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Direitos Humanos – Resumo prova de monitoria

1. CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS


1.1. PROCESSO DE CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS
Direitos humanos derivam da dignidade e valor inerente à pessoa humana, e esses são universais, inalienáveis e
igualitários. Isto significa que são inerentes a cada ser humano, não podem ser tirados ou alienados por qualquer
pessoa; e todos têm os direitos humanos em igual medida – independente do critério de raça, cor, sexo, idioma,
religião, política ou outro tipo de opinião, nacionalidade ou origem social, propriedades, nascimento ou outro status
qualquer.
"Os direitos fundamentais concebem-se, antes, nas ideias, nas lutas, nos movimentos sociais, nos atos heroicos
individuais, nas tensões políticas e sociais que antecedem as mudanças, como o ar pesado que prevê a tempestade.
Os direitos humanos foram, primeiro, crimes ditos políticos pelos quais muitas cabeças rolaram. Só depois vem o
Direito. Muito depois vêm os direitos. A humanidade caminha a passos largos. O direito a conquistá-la arrasta-se em
cadência muito mais lenta.” - Carmem Lúcia.
1.1.1. QUAL A ORIGEM DA COMPREENSÃO CONTEMPORÂNEA ACERCA DOS DIREITOS HUMANOS?
Cada marco da história humana, assim como diversos pensadores, apresentam uma contribuição significativa
para o atual conjunto de direitos individuais.
Um ramo do Direito não nasce do nada, pelo contrário, ele é oriundo de um processo histórico e social que
desemboca na consagração de diplomas normativos, com princípios e regras que dimensionam esse novo ramo.
No caso dos direitos humanos, seu cerne é a luta contra a opressão e busca do bem-estar.
Nesse sentido, compreende-se que os DH passaram por fases, que ao longo dos séculos ajudaram a sedimentar
o que conhecemos hoje.
1.1.2. CONCEITO DE DIREITOS HUMANOS
A expressão Direitos Humanos já diz, claramente, o que este significa. Direitos Humanos são os direitos do
homem. Diria que são direitos que visam resguardar os valores mais preciosos da pessoa humana, ou seja, direitos
que visam resguardar a solidariedade, a igualdade, a fraternidade, a liberdade, a dignidade da pessoa humana.
Direitos Humanos são um conjunto de prerrogativas consideradas indispensáveis para uma vida humana
pautada na liberdade, igualdade e dignidade. Eles representam valores, os quais são retratados implicitamente ou
explicitamente nas constituições ou nos tratados internacionais, para a promoção da dignidade humana.
Além disso, são um verdadeiro escudo protetivo contra o abuso de poder estatal, ou seja, são - quando
positivados em uma constituição - um instrumento de limitação do poder do Estado, impondo barreiras à
intromissão indevida do Estado na vida privada dos cidadãos.
"Por direitos humanos ou direitos do homem são, modernamente, entendidos aqueles direitos fundamentais que o
homem possui pelo fato de ser homem, por sua própria natureza humana, pela dignidade que a ela é inerente. São
direitos que não resultam de uma concessão da sociedade política. Pelo contrário, são direitos que a sociedade
política tem o dever de consagrar e garantir". - João Baptista Herkenhoff.
1.1.3. CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DOS DIREITOS HUMANOS
I. Universalidade
Consiste no reconhecimento de que Direitos Humanos são direitos de todos, sem distinção.
II. Essencialidade
Implica que os Direitos Humanos apresentam valores indispensáveis e que todos devem protegê-los.
III. Superioridade Normativa
Os Direitos Humanos são superiores as demais normas, não se admitindo o sacrifício de um direito essencial
para atender as razões do Estado.
“O primeiro direito de todo indivíduo é o direito a ter direitos” – Hannah Arend.
“direito a ter direitos: uma prerrogativa básica, que qualifica como fato de viabilização dos demais direitos” – Celso
de Mello (STF).
1.2. PRINCIPAIS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E CONTEXTO DE PRODUÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
1.2.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA E PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
 DEMOCRACIA ATENIENSE
 Democracia participativa na pólis (Os cidadãos participavam ativamente das decisões políticas – lembrando que o
conceito de cidadania na época não abrangia toda a população existente, a exemplo de mulheres e de escravos).
 Platão já defendia os conceitos de igualdade e bem-comum.
 Aristóteles defendia que deveríamos, sempre, agir com justiça.
 A antiguidade grega também estimulou a reflexão sobre a superioridade de determinadas normas, mesmo em
função da vontade contrária do poder do Estado.
 SOCIEDADE ROMANA
 Uma contribuição importante do direito romano, não só para os DH, mas para o Direito como um todo foi o
princípio da legalidade, o qual dizia que um direito só era legítimo se estivesse escrito.
 Além disso, conceitos como propriedade, liberdade e personalidade jurídica foram formulados pela primeira vez.
 Jus gentium: o direito aplicado a todos, romanos ou não.
 ESTADOS PRÉ-CONSTITUCIONAIS
 Para Benjamin Constant, há duas percepções de liberdade: “a liberdade dos antigos” e a “liberdade dos
modernos”.
 Antigos: liberdade era participação da vida social na cidade – gregos.
 Modernos: liberdade era possibilidade de atuar sem amarras na vida privada – iluministas.
 Ou seja, na antiguidade não havia normas de contenção do poder estatal: o Estado podia tudo.
 HOBBES
 “O homem é o lobo do próprio homem”
 O homem é egoísta por natureza e capaz de usar violência para atingir tudo o que almeja.
 Então, faz-se necessário uma força superior para garantir a ordem social: o Estado.
 O Estado, personificado no Soberano, deveria ter poder absoluto, pois só assim haveria “ordem na casa”.
 Forte centralização do poder na figura do rei.
 O soberano podia tudo: estado absoluto.
 Contudo, sufocava a sociedade em todos os âmbitos: político, religioso, jurídico, econômico...
 Tribunal da Santa Inquisição.
 Liberdade de pensamento: Copérnico e Galileu.
 Condenação sem o direito de defesa ou o contraditório.
 Cobrava uma pesada carga tributária para financiar guerras.
 Intromissão indevida na esfera privada.
 O ESTADO ABSOLUTO
 Sufocava a sociedade em todos os âmbitos da vida: religioso, econômico, político, jurídico...
 Tribunal da Santa Inquisição, tinha por fito acabar com os “hereges”.
 Perseguições de Copérnico e Galileu.
 Pesada carga de cobrança tributária para financiar vontades reais.
 No âmbito da repressão penal, o Estado condenava sem garantir o direito de defesa.
 O governante estava no poder por vontade divina.
 Estado absoluto: ausência de garantias processuais, de liberdade econômica, de liberdade política, de intolerância
religiosa.
1.2.2. DOCUMENTOS HISTÓRICOS
 MAGNA CARTA, JOÃO SEM TERRA, 1215
 Cruzadas.
 Ricardo Coração de Leão deixa a Inglaterra sob tutela do irmão: João, o sem-terra.
 João inicia vários conflitos internacionais, o que culminou na cobrança abusiva de impostos e no autoritarismo
excessivo do Estado, gerando um panorama de insatisfação popular.
 Magna Carta: documento que deu origem aos direitos fundamentais.
 Medidas monárquicas passavam pelo crivo do conselho - formado por barões e comerciantes.
 Origem de princípios, como o da legalidade e o da irretroatividade.
 No início do século XIII, os reinos da Inglaterra e da França envolveram-se em intensas guerras motivadas por
posse de territórios. Um dos momentos cruciais dessas guerras foi a Batalha de Bouvines, ocorrida em 1214, quando
o então rei inglês era João Sem Terra. A vitória nessa batalha foi dos franceses, que de João Sem Terra tomaram a
região importante do Ducado da Normandia. Para tentar reaver o território perdido e continuar a luta contra os
franceses, João Sem Terra aumentou os tributos dos barões ingleses, provocando a insatisfação desses últimos.
 A arbitrariedade de João Sem Terra levou os barões a se organizarem para pressionar o rei, pois não concordavam
com seus gastos bélicos. Do outro lado, os membros da Igreja Católica na Inglaterra também se queixavam do abuso
