Você está na página 1de 93

Fisiologia do Exercício I

Licenciatura em Desporto e Lazer


2022-2023

Módulo 4:
▪ Sistema nervoso e exercício.

Paulo Sousa-e-Silva
paulomrss@hotmail.com
Introdução

• Os nervos formam uma ampla rede de


comunicação, pela qual todas as partes
do corpo recebem impulsos elétricos.

• O encéfalo acaba por funcionar como


um computador central que integra
todas as informações que chegam,
selecionando uma resposta adequada,
executada pelas partes do corpo que
melhor conseguirão executar essa
função.

1
Introdução

• Encéfalo: Cérebro + Cerebelo + Tronco encefálico

2
Introdução

3
Estrutura e funcionamento

• Neurónio
✓ Unidade estrutural básica
do sistema nervoso.
✓ Fibra (célula) nervosa,
composta por três regiões
principais: corpo celular
(ou soma) e respetivas
neurites que se irradiam do
corpo celular: dendritos e
axónio.
✓ Proeminência axónica ou
cone de implantação.

4
Estrutura e funcionamento

• Neurónio
✓ Todos os impulsos (PA)
provenientes de estímulos
sensitivos ou de
neurónios subjacentes
ingressam nos dendritos,
sendo transportados em
direção ao corpo celular.

✓ O axónio é o transmissor
e conduz esses impulsos a
outras regiões.

5
Estrutura e funcionamento

• Neurónio

✓ O axónio vai-se subdividir


na sua extremidade em
numerosos ramos
terminais. As terminações
são dilatadas formando
pequenos bulbos
conhecidos por terminais
axónicos (botões
sinápticos).

6
Estrutura e funcionamento

• Neurónio

✓ Nos botões sinápticos


estão numerosas vesículas
(sacos) com
neurotransmissores
(agentes químicos),
utilizados para a
comunicação entre um
neurónio e outra célula.

7
Estrutura e funcionamento

• Impulso nervoso

✓ Neurónio é um tecido excitável -> responde a vários tipos de estímulo e converte


essas mensagens em impulsos nervosos;

✓ Impulso nervoso só surge quando um estímulo é forte o suficiente para alterar


substancialmente a caga elétrica “normal”;

✓ Esse sinal é então movido ao longo do neurónio em direção a outra célula


(outro neurónio ou outro tipo de célula..ex: uma fibra muscular).

8
Estrutura e funcionamento

✓ Potencial de membrana em repouso


o A membrana celular de um neurónio em repouso tem um potencial elétrico
negativo de cerca de -70 mV.

➢ Nota: isto significa que a diferença entre a parte interior e exterior da membrana celular
é de 70 mV (interior negativo em relação ao exterior).

o Esta diferença de potencial tem o nome de potencial de membrana em repouso


(dizemos que a membrana está polarizada!).

9
Estrutura e funcionamento

✓ Potencial de membrana em repouso


o Este desequilíbrio no número de iões dentro e fora da célula é o responsável pelo
PMR, mantido através de 2 mecanismos:

o 1) A membrana celular é mais permeável ao K+, permitindo que o K+ se


desloque com maior facilidade. Tendo em conta que os iões se deslocam para
estabelecer um equilíbrio, alguns deslocam-se para uma área onde a sua
concentração é menor: fora da célula.

10
Estrutura e funcionamento

✓ Potencial de membrana em repouso

2) Bomba Na+/K+:

• A bomba de Na+/K+ consiste numa


proteína transmembranar que utiliza
energia proveniente da hidrólise de ATP
em ADP para transportar iões de sódio e
potássio. Por isso, é também chamada
de bomba Na+/ K+ ATPase. É
considerada um tipo de transporte
ativo, pois é feito contra o gradiente de
concentração, e está presente em todas
as células do corpo.
11
Estrutura e funcionamento

✓ Potencial de membrana em repouso

2) Bomba Na+/K+:

• A principal função da bomba Na+/ K+


consiste no transporte de iões de K+ e
Na+ contra os respetivos gradientes de
concentração. Esse transporte é
necessário devido às diferenças de
concentrações desses iões dentro e fora
da célula. A importância dessa
movimentação traduz-se na manutenção
negativa do potencial de repouso da
célula.
11
Estrutura e funcionamento

✓ Potencial de membrana em repouso

2) Bomba Na+/K+:

• A bomba realiza essa função ao levar


para dentro da célula 2 iões de
potássio (K+) e para fora da célula 3
iões de sódio (Na+). O fato de bombear
mais catiões (cargas positivas) para fora
(3 sódios) do que para dentro (2
potássios) garante a manutenção do
potencial elétrico celular.

