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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE ENSINO A DISTÂNCIA

PROCESSOS AFETIVOS SENTIMENTOS E EMOÇÃO PERSONALIDADE

Adão Marques Toro/708224831

Curso: Curso: Licenciatura em Ensino de Educação Física

Ano: 1º

CADEIRA: PSICOLOGIA GERAL

Beira

Outubro de 2022

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE ENSINO A DISTÂNCIA

PROCESSOS AFETIVOS SENTIMENTOS E EMOÇÃO PERSONALIDADE

ADÃO MARQUES TORO/708224831

CURSO: CURSO: LICENCIATURA EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ANO: 1º

CADEIRA: PSICOLOGIA GERAL

BEIRA

OUTUBRO DE 2022

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Índice

Introdução------------------------------------------------------------------------------------------------------1

Objectivos da pesquisa---------------------------------------------------------------------------------------2

Objectivos específicos----------------------------------------------------------------------------------------2

Objectivo geral-------------------------------------------------------------------------------------------------
2

Metodologia da Pesquisa-------------------------------------------------------------------------------------2

Introdução -----------------------------------------------------------------------------------------------------3

Processos afetivos sentimentos e Emoção Personalidade------------------------------------------------6

A O afecto para a psicologia fecto--------------------------------------------------------------------------8


Tipos de afecto-------------------------------------------------------------------------------------------------9
Sentimento----------------------------------------------------------------------------------------------------11

Emoção--------------------------------------------------------------------------------------------------------12

Definição de emoção ---------------------------------------------------------------------------------------13


Conceito de Personalidade----------------------------------------------------------------------------------15

Teorias da Personalidade-----------------------------------------------------------------------------------17
Conclusão-----------------------------------------------------------------------------------------------------21

Bibliografia---------------------------------------------------------------------------------------------------22

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Introdução

A gênese dos processos afetivos e sua função no desenvolvimento humano tem se revelado
objeto de pesquisas empíricas e não empíricas, cuja finalidade é cernir a polissemia que envolve
o conceito afeto/afetividade. A fundamentação filosófica do afeto, enquanto disposição humana
(teoria do filósofo grego Aristóteles) e de sua constituição na perspectiva histórico cultural
(funções psicológicas e sociais), nos permite compreender a relevância das relações afetivas em
todas as etapas de desenvolvimento infanto juvenil. O reconhecimento do complexo afetivo
(emoções, sentimentos e paixões) aponta para a necessidade de discussão das aporias natureza e
cultura, objetividade e subjetividade, buscando superar a ingenuidade do senso comum e o
inatismo biológico. Inúmeras são as abordagens que ressaltam a importância da afetividade para
as relações humanas e como tais relações interferem positiva ou negativamente em nosso
comportamento, influenciando sobremaneira o processo de aprendizagem, o convívio social e as
demandas mais elementares da vida cotidiana. Os estudos da psicologia (PIAGET, 1994;
VYGOTSKY, 1991; WALLON, 2007), sociologia (PETRINI, 2009), filosofia (BOTTURI,
2013), ciências sociais (ANTUNES, 2006; CHALITA, 2004), entre outros, mostram como os
processos afetivos são fundamentais na constituição de nossa identidade pessoal e social.
Conforme a Teoria Psicogenética do Desenvolvimento Humano, os processos afetivos estão na
genética humana e, não obstante, sujeitos às condições socioculturais de cada indivíduo. A
integração dos complexos afetivos e cognitivos, condição para o desenvolvimento humano,
constitui o cerne da discussão presente no artigo como um todo. Trata-se, pois, do
reconhecimento dos afetos para o desenvolvimento da ‘pessoa completa’, não somente dos
aspectos cognitivos, mas, sobretudo, daqueles que fazem parte do contexto psicossocial de cada
pessoa. Ressalta-se, pois, que o estudo não tem a pretensão de esgotar as possibilidades de
discussão e amplitude conceitual, mas evidenciar a importância das relações afetivas no
desenvolvimento de uma criança.

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Objectivos

Objectivo geral
 Conhecer processos afetivos sentimentos e emoção personalidade

Objectivos específicos
 Definir os processos afectivos
 Explicar a importância dos processos afectivos
 Descrever os principais processos afectivos

Metodologia da Pesquisa
Métodos

Bibliográfico: foi útil na medida em que permitiu a recolha de informações disponíveis nos
livros impressos e internet sobre os processos afectivos

Quanto à abordagem
Quanto à abordagem ou ao enfoque, a pesquisa obedeceu o enfoque qualitativo. Porque baseou-
se numa argumentação lógica de ideias. De acordo com Vilelas (2009), a investigação qualitativa
é a forma de estudo da sociedade que se centra no modo como as pessoas interpretam e dão
sentido ou privilegiam as suas experiencias, e ao mundo em que elas vivem. Portanto, segundo
esta abordagem, o estudo baseia-se na interpretação dos fenómenos. Portanto, a pesquisa
qualitativa implica o uso de valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões e serve
para explicar situações referentes a um determinado grupo.