que o rei fazia da investidura, isto é, do ato de nomear (“investir”) clérigos para cargos importantes dentro de
bispados do reino inglês. João Sem Terra procurava também submeter o clero à condição de vassalagem do seu
reino. 
 A situação do rei foi ficando progressivamente grave, pois reuniu contra si a oposição dos nobres e do clero.  Foi
então que o cardeal Longton e alguns dos barões elaboraram o texto da Magna Carta.
 João Sem Terra, acuado, assinou o documento em 15 de julho de 1215, em Runnymede. Esse documento previa a
garantia de plenos direitos aos “homens livres” da Inglaterra, por parte do rei, que não deveria abusar de seu poder
para coagi-los. Homens livres, naquele contexto, indicavam homens de posses, membros da nobreza.
 LEI DO HABEAS CORPUS, 1679
 Foi uma resposta antagônica às prisões arbitrárias e injustificáveis do Estado.
 O writ de Habeas Corpus de 1679 é um documento unanimemente colocado à base da democracia moderna,
considerado um marco da inscrição das liberdades individuais no seio de uma sociedade marcadamente
absolutista, como era a sociedade inglesa do século XVII.
 A Lei de Habeas Corpus foi designada como “uma lei para melhor garantir a liberdade do súdito e para
prevenção das prisões no ultramar”, e visava garantir a proteção da liberdade de locomoção
 Essa lei teve como característica marcante o fortalecimento da ordem judicial de concessão do  habeas corpus,
implicando, inclusive, em imposição de multa reparatória em favor do preso, a ser paga pelo detentor, bem como
na perda do cargo, em se tratando de funcionário público desobediente.
 No Brasil, o habeas corpus só foi expressamente introduzido com o Código de Processo Criminal de 1832.
 A luta histórica por um instrumento hábil a garantir a liberdade de locomoção dos indivíduos permitiu o
surgimento do habeas corpus na Inglaterra medieval. A liberdade de locomoção pode ser vista como o primeiro
direito individual reconhecido pelo Estado, invertendo a lógica, até então vigente, do indivíduo enquanto detentor
somente de deveres para com o Estado.
As conquistas gradativas dessa liberdade permitiram a ampliação da luta e da criação de novos institutos para a
garantia de outros direitos, modificando, inclusive a concepção acerca do alcance e da efetividade destes. É
inegável, portanto, a contribuição do habeas corpus e de sua história para a concepção vigente de direitos
humanos e sua afirmação nas sociedades contemporâneas.
 BILL OF RIGHTS, 1689
 Supremacia do parlamento e o império da lei.
 O rei reina mas não governa.
 Um dos principais objetivos da declaração é limitar o poder do monarca na Inglaterra e dar mais poder ao
Parlamento, representando sua soberania sobre o rei. A monarquia parlamentar foi instituída e o absolutismo inglês
terminava.
 A declaração garantiu a liberdade individual, incluindo a liberdade de imprensa e o direito à propriedade privada,
e definiu os deveres dos cidadãos ingleses, que deixavam de ser súditos. 
 O povo, neste caso, foi representado pelo Parlamento.
 A Revolução Inglesa, encerrada com o fim da Revolução Gloriosa, e a Declaração de Direitos de 1689 fortaleceram
a burguesia e o liberalismo na Inglaterra, contribuindo para o desenvolvimento do capitalismo e formando um
cenário propício ao pioneirismo inglês na Revolução Industrial do século XVIII.
 DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO, 1789
  Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (em francês: Déclaration des Droits de l'Homme et du Citoyen)
é um documento culminante da Revolução Francesa, que define os direitos individuais e coletivos dos homens
(tomada, teoricamente, a palavra na acepção de "seres humanos") como universais.
 Ela define direitos "naturais e imprescritíveis" como a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à
opressão. A Declaração reconhece também a igualdade, especialmente perante a lei e a justiça. Por fim, ela reforça o
princípio da separação entre os poderes.
 Centrada na ideia de definir os direitos individuais e coletivos dos homens como universais, o documento se
propõe a promover a liberdade, igualdade e fraternidade. O documento, com 17 artigos e um preâmbulo dos ideais
libertários e liberais da Revolução Francesa, representa um marco importantíssimo, pois foi a partir dele que outros
surgiram, sempre defendendo os direitos da pessoa humana.
 DECLARAÇÃO DO BOM POVO DA VIRGÍNIA
 A Declaração de Virgínia, feita em 16/06/1776, proclamou o direito à vida, à liberdade e à propriedade. Outros
direitos humanos foram expressos na declaração, como o princípio da legalidade, a liberdade de imprensa e a
liberdade religiosa.
 CONSTITUIÇÃO FRANCESA DE 1848
 A constituição de 1848, por tudo isso, foi composta como uma obra de compromisso. De um lado, entre o
liberalismo – claramente afirmado com a declaração preambular de redução gradual das despesas públicas e dos
impostos – e o socialismo democrático. Compromisso, de outro lado, entre os valores conservadores – a Família, a
Propriedade e a Ordem pública, invocados com letra maiúscula no inciso IV do preâmbulo – e o progresso e a
civilização (preâmbulo, inciso I).
 A instituição de deveres sociais do Estado para com a classe trabalhadora e os necessitados em geral, aponta para
a criação do que viria a ser o Estado do Bem-Estar Social, no século XX.
 A par desses inegáveis avanços no campo de direitos humanos, a Constituição de 1848 foi, no entanto,
responsável por um dos piores abusos cometidos na França no campo das relações exteriores, ao declarar que “o
território da Argélia e das colônias é território francês” (art. 109), uma disposição claramente contraditória com o
princípio afirmado no preâmbulo, segundo o qual a República Francesa “não emprega nunca suas forças contra a
liberdade de povo algum”.
 CONVENÇÃO DE GENEBRA (1864 E 1929)
 Ela inaugura o que se convencionou chamar direito humanitário, em matéria internacional; isto é, o conjunto das
leis e costumes da guerra, visando minorar o sofrimento de soldados doentes e feridos, bem como de populações
civis atingidas por um conflito bélico. É a primeira introdução dos direitos humanos na esfera internacional.
 A violação dos princípios e normas do direito humanitário, durante uma conflagração armada, pode por
conseguintes representar, ele também, em crime de guerra.
 DECLARAÇÃO AMERICANA DOS DIREITOS E DEVERES DO HOMEM, ABRIL, 1948
 “ Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos e, como são dotados pela natureza de razão e
consciência, devem proceder fraternalmente uns para com os outros.”
 Historicamente, este foi o primeiro instrumento internacional que declara direitos humanos,
antecipando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada seis meses depois.
 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, DEZEMBRO, 1948
 A finalidade do documento, além de marcar um novo caminho em oposição ao conflito (2ª Guerra Mundial), foi
de promover a organização de princípios uniformes sobre a paz e a democracia, bem como o fortalecimento dos
Direitos Humanos.
 A Declaração Universal do Direitos Humanos constitui-se, portanto, como um guia de ação, um conjunto de
princípios regulatórios, não só das ações estatais, como dos próprios cidadãos. Os direitos nela contidos contemplam
os conceitos de cidadania, democracia e paz.
 PACTOS – CIVIS E POLÍTICOS / ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS, 1966
 O conhecimento do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais torna-se fundamental, eis
que suas prescrições em boa parte ampliam as disposições contidas no Título II da Constituição Federal de 1988, ou
em artigos do Título VIII, versando sobre a saúde, a educação, a cultura etc. Mais além, o tratado tem a considerável
qualidade de sistematizar a matéria, não apenas por abrigar sob um mesmo teto todos os direitos sociais, mas por
permitir que se enxergue suas características comuns, bem como sua relação com os direitos humanos de outra
espécie. De fato, como resultado do mesmo esforço que gerou o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais, o tratado ora em estudo forma, com aquele, unidade indivisível, enfatizando o caráter
interdependente e complementar dos direitos humanos.