13
Estrutura e funcionamento

https://www.youtube.com/watch?v=8hZGeVrjRyg
14
Estrutura e funcionamento

https://www.youtube.com/watch?v=8hZGeVrjRyg
15
Estrutura e funcionamento

✓ Potencial de membrana em repouso

o Quando o interior da célula se torna mais positivo, a diferença de potencial através


da membrana diminui -> a membrana fica menos polarizada!

o Dizemos então que ocorre a DESPOLARIZAÇÃO!

16
Estrutura e funcionamento

✓ Potencial de membrana em repouso

o O oposto também ocorre, naturalmente. Se a diferença entre cargas aumenta,


passando do PMR (-70mV) para um valor ainda mais negativo, a membrana fica
mais polarizada -> HIPERPOLARIZAÇÃO!

17
Estrutura e funcionamento

✓ Potenciais graduados
o Mudanças no PMR;

o A membrana contém canais iónicos que funcionam como “pontes” para dentro e fora do
neurónio. Esses canais geralmente estão fechados, impedindo que um grande nº de iões
circule para dentro e fora da membrana (acima do transporte constante de Na+ e K+);

o Se o estímulo for forte o suficiente, os canais abrem, alterando a polarização da


membrana;

o Esses potenciais disparam devido a uma mudança ocorrida no ambiente local do


neurónio. Dependendo da localização e tipo de neurónio envolvido os canais abrem-se em
resposta -> à transmissão de impulso de outro neurónio; estímulos sensitivos; mudanças nas
concentrações químicas, temperatura ou pressão.

18
Estrutura e funcionamento

✓ Potenciais graduados
o Mudanças no PMR;

o A membrana contém canais iónicos que funcionam como “pontes” para dentro e fora do
neurónio. Esses canais geralmente estão fechados, impedindo que um grande nº de iões
circule para dentro e fora da membrana (acima do transporte constante de Na+ e K+);

o Se o estímulo for forte o suficiente, os canais abrem, alterando a polarização da


membrana;

o Esses potenciais disparam devido a uma mudança ocorrida no ambiente local do


neurónio. Dependendo da localização e tipo de neurónio envolvido os canais abrem-se em
resposta -> à transmissão de impulso de outro neurónio; estímulos sensitivos; mudanças nas
concentrações químicas, temperatura ou pressão.

19
Estrutura e funcionamento

✓ Potencial de ação

o Todos os PA começam como potenciais graduados. Quando ocorre estimulação


suficiente para causar uma despolarização de pelo menos 15 a 20mV, o resultado
é um PA: -70mV -> -50 a -55mV;

o A voltagem da membrana na qual um PG passa a PA é chamada de limiar de


despolarização!
o PRINCÍPIO DO TUDO OU NADA!!!

20
Estrutura e funcionamento

21
Estrutura e funcionamento

22
Estrutura e funcionamento

✓ Propagação do potencial de ação

o Quando consideramos a velocidade de um impulso nervoso ao


atravessar o axónio, duas características neuronais são de particular
importância: a mielinização do neurónio e o diâmetro do mesmo.

23
Estrutura e funcionamento

✓ Propagação do potencial de ação

o Mielinização

➢ A maioria dos neurónios, especialmente os maiores, são mielinizados.

➢ A bainha de mielina é formada por células especializadas chamadas


células da glia -> células de Schwann (SNP), Oligodendrócitos (SNC).

24
Estrutura e funcionamento

✓ Propagação do potencial de ação

o Mielinização

➢ Ao longo do axónio, a bainha não é contínua -> lacunas -> nódulos de


Ranvier.

