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GESTÃO PUBLICA

ALUNO

PRODUÇÃO INTERDISCIPLINAR:
DESAFIOS DE UM PREFEITO: BUSCANDO UMA GESTÃO
MUNICIPAL EFETIVA EM UM CONTEXTO PREOCUPANTE

CIDADE
2021
ALUNO

PRODUÇÃO INTERDISCIPLINAR:
DESAFIOS DE UM PREFEITO: BUSCANDO UMA GESTÃO
MUNICIPAL EFETIVA EM UM CONTEXTO PREOCUPANTE

Trabalho apresentado à Universidade UNOPAR, como


requisito parcial para a obtenção de média semestral nas
disciplinas de Finanças Públicas; Gestão de Custos no
Setor Público; Contabilidade Pública; Auditoria e
Controle no Setor Público; Administração Pública.

Professor:
Regis Garcia;
Paulo Alexandre da Silva Pires;
Eric Ferreira do Santos;
Eric Ferreira dos Santos;
Jaqueline dos Santos Ferrarezi

Tutor (a): XXXXXXXXX

CIDADE
2021

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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................04
2 DESENVOLVIMENTO.........................................................................................05
TAREFA 1: FINANÇAS PÚBLICAS.......................................................................05
TAREFA 2: GESTÃO DE CUSTOS NO SETOR PÚBLICO..................................07
TAREFA 3: CONTABILIDADE PÚBLICA..............................................................08
TAREFA 4: AUDITORIA E CONTROLE NO SETOR PÚBLICO...........................10
TAREFA 5: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.............................................................11
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................14
REFERÊNCIAS...........................................................................................................15

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1 INTRODUÇÃO

O questionamento sobre a implantação das políticas públicas que


são apresentadas pelos administradores públicos quando estão no comando da
gestão pública é nítida. Questionamentos esses que alertam para a implantação de
políticas públicas mal planejadas e que no final não atendem à demanda e os
anseios da população. Existe até hoje uma dificuldade por parte dos agentes
públicos em adquirir esse conceito de planejamento para com as ações públicas.  
Planejar as ações governamentais é obrigatório e necessário, pois o
planejamento pode se tornar muito mais que uma mera recomendação. Trata-se de
uma exigência das normas constitucionais e legais, e, que está levando os órgãos
de fiscalização, como os Tribunais de Contas, a exigirem uma maior
responsabilidade por parte dos gestores públicos.
 A análise das normas que regulam a atividade pública cria uma
nítida necessidade de se planejar ações, sob pena de ser impossível dar
cumprimento às regras. Implantar a cultura de planejamento é uma atitude assaz
ousada, mais ainda, se o quadro técnico considerar o planejamento como uma
exigência formal. O trabalho do auditor assegura ao cidadão o direito de uma
boa gestão dos recursos públicos. A auditoria cumpre esta função de prover de
informações o gestor público para que esteja preparado a atender as principais
demandas da sociedade com eficiência.

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2 DESENVOLVIMENTO

TAREFA 1: FINANÇAS PÚBLICAS

O orçamento público no Brasil, conforme previsto na Constituição


Federal, é realizado a partir de três instrumentos básicos: o Plano Plurianual (PPA),
a Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
De acordo com o artigo 165 que abarca as leis de iniciativa do poder
executivo estabelecerão o plano plurianual; as diretrizes orçamentárias e os
orçamentos anuais.
Em seu primeiro mandato o prefeito precisa trabalhar com base no
planejamento efetuado na gestão anterior, por isso é importante refletir sobre o que
caracteriza uma transição de mandato. Para que um político eleito para o executivo
exerça uma boa administração, é imprescindível que tenha amplo conhecimento da
real situação da máquina pública que irá assumir.
O processo de transição, portanto, é justamente o momento em que
representantes da gestão a ser finalizada e da que assumirá o governo, se unem,
em uma equipe, para entregar a máquina pública de forma transparente, o período
de transição, por sua vez, é aquele compreendido entre a disponibilização do
resultado da votação (em primeiro ou segundo turno) até a data de posse do
candidato eleito.
Para o governante que assume, a transição de mandato é uma
oportunidade de recebimento e avaliação das informações necessárias à elaboração
do seu planejamento e programa de governo e para o governante que deixa o
mandato, ela é o momento de avaliação da gestão desenvolvida, dos ganhos, das
eventuais perdas, e dos aprendizados conquistados.
O objetivo do planejamento na gestão financeira em se tratando de
normas legais, a Lei Complementar nº 101, de 5 de maio de 2000, obrigou e exigiu o
planejamento como mecanismo de se evitar empecilhos e problemas na gestão
fiscal.
De início o art. 1º, § 1º desta lei, define que: a responsabilidade na
gestão fiscal pressupõe a ação planejada (...) que se previnem riscos e corrigem