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Processos afetivos sentimentos e Emoção Personalidade

Pesquisas realizadas sobre o fenômeno da “afetividade” têm ressaltado sua importância no


processo de desenvolvimento humano, forjando a necessidade de cernir o conceito na sociedade
contemporânea. Nos dicionários, como MICHAELIS (2015) e o AURÉLIO (1994, p. 31), por
exemplo, entende-se a afetividade como “conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam
sob formas de emoções, sentimentos e paixões”. Contudo, não é no calor das emoções ou mesmo
sob os impulsos da paixão, segundo Botturi (2013), que devemos compreender as relações, tendo
em vista que a afetividade tem se revelado “lugar de máxima dispersão, chegando a se reduzir às
vezes a um não lugar do humano” (FORNASIER, p. 90, 2016). Uma primeira inquirição acerca
da afetividade e das relações que delas nos advém é saber o que de fato são as emoções,
sentimentos e paixões, identificando quais funções exercem em nosso desenvolvimento pessoal e
social. A emoção, conforme Botturi (2013, p. 136) é um “sentir egocêntrico pontual necessário
intensivo, no qual o sujeito tanto ganha em atualidade de si, quanto perde em capacidade em
distender a própria experiência”. O paradoxo que se estabelece na experiência da emoção é
justamente esse ganho individual em que o sujeito se compreende a partir de suas próprias
impressões (subjetividade) e a negação da realidade na qual se encontra inserido (objetividade).
Para Botturi, ao contrário das emoções, “o sentimento é uma forma de afetividade que tem um
grau de reflexividade” (BOTTURI, 2013, p. 137), uma capacidade racional de pensar as relações
a partir das próprias relações. Se emocionados, externamos certa incapacidade racional, agindo
pelo instinto, isso de fato nos leva a uma condição não humana, como fora afirmado
anteriormente. Sob a forma de paixão (enamoramento), a afetividade é “um fenômeno de tipo
espontâneo, estático, necessitado, padecido, improvisado, que surpreende até mesmo o sujeito
que o experimenta” (BOTTURI, 2013, p. 138). Parece-nos haver uma semelhança quanto ao
padecimento e espontaneidade tanto da emoção quanto da paixão.

uma matriz afetiva que propõe a desconstrução do ethos e de sua capacidade racional. Nesse
sentido, faz-se necessário recordar os princípios da filosofia grega no século III a.C,
especificamente com Aristóteles, ao articular três formas de persuasão ou argumentos que
distinguia o ethos (ética), pathos (sentimentos, paixões e emoções) e logos (razão). A distinção
proposta, contudo, não impede a interação de tais argumentos, sobretudo quando conduz à

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reflexão sobre a experiência moral da relação entre razão e paixão, afirma Fornasier (2016). A
experiência do dado afetivo é, sem sombras de dúvida, um elemento positivo que favorece o
desenvolvimento humano, contudo a sua separação do dado racional enfraquece e fragiliza essa
proposta de desenvolvimento. Ethos, phatos e logos devem ser compreendidos em suas
singularidades e complementariedades, como “uma síndrome cultural radicada e coerente,
constituída pelos pólos da racionalidade como poder e da afetividade como emotividade”
(BOTTURI, 2013, p. 138). O conceito ‘afeto/afetividade’, quando absolutizado, pode nos
conduzir ao extremismo das emoções, paixões e sentimentos de tal maneira que a razoabilidade e
o reconhecimento de um ethos seja relegado à subjetividade de cada pessoa, instituindo certa
relatividade histórico-social. A submissão de nossa capacidade racional e do ethos aos apelos
frenéticos dos afetos constitui uma catástrofe emotiva, como afirma Kamper: É em ato “uma
catástrofe emotiva”, pela qual de um lado “a sociedade dos homens se perdeu em um poder de
constrições das coisas e, do outro, os mesmos seres humanos são fechados na sua dimensão
privada como em uma prisão sem grades" (KAMPER, 2002, p. 1021). As formas de
manifestação da afetividade (emoções, sentimentos e paixões) requerem o equilíbrio de forças
antagônicas no sentido de harmonizá-las entre si. Ao contrário das emoções e paixões, afirma
Botturi (2013), a afetividade sob forma de sentimento traz consigo o grau de reflexividade
(capacidade de repensar segundo dados racionais), a identidade estável e ao mesmo tempo
ambígua do sujeito. Não obstante, o autor reconhece o apelo à experiência dos afetos como
sendo positivo; no entanto aponta a gravidade da separação do dado racional.

Afecto

Afeto é a disposição de alguém por alguma coisa, seja positiva ou negativa. É a partir do afeto
construído que se demonstram emoções ou sentimentos. Pode se ter afeto por algo, uma pessoa,
um objeto, uma ideia, ou um lugar. Afeto é também o objeto da afeição, como em "meus afetos
são meu cachorro e minha família". Tem sua origem na palavra latina affectus, que significa
disposição, estar inclinado a. A raiz vem de afficere, que corresponde a afetar e significa fazer
algo a alguém, influir sobre. RIAD (2006, p. 52)

Demonstração de afeto é a forma como se expressa um carinho. É explicitar o afeto sentido


através de um gesto, que pode ser um cafuné na cabeça, um beijinho na testa, um abraço, entre
tantos outros. Não só humanos demonstram afeto. Já foi comprovado cientificamente que

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animais podem expressar afeição com suas ações. Do latim, affectio, o termo afeto descreve a
disposição de um indivíduo por algo. É, muitas das vezes, descrito como um sentimento de carinho ou de
ternura por alguém ou por algo, seja esse positivo ou negativo. Alguém pode ter afeto por um objeto, por
uma pessoa, por um animal, um lugar ou mesmo por uma ideia. O termo se originou da palavra
latina affectus, qual significa afeição ou estar inclinado a. E a sua raiz vem ainda de afficere, qual possui
o significado de fazer algo a alguém, correspondendo esse termo a afetar. LUIS (2011, p.41)

Por meio da construção do afeto é que se manifestam os sentimentos e as emoções de alguém.