1.3. A IMPORTÂNCIA DAS REVOLUÇÕES LIBERAIS E SEUS PRINCIPAIS MARCOS REGULATÓRIOS RELACIONADOS AOS
DIREITOS HUMANOS
 Foram uma mudança significativa na política mundial.
 O Estado absoluto, a partir delas, cedeu lugar para o Estado Democrático de Direito.
 Influência significativa do Iluminismo .
 Era o reflexo claro da vitória da burguesia.
 Primeiras declarações de direitos.
 Processos de constitucionalização.
 Resultado: garantias processuais, igualdade formal, direitos políticos, propriedade, liberdade.
1.3.1. INDEPENDÊNCIA DOS EUA
 Norteado especialmente pelos princípios iluministas, delimitava de forma clara a ideia de propriedade privada,
estabelecendo limites para a interferência estatal.
 Liberdades individuais e livre comércio.
 Foi uma resposta ao despotismo da metrópole inglesa: cobrança excessiva de impostos e invasão às terras
alheias.
 Primeira constituição do mundo: a constituição norte-americana.
 DECLARAÇÃO DO BOM POVO DA VIRGÍNIA
 Defesa das liberdades públicas contra o absolutismo do rei.
 18 artigos:
“todos os homens são, por natureza, igualmente livres e independentes”.
“todo poder é inerente ao povo e, consequentemente, dele procede.
 DECLARAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
 Todos os homens são criados iguais, sendo-lhes conferidos pelo seu Criador certos direitos inalienáveis, como
Vida, Liberdade e a busca da Felicidade.
1.3.2. REVOLUÇÃO FRANCESA
 Insatisfação popular, especialmente burguesa.
 Crise financeira.
 População passava fome.
 Rei Luís XVI.
 Madame déficit: Maria Antonieta.
 Insurgência: queda da bastilha.
 Assembleia Nacional Constituinte: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789.
 Jacobinos e Girondinos.

