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Evitando Compromisso

Equipe SHT (Superhot Traduções) e Pegasus

Revisão Final: Grasiele Santos

Leitura Final e Formatação: bethro7

Direitos Autorais

Este livro foi criado automaticamente pelo FLAG no dia 17 de ju-


nho de 2012, com base no conteúdo recuperado de
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autorizado (s). Todos os direitos reservados, salvo indicação expressa em
contrário.

Esta história foi publicada pela primeira vez em 24 de dezembro


de 2009, e foi atualizado em 22 fevereiro de 2011 pela última vez.

Todo e qualquer opinião é muito apreciado - por favor, envie e-


mail relatando qualquer erro, problema, solicitações de recursos etc., para
flag@erayd.net.

2
Resumo:

Jack e Lexi nunca tiveram uma relação típica. Depois de dois


anos sem falar, ele pede a ela para convencer a garota nova com quem
ele está namorando que ele está pronto para ter um compromisso. Jogue
a isso o irmão quente dela e um passado de segredos para desvendar e
você começa uma receita para o desastre VENCEDOR do Skow 1·.

Nota: Os personagens, lugares, situações e acontecimentos desta


história são desenvolvidos por materializações de minha imaginação e,
portanto, pertencem totalmente a mim. A distribuição dessa história só é
permitida com o meu consentimento, por escrito, e qualquer utilização dos
fatores acima mencionados devem ser aprovados também. Por favor, não
roube, eu não deveria ser punido por sua falta de originalidade e dedica-
ção.

Aviso: Eu não possuo nenhuma das marcas, ou seja, os nomes


Nike, Coach, etc, que podem aparecer na história.

COMUNICADO IMPORTANTE: Esta história, Skow Evitan-


do Compromisso ganhou um prêmio de melhor vilão! Para aqueles que
não sabem, os prêmios Some Kind of Wonderful (Skow) são baseados em
romances de premiação para a ficção online.

1
Prêmio de Ficção online (Some kind of wonderful - Algum tipo maravilhoso)

3
4
Evitando Compromisso

Por: K.A. Linde

Sumário

1. Acorde, eu preciso de você

2. Café Para Dois

3. Esse velho sentimento familiar

4. Aquela Coisa que você faz

5. O Country Club

6. Compulsão

5
7. Entrevista com a Amante

8. Fluxo e refluxo

9. Espaço pessoal

10. Não posso voltar atrás

11. Beer Goggles 2

12. Um simples beijo

13. Venha o que vier

14. Tarde demais

15. Entrevista com a amante - Parte II

16. Gummi Bears 3

17. Algo especial

18. Três palavras pequenas

19. Desmaio

20. Destinado a ser

21. Entrada

22. A Caixa Preta

23. Erros que valem a pena

24. FML

25. Encerramento

26. Nota do Autor

2
É uma gíria para o fenômeno em que o consumo de álcool diminui as inibições sexuais ao ponto de
muito pouco ou nenhum critério ser usado para a escolha de um parceiro sexual.
3
(Docinhos de goma em forma de Ursinhos)

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Capitulo 01

Acorde, eu preciso de você.

Acorde- me, Eu estive sonhando,

Porque eu não ouvi de você em dias.

Com névoa agora, este nevoeiro apenas me segue,

E é Somente você que queima.

- Cartel ―The Perfect Mistake‖

Dias Atuais:

Vibração reverberou por todo o apartamento minúsculo. O som en-


torpeceu e então morreu, nem mesmo registrado pela pequena figura en-
volta em uma colcha que sua avó tinha costurado durante a Grande De-
pressão. O inverno estava longe de ser soprado na ilha de Manhattan,
mas isso nunca impediu Lexi de envolver si mesma com um pedacinho de
casa. Mais uma vez, o ruído eletrônico perfurou o silêncio da manhã. Ela
gemeu, quase saindo da cama de solteiro. Sua mão tateou desajeitada-
mente para o despertador, batendo no botão de soneca várias vezes an-
tes de perceber que a maldita coisa não foi sequer ligada e muito menos
definida para despertar tão cedo em uma manhã de sábado.

Ela tirou os olhos abertos procurando desesperadamente o ruído


desagradável antes de mirar em seu telefone celular velho ruim. Ele esta-
va situado entre uma caixa de fotografias antigas, uma xícara de café da
noite passada, e seu laptop, que havia se desligado quando ela não tinha
sido gentil o suficiente para carrega- lo durante a noite. Ela olhou através
da sala debatendo se está ou qualquer outra coisa era importante o sufi-

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ciente para sair de sua lareira tão cedo em uma manhã de sábado en-
quanto o terceiro toque tocava pelo apartamento. Empurrando as cobertas
fora de suas pernas nuas, ela meticulosamente cambaleou fora da cama,
imediatamente batendo seu dedão do pé em sua mesa de cabeceira. Pa-
lavrões escaparam de sua boca e ela mal evitou cair enquanto dor atra-
vessou seu dedo do pé. Alcançando o telefone celular, ela estendeu o
braço e quase não o poupou antes que vibrasse ao longo do lado da es-
crivaninha desarrumada.

— Mmm hmm? - ela murmurou grogue em seu telefone antes de


sucumbir à pressão pulsante em seu pé e caindo no tapete cinza que ela
tinha emprestado por tempo indeterminado de sua colega de faculdade,
quando ela saiu de casa.

— Lexi. - Era uma afirmação e não uma pergunta. A voz era va-
gamente familiar quase sedutora, mas era ridiculamente cedo então ela
não iria culpar- se por não reconhecer imediatamente o tom masculino
profundo.

Lexi tirou o telefone do ouvido e olhou para a hora. Ela gemeu


quando viu que eram apenas seis horas, quatro horas antes do que ela
precisava acordar. O número que estava encarando cegamente a partir
da tela não estava programado em seu telefone, mas isso não foi nenhu-
ma surpresa. Ela tinha acidentalmente deixado cair seu telefone em um
banheiro dois meses atrás, quando foi deixada sozinha em uma boate. O
telefone tinha milagrosamente sobrevivido, mas nenhum de seus núme-
ros tinha. Ela havia passado a próxima semana recuperando: os núme-
ros e consciência.

O fato de que ela não reconheceu o número não foi o que a deixou
perplexa, mas sim o fato de não ser um código de área local de Nova
York. Estranhamente, era um código de área Atlanta e as únicas pessoas
que ela ainda falava de casa eram os seus pais. Quando ela tinha substi-
tuído os números em seu telefone, ela não tinha mantido um único núme-
ro de telefone de Atlanta exceto aqueles. Depois de se mudar para Nova

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York há dois anos, ela já havia tentado abandonar seu passado e seguir
em frente com o que ela esperava que fosse um futuro brilhante.

— Lexi, você está aí? - A voz não identificada repetiu ao telefone.


— Eu sei...

— Quem está falando? - Ela perguntou interrompendo- o brusca-


mente no meio da frase. — Você percebe que são seis horas da manhã de
sábado? - Questionou ainda mais o homem misterioso. — Algumas pes-
soas gostam de dormir. - Falou fortemente no celular ajustando seu as-
sento, de modo a avaliar o grau de sua lesão.

— Sim, olha, eu sinto muito - Ele implorou a ela. — Eu não queria


incomoda- lá. Nunca teria ligado se não fosse absolutamente necessário.
Sinto- me muito mal com isso Lexi. Espero que não esteja com raiva de
mim ainda, mas eu realmente tinha que ligar pra você. - Disse ele com
sinceridade.

Ela quase se sentiu mal por falar tão severamente com ele especi-
almente porque ela estava muito grogue para reconhecer a voz. E para
ser honesta, ela pensou que ele parecia um pouco patético. Ela esfregou
os olhos cansados antes de permitir- se a falar novamente. — Desculpe. -
Ela murmurou. — Quem você disse que era? - Houve um silêncio no outro
lado da linha. Ela suspirou profundamente sabendo que o silêncio signifi-
cava que não ia ser alguém que ela queria falar. — Olha, eu derrubei meu
telefone e ele apagou todos os meus contatos. Você não está no meu tele-
fone.

O silêncio se seguiu na outra linha antes de ele soltar um pequeno


suspiro e disse: — Lex é Jack.

Solavancos frios quebraram através de seus braços e pescoço en-


quanto seu nome era registrado e ela foi capaz de, finalmente, colocar a
voz. O som de seu coração palpitando dentro do peito podia ser ouvido
fora da porta, no corredor e, possivelmente, fora da zona de construção
nas proximidades, através da britadeira batendo contra o concreto... Para

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não falar através do telefone. Sua boca parecia que ela tinha mastigado
giz toda a noite e seu estômago de repente ter sido agredido por borbole-
tas batendo suas pequenas asas violentamente contra suas entranhas.
Tudo o que ela podia fazer era tossir com incredulidade. Sua mente esta-
va girando com possibilidades indescritíveis com o propósito de seu tele-
fonema, cada nova ideia aparentemente mais ridícula do que a última.

No fundo, ela sabia que sua reação não foi apenas incomum de
seu comportamento frio de costume, mas também completamente desne-
cessária. E daí se ela não tivesse ouvido uma palavra dele desde seu úl-
timo encontro mais de um ano e meio atrás? Isso não queria dizer que ele
não poderia falar com ela às seis horas da manhã de um sábado. Afinal,
eles tinham sido amigos... Por quase seis anos.

— Ouça eu sei que eu não deveria ter ligado tão cedo. Eu não que-
ria me intrometer. - Ele disse rapidamente.

Ela estava com medo de que ele pudesse desligar depois de ape-
nas alguns curtos minutos de seu tempo.

— O quê? Não. É claro que você não está se intrometendo. Eu


simplesmente não estava esperando... Bem, você. Eu não estava espe-
rando você. - Ela podia ouvir como ofegante e irregular a voz dela tinha
ficado e queria chutar- se com o dedo do pé machucado por ser uma me-
nina às vezes.

— Sim. Sinto muito. Eu estive fora de contato. - Ela não queria


nem pensar o que aconteceria se ele tivesse a intenção de estar fora de
contato. Talvez ele nunca tivesse ligado para ela de novo. — É só que eu
preciso de você.

Ela congelou não sendo capaz de compreender o que acabara de


ouvir. Sua mente derramou sobre as inúmeras interpretações possíveis
desta declaração.

— Você o quê?

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— Quer dizer, eu preciso de você aqui.

Os olhos dela se arregalaram. Ela podia senti- los secar, mas de


alguma forma não conseguia se forçar a piscar. Ela não conseguia pro-
cessar o que ele estava dizendo. Ele precisava dela? Não só precisava
dela, mas precisava dela lá com ele. Precisava dela em casa. Ela balan-
çou a cabeça percebendo que ela deve estar entendendo mal ele. Não ha-
via nenhuma maneira que, depois de tudo que havia acontecido entre
eles que ele algum dia ligasse para ela assim.

— Desculpa... O quê?

— Não estou conseguindo falar isto direito. É meio difícil de expli-


car. Você tem um minuto?

Ela olhou em torno de seu minúsculo quarto observando enquanto


manchas de luz começavam a filtrar pela janela. Ela visualizou sua
agenda, que estava cheia até a borda com reuniões e almoços de segun-
da a sexta- feira para a empresa e depois seu mísero sábado, com ape-
nas um corte de cabelo. Tudo o que ela tinha era tempo. — São seis horas
da manhã. Nenhuma pessoa sã tem planos tão cedo em um sábado Jack
vá em frente. - Disse ela deixando seu nome rolar para fora da língua da
mesma maneira que ele tinha ... Ela se conteve. Não vale a pena deixar
sua mente vagar até lá.

— Você está sentada? Esta é uma espécie de história estranha.

—Uh... Sim, eu estou. - Disse ela olhando ao redor seu minúsculo


apartamento. Suas paredes do quarto estavam cobertas de suaves ra-
chaduras na tinta verde, que provavelmente estavam lá desde o início
dos tempos e uma colagem de ganchos e furos de inquilinos anteriores.
Seu chão estava disperso com roupa suja e livros destruídos. A quanti-
dade escassa de mobiliário que ela tinha sido capaz de transportar até
sete lances assustadores de escadas ainda conseguiu fazer o espaço pa-
recer desordenado, algo que ela nunca tinha sido muito capaz de desco-
brir. — Então... Uh... Qual é essa história estranha?

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— Ok bem apenas me ouça, porque eu prometo que eu não teria
ligado e incomodado se não fosse por um motivo que eu achasse que va-
lia a pena. - Ele sugou em uma respiração profunda, muito antes de con-
tinuar. — Eu estava namorando essa menina em casa por quase um ano
e meio. - Ele começou há tossir um pouco no período de tempo que eles
estavam juntos. — Ela é realmente ótima. Na verdade, eu acho que vo-
cês se dariam bem. Enfim, ela esta realmente a fim de uh... Casamento.
Ela fala sobre o casamento o tempo todo. É como se a menina tivesse
nascido para se casar. - Disse ele tudo em rápida sucessão. — E...
Bem... Você me conhece.

Ela o conhecia. Ele desprezava a ideia de casamento. A ideia de


estar preso a uma pessoa sufocando sob os laços monogâmicos forçados
em cima de você por um documento juridicamente vinculativo. Sabendo
que a partir daquele momento, não havia como voltar atrás, exceto, é cla-
ro, o divórcio. Ela tinha certeza de que a única coisa que ele odiava mais
do que o casamento era a ideia do divórcio. Romper era depreciativo o
suficiente sem o efeito adicional de dividir posses, possivelmente crian-
ças, mudando- se, começando uma nova vida e para não mencionar ta-
xas judiciais, batalhas de custódia e o pior de tudo, os advogados. Ela riu
um pouco por dentro, com aquele último pensamento.

— Sim, eu sei Senhor Ante- Compromisso. - Ela disse meio brin-


cando.

Ele respirava pesadamente.

— Bem, agora que você mencionou isso, isso é meio o que resume
toda a coisa.

— O quê? O fato de que você tem a capacidade de convencer e


persuadir as mulheres por um período de tempo indefinido para espera-
rem por você até que você quebre seus corações? - Ela perguntou fria-
mente. Realmente, ela não tinha ideia de onde isso estava levando. Por
que ele estava falando com ela, de todas as pessoas, sobre a possibili-
dade de se casar com sua namorada? Ele não tinha falado com ela há
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tempos, tinha certeza de que sua opinião sobre o casamento era irrele-
vante para a sua decisão. Afinal, suas opiniões sobre relacionamentos,
em geral, tinham sido sempre irrelevantes.

— Sim. - Ele respondeu bem baixinho ao telefone. Ela quase não


tinha ouvido. — Sim, é disso que se trata.

Ela esperou por ele para elaborar. Depois de uma breve pausa,
ele começou a explicar a bagunça que ele havia se metido. — Minha na-
morada me perguntou se eu queria casar com ela. Não como uma propos-
ta ou qualquer coisa. - Ele rapidamente se corrigiu. — Era mais como
uma questão para ver onde nosso relacionamento estava indo. Eu não
tinha uma resposta para ela. Quero dizer, que tipo de cara tem uma res-
posta para isso? Mas como você sabe... Eu quero dizer por causa dos
meus pais... O pensamento de casamento tende a fazer- me correr na di-
reção oposta. Ela me encurralou, porém, disse que iria me deixar naquele
segundo se eu não tivesse uma resposta para ela. Isso realmente me pe-
gou de surpresa.

Lexi sentiu como se estivesse sentada na borda de seu assento


prestes a testemunhar um acidente de trem. Qualquer menina que já ha-
via tentado prendê- lo para qualquer coisa experimentou a rejeição ins-
tantânea como um golpe na face.

— Então, eu disse a ela que era o que eu queria.

— O quê? - Ela não podia deixar de perguntar impotente ao tele-


fone. — Você disse a ela que queria casar? - Sua boca estava aberta,
caiu formando um pequeno ―oh‖ de descrença.

Ele riu um pouco com a reação dela.

— Eu disse a ela que eu podia ver- me casando com ela, mas que
eu não queria comprometer- me ainda especialmente já que só estávamos
namorando há um ano e meio. Felizmente, ela encarou isso como uma
resposta positiva e não terminou comigo. Então vem a parte da história
em que você entra.

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— Eu? Não vejo como eu poderia entrar em uma história sobre vo-
cê se casar com alguém. O que passamos não era exatamente um casa-
mento em potencial Jack. Isso não é como se posso te dizer o que você
deve fazer na situação. - Ela disse puxando a arma antes que ela o dei-
xasse pedir algum conselho.