➢ Numa fibra mielinizada, o PA salta de um nódulo para outro -> condução


saltatória, o que facilita uma condução muito mais rápida do PA.

25
Estrutura e funcionamento

✓ Propagação do potencial de ação

o Mielinização

➢ A mielinização dos motoneurónio periféricos ocorre nos primeiros anos de vida, o que
explica, em parte, o tempo que as crianças demoram a desenvolver movimentos
mais coordenados.

➢ Algumas doenças, como a esclerose múltipla, fazem com que haja uma degeneração
progressiva na bainha de mielina e subsequente perda de coordenação.

26
Estrutura e funcionamento

✓ Propagação do potencial de ação

o Diâmetro do neurónio

➢ Neurónios de maior diâmetro conduzem impulsos nervosos com maior


rapidez

27
Estrutura e funcionamento

✓ Sinapse

o Comunicação entre neurónios:

1. PA: desloca-se pelo primeiro neurónio até aos terminais axónicos.

2. Comunica com outro neurónio por meio de ligações denominadas


sinapses.

28
Estrutura e funcionamento

✓ Sinapse

o A sinapse é o local de transmissão do PA do terminal axónico de um


neurónio para os dendritos ou corpo celular de outro neurónio.

o Existem sinapses químicas e elétricas, sendo o tipo mais comum a química. É


importante observar que o sinal que é transmitido de um neurónio para o outro
se altera de elétrico para químico e depois volta a ser elétrico.

29
Estrutura e funcionamento

✓ Sinapse

o A sinapse é o local de transmissão do PA do terminal axónico de um


neurónio para os dendritos ou corpo celular de outro neurónio.

o Existem sinapses químicas e elétricas, sendo o tipo mais comum a química. É


importante observar que o sinal que é transmitido de um neurónio para o outro
se altera de elétrico para químico e depois volta a ser elétrico.

30
Estrutura e funcionamento

✓ Sinapse

o Neurónio pré-sináptico: envia o PA; terminais axónicos são pré-sinápticos;

o Neurónio pós-sináptico: recebe o PA; tem recetores pós-sinápticos.

o Fenda sináptica: espaço que separa os dois neurónios.

31
Estrutura e funcionamento

✓ Sinapse

o O PA é unidirecional!

o Os terminais sinápticos contêm vesículas. Essas vesículas sinápticas contêm


uma grande quantidade de agentes químicos, denominados
neurotransmissores, que são transportados para o neurónio seguinte para
transmitir o sinal neural:

➢ 1) Impulso nervoso chega aos terminais axónicos;

➢ 2) as vesículas sinápticas descarregam os neurotransmissores na


fenda sináptica;

32
Estrutura e funcionamento

➢ 3) Os neurotransmissores difundem-se por toda a fenda sináptica


até aos recetores do neurónio pós-sináptico;

➢ 4) Ocorrendo uma ligação suficiente de neurotransmissores, uma


série gradual de despolarização ocorre;

➢ 5) Se a despolarização atingir o limiar, há PA e o impulso é transmitido


com êxito para o neurónio seguinte!

✓ Assim, a despolarização do segundo neurónio depende da quantidade de


neurotransmissores libertados, mas também da quantidade de recetores
disponíveis.

33
Estrutura e funcionamento

✓ Junção neuromuscular

o A comunicação entre neurónio e fibra


muscular é chamada de junção
neuromuscular, que funciona da
mesma forma que a sinapse;

o Terminais axónicos do motoneurónio


libertam neurotransmissores na
“fenda sináptica” em resposta a um
PA;

o Terminais axónicos projetam-se nas


placas motoras terminais (sulcos
no plasmalema da fibra muscular).
34
Estrutura e funcionamento

✓ Junção neuromuscular

o Os NT, principalmente a ACh, difundem-se na fenda sináptica e ligam-se aos


recetores no plasmalema da fibra muscular. Isso leva à despolarização pela
abertura dos canais de Na+. Atingindo um limiar, dá-se um PA!

