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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE

CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I

EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS

Maio de 2017

TOLEDO - PARANÁ
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE
CECE - CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS

GHESSYCA BONFIM

IGOR TADEU BAMBERG

JÚLIA COUTINHO BERTUZZI

VICTÓRIA HELENA BUZALSKI

Trabalho entregue a Prof.ª Márcia


Teresinha Veit como avaliação da
disciplina de Laboratório de Engenharia
Química I do curso de Engenharia
Química da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná – Campus Toledo.

Maio de 2017
TOLEDO/PR
2

1. RESUMO

O comportamento físico dos fluidos e suas propriedades são de extrema


importância para analisar diversas situações encontradas na engenharia,
principalmente em processos industriais, como o projeto de tubulações e
otimização de processos. Para entender o escoamento de um fluido,
consideramos este como um todo, pois não é viável obter uma descrição
particular para cada partícula, pois elas estão em grande número e em
movimento. Para avaliar o estilo de escoamento, contamos com o número de
Reynolds (Re) que relaciona o coeficiente de viscosidade, a densidade do
fluido e também da dimensão linear do sólido que contém o fluido ou nele está
inserido (diâmetro do tubo de corrente ou cano), sendo capaz de indicar se o
fluido está em um regime turbulento, laminar ou ainda em um regime
transiente. Neste experimento verificou-se estes diferentes tipos de
escoamentos do fluido utilizado (água), em que este se submete às situações
diferentes, como a variação da vazão (baixa, média e alta) e o estilo da
tubulação (sem estrangulamento e com estrangulamento). Para determinar a
vazão, primeiramente pesou-se a proveta seca e estabilizou-se a vazão da
água, em seguida coletou-se uma amostra na proveta de 1000mL. O tempo de
enchimento da proveta foi cronometrado. Posteriormente pesou-se a proveta
com o volume de água coletado e o processo foi repetido em duplicata. A fim
de avaliar o comportamento do fluido, adicionou-se verticalmente, com auxílio
de uma seringa, na parte superior e apropriada do tubo, o corante azul de
metileno 1%. Assim foi possível visualizar e avaliar qual seria o comportamento
predominante do fluido. Repetiu-se este processo para a vazão baixa, média e
alta, no tubo sem estrangulamento e no tubo com estrangulamento. Por fim
mediu-se a temperatura da água, através do termômetro de mercúrio, com a
finalidade de obter os dados necessários para calcular o número de Reynolds e
determinar qual é o real comportamento fluídico. Os valores obtidos e medidos
permitiram calcular a média das vazões mássicas e volumétricas, a área de
secção do tubo, e a velocidade média do escoamento. Com estes valores foi
possível obter o número de Reynolds para cada vazão, e assim comparar com
a literatura, onde, para número Re inferior a 2100, o escoamento é laminar;
para Re entre 2100 e 2500, o escoamento é transitório; e para Re superior a
3

2500, o escoamento é turbulento. O estrangulamento da tubulação provocou


uma perturbação no sistema fluídico, após a passagem pelo diâmetro menor.
Não é possível comparar os valores de Reynolds para as tubulações com e
sem estrangulamento, visto que há perturbação no sistema e que as vazões
são diferentes. Porém foi nítida a diferença entre o comportamento do fluido
com escoamento laminar e o comportamento com escoamento turbulento.
Porém os escoamentos com regime transiente foram qualificados de acordo
com o comportamento predominante, não sendo possível caracterizá-lo apenas
com a observação da pigmentação no fluido.
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2. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Primeiramente pesou-se a proveta seca e vazia, e anotou-se o valor, no


qual foi descontado nos cálculos apresentados neste relatório. Em seguida
ajustou-se a vazão, para a tubulação sem estrangulamento, e encheu-se a
proveta, entre 500 a 600 mL, em duplicata e por fim adicionou-se corante azul
de metileno 1% e fez-se analise visual do escoamento. Repetiu-se este
procedimento para cada uma das vazões (baixa, média e alta) e para a
tubulação com estrangulamento. Para cada caso, coletaram-se os dados de:
tempo, volume e massa. Os dados obtidos encontram-se nas Tabelas 01 e 02
a seguir, e todas as unidades estão conforme o Sistema Internacional.

Tabela 01: Dados experimentais obtidos para a tubulação sem


estrangulamento.

