Você está na página 1de 198

Física para

vestibular medicina
5ª edição • São Paulo
2019

C N
3
CIÊNCIAS DA NATUREZA
FÍSICA
e suas tecnologias
Caco Basileus, Herlan Fellini, Felipe Filatte e Kevork Soghomonian
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2019
Todos os direitos reservados.

Autores
Caco Basileus
Herlan Fellini
Felipe Filatte
Kevork Soghomonian
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista

Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Bruno Alves Oliveira Cruz
Claudio Guilherme da Silva Souza
Eder Carlos Bastos de Lima
Fernando Cruz Botelho de Souza
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva

Projeto gráfico e capa


Raphael Campos Silva

Foto da capa
pixabay (http://pixabay.com)

Impressão e acabamento
Meta Solutions

ISBN: 978-85-9542-094-6

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não representando qual-
quer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.

2019
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
CARO ALUNO

O Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de Medicina. Desde 2010, são centenas de aprovações nos
principais vestibulares de Medicina no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e em todo Brasil. O material didático foi, mais uma vez, aperfeiçoado e seu conteúdo
enriquecido, inclusive com questões recentes dos relevantes vestibulares de 2019.
Esteticamente, houve uma melhora em seu layout, na definição das imagens, criação de novas seções e também na utilização de cores.
No total, são 103 livros, 24 cadernos de Estudo Orientado e 6 cadernos de aula.
O conteúdo dos livros foi organizado por aulas. Cada assunto contém uma rica teoria, que contempla de forma objetiva e clara o que o aluno
realmente necessita assimilar para o seu êxito nos principais vestibulares do Brasil e Enem, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar.
Todo livro é iniciado por um infográfico. Esta seção, de forma simples, resumida e dinâmica, foi desenvolvida para indicação dos assuntos mais abordados nos
principais vestibulares, voltados para o curso de medicina em todo território nacional.
O conteúdo das aulas está dividido da seguinte forma:
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos, de cada coleção, tem como principal objetivo apoiar o estudante na resolução de questões propos-
tas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, completos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam as explicações
dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados, e compõem um conjunto abrangente de informações para o
estudante, que vai dedicar-se à rotina intensa de estudos.
TEORIA NA PRÁTICA (EXEMPLOS)
Desenvolvida pensando nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Nesses
compilados nos deparamos com modelos de exercícios resolvidos e comentados, aquilo que parece abstrato e de difícil compreensão torna-se mais acessível
e de bom entendimento aos olhos do estudante.
Através dessas resoluções é possível rever a qualquer momento as explicações dadas em sala de aula.
INTERATIVIDADE
Trata-se do complemento às aulas abordadas. É desenvolvida uma seção que oferece uma cuidadosa seleção de conteúdos para complementar o
repertório do estudante. É dividido em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas e livros para o aprendizado do aluno.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados. Há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões
de aplicativos que facilitam os estudos, sendo conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica. Tudo é selecionado com finos
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso estudante.
INTERDISCIPLINARIDADE
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é elaborada, a cada aula, a seção interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares de
hoje não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada matéria.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como biologia e química,
história e geografia, biologia e matemática, entre outros. Neste espaço, o estudante inicia o contato com essa realidade por meio de explicações que relacio-
nam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o estudante consegue entender
que cada disciplina não existe de forma isolada, mas sim, fazendo parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana no desenvolver do dia a dia, dificultando o
contato daqueles que tentam apreender determinados conceitos e aprofundamento dos assuntos, para além da superficial memorização ou “decorebas” de
fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios de aprendizagem com os conteúdos, foi desenvolvida a seção "Aplicação no Cotidiano". Como o próprio nome já
aponta, há uma preocupação em levar aos nossos estudantes a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo que eles têm contato em seu
dia a dia.
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Elaborada pensando no Enem, e sabendo que a prova tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, o estudante deve
conhecer as diversas habilidades e competências abordadas nas provas. Os livros da “Coleção vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas dessas
habilidades. No compilado “Construção de Habilidades”, há o modelo de exercício que não é apenas resolvido, mas sim feito uma análise expositiva, descre-
vendo passo a passo e analisado à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a apurá-las na sua
prática, identificá-las na prova e resolver cada questão com tranquilidade.
ESTRUTURA CONCEITUAL
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Geramos aos estudantes o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um deles
é a estrutura conceitual, para aqueles que aprendem visualmente a entender os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas mentais e
fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos principais conteúdos
ensinados no dia, o que facilita sua organização de estudos e até a resolução dos exercícios.
A edição 2019 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo ao aluno um material moderno e completo, um grande aliado para o seu
sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina.

Herlan Fellini
SUMÁRIO
FÍSICA
CINEMÁTICA E DINÂMICA
Aulas 19 e 20: Movimento circular 7
Aulas 21 e 22: Transmissão de movimento circular 21
Aulas 23 e 24: Introdução às leis de Newton 37
Aulas 25 e 26: Forças peso, normal e de tração e sistema de corpos 53

ÓPTICA GEOMÉTRICA
Aulas 19 e 20: Espelhos planos 73
Aulas 21 e 22: Espelhos esféricos: estudo geométrico 91
Aulas 23 e 24: Espelhos esféricos: estudo analítico 109
Aulas 25 e 26: Refração da luz 119

ELETRODINÂMICA
Aulas 19 e 20: Associação de resistores em paralelo 135
Aulas 21 e 22: Potência dissipada por efeito Joule 153
Aulas 23 e 24: Amperímetro, voltímetro e ponte de Wheatstone 169
Aulas 25 e 26: Estudo do gerador 187
Abordagem de CINEMÁTICA E DINÂMICA nos principais vestibulares.

FUVEST
A dinâmica é abordada em questões que envolvem mais de um tópico, sempre com aplicações
das fórmulas matemáticas.

LD
ADE DE ME
D
UNESP
U

IC
FAC

INA

BO
1963
T U C AT U Sempre traz em suas provas questões numéricas, com aplicações matemáticas de transmissão de
movimento, e questões de dinâmica.

UNICAMP
Sempre temos presentes questões de dinâmica com aplicações matemáticas diretas.

UNIFESP
Com questões bem elaboradas, a Unifesp sempre aborda o raciocínio matemático envolvendo
dinâmica.

ENEM/UFMG/UFRJ
O movimento circular é abordado nas transmissões de movimento em engrenagens e polias.
Questões conceituais de dinâmica também estão presentes.

UERJ
Temos tanto questões teóricas quanto questões conceituais de dinâmica.
9
1 02 Movimento circular

Competência s Habilidades
1, 2, 5 e 6 1, 6, 17 e 20
© Andrekart Photography/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo de energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar altera-
H9
ções nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da Física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e (ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da Química para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da Biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções cientí-
fico-tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Medidas de ângulos
Assistindo a uma corrida de automóveis em um autódromo, a vibração toma conta dos espectadores ao
observarem o carro de seu piloto preferido surgir no início da reta. Após atravessar a reta, o carro desaparece e
momentos depois, surge novamente no início da reta.
Obviamente, os carros só reaparecem no início da reta porque realizaram algumas curvas durante seu
trajeto, e assim foram conduzidos novamente para aquele ponto, completando mais uma volta e iniciando a volta
seguinte.

Corrida da Nascar, na Califórnia, EUA, 2010.

No estudo desses tipos de movimento, chamado de curvilíneo, as grandezas lineares não são suficientes. É
necessário o tratamento matemático com grandezas angulares. Para tanto, relembraremos a relação entre arco
e ângulo medido em radianos (rad).

​»​
​ arco ​AB ​
q = ______  ​  
  ​  S  ​
= __
Raio R
Na figura acima, as distâncias OA e OB têm a mesma medida R, e o arco que liga os pontos A e B tem valor
igual a S. Se as medidas de S e R forem iguais, teremos u = 1 rad.
Assim, sendo u um ângulo expresso em radianos, vale a relação: S = uR
A partir da medida do arco de uma circunferência completa (S = 2pR), obtém-se a conversão de grau para
radiano e vice-versa:
​ 2pR
u = ____  ​  = 2p rad, que equivale a 360°
R
Desse modo: 2p rad ; 360° e p rad ; 180°

9
180° ; p radianos ; p rad
Deslocamento angular e Então, calculamos o deslocamento angular, fa-
zendo a seguinte regra de três:
velocidade angular no M.C.U. 180°    p rad
60°    x rad
Uma partícula move-se sobre uma circunferência de
​ ​
»
raio R e ,durante o intervalo de tempo Dt,percorre o arco ​PQ ​,  Ou seja: x = __
​ p ​ rad, isto é:
3
do ponto P ao ponto Q, de comprimento DS. O ângulo Du = 60º = __ ​ p ​ rad
3
Du é o deslocamento angular da partícula no inter-
valo de tempo Dt.
∆S Portanto, com Dq dado em radianos, calculamos
o comprimento do arco:

DS = (Du) · R = ​ ​ __
( )
p ​   ​(30 cm) = 10p cm
3
Usando a aproximação p > 3,14, teremos:
DS > 10(3,14) cm ⇒ DS > 31,4 cm
Na figura abaixo, uma partícula percor-
​»​
re o arco de circunferência ​PQ ​,  de comprimento
DS, no intervalo de tempo Dt. A velocidade
Então, para Du expresso em radianos, o compri- escalar média da partícula é dada pela razão
mento DS e o deslocamento angular Du da partícula se entre o espaço percorrido e o intevalo de tempo:
relacionam com o raio R da circunferência pela equação:

DS = Du · R

Teoria na prática ​»​


1. Uma partícula percorre um arco ​PQ ​,  que cor-
responde a um ângulo central Du = 60°, sobre
uma circunferência de raio R = 30 cm. Calcule o
​»​
comprimento do arco ​PQ ​. 
∆S ​ 
vm = ​ ___
∆t

A velocidade angular média (wm) da partí-


cula é calculada de modo similar. No entanto, ao
invés de usar a distância DS percorrida, o cálculo
é feito com a distância angular Du. Assim, a ve-
locidade angular média da partícula durante o
intervalo de tempo Dt é:

vm = ___
​ Du ​ 
Resolução: Dt

Devemos lembrar da relação da Geometria pla- 2. Durante o intervalo de tempo Dt = 2 segundos,


na, vista acima: uma partícula desloca-se sobre uma circunferên-
​»​
cia, percorrendo o arco ​PQ ​ correspondente ao

10
ângulo central Du = 120°. Calcule a velocidade 3. Um disco gira em torno de um eixo passa por seu
angular média da partícula nesse intervalo de centro O, com velocidade angular v = 1,5 rad/s.
tempo. A figura indica a posição dos pontos A e B sobre
o disco.

Resolução:

Obtemos o valor do deslocamento angular em Sendo a = 4,0 cm, a distância do ponto O ao


radianos: ponto A e b = 2,0 cm, a distância do ponto O ao
ponto B, calcule:
180°    p rad
​ 2p ​ rad
⇒ x = ___ a) A velocidade linear do ponto A;
120°    x rad 3
b) A velocidade linear do ponto B.
Assim:
Resolução:
​ 2p ​ rad e Dt = 2 s
Du = ___
3 a) O raio de trajetória do ponto A é a = 4,0 cm
Portanto, a velocidade angular média é: Assim temos:

​ 2p ​ rad
___ vA = v · R = v · a = (1,5 rad/s) (4,0 cm)
vm = ​   ​ = ​  3  ​ 
___
Du ______  ⇒ vm = __
​ p ​ rad/s vA = 6,0 cm/s
Dt 2s 3
Considerando Du dado em radianos, a b) O raio da trajetória do ponto B é b = 2,0 cm.
velocidade média linear e a velocidade média vB = v · R = v · b = (1,5 rad/s) (2,0 cm)
angular podem ser relacionadas por:
vB = 3,0 cm/s
DS = (Du) · R ⇒ ​ ___
Dt
​ 
(Du) · R ___
Ds ​ = ______
Dt
 ​  ( )
 = ​ ​  Du ​  ​· R
Dt A velocidade linear v também é chamada de
Isto é: velocidade escalar ou velocidade tangencial.

vm = v m · R

Da mesma forma que para a velocidade escalar


média define-se a velocidade escalar instantânea,
Aceleração angular (γm)
para a velocidade angular média, define-se uma Define-se aceleração angular média, como sen-
velocidade angular instantânea (v). Em do o quociente entre a variação da velocidade angular e
geral, a velocidade angular média e instantânea o intervalo de tempo gasto.
são diferentes. No entanto, no caso de movimento
uniforme, isto é, a velocidade angular instantânea ___ ​ (rad/s2)
γm = ​ Dω
Dt
é constante, teremos wm = ω. Para os valores
instantâneos vale uma equação semelhante à Relação entre a e γ:
equação anterior:
Dv = Dω.R (dividindo ambos os membros por
v=v·R ___  ​ = ​ _____
Dt) ⇒ ​ Dv Dω · R
 ​  ⇒ a = γ ∙ R
Dt Dt

11
Da definição de período, durante o intervalo cor-
Período e frequência respondente a um período, Dt = T, o evento se repete
uma vez, ou seja, n = 1. Assim, a frequência e o período
Estudaremos agora dois conceitos bastante im- são inversamente proporcionais:
portantes na Física e também em vários aspectos das
​ 1 ​ ou T = __
f = __ ​ 1 ​ 
nossas vidas, e que estão relacionados a fenômenos T f
que se repetem com a mesma regularidade. Os exem-
Qualquer unidade de tempo pode ser usada para
plos a seguir ilustram alguns desses fenômenos:
o período. No SI, a unidade de tempo é o segundo. As
§§ A alternância entre o dia e a noite devido à rota-
unidades mais usuais de frequência são: rotações por
ção da Terra em torno do seu eixo;
segundo (rps), rotações por minuto (rpm) e rotações por
§§ A alternância das estações do ano decorrentes
hora (rph). No SI é usado o rps, que é denominada hertz
do movimento de translação da Terra em torno
(Hz).
do Sol;
§§ A alternância das fases da Lua durante as se-
manas.
Em todas essas situações, e também em outras,
Movimento circunferencial
ocorre uma alternância regular de eventos, o intervalo
de tempo gasto para que o evento volte a se repetir é uniforme
o período T.
Por exemplo: O movimento de uma roda-gigante, por motivos
de segurança, ocorre sem trancos e sem solavancos, gi-
rando de modo uniforme, sem aumentar ou diminuir a
velocidade da rotação, com exceção do início e do final
do movimento, para as pessoas subirem e descerem da
roda-gigante.

Ilustração produzida com base em Enciclopédia do estudante:


Ciências da Terra e do Universo –
da Geologia à exploração do espaço. São Paulo: Moderna, 2008.
p. 241.

§§ O período de rotação da Terra em torno do seu


próprio eixo é de 23,93 h.
§§ O período de translação da Terra ao redor do Sol
é de 365,25 dias. Esse movimento de giro constante também ocor-
§§ O período de revolução da Lua é de 27,32 dias. re em diversas situações no nosso cotidiado, como o
Uma segunda grandeza, intimamente relacio- movimento das pás de um ventilador, de um liquidifica-
nada com o período, é a frequência f. A frequência dor ou de uma máquina de lavar roupas.
é definida como o número n de vezes que um evento Após iniciarem seu funcionamento, os dispositi-
se repete em um intervalo de tempo (por exemplo, um vos mencionados executam um movimento circun-
segundo, um minuto, uma semana etc): ferencial uniforme (M.C.U.). O estudo desse tipo de
movimento é importante, pois é necessário nos projetos
​ n  ​ 
f = __ de diversos equipamentos, como, por exemplo, o motor
∆t
de automóvel.

12
Uma partícula realiza movimento circunferen- Considerando o instante inicial como t0 = 0, a
cial uniforme se sua trajetória for uma circunferência e partir da fórmula da velocidade angular temos que:
o movimento for realizado com velocidade angular v = ___
​ Du ​ ⇒
constante. Os movimentos dos ponteiros de um relógio Dt
Du = v · Dt ⇒
exemplificam muito bem esse tipo de movimento. A ve-
u – u0 = v · (t – t0) ⇒
locidade angular do ponteiro dos minutos, por exemplo,
pode ser calculado a partir do comprimento percorrido u = u0 + v · t
em uma volta completa igual a 2π radianos e o período T.
Assim, a posição angular u pode ser calculada
para o instante de tempo t. Essa função horária angular
do M.C.U. pode ser obtida a partir da função horária
do MRU, dividindo-se todos os termos pelo raio R da
circunferência:
S = S0 + vt
S __
​  S  ​ = ​ __0 ​ + ​ vt
__  ​ 
R R R
u = u0 + v · t

O movimento dos ponteiros é periódico. O pon-


Aceleração do M.C.U.
teiro dos minutos passará novamente pela mesma indi- Como o movimento é circular e uniforme, tem
cação no relógio após 60 minutos. velocidade tangencial constante (aT = 0), a aceleração
Du = 2p resultante é dada somente pela componente centrípeta.
v = ___ ​ 2p ​  
​ Du ​ ⇒ v = ___
Dt = T Dt T
​ v  ​  mas v = ω·R então a = aC = ω2·R
2
a = aC = __
Sendo T = _​ 1 ​ ⇒ v = 2pf
f
R

Movimento Circular
A velocidade linear da extremidade do ponteiro
pode ser calculada se o valor do raio da trajetória circu-
lar for conhecido.
Sendo v = vR, temos: Uniformemente Variado
​ 2pR
v = ____ ​    ou  v = 2pRf Anteriormente vimos o caso em que um móvel
T
descreve uma trajetória circular com velocidade angular
constante. Porém, para o caso em que a velocidade va-
Função horária angular ria uniformemente, temos que:
v–v
Determinaremos, a seguir, a função horária do g = __
​ Dv
Dt
  ​= ______
​  t – t  0 

0
movimento circunferencial uniforme. Em que g representa a aceleração angular.
Fazendo t0 = 0
v = v0 + g · t
v + v0
Sendo vm = ___
​ Du ​ = ______
​   ​  
, podemos dizer que:
Dt 2
u = u0 + v0 · t + __ ​ 1 ​ · g · t2
2
Assim como:
v2 = v​ 20 ​+ 2 · g · Du

13
2. (Unicamp) Anemômetros são instrumentos usa-
Teoria na prática
dos para medir a velocidade do vento. A sua
1. Uma moto percorre meia volta por segundo, em
uma trajetória circular com raio de 3 m. Sabendo construção mais conhecida é a proposta por Ro-
que no início da contagem dos tempos a moto se binson em 1846, que consiste em um rotor com
encontra na origem dos arcos, determine: quatro conchas hemisféricas presas por hastes,
a) A frequência e o período; conforme figura abaixo. Em um anemômetro de
b) A velocidade angular do movimento; Robinson ideal, a velocidade do vento é dada
c) A velocidade escalar linear; pela velocidade linear das conchas. Um anemô-
d) O módulo da aceleração centrípeta; metro em que a distância entre as conchas e o
e) As funções horárias do movimento sob as centro de rotação é r = 25 cm em um dia cuja ve-
formas linear e angular; locidade do vento é v = 18 km/h teria uma frequ-
f) O tempo decorrido para descrever um ângulo ência de rotação de:
​ 3p ​ rad.
de ___
2
Resolução:
a) Pela definição de frequência e período, te-
mos:
​  1 ​ volta
__
f = ​    ​ ⇒ f = ​ 2  ​ 
n
___ ______ ​ 1 ​  Hz
 ⇒ f = __
Dt 1s 2

​ 1 ​ ⇒ T = __
T = __ ​ 1  ​ ⇒ T = 2 s
f ​ 1 ​ 
__
2
b) A velocidade angular é dada por:
v = 2pf ⇒ v = 2p · __ ​ 1 ​ ⇒ v = p rad/s
2 THE ROSINSON ANENOMETER
Se necessário, considere π ≈ 3.
c) A velocidade linear é:
a) 3 rpm.
v = vR = p · 3 = 3p ⇒ v = 3p m/s b) 200 rpm.
c) 720 rpm.
d) O módulo da aceleração centrípeta é dado d) 1200 rpm.
por:
(3p)2 9p ​ Resolução:
​ v  ​  = _____
2 2
acp = __ ​   ​    = ​ ___    = 3p2 ⇒ acp =
R 3 3
= 3p2 m/s2 Dados: v = 18 km/h = 5 m/s; r = 25 cm; π = 3
e) v = 2 πrf ⇒ f = ____ ​  5   ​  
​  v   ​ = __________ ​  5   ​ 
= ___
Forma linear: Forma angular: 2 πr 2 ∙ 3 ∙ 0,25 1,5
s = s0 + vt, u = u0 + ωt ​  5   ​ ∙ 60 rmp ⇒ f = 200 rpm
Hz = ___
1,5
como s0 = 0 e v como u0 = 0 rad e v =
= 3π m/s = p rad/s Alternativa B
Substituindo-se: Substituindo-se:
s = 0 + 3pt ⇒  u = 0 + pt ⇒ u = pt 3. (UECE) O ano de 2015 tem um segundo a mais.
s = 3pt No dia 30 de junho de 2015, um segundo foi
acrescido à contagem de tempo de 2015. Isso
3p ​  
f) O tempo para descrever o ângulo Du = ​ ___ ocorre porque a velocidade de rotação da Terra
2
rad será obtido pela função horária angular tem variações em relação aos relógios atômi-
Δθ = ω . t cos que geram e mantêm a hora legal. Assim,
no dia 30 de junho, o relógio oficial registrou
​  3p ​ = pt ⇒ t = 1,5 s
___ a sequência: 23h 59min 59s - 23h 59min 60s
2
14
para somente então passar a 1º de julho. Como 5. (Esc. Naval) Observe o gráfico a seguir.
essa correção é feita no horário de Greenwich,
no Brasil a correção ocorreu às 21h, horário de
Brasília. Isso significa que, em média, a velocida-
de angular do planeta
a) cresceu.
b) manteve-se constante e positiva.
c) decresceu. O gráfico da figura acima mostra a variação do
d) é sempre nula. raio da Terra (R) com a latitude (Φ).Observe que
foram acrescentadas informações para algumas
Resolução: latitudes, sobre a menor distância entre o eixo
Sabendo que, às 24h contatas no relógio cor- da Terra e um ponto P na superfície da Terra ao
respondem ao tempo que a terra completa uma nível do mar, ou seja, R cos Φ. Considerando
volta em relação ao sol. que a Terra gira com uma velocidade angular
E sabendo que: ωT = π/12(rad/h), qual é, aproximadamente, a
latitude de P quando a velocidade de P em re-
vm = ___
​ Du ​ 
Dt lação ao centro da Terra se aproxima numerica-
mente da velocidade do som?
Se foi acrescido 1 segundo no tempo total e o
deslocamento angular é o mesmo, logo a veloci- Dados: vsom = 340 m/s; π = 3.
dade angular média decresceu. a) 0º.
b) 20º.
Alternativa C
c) 40º.
4. (UECE) Durante uma hora o ponteiro dos minu- d) 60º.
tos de um relógio de parede executa um deter- e) 80º.
minado deslocamento angular. Nesse intervalo Resolução:
de tempo, sua velocidade angular, em graus/min
π  ​  rad/h. Para
Foi dado no enunciado que vT = ​ ___
é dada por: 12
a) 360. poder utilizar este dado, é necessário fazer a
b) 36. conversão para unidades do SI.
c) 6.
d) 1. ​  π   ​ 
vT = ________ rad/s
12 · 3600
Resolução: Para saber em qual latitude a Terra terá uma ve-
locidade igual a velocidade do som,
Para uma volta completa, tem-se um desloca- v=v·R
mento angular de 2π radianos ou 360º.
R = __
​ ω 340   ​ 
v  ​ = ________
​ ________
O tempo necessário para o ponteiro dar uma vol-
​  π    ​ 
ta completa é de 60 minutos. 12 · 3600
Desta forma: R = 4896 km
v = ___ 360º  ​ 
​ Du ​ = ​ ___ Comparando com a ilustração fornecida no exer-
Dt 60 min
cício, chega-se à conclusão de que este fato será
v = 6 graus/minuto. observado na Latitude de 40º.

Alternativa C Alternativa C

15
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Física Total - Aula 11 - Introdução à cinemática angular

Fonte: Youtube

Vídeo Física - Relação entre a velocidade angular e velocidade...

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Movimento circular.

brasilescola.uol.com.br/fisica/movimento-circular-uniforme-mcu.htm
www.physicsclassroom.com/class/circles/Lesson-1/Mathematics-of-Circular-Motion

16
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Muitos objetos a nossa volta executam movimentos circulares uniformes. Na famosa vitrola ou toca-discos,
os vinis giram com velocidades constantes (33 ou 45 rotações por minuto), enquanto são tocados por uma agulha
que percorre as trilhas gravadas nos discos. O relógio de ponteiro, habitante comum das paredes de nossas cozinhas
ou dos nossos pulsos, também possui dois ponteiros que executam movimentos com velocidades diferentes. Outros
diversos aparelhos realizam movimentos circulares uniformes, como a máquina de lavar roupa e os ventiladores.
Além dos astros celestes e dos satélites artificiais, que caminham pelo espaço executando movimentos circulares.

INTERDISCIPLINARIDADE

O movimento circular é qualquer deslocamento que se desenvolve numa trajetória que não se configure como
uma reta, já que, de forma abstrata, qualquer curva pode ser aproximada para um trecho de uma circunferência.
Comumente os movimentos circulares são descritos em circunferências, que são conjunto de pontos situados em
um plano e equidistantes de um ponto fixo, denominado centro da circunferência. A razão entre o perímetro de um
círculo e o seu diâmetro produz o número π (pi).
A principal curiosidade, no caso do π, é a obtenção de um valor constante não importando o tamanho
do círculo analisado. As civilizações antigas exigiam valores calculados precisos para π, por razões práticas de
construções de veículos e estruturas arquitetônicas. Os chineses conseguiram descobrir 7 dígitos do π no século 5
a.C. A primeira fórmula exata para π, baseada em séries infinitas, foi desenvolvida muito tempo depois, no século
XVII, através da série de Madhava-Leibniz:

​ 4 ​ – __
π = __ ​ 4 ​ + __
​ 4  ​ – __
​ 4 ​ + __
​ 4  ​ – ___
​  4  ​ + ___
​  4  ​ – ...
1 3 5 7 9 11 13

17
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 20 - Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias,


objetos ou corpos celestes.

A Habilidade 20 se faz presente nesta aula na caracterização do movimento circular, ou


circunferencial. Relacionando com as grandezas já definidas, como velocidade linear e
aceleração tangencial, são apresentadas as grandezas velocidade angular e aceleração
centrípeta. O aluno passa a estudar, agora, movimentos não retilíneos também, sempre
aplicados em situações cotidianas.

Modelo
(Enem) Um professor utiliza essa história em quadrinhos para discutir com os estudantes o
movimento de satélites. Nesse sentido, pede a eles que analisem o movimento do coelhinho,
considerando o módulo da velocidade constante.

18
Desprezando a existência de forças dissipativas, o vetor aceleração tangencial do coelhinho, no
terceiro quadrinho, é:
a) nulo.
b) paralelo a sua velocidade linear e no mesmo sentido.
c) paralelo a sua velocidade linear e no sentido oposto.
d) perpendicular a sua velocidade linear e dirigido para o centro da Terra.
e) perpendicular a sua velocidade linear e dirigido para fora da superfície da Terra.

Análise Expositiva

Habilidade 20
Conceitualmente, o exercício possui alto nível de dificuldade. Apesar de trazer uma história
em quadrinhos, o aluno deve conhecer e saber diferenciar as diferentes velocidades acelera-
ções que o móvel possui.
Como o módulo da velocidade é constante, o movimento do coelhinho é circular uniforme,
sendo nulo o módulo da componente tangencial da aceleração no terceiro quadrinho.
Alternativa A

Estrutura Conceitual

Deslocamento Velocidade
angular
Angular angular

Constante Período

MCU Frequência

Variável

MCUV
19
2 2
1 2 Transmissão de
movimento circular

Competências Habilidades
1, 2, 5 e 6 1, 6, 17 e 20
© ThomasLENNE/Shutterstock

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumentos
ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.

H11 Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológicos.

H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Transmissão de movimento circular uniforme
Os motores, em geral, possuem uma frequência de rotação fixa. No entanto, diversos sistemas girantes
acionados por esses motores precisam de frequências de rotação diferentes daquela do motor. Assim, para modificar
as frequências de rotação são utilizadas diversas polias, conectadas por correias ou engrenagens.

Por meio de uma ligação com uma correia, ou através do contato direto, o movimento circular de uma polia
ou engrenagem pode ser transmitido para outra.

Contato entre rodas ou engrenagens. Neste caso há inversão do sentido do movimento.

Ligação por correia. Polias e correia movimentam-se no mesmo sentido.

Para os dois tipos de ligações, se não houver escorregamento das polias ou engrenagens, a velocidade
escalar de qualquer um dos pontos externos (periféricos) é igual à velocidade escalar da correia, isto é:
vA = vB

23
Então, a partir da relação entre as velocidades corrente). Desse modo, a velocidade pode ser
linear e angular (v = vR) e a relação entre a velocidade calculada usando qualquer uma das polias.
angular e frequência (v = 2pf), podemos escrever: Assim, usando os dados da polia menor e
vA = vB ⇒ lembrando de converter a frequência para o
vAR A = vBRB ⇒ S.I., temos que:
2pfAR A = 2pfBRB ⇒ vA = 2p · fA · R A ⇒
fAR A = fBRB vA = 2p · 0,75 Hz · 0,10 m ⇒
vA = 0,15p m/s
Essa relação mostra que a frequência e o raio
e
são inversamente proporcionais. Assim, a roda de maior
raio, em um sistema acoplado, tem frequência menor. vB = 0,15p m/s
Obs.: Engrenagem – elemento mecânico que
No entanto, se as polias, ou engrenagens,
serve para imprimir torque e rotação. A engrenagem é
estiverem conectadas pelo mesmo eixo (polias
uma roda dentada (polia + dentes). Para as engrena-
coaxiais), ou seja, giram fixadas em um mesmo
gem temos as seguintes relações:
eixo, a velocidade angular w será igual.
N N
fA·NA = fB·NB ou __
​  A ​  = ​ __B ​  onde (N ... número
RA RB
de dentes)

vãos
dentes

Polias coaxiais.

wA = ωB

Dessa forma, a relação entre as frequências de


Teoria na prática rotação é:
1. Duas polias são ligadas por uma corrente. A me-
nor tem raio de 10 cm e a maior tem raio de 15 ωA = ωB ⇒
cm, girando com frequência de 30 rpm.
​ 2p ​ = ___
___ ​  2p ​ ⇒ __
​  1  ​  = __
​  1  ​ ⇒
a) Qual é a frequência da polia menor? TA TB TA TB
b) Qual é a velocidade linear da polia maior? E fA = fB
da polia menor?
2. Duas polias são conectadas por um mesmo eixo.
Resolução:
Uma das polias tem raio de 10 cm, a outra tem
a) Pela fórmula da relação entre raio e frequên- raio de 15 cm e gira com frequência de 30 rpm.
cia apresentada, temos: a) Qual é a frequência da polia menor?
R A · fA = RB · fB ⇒ b) Qual é a velocidade linear da polia maior? E
10 · fA = 15 · 30 ⇒ da polia menor?
fA = 45 rpm
b) Ambas as polias estão conectadas por uma
corrente, portanto, ambas possuem a mes-
ma velocidade linear (igual a velocidade da

24
Resolução: Como vy = vz e Ry = Rz, temos:
a) Ambas as polias estão conectadas por um vyRy = vzRz
mesmo eixo e, portanto, ambas possuem a
2pfyRy = 2pfzRz
mesma velocidade angular e também a mes-
ma frequência. Assim, apolia menor tem ve- fy = fz = 1 Hz
locidade angular de 30 rpm. Portanto, a frequência da polia Z é fz = 1 Hz.
b) Para a polia menor temos que:
vA = 2p · fA · R A ⇒ 4. (Unesp) Um pequeno motor a pilha é utilizado
vA = 2p · 0,5 Hz · 0,10 m ⇒ para movimentar um carrinho de brinquedo. Um
VA = 0,1p m/s sistema de engrenagens transforma a velocidade
de rotação desse motor na velocidade de rota-
Para a polia maior:
ção adequada às rodas do carrinho. Esse sistema
vB = 2p · fB · RB ⇒ é formado por quatro engrenagens, A,B, C e D,
vB = 2p · 0,5 Hz · 0,15 m ⇒ sendo que A está presa ao eixo do motor, B e C
vB = 0,15p m/s estão presas a um segundo eixo e a um tercei-
ro eixo, no qual também estão presas duas das
3. A figura abaixo mostra um sistema de polias. Os
quatro rodas do carrinho.
raios das polias estão relacionados de modo que
Rw = Ry = Rz = ​ __ 1 ​  R , e a polia W gira com
2 x
frequência de 2 Hz. Qual é a frequência de
rotação da polia Z?