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desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas (...). Toledo Junior (2001)
se expressa que, com efeito, o planejamento orçamentário constitui estratégia para
assegurar os dois grandes objetivos da responsabilidade fiscal, que são: a
prevenção do déficit e a redução da dívida.
O princípio do Planejamento Orçamentário é de ímpar relevância,
pois não planejar, ou fazê-lo mal, significa gastar o dinheiro público em prioridades
imediatistas, de conveniências, que vão surgindo à frente. Os planos orçamentários
não podem mais apresentar-se como peças despojadas de compromissos com a
realidade, peças de ficção, reproduzido, na mais das vezes, modelos disponíveis no
mercado.
O objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal é corrigir o rumo da
administração pública, no âmbito dos estados, incluindo o Distrito Federal, dos
municípios e da União, bem como limitar os gastos às receitas, adotando para isso
técnicas de planejamento governamental, organização, controle interno e externo e
transparência das ações de governo em relação à população, incentivando o
controle social.
Austeridade fiscal é um termo utilizado para conceituar uma situação
em que o governo toma medidas para reduzir seus gastos públicos; o significado da
palavra austero remete a algo de caráter rígido. Dessa forma, quando falamos de
gastos públicos, estamos querendo dizer que o estado toma uma posição mais
rígida quanto a eles.
Frequentemente, políticas de austeridade fiscal, ou então políticas
fiscais contracionistas, são tomadas para reduzir um déficit público. Existem dois
instrumentos para essas políticas, a redução dos gastos públicos e/ou aumento dos
impostos.
 Numa análise das demonstrações contábeis exigidas pela Lei
4.320/64 poderá contribuir com o gestor público em sua tomada de decisões, por
intermédio da análise dos balanços orçamentário, financeiro, patrimonial e
demonstração das variações patrimoniais do município.
Conforme o disposto pela Lei 4.320/64, em seu art. 105, “o Balanço
Patrimonial demonstrará: I - O Ativo Financeiro; II - O Ativo Permanente; III - O
Passivo Financeiro; IV - O Passivo Permanente; V - O Saldo Patrimonial; e VI
- As Contas de Compensação.”

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Os recursos públicos, que são arrecadados da população, servirão
para satisfazer as necessidades dessa mesma população, em busca do bem
comum; o Poder Público, representado pelos servidores e agentes públicos, será
apenas o guardião desses recursos, por isso a importância de existir uma boa
fiscalização sobre essa utilização e destinação.
Assim, o motivo e a finalidade dessa aplicação devem ser
comprovados e demonstrados à população, sempre com boa-fé e transparência. A
forma pela qual é demonstrada a utilização e a aplicação desses recursos públicos é
a prestação de contas, procedimento que é exigido pelo artigo 70 da Constituição
Federal, que será a base de todo o trabalho a seguir exposto Art. 70. Onde a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e
das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida
pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle
interno de cada Poder.
O governo municipal tem suas áreas de gastos descritas na
Constituição a qual exige que os municípios apliquem ao menos 25% de sua receita
resultante de impostos e transferências na manutenção e no desenvolvimento da
Educação. A lei é a mesma para os estados e, no caso da União o percentual
mínimo era de 18% até 2017. A Emenda Constitucional 95, conhecida como lei do
teto, estipulou que a partir de 2018 a União investirá o mesmo valor de 2017 mais o
acréscimo da inflação do ano anterior medida pelo IPCA. Isso significa que o
investimento em educação não vai acompanhar o crescimento do PIB.

TAREFA 2: GESTÃO DE CUSTOS NO SETOR PÚBLICO

Custo Valor Sec. Sec. Sec.