o O PA alastra-se pelo plasmalema até aos túbulos T, seguindo-se o mecanismo


de contração muscular;

35
Estrutura e funcionamento

✓ Junção neuromuscular

o Já foram descobertos mais de 50 neurotransmissores;

o Acetilcolina e noradrenalina (norepinefrina) -> principais neurotransmissores


envolvidos na regulação das múltiplas respostas fisiológicas do corpo
humano ao exercício.

o Neurónios colinérgicos/adrenérgicos;
o Neurotransmissores excitatórios e/ou inibitórios;

36
Estrutura e funcionamento

✓ Resposta pós-sináptica

o Assim que o neurotransmissor se liga


ao recetor: sinal químico passa
novamente a sinal elétrico;

o Essa ligação provoca um potencial


graduado na membrana pós-sináptica.
O impulso que vem do neurónio pré-
sináptico poderá ser excitatório ou
inibitório;

37
Estrutura e funcionamento

✓ Resposta pós-sináptica

o Se o impulso for excitatório, causa


despolarização -> potencial pós-
sináptico excitatório (PPSE);

o Inibitório, causa hiperpolarização ->


potencial pós-sináptico inibitório
(PPSI).

38
Estrutura e funcionamento

✓ Resposta pós-sináptica

o Geralmente a descarga de apenas um único terminal pré-sináptico muda o


potencial pós-sináptico em menos de 1 mV -> para que o limiar seja alcançado
são necessários 15 a 20 mV;

o Quando o neurónio transmite um impulso, vários terminais libertam os seus


neurotransmissores. Além disso, os terminais de vários axónios podem
convergir nos dendritos e soma do mesmo neurónio.

o O desencadeamento de um PA depende então dos efeitos combinados de


todos esses impulsos. A soma de todos os potenciais graduados individuais
poderá então exceder o limiar e provocar o PA!!! - SOMAÇÃO

39
Estrutura e funcionamento

40
Estrutura e funcionamento

• Os neurónios agrupam-se em feixes. No SNC (encéfalo e espinal


medula), esses feixes são conhecidos como tratos ou vias. No SNP, esses
feixes neuronais são chamados de nervos.

41
Sistema Nervoso Central

42
Sistema Nervoso Central

• Encéfalo

✓ Cérebro (Telencéfalo + Diencéfalo)

o 2 Hemisférios cerebrais (E+D);

41
Sistema Nervoso Central

• Encéfalo

✓ Cérebro (Telencéfalo + Diencéfalo)

o Corpo caloso: feixes de fibras nervosas (tratos) na fissura


longitudinal, permitindo que os dois hemisférios se comuniquem;
maior estrutura de substância branca cerebral.

44
Sistema Nervoso Central

• Encéfalo

✓ Cérebro (Telencéfalo + Diencéfalo)

o Córtex: parte externa dos hemisférios; local onde se situa a mente


e o intelecto (substância cinzenta – ausência de mielina nos
corpos celulares); o cérebro “consciente” – permite que o indivíduo
pense, perceba os estímulos sensitivos e tenha controlo sob os
seus movimentos; o córtex é a substancia cinzenta do telencéfalo.

45
Sistema Nervoso Central

• Encéfalo

✓ Cérebro (Telencéfalo + Diencéfalo)

o O cérebro é formado por 5 lobos:

o Lobo frontal: intelecto em geral e controlo motor; Lobo temporal:


audição; Lobo parietal: informações sensitivas e interpretação
dessa informação; Lobo occipital: visão; Lobo insular: funções
diversas geralmente associadas a emoções e autopercepção

46
Sistema Nervoso Central

• As 3 áreas de interesse principal para a Fisiologia do Exercício são:

1) Córtex motor primário (lobo frontal);


2) Núcleos da base, também chamados de gânglios da base/basais;
3) Córtex sensitivo primário (lobo parietal).

47
Sistema Nervoso Central

• Córtex motor primário

✓ Responsável pelo controlo dos movimentos musculares, principalmente os


finos e discretos.

