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Informação ≠ Comunicação
Existem duas dimensões da experiência: a dimensão informativa e a dimensão comunicacional.
Informação Comunicação
Produto Processo
Irreversível Reversível
Transmissão Interação
Medida pelo cálculo das probabilidades Não medida pelo cálculo das probabilidades
Esfera comunicacional
É um processo de troca simbólica generalizada que ocorre entre pessoas dotadas de razão e
liberdade (aceitam ou rejeitam as mensagens) ligadas entre si pela convivência dos mesmos
quadros culturais de referência.
Não é redutível às regras da probabilidade da ocorrência dos fenómenos, mas rege-se por
princípios de natureza simbólica.
É um processo que se alimenta pela sociabilidade e que gera laços sociais, sobrepondo-se às
relações naturais com o meio ambiente.
Produto Processo
Irreversível Reversível
As realidades culturais alteram-se com grande rapidez devido aos meios de informação: ou seja, a
realidade cultural ao nível da comunicação é fortemente influenciada pelos meios de informação.
Aldeia Global?
Dispositivos sofisticados e complexos de informação definem novos horizontes da nossa
experiência, alargando a esfera da perceção e de intervenção no mundo e elaborando a nossa
própria representação da realidade.
Informação Comunicação
Posso transmitir uma mensagem que contém um processo comunicacional (contar uma história é
informar sobre um processo comunicacional)
processo
DESTINADOR comunica- DESTINATÁRIO
cional
O objeto da informação é relativamente independente da experiência subjetiva e pessoal dos
intervenientes no processo.
Pode informar-se os outros acerca das dimensões da experiência, mas o estabelecimento dessas
relações comunicacionais é independente e autónomo em relação a essa informação.
O valor informativo não se vai alterar com o processo comunicacional (exemplo: uma reacção
emotiva).
quadros
de referência
dimen-
sões da
A B
experiên-
cia
As relações comunicacionais têm a ver com o quadro de referência que lhes conferem sentido e
que são definidos a partir da experiência particular e singular dos intervenientes.
Cada um dos destinatários recebe só uma parcela da informação disponível no circuito mediático.
E mesmo aquela que recebe é interpretada em função dos quadros de referência que lhe são
fornecidos pela sua própria cultura.
Cada um dos destinatários recebe apenas uma parte da informação que recebemos, que é
também ela interpretada pelos nossos quadros de referência.
Quanto mais informação disponível mais os particularismo culturais se manifestam fruto da
diversidade de interpretações.
ALDEIA GLOBAL? Sim, no sentido que todos recebemos a mesma informação. Não, porque cada
um faz uma interpretação diferente dessa informação recebida.
Contextos comunicativos
a) Perceção – nível teórico (canal/meio) ou sintático (código utilizado). Fazem parte deste nível as
preocupações que se prendem com a capacidade que um canal de comunicação tem para
transportar os símbolos de comunicação até ao outro (fidelidade de um canal/capacidade de um
código permitir que, através dele, certas ideias possam ser expressas. → Consiste em a
mensagem chegar ao outro.
Tem a ver com levar o outro a agir de uma determinada maneira. Não se divulgam mensagens
das quais se esperam compreensão, mas sim condicionamento de comportamentos→nível
pragmático.
Complexificação da sociedade
Complexificação da comunicação
• As teorias são resoluções de problemas, questões que ainda não foram resolvidas por
teorias anteriores, etc. São construções e não refletem a realidade.
• Cada teoria é parcial.
• Estas teorias incidem sobre a diversidade de processos comunicacionais, diferenciáveis
em função do âmbito social-relacional de referência.
Existe uma relação de possibilidade crescente na medida em que cada patamar possibilita a
existência do seguinte, desde que os anteriores existam. Esta última relação revela uma relação
de necessidade, que é decrescente.
Sociedade Global
(entre toda a sociedade)
Inter-organizacional ou inter-insititucional
(entre organizações ou instituições)
Intra-organizacional ou intrainstitucional
(dentro de organizações ou de instituições)
Nº DE SUJEITOS
Intergrupal Nº DE CASOS
COMPLEXIDADE
(entre grupos) NECESSIDADE
POSSIBILIDADE
Intragrupal (dentro de grupos)
Interpessoal
(entre pelo menos 2 sujeitos)
Intrapessoal
(com o sujeito em si, pelo pensamento)
Cada patamar pode ser analisado a diversos níveis: sintático, semântico e pragmático. São os três
níveis de análise de uma comunicação.