2. PRINCIPAIS TRATADOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANIS


2.1. DISPOSITIVOS INTERNACIONAIS QUE CONFEREM PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS NO ÂMBITO GLOBAL
2.1.1. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS DE 1948.
 O sistema internacional de proteção aos Direitos Humanos é um fenômeno do pós-guerra, pois surge em
decorrência das monstruosas violações à existência do ser humano na era Hitler, conforme afirma Thomas
Buergenthal.
 A Declaração se impõe como um código de atuação e de conduta para os Estados integrantes da comunidade
internacional.
 teve aprovação unânime de 48 Estado, com 8 abstenções.
 A Declaração Universal não tem força de lei, pois é uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas.
 Assim, surge um processo de “juridicização” da Declaração, com a elaboração de tratados internacionais
distintos que passaram a incorporar os direitos constantes da Declaração.
2.1.2. PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
 Obrigação do Estado de proteger os indivíduos contra a violação de seus direitos perpetrados por entes
privados.
 Direito à vida.
 Direito de não ser submetido a tortura ou a qualquer tratamento cruel.
 Direito a não ser escravizado.
 Direito a se casar.
 O Pacto traz direitos também não incluídos na DUDH.
 Direito de não ser preso em razão de descumprimento contratual.
 Direito da criança ao nome e à nacionalidade.
 Proteção dos direitos das minorias.
 Direito à autoderminação.
2.1.3. PACTO DOS DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS
 Enquanto o Pacto dos Direitos Civis estabelece direitos endereçados aos indivíduos, o Pacto de Direitos
Econômicos estabelece deveres endereçados aos Estados.
 Por exemplo: enquanto o primeiro pacto fala “todos têm direito à”, ou outro pacto fala “os Estados-partes
reconhecem o direito à”.
 O Pacto dos Direitos Econômicos destaca direitos eleitorais, acesso ao judiciário, segurança pública....
2.1.4. CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL
 O procedente histórico para o surgimento dessa Convenção foi a entrada de 17 novos países africanos nas
Nações Unidas.
 A prioridade foi a formulação de dispositivos para a erradicação do racismo.
 Artigo 1: “discriminação racial é qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em cor, raça,
descendência ou origem nacional ou étnica, que tenha o propósito ou efeito de anular ou prejudicar. o
reconhecimento, gozo ou exercício em pé de igualdade dos direitos humanos e liberdades fundamentais..”
 Assim, discriminação significa desigualdade.
2.1.5. CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER
 Aprovada em maio de 1979.
 influenciada pela Primeira Conferência Mundial sobre a Mulher.
 igualdade entre homens e mulheres na família foi alvo de críticas por países asiáticos: Bangladesh e Egito acusam
ONU de imperialismo cultural e intolerância religiosa.
 Objetivos: eliminar a discriminação e assegurar a igualdade.
 ler artigo 1°.
 Artigo 4: ações afirmativas como medida para acelerar processo de obtenção da igualdade.
 O Estado deve eliminar a violência contra a mulher, não invocando qualquer costume, tradição ou consideração
religiosa para afastar suas obrigações em se tratando do que foi exposto.
2.1.6. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO: IGUALDADE DE GÊNERO NO MUNDO DO TRABALHO
 A OIT tem 12 convenções que dispõem sobre a proteção à mulher e a igualdade de gênero. Somente seis dessas
convenções foram ratificadas no Brasil.
 Em geral, tais convenções falam sobre:
 Remuneração igual para um trabalho de igual valor.
 Garantia e ampliação da proteção legal à maternidade.
 E direitos que possam promover o equilíbrio entre maternidade, paternidade, responsabilidades familiares e o
trabalho.
2.2. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO AOS DIEITOS HUMANOS NA ESFERA REGIONAL
2.2.1. A PRINCÍPIO, VAMOS COMPREENDER O QUE É A ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA):
O pós-segunda guerra mundial mobilizou a comunidade internacional no que se refere à criação de um
sistema internacional de comunicação entre as nações, a exemplo do surgimento da ONU e da União Europeia.
Sendo assim, a OEA emerge no mesmo sentido; contudo há uma motivação latente na formulação desse organismo:
a necessidade estadunidense de reafirmar sua força política no continente americano.
Portanto, em 30 de abril de 1948, no seio da Guerra Fria, nasce a Organização dos Estados Americanos, com
uma proposta de multilateralismo no continente americano. Nesse mesmo ano, além da Carta da OEA, é assinada a
Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem.
2.2.2. SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
 A CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA)
O Pacto de San José é o principal instrumento do sistema interamericano. As negociações no que tange ao texto
da Convenção se iniciaram em 1959, porém os debates somente tiveram seu fim em 1969. Essa lacuna de dez anos
ocorre em razão de a maioria dos Estados que faziam parte OEA se encontrarem sob regimes militares, significando
que não havia uma democracia consolidada no continente americano. Portanto, cumprir com o Pacto era inviável
para a maioria na época. Além disso, é válido destacar que a Convenção Americana somente entrou em vigor em
1978, pois não tinha conquistado o número mínimo de ratificações para se estabelecer.
Os Estados que se tornam parte do Pacto de San José da Costa Rica concordam em respeitar e assegurar o pleno
exercício de Direitos Civis e Políticos, como:
 Não ser submetido à escravidão.
 Direito à liberdade.
 Direito à Educação.
 O direito à personalidade jurídica.
 O direito à compensação por erro judiciário.
 O direito à liberdade de pensamento.
Destaca-se, ainda, que a Convenção é complementar ao direito interno dos Estados-parte, ou seja, a Convenção
atua na falta de garantia total ou parcial de Direitos Humanos, depois de esgotados os recursos da jurisdição interna.
Por fim, com o fito de estabelecer funções de monitoramento e proteção dos direitos humanos, o sistema
interamericano dispõe de dois órgãos: a Comissão e a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
 A COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
A função da Comissão é promover a observância e a proteção dos Direitos Humanos na América, ou seja,
fiscalizar o pleno exercício da Convenção Interamericana:
 Fazer recomendações aos governos dos Estados-partes.
 Prever a adoção de medidas adequadas à proteção dos Direitos Humanos.
 Preparar estudos e relatórios.
 Solicitar aos governos informações relativas às medidas por eles adotadas no que tange a efetivação do Pacto de
San José.
Além disso, a Comissão tem por função ser a comunicação entre indivíduos e a Corte Interamericana de Direitos
Humanos, analisando petições de casos encaminhado à comissão para serem observados pela Corte.
Quanto a composição da Comissão: é composta por 7 membros que podem ser nacionais de qualquer Estado-
membro, sendo eleitos por um período de 4 anos.
 A CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
 Quanto às atribuições da Corte:
A princípio, possui natureza consultiva, relativa à interpretação das disposições da Convenção Americana,
assim como de tratados concernentes à proteção dos Direitos Humanos.
Em segundo lugar, possui caráter jurisdicional, referente a solução de controvérsias que se apresentam
acerca da interpretação ou aplicação da própria Convenção.
 Quanto à Composição:
A corte é composta por sete juízes nacionais de Estados-membros da OEA, eleitos a título pessoal pelos
Estados-partes da Convenção.
2.3. DISTINÇÃO DOS PRINCIPAIS DOCUMENTOS HISTÓRICOS QUE MARCAM A TRANSFORMAÇÃO DOS DIREITOS
HUMANOS