Exemplo:
Durante um penálti, um guarda-redes está em posição para defender uma
bola de outro jogador. A decisão do guarda-redes, de se atirar para um
dos lados é tomada no córtex primário. As áreas que necessitam de um
controlo motor mais fino têm uma maior representação no córtex motor,
necessitando de um maior controlo neural.

48
Sistema Nervoso Central

https://www.youtube.com/watch?v=TRj3dKKp9tI 49
Sistema Nervoso Central

50
Sistema Nervoso Central

51
Sistema Nervoso Central

• Os corpos celulares das células piramidais estão alojados no córtex motor


primário. Os seus axónios formam os tratos/vias extrapiramidais ou
corticoespinhais, uma vez que se estendem desde o córtex à medula espinhal ->
proporcionam a maior parte do controlo motor voluntário dos músculos
esqueléticos.

52
Sistema Nervoso Central

• Para além do córtex motor primário, há o córtex pré-motor, localizado


imediatamente ao giro pré-central no lobo frontal.
• As habilidades motoras de natureza padronizada, são armazenadas nesta região,
considerada como o “armazém” de memória de habilidades motoras mais
especializadas.

53
Sistema Nervoso Central

• Núcleos da base (gânglios basais)


✓ Não fazem parte do córtex cerebral;

✓ Localizam-se na substância branca, na parte profunda do córtex;

✓ Grupo de núcleos subcorticais que modulam a atividade motora voluntária;

✓ 3 partes principais: Corpo estriado (núcleo caudado, putâmen e globo pálido), 2)


Núcleo subtalâmico, 3) Substância negra.

54
Sistema Nervoso Central

• Núcleos da base (gânglios basais)


✓ Principais funções (ainda não totalmente descobertas…):

o Planejamento e modulação das vias relacionadas ao movimento;

o Processamento de recompensas e motivação;

o Tomada de decisão:

o Memória de trabalho:

o Movimentos oculares.

55
Sistema Nervoso Central

• Diencéfalo
✓ Composto principalmente pelo tálamo e pelo hipotálamo;

✓ Tálamo – centro de integração sensitiva (só o olfato não passa pelo tálamo
– bulbo olfatório);

✓ Regula as informações que chegam ao encéfalo consciente, sendo por isso


importante para o controlo motor.

56
Sistema Nervoso Central

• Diencéfalo
✓ Hipotálamo – situado diretamente abaixo do tálamo; responsável pela
manutenção da homeostase, através da regulação de praticamente todos os
processos que regulam o ambiente interno do organismo: pressão arterial,
FC, contratilidade cardíaca, respiração, digestão, temperatura corporal, sede
e equilíbrio hídrico, controlo neuroendócrino, ciclos de sono-vigília, apetite e
ingestão alimentar.

57
Sistema Nervoso Central

• Cerebelo
✓ Localização: atrás do tronco encefálico;

✓ Fundamental para o controlo da atividade muscular rápida e complexa:

o Auxilia nas funções do córtex motor primário e dos núcleos da base;

o Facilita padrões motores que sem a ajuda do cerebelo, os movimentos


seriam descontrolados e espasmódicos.

58
Sistema Nervoso Central

• Cerebelo
✓ O cerebelo compara a atividade pretendida
com as alterações que realmente ocorrem,
recebendo informações dos HC e de outras
partes do encéfalo, mas também de
recetores sensitivos (propriocetores,
presentes nos músculos e articulações), o
que mantém o cerebelo informado sobre a
posição atual do corpo;

✓ Recebe ainda informações visuais e de equilíbrio;

✓ Com as informações precedentes determina o melhor “plano de ação” para


o movimento planeado.
59
Sistema Nervoso Central

• Cerebelo
1. Córtex motor primário: toma a decisão para realizar o movimento;

2. Cerebelo: regista a ação desejada e compara-a com o movimento real,


com base no feedback proveniente dos proprioceptores presentes nos
músculos e articulações;

3. Cerebelo: informa os centros superiores sobre a possível diferença entre


o movimento pretendido e o real. uma aão corretiva)

60
Sistema Nervoso Central

• Tronco encefálico
✓ Conecta o encéfalo à medula espinhal;

✓ Neurónios sensitivos e motores passam pelo tronco encefálico – comunicação


cérebro – medula espinhal;

✓ Local de origem de 10 dos 12 pares de nervos cranianos (SNP);

✓ Contém os principais reguladores autónomos do sistema pulmonar e


cardiovascular (centro respiratório e vasomotor).