— Não, Lexi. - Ele riu suavemente. — Ela quer conhecê- la.

Isso, no entanto, não era algo que ela tinha se preparado.

— Jack, eu estou realmente confusa. Acho que devo ter perdido


alguma coisa. A garota que você está namorando que você quer se casar
quer me conhecer. Por quê? Eu sou tão insignificante... - Disse ela ten-
tando ser séria e sincera. Ela não podia sequer pensar sobre diferentes
momentos que ela e Jack tentaram encontrar tempo para formar alguma
semelhança de um relacionamento. Nada nunca tinha funcionado e da
última vez... Ela se deteve novamente de entreter o pensamento. O bura-
co que Jack tinha deixado ainda doía quando cutucado, ela evitou o sen-
timento ferido irritante que se arrastou por ela.

— Não diga isso. Você sabe que não é insignificante.

Ela deixou o silencio se estabelecer entre eles não querendo ser a


primeira a falar em seguida. Depois de ouvi- la respirando com dificulda-
de por algum tempo, ele falou de novo.

— De qualquer forma, ela tem essa ideia na cabeça de que quer


conhecer todas as meninas que eu namorei por qualquer quantidade de
tempo significativo. Ela quer descobrir porque eu era incapaz de me com-
prometer, para que possa entender porque eu não estou me comprome-
tendo com ela, ou assim ela pensa. E não vem dizer que isso não se apli-
ca a você, porque nós nunca namoramos. Eu nunca mencionei você pra
ela, mas ela ouviu de você pela Kate.

Lexi recuou com a menção da ex- namorada de Jack.

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— Assim, a maneira como você diz isso, eu suponho que você re-
almente tenha concordado com essa decisão insana. Você está deixando
essa menina xeretar e bisbilhotar através do seu passado apenas para
que você não tenha que se comprometer casando- se com ela? - Isso era
baixo... Mesmo pra ele.

— Não é assim. - Ele respondeu defensivamente. — Eu a deixo


falar com elas porque, eu quero mostrar a ela que eu não tenho nada a
esconder. Bem, quando Kate mencionou você e eu não tinha dito nada,
você pode imaginar que ela não ficou nada feliz.

Lexi balançou mesmo sabendo que ele não poderia vê- la. Claro,
ela não ficaria contente. Qualquer mulher ficaria infeliz com a descrição
que Kate provavelmente havia concedido dela. Saber o jeito que Kate se
sentia por ela, isso provavelmente passou ao longo das linhas de seduto-
ra, desonesta, manipuladora, prostituta conivente, duas caras com al-
guns palavrões adicionados apenas para uma boa medida.

— Então Kate disse a ela o que aconteceu que foi como ela conse-
guiu o meu nome, mas nunca estivemos... Juntos. - Ela disse não certa
se essa era a palavra correta.

— Ela não pareceu se importar. Ela parece pensar que já que eu


não contei a ela sobre você, que você de alguma forma deve possuir todas
as respostas a respeito de porque eu sou do jeito que eu sou. Tentei dizer-
lhe que a última vez que eu tinha visto ou ouvido falar de você tinha sido
antes mesmo de nós começarmos a namorar. Embora esta menina seja
quase tão persistente como eu sou. Então, eu acho que eu estou dizendo
é que eu preciso de você Lex. - Disse ele usando seu apelido para ela. —
Eu preciso de você para conhecer Bekah e convencê- la de que vale a pe-
na me manter por perto.

Lexi revirou os olhos para o teto, exasperada. Ela nem sequer


queria considerar se ele valia a pena ou não manter por perto. Mas, no
entanto, ela refletia sobre a ideia. Ela estava, de fato, atrasada para uma
viagem para Atlanta para visitar sua família, mas ela nunca tinha tido a
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intenção de ver Jack, especialmente se isso incluía ser forçada a desfilar
com sua futura noiva ao explicar sua história. Passe sobre isso.

— Você não conseguiu explicar como isso é problema meu. - Afir-


mou tão firme quanto possível. — Não é como se eu simplesmente pudes-
se correr para longe da minha agenda lotada para dar um maravilhoso
passeio no parque com você e sua namorada ou futura noiva, ou seja, lá
o que ela é. Tenho outras coisas para fazer. Eu sou do tipo ocupado ou
você esqueceu?

Ela quase podia senti- lo estremecer através do telefone.

— Eu sei que você é ocupada, mas eu pensei que talvez desde que
a escola não começou você pode ser capaz de tirar algum tempo para vir
aqui e visitar.

— Na verdade, eu consegui um estágio para o verão. Tenho traba-


lhado pra caramba tentando economizar para o meu último ano. Eu nem
sei se eles iriam me deixar ter folga. Eu nunca vi ninguém ter folga, eu
particularmente não quero ser a primeira. - Afirmou dizendo apenas uma
verdade parcial. Os outros três internos haviam tido folga ao longo do
programa, mas foi no início antes de as coisas terem realmente começado
a pegar. Ultimamente, ninguém teve tempo para respirar e muito menos
pensar em tomar um encontro de fim de semana fora do estado. Ela pode
não ter nada planejado para o dia, além de seu corte de cabelo, mas isso
não a impediu de estar de plantão.

— Sinto muito. Eu não sabia. - Disse ele calmamente. — Eu acho


que eu vou ter que dizer á ela que você não foi capaz de tirar uma folga.
Só, por favor, deixe- me saber se acontecer de você mudar de ideia. Re-
almente iria me ajudar imensamente.

Ele sempre foi tão bom em fazê- la se sentir mal por não tomar a
decisão que era de grande benefício para ele.

— Eu realmente gostaria de ajudar. - Disse ela, mentindo através


de seus dentes. — Simplesmente não há jeito. Eu não posso obter a folga,

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e mesmo se eu pudesse de jeito nenhum eu poderia pagar uma passa-
gem de avião até lá. - Disse ela.

— Eu não deixaria você comprar sua própria passagem. - Ele dis-


se rapidamente. — Você estaria me fazendo um grande favor. Claro, eu
iria cuidar de você... Uh... É da... Passagem.

— Oh. - Era tudo que podia sair. A última vez que o tinha visto ele
tinha acabado de sair da faculdade, pobre e praticamente faminto por um
emprego. É claro que ele estaria significativamente melhor financeiramen-
te um ano e meio mais tarde. Ao contrário dela, sentada em cem mil dóla-
res ou mais de dívida escolar com um ano para terminar.

— Mas eu acho que eu vou deixar você voltar para o seu dia. Des-
culpe te acordar tão cedo. Você tem meu número agora. - Disse ele, como
se isso resolvesse todos os problemas. — Você pode usá- lo se quiser.

— Certo. Ok. Obrigada. - Afirmou insensivelmente.

— Até mais.

— Tchau.

Ela desligou o telefone fechando com força brutal. De alguma for-


ma, ela se conteve de arremessar a coisa estúpida do outro lado da sala.
Em vez disso, ela rapidamente acrescentou o seu nome em seus contatos,
apesar do desejo lancinante de apagar o seu número e toda lembrança
do telefonema e dele.

Lexi rangeu os dentes de frustração. Ela não podia acreditar que,


depois de todo este tempo foi por isso que ele ligou pra ela. Ele tinha liga-
do porque ele estava apaixonado por outra mulher. Bem, ele não tinha
dito isso, mas isso não importa. Jack não contemplava casar com alguém
sem motivo legítimo. Ela balançou a cabeça esperando que ela acordasse
do pesadelo que ela acabara de ouvir. Quando isso não funcionou, ela
empurrou- se do chão, cuidando para não colocar muito peso em seu de-

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do do pé dolorido, saiu de seu quarto, foi para onde apenas um morador
de Nova York iria considerar uma sala de estar.

Em toda a verdade, a sala de estar, sala de jantar e cozinha es-


tava todos compactados em um espaço insignificante com duas portas
que levam até os quartos do outro lado. Pintura amarela, encardida, in-
crustada nas paredes com manchas marinho aparecendo com mais des-
taque em alguns lugares onde o último morador tinha sido corajoso o su-
ficiente para pintar por cima. A sanca4 estava rachada e suja. O sofá de
sua colega de quarto, que felizmente tinha uma capa marrom para es-
conder o padrão dos anos setenta, tomou a maioria da sala. Dois pufes
grandes, um marrom, um turquesa, foi ajustado para um lado, e uma ta-
bela preta Ikea vestiu o outro. A mesa de café marrom que sobrou dos
proprietários anteriores, que Lexi nunca tinha chegado a cerca de substi-
tuir, estava cheia de jornais velhos, manchas de café, amassados apa-
rentemente de intermináveis noites jogando. A única coisa que era remo-
tamente espetacular sobre a sala de estar era a televisão Samsung de
tela plana de 32 polegadas que seus pais lhe deram como presente de
mudança. Um Playstation 3 ficava no âmbito que os pais alegaram que
só tinham dado a ela, porque não achavam que valia a pena obter um
leitor de Blu- ray por apenas cem dólares a menos. Ela tinha conhecido
melhor do que discutir.

Pisos de madeira empoeirada rangeram quando ela se moveu pa-


ra a cozinha para começar a preparar a jarra de café que ela tanto preci-
sava. Uma geladeira quase branca, não particularmente eficiente em ter-
mos energéticos ficava ao longo da parede distante mais próximo à porta
de Lexi. A janela foi condicionada na parede logo acima da pia banhada
de alumínio dando uma visão brilhante da rua abaixo. Lexi preparou o
café e água, trocou a panela, e então se encostou ao balcão frio correndo
os dedos pelos suas emaranhadas ondas marrons.

4
Sanca: É o acabamento que se coloca quando se faz um rebaixamento do teto em gesso.

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Seu alegre sábado tinha se transformado de encorajador e rela-
xante para um ataque de pânico espasmódico no curto espaço de um tele-
fonema de quinze minutos. Ela bebeu um copo do líquido marrom fume-
gante tão depressa quanto era capaz, antes de voltar para seu quarto
para tomar um banho. Apesar de beber o café preto, a cafeína mal a
atingiu. Ela sabia no momento em que ela saiu do chuveiro, quaisquer
sinais de consumo seriam quase completamente dissipados. Esfregou
seu corpo vigorosamente com sabonete caro líquido de cranberry 5. Depois
de aplicar só um pouco de xampu através de suas longas madeixas e en-
xaguar, ela desligou o chuveiro, se secou, alisou o cabelo para trás em
um rabo de cavalo alto. Ela colocou um par de shorts de corrida verme-
lhos, um top preto frágil que revelou uma polegada ou mais de seu abdô-
men tonificado bronzeado, um par de Nike Shox. Fazendo o seu caminho
de volta para a cozinha, ela serviu o restante de café em uma caneca pra
viagem impressa com o logotipo da sua universidade e escreveu uma no-
ta rápida para o sua colega de quarto uma vez que este foi o único dia
que ela realmente tinha acordado antes dela.

Renunciando um táxi, Lexi caminhou no piloto automático através


da cidade a esmo batendo em turistas ávidos olhando para o céu. Ela se
lembrou de ser uma daquelas pessoas sem noção quando ela chegou pe-
la primeira vez na cidade míseros dois anos atrás. Agora, ela podia per-
correr a cidade assim como qualquer pessoa que cresceu na cidade que
conhecia, a não ser sua melhor amiga, Chyna.

Era exatamente quem ela era depois que ela vagava pelo Park
Avenue a caminho do Upper East Side. Muitas vezes, ela se perguntava
por que Chyna ainda se importava em sair com ela. Talvez ela tenha con-
siderado que ela fosse um projeto de estimação. Afinal de contas, elas
estavam tão perto de opostos quanto elas poderiam ser. No fundo Lexi
sabia que ela era mais importante para Chyna do que isso. Era apenas
difícil imaginar alguém como Chyna sair com um ninguém como ela.

5
Cranberry é uma fruta pequena e avermelhada, muito comum na cordilheira dos Andes.

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Lexi e Chyna se conheceram há quase dois anos na fila em uma
boate. Bem, Lexi estava na fila. Chyna era alguém que absolutamente se
recusou a ser submetida à espera do lado de fora de um clube, quando
havia diversão no interior. Lexi era a próxima na fila vestindo um top de-
cotado, minissaia preta, leggings e salto alto de crocodilo. Ela estava
congelando a bunda no clima de vinte graus, que parecia mais dez graus,
pela última hora. Chyna chegou à entrada principal do mesmo local des-
lizando para fora de um carro da cidade cor de ônix e diretamente atra-
vés da corda, sem se preocupar em dar ao segurança um beijo de corte-
sia na bochecha.

Lexi, tendo visto muitas dessas meninas espernearem na frente


dela, começou a se ajustar gritando sobre ―outra puta vadia‖ tomando
seu lugar dentro. Surpreendentemente, Chyna parou em seu caminho,
virou- se para ela e começou a questioná- la sobre as suas declarações.
Lexi repetiu- se sorrindo batendo os dentes o tempo todo. O segurança
parecia que estava se preparando para lançar Lexi para a calçada, mas
Chyna colocou a mão para fora. Após alguns segundos, pediu o seguran-
ça para permitir Lexi entrar no estabelecimento. Elas haviam praticamen-
te sido inseparáveis depois daquela noite.

Lexi se plantou em frente aos degraus da frente para o prédio de


Chyna, sorrindo para o porteiro que a reconheceu.

— Você está aqui cedo senhorita Lexi. - Disse Bernard abrindo a


porta para ela sinalizando para ela entrar.

— Sim, eu tive uma manhã muito perturbadora para ser honesta,


Sr. B.

— Tenho certeza de que não era nada que você não possa lidar.

— Obrigado, mas você me dá muito crédito. - Disse ela produzindo


um sorriso. — Chyna está lá em cima? - Ela perguntou antes de pisar
pela entrada.

20
— Sim, senhora.

— Sozinha? - Ela jogou a pergunta sobre o ombro.

Ele sorriu aquele sorriso ‗sabe- tudo‘ e piscou para ela. Lexi riu
perguntando se alguém como Chyna já dormiu sozinha.

Lexi pegou o elevador até o último andar ouvindo distraidamente


a canção clássica tocando nos alto- falantes. Quando ela saiu, ela encon-
trou a porta de Chyna e deslizou a chave de ouro na fechadura torcendo-
a até que abriu. Balançando a porta aberta, ela sorriu interiormente com
as novas reformas que Chyna tinha efetuado em seu apartamento.

Seus gostos estavam constantemente mudando, com um fundo de


confiança em algum lugar em torno da faixa de nove dígitos, por que não
reajustar a própria vida, em casa e o guarda- roupa do jeito que o vento
soprava. Por enquanto, um vaso de cristal lapidado transbordava com
flora sazonal em cima de uma mesa quadrada, branca, esculpida, que
vinha até quase a cintura, estava situada no meio do saguão. Ela rezou
para que ela não tivesse pisado na lama ou sujeira da calçada nos pisos
de mármore recém- encerado enquanto ela entrava na sala. Lexi não po-
deria imaginar um espaço que contrastava com seu apartamento mais do
que o de Chyna. Em metros quadrados, a área era maior do que a resi-
dência inteira de Lexi. O tapete era de um branco puro, que era constan-
temente limpo a vapor para manter a sua perfeição. Um sofá, reclinável,
tudo um conjunto combinado de couro preto macio, centrado em um cen-
tro de entretenimento que rivalizava com uma sala de cinema. Pinturas a
óleo originais, Chyna tinha recolhido durante uma viagem por toda a Eu-
ropa, decorava três das paredes e as fotografias em preto e branco flutu-
ava em uma colagem de quadros contra o outro.

Avançando pela sala e pelo corredor arqueado, Lexi fez seu cami-
nho para o quarto de Chyna. Ela abriu a porta, olhando para a extensa
área para ver se Chyna de fato estava com um companheiro em sua ca-
ma king- size com dossel. — Chyna. - Ela sussurrou para a escuridão.

21
— Chyna acorda dorminhoca.

Um grunhido deliberado soou do outro lado da sala.

— Vá embora.

— Traga seu minúsculo rabo para fora da cama. Há alguém aí


com você? Eu não tenho medo de vir fazer polichinelos em seus lençóis de
cinco milhões de linhas. - Ela disse sarcasticamente, surpreendentemente
com mais entusiasmo então ela pensou que era capaz naquela manhã
particular.

— Você não faria. - Um grito abafado emanado da escuridão.

— Vamos lá. Quão bem você me conhece? - Lexi questionava.

As cobertas voaram imediatamente para o pé da cama e Chyna


apareceu o corpo dela.