Uma pessoa que viaja para uma cidade nova,   por exemplo, e se apaixona por tudo ali, terá uma
experiência positiva com a viagem e acaba desenvolvendo um afeto pelo local, querendo voltar
outras vezes. É comum usar a expressar “demonstrar afeto” para descrever quando um indivíduo
expressa seu afeto, mostra o seu carinho para com algo ou alguém. E tal afeto pode ser
demonstrado através de gestos como um abraço, um carinho na cabeça, um beijo no rosto ou na
testa, etc. Além dos seres humanos, também foi comprovado que os animais demonstram afeto,
tanto uns com os outros como também com seus donos. Um exemplo seria quando um cachorro
ou gato deita-se no colo do seu dono ou o empurra levemente com a cabeça.
Na área da psicologia, o afeto, que também é conhecido como dimensão afetiva, é descrito
como um agente que altera o comportamento. O afeto gera influência direta no modo como
indivíduos pensam a respeito de algo. Ainda para a psicologia, se alguém se depara com algo,
essa pessoa, então, desenvolverá um afeto com isso, seja o afeto negativo ou positivo. E quando
se trata de algo desconhecido ou quando haja neutralidade, esse afeto será desenvolvido a partir
do primeiro contato que a pessoa teve com esse algo. E conforme isso acontece, o modo como a
pessoa interage com isso é modificado.Também aqui é dito que o afeto faz parte dos três tipos de
função da mente, onde os demais são a cognição e a volição. Para a psicanálise, o afeto é descrito
como sendo o estado emocional que se associa com o realizar de uma pulsão.
O afecto para a psicologia
O afecto é um conjunto de percepções subjetivas que envolvem, principalmente, sentimentos e
emoções e que nos ajudam a entender o mundo, dar significado a ela e à vida e a estabelecer
vínculos com outras pessoas. Usando uma metáfora bastante poética, a vida afetiva é o que dá
brilho, calor e cor à convivência humana, que seria fria, sem brilho e sem sabor caso não
houvesse sua presença. VIANA (2012, p. 42). Veja um exemplo: um casamento é só um
casamento, mas deixa de sê-lo quando quem está se casando é você e a pessoa que você ama,

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certo? O luto é outro bom exemplo: quando lamentamos a partida de alguém que morreu e que já
não estará entre nós estamos expressando o afecto que sentimos por aquela pessoa que acaba de
partir. Ainda, segundo as definições mais bem aceitas, é uma dimensão psicológica que abrange
de modo complexo, individual e único um conjunto que envolve emoção e sentimento. Antes de
seguirmos em frente, será preciso conceituar emoção e sentimento, palavras muitas vezes usadas
como sinónimas, mas que têm significados diferentes para a psicologia.

Tipos de afecto

Alguns autores, no ramo da psicologia, descrevem que as formas de afeto classificam-se de dois
modos:

– Os afectos positivos: são esses demonstrações de carinho, amor, compaixão, fraternidade, etc.;

– E os afectos negativos: sendo classificados aqui o ódio, a decepção, o desprazer, a rejeição, a


frustração, entre outros.

Há também uma análise que classifica o afecto em emoções, sentimentos, humor e paixões.
Desse modo, podemos descrever que o ódio é um tipo de afeto, só que esse é estabelecido por
meio de experiências negativas, por exemplo: uma pessoa que sofreu muito enquanto convivia
com outra pode desenvolver um afeto negativo, como o ódio, por esse que lhe foi agressivo. O
ódio é demonstrado através de emoções que têm relação com a raiva. Por outro lado, o amor é
um afeto positivo e que é estabelecido por meio de experiências positivas. Um exemplo é no
caso de uma pessoa que conviveu com uma avó carinhosa e respeitosa, então essa pessoa
desenvolve um sentimento de muito amor por ela, um afeto positivo. De afeto deriva a palavra
afetividade, qual define a capacidade de experimentar os fenômenos afetivos.

Tipos de afecto positivo e negativo


Você deve saber que dentro desta classificação, existem tipos de afeto positivos e negativos.
Estes últimos ocorrem, sobretudo, quando ligados a emoções como o ciúme, o medo ou a
insatisfação. Além disso, é importante ter uma boa autoimagem e uma autoestima sadia para
poder desenvolver o afeto de uma maneira equilibrada e segura.

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Que o tipo de afeto seja negativo, não quer dizer que se manifeste sempre de forma violenta ou
tóxica. Cabe dizer que os tipos de afeto positivo e negativo são igualmente lícitos e
válidos. Portanto, os exemplos de manifestação deste tipo de afeto podem proteger a pessoa se
ela saber como agir diante deles: são a desconfiança, o mal-estar e a raiva.

1. O afeto amplo
Este tipo de afeto está associado às pessoas psicologicamente estáveis. De fato, é um afeto que
qualquer indivíduo pode manifestar através de uma ampla variedade de ações e emoções como,
por exemplo, a felicidade e inclusive a tristeza.

