EXPONDO AS ESCRITURAS – Exposição Bíblica com o Pastor Mário Luna – WhatsApp (021) 98232-4520

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TEXTO: 2 Coríntios 12.7-10

TEMA: O Espinho na Carne de Paulo e a Solução de Deus

INTRODUÇÃO
O programa Expondo as Escrituras hoje trata sobre “O Espinho na Carne de Paulo e a
Solução de Deus, baseado em 2 Coríntios 12.7-10.
Nessa exposição bíblica vamos aprender do que se tratava esse espinho na carne de Paulo,
quem colocou, qual seu motivo e o que Paulo aprendeu com isso.

I – O QUE PAULO DIZ ANTES DE FALAR SOBRE O ESPINHO NA CARNE? (12.1-6)

A segunda carta aos coríntios contém uma defesa pessoal do apóstolo Paulo. O texto que
estou fazendo essa exposição é uma resposta as acusações mentirosas de seus
oponentes. Esses oponentes se gloriavam de muitas coisas, pois, diziam que Paulo não
tinha experiências tão arrebatadoras quanto eles nem credenciais suficientes para o
apostolado. Paulo não queria se gloriar, porém para defender seu apostolado, ele precisou
mencionar a experiência a seguir.

1. Onde ele esteve? (12.1-3)

1 - Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do
Senhor.
2 - Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos (se no corpo, não sei; se fora do
corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado até ao terceiro céu.
3 - E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe)

2. O que ele ouviu? (12.4-6)

4 - foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis (que não podem ser expressas
em palavras), de que ao homem não é lícito falar.
5 - De um assim me gloriarei eu, mas de mim mesmo não me gloriarei, senão nas minhas
fraquezas.
6 - Porque, se quiser gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas deixo isso,
para que ninguém cuide de mim mais do que em mim vê (testemunho) ou de mim ouve
(pregação).

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II – O SOFRIMENTO DE PAULO – O ESPINHO NA CARNE (12.7)

Depois da glória vem a dor, depois de algo maravilhoso vem o sofrimento. Paulo muda sua
fala de visões celestiais para o espinho na carne.

1. O que era o espinho na carne de Paulo?

Um grande debate se concentra por séculos sobre o que seria o espinho na carne de Paulo.
Há muitas opiniões e nenhuma resposta conclusiva.
William Hendriksen nos informa o seguinte: “Entre as sugestões estão a epilepsia, a
histeria, a nevralgia, a depressão, problemas de visão (ver Gl 4.14, 15), malária, lepra,
reumatismo, um impedimento na fala (ver 10.10; 11.6), tentação, inimigos pessoais
(comparar com 11.13-15) e maus-tratos de um demônio. Essas teorias são habilmente
defendidas por estudiosos que conhecem tanto a literatura judaica quanto a vida de Paulo
descrita em Atos e nas epístolas. Certamente, algumas conjecturas são dignas de
consideração. Mas cada uma esbarra contra objeções de peso. Quer aconteça ter sido a
aflição de Paulo um problema externo ou interno, o resultado permanece o mesmo: nossas
teorias são meras suposições, pois não sabemos o que afligia o apóstolo.”
Entendemos que a intenção de Paulo não era descrever com detalhes o que seria esse
espinho na carne, pois se essa fosse sua intenção ele o teria feito. Paulo está focando em
quem colocou esse espinho e qual o propósito desse espinho na carne.

2. Que colocou o espinho na carne de Paulo?

7 - E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um
espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de
não me exaltar.
Paulo explica que esse espinho na carne veio por meio de um mensageiro de Satanás. É
preciso destacar aqui que Satanás não está agindo fora do controle de Deus. Ninguém em
todo o universo faz nada fora do controle de Deus. O próprio Deus o permiti agir para afligir
o apóstolo. Paulo se sentia atormentado com esse espinho. Deus tem maneiras misteriosas
para cumprir determinados propósitos na vida de seus servos. Ele permitiu também que
Satanás afligisse a Jó, ao ponto de Jó amaldiçoar o dia do seu nascimento. Trevas
profundas cercaram Jó, mas Deus continuava com seu servo.