— Conheço bem demais. - Disse ela balançando seu cabelo preto


brilhante sobre um ombro.

Lexi franziu os lábios com inveja como Chyna pendurou as longas


pernas tons de oliva sobre a borda da cama e pulou. Com a genética de
uma supermodelo italiana, Chyna era invejável da cabeça aos pés.
Chyna sentia- se mais confortável passeando em torno de seu aparta-
mento em um acanhado conjunto de lingerie La Perla do que provavel-
mente qualquer outra pessoa na existência. Mas, por que não? Ela era
magérrima, com seios grandes perfeitamente rosados e uma bunda pe-
quena que nem se sequer via remotamente uma gordura em calça branca
jeans ultra- skinny. Sua aparência impecável, nunca tinha visto um defei-
to. Seus grandes olhos de esmeralda poderiam olhar quentes e sedutores
um minuto e em seguida, bonito e inocente, bem marginalmente inocente
no outro. Ela era cem por cento a filha de sua mãe na aparência e seu pai
na personalidade que explicava por que ela não se dava bem com qual-
quer um.

22
Seus pais haviam feito uma confusão sangrenta de seu divórcio,
quando ela estava na escola espalhando sua imundície e assuntos pes-
soais em todos os tabloides. Ela não tinha certeza porque tinham ficado
tão irritados. Chyna tinha sabido desde que ela tinha dez anos de idade
que ambos os pais estavam tendo casos. Tinha sido bastante óbvio. Ela
não conseguia entender por que eles não tinham percebido isso também.
Mas eles não tinham. Ou pelo menos haviam fingido que não, possivel-
mente pelo bem dela. Mas o mais provável, eles olharam para o outro la-
do para segurar alguma aparência de por que eles tinham se casado em
primeiro lugar. Dinheiro. Amor. Quem saberia? Agora seu pai não conse-
guia olhar para ela, sua mãe não poderia estar perto dela.

— O que você está fazendo aqui tão cedo? Inacreditável Alexa. -


Ela repreendeu, usando o nome completo de sua amiga como sempre. —
Você sabe que eu preciso de no mínimo sete horas de sono de beleza ou
eu pareço merda o dia inteiro. Pareço que eu fui para a cama à meia- noi-
te?

Lexi sorriu para ela. Chyna parecia que ela nunca tinha tido me-
nos de sete horas de sono em sua vida. Mesmo os dias que ela tinha tido
menos de sete horas de sono, ela ainda parecia linda de morrer.

— Oh wow, eu sinto muito. - Disse ela em arrependimento falso. -


Você parece uma velha bruxa feia esta manhã. Talvez você deva dormir
por mais de três horas.

— Você está certa. - Ela balançou a cabeça. — Eu só dormi por


quatro horas.

Lexi suspirou dramaticamente.

— O mundo vai acabar.

Chyna cutucou o ombro de Lexi, brincando.

— Cale a boca, você.

23
— Bernard disse que havia alguém com você? - Lexi perguntou
levantando uma sobrancelha para ela.

— Oh, ufa para ele. É pra isso que eu o pago de qualquer jeito? Eu
coloquei aquele garoto para fora horas atrás. - Disse ela sorrindo malicio-
samente. — Agora, o que no mundo você está fazendo aqui tão cedo?
Nosso compromisso no salão de beleza não é para mais algumas horas? -
Lexi escovou atrás da orelha, ansiosa. — Oh Deus, é um garoto. - Chyna
gritou de emoção. — Conte- me tudo!

Chyna sempre ficava animada quando Lexi encontrava alguém


novo. Principalmente, porque ela se deu conta de que acontecia tão rara-
mente que era motivo de grande emoção. Desde que ela se mudou para a
cidade, ela está muito preocupada com a escola, e os caras foram coloca-
dos em segundo plano. De vez em quando, ela saía a encontros com ca-
ras da aula ou alguém que Chyna recomendava, mas, em geral, ela sem-
pre achou melhor jogar pelo seguro. Quando se trata de sua sorte com os
homens, Lexi tendia a completamente evitar a situação.

— Bem, é uma espécie de uma história estranha. - Ela começou,


percebendo que ela tinha espelhado exatamente as palavras de Jack.
Chyna assentiu com entusiasmo, saltando na ponta dos pés em anteci-
pação. — Bem... Você se lembra de Jack? - Ela perguntou timidamente
obrigando- se não estremecer quando ela disse o nome dele.

Chyna enfrentou anuviou e franzido formado entre as sobrance-


lhas.

— Oh, não, não ele. - Disse ela suplicante. — Por favor, me diga
que isso não tem nada a ver com ele.

— O que há de errado com ele? - ela perguntou curiosamente en-


contrando- se na defensiva.

— Alexa, Alexa. - Ela repreendeu: — Você se lembra de si mesmo


depois que o cara foi embora?

24
Lexi se lembrava. Ela ainda podia senti- lo cada vez que ela pen-
sava nele. Quando ela se deparava com uma foto deles juntos ou passa-
va um café parecendo particularmente acolhedor, era quando ela se lem-
brava de mais. Somente nos últimos seis meses tinha uma dormência
começando a assumir esse sentimento. Às vezes, ela ainda era atingida
por isso um ano e meio depois. Como ele foi capaz de provocar tais rea-
ções emocionais e fisiológicas quando nunca tinham estado realmente
juntos, era além dela. Ela ficou ainda mais espantada que ela recusou- o
por telefone após nenhum contato por tanto tempo. Se ele tivesse ligado
por qualquer outra coisa, ela estava certa de que ela teria desintegrado.

— Sim, eu me lembro. - Lexi disse suavemente.

— Bem, então por que você iria trazê- lo à tona?

— Ele me ligou. - Disse ela escovando o cabelo para trás várias


vezes antes de encontrar os olhos de desaprovação de Chyna.

— E então? - Chyna perguntou com um olhar protetor assumindo


suas feições.

Lexi suspirou, então rapidamente falou para Chyna tudo sobre a


bagunça que Jack tinha se metido. Em seguida, á atualizou com o que ele
tinha pedido dela. Ela forçou todas as palavras que saíram em procissão
rápida não permitindo Chyna abrir a boca para falar uma palavra sábia.
Quando ela terminou, ela respirava pesadamente e olhou para cima para
encontrar Chyna olhando para ela com curiosidade. Em algum lugar ao
longo de sua história, as características de Chyna tinham mudado se su-
avizado. Lexi não tinha certeza do que aquilo significava. — Então, sim,
essa foi a minha manhã. Parece ótimo, não é?

— Você recusou? - Perguntou ela. Ela poderia dizer que Chyna


achava isso difícil de acreditar. Depois de tudo o que ela tinha passado
com Jack, ela ainda não tinha sentimento para qualquer um que rivaliza-
va com o relacionamento deles.

— Sim, eu recusei. Você não está orgulhosa?

25
— Eu acho que você deveria fazer isso. - Ela disse simplesmente.

— O quê? - Lexi perguntou estourando de sua posição confortável


deitada sobre a cama. — Esta manhã é apenas louca. A ligação de Jack,
e então você, de todas as pessoas, dizer- me que eu deveria ir visitá- lo e
conhecer sua noiva?

— Futura Noiva. - Chyna brincou deixando um sorriso travesso


arrastar em seu rosto.

— Que seja! Apenas explique isso para mim. Porque eu deveria ir


vê- lo? Nada de bom sai de mim estando perto dele. Eu sei isso e você
sabe disso. O mundo inteiro deveria saber isto. Dê- me uma boa razão
por que eu deveria ir vê- lo. - Chyna não podia estar falando sério! Afi-
nal, ela tinha sido tão orgulhosa de si mesma por tê- lo rejeitado com su-
cesso pela primeira vez em sua vida.

— Encerramento.

— Eu não preciso de encerramento. - Lexi disse teimosamente.

— Vamos. Honestamente, Alexa. Eu não tenho certeza que você já


superou esse cara. Tentei ridiculamente fazer você entrar em um relacio-
namento. Claro, você já namorou algumas das pessoas que eu tenho jo-
gado em seu caminho, mas nunca foi nada de substancial. Você precisa
seguir em frente, mas como você pode fazer isso quando você ainda está
presa a um cara que você não ouviu nada por dois anos? Oh espera...
Você não pode! - Exclamou ela inclinando a cabeça para o lado para re-
almente examiná- la. — Agora você já passou por alguns momentos difí-
ceis, as coisas te deixaram pra baixo por algum tempo. Entendi. Estive lá
também, eu entendo. Talvez não com um cara, mas meus pais, eu enten-
do todos esses problemas. Você precisa ir até Atlanta e ter um bom tempo
visitando seus pais. Quando tudo isso acabar vá conhecer essa garota,
diga- lhe exatamente o quanto realmente babaca ele é, e, em seguida, vá
embora de lá.

Lexi hesitou e depois acenou com a cabeça.

26
— Talvez você esteja certa.

— Não, eu sei que estou certa. - Chyna disse pulando da cama e


caminhando para dentro de seu closet. Lexi ficou sentada por um minuto
repassando o argumento de Chyna. A menina tinha um ponto. Depois de
tudo o que ela tinha passado com Jack, talvez isso fosse exatamente o
que ela precisava, mesmo que isso não era o que ela queria.

Depois de um minuto, Lexi se juntou a Chyna em seu armário e


olhou em volta para o desastre que se seguiu depois de apenas alguns
minutos da presença de Chyna. Cinco camisas e dois vestidos tinham
sido arremessados no chão, duas camisas pousadas em uma cadeira de
camurça branca e um vestido foram espalhadas em cima de seu espelho
de pé e plataforma. Jogando seu babydoll marrom para o chão, Chyna
garantiu um sutiã combinando La Perla Balconet e deslizou em um vesti-
do preto que não chegou perto de atingir o meio da coxa. Olhando para
seu reflexo no espelho, Chyna enrugou o nariz em desgosto e jogou o ves-
tido no chão. Ela pegou um vestido verde floresta do topo do espelho e
puxou- o sobre sua cabeça. Ela inclinou a cabeça para a imagem diante
dela contraindo os lábios em sinal de aprovação.

O tempo todo que este fiasco no guarda- roupa se seguiu, Lexi fi-
cou perdida em seus pensamentos. Ela sabia que Chyna fazia sentido
com suas declarações, mas como ela poderia encarar Jack. Uma vez que
ela tinha percebido que estava na linha, ela quase hiperventilou ao som
de sua voz. Como ela reagiria ao vê- lo em pessoa? Ela realmente não
sabia. Mas ela raramente recusava um desafio.

— Ok, eu vou fazer.

— Eu sabia que você tinha isso em você. - Chyna disse deslizando


em um par de sandálias de tiras marrons Jimmy Choo e saiu do armário.
— Agora vá fazer aquele telefonema, enquanto eu faço o meu cabelo e
maquiagem.

27
Lexi engoliu em seco quanto Chyna entrou em seu banheiro, pro-
vavelmente não para aparecer por mais 30 minutos, pelo menos. Ela con-
cordou em fazê- lo, agora ela só tinha que se acalmar o suficiente para
ligar para ele. Sentia as palmas das mãos escorregadias com o suor
quando ela sentou- se à escrivaninha de mogno e puxou seu telefone fora
de sua bolsa de grife preta. Ela hesitante abriu e percorreu através da
lista de endereços. Lexi era grata, pelo menos, que ela tinha adicionado o
seu número de seu telefone, esta manhã, em vez de apagá- lo de sua
memória para sempre, quando ela pousou em seu nome: Jack Howard.

Finalmente, ela trabalhou a coragem de pressionar o botão, então


imediatamente desligou. Suas mãos tremiam com tanta fúria que ela
quase deixou cair o telefone quando ela abriu- o novamente. Tomando
algumas respirações para tentar se acalmar, ela finalmente deu um soco
novamente no botão enviar. Escutando duas vezes o número de toque
praticamente a enervava. Finalmente, a linha parou de tocar.

— Lex. - Jack disse com surpresa evidente em sua voz. — Eu não


esperava ouvi- la novamente.

— Você disse... - Ela começou sua voz falhando um pouco com o


esforço de manter a calma, — que eu poderia ligar.

— Claro que eu disse que você poderia me ligar. Eu nunca pensei


que você realmente faria isso.

— Sim, eu estou cheia de surpresas. - Disse ela tentando jogar fo-


ra sua apreensão.

— Sempre foi. - Disse ele calmamente.

Lexi suspirou antes de se aventurar em frente.

— O meu estágio termina em duas semanas. Vou provavelmente


estar chegando a Atlanta para ver meus pais algum tempo depois disso.
Então eu acho que... O que eu estou dizendo é que... Eu vou fazer isso.

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Vou te ver. - Ela fez uma pausa antes de permitir que a última parte de
sua sentença rolasse fora da sua língua. — E conhecer sua namorada.

Capitulo 02

Café Para Dois

E eu sou um bad boy porque eu nem sinto falta dela

Eu sou um bad boy quebrando seu coração

E eu estou livre, caindo livre.

Sim, eu estou livre, caindo livre.

- Tom Petty "Free Falling"

Início de Setembro, seis anos antes:

29
Após ser a primeira chegar à universidade apenas um mês antes,
a assistente de residência de Lexi distribuiu uma listagem de diretórios
locais, restaurantes, clubes, bare, e uma série de cantos de estudo para o
calouro. Quase todas as outras garotas em seu salão jogou o pacote no
lixo em seu caminho para fora da porta, mas Lexi o segurava na espe-
rança de que ele iria revelar algo que valesse a pena nesta nova cidade
misteriosa. Ela investigou um punhado de locais de estudo na lista ao
escrever documentos no início do semestre. Ela achou todas radicalmente
decepcionantes. Quando se deparou com uma determinada loja de café
na lista, ela imediatamente se apaixonou. A cafeteria em si foi nada es-
petacular. Para ser honesto, foi no lado pequeno, especialmente para
uma cidade universitária. O rico aroma do pó de café fresco envolveu su-
as narinas assim que ela pôs os pés na loja mal iluminada. Vinte mesas
incomparáveis estavam fortemente unidas com espaço apenas o suficien-
te para passar. Lâmpadas filtradas verdes sentaram em cima de cada
mesa lançando um agradável brilho esmeralda em cima dos clientes. Es-
paço no balcão era quase impossível de conseguir. À medida que os me-
ses de inverno se aproximavam lentamente, o fogo crepitava na lareira ao
canto. Acolchoadas cadeiras verdes foram espalhadas a esmo contra as
paredes e sem rumo em torno da lareira. Se o desejo era um espaço de
estudo tranquilo, com uma quantidade abundante de espaço para a ex-
pansão para fora, então este café não era o lugar ideal. Em um determi-
nado dia, cada mesa estava constantemente ocupada com alunos e pro-
fessores discutindo qualquer coisa, de física nuclear à filosofia aristotéli-
ca à psicologia freudiana. Depois de passar algumas noites nesse lugar
aconchegante e confortável, Lexi reivindicou uma das mesas ao lado do
fogo, de frente para o balcão. Ela havia escolhido aquela mesa especial
especificamente para os casos em que ele estava trabalhando. No início
ela nem tinha notado ele. Mas quanto mais ela visitou, mais vezes ela
cruzou o caminho com ele, até que quase podia prever quando ele estaria
trabalhando. Seus amigos, que preferiram estudar no centro de aprendi-
zagem da universidade, continuamente tentaram convencê- la a sair do
café. Nenhum deles conseguia entender por que ela gostaria de trabalhar

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neste espaço cheio, barulhento, mal iluminado e com uma conexão de in-
ternet sem fio fraco. Quando perguntaram por que ela nunca quis sair,
ela deu- lhes a desculpa esfarrapada de desfrutar da atmosfera. Depois
de finalmente utilizando- se todas as suas falsas justificações, eles fi-
nalmente tiraram isso dela. Ele. Por que ir ao centro de aprendizagem na
universidade quando você poderia ter algo agradável para olhar quando
você precisava de uma pausa?

Tendo finalmente explicado o quão atraente esse cara era para


sua amiga, Lexi encontrou- se sentada em sua cadeira habitual com Oli-
via como companhia. Ela tinha a certeza de que ele estaria trabalhando.
Porém, que era uma coisa que tinha se abstido de confessar.

— Bem... O que você acha? - Lexi perguntou folheando suas no-


tas de aula Filosofia 1001, e folheando a palestra sobre Empiristas.