2. O afeto positivo
O psicólogo Silvan Tomkins afirma que o afeto positivo é aquele que se dá como uma expressão
do sucesso e da vontade de compartilhar. De forma geral, este tipo de afeto positivo se expressa
com um sorriso, com a necessidade de se aproximar e com a motivação para a interação.
3. O afeto neutro
Este tipo de afeto se manifesta diante de um choque ou surpresa e tende a produzir uma sensação
de desconcerto, o qual pode se canalizar com algumas ações voluntárias. Alguns exemplos deste
tipo de afeto são: abraçar, beijar ou, até mesmo, agir por impulso.

4. O afeto limitado ou restrito


Este é um dos tipos de afeto na psicologia no qual a pessoa tem uma gama limitada de afetos que
pode demonstrar. Um exemplo de afeto limitado é estar falando ou presenciando algo que causa
entusiasmo, mas não se manifesta emoções visíveis, como abrir os olhos ou esboçar um sorriso.

5. O afeto desgastado
Trata-se de um caso severo de afeto restrito. De fato, neste caso as reações diante das emoções
são quase ausentes. Um exemplo de afeto desgastado claro é quando uma pessoa recebe a notícia
da morte de um ente querido e sua reação é apática e até mesmo inexistente.
6. O afeto negativo
Este tipo de afeto tem reações claramente distintivas, já que se relaciona com a raiva,  o medo, a
vergonha, entre outras emoções. O afeto emocional negativo pode se manifestar na forma de

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soluços, olhar congelado, cabeça baixa, rosto pálido, entre outros exemplos que podem ser
identificados.
De forma geral, o afeto negativo surge diante de uma ameaça, diante da insatisfação ou pelo fato
de não alcançar uma determinada meta.

7. O afecto plano
Nesta manifestação de afeto emocional existe uma total restrição da expressão das emoções. Isto
é, quem sente este tipo de afeto não mostra expressões faciais nem nenhuma outra manifestação
física diante das situações que causam alguma emoção.

8. O afeto instável
Dentro dos tipos de afeto na psicologia, estamos diante de uma classificação que está fora de
proporção e que não se adequa às situações. Por exemplo, uma pessoa pode rir sem parar durante
vários minutos por algo que não é engraçado. Inclusive, sua reação é considerada inapropriada e
fora de contexto.
Sentimento

A expressão “what it is like to be” usada por Nagel (1974) possivelmente seria a mais apropriada
para se referir ao domínio próprio à consciência, a chamada “perspectiva de primeira pessoa”.
Entretanto, esta expressão não é usada na linguagem popular, enquanto os termos “sentir” e
“sentimento” são frequentemente usados. Sugiro, portanto, o uso de “sentimento” como
abreviação para “what it is like to be”. Quando Nagel pergunta “what it is like to be a bat?”, ele
quer saber como os morcegos se sentem - e como sentem o seu mundo percebido.
Tradicionalmente, e mesmo no âmbito neurocientífico, o conceito de sentimento (feeling) está
intimamente relacionado com o conceito de emoção. Uma distinção entre ambos foi feita por
Damásio (2000). Segundo Scaruffi (2000), para o neurocientista português:
Um sentimento é uma representação mental do estado do corpo do sujeito consciente, a percepção do
estado do corpo, ao passo que a emoção é uma reação a um estímulo e o respectivo comportamento
associado (por exemplo, uma expressão facial). Assim, o sentimento é o reconhecimento de que um
evento está acontecendo, enquanto a emoção é o efeito visível da mesma. As emoções são corporais,
enquanto os sentimentos são mentais. As emoções são uma resposta automática. Eles não precisam
de qualquer pensamento. Eles são o mecanismo fundamental para a regulação da vida. Emoções
precedem sentimentos, e são as bases para os sentimentos.3 (SCARUFFI, 2000).

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No contexto do MTA, o conceito de sentimento é mais amplo que em Damásio, ainda que este
autor tenha sido uma fonte original de inspiração (seu influente livro sobre as bases
neurocientíficas da consciência se intitulava “The Feeling of What Happens”; vide DAMASIO,
2000). Damásio afirma que os sentimentos podem ser inconscientes, mas não há suporte
fenomenológico para esta suposição.
Conceitualmente, se os sentimentos são as experiências subjetivas a partir da perspectiva de
primeira pessoa, eles não podem ser inconscientes, porque esta perspectiva é própria à
experiência consciente. Podemos ser inconscientemente conduzidos por nossas emoções, quando
nosso comportamento contradiz nossa vontade. Neste caso, seria melhor dizer que nossas
emoções inconscientes nos conduziram contra a nossa vontade consciente, mas não que os
nossos sentimentos inconscientes o fizeram. Se os mesmos sentimentos são evocados para
explicar ambas as forças que guiam o comportamento, haveria uma contradição: o (suposto) lado
inconsciente do sentimento nos impulsionaria a um determinado comportamento, enquanto o
lado consciente do mesmo sentimento nos levaria a um comportamento diferente.
No MTA, o sentimento não seria uma representação mental, e sim uma experiência vivida.
“Aquilo que acontece” (o “what happens” do título do livro), ou seja, um evento, é transportado
para nosso cérebro por meio de sinais informacionais, e nosso cérebro (juntamente com a
totalidade de nosso corpo, em interação com o ambiente físico e social) interpreta o significado
da informação e reage ao conteúdo da mesma com um sentimento.
Emoção