✓ corretiva)

61
Sistema Nervoso Central

• Tronco encefálico
✓ Apresenta um grupo especializado de
neurónios (formação reticular), influenciando
a maioria das áreas do SNC:

o Coordenação da função músculo-


esquelética;

o Manutenção do tónus muscular;

o Controlo das funções CV e respiratórias;

o Determinação do estado de consciência


(vigília-sono).

✓ corretiva)

62
Sistema Nervoso Central

• Tronco encefálico
✓ Também na formação reticular se situa
um sistema de controlo da dor.
Encefalinas e beta-endorfinas atuam
nos receptores de opiatos localizados na
formação reticular.

✓ Exercício de longa duração aumenta a


concentração destas substâncias.

✓ corretiva)

63
Sistema Nervoso Central

• Medula Espinal
✓ A parte mais inferior do tronco encefálico, o bulbo, é
contínuo à medula espinhal;

✓ É formada por tratos de fibras nervosas que


permitem a condução do impulso nervoso nos dois
sentidos:

o fibras sensitivas (aferentes): transportam os


sinais nervosos dos recetores sensitivos (pele,
músculos e articulações) até aos níveis
superiores do SNC;

o fibras motoras (eferentes): provenientes do


cérebro e parte superior da medula, transmitem
PA até aos órgãos-alvo (ex: músculo).
64
Sistema Nervoso Periférico

• Origem no encéfalo e na medula espinhal, de onde saem redes complexas de


neurónios para a “periferia”, conduzindo informação detalhada para os tecidos-
alvo (ex: músculo);

• Contém 43 pares de nervos: 12 cranianos; 31 espinhais (8 cervicais, 12 torácicos,


5 lombares, 5 sacrais e um coccígeo);

• Funcionalmente, divide-se em duas partes: divisão motora e divisão sensitiva.

65
Sistema Nervoso Periférico

66
Sistema Nervoso Periférico

67
Sistema Nervoso Periférico

• Divisão sensitiva

✓ Informação sensitiva -> SNC;

✓ Neurónios aferentes: vasos sanguíneos, órgãos internos, órgãos


específicos dos sentidos (paladar, tato, olfato, audição e visão), pele,
músculos e tendões;

✓ Terminam na medula espinal ou no encéfalo;

✓ O SNC encarrega-se de transportar a informação sensitiva até às áreas


apropriadas do encéfalo onde essa informação é processada.

68
Sistema Nervoso Periférico

Existem cinco tipos de recetores nesta divisão:

1) Mecanoreceptores: forças mecânicas – pressão, tato, vibrações ou


estiramento;
2) Termoreceptores: temperatura;
3) Nocireceptores: dor;
4) Fotoreceptores: luz, permitindo a visão (cones e bastonetes);
5) Quimioreceptores: estímulos químicos – alimentos, odores ou mudanças
nas concentrações sanguíneas de O2, CO2, glicose e eletrólitos.

69
Sistema Nervoso Periférico

• Divisão motora

✓ SNC processa a informação proveniente da divisão sensitiva e decide como deve


responder a esse estímulo, conduzindo as informações necessárias para as
áreas alvo (ex: músculo).

70
Sistema Nervoso Periférico

• Sistema nervoso autónomo

✓ Considerado na parte da divisão motora


do SNP;

✓ Controla as funções involuntárias


internas: FC, PA, fluxo sanguíneo,
função pulmonar;
✓ Duas subdivisões: SN simpático e SN
parassimpático; originam-se em
diferentes secções da medula e base do
cérebro; antagónicos, mas funcionam
em conjunto.