— Você está certa. Ele é muito quente. - Olivia confirmou, corren-


do os dedos pelo loiro branqueado corte pixie deixando os pequenos fios
de cabelo cair facilmente de volta no lugar.

— Eu quis dizer sobre Locke.

— Ele está morto né? - Perguntou Olivia.

Lexi revirou os olhos.

— Não, quero dizer... Qual é a sua ideia acerca do conhecimento?


- Ela perguntou tentando não olhar para ele enquanto Olivia descarada-
mente cobiça o colírio para os olhos.

— Honestamente, eu não me importo. Odeio essas coisas. Eu po-


deria simplesmente deixar a classe completamente. Que eu não entendo.
- Olivia disse dando de ombros para suas próprias anotações indecifrá-
veis. — Dele, eu posso entender completamente. Você deveria tentar. -
Seu sorriso era genuíno e seus olhos castanhos brilhavam de emoção.
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Lexi desconversou, sentindo o peso de seu olhar, desconfortável.
— Não, o que eu preciso tentar é um A sobre este em médio prazo.

Olivia revirou os olhos dramaticamente. — Seja como for, você sa-


be que está indo para obter um A neste meio termo, não importa o quê.
Vamos lá, não deixe que um cara quente simplesmente passar diante de
seus olhos, sem fazer nada sobre isso. Você não quer pelo menos encon-
trá- lo? Saber o nome dele?

Foi à vez de Lexi dar de ombros.

— Eu acho que um nome seria bom.

— Alguma vez você já teve um namorado? - Olivia perguntou rin-


do um pouco com a possibilidade de que ninguém nunca tinha tido um
namorado no momento em que chegou à faculdade.

— Claro que eu tive um namorado - Lexi respondeu defensiva-


mente. — Eu apenas não estou à procura de um relacionamento.

— Eu não disse que você queria, ou mesmo precisava de um rela-


cionamento. Isso não significa que você não possa pelo menos sair com
ele. - Ela soltou persuasiva. — Lexi, você é quente e assim é esse cara.
Eu não vejo nenhuma razão para ele não sair com você. Não precisa ficar
sonhando acordada sobre ele o tempo todo, quando ele está disponível
para ser tomado. - Lexi sorriu para Olivia. Ela sempre foi boa para um
reforço da auto- estima. Entretanto, Lexi se conteve em continuar o as-
sunto.

Depois de uma pausa, Olivia mudou de tópico.

— Então, de qualquer maneira, você está vindo para a estreia de


Nick e Neal hoje no teatro?

— Sim, eu devo estar lá. - Lexi confirmou.

— Bom, eu estive ajudando eles a planejar isso por um mês. Eu


preciso de muitas pessoas lá quantas possíveis.

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Lexi apenas balançou a cabeça, ela tinha ouvido o mesmo discur-
so quase todos os dias desde que Olivia tinha decidido tornar- se agente
da banda.

— Eu vou pegar um macchiato caramelo duplo com creme chan-


tilly adicional. - Ela acrescentou uma piscadela apenas para uma boa
medida. — Vou de garoto do café sexy e então eu vou voltar ao dormitório
estudar um pouco antes de me preparar para esta noite.

— Tudo bem. Quando eu terminar aqui, eu vou encontrar com você


e podemos caminhar para o centro juntas. - Lexi concordou rabiscando
uma nota rápida em seu guia de estudo. Ela observou Olivia escapulir até
o balcão para obter o seu café.

Lexi rapidamente desviou os olhos para evitar ver sua amiga des-
caradamente flertar com o cara, que ela tinha acabado de confirmar que
ela poderia estar interessada. Mas, ela não acha que realmente importa-
va muito. Esse cara era um ninguém para ela, apenas um rostinho bonito
em um mar de rostos bonitos, ela tentou convencer a si mesma.

Espreitando a cabeça para dar uma olhada rápida para ele, ela o
pegou olhando para ela. Suas bochechas queimavam de vergonha, ela
mergulhou a cabeça de volta em seus livros, para evitar seu olhar. Isto
era surreal. De todas as vezes que ela tinha olhado em sua direção, ela
realmente tinha certeza de que ele nunca olhava diretamente para ela.
Depois de um momento, ela se permitiu olhar para cima mais uma vez e
encontrou- o fazendo o mesmo. Desta vez, ela deixou seus olhos se en-
contram por poucos segundos antes de jogar a cabeça de volta para seus
livros. Ela disse a si mesma que ela não iria olhar o resto da tarde para
se safar de constrangimento. Ela puxou os cachos soltos em um rabo de
cavalo e cavou em seus livros, não olhando para cima, como ela prometeu
a si mesma, até que ela viu que ele estava saindo. Por esse tempo, seus
estudos estavam completos. Abrindo sua bolsa vermelha de treino, ela
jogou o conteúdo da mesa na bolsa e fez seu caminho para casa para
ficar pronta.

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Algumas horas mais tarde, Lexi, Olivia, e quinze outros que elas
conseguiram arrastar para fora dos dormitórios ficaram casualmente em
pé no meio da pista de dança esperando por Nick e Neal chegar ao centro
do palco. O teatro era um grande espaço aberto com sofás posicionados
em cabines ao redor do perímetro e para shows menores, na pista de
dança. Isto foi um daqueles shows. Uma matriz de cadeiras dobráveis de
metal barato foi estabelecida em um semicírculo aleatório na frente do
palco. Luzes fracas foram criadas em torno do teatro quase vazio. Além
dos estudantes que chegaram com Lexi, talvez trinta outros estivessem
agrupados em um canto. Os frequentadores pareciam entediados e dis-
traídos, mesmo antes de seus amigos subirem ao palco, ela não se impor-
tava de imaginar quais drogas eles tomaram que faziam seus olhos pare-
cerem tão fora de foco. Lexi mudou seu olhar, reorientando sua atenção.

À medida que o tempo passava, a sala começou a encher. Consi-


derando que esta era a sua primeira apresentação, eles reuniram uma
boa multidão. Um pouco mais de cem pessoas apareceram no Teatro as-
sim que Nick começou a girar sua faixa de abertura. A letra original de
Neal ecoou por toda a sala. A vivacidade unânime começou quando a
multidão de pessoas caiu em ritmo com o fluxo da música. Lexi cantou
junto com algumas das palavras que ela se lembrava.

— Você não é ruim. Talvez você devesse mostrar- lhes como se


faz. - Alguém disse a ela.

Lexi soltou uma gargalhada deixando seus cachos saltarem leve-


mente. Ela virou- se para enfrentar quem quer que tenha dito isso e esta-
va cara a cara com ele. Ela congelou a risada.

— Você acha? - Ela perguntou tentando se recuperar do choque.

— Honestamente, não. – Ele disse tomando sua vez de rir.

— Bem, obrigada. - Eisse ela brincando machucada. — Estou


muito ofendida agora. - Lexi colocou a mão sobre o coração ferido. — En-

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tão... Eu te conheço ou você sempre insulta as pessoas quando você as
conhece pela primeira vez?

Ele teve de curvar- se de modo que ela fosse capaz de ouvi- lo. Ele
cheirava a uma combinação celestial de sabão irlandês da primavera e
perfume sexy.

— Eu acho que você estuda no café que eu trabalho.

Ela virou a cabeça para encará- lo. Seu cabelo castanho caiu per-
feitamente em seus olhos quando ele abaixou para olha- la. Ela nunca
havia percebido o quão azul claro seus olhos realmente eram até que fo-
ram estabelecidos atentamente e apenas nela.

— Eu acho que você pode estar certo. - Ela confirmou dando- lhe
um sorriso tímido.

Ela estava tendo dificuldade em respirar com ele olhando para ela
do jeito que ele fazia, então ela forçou- se a falar.

— Você fica muito na faculdade garoto do rap?

Seu riso era fácil e sincero.

— Não, não realmente, mas esse cara não é ruim. Ele é um amigo
seu?

— Sim. Ele mora no meu dormitório.

Ela encolheu-se percebendo que ela tinha acabado de entregar


sua juventude. Ela não tinha ideia sobre a sua idade, ou se ele iria ou
não considerar se uma mísera caloura valeria a pena o seu tempo.

— Legal. Aqueles, caras ali. - Ele fez um gesto com o polegar para
os três caras agrupados atrás dele. — Viviam no meu quarto no ano pas-
sado nos dormitórios. Qual deles você está?

Ela soltou a respiração sem sequer ter percebido que estava segu-
rando ela por tanto tempo.

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— Hum... R- Hall.

— Isso é onde nós estávamos. - Disse ele balançando a cabeça


ao som da música.

— Como você ficou sabendo sobre eles? Quero dizer, se você re-
almente não escuta a música. - Ela não pôde deixar de perguntar.

Ele enfiou a mão no bolso de trás e tirou um pedaço de papel roxo


dobrado. Ele o abriu revelando o folheto que Olivia tinha implacavelmente
distribuído pelas duas últimas semanas apresentando Nick e Neal.

— Eu acredito que uma amiga sua me deu isso. - Disse ele apon-
tando para Olivia sobre a multidão de pessoas.

Lexi deu uma risadinha. Aquela pequena diaba. Ela não foi flertar
com ele quando tinha ido buscar seu café mais cedo naquela tarde. Na
verdade, ela estava ajudando- a, convencendo o cara do café a vir aqui
esta noite.

— Bem, sim, essa é Olivia para você. - Disse ela encolhendo os


ombros, tentando ser indiferente. — Oh, eu sou Lexi, a propósito. - Ela
estendeu a mão para o lado.

— Lexi... Hmm... Eu gosto disso. - Disse ele tomando- lhe a mão


estendida firmemente e dando- lhe um bom aperto. — Jack. É muito bom
conhecê- la.

O silêncio caiu entre eles conforme o show avançava. Era real-


mente quase impossível ter uma conversa sólida, com batidas de hip- hop
tocando ao fundo. Quando o conjunto acabou, a multidão foi para o lado
de fora para um intervalo de tempo permitindo que a atração principal se
arrumasse no palco.

A maioria das pessoas acendeu um cigarro assim que saíram do


Teatro. Lexi os evitou, viu como seu grupo de amigos começou a fazer o
seu caminho em torno do canto do edifício preto para a entrada de trás

36
para se encontrar com Nick e Neal. Lexi esperou sem jeito com Jack na
frente do edifício.

Olivia saiu pelas portas de vidro cobertas com panfletos rasgados


anunciando os próximos shows e saltou para cima deles cantarolando
uma das músicas pouco animada que ela preferia.

— Ei, querida! - Ela disse beijando Lexi na bochecha quando ela


pulou para trás e para frente de um pé ao outro. — Oh, meu Deus, isto foi
tão fantástico quando eu poderia ter imaginado? - disse ela, com os
olhos um pouco vidrados e sua blusa de corte baixo com cheiro forte de
cerveja e cigarro. Lexi poderia tê- la beijado de volta por conseguir Jack
aqui esta noite.

— Oh, querido! - Disse Olivia percebendo que Jack estava olhan-


do para ela, o riso evidente em seus olhos. — Eu estou tão feliz que você
pôde vir. Você conheceu minha amiga Lexi?

— Claro que sim. Mas eu acho que você está perdendo seu grupo.
- Disse ele apontando para a porta dos fundos.

Os olhos de Olivia se arregalaram.

— Oh querido, eu estou. Já volto. - Disse ela apertando o braço


de Lexi quando ela correu atrás do resto do grupo.

— Eu acho que ela está um pouco bêbada. - Comentou Lexi dan-


do de ombros quando ela deixou seu olhar de volta em Jack.

— Um pouco? - Ele perguntou. — Espere um segundo. - Disse ele


dirigindo sua atenção aos seus amigos que estavam arrastando atrás de
si. — Ei rapazes, eu vou encontrá- los no Chamber. Acho que Chasity
disse que estava trabalhando. - Concordando, os três rapazes desapare-
ceram na rua deixando Jack e Lexi sozinhos.

Lexi supôs que Chasity era um bar tender, mas absteve- se de


perguntar. Ela não tinha nenhum desejo de saber como eles se conheci-
am... Ou quão bem.

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— Eu não sei o que meus amigos estão fazendo. - Disse ela
olhando ao virar a esquina, o grupo com o qual ela havia chegado trope-
çando para fora com Nick e Neal no meio. — Mas, pela aparência das coi-
sas, vou ter que levar a metade deles em casa. – Por apenas alguns cen-
tímetros por sobre cinco pés, o que realmente seria um feito. — Eu deveria
ir conversar com eles antes de entrarem em qualquer problema. - Ela
disse parecendo preocupada.

— Meus amigos provavelmente estão perdidos sem mim também.


- Disse ele, brincando.

— Você vai trabalhar amanhã?

— Você vai estudar amanhã? - Ele respondeu animadamente.

— Eu vou. - Ela confirmou, pensando na pilha assustadora de li-


ção de casa em sua mesa.

— Então eu estarei lá.

Ela ficou lá por mais um segundo tomada em sua aparência impe-


cável. Ele usava calça jeans confortável escuras, com uma camisa preta,
que ele rolou as mangas até três quartos do comprimento e All Star Chuck
Taylor, marinho desgastado.

Ele era mais alto do que ela por meia dúzia de centímetros, com
um físico musculoso bem tonificado. Ela percebeu que não seria capaz de
chegar a seus lábios se ela ficasse na ponta dos pés, mas ele era forte o
suficiente para leva- a até eles. Afastando rapidamente a ideia de sua
mente, ela agarrou- se de volta à realidade.

— Acho que vou vê- lo lá.

— Parece bom. - Disse ele quando ela se virou e começou a cami-


nhar pelo corredor. Após um momento de hesitação, ele gritou para ela: —
Ei, Lexi! - Ele correu pela rua atrás dela. Ela virou- se em seus saltos al-
tos verdes para encontrá- lo parado bem em frente a ela novamente. —

38
Eu sei que você tem que estudar amanhã, mas o que você vai fazer na
sexta? - Ele perguntou hesitante.

Ela fez uma pausa dando tempo suficiente para fazer parecer que
ela estava pensando em sua agenda. — Eu não tenho nenhum plano. -
Ela finalmente disse lutando contra o incontrolável sorriso bobo contor-
cendo seu rosto.

— Você quer sair?

Ela assentiu com a cabeça. — Eu gostaria disso.

Sexta- feira, Lexi encontrou- se andando em seu minúsculo dormi-


tório entrelaçando seus cachos escuros ao redor de seus dedos. Dois lei-
tos foram dispostos em lados opostos da sala. Um futon 6 preto descansa-
va debaixo da cama de Lexi, dois frigobares e uma pequena televisão de
tubo debaixo da cama de sua companheira de quarto. A impressão de
tapete vermelho e preto cobria o chão de ladrilhos e cortinas vermelhas
bloqueava a visão dos arranha- céus de outros dormitórios em torno de-
les.

O lado pertencente á Lexi da escrivaninha metálica tinha seu lap-


top preto e uma seleção de seus livros e manuais escolares favoritos. A
parede ao lado de sua escrivaninha tinha uma colagem de fotografias
dispostas ordenadamente, apresentando sua carreira universitária até
agora. A escrivaninha de sua colega de quarto era uma confusão de pa-
péis multi- coloridos, geometricamente em forma de post- it e canetas pe-
ludas. As paredes foram revestidas com parafernália de iniciação do
grêmio, incluindo uma garrafa de água, cinco imagens quadros com sua
letra rabiscada em cima deles, e mais importante, seu remo Big Sis.

— Jen, você acha que eu pareço bem? - Ela perguntou a sua


companheira de quarto.

6
futons são almofadas, pufes e colchões

39
Jennifer deu uma olhada de cima a baixo. Lexi usava jeans
skinny preto levemente desgastado, uma camisa verde pálido com bom
caimento e sandálias pretas de tiras amarradas em torno de seu tornoze-
lo. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto com os escuros
cachos soltos para fora do elástico. Uma leve camada de rímel preto es-
covou os cílios e um toque de brilho labial adornava os lábios.

— Mmm. - Jennifer disse inclinando a cabeça para o lado breve-


mente antes de voltar para sua lição de casa. Latina espalhados por todo
o colchão.

Lexi revirou os olhos e colocou a mão em seu quadril.

— O que significa isso?

— Você deveria provavelmente soltar seu cabelo alisá- lo e colocar


um vestido bonito. - Disse ela como uma matéria de fato. Ela não tinha
sequer tirados os olhos do seu notebook para dizer isto. — Eu tenho esse
conjunto roxo perfeito que vai fazer maravilhas para marcar seus olhos
castanhos.

Lexi estava começando a se acostumar com esse comportamento.


