). TNP como instrumento de instituição da desigualdade entre dois tipos de
nações; leva a rejeição inicial em 1968 (congelamento do poder mundial).
o Os 3 Ds de Araújo Castro: discurso na Assembleia-Geral da ONU (1963); três temas que demandam
progressos reais, clivagem Leste-Oeste perde espaço para Norte-Sul, alinhamentos dão lugar a
reivindicações comuns.
o Desarmamento: luta pela paz e pela igualdade jurídica (legado de Rui Barbosa – Conferência de Paz
da Haia) de estados que desejam ficar a salvo do medo e da intimidação. Desenvolvimento: luta pela
emancipação econômica e pela justiça social. Descolonização: luta pela emancipação política, pela
liberdade e pelos direitos humanos.
o Resistência aos 3 Ds: corrida armamentista prossegue, apesar das resoluções da ONU. Problema de
poder, e deve-se resolver isso não pelo mecanismo de poder, mas por negociações e diálogo.
o Programa Nuclear Paralelo (1979): origem em frustrações com limitações a um acordo que desse ao
país maior autonomia nuclear; meta era desenvolver um submarino de propulsão nuclear,
eliminando vulnerabilidades nas áreas sensíveis e de materiais pela substituição das importações de
equipamentos, materiais, instrumentos e radioisótopos.
o Domínio do ciclo nuclear (1987): testes na Serra do Cachimbo desde 1980; Usina de Demonstração
de Enriquecimento (Centro Experimental Aramar, em Iperó/SP), manejo de hexafluoreto de urânio;
Brasil detentor de reservas de urânio e potencial explorador. Desde a década de 1990, cooperação
com a Argentina, hoje voltada ao desenvolvimento de reator binacional.
o Energia nuclear no Brasil: participação pequena na matriz energética, salvo o Rio de Janeiro (cerca
de 40% da geração é proveniente de Angra).
o Brasil e o regime internacional: adere a TNP e CTBT em 1998 (mas não adere ao Protocolo Adicional
do TNP – acordo quadripartite Brasil, Argentina, Abacc e AIEA cobre os temos do Protocolo
Adicional). Membro do Grupo de Supridores Nucleares, preside em 2006; preside a Conferência do
Desarmamento em 2010; criação de representações na Conferência e na AIEA.
o Coalizão da Nova Agenda (1998): formada por África do Sul, Brasil, Egito, Irlanda, México e Nova
Zelândia (Eslovênia e Suécia deixam grupo), buscam alternativa às lacunas do TNP.
o TPAN (2017): protagoniza negociações, é o primeiro país a assinar. Embora ainda não tenha
ratificado
o “Desarmamento e não proliferação são as duas faces de uma mesma moeda”: desarmamento
nuclear deve ser prioritário na agenda internacional. (posição brasileira – põe a humanidade em
risco)
o EUA: redução do risco nuclear para os EUA, aliados e parceiros; busca prevenir terrorismo nuclear e
proliferação de armas nucleares; entendimentos com a Rússia para redução de estoques; dissuasão
de adversários potenciais (Irã).
o Rússia: proteção à existência nacional; dissuasão de conflitos e manutenção da estabilidade
estratégica; uso de armas como resposta a outro ataque atômico ou com ADMs, mas brecha para
reação a ataques convencionais.
o Reino Unido: plena consciência de que o país não pode, nem deve, agir sozinho no contexto
internacional; proximidade com EUA, atuação em ONU, OTAN, OSCE e, até o Brexit, UE. Armas como
vetores de dissuasão mínima.
o França: proteção, percepção, prevenção, dissuasão e intervenção; para a França, capacidade nuclear
bélica está ligada à autonomia estratégica e militar do país.
Países não-TNP
o Índia: dissuasão contra uso ou ameaça de uso de armas nucleares; Índia advoga conceito de “não
primeiro uso”, e veda uso contra países desarmados.
o Paquistão: defesa contra agressão da Índia, sobretudo pela superioridade bélica convencional desta;
uso nuclear viria por retaliação massiva a ataque indiano.
o Israel: postura sigilosa quanto à posse de armas nucleares; confiança israelense no poderio
convencional para dissuadir países do entorno de buscarem armas.
o Acordos de limitação de armamentos entre EUA e URSS: SALT I (1969), conversas para limitar
sistemas de lançamento de mísseis de alcance intercontinental; SALT II (1979), não ratificado, mas
países comprometidos a honrar dispositivos.
o Categorias específicas de sistemas: ABM – Sistema antimísseis - (1972-2002), acordo sobre sistemas
antimísseis (denunciado pelos EUA em 2002); INF (1987-2019), instrumento sobre mísseis de alcance
intermediário (EUA se retiram do tratado em 2019).
o Redução de arsenais: START I (1991), negociado desde 1982; START II (1993) não entra em vigor e
START III não chega a ser assinado; SORT (2002), sobre redução de ogivas estratégicas, substituído
pelo Novo START (2010), em vigor desde 2011 e renovado até 2026 por Biden e Putin.
o Iniciativa Trilateral EUA-Rússia-AIEA (1996-2002): meta era sistema de verificação ao qual os países
submeteriam informações sigilosas sobre materiais físseis de bombas desmanteladas. A iniciativa foi
abandonada em 2002, após revelação de diretiva dos EUA que incluiu armas nucleares como forma
de retaliar ataques com armas de destruição de massa.
o QUAD (2015): Reino Unido, Noruega, Suécia e EUA, origem no UKNi (2007, NOR/UK). Formula
cenários de verificação de desarmamento sem risco de proliferação, promove entendimento entre
armados e não armados sobre mecanismos de verificação e discute boas práticas, acesso gerenciado
e construção de confiança
o Outras iniciativas: Exercício Conjunto sobre Verificação de Desarmamento Nuclear (NuDiVe, 2019)
com França e Alemanha; Parceria Internacional de Verificação do Desarmamento Nuclear (IPNDV,
2014), entre o Departamento de Estado dos EUA e o think tank Nuclear Threat Initiative, hoje com
25 países
Razões: sustentação do regime político e dissuasão a intervenções externas; relação de desconfiança com os
EUA, falta de acordo de paz com a Coreia do Sul desde a guerra da década de 1950; legitimação interna de
Kim Jong-un e forma de obtenção de recursos financeiros, energéticos e alimentos.
Fundamentos políticos e ideológicos: Juche (autossuficiência, ideologia oficial do país); Songun (forças
armadas em primeiro); Byungjin (desenvolvimento simultâneo da economia e das armas nucleares)
Origens: processo de fortificação militar remonta a 1962, tenta obter ajuda da URSS para desenvolver armas
nucleares, mas Moscou recusa (aceita ajudar a estabelecer um programa pacífico – primeiro reator de
pesquisa operante em 1965). Em 1974, país adere à AIEA; em 1985, ratifica o TNP
Programa nuclear ofensivo: remonta à década de 1980; reatores de Yongbyon passam a ser usados para
enriquecimento de urânio (1986); AIEA conclui que declaração de salvaguardas da Coreia do Norte entregue
quando da adesão ao TNP está incompleta, requer inspeção especial e é barrada (1993); evento leva ao
anúncio de retirada norte-coreana do TNP, que acaba suspensa antes de ter efeito (em 2003, país retira a
suspensão e deixa o tratado).
Regime Kim Jong-il: assume em 1994, país deixa AIEA, Acordo com os EUA, pelo qual a Coreia do Norte
recebe combustível em troca do congelamento do programa nuclear (fim da cooperação em 2002). Coreia
do Sul busca aproximar-se do vizinho do Norte (Sunshine Policy, 1998-2007)
o Saída do TNP, negociações e testes: após Coreia deixar TNP (2003), Negociações Hexapartites têm
início (Coreias, China, EUA, Japão e Rússia), fora da égide da ONU. Primeiro teste nuclear (2006);
programa suspenso (2007) em troca de combustível e ajuda econômica. Com segundo teste (2009),
Negociações de 2003 são suspensas em caráter indefinido.
o Kim Jong-un e escalada nuclear: com novo chefe de Estado, programa nuclear é acelerado; terceiro
teste nuclear (2013), quarto e quinto testes (2016), além do lançamento de satélites e mísseis, levam
a recrudescimento de sanções de outros países e do CSNU. Sexto teste (2017), alegadamente de
bomba de hidrogênio (termonuclear) e lançamento de míssil intercontinental; mesmo países como a
China buscam contribuir com a efetividade de sanções impostas pelo CSNU
o Resoluções do CSNU (2006-2017): 1695 (2006); 1718 (2006); 1874 (2009); 2087 (2013); 2094 (2013);
2270 (2016); 2321 (2016); 2356 (2017); 2371 (2017); 2375 (2017) e 2397 (2017).
o Sanções impostas pelas resoluções: limitações e restrições contra membros do alto escalão do
regime norte-coreano; limitações a comércio de minérios, cooperação em aviação civil, comércio de
veículos de potencial uso militar, restrições a atividades bancárias e diplomáticas; em 2017,
ampliação dos itens cujo comércio foi restrito ou mesmo proibido, desde minério de ferro até frutos
do mar; vedação a exportações de gás natural e restrição ao comércio de petróleo; navios em alto-
mar suspeitos de envolvimento com programa norte-coreano poderiam ser inspecionados
o Redução de tensões (2018): Coreia do Norte anuncia restabelecimento da linha direta entre os dois
governos; equipes nacionais participam unificadas nos Jogos de Inverno de Pyeongchang. Em março,
Kim faz primeira visita ao exterior (Cúpula com Xi Jinping em Pequim),
o II Cúpula Coreia do Norte-EUA (Hanói, fevereiro/2019): interrompida após um dia, sem declaração
conjunta (Pyongyang buscava redução de sanções, mas EUA exigiam desnuclearização irreversível e
verificável). Coreia do Norte retoma de forma parcial atividades com mísseis.
o III Cúpula Coreia do Norte-EUA (zona desmilitarizada, junho/2019): encontro conta com presidente
sul-coreano; negociações retomadas, mas não há resultados concretos.
o Cúpula Coreia do Norte-Rússia (Vladivostok, abril/2019): Putin busca ampliar a influência russa no
processo de desnuclearização norte-coreano
o Novos testes da Coreia do Norte (2019): mísseis de curto alcance disparados; de outro lado, EUA e
Coreia do Sul fazem exercícios militares conjuntos, o que gera críticas de Pyongyang. Em encontro na
AGNU/2019, Trump e Moon Jae-in expressam apoio à continuidade de negociações.
o Pessimismo em 2020: Coreia do Norte discute ampliação do arsenal nuclear para dissuasão;
momento de trégua em setembro, com troca de cartas em tom amigável entre chefes de Estado
coreanos, no contexto da pandemia e de uma série de tufões que atingiu a península
o Novo míssil intercontinental (outubro/2020): durante desfile militar, Coreia do Norte apresenta
míssil balístico de dimensões sem precedentes dentro de seu arsenal; Kim afirma que fortalecimento
da dissuasão é estratégia para autodefesa nacional, e que não haverá uso preemptivo das armas
Origem e antecedentes: programa lançado na década de 1950, em parceria com os EUA (Atoms for Peace);
cooperação ocidental até a Revolução de 1979 (Irã ratifica TNP em 1970, submetendo seu programa a
inspeções da AIEA).
Pós-revolução: cooperação internacional interrompida, mas relatos de que alguns países seguiram parceiros
clandestinamente na década de 1980, como urânio fornecido pelo Paquistão; busca de ADMs na guerra
contra Iraque
Década de 1990: cooperação com Rússia e China; em 1992, convite a inspetores da AIEA para visitar
instalações iranianas.
Atividades não declaradas: relatório da AIEA, publicado em 2002, suspeita de enriquecimento ilegal de
urânio em instalações não declaradas; Conselho de Governadores debate assunto entre 2003 e 2006.
o CSNU e sanções contra o Irã: após presidente Ahmadinejad anunciar que o Irã conseguiu enriquecer
urânio (abril/2006), CSNU adverte Teerã para que suspenda atividades; recusa iraniana leva a série
de sanções: 1737 (2016) veda exportação de tecnologia nuclear e restringe bens e viagens de
indivíduos e empresas ligados ao programa iraniano; 1747 (2007) expande lista de sanções; 1803
(2008) tem nova expansão na lista de indivíduos e entidades; 1929 (2010) impõe um embargo
abrangente de armas ao Irã, proíbe quaisquer atividades relativas a mísseis balísticos, limita o
processamento de minérios nucleares e expande sanções a novos grupos políticos e sociais do país
asiático
o Cooperação venezuelana (2009): Hugo Chávez anuncia que o Irã ajudou o país na exploração de
urânio; suspeitas de que o regime chavista estaria ajudando Teerã a contornar sanções
internacionais
o Declaração de Teerã (2010): carta de Obama a Lula e Erdogan, reedita proposta de 2009 do P5+1; Irã
enviaria 1.200 km de urânio pouco enriquecido a Brasil e Turquia, em troca de 120 kg de urânio a
20% (para pesquisa médica); Grupo de Viena (AIEA, EUA, França e Rússia) supervisiona.
o P5+1 (E3+3, 2006): P5 do CSNU mais Alemanha. Início em 2003 (França, Reino Unido e Alemanha já
negociavam com o Irã); em 2006, EUA, Rússia e China se juntam; Alemanha é parceiro-chave
(relações comerciais sólidas com o Irã).
o Acordo Interino de Genebra (JPoA, 2013): congelamento em curto prazo de partes do programa
nuclear, em troca da redução das sanções econômicas. O JPoA e as negociações subsequentes
levariam a um acordo-quadro (2015) e, pouco depois, a um acordo final (Acordo de Viena, JCPoA,
2015)
o Acordo de Viena (JCPoA, 14/7/2015): acordo com vigência inicial de 15 anos; em dez anos, estoque
de urânio a até 5% reduzido de 10.000 kg para 300 kg; estoque de urânio a até 20%, de 200 kg, deve
ser zerado; centrífugas limitadas (locais, quantidades e tipos); redução da produção de água pesada
e plutônio no Reator de Arak; implementação provisória do Protocolo Adicional do TNP pelo Irã;
inspeções em minas de urânio; Irã tem direito a programa nuclear pacífico. De outro lado: fim das
sanções do CSNU (condicionantes temporais). Caso haja sinais de descumprimento do Irã, sanções
podem ser restabelecidas (mecanismo de snapback pode ser acionado por qualquer um dos países
do P5+1). Irã recupera acesso a bens congelados (USD 100 mi), e programa nuclear iraniano deixará
agenda do CSNU após dez anos (2025).
o Verificação do acordo: até o momento, ONU, AIEA e todas as partes do P5+1 atestam que atividades
iranianas cumprem o JCPoA (apenas EUA discordam)
o Desafios e resistências: setores ultraconservadores (EUA e Irã) contrários a acordo, que é rejeitado
por Israel; não houve retomada de relações diplomáticas entre Irã e EUA, e sanções unilaterais
foram mantidas.
o Retirada dos EUA (2018): em 2017, governo Trump não certifica acordo; no ano seguinte, EUA se
retiram de forma unilateral do acordo e impõem novas sanções (acordo segue em vigor); UE cria
mecanismo de proteção a investidores no Irã e buscam alterar termos do acordo, com mais
restrições, mas iranianos rejeitam. Em 2020, EUA tentam novas sanções via CSNU, mas não logram
êxito. Em 2021, Irã avisa AIEA que voltará a enriquecer urânio
Armas Biológicas
Regime internacional e o Brasil
Particularidades e antecedentes
o Características: sem registro de uso massivo em conflitos no século XX, por limitações técnicas (uma
vez no ambiente, dificuldade em conter efeitos de agentes biológicos); países tentaram desenvolver
arsenais biológicos (com agentes como antrax e o vírus da varíola). Na agricultura ou em cursos de
água, agentes podem causar graves problemas ambientais e alimentares.
o Antecedentes: Convenção da Haia (1899) veda armas venenosas; Protocolo de Genebra (1925)
proíbe agentes biológicos. EUA (1969) anuncia fim de seu programa de desenvolvimento de armas
biológicas e destruição de estoques, ação que inicia debate para uma convenção (CPAB, 1972).
o 1990s: após Guerra do Golfo, Comissões da ONU para inspecionar ADMs do Iraque (UNSCOM, 1991-
1999; UNMOVIC, 1999-2007).
o Uso por atores não estatais: preocupação recente; em 2001, envelopes com antrax foram enviados
a congressistas e jornalistas nos EUA).
o Irrestrita: a CPAB foi o primeiro instrumento adotado, no desarmamento, que baniu uma categoria
inteira de armas de destruição em massa.
o Situação atual: 183 Partes (Egito, Haiti, Israel, Namíbia, Síria e Sudão do Sul são principais exceções);
não há categoria diferenciada de membros autorizados a manter seus arsenais.