Saúde Educação Segurança
Aluguel do edifício R$33.000,00 R$8.580,00 R$16.170,00 R$8,250,00
Salário dos empregados de 1 R$6,300,00 R$6.300,00 R$5.400,00
copa e cozinha R$8.000,00
Salário dos empregados de R$5.900,00 R$1.770,00 R$2.655,00 R$1.475,00
limpeza
Consumo de material de R$4.500,00 R$2.250,00 R$1.350,00 R$900,00
escritório
Energia elétrica R$11.500,00 R$2.300,00 R$5.750,00 R$3.450,00
Total R$72.900,00 R$21.200,00 R$32.225,00 R$19.475,00

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Tem-se aqui o cálculo dos custos totais (Diretos + indiretos) de
cada secretaria:
Secretaria Custo Direto Custo Indireto Custo Total
Sec. Saúde R$68.840,00 R$21.200,00 R$90.040,00
Sec. Educação R$85.320,00 R$32.225,00 R$117.545,0
0
Sec. Segurança R$120.550,0 R$19.475,00 R$32.025,00
0

TAREFA 3: CONTABILIDADE PÚBLICA

Uma das principais funções da LDO é estabelecer parâmetros


necessários à alocação dos recursos no orçamento anual, de forma a garantir,
dentro do possível, a realização das metas e objetivos contemplados no PPA. É
papel da LDO ajustar as ações de governo, previstas no PPA, às reais
possibilidades de caixa do Tesouro Nacional e selecionar dentre os programas
incluídos no PPA aqueles que terão prioridade na execução do orçamento
subsequente.
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e
prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da
lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.

Observe-se que prioridade pode ser entendida como o grau de


precedência ou de preferência de uma ação ou situação sobre as demais opções.
Em geral, é definida em razão da gravidade da situação ou da importância de certa
providência para a eliminação de pontos de estrangulamento. Também se considera
a relevância do empreendimento para a realização de objetivos estratégicos de
política econômica e social.
O PPA é o plano plurianual, a LDO é lei de diretrizes
orçamentárias e a LOA é a lei orçamentária anual, são três instrumentos
orçamentais utilizados pelos governos para organizar e administrar o orçamento

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público e são utilizados em todos os âmbitos de governo: federal, estadual e
municipal.
O PPA, com vigência de quatro anos, tem como função estabelecer
as diretrizes, objetivos e metas de médio prazo da administração pública. Cabe à
LDO, anualmente, enunciar as políticas públicas e respectivas prioridades para o
exercício seguinte. Já a LOA tem como principais objetivos estimar a receita e fixar a
programação das despesas para o exercício financeiro. Assim, a LDO ao identificar
no PPA as ações que receberão prioridade no exercício seguinte torna-se o elo
entre o PPA, que funciona como um plano de médio-prazo do governo, e a LOA, que
é o instrumento que viabiliza a execução do plano de trabalho do exercício a que se
refere.
O PPA deve estabelecer quais são os objetivos e metas planejados
pela administração pública, é um plano das ações pretendidas pelo governo a médio
e longo prazo. As metas devem ser estabelecidas especificamente, com prazos,
datas e valores. Também deve fazer parte do plano plurianual a descrição dos
resultados que são esperados pelo governo.
O PPA também tem a função de funcionar como uma medida de
organização para o governo, já que fica estabelecido no plano em quais políticas
públicas e medidas serão investidas determinadas quantias do orçamento. Outra
função do PPA é garantir a transparência dos gastos públicos e dos investimentos
feitos pelo governo.
No caso do plano plurianual federal do governo, as metas
estabelecidas servem para guiar a prática das ações que serão implementadas pelo
governo federal, além de poder servir de base para as ações dos governos
estaduais e municipais.
Devem ser definidos no plano plurianual os seguintes itens:
 programas pretendidos pelo governo,
 objetivos a serem alcançados,
 ações que serão postas em prática,
 metas e resultados planejados pelo governo.
Já a LDO tem como principal função definir quais são as prioridades
governamentais para o próximo exercício (próximo ano de governo), com base nas
metas que foram estabelecidas pelo governo no plano plurianual.

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Na lei de diretrizes orçamentárias devem ser estabelecidas as regras
relativas aos valores que o governo pretende economizar para investir, os limites de
despesas definidos para cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e
do Ministério Público, valores para despesas e pagamentos de pessoal e alterações
tributárias, entre outros.

§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:


I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos
e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

O Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade


econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo
e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o
setor privado.
Observa-se que o planejamento expresso no Plano Plurianual
assume a forma de grande moldura legal e institucional para a ação nacional, bem
como para a formulação dos planos regionais e setoriais. Infere-se que o Plano
Plurianual (PPA) de uma prefeitura pode ser equiparado com um planejamento
estratégico de uma empresa privada, pois em ambos os casos as situações
financeiras devem ter sua aplicabilidade de forma correta e de acordo com a
legislação.