Jennifer era extremamente honesta o que era geralmente avaliado em
uma pessoa. Mas alguém extremamente crítico quanto Jennifer, não tão
lisonjeiro.

— Eu acho que nós vamos ficar do lado de fora, porém. - Lexi dis-
se a ela, virando- se para o espelho de corpo inteiro pendurado na parte
de trás de sua porta.

— É como se estivesse 35 graus lá fora. - Disse Jennifer. Seu chi-


clete bateu contra o céu da boca enquanto ela falava. — Você ainda pode
usar um vestido.

Jennifer era uma daquelas garotas que achavam que todos devi-
am usar um vestido... Para todas as ocasiões possíveis. Lexi tinha certe-
za que a única vez que Jennifer ficava sem um vestido era quando toma-

40
va banho. Os pais dela vieram do velho sul endinheirado datando mais
longe do que a Guerra Civil. A Atlanta Country Club, onde residia foi pal-
co de estrelas como Usher e metade do time de beisebol Atlanta Braves,
entre muitos outros. Tinha uma vez reclamado sobre sentir falta do Hal-
loween fora de casa, porque esse ano Usher tinha realmente aberto à
porta para distribuir doces.

— Bem que poderia estar mais frio esta noite. - Lexi retrucou pe-
gando seu novo celular de sua escrivaninha e enfiando- o em sua bolsa
Coach7 ameixa. — Eu vou ver Olivia. Boa sorte com os estudos. - Lexi
virou a maçaneta da porta para abri- la.

— Oh, Lexi. - Jennifer chamou interrompendo sua saída. — Eu


provavelmente não ficarei hoje à noite. Há uma super festa na fraterni-
dade hoje à noite e vocês são mais do que bem- vindos se você terminar
sua coisa a tempo. Tenho certeza de que vou acabar passando a noite
fora. - Ela confidenciou a Lexi, sorrindo enquanto seus cachos soltos on-
dulavam em torno de seu rosto.

Lexi assentiu mal conseguia conter sua descrença. Quão vadia


você consegue? Não existia alguma regra sobre ter alguma aparência de
classe e não de passar a noite em uma casa de fraternidade destruir is-
so?

— Ligue- me se você precisar de uma carona. Eu não quero que


você seja estuprada ou qualquer coisa hoje à noite, ok?

Jennifer riu convulsivamente.

— Esses, caras não são assim Lexi. Isso nunca iria acontecer.

— Ceeerrrtooo. - Disse Lexi deixando a palavra arrastar. — De


qualquer maneira.

— Fique à vontade. - Jennifer murmurou dispensando- a com um


aceno com suas unhas de acrílico à francesa.

7
Grife famosa

41
Lexi correu pelo corredor, assim que seu telefone vibrou de sua
bolsa. Abrindo o fecho de metal frio, ela pegou o celular e atendeu.

— Ei, você quer que eu suba? - Jack perguntou do outro lado da


linha.

— Não. Não há necessidade em fazer você tentar passar pelo


scanner de mão. - Lexi respondeu comentando sobre a segurança do
dormitório. — Eu vou descer. - Lexi desceu os quatro lances de escadas
o mais rápido que pôde, indo para o térreo antes que o elevador apitasse.
Correndo para baixo a colina íngreme que levava para a rua abaixo, Lexi
reconheceu seu Mazda 3 prata esperando com as luzes dos piscas ace-
sas. Ela enfiou a mão sob a alça para abrir a porta e deslizou suavemen-
te sobre o assento de couro preto. Ele pisou na embreagem e colocou o
carro em marcha, logo que ouviu o clique da tranca.

— Então, para onde estamos indo? - Ela perguntou relaxando as


costas no material macio.

— É uma surpresa. - Disse ele trocando de marcha à medida que


ganhava velocidade.

— Hmm... Eu gosto de surpresas.

— Eu pensei que gostasse. - Ele olhou para ela brevemente antes


de virar à esquerda para a rua principal.

Lexi não tinha a certeza de se devia ou não tratar isso como se


fosse um encontro. Ele a convidou para sair, mas quando se falaram no
telefone, ele agiu como se não fosse grande coisa. Ela não se importava
em agonizar sobre isso. Ela não o conhecia ainda, então na medida em
que ela estava preocupada sobre o status do seu relacionamento, se é
que você poderia chamá- lo assim, não era relevante. Um passo de cada
vez.

42
John Mayer, Free Fallin encheu o silêncio enquanto Jack levou- os
para longe do centro da cidade. Jack bateu os dedos contra o volante no
tempo com os acordes de guitarra.

— Você toca? - ela perguntou vendo o quão bem seus dedos se


moviam.

— Só guitarra, baixo, piano, saxofone, e alguns tambores, mas es-


tou muito enferrujado.

— Jesus! Tudo o que posso fazer é cantar.

— Oh sim e eu canto. - Ele sorriu conforme ele pisou no freio em


um sinal vermelho

— Bem, você não parece ser bom em tudo. - Disse Lexi inclinan-
do- se mais para o lado do carro, fechando os olhos ligeiramente. O gosto
de seu brilho labial revestia a língua conforme ela lambia os lábios mor-
dendo sempre delicadamente enquanto ela olhava para ele.

Ela poderia dizer que ele estava olhando para ela com o canto do
olho.

— É só esperar e ver.

— Não vejo a hora. - Ela riu voltando para a estrada. Algo sobre
Jack parecia apenas se encaixar. A paquera, os olhares incertos desejo-
sos, a conversa descomplicada tudo era tão fácil entre eles.

Os olhos de Lexi se arregalaram quando eles se voltaram para a


propriedade da universidade, que era normalmente os campos vazios.
Em vez disso, uma roda- gigante girando brilhante tinha sido erguida no
centro do campo, com uma série de outros passeios de carnaval e cabines
exibidas ao redor do centro.

— Oh, eu não sabia que um carnaval estava vindo pela cidade. -


Comentou com entusiasmo.

43
— Apenas uma noite. - Disse ele mexendo suas sobrancelhas pa-
ra cima e para baixo. — A universidade tem, por vezes, esses tipos de
coisas. Já que você é nova eu pensei que você ia gostar do primeiro do
ano. - Um homem mais velho gordo em um colete laranja segurando um
bastão de luz os direcionava em uma vaga de estacionamento improvisa-
do no gramado.

O casal caminhou através do terreno enlameado em direção ao


guichê de vinil. Entregando seus cartões de identificação de estudante, a
aluna representante deslizou os cartões através de um leitor. A máquina
apitou cada vez autorizando a sua autenticidade.

— Divirtam- se e não se esqueça de pegar uma camiseta de corte-


sia quando saírem. - Disse a mulher entregando de volta os seus cartões
com uma mão e apontando para uma exibição de caixas contendo cente-
nas de brilhantes camisetas verdes.

— Obrigado. - Jack disse piscando para o associado antes de pe-


gar o braço de Lexi e correr pela entrada.

Eles já tinham ido uma dúzia de metros antes de inesperadamen-


te encontrar os companheiros de quarto de Jack: Seth, Luke e Michael,
que estavam com dois de seus outros amigos, Clark e Hunter. Cada um
parecia mais animado que o outro. Entre eles estavam contando o que
parecia ser centenas de bilhetes de papel laranja como crianças peque-
nas em um Chuck E. Cheese8. Clark pegou um punhado da mão de Seth
e depositou- as no bolso.

— Ei, o que diabos você está fazendo? - Seth praguejou baixinho


e se lançou sobre Clark.

Clark riu quando ele evitou avanços de Seth.

— Você não precisa de todos esses. - Disse ele sarcasticamente.

8
Rede de pizzaria

44
— Você pegou todos os meus bilhetes malditos, idiota. - Seth gri-
tou agarrando o bolso de Clark.

Clark jogou as mãos para cima.

— Nossa, Seth, você está muito à frente. Sinto como se acabásse-


mos de nos conhecer. Pelo menos me leve para jantar pela primeira vez.

— Há, Há. - Seth disse sarcasticamente colocando seus bilhetes


com firmeza em seu próprio bolso.

— Ei. - Jack disse rindo do comportamento dos rapazes. — Não


tenho certeza se vocês já conhecem, mas essa é Lexi.

Os caras deram seus nomes e acenaram saudações. Isso era tudo


o que lhe proporcionou introdução antes que eles estivessem prontos para
atacar os passeios.

— Vamos ao Bumper Cars9 antes que a fila dê a volta no parque. -


Seth disse indo para o outro lado do campo.

— Bumper Cars? De jeito nenhum. Nunca vou andar de Bumper


Cars com você idiotas novamente. Vocês todos conspiram sobre mim, to-
das às vezes. - Reclamou Luke. — Podemos fazer algo como o Scram-
bler10.

Seth revirou os olhos.

— Não seja um veado Luke. Nós nunca aprontamos com você.


Quantos anos você acha que temos?

Depois de finalmente convencer Luke a se juntar a eles, o grupo


foi até entrar na fila para os Bumper Cars. Jack aproximou- se Lexi.

— Nós realmente aprontamos para cima de Luke. - Disse a ela,


rindo. — É melhor ter certeza de juntar- se à diversão. - Ele sussurrou
em seu ouvido. — Sua reação valerá a pena.

9
Carrinho de Bate- Bate
10
Tipo de moto off road

45
É claro que ele estava certo. Luke ficou furioso quando ele perce-
beu que tinha sido enganado. Ele esmagou os punhos contra qualquer
coisa que ele pudesse colocar as mãos até mesmo derrubando uma pe-
quena loira em sua angústia. Riso de seus amigos só incitou-o ainda
mais.

Jack pendurou o braço sobre os ombros de Lexi quando eles do-


braram em um ataque de risos.

— Eu não posso acreditar nele. - Disse ela passando a mão em


seu rosto enxugando as lágrimas de alegria.

— Ele está revoltado. - Jack confirmou assistindo Luke tentando


dar um soco em Seth, que se abaixou sob seu golpe hesitante facilmente.
— Por que não vamos pegar algo para apodrecer os dentes. - Jack suge-
riu puxando- a para longe de seus amigos, que tinham começado a brigar
do lado de fora dos Bumper Cars. — Então me diga Lex. - Ele começou a
dirigi- los para a máquina de algodão doce. — O que você faz normalmen-
te na sexta- feira à noite?

Ela encolheu os ombros.

— Às vezes eu saio com minha colega de quarto ou Olivia. Nós fa-


zemos um monte de coisas diferentes: ir para o centro, ver filmes, noites
de jogos, jantares em todo o piso, festas de fraternidade. - Disse ela, fi-
nalmente.

— Legal. Gosto de fazer todas essas coisas.

— Festas da Fraternidade? - Ela perguntou levantando uma so-


brancelha.

— Mike está em uma fraternidade. Então, sim, até mesmo festas


de fraternidade. Provavelmente não tão frequentemente como no meu ano
de calouro.

Lexi arrancou um pedaço da nuvem rosa doce e colocou- o na bo-


ca, enquanto caminhavam em direção à roda gigante. O doce pegajoso

46
dissolveu quase instantaneamente deixando um rastro de açúcar em
seus lábios. Os olhos de Jack se concentraram em seus lábios. Ela lam-
beu experimentalmente saboreando uma mistura de seu brilho labial e
açúcar puro.

— Você está uma bagunça. - Disse ele, indicando onde ela perdeu
um ponto. Ela apenas riu.

A fila da roda- gigante já tinha começado a envolver em torno da


borda da máquina gigante. Os dois colocaram- se na parte de trás da fila
e continuaram a conversa.

— Qual é o seu curso? - Ele perguntou jogando um pedaço de al-


godão doce em sua própria boca.

— Até o momento, eu estou indecisa. - Ela proclamou alegremen-


te.

— Uma indecisa. Eu gosto.

— Eu não sou indecisa. Apenas a mente aberta.

— Bem, eu sou pré- Business a caminho da contabilidade prova-


velmente. Não estou tão certo disso.

Lexi torceu o nariz.

— Eca.

Sua risada cresceu fora dele.

— Sim. Eu não muito gosto disso, mas é o que eu sou bom.

— Pelo menos há uma grande quantidade de empregos lá fora pa-


ra você. Não há muito que uma pessoa pode fazer ao ser indeciso e o que
eu realmente quero fazer tem apenas mais alguns empregos do que isso.
- Disse ela dando de ombros, impotente.

— E o que é isso? O que você realmente quer fazer? - Ele pergun-


tou dando- lhe um olhar significativo muito sério.

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Lexi considerou não dizer a ele por um instante, em seguida, aca-
bou contando. — Ginástica. - Seus olhos vidrados com a ideia de ser
capaz de voar pelo ar, saltar facilmente de uma placa de Primavera; ca-
losidades revestindo suas mãos das barras assimétricas.

— Isso é incrível. Você já falou com a equipe de Ginástica aqui? Se


você gosta tanto, você deve experimentar. - Disse ele com entusiasmo.

Ela sacudiu- se fora de suas visões nubladas.

— Não.

— Por que não?

— Você não pode simplesmente tentar entrar na Equipe de Ginás-


tica daqui. Eles são incríveis. Se eles não recrutá- lo então você não tem
nenhuma chance. Nenhum passe. Nada.

— Como você sabe disso? Você foi recrutada?

— Não, eu não fui. - Disse ela um pouco mais afiada do que ela
pretendia, a amargura sorrateiramente em sua voz.

Ele começou a falar como se ela não tivesse estalado nele por uma
pergunta tão simples.

— Oh, bem, eu conheço uma das ginastas. Aposto que ela poderia
falar com o treinador. Mesmo se você não pode estar na equipe, você pro-
vavelmente poderia praticar com eles.

O olhar que ela deu para ele era como se ela estivesse se aproxi-
mando de um marciano.

— Ok, talvez não. - Disse ele erguendo as sobrancelhas e dando


outra mordida do algodão doce para impedir- se de falar novamente.

— Mesmo que eu conseguisse falar com o treinador, não haveria


nenhuma maneira que ela me deixasse treinar com eles. - Afirmou o as-
sunto com naturalidade.

48
— Nunca se sabe até que você tente. - Disse ele engolindo o pe-
daço restante. — Aqui estamos. - Jack entregou à senhora quatro bilhe-
tes laranja e conduziu Lexi em um grande balde de balanço amarelo com
o número vinte e cinco estampado no encosto.

Lexi sentia- se leve conforme a máquina os dobrava em torno de


um círculo sem fim. Eles rodaram três ou quatro vezes, Jack balançando
no balde para frente e pra trás até que ele sacudiu por toda a viagem,
uma garota grande com jeans muito apertado e de camisa muito aperta-
das ameaçando ele o tempo todo.

— Acalme- se. - Disse ela colocando a mão em seu joelho. — Nós


não queremos ser chutados para fora.

— Eu conheço o cara que está tomando conta. De jeito nenhum se-


remos chutados para fora. - Disse ele jogando o braço sobre o encosto do
assento do balde, mas parando, no entanto.

Assim que eles fizeram a sua rotação final, a roda gigante se ar-
rastou até parar deixando Jack e Lexi no topo do passeio olhando para
fora através dos campos abertos. O braço de Jack caiu do banco de trás
e pousou delicadamente sobre seus ombros. Ela permitiu que ele a pu-
xasse para ele, a cabeça dela se encaixando em seu peito. Ela se encai-
xou perfeitamente no lugar entre o ombro e o pescoço. Ela suspirou con-
tente contemplando por todo o céu noturno ônix cheio de estrelas cintilan-
tes brancas queimando na distância.

Eles passaram as próximas horas examinando a vida carnaval.


Ele até ganhou pra ela um enorme urso de pelúcia de um jogo de dardos.
Ela o segurou firmemente enquanto eles fizeram o seu caminho para a
saída com o resto da multidão. Uma associada gorducha deu duas cami-
setas em suas mãos conforme eles atravessaram a saída. A distância de
volta para o dormitório parecia apenas alguns segundos em relação ao
início da noite. Jack parou derrapando em frente à colina que levava até
a entrada do dormitório.

49
— Você quer que eu estacione o carro e a leve para cima? - Ele
perguntou pressionando os piscas de alerta novamente.

— Não, não é necessário. Eu sou uma garota grande. - Lexi pis-


cou para ele, brincando. — Eu acho que consigo lidar com isso. - Disse
ela pegando a bolsa do chão e elevando- a para seu ombro. Com camisa
e urso na mão, ela abriu a porta e fez que ia sair.

— Ei, espere. - Disse ele estacionando o carro e correndo ao redor


para o outro lado.