Um autor português de grande relevância na área das emoções é Magalhães (2013), o qual,
define a emoção como sendo uma resposta automática, intensa e rápida, inconsciente e/ou
consciente, perante um estímulo e um impulso neuronal que leva o organismo a produzir uma
ação. As funções da emoção encontram-se ligadas à adaptação e á expressão, funcionando como
catalisador entre a conduta e o meio (Magalhães, 2013).
Neste âmbito, num primeiro momento, parece existir um entendimento entre os investigadores
acerca do que realmente é a emoção, no entanto, este consenso não se observa na definição da
mesma, sendo possível observar na literatura a existência de diversos significados para emoção.
Para além disso, embora vários cientistas utilizem a mesma palavra numa tentativa de definição,
tal não exprime que o seu entendimento sobre o que essa palavra emoção significa seja o mesmo
(Roazzi, Dias, Silva, Santos & Roazzi, 2011).

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A fim de clarificar esta questão, ao longo deste capítulo apresentar-se-á a definição de emoção
subscrita pelo presente trabalho e a descrição detalhada de quatro emoções básicas, referindo,
entre outros aspetos, as funções adaptativas de para cada uma delas.
Definição de emoção
Conforme previamente referido, não existe unanimidade quanto à definição de emoção, o que se
pode ficar a dever a diversos fatores, entre os quais: a emoção ser complexa; sujeita a grandes
variações de intensidade; e dependente do estado de saúde, das crenças e dos valores dos sujeitos
(Silva, 2011). A emoção é, por isso mesmo, uma variável multidimensional que tem despertado
grande interesse no meio científico e suscitado um aumento crescente no número de
investigações científicas em torno do seu estudo (Silva, 2011).
Assim, e tendo em conta alguns autores relevantes na área, apresentam-se, de seguida, algumas
definições de emoção:
Para Damásio (2000), a emoção consiste numa variação psíquica e física, desencadeada por um
estímulo, subjetivamente experimentada e automática e que coloca o indivíduo num estado de
resposta ao estímulo, ou seja, para o referido autor, as emoções são um meio natural de avaliar o
ambiente que nos rodeia e de reagir de forma adaptativa.
Twain (2010) refere que as emoções são expressões afetivas intensas dirigidas a alguém ou a
alguma coisa, levando a que se diferencie de sentimento, por este ser menos intenso e mais
durável do que as emoções.
Outro autor importante nesta área é Magalhães (2007), que se refere às emoções como sendo
uma das experiências mais marcantes do ser humano e uma construção psicológica na qual
interagem diversos e complexos componentes cognitivos, fisiológicos e subjetivos.
Por fim, Ekman (2011), refere que as emoções determinam a qualidade de vida dos indivíduos e
ocorrem em cada relacionamento do ser humano, por exemplo, - nos locais de trabalho, nas
amizades, nas relações com os membros da família, e, até, nos relacionamentos mais íntimos.
Refere, ainda, que, as emoções tanto podem fazer com que o indivíduo se sinta bem, como
podem causar danos neste, uma vez que a emoção leva a que o indivíduo atue de uma
determinada forma, que para ele é a mais apropriada no momento, mas também pode fazer com
que mais tarde lamente a sua ação.
As emoções podem, assim, manifestar-se em distintos sistemas de resposta e a sua avaliação
poderá basear-se em vários indicadores. Por exemplo, as emoções podem espelhar-se em termos

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de comportamento expressivo (e.g. expressões faciais, vocalizações, linguagem corporal) e de
indicadores fisiológicos (e.g. respiração, frequência cardíaca, pressão sanguínea, tensão
muscular) e neurológicos (e.g. potenciais evocados) (Arriaga & Almeida, 2010).
Deste modo, e segundo Silva (2011), a emoção tem um papel primordial na adaptação e
integração do indivíduo às circunstâncias e experiências do dia-a-dia, cuja importância é
atribuída pela cognição, podendo provocar respostas comportamentais face à perceção de perigo
ou objetivo e determinar o combate ou fuga, de que é exemplo a paralisação do sujeito quando
entra em pânico. As emoções podem, ainda, motivar o sujeito para a realização da concretização
de um sonho ou mesmo na procura de melhores condições de vida (Silva, 2011).
Assim, e tendo em conta o estado de arte acerca da definição de emoção, nota-se que todas “as
emoções são essencialmente impulsos para o agir, planos de instância para enfrentar a vida,
que a evolução instalou nos indivíduos” (Goleman, 1995, pp. 28).
Com o propósito de se compreender, melhor, o conceito de emoção, no ponto a seguir
apresentado, explanar-se-á sobre a fisiologia da mesma.
Na ontogênese, as emoções só se tornam um elemento de regulação da atividade como produto
do desenvolvimento que se inicia imediatamente após o nascimento. A cada novo período do
desenvolvimento novas formações psíquicas são gestadas, as quais provocam transformações no
comportamento da criança. Por esse motivo é imprescindível, no estudo das emoções,
compreender como elas adquirem sua função reguladora, excitadora ou inibidora da atividade, a
partir do entendimento do processo de complexificação da estrutura e da dinâmica da própria
atividade. A periodização do desenvolvimento em geral, bem como do emocional
especificamente, corrobora um princípio metodológico do materialismo histórico-dialético, pelo
qual o estudo científico das emoções e dos sentimentos demanda a análise desse objeto como
processo histórico, no decurso dos períodos do desenvolvimento infantil, explicitando sua
origem e explicando suas mudanças a partir das transformações na estrutura e dinâmica da
atividade que vincula o indivíduo à realidade.
A partir do exposto sobre as emoções na natureza, a emoção humana pode ser compreendida
como os estados do corpo na atividade concreta, dotados de significado e enredo social.
Examinando a dinâmica e a estrutura da atividade, identifica-se que as emoções estão vinculadas
ao plano concreto (social e histórico) e se expressam na vivência de uma ação concreta. Já em
Vigotski havia a defesa, apoiada no pensamento de Espinosa, de que “a emoção não é