2.4. PAPEL DOS DIREITOS HUMNAOS NA CONSTRUÇÃO DO DIREITO E DO ESTADO CONTEMPORÂNEO


2.4.1. ONDE SE ENCONTRA OS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS NA HIERARQUIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO
BRASILEIRO?
I. A princípio, esta era a forma que a Constituição Federal tratava dispositivos cuja matéria é Direitos Humanos:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta  Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.”
Nota-se, que, apesar de o parágrafo segundo falar sobre os tratados internacionais de Direitos Humanos, há uma
lacuna no que se refere à incorporação dos tratados de direitos humanos na ordem jurídica brasileira. Por exemplo,
“eles estão acima da Constituição ou na Constituição?”; “uma lei ordinária é superior a um tratado ou um tratado é
superior a uma lei ordinária?”. Observa-se que, à época, não se sabia a exata posição de um tratado de direitos
humanos.
II. Assim, surgiu a Emenda Constitucional número 45, de 30 de dezembro de 2004, a qual incluiu o parágrafo 3º no
artigo 5º da Constituição Federal de 1988, com o escopo de findar os debates acerca da posição dos tratados:
“§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº  45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste
parágrafo).”
Importante: Portanto, a partir da emenda 45, os tratados internacionais de direitos humanos - especificamente -
passam a ser equivalente às emendas constitucionais.
III. Contudo, apesar do que foi exposto, surge outro debate: onde se encontram os tratados de direitos humanos
aprovados antes da emenda constitucional 45? Por exemplo, A Declaração Universal de Direitos Humanos (1948) e o
Pacto de San José da Costa Rica (entrou em vigor 1992).
Esse impasse surge quando o Supremo Tribunal Federal julga o Recurso Extraordinário (RE) 466.343-1/SP, o
qual versa sobre a inconstitucionalidade da prisão civil do depositário infiel em razão do Pacto de San José da Costa
Rica (artigo 7°).
A questão é: a Convenção Americana entrou em vigor em 1992; portanto ela não está abarcada pela Emenda
Constitucional 45. Nessa lógica, surge a dúvida quanto a posição dos tratados assinados antes da emenda 45.
IV. Decisão do Supremo Tribunal Federal:
Importante: Os tratados de direitos humanos não recepcionados na forma do §3° do artigo 5º da Carta
Magna permanecem na condição de norma supralegal, ou seja, abaixo da Constituição, porém acima das normas
infraconstitucionais (leis ordinárias, decretos, MPs...). Assim, toda lei deve ser interpretada sob a ótica da
Constituição, bem como dos tratados de direitos humanos, cujo Brasil seja signatário.
Resumindo:
 Havia uma dúvida quanto a posição dos tratados no ordenamento jurídico brasileiro.
 emenda 45 acaba com essa dúvida: tratados serão equivalentes às emendas constitucionais.
 E os tratados assinados antes da emenda 45?
 Tratados assinados antes da emenda 45 são normas supralegais.
2.4.2. TEORIA GERAL DE RECEPÇAO DO DIREITO BRASILEIRO
O Poder Executivo - o chefe de Estado, representantes do governo, diplomatas... - assina o tratado internacional,
conferindo autenticidade no que concerne à existência do tratado. Em seguida, ocorre a aprovação do tratado pelo
Congresso Nacional, por meio de um decreto legislativo. Por fim, após aprovado pela Casa Legislativa, há o ato de
ratificação pelo Poder Executivo, configurando o aceite definitivo pelo Estado e produzindo obrigações no plano
internacional.
2.5. A IMPORTÂNCIA DO CONTEÚDO CONTIDO NOS PRINCIPAIS TARTADOS DE DIREITOS HUMANOS EM BUSCA DA
CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE JUSTA, EQUITATIVA E DEMOCRÁTICA.
2.5.1. O QUE SÃO TRATADOS INTERNACIONAIS?
Os tratados, cartas, convênios internacionais são acordos celebrados entre sujeitos de Direito Internacional, ou
seja, Estados. Essa pactuação entre nações constituem a principal fonte de obrigação do Direito Internacional.
O processo de formação dos tratados consiste nos seguintes passos:
I. Negociação.
II. Conclusão.
III. Assinatura.
2.5.2. LEI DOS TRATADOS
A partir do momento em que se compreende a definição de tratado internacional, torna-se necessário formular
um ritual para regular o processo de construção desses tratados, nascendo, assim, a Convenção de Viena de 1969:
Lei dos Tratados.
 REGRAS PRINCIPAIS:
 Tratados internacionais somente se aplicam aos Estados-partes: nações que por livre e espontânea vontade
aderiram os tratados, tornando-se signatários.
 Artigo 27: Uma parte não pode invocar disposições de seu direito interno como justificativa para o não
cumprimento do tratado.
 Nota-se, então, que há obrigações jurídicas no plano internacional.
 Estados não podem ser obrigados a se tornarem signatários de um tratado.