Para transmitir uma melhor mensagem (com precisão e eficácia do processo comunicativo) temos
que compreender como resolver estes 3 problemas.
Conceções da comunicação
-Conceção positivista
Escola Processual
Nesta teoria, que foi desenvolvida aquando da 2ª Guerra Mundial nos Laboratórios Bell (EUA), a
comunicação é vista apenas como um processo de transmissão de informação, totalmente
desmontável pela matemática.
FONTE DE FONTE DE
E CANAL R DESTINATÁRIO
INFORMAÇÃO RUÍDO
transmissão de energia
EMISSOR RECEPTOR
Todo o processo se desenrola segundo este esquema, quer se verifique entre duas máquina,
entre dois seres humanos ou entre uma máquina e um ser humano.
1º Nível Técnico
Pretende analisar com que precisão se podem transmitir os símbolos da comunicação. (não
interessa o conteúdo da informação, no sentido qualitativo). Segundo esta teoria este nível é
primordial e condicionante dos outros dois.
2º Nível Semântico
Quando os símbolos utilizados pela fonte não são entendidos pelo destinatário com o mesmo
significado inicial; com que precisão os símbolos transmitidos veiculam o significado desejado?
3º Nível da Eficácia
Pretende analisar com que eficácia é que o significado recebido pelo recetor afeta a sua conduta
da maneira desejada pelo emissor e depois de receber a informação, que alterações é que esta
provoca no comportamento do recetor. Faz-se depender do contexto e não só da pura e simples
transmissão da informação.
Meio
O Meio compreende todos os recursos técnicos/físicos necessários para converter a mensagem
em sinais (exemplos: a voz, o telefone enquanto objeto físico...). (Note-se que “converter” é um
conceito não definido por Shannon e Weaver.)
O Meio é influenciado pelo Canal: no fundo, é este que determina o Meio que a ser utilizado. Por
outras palavras, as propriedades tecnológicas ou físicas de um Meio são determinadas pela
natureza do Canal ou Canais existentes para transmissão do sinal e essas propriedades do Meio
determinam posteriormente o leque de Códigos que o Canal pode transmitir.
Estas 3 categorias de Meios estão interligadas e são impermeáveis entre si. São semelhantes
entre si e indissociáveis.
Código
O Código é um sistema de significados comum aos membros de uma cultura ou subcultura.
Existem dois tipos de Códigos: Signos e Regas/Convenções.
• Signos: são algo que está por uma coisa; sinais físicos que representam algo diferente
deles mesmos; exemplo: um logotipo (que representa uma marca).
O Código deve ser adaptado ao Canal: as características físicas deste determinam a natureza dos
Códigos que este pode transmitir. Por exemplo: um telefone (que realize apenas chamadas de
voz) está limitado à linguagem verbal e paralinguagem (códigos de entoação, acentuação, volume
de voz, etc...); uma mensagem escrita não pode ser transmitida por telefone.
Uma mensagem no código primário da linguagem verbal pode ser recodificada numa variedade de
códigos secundários (gestos, código morse, braille, expressões faciais...). Todos estes códigos
são determinados pelas propriedades físicas dos seus canais ou dos seus meios mecânicos de
comunicação.
Ruído
O Ruído é algo que não é pretendido pela fonte (não foi transmitido por esta), mas que afeta a
mensagem no seu destino, tornando o sinal pretendido mais difícil de descodificar.
Shannon e Weaver admitem que o conceito de Ruído de Nível A (ou técnico/de engenharia) tem
de ser alargado ao Nível B (ou semântico).
O Ruído, quer tenha origem no canal, no público, no emissor ou na própria mensagem, confunde
sempre a intenção do emissor, limitando deste modo a quantidade de informação desejada que
pode ser enviada numa dada situação, num dado tempo.
MAIOR NÚMERO
MAIOR INFORMAÇÃO
DE ESCOLHAS
(Exemplo: um código constituído por 2 sinais é acender uma lâmpada uma vez e acender uma
lâmpada duas vezes; a informação contida por cada um destes sinais é idêntica, isto é, 50% de
previsibilidade, independentemente do que eles significam!)