Tubulação sem Escoamento


Vazão
estrangulamento Observado

Repetição 1 2

Mínima 249,1 245,52 Laminar


Tempo
Média 149,57 150,08 Laminar
(± 0,01s)
Máxima 9,81 10,03 Turbulento

Volume de Mínima 585 578 Laminar

água Média Laminar


585 590
(± 0,005 L) Máxima Turbulento
590 590

Mínima 0,594 0,582 Laminar


Massa de água
Média 0,59 0,594 Turbulento
(±0,0001 Kg)
Máxima 0,594 0,602 Turbulento
5

Tabela 02: Dados experimentais obtidos para a tubulação com


estrangulamento.

Vazão Tubulação com Escoamento


estrangulamento Observado

Repetição 1 2

Mínima 329,73 335,92 Laminar


Tempo
Média 49,75 54,37 Turbulento
(± 0,01s)
Máxima 11,34 13,72 Turbulento

Volume de Mínima 505 520 Laminar

água Média 530 585 Turbulento

(± 0,005 L) Máxima 525 650 Turbulento

Mínima 0,504 0,53 Laminar


Massa de água
Média 0,542 0,594 Turbulento
(±0,0001 Kg)
Máxima 0,534 0,654 Turbulento

Com os dados contidos nas Tabelas 01 e 02, pode-se calcular as


médias do temo, da massa de água e do volume, além do desvio padrão dos
valores, que se encontram na Tabela 03 abaixo:

Tabela 03: Médias do tempo, da massa de água, do volume e o desvio padrão.

Tubulação sem Tubulação com


Vazão
estrangulamento estrangulamento

Tempo Mínima 247,31 332,825

(± 0,01s) Média 149,825 52,06


6

Máxima 9,92 12,53

Volume de Mínima 581,5 512,5

água Média 587,5 557,5

(± 5.10-6 m3) Máxima 590 587,5

Massa de Mínima 0,588 0,517

água Média 0,592 0,568

(± 0,0001 Kg) Máxima 0,598 0,594

Para se obter o perfil de escoamento, mediu-se a temperatura da água,


24ºC, adotou-se a densidade (ρ) igual a 998,380 kg/m3 (PERRY, et al., 1997),a
viscosidade (μ) como 0,0010294 Kg/m.s (INCROPERA, et al., 2008), e o
diâmetro do tubo sem estrangulamento com 0,0057 m (VEIT, 2015).
Considerou-se estes valores durante todo o procedimento.

Para obter as vazões mássicas e volumétricas, aplicou-se as Equações


01 e 02.

( )

A fim de obter o número de Reynolds é necessário encontrar a


velocidade, e para isto é preciso transformar a vazão mássica em volumétrica.
Utilizando a Equação 02 é possível converter as vazões.

( )

Através do volume e do tempo, calcula-se a vazão volumétrica a partir


da Equação 03.
7

( )

As vazões calculadas a partir dos valores médios de tempo e massa,


assim como suas respectivas incertezas,

A Tabela 04 mostra as vazões calculadas a partir dos valores médios de


tempo e massa, assim como suas respectivas incertezas, as quais foram
obtidas conforme o Apêndice A.

Tabela 04: Vazões mássicas e volumétricas e suas respectivas incertezas.

Vazão
volumétrica Vazão
Vazão Mássica volumétrica
obtida pela
(Kg/s)
vazão mássica (m3/s)
(m3/s)

0002377532 2,384.10-6 2,351.10-6

±9,974.10-6 ±4,056.10-9 ±4,053.10-9

Tubo sem 0,003951265 3,963.10-6 3,921.10-6

estrangulamento ±9,367.10-6 ±6,698.10-9 ±1,415.10-8

0,060285199 6,046.10-5 5,948.10-6

±0,000375 ±1,180.10-7 ±9,358.10-7

0,00155314 1,557.10-6 1,539.10-6

±3,481.10-5 ±3,0135.10-9 ±1,161.10-8

Tubo com 0,010909807 1,094.10-5 1070.10-5

estrangulamento ±2,168.10-5 ±1,937.10-8 ±7,519.10-8

0,047378793 4,752.10-5 4,683.10-5

±0,00040 ±8,857.10-8 ±7,635.10-7


8

A velocidade de escoamento (v), a qual é dada em m/s, pode ser


calculada pela Equação 04.

( )

Desta mesma forma foram calculadas as outras velocidades (v), que


estão distribuídas na Tabela 05, com suas respectivas incertezas, obtidas pelo
procedimento descrito no Apêndice A.

A Tabela 05 abaixo apresenta dois tipos de velocidades, sendo a


primeira vazão volumétrica que foi obtida pelo cálculo da vazão mássica, e a
segunda obtida pela aferição do volume pelo tempo.