Armas Químicas
Regime internacional e o Brasil
o No século XX: armas químicas usadas de forma sistemática na I Guerra (gases de cloro, fosgênio ou
de mostarda); indignação leva governos a iniciar negociações para proibi-las, o que leva ao Protocolo
de Genebra (1925), ainda que isso não tenha impedido o uso dessas armas durante a década de
1930 e nos campos de concentração nazistas, no Holocausto. Na década de 1980, Iraque emprega
armas químicas na guerra contra o Irã e contra minorias curdas em seu próprio território.
o Uso por atores não estatais: preocupação recente, como ataques terroristas com gás sarin no metrô
de Tóquio (1994 e 1995).
o Convenção sobre Proibição das Armas Químicas (CPAQ, 1993/1997): considerada, a rigor, o único
instrumento multilateral de “desarmamento” propriamente dito, pois determina que os Estados
partes devem destruir seus estoques em dez anos, com órgão de verificação (OPAQ). A CPAQ lista
compostos proibidos por não terem uso pacífico, e compostos que servem a fins pacíficos e bélicos
o Quase universal: 193 Partes (Coreia do Norte, Egito, Israel e Sudão do Sul fora); não há categoria
diferenciada de membros autorizados a manter seus arsenais
o Estoques declarados e destruídos: Albânia, Coreia do Sul, Índia, Iraque, Líbia e Rússia. A Síria pode
não ter declarado seu estoque inteiro. EUA projeta para 2023 a conclusão da destruição de seus
estoques (prazo original era 2012).
o Conferências de Revisão: ocorre a cada cinco anos, desde 2003. Quarta edição (2018) é a primeira
sem declaração final: impasse entre Ocidente e bloco sinorusso (além de Irã, Síria e países da OTSC)
acerca de mecanismo de investigação da Secretaria da OPAQ
o Rússia destrói seu arsenal (2017): supervisão da OPAQ; apenas EUA pendentes
o Caso Sergei Skripal (2018): envenenamento de ex-agente duplo russo e sua filha no Reino Unido;
OPAQ encontra evidências de composto desenvolvido por URSS e Rússia; crise entre russos e
britânicos (e outros 29 países); ataques e expulsões recíprocas de diplomatas; OTAN também
expulsa diplomatas russos
Regimes transversais
Interseção entre ADMs e armas convencionais
o Membros: MTCR conta hoje com 35 países (Brasil aderiu em 1995). Ausências: China, Coreia do
Norte e Paquistão (Índia foi o último país a aderir, em 2016).
o Código de Conduta da Haia sobre Mísseis Balísticos (ICOC, 2002): instrumento normativo que
complementa o MTCR; com menos restrições, o ICOC tem hoje 138 signatários, incluindo a Santa Sé;
Brasil não adere
Conferência de Desarmamento
o Origens: é possível voltar ao Ato de Bruxelas (1890), mas debate sobre o tema ganha tração com as
Nações Unidas (Comitê das 10/18 Nações, 1960-69; Comitê da Conferência do Desarmamento
(1969-78).
o Instrumentos concluídos: TNP, CPAB, CPAQ, CTBT (esta não entrou em vigor até hoje). Desde a CTBT
(1996), não consegue avançar mais debates (entre os temas debatidos estão acordos sobre corrida
armamentista no espaço (PAROS) e sobre sistemas de armas autônomos letais (LAWS)
Armas convencionais
E outros regimes internacionais
o Não há um regime internacional sobre o tema, é muito complexo, o que há são acordos em diversos
temas
o Danos causados por armas convencionais são muito maiores historicamente que ADMs
o Relevância: essas armas são as principais ferramentas usadas em guerras até hoje. Embora sejam
capazes de causar danos substanciais, frequentemente recebem menos atenção quando
comparadas às ADMs.
o Impactos: humanitários (mortos, feridos, mutilados, deslocados de seus lares, entre outros);
econômicos (destruição de infraestruturas, enfraquecimento da estabilidade econômica); políticos
(mudança de dinâmicas entre países, uso de armas por interesses nacionais, entre outros)
o Armas convencionais como indutoras de arsenais nucleares: o Paquistão teve como principal razão
para desenvolver seu arsenal nuclear a superioridade militar convencional da Índia (após derrota na
guerra em 1971).
o Marco inicial: Convenção da ONU sobre Armas Convencionais – CCAC - (1980/83), primeiro ato que
proscreve/restringe uso de armas que causam sofrimento desnecessário ou injustificável a
combatentes, ou que afetam civis de forma indiscriminada.
o Controle: Rede Europeia Contra o Comércio de Armas (ENAAT, 1984); Arranjo de Wassenaar (1996)
– Brasil não faz parte -, primeiro arranjo global para controle de exportações de armas e de
produtos/tecnologias sensíveis de uso dual; prevê revisão periódica das estatísticas de comércio. Na
década de 2000, campanha leva a resolução que inicia negociações de acordo vinculante sobre
comércio de armas (TCA).
o Registro de Armas Convencionais das Nações Unidas (1991): mandato para lidar com desafios
conexos à proliferação dessas armas; promoção de maior transparência no comércio de armas;
desencoraja sua acumulação
o Propósito: a CCAC busca banir ou restringir o uso de tipos específicos de armas que podem ser
consideradas como causadoras de sofrimento desnecessário ou injustificado, ou que afetam civis de
forma indiscriminada.
o Estrutura flexível: convenção-quadro com provisões gerais sobre o tema e regras acerca da adesão
ao regime e da possibilidade de negociar e adotar novos protocolos. A parte substantiva da CCAC
está nos protocolos anexos, que estabelecem proibições e restrições para cada tipo de armas: I
(armas de fragmentação não detectável), II (minas e armadilhas), III (incendiárias), IV (armas a laser
que causam cegueira) e V (explosivos remanescentes)
o Conflitos domésticos: escopo original era interestatal, mas em 2001, 75 Estados concordaram em
ampliar o escopo para conflitos armados internos.
o Situação atual: 125 Estados partes e quatro signatários sem ratificação. Na V Conferência de Revisão
(2016), partes atestam necessidade de universalização. Baixa adesão na África, no Sudeste Asiático e
no Oriente Médio.
o Brasil: deposita sua adesão em 1995, internalização por decreto em 1998; país adere a todos os
Protocolos da CCAC.
Tratado sobre o Comércio de Armas
o Propósito: governos são provedores centrais de segurança (direito e dever soberanos, exercidos
conforme o estado de direito). Assim, forças armadas e de segurança empregam legitimamente uma
gama de armas, adquiridas via produção nacional ou importação. Cada Estado deve assegurar que
essas armas serão negociadas de forma segura, não acabando em mãos erradas
o Complementos: relatórios do SGNU e resoluções do CSNU sobre armas leves; Registro de Armas
Convencionais da ONU; e instrumentos como a Convenção de Palermo (2000), que tem no crime
organizado transnacional seu foco, mas um de seus Protocolos trata do combate à fabricação e ao
tráfico ilícito de armas de fogo, suas peças, componentes e munições.
o Situação atual: 110 Estados partes e 31 signatários com ratificação pendente (EUA); Rússia, Índia e
Arábia Saudita não assinaram. Assim como na CCAC, ainda falta muito para que o TCA se torne um
tratado universal; grande dificuldade está no tema ter grande relevância comercial: desde 1995, o
fluxo comercial de armas no mundo manteve-se estável, com EUA e Rússia sendo grandes
exportadores de armas, ao passo que países como Arábia Saudita e Índia figuram entre os principais
destinos
o Brasil: o país é signatário original do documento, em junho de 2013, mas só deposita seu
instrumento de ratificação em agosto de 2018. Assim, está vinculado em âmbito internacional ao
instrumento desde novembro de 2018. Observação: o Brasil ainda não internalizou o TCA, faltando a
promulgação de Decreto por parte do Executivo (obrigado em âmbito internacional, mas não no
doméstico). E não houve encaminhamento de relatórios em 2019 e 2020
Convenção de Ottawa
o Convenção sobre a Proibição do Uso, Armazenamento, Produção e Transferência de Minas
Antipessoais e sobre sua Destruição (1997/1999): bane minas antipessoais; foi negociada em
grande parte fora da ONU, com engajamento de ONGs.
o Objeto da Convenção: as minas terrestres antipessoais foram fonte de sofrimento ao longo das
últimas décadas, sendo alvo de proibição pela Convenção. O impacto do instrumento foi imediato,
com grande redução de mortos e feridos, assistência a vítimas, estoques destruídos e um número
cada vez maior de Estados livres de minas. Mas ainda não há regulação do uso de minas antiveículos,
que tiram a vida de muitos civis, além de restringir o movimento de pessoas e comboios
humanitários, deixar largas porções de terra impróprias para cultivo e impedir acesso das pessoas a
água, comida, serviços médicos e comércio
o Situação atual: a Convenção tem 164 Estados partes, sendo a de maior adesão dentro do regime de
armas convencionais; entre os 32 que ainda não assinaram, estão EUA, Rússia, China, Índia, Israel,
Irã, Coreia do Sul e Coreia do Norte. A última resolução da AGNU (A/RES/75/52) sobre a
implementação da Convenção foi adotada com 169 votos a favor e nenhum contra (17 abstenções).
Convenção de Oslo/CCM
o Convenção sobre Munições Agregadas (CCM, 2008/10): proíbe uso, desenvolvimento, produção,
aquisição, estoque e transferência de munições agregadas, assim como assistência ou
encorajamento para esses atos; assim como a Convenção de Ottawa, foi negociada em grande parte
fora da ONU, com engajamento de ONGs
o Situação atual: 111 Estados partes e dois signatários sem ratificação. Entre os que não assinaram,
estão Brasil, Argentina, China, EUA, Índia, Irã, Israel e Rússia. Questões comerciais são óbice para
universalização do instrumento
o Brasil: país não participou das negociações da CCM, não assinou o instrumento e não aderiu a ele.
País é produtor e exportador de munições agregadas; à época da conclusão das negociações, havia
um esforço de promover a indústria de defesa via exportações bélicas. Brasil também argumenta
que o foro legítimo para o tema seria o Protocolo V da CCAC (mais universal e não discriminatório).
Finalmente, o Brasil aponta que um dispositivo da CCM abre brecha para que Estados partes,
quando em operações militares conjuntas com Estados não partes, usem munições agregadas
o Terror improvisado: IEDs são usados em ataques que matam e ferem milhares de pessoas todos os
anos, danificam infraestruturas e espalham medo pelas comunidades afetadas.
o Dificuldade de controle: ao contrário das demais armas convencionais, IEDs são produzidos à
margem de controles governamentais; assim, acaba ineficaz a tentativa de regular produção,
comércio e uso dessas armas por intermédio de um instrumento multilateral convencional.
o Atuação doméstica: governos devem conciliar suas políticas de fiscalização e controle em setores
distintos (mineração, desenvolvimento urbano, gestão de estoques militares, agricultura e segurança
da aviação, por exemplo), em abordagem abrangente a uma ameaça que, embora aparente ser
interestatal, é eminentemente doméstica
o OEA: a Comissão de Segurança Hemisférica é o órgão que trata do controle do comércio de armas
convencionais no âmbito hemisférico.
o Brasil no GTAFM: anfitrião da XXXIV Reunião Ordinária do GT; busca participar de iniciativas de
cooperação de políticas relacionadas ao tema, além de reforçar a ação concertada em matéria penal,
que inclui, entre outros delitos a serem combatidos, o tráfico de armas
o Tratado do Espaço Sideral (1967): proíbe a colocação de armas nucleares no espaço e limita o uso
da Lua e dos demais corpos celestes a fins pacíficos; espaço livre para exploração por todas as
nações, mas veda reivindicações de soberania sobre o espaço sideral ou qualquer corpo celeste; não
proíbe atividades militares, salvo o uso de ADMs no espaço. Conta com 111 Estados parte, (incluídas
as potências espaciais e o Brasil).
o Tratado da Lua (1979/1984): jurisdição sobre Lua e corpos celestes submetida ao direito
internacional; contudo, baixa adesão (18 Estados parte, nenhum dos que já enviou voos tripulados
ao espaço ou tem planos de fazê-lo).
o Corrida Armamentista no Espaço Sideral (PAROS): tema discutido desde o Tratado do Espaço
Sideral de 1967; Resolução A/RES/36/97C da AGNU (1981) reafirma fundamentos do tratado
espacial e defende banimento das armas no espaço. Discussão de possível tratado na Conferência de
Desarmamento desde 1985: Comitê Ad Hoc sobre Prevenção de Corrida Armamentista no Espaço
Sideral, mas nunca houve mandato permanente por resistência, sobretudo, dos EUA.
o Acordos de Ártemis (2020): acordo internacional entre governos participantes do Programa Ártemis
(2017), iniciativa de missões tripuladas à Lua liderada pelos EUA (governo Trump criou o programa,
que foi endossado pela gestão Biden em fevereiro de 2021); estabelece estrutura para cooperação
no uso pacífico e exploração civil da Lua, de Marte e outros corpos celestes. Agências espaciais de
nove países já aderiram; Brasil formalizou intenção de adesão em dezembro de 2020. Rússia critica
(foco excessivo nos EUA)
No dia 7 de julho de 2017, foi adotado, no âmbito da Organização das Nações Unidas, o Tratado sobre a Proibição de
Armas Nucleares. Esse tratado complementa o arcabouço jurídico existente na área de desarmamento, uma vez que
as outras armas de destruição em massa — químicas e biológicas — já haviam sido banidas. O Brasil foi um dos
proponentes — ao lado de África do Sul, Áustria, Irlanda, México e Nigéria — da resolução da Assembleia-Geral das
Nações Unidas que convocou a conferência internacional para negociar o texto do tratado.
À luz dos compromissos brasileiros no âmbito do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), dos princípios do
direito internacional humanitário e do preceito constitucional relativo à atividade nuclear em território nacional,
discorra sobre as razões que levaram o Brasil a exercer papel de liderança na convocação da conferência
negociadora e na adoção do Tratado sobre Proibição de Armas Nucleares. (90 linhas – 30 pontos)
Padrão de resposta
1. Descrição dos antecedentes e da evolução da participação do Brasil no regime de não proliferação, desde a
década de 1960 até os dias de hoje, com foco na posição brasileira a respeito da necessidade de equilíbrio na
implementação dos três pilares fundamentais do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) – desarmamento, não
proliferação e uso pacífico. É imprescindível que o candidato explique a posição brasileira quanto à obrigação do
artigo 6º do TNP e o esforço do Brasil e dos países afins com o intuito de lograr a implementação desse artigo, que se
refere ao desarmamento nuclear, ao lado dos outros dois pilares (uso pacífico da energia nuclear e não proliferação).
(...)
(...) Espera-se que o candidato inclua, na descrição do papel desempenhado pelo Brasil nesse contexto, referência ao
apoio e à adesão do Brasil aos tratados internacionais de proibição de outras armas de distribuição em massa
(químicas e biológicas), assim como à participação do Brasil nas Conferências de Exame do TNP, na Coalizão da Nova
Agenda e em instrumentos jurídicos e arranjos relevantes na área nuclear, em particular o Tratado de Tlatelolco, a
Agência Brasileiro-Argentina de Controle e Contabilidade de Materiais Nucleares (ABACC) e o Acordo Quadripartite
(Brasil, Argentina, ABACC, AIEA), o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT – não está em vigor) e
o Grupo de Supridores Nucleares. (...)
(...) Nesse contexto, o candidato deverá discorrer sobre a reação do Brasil (3D’s) diante dos argumentos geralmente
utilizados pelos países nuclearmente armados para defender uma perspectiva gradualista no tema do
desarmamento. O candidato deverá discorrer, em particular, sobre frustração com a falta de disposição dos países
nuclearmente armados em dar passos concretos rumo ao desarmamento nuclear, fator determinante para buscar
complementar TNP por meio da negociação e da adoção do TPAN
2. O candidato deverá discorrer sobre a argumentação utilizada pelo Brasil e por outros países com visão semelhante
a respeito da incompatibilidade das armas nucleares com os seguintes princípios consagrados pelo direito
internacional humanitário: distinção entre civis e combatentes, proibição de ataques contra os que estão fora de
combate ("hors de combat"), proibição de causar sofrimento desnecessário, noção de necessidade, princípio da
proporcionalidade e princípio da humanidade (direito humanitário da Haia). É importante que o candidato
demonstre conhecer, ainda que em linhas gerais, o debate mais recente sobre armas nucleares no âmbito da Corte
Internacional de Justiça (opinião consultiva sobre a legalidade da ameaça de uso de armas nucleares, de 1996, e
decisão sobre objeção de jurisdição no caso Ilhas Marshall contra Índia, Paquistão e Reino Unido, de 2016). (...)
(...) Mais do que discorrer em pormenores sobre esse debate jurídico, espera-se que o candidato seja capaz de
vincular tanto os argumentos de natureza humanitária quanto as dificuldades de avanços judiciais na proibição de
armas nucleares como importantes fatores que contribuíram para levar o Brasil e os outros países a buscar a via da
negociação e a adoção do TPAN com o intuito de promover a proibição desse tipo de armas. Nesse contexto, o
candidato deverá demonstrar conhecer a participação brasileira na "Iniciativa Humanitária", que levou à organização
de três conferências recentes sobre o impacto humanitário das armas nucleares em Oslo (2013), Nayarit (2014) e
Viena (2014)
3. O candidato deverá demonstrar conhecimento sobre o conteúdo do artigo 21, inciso XXIII, letra "a", da
Constituição Federal como um dos fundamentos das posições adotadas pelo Brasil em matéria de não proliferação
(Brasil defende desarmamento e não proliferação), uso da energia nuclear para fins pacíficos e desarmamento
nuclear. Ao discorrer sobre esse ponto, espera-se que o candidato seja capaz de correlacionar o artigo mencionado
com os princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais (artigo 4º da Constituição Federal) e que
demandam, diante da conjuntura internacional contemporânea, com o crescimento da tensão da Península Coreana
e o acirramento da rivalidade geopolítica entre os países detentores de arsenais nucleares, a busca de alternativas
que levem ao desarmamento nuclear e um mundo mais pacífico. (...)
(...) Embora não se espere que o candidato apresente uma análise pormenorizada da importância da opinião pública
e do papel das ONGs no avanço da causa de um mundo livre de armas nucleares, o candidato deverá demonstrar ter
presente esses aspectos no contexto da explicação sobre a liderança brasileira no tema, uma vez que a sociedade
civil foi uma aliada importante do Brasil e dos demais países proponentes da conferência negociadora do TPAN
Pode servir de pressão interna; alguns estados nos EUA proscreveram armas nucleares
Observação de TPS
SCCC é um mecanismo de controle a a ABACC, criada em 1991, não foi parte da estratégia do Brasil para
adesão ao TNP, mas de construção de confiança com a Argentina
Entre os órgãos que integram a estrutura da OEA, figura o Comitê Interamericano contra o Terrorismo, entre
cujas funções estão o apoio aos países-membros para desenvolver sua capacidade de defesa cibernética, de
proteção de seus domínios marítimos e de combate à proliferação de armas de destruição em massa, no
marco da Resolução 1.540 do Conselho de Segurança da Nações Unidas.