Resolução:

Da figura, temos:

Nessas condições, quando o motor girar com fre-


quência fM as duas rodas do carrinho girarão com
frequência fR. Sabendo que as engrenagens A e
C possuem 8 dentes, que as engrenagens B e D
possuem 24 dentes, que não há escorregamento
entre elas e que fM = 13,5 Hz, é correto afirmar
que fR em Hz é igual a
a) 1,5.
b) 3,0.
c) 2,0.
vw = vx ⇒ vw Rw = vxRx vx = vy (polias com o
d) 1,0.
mesmo eixo)
e) 2,5.
2pfwRw = 2pfxRx
2pfx = 2pfy
​ 1 ​ Rx = fxRx
2 · __
2
fx = fy
fx = 1 Hz
se fx = 1 Hz ⇒ fy = 1 Hz

25
Resolução:

Os raios das engrenagens (R) e os números de


dentes (n) são diretamente proporcionais.
Assim:
R R n ___
__
​  A ​ = ​ __C  ​ = ___   ​  8  ​ =​ __
​ n A  ​= 1 ​ 
RB RD B 24 3
A e B estão acopladas tangencialmente:

vA = vB ⇒ 2 πfARA = 2 πfBRB ⇒ fARA = fBRB


R 1 ​ 
Mas: fA = fM ⇒ fMRA= fBRB ⇒ FB = fM ​ __A ​ = fM ​ __
RB 3
f__M
⇒ fB = ​   ​ 
3
B e C estão acopladas coaxialmente:
f
fC = fB = __
​  M ​ 
3
C e D estão acopladas tangencialmente:

vC = vD ⇒ 2πfCRC = 2πfDRD ⇒ fCRC = fDRD


R
Mas: fD = fR ⇒ fCRC = fRRD ⇒ FR = fC __
​  C  ​ = fR
RD
f__M __
1 fM
__
= ​   ​ ​   ​ ⇒ fR = ​   ​ ⇒
33 9
13,5
fR = ____
​   ​   ⇒ fR = 1,5 Hz
9
Alternativa A

5. (UECE) Em uma obra de construção civil, uma


carga de tijolos é elevada com uso de uma cor-
da que passa com velocidade constante de 13,5
m/s e sem deslizar por duas polias de raios 27
cm e 54 cm. A razão entre a velocidade angular
da polia grande e da polia menor é:
a) 3.
b) 2.
c) 2/3.
d) 1/2.

Resolução:

A velocidade linear é a mesma para as duas


polias.

ωG R
vG = vM ⇒ ωGRG = ωMRM ⇒ ​ ___
ω    ​= ​ 27 ​ ⇒
​ __M ​ = ___
ωG __
___ 1 M RG 54
⇒ ​ ω   ​ = ​    ​
M 2

Alternativa D

26
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Transmissão de Movimento Circular - Questão ENEM 2013

Fonte: Youtube

Vídeo Engrenagem, correia e eixo (Vídeo 8.4 - Volume 1)

Fonte: Youtube

Vídeo Incríveis sistemas de engrenagens

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Mecatrônica robótica, Mecânica

www.newtoncbraga.com.br/index.php/110-mecatronica/robotica/12092-polias-e-
engrenagens-mec189
osfundamentosdafisica.blogspot.com.br/2013/06/cursos-do-blog-mecanica_24.html
pt.wikihow.com/Mudar-a-Marcha-de-uma-Bicicleta
28
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

A aplicação mais importante de transmissão de movimento no nosso cotidiano está nas engrenagens e
polias presente nos sistemas mecânicos ao nosso redor, desde um simples relógio até motores e rotores, presentes
em automóveis. As engrenagens operam aos pares, os dentes de uma se intercalando com os espaços entre os
dentes de outra. Caso o arranjo dos dentes não seja circular, aparecerá uma variação entre as velocidades das
engrenagens. A maioria das engrenagens possui formato circular, o que permite o funcionamento preciso dos
mecanismos utilizados no nosso dia a dia.

INTERDISCIPLINARIDADE

Parte importante de qualquer mecanismo que transfira movimento circular, a roda é uma das maiores
invenções da humanidade. A região de Ur, na Mesopotâmia, em 3500 a.C., é o local no tempo-espaço mais aceito
como a primeira representação de uma roda, que aparece como um artefato feito de madeira numa carroça. É
aceito, baseado em artefatos encontrados por arqueólogos, que os chineses teriam começado a usá-la em torno
de 2000 a.C. Muitos séculos depois, já na Idade Moderna, inovações no uso de materiais fizeram a invenção da
roda adquirir novas funções e ganhar eficiência, se tornando um transporte mais fácil e rápido, contribuindo para
transformar as primeiras aglomerações humanas em cidades maiores, além de transformar as formas de geração
de energia.

29
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 1 - Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou


oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.

A Habilidade 1 é trabalhada nesta aula pois os movimentos são periódicos; grandezas


como período e frequência são de suma importância na caracterização da transmissão do
movimento circular. Dessa maneira, faz-se necessário o conhecimento do aluno de como
se dá a transmissão do movimento circular e quais são as grandezas e como as mesmas
se relacionam.

Habilidade 6 - Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização


de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.

A Habilidade 6 se faz presente pois trata da leitura de manuais de instrução, fato este
necessário para o estudante relacionar as diferentes engrenagens numa bicicleta, por
exemplo. O aluno deve ser capaz de identificar as informações técnicas, a fim de ser
capaz de compreender a situação-problema.

Modelo 1
(Enem) A invenção e o acoplamento entre engrenagens revolucionaram a ciência na época
e propiciaram a invenção de várias tecnologias, como os relógios. Ao construir um pequeno
cronômetro, um relojoeiro usa o sistema de engrenagens mostrado. De acordo com a figura, um
motor é ligado ao eixo e movimenta as engrenagens fazendo o ponteiro girar. A frequência do
motor é de 18 rpm, e o número de dentes das engrenagens está apresentado no quadro.

engrenagem dentes
A 24
B 72
C 36
D 108

30
A frequência de giro do ponteiro, em rpm é:
a) 1.
b) 2.
c) 4.
d) 81.
e) 162.

Análise Expositiva 1

Habilidade 1

Excelente exercício do Enem, muito bem contextualizado! Cabe ao aluno interpretar a situação-
problema e identificar as passagens matemática que o levarão à resposta rapidamente.
No acoplamento coaxial, as frequências são iguais. No acoplamento tangencial, as frequências
(f) são inversamente proporcionais aos números (N) de dentes.
Assim:

A frequência do ponteiro é igual a da engrenagem D, ou seja, f = 2 rpm.

Alternativa B

31
Modelo 2
(Enem) Para serrar ossos e carnes congeladas, um açougueiro utiliza uma serra de fita que possui
três polias e um motor. O equipamento pode ser montado de duas formas diferentes, P e Q. Por
questão de segurança, é necessário que a serra possua menor velocidade linear.

Por qual montagem o açougueiro deve optar e qual a justificativa desta opção?
a) Q, pois as polias 1 e 3 giram com velocidades lineares iguais em pontos periféricos e a que tiver maior
raio terá menor frequência.
b) Q, pois as polias 1 e 3 giram com frequências iguais e a que tiver maior raio terá menor velocidade
linear em um ponto periférico.
c) P, pois as polias 2 e 3 giram com frequências diferentes e a que tiver maior raio terá menor velocidade
linear em um ponto periférico.
d) P, pois as polias 1 e 2 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver
menor raio terá maior frequência.
e) Q, pois as polias 2 e 3 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver
maior raio terá menor frequência.

32
Análise Expositiva 2

Habilidade 6
Desde a restruturação da prova do Enem, ano após ano a prova tem sido mais carregada
conceitualmente e até mais carregada nas operações matemáticas, este é um exercício que
exemplifica muito bem isso.
Para resolve-lo, temos que a velocidade linear da serra é igual à velocidade linear (v) de um
ponto periférico da polia à qual ela está acoplada.
Lembremos que no acoplamento tangencial, os pontos periféricos das polias têm mesma
velocidade linear; já no acoplamento coaxial (mesmo eixo) são iguais as velocidades angulares
(ϖ) frequências (f) e períodos (T) de todos os pontos das duas polias. Nesse caso a velocidade
linear é diretamente proporcional ao raio (v = ϖ R).

Na montagem P:
– Velocidade da polia do motor: v1.
– Velocidade linear da serra: v3P.

33
Na montagem Q:
– Velocidade da polia do motor: v1.
– Velocidade linear da serra: v2Q.

Dividindo (II) por (I):


Como R2 < R3 ⇒ v2Q < v3P.
Quanto às frequências, na montagem Q:
f R
v3Q = v1 ⇒ f3Q R3 = f1 R1 ⇒ ___
​  3Q ​ = __
​  1  ​.
f1 R 3

Como R1 < R3 ⇒ v3Q < F1.

___v
3P
v R _____
​  v2Q ​ = ____
​  1  ​2 
3
R 1
R
v R 3
⇒ ___
 × ​  2  ​ 
v
3P
(  )
​  v2Q ​ = ​ __
R 2
​  2 ​   ​.
R 3

Alternativa A

34
Estrutura Conceitual
A B

RA RB

Transmissão
Contato
de MCU

Eixo
Correia Inversão do
movimento

Velocidades
angulares Mesmo
iguais sentido
Velocidades
lineares
de mesmo
Frequências módulo
iguais

35
2 4
3 2 Introdução às leis
de Newton

Competências Habilidades
5e6 17 e 20

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
As leis de Newton
Em grande parte, a Dinâmica e também a chamada Mecânica Clássica, foram baseadas principalmente nos
trabalhos de Newton. Em 1687 foi publicada a obra Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, e que resume toda
a descrição da natureza do movimento em três leis que hoje são conhecidas como as Leis de Newton.
É importante ressaltar que a construção da Física se deve à contribuição de diversos cientistas e não de
trabalhos individuais específicos.
As Leis de Newton serão discutidas adiante, para situações que ocorrem no nosso cotidiano.

Isaac Newton (1643-1727)

Até o momento estudamos o movimento de um móvel, sem nos importar a causa do movimento (ou de sua
alteração). Desde o início do curso estudávamos o ramo da mecânica chamado cinemática. Agora, iremos nos
debruçar sobre o motivo de o móvel estar em movimento (ou de alterá-lo), as leis de Newton pertencem ao ramo
da mecânica que chamamos de dinâmica.

Conceitos preliminares
Inércia – Resistência que todo corpo material oferece à modificação da sua velocidade. Manifesta-se pela
necessidade da ação de uma força para que se modifique esta velocidade em relação a um referencial, isto é, para
que o móvel tenha uma aceleração diferente de zero.
Força – Grandeza física que se manifesta pela modificação que provoca na velocidade de um corpo ou
causa de formação. Quando este não está sujeito a nenhuma força, o seu movimento, num referencial determinado,
é uniforme (velocidade constante, nula ou não). Se sobre o corpo age uma força, a sua velocidade é variável e a
sua aceleração é diferente de zero.

39
Lei da inércia Newton denominou essa tendência a alterar
de estado dos corpos de inércia, definido como “um
A primeira Lei de Newton no movimento foi poder de resistir, através do qual todo corpo, estando
enunciada como: em um determinado estado, manterá esse estado, seja
ele de repouso ou de movimento retilíneo uniforme”.
Todo corpo em estado de repouso ou de movimen- A inércia de um corpo é maior quanto mais difícil for
to retilíneo uniforme permanece nesse estado até alterar seu estado de movimento. A afirmativa acima,
que seja forçado a mudar seu estado por forças que chamada de primeira Lei de Newton, também é dita
atuam sobre ele.
como Lei da Inércia.

Então, um corpo que esteja inicialmente em re- Exemplo 1


pouso apenas entrará em movimento caso atue sobre
ele uma força não nula. Porém, caso sejam retiradas, re- Imagine um ônibus em movimento com veloci-
pentinamente, todas as forças que atuam em um corpo dade constante e em linha reta. Apesar de estarem em
em movimento, o corpo entrará em movimento retilíneo
repouso em relação ao onibus, os passageiros estão em
e uniforme até que alguma força volte a atuar sobre ele.
movimento retilíneo uniforme em relação ao solo. Ao
A ideia de que um corpo permanecerá em movimento
freiar bruscamente, os passageiros sentem-se “empur-
retilíneo uniforme, eternamente, é estranha, pois não
rados” para a frente, como na figura abaixo (esquerda).
presenciamos essa situação no nosso cotidiano, uma
Esse empurrão ocorre devido a tendência dos corpos de
vez que os eventos estão sujeitos ás forças de resis-
continuarem no mesmo estado de movimento, ou seja,
tência ao movimento. Mas isso é válido para corpos em
movimento na imensidão do espaço, em locais onde não há por causa da inércia dos corpos.

influência gravitacional de outros corpos.

Um efeito semelhante ocorre se o ônibus estiver inicialmente em repouso. Se o ônibus, repentinamente,


arrancar e sair em movimento acelerado, a sensação dos passageiros é de serem “jogados” para trás, assim como
na imagem acima (direita). Novamente, pela inércia dos corpos, os passageiros “tentaram” se manter em repouso
em relação ao solo, opondo-se à mudança de estado.

Exemplo 2
Os passageiros de um automóvel, ao iniciar uma curva, têm a sensação de serem forçados para fora do carro
- o que de fato aconteceria, caso a porta estivesse aberta e os passageiros sem a proteção do cinto de segurança.
Porém, não existe nenhuma força empurrando os passageiros para fora. Os corpos resistem ao fazer a curva pois
tendem a continuar em movimento retilíneo uniforme, segundo a Lei da Inércia.

40
Portanto, se a massa de um corpo é constante,
a aceleração e o módulo da força resultante são direta-
mente proporcionais e têm a mesma direção__e sentido.
​›
Na figura abaixo, a força resultante F ​
​   atua em
corpos com massas diferentes.

Uma situação no qual um corpo seja completa-


mente livre da ação de forças é praticamente impossí-
vel. No entanto, pode ocorrer do efeito de forças atuan-
tes sobre um corpo se cancelar mutuamente.

Segunda lei de Newton ou


Nesse caso, a aceleração do corpo cai pela me-
princípio fundamental da dinâmica tade ao duplicar a massa m do corpo. Se a massa for
três vezes maior, a aceleração será de um terço (1/3) da
Verificou-se experimentalmente que a acelera- aceleração obtida pela massa m.
ção causada por uma mesma força atuando sobre cor- Então, se o módulo da força resultante é cons-
pos com massas diferentes não é igual. Por exemplo, tante, a massa e a aceleração do corpo são inversamen-
uma mesma força provoca uma aceleração maior em te proporcionais, isto é, a aceleração é menor quanto
uma bicicleta do que em um automóvel. Assim, quanto maior a massa do corpo:
maior for a massa de um corpo mais força é necessária
para produzir determinada aceleração. m1a1 = m2a2 = ... = mnan = F

O produto da massa pela aceleração é igual a


valor constante igual ao módulo da força aplicada.
Consequentemente, o valor da constante k é a
medida da resistência do corpo ao ser acelerado, isto é,
uma medida de sua inércia. A constante k é denomina-
da massa inercial do corpo (k = m).
Essas duas experiências estabelecem a 2ª lei de
Newton: o Princípio Fundamental da Dinâmica:
Vamos analisar a situação a partir das seguintes
experiências: A aceleração de um corpo é diretamente propor-
​__› ​__› ​
Na figura acima, as forças resultantes   F ​​  1,  
F ​​  2, ...,​ cional à força resultante que atua sobre ele, inver-
__›

F ​  n atuam sobre o mesmo corpo e produzem, respectiva- samente proporcional à sua massa e tem a mesma
___
​ › ___ ​› ___
​› direção e o mesmo sentido da força resultante.
mente, acelerações  ​  a​  1,  
a ​​  2, ...,  ​ 
a​  n.
Calculando a razão entre a intensidade de cada
força e a respectiva aceleração, obtém-se: A segunda Lei de Newton é expressa pela
__ F F
__2 F
__n __F relação:
a​  1 ​  = ​ a2  ​= ... = ​ an  ​= k ⇒ ​ a  ​= k ⇒ ka = F
1
​__› ​___›
​  R  = m · a ​​   
F ​
Desse modo, a aceleração do corpo duplica
quando o módulo da força resultante é duplicado. Se o
módulo da força resultante for triplicado, a aceleração
também irá duplicar.

41
Pela 2° lei de Newton podemos obter a acelera-
ção do corpo:
a FR = ma ⇒ 7 = 50a ⇒ a = 0,14 m/s2
m FR Esse resultado seria o mesmo caso houvesse
apenas uma força de 7 N atuando sobre a caixa, na
direção horizontal, da esquerda para a direita. A direção
e sentido da aceleração são iguais à da força resultante.
Ou, considerando apenas os módulos: Se as forças forem aplicadas sobre a caixa na
mesma direção, mas em sentidos opostos, o módulo da
FR = m · a
resultante será:
Em que:
§§ FR: módulo da força resultante que atua sobre
o corpo;
§§ m: massa do corpo; FR = 4 – 3 ⇒ FR = 1 N
§§ a: módulo da aceleração do corpo. Novamente, pela 2° lei de Newton, obtemos a
A unidade de força no SI é o Newton (N). O va- aceleração:
lor de 1 N corresponde à força necessária para acelerar
FR = ma ⇒ 1 = 50a ⇒ a = 0,02 m/s2
uma massa de 1 kg a 1 m/s2.
Nesse caso, o resultado seria o mesmo caso
F = ma ⇒ 1 N = 1 kg · 1 m/s2 houvesse apenas uma força de 1 N atuando sobre a
caixa na direção horizontal, da esquerda para a direita.
Exemplo 3 A aceleração, novamente, tem mesma direção e sentido,
nesse caso, horizontal e da esquerda para a direita.
Paulo e Francisco aplicam forças de 3 N e 4 N
No entanto, se os sentidos das forças forem inver-
sobre uma caixa de 50 kg em repouso sobre um chão
tidos, mantendo a direção horizontal, o módulo da força
liso. O que ocorre com a caixa?
resultante passa a ser de – 1 N. Nesse caso, o módulo
A resposta depende da direção e do sentido das
da aceleração ainda tem o mesmo valor, 0,02 m/s2, mas
forças sobre a caixa.
o sentido passa a ser da direita para esquerda (igual ao
Se as forças tiveram a mesma direção e o mesmo
da força resultante).
sentido, o módulo da força resultante será:

FR = 4 + 3 ⇒ FR = 7 N

Caso as direções das forças aplicadas formem um


ângulo de 30°, por exemplo, devemos obter o módulo da
força resultante usando a lei dos cossenos modificada.

__________________ ___________________________
2  2 
FR = √
​ F​
  1​ + F​2​ + 2F1F2 · cos 30º ​⇒ FR = √
​ 4  
2
+ 32 + 2 · 4 · 3 · 0,87  ​⇒ FR > 6,77 N

42
Pela 2ª Lei de Newton, temos: Para obter o tempo que o corpo leva para parar,
usamos a equação horária da velocidade, saben-
FR = ma ⇒ 6,77 = 50a ⇒ a > 0,135 m/s2
do que a velocidade final é nula:

v = v0 + at ⇒ 0 = 12 – 0,5 t ⇒ t = 24 s

Assim, o corpo leva 24 s para parar.

2. Um barco de 100 kg, conduzido por um veleja-


dor com massa de 60 kg, partindo do repouso,
se desloca sob a ação do vento em movimento
Assim, a resultante das forças que agem sobre uniformemente acelerado, até atingir a velocida-
um corpo é a soma vetorial de todas as forças aplicadas de de 18 km/h. A partir desse instante, a veloci-
sobre o corpo. Apesar de serem, em geral, diferentes, dade permanece constante. Se o barco percorreu
o efeito de todas as forças é o mesmo que o da força 25 m em movimento uniformemente acelerado,
resultante. qual é o valor da força aplicada sobre o barco?
__
​›
Então, a força resultante ​ 
 ​F  R ou, simplesmente, Despreze resistências ao movimento sobre o
resultante é expressa por: barco.
​__› ​__› ​__› ​__›
​  R  = F ​
F ​ ​  1  + F ​
​  2  + ... ​F ​ n 

Teoria na prática
1. Em um superfície lisa e horizontal, um corpo de
massa 4 kg move-se com velocidade de 12 m/s.
Do enunciado, sabemos que a velocidade inicial
Em determinado momento, uma força constante
v0 do barco é nula e, após percorrer 25 m (DS = 25 m), a
de 2 N atua sobre o corpo, em sentido contrário
velocidade é de 18 km/h (v = 18 km/h = 5 m/s). Assim,
à velocidade, retardando o movimento. Quanto
podemos obter a aceleração pela equação de Torricelli:
tempo o corpo leva para parar?
v2 = v​2 0​ + 2 · a · DS ⇒ 52 = 02 + 2 · a · 25 ⇒ 25 = 50 · a
⇒ a = 0,5 m/s2

Pela 2ª Lei de Newton calculamos o valor da


força aplicada ao barco, considerando a massa total
A partir da 2ª Lei de Newton, obtemos a acele- do conjunto (massa do barco e do velejador) igual a
ração do corpo: 160 kg (100 kg + 60 kg):
F = ma ⇒ – 2 = 4 · a ⇒ a = – 0,5 m/s2 FR = ma ⇒ FR = 160 · 0,5 ⇒ FR = 80 N

A terceira lei de Newton


Analise a situação ilustrada nas figuras a seguir:

43
Inicialmente (figura da esquerda), um menino está em repouso sobre um carrinho. Vamos supor que o car-
rinho pode se mover sem ação da resistência do solo. Ao lançar a bola que segura nas mãos (figura da direita), o
carrinho e o menino adquirem
__
um movimento oposto ao sentido da bola que foi lançada.
​› ​__›
Assim, uma força  
F ​​  1 foi aplicada sobre a bola, pelo menino, e ao mesmo tempo, uma força  
F ​​  2 em sentido
oposto foi aplicada pela bola ao menino.
As duas forças têm o mesmo módulo:
__ __ ​__› __
F ​  2 ​e  ​F ​  1  = –  
​› ​› ​›
​  
​F ​  1  ​ = ​ ​  F ​​  2

Vejamos agora o exemplo da figura abaixo. Considere novamente que não existe resistência ao movimento
do carrinho causado pelo chão.

Em determinado instante, o menino A começa A afirmativa dada por Newton para a Lei da
​__›
a puxar a corda e desse modo aplica uma força    ​F​  1 no Ação e Reação foi:
menino B, mas os dois se aproximam. Isso __ significa que
​›
A está sofrendo a ação de uma força ​  F ​  2 aplicada pelo Para toda ação existe uma reação igual e oposta,
menino B. Como__ no exemplo anterior, o módulo dessas ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o ou-
​› __
​› tro são iguais e dirigidas a partes opostas.
forças é igual: ​ ​ 
 ​F  1 ​= ​ ​ 
F ​  2 .​

Resumindo Dizemos que um corpo está em equilíbrio dinâ-


__
​› mico, quando sua aceleração é e continuará nula. Im-
Se um corpo __A exerce uma força   F ​​  1 sobre um
​› plicando que a força resultante, isto é, o somatório de
corpo B, uma força  
F ​​  2 será exercida de B sobre A, de
todas as forças que atuam sobre um corpo, seja nula.
modo que:
Podemos classificar as forças em dois tipos: força
de contato e força de ação à distância.
Forças de contato são aquelas em que, vistas de
__
​› __
​› modo macroscópico, os corpos estão literalmente em
§§  
​__F ​  1 e   F ​​   têm a mesma direção;
__
​› ​›2 contato. Por exemplo, um garoto que chuta uma bola
§§ ​__F ​  1 e  
  F ​​   têm sentidos opostos; __ faz com que a bola altere seu estado de movimento
​› ​__›2 ​› ​__›
§§ ​F ​  1 e  
  F ​​  2 têm o mesmo módulo: ​ ​ 
F ​  1 ​= ​  ​F ​  2 ​. aplicando-lhe uma força não nula. Existe contato entre
Portanto, vetorialmente: as superfícies, isto é, entre o garoto e a bola.
__
​› __
​›

F​ ​  1 = –  
 ​F​  2 Forças de ação à distância, como o próprio nome
já sugere, atuam sem que haja contato entre as super-
Essa é a terceira Lei de Newton, e ficou conheci-
fícies dos corpos. Forças deste tipo estão relacionadas à
da como Lei__ da Ação __ e Reação. Mas, qualquer uma
​› ​› existência de campos de força. A força elétrica de atra-
das forças (​ 
 ​F  1 ou  
F ​​  2) pode ser chamada de ação e a
ção ou repulsão entre cargas elétricas é claro exemplo
outra de reação, pois, as duas forças atuam ao mesmo deste grupo de forças.
tempo.

44
Outro modo com que podemos classificar as for- assim a força média atuante sobre ele mes-
ças em relação a um sistema, é verificando se a força é mo na colisão.
externa ou interna. Se externa, a força é devido a ação III. O cinto de segurança impede que o ocupante
de um corpo externo ao sistema; se interna, é devido a do carro, em uma colisão, continue se deslo-
interações entre corpos que compõem o sistema. cando com um movimento retilíneo unifor-
me.
Teoria na prática IV. O cinto de segurança desacelera o ocupan-
1. (UECE) Um trem, durante os primeiros minutos te do carro em uma colisão, aumentando a
de sua partida, tem o módulo de sua velocidade quantidade de movimento do ocupante.
dado por v = 2t, em que t é o tempo em segun- Assinale a alternativa correta.
dos e v a velocidade, em m/s. Considerando que a) Somente as afirmativas I e IV são verdadei-
um dos vagões tenha massa 3 · 103 kg, qual o ras.
módulo da força resultante sobre esse vagão, em
b) Somente as afirmativas II e III são verdadei-
newtons?
ras.
a) 3000.
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
b) 6000.
d) Somente as afirmativas II e IV são verdadei-
c) 1500.
ras.
d) 30000.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
Resolução:
Resolução:
Sabendo que a massa do vagão a ser analisado
I. Falsa. O airbag reduz a força média sobre o
é de 3000 kg e que a velocidade é dada como
corpo do ocupante do carro durante a colisão
uma função em relação ao tempo, v = 2t, exis-
com o painel, pois aumenta o tempo de con-
tem duas soluções possíveis.
tato entre o sistema corpo-airbag. O impulso
Por comparação com a Função Horária da Velo-
permanece o mesmo, que equivale à diferen-
cidade:
ça de quantidade de movimento.
v = v0 + a · t
II. Verdadeira.
v=2·t
III. Verdadeira.
Disto, pode-se concluir que: IV. Falsa. O cinto de segurança prende o passa-
v0 = 0 m/s e a = 2 m/s2 geiro ao banco evitando que o movimento do
Assim, seu corpo continue por inércia após o cho-
F = m · a = 3000 · 2 que. A aceleração e a variação da quantidade
F = 6000 N de movimento dos ocupantes que utilizam o
cinto de segurança serão as mesmas sofridas
Alternativa B
pelo automóvel no momento do acidente.
2. (UDESC) O airbag e o cinto de segurança são
Alternativa B
itens de segurança presentes em todos os carros
novos fabricados no Brasil. Utilizando os concei- 3. (PUC-RJ 2015) Duas forças perpendiculares en-
tos da Primeira Lei de Newton, de impulso de tre si e de módulo 3,0 N e 4,0 N atuam sobre um
uma força e variação da quantidade de movi- objeto de massa 10 kg.
mento, analise as proposições. Qual é o módulo da aceleração resultante no ob-
I. O airbag aumenta o impulso da força média jeto, em m/s2?
atuante sobre o ocupante do carro na colisão a) 0,13.
com o painel, aumentando a quantidade de b) 0,36.
movimento do ocupante. c) 0,50.
II. O airbag aumenta o tempo da colisão do d) 2,0.
e) 5,6.
ocupante do carro com o painel, diminuindo
45
Resolução: Resolução:

Analisando as alternativas, temos que:


I. INCORRETA. Princípio da ação e reação (3ª
Lei de Newton). O sentido da força de reação
é oposto ao sentido da força de ação.
II. CORRETA. Pela 2ª Lei de Newton, tem-se
que:
De acordo com o Teorema de Pitágoras, temos a
A força resultante é proporcional à acelera-
Força resultante sobre o corpo:
______ ___
ção do corpo de massa m.
FR = √ =√
​ 32 + 42 ​  ​ 25 ​ = 5 N III. CORRETA. 1ª Lei de Newton (Princípio da
E com a força resultante e a massa, usando a 2ª Inércia). Um corpo que está em repouso ou
lei de Newton, achamos a aceleração: em MRU tende a permanecer nesta situação
até que uma força resultante não nula atue
F
FR = m · a ⇒ a = __
​ mR ​  sobre o corpo.
IV. INCORRETA. A força resultante tem mesma
​  5 N  ​=
a = _____   0,50 m/s2
10 kg direção e sentido da aceleração, não neces-
Alternativa C sariamente o mesmo módulo.

Alternativa D
4. (UDESC) Com relação às Leis de Newton, analise
as proposições. 5. (UNISC) Qual dessas expressões melhor define
I. Quando um corpo exerce força sobre o outro, uma das leis de Newton?
este reage sobre o primeiro com uma força a) Todo corpo mergulhado num líquido desloca
de mesma intensidade, mesma direção e um volume igual ao seu peso.
mesmo sentido. b) A força gravitacional é definida como a força
II. A resultante das forças que atuam em um que atua num corpo de massa
corpo de massa é proporcional à aceleração c) O somatório das forças que atuam num cor-
que este corpo adquire. po é sempre igual ao peso do corpo.
III. Todo corpo permanece em seu estado de re- d) A força de atrito é igual ao produto da massa
pouso ou de movimento retilíneo uniforme, de um corpo pela sua aceleração.
a menos que uma força resultante, agindo e) A toda ação existe uma reação.
sobre ele, altere a sua velocidade. Resolução:
IV. A intensidade, a direção e o sentido da força
resultante agindo em um corpo são iguais à A 3ª Lei de Newton é também chamada de Lei
intensidade, à direção e ao sentido da acele- da Ação e Reação. Ela relaciona as forças de con-
ração que este corpo adquire. tato, tração em cordas e demais forças de reação
Assinale a alternativa correta. que surgem de uma ação, de igual intensidade e
a) Somente as afirmativas III e IV são verdadei- direção da ação, mas de sentido contrário, forças
ras. sempre aplicadas em corpos diferentes e que,
b) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. portanto, não se anulam quando analisadas nos
c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. corpos isolados.
d) Somente as afirmativas II e III são verdadei- Alternativa E
ras.
e) Todas afirmativas são verdadeiras.

46
Texto para a próxima questão:
Estudando-se o movimento de um objeto de massa 2 kg, obteve-se o gráfico velocidade x tempo a seguir.
A velocidade está em m/s e o tempo, em segundo.

6. (PUC-MG) Entre os instantes t = 0,4 s e t = 0,8 s o módulo da força resultante sobre o objeto foi aproxi-
madamente de:
a) 2,0 N.
b) 1,5 N.
c) 0,2 N.
d) 0,8 N.
Resolução:
(0,4 – 0,8)
​ ∆v ​ = 2 · ________
F = m · a = m ___ ​   
 ​= –2 N
∆t (0,8 – 0,4)

Alternativa C

47
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Física - Primeira Lei de Newton (Khan Academy)

Fonte: Youtube

Vídeo Física - Segunda Lei de Newton (Khan Academy)

Fonte: Youtube

Vídeo Telecurso 2000 - Aula 08/50 - Física - Leis de Newton

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Leis de Newton

educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/dinamica-as-leis-de-newton.htm
luznafisica.wikidot.com/leis-de-newton-forca-e-movimento
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/forca-movimento.htm

48
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

As leis da física newtoniana estão presentes em nosso dia a dia. Automóveis e outros transportes motorizados
são ótimos exemplos das aplicações da física newtoniana no nosso cotidiano, nos ganhos e perdas de velocidade,
com a utilização de acelerador e/ou freios. Pode-se observar a inércia atuando quando um rapaz é jogado para trás
no momento em que o ônibus acelera.