Ele a alcançou, imediatamente puxando- a para ele. Ela deslizou


seus braços ao redor de seu pescoço sentindo- o pressioná- la contra ele.
Ele a pegou deixando as pernas balançar quando ele se endireitou.

— Eu espero que você não se importe, mas eu não poderia ir sem


um abraço seu. - Disse ele apertando ela um pouco mais apertado.

— Oh, não. - Ela respirou ficando com olhos arregalados. — Eu


não me importo nem um pouco.

Depois que Jack colocou- a de volta em seus pés, ela olhou so-
nhadora em seus olhos. Ele abaixou- se e plantou um beijo em sua bo-
checha antes de endireitar- se mais uma vez e fazer o seu caminho de
volta para o lado do motorista. Lexi acenou enquanto ele pegava a estra-
da deixando-a ali sem fôlego.

As próximas semanas se passaram em um borrão. Lexi e Jack es-


tavam juntos, tanto quanto era humanamente possível. Quando ele esta-
va trabalhando no café, ela poderia ser encontrada estudando em seu
canto.

Quando as aulas acabavam, ele estava esperando por ela do lado


de fora do antigo prédio de tijolos com uma xícara fumegante de sua be-
bida favorita e uma fatia de bolo úmido ou um muffin de blueberry. Ela
tornou- se regular em sua casa ficando até tarde da noite jogando video-
games. Seus companheiros não se importavam com ela vindo, principal-

50
mente porque eles amaram o olhar no rosto de Luke quando ela chutou a
bunda dele no Mario Kart. O único momento em que não passaram juntos
foi nos jogos de futebol. O legado de Olivia voltou para várias gerações, e
Lexi usualmente a seguiu até o seu lugar na traseira do Norte Campus
juntamente com o resto de seus amigos.

Jack normalmente tinha um espaço reservado com seus amigos


no Leste Campus. Ele tendia a voltar para Savannah durante jogos fora
de casa, e Lexi descobriu que ela sentia falta dele mais do que ela estava
disposta a admitir. É por isso que ela tinha designado o domingo como a
noite de filmes deles, onde iria assistir qualquer coisa de Diário de uma
Paixão à Psicopata Americano até 300.

Nesta noite de filme especial, Lexi aceitou facilmente seu abraço


enquanto ela caminhava através de sua porta. Ela aconchegou- se em
seu suéter inalando o cheiro familiar.

— Este fim de semana parecia arrastar-se para sempre. - Lexi


sussurrou em seu ouvido.

— Eu sei. Também senti sua falta. - Ele murmurou direcionando-


a para o sofá. Quando ele olhou para ela novamente, ele disse: — Você
está linda.

Um sorriso esticou em seu rosto.

— Obrigada. Você não parece nada mal também. - Disse ela ba-
tendo seu quadril contra o dele antes de cair contra o sofá de camurça
marrom. Ele caiu ao lado dela. Jogando seu Sperry11 chocolate escuro
sobre o tapete, ela esticou as pernas cruzando- as sobre a mesa de café.

— Então, o que vamos assistir hoje à noite? - Ela perguntou fa-


zendo uma varredura em sua impressionante coleção de filmes.

Antes que ele tivesse a chance de responder, o telefone dele tocou


na mesa. Preparando para ser cortês, Lexi se adiantou para entregá- lo a

11
sapato

51
ele, mas ele foi mais rápido. Ele avidamente agarrou-o da mesa e levan-
tou-se para ler o nome do identificador de chamadas. Depois de uma bre-
ve pausa, ele clicou em um botão para silenciá- lo.

Seus olhos se voltaram para ela e Lexi encontrou seu olhar com
expectativa.

— Eu vou chamá- los de volta. - Disse ele caindo de volta para o


seu lugar ao lado dela. Ele passou os braços ao redor da cintura dela e
puxou- a para seu colo enterrando a cabeça em seu cabelo. — Você cheira
como o céu. - Disse ele tomando uma grande e longa lufada do cheiro.

Ela riu batendo a mão, brincando. — Tomei banho antes de vir.

— Bem... Isso é uma mudança agradável.

Ela bateu- lhe mais forte desta vez empurrando um de seus bra-
ços que estava segurando-a firmemente no lugar.

— Pare de me cheirar como um cão.

— Então pare de cheirar tão bem. - Disse ele respirando-a várias


vezes. Seu rosto estava tão perto de seu corpo que ela quase podia sentir
seus lábios contra seu pescoço nu. Ela parou de se debater e atenta em
como seu corpo estava reagindo a ele por estar tão perto. Sua respiração
se acelerou e seu corpo estava quente por toda parte. Seu nariz roçou le-
vemente contra sua orelha. Ela estremeceu com os arrepios estourando
em seus braços e pelas costas com seu toque. Ele não a deixou ir embora,
e ele não recuou. Isso era novo e ela gostou.

— Deus, eu quero você, Lex. - Disse ele executando uma linha de


beijos até sua linha da mandíbula exposta.

Os olhos de Lexi fecharam por sua própria vontade. Conforme


seus beijos intensificaram se movendo de sua mandíbula para sua orelha
e, em seguida, em seu pescoço, ela suspirou profundamente inclinando a
cabeça para trás para permitir o acesso mais fácil. Ele colocou- a gentil-
mente de volta contra o sofá movendo seu corpo de modo que ele estava

52
pairando logo acima dela com uma perna posicionada entre as dela. Seus
olhos se encontraram brevemente antes de sua boca se mover de uma
bochecha para outra, experimentalmente. Ela suspirou quando ele se
aproximou para seus molhados, lábios trêmulos. Seu desejo mal contido
soltou um gemido quando ele empurrou- se contra ela. Atando seus dedos
por seu cabelo, ela olhou em seus olhos azuis claros de cristal pratica-
mente implorando- lhe para continuar. Ele se inclinou para frente encon-
trando seus lábios. Ela suspirou feliz esperando por esse momento, mas
ele nunca veio. Pouco antes de os lábios dele tocaram os dela, seu telefo-
ne tocou ruidosamente no bolso. Sua atenção vacilou e ele se afastou de
seu corpo.

— Não pare. - Ela insistiu com ele inclinando-se para frente e


plantando um beijo por sua conta na bochecha dele. — Você pode chamar
quem quer que seja de volta. - Ela lembrou. A borda em que ele a deixou
era como tortura. Ela não tinha dito isso, mas ela o queria tanto, e eles
não tinham sequer se beijado ainda.

Ele sorriu carinhosamente e beijou sua bochecha antes de mudar


sua posição em cima dela. Pegando o telefone do bolso, ele deu uma
olhada no nome, mais uma vez silenciou.

— Você está certa eu posso simplesmente chamá- los de volta.

Ele pulou do sofá e rapidamente pegou- a em seus braços. Lexi riu


inesperadamente. Ele sem esforço levou- a para o quarto dele chutando a
porta aberta com o pé. Ela caiu para trás contra o edredom azul marinho,
sua blusa deslizando até quase ao peito. Ela se espreguiçou languida-
mente permitindo- lhe uma visão completa do seu pequeno corpo. Ele se
arrastou desde o pé da cama até seu abdômen e deixou um solitário beijo
ao lado de seu umbigo. Suas mãos passaram pela pele nua, enquanto
viajava para cima de lá. Suspirando satisfeita, ela sentiu os lábios dele
fazer o seu caminho de volta para seu pescoço. Ele correu sua língua con-
tra sua pele macia fazendo-a contorcer- se debaixo de seus músculos on-
dulando.

53
— Oh Jack. - Ela respirava. Trazendo a cabeça para olhar para
ela, ela percebeu que sua respiração estava vinda em sopros curtos. Ela
mexeu os quadris provocantemente primeiro de lado a lado e, em segui-
da, em pequenos círculos assistindo enquanto ele gemia em cima dela.

— Você está tão má.

— Sério? Eu pensei que eu estava sendo muito agradável. - Res-


pondeu ela girando os quadris em uma figura oito.

— Um pouco legal demais. - Ele suspirou fechando os olhos en-


quanto ela passou a língua ao longo de sua orelha. — Você encontrou a
minha fraqueza. - Ele gemeu agarrando os braços com as mãos e empur-
rando- os acima de sua cabeça forçando suas costas contra a cama.

— Bem, se eu achei a sua fraqueza, então você não deveria me


afastar.

Os olhos dela estavam em chamas. Um pensamento e um só pen-


samento preenchia a cabeça dela, ela não queria ficar longe dele. Um sor-
riso bonito de paquera atravessou seu rosto. Ela olhou de seus olhos
azuis de bebê aos seus lábios carnudos e de volta não tendo certeza qual
ela preferia mais naquele momento.

— Eu não quero me afastar, mas eu vou tirar vantagem de você,


se você continuar fazendo isso. - Disse ele rolando para o outro lado da
cama.

Lexi virou sua perna enquanto rolava, montando seu corpo. — Eu


não consegui mesmo um beijo. - Disse ela inclinando- se perto dele. —
Então eu não me sinto como se eu estivesse em grande perigo de ser
aproveitada.

— Você é a garota mais incrível que eu já conheci. - Disse ele ro-


çando os dedos em sua bochecha.

Seus lábios pousou levemente nos dele. Provando seus doces lá-
bios, ela soube imediatamente que ela queria mais. Assim quando ele

54
começou a reagir seu bolso vibrou fazendo Lexi saltar para trás, exaspe-
rada. Ele praguejou sob sua respiração. — Eu já volto. - Disse ele arran-
cando o telefone enquanto ajustava casualmente sua ereção. Ela obser-
vou- o sair do quarto e virar para a porta dos fundos para ficar fora do
alcance dos ouvidos.

Caindo para trás contra a cama, ela suspirou profundamente. Ela


não podia dizer se estava sendo muito para frente. Mesmo que eles só
tenham saído por pouco tempo, ela poderia dizer que ele estava realmen-
te a fim dela. Ela estava inacreditavelmente pronta para ter os lábios de-
le sobre ela. Normalmente, quando ela estava nessa posição, caras esta-
vam absolutamente morrendo de vontade de entrar em suas calças. Não
é que Jack não tivesse agido como ele queria beijá- la, fazer mais do que
beijá- la. Ele simplesmente não tinha, não tinha sequer tentado. Ela res-
peitava que ele a respeitava, mas já era o suficiente. Ela puxou sua ca-
misa de volta no lugar e sentou- se de costas retas contra a cabeceira
preta cruzando os braços sobre os joelhos.

— Desculpe por isso. - Ele pediu desculpas quando veio em torno


do canto.

— Está tudo bem. - Seu sorriso tinha perdido o seu fogo. — Que
tal aquele filme?

Eles se retiraram de volta para a sala de estar, ambos tentando


esquecer que eles estiveram tão perto do corpo um do outro apenas pou-
cos minutos antes. Conforme o tempo passava, os encontros continuaram
cada um com tanto ou mais intensidade que o anterior. Então, eles iriam
parar, sempre um pouco mais longe do que a última vez, mas nunca o
suficiente para Lexi. Ele cativou cada pensamento dela e foi até come-
çando a fazer o seu caminho para os sonhos dela. Na noite anterior, o
sonho dela parecia ter sido tão real. Quando ela acordou encontrou-se em
seu quarto do dormitório, ao invés de envolvida nos braços de Jack, ela
tinha ficado tão exacerbada que ela realmente acordou Jennifer. Era se-
guro dizer que nenhumas das meninas estavam satisfeitas.

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No dia seguinte, Lexi se forçou a sobreviver suas três aulas antes
de dirigir até a casa de Jack. Ela sabia que Jack tinha o dia de folga, e
estava ansiosa para vê- lo. Após o sonho extremamente vívido, ela mal
conseguia se concentrar sem imagens dele pressionado contra sua pele.
Ela bateu na porta para anunciar sua presença. Então, ela abriu-a sem
esperar por uma resposta. Jack estava de pé na sala de estar falando em
seu celular. Ele olhou para a porta quando ela entrou e levantou um dedo
como se para falar que estaria apenas um minuto. Ele se moveu para o
quarto e abriu a porta enquanto ela se sentava no sofá para esperar.

Lexi tinha se vestido com cuidado especial hoje com a esperança


de fazer uma impressão ainda mais vivaz do que o habitual. Mesmo Jen-
nifer cujo aprovação era praticamente inexistente, havia aprovado quan-
do ela tinha escolhido um vestido roxo curto que abotoava ao redor do
pescoço com um decote revelando uma parte de seus seios que faria corar
Hugh Hefner12. Ela tinha combinado com leggings pretas e botas cano
alto Steve Madden. Ela tirou seu casaco cor de ervilha cinza, e depositou-
o no braço do sofá.

Ele entrou na sala e ela ansiosamente pulou de seu assento para


cumprimentá- lo. O sorriso que ele deu de volta para ela era fraco e ele
levantou a mão. — Lexi. - Ele disse o nome dela como se estivesse repre-
endendo- a. Ela não podia evitar, ela irradiava energia. Seus cachos sal-
taram em seu rosto enquanto ela se afastou obedientemente. Ela olhou
para ele preocupada, suas sobrancelhas franzidas em um confuso V.

— Desculpe. - Disse ela sorrindo, brincando tentando jogar fora a


gravidade de sua aparência.

— Não, Lex, está tudo bem. Eu só preciso falar com você sobre al-
gumas coisas. - Disse ele evitando seus olhos. Lexi fez uma pausa em
sua excitação e deu uma boa olhada nele. Grandes círculos pretos rode-
ando seus olhos, como se ele não tivesse dormido na noite anterior du-
rante vários dias mesmo. Obviamente, ele não estava tendo os mesmos

12
dono da mansão da Playboy

56
sonhos que ela. Suas roupas, que estavam normalmente em bom estado,
estavam penduradas fora dele amassadas. Ele não tinha sequer dado
um abraço nela quando ela entrou algo sério estava acontecendo.

— Oh ok. Bem, vá em frente sou todo ouvido. - Disse ela fingindo


ficar otimista, apesar da sensação horrível formando na boca do estôma-
go.

Ele suspirou finalmente encontrando seus olhos.

— Eu tenho uma namorada.

— Você o quê? - Ela praticamente gritou com ele, o choque eviden-


te em seu agora muito pálido rosto.

Sua cabeça caiu para o peito dele e ele não iria encontrar o seu
olhar.

— Ela não mora aqui é por isso que você não encontra com ela.
Estamos namorando desde o colégio. - Ele acrescentou a última parte
em um quase sussurro, sua voz embargada.

— Você deve estar brincando comigo. - Ela gritou lágrimas invo-


luntariamente saltando aos olhos. — Você não pode ficar aí em pé e di-
zer que tudo o que temos é uma mentira. - Ela passou por ele e entrou na
cozinha passando as mãos contra os lados da bancada fria em uma ten-
tativa de acalmar- se. Não funcionou.

— Não é uma mentira.

Ela olhou para ele ferozmente sua mandíbula trancada.

— Como? - Lexi perguntou por entre os dentes, batendo na ban-


cada com as palmas das suas mãos.

— Lex, eu posso explicar.

— Oh, você pode não é? - Ela perguntou virando- se para encará-


lo. — Como você pode explicar?

57
Ele fez uma pausa dolorosamente assistindo o fluxo de lágrimas
pelo rosto.

— Olha eu sinto muito.

— Oh, você sente muito? - Ela respondeu, jogando as mãos no ar.


— Que diferença isso faz? Como isso resolve alguma coisa? Eu não preci-
so de suas desculpas e mesmo assim você ainda não me deu uma expli-
cação. - Ela endireitou as costas e ficou na frente dele com narinas dila-
tadas olhando para baixo. — Você disse que poderia explicar. Bem tente.
Por favor, tente me explicar como isso pode ser possível, eventualmente,
estar ok. Como você pode mentir e enganar- me assim? Todas essas coi-
sas que você disse. - Ela chorou correndo os dedos pelos cachos emara-
nhados. — Deus! Você realmente quis dizer qualquer coisa do que disse?

— Por favor, não chore. Nós não estávamos sequer realmente jun-
tos. - Ela lançou- lhe um olhar de morte. — Eu sei que nós passamos
muito tempo juntos. - Disse ele jogando as mãos em defesa.

— O tempo suficiente para o fato de você ter uma namorada poder


ter vindo à tona, você não acha?

— Sim. Eu queria te contar tantas vezes.

— Não me venha com essa besteira, Jack. Se você queria me di-


zer, então você teria dito. Obviamente, você não queria que eu soubesse.
Você queria duplo mergulho.