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simplesmente a soma das sensações das reações orgânicas mas, principalmente, uma tendência a
atuar em uma direção determinada” (Vigotsky, 2004b, p. 40). Nessa perspectiva, a tendência a
atuar em uma direção determinada e a constituição de atitudes emocionais mais estáveis frente à
realidade social são fruto de um processo de desenvolvimento do psiquismo como sistema de
processos interdependentes ou sistema interfuncional.

Conceito de Personalidade

Os psicólogos discordam acerca do signifi cado da personalidade. A maior parte concorda que a
palavra “personalidade” teria se originado do latim persona, que se refere a uma máscara teatral
utilizada pelos atores romanos na encenação de dramas gregos. Os antigos atores romanos
usavam uma máscara (persona) para desempenhar um papel ou obter uma falsa aparência. Esse
ponto de vista superficial obviamente não é uma definição aceitável. Quando os psicólogos usam
o termo “personalidade”, estão se referindo a algo além dos papéis desempenhados pelas
pessoas. Embora nenhuma definição seja consenso entre todos os teóricos, podemos dizer que a
personalidade é um padrão de traços relativamente permanentes e de características singulares,
que confere, ao mesmo tempo, consistência e individualidade ao comportamento de uma pessoa.
Os traços contribuem para a existência das diferenças de comportamento, de consistência
comportamental ao longo do tempo e de estabilidade de comportamento em meio às situações.
Os traços podem ser únicos, comuns para alguns grupos ou compartilhados por espécies inteiras,
mas seu padrão é diferente para cada indivíduo. Dessa forma, cada pessoa, embora semelhante a
outras em muitos aspectos, possui uma personalidade exclusiva. As características são
qualidades singulares de um indivíduo, que incluem atributos como temperamento, psique e
inteligência.
Contudo, os teóricos da personalidade não concordaram a respeito de uma definição única de
personalidade. De fato, desenvolveram teorias exclusivas e vitais porque não conseguiam
alcançar um consenso com relação à natureza da humanidade e porque cada um via a
personalidade de acordo com um ponto de referência individual. Os teóricos discutidos neste
livro são de diversas origens. Alguns nasceram e viveram na Europa por toda a vida; outros
nasceram na Europa, mas migraram para outras partes do mundo, especialmente para os Estados
Unidos; outros, nasceram na América do Norte e lá permaneceram. Um dos mais importantes
estudiosos da personalidade humana foi Gordon Allport, o qual defendeu (apud Filloux, 1966, p.

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13) que a personalidade é “a organização dinâmica no indivíduo de sistemas psicofísicos que
determinam as suas adaptações singulares ao próprio meio.” Outro estudioso do tema foi Jean-
Claude Filloux, para quem a personalidade “é a configuração única assumida no decurso da
história de um indivíduo pelo conjunto de sistemas responsáveis pelo seu comportamento.”
(1966, p. 13) Dizendo de um modo mais extenso, Filloux (1966, p. 12) afirma que a
personalidade 1) é única, própria a um indivíduo, embora este possua traços em comum com os
outros; 2) ela não é somente uma soma, um total de funções, mas também uma organização, uma
integração; (...); 3) a personalidade é temporal, visto sempre pertencer a um indivíduo que vive
historicamente; 4) por fim, não sendo nem estímulo, nem resposta, ela se apresenta como uma
variável intermediária, afirmando-se como um estilo através e por meio do comportamento.
Gilles Delisle (1999, p. 19) caracteriza a personalidade como um específico e relativamente
estável modo de organizar os componentes cognitivos, emotivos e comportamentais da própria
experiência. O significado (cognitivo) que uma pessoa atribui aos eventos (de comportamento) e
os sentimentos (emocional) que acompanham esses eventos permanecem relativamente estáveis
ao longo do tempo e proporcionam um senso individual de identidade. Personalidade é esse
senso de identidade e o impacto que ele provoca nas outras pessoas.
Para a APA (DSM-IV-TR, 2002, p. 771), a personalidade é constituída por “padrões persistentes
de perceber, relacionar-se e pensar sobre o ambiente e sobre si mesmo.” Olhando atentamente
para as quatro definições acima, logo ficam presentes aproximações entre elas, ainda que nem
sempre explícitas: a idéia de que há na personalidade estabilidade, persistência, repetição. Há
também mudança, plasticidade, alterações ao longo do tempo e a partir das experiências.
Também se pode depreender que a personalidade é um sistema, ou seja, é um todo complexo e
dinâmico. Um sistema que pode ser percebido e estudado principalmente através do
comportamento.
Esse sistema/personalidade tem, essencialmente, duas partes: estrutura e processo. Dizendo
melhor ainda: esse sistema/personalidade se caracteriza por ser um complexo relacionamento
entre estrutura e processo. A estrutura da personalidade é o que se repete. São os padrões
reincidentes, ou, no dizer de Messick (apud Pervin, 1978, p. 555), “são componentes da
organização da personalidade relativamente estáveis, usados para explicar as semelhanças
reincidentes e consistências do comportamento ao longo do tempo e através das situações.” É a
estrutura que possibilita uma certa previsibilidade na vida de cada pessoa e que possibilita

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também o autoconhecimento. Em constante diálogo com a estrutura está o processo, o outro
componente do sistema/personalidade. Processo é o que se inova e se renova, é o criativo,
espontâneo, momentâneo e circunstancial. É o inesperado, o surpreendente. O processo traz a
possibilidade da surpresa, da inovação, da aventura e pode provocar mudanças em aspectos da
estrutura.