Da mesma maneira, numa prova típica, um dos cavalos se recusa a


pular um dos obstáculos. Considerando a inércia, o cavaleiro será
arremessado para frente. Outras demonstrações da aplicabilidade da
física newtoniana são encontradas no espaço, onde os satélites
orbitam ao redor da terra sem o auxílio de propulsores, deslocando-
se por inércia. A construção civil também aplica os conceitos
apresentados nessa aula, possibilitando a construção de enormes
edifícios, por exemplo.

INTERDISCIPLINARIDADE

Galileu Galilei, considerado o primeiro físico no sentido moderno, foi um dos primeiros cientistas a
reconhecer a matemática como ferramenta principal para descrição dos fenômenos naturais. Porém foi Newton
que sintetizou, através da sua famosa obra, “Princípios matemáticos da filosofia natural” (1687), as duas grandes
correntes metodológicas da ciência moderna, a matematização e a experimentação. Newton acreditava que a
natureza agisse de modo a simplificar as suas ações ao máximo, as consequências naturais teriam o mínimo de
causas possíveis e que o universo seria como uma máquina que está constantemente em funcionamento. Esse foi
um importante passo para a filosofia, por fundamentar a ciência que iria influenciar os pensadores iluministas.

49
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 20 - Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias,


objetos ou corpos celestes.

A partir desta aula, o aluno passará a não apenas caracterizar o movimento, não apenas descre-
vê-lo, mas agora definir as causas do mesmo. O conceito de força é peça fundamental neste caso,
pois é ela a causadora da mudança do estado de movimento, estando o corpo parado inicialmen-
te ou em movimento retilíneo uniforme. As leis de Newton são peças fundamentais para a com-
preensão plena das causa da alteração do estado de movimento de um corpo. Neste contexto, é
aplicada a Habilidade 20, caracterizando a causa do movimento dos corpos terrestres ou celestes.

Modelo 1
(Enem) No dia 27 de junho de 2011, o asteroide 2011-MD, com cerca de 10 m de diâmetro, passou
a 12 mil quilômetros do planeta Terra, uma distância menor do que a órbita de um satélite. A
trajetória do asteroide é apresentada:

A explicação física para a trajetória descrita é o fato de o asteroide:


a) deslocar-se em um local onde a resistência do ar é nula.
b) deslocar-se em um ambiente onde não há interação gravitacional.
c) sofrer a ação de uma força resultante no mesmo sentido de sua velocidade.
d) sofrer a ação de uma força gravitacional resultante no sentido contrário ao de sua velocidade.
e) estar sob a ação de uma força resultante, cuja direção é diferente da direção de sua velocidade.

50
Análise Expositiva 1

Habilidade 20

Exercício de rápida resolução para o aluno que possui conhecimentos mínimos em dinâmica.
Ao analisar a trajetória do asteroide, o estudante deve perceber qual é a causa que explica o
movimento do mesmo.
Quando a força resultante tem a mesma direção da velocidade, o movimento é retilíneo, po-
dendo ser acelerado ou retardado, de acordo com os sentidos de ambas as grandezas.
No trecho em que o movimento é curvilíneo, há a componente centrípeta, não tendo a força
resultante a mesma direção da velocidade.

Alternativa E

Modelo 2
(Enem) Em 1543, Nicolau Copérnico publicou um livro revolucionário em que propunha a Terra
girando em torno do seu próprio eixo e rodando em torno do Sol. Isso contraria a concepção aris-
totélica, que acredita que a Terra é o centro do universo. Para os aristotélicos, se a Terra gira do
oeste para o leste, coisas como nuvens e pássaros, que não estão presas à Terra, pareceriam estar
sempre se movendo do leste para o oeste, justamente como o Sol. Mas foi Galileu Galilei que, em
1632, baseando-se em experiências, rebateu a crítica aristotélica, confirmando assim o sistema
de Copérnico. Seu argumento, adaptado para a nossa época, é se uma pessoa, dentro de um vagão
de trem em repouso, solta uma bola, ela cai junto a seus pés. Mas se o vagão estiver se movendo
com velocidade constante, a bola também cai junto a seus pés. Isto porque a bola, enquanto cai,
continua a compartilhar do movimento do vagão.
O princípio físico usado por Galileu para rebater o argumento aristotélico foi:
a) a lei da inércia.
b) de ação e reação.
c) a segunda lei de Newton.
d) a conservação da energia.
e) o princípio da equivalência.

Análise Expositiva 2

Habilidade 20
Exercício de baixa dificuldade, mas que requer do estudante conhecimento do assunto em
questão, não sendo possível afirmar somente da interpretação do texto base a resposta correta.
A lei de inércia afirma que um corpo tende sempre a manter seu estado de movimento ou de
repouso. Manterá se a resultante das forças sobre ele for nula. No caso da bola solta dentro do
vagão, a resultante das forças horizontais é nula, então, por inércia, ela mantém a componente
horizontal de sua velocidade, caindo junto aos pés da pessoa.
Alternativa A

51
Estrutura Conceitual

Leis de Newton

Princípio Equilíbrio estático


da inércia ou dinâmico

Princípio
fundamental FR = m · a

Princípio da
ação e reação F1 = -F2

52
2 6
5 2 Forças peso,
normal e de tração
e sistema de corpos
Competências Habilidades
5e6 17 e 20

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Peso de um corpo
Pela segunda lei de Newton, um corpo em aceleração sofre ação de uma força. Próximo à Terra, um objeto
abandonado cai com movimento acelerado e, assim, deve haver uma força agindo sobre o ___ corpo. Essa força de

atração causada pela Terra sobre o corpo é denominada peso do corpo e é representada por P ​  . A direção da força
peso é a___reta que passa pelo centro___ da Terra e pelo centro do corpo e seu sentido é para o centro da Terra. Na figura
› ›
abaixo, P ​  A é o peso do corpo A e P ​  B é o peso do corpo B.
A

B
PA

PB

Terra
___› ___›
Na figura acima, P ​  A e P ​  B têm direções diferentes. No entanto, em uma região relativamente pequena na
superfície do planeta, a direção do peso dos corpos é aproximadamente a mesma, como ilustra a figura abaixo.
A
B

PA PB

Solo

Considere um corpo de massa m solto a uma determinada altura do solo. Desconsidere a ação da resistência
___›
do ar sobre o corpo. Nessa situação, a atração da Terra é a única força que age sobre o corpo, isto é, o peso P ​ é  a
resultante das forças sobre o corpo.

g
P
Solo

A aceleração do corpo durante a queda, e a aceleração da gravidade, cujo módulo são g, é aproximadamen-
te, constantes, aplicando a segunda lei de Newton: ___ ___
› ›
F ​  = m ⋅ a ​
___ ___›  

P ​  = m ⋅ g ​  
Note que, na equação acima, foi considerada a aceleração da gravidade, vetorialmente. Em módulo:

P=m.g

55
Veremos que o valor de g depende da altitude
e da localização na Terra. O conceito de peso também
é estendido para outros planetas e para a Lua. O valor
de g, próximo da superfície de cada planeta, ou da Lua,
não é o mesmo.

Frequentemente, as palavras “peso” e “massa”


são usadas como sinônimos. Por exemplo, é co-
mum alguém dizer: “O meu peso é de 80 quilos”.
Porém, “quilo” não é uma unidade de medida, mas Desprezando a resistência do ar, a resultante
apenas um prefixo que significa 103. Também é dito das
___› forças que age sobre o objeto lançado é o peso
comumente: “O meu peso é de 80 quilogramas”. P ​ .  Supondo que a distância alcançada no lançamen-
Fisicamente, a expressão é incorreta. Peso é uma to é pequena em relação ao tamanho do Planeta,
força, e não uma medida da massa, devendo ser a direção do peso tem a mesma direção da verti-
dado em unidades de força. cal, como ilustrado na figura abaixo. Desse modo,
o peso é a força que age resultando na aceleração
Teoria na prática do corpo nesse componente do movimento. Como
1. Dado um corpo de massa m = 10 kg. Sobe- na direção horizontal não há forças, a velocidade
​ __›
-se que próximo à superfície da Terra a acele- (​v ​  ox ) nessa direção é constante.
ração da gravidade vale gT = 9,8 m/s2 (apro-
ximadamente) e próximo à superfície da Lua
a aceleração da gravidade vale gL = 1,6 m/s2
(aproximadamente). Calcule o peso do corpo:
a) Próximo da superfície da Terra.
b) Próximo da superfície da Lua.

Resolução:

a) Para a superfície da Terra, gT = 9,8 m/s2. Sen-


do PT o peso do corpo, temos:
PT = m ⋅ gT = (10 kg) (9,8 m/s2) ⇒ PT = 98 N

b) Para a superfície da Lua, gL = 1,6 m/s2. Sendo


PL o peso do corpo, temos: O quilograma-força
PL = m ⋅ gL = (10 kg) (1,6 m/s2) ⇒ PL = 16 N
Observe que o módulo do peso do mesmo No SI, a unidade de força é o newton (N). No
entanto, às vezes é usada uma outra unidade que não
corpo de massa 10 kg é diferente na superfí-
pertence ao SI: o quilograma-força, cujo símbolo é
cie da Terra e da Lua.
kgf.
Por definição, o quilograma-força é a intensidade
A força peso e o lançamento de uma força igual à intensidade do peso de um corpo
de projéteis de massa 1 kg, considerando o valor da aceleração da
gravidade igual a:
Quando estudamos o lançamento de projéteis,
dividimos o movimento em duas componentes: uma ho- gN = 9,80665 m/s2
rizontal e uma vertical.

56
Então: Teoria na prática
P  =  m  ⋅   g 1. Um corpo está em repouso sobre uma superfí-
↓ ↓ cie plana e horizontal, como ilustrado na figura
1 kgf = (1 kg) · (9,80665 m/s2) abaixo. As únicas forças que atuam no corpo es-
1 kgf = 9,80665 N ou 1 kgf ≅ 9,81 N tão indicadas na figura: a força peso P e a força
O valor gN é conhecido como valor normal da normal FN. Sendo a massa do corpo m = 9,0 kg
aceleração da gravidade. e a aceleração da gravidade g = 10 m/s2, temos:

A força de reação normal


A figura abaixo mostra, esquematicamente, uma
mesa sobre a superfície da Terra e um corpo A apoiado
sobre a mesa.___Vimos que a Terra aplica sobre o corpo

A uma força P ​ ,  chamada de peso do corpo. Pela Lei
da Ação e Reação, o corpo A___ aplica na Terra uma força

igual e de sentido oposto, –P  . 
FN P = mg = (9,0 kg) (10 m/s2) ⇒ P = 90 N

Por estar em repouso, a resultante das forças so-


A bre o corpo deve ser nula e, portanto, as forças
atuantes devem se cancelar:
FR = 0 → FN – P = 0
P
- FN FN = P = 90 N
Neste caso, a intensidade do peso e da força
-P normal é a mesma.
Terra Suponhamos, agora, que uma força vertical F de
intensidade F = 40 N, dirigida para cima, seja
aplicada sobre o corpo. Como F < P, essa força
não é capaz de levantar o corpo e, desse modo,
o corpo permanece em repouso. Novamente, as
forças devem se cancelar. A nova força normal
sobre o corpo é:

No entanto, o corpo
___› exerce uma força de com-
pressão sobre a mesa –F ​N   e, do mesmo modo,___pela Lei

de Ação e Reação,___a mesa___› aplica uma força F ​N   sobre

o corpo. As forças P   e –P   formam___um par
___ de forças de
› ›
ação e reação, ___assim como o par F ​N   e –F ​N  .

A força F ​N   é uma força de compressão chamada,
em muitos casos, de força normal, pois sua direção é
perpendicular à superfície de contato (ou “normal” à FR = 0 → FN + F – P = 0
superfície). Em geral, apenas as forças que atuam sobre FN = 50 N
o corpo A serão importantes, de modo que adotaremos
Concluímos, portanto, que a força normal e o
o esquema simplificado de forças conforme a imagem
peso não têm, necessariamente, a mesma inten-
acima, no qual aparecem apenas a força peso e a força
sidade.
normal aplicada pela mesa sobre o corpo.

57
2. A figura abaixo ilustra um corpo de massa m = 2,0 kg, Resolução:
inicialmente em repouso, sobre uma superfície
Como não___ existe
___
movimento na direção vertical,
plana, horizontal e perfeitamente
___› lisa, sob ___ação › ›
› as forças P   e F ​N   devem se cancelar,___isto é, FN = P.
apenas de seu peso P   e da força normal F ​N  . A___ ›
› Assim, a força resultante é a força F ​.  
partir de certo instante, uma força horizontal F ​   
F=m⋅a
de intensidade F = 16 N é aplicada sobre o corpo.
16 = (2,0) ⋅ a ⇒ a = 8,0 m/s2.

Sistema de corpos
Nos exemplos que estudamos, as leis de Newton
foram aplicadas a um único corpo. No entanto, é possí-
vel aplicar as leis de Newton em um conjunto de dois ou
mais corpos. Esse conjunto é denominado, geralmente,
sistema de corpos.

Vamos determinar a aceleração adquirida pelo


corpo.

Força de tração ou tensão em um fio


Nas situações em que um fio ou uma corda forem esticados por uma força, existirá uma tensão sobre o fio
ou corda. Diremos que, no fio ou corda, existe uma força de tração.
Na figura abaixo, as forças que atuam no sistema de corpos foram separadas.

___›
Quando o bloco B é puxado pela força F ​,   o fio sofre uma força de tração de intensidade T1. Pela ação e
reação, o fio aplica sobre o bloco B uma força de intensidade igual a T1. O fio também exerce sobre o bloco A uma
força de intensidade T2, e o bloco A, pela ação e reação, exerce sobre o fio uma força de intensidade igual a T2.
Considerando que o fio tenha massa mf , pela segunda lei de Newton, temos:
___›
T1 – T2 = mf ⋅ |a ​ | 

No entanto, como o fio é ideal, sua massa é desprezível, ou seja, mf = 0 (é comum desprezar a massa do
fio). Assim, a equação se simplifica:
T1 – T2 = 0
ou
T1 = T2

58
Portanto, fazendo T1 = T2 = T, refazemos o esquema inicial:

Na prática, o fio não é representado e o esquema simplificado mostra apenas as forças que atuam nos blocos:

Teoria na prática
1. Ilustrado na figura abaixo, dois blocos, A e B, de massa mA = 5,0 kg e mB = 7,0 kg, estão sobre uma super-
fície plana e horizontal sem atrito, ligados por um fio ideal, isto é, que não estica e com massa desprezível.

___›
Sobre o bloco B é aplicada uma força horizontal F ​  de intensidade igual a 36 N. Determine a intensidade da
aceleração do sistema e da força exercida pelo fio sobre o bloco A.

Resolução:

Aplicando a segunda lei de Newton para cada bloco, separadamente:


bloco A: T = mA ⋅ a T = (5,0) ⋅ a

bloco B: F – T = m ⋅ a 36 – T = (7,0) ⋅ a
B

Somando membro a membro das equações, a tração T é cancelada, e obtemos:


36 = 12 ⋅ a ⇒ a = 3,0 m/s2

Substituindo o valor da aceleração na equação original do bloco A (por exemplo), obtemos:


T = (5,0) (3,0) ⇒ T = 15 N

A aceleração do conjunto de blocos (ou seja, a aceleração do sistema) pode ser obtida considerando os dois
corpos como um único corpo, e aplicando a segunda lei de Newton diretamente:

F = (mA + mB) ⋅ a
36 = (5,0 + 7,0) ⋅ a ⇒ a = 3,0 m/s2

59
Polias a) A aceleração adquirida por cada bloco.
b) A intensidade da tração no fio.
Uma polia ou roldana é uma peça mecânica c) A força exercida pela polia em seu eixo.
utilizada, muitas vezes, para alterar a direção e o sen- Resolução:
tido de forças. Na figura abaixo, os blocos A e B, de
massas iguais a mA e mB, respectivamente, estão ligados a) Inicialmente, vamos determinar os módulos
por um fio ideal que passa por uma polia (ou roldana) dos pesos dos blocos:
de massa desprezível (chamada de polia ideal por esse Bloco A: PA = mA . g = (3,0 kg) (10 m/s2) = 30 N
motivo), a qual pode girar em torno de um eixo fixo sem Bloco B: PB = mB . g = (7,0 kg) (10 m/s2) = 70 N
atrito. Em cada bloco, também irá atuar a força de
tração do fio, no sentido oposto ao peso, como
na figura a baixo.

Máquina de Atwood

A partir da situação da figura, se os blocos A e B


forem abandonados em repouso, o sistema irá perma-
necer em repouso apenas se as massas dos dois blocos Como PB > PA, o bloco B deverá descer e o
forem iguais, ou seja, mA = mB. Caso umas das massas bloco A deverá subir. No entanto, a acele-
for diferente, o bloco de massa maior irá descer e o de ração de ambos os blocos, de módulo a, é
massa menor irá subir. Nesse caso, o módulo da velo- igual. Assim, temos:
cidade e da aceleração dos blocos será o mesmo. No T > PA e PB > T
entanto, se o fio que une os blocos sofrer deformação, Aplicando a segunda lei de Newton para
isto é, se não for um fio ideal, essa relação entre a velo- cada um dos blocos:
cidade e a aceleração não será verdadeira. bloco A: T – PA = mA ⋅ a T – 30= (3,0) ⋅ a

bloco B: PB – T = mB ⋅ a 70 – T = (7,0) ⋅ a
Teoria na prática Somando membro a membro as equações,
1. Considere a situação da figura abai- obtemos:
xo, no qual o bloco A, de massa mA = 3,0 70 – 30 = 10 · a
kg, e o bloco B, de massa mB = 7,0 kg, a = 4,0 m/s2.
estão ligados por um fio ideal, através de uma polia
b) Para calcular o valor da força de tração T,
ideal e fixada pelo eixo. Considerando g = 10 m/s2,
substituímos o valor do módulo da acelera-
e que o sistema foi abandonado a partir do re-
ção em qualquer uma das equações dos blo-
pouso, calcule:
cos. Aplicando para o bloco A:
T – 30 = (3,0) (4,0)
T – 30 = 12 ⇒ T = 42 N.

c) Se o fio exerce força nos blocos, pela lei da


ação e reação, os blocos exercem no fio for-
ças de mesma intensidade e sentido oposto,
como ilustrado na figura abaixo. Portanto, a
força total exercida pelos fios sobre a polia é:

60
o fio para a outra extremidade do fio. Repare que a tração
também é transferida para a outra extremidade do fio, que
está preso ao teto. Desse modo, a força total (em módulo,
para cima) na polia móvel é igual a 2F. Portanto, se o peso
do objeto for igual a P = 2F, o sistema irá permanecer em
repouso.

2T = 2(42 N) = 84 N.

Essa força é transferida e aplicada no eixo da


polia, que também a transfere para o teto:

Uso das polias


Na figura a seguir, uma polia móvel foi adiciona-
da ao sistema, totalizando três polias. Do mesmo modo,
aplicando uma força de intensidade F na extremidade
B do fio, é possível equilibrar um objeto de peso, em
módulo, igual a P = 4F.

Em várias construções são utilizados guindas-


tes, como os que aparecem na imagem ao lado. Você já
deve ter visto alguns em obras na cidade.
Nos guindastes, um motor aplica na extremidade
de um cabo de aço uma força menor do que o peso do
objeto que irá levantar. O guindaste consegue levantar o
objeto com essa força menor através do uso de polias.

Existem dois tipos de polias: as fixas e as mó-


veis. As polias fixas são presas em alguma estrutura
fixa e apenas giram em torno do seu eixo. As polias
móveis, além de girarem em torno do seu eixo, podem
se movimentar livremente.
A figura abaixo mostra uma situação com duas po-
lias, uma fixa e uma móvel. No eixo da polia móvel é preso Notamos que ao aumentar o número de polias
um bloco com peso, em módulo, igual a P. Na extremida- móveis, maior é o peso do objeto que é possível manter
de A do fio, é aplicada uma força de módulo F. A função em equilíbrio, ou, de modo equivalente, menor é a for-
da polia fixa é transferir a tração causada pela força sobre ça necessária para manter em equilíbrio um objeto de

61
determinado peso P. A relação entre a força e o peso, a) O elevador está parado.
nesse sistema de ligação de polias, é dada por: b) O elevador sobe em movimento acelerado,
P = 2n ⋅ F com aceleração de módulo a = 4,0 m/s2.

Em que n é número de polias móveis. Observe Resolução:


que para n = 1 e n = 2, obtemos os casos estudados A pessoa comprime o piso do elevador com for-
anteriormente. ça – FN. Pela lei da ação e reação, o piso aplica
As polias fixas não podem ser utilizadas para al-
a força FN (força normal) na pessoa. Então, as
terar a intensidade da força que atua sobre os objetos
forças que estão aplicadas na pessoa são o seu
presos ao fio. Esse tipo de polia é utilizado apenas para
peso e a força normal, sendo o módulo do peso:
alterar a direção e o sentido da força aplicada no fio.

Elevadores em movimento
(peso aparente)
O movimento de um elevador apresenta três fa-
ses distintas: movimento acelerado, movimento unifor-
me e movimento retardado. Por exemplo, ao subir até
determinado andar, o elevador acelera até atingir certa
velocidade, que permanece constante. Ao chegar próxi-
mo ao andar de destino, o elevador desacelera até parar
P = m ⋅ g = (75 kg) (10 m/s2) ⇒ P = 750 N
completamente. Tanto nas subidas quanto nas descidas,
essas três fases ocorrem. Os passageiros, no elevador, a) Em repouso, a resultante das forças na pes-
sentem diferentes sensações em relação ao peso nessas soa deve ser nula. Assim:
três fases. A seguir, vamos determinar e calcular o que FN = P ou FN = 750 N
acontece com a força normal nessas situações.
b) Quando o elevador sobe com a aceleração de
módulo a, o indivíduo também sobe com o
mesmo movimento acelerado, de modo que
a intensidade da força resultante sobre o in-
divíduo é FN – P. Assim, pela segunda lei de
Newton:
FN – P = m ⋅ a
Teoria na prática FN – 750 = (75) (4,0) ⇒ FN = 1050 N
1. Uma pessoa de massa m = 75 kg está em um
Nas situações envolvendo elevadores em
elevador. Considere g = 10 m/s2 e calcule a força
movimento, é útil fazer um esquema dese-
exercida pelo piso do elevador sobre a pessoa,
nhando a pessoa fora do elevador, como feito
nos seguintes casos:
nesse exemplo acima.

62
Ação a distância e ação por contato Força de contato
Na situação em que dois corpos em contato são
colocados em aceleração, haverá par ação−reação de-
nominado força de contato de um corpo em relação ao
outro. Imagine a seguinte situação: um corpo A e outro
B estão sujeitos a uma força F, horizontal e para a es-
querda, que atua somente no corpo A.

Estudamos diversos casos em que existiam for-


ças aplicadas sobre os objetos. No entanto, existem di-
ferenças com relação às forças e seus efeitos. Por exem- Para efeito de representação, separamos os cor-
plo, os imãs aplicam uma força a distância sobre objetos pos A e B da imagem acima e representaremos todas as
metálicos. Você já deve ter sentido essa força ao prender forças envolvidas. A força F atuante no corpo A impõe
um imã na geladeira. a este um movimento acelerado para a direita, que por
Quando saltamos, retornamos para o solo sem- sua vez empurra o corpo B. Dizemos que o corpo A
pre. Temos a impressão de estar presos a algo. No en- exerce uma força no corpo B e chamaremos esta força
tanto, estamos sujeitos à ação do campo gravitacional de FAB. Por sua vez, devido a ação e reação, o corpo B
terrestre, como tudo o que está sobre sua superfície, e irá exercer em a uma força de mesmo módulo, mesma
até a Lua. Essa força é exercida a distância, a força gra- direção e sentido oposto FBA.
vitacional, de modo semelhante à força do imã. Esse Lembre que FAB = FBA.
tipo de força é denominado força de campo.
Nos exemplos anteriores, estudamos forças que Efeitos de uma força
agiam sobre fios presos aos objetos. No entanto, exis-
tem forças que atuam quando os objetos estão em con- Um efeito da atuação de forças sobre um obje-
tato entre si, sendo puxados ou empurrados. As forças to, estudado anteriormente, é a modificação do estado
que existem nesse caso, quando os objetos se tocam, é de movimento do objeto, como define a segunda lei de
denominada força de contato. Nos exercícios envol- Newton. A ação da força causa uma aceleração do ob-
vendo esse tipo de força, o tratamento é semelhante aos jeto.
casos envolvendo objetos ligados por fios. A diferença é Porém, um possível efeito também causado por
apenas o tipo de força. Ao invés da força de tração no uma força é a deformação do objeto. Se a força for mui-
fio, existirá uma força de contato entre os objetos. to intensa, o limite de resistência do objeto é superado,
deformando o objeto; por exemplo, quando amassamos
uma latinha de alumínio. Ao aplicarmos força sobre a
latinha, sua estrutura não resiste e se deforma. Os car-
ros se deformam, quando colidem, pelo mesmo motivo.

63
Alguns objetos são especialmente projetados §§ 1° tipo: equilíbrio estático
para sofrerem a ação de forças muito intensas. É o caso O equilíbrio estático de um ponto material ocor-
dos amortecedores dos automóveis. Os amortecedo- re quando sua velocidade vetorial é nula no de-
res devem suportar as forças causadas pelo solavanco, correr do tempo, isto é, o ponto material está em
quando os automóveis passam por buracos, ou mesmo repouso em relação a certo referencial.
a força exercida durante uma curva com velocidade _​_› ___›
v ​   = 0   ⇒ equilíbrio estático (repouso)
alta. É importante ressaltar que mesmo esses tipos de
equipamento projetados para suportarem forças sofrem
Um livro deixado sobre uma mesa, por exemplo,
desgastes e podem se deformar. Por isso, é importante a
está em equilíbrio estático, pois sua velocidade é
manutenção do automóvel.
nula ao passar do tempo.

§§ 2° tipo: equilíbrio dinâmico


O equilíbrio dinâmico de um ponto material
ocorre quando a velocidade vetorial é constante
e não nula no decorrer do tempo, isto é, quando
o ponto material está em movimento retilí-
neo uniforme (MRU). A velocidade vetorial é
constante em módulo, direção e sentido.
Os objetos são construídos para suportar certa intensidade de forças __› ___›
aplicadas sobre eles. v ​   = constante ≠ 0   ⇒ equilíbrio dinâmico (MRU)
Se esse limite for excedido, os objetos se deformam ou quebram.
Quando um carro se movimenta com velocidade
constante, seu equilíbrio é dinâmico, pois sua ve-
Equilíbrio locidade vetorial é constante e não nula.

Observe a figura abaixo. Você deve ter a impressão


de que o equilibrista está prestes a se movimentar ou de
que se uma das cadeiras se movimentar o equilibrista vai
cair. Esse é um conceito bastante comum que temos sobre
equilíbrio.
No entanto, em Física, o conceito de equilíbrio é
mais amplo. Em geral, distinguimos dois tipos de equi-
líbrio: estático e dinâmico. O caso do equilibrista da
imagem é um típico exemplo de equilíbrio estático.

64
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Esclarecimento sobre os conceitos de massa e peso ...

Fonte: Youtube

Vídeo Força normal e força de contato

Fonte: Youtube

Vídeo Força de Tração (Bloquinhos) - Mãozinha em Física 004

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Leis de Newton

pt.khanacademy.org/science/physics/forces-newtons-laws/normal-contact-force/a/what-is-
normal-force
hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/mass.html
pt.wikihow.com/Calcular-Tens%C3%A3o-em-F%C3%ADsica
66
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Podemos observar as forças tratadas nessa aula em diversas situações do nosso cotidiano. Quando nos
divertimos num balanço no parque, a brincadeira só é possível graças a atuação das forças peso e tração. Os eleva-
dores e guindastes, com um esquema de polia e contrapesos controlados eletronicamente, utilizam dos conceitos
compreendidos por essas forças para funcionar. No elevador, os cabos de tração, feitos geralmente de aço, conec-
tam a cabine ao contrapeso, passando por uma polia que evita o desgaste do material. Geralmente, são entre seis
e oito cabos, para garantir a segurança dos passageiros.
O movimento das marés resulta da força gravitacional do Sol e da Lua sobre a Terra. Temos a massa da Lua
atraindo a massa de água na Terra. Como a água é fluida, uma protuberância se forma, e praticamente acompanha
a trajetória da Lua devido à força gravitacional. Quando a Lua desaparece, a maré desce.

67
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 20 - Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias,


objetos ou corpos celestes.

A Habilidade 20 está presente, pois a mesma trata das causas do movimento. Nesta aula, o aluno
passou a compreender algumas forças mais famosas, tais como a força peso, a força normal e
a força tensora em um fio, e passou a estudar como se comporta um sistema de corpos quando
sujeito à ação de uma ou mais forças. Cabe sempre ao aluno compreender a situação-problema
e relacioná-la com o conteúdo estudado.

Modelo 1
(Enem) O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço com cinco astronautas a bordo e uma
câmera nova, que iria substituir uma outra danificada por um curto-circuito no telescópio Hubble.
Depois de entrarem em órbita a 560 km de altura, os astronautas se aproximaram do Hubble. Dois
astronautas saíram da Atlantis e se dirigiram ao telescópio.
Ao abrir a porta de acesso, um deles exclamou: “Esse telescópio tem a massa grande, mas o peso
é pequeno.”

Considerando o texto e as leis de Kepler, pode-se afirmar que a frase dita pelo astronauta:
a) se justifica, porque o tamanho do telescópio determina a sua massa, enquanto seu pequeno peso de-
corre da falta de ação da aceleração da gravidade.
b) se justifica, ao verificar que a inércia do telescópio é grande comparada a dele próprio, e que o peso
do telescópio é pequeno porque a atração gravitacional criada por sua massa era pequena.
c) não se justifica, porque a avaliação da massa e do peso de objetos em órbita tem por base as leis de
Kepler, que não se aplicam a satélites artificiais.
d) não se justifica, porque a força peso é a força exercida pela gravidade terrestre, neste caso, sobre o
telescópio e é a responsável por manter o próprio telescópio em órbita.
e) não se justifica, pois a ação da força peso implica a ação de uma força de reação contrária, que não
existe naquele ambiente. A massa do telescópio poderia ser avaliada simplesmente pelo seu volume.

68
Análise Expositiva 1

Habilidade 20
De fato, as leis de Kepler não justificam a afirmação do astronauta porque elas versam sobre
forma da órbita, período da órbita e área varrida na órbita. Essa afirmação explica-se pelo
princípio fundamental da dinâmica, pois o que está em questão são a massa e o peso do
telescópio. Como o astronauta e o telescópio estão em órbita, estão sujeitos apenas à força
peso, e, consequentemente, à mesma aceleração (centrípeta), que é a da gravidade local,
tendo peso aparente nulo.
R = P ⇒ m∙a = m∙g ⇒ a = g
É pelo mesmo motivo que os objetos flutuam dentro de uma nave. Em Física, diz-se nesse
caso que os corpos estão em estado de imponderabilidade.

Apenas para complementar, considerando R = 6400 km o raio da Terra, à altura h = 540


km, o raio da órbita do telescópio é r = R + h = 6400 + 540 = 6940 km. De acordo com a
lei de Newton da gravitação, a intensidade do campo gravitacional num ponto da órbita é
(  )
​ R
g = g0 ​ __
2
( )
6400​ 2​ = 8,5 m/s2. Ou seja, o peso real do
______
r ​  ​, sendo g0 = 10 m/s . Assim, g = 10 ​  ​ 6940  
2

telescópio na órbita é 85% do seu peso na superfície terrestre.

Alternativa D

Modelo 2
(Enem) Durante uma faxina, a mãe pediu que o filho a ajudasse, deslocando um móvel para mudá-
-lo de lugar. Para escapar da tarefa, o filho disse ter aprendido na escola que não poderia puxar o
móvel, pois a terceira lei de Newton define que se puxar o móvel, o móvel o puxará igualmente de
volta, e assim não conseguirá exercer uma força que possa colocá-lo em movimento.
Qual argumento a mãe utilizará para apontar o erro de interpretação do garoto?
a) A força de ação é aquela exercida pelo garoto.
b) A força resultante sobre o móvel é sempre nula.
c) As forças que o chão exerce sobre o garoto se anulam.
d) A força de ação é um pouco maior que a força de reação.
e) O par de forças de ação e reação não atua em um mesmo corpo.

69
Análise Expositiva 2

Habilidade 20
Ótimo exercício para comparar conceitos científicos com o senso comum, habilidade muito
cobrada pelo Enem.
Para a resolução deste exercício, temos que ter em mente que ação e reação são forças de
mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos, porém, não se equilibram, pois não
atuam no mesmo corpo.