— Oh, pare com isso. - Disse ele tomando- lhe os ombros com as
mãos. — Eu parei o que estávamos fazendo antes de qualquer coisa séria
acontecesse.

— Antes de qualquer coisa séria acontecesse. Você está falando


sério? - Ela perguntou o veneno aparente em seu tom.

— Lex... Eu...

58
Ela cortou realmente não querendo ouvir a sua definição do que
era sério.

— É isso que todos os telefonemas eram? Todos os fins de sema-


na em casa? Você estava visitando sua... Namorada.

Ele balançou a cabeça solenemente.

— Você me deixou passar por tudo isso, deixou- me sentir como se


estivéssemos trabalhando em direção a algo, enquanto o tempo todo você
estava desfilando com sua namorada? - Ela perguntou fracamente, a voz
embargada. — Que tipo de pessoa faz isso?

— Lexi, por favor.

Ela não podia ouvi- lo implorando por ela. Ela simplesmente não
podia fazê- lo. De repente, sua voz mudou de desespero para a raiva.

— Então me diga o que sua namorada disse quando contou a ela


que tinha deixado outra garota dormir em sua cama? O que ela disse
quando contou a ela que você trilhou beijos no rosto da mesma garota e
pelo pescoço com inúmeras promessas a mais? Hmm? - Perguntou ela
energicamente empurrando- o para longe dela. — O que ela disse quando
você contou quão bonita você achava que eu era e quanto você nunca co-
nheceu qualquer outra garota tão incrível como eu? Ela estava feliz? Es-
pere, deixe- me adivinhar, você não contou a ela. - Falou ferozmente acu-
sando- o. — Claro que não, porque se você tivesse dito a ela, então ela
seria a única chorando agora. Não eu.

Jack escovou seu cabelo de volta atrás da orelha dele e andou


pra longe dela. — Por favor, Lexi, Deus! Eu não queria que isso aconte-
cesse.

— Você não queria que isso acontecesse? - Lexi perguntou em


descrença. — Deus você está cego? Por que você me chamou pra sair em
primeiro lugar se você estava tão certo em não deixar isso acontecer? –
Ela atirou sua pergunta pra ele raivosamente. — Você não tinha que fa-

59
zer isso. Eu estava indo embora. Você podia e deveria ter apenas ter dei-
xado como estava. Apenas me responde isso, desde que você não parece
poder me responder mais nada.

— Eu hesitei. - Ele começou fracamente. — Eu não ia te chamar


pra sair, mas eu pensei que eu poderia te deter. Que poderíamos apenas
ser bons amigos e talvez você pudesse até conhecer Danielle. Então a
gente começou a sair e eu estava tão mergulhado nisso depois da primei-
ra vez que a gente saiu. Você erámos... Somos. - Ele se corrigiu. — Incrí-
veis. Eu não queria parar o que tínhamos e eu nunca quis machucar você
assim. Mas quando eu percebi que eu devia te contar sobre Danielle era
tarde demais.

— Você está certo. É tarde demais. Adeus Jack. - Ela disse em-
purrando-o contra a porta da despensa, apanhando seu casaco do sofá e
marchando em direção à saída.

— Lexi. - Ele chamou se apressando depois dela. Ele fechou em


seu cotovelo e girou ela de volta. — Eu te disse por que eu quero que ain-
da sejamos amigos. Eu não queria ferir você.

— Não me invente essa. - Ela zombou lutando para libertar seu


braço. Ele segurou apertado, não deixando ela se soltar. — Me deixe ir. -
Ela gritou em advertência.

Ele ignorou a ordem dela.


— Eu não estou inventando nada. O tempo não é o certo para nós,
mas eu não penso que isso signifique que não haverá um tempo para
nós. - Ele disse seus olhos azuis implorando. — Por favor, Lex.

— Você me diz que tem uma namorada. Uma namorada seria de


que dois ou três anos? – Ele assente. — Então você me diz que o tempo

60
não é certo pra nós, mas você acha que você possa querer ficar comigo no
futuro? Como você pode sequer pedir isso de mim? Quanto mais egoísta e
estupido você possivelmente pode ser?

Ele estremeceu quando ela o repreendeu.


— Não estou pedindo para você me esperar.

— Bom porque isso nunca vai acontecer. - Ela diz sob a respira-
ção.
Ele forjou adiante.
— Eu só quero dizer, não desista disso. Agente nem mesmo come-
çou e eu não quero que a gente termine.
— Você está certo. Nós não começamos e nunca iremos. Graças a
Deus isso acabou antes que eu deixasse você me enganar por mais tem-
po, antes de eu efetivamente adquirir sentimentos por você. – Ele estre-
meceu novamente. Ela estava dizendo essas coisas só para machuca- lo
agora e estava funcionando. — Agora, me deixe. Ir. - Ela mandou indi-
cando com sua testa que ela ainda estava presa firmemente pelo cotove-
lo.
— Eu realmente sinto muito Lex. - Ele disse finalmente liberando
ela.
— Poupe isso. - Ela disse cortando qualquer retorica. — Apenas
me faça uma coisa Jack. - Ela empurrou aberta a porta da frente.
— Qualquer coisa. - ele se ofereceu ansiosamente.
— Se eu vier a falar com você novamente, nunca minta para mim.
- Ela disse conforme ela fechou a porta com força atrás dela.

61
Capitulo 03

Esse velho sentimento familiar

Mas quando me toca desse jeito

E me abraça assim

Eu tenho de admitir

Que tudo está voltando para mim

Celine Dion "It's All Coming Back To Me Now"

Dias Atuais:

Abra a porta.

Não abra a porta.

Abra a porta.

Lexi parou na frente da porta preta lisa com a maçaneta de prata


descansando na palma da mão, a indecisão distorcendo suas feições. A
fechadura já havia sido aberta com a chave de metal minúscula ainda

62
saindo do buraco. A bagagem brilhante Roxo Betsey Johnson posta sobre
o tapete estampado azul e creme. Ela havia chegado tão longe. Não havia
como voltar atrás. Respirando fundo, Lexi torceu a maçaneta e abriu a
porta revelando o apartamento de Jack.

Ajustando a capa preta de seu laptop com C em glitter da Coach,


Lexi levantou sua bagagem de mão em seu ombro e jogou sua bolsa preta
por cima dela. Segurando a alça de sua mala de rodinha, ela abriu a por-
ta, para o corredor e para dentro da sala de estar. Ela sorriu para si
mesma observando as diferenças notáveis entre suas residências. Ela
sabia que, apesar de seu apartamento ser o dobro do tamanho do dela,
ela provavelmente pagou muito mais entre os dois. Ela reconheceu os
móveis de camurça marrom que ele tinha possuído na faculdade que foi
reconfortante saber que algumas coisas não mudam. A mobília estava de
frente para uma tela plana Sony montada, Xbox 360, Playstation 3, e o
som ligado em um receptor assassino. Duas estantes pretas estavam em
ambos os lados da TV, cada uma transbordando com DVDs. Uma varie-
dade de discos de vinil famosos cobria uma parede com uma cópia origi-
nal do álbum White dos Beatles orgulhosamente exibida no centro. Portas
de vidro deslizantes abriam para uma varanda pequena expondo o hori-
zonte de Atlanta abaixo. Para a esquerda era uma cozinha de aço inoxi-
dável com bancada de mármore preto e um bar, onde três bancos almo-
fadados vermelhos ficavam. Lexi espreitou para a sala ao lado e encon-
trou uma pequena sala de jantar com quatro cadeiras de encosto alto en-
fiadas em uma mesa de madeira retangular.

Lexi se aventurou pelo corredor direito depois de deixar as malas


descansando contra o sofá. Ela escolheu a porta na primeira à esquerda
e entrou na grande suíte master. Cada peça de mobiliário estava em bom
estado e pareceu como se tivesse sido transferida diretamente de uma
loja de móveis ―Ashley‖. A profunda coleção de noz parecia requintada
contra as paredes revestidas de caramelo. Lexi parou na porta. Ela não
queria ultrapassar os seus limites e estar em seu quarto a fez sentir como
se ela pudesse estar invadindo a privacidade de Jack.

63
Fechando rapidamente a porta, ela se virou e encarou a outra ad-
jacente. Ela assumiu que este seria o quarto de hóspedes que Jack tinha
mencionado. Ela prendeu a respiração com a visão assim que ela olhou
para o quarto. Ela se sentiu como se tivesse viajado no tempo. O quarto
foi projetado em réplica exata de seu apartamento da faculdade.

Ela piscou algumas vezes, se perguntando se ela estava aluci-


nando, mas as coisas permaneciam do mesmo jeito. Memórias detalha-
das inundaram sua visão e ela respirou fundo. Tinha certeza de que deve
ser por acaso que ele havia projetado desta maneira. Afinal de contas,
somos todas criaturas de hábito. Se ele gostava de uma maneira uma
vez, então ela tinha certeza de que ele deve ter apenas arranjado dessa
forma subconsciente. Não tenho certeza se ela gostava de ter memórias
correndo sua mente sobre o quarto... Aquela cama, ela correu de volta
para a sala, pegou sua bagagem e distribuiu no quarto. Recuperando o
seu estado de compostura, ela rapidamente se despojou em um top de
cetim vermelho e shorts.

Apesar do fato de que ela tinha tomado um vôo noturno para a ci-
dade e que ela havia trabalhado por quase quinze horas seguidas no dia
anterior, Lexi não podia sequer imaginar adormecer ainda. Jack estava
em viagem de negócios até a manhã seguinte, então ele ofereceu- lhe o
quarto de hóspedes, em vez de ter que tomar um táxi de 45 minutos fora
da cidade para a casa dos seus pais. Ela tinha sido cautelosa no início,
ainda mais cautelosa agora que ela estava realmente situada em seu
apartamento com todas as vistas e os cheiros familiares em torno dela.
Mas ela acabou aceitando. A conveniência do arranjo tinha se desenhado
nela. Ela estava começando a se arrepender seu momento de fraqueza.

— Hola chica. - Lexi proferiu em seu telefone celular. Ela fez seu
caminho de volta para a cozinha para procurar alguma coisa para ocupar
a sua mente do fato de que ela estava no apartamento de Jack. Vascu-
lhar seus armários, ela concentrou a atenção na caixa de Shark Bites.
Depois de pescar um pacote, ela tirou uma Coca- Cola da geladeira e co-
locou sobre o balcão.
64
— Alexa! - Chyna gritou através do estridente ruído de fundo.

— Onde está você?

— O quê? - Chyna gritou ao telefone. Um riso rompeu a linha.

— Chyna, onde está você?

— Espere um pouco. Dê- me um segundo. - Lexi puxou o telefone


de sua orelha para anular as vibrações Techno detestáveis explodindo
através da linha. Um curto minuto depois, o barulho começou a desvane-
cer. Em seguida, ele se transformou em apenas um zumbido de fundo. —
Alexa, eu sinto muito. - Ela balbuciou um pouco para o receptor, clara-
mente embriagada.

Lexi riu.

— Você está bêbada. - Ela deveria ter adivinhado que Chyna es-
taria nessa condição em um sábado à noite. Ela a conhecia há muito
tempo e isso foi praticamente par para o curso.

— Pshii, eu estou apenas um pouco embriagada. É o meu estado


natural de ser, mas você sabe disso. E aí?

— Só queria que algum outro ser humano soubesse que eu pousei


bem.

— Oh fantástico. - Disse ela dando outra risada através da linha.

— Você não parece preocupada. - Disse Lexi fingindo sentimentos


feridos.

— Por que eu deveria estar preocupada? Voar é muito mais seguro


do que dirigir. - Disse ela calmamente. — Pare, pare. - Ela gritou, obvia-
mente, flertando com um cara aleatório.

— Eu conheço o homem escolhido para hoje à noite? - Lexi per-


guntou abrindo o refrigerante e tomando um longo gole.

65
— Eu não tenho ideia do que você está falando. - Ela fingiu ino-
cência.

— Claro... Certo.

— Ohhhh...

— Você está gemendo no telefone? Sério Chyna? Você pode rela-


xar por um segundo para falar com a sua melhor amiga que acabou de
viajar milhares de quilômetros longe de casa?

— Você é de Atlanta então é como ir a sua casa longe de casa. En-


tão... Não, eu não estou preocupada. - Lexi a ouviu enxotar seu cara, no
entanto.

— Estou trancada no apartamento do meu meio ―não- ex- namo-


rado‖, e você não está preocupada?

— É assim que você se refere a mim? - uma voz questionou por


trás dela.

Lexi virou em surpresa. Sua boca se abriu e o telefone escorregou


da sua mão batendo no piso de cerâmica, quebrando em vários pedaços.
Ela estava em coma borderline 13.

— Jack.

Ele parecia exatamente como ela se lembrava dele. Talvez um


pouco mais bonito. Ele encostou- se no batente da porta da cozinha, uma
perna cruzada sobre a outra, com as mãos apoiadas nos bolsos olhando
para ela com seus penetrantes olhos azuis. Seu cabelo castanho desgre-
nhado estava ao seu comprimento favorito, pouco antes de ele precisar de
um corte de cabelo. Calças pretas com riscas de carvão caíam folgada-
mente sobre seus quadris estreitos. Uma camisa de manga comprida pre-
ta estava aberta no pescoço, onde a gravata carvão tinha sido solta do
seu lugar, um casaco combinando havia sido deixado desabotoado. Um

13
Transtorno de personalidade, sem reação esperada.

66
sorriso cruzou seu rosto enquanto seus olhos percorreram o corpo seminu
dela. Lexi não poderia realmente estar envergonhada que ele a viu em
suas ridiculamente roupas de dormir pequenas. Vamos ser honestos, ele
a tinha visto em menos.

Ela podia sentir seu coração através de seu peito como um corre-
dor de maratona com a visão dele. Seu corpo parecia congelado no lugar.
Ela não estava preparada para isso. Ela achava que ela teria toda a ma-
nhã para parecer apresentável e obter- se no estado de espírito certo. Em
seguida, ela teria sido capaz de enfrentá- lo. Mas isto era completamente
inesperado. O que ele estava fazendo aqui? Ele não deveria estar de vol-
ta até amanhã.

Seu sorriso aumentou com o choque aparente dela.

— Eu acho que surpresa realmente não cobre isso, não é? - Ele


perguntou, inclinando- se para frente recuperando as peças soltas de seu
telefone celular que tinha espalhados pelo chão de azulejo frio.

— Não... Não exatamente. - Ela disse. Ela viu quando ele deslizou
a bateria de volta no lugar, garantiu o apoio e ligou- o. Lexi sentiu um ar-
repio na espinha quando o seu olhar retornou para ela. Estendendo a
mão, ele entregou- lhe de volta o celular deixando suas mãos se encosta-
rem brevemente. Lexi elogiou a si mesma por não recuar. — Então. - Ela
começou a limpar a garganta. — O que você está fazendo aqui?

— Eu moro aqui. - Disse ele sorrindo para ela.

Lexi revirou os olhos.

— Jack, vamos lá. Que você está fazendo aqui? Você não deveria
chegar até amanhã.

— Uau, Lex. - Disse ele usando seu apelido, como se tivesse sido
ontem, quando ele estava em Nova York com ela. — Nenhum, Olá, como
você está? Nenhum, oh meu Deus, eu senti sua falta? Nem mesmo um
abraço? Mas que diabos?

67
Lexi não se conteve. Ela deu uma risadinha. Este era o Jack que
ela conhecia e amava.

— Olá. Como vai você? Oh meu Deus, eu senti sua falta. - Disse
ela lançando seu telefone em cima do balcão. Ela balançou os braços em
volta dele pra valer batendo seu corpo contra o dele. Ele a puxou e gen-
tilmente envolveu seus braços em sua cintura pequena. O que ela tinha a
intenção de ser apenas um pequeno abraço quase de desprezo mudou
instantaneamente enquanto sentia a respiração dele nela.

— Eu sei que você só estava brincando, mas realmente é bom ver


você. - Ele sussurrou em seu ouvido.

Quando eles se afastaram, ela viu como Jack deu um passo a


mais distante dela. Seus olhos tinham brilharam azul cristalino e parecia
estar olhando diretamente através dela. Ela sabia o que aquele olhar
significava e todos os músculos do seu corpo queria que ela avançasse
para ele. Foi com grande esforço que ela quebrou o olhar determinada e
deu mais um passo para trás. Isso ia ser mais difícil do que ela pensava.