3. Por que Deus permitiu esse espinho na carne de Paulo? (12.7b)

7 - E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um
espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não
me exaltar.
O motivo do espinho era conservar Paulo humilde e dependente de Deus. As manifestações
de Deus através de Paulo o poderiam deixar soberbo, exaltado ou arrogante.
O próprio Paulo já havia dito o seguinte: 2Co 4:7 na (ARC): Temos, porém, esse tesouro
em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.
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Hernandes Dias Lopes diz que “Paulo compara e contrasta o evangelista com o
evangelho; o pregador, com a pregação. O foco não deve estar no instrumento que prega
a mensagem, mas no conteúdo da mensagem. O homem é apenas um vaso de barro, frágil,
quebradiço e barato. Seu valor não é intrínseco. Mas dentro desse vaso existe um tesouro
de inestimável valor. Esse tesouro é o evangelho. O vaso é perecível, mas o evangelho é
imperecível. O vaso é frágil, mas o evangelho é poderoso. O vaso não tem beleza em si
mesmo, mas o evangelho traz o fulgor da glória de Deus na face de Cristo. O vaso se quebra
e precisa ser substituído, mas o evangelho é eterno e jamais pode ser mudado.”
Deus estava se manifestando a Paulo e por meio de Paulo e ele não poderia de forma
alguma se exaltar. Apesar de dolorosa, essa era uma medida protetiva por parte de Deus.
Ele permite o sofrimento para preservar, enquanto o inimigo quer usar o sofrimento para
destruir. Tudo vai depender de como nós enxergamos a situação que estamos vivendo.
Por fim algo interessante é digno de nota nessa parte. Quem estava trazendo dor para
Paulo era Satanás, porém para ele não se exaltar. Deus usa o inimigo em algo totalmente
contrário à sua natureza, pois para Satanás, seria ótimo ver Paulo se exaltando. Pois uma
vez que ele estivesse arrogante, estaria satisfazendo a vontade do Diabo.
1Ts 2:18 na (ARC) diz: Pelo que bem quisemos, uma e outra vez, ir ter convosco, pelo
menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu.
No versículo acima percebemos mais uma vez satanás agindo como opositor da obra,
porém, em (2Co 12.7), Deus muda as atividades de Satanás em benefício do reino de Deus.
Lembre-se: Deus continua no controle.

III – A SOLUÇÃO DE DEUS E A VITÓRIA DE PAULO (12.8-10)

1. A oração de Paulo (12.8)

8 - Acerca do qual três vezes orei ao Senhor, para que se desviasse de mim.
Por três vezes, ele implorou que Deus tirasse o espinho de sua carne. Paulo tem algo que
está o afligindo e suplica a Deus, não só uma, nem duas, mas três vezes para dar um fim
ao seu sofrimento. Em situações de sofrimentos aprendemos a nos aproximar mais de
Deus, as orações são mais constantes e reconhecemos total dependência de Deus.