Alternativa D

Estrutura Conceitual

Forças

Peso Normal Tração

Vertical Perpendicular Sentido


p/ baixo à superfície de puxar

Depende Reação Em fios


da massa ao apoio ou cordas

Contato FAB = -FBA

70
Abordagem de ÓPTICA GEOMÉTRICA nos principais vestibulares.

FUVEST
A óptica é abordada não somente analiticamente, mas também com conceitos geométricos para a
resolução dos exercícios.

LD
ADE DE ME
D
UNESP
U

IC
FAC

INA

BO
1963
T U C AT U No vestibular da Unesp, tanto espelhos planos quanto esféricos são cobrados geométrica e anali-
ticamente.

UNICAMP
Nas provas da Unicamp, a óptica é abordada mais conceitualmente.

UNIFESP
A Unifesp aborda em suas provas questões bem elaboradas de óptica que envolvem o estudo
geométrico e analítico.

ENEM/UFMG/UFRJ
A óptica é abordada com enfoque mais conceitual.

UERJ
Espelhos esféricos e espelhos planos são abordados na UERJ por uma vertente analítica.
1 0
9 2 Espelhos planos

Competências Habilidades
5e6 17 e 22

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Sistema óptico
Termo usado principalmente para indicar um conjunto de lentes e espelhos esféricos, cujos centros se en-
contram sobre um mesmo eixo, mas aplicado também a qualquer conjunto de componentes ópticos como lentes,
espelhos, prismas simples ou compostos, utilizados no estudo da óptica ou que utilizem os seus princípios.
Sistema ótico

Ponto objeto
Ponto imagem

“Ao conjunto de superfícies refletoras (ou refratoras) dispostas de maneira a serem sucessivamente atingi-
das por um mesmo raio luminoso, denominamos sistema óptico”.

Ponto objeto
Chamamos de ponto objeto, com relação a um sistema óptico, a todo ponto de encontro de raios inciden-
tes de um mesmo feixe luminoso.

POR POV

POI

Classificação do ponto objeto:


Real – quando as partes reais dos raios luminosos incidentes se interceptam.
Virtual – quando as partes virtuais dos raios luminosos incidentes se interceptam.
Impróprio – quando os raios luminosos incidentes são paralelos.

Ponto imagem
Chamamos de ponto imagem, com relação a um sistema óptico, a todo ponto de encontro de raios emer-
gentes de um mesmo feixe luminoso.

PII
PIR
PIV

Classificação do ponto imagem:


Real – quando as partes reais dos raios luminosos emergentes se interceptam. O ponto imagem real pode
ser projetado sobre um anteparo.
Virtual – quando as partes virtuais dos raios luminosos emergentes se interceptam. O ponto imagem
virtual não pode ser projetado sobre um anteparo.
Impróprio – quando os raios luminosos emergentes são paralelos.

75
Obs.: os pontos objeto e imagem, com relação a um
mesmo sistema óptico, são chamados pontos conjuga-
Reflexão
dos.
O fenômeno que ocorre quando uma onda atin-
ge a interface que separa dois meios diferentes e retor-
Espelhos planos na, parcial ou totalmente para o meio inicial.
O fenômeno ocorre com ondas de qualquer na-
tureza, eletromagnéticas (luz), elásticas, acústicas e é
O funcionamento dos espelhos pode ser enten-
conseqüência da diferença de velocidade da onda nos
dido através do estudo geométrico da luz. Vamos es-
dois meios.
tudar as leis da reflexão da luz e os espelhos planos.
Posteriormente, estudaremos os espelhos esféricos.

Leis da reflexão
Na figura abaixo, um feixe de luz (denominado
raio incidente RI) se reflete (denominado raio refletido
RR) após incidir no ponto P de uma superfície plana S
que separa dois meios.
Considere a reta n, normal à superfície, e que
passa pelo ponto P. Verifica-se, experimentalmente, as
seguintes leis da reflexão:
§§ O raio incidente, o raio refletido e a normal são
coplanares, isto é, estão no mesmo plano a.
§§ O ângulo de incidência i é igual ao ângulo de
reflexão r:
i=r

Os ângulos i e r são medidos a partir da reta normal n e os raio incidente e refletido.

A incidência é normal quando o raio incidente é perpendicular à superfície S. Desse modo, o raio incidente
e o refletido estão sobre a reta normal n e os ângulos de incidência e reflexão são nulos.

76
A reflexão da luz se diz especular ou regular quando um raio incidente reflete-se de acordo com as leis
de Snell. É o que acontece nas superfícies polidas.

Superfície polida
Reflexão especulas

A reflexão é difusa, quando a luz refletida não obedece à lei de Snell, mas é transmitida em várias dire-
ções. É devido à difusão da luz que podemos ver tudo que nos cerca, sob os mais diversos ângulos, pois sempre
existira um raio luminoso refletido que atingirá a nossa vista.

Superfície com rugosidade


Reflexão difusa (ou espalhamento)

Espelhos
Um espelho é um objeto que reflete de modo regular a maior parte da luz incidente. As superfícies metá-
licas polidas constituem ótimos espelhos. No dia a dia, são utilizados espelhos obtidos com uma fina camada de
prata sobre uma lâmina de vidro transparente.
As representações mais comuns de espelho plano são ilustradas na figura abaixo. A parte de trás dos espe-
lhos é indicada pelos traços ou pela parte sombreada.

Teoria na prática
1. A figura abaixo ilustra um espelho plano, sobre o qual, no ponto P, um raio de luz incide, formando um
ângulo de 25º com a superfície do espelho. Determine os ângulos de incidência e reflexão.

Resolução:

Traçamos a reta n normal à superfície do espelho e que passa pelo ponto P. O ângulo de incidência i é o
ângulo formado entre o raio incidente e a normal. Como n é perpendicular ao espelho, devemos ter:
i + 25° = 90° ⇒ i = 65°

77
O ângulo de reflexão r é igual ao ângulo de in- Geometricamente, os triângulos FMA e F’MA
cidência: são congruentes, portanto:
r = 65º

2. A figura a seguir representa um raio de luz que


é refletido por um espelho plano. Determine o FM​ X
​ XX = d
​XXX = F'M​
valor da altura x.
Devido à distância dos pontos F e F’ ao espelho
serem iguais, diz-se que F e F’ são simétricos em relação
ao plano do espelho.
No exemplo acima, foi considerado um ponto
arbritário A de incidência do raio de luz. Devido à nossa
visão funcionar de modo que enxergamos os objetos
na direção que atingem os nossos olhos, temos a im-
Resolução: pressão de que existe um objeto no ponto F’. F’ é a
Devemos notar que os dois triângulos na figura imagem do ponto objeto F.
possuem dois ângulos iguais, a e 90º e, portan-
to, são semelhantes. Assim, podemos obter a
altura x:
​  12 cm ​ = _____
_____ ​  x   ​ ⇒ x = 18 cm
20 cm 30 cm

§§ O ponto F é um POR (Ponto Objeto Real), pois os


raios de luz são emitidos pela fonte em F;
Imagem formada por §§ O ponto F’ é um PIV (Ponto Imagem Virtual), pois
espelho plano é apenas uma imagem e não existe nada atrás
do espelho.
Na figura a seguir, veremos um exemplo de como §§ O ponto F também pode ser fotografado.
a imagem de um objeto é formada em um espelho. Na figura abaixo, o tamanho do espelho plano é
Uma fonte de luz puntiforme F (primária ou se- AB. Todos os raios refletidos estão indicados pela região
cundária) é colocada em frente à distância d de um es- sombreada. Apenas nessa região sombreada é possível
pelho plano E. Considere a reta auxiliar n, normal ao ver a imagem F’. Nesse caso, apenas o observador O1
espelho e que passa pelo ponto F. Considere, ainda, um consegue observar a imagem F’. O observador O2 está
raio de luz RI, arbritário, da fonte F que incide no ponto fora da região sombreada e, portanto, não pode obser-
A do espelho. O prolongamento de RR intercepta a reta var a imagem F’. Essa região sombreada é denominada
n no ponto F’. de campo visual.

78
Os seguintes passos sintetizam os procedimen- 2. Um raio de luz reflete-se em uma superfície pla-
tos para determinar se um observador pode ou não ob- na e polida (S), conforme mostra a figura a se-
servar as imagens refletidas por um espelho: guir. O ângulo entre os raios incidentes (AO) e
1. Determina-se a imagem F’ do objeto F; refletido (OB) mede 90°.
2. A partir da imagem F’, traçam-se duas retas que
passem pelas extremidades do espelho (extremi-
dades A e B);
3. Os observadores na região entre essas duas re-
tas poderão ver a imagem F’.

O ângulo de incidência do raio de luz, mede:


a) 30°. b) 45°. c) 60°. d) 90°. e)180°.

Resolução:

Vemos no exercício um raio de luz que está refle-


tindo numa superfície plana, por isso, podemos
concluir que o ângulo de incidência e o de refle-
xão são iguais. Além disso, sabe-se que a soma
dos ângulos deve resultar em 90º, logo:
2 ⋅ a = 90º
Finalizando os cálculos, obtemos:
a = 45º
Teoria na prática
Logo, encontramos o valo do ângulo como 45º.
1. (Cesgranrio) A imagem da figura a seguir obtida
por reflexão no espelho plano E é melhor repre- Alternativa B.
sentada por:
3. (Unesp) A figura a seguir representa um espelho
plano, um objeto, O, sua imagem, I, e cinco ob-
servadores em posições distintas, A, B, C, D e E.

a) b) c) d) e)

Resolução:
Entre as posições indicadas, a única da qual o
A imagem formada por um Espelho Plano tem
observador poderá ver a imagem I é a posição:
como característica sempre estar a mesma dis-
a) A.
tância que o Objeto se encontra do Espelho.
b) B.
Além disso, a imagem de um Espelho Plano é
c) C.
enantiomorfa, nome dado ao aspecto do Espe-
d) D.
lho formar uma imagem que NÃO sobrepõe o
e) E.
objeto.

Alternativa B

79
Resolução: Resolução:

Foi dado no exercício a posição da Imagem do Esta questão, para ser resolvida, deve ser feita
objeto, basta, agora, conseguirmos determinar a de modo análogo ao exercício resolvido anterior-
região do espaço na qual o observador deve estar mente. Contudo, o exercício não desenhou de
localizado para identificar em seu campo visual a imediato a posição das imagens. Logo, devemos
imagem I. Desenhando, temos: fazer isso. Lembrando que as imagens, em rela-
ção ao espelho, devem ficar a mesma distância
que os objetos estão do espelho, logo:

Logo, a única posição válida para o observador


é a B.

Alternativa B

4. (Unesp) Dois objetos, A e B, encontram-se em


No desenho acima, fizemos as representações
frente de um espelho plano E, como mostra a
das imagens e traçamos uma reta que atravessa
figura. Um observador tenta ver as imagens des-
as imagens A' e B', para ficar mais clara a lo-
ses objetos formadas pelo espelho, colocando-
calização do observador que verá uma imagem
-se em diferentes posições, 1, 2, 3, 4 e 5, como
sobreposta, no caso, o observador na posição 5.
mostrado na figura.
Alternativa E

Imagem de um objeto extenso


Do mesmo modo como feito para uma fonte
puntiforme pode-se obter a imagem de um objeto ex-
tenso. Como exemplificado na figura abaixo, cada pon-
to do objeto tem uma imagem simétrica e desse modo
a imagem do objeto extenso também é simétrica em
relação ao espelho.

O observador verá as imagens de A e B super-


pondo-se uma à outra quando se colocar na
posição:
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

80
Assim: raios que saem da cabeça e dos pés e vão para o
§§ A distância do objeto ao espelho e da imagem olho do rapaz. Essa é a distância suficiente para
ao espelho são iguais; que o rapaz enxergue toda a sua imagem.
§§ O tamanho da imagem é igual ao tamanho do Os triângulos OXY e OT’P’ são semelhantes, por-
objeto. tanto:
Na câmara escura de orifício, as imagens pro-
duzidas no anteparo dentro da câmara são imagens
invertidas, isto é, de cabeça para baixo. Essa inversão
não ocorre nos espelhos planos, que produzem ima-
gens direitas.
Na figura a seguir, repare na imagem da menina
no espelho. A imagem mostra que a menina passa o
batom na boca com a mão esquerda apesar de a me-
nina passar com a mão direita. O objeto e a imagem
são chamados de enantiomorfos (palavra derivada do
grego que significa “formas opostas”).

​  d  ​ ou h = __
XXY​
​ XX   ​ = ___
​  PZ​
​ X   ​ ou __
​  h  ​ = ___ ​ H ​ 
X
​ ___
X
​ XX  XPP'​
T'P'​ ​ XX  H 2d 2

​ H ​ 
h = __
2

Desse modo, a metade da altura do observador


é o tamanho do espelho plano necessário para que um
observador possa se ver completamente.
Teoria na prática A distância y, do ponto Y do espelho ao solo é
1. Um rapaz de altura H está de pé em frente a obtido pela semelhança dos triângulos OPP’ e YZP’.
um espelho vertical e regular. A distância do solo Portanto: __
até o olho do rapaz é x. Qual é a menor altura OP​
X​ XX  ___
​ ___ PP​
 ​ = ​ ___ 2d ​   ou  y = __
​    ​ ou ​ _x ​   = ​ ___ ​  x  ​
h do espelho e a distância y entre o espelho e o
​ X  ZP'​
YZ​
X ​   y d 2

solo que permite que o rapaz enxergue toda a sua


imagem? Translação de um
espelho plano
Como vimos, em um espelho plano, a distância
entre o objeto e o espelho é igual à distância entre a ima-
gem ao espelho, sendo que objeto e imagens possuem o
mesmo tamanho. Seja P o ponto em que se encontra o
objeto e P’ o ponto em que se encontra a imagem, vamos
chamar a distância de P ao espelho E, e a distância de P’
ao espelho, de d.
Para um referencial fixo no ponto P, o espelho é
Resolução:
afastado de uma distância x. A nova distância entre o
Na figura abaixo, os pontos T, O e P são o topo ponto P e o espelho E será igual à (d + x), assim como
da cabeça, o olho e o pé do rapaz, respectiva- a distância entre o espelho E e a nova posição P’’ da
mente. Determinamos a distância h traçando os imagem conjugada. Conforme a figura abaixo.

81
Associação de dois
espelhos planos
Na figura abaixo, uma caneta foi colocada entre
dois espelhos planos, que formam um determinado ân-
gulo entre si.

Inicialmente, temos que a distância entre o obje-


to e a imagem é de 2d. Depois de transladado o espelho
de uma distância x, temos que a nova distância entre o
objeto e a imagem é de (2d + 2x). Sendo u o ângulo entre os espelhos consideran-
360º
do que a razão ​ ____
  
​ é um número inteiro, essa associa-
PP'=2d u
ção de espelhos produz uma quantidade de n imagens,
PP"= 2(d+x) = 2d+2x
dada pela relação:
O deslocamento sofrido pela imagem do ponto
360º
n = ​ ____
  
 ​– 1
P é: u
D = PP" – PP'
No entanto, duas condições são importantes:
D = 2d + 2x – 2d
360º
§§ Se ​ ____
  ​ for um número par, a expressão acima
D = 2x u
é válida para qualquer posição do objeto entre
Então, podemos concluir que se um objeto es- os espelhos.
tiver fixo diante de um espelho que translada retiline- 360º
§§ Se ​ ____
  ​ for um número ímpar, apenas se o obje-
amente de uma distância d, a correspondente imagem u
to P estiver no plano que divide o ângulo θ em
transladada, no mesmo sentido que o espelho, repre- dois ângulos iguais (plano bissetor), ilustrado na
sentará uma distância 2d. figura abaixo, a expressão é confiável.
Podemos concluir que quando o espelho se afas-
ta com uma velocidade v, a imagem conjugada se afas-
ta comuma velocidade de 2v em relação ao objeto. De
forma análoga, podemos dizer que quando o espelho se
aproxima com uma velocidade v, a imagem se aproxima
com uma velocidade de 2v em relação ao objeto.

82
Espelhos paralelos
Um efeito curioso ocorre ao colocar um objeto
entre dois espelhos paralelos. A imagem de um objeto
em cada espelho atua como objeto para o outro espe-
lho e, desse modo, é formado um número infinito de
imagens.

Teoria na prática
1. No exemplo a seguir, determinaremos as ima-
gens de um objeto puntiforme P colocado entre
dois espelhos que formam ângulo u = 90º entre
si.

Resolução:

Em relação ao espelho E1, a imagem de P é I1, e


em relação ao espelho E2 , a imagem do ponto
P é I2. Em relação ao espelho E1, também existe
a imagem I3. Desse forma, três imagens foram
formadas. Calculando a quantidade pela relação
acima:

360º
​ ____ 360º ​ = 4 → inteiro par
​ = ​ ____
a   

​ 360º
Então, n = ____
90º
360º ​ = 4 – 1 = 3, ou seja,
​ – 1 = ​ ____
Rotação de um espelho plano
a    90º
três imagens. Vejamos o caso de um espelho plano rotaciona-
do de um ângulo a. Inicialmente o espelho encontra-se
na posição 1, e, após a rotação, vai para a posição 2.
O raio incidente atinge a posição I1 quando o espelho
se encontrava na posição 1, fazendo um ângulo a com
a N1. Quando o espelho vai para a posição 2, o raio
incidente atinge o espelho no ponto I2, fazendo com a
N2 um ângulo b.

83
O prolongamento do raio refletido 1 (quando o
espelho está na posição 1) e o raio refletido 2 (quando
o espelho está na posição 2) formam um ângulo que
chamaremos de D.
I1 é o ponto onde o raio luminoso incide no es-
pelho, na posição 1;
I2 é o ponto onde o raio luminoso incide no espe-
lho, exatamente na posição 2;
a é o ângulo de rotação do espelho plano, na
posição fixa;
D é o ângulo de rotação dos raios refletidos, isto
é, é o ângulo entre Rr1 e Rr2.
Como a soma dos ângulos internos de um triân-
gulo é igual a 180º, temos:

D + 2a = 2b
D = 2b – 2a
D = 2(b – a)

Porém temos que a = b – a, dessa forma temos:

D=2a

Sendo assim, podemos definir que o ângulo de


rotação dos raios refletidos é o dobro do ângulo de ro-
tação do espelho.

84
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Formação de imagens nos espelhos planos...

Fonte: Youtube

Vídeo Porque espelhos refletem as imagens horizontalmente...

Fonte: Youtube

Vídeo Óptica - Espelho plano

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Espelhos

www.super.abril.com.br/ciencia/o-que-faz-o-espelho-refletir-imagens/
www.mundoestranho.abril.com.br/ciencia/como-e-feito-o-espelho/
www.educacao.globo.com/fisica/assunto/ondas-e-luz/espelhos-e-reflexao-da-luz.html

86
OUVIR

Músicas
Alceu Valença – Espelho Cristalino

87
87
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

No decorrer do nosso dia a dia, temos nossa imagem refletida inúmeras por múltiplos espelhos planos. A
reflexão fornecida pelos espelhos planos é útil para usos estéticos, pois a imagem fornecida é um reflexo exato da
imagem apresentada. Vamos ao banheiro, escovar os dentes e podemos observar como estamos, se estamos sujos
de pasta de dente, como estão nossas olheiras, além de facilitar a obtenção de selfies.
Os espelhos também são amplamente utilizados na decoração. Seja em prédios espelhados, ou na deco-
ração de interiores. Colocar um espelho que ocupe a parede toda é uma tática eficaz para criar a ideia de que o
ambiente é mais amplo. Além do uso em corredores para proporcionar um efeito de profundidade.

INTERDISCIPLINARIDADE

A invenção do espelho data de antes de 6000 a.C., os espelhos mais antigos foram encontrados na região
onde se encontra atualmente a Turquia. Feitos na Mesopotâmia e no Egito, eram produzidos a partir de cobre
polido, enquanto na China eram produzidos a partir do bronze. No Renascimento, alguns artesãos europeus aper-
feiçoaram um método que consistia em cobrir uma das faces de um vidro com um amálgama de mercúrio fino, no
século XVI os espelhos já eram populares e excessivamente caros.
A criação de um espelho feito já com um revestimento de prata é atribuída ao químico alemão Justus von
Liebig (1803-1873), quando decorria o ano de 1835. Os métodos utilizados atualmente na fabricação de espelhos
não têm tido muitas variantes desde então, sendo essencialmente produzidos pela sobreposição de camadas finas
de alumínio (ou prata) sobre o cristal de vidro, tendo o seu preço, é claro, e diminuído significativamente, tornando-
-se assim mais barato e de fácil acesso a qualquer pessoa.

88
Estrutura Conceitual

Espelhos
Planos
planos

Leis da Imagem
reflexão
Simétrica

RR e RI são Prolongamento
coplanares dos raios
refletidos

Enantimorfa
i=r Imagem
virtual

89
1
2 22 Espelhos esféricos:
estudo geométrico

Competências Habilidades
5e6 17, 18 e 22

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Vamos estudar agora os espelhos curvos. Devido a suas propriedades, existem usos específicos desses
espelhos. Um caso particular de espelho curvo é o espelho esférico. Os espelhos esféricos são calotas esféricas
polidas, a superfície refletora pode ser interna à calota, caracterizando um espelho côncavo, ou externa à calota,
caracterizando um espelho convexo, exemplificados nas figuras abaixo.

Espelho esférico côncavo espelho esférico convexo

Os espelhos retrovisores em automóveis, entradas de elevadores e garagens são espelhos convexos.

Uma diferença dos espelhos esféricos com relação aos espelhos planos é o campo visual: a região visível
é maior. Usando um espelho convexo, é possível enxergar uma região “mais ampla”. No entanto, a imagem nesse
tipo de espelho é sempre menor do que o objeto.
As características da imagem no espelho côncavo dependem da posição do objeto em relação ao espelho.
A imagem do objeto é direita e maior que o objeto se este for colocado bem próximo ao espelho côncavo. Desse
modo, esse tipo de espelho pode ser usado para ampliar nosso rosto, permitindo uma observação cuidadosa da
pele. No entanto, se o objeto estiver distante do espelho côncavo, a imagem será invertida, ou seja, de cabeça para
baixo.

Espelho côncavo: para um objeto próximo, a imagem virtual é direita e aumentada.

93
§§ Raio de curvatura: é o raio R da superfície que
deu origem o espelho.
§§ Abertura do espelho: é o ângulo a entre os
extremos do espelho, medido no centro de cur-
vatura.
As representações mais usuais dos espelhos côn-
cavos e convexos são mostradas na figura a seguir.

Espelho côncavo: para um objeto distante, a imagem virtual é invertida.

A figura apresenta as características de um espe- Representação de um Representação de um


espelho côncavo espelho convexo
lho esférico. Essa representação é um plano que passa
pelo centro (C) da esfera que deu origem ao espelho. Os risquinhos nos extremos dos espelhos indi-
cam a parte de trás dos espelhos, isto é, o lado que
não é espelhado. Portanto, o lado espelhado, nos casos
acima, é o lado esquerdo dos espelhos.
Na prática um espelho esférico é astigmático,
isto é, os raios refletidos de um feixe divergente não
se cruzam exatamente no mesmo ponto, porém para
certas condições podemos tornar um espelho esférico
estigmático, ou seja, um ponto objeto conjugar apenas
Seção meridional de um espelho esférico um ponto imagem.

Definimos então: Condições de Gauss para


§§ Centro de curvatura (C): é o centro da esfera
que originou o espelho.
espelhos esféricos
§§ Vértice do espelho (V): é o polo da calota es- §§ O raio de luz incidente deve ter uma pequena
férica. inclinação em relação ao eixo horizontal.
§§ Os raios incidentes devem incidir no espelho
§§ Eixo principal: é a reta que passa pelo centro
numa região próxima ao espelho.
de curvatura C e pelo vértice do espelho De maneira geral sempre trabalharemos com es-
§§ Eixo secundário: qualquer reta que passe por
pelhos esféricos utilizando as condições de Gauss.
C e intercepta o espelho em um ponto diferente
de V, como por exemplo, as retas r e s na figura
abaixo. Reflexão em espelhos esféricos
Observe os casos nas figuras abaixo, nelas ocorre
a reflexão de um raio incidente (RI) em espelhos cônca-
vo e convexo. Como nos espelhos planos, o ângulo de
reflexão é igual ao ângulo de incidência. A reta auxiliar
tracejada é a reta que passa pelo centro de curvatura (C)
e pelo ponto de incidência. Essa reta é normal ao espelho
As restas r e s são eixos secundários. nesse ponto de incidência.

94
cos tiverem o ângulo de abertura pequeno, a imagem é
produzida com pouca distorção.

Teoria na prática
1. O que é um Sistema Óptico Astigmático e qual
a diferença desse para um Sistema Óptico Estig-
Luz incidente e luz refletida no espelho mático?
esférico convexo
Resolução:
Sistema Óptico Astigmático é o nome dado para
qualquer sistema que produz imagens distorci-
das de um objeto analisado. O Sistema Óptico
Estigmático é o nome dado para qualquer sis-
tema que não produz distorção na imagem em
relação ao objeto analisado.

Luz incidente e luz refletida em um espelho


côncavo
Focos de um espelho
Se o raio incidente (ou o prolongamento do raio)
passar pelo centro de curvatura do espelho, o raio refle- esférico e raios notáveis
tido coincide com o raio incidente.
Considere um feixe de luz paralelo ao eixo prin-
cipal que incide sobre espelhos esféricos de pequena
abertura, como na figura abaixo. No caso do espelho
côncavo, os raios refletidos se interceptam aproximada-
mente no foco do espelho, ou seja, no ponto F. O foco
do espelho côncavo é real. No caso do espelho convexo,
são os prolongamentos dos raios refletidos que inter-
ceptam o foco do espelho, no ponto F. O foco de um
O ponto P’ é imagem do ponto P. espelho côncavo é virtual.

Veremos nos tópicos abaixo algumas caracterís-


ticas da reflexão nos espelhos côncavos e convexos que
auxiliam na determinação das imagens. É importante
observar que para objetos extensos, os raios refletidos
não se cruzam exatamente no mesmo ponto, e desse
modo, definem uma região em que se cruzam, ou seja,
Espelho côncavo: foco real Espelho convexo: foco virtual
um pequeno “borrão”. Assim, a imagem fica distorcida.
Você pode tentar observar esse efeito usando uma co- Propriedade da reversibilidade da luz: o tra-
lher de sopa como espelho curvo. jeto de um raio de luz no sentido inverso é o mesmo
Não apenas os espelhos curvos, mas as lentes daquele feito no sentido normal. Vimos, acima, que o
também produzem imagens levemente distorcidas. Os raio refletido (ou o prolongamento do raio) passa pelo
sistemas ópticos que produzem imagens distorcidas foco do espelho se o raio incidiu paralelamente ao eixo
são chamados astigmáticos. Quando a imagem não principal. Pela propriedade de reversibilidade, se o raio
apresenta distorção, como no caso do espelho plano, o incidir em direção ao foco, o raio será refletido paralela-
sistema é chamado estigmático. Se os espelhos eféri- mente ao eixo principal.

95
Se um raio incidir sobre o vértice (V) de um es-
pelho esférico, o ângulo entre o eixo principal e o raio
refletido é igual ao ângulo entre o eixo principal e o raio
incidente.

Espelho côncavo Espelho convexo

O foco (F) dos espelhos esféricos é o ponto mé-


dio entre o centro de curvatura do espelho (C) e o vér-
tice (V).

Espelho côncavo

A distância focal (f) é medida entre o foco (F)


do espelho e o vértice, e portanto:

​ R ​ 
f = __
2 Espelho convexo

Os raios de luz que incidem em direção ao centro


de curvatura são refletidos nessa mesma direção:
Teoria na prática
1. Um Espelho esférico côncavo possui um raio de
curvatura de 20 cm, qual é, então, a distância
focal deste espelho?
Resolução:
Sabemos que a relação entre distância focal e
o Raio de curvatura é dada pela expressão:
​ R ​ 
f = __
2
Substituindo o valor do Raio de Curvatura, dado
Espelho côncavo
pelo exercício, na expressão, obtemos:
​ 20 ​ 
f = ___
2
Finalizando os cálculos, temos:
f = 10cm

Espelho convexo

96
2 Um Espelho esférico convexo possui distância
focal de 25 cm, qual é, então, o valor do Raio de
curvatura deste Espelho?

Resolução:

Sabemos que a relação entre distância focal e o


Raio de curvatura é dada pela expressão:
​ R ​ 
f = __
2
Espelho convexo: imagem direita, virtual e menor do que o objeto.
Substituindo o valor da distância focal, dado
pelo exercício, na expressão, obtemos:
​ R ​ 
25 = __ Espelho côncavo
2
Finalizando os cálculos, temos: No caso do espelho côncavo, vamos usar o mes-
R = 50cm mo método para determinar a imagem. Primeiro traça-
mos um raio que incide paralelamente no espelho e de-
pois traçamos um raio que incide em direção do centro
Imagens em um espelho esférico de curvatura. No entanto, existem cinco possibilidades
para posicionar o objeto em frente ao espelho que ve-
Nos próximos tópicos vamos determinar as ima- remos caso a caso.
gens obtidas por espelhos côncavos e convexos, de pe-
quena abertura, de um objeto pequeno, linear, fixado
Caso I: Objeto antes do centro de curvatura
perpendicularmente sobre o eixo principal dos espelhos.
Nesse caso, pelas propriedades de reflexão dos
Espelho convexo raios que incidem paralelamente e em direção ao cen-
tro de curvatura, observamos que os raios refletidos se
Na figura abaixo, o objeto o, de extremos A e B, interceptam em um ponto entre o centro de curvatura e
é fixado em frente a um espelho esférico convexo. Para o foco. Assim, a imagem é real, podendo ser projetada
determinar a imagem desse objeto, inicialmente, traça- em um anteparo. Observamos, também, que a imagem
mos um raio de luz do extremo B e que incide papale- é invertida e menor do que o objeto.
lamente no espelho. Como vimos, o prolongamento do
raio refletido passa pelo foco do espelho. Em seguida,
traçamos um raio de luz, também do extremo B, mas
que incide em direção do centro de curvatura do espe-
lho. O prolongamento do raio refletido tem a mesma
direção e também passa pelo centro de curvatura.
Os prolongamentos dos dois raios refletidos tra-
çados se interceptam em um ponto entre o vértice e o
foco do espelho, no ponto B’. Esse ponto B’ é a imagem
de B. A imagem do ponto A é o ponto A’, abaixo do
ponto B’. Assim, a imagem é direita, virtual e menor do
que o objeto. Espelho côncavo com objeto antes do centro de curvatura: imagem real,
invertida e menor que o objeto.

97
Caso II: Objeto sobre o centro de curvatura Caso IV: Objeto entre o foco e o vértice
Nesse caso, a imagem também está sobre o cen- Traçando os raios refletidos nesse caso, observa-
tro de curvatura, sendo invertida e real. O tamanho da mos que eles se interceptam “atrás” do espelho. Assim,
imagem também é igual ao do objeto. a imagem é virtual, direita e maior do que o objeto.

Espelho côncavo com objeto entre o foco e o vértice: imagem virtual,


Espelho côncavo com objeto sobre o centro de curvatura: imagem real, direita e maior que o objeto.
invertida e de mesmo tamanho que o objeto.

Caso V: objeto sobre o foco


Caso III: Objeto entre o cen-
Quando o objeto está sobre o foco, os raios re-
tro de curvatura e o foco
fletidos são paralelos e dessa forma, não se encontram.
A imagem é chamada de imagem imprópria e forma-se
A imagem do objeto, nesse caso, é real e se for-
no infinito.
ma antes do centro de curvatura. A imagem é inverti-
da e maior do que o objeto. Repare que esse caso é o
mesmo do caso I, no entanto, trocando a imagem pelo
objeto. Isso acontece por causa da reversibilidade dos
raios de luz.

Espelho côncavo com objeto sobre o foco: imagem imprópria.

Algumas observações importantes:


§§ Quando um objeto e a imagem tiverem nature-
zas opostas, uma real e outra virtual, a imagem
é direita.
Espelho côncavo com objeto entre o centro de curvatura e o foco: imagem §§ Sempre quando o objeto e a imagem possuírem
real, invertida e maior que o objeto.
a mesma natureza, reais ou virtuais, a imagem
será invertida.
§§ Toda imagem real pode ser projetada num an-
teparo. Nunca uma imagem virtual poderá ser
projetada num anteparo.