O BIT (binary digit) é a unidade de medição da informação. Significa a escolha entre sim e não.
É o número de mensagens necessárias para reduzir a incerteza. (O objetivo de enviar uma
mensagem é sempre reduzir a incerteza do outro.)
• Como a informação é uma função do número de alternativas, pode-se afirmar que ela reflete
o grau de liberdade na formulação de opções, dentro de uma situação.
• Quanto mais informação houver numa situação, mais livres estamos para escolher
alternativas nessa situação.
O que acontece quando alguém recebe uma série de mensagens sobre uma situação? Existem
duas possibilidades:
• o indivíduo receber mensagens logicamente independentes (aditivas, algo que não sabe,
adicionando ao conhecimento do indivíduo);
Redundância
Redundância e convenção
Estruturar uma mensagem de acordo com padrões comuns, ou com convenções, é uma forma de
diminuir a entropia e aumentar a redundância.
Do Sinal ao Signo
Código
Uma série de sinais regidos por leis de combinação interna (aspeto sintático)
Ex: Semáforo
Sinal
O ser humano não comunica por sinais mas sim por signos: a partir do momento em que
não estamos perante um processo mecânico desencadeado pela acção de um estímulos
sobre um dispositivo maquínico, mas perante um processo que faz intervir agentes
humanos, deixamos o campo do sinal para entrar no campo do signo.
Signo
O signo representa algo que é diferente dele mesmo; está sempre no lugar de outra coisa;
é concebido e destinado a funcionar mesmo na ausência de qualquer estímulo sensorial;
signo suscita na pessoa uma conceção do objeto, evento ou condição; contém uma
dimensão de significação que escapa às regras que presidem aos fenómenos abrangidos
pela teoria do sinal, pois há decisões de sentido, há tradução, a qual pode ser vários
desfechos.
Sub-códigos
Estas produzem sub-códigos com base nos quais um falante atribui aos termos
significados que outros falantes não atribuem; a posse desses sub-códigos estabelece
diferenças de classe, de cultura, etc.; pode então haver desvios entre o código de
codificação da mensagem e o código de descodificação.
No âmbito da comunicação sígnica, a informação compreende a interpretação seletiva de
dados e só através dela se transformam em informação significante.
Recetores Seletivos
Crenças.
Opiniões, valores, preconceitos.
Experiências, emoções,
Percepção Selectiva. necessidades.
Atenção Selectiva.
Interesses, desejos.
Memória Selectiva
Nível de conhecimento.
Algo de Novo
Incerteza/Certeza
Deve ir ao encontro
Informação Redundância = {Estrutura do Pensamento}
Abertura/Redundância
Paradoxo (Aparente)
• Existe uma relação estreita entre comunicação e aprendizagem porque esta não se
faz na ausência de comunicação e a informação, para ser recebida, necessita da
existência de abertura por parte de quem a recebe, para que haja comunicação.
• Aparentemente, se existir bastante abertura, não é necessária tanta redundância.
• Por mais aberto que alguém esteja, quando se recebe uma nova informação, esta
promove a criação de um caos, levando algum tempo a ser resposta a
ordem/harmonia. É sempre necessário um espaço de tempo para
amadurecer/integrar/compatibilizar o que se recebeu.
• A apropriação dá-se aos poucos e poucos e daí que se possa dizer que:
“É preciso habitar longamente aquilo que se ouve antes de entender qualquer coisa.”
(Maurice Bellet)
Longe vai o tempo em que se pensava que o espírito do recetor de informação era
inteiramente moldável pelos meios de comunicação social, através da propaganda e da
publicidade. Numerosos estudos têm mostrado, sobretudo a partir de 1940, como o
recetor assimila a informação recebida, como a filtra, a rejeita ou a transforma. Existem,
além disso, no seio dos diversos grupos sociais, mentores de opinião, mediadores entre a
fonte e o recetor. Sabemos também que o que contraria as crenças profundas de cada
um é rejeitado e não assimilado.
Com efeito, para que haja informação é preciso um mínimo de abertura: a pessoa tem
que estar pronta a aprender qualquer coisa que possa modificar a sua estrutura de
pensamento.