Guerra Cibernética
o Impacto político: “guerra cibernética é a continuação da política por ações no ciberespaço de atores
estatais, ou atores não estatais com apoio ou orientação significativa de seus Estados, que
constituem séria ameaça à segurança de outro Estado, ou uma ação da mesma natureza adotada
como resposta a uma ameaça à segurança deste Estado, seja esta ameaça verdadeira ou percebida”
(Paulo Shakarian)
Impactos e modalidades
o Modalidades de ciberguerra: ciberataques podem ser usados como suporte em uma guerra
tradicional (desativar sistemas de defesa para facilitar ataque aéreo); a ciberespionagem não é ato
de guerra, mas é fonte de tensões entre nações (escândalo da NSA em 2013; EUA espionando países
como Brasil e Alemanha). Outra modalidade explora vulnerabilidade de componentes de um
sistema, como computadores e satélites, para interceptar informações, ordens e comunicações, ou
registrar comandos maliciosos para danificar e mesmo inutilizar um sistema (caso Stuxnet, software
malicioso supostamente usado como arma cibernética para causar a queda da capacidade
operacional da centrífuga iraniana de Natanz, utilizada para enriquecimento de urânio)
o Manual Tallinn (2013 -1ª edição-/2017 – 2ª edição): documento acadêmico não vinculante; estuda
como o direito internacional se aplica a conflitos cibernéticos. Apoio do CCDCOE, primeira edição em
2013 e segunda (Tallinn 2.0) em 2017, com escopo ampliado (relação entre segurança e paz
internacional e atividades cibernéticas). Em curso processo de revisão e expansão (Tallinn 3.0), sem
data prevista de publicação, mas que deve incluir temas como mecanismos de responsabilização e
solução de ambiguidades
o Equipes Nacionais de Resposta a Incidentes Computacionais (CIRTs): pontos focais para coordenar
respostas a ciberataques de forma imediata e eficiente. Cerca de 120 CIRTs no mundo; na América
do Sul, apenas Bolívia, Guiana e Suriname não dispõem de equipe.
o Pouca integração: ao contrário de boa parte dos países, o Brasil tratou ideias de defesa cibernética e
segurança cibernética separadamente ao longo dos últimos anos; temas devem ser integrados, com
ações coordenadas. Política Nacional de Segurança da Informação (2018) é tentativa de colmatar
lacuna, citando a necessidade de articulação entre as ações de segurança e defesa cibernética e de
cooperação com outros países.
o Exemplo da abordagem pouco integrada: órgãos diferentes são responsáveis pela gestão da
segurança cibernética (GSI) e da defesa cibernética (MDef). Mas há iniciativas no sentido de
aumentar a cooperação, como o exercício Guardião Cibernético (parceria entre as duas pastas),
treinamento de ações de proteção cibernética com técnicas virtuais de simulação e práticas de
gestão de incidentes.
o Programa de Defesa Cibernética Nacional (2013): busca incrementar atividades de capacitação,
ciência, doutrina, tecnologia e inovação, inteligência e operações no âmbito da defesa nacional;
pacifismo cibernético, sem intenção de lançar ataques a outros países.
o Outros instrumentos conexos: Marco Civil da Internet (2014); Lei de Proteção de Dados (2018)
Terrorismo
Definição e motivações
Dificuldade para definição: não há definição universal de terrorismo, e variam muito as referências na
literatura sobre o tema. Global Terrorism Index (GTI): “a ameaça ou uso de força ilegal e violência por um
ator não estatal (há estados que atuam como financiadores ou mesmo como ativista) para alcançar uma
meta política, econômica, religiosa ou social por meio do medo, da coerção ou da intimidação”. Para chegar
ao objetivo aterroriza as pessoas
Terroristas: os que perpetram atos terroristas podem ser indivíduos, grupos não estatais, estejam eles fora
do aparato estatal ou com apoio financeiro ou logístico de Estados; *polêmica conceitual acerca de
“terrorismo de Estado”.
Motivações: táticas político-militares com fins ideológicos, com razões diversas (sentimento de exclusão
econômica e social; privação de direitos; alienação identitária; resposta a ocupações estrangeiras, entre
outros).
Amostragem: 164 países analisados; considera-se indicadores como mortos, feridos e número de incidentes,
além do impacto psicológico dos ataques.
Regiões afetadas: Oriente Médio e Ásia Central; África Subsaariana vive crescimento recente; Índia e
Filipinas.
América Latina: Colômbia sofre com problema desde década de 1960 (atuação de traficantes ligados a
grupos de esquerda e de direita); nos demais países da região, é dinâmica secundária. Brasil ocupa a 68ª
posição em 2020 (subiu seis colocações).
Origens do arcabouço internacional hodierno
Antecedentes históricos: primeiro uso do termo por Graco Babeuf (1794), no marco do Terror de
Robespierre (1793-1794). Tema é renovado na década de 1970 (conflito entre Israel e Palestina; Irlanda do
Norte e o IRA; País Basco e o ETA; Grupo Baader-Meinhof na Alemanha – grupo extremista de esquerda que
surgiu na década de 1970).
Ataques de 11 de setembro: tema, candente nas décadas de 1980 e 1990, torna-se central após ataques
contra o World Trade Center e o Pentágono (2001). A “Guerra ao Terror” engendrada pelos EUA como
resposta aos ataques.
Arcabouço jurídico: embora o tema esteja na agenda internacional desde a Liga das Nações, hoje o conjunto
de dispositivos relacionados ao tema consiste de 15 convenções sob a égide da ONU (todas em vigor) e
disposições em Resoluções do CSNU sobre o combate a certos grupos terroristas
Tentativa de regime: hoje, mais de uma dezena de convenções internacionais sobre combate ao terrorismo,
setoriais, elaboradas sob os auspícios da ONU, de suas agências especializadas e da AIEA:
o Convenção Relativa às Infrações e Outros Atos Cometidos a Bordo de Aeronaves (Convenção de
Tóquio, 1963);
o Convenção para a Repressão ao Apoderamento Ilícito de Aeronaves (Convenção da Haia, 1970) e seu
protocolo (Protocolo de Pequim, 2010);
o Convenção para a Repressão de Atos Ilícitos contra a Segurança da Aviação Civil (Convenção de
Montréal, 1971) e seu Protocolo para a Repressão de Atos Ilícitos de Violência em Aeroportos que
Sirvam à Aviação Civil Internacional (1988);
o Convenção sobre a Prevenção e Punição de Crimes contra Pessoas que Gozam de Proteção
Internacional (Convenção sobre Agentes Diplomáticos, 1973);
Mais convenções
o Convenção Internacional contra a Tomada de Reféns (1979);
o Convenção para a Supressão de Atos Ilícitos contra a Segurança da Navegação Marítima (1988) e seu
Protocolo para a Supressão de Atos Ilícitos contra a Segurança das Plataformas Fixas Situadas na
Plataforma Continental (1988)
Mais convenções
o Convenção Internacional para Supressão do Financiamento do Terrorismo (1999);
o Convenção para a Repressão de Atos Ilícitos Relacionados com a Segurança da Aviação Civil
(Convenção de Pequim, 2010) – única ainda não ratificada pelo Brasil.
Lacuna principal: está em negociações proposta de convenção abrangente a respeito do tema, que possa
suplementar ou mesmo substituir as convenções setoriais existentes. Atual definição do crime de terrorismo
usada nos debates (Resolução 51/210 da AGNU) trata da questão do dano e do propósito da ação, mas há
controvérsia quanto à aplicação do conceito a movimentos de autodeterminação ou forças armadas de um
Estado.
Resolução 1373 (2001): adotada sob o Capítulo VII da Carta da ONU (vinculante a todos os membros);
resposta institucional aos atentados de 11 de setembro, considerada a faceta normativa da “guerra ao
terror”. Estados devem adotar legislação sobre o tema, tipificando os crimes relacionados ao terrorismo, e
insta partes à cooperação em inteligência. Cria o Comitê contra o Terrorismo (CTC); Resolução 1535 (2004)
cria Comitê Executivo do CTC (CTED).
Comitês de sanções contra terroristas: embargo de armas, congelam bens e vedam viagens. Dois comitês:
ISIL, al-Qaeda e indivíduos associados, com base nas Resoluções 1267 (1999), 1989 (2011) e 2253 (2015);
Talibã, base na Resolução 1988 (2011), que separa membros antes incluídos na Resolução 1267. Lista para
ISIL e al-Qaeda inclui 260 indivíduos e 89 entidades (abril/2021); listas do CSNU são as únicas
internacionalmente reconhecidas de grupos terroristas aceitas pelo Brasil
Resoluções 2170 e 2178 (2014): ameaças à paz e à segurança internacionais (ISIL e Frente al-Nusra).
Resolução 2249 (2015): sobre o ISIL; autoriza uso da força para prevenção a atos terroristas em territórios
sob controle do grupo.
Resoluções 2253 e 2255 (2015): expansão do regime de sanções contra grupos terroristas (ISIL e al-Qaeda,
respectivamente).
Resolução 2309 (2016): ameaças à paz e à segurança internacionais: proteção da aviação civil internacional.
Resolução 2322 (2016): ameaças à paz e à segurança internacionais: insta Estados para cooperação judicial
internacional.
Resolução 2341 (2017): conclama Estados para que lidem com ameaças de atentados contra infraestruturas
críticas.
Resolução 2370 (2017): prevenção para que armas não cheguem às mãos de grupos terroristas.
Resolução 2560 (2020): insta Estados a imporem sanções de forma mais ativa contra indivíduos e grupos
ligados ao ISIL e à al-Qaeda
Estratégia Global das Nações Unidas contra o Terrorismo (A/RES/60/288, 2006): com quatro pilares: abordar
condições que propagam o terrorismo; prevenção e combate; fortalecer capacidades dos Estados e da ONU
para prevenir e combater o terrorismo; garantir a todos o respeito aos direitos humanos e o Estado de
direito como base da luta contra o terrorismo
Escritório de Contraterrorismo das Nações Unidas (2017): coordena ações de contraterrorismo da ONU
(incluindo a Estratégia Global)
Exemplos fora da ONU: Grupo de Trabalho sobre Contraterrorismo (BRICS); Centro Europeu de Luta contra o
Terrorismo (CELT/Europol/UE)
Regime hemisférico/interamericano
OEA: Convenção para Prevenir e Punir os Atos de Terrorismo Configurados em Delitos Contra as Pessoas e a
Extorsão Conexa, Quando Tiverem Eles Transcendência Internacional (1971/1973); Convenção
Interamericana Contra a Fabricação e o Tráfico Ilícitos de Armas de Fogo, Munições, Explosivos e Outros
Materiais Correlatos (1997/1998); Convenção Interamericana contra o Terrorismo (2002/2005); Comitê
Interamericano contra o Terrorismo (CICTE).
Conferências Ministeriais Hemisféricas de Luta contra o Terrorismo: três edições (Washington/2018, Buenos
Aires/2019 e Bogotá/2020; condenam ou expressam preocupação com ISIL, al-Qaeda, Hezbollah (Líbano) e
ELN (Colômbia). Os últimos dois não figuram na lista do CSNU
Ciberterrorismo
Definição: ciberterrorismo é o uso de meios digitais para perpetrar atos violentos que resultem em, ou
ameacem, a perda de vidas ou ferimentos, para que se aufiram ganhos políticos ou ideológicos pelo medo
ou pela intimidação. Também são atos de ciberterrorismo atividades como a interrupção de redes
computacionais por meio de vírus e outros softwares maliciosos
Exemplos: a al-Qaeda * ISIL usa a internet para comunicar-se com apoiadores e até para recrutar novos
membros. Em 2007, a Estônia foi um dos primeiros campos de batalha do ciberterrorismo após disputas
sobre a retirada de uma estátua soviética da Segunda Guerra em Tallinn – ataques de hackers russos.
Atualmente, a Estônia é considerada um centro de defesa contra ataques cibernéticos
Posições do Brasil
Constituição: repúdio inequívoco a todos os atos terroristas, independentemente das motivações (Artigo 4º)
Grandes eventos: medidas preventivas para Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016, embora não houvesse
precedentes de atos terroristas no país.
Abordagem: o tema deve ser enfrentado de forma multilateral, no marco do Direito Internacional, sem
restrição de liberdades; deve ser prioritário o combate às causas subjacentes do terrorismo
Lei 13.170/2015: disciplina no Brasil ação de indisponibilidade de bens, direitos ou valores em virtude de
resolução do CSNU.
Lei Antiterrorismo
Lei 13.260/2016: tipifica o crime de terrorismo: “prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste
artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando
cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio,
a paz pública ou a incolumidade pública”; inclui uso, ameaça de uso e porte de ADMs, sabotagens, ataques
contra a vida e financiamento de organizações terroristas
Excludentes: não se aplica a manifestações políticas, movimentos religiosos, sindicais, sociais, de classe ou
de categoria profissional, com objetivos reivindicatórios, que contestem, critiquem, protestem ou apoiem, e
que defendam direitos, garantias e liberdades constitucionais (evitar que se enquadre movimentos sociais
como terroristas)
Extremismo Violento
Um tema em formação
o Definição: extremismo violento é uma forma de extremismo que tolera e estimula a violência com
intenção ideológica ou deliberada, a exemplo de religião ou política. Porém, ainda não há definição
universal e vinculante
o Questões conexas: o extremismo violento se manifesta em conjunto com uma gama de razões,
como política, religião e relações de gênero. O uso do termo guarda respeito com a adoção da
violência por um indivíduo ou grupo como meio desejável e legítimo de ação, dentro de seu
pensamento (ISIL, al-Qaeda, grupos separatistas como na Ucrânia)
o Causas: não há um perfil ou caminho único para a radicalização, tampouco padrão de ritmo no qual
isso acontece; não há correlação confiável entre educação e vulnerabilidade a radicalização. Mas há
fatores socioeconômicos, psicológicos e institucionais: fatores de indução, de atração e de contexto
o Fatores de atração: são fatores que atraem indivíduos ao extremismo, como marginalização,
desigualdade, discriminação, perseguição ou a percepção de perseguição; acesso limitado a
informação de qualidade; negação a direitos e liberdades civis; outras mágoas ambientais, históricos
e socioeconômicos
o Fatores de indução: são fatores que potencializam o apelo do extremismo, como a existência de
grupos extremistas violentos organizados, que tenham discursos atraentes e programas efetivos que
forneçam serviços, salários e empregos aos que a eles aderem. Há grupos que atraem novos
membros ao darem válvulas de escape para mágoas e prometerem aventura e liberdade;
finalmente, oferecem conforto espiritual, “um lugar de pertencimento” (pessoas se sentem
acolhidas).
o Outras instâncias que debatem o tema: UNESCO (ênfase na Global Citizenship Education) –
coincidência de cidadania; G20 (Plano de Ação para Prevenir o Extremismo Violento); OSCE
(Campanha para Combate ao Extremismo Violento lançada em 2015).
Brasil e o tema
o Prevenção: prevenção ao extremismo violento deve ser prioritária, e não uma abordagem militarista
e belicosa.
o Direitos: enfrentamento não deve violar direitos humanos, nem estimular xenofobia
o Foco não deve ser superficial: causas subjacentes devem ser encontradas e abordadas, mesmo em
questões sem resolução.
o Não confundir termos: Brasil não considera que o extremismo violento deva ser equiparado ao
terrorismo (no estágio prévio, não é ameaça à paz e à segurança internacionais)
Defender nossa nação contra seus inimigos é o primeiro e fundamental compromisso do Governo Federal. Hoje, essa
tarefa mudou dramaticamente. Inimigos no passado precisaram de grandes exércitos e grandes capacidades
industriais para ameaçar a América. Agora, redes obscuras de indivíduos podem trazer grande caos e sofrimento
com menos do que um único tanque. O terrorismo está organizado para penetrar em sociedades abertas e para
utilizar o poder de tecnologias modernas contra nós. (contexto de guerra ao terror)
Considerando que o fragmento de texto precedente tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo
acerca:
1 do contexto histórico estadunidense em que foi anunciada a doutrina Bush; 11/09, Afeganistão,
2 da política externa estadunidense no período imediatamente posterior ao anúncio da doutrina Bush; Oriente
Médio, UE, ONU
3 das consequências, no âmbito multilateral universal, da política externa estadunidense desse período; formação de
regime de combate ao terrorismo
Observação
A preocupação do Brasil em não se converter em palco ou alvo de ações terroristas fundamenta sua opção de, na
cooperação internacional para o enfrentamento ao terrorismo internacional, privilegiar iniciativas de caráter
preventivo, a cooperação jurídica e o intercâmbio de informações policiais e de inteligência por meio de instâncias e
instrumentos multilaterais
Entre os órgãos que integram a estrutura da OEA, figura o Comitê Interamericano contra o Terrorismo (CICTE), entre
cujas funções estão o apoio aos países-membros para desenvolver sua capacidade de defesa cibernética, de
proteção de seus domínios marítimos e de combate à proliferação de armas de destruição em massa, no marco da
Resolução 1.540 do Conselho de Segurança da Nações Unidas
Logo após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, Vladimir Putin apoiou a invasão do Afeganistão pelos
Estados Unidos, pois considerou que a contenção do radicalismo islâmico do Talibã afegão resultaria na diminuição
desse mesmo problema na Ásia Central, região estratégica para a Rússia.
Reforma da ONU
1945: 51 membros
2021: 193 membros
o Representa uma mudança significativa, por isso a necessidade de reforma
o O mundo mudou também, quando da fundação imperava a bipolaridade da Guerra Fria
A Reforma do CSNU
Ideia de que também deve refletir as mudanças que ocorreram no mundo desde 1945
Os cinco membros permanentes são: EUA, URSS, Reino Unido, França e China – países que saíram
vencedores na II GM
Atualmente, os países negociam no âmbito do Fórum de Negociações Intergovernamentais (IGN), com base
na Decisão 62/557 da AGNU; negociações que embasam a reforma da ONU
G4: formado por Brasil, Alemanha, Índia e Japão, defende aumento do número de assentos do CSNU nas
duas categorias (permanentes e não-permanentes), tal como proposto durante a Cúpula Mundial da ONU
em 2005.
o Não há proposta fechada quanto ao veto, mas defende que seja debatido
Unidos pelo Consenso: congrega países que não concordam com a proposta do G4 e defendem a expansão
do número de assentos não permanentes, bem como consideram a ideia de haver uma extensão da duração
dos mandatos.
o Fazem parte Argentina, Turquia, Itália, Espanha
L.69: grupo composto por países em desenvolvimento que defendem a expansão do Conselho de Segurança
da ONU em ambas as categorias, bem como a reforma de métodos de trabalho.
o Brasil faz parte do L69
o Métodos de trabalho: reuniões do CSNU não são transparentes; decisões; P5 é muito fechado entre
eles
ACT (Accountability Coherecene Transparency): busca promover formas de haver maior cooperação entre o
CSNU e os demais órgãos da ONU, em especial, a AGNU. Defende a reforma de métodos de trabalho, por
meio de avaliações de implementação das decisões e de formas de restringir o uso do veto
o Restringir o uso do veto ao pedir que o país justifique a posição
Grupos Regionais
Grupo de países africanos: congregados em torno da chamada Posição Comum Africana, tal como previsto
no Consenso de Ezulwini e na Declaração de Sirte, ambos de 2005. Defendem que haja a o aumento do
número de assentos do CSNU de 15 para 26, aí incluídos dois membros permanentes e cinco membros não
permanentes africanos.
o Não há consenso de quem assumiria o assento, há vários postulantes para assumir as duas cadeiras:
Egito, Angola, África do Sul, Nigéria, Etiópia, Marrocos
CARICOM: defendem a expansão do CSNU em suas duas categorias.