98
Teoria na prática Resolução:

O espelho esférico convexo forma sempre ape-


1. Um espelho projeta em uma tela a imagem de nas um único tipo de imagem: Virtual, Direita e
um objeto. O espelho é côncavo ou convexo? Menor.
Sabemos que toda imagem projetável é neces-
Resolução: sariamente real, não sendo possível projetar
Toda imagem projetável ou projetada é, necessa- imagens virtuais, além disso, qualquer Espelho
riamente, uma imagem real. Sabendo deste fato, Esférico forma imagens distorcidas do objeto,
podemos concluir que o Espelho em questão é diferente do Espelho Plano, que produz imagens
Côncavo, pois Espelho Convexo forma apenas sem distorções, porém, enantiomorfa.
imagens virtuais. Alternativa A
2. (Cesgranrio) Um objeto colocado muito além
de C, centro de curvatura de um espelho esfé- 4. (Fatec) Um sistema óptico, composto de um
rico côncavo, é aproximado vagarosamente do elemento reflexivo, gera de um objeto real uma
espelho. Estando o objeto colocado perpendicu- imagem direita e aumentada.
larmente ao eixo principal, a imagem do objeto O elemento reflexivo:
conjugada por este espelho, antes de o objeto a) é um espelho esférico convexo, pois a ima-
atingir o foco, é: gem é virtual.
a) real, invertida e se aproxima do espelho. b) é um espelho esférico convexo, com o objeto
b) virtual, direita e se afasta do espelho. colocado nas proximidades de seu vértice.
c) real, invertida e se afasta do espelho. c) é um espelho esférico côncavo, com o objeto
d) virtual, invertida e se afasta do espelho. colocado entre o ponto focal e o vértice do
e) real, invertida, fixa num ponto qualquer. espelho.
d) é um espelho plano, pois a imagem é direta.
Resolução: e) forma uma imagem virtual, pois imagens vir-
tuais são sempre aumentadas.
Nos casos em que o objeto está antes do foco
de um Espelho esférico Côncavo sempre tere- Resolução:
mos imagens reais e invertidas. Além disso, se
analisarmos detalhadamente vemos que a medi- O exercício nos disse que a imagem é formada
por um Sistema Reflexivo, logo, conclui-se que o
da que o objeto se aproxima do foco a imagem sistema óptico em questão é baseado em espe-
tende a aumentar de tamanho, e isso acontece lhos. Além disso, a imagem é direita e aumen-
simultaneamente ao afastamento da imagem do tada. Existe apenas uma situação possível para
Espelho. estas características: quando temos um Espelho
Alternativa C Esférico Côncavo numa situação em que o ob-
jeto foi posicionado entre o Foco e o Vértice do
3. (FAAP) A respeito de um espelho convexo, sendo Espelho, neste caso, a imagem é também Virtual.
o objeto real, pode-se afirmar que: Alternativa C
a) forma imagens direitas e diminuídas.
b) não forma imagens diminuídas. 5. (UFRRJ) Um objeto está a uma distância P
c) suas imagens podem ser projetadas sobre do vértice de um espelho esférico de Gauss. A
anteparos. imagem formada é virtual e menor. Neste caso,
d) forma imagens reais. pode-se afirmar que:
e) suas imagens são mais nítidas que as dadas a) o espelho é convexo.
pelo espelho plano. b) a imagem é invertida.
c) a imagem se forma no centro de curvatura do
espelho.
d) o foco do espelho é positivo, segundo o refe-
rencial de Gauss.
e) a imagem é formada entre o foco e o centro
de curvatura.

99
Resoluções:

Este tipo de imagem só é formada por Espelhos


Esféricos Convexos. A única situação em que um
Espelho Esférico Côncavo formar imagem virtu-
al, ela, também, será maior. Então, temos que a
imagem é provocada por um espelho côncavo,
logo, virtual, direita e menor.

Alternativa A

100
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Espelhos esféricos e imagens reais

Fonte: Youtube

Vídeo Espelhos Esféricos - Experimento

Fonte: Youtube

Vídeo O espelho criador de fantasmas (experiência de Óptica)

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Espelhos esféricos

www.estudopratico.com.br/espelhos-esfericos/
www.ebah.com.br/content/ABAAAfi_wAA/espelhos-esfericos
www.sofisica.com.br/conteudos/Otica/Reflexaodaluz/espelhoesferico.php

102
OUVIR

Músicas
Retrovisor – Fagner

103
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

É comum o uso de espelhos esféricos no dia a dia. Os espelhos convexos permitem aumentar o campo de
visão, de forma que podemos ver ângulos que seriam inacessíveis pelos espelhos planos. Geralmente, esse tipo
de espelho é encontrado em corredores de supermercado, farmácias, saídas de estacionamentos e retrovisores de
veículos – nos ônibus nota-se que os espelhos situados acima das portas de saída são sempre espelhos convexos,
possibilitando que o motorista veja os passageiros que estão desembarcando.

Nos espelhos côncavos as imagens formadas variam de acordo com a posição do objeto, isso faz com que
os seus usos sejam restritos. Podem ser utilizados em alguns tipos de telescópios, projetores e também em ferra-
mentas nos consultórios odontológicos, pois com ele é possível observar determinadas características dos dentes,
sendo comum o uso também na maquiagem. Quando o objeto se situa bem próximo do espelho, entre o vértice e
o foco, a imagem resultado é virtual, direta e ampliada, o que resulta em uma melhor ampliação dos detalhes do
objeto refletido.

Espelhos côncavos usados geração de eletricidade através da energia solar.

104
INTERDISCIPLINARIDADE

Os espelhos esféricos também são estudados pelos artistas plásticos. O artista gráfico holandês Maurits Cor-
nelis Escher, famoso por suas representações de espaços impossíveis e transformações geométricas, tem entre suas
obras mais famosas autorretratos usando espelhos convexos. Já o artista britânico Anish Kapoor, um dos grandes
escultores contemporâneos, é famoso pela grandiosidade de suas obras e pela exploração das dicotomias - vazio-
-cheio; corpo-espírito; céu-terra. Kapoor tem diversas obras usando espelhos esféricos espalhadas pelo mundo,
com a intenção de questionar a visão do público que circula por aqueles espaços.

Cloud gate – obra de Anish Kapoor situada em Chicago.

105
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 18 - Relacionar propriedades físicas, químicas e biológicas de produtos, sistemas


ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.

A Habilidade 18 avalia a capacidade do aluno de relacionar os seus conhecimentos na


área de ciências da natureza com a situação-problema apresentada na questão. Na ópti-
ca, é importante que o aluno saiba as características das imagens formadas pelos diver-
sos espelhos e suas aplicações.

Modelo
(Enem) Os espelhos retrovisores, que deveriam auxiliar os motoristas na hora de estacionar ou
mudar de pista, muitas vezes causam problemas. É que o espelho retrovisor do lado direito, em
alguns modelos, distorce a imagem, dando a impressão de que o veículo está a uma distância maior
do que a real.
Este tipo de espelho, chamado convexo, é utilizado com o objetivo de ampliar o campo visual do
motorista, já que no Brasil se adota a direção do lado esquerdo e, assim, o espelho da direita fica
muito mais distante dos olhos do condutor.
Adaptado de: http://noticias.vrum.com.br. Acesso em: 3 nov. 2010.

Sabe-se que, em um espelho convexo, a imagem formada está mais próxima do espelho que este
está do objeto, o que parece estar em conflito com a informação apresentada na reportagem. Essa
aparente contradição é explicada pelo fato de:
a) a imagem projetada na retina do motorista ser menor que o objeto.
b) a velocidade do automóvel afetar a percepção da distância.
c) o cérebro humano interpretar como distante uma imagem pequena.
d) o espelho convexo ser capaz de aumentar o campo visual do motorista.
e) o motorista perceber a luz vinda do espelho com a parte lateral do olho.

106
Análise Expositiva

Habilidade 18
O aluno precisa entender que o espelho convexo forma uma imagem menor e para o motoris-
ta dá a sensação que a distância é menor que realmente é.
Nossos olhos estão acostumados com imagens em espelhos planos, nos quais imagens de
objetos mais distantes nos parecem cada vez menores.
Esse condicionamento é levado para o espelho convexo: o fato de a imagem ser menor que o
objeto é interpretado pelo cérebro como se o objeto estivesse mais distante do que realmente
está.
Essa falsa impressão é desfeita quando o motorista está, por exemplo, dando ré em uma ga-
ragem, vendo apenas a imagem dessa parede pelo espelho convexo. Ele para o carro quando
percebe pela imagem do espelho convexo que está quase batendo na parede. Ao olhar para
trás, por visão direta, ele percebe que não estava tão próximo assim da parede.
Alternativa C

107
Estrutura Conceitual

Espelhos
esféricos

Calotas
espelhadas
Espelho Espelho
côncavo convexo

Convergente Divergente
Pontos
notáveis

Raios notáveis

Construção de imagens

Prolongamento Intersecção efetiva


dos raios refletidos dos raios refletidos

Virtual Real

108
2 4
3 2 Espelhos esféricos:
estudo analítico

Competências Habilidades
5e6 17 e 22

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Equações dos espelhos esféricos
Podemos calcular as posições e tamanhos do objeto e da imagem produzidas pelos espelhos esféricos. Para
isso, usa-sa um sistema de coordenadas cartesianas indicado nas figuras abaixo.

Coordenas do objeto e da imagem em um Coordenadas do objeto e da imagem


espelho côncavo. em um espelho convexo.

A origem do sistema de coordenadas é o vértice do espelho. O eixo das abscissas (x) coincide com o eixo
principal do espelho e o sentido positivo é oposto ao sentido de incidência dos raios de luz. O eixo das ordenadas
(y) é perpendicular ao eixo principal e orientado para cima.
Assim, definimos:
p = posição do objeto no eixo das abscissas;
p’ = posição da imagem no eixo das abscissas;
o = altura do objeto;
i = altura da imagem;
f = distância focal = posição do foco no eixo das abscissas.

Essas definições também seguem as seguintes propriedades:


§§ As grandezas reais são positivas.
§§ As grandezas virtuais são negativas.
§§ Se i < 0, a imagem é invertida.
Essas grandezas estão relacionadas pelas seguintes equações:

–p'
​  1 ​ = ​ __
__ 1 ​ + ​ __
1  ​    e  ​ oi  ​ = ___
A = __ ​  p ​ 
f p p'

A grandeza A é o aumento linear transversal. O valor de A também pode ser obtido usando a relação:

​ oi  ​ → A = ____
A = __ ​  f   ​ 
f–p

Se o e i tiverem o mesmo sinal, a imagem é direita. Se os sinais forem invertidos, a imagem é invertida.

111
Algumas informações importantes: A figura abaixo mostra a construção geométrica
§§ Quando p’ > 0 a imagem será real e passível de da imagem.
ser projetada.
§§ Quando A > 0, a imagem será direita.
§§ Quando A < 0, a imagem será invertida.
§§ Se |A| < 1, a imagem será menor que o objeto.
§§ Se |A| = 1, a imagem será do mesmo tamanho
que o objeto.
§§ Se |A| > 1, a imagem será maior que o objeto.

Teoria na prática
1. Um objeto real, medindo 6 cm, é colocado per-
pendicularmente sobre o eixo principal de um
espelho esférico convexo, a 36 cm do vértice do
espelho. Sabendo que o raio de curvatura do es-
2. Como mostra a figura abaixo, um objeto é colo-
pelho mede 24 cm, determine as características
cado a 60 cm da superfície refletora de um espe-
da imagem.
lho esférico côncavo, cujo raio de curvatura é de
Resolução: 30 cm.

Do enunciado, obtemos os seguintes dados: o =


6 cm, p = 36 cm, R = 24 cm.
O módulo da distância focal é metade do raio:

​ f ​ = __ ​ 24 cm
​ R ​ = _____ ​  → ​ f ​= 12 cm
2 2

Porém, o espelho é convexo, então o foco é vir-


tual e a distância focal é negativa: f = –12 cm.
Calculando p’:
A imagem se forma a uma distância da superfí-
​ 1 ​ = ​ __
__ 1 ​ + ​ __
1  ​  → ____
​  1  ​ =  ___
​  1  ​ + __
​  1  ​  → __
​  1  ​  = ___
​ –1 ​  – ___
​  1  ​ → __
​  1  ​   cie que vale, em cm,
f p p' -12 36 p' p' 12 36 p'
a) 15.
​ -3 – ​
=_____ 1  ​  1  ​  = ​ –4
 → __ ___ ​ → p' = –9 cm b) 20.
36 p' 36
c) 30.
Como p’ < 0, a imagem é virtual. d) 45.
Calculando o tamanho da imagem: e) 60.

-p (–9) Resolução:
​  oi  ​ = ___
__ ​  i  ​ = – ​ ____ ​ → i = 1,5 cm
​  p ​ → __
6 36
Primeiramente, calculamos a distância focal:
A imagem é direita pois o e i têm o mesmo sinal.
como R = 30 cm, então f = 15 cm. Assim, pode-
mos calcular p’:

​  1 ​ = ​ __
__ 1 ​ + ​ __
1  ​  → ___
​  1  ​  = ___
​  1  ​ + __
​  1  ​  → p' = 20 cm
f p p' 15 60 p'

Alternativa B

112
3. Um objeto, colocado a 20 cm de um espelho Desse objeto se formará uma imagem cujo ta-
côncavo, forma uma imagem real, invertida e de manho é, em cm:
tamanho igual ao do objeto. Se o objeto for co- a) 30.
locado a 10 cm do espelho, a distância da nova b) 60.
imagem que irá se formar será igual a: c) 108.
a) 10 cm. d) 180.
b) 15 cm. e) 240.
c) 20 cm.
Resolução:
d) 30 cm.
e) infinita. Do enunciado do problema obtemos diretamen-
te f = 60 cm e que B está a 80 cm do vértice
Resolução:
V. Como AB é igual a 30cm, o ponto A está a
Na situação inicial do problema, i = –o, e por- 110 cm (80 cm + 30 cm) de V. Para determinar o
tanto, A = –1. Do enunciado, obtemos também tamanho da imagem A’B’, devemos determinar
p = 20 cm. Com esses dados, podemos calcular a distância da imagem de A e da imagem de B.
o foco do espelho: Para o ponto A temos: f = 60 cm, p = 110 cm.
Calculando:
​  f   ​ → –1 = _____
A = ____ ​  f   ​ → 20 – f = f → 2f =
f–p f – 20 ​ 1 ​ = ​ __
__ 1 ​ + ​ __
1  ​  → ___
​  1  ​ = ___
​  1   ​  + __
​  1  ​ 
20 → f = 10 cm f p p' 60 110 p'
Assim, obtemos a posição A’ da imagem de A:
Na segunda situação, p = 10 cm, que é igual ao
valor do foco do espelho, f = 10 cm. Vimos que p' = 132 cm
nessa situação, a imagem forma-se no infinito. Para o ponto B temos: f = 60 cm, p = 80 cm.
Se tentarmos calcular: Calculando:

​ 1 ​ = ​ __
__ 1 ​ + ​ __
1  ​  → ___
​  1  ​  = ___
​  1  ​  + __
​  1  ​  → __
​  1  ​ = 0 ​ 1 ​ = ​ __
__ 1 ​ + ​ __
1  ​  → ___
​  1  ​ = ___
​  1  ​ + __
​  1  ​ 
f p p' 10 10 p' p' f p p' 60 80 p'
Do mesmo modo, obtemos a posiçao B’ da ima-
Isso significa que o valor de p’ deve ser infinito
gem de B:
para a razão 1/p’ ser igual a zero.
p' = 240 cm
Alternativa E
Finalmente, o tamanho da imagem A’B’ é a dife-
4. A figura abaixo representa um espelho esférico rença entre B’ e A’:
côncavo, de distância focal 60 cm e um objeto A'B' = 240 – 132 = 108 cm
AB de largura desprezível e comprimento 30 cm,
Alternativa C
que está deitado sobre o eixo principal do espe-
lho. A distância do ponto B ao vértice do espelho 5. (Mackenzie) Um objeto real é colocado sobre o
(V) é de 80 cm. eixo principal de um espelho esférico côncavo a
4 cm de seu vértice. A imagem conjugada desse
objeto é real e está situada a 12 cm do vértice do
espelho, cujo raio de curvatura é:
a) 2 cm.
b) 3 cm.
c) 4 cm.
d) 5 cm.
e) 6 cm.

113
Resolução: Sabemos que a imagem é direita e menor, logo
concluímos que o espelho em questão é conve-
Retirando do enunciado os dados e informações
xo, pois, espelho côncavo, quando forma ima-
necessárias, temos:
gem direita, forma obrigatoriamente também
P = 4cm
uma imagem maior.
P' = 12 cm
Sabendo que o espelho em questão é convexo,
Para acharmos o Raio de Curvatura devemos, concluímos também que a imagem é virtual, por
inicialmente, calcular o valor da distância focal isso o sinal de correção em P'.
utilizando a fórmula da Equação de Gauss, logo: Utilizando a fórmula da Equação de Gauss, logo:

​ 1 ​ = ​ __
__ 1 ​ + ​ __ 1  ​  __ 1 ​ + ​ __
​  1 ​ = ​ __ 1  ​ 
f P P' f P P'
Substituindo pelos valores dados, temos:
Substituindo pelos valores dados, temos:
__ 1 ​ + __
​ 1 ​ = ​ __ ​  1  ​ 
f 4 12 1 ​ + __
1 ​ = ​ __
​ __ ​  1   ​ 
Simplificando a Expressão, obtemos: f 1 (-0,2)

__ 3  ​ + __
​ 1 ​ = ​ __ ​  1  ​  => __
​ 1 ​ + ​ __
4  ​  => __
​ 1 ​ + ​ __
1 ​  Realizando as operações necessárias, obtemos:
f 12 12 f 12 f 3 0,2 1 (-0,8) __1 ____ (-0,8) 0,2
__​ 1 ​  = ___ ​    ​  => __​ 1 ​  = ____
​   ​  - ___ ​   ​   
=> ​   ​ = ​   ​  => f = - ___
​   ​  
Terminando os cálculos, temos: f 0,2 0,2 f 0,2 f 0,2 0,8
f = 3cm Finalizando os cálculos, temos:

Utilizando a relação entre a distância focal e f = 0,25 m = 25 cm


Raio de Curvatura, temos: O sinal nos indica que o Espelho em questão é
​ R ​  => 3 = __
f = __ ​ R ​ => R = 6cm Convexo, assim como tinhamos previsto.
2 2
Alternativa E Alternativa C

7. (PUC-CAMP) Um objeto, de 2,0 cm de altura,


6. (PUC-MG) Uma pessoa, a 1,0m de distância de
é colocado a 20 cm de um espelho esférico. A
um espelho, vê a sua imagem direita menor e
imagem que se obtém é virtual e possui 4,0 mm
distante 1,2m dela. Assinale a opção que apre-
de altura. O espelho utilizando é:
senta corretamente o tipo de espelho e a sua
a) côncavo, de raio de curvatura igual a 10 cm.
distância focal:
b) côncavo e a imagem se forma a 4,0 cm de
a) côncavo; f = 15 cm.
espelho.
b) côncavo; f = 17 cm.
c) convexo e a imagem obtida é invertida.
c) convexo; f = 25 cm.
d) convexo, de distância focal igual a 5,0 cm.
d) convexo; f = 54 cm.
e) convexo e a imagem se forma a 30 cm do
e) convexo; f = 20 cm. objeto.
Resolução: Resolução:
Retirando do enunciado os dados e informações Retirando do enunciado os dados e informações
necessárias, temos: necessárias, temos:
P = 1m 0 = 2 cm.
Lembrando que a distância entre a pessoa e sua P = 20 cm.
imagem vale 1,2 m, então: i = 0,4 cm.
P + P' = 1,2m
É possível notar que a imagem é menor, além
Logo: disso, o exercício nos fala que a imagem é virtu-
P' = -0,2m al. Logo, se a imagem é virtual e menor, então o

114
Espelho em questão é convexo, por conseguinte,
a imagem também é direita e ,portanto, i é po-
sitivo.
Utilizando a Equação do Aumento, temos:
(-P)
A = i/o = ___
​   ​ 
P
Substituindo pelos valores, obtemos:
0,4 (–P)
___
​   ​ =​  ____ ​ => P' = 0,2 ⋅ 20
2 20
Finalizando os cálculos, obtemos:
Utilizando a fórmula da Equação de Gauss, logo:
__ 1 ​ + ​ __
​  1 ​ = ​ __ 1  ​ 
f P P'
Substituindo pelos valores obtidos, temos:
0,2 1 (-0,8) (-0,8) 0,2
​ 1 ​ = ___
__ ​    ​ - ___ ​  1  ​ = ____
​     ​ => __ ​  ​  1  ​=
 ​ => __ ____
​   ​ => f = - ___
​    ​
f 0,2 0,2 f 0,2 f 0,2 0,8

Finalizando os cálculos, obtemos:


f = – 5 cm.
O sinal nos indica que o Espelho em questão é
Convexo, assim como tínhamos previsto.

Alternativa D

115
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Professor faz estudo analítico dos espelhos esféricos - Fórmulas

Fonte: Youtube

Vídeo Equação de Gauss e aumento linear transversal Óptica Física Aula 327

Fonte: Youtube

Vídeo Derivação da equação espelho | Óptica geométrica | Física ...

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Espelhos esfericos e relação Gauss

www.efisica.if.usp.br/otica/basico/espelhos_esfericos/relacao_gauss/
www.fisicaevestibular.com.br/novo/optica/optica-geometrica/estudo-analitico-dos-espelhos-esfericos/
www.coladaweb.com/fisica/optica/equacao-de-gauss

116
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Em 2013, o inglês Martin Lindsay, após um dia cansativo de trabalho, foi buscar o seu Jaguar XJ preto, que
estava estacionado no distrito financeiro de Londres, quando percebeu que diversas partes do seu carro estavam
derretidas. “Não é possível”, dizia Lindsay ao ver seu carro danificado. O estrago não foi causado por um flanelinha
enfurecido com a mesquinhez de Lindsay, mas pelo arranha-céus conhecido “Walkie Talkie”.
O design arquitetônico exótico de Walkie Talkie foi o responsável pelo derretimento do carro. O físico Chris
Shepherd, do Instituto de Física de Londres diz: “É uma questão de reflexo. Se um prédio é curvilíneo e tem várias
janelas planas, que funcionam como espelhos, os reflexos se convergem em um ponto, focando e concentrando a
luz.". A cor do carro também contribuiu para a absorção do calor e, consequentemente, para o derretimento.
A administração do prédio pagou o conserto do veículo, que custou 946 libras (R$ 3.738).

Edifício conhecido como 'Wakie Talkie'

Uma aplicação interessante de espelhos esféricos acontece nos faróis dos carros. Colocando uma fonte
pontual de luz no foco de um espelho esférico, todos os raios que incidirem no espelho serão refletidos paralelos
em relação ao eixo óptico. Dessa maneira é possível direcionar o feixe de luz.

As antenas parabólicas funcionam seguindo o princípio inverso. Coloca-se a antena no foco, assim todos os
raios que incidirem paralelamente ao eixo serão refletidos passando pelo foco.

117
Estrutura Conceitual

Referencial
de Gauss

Objeto real p>0

Objeto virtual p<0

Imagem real p’> 0


A<0
Invertida i<0

Imagem virtual p’ < 0


A>0
Direita i>0

Côncavo f>0
Espelho

Convexo f<0

118
2 6
5 2 Refração da luz

Competência s Habilidades
1, 5 e 6 3, 17 e 22

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Anteriormente, estudamos a propagação da luz em um determinado meio e vimos o que acontecia quando
a luz incidia em uma superfície e sofria reflexão na mesma. Veremos, agora, o que acontece quando um feixe de
luz atinge uma superfície e passa a se propagar em um meio diferente. Nesse caso, a luz é transmitida de um meio
A para um meio B. Ao atravessar a interface que separa esses dois meios, a luz sofre um fenômeno denominado
refração.

Exemplo de refração dos raios luminosos que passam pelo ar, vidro e água.

Se o raio de luz incidir perpendicularmente à superfície de separação entre os meios, o raio transmitido
também tem direção perpendicular à superfície. No entanto, se o raio de luz incidir obliquamente à superfície,
isto é, com uma inclinação em relação à superfície, a direção do raio transmitido será diferente da direção do raio
incidente. Assim, temos a impressão de que o raio se quebrou ao atravessar a superfície de separação. De fato, a
palavra refração, para esse fenômeno, deriva do latim refractus, que significa “quebrar”.

Constatou-se, porém, que o desvio do raio de luz era devido à mudança de velocidade de propagação da
luz nos diferentes meios. Essa constatação, e também o fato de que nem sempre os raios se “quebram”, levou à
definição moderna de refração:

A refração da luz ocorre quando a luz é transmitida entre meios com diferentes velocidades de propagação do
feixe luminoso.

Índice de refração
A velocidade de propagação da luz no vácuo é c = 3,00 ⋅ 108 m/s, independentemente da frequência. Po-
rém, em diferentes meios, como no ar, na água ou em um vidro, a velocidade de propagação da luz é menor do que
o valor c, dependendo, também, depende da frequência.
O índice de refração é um número que compara a velocidade de propagação da luz em diferentes meios.
Para um determinado meio A e uma frequência específica da luz, o índice de refração é o número nA, adimensional,
definido por:
​ vc  ​ 
nA = __
A

sendo vA é a velocidade de propagação da luz no meio A.


A partir da relação entre a frequência e o comprimento de onda da luz,
vA = fA ⋅ λA

121
é possível reescrever a expressão para o índice A luz vermelha propaga-se no vidro com veloci-
de refração como: dade 1,98 . 108 m/s. Portanto, o índice de refra-
ção do vidro para a luz vermelha é:
​  c   ​  
nA = _____
fA ⋅ λA
3,0 ⋅ 108 m/s
n = _​ vc  ​ = ___________
​    ⇒  n = 1,51
 ​   
Note que sempre vA < c e, portanto, nA é maior 1,98 ⋅ 108 m/s
do que 1.
No vácuo, o índice de refração é 1 (n = c/c). Como
Teoria na prática v < c, o índice de refração de um meio qualquer
1. A velocidade de propagação da luz monocromá- é:
tica violeta e da luz monocromática vermelha em n≥1
certo tipo de vidro é 1,96 ⋅ 108 m/s e 1,98 ⋅ 108
No ar, apesar da velocidade de propagação da
m/s, respectivamente. Vamos calcular o índice de
luz ser menor do que c, o índice de refração é
refração desses dois raios de luz nesse meio.
bem próximo de 1, independente da frequência,
Resolução: ou cor, da luz. Considerando as cores do arco-íris,
A luz violeta se propaga nesse vidro com velo- determinou-se, experimentalmente, a seguinte
cidade v = 1,96 ⋅ 108 m/s. Portanto, o índice de relação entre as velocidades de propagação das
refração do vidro para a luz violeta é: diferentes cores, para qualquer meio material:
3,0 ⋅ 108 m/s v vermelho > vlaranja > vamarelo > v verde > vazul > v violeta
n = _​ vc  ​= ___________
​    ⇒  n = 1,53
 ​   
1,96 ⋅ 108 m/s
Lembrando que n = ​ _vc  ​, os índices de refração se
Lembre-se de que o índice de refração é adimen-
relacionam de modo inverso, isto é:
sional, pois é o quociente de duas grandezas de
mesma unidade. nvermelho < nlaranja < namarelo < nverde < nazul < nvioleta

Como o índice de refração do vermelho é menor, seu desvio também é menor, assim como o índice de refra-
ção do violeta é o maior, seu desvio também será maior.

Meio A
S
Meio B

Desvio

Frequência
violeta

amarelo

verm
anil

azul
verde

laranja

lhoe
do

O índice de refração entre dois meios, ou seja, entre um meio A em relação a um meio B, é indicado por nAB
e definido por:

​ nA ​ 
nAB = __n B

122
Substituindo a expressão equivalente para cada Em que nA é o índice de refração do meio A e nB
um dos índices de refração, nAB também é dado é o índice de refração do meio B.
por: c c 
Sendo nA = ​ __ __
vA   ​ e nB = ​ vB  ​, a expressão pode ser
​  vB  ​ reescrita como:
nAB = __ v A
sen θ _____sen θB
​ vc  ​ · sen qA = __
__ ​ vc  ​ · senqB ⇒ _____
​  v  ​A 
 = ​  v  ​  

A B A B
Consideremos dois meios, A e B, de índices de
refração nA e nB, dizemos que A é mais refringen- Quando o raio de luz está em incidência normal,
te que B, se nA > nB. os ângulos são qA = qB = 0° e não ocorre nenhum des-
vio. Assim, sen qA = sen qB = 0, e a segunda lei também
é válida nesse caso.
Leis da refração
Considere o caso como ilustrado na figura, em
que um feixe estreito de luz monocromático se propaga
inicialmente no meio A, sofre refração na interface entre
os meios A e B e continua se propagando no meio B.
O raio de luz que se propaga no meio A é denominado
raio incidente (i) e o raio de luz que se propaga no A segunda lei da refração é conhecida pelo
meio B, após sofrer refração, é denominado raio refra- nome lei de Snell-Descartes, apesar de, muitas vezes,
tado (r). ser referida apenas como de lei de Snell.
René Descartes (1596-1650) foi um filósofo,
matemático e físico francês e um grande estudioso dos
fenômenos da luz. É famoso pela criação da geometria
analítica e autor do método cartesiano, além ter partici-
pado da revolução científica.

Teoria na prática
1. Um raio de luz monocromático i propa-
gando-se em um vidro incide na água com
A primeira lei da refração afirma que: ângulo qv = 30º, como mostra a figura.
Sabendo que para essa luz os índices de re-
O raio incidente, o raio refratado e a normal, no fração do vidro e da água são nv = 1,62 e
ponto de incidência, estão no mesmo plano. nA = 1,33, respectivamente, determinaremos o
ângulo formado entre a normal e o raio refra-
tado.
A normal é uma reta perpendicular à superfície
de separação entre os meios A e B, no ponto de in-
cidência, qA é denominado ângulo de incidência e qB
é denominado ângulo de refração, como indicados na
figura acima.
A segunda lei da refração afirma:

nA · sen qA = nB · sen qB

123
Resolução:
O índice de refração do vidro é maior que o da
água, e, portanto, o ângulo de refração é maior
que o ângulo de incidência, como mostra a figu-
ra. Ao passar do vidro para a água, o raio afasta-
-se da normal. Pela segunda lei de refração (lei
de Snell-Descartes), temos:
Esse mesmo efeito ocorre para o caso da colher
mergulhada parcialmente em um copo com água. Os
raios de luz da parte inferior da colher, que está sub-
mersa, sofrem um desvio ao passarem da água para o
vidro e depois do vidro para o ar. No entanto, os raios da
parte da colher que não está submersa sofrem desvios
apenas ao passar do ar para o vidro e do vidro para o ar,
nv · sen qv = nA · sen qA e, desse modo, temos a impressão que esses raios vêm
(1,62) sen 30º = (1,33) (sen qA) de diferentes posições e a colher parece estar quebrada.
sen qA > 0,609 É importante lembrar do princípio da reversibi-
lidade da luz. Na situação da figura abaixo, o raio de
O ângulo qA,para o qual o seno vale aproxima-
luz que sai do peixe (P) e atinge o olho de menino (M),
damente 0,609, é:
percorre o caminho XYZ. O menino tem a impressão
qA > 37,5º de que o peixe está na posição P’. Pelo princípio da re-
versibilidade da luz, o raio de luz que vai do olho do
Lembre-se de que quando um raio de luz é refra-
menino para o peixe, também percorre o mesmo trajeto,
tado para um meio menos refringente, o ângulo
no sentido inverso, ZYX. Mas para o peixe, o menino
de refração é maior que o ângulo de incidência,
está na posição M’.
e o raio se afasta da normal. Se o raio se refratar
para um meio mais refringente, ocorre o oposto,
e o raio se aproxima da normal.

Formação de imagens
Observa a imagem de um garoto observando
uma moeda dentro de um aquário. Acabamos de es-
tudar a refração da luz e sabemos que o raio de luz
sofre um desvio ao mudar o meio em que se propaga. Assim faz sentido o fato de que os índios mirem
Nesse caso, o raio de luz da moeda, ao deixar de se pro- a flecha ou a lança em uma posição diferente da posi-
pagar na água e passar a se propagar no ar, sofre um ção onde aparentemente eles veem os peixes. A posição
desvio,afastando-se da normal no ponto de refração. onde devem mirar é um ponto um pouco mais abaixo
No entanto, nossa visão não compreende essa mudan- da posição aparente do peixe. Esse conhecimento foi
ça de percurso do raio e entende como se o raio sempre adquirido de forma empírica ao longo do tempo, ou
tivesse percorrido um trajeto retilíneo. Desse modo, é seja, na tentativa e erro.
como se a moeda estivesse na posição M’, indicada na
figura, que é a continuação do raio refratado para den-
tro da superfície.