Teorias da Personalidade
Desde tempos antigos, busca-se entender quais são os principais tipos de personalidade humana.
Na Grécia Antiga, Hipócrates, considerado o pai da medicina, propôs que a personalidade de
uma pessoa era condicionada à distribuição de quatro tipos de “humores” na construção do
indivíduo.  
Os humores seriam característicos básicos que se misturariam entre si na composição do eu,
formando diversos padrões de comportamento. A partir dessa teoria, o icónico médico Galeno
criou a teoria dos 4 temperamentos, ou seja, estruturas psíquicas inalienáveis e excludentes entre
si que norteariam as tendências de comportamento de uma pessoa.  No caso, os 4 temperamentos
são basicamente divididos em relação à tendência de alguém para reagir rápido ou devagar diante
de uma situação de contrariedade; e o quanto alguém tende a guardar algo marcante que ocorre
no presente:
Fleumático – geralmente não reage de imediato e tem facilidade em esquecer/perdoar;
Melancólico – possui a mesma tendência à passividade do fleumático, mas guarda por muito
tempo fatos marcantes;
Sanguíneo – age rápido e imediatamente, mas não retém por muito tempo aquilo que lhe
acontece;
Colérico – enérgico como o sanguíneo e com forte apego às memórias como o melancólico.
Com o passar do tempo, muitos foram os pesquisadores que se aventuraram a descobrir mais
sobre os tipos de personalidade.

Talvez uma das definições mais atuais dos tipos de personalidade seja a proposta pelas
pesquisadoras estadunidenses Katharine Cook Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers. Elas
criaram os tipos de personalidade MBTI – do inglês Myers–Briggs Type Indicator, baseadas nos
tipos psicológicos do psiquiatra Carl Jung. Pelos tipos de personalidade MBTI, há 16 padrões.

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1. Lógico (INTP)
São criadores solitários natos.  
Adoram aprender coisas novas e ultrapassar as fronteiras do conhecimento.
São pessoas que sabem analisar muito bem e tendem a ser perfeccionistas.
2. Inovador (ENTP)
O inovador é alguém adaptável, analítico e criativo.  
No entanto, diferente do tipo de personalidade lógico, o inovador adora compartilhar suas
descobertas com os outros.
Nesse contexto, um bom debate é algo irresistível para esse tipo de personalidade.
3. Comandante (ENTJ)
São pessoas que respiram liderança.
Ou seja, o comandante tem facilidade em gerenciar pessoas e tomar decisões importantes.
Sentem-se vivos quando estão diante de desafios que os tiram da zona de conforto.
4. Arquiteto (INTJ)
Um dos tipos de personalidades mais raros e estratégicos. A vida para o arquiteto é como um
tabuleiro de xadrez. Cada movimento é milimetricamente calculado e suas ações tendem a ser
extremamente assertivas.
São independentes e preferem estar sozinhos para organizarem seus planos.
5. Animador (ESFP)
São pessoas que trazem sempre um sorriso no rosto. Dão “bom dia” até para o cachorro na rua.
É impossível não se sentir energizado ao lado alguém com essa personalidade.
São bem-humoradas, cooperativas, divertidas, sociáveis e tolerantes. 
6. Aventureiro (ISFP)
As pessoas com personalidades aventureiras são verdadeiros artistas.
Assim, Artes Plásticas, Música, Teatro e Gastronomia são manifestações constantemente
buscadas por eles para estarem no mundo.
A capacidade artística de mudança atrai muito esse tipo de personalidade.
7.Virtuoso (ISTP)
Têm como lema de vida o “faça você mesmo”. Ou seja, são práticos e adoram resolver
problemas com as próprias mãos. Além disso, são discretos e preferem trabalhar com equipes
menores.  