Tabela 05: Média das velocidades de escoamento em cada tubulação.

Velocidade (m/s)

0,093443801± 0,1588.10-3
Tubo sem
0,15529603 ±0,5548.10-3
estrangulamento
2,369380848 ± 0,03655

0,061042845±0,4553.10-3
Tubo com
0,428786652 ± 2,946.10-3
estrangulamento
1,862122134 ± 0,02992

Em 1883 Osborne Reynolds, expressou o número de Reynolds o qual


permite dizer o tipo de escoamento de um fluido, sendo o primeiro a estudar
quantitativamente a ocorrência dos escoamentos laminar e turbulento através
da experiência ilustrada de forma simplificada na Figura 01. Basicamente o
fluido escoa no duto transparente horizontal com vazão (velocidade) controlada
9

por um registro. Para se observar o comportamento do escoamento é injetado


um filete do mesmo fluido com corante no centro de uma seção do duto,
conforme é mostrado na Figura 01. (LIVI, 2004).

Figura 01: Esquema simplificado da experiência de Reynolds.

Para se determinar o número de Reynolds, foi-se necessário procurar


dados na literatura, a partir dos dados coletados experimentalmente, além dos
dados calculados para assim obter o número de Reynolds através da Equação
05.

Onde:

 ρ é a densidade (Kg/m3)
 v é a velocidade (qualquer direção) (m/s)
 D é o diâmetro do tubo (m)
 μ é a viscosidade (Kg/m.s)

A Tabela 6 apresenta as médias dos números de Reynolds calculados a


partir das velocidades obtidas pela conversão das vazões mássicas em vazões
volumétricas com base nas tubulações sem estrangulamento e com
10

estrangulamento, assim como seus desvios padrões e incertezas, os cálculos


das incertezas encontram-se no Apêndice A.

Tabela 6: Médias dos números de Reynolds com as respectivas incertezas e os


desvios padrões calculados a partir da conversão da vazão mássica em vazão
volumétrica.

Vazão Media Re

Mínima 579,4758464 ± 0,09954


Tubulação sem
Média 963,0419282 ± 0,34773
estrangulamento
Máxima 14693,31254 ± 22,9080

Mínima 378,5468281 ± 0,28533


Tubulação com
Média 2659,047528± 1,84669
estrangulamento
Máxima 11547,63385± 18,7510

Observa-se que, na tabela 6 anterior, o valor médio do número de


Reynolds para cada tipo de escoamento é laminar para baixo e médio e
transiente para a tubulação sem estrangulamento, já para a tubulação com
estrangulamento o número de Reynolds calculado é de laminar para baixa e
turbulento para média e alta vazão. Sendo assim, ao comparar o resultado do
numero de Reynolds com o estilo de escoamento, com o escoamento
visualizado durante a prática, temos que apenas o escoamento sem
estrangulamento com vazão alta foi contraditório, pois este tipo de escoamento
é de difícil visualização e confirma-se somente através dos cálculos.

Com a descoberta de Reynolds, tornou-se possível determinar o estilo


de escoamento de um fluido, desta forma, são classificados em laminares e
turbulentos, tal seja a respectiva estrutura interna. No regime turbulento o fluido
é caracterizado pelo escoamento tridimensional das partículas fluidas, onde o
movimento caótico superpõe-se ao movimento médio. No regime laminar, a
estrutura do escoamento é caracterizada pelo suave movimento do fluido em
11

laminas ou camadas, as partículas estão de forma ordenadas e tem-se uma


formação continua e linear, com as linhas de corrente convergindo para o
centro do tubo (FOX E MCDONALD, 1985).

Conforme a literatura, para ser escoamento laminar o número de


Reynolds calculado deve ser inferior a 2100 (LIVI, 2004). Isso foi possível
observar em ambas as tubulações durante o escoamento baixo e na tubulação
sem estrangulamento com vazão média. Segundo Livi (2004), para caracterizar
um escoamento transiente o número de Reynolds deve ser entre 2100 e 2500,
conforme a tubulação sem estrangulamento, com vazão alta. Para se
determinar um escoamento turbulento o valor do número de Reynolds deve ser
superior a 2500 como é o caso da vazão média e alta do tubo com
estrangulamento.