124
Em que:
p: distância do objeto à superfície (distância real
do objeto);
p’: distância da imagem à superfície (distância
aparente do objeto);
A indicação do significado de p e p’ é ilustrado
na figura abaixo.

Dioptro plano
Um sistema constituído por dois meios trans-
Observe que a imagem aparente do peixe A’ é virtual e mais próxima da
parentes de refringências diferentes (índices de refra- superfície S.
ção diferentes) separados por uma superfície plana é
um dioptro plano. Os exemplos vistos anteriormente Assim, se o observador estiver no meio menos
refringente, a imagem do objeto estará próxima da in-
eram constituídos de dioptros planos.
terface de separação dos meios. Se o observador estiver
Determinaremos, agora, uma relação entre a po-
no meio mais refringente, ocorrerrá o oposto, e a ima-
sição real e posição aparente da imagem que vemos em
gem estará mais distante.
um sistema de dioptro plano.
Considere um sistema ar–água, como um aquá-
rio, representado na figura abaixo. Vamos analisar a si-
Teoria na prática
tuação de um objeto na água, um peixe, por exemplo, e 1. Um tanque tem 6,0 m de profundidade e está
o observador no ar. Anteriormente, constatamos que a cheio de um líquido de índice de refração igual a
imagem aparente do peixe forma-se em uma posição 1,5. Uma pessoa observa o tanque em uma di-
mais próxima da superfície da água do que a posição reção obliqua à superfície do líquido. Determine
real do peixe. a elevação aparente da profundidade do tanque
que a pessoa observa.
Resolução:
Substituindo os dados fornecidos pelo enuncia-
do do problema na equação anterior:

__ n1 __ p‘ 1 ___
___ p‘
n​  2 ​ = ​  p ​   ⇒ ​ 1,5  ​  = ​ 6,0  ​ ⇒ p‘ = 4m

Quando o objeto é observado de modo que o


ângulo de incidência seja praticamente perpendicular, a
seguinte equação é válida:

nobservador __ p’
​  ______
n  ​   = ​  p ​ 
objeto
Logo, a elevação é: x = p – p' = 6 – 4 = 2,0 m.

125
Ângulo limite – reflexão total
Quando um feixe de luz atinge uma superfície, três fenômenos podem ocorrer: reflexão, refração e ab-
sorção. A reflexão faz com que o raio não atravesse a superfície e permaneça no mesmo meio que estava se pro-
pagando. A refração permite que a luz atravesse a interface e continue se propagando no outro meio. A absorção
impede que a luz continue se propagando. Em geral, os três fenômenos ocorrem em quantidades diferentes, isto
é, parte do feixe de luz é absorvido, parte é refletido e parte é refratado. Vamos estudar um caso particular muito
interessante, a reflexão total.
Um raio de luz é refratado, afastando-se da normal, ao atravessar a interface de um meio mais refringente
para outro meio menos refringente. Como exemplo, considere o caso da figura, nela um raio de luz atravessa a
interface entre água (meio A) e o ar (meio B).

À medida que o ângulo de incidência aumenta, Teoria na prática


o ângulo de refração também aumenta e mais o raio 1. A fibra óptica é construída em uma estrutura ci-
refratado se afasta da normal. Para um determinado ân- líndrica de vidro, composta basicamente por dois
gulo de incidência L, o ângulo de refração é de 90º. Esse materiais diferentes, sendo um interno, o núcleo,
valor, L, é denominado de ângulo limite de incidência. e outro externo, a casca. A figura mostra, esque-
A partir da lei de Snell-Descartes: maticamente, a estrutura de uma fibra óptica.
nA · sen i = nB . sen r ⇒

nA . sen L = nB . sen 90º


Como sen 90º = 1, temos:

n nmenor
senL = __
​ nB  ​ = ​  ____
n  ​ 
A maior

O mecanismo de funcionamento da fibra óptica


Se o ângulo de incidência for superior ao ângulo é baseado na propriedade de reflexão total da
limite, não haverá refração, e a luz incidente será total- luz que ocorre na interface núcleo–casca. Assim,
mente refletida. Esse fenômeno é denominado refle- os feixes de luz podem ser “guiados” dentro da
xão total. fibra óptica. Designando por nnúcleo e ncasca, os ín-
Observe que as seguintes condições devem ser dices de refração do núcleo e da casca, respec-
satisfeitas para que ocorra reflexão total: tivamente, analise as afirmações abaixo sobre
§§ A propagação da luz deve ocorrer do meio mais as condições necessárias para ocorrer a reflexão
refringente para o meio menos refringente. interna total da luz.
§§ O ângulo de incidência deve ser maior que o ân- I. nnúcleo > ncasca.
gulo limite, ou seja, i > L.
II. existe um ângulo L, de incidência na interface
n
núcleo–casca, tal que sen L = ____
​ n casca  ​. 
núcleo

126
III. raios de luz com ângulos de incidência i > L Calculando o valor do ângulo limite:
sofrerão reflexo interna total, ficando presos
n2 · sen L = n1 · sen 90º
dentro do núcleo da fibra.
Quais afirmações são verdadeiras? 2 · sen L = 1 · 1

Resolução: ​ 1 ​ ⇒ L = 30º


sen L = __
2
A reflexão total da luz no interior da fibra óptica
O valor de r pode ser obtido pelo triângulo DABF.
necessita de duas condições:
Assim:
§§ A luz deve se propagar do meio mais refrin-
__ __
gente para o meio menos refringente (nnúcleo √ √
> ncasca). ​ ​ 3 ​ ​  = ​ __r  ​   ⇒ r = ___
​ r  ​   ⇒ ___
tg 30º = __ ​ ​ 3 ​ ​  m
1 3 1 3
§§ O ângulo de incidência da luz deve ser su-
perior ao ângulo limite de incidência para o
dioptro núcleo–casca (i > L).
O ângulo-limite de incidência, para o dioptro
núcleo–casca, é dado por:
nmenor ncasca
sen L = ​ ____
nmaior  ​ 
  ⇒  sen L = ____
​ 
nnúcleo  
 ​

Portanto, as afirmações I, II e III estão corretas.

2. No fundo de um tanque de profundidade igual a


1 m, contendo um líquido de índice de refração
2, existe um ponto luminoso. A luz emitida por
esse ponto luminoso forma uma região circular
luminosa na superfície do líquido. Determine o
raio dessa região circular luminosa.

Resolução:

Somente um feixe cônico de abertura angular


2L consegue passar para o ar, isto é, os feixes
cujo ângulo de incidência são menores do que o
ângulo limite. Assim, a região circular luminosa
tem raio 2r. No limite dessa região (contorno), os
raios incidem com ângulo igual ao ângulo limite.
Os raios que incidem com um ângulo maior do
que o limite sofrem reflexão total.

127
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Refração da luz - Revisão FUVEST #04

Fonte: Youtube

Vídeo Física - Refração e Lei de Snell (Khan Academy)

Fonte: Youtube

Vídeo Como entortar raios de luz com açúcar

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Ótica da refração

www.explicatorium.com/cfq-8/refracao-da-luz.html
www.efisica.if.usp.br/otica/basico/refracao/
www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/fisica/otica_refracao_da_luz

128
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Quando você coloca um canudo num copo de vidro com água, o canudo parece estar “quebrado”, certo?
O fenômeno físico responsável por essa ilusão de óptica é a refração, conceito trabalhado nesta aula. A refração
ocorre com a luz quando ela muda de meio de propagação como, por exemplo, do ar para a água.

Através do fenômeno de refração, podemos explorar um fenômeno muito útil, chamado reflexão total, atu-
almente usado por 90% das comunicações digitais, tais como telefonia móvel e fixa, internet banda larga e trans-
ferência de dados em geral. A fibra óptica baseia-se no fenômeno de reflexão interna total, que pode acontecer
quando a luz viaja num meio mais refringente, envolto em um meio menos refringente, porém a luz não consegue
mudar de meio de propagação, propagando-se por meio da reflexão na parte interna da fibra ótica.
A fibra óptica é um material feito de vidro ou de plástico (polímeros) e é capaz de transportar luz em seu
interior por meio da reflexão total da luz. Atualmente, na medicina, as fibras ópticas são utilizadas nos equipamen-
tos endoscópios e em cirurgias. Por exemplo, o médico pode ter a visualização dos órgãos internos de um paciente
através do uso de um equipamento de endoscopia que faz uso de fibra óptica, e, assim, podem ser detectadas
anormalidades dos órgãos. Nas telecomunicações, a fibra óptica é utilizada para transmitir sinais por meio de
pulsos eletromagnéticos, ou seja, luz, radiação infravermelha ou qualquer outro tipo de radiação eletromagnética.
A vantagem em relação aos cabos de cobre é que a transmissão de dados é mais eficiente e econômica. O grande
desafio tecnológico é descobrir ou criar novos materiais para a confecção de fibras ópticas mais eficientes. No co-
tidiano, a fibra óptica é pouco utilizada. Mas pode ser encontrada em alguns artigos de decoração, em certos tipos
de brinquedos e em aparelhos de home theater.
Adaptado de: http://www.mundoeducacao.com/fisica/a-utilizacao-fibra-optica.htm

129
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 22 - Compreender fenômenos decorrentes da interação entre radiação e matéria


em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológi-
cas, sociais, ecônomicas ou ambientais.

É necessário ao aluno utilizar seus conhecimentos de Física para interpretar e resolver


situações-problema apresentadas na questão.

Modelo
(Enem) Alguns povos indígenas ainda preservam suas tradições realizando a pesca com lanças,
demonstrando uma notável habilidade. Para fisgar um peixe em um lago com águas tranquilas, o
índio deve mirar abaixo da posição em que enxerga o peixe.
Ele deve proceder dessa forma porque os raios de luz:
a) refletidos pelo peixe não descrevem uma trajetória retilínea no interior da água.
b) emitidos pelos olhos do índio desviam sua trajetória quando passam do ar para a água.
c) espalhados pelo peixe são refletidos pela superfície da água.
d) emitidos pelos olhos do índio são espalhados pela superfície da água.
e) refletidos pelo peixe desviam sua trajetória quando passam da água para o ar.

130
Analíse Expositiva

Habilidade 22
No exercícios proposto, é necessário lembrar-se de que, no dioptro plano, a imagem e o objeto
não coincidem na mesma posição.

A figura mostra um raio refletido pelo peixe, que atinge o olho do observador. Ao refratar-
-se da água para o ar, ele sofre desvio em sua trajetória. O observador vê a imagem do peixe
acima de sua posição real.
Alternativa E

131
Estrutura Conceitual

Refração Mudança
de meio

Leis de Diferentes
Raios
refração velocidades de
coplanares
propagação

Lei de
Snell Descartes Índice
de refração

Do para o Raio se
refringente aproxima de N

Do para o Raio se
refringente afasta de N

Reflexão
i>L total

132
Abordagem de ELETRODINÂMICA nos principais vestibulares.

FUVEST
A eletrodinâmica sempre é abordada com questões bem elaboradas envolvendo gráficos e ma-
nipulação matemática das fórmulas.

LD
ADE DE ME
D
UNESP
U

IC
FAC

INA

BO
1963
T U C AT U A análise de circuitos elétricos com vários resistores é cobrada nas questões da Unesp.

UNICAMP
Nas questões da Unicamp, é cobrada a análise de gráficos de corrente elétrica e tensão, além de
potência dissipada em resistores.

UNIFESP
Questões que envolvem potência dissipada em circuitos, além de associação de resistores, sem-
pre estão presente nas provas da UNIFESP.

ENEM/UFMG/UFRJ
A cinemática possui grande incidência nas provas do ENEM, sempre relacionada ao cotidiano.
Essas questões, e quase sempre possuem análise gráfica.

UERJ
Nas provas da UERJ, a cinemática é um assunto constante, com enunciados bem elaborados
e objetivos, quase sempre havendo manipulação matemática das equações do MRU e MRUV.
1 0
9 2 Associação de resistores
em paralelo

Competências Habilidades
2e5 5, 6 e 17

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Associação de resistores em paralelo
Na associação de resistores em paralelo, os terminais de um dos lados de cada resistor são ligados entre si
e a mesma ligação é feita com os terminais do outro lado do componente. Na figura abaixo, estão ilustrados dois
circuitos elétricos formados por um gerador e dois e três resistores ligados em paralelo, respectivamente.

No ponto A de cada figura, todos os resistores estão ligados por um dos seus terminais, e o mesmo ocorre
no ponto B. Desse modo, toda a corrente elétrica que atinge o ponto A se divide entre os resistores até atingir o
ponto B, onde é reestabelecida.
Além da representação acima, esses mesmos circuitos elétricos podem ser representados como na figura
abaixo:

Propriedades da associação de resistores em paralelo


Do mesmo modo que a associação em série, a ligação de resistores em paralelo possui características pró-
prias. Essas características serão analisadas usando como referência os circuitos mostrado nas figuras acima.

A soma das intensidades da corrente elétrica em cada resistor de uma associação em paralelo é igual a
intensidade da corrente elétrica total no extremo da ligação dos resistores.

Essa propriedade decorre do fato de que toda corrente elétrica que atinge os resistores deve ser a mesma ao
sair dos resistores, pela conservação de carga elétrica. Assim, para o caso da ligação de três resistores em paralelo
da figura acima:

i = i1 + i2 + i3

No entanto, essa propriedade é válida para uma quantidade n de resistores associados em paralelo.

137
Observe que numa associação em paralelo a re-
A tensão elétrica nos extremos de resistores as- sistência equivalente sempre terá um valor menor do
sociados em paralelo é a mesma para todos os que qualquer resistência individual que compõe a as-
resistores da associação. sociação.

Na ligação acima, os terminais dos resistores Teoria na prática


estão ligados ao gerador através dos fios conectados 1. Determine a resistência equivalente do circuito
aos pontos A e B. Desse modo, a tensão do gerador é formado pela associação em paralelo de quatro
a mesma entre os pontos A e B, e consequentemente, resistores, ilustrado na figura abaixo.
a mesma para cada resistor da associação em paralelo.
No caso da ligação de três resistores da figura
acima, sendo U a d.d.p. do gerador e sendo U1, U2 e
U3 a d.d.p. nos resistores R1, R2 e R3, respectivamente, 6Ω

segue que:
U1 = U2 = U3 = U
Assim, pode-se determinar a intensidade parcial Resolução:
de corrente elétrica em cada resistor: A resistência equivalente é dada pela equação:
​ U  ​;   i2 = __
i1 = __ ​ U  ​ ;  i3 = __
​ U  ​  ​  1  ​ = __
___ ​  1  ​  + __
​  1  ​ + __
​  1  ​ + __
​  1  ​ 
R1 R2 R3 Req R1 R2 R3 R4
Como no circuito em série, podemos encontrar
Substituindo os valores de cada resistência:
a corrente elétrica no circuito usando uma resistência
​ U  ​. 
equivalente para o circuito, ou seja, i = ___ ​  1  ​ = __
___ ​ 1 ​ + __
​ 1  ​ + __
​ 1 ​ + __
​ 1  ​ ⇒ ___
​  1  ​ = __
​ 1 ​ + __ ​ 6 ​ + __
​ 2 ​ + __ ​ 3 ​ = ___
​ 12 ​ 
Req Req 6 3 1 2 Req 6 6 6 6 6
Substituindo o valor das correntes elétricas par-
Observe que a soma foi feita após encontrar o
ciais e a corrente elétrica dada por uma resistência equi-
m.m.c. O resultado da soma é o inverso da resis-
valente, encontramos:
tência equivalente, assim, para encontrar o valor
i = i1 + i2 + i3
correto devemos inverter o resultado, ou seja:
​  U  ​ = __
___ ​  U  ​ + __
​  U  ​ + __
​  U  ​ 
Req R1 R2 R3 ​  1  ​ = ___
___ ​ 12 ​ [ Req = 0,5 V
Req 6
Dividindo todos os numeradores da equação
2. (UECE-CE)
pela d.d.p. U, obtemos:

​  1  ​ = __
___ ​  1  ​  + __
​  1  ​ + __
​  1  ​ 
Req R1 R2 R3

A soma do inverso das resistências de resistores


associados em paralelo é igual ao inverso da resis-
tência equivalente dessa ligação em paralelo.

A resistência equivalente R, entre os pontos P e


Observe que:
Q, em ohms, da combinação de resistores mos-
§§ A expressão acima para o cálculo da resistência
trada na figura é:
equivalente é válida para n resistores associados
a) 0,15.
em paralelo.
b) 6,67.
§§ No cálculo da resistência equivalente, devemos
c) 9,33.
encontrar o m.m.c. dos denominadores e fazer
d) 15,00.
uma soma de frações; o inverso do resultado ob-
e) 22,5.
tido é a resistência equivalente.
138
Resolução:

A resistência equivalente será:


​  1  ​  = ___
___ ​  1  ​  + ___
​  1  ​  ⇔ ___
​  1  ​  = ___
​ 1  ​ + ___
​  1  ​ 
Req R1 R2 Req 10 20
​  1  ​  = 0,1 + 0,05 ⇔ 1 = 0,15Req ⇔
___
Req ___ ​  1  ​ + __
​  1  ​ = __ ​  1  ​ + __ ​  3  ​ [ Req = __
​  1  ​ = __ ​ R ​ 
Req R R R R 3
⇔ Req = ___​ 20 ​ ⇔ Req ≈ 6,67 Ω
3 Três resistores idênticos em paralelo
Alternativa B Nesse caso, a corrente elétrica que atinge os re-
sistores é dividida igualmente entre os resistores.
Casos particulares Teoria na prática
§§ Se o circuito for formado por apenas dois resis- 1. Considere o circuito elétrico da figura, formado
tores associados em paralelo, a expressão para por um gerador e dois resistores em paralelo.
calcular a resistência equivalente pode ser sim- a) Determine a resistência equivalente entre os
plificada: pontos A e B;
b) Calcule a intensidade da corrente em cada
resistor e a intensidade total da corrente for-
necida pelo gerador.

1  ​ = __ R2 R R + R1
​ ___ ​  1  ​  + __
​  1  ​ = ​ _____ + _____
   ​   ​  1  ​ = ______
= ___
​  1   ​   ​  2  ​ 
Req R1 R2 R1 · R2 R1 · R2 Req R1 · R2

R ·R
Req = ______
​  1 2  ​ 
R1 + R2
Resolução:
produto a) Usando a equação para calcular a resistência
Req = ______
​  soma ​


equivalente, temos:
Lembre-se: essa regra é válida apenas para dois
​  1  ​ = __
___ ​  1  ​  + __
​  1  ​ = ___
​  1   ​  + ___
​  1   ​ =
resistores em paralelo. Essa regra não é valida para uma Req R1 R2 3,0 6,0
quantidade maior de resistores. 2,0 + 1,0 ___ 3,0 1
= ________
​   ​ 
 = ​   ​ = ___
​     ​ ⇒ Req = 2,0 V
§§ Se o circuito for formado por n resistores idên- 6,0 6,0 2,0
Nesse caso, existem apenas dois resistores
ticos, ou seja, de mesma resistência R, então a
em paralelos, então poderíamos ter usado a
resistência equivalente é dada por:
regra prática:
​ Rn ​ 
Req = __     R . R
produto ______ (3,0) . (6,0)
Req = ______ =​  1 2  ​ 
​  soma ​ 
  = ​ __________   ​ 
=
As figuras abaixo ilustram circuitos de resistores R1 + R2     (3,0) + (6,0)
idênticos associados em paralelo: ​  18  ​ = 2,0 ⇒ Req = 2,0 V
= ___
9,0
b) Para cada um dos resistores, a d.d.p. é igual
a 12 V, igual à f.e.m. do gerador, assim a cor-
rente elétrica em cada resistor vale:
U = R1 · i1 ⇒ 12 = 3,0 · i1 ⇒ i1 = ___​ 12  ​  [
3,0
i1 = 4,0 A
​  1  ​ = __
___ ​  1  ​ + __
​  1  ​ = __
​  2  ​ [ Req = __
​ R ​  ​ 12  ​ [ i
U = R2 · i2 ⇒ 12 = 6,0 · i2 ⇒ i2 = ___
Req R R R 2 6,0 2
Dois resistores idênticos em paralelo = 2,0 A

139
A intensidade total i da corrente fornecida
c)
pelo gerador é igual à soma das correntes
elétricas em cada resistor, assim: d)
i = i1 + i2 ⇒ i = 4,0 + 2,0 [ i = 6,0 A e)
2. O circuito elétrico abaixo é formado por dois re- Resolução:
sistores em paralelo. Calcule as intensidades da
corrente i1 e i2. ​ R ​ 
a) Req = __
5
b) Temos uma associação em paralelo com 3
resistores idênticos, assim, a resistência equi-
valente será:
​ Rn ​  ⇔ Req = __
Req = __ ​ R ​ 
3
Resolução: c) Temos uma associação em série com 4 resis-
Devemos determinar, inicialmente, a resistência tores idênticos, assim, a resistência equiva-
equivalente entre os pontos A e B. lente será:
Req = R + R + R + ⇔ Req = 4R
R · R __________
(3,0) · (6,0) ___
Req = ______
​  1 2  ​  
= ​    = ​  18  ​  
 ​   d) Temos uma associação em série com 3 resis-
R1 + R2 (3,0) + (6,0) 9,0
tores idênticos, assim, a resistência equiva-
[ Req = 2,0 V
lente será:
Assim, usamos a definição de resistência equiva- Req = R + R + R + ⇔ Req = 3R
lente para encontrar a d.d.p. entre os terminais e) Req = R
A e B:
Alternativa A
UAB = Req · i = 2,0 · 9,0 ⇒ UAB = 18 V
Essa tensão é igual para cada um dos resistores, Método para identificar a
assim, a corrente elétrica em cada um deles, vale:
UAB = R1 · i1 ⇒ associação em paralelo

​ 18  ​  [ i = 6,0 A
⇒ 18 = 3,0 · i1 = ___ Dada uma associação qualquer, por exemplo, a
3,0 1 associação da figura abaixo.
UAB = R2 · i2 ⇒

​ 18  ​ [ i = 3,0 A
⇒ 18 = 6,0 · i2 ⇒ i2 = ___
6,0 2
Note que:
i1 + i2 = 6,0 A + 3,0 A [ i = 9,0 A
Como esperado, esse valor é igual à corrente elé-
trica antes de atingir os resistores.
3. (UFRJ-RJ) A menor resistência equivalente dos
circuitos a seguir é (considere que as resistências
são todas iguais):
Podemos identificar a associação em paralelo de
duas maneiras: analisando a corrente elétrica e os po-
a)
tenciais.

b)

140
Primeiramente imagine uma corrente i que sain-
do da fonte U, essa corrente encontrará uma bifurcação
Associação mista
onde ela irá se dividir. Isto ocorre pois, naturalmente,
Até agora estudamos dois casos distintos
a resistência equivalente num circuito é sempre o me- de ligação de resistores: em série e em paralelo. No
nor valor possível. Dessa maneira, podemos dizer que entanto,em geral, os circuitos elétricos são compostos
os resistores que são percorridos por correntes que são por ambos os modos de ligação de resistores. Chama-
oriundas dessa divisão estão associados em paralelo. mos esse tipo de associação de associação mista. Um
exemplo simples de associação mista é ilustrado na fi-
gura, no qual dois resistores em paralelo são associados
em série com outro resistor.

Exemplo de associação mista de resistores.

Para analisar esse tipo de circuito, dividimos as


partes em série e em paralelo do circuito e resolvemos
Outro método é analisando os potenciais. O
cada uma individualmente. Esse processo deve ser re-
gerador é a fonte de tensão (d.d.p.) que ao longo do
petido até determinarmos a resistência equivalente do
circuito será “consumida” pelos resistores, dessa forma,
circuito.
cada resistor produz uma queda de potencial entre seus Nos exemplos abaixo, a resistência equivalente
terminais. Utilizando o mesmo circuito anterior procede- para parte do circuito em paralelo será denominada de
remos do seguinte modo: antes e depois de cada resis- RP e a resistência equivalente da parte em série será
tor iremos colocar uma letra, representado o potencial denominada RS.
naquele ponto. Quando resistores possuem os mesmos
potenciais em seus terminais, eles estão associados em Teoria na prática
paralelo.
1. Sejam os resistores R1 = 2 V e R2 = R3 = R4 = 12
V associados como na figura abaixo. Calcule a
resistência equivalente entre os pontos A e B.

Resolução:

Inicialmente, identificamos a associação em pa-


ralelo dos resistores R2, R3 e R4. Como esses re-
sistores possuem o mesmo valor de resistência,
Numa associação em série as letras se repetem.
a resistência equivalente é dada por:
Na imagem anterior, R1, R2 e R3 estão em associados em
paralelo. ​ 12 ​ = 4 V
RP = ___
3
141
Assim, substituimos esses três resistores do cir- Note que falamos em “dois” resistores, mas na
cuito por um único resistor de resistência RP: verdade, um deles é fictício, trata-se da resistên-
cia equivalente RS. Finalmente podemos calcular
a resistência equivalente de toda associação. O
equivalente em paralelo, RP, está associado em
série ao resistor de 5 V.
O circuito resultante é uma associação em série
entre os resistores R1 e RP. Novamente, determi- Req = RP + 5 = 5 + 10 V
namos a resistência equivalente do circuito, con-
siderando agora a associação em série: Assim, a resistência equivalente desta associa-
ção mista é de 10 V.
Req = R1 + RP = 2 + 4 = 6 V
3 (ITA-SP) No circuito elétrico da figura, os vários
Portanto, a resistência equivalente do circuito é
elementos têm resistências R1, R2 e R3 conforme
de 6 ohm.
indicado.
2. Calcule a resistência equivalente do circuito
abaixo:

Sabendo que R3 = R1/2, para que a resistência


Resolução: equivalente entre os pontos A e B da associação
da figura seja igual a 2R2 a razão r = R2/R1 deve
O circuito é uma associação mista de resistores. ser:
Os resistores de 4 V e de 6 V estão conectados a) 3/8.
em série, e ambos estão associados em paralelo b) 8/3.
ao resistor de 10 V. Finalmente, essa associação c) 5/8.
em paralelo está associada em série com o resis- d) 8/5.
tor de 5 V. e) 1.
Para encontrar a resistência equivalente da parte
paralela do circuito, devemos encontrar a resis-
tência equivalente da associação em série dos
resistores 4 V e 6 V:

RS = 4 + 6 = 10 V

Assim, podemos determinar a resistência equi-


valente da associação em paralelo entre RS e o
resistor de 10  V. Como a resistência dos dois
resistores têm o mesmo valor:

​ 10 ​ = 5 V
RP = ___
2

142
Resolução:

Na parte mais superior do paralelo temos 2 re-


sistores R3 em série, assim a resistência equiva-
lente deles será:
Req1 = R3 + R3 ⇔ Req1 = 2R3 ⇔

⇔Req1 = 2(R1/2) ⇔ Req1 = R1.

Essa resistência equivalente 1 esta em paralelo


com uma resistência R1.
1/ Req2 = 1/ Req1 + 1/R1 ⇔
⇔ 1/ Req2 = 1/R1 + 1/R1 ⇔ Req2 = R1/2 .

Essa resistência equivalente 2 esta em série com


uma resistência R1.
Req3 = Req2 + R1 ⇔
⇔ Req3 = R1/2 + R1 ⇔ Req3 = 3R1/2.

Essa resistência equivalente 3 esta em paralelo


com outras duas resistências R1,

1/ Req4 = 1/ Req14+ 1/R1 + 1/R1 ⇔ 1/ Req4


= 1/(3R1/2) + 2/R1 ⇔ 1/ Req4 = (2/3R1) + 2/R1

⇔ 1/ Req4 = (2 + 6)/3R1 ⇔ Req4 = 3R1/8.

A resistência equivalente total é 2R2, assim temos:


Reqtotal = 3R1/8 + R2 ⇔
⇔ 2R2 = 3R1/8 + R2 ⇔ R2 = 3R1/8 .

Assim a razão r será:


r = R2/R1 ⇔ r = (3R1/8)/R1 ⇔ r = 3/8 .

Alternativa A

143
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Resistores - Associação em Paralelo - Eletrodinâmica - Física

Fonte: Youtube

Vídeo Associação de Resistores - Agora eu aprendo!

Fonte: Youtube

Vídeo Vídeo 27 Experiência com Física Leis de OHM e Resistores Parte 2 2

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Associação de resistores

www.educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagnetismo/associacao-de-resistores.html
www.efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/gerador/assoc_geradores/
www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/associacao-resistores-paralelo.htm

144
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Equipamentos eletrônicos são frequentemente usados em diferentes aplicações, tais como comunicação,
transporte, entretenimento etc. Parte importante dos equipamentos, os conversores analógico-digital (ADC) e os
conversores digital-analógico (DAC) são componentes que utilizam das associações de resistores em paralelo e
mista para gerar uma representação digital a partir de uma grandeza analógica, ou vice-versa. Esse sinal digital é
representado por um nível de tensão ou intensidade de corrente elétrica.

Exemplo de um conversor ADC de 8 canais.

Os conversores ADC e DAC são amplamente utilizados em dispositivos de medição, controle e digitalização
de áudio e vídeo. Como a maioria dos sinais que captamos, como temperatura ou som, são analógicos, essas duas
interfaces de conversão são necessárias para permitir que equipamentos eletrônicos digitais processem os sinais
analógicos. Nos laboratórios e indústrias, por exemplo, usam-se esses conversores para fazer com que as indicações
de um termômetro passem para forma digital, de forma que o computador possa processar os dados e executar
ações, caso a temperatura esteja muito alta ou muito baixa.

145
INTERDISCIPLINARIDADE

O resistor, da forma encontrada hoje nos circuitos e processadores, foi patenteado, em 16 de junho de
1959, pelo engenheiro e inventor americano Otis Bobby Boykin. Os resistores inventados por Boykin, mais baratos
e duráveis que os que existiam até então, inicialmente foram usados na fabricação de televisores e rádios. A criação
de Otis foi amplamente utilizada pelo exército dos Estados Unidos, para o controle de mísseis guiados. Mais tarde
a patente foi comprada pela empresa IBM, que usou os resistores para criar os processadores utilizados em seus
computadores. Otis também é famoso por outras invenções, como uma unidade de controle para marca-passos.

O inventor e engenheiro Otis Boykin

146
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 5 - Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

A Habilidade 5 compete ao aluno ser capaz de dimensionar circuitos elétricos ou o uso


cotidiano de dispositivos elétricos. No caso específico desta aula, o aluno será capaz de
analisar a associação em paralelo e a associação mista, a fim de identificar quando é o
melhor caso de serem utilizadas partindo de suas propriedades.

Habilidade 7 - Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de


materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qua-
lidade de vida.

A Habilidade 7 requer do estudante a capacidade de selecionar parâmetros, a partir de


testes de controle, e fazer a comparação entre materiais. No caso específico desta aula,
a comparação se faz necessária para a escolha correta do tipo de associação entre os
resistores.

Modelo 1
(Enem 2017) Fusível é um dispositivo de proteção contra sobrecorrente em circuitos. Quando a
corrente que passa por esse componente elétrico é maior que sua máxima corrente nominal, o fusí-
vel queima. Dessa forma, evita que a corrente elevada danifique os aparelhos do circuito. Suponha
que o circuito elétrico mostrado seja alimentado por uma fonte de tensão U e que o fusível suporte
uma corrente nominal de 500 mA.