3. SISTEMAS DE PROTEÇÃO INTERNACIONAL AOS DIREITOS HUMANOS


I. Sistema Global de proteção
 ONU, CDH, CIJ, TPI
II. Sistema Regional de Proteção
 Sistema interamericano, Sistema europeu e Sistema Africano
III. Sistema Nacional de Proteção
 Construção, Tribunais Constitucionais e o Poder Judiciário como um todo
3.1. PRECEDENTES DO SISTEMA
I. Direito humanitário
Componentes do direito Internacional da Guerra
II. Liga das Nações
 Pós Primeira Guerra Mundial
III. Organização Internacional do Trabalho
 Pós Primeira Guerra Mundial
OBS: O ser humano precisa ser sujeito de direitos no âmbito global
3.2. PRIMEIROS PASSOS PARA UMA SISTEMÁTICA GLOBAL PROTETIVA
 TRIBUNAL DE NURENBERG (NOVEMBRO DE 1945 – OUTUBRO DE 1946)
 Artigo 6º do acordo de Londres: "São crimes sob a jurisdição desta Corte:
a) Crime contra a Paz
Incitar ações de guerra que transgridam tratados internacionais
b) Crimes de guerra
Assassinato, tratamento cruel, deportação de civis que estejam em território ocupado
c) Crimes contra a humanidade
Extermínio, escravidão, perseguições baseadas em critérios raciais
 TRIBUNAL INTERNACIONAL MILITAR PARA O EXTREMO ORIENTE
 Tinha como base a Carta de Londres de 1945
 Bem como os precedentes criados pelo Tribunal de Nuremberg
 Tal como o Tribunal de Nuremberg, era um tribunal "ex-post-facto"
 Carta da ONU de 1945
 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS DE 1948
 Principal instrumento que universaliza a ideia de Direitos Humanos
 OBS: Há uma inter-relação entre a Carta da ONU e a DUDH
3.3. SISTEMÁTICA GLOBAL DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS
Há conflitos entra os sistemas jurídicos dos países e o sistema internacional? Não, os sistemas internacionais
são secundários aos sistemas jurídicos do país, portanto, o estado possui a função primária de proteção dos direitos
humanos. O sistema internacional só age na omissão ou deficiência do Estado.
 TRATADOS:
 Pacto internacional dos direitos civis e políticos
 Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis [..]
 Pacto internacional dos direitos econômicos, sociais e culturais
 Convenção Internacional sobre a eliminação de todas as formas discriminação racial
 Convenção para prevenção e repressão do crime de genocídio
Art 2º: Genocídio é qualquer dos seguintes atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte,
um grupo nacional, racial ou religioso
a) Assassinato de membros do grupo
b) Dano grave a integridade física ou mental de membros do grupo
c) Submissão intencional do grupo a condições de existência que lhe ocasionassem a destruição física total ou parcial
d) Impedir nascimentos no seio do grupo
e) Transferência forçada de crianças de um grupo para outro grupo
Ex: Genocídio Armênio (1914 - 1918) e Genocídio em Ruanda (1994)
 Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher
 TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL
Art. 5º do Estatuto de Roma: "É de competência do Tribunal Penal Internacional julgar os seguintes crimes":
a) Crime de genocídio
 Definido no artigo 2º da Constituição
b) Crimes contra a humanidade
 Assassinatos, massacre, uso militar de crianças, "apartheid"...
c) Crimes de guerra
 Torturar prisioneiros de guerra. Lançar ataques propositais contra civis.
d) Crimes de agressão
 Atos que coloquem em risco a soberania ou a integridade territorial de um estado.
3.4. CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS DE PROTEÇÃO INTERNACIONAL AOS DIREITOS HUMANOS
 Baseia-se em um conjunto de normas, órgãos e mecanismos
 Surgiram no contexto do pós-guerras
 Têm o intuito de promover a universalização da proteção dos Direitos Humanos
 São divididos em dois sistemas que coexistem: Sistema Global e Sistema Regional (dando ênfase aos sistemas
regionais Europeu, Africano e Interamericano
 SISTEMA GLOBAL DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS
 É exercido pelas nações unidas
 As nações unidas atuam por meio de duas normas: As normas de âmbito geral (voltadas para a proteção de todos
os indivíduos, de forma genérica e abstrata. Ex: Pacto sobre Direitos Civis e Políticos...) e as normas de alcance
especial (são destinadas a indivíduos e grupos específicos, como refugiados, mulheres, crianças, entre outros, os
quais apresentam peculiaridades que justificam a necessidade de proteção específica no tocante aos direitos
humanos. Ex: Convenção sobre os Direitos da Criança...)
 Servem para monitorar, fiscalizar e supervisionar o cumprimento de ambas as normas.
 Conta com dois tipos de procedimentos: Convencionais (têm previsão expressa em tratados, pactos e convenções
internacionais, e são supervisionados pelos Comitês Internacionais, seguindo os sistemas de denúncias,
investigações e relatórios) e não convencionais (não têm previsão previa expressa em tratados, sendo, portanto,
específicos e acionados em caso de não assinatura dos tratados internacionais, ocasião na qual se utiliza do sistema
de ações urgentes).
 SISTEMA REGIONAL DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS
 Apresenta meio homogeneidade entre seus membros quando comparados com Sistema Global, tornando seus
mecanismos de proteção relativamente mais eficazes.
 Fazem parte de sistemas de integração nacional, cujas atribuições vão além de apenas a defesa dos Direitos
Humanos.

4. AS CONSTITUIÇÕES E OS DIREITOS HUMANOS


Esse novo tratamento aos direitos humanos impõe-se de modo irreversível, pela conjunção de dois
significativos fatores: Por um lado, a atribuição expressa de funções, pelos próprios tratados de direitos humanos,
aos órgãos públicos do Estado; e, por outro, a referência expressa, por parte de um número crescente de
Constituições contemporâneas, aos direitos consagrados nos tratados de direitos humanos, incorporando-os ao
elenco dos direitos garantidos no plano do direito interno.
A Constitucionalização dos Direitos é a força motriz para a efetivação desse processo paulatino de
internalização dos Direitos Humanos.
4.1. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE CONSTITUCIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO ÂMBITO DO ESTADO
NACIONAL

4.2. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO ÂMBITO DO ESTADO NACIONAL LIGAÇÕES DO


PROCESSO COM A MATRIZ IDEOLÓGICA DO TEXTO CONSTITUCIONAL

4.3. POSIÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DENTRO DA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA


4.3.1. Hierarquia I
1: Constituição Federal (1988)
2: Lei complementar
3: Lei ordinária
4: Lei delegada
5: Norma equiparada
OBS I: a2, a3, a4 e a5 são normas Infraconstitucionais (tudo que está abaixo da constituição são normas
infraconstitucionais, elas precisam estar de acordo com a constituição)
OBS II: Emenda constitucional:
 Quando o congresso sente a necessidade de alterar a constituição.
 Para chegar na Emenda, precisa passar pelas duas casas do congresso.
 Pode modificar, tirar ou mudar algo da constituição.
 Norma constitucional
4.3.2. Hierarquia II (pós emenda 45)
1: Constituição Federal (1988)
2: Norma Supralegal (ou Supraestatal)
3: Lei complementar
4: Lei ordinária
5: Lei delegada
6: Norma equiparada
OBS: (As Normas Supralegais estão abaixo da constituição, mas estão acima das normas infraconstitucionais)
4.4. IMPORTÂNCIA DA POSITIVAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO TEXTO CONSTITUCIONAL

5. DEMOCRACIA E DIREITOS HUMANOS


5.1. MECANISMOS INSTITUCIONAIS DE PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA
 FORMAS DE PARTICIPAÇÃO DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA
I. Participação Simulada: Neste tipo de participação, embora a comunidade tenha representantes junto aos órgãos
oficiais, elas não possuem o direito ao voto.
II. Participação Passiva: Neste caso, o processo de decisão é unilateral. Todas as decisões são tomadas pela
administração (decisores) e a comunidade apenas é informada do que está sendo discutido ou planejado pelos
técnicos.
III. Participação por Consulta: A participação neste caso é realizada através de consultas realizadas junto á população
ou por questionários. A definição dos problemas, o controle de informações e a análise ficam a cargo dos decisores –
técnicos. Neste processo não há participação popular direta no processo de tomada de decisão.
IV. Participação através de Incentivos Materiais: O processo participativo é estimulado através do recebimento de
algum bem (dinheiro ou alimento) pela contribuição à pesquisa. Entretanto no caso do término do benefício o
processo de participação também sofre perdas.
V. Participação Funcional: O envolvimento popular, neste caso, é realizado com técnicos. Os problemas são
discutidos através de grupos que definirão os objetivos do projeto. Entretanto, a decisão final é realizada apenas
pelos técnicos.
VI. Participação Interativa: Este é o processo participativo mais ativo, ou seja, a população interage em todo o
processo de tomada de decisão, desde a fase de análise, desenvolvimento de planos de ação até a definição final do
projeto.
VII. Participação através da Mobilização da Comunidade: Através da iniciativa da comunidade o processo de
discussão sobre os problemas urbanos pode ser realizado com a parceria de ONGs e órgãos governamentais; mas a
característica deste processo é a iniciativa da comunidade em resolver seus problemas.