Países Árabes: defendem ao menos uma cadeira permanente para um país da região, além de maior
transparência nos métodos de trabalho do CSNU.
G4 (Brasil, Alemanha, Índia e Japão) – ideia do assento permanente e da defesa de não-permanentes, além
do uso do veto
Brasil também faz parte do L.69 – países em desenvolvimento que questionam os métodos de trabalho do
CSNU
Brasil tem tradição em operações de paz (1956-Suez); Angola, Congo, Moçambique, Haiti
Tem diplomacia sólida, defende a paz junta aos vizinhos
Brasil assumiu o 11º mandato como membro não permanente a partir de 2022 (dois anos de mandato)
Reforma da AGNU – a tomada de decisão é difícil quando há 193 membros; ampliar o poder da AGNU
Reforma do ECOSOC – coordena ações econômicas e sociais no âmbito da ONU; possui maior abrangência, é difícil o
gerenciamento
“Uma ONU mais focada em pessoas e menos em processos, mais em entrega e menos em burocracia”
Gestão mais moderna e simplificação de processos
Reestruturação do Pilar de Paz e Segurança da ONU (coordenação de esforços)
A ideia é que a ONU seja legítima e representativa, que possa representar um ambiente de concertação e
cooperação para os diversos países do mundo. A distância entre a conformação de poder no mundo
diferente do que ocorre na ONU gera debates acerca da efetividade da ONU
A ONU é o que os países fazem dela
Observação
CACD – 2018 A segurança se incorporou à agenda da política externa brasileira no século XXI, em decorrência do
ativismo do país em espaços e iniciativas de caráter multilateral e de alcance global, constituindo exemplo dessas
ações o maior engajamento em operações de paz e nos debates sobre segurança humana e intervenção humanitária
e sobre a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas
Errado; a diplomacia brasileira não faz isso do termo ativismo. Ademais, o Brasil não defende intervenção
humanitária
Crimes de Guerra
Parte integrante de um plano ou de uma política ou parte de uma prática em larga escala desse tipo de
crimes
Atos dirigidos contra pessoas ou bens protegidos nos termos das Convenções de Genebra de 1949
o Conflito terrestre
o Conflito marítimo
o Prisioneiro de guerra
o Vítimas
o Protocolos adicionais: domésticos e internacionais
Outras violações graves das leis e costumes aplicáveis em conflitos armados internacionais no âmbito do
direito internacional
Em caso de conflito armado que não seja de índole internacional, as violações graves do artigo 3o comum às
quatro Convenções de Genebra, de 12 de agosto de 1949
Violação do jus in bello (direito internacional humanitário): direito de Genebra + direito de Haia
Direito de Genebra: quatro Convenções de Genebra de 1949 e seus respectivos protocolos adicionais;
proteção às vítimas de guerra, sejam elas militares ou civis; proteção de pessoas fora de combate (civis,
feridos, doentes, náugrafos, prisioneiros de guerra, etc.)
Direito de Haia: Convenções de Haia de 1899 (revistos em 1907); meios e métodos que devem ser
respeitados nos combates e conflitos armados; condução das operações militares (exemplo: proibição de
certas armas)
Cometidos no quadro de um ataque, generalizado ou sistemático, contra qualquer população civil, havendo
conhecimento desse ataque
Assassinato
Extermínio
Escravidão: direito de propriedade sobre uma pessoa
Deportação ou transferência forçada da população
Tortura
Violência sexual grave
Perseguição contra grupo ou coletividade em bases políticas, nacionais, raciais, étnicas, culturais, religiosas
ou de gênero
Desaparecimento forçado de pessoas
Apartheid: opressão e domínio sistemático
Outros atos desumanos que causem grande sofrimento
Deslocamento forçado da população;
Prostituição forçada;
Escravidão sexual;
Esterilização forçada;
Massacres;
Experimentaçao humana;
Uso militar de crianças;
Prisões injustas, sem amparo legal;
entre outros.
Genocídio
Estatuto de Roma
Ruanda se enquadra, mas tinha tribunal com competência exclusiva (Tribunal Penal Internacional para
Ruanda – violência sexual como genocídio).
Exemplos de genocídio
Holocausto
Genocídio na Alemanha nazista
Grupos minoritários perseguidos e morte de 6 milhões de judeus, mas também ciganos, deficientes físicos
Relacionado ao antissemitismo
Extermínio em campos de concentração
Os “justos entre as nações”, como Aracy de Carvalho Guimarães Rosa (esposa de Guimarães Rosa),
ignoraram ordens e salvaram judeus (concessão de vistos e passaportes)
Tribunal de Nuremberg
1945-1946
Origem do Direito Internacional Penal e base para criação do TPI
Responsabilização dos crimes na Alemanha nazista: julgamento de 24 líderes da Alemanha nazista
Julgamento no Tribunal Militar Internacional, em Nuremberg
Parte dos esforços de formação de uma nova ordem mundial (Sistema ONU), pautada nos direitos humanos
Excludente de responsabilidade por cumprimento de ordens não acatada
o Argumento de que estava cumprindo ordens não foi acatado
Condenações: prisão perpétua, prisão, morte por enforcamento e absolvições
Antecedentes do TPI
1872: Gustave Moynier, fundador da CICV: propôs estabelecer, por tratado internacional, um tribunal de
natureza permanente para lidar com casos de violações do então nascente direito humanitário, que seria
ativado automaticamente no caso de guerra entre as partes
1919: Tratado de Versalhes e a tentativa de responsabilização penal do kaiser Guilherme II. Art. 227: “ofensa
suprema contra a moral internacional e autoridade sagrada dos tratados”. Países Baixos se negam a
extraditar o monarca deposto
1920: Barão Descamps e o comitê para elaborar um Estatuto da Corte Penal Internacional de Justiça.
Rejeitado pela Liga das Nações, sob alegação de que não existia um Direito Penal Internacional reconhecido
por todas as nações; mas há avanços já em 1928 (Pacto Briand-Kellog) e em 1929 (Convenção de Genebra)
1937: Liga das Nações convoca conferência que cria uma Corte Internacional Criminal. Treze assinaturas,
nenhuma ratificação.
1943: Declaração sobre Atrocidades (Declaração de Moscou). EUA, Reino Unido e URSS denunciaram os
massacres perpetrados pelos nazistas e sinalizaram que “os grandes criminosos”, cujas ofensas transcendiam
contextos geográficos específicos, seriam punidos por decisão conjunta dos aliados.
1945: Tribunal de Nuremberg: Crimes contra a paz; Crimes de Guerra; Crimes contra a humanidade
1946: Tribunal de Tóquio: julgou líderes japoneses por crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra
a humanidade
1947: CDI encarregada de formular os Princípios de Nuremberg e preparar projeto de Código de Crimes
contra a Paz e a Segurança da Humanidade
1948: Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio.
Nos anos 1950, verificou-se pouco interesse dos países de avançar no tema do Código de Crimes e na
instituição de uma corte penal internacional.
Apenas em 1981, os trabalhos sobre o projeto de Código foram retomados
Antecedentes recentes
1993: Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (estabelecido em cumprimento da resolução
827/1993 do CSNU para dar uma resposta às vítimas dos crimes cometidos durante as guerras iugoslavas e a
decorrente fragmentação da antiga Iugoslávia)
1994: Tribunal Penal Internacional para Ruanda (julgamento dos responsáveis pelo genocídio e outras
violações das leis internacionais acontecidas no território nacional de Ruanda em 1994)
Estatuto de Roma
Sede em Haia
2002: início das atividades quando entrou em vigor após as ratificações necessárias
Julga somente indivíduos
o Estados são julgados na CIJ
Punição e prevenção
o Ideia é punir os responsáveis de forma a prevenir que novos crimes ocorressem
Direito internacional humanitário, direitos humanos, paz e segurança
Prevalência dos direitos humanos nas relações internacionais
Primazia da jurisdição internacional
Crimes imprescritíveis
Imunidade não é admitida
Estrutura do TPI
Princípio da inerência: prerrogativa de atuação automática (Estado aceitou ser parte), tendo como
pressuposto apenas que o Estado onde ocorreu o crime ou onde o suposto criminoso foi detido tenha
aderido ao Estatuto de Roma.
Jurisdição automática não dependerá da autorização dos Estados para iniciar um julgamento (julgamento de
ofício)
Interests of justice
Gravity of the crime e interests of victims
“Substantial reasons to believe”
“Reasonable basis to believe” (que houve a violação)
Princípio da subsidiariedade e complementariedade: sistema judicial doméstico investiga e processa crimes
cometidos no território do Estado.
TPI: competência subsidiária; apenas se o Estado não julgar
Jurisdição: acusado é nacional de Estado-parte do TPI; crime cometido em território de Estado-parte; ou por
decisão do CSNU
Matérias de competência do TPI:
o (i) crime de genocídio;
o (ii) crime contra a humanidade;
o (iii) crime de guerra;
o (iv) crime de agressão
A corte tem jurisdição quando os crimes acima, exceto crime de agressão, foram cometidos por nacionais de
Estados-partes e/ou no território de um Estado-parte.
o Quem e/ou onde
Crimes de agressão
TPI terá jurisdição sobre crimes de agressão a partir de 17 de julho de 2018 (data simbólica na qual o
Estatuto de Roma completava vinte anos de existência) e somente em relação aos países que ratificaram as
emendas de Campala (Brasil ainda não ratificou)
Competência temporal limitada do TPI.
O TPI só tem competência para julgar crimes que tenham ocorrido após a sua entrada em vigor, em 2002
(não pode retroagir, salvo se o Estado de origem do indivíduo que praticou o crime, tenha feito uma
declaração específica em sentido contrário).
Invasão ou ataque por parte das forças armadas de um Estado contra o território de outro;
Ocupações militares, ainda que temporárias;
Anexação territorial feita por meio do uso da força;
Bombardeio pelas forças armadas de um Estado contra o território de outro Estado ou o uso de quaisquer
armas por um Estado contra o território de outro;
Bloqueio dos portos ou do litoral de um Estado pelas forças armadas de outro;
Envio, por um Estado, de grupos irregulares ou mercenários armados ao território de outro país com a
finalidade de realizar atos militares sérios.
O Brasil e o TPI
Apoio à criação do TPI (Tribunal que prezasse pela eficiência, imparcialidade e independência)
Contra a impunidade
Busca por justiça nos crimes internacionais
Participação no processo preparatório e na Conferência de Roma (1998)
Participação no processo de revisão do Estatuto de Roma (exemplo: Conferência de Revisão de Campala,
Uganda, em 2010 - crime de agressão)
O Brasil e o TPI
2020: Atuação como amicus curiae na apuração preliminar "A Situação no Estado da Palestina” – interesses
da justiça (crimes praticados por Israel em território ocupado)
Discurso brasileiro: "O Brasil acredita que, se o Promotor abrir uma investigação, o procedimento criminal
não será propício para facilitar a retomada do diálogo, algo que pela sua natureza é altamente político, entre
israelenses e palestinos. Pelo contrário, o início de uma investigação iria prejudicar a busca por uma justa e
negociada solução política no sentido de alcançar uma duradoura paz no Oriente Médio”
o Tratamento político e não judicial no conflito entre Israel e Palestina
Artigo 53 do Estatuto de Roma: o procedimento não serviria o interesse da justiça, consideradas todas as
circunstâncias, tais como a gravidade do crime, os interesses das vítimas e a idade ou o estado de saúde do
presumível autor e o grau de participação no alegado crime
o Alegação brasileira no caso de amicus curiae
Brasil deve cooperar plenamente, implementando legislação que auxilie no processo de julgamento e
condenação dos indivíduos que cometem os crimes elencados pelo Estatuto de Roma
Caso haja um pedido de entrega de um nacional para ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional, o Brasil
deve cooperar.
O brasileiro nato como qualquer indivíduo pode ser julgado perante o Tribunal Penal Internacional, desde
que respeitadas as regras concernentes à extradição
Críticas ao TPI
Questões de concurso
O Tribunal Penal Internacional tem competência para investigar e, face a evidências, julgar indivíduos acusados de
crimes considerados graves pela comunidade internacional, tais como crimes de guerra e crimes de agressão.
2. No que se refere à solução pacífica das controvérsias, incluindo-se os tribunais internacionais, julgue (C ou E) o
item que se segue
O Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional, exige que o acusado esteja presente durante o seu
julgamento.
Certo; não pode julgar o acusado à revelia, tem que estar presente
Certo
Operações de paz
Sistema de segurança coletiva da ONU: capítulos VI (solução pacífica de controvérsias) e VII (uso da força
autorizado pelo CSNU) da Carta
1992: Uma Agenda para a Paz
1995: Suplememento à Agenda para a Paz
CSNU: paz e segurança internacionais
CSNU: decide diante de ameaças à paz (exemplos: sanções, embargos de armamento, autorização para
intervenções armadas, etc.) → independem do consentimento dos Estados envolvidos no conflito
Operações de paz: sem previsão original na Carta da ONU.
Secretário-geral da ONU, Dag Hammarskjöld (1953-1961): poderes implícitos da Carta da ONU (“Capítulo VI
e meio” – ficção jurídica)
Aspecto militar x não coercitividade e respeito à soberania estatal
Carta da ONU
Artigo 43, Carta da ONU: Todos os Membros das Nações Unidas, a fim de contribuir para a manutenção da
paz e da segurança internacionais, se comprometem a proporcionar ao Conselho de Segurança, a seu pedido
e de conformidade com o acordo ou acordos especiais, forças armadas, assistência e facilidades, inclusive
direitos de passagem, necessários à manutenção da paz e da segurança internacionais
Artigo 47, Carta da ONU: Será estabelecida uma Comissão de Estado Maior destinada a orientar e assistir o
Conselho de Segurança, em todas as questões relativas às exigências militares do mesmo Conselho, para
manutenção da paz e da segurança internacionais, utilização e comando das forças colocadas à sua
disposição, regulamentação de armamentos e possível desarmamento
Na prática: o envio de tropas é ad hoc. Não existe uma força armada permanente da ONU
Operações de Paz
Diplomacia preventiva
Cinco gerações de Operações de Paz
Primeira geração:
1950: CSNU recomenda que os Estados auxiliem no combate aos norte-coreanos em território sul-coreano
(Resolução 83/1950) e autoriza força de apoio à Coreia do Sul com bandeira da ONU (Resolução 84/1950) –
Brasil não participa. (contexto de Guerra Fria – travado pelo poder de veto entre EUA e URSS; URSS estava
afastava em protesto à participação de Taiwan no CSNU. Foi nesse contexto que a Resolução foi aprovada).
Mandado ficou a cargo dos EUA, não chegou a ser coletivo
1956: UNEF I (Crise do Suez) – AGNU (Uniting for Peace, resolução 377/1950), força armada, armas de
autodefesa, 11 anos, conflito entre israelenses e egípcios, capítulo VI da Carta da ONU. Brasil participa
(Batalhão de Suez)
1960: ONUC (Congo) – grande escala, criada pelo CSNU, peace-enforcement (imposição da paz –
desconsidera o consentimento - vai muito além do conceito de observadores. Enviou tropas armadas –
capacetes azuis), capítulo VII da Carta da ONU, morte do secretário-geral Hammarskjold.
o Gera um debate acerca do uso da força, pois põe em risco as tropas da ONU
Segunda geração:
Terceira geração
Quarta geração
31 Estados-membros
Burundi, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Ilhas Salomão, Libéria, República CentroAfricana, Sahel, Serra Leoa
Brasil: presidente da Configuração Guiné-Bissau desde 2007 e presidência da CCP entre 2014 e 2015
Atualmente: 1300 militares e policiais em nove operações de paz: MINURSO (Saara Ocidental); MINUSCA
(República Centro-Africana); MINUSTAH (Haiti); UNFICYP (Chipre); UNIFIL (Líbano); UNISFA (Abyei); UNMIL
(Libéria); UNMISS (Sudão do Sul); UNOCI (Costa do Marfim)
Principal contribuinte de tropas da MINUSTAH (exerceu comando militar entre 2004 e 2017).
UNIFIL: nau-capitânia (Fragata Independência) na Força Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas
no Líbano.
o UNIFIL: comando da Força Tarefa Marítima da UNIFIL, por contra-almirante brasileiro desde 2011.
MONUSCO: RDC, comando militar (2013-2015, 2018, general Costa Neves em 2020)
UNMHA (Iêmen)
Haiti: comando militar da MINUSTAH (2004-2017) + programas de cooperação técnica em diversas áreas
(capacitação profissional, segurança alimentar, saúde, agricultura, infraestrutura, segurança, entre outras).
o Muito mais que uma operação militar; atuação em frente multidimensional
Haiti
Conceitos-chave
Diplomacia preventiva
Peacemaking ou promoção da paz – Capítulo VI (solução pacífica de controvérsia)
Peacekeeping ou manutenção da paz – deve ter o consentimento (envio de agentes armados)
Peace-enforcement ou imposição da paz = Capítulo VII (uso da força com autorização do CSNU)
Peace building ou consolidação da paz (Comissão de Consolidação da Paz de 2005 – atuação
multidimensional; ideia de uma segurança humana, que envolve um conceito mais abrangente do que é
segurança; muito mais que o envio de tropas; é preciso construir instituições e resolver problemas
estruturais para que haja desenvolvimento e defesa dos direitos humanos)
o ONU = paz, direitos humanos e desenvolvimento
Antecedentes
Convenção sobre os Direitos e Deveres dos Estados, adotada na Sétima Conferência Internacional Americana
(Montevidéu, Uruguai) em 1933. Essa Convenção determina que “os Estados são juridicamente iguais,
desfrutam iguais direitos e possuem capacidade igual para exercê-los”; proíbe a intervenção em assuntos
internos ou externos de outro Estado e sublinha a obrigação de todos os Estados para que as divergências de
qualquer espécie que entre eles se levantem sejam resolvidas pelos meios pacíficos reconhecidos.