Nas vazões baixas visualizou escoamento laminar, o que foi confirmada


nos através dos cálculos, na média sem estrangulamento determinou laminar e
com estrangulamento turbulento, as quais foram constatadas através dos
cálculos, na vazão alta do tubo com estrangulamento, visualizou-se um
escoamento turbulento, o qual foi confirmado através dos cálculos realizados
com a vazão volumétrica. Em compensação, no tubo sem estrangulamento
constatou-se que o escoamento apresentado era transiente, o que é possível
determinar apenas nos cálculos. Vale lembrar que embora os resultados
obtidos estejam de acordo com a literatura, o escoamento visualizado
experimentalmente, pode não corresponder com exatidão ao comportamento
real observado, pois as condições de analise são distintas.

Conforme Livi (2004), o escoamento no interior de um tubo com seção


circular de diâmetro constante, é laminar ou turbulento de acordo com o
número de Reynolds calculado. Portanto, não se pode afirmar que os valores
de Reynolds para a tubulação com estrangulamento são reais, uma vez que o
diâmetro da seção estrangulada não foi considerado nos cálculos. O
experimento pode ter sofrido alterações devido a vibrações externas. Afinal, a
faixa de Reynolds varia conforme as condições experimentais e o fluido em
questão.
12

Quanto à vazão mínima observada no tubo com estrangulamento, notou-


se que com a adição do corante azul de metileno 1%, o comportamento era
laminar, com as linhas de corrente convergindo para o centro do tubo. No
entanto, ao passar pela seção estrangulada, o comportamento do fluido
alterou-se devido à perturbação no escoamento causada pela redução do
diâmetro. Essa perturbação não pode ser quantificada.

No tubo com estrangulamento, observa-se a mudança do regime laminar


para o turbulento devido ao fato de uma mesma quantidade de massa passar
por um diâmetro menor. Desta forma pode-se notar que equação (4), como a
velocidade é inversamente proporcional ao diâmetro, esta irá aumentar no
estrangulamento, e analisando a equação (5), observa-se que Reynolds é
diretamente proporcional a velocidade, portanto, como visualizado, irá
aumentar, caracterizando um regime turbulento. Quando as moléculas passam
pelo estrangulamento, ficam “apertadas” e assim tendem a aumentar a
velocidade. Com isso elas ganham maior contato umas com as outras, que
adquirem um movimento desordenado.

A fim de melhor descrever o tipo de escoamento do fluido analisado,


plotou-se o gráfico da vazão volumétrica versus número de Reynolds, com os
dados médios da tubulação sem estrangulamento, que está apresentado na
Figura 02.

Vazão volumétrica vs Reynolds


16000

14000

12000
Numero de Reynolds

10000

8000

6000

4000

2000

0
0 0,00001 0,00002 0,00003 0,00004 0,00005 0,00006 0,00007
Vazão volumétrica (m3/s)
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Figura 2: Gráfico da vazão volumétrica versus número de Reynolds.

Conforme pode-se notar o gráfico da Figura 02 o número de Reynolds


cresce linearmente com o aumento da vazão volumétrica em condições
experimentais constantes (temperatura, diâmetro e fluidos invariantes).
Entretanto não se torna possível realizar esta mesma analisa para a tubulação
com estrangulamento, devido à variação do diâmetro, no estrangulamento.

Os erros associados no procedimento experimental podem estar


associados, a erros do manipulador e instrumentais como no termômetro,
cronometro e na balança que variava a última casa decimal, também tem os
erros na leitura da medida d’agua presente na proveta, e a variação do tempo
marcado pelo cronometro durante a coleta.

O número de Reynolds e seus conceitos são de extrema importância em


grande escala, visto que na indústria muitos fluidos, como matéria prima e
produto final, são transportados por tubulações, nos variados ramos.
Geralmente em processos que requer troca de calor e mistura de elementos,
emprega-se o fluxo turbulento, o qual é na grande maioria utilizado nos
processo reais da engenharia. O coeficiente de Reynolds também é muito
importante para projetos hidráulicos, para dimensionamento de tubulações, e
permite a análise de qual tipo de tubo deve ser usado, e tipos de equipamentos
que deveram ser instalados (medidores de temperatura e de pressão, válvulas,
etc.), bem como a localização deste na extensão da tubulação. A análise do
Número de Reynolds também contribui no estudo de perda de carga de um
fluido, por exemplo, para tubulações extensas aplica-se fluxo laminar, visto que
este apresenta perda de carga mais baixa no sistema quando comparado com
outros fluxos.
14

3. CONCLUSÃO

Com o número de Reynolds é possível determinar através de cálculos


matemáticos qual é o real escoamento: laminar, transiente ou turbulento, sendo
possível identificar visualmente apenas o laminar e turbulento, já o transiente
pode-se observar qual é a predominância dos outros dois escoamentos. A
partir do experimento realizado, pôde-se predizer qual o estilo de escoamento
do fluido (água) obteve durante cada vazão, e comparar com a faixa de
classificação fornecida pela literatura. Os resultados do número de Reynolds
estiveram em concordância com visualizados durante a prática, na tubulação
com estrangulamento em todas as vazões e na tubulação sem
estrangulamento nas vazões alta e média, contradizendo apenas na vazão alta
que foi estabelecida pelo cálculo do número de Reynolds como transiente.