5.2. RELAÇÃO DOS MECANISMOS INSTITUCIONAIS DE PARTICIPAÇÃO DEMOCRATICA COM OS DIREITOS HUMANOS

5.3. PRINCIPAIS PROBLEMAS RELACIONADOS À DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS EM REGIMES AUTORITÁRIOS

6. DIREITOS HUMANOS E POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL


6.1. O PROCESSO HISTÓRICO DE AFIRMAÇÃO DE UM DISCURSO DE REJEIÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL
6.2. VALORAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E AÇÕES AFIRMATIVAS EXISTENTES EM ÂMBITO NACIONAL LIGADAS À
PROMOÇÃO E DEFESA DE MINORIAS SOCIAIS
6.3. O EXERCÍCIO DE UMA CIDADANIA VOLTADA À PROTEÇÃO DE DIREITOS HUMANOS
6.4. PROMOÇÃO DO FORTALECIMENTO DE UMA CULTURA DE E PARA DIREITOS HUMANOS

7.DIREITO DAS MULHERES


7.1. EDUCAÇÃO
 15 % de mulheres no poder
 52 % de mulheres na sociedade
7.2. ESTADO DA ARTE DIREITOS DAS MULHERES
I. Carta das Nações Unidas (1945)
II. Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres (1979) ONU;
 Demorou para ser ratificada no Brasil.
III. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948);
IV. Convenção Interamericana Sobre a Concessão dos Direitos Civis à Mulher (1948);
 Aconteceu logo após a segunda guerra mundial.
 A palavra "concessão" dá a entender que não foi uma conquista feminina, mas uma perdição do Estado para as
mulheres.
V. Convenção sobre os Direitos Políticos da Mulher (1953);
 Existem países que até hoje as mulheres não votam.
VI. Convenção da OIT no. 100 (1951) – igualdade de remuneração;
 Não é colocada em prática no Brasil.
VII. Convenção da OIT no. 103 (1952) – amparo materno;
VIII. Convenção da OIT no. 111 (1958) – discriminação no emprego;
IX. Convenção da OIT no. 156 (1981) – responsabilidade família;
X. Convenção da OIT no. 171 (1990) – trabalho noturno;
XI. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial - CERD (1966);
XII. Convenção Americana de Direitos Humanos, São José (1969).
XIII. I Conferência Mundial sobre a Mulher (Cidade do México, 1975).
XIV. Convenção Para Eliminar Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher - CEDAW (1979).
XV. Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher;
XVI. II Conferência Mundial sobre a Mulher (Copenhague, 1980);
XVII. III Conferência Mundial Sobre a Mulher (Nairóbi, 1985);
XVIII. Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio, 92).
XIX. O documento resultante da conferência, a Agenda 21, dispõe, no artigo 24:
 “Pede-se urgência aos Governos para que ratifiquem todas as convenções pertinentes relativas à mulher, se já
não o fizeram;"
 No Brasil, apesar de ser ratificado, não é colocado em prática.
XX. II Conferência Mundial de Direitos Humanos (Viena, 1993);
XXI. III Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (Cairo, 94).
XXII. Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher - Convenção de Belém
do Pará (1994);
XXIII. IV Conferência Mundial sobre a Mulher (Beijing, 95) – estabelecer políticas públicas;
XXIV. II Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos- Habitat II’96 (Istambul, 96);
XXV. Declaração do Milênio (2000);
XXVI. III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e formas Conexas de
Intolerância (Durban, 2001);
XXVII. Convenção e Recomendação da OIT sobre Trabalho Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores
Domésticos (Genebra, 2011).
7.3. NORMATIVOS – BRASIL
I. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra Mulher (1979) Ratificada no Brasil em
1984;
II. Convenção Americana de Direitos Humanos (1969) – Ratificada no Brasil em 1992;
III. Constituição Federal (1988);
IV. Lei Maria da Penha - Lei no 11340/2006;
V. Supremo Tribunal Federal (STF) declarou em 09 de fevereiro de 2012 a constitucionalidade da Lei Maria da Penha;
VI. Art. 226, §8o da CF88
7.3.1. ART. 226,§8o CF DO BRASIL
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. (...)
§ 8o O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
7.4. DIÁLOGOS E LUTAS
 A Lei Maria da Penha é resultado de esforços dos movimentos feministas, de várias organizações de mulheres que
participaram diretamente da elaboração e da aprovação da Lei.
 Multiplicar lutas e sonhos;
 Como fazer realidade.
OBS: A Lei 11.340/2006, “cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher;
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo
Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.” (Art. I, Lei n. 11.340/2006).
7.5. EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
 Brasil 5o lugar em feminicídio;
 A cada 2 minutos uma nova denúncia de violência doméstica;
 Conflitos em casa
 Aumento em tempos de pandemia;
 SP e RJ 50% de aumento
7.6. ACESSO À JUSTIÇA AS MULHERES
 Marcadores sociais (econômicos, segurança, raça, gênero podem agravar a situação de vulnerabilidade)
Atendimento em rede;
 A mulher muitas vezes precisa revisitar a dor devido as inúmeras repetições dos fatos aos entes públicos;
 Combater estereótipos – mulher “honesta” e homem álcool e drogas.
7.7. FORMAS DE VIOLÊNCIA
 O ART. 7o DA LEI MARIA DA PENHA
São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I. A violência física, entendida, como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II. A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause danos emocional e diminuição da
autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação
do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde e à autodeterminação;
III. A violência sexual entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de
relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou
a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que
limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV. A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial
ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V. A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria”
7.8. PREVENÇÃO
A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar será promovida por um conjunto articulado
de ações da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, além de ações não governamentais de forma a integrar as
operações do Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, áreas de segurança pública, assistência social,
saúde, educação, trabalho e habitação.
7.9. POLÍTICA INTERNACIONAL
AGENDA 2030: Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
5.1. Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as mulheres e meninas em toda parte
5.2. Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas,
incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos
5.3. Eliminar todas as práticas nocivas, como os casamentos prematuros, forçados e de crianças e mutilações genitais
femininas
5.4. Reconhecer e valorizar o trabalho de assistência e doméstico não remunerado, por meio da disponibilização de
serviços públicos, infraestrutura e políticas de proteção social, bem como a promoção da responsabilidade
compartilhada dentro do lar e da família, conforme os contextos nacionais
5.5. Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos
os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública.
5.6. Assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos, como acordado em
conformidade com o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e com a
Plataforma de Ação de Pequim e os documentos resultantes de suas conferências de revisão
5.a) Realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a
propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, serviços financeiros, herança e os recursos
naturais, de acordo com as leis nacionais
5.b) Aumentar o uso de tecnologias de base, em particular as tecnologias de informação e comunicação, para
promover o empoderamento das mulheres
5.c) Adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de gênero e o
empoderamento de todas as mulheres e meninas em todos os níveis.
7.10. POLÍTICA NACIONAL
A Política Nacional encontra-se, também, em consonância com a Lei no 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) e
com convenções e tratados internacionais ratificados pelo Brasil, tais como: a Declaração Universal dos Direitos
Humanos (1948), a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher
(Convenção de Belém do Pará, 1994), a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a
Mulher (CEDAW, 1981) e a Convenção Internacional contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção,
Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas (Convenção de Palermo, 2000).
7.11. PROJETOS DE LEI
 PL 1291/2020 - determina que Lei Maria da Penha e Lei do Feminicídio sejam asseguradas. Obriga atendimento a
todos os pedidos de socorro feitos pelas mulheres durante estado de emergência – Denominada de PL de Proteção à
Mulher na Covid19;
 PL 877/2019 amplia divulgação do ligue 180
 PL 5416/2019 insere dispositivo na Lei Rouanet para dar prioridade a projetos culturais que promovam a
prevenção e o combate à violência contra a mulher.
 PL 5509/2019 altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996) para incluir assuntos
relativos à prevenção de todas as formas de violência contra a mulher – não apenas a física – como conteúdo
curricular de caráter transversal na educação básica.
 PL 3.106/2019 - objetivo é proibir que o agressor condenado por violência doméstica seja nomeado para cargo ou
emprego público na administração pública, enquanto durar a pena privativa de liberdade.
 PL 2.150/2019, objetivando vedar o ingresso de condenados pelos delitos da Lei Maria da Penha, estabelecem a
proibição para cargos de livre nomeação e exoneração no âmbito da administração pública federal. O PL 2.335/2019,
da deputada Edna Henrique (PSDB-PB), traz proposta mais abrangente: proíbe o ingresso em todas as esferas da
federação.
 PL 1796
 PL 1798/2020 - Dispõe sobre a permissão, na hipótese de calamidade pública reconhecida pelo Poder Público, de
que o registro da ocorrência de violência doméstica e familiar contra a mulher, crimes praticados contra criança,
adolescente e idoso possam ocorrer por meio da internet ou de número de telefone de emergência, bem como
sobre a oitiva da ofendida em seu domicílio;
 PL 1444/2020 - Estabelece medidas emergenciais de proteção à mulher vítima de violência doméstica durante a
emergência de saúde pública decorrente da pandemia do coronavírus.
7.12. REDE DE PROTEÇÃO
 Subnotificação;
 Impossibilidade de contactar a rede;
 Em 2019 - Formulário de Avaliação de Risco para o Cadastro Nacional de Violência Doméstica: um instrumento
para o enfrentamento da violência doméstica contra a mulher – FRIDA - CNMP;
 Em 2020 – Formulário unificado de avaliação de risco - Violência doméstica – construção Poder Judiciário e o
Ministério Público;
 Fórum brasileiro de Segurança Pública;
7.13. POLÍTICAS PÚBLICAS
 Ampliar número de Juizados especializados;
 Contratação de profissionais multidisciplinares;
 Prevenção – Educação em Direitos;
 Empoderamento;
 Aprovação das PL em tramitação;
 Aplicativos de denúncia – incremento de atendimento online;
 Disseminação da Rede de proteção
 Ampliação dos abrigos;
 Códigos de identificação de situação de violência;
 Justiça restaurativa em alguns casos.
7.14. POLÍTICAS PÚBLICAS EM TEMPOS DE PANDEMIA
 ONU MULHERES – PREVINIR A VIOLENCIA
 Contratação emergencial de profissionais multidisciplinares
 para atendimento online e presencial;
 Criação e ampliação de aplicativos de denúncia – incremento de atendimento online;
 Disseminação da Rede de proteção;
 Ampliação dos abrigos com contratação emergencial de hotéis e pousadas;
 Códigos de identificação de situação de violência;
 Alerta de emergências em farmácias e supermercados.
7.5. SISTEMA INTERAMERICANO QUE DEU ORIGEM À LEI MARIA DA PENHA