Instituições regionais
Organização Pan-Americana da Saúde (1902), que depois se tornou o escritório regional da futura
Organização Mundial da Saúde. É a agência especializada em saúde do sistema interamericano.
Comissão Jurídica Interamericana (1906): hoje serve de corpo consultivo da OEA em assuntos jurídicos;
promove o desenvolvimento progressivo e a codificação do Direito Internacional; e analisa os problemas
jurídicos referentes à integração dos países com vistas ao desenvolvimento do Hemisfério.
Instituto Interamericano da Criança (1927): atualmente serve como organismo especializado da OEA. Busca
respostas inovadoras e sustentáveis perante os diversos problemas da região, apoiando os Estados no
fortalecimento de suas capacidades tendentes a garantir o exercício pleno dos direitos das crianças e
adolescentes de maneira integral.
Instituto Pan-Americano de Geografia e História (1928): possui sede no México, contribui para o
desenvolvimento técnico-científico e conta com comissões de geografia, história, geofísica e cartografia, que
visa a produzir e transferir conhecimento. Projeto GEOSUR (iniciativa do CAF, Banco de Desenvolvimento da
América Latina, em coordenação com o IPGH). Mapeamento geofísico da América Latina
Instituto Indigenista Interamericano (1940): Brasil aderiu em 1943, por influência do Marechal Rondon. A
Convenção sobre o Instituto Indigenista Interamericano, concluída em Patzcuaro, México, em fevereiro de
1940, foi promulgada em 1954.
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (1942): Atua em temas como: financiamento
verde, digitalização do campo, pesquisa e organização coletiva, tecnologia e inovação para a agricultura,
sanidade agropecuária e inocuidade dos alimentos, comércio agropecuário internacional, agricultura
familiar, desenvolvimento rural, gestão dos recursos naturais e bioeconomia. Organismo especializado em
agricultura do Sistema Interamericano que apoia os esforços dos Estados membros em sua busca pelo
desenvolvimento agrícola e pelo bem-estar rural.
A Junta Interamericana de Defesa (1942): Criada no Rio de Janeiro, Brasil, durante a Terceira Reunião de
Consulta dos Ministros das Relações Exteriores das 21 Repúblicas Americanas, que então integravam a União
Pan-Americana. Brasil estava na Comissão Especial original. Sede em Washington. Desde 2006, é entidade da
OEA e conta com: o Conselho de Delegados; a Secretaria e o Colégio Interamericano de Defesa.
Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (1986): busca prevenir e tratar o abuso de
drogas; reduzir a oferta e disponibilidade de drogas ilícitas; fortalecer as instituições e mecanismos para o
controle de drogas; melhorar as leis de controle e sua aplicação relativa à lavagem de dinheiro; e auxiliar os
Estados membros a melhorar a análise de dados sobre as drogas. Trata do problema das drogas de maneira
integral, considerando o impacto do comércio de drogas na saúde, desenvolvimento econômico, coesão
social e o Estado Democrático de Direito. Grupo de Peritos para o Controle da Lavagem de Dinheiro
(GELAVEX): vinculado à CICAD, o GELAVEX foi criado em 1990, tendo como objetivo debater, analisar e
extrair conclusões acerca da luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.
Reunião de Ministros da Justiça ou de outros Ministros ou Procuradores-Gerais das Américas (REMJA):
Tendo começado suas atividades em 1997, as reuniões da REMJA ocorrem, geralmente, a cada dois anos.
Seus temas perpassam muitas vezes pela cooperação jurídica internacional. Recentemente, seus Grupos de
Trabalho têm discutido (i) crimes cibernéticos; (ii) proteção e assistência a vítimas e testemunhas; (iii)
políticas penitenciárias e carcerárias; (iv) investigação forense; (v) tráfico de pessoas; (vi) fortalecimento dos
sistemas de justiça; (vii) Centro de Estudos das Américas; (viii) cooperação jurídica em matéria de família e
infância; (ix) crime organizado transnacional; e (x) acesso à justiça.
Comissão Interamericana de Portos: fórum interamericano permanente dos Estados membros para o
fortalecimento da cooperação hemisférica no desenvolvimento do setor portuário, com a participação e
colaboração ativas do setor privado.
Centro de Estudos da Justiça das Américas (1999): com sede em Santiago, busca modernizar instituições
judiciais e apoiar reformas judiciais.
Corte Centro-Americana de Justiça (1907-1918). Uma Corte Interamericana de Justiça foi proposta em 1923,
mas nunca se materializou.
Membros da OEA
Carta da OEA
Os Estados americanos consagram nesta Carta a organização internacional que vêm desenvolvendo para
conseguir uma ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade, intensificar sua colaboração e
defender sua soberania, sua integridade territorial e sua independência. Dentro das Nações Unidas, a
Organização dos Estados Americanos constitui um organismo regional.
Artigo 2º: propósitos (garantir a paz e a segurança continentais; promover e consolidar a democracia
representativa, respeitado o princípio da não-intervenção; assegurar a solução pacífica das controvérsias
entre seus membros; organizar ação solidária em caso de agressão; procurar a solução dos problemas
políticos, jurídicos e econômicos entre os Estados-membros; promover, por ação cooperativa, o
desenvolvimento econômico, social e cultural; erradicar a pobreza crítica; alcançar efetiva limitação de
armamentos convencionais)
Artigo 3º: princípios (direito internacional; ordem internacional; soberania; independência dos Estados; boa-
fé; solidariedade; não ingerência em assuntos internos de outro Estado; eliminação da pobreza; condenação
da guerra de agressão; solução pacífica de controvérsias; justiça e segurança sociais como base da paz
duradoura; cooperação econômica; prosperidade; direitos fundamentais da pessoa humana; personalidade
cultural dos países americanos; justiça; liberdade e paz.
Modificações à Carta (04 ocasiões): Buenos Aires, 1967; Cartagena das Índias, 1985; Washington, 1992;
Manágua, 1993.
Em 2014, a Assembleia-Geral da OEA aprovou a Declaração da “Visão Estratégica da OEA” (AG/RES. 2814/14)
Democracia (Carta Democrática Interamericana)
Direitos humanos (Comissão Interamericana de Direitos Humanos e Corte Interamericana de Direitos
Humanos)
Segurança (JID, TIAR, Comissão de Segurança Hemisférica)
Desenvolvimento (Conselho Interamericano para o Desenvolvimento Integral, Comissão de Políticas de
Cooperação Solidária para o Desenvolvimento, Comissão de Assuntos Migratórios, Carta Social das Américas
de 2012 para tratar de trabalho; proteção social; saúde; alimentação e nutrição; educação; moradia e
serviços públicos básicos; e cultura).
Funcionamento da OEA
Diálogo político (Assembleia-Geral, Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores, Conselho
Permanente, Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral, Reuniões Ministeriais, Cúpula das
Américas)
Cooperação (missões de observação eleitoral -o país precisa aceitar -, negociações comerciais, atenuação de
desastres naturais – muito útil no CARICOM -, bolsas de estudo, governança municipal, projetos de
desenvolvimento)
Mecanismos de acompanhamento (Mecanismo de Avaliação Multilateral - baseado no princípio da
responsabilidade partilhada na abordagem do problema das drogas; Mecanismo de Acompanhamento da
Implementação da Convenção Interamericana contra a Corrupção; Mecanismo de Seguimento da Convenção
de Belém do Pará; Grupo de Revisão da Implementação de Cúpulas; Sistema de Acompanhamento das
Cúpulas das Américas.
Patrimônio Jurídico (direito internacional, cooperação jurídica, programas jurídicos especiais)
Assembleia-Geral da OEA
a) Decidir a ação e a política gerais da Organização, determinar a estrutura e funções de seus órgãos e considerar
qualquer assunto relativo à convivência dos Estados americanos;
b) Estabelecer normas para a coordenação das atividades dos órgãos, organismos e entidades da Organização entre
si e de tais atividades com as das outras instituições do Sistema Interamericano;
d) Promover a colaboração, especialmente nos setores econômico, social e cultural, com outras organizações
internacionais cujos objetivos sejam análogos aos da Organização dos Estados Americanos;
e) Aprovar o orçamento-programa da Organização e fixar as quotas dos Estados membros; Brasil é um grande
contribuidor; EUA é o maior
f) Considerar os relatórios da Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores e as observações e
recomendações que, a respeito dos relatórios que deverem ser apresentados pelos demais órgãos e entidades, lhe
sejam submetidas pelo Conselho Permanente, conforme o disposto na alínea f, do artigo 91, bem como os relatórios
de qualquer órgão que a própria Assembleia Geral requeira;
Obs.: a Assembleia aprova resoluções, a Cúpula declarações; tem viés mais político
Conselho Permanente
b) Velar pela observância das normas que regulam o funcionamento da Secretaria-Geral e, quando a
Assembleia Geral não estiver reunida, adotar as disposições de natureza regulamentar que habilitem
a Secretaria-Geral para o cumprimento de suas funções administrativas;
c) Atuar como Comissão Preparatória da Assembleia Geral nas condições estabelecidas pelo artigo
60 da Carta, a não ser que a Assembleia Geral decida de maneira diferente;
d) Preparar, a pedido dos Estados membros e com a cooperação dos órgãos pertinentes da
Organização, projetos de acordo destinados a promover e facilitar a colaboração entre a
Organização dos Estados Americanos e as Nações Unidas, ou entre a Organização e outros
organismos americanos de reconhecida autoridade internacional. Esses projetos serão submetidos à
aprovação da Assembleia Geral;
Composição: um representante titular, no nível ministerial ou seu equivalente, de cada Estado membro,
nomeado especificamente pelo respectivo governo.
Finalidade: promover a cooperação entre os Estados americanos, com o propósito de obter seu
desenvolvimento integral e, em particular, de contribuir para a eliminação da pobreza crítica, segundo as
normas da Carta, principalmente nos campos econômico, social, educacional, cultural, e científico e
tecnológico.
Formula diretrizes e planos estratégicos; coordena a execução de programas e projetos de desenvolvimento;
coopera com órgãos do Sistema ONU e com entidades nacionais e internacionais; avalia periodicamente as
entidades de cooperação para o desenvolvimento integral
Segurança Hemisférica
Junta Interamericana de Defesa (JID), criada em 1942
Conferência Interamericana para Manutenção da Paz e Segurança no Continente (Rio de Janeiro, 1947) –
adoção do TIAR (autodefesa coletiva, ações conjuntas e princípio da solidariedade continental)
Segurança hemisférica (Comissão de Segurança Hemisférica da OEA, 1995)
Segurança humana (PNUD, 1994) → 07 dimensões: econômica, alimentar, da saúde, do meio ambiente,
pessoal, comunitária e política.
Segurança multidimensional - Secretaria de Segurança Multidimensional (OEA)
Declaração sobre Segurança nas Américas (México, 2003) – valores compartilhados e enfoques comuns;
ameaças tradicionais e novas ameaças; cooperação
Comitê Interamericano contra o Terrorismo (criado pela AGOEA) → cooperação interamericana para
prevenir, combater e eliminar o terrorismo; cooperação técnica.
OEA e Covid-19
Atualidades
Venezuela
o Governo Maduro sai da OEA em 27 de abril de 2019, sob o argumento de que a OEA serviria a
“interesses hegemônicos imperiais”)
o OEA reconhece Gustavo Tarre como representante venezuelano, nomeado por Juan Guaidó em 9 de
abril de 2019 (resolução do Conselho Permanente da OEA, aprovada com 18 votos a favor, 09 contra
e uma abstenção).
o Crise multidimensional
o Invocação do TIAR – não é autorização para uso de força; busca de uma solução
o Responsabilidade de proteger – conceito normativo que surge no contexto de intervenções
militares: se o Estado não é capaz de prover segurança, a comunidade internacional deveria fazê-lo
o Grupo G14+ (grupo informal) – busca de solução pacífica para a Venezuela
Cuba (resolução de 2009)
Nicarágua (crise política, Grupo de Trabalho do Conselho Permanente para a Nicarágua, composto por 12
Estados-membros)
Bolívia (Missão de Observação Eleitoral, fraude nas eleições de 20 de outubro de 2019, nota à imprensa da
SGOEA sobre a prisão da ex-presidente autoproclamada Jeanine Áñez – “abuso de mecanismos judiciais”)
Haiti (Resolução do Conselho Permanente sobre a situação no Haiti com oferecimento de bons ofícios da
OEA, para facilitar diálogo de modo a intermediar eleições livres e justas) → o Brasil é membro do Grupo de
Amigos do Haiti.
Algumas observações
Entre os órgãos que integram a estrutura da OEA, figura o Comitê Interamericano contra o Terrorismo, entre
cujas funções estão o apoio aos países-membros para desenvolver sua capacidade de defesa cibernética, de
proteção de seus domínios marítimos e de combate à proliferação de armas de destruição em massa, no
marco da Resolução 1.540 do Conselho de Segurança da Nações Unidas.
A OEA tem como principais pilares a democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento.
A OEA permite estados-observadores, inclusive a União Europeia. Há mais observadores que membros
A Assembleia Geral se reúne anualmente com sede rotativa; Cúpula das Américas não está prevista na Carta
da OEA e ocorre em intervalos maiores
Apesar de ser um órgão eminentemente político, a Organização dos Estados Americanos (OEA) ofereceu o
marco institucional para as negociações comerciais que objetivavam criar a Área de Livre Comércio das
Américas (ALCA). Fato ocorrido na Primeira Cúpula das Américas
Washington, 1889-1890
o Fundador da ideia de integração americana, que daria, em 1948, origem à OEA
México, 1901-1902
Rio de Janeiro, 1906 – participação dos países latino-americanos na Conferência de Paz da Haia em 1907
Buenos Aires, 1910
Santiago, 1923 (Tratado para Evitar ou Prevenir Conflitos entre Estados Americanos ou Pacto Gondra).
Havana, 1928 (Convenções sobre estrangeiros, asilo, agentes diplomáticos e consulares)
Montevidéu, 1933 (Convenção sobre os Direitos e Deveres dos Estados - Estado é sujeito de direito
internacional com população permanente, território determinado, governo e capacidade de ter relações
com os demais Estados.
Lima, 1938
Bogotá, 1948 (Pacto de Bogotá, Carta da OEA)
Caracas, 1954 (Convenções de Caracas sobre Asilo Diplomático e sobre Asilo Territorial)
Histórico regional
Guerra Fria: interesses dos EUA, tolerância da OEA e regimes ditatoriais e antidemocráticos (Brasil,
Argentina, Chile, Haiti, Peru, etc.) interesses norte-americanos
Plano Condor: operação coordenada com o objetivo de neutralizar grupos de esquerda, como a Ação
Libertadora Nacional (Brasil), os Tupamaros (Uruguai), os Montoneros (Argentina), o Movimento de
Esquerda Revolucionária (Chile) e que se opunham aos regimes militares.
Operação Pan-Americana (1958), lançada pelo Brasil, durante o Governo JK. Programa multilateral de
assistência ao desenvolvimento econômico da América Latina. Criação de um mecanismo financeiro
multilateral — que viria a se transformar no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) — e o projeto
de um mercado comum latino-americano, embrião da Associação Latino-Americana de Livre Comércio
(ALALC).
Aliança para o Progresso (1961): o Plano Marshall da América Latina
Encontro de Uruguaiana (1961): Jânio Quadros e Arturo Fondizi
A suspensão de Cuba do Sistema interamericano: Conferência de Punta del Este, VIII Reunião de Consultas
dos Ministros das Relações Exteriores Americanos, 1962, para considerar “as ameaças à paz e à
independência política dos Estados Americanos” - Cuba suspensa da Junta Interamericana de Defesa e da
OEA, sendo que esta última decisão não obteve votos favoráveis dos maiores Estados latinoamericanos. A
delegação brasileira, chefiada por San Tiago Dantas, opôs-se às sanções contra Cuba e, juntamente com
Argentina, México, Chile, Bolívia e Equador, absteve-se da resolução que suspendeu o governo cubano da
OEA.
O retorno de Cuba: 39ª AGOEA (2009), resolução apresentada pelo Brasil, sem nenhum pedido de
contrapartida. Cuba deveria respeitar de forma ampla os preceitos da OEA; Cuba não mostrou interesse até
o momento
Cuba e a OEA
A Assembleia Geral:
Reconhecendo o interesse partilhado na plena participação de todos os Estados-membros;
Guiada pelos propósitos e princípios estabelecidos da Organização dos Estados Americanos contidos
na Carta da organização e em seus demais instrumentos fundamentais relacionados à segurança, à
democracia, à autodeterminação, à não-intervenção, aos direitos humanos e ao desenvolvimento;
Considerando a abertura que caracterizou o diálogo dos chefes de Estado e de Governo na 5ª Cúpula das
Américas, em Port of Spain, e que, com esse mesmo espírito, os Estados-membros desejam estabelecer um
marco amplo e revitalizado de cooperação nas relações hemisféricas; e
Tendo presente que, em conformidade com o artigo 54 da Carta da Organização dos Estados Americanos, a
Assembleia Geral é o órgão supremo da Organização,
Resolve: 1. Que a resolução VI adotada em 31 de janeiro de 1962 na 8ª reunião de consulta de ministros das
Relações Exteriores, mediante a qual se excluiu o Governo de Cuba de sua participação no Sistema
Interamericano, fica sem efeito na Organização dos Estados Americanos.
2. Que a participação de Cuba na OEA será o resultado de um processo de diálogo iniciado por solicitação do
Governo de Cuba e em conformidade com as práticas, os propósitos e princípios da OEA.