TAREFA 4: AUDITORIA E CONTROLE NO SETOR PÚBLICO

A Auditoria Interna deve assessorar a administração da entidade no


trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigando-se a informá-la, sempre por
escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de
irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.
A auditoria interna no setor público é indispensável, sendo uma
ferramenta de controle social formada por um conjunto de procedimentos e técnicas,
que tem por objetivo examinar a adequação, a eficácia e legitimidade dos controles

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internos, dos atos e das informações contábeis, financeiras, operacionais e físicas
das unidades públicas. O controle interno é o principal instrumento da auditoria
interna, juntamente com a contabilidade contribuem diretamente para a realização
de um bom trabalho de auditoria interna.
A auditoria interna presta avaliação ao examinar e reportar sobre a
eficácia dos processos de governança, de gerenciamento de riscos e de controle
desenvolvidos para ajudar a organização a alcançar seus objetivos estratégicos,
operacionais, financeiros e de conformidade.
De acordo com Slomski (2013) na atuação e gestão dos
profissionais, a auditoria interna pode contribuir de forma significativa, pois ela
pode atuar de muitas maneiras dentro de uma empresa, tanto como ferramenta de
apoio à gestão medindo a eficácia e eficiência dos procedimentos, quanto na
prevenção e detecção de fraudes e erros, além de averiguar se as normas e
políticas necessárias estão sendo obedecidas.
A auditoria interna presta avaliação ao examinar e reportar sobre a
eficácia dos processos de governança, de gerenciamento de riscos e de controle
desenvolvidos para ajudar a organização a alcançar seus objetivos estratégicos,
operacionais, financeiros e de conformidade.

TAREFA 5: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Cabe aqui analisar a proeminência dos princípios da moralidade e


da impessoalidade, enquanto baldrames vinculadores constitucionais da atuação
administrativa, como estertores combativos ao nepotismo. Como é cediço,
historicamente, as práticas do nepotismo são advindas da confusão entre o público e
o privado; ora, a premissa que “permite” que o patrimônio público e seus interesses
possam se confundir com o patrimônio e os interesses dos particulares poderosos
adentrou a história do Brasil colonial, imperial e republicano, desdobrando seus
efeitos até os dias atuais.
O estudo dos princípios constitucionais, enquanto balizas
informadoras e conformadoras do sistema constitucional, verdadeiras pautas
vinculantes à atuação do Estado e dos particulares, de onde irradia a força
normativa e a efetiva cimentação de uma teoria material da Constituição, deve ser

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iniciado pela evolução da moderna concepção de princípios jurídicos, sobretudo pelo
conceito de princípios gerais de Direito.
O nepotismo, no cenário brasileiro, apresenta-se como uma prática
odiosa que corrompe o interesse público, na condição de supremacia orientadora do
agir do administrador, erigindo, em seu lugar, a tradicional máquina como
mecanismo para atendimento de interesses pessoais. A partir disso, consoante o
estabelecimento de um Estado Democrático de Direito, tal prática não encontra
sedimento autorizador, reclamando, pois, a edição de marcos regulatórios e
normativas capazes de evitar sua materialização no plano concreto.
“Nepotismo” é um vocábulo que deriva do latim nepos, nepotis (neto
e sobrinho, respectivamente) traduz o favorecimento de parentes em detrimento de
pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou
elevação de cargos públicos.
O nepotismo está com seus obstáculos refletidos no favorecimento
cego aos parentes em detrimento à qualificação profissional, num Estado
Democrático de Direito todos devem ser tratados de forma efetivamente igual e as
instituições devem primar pelo serviço eficaz, célere e escorreito a todos os
cidadãos. Dessa forma, a prática do nepotismo macula todo um sistema democrático
construído a duras penas e normatizado pela Constituição Federal. É essa conduta
desprezível que órgãos de proteção à ordem social e democrática do País, como o
Ministério Público e o Conselho Nacional de Justiça, dentre outros, visam coibir e
reprimir por meio dos instrumentos de garantia oferecidos pela Carta Constitucional. 
Os cargos ou empregos públicos são ocupados por pessoas
aprovadas em concursos públicos de provas ou provas e títulos (art. 37, II, da CF),
ou seja, para ocupar um cargo ou emprego público a pessoa tem de demonstrar sua
capacidade profissional e intelectual por meio de uma prova, onde concorrerá com
milhares de outras pessoas, que também terão as mesmas chances de mostrar suas
aptidões, sendo aprovado aquele candidato que apresentar as melhores
qualificações técnicas para o preenchimento da vaga disputada.
Há cargos, empregos ou funções públicas exigem que sejam
ocupados por pessoas de confiança do superior hierárquico, para que possa haver
harmonia e melhor desempenho das atividades exercidas nesse setor. Como
exemplo, podemos citar a Presidência da República, que além do Chefe do
Executivo, também é composta pelos Ministros de Estado. Pensando em situações