147
Qual é o máximo valor da tensão U para que o fusível não queime?
a) 20 V
b) 40 V
c) 60 V
d) 120 V
e) 185 V

Analise Expostiva 1

Habilidades 5 e 7
Este é um excelente exercício em que o estudante deve saber reconhecer cada componente
do circuito e como eles se relacionam. Apesar de serem realizados pequenos cálculos, sua
complexidade se dá pela sequência de procedimentos necessários.
Para a resolução, temos de começar redesenhando o circuito:
60  60 

30 

i F = 0,5 A
120  40 
A C
F
60 
i = 1,5 A

i’ = 1 A

Como uma corrente de 0,5 A deve passar pelo fusível, a corrente i', que deve passar pelo re-
sistor de 60 W em paralelo com ele, deve ser de:
120 · 0,5 = 60 · i' ⇒ i' = 1 A
Sendo assim, por BC deve passar uma corrente de:
i = iF = i' = 0,5 + 1 ⇒ i = 1,5 A
Resistência equivalente no ramo AC:
​ 120 · 60 
RAC = ________  ​ + ⇒ 40 RAC = 80 W
120 + 60
Como os ramos estão em paralelo, podemos calcular U como:
U = RAC · i = 80 · 1,5
∴ U = 120 V

Alternativa D

148
Modelo 2
(Enem) Três lâmpadas idênticas foram ligadas no circuito esquematizado. A bateria apresenta
resistência interna desprezível e os fios possuem resistência nula. Um técnico fez uma análise do
circuito para prever a corrente elétrica nos pontos A, B, C, D e E, e rotulou essas correntes de IA,
IB, IC, ID e IE, respectivamente.

O técnico concluiu que as correntes que apresentam o mesmo valor são:


a) IA = IE e IC = ID.
b) IA = IB = IE e IC = ID.
c) IA = IB, apenas.
d) IA = IB = IE, apenas.
e) IC = IB, apenas.

149
Analise Expostiva 2

Habilidades 5 e 7
Já neste exercício, o estudante não encontra dificuldade matemática, afinal, o requisito é que o
aluno saiba analisar a associação em paralelo e as suas propriedades. Trata-se de um exercício de
rápida resolução.
As três lâmpadas estão em paralelo. Como são idênticas, são percorridas pela mesma corrente i.
A figura mostra a intensidade da corrente elétrica em cada lâmpada e nos pontos destacados.

De acordo com a figura:


IA = 3i; IB = 2i; IC = i; ID = i e iE = 3i.

Portanto:
IA = IE e IC = ID.

Alternativa A

150
Estrutura Conceitual

Associação
Paralelo
de resistores

Resistor Mesma
equivalente tensão

Resistores Dois Corrente


iguais resistores total

Req= R Req= produto


n soma

Somatória
das correntes

151
2 2
1 2 Potência dissipada
por efeito Joule

Competências Habilidades
2e5 5, 6 e 17

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da Física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da Química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da Biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Reostato
O reostato é um dispositivo que permite controlar o valor da resistência de um resistor, ou seja, são resisto-
res cuja resistência é variável. No diagrama abaixo, está representado o funcionamento de um reostato. A corrente
elétrica percorre o circuito e atinge o resistor no ponto C (ponto médio do resistor ligado entre A e B). Se o ponto
C, chamado de cursor, for colocado no próximo do ponto B, praticamente nenhuma resistência haverá, enquanto se
o cursor for colocado próximo do ponto A, a corrente elétrica irá percorrer todo o resistor.

Através desse mecanismo é possível controlar a temperatura da água em um chuveiro elétrico, por exemplo.
Quanto menor a resistência elétrica do chuveiro, maior a potência dissipada e, consequentemente, maior a tempe-
ratura da água.
O esquema a seguir representa o reostato e a chave (Ch) de um chuveiro. No entanto, ao invés de ser um
único resistor e um cursor, a resistência do chuveiro é formada por uma ligação de resistores em série. Nesse caso,
o chuveiro tem apenas dois resistores. Quando a chave Ch do chuveiro encontra-se na posição A, o chuveiro está
desligado; na posição B, apenas uma resistência é ligada e o chuveiro está na posição inverno (menor resistência).
Na posição C, duas resistências são ligadas, e o chuveiro está na posição verão.
Como a tensão (d.d.p.) nos terminais do chuveiro é constante (por exemplo, 220 V), a variação da potência
​ U  ​ .
2
obtida pela variação da resistência é P = __
R

Curto-circuito
A figura abaixo representa um circuito formado por uma lâmpada ligada a uma pilha. No caso da figura
da esquerda, a ligação está correta e o circuito funciona, acendendo a lâmpada. No caso da figura da direita, uma
ligação extra foi feita, através dos pontos A e B. Nesse caso, a lâmpada deixa de acender. Mas tome cuidado! Não
realize esse experimento na prática pois os fios e a pilha se aquecerão e a pilha pode explodir, causando um aci-
dente. O motivo para a lâmpada não acender, nesse caso, é a ligação extra entre A e B, permitindo que a corrente
elétrica circule pelo circuito através desse caminho (praticamente sem resistência) deixando de percorrer através
da lâmpada.

155
Repare que o circuito elétrico da direita percorrido pela corrente elétrica é mais curto e por isso dizemos que
houve um curto-circuito.
Usando a lei de Ohm no condutor, temos:
VA – VB = Ri ⇒ VA – VB = 0 ⇒ VA = VB
Como os pontos A e B têm o mesmo potencial, podemos tomá-los como eletricamente coincidentes em
um novo esquema do circuito, devido a isso a lâmpada (resistor) pode ser removida do circuito, pois não haverá
corrente elétrica através da lâmpada. O diagrama abaixo ilustra o circuito inicial, a ligação feita entre a A e B, e o
curto-circuito final.

Por vezes ocorrem curto-circuitos nos eletrodomésticos. Esses curto-circuitos ocorrem geralmente devido ao
desgaste dos fios, que prejudica seu isolamento, e, caso dos fios, entrem em contato entre si, causa o curto-circuito.

Teoria na prática
1. (UESPI-PI) A resistência equivalente entre os terminais A e B da bateria ideal no circuito elétrico a seguir é
igual a:

a) R
b) 2R
c) 3R
d) 4R
e) 5R

156
Resolução:
As resistências mais externas da figura aos pontos A e B entram em curto-circuito devido ao fio elétrico que
une os nós do circuito. Assim a única resistência que funcionará é a de 2R.

Alternativa B

Fusível Potência elétrica


No diagrama abaixo, um resistor, de resistência
R, é submetido a uma d.d.p. U. A corrente elétrica nesse
circuito é i. Durante um intervalo de tempo Dt, uma
quantidade de carga igual a DQ passa pelo circuito.

Um fusível é um dispositivo utilizado para a proteção,


evitando que uma corrente maior do que a suportada
pelo circuito danifique-o. Um fusível consiste de um fila-
mento de uma liga metálica com baixo ponto de fusão, Nesse intervalo de tempo, as cargas elétricas se
que quando a corrente ultrapassa um determinado va- movimentaram pelo circuito impulsionadas por uma
lor, devido ao efeito Joule, o filamento acaba fundindo força elétrica, ou seja, o deslocamento das cargas entre
e o circuito abre. os pontos A e B ocorreu devido a ação de uma força
Normalmente, num esquema de um circuito, um sobre as cargas. Mas, quando uma força age causando
fusível é representado por um dos seguintes símbolos: deslocamento, existe a realização de trabalho, e como já
vimos em Eletrostática, esse trabalho é dado por:
t = DQ · U
A potência P é o trabalho realizado para movi-
mentar as cargas durante um intervalo de tempo. Assim,
para o intervalo Δt do deslocamento das cargas DQ en-
tre os pontos A e B do diagrama acima:

Tal qual o fusível, outro aparelho utilizado para a ___ DQ


​  t  ​ = ___
​   ​ · U
proteção de circuitos elétricos é o disjuntor. Sua princi- Dt Dt
pal diferença para o fusível é sua capacidade manual de DQ
A razão ___
​  t  ​ equivale à potência P e a razão ___
​   ​ é
desligamento do circuito. Além disso, após um desliga- Dt Dt
igual à intensidade de corrente i no circuito, então:
mento do circuito devido a uma corrente alta, o disjun-
tor é passível de rearmamento, pois ele não é danificado
P = Ui
quando ocorre o desligamento do circuito.
Portanto, obtemos a potência do resistor, que é o
produto da corrente que o atravessa e a d.d.p. a que está
submetido.

157
No caso do diagrama acima, utilizamos um resis- Resolução:
tor no circuito, no entanto, esse componente poderia ser A corrente elétrica que passará pela lâmpada
uma lâmpada incandescente, um ferro de passar roupa, será:
uma torradeira, entre outros. A fórmula acima permite P = U ∙ i ⇔ 2,25 = 4,5 i ⇔ i = 0,5 A
calcular a potência elétrica consumida (ou dissipada)
A associação esta em série, logo a corrente da
por qualquer um desses componentes.
resistência será de 0,5A. Podemos também en-
Pela 1ª lei Ohm, podemos substituir U = Ri ou
contrar a ddp da resistência.
i = U/R na expressão acima da potência, e obter duas
Utotal = Uresis + Ulampada ⇔ 12 = Uresis + 4,5 ⇔
expressões equivalentes para calcular a potência:
⇔ Uresis = 7,5V.
​ U  ​ 
2
P = Ri2  e  P = __ Utilizando a 1ª Lei de Ohm, temos:
R
R = Uresis/i ⇔ R = 7,5/0,5 ⇔ R = 15Ω.
No S.I., a unidade de potência é o watt (W).
Alternativa E

Teoria na prática 2. (PUC-MG) Uma lâmpada incandescente tem as


seguintes especificações: 100W e 120V.
1. (FUVEST-SP) Uma estudante quer utilizar uma
lâmpada (dessas de lanterna de pilhas) e dispõe
de uma bateria de 12 V.

Para que essa lâmpada tenha o mesmo desem-


A especificação da lâmpada indica que a tensão penho quando for ligada em 240V, é necessá-
de operação é 4,5 V e a potência elétrica utiliza- rio usá-la associada em série com um resistor.
da durante a operação é de 2,25 W. Para que a Considerando-se essa montagem, a potência
lâmpada possa ser ligada à bateria de 12 V, será dissipada nesse resistor adicional será de:
preciso colocar uma resistência elétrica, em série, a) 50W
de aproximadamente: b) 100W
a) 0,5 Ω c) 120W
b) 4,5 Ω d) 127W
c) 9,0 Ω e) 200W
d) 12 Ω Resolução:
e) 15 Ω
A corrente elétrica da lâmpada e do resistor será:
i = P/U ⇔ i = 100/120 ⇔ i = 5/6A.

A ddp do resistor associado em série será:


Utotal = Ulampada + Uresis ⇔ 240 = 120 + Uresis ⇔

⇔ Uresis = 120 V.
Utilizando a equação da potência, temos:
P = Uresis ∙ i ⇔ P = 120 ∙ (5/6) ⇔ P= 100W.

Alternativa B

158
3. (UFMA) A figura abaixo representa um circuito térmica. Assim, ao passar por um resistor, a energia elé-
elétrico formado por associação de resistores, trica é transformada em energia térmica, e o resultado
alimentados através de uma bateria de 12 V. De- é o aumento de temperatura. Esse efeito é denominado
termine a potência dissipada pelo resistor de 9Ω. de efeito Joule.
Como a potência é dada pela razão entre ener-
gia e tempo, podemos escrever, de forma equivalente:

E = P · Dt

Note que E é energia, P é potência e Dt é o tempo.


Substituindo a potência podemos então calcular
a energia dissipada por efeito Joule:

E = R · i2 · Dt

​ U  ​ · ∆t
2
Resolução: E = R · i2 · ∆t ou E = i · U · ∆t ou E = __
R
A resistência equivalente do paralelo será:
Obs.: E = Q (calor sensível ou calor latente)
Req1 = (18.9)/(18+9) ⇔ Req = 6 Ω.
Q = m · c · ∆θ
A resistência equivalente total será:
Req,total = 1,9 + 6 + 2 + 0,1 ⇔ Req,total = 10Ω. Onde:
Q.....quantidade de calor sensível ou calor sensível
Utilizando a 1ª Lei de Ohm, temos:
m.......massa do corpo
itotal = Utotal/Req,total ⇔ i = 12/10 ⇔ i = 1,2A.
∆θ ......variação de temperatura (∆θ = θ – θ0)
A ddp do paralelo será: c........calor específico (é uma característica do
Uparalelo = itotal . Req1 ⇔ Uparalelo = 1,2 ∙ 6 ⇔ material que constitui o corpo)
⇔ Uparalelo = 7,2V Q=m.L

Assim a potência do resistor de 9Ω será: Onde:


P = U²/R ⇔ P = (7,2)²/9 ⇔ P = 5,76W. Q.....quantidade de calor latente ou calor latente
m.......massa do corpo
Resposta: A potência será de 5,76W.
L........calor latente específico

Energia dissipada Para alguns aparelhos, essa energia térmica dis-


sipada por efeito Joule é o interesse: como o ferro de
por efeito Joule passar roupas e o chuveiro elétrico. No entanto, em ou-
tros aparelhos, como um computador, esse efeito não é
Ao utilizar algum equipamento elétrico, após um
desejado.
certo tempo de uso, é possível perceber um aquecimen-
No Sistema Internacional, a unidade de medida
to do aparelho (para o ferro de passar roupas o aqueci-
para energia é Joule, porém é muito comum utilizarmos
mento é bastante rápido!) Esse aquecimento acontece
o kWh.
devido a um efeito que ocorre nos resistores do circuito
elétrico do equipamento. Quando uma corrente elé- A energia de 1kWh equivale a energia dissipada
trica atravessa um resistor, parte da energia elétrica é por um aparelho de mil watts de potência ligado duran-
transferida para os átomos do resistor, como consequ- te uma hora, ou seja, equivale a 3,6 . 106 J.
ência, esses átomos ficam com uma energia maior de
oscilação (comumente dizemos que esses átomos ficam
“mais agitados”), e essa agitação aumenta a energia

159
Resolução:
Teoria na prática
1. Um ferro elétrico consome uma potência de Devemos saber quanto de energia será necessá-
1100 W quando ligado em 110 V. Calcule: ria para aumentar a temperatura da água. Assim,
calculamos a quantidade de calor:
Dados: P = 1100 W; U = 110 V;
Q = mc (uf – ui) ⇒ Q = 80 000 . 1 (70 – 20) ⇒
​ 1 ​  h = 1 800 s.
Dt = __
2 Q = 4 · 106 cal
a) a intensidade da corrente utilizada pelo ferro
Transformando para Joule:
elétrico;
b) a resistência elétrica do ferro; Q = 4 · 106 · 4,2 = 16,8 · 106 J
c) a energia elétrica consumida pelo ferro elétri-
Assim, a resistência deve fornecer essa mesma
co em 0,5 hora de uso, em quilowatts-hora,
quantidade de calor (considerando que toda
e o gasto em reais sabendo que o preço do
energia elétrica consumida pelo resistor é trans-
quilowatt-hora é de R$ 0,40.
formada em calor):
(110)2
Resolução: ​ U  ​ · Dt = Q ⇒_____
2
Q ⇒ PDt = Q ⇒ __ ​   ​   · Dt
R 4
a) Utilizando a fórmula da potência, temos: = 16,8 · 106 ⇒

P = Ui ⇒ 1 100 = 110 ⇒ i = 10 A ⇒ Dt ù 5,55 · 103 s ou Dt ù 1h32min


b) Pela 1ª lei de Ohm, obtemos a resistência elé-
trica:

U = Ri ⇒ 110 = R · 10 ⇒ R = 11 V

c) A energia elétrica consumida é medida pelo


trabalho realizado. Logo:
3. (Fuvest) Um chuveiro elétrico, ligado em média
1 ​  · 3 600 ⇒
τ = P Dt ⇒ τ = 1 100 · ​ __ uma hora por dia, gasta R$ 10,80 de energia
2
elétrica por mês. Se a tarifa cobrada é de R$ 0,12
⇒ τ = 1,98 · 106 J
por quilowatt-hora, então a potência desse apa-
Em kWh: relho elétrico é:
a) 90W
1 kWh 3,6 . 106 J b) 360W
  x 1,98 . 106 J ⇒ x = 0,55 kWh c) 700W
Portanto, o gasto é de 0,55 · 0,40 = 0,22 d) 3000W
reais. e) 10.800W
Resolução:
2. Uma resistência de imersão de 4 V, colocada
A energia gasta por mês dessa lâmpada será:
dentro de um recipiente com água, foi ligada a
​ 1kWh 
E = ____   ​∙ R$10,80 ⇔ E = 90 kWh
uma fonte de tensão de 110 V. Considerando R$0,12
que o recipiente tenha 80 kg de água, qual o Em um dia a lâmpada é ligada por uma hora,
tempo necessário para aumentar a temperatura então, considerando um mês com 30 dias, tere-
da água de 20º C para 70º C? (Use: calor espe- mos 30 horas de gasto de energia. Aplicando a
cífico da água = 1 cal/gº C; 1 cal = 4,2 J.) equação da potência temos:
Dados: R = 4 V; U = 110 V; m = 80 kg = 80 000 g; P = ___ ​ 90 ​ ⇔ P = 3 kW ⇔ P = 3000 W
​  E  ​ ⇔ P = ___
Dt 30
c = 1 cal/gºC; uf = 70 ºC; θi = 20º C.
Alternativa D

160
4. (Fuvest) Um fogão elétrico, contendo três resis- A lâmpada incandescente é formada por um fio
tências iguais associadas em paralelo, ferve uma de tungstênio em forma de espiral, chamado filamento,
certa quantidade de água em 5 minutos. Qual o colocado dentro de um bulbo de vidro para evitar a oxi-
tempo que levaria se as resistências fossem as- dação. O bulbo é preenchido por um gás inerte, como
sociadas em série? o nitrogênio ou argônio, para evitar a sublimação do
a) 3 min filamento. Ao ser percorrido por uma corrente elétrica,
b) 5 min o filamento se aquece, tornando-se incandescente, emi-
c) 15 min tindo luz.
d) 30 min
e) 45 min
Resolução:
Devemos primeiramente calcular as resistências
equivalentes em série e em paralelo e depois as
suas respectivas potências.
Req,s = R + R + R ⇔ Req,s = 3R.
Req,p = R/n ⇔ Req,s = R/3.
Ps=U²/Req,s ⇔ Ps = U²/3R.
Pp=U²/Req,p ⇔ Pp=U²/(R/3) ⇔ Pp=3U²/R.
Outra noção muito importante é que nos dois
aquecimentos a mesma energia é gasta, assim
temos:
Esérie = Eparalelo ⇔ Ps · Dts = Pp ∙ Dtp ⇔
⇔ (U²/3R) ∙ Dts
= (3U²/R) ∙ 5 ⇔ Dts /3 =15
Teoria na prática
⇔ Dts = 45 min. 1. Abaixo está ilustrado um chuveiro elétrico, com
suas especificações impressas e o esquema do
Alternativa E
circuito elétrico da parte interna, destacando-se
o resistor, a chave e os pontos onde ela se conec-
Lâmpada incandescente ta para regular a temperatura desejada da água,
ou seja, inverno (água quente) e verão (água
Entre os inventores mais famosos de todos os morna).
tempos está Thomas Edison (1847-1931), que registrou
"apenas" 2332 patentes em seu nome, entre elas po-
demos citar: estradas de ferro eletromagnéticas (todas
as grandes cidades utilizam trem e metrô para a mobili-
dade urbana), câmera cinematográfica, bateria de carro
elétrico, fonógrafo, embalagem à vácuo, uma máquina
para voto eletrônico, rodas de borracha e aquela pela
qual ele é famoso mundialmente, a lâmpada incandes-
cente com filamento de carbono (atualmente utilizamos
filamento de tungstênio), que foi inventada em 1879.

161
Qual é o valor da resistência: Resolução:
a) na posição “verão”?
A lâmpada mais brilhante será a que produzir
b) na posição “inverno”?
maior potência para essa d.d.p. A partir da po-
Resolução: tência em função da tensão e da resistência,
substituímos o valor da resistência em função da
a) Na posição verão, o chuveiro opera com me- área da seção transversal do filamento (A), do
nor potência (4400 W), pois não se deseja comprimento (ℓ) e da resistividade (r):
água muito quente.
​ U  ​ = ​ _____
U2 · A ​ 
2
A menor potência é obtida com uma maior re- P = __
R r·ℓ
sistência do chuveiro (sendo que a tensão tem
Como r e ℓ são iguais para as duas lâmpadas
valor constante). Assim, a chave deve ser conec-
A e B, a potência será diferente devido a área A
tada em B, e o valor da resistência será:
da seção transversal dos filamentos. Devido ao
​ U  ​ ⇒ 4 400 = ____
​ 220 ​ 
2 2
P = __  ⇒ R = 11 V. filamento de B ser mais grosso, a lâmpada B bri-
R R
lhará mais que a lâmpada A.
b) No inverno, o chuveiro opera com maior po-
tência (6600 W), pois se deseja água muito
quente.
A maior potência é obtida com uma resis-
tência menor. Deste modo, a chave deve ser
conectada em A, e o valor da resistência será:

​ U  ​ ⇒ 6 600 = ____


​ 220 ​ 
2 2
P = __  ⇒ R = 7,3 V
R R

2. Considere duas lâmpadas, A e B, idênticas a não


ser pelo fato de que o filamento de B é mais
grosso que o filamento de A. Quando ligadas a
uma d.d.p. de 110 volts, qual das lâmpadas será
mais brilhante?

162
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Experiência do curto circuito

Fonte: Youtube

Vídeo Como fazer uma lâmpada caseira (experiência de elétrica)

Fonte: Youtube

Vídeo O que é potência elétrica?

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Joule, eletromagnetismo e funcionamento de chuveiros

www.efeitojoule.com/2008/04/efeito-joule.html
www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrodinamica/potencia.php
www.mundoestranho.abril.com.br/tecnologia/como-funciona-o-chuveiro-eletrico/

164
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

A energia dissipada por efeito Joule é facilmente identificável nos dias modernos. Estamos cercados por
aparelhos eletrônicos: smartphones, televisores, computadores, liquidificadores, geladeiras, lâmpadas, fogões elé-
tricos, batedeiras, chuveiros e muitos outros, e todos acabam aquecendo durante o funcionamento. Às vezes o seu
aquecimento é utilizado de maneira proveitosa: o chuveiro esquenta a água para o banho. Outro exemplo cotidiano
da ação do efeito Joule é a torradeira, esquematizada na imagem a seguir:

Porém, em outros casos, esse aquecimento não é benéfico, é o que acontece com smartphones e compu-
tadores, por exemplo. O superaquecimento pode fazer seu computador começar a funcionar de uma forma não
esperada. Com exceção da placa de vídeo, os componentes de um computador ou smartphone devem funcionar a
temperaturas menores que 55 ºC. Por isso é necessário estar atendo ao efeito Joule nos equipamentos.

165
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 5 - Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

A Habilidade 5 se faz presente aqui, pois caberá ao aluno dimensionar a potência elétrica nos
diferentes circuitos elétricos. Analisando as diferentes associações e suas implicações com a po-
tência empregada em cada resistor, assim como a potência total fornecida.

Habilidade 6 - Relacionar informações para compreender manuais de instalação, utilização de


aparelhos ou sistemas tecnológicos de uso comum.

É muito frequente a leitura de informações técnicas de manuais elétricos a respeito da potência


elétrica, e a Habilidade 6 cobra justamente isso, a capacidade de interpretação de manuais de
instalação de aparelhos de uso comum.

Modelo 1
(Enem 2017) As células fotovoltaicas transformam luz em energia elétrica. Um modelo simples
dessas células apresenta uma eficiência de 10%. Uma placa fotovoltaica quadrada com 5 cm de
lado, quando exposta ao sol do meio-dia, faz funcionar uma pequena lâmpada, produzindo uma
tensão de 5,0 V e uma corrente de 100 mA. Essa placa encontra-se na horizontal em uma região
onde os raios solares, ao meio dia, incidem perpendicularmente à superfície da Terra, durante
certo período do ano.
A intensidade da luz solar, em W/m2, ao meio-dia, nessa região é igual a:
a) 1 × 102.
b) 2 × 102.
c) 1 × 103.
d) 1 × 106.
e) 2 × 106.

166
Análise Expositiva 1

Habilidades 5 e 6
Um bom exercício que mostra que no Enem não basta apenas interpretar o exercício. Apesar
de mais carregado em passagens matemáticas, faz-se necessário um profundo conhecimento
do assunto.
Para a sua resolução, separando o que é fornecido, temos:
Dados: U = 5 V; i = 100 mA = 0,1 A; L = 5 cm; η = 10% = 0,1.
A potência elétrica (útil) para acender a lâmpada é:
PU = Ui = 5 × 0,1 ⇒ PU = 0,5 W.
Essa potência é 10% da potência (total) incidente na placa fotovoltaica.
P P 0,5
η = ___
​  U ​ ⇒ PT = ___
​ ηU ​ = ​ ___  ​⇒ PT = 5 W
PT 0,1
A área de captação de energia da placa é:
A = L2 = 5 × 5 = 25 cm2 ⇒ A = 25 × 10-4 m2.
A intensidade da radiação incidente é:
P 5   ​ 
I = ​ __T ​ = ​ ________ = 0,2 × 104 W/m2 ⇒ I = 2 × 103 W/m2.
A 25 × 10-4
Alternativa C

Modelo 2
(Enem 2017) O manual de utilização de um computador portátil informa que a fonte de alimenta-
ção utilizada para carregar a bateria do aparelho apresenta as seguintes características:

Qual é a quantidade de energia fornecida por unidade de carga, em J/C, disponibilizada à bateria?
a) 6
b) 19
c) 60
d) 100
e) 240

167
Análise Expositiva 2

Habilidades 5 e 6
Apesar de ser um exercício de rápida resolução matemática, cobra-se que o estudante saiba
ler e reconhecer o manual de um aparelho (uma fonte de alimentação, no caso), fato muito
comum em questões do Enem, sempre bem contextualizadas.
Para resolver, temos de usar duas expressões para a potência:

q
​  τ   ​ = U ___
⇒ ___ ​  τ   ​ = U ⇒ ___
​    ​ ⇒ ___ ​  τ   ​ = 19 J/C
∆t ∆t ∆t ∆t

Alternativa B

Estrutura Conceitual

P=U
2
Potência R

Reostato
P=U·i

Potência U2
P=
elétrica R

P = R · i2

Energia E = P · Δt

PU
Rendimento h=
PT

168
2 4
3 2 Amperímetro, voltímetro
e ponte de Wheatstone

Competências Habilidades
2e5 5, 6 e 17

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Dois equipamentos de medida são essenciais nos laboratórios de eletricidade: o amperímetro e o voltímetro.
O primeiro é o medidor da intensidade de corrente elétrica (em ampères) e o segundo faz a medida da tensão
elétrica (voltagem ou d.d.p.) entre dois pontos de um circuito elétrico.
Em geral, é comum utilizar o multímetro, como o da imagem abaixo, que têm as funções desses dois
medidores em um único equipamento.

Multímetro

Quando um amperímetro ou um voltímetro é colocado em circuito elétrico, sua representação será feita
usando os símbolos das figuras baixo.

Símbolos do amperímetro Símbolos do voltímetro

Amperímetro ideal
O amperímetro é um aparelho capaz de medir a corrente elétrica através de um componente do circuito.
Dessa forma, deve ser ligado em série com esse elemento. Idealmente, o amperímetro não deveria alterar a resis-
tência elétrica do trecho do circuito ao qual conectado, de modo a não alterar a corrente elétrica nesse trecho. No
entanto, esse caso ocorre apenas na teoria, pois sempre haverá uma pequena resistência elétrica dos componentes
eletrônicos do amperímetro.
Então, definimos:

Amperímetro ideal é um medidor de intensidade de corrente cuja resistência elétrica é nula (RA = 0).

Tratando-se de um amperímetro ideal, a d.d.p. entre seus terminais é nula, e assim sua ligação em série com
qualquer outro elemento do circuito pode ser feita sem alterar a corrente elétrica do circuito.
Na figura da esquerda, a seguir, uma corrente i atravessava os dois resitores do circuito. Na figura da direita,
um amperímetro ideal foi ligado em série entre os dois resistores, e, por ser ideal, não modificou a corrente elétrica
do circuito.

(Esquerda) Resistores em série antes de se inserir o amperímetro.


(Direita) Após a inserção do amperímetro, a intensidade da corrente elétrica não foi alterada.

171
Voltímetro ideal Galvanômetro – instrumento que é um com-
ponente básico do circuito de amperímetros e voltíme-
tros capaz de detectar correntes elétricas através de dis-
O voltímetro é um aparelho capaz de medir a
positivos mecânicos que se movem pela ação da força
d.d.p. entre os dois terminais de um dos elementos do
eletromagnética produzida pela corrente. É composto
circuito elétrico. Desse modo, sua ligação deve ser em
por uma agulha fixa a uma bobina móvel entre os po-
paralelo com esse elemento.
los de um imã, estando a bobina acoplada a uma mola
De modo análogo ao amperímetro, o voltímetro
espiralada. Quando uma corrente atravessa a bobina,
não deve alterar a d.d.p. do componente que está me-
se estabelece um torque que a faz girar. A posição da
dindo a tensão. Assim, o voltímetro não pode permitir
agulha numa escala graduada, segundo uma calibra-
que a corrente elétrica desse elemento seja parcialmen-
ção, fornece a medição.
te desviada e, portanto, deve possuir uma resistência
elétrica muito maior que a daquele elemento. Nova-
mente, isso acontece apenas na teoria, pois sempre ha-
verá uma pequena fuga de corrente para o voltímetro,
devido aos seus componentes metálicos.
Então, definimos:

Voltímetro ideal é um medidor de tensão com re-


sistência elétrica infinitamente grande (RV → `).
Símbolos:

Em um voltímetro ideal, não há circulação de G G


corrente elétrica, e então o voltímetro pode ser ligado
em paralelo com qualquer elemento do circuito.
Obs.: o galvanômetro acaba interferindo no
Observe, na figura da esquerda, uma corrente
funcionamento de um circuito elétrico, quando é nele
elétrica i percorre o circuito de três resistores. A d.d.p.
inserido. Como um aparelho de medida não deve afe-
em cada um deles é obtida pela Lei de Ohm (U = R · i).
tar o circuito, corrige-se o inconveniente, associando ao
Na figura da direita, um voltímetro ideal foi corretamen-
galvanômetro um resistor apropriado, para funcionar
te ligado em paralelo com o resistor R2, e nada se mo-
como voltímetro ou como amperímetro.
dificou: mesma intensidade de corrente nos resistores
e a mesma d.d.p. em cada um. O voltímetro ideal não
Teoria na prática
modificou a corrente elétrica do resistor R2. Nesse caso, o
voltímetro mede apenas a d.d.p. entre os terminais de R2: 1. A figura abaixo mostra um trecho de um circuito
U = R2 · i. elétrico composto por três resistores em série.
Uma amperímetro ideal foi ligado em série entre
os resistores R1 e R2 e um voltímetro ideal foi
ligado em paralelo com o resistor R2. Os valores
das resistências elétricas são: R1 = 2,0 V, R2=
2,5 V e R3 = 3,0 V. Sabendo que a leitura no
amperímetro foi de 4,0 A, determine a leitura no
voltímetro.

(Esquerda) Resistores em série antes de se inserir o voltímetro.


(Direita) Após a ligação em paralelo do voltímetro com R2, não há altera-
ção da d.d.p. e corrente elétrica

172
Resolução: 3. No circuito da figura, dois resistores estão liga-
dos em paralelo. Um voltímetro ideal está indi-
Como o voltímetro é ideal, a corrente elétrica em
cando uma d.d.p. de 12,0 V. As duas resistências
R2 não é alterada e, portanto, a intensidade de
têm valores R1 = 2,0 V e R2 = 2,5 V. Determine
corrente elétrica que passa pelos três resistores,
a leitura nos amperímetros ideais 1 e 2 inseridos
e também no amperímetro, é a mesma, ou seja,
no circuito.
igual 4,0 A (leitura do amperímetro).
O voltímetro lê a d.d.p. nos terminais de R2 que
se calcula por:
U = R2 · i = 2,5 · 4,0 ⇒ U = 10,0 V
Logo, o voltímetro lê o valor de 10 V.