Instituições regionais
Organização Pan-Americana da Saúde (1902), que depois se tornou o escritório regional da futura
Organização Mundial da Saúde
Comissão Jurídica Interamericana (1906)
Instituto Interamericano da Criança (1927)
Comissão Interamericana de Mulheres (1928)
Instituto Pan-Americano de Geografia e História (1928)
Instituto Indigenista Interamericano (1940)
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (1942)
Junta Interamericana de Defesa (1942)
Banco Interamericano de Desenvolvimento (1959)
Comissão Interamericana de Direitos Humanos
Corte Interamericana de Direitos Humanos
Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas
Comissão Interamericana de Telecomunicações
Comissão Interamericana de Portos
Centro de Estudos da Justiça das Américas
Corte Centro-Americana de Justiça (1907-1918). Uma Corte Interamericana de Justiça foi proposta em 1923,
mas nunca se materializou.
Finalidades: construir uma ordem de paz e de justiça no continente americano; promover a solidariedade e a
cooperação mútua entre os Estados da região; defender a soberania, a integridade territorial e a
independência de seus membros.
Quatro pilares: democracia, direitos humanos, desenvolvimento e segurança.
Carta da OEA: aprovada na IX Conferência Internacional Pan-Americana, (Bogotá, 1948) e entra em vigor em
1951.
Assembleia Geral: instância suprema da OEA, órgão plenário com sessões ordinárias anuais (ministros das
relações exteriores).
Conselho Permanente
Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral
Tratados interamericanos
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (1948, IX Conferência Internacional Americana
realizada em Bogotá)
Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais,
("Protocolo de São Salvador", 1988, em El Salvador) e Protocolos Adicionais
Carta Democrática Interamericana (aprovada em 11 de setembro de 2001, em sessão especial da AGOEA em
Lima, Peru);
Carta Social das Américas (aprovada na 42ª AGOEA, em 2012, na Bolívia);
Tratado Americano de Soluções Pacíficas (“Pacto de Bogotá”, 1948, IX Conferência Internacional Americana);
Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas de Intolerância Correlatas
(aprovada na 43ª AGOEA, em 2013, na Guatemala).
Em abril de 1948, a OEA aprovou a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem, em Bogotá,
Colômbia, o primeiro documento internacional de direitos humanos de caráter geral.
O SIDH iniciou-se formalmente com a aprovação da Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem
na Nona Conferencia Internacional Americana realizada em Bogotá em 1948.
1948: Carta da OEA (1948)
Carta da OEA: “direitos fundamentais da pessoa humana” como um dos princípios fundadores da
Organização.
Carta da OEA: “o sentido genuíno da solidariedade americana e de boa vizinhança não pode ser outro que o
de consolidar neste Continente dentro do marco das instituições democráticas, um regime de liberdade
individual e de justiça social, fundado com respeito aos direitos essenciais do homem”.
1969: Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto San José da Costa Rica) – entra em vigor em
1978
Brasil ratificou ambos regimes.
Instituições: CIDH e Corte IDH
Defesa brasileira em casos: AGU (Departamento de Direito Internacional) que atuam de maneira
complementar
Criada em 1959 (atenção: CIDH não foi criada pela Convenção Americana, mas foi fortalecida por ela)
Primeira reunião em 1960
Carta da OEA estabelece a Comissão como órgão principal da OEA para temas de direitos humanos
Órgão autônomo (7 membros independentes, que atuam de forma pessoal, não Estados)
Sede em Washington, D.C.
Objetivo: promoção e proteção dos direitos humanos, promoção da observância dos direitos humanos no
hemisfério.
Atua como órgão consultivo da OEA.
Três pilares: sistema de petições individuais, monitoramento da situação de direitos humanos nos Estados-
membros e atenção às áreas temáticas prioritárias.
Proteção dos direitos de toda pessoa sob jurisdição dos Estados americanos.
Atenção às populações, às comunidades e aos grupos historicamente submetidos à discriminação.
Princípio pro homine: a interpretação de uma norma deve ser feita da maneira mais favorável ao ser
humano
Necessidade de acesso à justiça
Incorporação da perspectiva de gênero em todas suas atividades.
1961: a CIDH começou a realizar visitas in loco para observar a situação geral dos direitos humanos em um
país, ou para investigar uma situação particular. A respeito de suas observações sobre a situação de um país,
a CIDH publica informes especiais
1965: a CIDH foi autorizada expressamente a receber e processar denúncias ou petições sobre casos
individuais nos quais se alegavam violações dos direitos humanos.
Convenção Americana sobre Direitos Humanos define os direitos humanos que os Estados ratificantes se
comprometem internacionalmente a respeitar e a dar garantias para que sejam respeitados. Ela cria,
também, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, e define atribuições e procedimentos tanto da Corte
como da CIDH. A CIDH mantém, além disso, atribuições adicionais e anteriores à Convenção e que não
derivam diretamente dela, sendo estes, entre outros, de processar petições individuais relativas a Estados
que ainda não são parte da Convenção
Órgão representativo dos Estados-membros da OEA
Já teve 06 comissários brasileiros
Membros eleitos por mandatos de 4 anos (com uma possível reeleição)
Emite relatórios e comunicações para os Estados-membros
Recebe denúncias e petições do indivíduo cujos direitos foram violados ou de quem o represente
Casos mais emblemáticos envolvendo o Brasil: Maria da Penha, Carandiru e Candelária
2011: CIDH pede ao Brasil medidas para garantir a vida e a integridade pessoal dos povos indígenas
alegadamente afetados pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Brasil: caráter subsidiário ou
complementar do sistema interamericano. Estudos de impacto ambiental e de natureza antropológica;
solicitações da CIDH eram precipitadas e injustificáveis. O Brasil retirou seu embaixador junto à OEA, mas
não saiu da organização. Em 2015, o embaixador Machado e Costa foi designado novo RP do Brasil junto à
OEA.
Admissão de solução amigável. Constata a violação de direitos humanos e a falta de solução amigável, é
emitido relatório com recomendações para os Estados. Se as recomendações não forem cumpridas, a CIDH
pode encaminhar o caso para a Corte Interamericana.
Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não-governamental legalmente reconhecida em um ou
mais Estados membros da Organização pode apresentar à Comissão petições em seu próprio nome ou no de
terceiras pessoas, sobre supostas violações dos direitos humanos reconhecidos, conforme o caso, na
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, na Convenção Americana sobre Direitos Humanos
“Pacto de San José da Costa Rica”, no Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos
em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais “Protocolo de San Salvador”, no Protocolo à
Convenção Americana sobre Direitos Humanos Referente à Abolição da Pena de Morte, na Convenção
Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, na Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento
Forçado de Pessoas, e na Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher, em conformidade com as respectivas disposições e com as do Estatuto da Comissão e do presente
Regulamento. O peticionário poderá designar, na própria petição ou em outro instrumento por escrito, um
advogado ou outra pessoa para representação perante a Comissão.
Artigo 25. Medidas cautelares
o 1. Em situações de gravidade e urgência a Comissão poderá, por iniciativa própria ou a pedido da
parte, solicitar que um Estado adote medidas cautelares para prevenir danos irreparáveis às pessoas
ou ao objeto do processo relativo a uma petição ou caso pendente.
o 2. Em situações de gravidade e urgência a Comissão poderá, por iniciativa própria ou a pedido da
parte, solicitar que um Estado adote medidas cautelares para prevenir danos irreparáveis a pessoas
que se encontrem sob sua jurisdição, independentemente de qualquer petição ou caso pendente
Casos na CIDH
Maria da Penha: Brasil foi condenado em 2001 por omissão, negligência e tolerância. Violência doméstica e
de tolerância pelo Estado definidas na Convenção de Belém do Pará (Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, assinada em 1994, em vigor desde 1995).
Necessidade de criação de uma lei adequada a este tipo de violência contra a mulher: Lei Maria da Penha
(2006)
Carandiru (2000): recomendações da CIDH (investigação completa, imparcial e efetiva; identificar e
processar os responsáveis pelas violações de direitos humanos; identificar as vítimas; indenizar
adequadamente as famílias das vítimas; descongestionar as casas de detenção; etc.
Candelária (2015): recomendações da CIDH (investigação das mortes, identificação dos responsáveis e seu
devido processo)
Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde (2015): Brasil foi condenado em 2016 por tolerar formas modernas
de escravidão e tráfico de pessoas (escravidão é crime de direito internacional)
Fazenda Nova Brasília (2015): Brasil foi condenado em 2017: “Estado deverá conduzir eficazmente a
investigação em curso sobre os fatos relacionados às mortes ocorridas na incursão de 1994, com a devida
diligência e em prazo razoável, para identificar, processar e, caso seja pertinente, punir os responsáveis, nos
termos dos parágrafos 291 e 292 da presente Sentença. A respeito das mortes ocorridas na incursão de
1995, o Estado deverá iniciar ou reativar uma investigação eficaz a respeito desses fatos, nos termos dos
parágrafos 291 e 292 da presente Sentença”.
Povo Indígena Xucuru e seus membros (2016): Brasil foi condenado em 2018. “O Estado deve garantir, de
maneira imediata e efetiva, o direito de propriedade coletiva do Povo Indígena Xucuru sobre seu território,
de modo que não sofram nenhuma invasão, interferência ou dano, por parte de terceiros ou agentes do
Estado que possam depreciar a existência, o valor, o uso ou o gozo de seu território”.
Vladimir Herzog (2016): Brasil foi condenado em 2018. Crime contra a humanidade. O Brasil não pode
invocar a existência de prescrição ou aplicar o princípio de bis in idem, a lei de anistia ou qualquer outra
disposição para escusar-se de seu dever de investigar e punir os responsáveis. A Corte ordenou medidas de
reparação, como reiniciar, com a devida diligência, a investigação e o processo penal, para identificar,
processar e, se for o caso, punir os responsáveis pela tortura e pelo assassinato de Vladimir Herzog.
Caso Ximenes Lopes (2006): casa de repouso Gararapes. Primeira condenação brasileira na Corte.
Caso Guerrilha do Araguaia (2010): Brasil foi condenado a obrigações de investigar os fatos, julgar e, se for o
caso, punir os responsáveis, e de determinar o paradeiro das vítimas; além de outras medidas de
reabilitação, satisfação e garantias de não repetição, indenizações, custas e gastos.
Caso Garibaldi (2009): Brasil foi condenado. Proteção Internacional ao Direito Humano de Prestação
Jurisdicional em Prazo Razoável.
Caso Escher (2009): Brasil foi condenado por interceptações telefônicas ilegais.
Caso Nogueira de Carvalho (2006): arquivado. Não ficou demonstrado que o Estado tenha violado no
presente caso os direitos às Garantias Judiciais e à Proteção Judicial.
2013: Venezuela denunciou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto San José da Costa Rica,
1969). Casos de violação de direitos humanos ocorridos até a data de entrada em vigor da denúncia poderão
ser conhecido pela Corte
2016: Secretário Geral da OEA, Luis Almagro, convocou sessão urgente do Conselho Permanente para
discutir a situação na Venezuela, invocando a Carta Democrática Interamericana, o que foi rechaçado por
Maduro.
Secretaria Geral da OEA e CIDH criticam Maduro por violações de direitos humanos
2019: CIDH outorgou medidas cautelares de proteção em favor de Juan Guaidó.
Venezuela: Grupo de Lima (2017, objetivo declarado de "abordar a crítica situação da Venezuela e explorar
formas de contribuir para a restauração da democracia naquele país através de uma saída pacífica e
negociada”) e tratamento na OEA
Junta Interamericana de Defesa (1942): organização militar que, em 2006, se tornou órgão especializado da
OEA
Conferência de Chapultepec (1945): segurança regional
TIAR (1947): denúncias (México em 2002; Bolívia, Nicarágua, Venezuela e Equador em 2012). Ultrapassado
diante da conjuntura atual
Brasil: posicionamento na OEA atuação no seu entorno geográfico mais próximo (exemplo: Conselho de
Defesa Sul-americano (CDS), de 2008, que está enfraquecido pela crise da UNASUL – Brasil deixou a UNASUL,
para fazer parte do PROSUL, criado oficialmente em março de 2019).
Algumas observações
O Sistema Regional Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos adota um modelo de justiça de
transição que inclui a persecução penal de autores de atos de afronta a direitos humanos durante períodos
de autoritarismo, de ditadura, de conflitos ou de graves lutas civis na América Latina (Caso Vladimir Herzog,
no Brasil)
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão da Organização dos Estados Americanos, criado para
promover a observância e a defesa dos direitos humanos e para servir como órgão consultivo da
Organização nessa matéria, compõe-se de sete membros, que devem ser pessoas de alta moral e de
reconhecido saber em matéria de direitos humanos.
Em relação ao Sistema Internacional de Promoção e Proteção dos Direitos Humanos há nove convenções
internacionais de direitos humanos, sendo o mais recente sobre desaparecimentos forçados, que entrou em
vigor em 23 de dezembro de 2010. Existem atualmente dez órgãos de monitoramento das Convenções,
formados por comissões de peritos independentes. Nove destes órgãos monitoram a implementação,
enquanto o décimo órgão, o Subcomitê de Prevenção da Tortura, criado no âmbito do Protocolo Facultativo
à Convenção contra a Tortura, monitora os centros de detenção dos Estados Partes que aderiram ao
Protocolo Facultativo
O quórum para deliberação da Corte Interamericana de Direitos Humanos é de cinco juízes. Conta com sete,
mas para deliberação o quórum é de cinco
A Corte Interamericana de Direitos Humanos é competente para emitir parecer, a pedido de Estado-membro
da Organização dos Estados Americanos, sobre a compatibilidade entre quaisquer das leis internas desse
Estado e a Convenção Americana de Direitos Humanos.
No continente americano, o Sistema Interamericano de Direitos Humanos é composto por dois órgãos
permanentes, um com sede em Washington, a Comissão Interamericana, que examina reclamações de
indivíduos contra supostas violações aos direitos humanos, e outro com sede em San josé da Costa Rica, a
Corte Interamericana de Direitos Humanos, que julga determinados casos de violações
15. O Brasil e a formação dos blocos econômicos, a negociação de acordos
comerciais e a promoção comercial
Definição
o Normalmente, a GVC envolve a combinação de bens intermediários importados e de bens e serviços
domésticos em produtos que são então exportados para uso como intermediários no estágio
subsequente de produção. (várias empresas/países participando)
o Atividades de design, produção, marketing, distribuição e suporte ao consumidor final
Os países que participam das redes globais de valor registram taxas de crescimento da economia e da
produtividade, mas não necessariamente a participação em CGV trará ganhos.
o Investimentos e transferência de tecnologia e de conhecimento
Planejamento e competitividade
o Especialização vertical
Reprimarização – fornecedor de commodities no caso de não conseguir se incluir na CGV
The benefits to industry, business, exporters and consumers from participation in GVCs are manifold. GVCs provide
scope for firms to enter markets by specialising in niche intermediate activities within a chain and allow suppliers to
upgrade production into higher-value segments of their industries. GVCs also allow business to learn new processes,
meet standards that enhance their access to new markets, facilitate exports and imports in intra-firm trade,
encourage the utilisation of network technology, and tap into new sources of capital. At the national level, GVCs
enable countries to specialise in areas of comparative advantage, thus enhancing productivity growth and
supporting wages and incomes.
Não são fenômeno novo, mas cresceram rapidamente entre 1990 e 2007
o Avanços tecnológicos
o Redução das barreiras comerciais (Rodada Uruguai)
Em que e onde?
o Setores que se beneficiaram da CGV
máquinas, eletrônicos e transportes
maneira como um avião, um carro, um telefone celular são produzidos; o design é
feito em um loca, a produção em outra, para ser vendida em outra
o Regiões:
América do Norte, Europa Ocidental e Leste Asiático
o E as demais regiões?
commodities para processamento posterior em outros países – América Latina, África, Ásia
Central
houve maior demanda, foram beneficiados, cresceram de forma acelerada, mas
agregam pouco valor em termos tecnológicos. Estão nas fases mais primárias da
cadeia
Nos últimos anos o comércio e o crescimento das CGV desaceleraram
o Declínio do crescimento econômico global e do investimento
o Desaceleração do ritmo das reformas comerciais (Rodada Doha não caminhou)
o Fragmentação da produção nas regiões e setores mais dinâmicos consolidou-se
Pandemia de COVID-19
o Riscos associados à fragmentação dos processos de produção
Escassez de produtos médicos
Gargalos de infraestrutura das CGV
o Risco de que a economia internacional se afaste de políticas comerciais guiadas por considerações
econômicas e seja orientada por considerações políticas
Especialização
Escala
Spillovers
Diversificação
o Culpa da pandemia?
Objetivos políticos pré-existentes
Beggar-thy-neighbor policy – países olhando para seus objetivos, criando uma espiral
negativa no comércio internacional; foi o que ocorreu no entre guerras e que os países
reproduziram durante a pandemia. Um país se fechou para o outro. Aumentam-se custo e
inflação; reduz a capacidade produtiva, não consegue acessar o mercado internacional e
ganhar escala
o Necessidade de coordenação/cooperação internacional
Compartilhamento de informação: produção, estoques
Reconhecimento mútuo de padrões internacionais; ISO é um padrão internacional
Prevenir escassez; fazer o produto chegar aonde precisa chegar
o OMC/FAO/OCDE/ALCs
Limitação às restrições às exportações
Monitoramento de políticas comerciais
Coordenação sobre o setor de logística
Desenvolver ambiente regulatório sobre comércio digital
Diplomacia Comercial
Sentido amplo:
o Elaboração e implementação de políticas de comércio exterior (multilateral e plurilateral)
O foco no multilateralismo se dá porque um país em desenvolvimento consegue melhores
condições de negociações
Sentido estrito
o Atividades de promoção e apoio à realização de negócios
Negociações de ALC
O Atlântico Sul não é um centro geopolítico ou geoeconômico mundial, mas o Brasil em si é um país
importante e extremamente significativo.