71
Sistema Nervoso Periférico

• Sistema nervoso simpático

72
Sistema Nervoso Periférico

• Sistema nervoso simpático

✓ Sistema “Luta ou Fuga”;

✓ Situações de stress, preparação para o “confronto”…

✓ Alguns dos efeitos da estimulação simpática são:

➢ Cronotropismo Positivo (>FC) e Inotropismo Positivo (>Contração);


➢ Vasodilatação coronária (maior fluxo musculo cardíaco) e periférica (maior
fluxo músculo esquelético);
➢ Vasoconstrição nos tecidos “não necessários”, desviando o sangue para onde
seja preciso (músculos ativos);
➢ Aumento PA: melhor perfusão muscular, melhorando retorno venoso ao
coração;
➢ Broncodilatação: melhoria da ventilação e trocas gasosas;
73
Sistema Nervoso Periférico

• Sistema nervoso simpático

✓ Sistema “Luta ou Fuga”;

✓ Situações de stress, preparação para o “confronto”…

✓ Alguns dos efeitos da estimulação simpática são:

(…)

➢ Aumento da taxa metabólica;


➢ Aumento da atividade mental, aumentado a perceção dos estímulos sensitivos
e concentração no desempenho;
➢ Glicogenólise: glicogénio armazenado -> glicose
➢ As funções no organismo não necessárias (função renal, digestão,…) são
adiadas.

74
Sistema Nervoso Periférico

• Sistema nervoso parassimpático

✓ Fica mais ativo quando o sujeito se encontra calmo e em repouso -> oposição ao
sistema nervoso simpático: <FC; constrição dos vasos coronários;
broncoconstrição.

75
Sistema Nervoso Periférico

76
Integração sensitivo-motora

• Como é que um estímulo sensitivo dá origem a uma resposta motora?

1. Um estímulo sensitivo é recebido por recetores


sensitivos;
2. O PA sensitivo é transmitido ao longo de neurónios
sensitivos até ao SNC;
3. O SNC interpreta a informação sensitiva e
determina qual a melhor resposta motora;
4. Os PA da resposta motora são transmitidos do SNC
pelos motoneurónio alfa;
5. O PA da resposta motora é transmitido para o
músculo, ocorrendo assim uma resposta ao
estímulo recebido (Ponto 1).
77
Integração sensitivo-motora

• Como é que um estímulo sensitivo dá origem a uma resposta motora?

78
Integração sensitivo-motora

• Informação sensitiva

1) PA resultantes da estimulação sensitiva são transmitidos através dos nervos


aferentes (sensitivos) até à medula espinhal;
2) Na medula espinhal duas coisas podem acontecer:
(i) Reflexo local;
(ii) Continuam-se a deslocar até às regiões superiores da medula ou até
ao encéfalo (as vias sensitivas podem terminar no tronco encefálico, no
cerebelo, no tálamo, ou no córtex cerebral).

79
Integração sensitivo-motora

• Informação sensitiva

✓ Centro de integração é o nome dado à


área onde terminam esses impulsos
sensitivos:

➢ Espinal medula -> reflexo motor simples;

➢ Parte inferior do tronco encefálico -> reações motoras subconscientes


mais complexas do que o reflexo motor simples (controlo postural ao sentar,
manter a posição ortostática);

➢ Cerebelo -> controlo subconsciente do movimento (suaviza os movimentos


mediante a coordenação da ação da contração de diversos grupos
musculares, para que o sujeito efetue o movimento desejado). Sem o
cerebelo o movimento seria descontrolado e descoordenado;
80
Integração sensitivo-motora

• Informação sensitiva

➢ Tálamo -> os sinais sensitivos começam a penetrar no nível de consciência:


distinção de várias sensações;

➢ Córtex cerebral -> sinal localizado com descrição. O córtex sensitivo primário
(giro pós-central, lobo parietal) recebe o impulso nervoso dos recetores na pele
e dos propriocetores nos músculos, tendões e articulações. A estimulação
numa área específica do corpo é reconhecida e a sua localização exata
imediatamente percebida.

81
Integração sensitivo-motora

• Informação sensitiva

➢ Com a mobilização do nível de controlo da medula espinhal para o córtex


motor, o nível de complexidade aumenta, desde um reflexo motor simples
até movimentos complexos que exigem processos básicos de raciocínio.