MODELO DE GERBNER
M- emissor/indivíduo/envolvente
Características
Meio e canal são encarados da mesma forma; não distingue qualquer tipo de problema
que possa afetar o processo comunicativo; a perceção das mensagens ou acontecimentos sobre
influências externas, que são enquadradas em padrões internos, por sua vez fundamentados no
contexto sociocultural; a forma escolhida para a transmissão de uma mensagem influencia o seu
conteúdo.
Shannon e Weaver
Distinção entre meio e canal, sendo o meio os recursos técnicos ou físicos que convertem
a mensagem num sinal; e o canal o meio físico que transmite o sinal.
Existe uma seleção do conteúdo que vai ser transmitido, embora no modelo de Shannon e
Weaver essa seleção seja feita pela fonte de informação (que seleciona uma entre várias
mensagens possíveis) e no modelo de Gerbner, a seleção seja feita através da perceção que o
emissor tem de um determinado acontecimento.
No modelo de Shannon e Weaver não havia a importância de que o M tem uma perceção
do acontecimento e que o M2 tem uma perceção da mensagem; Shannon e Weaver acreditavam
que a mensagem se apresentava da mesma forma, do princípio ao fim.
MODELO DE JACKOBSON
Roman Jackobson: linguista fundamental, isto é, encara a língua como um sistema
funcional, como produto da catividade humana.
A finalidade da língua consiste na realização da intenção do sujeito de se expressar e
comunicar. A função primária da língua é a comunicação interpessoal; para Jackobson, esta é
complementada com outra, não menos importante, que é a comunicação Intrapessoal.
Começa por delinear os fatores construtivos num ato da comunicação; depois vai delinear
as funções que o ato da comunicação desempenha para esses fatores; sendo que as funções
servem de base à comunicação verbal; todas as funções estão sempre presentes
(hierarquizadas).
Escola Semiótica
A comunicação é relação → é um processo no qual cada um de nós está envolvido quer queira
quer não, podendo estar envolvido pela ausência no processo.
No interior desta conceção, estar em relação é estar em comunicação, supondo que aquilo que
esteja em causa seja de ordem não consciente e não voluntária.
… do círculo ao segmento…
… recuperação do círculo…
Cibernética
• Desenvolvida por Norbert Wiener.
• Introduz a noção de circularidade causal: todo o efeito reage sobre a sua causa.
Implica
Origina a teoria geral dos sistemas, que permite estudar todos os sistemas (humanos,
animais, etc.).
Colégio Invisível?
que têm entre si são todas informais, encontrando-se muitas vezes no decurso de
colóquios ou encontros.
→ Os seus textos circulam nesta rede e é daí que são tiradas conclusões.
Pragmática da comunicação
“De entre os milhares de comportamentos corporais possíveis, quais são os que cada cultura
pode considerar como sendo significativos?”
“Nunca pode haver comunicação a dois. Qualquer processo comunicacional, mesmo o intra-
individual, coloca sempre em cena uma instância terceira: a instância institucional, que vigia,
normaliza e sanciona o dizer e o fazer dos protagonistas das expressões e ações trocadas.”
A -------------- B
Comunicar não é só mas também
Postura
Um act o verbal Gestualidade
conscient e Olhar
volun tário Mímica
intencional Espaço interpessoal
Relaç ão dos interlocutores
Inflex ão de voz
Ced ência, ritmo, entoaç ão das
palavras
“Assim como é possível falar fluentemente uma língua e no entanto não fazer a mínima ideia da
sua gramática, obedecemos permanentemente a regras de comunicação, a uma “gramática” da
comunicação, de que não estamos conscientes.”
• Nós estamos constantemente, segundo estes autores, a fazer uso destes códigos,
sendo que estamos constantemente a interagir.
• A comunicação é uma performance dos códigos, que estabelecem uma determinada linha
a seguir que apresentará um estilo próprio.
• Na comunicação, os códigos não são aprendidos conscientemente/não são passíveis de
serem escritos, ao contrário do que acontece numa partitura, que está objetivada.
• Numa situação de comunicação não há “maestro”.
Modelo da orquestra
A B E/R E/R
• Não há emissor ou recetor. São todos simultaneamente emissor e recetor.