O movimento em direção à participação nas cadeias globais de valor não depende apenas de decisões de
política comercial
“área em que estamos mostrando resultados, em que pretendemos continuar mostrando resultados,
engajados nas negociações correntes e em novas negociações”
Objetivos:
o Melhorar o acesso para os nossos produtos
o Abrir o nosso mercado à competição
o Atração de investimentos
2) regras de origem;
5) defesa comercial;
6) salvaguardas bilaterais;
7) defesa da concorrência;
13) diálogos;
15) subsídios;
19) transparência;
Desgravação tarifária
o Antes do acordo:
24% das exportações brasileiras, em termos de linhas tarifárias. Com taxa de 0%
o Depois do acordo:
92% das exportações do MERCOSUL em termos de volume
99% das exportações se considerada a desgravação parcial
95% das linhas tarifárias; com taxa 0%
91% das importações da UE e das linhas tarifárias com taxa de 0%
Produtos Agrícolas
o Tarifa 0%: suco de laranja, frutas e café solúvel
o Ampliação de acesso: carnes, açúcar e etanol (quotas)
No comércio agrícola, o MERCOSUL liberalizará 96% do volume de comércio e 94% das
linhas tarifárias. A UE liberalizará 82% do volume de comércio e 77% das linhas tarifárias
Produtos industriais
o A UE eliminará 100% de suas tarifas (cesta de desgravação) em até 10 anos, sendo cerca de 80% na
entrada em vigor do acordo. O MERCOSUL liberalizará 91% do comércio em volume e linhas
tarifárias será desgravado.
Propriedade Intelectual
o Reconhecimento de produtos, como cachaças, queijos, vinhos e cafés como distintivos do Brasil.
Serviços
o Comunicação, construção, distribuição, turismo, transportes e serviços profissionais e financeiros
o Direito de regulamentar para alcançar objetivos legítimos; técnicos e pessoas de negócios que
podem exercer temporariamente atividade; transparência
Compras Públicas
o Acesso ao mercado de licitações da UE, estimado em US$ 1,6 trilhão
Acesso mais amplo do que o concedido de empresas europeias ao mercado brasileiro
Salvaguardadas políticas públicas em desenvolvimento tecnológico, saúde pública,
promoção das micro e pequenas empresas e segurança alimentar
Regras de Origem
o Acumulação bilateral de origem
Integração da economia brasileira nas cadeias de valor bilaterais, regionais e globais
Produto importado da União Europeia e reprocessado no Mercosul poderá ser exportado
para o bloco europeu sem que isso fira a regra de origem
Diálogos
o BEA (Bem-estar animal); biotecnologia agrícola (engenharia genética); AMR (combater o uso
excessivo de antibióticos na criação animal); LMRs (limites de resíduos e de defensivos).
Facilitação de Comércio
o Compromisso de rever e melhorar regulamentos e práticas de desembaraço de bens
o Processos eletrônicos nas operações aduaneiras
Países europeus que não entraram na União Europeia; adotam muitas medidas comuns à União Europeia
Lançadas em janeiro de 2017 e finalizadas após dez rodadas.
EFTA
o PIB de US$ 1,1 trilhão;
o População de 14,3 milhões de pessoas;
o 9º maior ator no comércio mundial de bens;
Brasil-EFTA X: ouro, produtos químicos como óxido de alumínio, café, soja, carnes e
preparações alimentícias diversas
Brasil-EFTA M: produtos farmacêuticos e químicos orgânicos, máquinas e equipamentos,
petróleo e gás, peixes e crustáceos (indústria pesqueira na Noruega é muito forte)
o 5º maior no comércio de serviços;
Brasil-EFTA: US$ 4 bilhões
o Elevado PIB per capita
Desgravação tarifária
o 100% do universo industrial e do setor pesqueiro
o Acesso preferencial para os principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil
Carne bovina, carne de frango, milho, farelo de soja, melaço de cana, mel, café torrado,
arroz, frutas e sucos de frutas
o Sem “cestas” de desgravação;
o Suíça e Liechtenstein alcança mais de 98% das importações originárias do MERCOSUL e, no caso de
Noruega e Islândia, mais de 99% das importações.
o O MERCOSUL liberalizará aproximadamente 97% do comércio com a EFTA em livre comércio ou via
desgravação parcial, como quotas e preferências fixas.
Setor industrial: 96%
Setor agrícola: 98%
quota para todos os tipos de queijos, com exceção de muçarela, com volume de 990
toneladas; quota para chocolates
o Serviços
Comunicação, construção, distribuição, turismo, transportes e serviços profissionais e
financeiros
o Compras públicas
Acesso ao mercado de compras públicas da EFTA, avaliado em cerca de US$ 85 bilhões
Obrigações de transparência
Foi a primeira vez que o Brasil, em acordos bilaterais, se comprometeu com temas como:
o Comércio eletrônico;
Não cobrança de direitos aduaneiros sobre transmissões eletrônicas
Proteção ao consumidor no comércio
o Boas práticas regulatórias;
o Transparência em anticorrupção;
o Cadeias regionais e globais de valor
o Comércio e gênero,
o Comércio e meio ambiente
o Comércio e assuntos trabalhistas
A Decisão 32/00 impede a negociação de preferências tarifárias de modo unilateral pelos países do
MERCOSUL. A decisão não inclui, todavia, medidas não tarifárias
o Brasil pôde negociar sozinho, ou seja, sem o Mercosul, porque a degravação tarifária já tinha sido
implementada
Promoção Comercial
“Utilização simultânea de ferramentas diplomáticas de inteligência e de marketing, com vistas à obtenção de
ganhos na esfera comercial, nas áreas de estímulo às exportações, de promoção do turismo, de atração de
investimentos externos ou de apoio à internacionalização de empresas nacionais.”
Itamaraty
o Setores de Promoção Comercial (são 120 setores – SECOM)
Presença permanente no mercado receptor
Estabelecimentos de redes de contato (networking)
Na promoção comercial, o papel do Itamaraty é ligar o setor privado doméstico ao
estrangeiro; nos acordos comerciais a relação é entre estados
Abertura de mercados
o Redução das barreiras ao ingresso das exportações brasileiras
o Negociações produto a produto
Investimentos
Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI – modelo preparado pelo governo brasileiro)
o Consultas a diversos setores do governo e da iniciativa privada
o Subsídios de importantes organismos internacionais
o Objetivo
Oferecer segurança jurídica aos investidores
Impulsionar a internacionalização dos investimentos brasileiros e o recebimento de
IED
Ser uma alternativa aos Acordos de Proteção e Promoção de Investimentos (APPI ou BIT);
muito não passaram no Congresso; muito comum na década de 1990; investidor poderia
argumentar que expectativas futuras de ganhos foram frustradas por uma política de
governo (expropriação de ganhos) e com isso pedir indenizações
Restrições à liberdade regulatória; (limitação à aplicação de políticas públicas)
Tratamento mais favorável do investidor estrangeiro em relação ao investidor
nacional;
Elevado custo econômico e político dos procedimentos arbitrais; solução se dava
entre investidor privado e o Estado brasileiro; muito desfavorável aos países
o Onerosas indenizações;
o Falta de transparência das decisões arbitrais
Definição ampla de “investimentos”
Ceticismo sobre a capacidade da OMC manter seu papel de governança do comércio internacional levou aos
acordos comerciais mais amplos
o RDD -> coincide com a crise de 2008; países adotam medidas mais protecionistas
o Novos temas e novos objetivos de política comercial -> padrões trabalhistas, de segurança, meio
ambiente, saúde
Diferente tipo de negociação
o Obrigações de não fazer → Regulação do “como fazer”
Deixa do não aplicar tarifas restritivas desnecessárias para a busca de uma harmonização
regulatória
Evitar discriminação
o Regulação do como fazer não pode ser uma barreira ao comércio
CPTPP
o Entrou em vigor em 2018 para Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, México e Singapura
o Entrou em vigor em 2019 para o Vietnã.
o 500 milhões de consumidores e 13,5% do PIB global
o Cláusula de Acessão
Está aberto a outros países; em 2021, Reino Unido pediu para fazer parte do bloco
o Comércio em serviços
Mobilidade de trabalhadores (vistos provisórios)
o Investimentos
o Compras governamentais (processo licitatório em condição de igualdade)
o TBT e SPS
o Subsídios e Defesa comercial
Medidas antidumping, compensatórias; subsídios à pesca são suprimidos
Mantém as condições de acesso a mercados livre de tarifas do NAFTA, mas inclui novos capítulos para lidar
com desafios e oportunidades modernas, em áreas como:
o Agricultura
Condições de acesso e biotecnologia
o Comércio automotivo
Conteúdo norte-americano
62,5%-75% deve ser produzido na América do Norte
40% dos empregados devem receber mais de 16 dólares a hora
Conteúdo de aço 70% produzido na América do Norte
o Solução de Controvérsias
Painéis bilaterais para defesa comercial
o Padrões trabalhistas e Padrões ambientais
“Level the playing field”
Mecanismo de resposta rápida (resolver problemas de forma mais rápida)
7 MEAs 0 acordos multilaterais de meio ambiente
comércio ilegal de animais selvagens, pesca ilegal, espécies em risco, diversidade biológica,
substâncias que destroem a camada de ozônio e poluição marinha
o Compras governamentais
GPA para EUA e CPTPP para México e Canadá
o Comércio Digital
o Serviços financeiros
o Energia
Fim da “proportionality clause” – poderiam impor restrições a este tipo de comércio
o Propriedade Intelectual
direitos autorais, marcas, indicações geográficas, desenhos industriais, patentes, proteção
de dados para produtos químicos farmacêuticos e agrícolas, segredos comerciais e aplicação
de direitos de propriedade intelectual.
o Políticas Macroeconômicas e Temas Cambiais
2012-2020
o 15 Membros
Índia
o 30% da população
o 29-30% do PIB
o 29% das exportações
Vigor
o 1 ano após a ratificação por 6 ASEAN + 3 Não ASEAN
o ASEAN possui dez membros, países entre China e Japão e Austrália e Nova Zelândia
o Primeiro acordo plurilateral envolvendo a China, mas é um processo centrado na ASEAN
Objetivo:
o Expandir e aprofundar a parceria econômica entre os Membros
Bases:
o ASEAN Plus One FTAs
Facilitação de Comércio
Acesso a Mercados para Serviços
Investimentos
Regras
Pontos centrais
o Eliminação de tarifas em 90% dos bens
o Unificação sob um padrão único das RoO (regras de origem; padrão único)
o Simplificação de procedimentos alfandegários (não demorar mais que 48 horas nas aduanas)
o Aumento da participação de estrangeiros em 65% do setor de serviços
Serviços financeiros, telecomunicação e serviços profissionais
o Facilitação de investimentos
Programa de trabalho para estabelecimento de um “investor-state dispute settlement”
Não tem algo parecido como a ACFI no Brasil
o Propriedade Intelectual
o E-Commerce
Agrupamentos informais e flexíveis de países (não precisam ser permanentes) em torno de um ou mais
temas de interesse comum.
Não se nega possibilidade de cooperação em um tema “A” pelo simples fato de haver divergência no tema
“B”. -> Diferentes coalizões de geometria variável não representam iniciativas excludentes, mas
complementares.
Inúmeros "Gs" (G4, G5, G7, G8, G15, G20 comercial, G20 financeiro, G77, etc.), bem como agrupamentos
como o BRICS, o IBAS e o BASIC, são exemplos de “plurilateralismo” ou “minilateralismo”, de abrangência
restrita.
O IBAS e o BRICS, p. ex., não são organizações internacionais, ou seja, não foram instituídos por tratados
constitutivos, com estrutura formal, sede, secretariado fixo, etc.
Isso não impede o estabelecimento de instituições formais no âmbito desses mecanismos, como
demonstrado pela constituição do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS (Cúpula de Fortaleza, 2014).
G20 (Financeiro)
Presidências anuais rotativas, com sistema de Troika (presidência imediatamente anterior + presidência
atual + presidência imediatamente posterior):
Presidência atual: Itália
Troika: Arábia Saudita (2020), Itália (2021) e Indonésia (2022)
Próximas presidências previstas: Índia (2023) e Brasil (2024)
Não há sede -> Reuniões principais normalmente ocorrem presencialmente em cidades do país que preside.
Reuniões de GTs normalmente nos países Co-chairs.
Ministros também se reúnem sempre às margens das Reuniões do FMI e BIRD.
Crise de 2008-2009: G20 recomenda mudanças na missão e na governança do FMI e do Banco Mundial, para
refletir as alterações ocorridas nos pesos econômicos da economia mundial, aumentando sua
representatividade e legitimidade. (Cúpula de Londres, abr/2009)
FMI: deveria revisar fórmula de cálculo das cotas, dando maior peso ao tamanho das economias, transferir
pelo menos 5% das quotas dos países super-representados para países subrepresentados e aumentar a
representação desses países no Conselho Executivo.
BIRD: recomendou-se uma realocação das cotas para aumentar em, pelo menos, 3% do poder de voto dos
PEDs e das economias em transição e a adoção de nova fórmula de cálculo, incorporando o tamanho da
economia e a contribuição financeira de cada país membro como únicas variáveis.
O ritmo de implementação das recomendações tem variado.
O G20 (financeiro) também tem adentrado em outras temáticas e competências que vão além daquelas
exclusivamente econômicas, especialmente a partir da Cúpula de Antália (2015): segurança alimentar;
energia; refugiados; terrorismo, mudança do clima (reforço com a saída dos EUA do Acordo de Paris, em
2017), economia digital, envelhecimento populacional, saúde, formação de capital humano,
empoderamento das mulheres, agricultura e combate à corrupção.
Reuniões Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais, seus Vices (Deputies), além das reuniões
inferiores (temas financeiros e econômicos): políticas monetária, fiscal e cambial, investimentos em
infraestrutura, regulação financeira, inclusão financeira, tributação internacional, além da reforma do
sistema financeiro internacional.
GTs de Arquitetura Financeira Internacional – IFA (reforma das estruturas dos organismos internacionais de
finanças), Infraestrutura – IWG (Brasil co-chair), Framework - FWG (estrutura econômica), além da Parceria
Global para Inclusão Financeira (GPFI), do Grupo de Assessoramento da África (AAG)
TRACK DE SHERPAS
CÚPULAS RECENTES
Hangzhou (2016): combate à evasão fiscal; promoção do comércio internacional, inovação para o
crescimento econômico; apoio a refugiados. Levando em consideração a Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável, a Agenda de Ação de Adis Abeba e o Acordo de Paris.
Hamburgo (2017): cooperação econômica e financeira internacional; combate ao protecionismo; mudança
do clima (isolamento EUA sobre o Acordo de Paris); desenvolvimento sustentável; migrações e refugiados;
saúde; terrorismo.
Buenos Aires (2018): infraestrutura para o desenvolvimento; futuro alimentar saudável; questões de gênero.
Osaka (2019): comércio; CT&I; economia digital; infraestrutura de qualidade; mudança do clima; combate ao
lixo plástico no mar; cobertura universal de saúde; envelhecimento populacional; desenvolvimento
sustentável
Riyadh (2020):
IBAS
2003: Declaração de Brasília lança o Fórum de Diálogo Índia, Brasil, África do Sul (IBAS), sem sede ou
secretariado fixo
3 países emergentes, democracias multiétnicas e multiculturais -> contribuir para a construção de uma nova
arquitetura internacional, unir vozes em temas globais.
Cooperação Sul-Sul
Valores compartilhados (ex.: desenvolvimento social inclusivo e o multilateralismo).
Guarda-chuva de diversas iniciativas diplomáticas.
FUNCIONAMENTO DO IBAS
Recursos são administrados pelo Escritório de Cooperação Sul-Sul (ECSS) da ONU, vinculado ao PNUD, e já
foram destinados a: África, Caribe, sudeste asiático e Oriente Médio (Palestina).
Projetos de cunho econômico-social em educação, eletrificação rural, saúde, segurança alimentar, etc.
Ex.: projetos de recuperação de infraestrutura hospitalar na Faixa de Gaza, desenvolvimento agropecuário
na Guiné-Bissau e coleta de resíduos sólidos no Haiti.
Prêmios internacionais
DESTAQUES DAS CÚPULAS
I Cúpula do IBAS (Brasília, 2006): compromisso de reforçar o comércio trilateral (passou a ganhar, também,
um contorno comercial).
III Cúpula (Nova Délhi, 2008): reforçou necessidade de reformar CSNU e avançar na rodada Doha (acesso a
mercados e redução de subsídios agrícolas). Parcerias em infraestrutura e transportes (aumentar número e
frequência de rotas marítimas e de voos e melhorar estrutura portuária e aeroportuária).
IV Cúpula (Brasília, 2010): compromisso de fabricação de dois satélites IBAS para o clima e os oceanos, com
benefícios positivos para agricultura, navegação, transporte aéreo e telecomunicações.
V Cúpula IBAS (2011): Declaração de Tshwane (apoio às aspirações mútuas por assentos permanentes em
um CSNU reformado).
IBAS ATUALMENTE
BRICS
Acrônimo BRIC (2001): estudo “Building Better Global Economic BRICs” (Jim O ́Neil, G . Sachs), sobre Brasil,
Rússia, Índia e China.
PIB dos BRIC deveria ultrapassar o dos países do G7 até 2032
26 % do território, 46 % da população, 45 % da força de trabalho e 27 % PIB (PPC) do mundo. Além dos EUA,
só os BRIC combinam território > 2 mi km2, população > 100mi e PIB nominal > US $ 1 tri.
2006: 1 ª reunião de chanceleres dos BRIC, às margens da 61 ª AGNU.
2009: 1 ª Cúpula de chefes de Estado e de governo do BRIC, em Ecaterimburgo
2011: Cúpula de Sanya - incorporação da África do Sul (agrupamento ampliou sua representatividade
geográfica - > BRICS.
Informal sem tratado constitutivo ou secretariado fixo, alternando presidência a cada ano. Presidência do
Brasil em 2019
FUNCIONAMENTO DO BRICS
Tornou-se entidade político-diplomática, bem mais complexa que o conceito original (apesar de a frente
econômico-financeira ainda ser a mais desenvolvida).
Cúpulas e reuniões de chanceleres -> diversas instâncias ministeriais e de altos funcionários governamentais,
empresários e acadêmicos. (Institucionalização horizontal)
Reuniões de Ministros de finanças e presidentes de BCs à margem das reuniões do G20, do FMI e BM.
2 eixos principais:
o Coordenação em foros multilaterais (concertação)
o “Cooperação intra-BRICS”.