8.CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS


8.1. DIREITOS HUMANOS “STRICTO SENSU”
Estão descritos em quatro classes, distribuídos através de categorias denominadas dimensões:
 1ª DIMENSÃO
Corresponde aos direitos consagrados até a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1012/1948. Dizem
respeito aos direitos individuais, civis e políticos. Juridicamente são atendidos como direitos negativos, exigindo
abstenção por parte do Estado.
 Direito à Liberdade
 Direito à Segurança e integridade física e moral
[...]
 2ª DIMENSÃO
Resultam das conquistas políticas do operariado, a partir das chamadas Revoluções Industriais do século XIX.
Entretanto, somente em 16/12/1966, aprovados pela XXI Assembleia Geral da ONU, foram positivados no Pacto
Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, passando a vigir a partir de 03/01/1976.
Pretendem implantar ou realizar uma efetiva igualdade, não só jurídica, mas também econômica, social e
cultural. O ser humano, para se desenvolver precisa de condições adequadas.
 Direito ao trabalho;
 Direito a alimentação;
 Direito à habitação;
 Direito à educação;
 Direito à cultura e à ciência;
 Direito a um nível de vida adequado.
 3ª DIMENSÃO
Emergem no cenário internacional com o pôs guerra, são os direitos coletivos, ou de grupos, ou corporativos, ou
de solidariedade ou, ainda, de fraternidade).
 Direito de reconhecimento do indivíduo e dos povos como sujeitos de direitos internacionais;
 Direito ecológico;
 Direito do consumidor;
 Direitos das mulheres;
[...]
 4ª DIMENSÃO
São aqueles referentes ao acesso e aos resultados do uso das novas tecnologias, como os que dizem respeito à
modificação, reprodução e condicionamento genético em bancos de espécies (biotecnologia e bioengenharia); os
recursos informáticos, telemáticos e cibernéticos, com suas digitações.

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