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desse tipo, foi que o legislador constituinte criou a ressalva do art. 37, II, da
Constituição Federal:
...II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com
a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em
lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração.
O resultado pela busca dos interesses da sociedade,
regulamentado pela Lei 9.784/99, que trata dos processos administrativos no âmbito
da Administração Pública Federal é nomeado princípio da cidadania.
A Lei 9.784/99 delimita o princípio da cidadania como um dos
princípios de observância obrigatória pela Administração Pública, correspondendo
ao atendimento a fins de interesse gerais vedados a renúncia total ou parcial de
poderes ou competência, salvo autorização em lei. Assim, este princípio é o
dispositivo que trata dos interesses da coletividade. Visa contribuir com a maioria
dos indivíduos da sociedade, e o Estado tem papel relevante nisto, uma vez que foi
criado para garantir uma organização e cumprir os interesses gerais da sociedade
com o bem-estar da coletividade.
O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse
privado é princípio geral de direito inerente a qualquer sociedade; assim, não se
radica, em seu dispositivo específico algum da Constituição, ainda que inúmeros
aludam ou impliquem manifestações concretas dele, como por exemplo, os
princípios da função social da propriedade, da defesa do consumidor ou do meio
ambiente (art. 170, incisos III, V, VI) ou em tantos outros. Afinal, o princípio em
causa é um pressuposto lógico do convívio social.
No Art. 37, a administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte. Os princípios constitucionais controladores da
atuação da Administração Pública estão previstos no caput do artigo 37 da
Constituição Federal, sendo eles: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade,
Publicidade e Eficiência Estes princípios devem ser seguidos à risca pelos agentes
públicos, não podendo se desviar destes princípios sob pena de praticar ato inválido
e expor-se à responsabilidade disciplinar civil ou criminal dependendo do caso.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para tanto, abordou-se a organização política-administrativa do


Estado brasileiro, destacando que os Municípios, como ente federativo, possuem
autonomia orçamentária, administrativa e legislativa.
Dessa análise, restou claro que a atual Constituição Federal ampliou
o rol de competências administrativas dos municípios sem, entretanto, fornecer a
correspondente contrapartida financeira. Neste cenário, a busca por maior eficiência
da administração municipal passou a ser crucial, insuflando o debate acerca da
Nova Gestão Pública, que vem introduzindo métodos de gestão mais modernos.
Nessa linha, o planejamento estratégico, os acordos de resultados e
outros mecanismos preconizados pela NGP podem se tornar importante instrumento
de gestão na busca da eficiência e racionalização de gastos. De acordo com a
Constituição Federal, o exercício da função do planejamento é um dever do Estado,
tendo caráter determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
O planejamento estratégico permite que se identifique a vocação, a
política e as estratégias do Município, ainda, quando realizado de modo
democrático, certamente contemplará a vontade de seus habitantes

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REFERÊNCIAS

LOURENÇO, N. V. Administração Pública: modelos, conceitos, reformas e avanços


para uma nova gestão. Curitiba: InterSaberes, 2016.

NETO, O. A. P. et al. Publicidade e transparência das contas públicas:


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Contabilidade Vista & Revista, v. 18, n. 1, p. 75-94, 2007. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/1970/197014728005.pdf

KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 15. ed. São Paulo: Atlas,
2016. PISCITELLI, Roberto Bocaccio.

PETER, Maria da Glória Arrais. MACHADO, Marcus Vinicius Veras. Manual de


auditoria governamental. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014.

SLOMSKI, Valmor. Manual de contabilidade pública: de acordo com as normas


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TIMBÓ, Maria Zulene Farias. Contabilidade pública: uma abordagem da


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Plurianual. Disponível em: https://www.justica.gov.br/Acesso/governanca/PPA

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PORTAL DA TRANSPARÊNCIA. Controladoria-Geral da União. Orçamento Público.
Disponível em:
http://www.portaltransparencia.gov.br/entenda-a-gestao-publica/orcamento-publico

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