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8. Empreendedor (ESTP)
Como o próprio nome diz, os empreendedores nasceram para ser pessoas de negócios.
Conseguem extrair “leite de pedra”, pois tem ideias revolucionárias diante das mais inusitadas
situações.
Essas ideias se manifestam como empreendimentos criativos e resolutivos.
9. Ativista (ENFP)
Encontram o verdadeiro sentido da vida no processo, não necessariamente no atingimento de
uma meta. Como verdadeiros espíritos livres, adoram vivenciar novas experiências e conhecer
pessoas diferentes. Tem a capacidade única de entusiasmar e trazer à tona talentos escondidos.
10. Mediador (INFP)
São idealistas, fiéis a uma causa para tornar o mundo um lugar melhor para se viver.
Empáticos, tomam dores alheias como se fossem as próprias e, diante disso, agarram com unhas
e dentes qualquer oportunidade para ajudar os necessitados. Além disso, são sensíveis, discretos
e compreensivos.
11. Protagonista (ENFJ)
São profissionais do coaching por excelência, a prova viva da inspiração pelo exemplo.  
Seus talentos são expressos de uma forma que motiva todos ao redor.
De fato, os protagonistas são capazes de potencializar como ninguém os talentos individuais de
uma equipe ou grupo.
12. Conselheiro (INFJ)
Também conhecidos como “advogados” esse tipo de personalidade é especial por conta de sua
raridade (menos de 1% da população). O conselheiro é uma pessoa reservada, pacata, mas que
por um outro lado possui opiniões fortes e busca com todas as suas forças melhorar a vida dos
que mais precisam. Diante disso, são práticas comuns dos conselheiros obras de caridade. Eles
realmente não deixam para depois o que pode ser feito hoje (diferente dos idealistas).
13. Executivo (ESTJ)
Priorizando honestidade, dedicação e dignidade, os executivos são tipos de personalidade que
adoram assumir obrigações e ajudar outras pessoas.
Preferem trabalhar em conjunto, organizando festas, cuidando de comunidades e estruturando
organizações. São pessoas objetivas, decididas e eficientes.  
14. Inspetores/Logísticos (ISTJ)

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Acredita-se que o tipo de personalidade Logística é o mais abundante, constituindo cerca de 13%
da população. São pessoas extremamente confiáveis pois valorizam como ninguém o
cumprimento da palavra dada. Sistemáticos, organizados, práticos e realistas, mantém a ordem
seja na esfera profissional, seja na familiar.
15. Defensor (ISFJ)
Carregam dentro de si uma tendência única para o altruísmo.
O defensor é o tipo de personalidade ideal para cuidar de pessoas com problemas de saúde.
Afinal, eles têm uma preocupação apurada com o bem-estar de todos ao seu redor e ativamente
agem para zelar pela saúde dos indivíduos.
16. Provedor (ESFJ)
São servidores compassivos e extrovertidos.  
Não perdem a oportunidade de servir uma água ou dar algum presente para alguém.
Guiados por forte moral, estruturam suas condutas em moldes sólidos que trazem segurança aos
que estão ao redor.
A personalidade corresponde à parte mais estável do comportamento de uma pessoa. Mesmo que
um indivíduo possa se comportar de forma diferente em contextos diferentes, seu
comportamento tenderá a ser mais ou menos estável devido a seus traços de personalidade.
O estudo da personalidade na psicologia possui grande recorrência histórica. Produto do estudo
durante tanto tempo gerou diferentes teorias sobre a personalidade.

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Considerações finais

As contribuições da Teoria Psicogenética para o desenvolvimento infantil discutidas nesse artigo


nos impôs um duplo exercício, qual seja, romper com o significado do termo ‘afeto’ no senso
comum e superar a abordagem estritamente biológica defendida por Jean Piaget, a partir das
contribuições histórico-sociais de Lev Vygotsky e Henri Wallon. Se, de fato, a afetividade se
encontra na genética do ser humano, como assim afirmam alguns autores citados na pesquisa, o
reconhecimento de nossa capacidade afetiva não é condição suficiente para o nosso
desenvolvimento; ao contrário, muitas vezes tem se revelado lugar de dispersão e empecilho para
o processo de desenvolvimento infantil. A relação entre ethos, phatos e logos expressa a
necessidade de equilíbrio entre os complexos afetivos e cognitivos, sobretudo quando os
vínculos estão sendo substituídos por uma matriz estritamente afetiva (livre, momentânea e
exacerbada), desprovida da capacidade racional humana de pensar suas próprias relações. Os
estudos realizados pelos clássicos da teoria psicogenética do desenvolvimento humano, Jean
Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon, embora não tivessem relação direta com a educação em si,
apresentavam fundamentação filosófica, pedagógica e médica, cuja investigação genética ou
hereditária da mente não estava restrita apenas à perspectiva empírica. Existia a preocupação dos
autores em discutir a gênese das condutas e as disposições psicológicas da realidade em que o
indivíduo estava inserido. Enquanto Piaget postulava a primazia dos complexos cognitivos sobre
os afetivos, Vygotsky evidenciava em suas pesquisas a interação entre os aspectos biológicos e
os aspectos sociais como condição para o desenvolvimento humano. O bielo-russo reconhecesse
a indissolubilidade dos complexos, contudo ressalta sua opção epistemológica pelo materialismo
histórico-cultural como possibilidade de responder como o homem se constitui verdadeiramente
humano. A gênese do desenvolvimento humano encontra na abordagem de Henri Wallon uma
compreensão do ser humano em sua totalidade (natureza e cultura), valorizando a relação do
indivíduo com o seu meio social (família, escola, amigos, grupos religiosos, entre outros), cujos
pressupostos epistemológicos são as categorias de história e de cultura. A psicogênese da pessoa
completa, ao contrário das abordagens de Piaget e Vygotsky, compreende que as condições
existenciais de reciprocidade e integração entre o orgânico e o meio social são essenciais para o
desenvolvimento integral da criança. Podemos concluir que os afetos que se transformam em
vínculos, conforme a teoria psicogenética, são capazes de ativar o processo emocional, cognitivo
e social da criança, possibilitando-a desenvolver-se integralmente.

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Referências

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aprendizagem: memorial deformação / Roseli Aparecida Afonso. – UNICAMP: Campinas, SP:
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