CONCERTAÇÃO
COOPERAÇÃO INTRA-BRICS
3 pilares:
o (i) economia e finanças;
o (ii) paz e segurança; e
o (iii) intercâmbio entre pessoas.
o Inclui: Fórum Financeiro (Bancos nacionais de desenvolvimento); Fórum Empresarial e Conselho
Empresarial (CEBRICS), Fórum Acadêmico, Fórum Jurídico, além de temas como agricultura e
segurança alimentar; CT&I; comércio; defesa civil; infraestrutura, energia; estatísticas; meio
ambiente; saúde; segurança e combate a crimes transnacionais (incluindo corrupção, lavagem de
dinheiro, narcotráfico e terrorismo); etc.
CÚPULAS
2ª Cúpula – Brasília (2010): anteriores + novos temas de cooperação (acordo de cooperação sobre
financiamento de obras e projetos de energia e infraestrutura. Entendimento dos Bancos de
desenvolvimento para ampliar concessão de crédito entre os BRIC.
3ª Cúpula – Sanya (2011): entra África do Sul (BRICS). Reafirma-se a necessidade de reforma da governança
global, inclusive do CSNU. Outros: economia e finanças; condenação ao terrorismo; incentivo ao uso de
energias renováveis e ao uso pacífico de energia nuclear; compromisso com os ODM. (em 2015 vira ODS)
4ª Cúpula – Nova Délhi (2012): Defesa de candidatura de representantes de PEDs para a presidência do
Banco Mundial -> indicação de chefes do FMI e do BIRD deveria ser transparente e meritocrática. Início das
discussões para criação do Novo Banco de Desenvolvimento. Assinado acordo para facilitação de crédito em
moeda local (promover comércio entre membros).
5ª Cúpula – Durban (2013): tema "BRICS e África: Parceria para o Desenvolvimento, Integração e
Industrialização". Marcou o início do exercício de diálogo externo do BRICS, conhecido como outreach, para
maior cooperação com economias emergentes, PEDs e OIs.
6ª Cúpula – Fortaleza (2014): tema “crescimento inclusivo, soluções sustentáveis”. Criação do Novo Banco
de Desenvolvimento (NDB), com objetivo de mobilizar recursos para o financiamento de projetos de
infraestrutura e desenvolvimento sustentável em PEDs, e do Arranjo Contingente de Reservas (ACR), fundo
de reserva para apoio mútuo aos BRICS em eventuais cenários de crise no BP.
7ª Cúpula – Ufá (2015): tema "Parceria BRICS – Um fator pujante de desenvolvimento global”. Entrada em
vigor dos acordos do NBD e do ACR, após ratificações pelos cinco países. Aprovou-se a "Estratégia para a
Parceria Econômica dos BRICS” (para diversificação das trocas comerciais e de investimento entre os
membros). Assinados acordos de cooperação cultural e de cooperação entre os Bancos de Desenvolvimento
dos países do BRICS e o NBD.
8ª Cúpula – Goa (2016): Tema "Construindo Soluções Inclusivas e Coletivas". Discussão sobre recuperação
econômica mundial, incluindo: responsabilidade fiscal e social, desenvolvimento do NDB, atração de
investimentos, combate ao terrorismo e crescimento econômico.
9ª Cúpula – Xiamen (2017): Tema "BRICS: Parceria mais Forte para um Futuro mais Brilhante". Assinados
Plano de Ação para Cooperação em Inovação (2017-2020), Plano de Ação do BRICS sobre Cooperação
Econômica e Comercial, Estratégia do BRICS para Cooperação Aduaneira e MoU entre o NDB e o Conselho
Empresarial do BRICS. Referendou-se a criação da Rede de Pesquisa em Tuberculose do BRICS.
10ª Cúpula – Joanesburgo (2018): Tema "BRICS: Colaboração para o crescimento inclusivo e prosperidade
compartilhada na 4ª Revolução Industrial". Assinados o Acordo relativo à instalação da Sede do Escritório
Regional das Américas do NBD em São Paulo e o MoU sobre a Parceria em Aviação Regional. Criação da Rede
de Inovação do BRICS, a iBRICS.
11ª Cúpula – Brasília (2019): Tema “BRICS: crescimento econômico para um futuro inovador”. Compromisso
com comércio internacional transparente, não discriminatório, aberto, livre e inclusivo (com maior
participação dos PEDs nas cadeias globais de valor). Resultados: MoU entre Agências de Promoção de
Comércio e Investimento, Rede de Inovação do BRICS (iBRICS); Nova Arquitetura em Ciência, Tecnologia e
Inovação (CT&I), Aliança Empresarial de Mulheres do BRICS; Programa de Pesquisa Colaborativa em
Tuberculose, Termos de Referência da Plataforma de Cooperação em Pesquisa Energética do BRICS;
Seminários do BRICS sobre Estratégias para Combate ao Terrorismo e sobre Bancos de Leite Humano.
(Fórum Empresarial do BRICS reuniu cerca de 500 empresários).
12ª Cúpula – Moscou (virtual, 2020): Tema “Parceria do BRICS para a Estabilidade Global, Segurança
Compartilhada e Crescimento Inovador”. Celebraram o 75º aniversário da ONU, seus princípios e valores
(inclusive multilateralismo). Reiteraram o chamado por reforma na ONU e seu CSNU. Cooperação para
enfrentar ameaças, como a COVID-19, reconhecendo a importância da imunização. Necessidade de um
instrumento multilateral vinculante para uso do espaço exterior para fins pacíficos (Medidas de
Transparência e Construção de Confiança – TCBMs podem contribuir). Saudaram esforços para apoio aos
países de baixa renda (DSSI, etc.). Apoio à reforma da ONU e ao processo de expansão o NDB (equilibrado
geograficamente).
13ª Cúpula – Índia: Tema “BRICS @ 15: Intra-BRICS Cooperation for Continuity, Consolidation and
Consensus”. Celebração de 15 anos do BRICS. Política e Segurança: Reforma do Sistema multilateral e
cooperação para conter o terrorismo; Economia e Finanças: Implementação da Estratégia de Parceria
Econômica do BRICS, Operacionalização da Plataforma de Pesquisa Agrícola do BRICS, Cooperação em
resiliência a desastres, Cooperação em inovação, Saúde Digital e Medicina Tradicional; Cultura: Enriquecer e
valorizar qualitativamente os contatos intra-BRICS de pessoas para pessoas nas áreas cultural, acadêmica,
juvenil, esportiva, empresarial, por meio de intercâmbios regulares. Também são realizados intercâmbios
entre parlamentares, jovens cientistas, etc.
Finalidade: prover recursos temporários aos membros que enfrentarem pressões em seus BPs. Contribui
para promover a estabilidade financeira internacional. Reforça a confiança dos agentes econômicos e
financeiros mundiais, mitigando o risco de contágio de eventuais choques que possam afetar as economias
dos BRICS
Total de recursos inicialmente comprometidos ao ACR é de US$100 bi: US$41 bi da China, US$18 bi do Brasil,
US$18 bi da Índia, US$18 bi da Rússia e US$5 bi da África do Sul.
Estrutura de governança: Conselho de Governadores e Comitê Permanente.
Instrumentos: (1) instrumento de liquidez, para apoio em resposta a pressões de curto prazo no BP; e (2)
instrumento preventivo, destinado a prestar apoio em casos de potenciais pressões no BP
Em 2018, foi realizado teste bem-sucedido do ACR.
ORGANIZAÇÃO DO NDB
Algumas observações
Não obstante seu caráter inicial de fórum de diálogo, que rapidamente evoluiu no sentido de se transformar
em um mecanismo de cooperação em áreas com potencial de gerar resultados concretos para os países-
membros, o BRICS já logrou criar duas instituições: o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), que prioriza
destinar recursos ao financiamento de projetos de infraestrutura, e o Arranjo Contingente de Reservas
(ACR).
As relações diplomáticas entre Brasil e Rússia foram estabelecidas em 1828, culminando em diversos
acordos bilaterais ao longo dos anos. Em 2002, as relações entre os dois países foram alçadas ao patamar de
parceria estratégica.
A coordenação dos BRICS tem como mecanismo tanto a esfera da governança econômico-financeira quanto
de governança política. Atualmente, o BRICS possui pauta multissetorial
A criação do NDB e do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) liderado pela China
circunscreve-se a contexto no qual o papel dos bancos de desenvolvimento voltou ao debate, seja por sua
atuação anticíclica em momento de crise, seja pela função que exercem como canalizadores de recursos
(públicos e privados) para financiamento de projetos de longo prazo. Nessa direção, os mandatos do NDB e
do AIIB vão ao encontro dos compromissos assumidos pelo G20 em 2016 com a Agenda 2030 do
Desenvolvimento Sustentável
O BRICS, o BASIC e o IBAS, embora tenham membros em comum e discutam temas transversais recorrentes,
como mudança do clima e desenvolvimento sustentável, resultam de iniciativas distintas, com lógicas
institucionais diferentes
O BRICS teve posição divergente com relação às abstenções relativas às intervenções no Oriente Médio
decididos pelo CSNU que arrefece o conflito de interesses entre EUA, Israel e Irã
O interesse do Brasil na consolidação do G-20 como principal foro internacional para o diálogo político sobre
coordenação econômica, em substituição ao G-8, está embasado na maior representatividade e na crescente
importância que o G-20 vem assumindo em questões relacionadas à cooperação econômico-financeira e à
estabilidade econômica global
Cooperação tradicional
o “Ajuda ao desenvolvimento” por parte do mais rico
o Relações verticais (Norte-Sul)
Cooperação Sul-Sul
o Busca de benefícios mútuos.
o Relações horizontais.
o Cooperação triangular
2 + 1 => dois estados cooperando para auxiliar um terceiro, normalmente um país em
desenvolvimento
“A cooperação Sul-Sul é uma ampla estrutura de colaboração entre os países do Sul nos domínios político,
econômico, social, cultural, ambiental e técnico. Envolvendo dois ou mais países em desenvolvimento, pode
ser bilateral, regional, intrarregional ou inter-regional. Os países em desenvolvimento compartilham
conhecimento, habilidades, experiência e recursos para cumprir suas metas de desenvolvimento por meio
de esforços conjuntos. Desenvolvimentos recentes na cooperação Sul-Sul assumiram a forma de aumento do
volume de comércio Sul-Sul, fluxos Sul-Sul de investimento estrangeiro direto, movimentos em direção à
integração regional, transferência de tecnologia, compartilhamento de soluções e especialistas e outras
formas de intercâmbio.”
Escritório da ONU para Cooperação Sul-Sul
UNCTAD – 1964
o Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
o Institucionalização da solidariedade dos povos do Sul
o Reconhecimento das assimetrias econômicas
G77 – 1964
o Novo quadro do comércio internacional compatível com as necessidades de industrialização
acelerada
o Nova etapa na crescente institucionalização das demandas do sul global
BRICS – 2006
o NDB
o ACR
BASPA + 40 -2019
o A Segunda Conferência de Alto Nível das Nações Unidas sobre Cooperação Sul-Sul
1960-70 – PRODECER
o Desenvolvimento da soja no cerrado, projeto que foi implementado com o apoio do governo
japonês, por meio da JICA (Agência Japonesa de Cooperação Internacional).
Princípios
o Reação a demandas.
o Sem modelos pré-fabricados.
o Não condicionalidade.
o Sem exigência de contrapartidas.
o Respeito à soberania.
o Tratar os temas em fóruns específicos
Áreas
o Cooperação técnica
o Cooperação humanitária
Coordenada pela ABC/MRE, mas envolve diversas áreas de Governo, universidades, setor privado e
sociedade civil
o Principais parceiros: Ministérios, EMBRAPA, SENAI e FIOCRUZ
Responde a prioridades e demandas do país recipiendário
Não impõe condicionalidades políticas
É horizontal (aprendizado mútuo)
Prioriza a capacitação (projetos estruturantes) e o intercâmbio de políticas, não o mero repasse de recursos
Pode ser bilateral ou trilateral com outros parceiros externos
Brasil se tornou contribuinte líquido de cooperação técnica em 2005/6, mas ainda recebe programas
Cultura e esportes
o Exemplos: capoeira como ferramenta de reintegração social no Haiti e na RDC, treinamento de
técnicos de futebol em diversos países e promoção do esporte para combater o racismo e promover
a paz (Resolução da Trégua Olímpica da AGNU)
Cooperação Humanitária
BRICS
Alguns dados
Representam mais de 20% do PIB global (30% em PPC), 40% das reservas monetárias, 45% da população
mundial e 60% da expansão econômica da última década
Comércio Brasil-RICS cresce de USD 10 bilhões em 2003 para USD 98 bilhões em 2014
Convergência de interesses e perspectivas é muito mais importante do que disparidades superficiais entre
BRICS
Acordo entre Bancos Nacionais de Desenvolvimento dos BRICS (2010 – evolui para NBD em 2014)
Mecanismo Interbancário de Cooperação, com Acordo para Facilitação de Confirmação de Cartas
Multilaterais de Crédito e Acordo de Facilitação de Crédito em Moeda Local (2012)
Arcabouço de Facilitação do Comércio e do Investimento (2013)
MdE sobre Cooperação entre Agências de Seguro de Crédito à Exportação (2014)
Acordo em Inovação entre Bancos de Desenvolvimento (2014)
Acordo de Cooperação em Cultura (2015)
MdE sobre Ciência, Tecnologia e Inovação (2015)
Iniciativa para Cooperação em Direitos de Propriedade Intelectual (2015)
Rede de Universidade dos BRICS (2015)
Possível facilitação do regime de vistos intra-BRICS no futuro
PRIORIDADES
1. Fortalecimento dos princípios multilaterais na política global e promoção dos interesses compartilhados
dos países do BRICS em fóruns internacionais;
a. aprofundar a cooperação entre os países do BRICS no combate ao terrorismo, extremismo, corrupção,
crime transfronteiriço e tráfico ilícito de drogas e armas;
b. fortalecer a cooperação na exploração espacial e no uso pacífico do espaço sideral; (CBERS data de 1988 –
cooperação com a China e também com países africanos)
c. continuar o diálogo sobre a segurança no uso das TIC e o combate ao cibercrime;
d. aprimorar os mecanismos de coordenação dos países do BRICS nos principais fóruns internacionais;
Plataforma para maior interação e parcerias entre países do Sul Global para moldar a agenda para efetuar
mudanças na economia global.
Desenvolvimento e crescimento econômico por meio de integração de comércio e investimento.
Cooperação em governança global instituições financeiras, econômicas e políticas
Visto com ressalvas pelo Brasil
Sem continuidade
IBAS
Concertação política
Cúpulas
Comissão Mista Trilateral (Chanceleres)
Reuniões de altos oficiais (pontos focais)
Concertação em órgãos multilaterais
o Posições conjuntas no CSNU em 2011: Palestina, Síria (missão se reúne com Assad), Líbia
o Discursos conjuntos no CDH, OMS e OMPI
Cúpulas
I Brasília 2006
II Pretória 2007
III Nova Délhi 2008
IV Brasília 2010
V Pretória 2011
Fórum de Diálogo IBAS – Comunicado Conjunto - 2018
16 Grupos de Trabalho
Administração Pública
Administração Tributária e Aduaneira
Agricultura
Assentamentos Humanos
Ciência, Tecnologia e Pesquisa Antártica
Comércio e Investimentos
Cultura
Defesa
Desenvolvimento Social
Educação
Energia
Meio Ambiente e Mudança Climática
Saúde
Sociedade da Informação
Transporte
Turismo
Fundo IBAS
Fundo IBAS para o Alívio da Fome e da Pobreza (2004) – beneficia países de menor desenvolvimento relativo
ou pós-conflito
Cada país contribui com US$ 1 milhão por ano
Fundos administrados pelo Escritório de Cooperação Sul-Sul do PNUD
Critérios de seleção dos projetos:
o Potencial para reduzir a fome e a pobreza
o Apropriação/prioridades nacionais do recipiendário
o Uso das capacidades e experiências dos países do IBAS
o Sustentabilidade
o Fortalecimento de capacidades locais
o Impacto identificável
o Replicabilidade
o Inovação
o Período de realização (idealmente 12 a 14 meses) e dimensões do projeto
7 Foros paralelos/temáticos:
Mulheres
Acadêmicos
Empresários
Pequenos e médios empresários
Editores
Governos locais
Parlamentares
19. Criptomoedas, Blockchain e impactos na economia mundial
Satoshi Nakamoto
O que é Blockchain?
Criptoativos
Ativos são bens, direitos ou créditos que podem ser contabilizados como patrimônio. Os criptoativos, na
definição do Financial Stability Board (G-20), são tipos de ativo que dependem da criptografia e da
tecnologia de livro razão distribuído como parte de seu valor inerente ou percebido
Exemplo do funcionamento
Tipos de criptoativos
Criptomoedas: criptoativos que têm o propósito de serem alternativas a moedas tradicionais. Ex.; Bitcoin
Tokens: não têm o intuito de serem como moedas. Garantem aos seus investidores direitos e valores
baseados em tecnologia blockchain (de onde derivam os smart contracts)
Proteção a fraude
o O Papel das hashes (código único; proteção criptográfica)
o A verificação por pares
Riscos de Segurança
o Ataques hackers
o Baixa cobertura de contratos de seguros
o Receio de “contágio” dos mercados tradicionais
Algumas observações
O Brasil já utiliza a tecnologia blockchain com países do MERCOSUL para conectar as aduanas nacionais, de
forma a garantir a autenticidade e segurança dos dados aduaneiros compartilhados (intermediado pelo
SERPRO)
O Banco Central Europeu tem considerado a possibilidade de criar o “euro digital”, proposta de forma
eletrônica de moeda de amplo acesso que, entretanto, não seria um criptoativo, haja vista a presença do
BCE como instituição intermediária de confiança (há uso da tecnologia blockchain, mas há a intermediação
do BCE)
Uma preocupação comum de autoridades que buscam regular o uso de criptoativos é o potencial de sua
utilização para o cometimento de crimes como lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo
(transações ocorrem de forma anônima)
Os Direitos Especiais de Saque (DES), instrumentos criados no âmbito do FMI entre o final da década de 1960
e início da década de 1970, não podem ser considerados criptomoedas porque a emissão está centralizada
no FMI. Desde 2016, as moedas que compõem o valor dos DES são o Dólar, o Euro, o Renminbi, o Iene e a
Libra Esterlina, o que não garante a descentralização na emissão e circulação de DES visto que os países não
emitem o DES, apenas o FMI o faz