Após a execução do experimento e da análise dos cálculos, pôde-


se observar que ao variar a vazão do fluido, têm–se uma variação do número
do Reynolds ocorrendo de forma rápida. Em determinada vazão temos um
delineamento das partículas, onde existe o mínimo de agitação das várias
camadas do fluido. Em uma corrente de fluido que está acima de certa
velocidade média, há turbilhões de fluido movimentando-se de forma caótica e
desorganizada. Na qual foi possível enxergar com a adição, do corante azul de
metileno, à tubulação.

Apesar dos erros cometidos durante a prática, o experimento mostrou-se


eficiente para a determinação do número de Reynolds, que é um parâmetro de
extrema importância para dimensioná-lo tubulações, localização dos
equipamentos que precisam ser instalados na extensão da tubulação, entre
outros. Já que muitas vezes, na mecânica dos fluidos, certos problemas devem
ser resolvidos experimentalmente, utilizando modelos a serem relacionados
com os dados experimentais, desta forma, o número de Reynolds, sendo
adimensional, é amplamente usado como critério característicos para situações
de escoamento.
15

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRESOLIN, I. T. L.,DAMASCENO, J. W., JORGE, L. M. M.,Notas de


Aula: Laboratório de Engenharia Química I. Maringá: Universidade Estadual
de Maringá, 2003, 105 p.

INCROPERA, F.P. e WITT, D.P.- Fundamentos de Transferência de Calor e


Massa, 6ªedição, LTC - Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro, 2008.
HOEL, P. G. Estatística Elementar. 4ª edição. São Paulo: ATLAS, 1981;

PERRY, R. H.; GREEN, D. W.; MALONY, J. O. Perry’s Chemical Engineers’


Handbook (Manual de EngenhariaQuímica).7ª edição – 1997;

TOGINHO FILHO, D. O.,ANDRELLO, A. C.Catálogo de Experimentos do


Laboratório Integrado de Física Geral. Disponível
em:<http://www.leb.esalq.usp.br/aulas/lce5702/medicao.pdf>. Acesso em: 26
de abril de 2017;

VEIT, MARCIA TERESINHA, Apostila dos Roteiros da Disciplina de Laboratório


de Engenharia Química I, Toledo – PR, 2017.
16

5. APÊNDICE A

Para o cálculo da incerteza padrão combinada das funções avaliadas


utilizou-se a equação da propagação de erros ou desvios:

(06)

Onde é a incerteza da função avaliada (vazão, Reynolds, velocidade),


é a medida obtida em laboratório e é o erro da medida (HOEL, 1981).
Com os valores constantes de área da seção transversal ao fluxo
(2,55047 m²), densidade (997,172kg/m³) e viscosidade da água
(0,000907kg/m.s) foi possível aplicar a fórmula geral para cada caso específico,
como proposto a seguir:

1A. Vazão volumétrica a partir do volume de água coletada:

Considerando que a vazão volumétrica depende do volume e do tempo,


tem-se que:

(07)

Onde:
= incerteza do tempo (0,01s).

= incerteza do volume ( ).
17

2A. Vazão volumétrica a partir da massa de água coletada:

Considerando que esta vazão volumétrica depende da massa de água,


do tempo e da densidade, tem-se que:

(08)

Onde:

= incerteza do tempo (0,01 s)

= incerteza da massa (0,001 kg)

3A. Incerteza da velocidade a partir da vazão volumétrica calculada


com o volume de água coletada:

Considerando que a velocidade depende da vazão e a área da seção


transversal ao escoamento é constante, tem-se que:

(09)
Onde é calculado a partir da Equação 07 do Apêndice.
18

4A. Incerteza do Número de Reynolds


Considerando-se que o número de Reynolds depende da velocidade, e
esta, por sua vez, possui incerteza oriunda do volume de água coletada. Esta
incerteza da velocidade é calculada pela Equação 09.

(10)

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