• São emitidos comportamentos a todo o momento.
E e R não são pessoas → são lugares que as pessoas ocupam simultaneamente no
decurso de uma interação.
Embora estes autores desenvolvam uma atitude empírica (trabalhem sobre o que é observável →
comportamento), não desenvolvem a atitude positivista. Não se quantificam efeitos. A forma como
a comunicação é vista não é linear. A causalidade presente, ao invés de ser estudada pelo padrão
behaviorista, trata-se de uma circularidade causal → a resposta é, ela própria, causa.
Sujeito/Objeto ≠ Sujeitos
Há uma relação entre sujeitos, em que o próprio sujeito integra o contexto em que estuda.
Sendo que, para estes autores, a essência da comunicação residirá nos processos de
comunicação em curso, nos sistemas de interação
Comunicar pode ser feito de forma inconsciente, involuntária e não intencionada. Todo o
comportamento gera comportamento, desde que seja captado.
Exemplo: um passageiro ao sentar-se sossegadamente num avião com olhos fechados não quer
comunicar, mas comunica (através dos olhos fechados) isso mesmo: que não quer falar com
ninguém nem que falem com ele. O passageiro comunicou que não queria comunicar, mas
comunicou. Os restantes passageiros do avião captam o comportamento desse passageiro (em
não querer comunicar) e comportam-se de forma a respeitá-lo. Isto é, todo o comportamento gera
comportamento, desde que seja captado.
Exemplo: uma pessoa quer multiplicar dois número. Para isso precisa que lhe sejam enviados os
dados, neste caso, os dois números (conteúdo/aspeto relato). Depois, necessita de receber as
instruções de como multiplicar (relação/aspeto ordem).
O nível de relação nem sempre se expressa consciente e deliberadamente, podendo ser um ato
verbal ou não-verbal.
Na maior parte das comunicações, transmite-se essencialmente informação e nem sempre há um
relacionamento de forma a definir o “eu” e provocar reconhecimento por parte do “outro”.
Comunica-se muitas vezes para ganhar conhecimento apenas.
Ninguém reconhece que o seu comportamento além de ser resposta é também estímulo e reforço.
É espontâneo supor que o outro possui a mesma quantidade de informação e que se deve extrair
dela as mesmas conclusões.
Na origem destes desacordos da pontuação está a convicção de que só existe uma realidade:
“uma só realidade origina desacordos”.
As palavras (comunicação digital) são representações segundo uma convenção. São sinais
arbitrários, manipulados segundo uma sintaxe lógica. Na comunicação analógica, a “coisa” é
representada por uma semelhança autoexplicativa, que é mais facilmente compreendida.
Quando se ouve uma língua estrangeira, entender-se-á melhor através da presença de sinais, ou
seja, através da comunicação analógica do que ouvindo incessantemente frases faladas. Nos
relacionamentos, confia-se muito na comunicação analógica.
Não tem sintaxe lógica (sem comparações, Tem sintaxe lógica (com comparações,
adversões ou condicionais) adversões ou condicionais)
Não-verbal Verbal
Não tem indicadores que reduzem a Tem indicadores que reduzem a ambiguidade
ambiguidade da interpretação da interpretação
A comunicação analógica tem interpretações digitais muito diferentes e por vezes incompatíveis,
pois cada um digitaliza conforme a sua conceção da natureza das relações, levando a
interpretações erradas. A comunicação digital, por seu lado, pode ser inconveniente e
inadequada, pois, por vezes mesmo dizendo, não se diz na realidade.
Exemplo: um casal namora (nível da relação, analógico) e decide casar, assinando o contracto
matrimonial (nível do conteúdo, digital).
Exemplo: na relação pais/filhos, esta é uma interação complementar quando os filhos são
pequenos; à medida que estes vão crescendo, os problemas surgem, ou seja, a interação muda
de complementar para simétrica.
É ao nível da relação que se situam as bases para interações saudáveis ou conflituosas. Nas
interações saudáveis não existe problemas relativos ao nível do conteúdo porque não há
conflitos ao nível da relação. Nas interações conflituosas existe uma luta constante acerca da
natureza das relações, o que faz com que o conteúdo não passe.