2. Considere o mesmo trecho do circuito anterior.


A figura abaixo mostra a nova posição dos me- Resolução:
didores no circuito. O voltímetro foi conectado
Inicialmente, devemos calcular as intensidades
em paralelo com os resistores R1 e R2, e o ampe-
das correntes elétricas que passam por R1 e por
rímetro foi colocado em série com R3. Sabendo
R2 usando a Lei de Ohm. Como os amperímetros
que amperímetro acusou uma corrente elétrica
são ideais (RA = 0), a d.d.p. de cada resistor não
de intensidade 4,0 A, determine:
é afetada. Para efeito de cálculo, é como se es-
ses aparelhos de medida, ideais, não existissem.
Como os resistores estão em paralelo, em ambos
os resistores a d.d.p. vale 12,0 v. A corrente elé-
trica é dada por:
U = R · i ⇒ i = __ ​ U ​ 
R
a) A leitura no voltímetro. Em R1, temos
b) A resistência equivalente entre os pontos A e
​  12 v  ​ = 6,0 A
i1 = _____
B. 2,0 V
Em R2, temos:
Resolução:
​  12 v  ​ 
i2 = _____ = 4,8 A
a) A intensidade de corrente que passa nos três 2,5 V
resistores é a mesma e é igual ao valor dado A intensidade de corrente será i, dada por:
pelo amperímetro, valendo, 4,0 A. i = i1 + i2 ⇒ i = 6,0 + 4,8 ⇒ i = 10,8 A
Como o voltímetro está ligado entre os pon-
No circuito elétrico dado na figura:
tos M e N, sua medida é a soma das tensões
§§ O amperímetro 1 indica a intensidade total
elétricas de R1 com R2. Sendo Uv essa soma
da corrente elétrica: 10,8 A;
de tensões:
§§ O amperímetro 2 indica apenas a intensida-
Uv = U1 + U2 ⇒ Uv = R1 · i + R2 · i de da corrente elétrica passa por R2, ou seja,
Uv = 2,0 · 4,0 + 2,5 · 4,0 ⇒ Uv = 18,0 V 4,8 A.

b) O amperímetro é ideal e portanto sua re- 4. (FUVEST-SP) Considere a montagem abaixo, com-
sistência elétrica é nula (RA = 0). Assim, o posta por quatro resistores iguais R, uma fonte
voltímetro não altera a resistência entre os de tensão F, um medidor de corrente A, um me-
extremos A e B. Logo, podemos escrever: didor de tensão V e fios de ligação. O medidor de
Req = R1 + R2 + R3 ⇒ Req = 2,0 + 2,5 + 3,0 ⇒ corrente indica 8,0 A e o de tensão 2,0V. Pode-se
⇒ Req = 7,5 V afirmar que a potência total dissipada nos quatro
resistores é, aproximadamente, de:

173
a) 300 W
b) 350 W
R c) 400 W
d) 450 W
R R
e) 500 W
R
Resolução:
a) 8W
b) 16W Na condição inicial somente a chave K1 está fe-
c) 32W chada, assim somente o resistor de 6Ω irá fun-
d) 48W cionar. Aplicando a 1ª Lei de Ohm, temos:
e) 64W U = R · i ⇔ U = 6.5 ⇔ U = 30V.

Resolução: Após fechar todas as chaves, os 3 resistores irão


Temos uma associação mista com um paralelo funcionar em paralelo. A resistência equivalente
de resistência R e a outra parte com 3 resistên- será:
cias R em série. Na segunda parte o voltímetro 1/Req = 1/6 + 1/4 + 1/12 ⇔ 1/Req = (2 + 3 +
indica 2V, portanto, os outros resistores também 1)/12 ⇔ 6Req = 12 ⇔ Req =2Ω.
têm uma ddp de 2V. Logo, a ddp da bateria será Assim, a indicação do amperímetro na condição
6V. final será:
A resistência equivalente será: i = U/R ⇔ i = 30/2 ⇔ i = 15A.
1/Req = (R ∙ 3R)/(R + 3R) ⇔ Req = 3R²/4R ⇔ A potência gerada será:
⇔ Req = 3R/4. P = U · i ⇔ P = 30 · 15 ⇔ P= 450W.
Aplicando a 1ª Lei de Ohm, temos: Alternativa D
Req = Utotal/itotal ⇔ 3R/4 = 6/8 ⇔ R = 1Ω.

A potência total será:


P = U²/Req ⇔ P = U²/(3R/4) ⇔ P = 36/(3/4) ⇔
Ponte de Wheatstone
⇔ P = (36 ∙ 4)/3 ⇔ P= 48W A ponte de Wheatstone é um circuito elétrico
Alternativa D bastante específico, formado por resistores. O diagrama
a seguir ilustra o circuito elétrico da ponte de Wheatsto-
5. (MACKENZIE-SP) No laboratório de Física, mon- ne. Quatro resistores são ligados como um losango, na
ta-se o circuito elétrico ao lado, com um gerador diagonal BC é ligado um amperímetro muito sensível,
ideal e os interruptores (chaves) K1, K2 e K3. capaz de detectar a passagem de corrente elétrica de
baixíssima intensidade; em série com ele é ligado ain-
da uma resistência r. Nos vértices A e D é ligado um
gerador elétrico, responsável pela corrente elétrica no
circuito.

Estando somente o interruptor K1 fechado, o am-


perímetro ideal acusa a passagem de corrente
elétrica de intensidade 5 A. Fechando todos os
interruptores, a potência gerada pelo gerador é

174
VA – VB = VA – VC ⇒ UAB = UAC
História
Do mesmo modo, conclui-se que:
O circuito descrito foi inventado em 1833 pelo físi-
co inglês Samuel Hunter Chritie, com a finalidade (VB – VD) = (VC – VD) ⇒ UBD = UCD
de medir resistências elétricas. No entanto, foi sir
Charles Wheatstone (1802-1875) que ficou famoso Devido às propriedades anteriores e da Lei de
com o invento, pois foi o responsável por sua divul- Ohm, encontramos a relação entre as resistências para
gação, 10 anos mais tarde, por isso, o circuito leva que ocorra o equilíbrio:
hoje o nome de ponte de Wheatstone. UAB = UAC ⇒ R1 · i1 = R2 · i2
UBD = UCD ⇒ R4 · i4 = R3 · i3

Equilíbrio da ponte
Sendo i4 = i1 e ainda i3 = i2, resulta:
R1 · i1 = R2 · i2
de Wheatstone R4 · i1 = R3 · i2

Dividindo-se as duas expressões acima membro


Um caso particularmente interessante deste cir-
a membro, obtemos:
cuito é aquele em que o amperímetro não acusa passa-
__R R
gem de corrente elétrica. Nesse caso, a ponte de Whe- ​  1 ​ = ​ __2  ​
R4 R3
atstone se encontra em equilíbrio ou balanceada.
R1 · R3= R2 · R4
Propriedades da ponte de
Wheatstone em equilíbrio Essa expressão indica que quando a ponte de
Wheatstone está em equilíbrio, o produto das resis-
§§ A intensidade de corrente elétrica em R1 é igual tências dos resistores opostos é constante. Vamos de-
à de R4, e a intensidade de corrente elétrica em nominar esse produto de produto cruzado entre as
R2 é igual à de R3: resistências.
i4 = i1 e i3 = i2 A ponte de Wheatstone pode ser utilizada para
medir o valor de uma resistência elétrica, pois, conhe-
§§ Por não haver corrente elétrica entre B e C, a
cendo os valores de R1, R2 e R3, podemos calcular o valor
d.d.p. nos terminais do resistor r é nula, ou seja,
da quarta resistência R4.
a d.d.p. entre B e C é nula. Assim, o potencial
De modo equivalente, se o produto cruzado dos
elétrico em B e C é igual:
resistores R1, R2, R3 e R4 de uma ponte de Wheatstone é
VB = VC igual, podemos afirmar que a ponte está em equilíbrio.
Consequentemente, a corrente elétrica é nula no ele-
mento ligado na diagonal BC. Este elemento poderá ser
um amperímetro, um resistor, uma lâmpada etc.

Na ponte de Wheatstone em equilíbrio o amperímetro não acusa corrente


elétrica.

Devido a essa segunda propriedade, a d.d.p. en-


tre os pontos A e B e A e C são iguaus, ou seja:
Na ponte em equilíbrio não passa corrente
elétrica pelo resistor central, no diagonal BC.

175
Resolução:
a) A ponte de Wheatstone está em equilíbrio,
pois a lâmpada não se acendeu (não há cor-
rente elétrica entre B e C). Vale, portanto, o
produto cruzado entre as resistências dos
quatro resistores. Assim, determinados o va-
lor de R4:
R1 · R3 = R2 · R4 ⇒ 3,0 · 5,0 = 6,0 · R4 ⇒
Na ponte em equilíbrio, a lâmpada não ⇒ R4 = 2,5 V
acende, pois a d.d.p. entre B e C é nula. Não
há corrente. b) Do mesmo modo, aplicamos a regra do pro-
duto cruzado:
Obs.: Na prática, a ponte de Wheatstone é co-
nhecida como ponte de fio, onde os resistores de re- R1 · R3 = R2 · R4 ⇒ R · R = R · R4 ⇒ R4 = R
sistências elétricas R3 e R4 são substituídos por um fio 2. Na figura abaixo está representada uma ponte
homogêneo de secção transversal constante. de Wheatstone um pouco diferente. O formato
O cursor, que está ligado ao galvanômetro, des- geométrico não é um losango, mas um retângu-
liza sobre o fio homogêneo até encontrar uma posição lo. Determine o valor de R para que a lâmpada
de equilíbrio da ponte. (L) não se acenda. São dados: R1 = 9,0 V; R2 =
16,0 V.

R1 · L3 = R2 · L4

Teoria na prática
1. Na ponte de Wheatstone da figura, os terminais
A e D são ligados ao gerador, e a lâmpada L não
se acende. São conhecidas as resistências: R1 = Resolução:
3,0 V; R2 = 6,0 V; R3 = 5,0 V. Para que a lâmpada não se acenda, a ponte deve
estar em equilíbrio. Assim, pelo produto cruzado,
a resistência R deve valer:
R1 · R2 = R · R ⇒ R2 = R1 · R2 ⇒ R2 = 9,0 · 16,0

R = d​ XXXXXXXX = 3,0 · 4,0 ⇒ R = 12,0 V


9,0 · 16,0 ​ 

a) Determine o valor de R4.


b) Se os três resistores anteriores forem tro-
cados por três resistores idênticos de resis-
tência R, qual será o valor de R4 para que a
lâmpada não se acenda?

176
3. (UNICAMP-SP) No circuito abaixo a corrente na resistência de 5Ω é nula.

a) Determine o valor da resistência X.


b) Qual a corrente fornecida pela bateria?

Resolução:

a) A corrente no resistor de 5Ω é nula, caracterizando uma Ponte de Wheatstone. Aplicando a equação do


produto cruzado das resistências em uma ponte equilibrada, temos:
1 · x = 3 · 2 ⇔ x = 6Ω.
b) Como não há passagem de corrente no resistor de 5Ω, podemos simplesmente “tirá-lo” do circuito e
fazer a resistência equivalente do mesmo.

1/Req = 1/(1+3) + 1/(2+6) ⇔ 1/Req= 1/4 + 1/8 ⇔ 1/Req= (2+1)/8 ⇔ Req= 8/3 Ω.

8/3Ω

Assim a corrente total será:


i = U/Req ⇔ i = 12/(8/3) ⇔ i = 36/8 ⇔ i = 4,5A .

4. (Mackenzie-SP) No circuito abaixo, para que ambos os amperímetros ideais, A1 e A2, indiquem zero, é neces-
sário que as resistências R1 e R2 valham, respectivamente, em ohms:

a) 10 e 120
b) 40 e 90
c) 90 e 40
d) 40 e 10
e) 10 e 40

177
Resolução:

No circuito, as correntes dos amperímetros ideais são nulas, assim, temos duas pontes de Wheatstone.
Aplicando a equação do produto cruzado das resistências na ponte equilibrada do amperímetro A1, temos:
10 · R1 = 20 · 20 ⇔ R1 = 40Ω.
Agora faremos a resistência equivalente da ponte do amperímetro A1.
1/Req = 1/(10+20) + 1/(20+40) ⇔ 1/Req = 1/30 + 1/60 ⇔ 1/Req = (2+1)/60
⇔ Req = 20Ω.
Aplicando a equação do produto cruzado das resistências na ponte equilibrada do amperímetro A2, temos:
20 · R2 = 30 · 60 ⇔ R2 = 90Ω.
Alternativa B

5. (Mackenzie-SP) No circuito a seguir, a ddp entre os terminais A e B é de 60V e o galvanômetro G acusa


uma intensidade de corrente elétrica zero. Se a ddp entre os terminais A e B for duplicada e o galvanômetro
continuar acusando zero, poderemos afirmar que:

a) a resistência R permanecerá constante e igual a 25 Ω.


b) a resistência R permanecerá constante e igual a 15 Ω.
c) a resistência R permanecerá constante e igual a 10 Ω.
d) a resistência R, que era de 25 Ω, será alterada para 50 Ω.
e) a resistência R, que era de 50 Ω, será alterada para 12,5 Ω.

Resolução:

Se o galvanômetro indica zero nas duas ocasiões a relação cruzada das resistências na Ponte de Wheatstone
continua válida independente da tensão. Assim, temos:

(10 + 5) · 15 = 5 · (20 + R) ⇔ 20 + R = 225/5 ⇔ R = 45 – 20 ⇔ R = 25Ω.

Alternativa A

178
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Voltímetros e amperímetros

Fonte: Youtube

Vídeo Associação de resistores amperímetros e voltímetros...

Fonte: Youtube

Vídeo Ponte de wheatstone - Medidor elétrico ohmímetro

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Aparelhos de medição

www.educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagnetismo/medidores-em-circuitos.html
www.fisicaevestibular.com.br/novo/eletricidade/eletrodinamica/aparelhos-de-medicao-
eletrica-amperimetros-e-voltimetros/
www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/8858-como-funciona-a-ponte-de-wheatstone-ins529
180
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Os amperímetros têm diversos usos na indústria. Amperímetros com zero central, ou analógicos, são mais
utilizados pois possuem alta durabilidade e medições precisas. Eles são usados em quadro de distribuição de baixa
tensão, monitorando toda a instalação elétrica. Um tipo especial de amperímetro analógico, que é utilizado para
medir altas correntes em carros e caminhões, possui um ímã de barra articulada que move o ponteiro e um ímã.
+12V
A
LDR D1
ORP12 R3 R Out
10kΩ
0p - amp
TR1 Reby
741
V0 R5
D -
VC A 2N2222
D + 1kΩ
VR1 R1
LDR at
nominal Light 10kΩ
levels 0v
B

Ponte de Wheatstone usada em um sensor de luz

O principal benefício de uma ponte Wheatstone é a sua capacidade de fornecer medições extremamente
precisas. Variações nas configurações da ponte de Wheatstone podem ser usadas para medir capacitância, indutân-
cia, impedância e outras características físicas, como a quantidade de gases combustíveis em uma amostra. Existe
algumas variações famosas, como as chamadas ponte de Kelvin e ponte Carey Foster, desenvolvidas para medir
resistências muito baixas. Em muitos casos, o significado de medir a resistência desconhecida está relacionado
com a avaliação do impacto de algum fenômeno físico (como força, temperatura, pressão etc.), o que permite a
utilização da ponte de Wheatstone na medição desses fenômenos indiretamente.

181
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 5 - Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

Nesta aula, o aluno deverá empregar a Habilidade 5 a fim de saber dimensionar os circuitos e
dispositivos elétricos, utilizando os aparelhos de medidas, tais como amperímetro, voltímetro,
galvanômetro ou multímetro.

Habilidade 7 - Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de


materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qua-
lidade de vida.

Caberá ao aluno a capacidade de saber escolher qual tipo de associação é necessária para reali-
zar as medições que se fazem necessárias. Além disso, partindo das medidas, caberá ao aluno a
tomada de decisão de qual circuito é ideal para a utilização.

Modelo 1
(Enem) Um eletricista analisa o diagrama de uma instalação elétrica residencial para planejar
medições de tensão e corrente em uma cozinha. Nesse ambiente, existem uma geladeira (G), uma
tomada (T) e uma lâmpada (L), conforme a figura. O eletricista deseja medir a tensão elétrica apli-
cada à geladeira, a corrente total e a corrente na lâmpada. Para isso, ele dispõe de um voltímetro
(V) e dois amperímetros (A).

182
Para realizar essas medidas, o esquema da ligação desses instrumentos está representado em:
a)

b)

c)

d)

e)

Análise Expositiva 1

Habilidades 5 e 7
Para a resolução deste exercício, o estudante deve conhecer e saber como funciona os instru-
mentos de medidas, tanto o amperímetro quanto o voltímetro, sabendo que tipo de associa-
ção deve ser feita, a fim de se ter a medição desejada.
Desse modo, temos que o voltímetro deve ser ligado em paralelo com o trecho de circuito
onde se quer medir a tensão elétrica, ou seja, entre os terminais fase e neutro.
Para medir a corrente total, o amperímetro deve ser instalado no terminal fase ou no termi-
nal neutro.
Para medir a corrente na lâmpada, o outro amperímetro deve ser ligado em série com ela.
Alternativa E

183
Modelo 2
(Enem) Um eletricista precisa medir a resistência elétrica de uma lâmpada. Ele dispõe de uma
pilha, de uma lâmpada (L), de alguns fios e de dois aparelhos: um voltímetro (V), para medir a
diferença de potencial entre dois pontos, e um amperímetro (A), para medir a corrente elétrica.
O circuito elétrico montado pelo eletricista para medir essa resistência é:
a)

b)

c)

d)

e)

184
Analise Expositiva 2

Habilidades 5 e 7

Mais uma vez, temos um exercício de rápida resolução, mas que necessita de conhecimento
técnico prévio do assunto, característica das questões do Enem desde 2009.

Nesse exercício, é importante saber que o amperímetro deve ser ligado em série com a lâm-
pada, e o voltímetro, em paralelo.
Alternativa C

Estrutura Conceitual

Medidores

Amperímetro Associado RA = 0
em série

Ligado RV = 
Voltímetro em paralelo

Ponte de Equilíbrio iA = 0
Wheatstone

185
2 6
5 2 Estudo do gerador

Competências Habilidades
2e5 5, 6 e 17

C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.

H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.

Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
O gerador elétrico é um equipamento que converte alguma forma de energia em energia elétrica. Apesar
de o nome passar a impressão de que a energia é gerada, o que ocorre é apenas a transformação de uma forma
de energia em outra.
Abaixo estão listados alguns exemplos de geradores elétricos:
§§ A pilha é um gerador eletroquímico. Nesse tipo de gerador, a energia química armazenada na pilha é con-
vertida em energia elétrica. A figura ilustra, esquematicamente, o interior de uma pilha.

contato metálico +
ligado ao bastão
de carbono
isolante
bastão de
carbono
pasta
capa de zinco
isolante
proteção externa

contato metálico
com a capa -
de zinco

§§ Em uma usina hidroelétrica, o movimento da água causa a rotação de uma turbina. O movimento mecânico
de rotação é transferido para um gerador que transforma a energia mecânica em energia elétrica. A figura
ilustra, esquematicamente, os principais componentes em uma usina hidroelétrica.

gerador

turbina

§§ Em uma usina termoelétrica, uma turbina também é acionada para produzir energia mecânica em um gera-
dor. No entanto, o movimento de rotação da turbina é causado pela passagem de vapor de água, e para a
produção do vapor de água, um reservatório de água é aquecido, provocando a ebulição da água. Assim, a
energia térmica é convertida em energia elétrica. A imagem mostra um esquema simplificado de uma usina
termoelétrica.

Esses três exemplos ilustram a conversão de diferentes tipos de energia em energia elétrica. O gerador
elétrico, então, é utilizado basicamente para produzir a corrente elétrica em um circuito elétrico.

189
a energia para os sistemas que alimentam. Essas perdas
Gerador ideal ocorrem devido as transformações de parte da energia
em energia térmica (calor).
Um gerador é dito ideal quando é capaz de A f.e.m correspondente à d.d.p. é o caso ideal, se
transferir às cargas elétricas toda a energia elétrica entre os polos de um gerador não houvessem perdas de
produzida. A tensão elétrica medida entre os polos energia elétrica. A d.d.p. é constante para cada gerador.
de um gerador recebe o nome de força eletromotriz No S.I., a unidade de medida de f.e.m. é volt​
(f.e.m.) e é representada pelo símbolo e.
Um gerador ideal tem como característica princi-
( 
lembremos que V = __ )
​ J  ​   .​
C
pal manter constante a d.d.p. (U) fornecida ao circuito, Diferentes dos geradores ideais, exite uma per-
independentemente da intensidade da corrente. da de energia elétrica nos geradores reais. Essa per-
da deve-se à resistência interna do gerador. Geradores
elétricos reais são representados pelo símbolo abaixo:

Gerador ideal (U = E)
O simbolo r representa a resistência interna do
gerador.
Características dos geradores A figura abaixo é o gráfico da variação do po-
tencial das cargas em um gerador real, desde o polo
Força eletromotriz (f.e.m.) negativo até o polo positivo. A diferença de potencial
VB para VA corresponde à f.e.m. « do gerador levando
A força eletromotriz do gerador (f.e.m.),
em conta a queda de potencial ri devido à resistência
representada por « (épsilon), é responsável pela d.d.p.
interna. A d.d.p. útil do gerador, isto é, a d.d.p. pode ser
fornecida pelo gerador. Por exemplo, existem pilhas com
utilizada por um circuito externo é VA – VB = U.
diferentes tensões, como 1,5 V e 12 V. Essa diferença
está relacionada ao trabalho da força elétrica no interior
da pilha para mover as cargas do terminal negativo ao
positivo (do menor potencial para o maior). Por defini-
ção, a f.e.m. e o trabalho estão relacionados por:

« = ___
​  t   ​ 
DQ

Em que t é o trabalho realizado e DQ é a quanti-


dade de carga levada do polo negativo ao positivo.
Observe que o termo f.e.m., apesar de ser referi-
do como uma força, não é precisamente uma força, ou
seja, trata-se de um nome inadequado. A f.e.m. repre-
senta a quantidade de energia total transferida à uni- A d.d.p. U, disponível ao circuito externo, é igual
dade de carga dentro do gerador durante o processo à diferença entre a f.e.m. e a queda de potencial interna
de transformação de certa forma de energia em energia correspondente ao produto ri. Matematicamente, esses
elétrica. termos se relacionam pela expressão:
Nos processos físicos sempre ocorrem “perdas”
U = « – ri
energéticas, isto é, os dispositivos não transferem toda

190
Os valores de « e r são constantes. Essa potência é dissipada pelo gerador em forma
de calor.
O rendimento do gerador é a relação entre a
Observação potência útil e a potência total. Quanto menor for a
Essa equação representa um gerador elétrico real. parcela de energia elétrica dissipada, melhor será o ren-
Para um gerador ideal, não ocorre dissipação in- dimento do gerador. O rendimento é, em geral, repre-
terna de energia, e, portanto, r = 0. Para o gerador sentado pela letra grega h (eta). Assim, o rendimento
ideal, a d.d.p. e a f.e.m. são iguais ( U = «). h de um gerador elétrico real é dado pelo quociente:

P U
h = __
​  u ​ = __
​   ​
Pt «

Para exemplificar esses conceitos, considere o


Potência no gerador elétrico seguinte exemplo de uma aplicação da energia poten-
cial elétrica em um farol de automóvel (lâmpada) ligado
Vimos, anteriormente, que a potência elétrica em a uma bateria.
um trecho de circuito é o produto da d.d.p. (U) entre as
extremidades desse trecho pela intensidade de corrente
no mesmo trecho do circuito. Assim, a potência de um
gerador elétrico é obtida multiplicando-se a d.d.p. do
gerador pela corrente elétrica no gerador:
U = « – ri  ⇒  Ui = ei – ri2
O primeiro termo, Ui, é a potência que o gerador
A bateria é a fonte de f.e.m. «, e r é sua resistência interna. O farol faz
fornece ao circuito externo, isto é, a potência útil Pu. parte do circuito externo (resistência R).
Essa é a potência disponível para um circuito elétrico
externo. Quando as cargas elétricas passam pelo farol, a
energia potencial das cargas é transformada em energia
Pu = Ui térmica (calor), fazendo o filamento do farol se aque-
cer e emitir luz. A bateria fornece energia potencial às
No segundo termo da equação, o valor ei corres-
cargas no polo negativo (menor potencial), enviando-
ponde à potência total do gerador Pt:
-as para o terminal positivo (potencial maior). Esse ciclo
Pt = «i é repetido enquanto a bateria conseguir transformar
energia química em energia elétrica, ou seja, enquanto
Essa potência é o valor que seria fornecido ao houver energia química disponível.
circuito externo caso não houvesse perda de energia Note que a corrente elétrica no circuito é cons-
elétrica. tante. Mesmo se os fios que ligam o farol à bateria fos-
O valor ri2 é a potência dissipada interna- sem trocados por fios mais espessos, o funcionamento
mente Pd, ou seja, é a perda de energia elétrica que do circuito seria o mesmo e a corrente se manteria cons-
ocorre e que não pode ser utilizada pelo circuito exter- tante. Isso ocorre por conta da conservação das cargas
no: elétricas. Não pode haver acúmulo de cargas nos dispo-
sitivos do circuito. Se houvesse acúmulo, a diferença de
Pd = ri2 potencial seria variável com o tempo.

191
Teoria na prática
1. O gerador representado na figura abaixo é per- Lei de Pouillet
corrido por uma corrente de intensidade 1 A.
Calcule: Considere novamente o circuito que representa-
va, simplificadamente, o circuito elétrico do farol de um
automóvel. Nesse circuito, a bateria é o gerador elétrico,
e o farol é um resistor externo de resistência elétrica R.

Dados: « = 3 V; r = 0,5 V; i = 1 A; Dt = 20 s.
a) A d.d.p. entre os terminais A e B;
b) A potência dissipada no gerador;
c) O rendimento do gerador;
d) A energia disponível ao circuito externo, se o
gerador permanecer ligado por 20 s.
Resolução:
O físico francês Claude Pouillet verificou que a
a) Pela equação do gerador, temos:
diferença de potencial entre os polos do gerador é a
U = « – ri  ⇒  U = 3 – 0,5 · 1 ⇒ U = 2,5 V
mesma que nos terminais do resistor. Portanto:
b) A potência dissipada é:
UAB = « – ri  e  UAB = Ri
Pd = ri2  ⇒ Pd = 0,5 W
Igualando as equações, segue que:
c) O rendimento é:
« – ri = Ri
2,5
​ U
h = __ ___
« ​ ⇒  h = ​  3 ​   ⇒ e, portanto, o valor de « é dado por:
⇒  h = 0,83  ou  n = 83%
« = (R + r)i
d) A energia útil (Eútil) entregue ao circuito ex-
terno é: Essa expressão ficou conhecida como lei de Pouillet.

Eútil = Pu · ∆t  ⇒ Eútil = U i Dt  ⇒


⇒ Eútil = 2,5 · 1 · 20  ⇒ Eútil = 50 J Teoria na prática
1. A f.e.m. e a resistência interna de um gerador
2. A d.d.p. entre os terminais de uma bateria, em
são, respectivamente, 20 V e 1 V. Esse gerador é
um circuito aberto, é de 12 V. Se houver uma cor-
ligado diretamente a um resistor de 4 V, como
rente elétrica de 2 A no gerador, a potência for-
na figura. Calcule a intensidade da corrente elé-
necida a um circuito externo é de 20 W. Calcule
trica no circuito.
a f.e.m. e a resistência interna da bateria.
Resolução:
Em circuito aberto, não existe corrente elétrica
na bateria:
i = 0  ⇒  U = «  ⇒  « = 12 V
A potência fornecida ao circuito externo é a po-
tência útil:
Pu = Ui  ⇒  20 = U · 2  ⇒  U = 10 V
Pela equação do gerador, temos:
U = « – ri  ⇒  10 = 12 – r · 2  ⇒  r = 1 V

192
Resolução: Usando a lei de Pouillet para o circuito com essa
resistência equivalente, temos:
Sendo « = 20 V, r = 1 V, Req = 4 V, podemos
aplicar a lei de Pouillet: « = (1,5 + r) · 16

« = (Req + r) i O valor de « é o mesmo para ambas as equa-


ções. Então, igualando as equações, determina-
20 = (4 + 1) i
mos a resistência interna do gerador:
i=4A
(3 + r) · 10 = (1,5 + r) · 16  ⇒  r = 1 V
2. A figura ilustra um circuito formado por um ge-
Substituindo r = 1 V na primeira equação, deter-
rador elétrico que pode ser ligado a um ou dois
minados o valor de «:
resistores dependendo da ligação de uma chave
Ch. Se a chave Ch estiver aberta, a corrente elé- « = (3 + 1) · 10  ⇒  « = 40 V
trica tem intensidade de 10 A; Se a chave Ch
estiver fechada, a intensidade da corrente elétri-
ca é de 16 A. Calcule a resistência interna r e a
f.e.m. « do gerador.

Resolução:

Para a situação da chave aberta, obtemos o se-


guinte circuito.

Usando a lei de Pouillet, temos:


« = (3 + r) · 10
Para a situação com a chave fechada, devemos
determinar a resistência equivalente das duas
resistências do circuito:
​ 3 ​   ⇒ Req = 1,5 V
Req = __
2

193
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Geradores e receptores Lei de Pouillet Eletricidade...

Fonte: Youtube

Vídeo Como fazer um gerador de energia com imã em casa

Fonte: Youtube

Vídeo Geradores e receptores de energia elétrica

Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Geradores eletricos

www.brasilescola.uol.com.br/fisica/geradores-eletricos-forca-eletromotriz.htm
www.coladaweb.com/fisica/eletricidade/geradores-eletricos
www.efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/gerador/forca_eletromotriz_gerador/

194
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

São muitos os exemplos de geradores no cotidiano. Eles são a forma majoritária de proporcionar energia
elétrica para as redes urbanas. A Usina Hidrelétrica de Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e o Paraguai, teve
a sua maior produção anual estabelecida em 2016, com a geração de 103.068.366 MWhde energia.

Usina de Itaipu, localizada no rio Paraná


Além do uso empregado usinas elétricas, encontramos a aplicação de geradores em automóveis e outras
formas de transporte. Geradores de pequena escala também fornecem um bom suporte para as necessidades emer-
genciais de energia em hospitais, prédios residenciais, estádios de futebol, shopping centers e pavilhões de exposições.
Na construção civil, principalmente em obras de grande magnitude, a falta de energia elétrica causa para-
lisações das obras, e, consequentemente, atrasos e prejuízos financeiros. Geradores elétricos se apresentam como
uma solução para obtenção de energia temporária para que não aconteçam pausas longas e que as obras pos-
sam continuar. Em diversas indústrias são comuns as “paradas programadas”, que acontecem para que ocorra a
manutenção da rede elétrica. Assim, o suprimento de energia no decorrer desses processos acontece por meio de
geradores elétricos que não estão ligados à concessionárias fornecedoras de energia.

195
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 5 - Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.

Nesta aula, o aluno empregará a Habilidade 5 na montagem de circuitos com geradores,


desde a utilização de um gerador ideal até um gerador real, sabendo identificar suas
diferenças e implicações.

Habilidade 6 - Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização


de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.

Faz-se necessária a interpretação correta de guias, manuais de instalações, de aparelhos


elétricos, saber reconhecer a força eletromotriz fornecida e a resistência interna do ge-
rador.

Modelo
(Enem 2017) Em algumas residências, cercas eletrificadas são utilizadas com o objetivo de afastar
possíveis invasores. Uma cerca eletrificada funciona com uma diferença de potencial elétrico de
aproximadamente 10000 V. Para que não seja letal, a corrente que pode ser transmitida através de
uma pessoa não deve ser maior do que 0,01 A. Já a resistência elétrica corporal entre as mãos e os
pés de uma pessoa é da ordem de 1000 W.
Para que a corrente não seja letal a uma pessoa que toca a cerca eletrificada, o gerador de tensão
deve possuir uma resistência interna que, em relação a do corpo humano, é:
a) praticamente nula.
b) aproximadamente igual.
c) milhares de vezes maior.
d) da ordem de 10 vezes maior.
e) da ordem de 10 vezes menor.

196
Análise Expositiva

Habilidades 5 e 6
Ótimo exercício que traz característica de interdisciplinaridade, condizente com a prova de
Ciências da Natureza, mostrando que física, química e biologia se relacionam normalmente.
Além do excelente diálogo com diferentes ramos da ciência, o conhecimento matemático e
físico do problema é de alto nível, exigindo do aluno o conhecimento da estrutura de um
gerador elétrico.
Sendo r o valor da resistência interna do gerador, pela primeira lei de Ohm, temos que:
V = (r + R)i
10000 = (r + 1000)0,01
r = 99900 W ≈ 106 W
Em relação à resistência elétrica do corpo humano:

​  103 ​ = 103
​  r  ​ = ___
6
__
R 10

Ou seja, o valor da resistência deve ser cerca de 1000 vezes maior.


Alternativa C

197
Estrutura Conceitual

Fonte de
Gerador
tensão

Não ideal Ideal

r≠0 r=0

Lei de Pouillet U=

Potência Potência
total útil

Potência
dissipada

198

Você também pode gostar