➢ Respostas motoras para padrões motores mais complexos: Inicialmente pelo


córtex motor primário;

➢ Gânglios basais e cerebelo ajudam a coordenar movimentos repetitivos e a


refinar padrões motores gerais.

82
Integração sensitivo-motora

• Atividade reflexa

1) Os estímulos de dor são recebidos pelos


nocireceptores no pé do indivíduo;
2) PA sensitivos deslocam-se pelos nervos
sensitivos (aferentes) até à medula
espinhal;
3) Na medula, esses PA são
instantaneamente integrados por
interneurónios que conectam
neurónios sensitivos e motores;

4) Os PA continuam pelos motoneurónio (neurónios efetores) até aos tecidos


alvo, neste caso os músculos que controlam a retirada do pé.
83
Integração sensitivo-motora

84
Integração sensitivo-motora

• Fusos musculares
✓ Grupo de fibras musculares especializadas encontradas entre as fibras
musculares esqueléticas (fibras extrafusais);
✓ Um fuso muscular é composto por 4 a 20 fibras musculares pequenas e
especializadas, as quais têm o nome de fibras intrafusais (no interior do
fuso) e pelas terminações nervosas (sensitivas e motoras) ligadas a essas
fibras;
✓ Uma bainha de tecido conjuntivo circunda o fuso, fixando-se no endomísio
das fibras extrafusais;
✓ Tal como os motoneurónio alfa inervam as fibras extrafusais, os
motonerónios gama inervam as fibras intrafusais;

85
Integração sensitivo-motora

• Fusos musculares
✓ A região central destas fibras não se pode contrair (poucos filamentos finos e
grossos), podendo apenas alongar-se, já que o fuso está fixado às fibras
extrafusais pela bainha de tecido conjuntivo;
✓ Essa região central quando está alongada, transmite essa informação à
medula, informando assim o SNC do comprimento do músculo;
✓ Na medula ocorre uma sinapse entre o neurónio sensitivo e o motoneurónio
alfa, que dispara uma contração muscular reflexa (nas fibras extrafusais) para
que possam resistir ao alongamento;
✓ O fuso muscular também auxilia na ação muscular normal, manutenção do
tónus muscular e postura.

86
Integração sensitivo-motora

• Fusos musculares

87
Integração sensitivo-motora

• Fusos musculares

https://www.youtube.com/watch?v=NfXrXolWkEw 88
Integração sensitivo-motora

• Orgãos tendinosos de Golgi


✓ Recetores sensitivos encapsulados localizadas na inserção das fibras tendinosas
com as musculares, pelos quais passa um pequeno feixe de fibras.

✓ A cada OTG estão conectadas 5 a 25 fibras;

✓ Os OTG operam como um tensiómetro, percebendo as mudanças na tensão


muscular, com uma alta sensibilidade (podem responder à contração de apenas
uma fibra muscular).

89
Integração sensitivo-motora

• Orgãos tendinosos de Golgi


✓ Têm uma função essencialmente protetora, diminuindo a possibilidade de
lesão:

➢ Inibem os músculos agonistas (em contração) e excitam os músculos


antagonistas (em alongamento).

90
Integração sensitivo-motora

• Resposta motora

✓ Os músculos que controlam movimentos finos, como os que controlam os


olhos, têm apenas um pequeno número de fibras musculares por motoneurónio
alfa, enquanto músculos com funções mais gerais têm muito mais fibras
musculares inervadas por motoneurónio alfa;

➢ Ex: os músculos que controlam o movimento dos


olhos possuem uma relação de inervação de 1:15
(1 motoneurónio para 15 fibras). Já o
gastrocnémio e tibial anterior têm uma razão de
inervação de 1:2000.

91
Fisiologia do Exercício I
Licenciatura em Desporto e Lazer
2022-2023

Módulo 4:
▪ Sistema nervoso e exercício.

Paulo Sousa-e-Silva
paulomrss@hotmail.com

Você também pode gostar