2. A resposta de Deus (12.9)

9 - E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De
boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de
Cristo.
A resposta da oração de Paulo chegou. Porém, ao invés de dar a Paulo o que ele pediu, a
remoção do espinho; Deus lhe responde: “A minha graça te basta!” Nos dias que vivemos
uma resposta como essa não seria bem recebida por muitos de nós. Afinal, Paulo era um
servo fiel, alguns diriam: “Ele tem crédito no céu!”; outros diriam: “Ele dá sua vida pela obra,
vive em oração e jejuns!”, e acrescentariam: “Como assim? O espinho não será removido?
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Deus não vai honrar Paulo?” Para todas essas e outras indagações que possam surgir a
resposta é: PEDIDO NEGADO, E GRAÇA ABUNDANTE.
Mt 26:39 na (ARC) diz: E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando
e dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu
quero, mas como tu queres.
O Filho de Deus também orou para não tomar o cálice, mas, estava disposto a fazer a
vontade do Pai. A vontade do Pai era ele tomar o cálice. Havia uma missão para cumprir e
Jesus a cumpriu.
Uma semelhança é que nem Jesus nem Paulo tiveram o pedido atendido. Jesus foi para
sua morte na cruz e Paulo continuou a sofrer fisicamente pelo resto de sua vida terrena.
Deus explica ainda para Paulo porque não vai tirar o espinho da sua carne. Nem sempre
Deus faz isso. Por exemplo: Ele não explicou porque Jó passou por todo aquele sofrimento.
Paulo recebe um não e ao mesmo tempo um conforto enorme, pois a graça de Deus que é
seu favor imerecido, sua bondade, lhe dá poder para vencer as situações adversas diante
de suas deficiências humana.
Existe aqui uma correspondência entre fraqueza e poder de Deus. A fraqueza aqui não fala
de ser fraco porque vive cedendo ao pecado. Fala das limitações humanas. Onde diante de
situações como Paulo estava vivendo dependia muita mais ainda da graça de Deus.
Ao receber a resposta, Paulo não se revolta, não se sente abandonado por Deus, não se
comporta como um filhinho mimado que esperneia porque o Pai disse que não fará o que
ele pediu. O apóstolo então faz uma afirmação surpreendente: De boa vontade, pois, me
gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.
Paulo diz que muitíssimo alegre vai se gloriar nas fraquezas. Tudo que ele estava passando
por amor a Cristo, servia para que o poder de Cristo habitasse nele. O verbo habitar traz a
ideia de Deus habitando no meio do seu povo no tabernáculo. É por isso que reconhecer
nossas fragilidades humanas, nos leva a depender exclusivamente de Deus e assim por
meio da sua graça, seu poder se manifesta. Agora Paulo compreende a resposta de Deus.

3. Paulo compreende a solução de Deus (12.10)

Ele tem alegria em sofrer por amor a Cristo (12.10ª)

10 - Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então,
sou forte.
Paulo faz uma declaração usando um resumo de seus sofrimentos. Ele compreende que
esses sofrimentos, que inclui o espinho na carne, fazem parte de tudo o que ele passou,
passa e terá que passar para cumprir o ministério que recebeu de Cristo.
Afinal Jesus nunca o deixou enganado: At 9:15-16 na (ARC) diz: 15 - Disse-lhe, porém, o
Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos
gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. 16 - E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo
meu nome.

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Paulo coloca de forma mais detalhada seu sofrimento aqui:

2Co 11:23-28 na (ARC) diz:
23 - São ministros de Cristo? ( Falo como fora de mim. ) Eu ainda mais: em trabalhos, muito
mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas
vezes.
24 - Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um;
25 - três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio,
uma noite e um dia passei no abismo;
26 - em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos
dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto,
em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;
27 - em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas
vezes, em frio e nudez.
28 - Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas.
Devemos considerar que se Deus nos chamou para uma grande obra, enfrentaremos
grandes sofrimentos também por amor a Cristo e por isso dependemos unicamente da
Graça de Deus.

Ele aprendeu que estar fraco é ser forte (12.10b)

10 - Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições,
nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte.
Aqui lembramos de: Fp 4:13 na (ARC) diz: Posso todas as coisas (ou tudo posso) naquele
que me fortalece.
Um texto que não trata de conquistas de coisas materiais e sim de suportar tudo o que ele
tivesse que passar por amor a Cristo.
A conclusão chega a seu final com uma nota de triunfo: “Pois quando eu estou fraco,
então eu sou forte”.
Ele reitera o que escreveu no início desse versículo, a saber, que ele se deleita nas
fraquezas por amor a Cristo. Todas as coisas são realizadas por meio de e por amor a
Cristo, para que ele (Cristo) possa receber glória e honra.

CONCLUSÃO
Na exposição bíblica de hoje aprendemos que por causa da grandeza das revelações,
Paulo recebeu um espinho na carne que o levou a aprender que através de reconhecer
suas fragilidades, em meio aos sofrimentos por amor a Cristo, ele podia contar com a graça
de Deus. E assim se colocar na dependência de Dele para que o poder de Deus se
manifestasse. Você entendeu que servir a Deus envolve dependência total Dele e que
quanto menos contarmos com nossas forças, mais Deus poderá operar através de nós? A
minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.
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