Lexi estendeu a mão e escovou os cabelos atrás das orelhas vá-


rias vezes ansiosamente. Era um hábito que ela nunca tinha sido capaz
de parar. Mesmo quando ela fez isso, ela sabia que estava se entregan-
do, mas ela realmente não poderia evitar. Como se salva pelo gongo, seu
telefone começou a zumbir ruidosamente na bancada. Lexi girou e silen-
ciou o ruído. Ela olhou para a tela gemendo quando viu o rachado em to-
da a superfície. — Hey. - ela disse respondendo a linha.

— O que diabos aconteceu Alexa? - Chyna gritou para o outro la-


do da linha. — Eu tenho tentado o seu celular por cinco minutos. Você
está bem? Aconteceu alguma coisa? Você foi roubada?

Lexi podia ouvir a preocupação evidente em sua voz. De repente,


Chyna parecia sóbria e muito séria. Nem um pingo de sua atitude extra-
vagante anterior mostrou- se completamente. Zero pensamento de Chyna
ou realmente qualquer coisa considerada coerente tinha passado pela

68
sua cabeça depois que Jack entrou no quarto. Ela estava com vergonha
de que ela não tinha ligado à Chyna de volta imediatamente. Ela se sen-
tiu ainda pior sabendo que sem o seu telefonema ela não teria se lem-
brado de alguma maneira.

— Não, não, nada disso. Eu fiquei surpresa e deixei cair meu celu-
lar.

— O que poderia surpreendê- la a ponto de não me ligar de volta?


- Perguntou ela. Lexi contemplou responder a isso, mas não teve a chan-
ce assim que Chyna engasgou na outra linha. — Você disse que não es-
taria aí.

Lexi olhou para Jack que olhou ironicamente. Ela praticamente


podia ler seus pensamentos. Ha. Ha. Você está na merda agora. Um ru-
bor subiu seu pescoço e conseguiu um tom rosa claro em suas bochechas.
Chyna estava praticamente gritando através do outro lado da linha, e
Lexi não tinha certeza se Jack foi capaz de ouvi- la.

— Eu não sei o que você está falando. - Disse ela mentindo atra-
vés dos dentes.

Jack levantou uma sobrancelha e boca com ela,

— Eu pensei que nós superamos isso.

Ele quis dizer a mentira, mas Lexi apenas deu de ombros igno-
rando seu olhar penetrante. Ela não tinha nenhum desejo de falar com
Chyna sobre a chegada inesperada de Jack, especialmente enquanto ele
estava parado na sua frente ouvindo cada palavra.

— Alexa, você sabe exatamente o que eu estou falando! Você não


pode ficar sozinha com ele em qualquer circunstância. Nós conversamos
sobre isso. Lembra?

Chyna estava falando tão alto que, Lexi tinha que puxar o telefone
longe de sua orelha.

69
— Sim, eu sei que nós conversamos sobre isso. Mas suas preocu-
pações são completamente irrelevantes. - Afirmou bruscamente.

— Não me venhas com merdas, Alexa Mae Walsh! - Lexi não po-
deria deixar de rir. A única vez que Chyna já a chamou pelo nome com-
pleto era quando ela estava absolutamente furiosa, o que fez toda a situ-
ação ainda mais engraçada para Lexi. Suas endorfinas estavam comple-
tamente tomando conta, ela mal podia encontrá- la em si mesma para se
importar com o que qualquer pessoa pensava.

— Acalme- se. Acalme- se. - Lexi silenciou ela, sentindo auto-


consciente que Jack continuava a assistindo atentamente. Ela tentou
desviar os olhos enquanto ele facilmente retirou à jaqueta e segurou- a
em seus braços. Ele parecia tão bom que era difícil resistir de olhar.

— Eu não estou calma, porra!

— Eu percebo isso. Mas eu tenho que ir. - Lexi disse abruptamen-


te, já querendo sair da conversa.

— Não, você precisa ir embora. Vá pegar um táxi. Eu pago. -


acrescentou apressadamente.

— Te amo Chica. - Lexi disse fechando o telefone levemente.

Seu telefone se iluminou em sua mão novamente, mas ela trocou


para o modo silencioso e virou a tela voltada para baixo. Sem mais inter-
rupções. O silêncio na sala era desconcertante. A última vez que ela tinha
estado a sós com Jack, ela estava em um estado de histeria. A vida com
Jack geralmente era um estado de histeria. A montanha russa de emo-
ções dela andava quando estava diante dele contorcendo seu estômago e
deixando todas as terminações nervosas de pé com total atenção. A es-
tranha euforia que se instalara sobre ela com o toque familiar de suas
mãos circundando a tinha dissipado com lembrete de advertência urgen-
te de Chyna.

Ele não deveria estar aqui.

70
Ainda mais importante Lexi tinha jurado que não seria aprisiona-
da por ele novamente, isso incluía encontrar- se a sós com ele.

— Bem, foi bom ver você. - Lexi começou caminhando em direção


ao batente da porta. Infelizmente, ele não se moveu nem um centímetro.
Ela sentiu seus seios, cobertos apenas por uma fina peça de material
frágil, encostar contra o braço dele quando ela passou. Segurando em um
suspiro, ela caminhou o mais rápido possível em direção ao quarto de
hóspedes.

— Bom ver você? - Ele questionou seguindo pelo corredor. — Nós


não nos falamos há dois anos, eu surpreendo você aqui e tudo o que você
tem a dizer é bom ver você?

Lexi deixou as unhas cavar em sua palma. O choque de dor era a


única coisa que a segurava de bater nele violentamente.

— Bem, é bom ver você também. - respondeu Jack, com tom de


voz calmo, neutro.

Ela forçou um meio sorriso em sua direção. Clicando no botão pe-


queno na parte traseira de sua mala, Lexi sentiu a liberação da alça. Sua
mão estendeu para frente de recuperar o resto de sua bagagem.

— O que você está fazendo?

A seriedade em sua voz a surpreendeu, ela olhou para aqueles


olhos azuis claros com surpresa. Algo tinha mudado. Um lampejo de dú-
vida lançou em suas feições, sua boca formou um círculo com uma per-
gunta que pairava fora de seus lábios delicados.

— Você não pode partir. - Afirmou simplesmente, um comando não


um pedido.

Lexi balançou a cabeça. Isso era tão típico.

— Eu posso e vou.

— Lex, por favor, eu não quero que você saia.

71
— Eu sei que isso pode ser uma surpresa para você, mas não é
sempre sobre você, ao contrário do que você pode pensar que você sabe,
eu não me importo com o que você quer. - Disse Lexi lutando para manter
a calma.

Ele reposicionou- se de forma semelhante no batente da porta.

— Você não estaria aqui se você não quisesse.

— Eu não vim aqui por você. - Ela cuspiu.

Ele acenou com a cabeça em concordância simulada.

— Então por que você veio?

— Eu vim aqui pela sua noiva nojenta. Eu vim aqui... - Ela pau-
sou, caminhando lentamente em direção a ele. — Para ajudá- la a não
cometer o mesmo erro que eu cometi. - A raiva continuou a brotar dentro
dela especialmente desde que a sua expressão ainda não havia alterado
em seus comentários.

— Isso é bom, exceto a parte sobre a minha noiva. Eu não tenho


uma. - Um sorriso espertinho fez o seu caminho levemente em seu rosto.

— Oh detalhes. - Disse ela acenando com a mão no ar com des-


dém.

— Eu diria que é um detalhe muito importante.

— De qualquer maneira. Ela é sua namorada. Certo? Isso não


mudou durante a noite? - Jack balançou a cabeça confirmando que nada
havia mudado. — Bem, então eu deveria estar indo. - Ela agarrou sua
mala de rodinhas e caminhou em direção à saída.

— Você ficaria se ela não fosse minha namorada? - Ele perguntou


deixando- a passar por ele.

Ela parou de repente e se virou. Seus lábios estavam apertados;


mandíbula presa. — Você nunca muda.

72
— Oh, vamos lá. Estou brincando com você. - Disse ele avançando
e tocando a mão dela, extraindo cuidadosamente a mala de sua mão. —
Se você se sente ofendida por que eu voltei todo o caminho de Nashville
só para te ver, para me certificar que você estava bem, então tudo bem,
saia. Vou chamar um táxi ou levá- la eu mesmo.

Um suspiro perturbado saiu de sua boca. Como poderia ele sem-


pre fazer isso? De alguma forma ele tinha virado tudo contra ela. Agora,
ela era a vilã por tentar sair da sua casa. Ela era o cara mau por querer
sair quando ele tinha feito todo esforço para conseguir que ela ficasse.
Ela era a vilã, apesar da inesperada aparição indesejável dele.

— Talvez você devesse fazer isso. - Ela conseguiu sair. Ela se sen-
tia muito mal, embora ela soubesse que era a coisa certa a fazer. Ela não
podia estar aqui. Sua história os impedia de ser casual, de serem apenas
amigos.

O rosto dele caiu. Ele estava esperando que ela desistisse. — Vo-
cê realmente quer dizer isso? Você não quer sair por uma hora? Uma
meia hora? - Ele implorou. — Em nome dos velhos tempos?

— Jack eu não posso. Você não pode pedir isso de mim. - Sua voz
saiu apenas mais alto do que um sussurro.

Ainda segurando a alça da mala, ele arrancou de volta e proteto-


ramente colocou atrás dele.

— Eu estou pedindo isso de você. - Ele deu um passo mais perto.


— O que você realmente acha que vai acontecer? As coisas são diferente
agora, Lex.

Quando ela olhou em seus lindos olhos azuis, ela não conseguia
deixar de pensar que as coisas não eram assim tão diferentes para ela.
Ele tinha, obviamente, seguido em frente e rapidamente, mas esse não
era o caminho que tinha acontecido no mundo dela. Ela tentou seguir em
frente... Sem sucesso. No fundo ela sabia que, se ele se inclinasse para
beijá- la naquele momento, ela não seria capaz de resistir a ele. Por mais

73
que esse fato a irritasse, era a verdade. Mesmo depois de tudo. Sua gar-
ganta estava fechando tornando difícil para ela engolir. Como ela poderia
recusá- lo quando tudo o que ela queria fazer era ficar e estar perto dele?

— Olha, eu só quero que você se sinta confortável. Se eu só posso


ter dez minutos do seu tempo antes de amanhã, então eu acho que eu
poderia me contentar com isso. Se você preferir me deixar e voltar na par-
te da manhã quando nós deveríamos nos encontrar, eu posso fazer isso
também. Ou se preferir nós podemos ficar juntos a noite toda, relembran-
do ainda que significa que deve ser em sofás separados. - acrescentou
animadamente. — Que seria a opção que eu prefiro.

Ela hesitou antes de falar.

— Jack eu...

— Você vai dizer que você não pode, mas você pode. Você só não
vai. - Disse ele dando um passo em seu espaço pessoal. Ela podia sentir
o calor vindo do seu corpo, sentir o cheiro da colônia que ele usava o que
teve sua mente lugares que não deveria.

— Pare, pare. - Ela murmurou tropeçando para trás. — Você sabe


o que está fazendo, você pode simplesmente parar com isso. Se eu vou
ficar, vai ser porque eu quero. Não é porque você está usando todos os
seus malditos poderes mágicos sedutores em mim.

Ele parecia estar se divertindo enquanto ele olhava pelo corredor


para ela.

— Eu tenho poderes mágicos agora?

— Não haja como você não soubesse o que eu estou falando. - Ela
olhou para ele.

Ele ergueu as mãos em derrota.

— Tudo bem. São poderes mágicos. Agora você vai ficar por favor?

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— Tudo bem. - Ela disse apenas parcialmente relutante: — Eu vou
ficar.

Seu sorriso era elétrico, tão atraente como sempre. Ele marchou
pelo corredor e jogou os braços em volta dela levantando- a sem esforço
do chão. Uma risada escapou de seus lábios enquanto ela apegou- se a
ele por apoio. Ele rapidamente a colocou de volta em seus pés não que-
rendo pressionar sua sorte.

Depois de uma curta pausa em que Jack trocou para uma familiar
desbotada camiseta verde e short preto, os dois acomodaram- se em so-
fás separados na sala de estar. Jack ligou a TV colocando nas predições
do futebol universitário do canal ESPN como ruído de fundo. Lexi recostou
contra a camurça marrom. Seus olhos examinaram o espaço concentran-
do- se em coisas que ela não tinha notado antes. Duas cópias da Sports
Illustrated, um exemplar velho do Wall Street Journal e num canto da
Maxim foram colocados contra a mesa de café caramelo. Pesados porta
copos para bebidas em mármore preto estavam em uma pilha limpa com-
binando com um gabinete de correspondência. Uma luminária vintage
ficava sobre uma mesa de canto. Não havia um único porta- retratos na
sala. Enquanto pensava sobre isso, ela não conseguia se lembrar da
existência de um único porta- retratos em toda a casa semelhante a um
quartel do exército. Quando eles estavam na faculdade, ele tinha uma
série de porta retratos de sua família na casa de campo de seu pai quan-
do ele era mais jovem, atos ridículos capturados com ele entre seus ami-
gos de faculdade e algumas fotos incríveis que ele tinha tirado ele mesmo
quando ele tinha estado em uma aula de fotografia por um semestre.
Agora, nada disso estava aqui. Era como se ele tivesse apagado o seu
passado. Lexi sentiu repentinamente fora do lugar. Ela era uma parte de
seu passado que ele tinha facilmente se livrado. Ela deixou seus olhos
descansar novamente em Jack conforme ela colocou o cabelo atrás das
orelhas várias vezes, sabendo muito bem que ela estava se entregando.

— Por que você está tão nervosa? - Ele perguntou, apoiando o


braço sobre o encosto do sofá e fixando-a com um olhar atento.
75
— Eu não estou nervosa. - Ela murmurou.

— Você está fazendo aquela coisa com o seu cabelo. - Disse ele
apontando assim que uma mecha foi colocada atrás da orelha.

Ela se pegou fazendo isso e rapidamente agarrou a mão para


baixo a seu lado.

— É meio que agradável, mas você sempre faz isso quando você
está nervosa ou ansiosa.

— Bem... Eu não te vejo há um bom tempo. Eu simplesmente não


posso acreditar que estou realmente aqui.

— Eu também não posso acreditar que você está realmente aqui.

Os olhos de Lexi fizeram o seu caminho de volta para ele.

— Ei, essa camisa!

Ele olhou para o que ele estava vestindo.

— Sim?

— Oh meu Deus, você está vestindo a camisa carnaval. - Disse ela


vendo o contorno gasto de uma roda- gigante.

— Oh sim. Eu acho que é. Isso é a coisa mais confortável que eu


tenho. - Ela olhou mais sua mente girando. — Você ainda tem a sua?

Ela riu convulsivamente, em seguida, correu para o quarto de


hóspedes. Quando ela voltou, ela tinha uma camisa verde frágil na mão.
O material tinha vários pequeno rasgos. Ela tinha sido lavada e usada
tantas vezes que era praticamente pura. Ele acenou com a aprovação
apenas um pouco surpreso que ela ainda possuía a coisa. Ela jogou a
camisa na parte de trás do sofá e recostou novamente.

Depois de uma breve pausa, Lexi falou novamente.

76
— Então o que Danielle e Kate contaram para a nova garota?
Quer dizer, eu estou supondo que é com quem ela falou.

— Sim, ela conheceu as duas. Foi quase tão estranho quanto ligar
para você. Bem, talvez não tão estranho. - Seus olhos se estreitaram
quando ele piscou para ela e mostrou a língua. — De qualquer forma,
Danielle concordou imediatamente. Felizmente, ela não tinha dúvidas so-
bre encontrar Bekah. Ela e eu terminamos em condições suficientemente
boas você sabe, para não ser um problema.

Lexi deu uma risadinha.

— Isso não é como eu me lembro.

— Felizmente é assim que ela se lembrava. - Disse ele suspiran-


do. — Eu não tenho falado com ela muito desde então, mas sua irmã vive
em Atlanta agora, então ela veio e ficou com ela no fim de semana.

— Ela ainda vive em Savannah? - Lexi pensou que era bem- hu-
morado que ela era capaz de ter esta conversa. Quando ela descobriu
pela primeira vez que Danielle sequer existia, ela estava tão furiosa que
ela estava certa de que ela nunca iria falar com Jack novamente e muito
menos passar algum tempo com ele.

— Sim. Ela está casada agora com algum caipira que abandonou
a escola no ano em que me formei. Ele é um verdadeiro vencedor. - Acres-
centou presunçosamente... — Ela está criando seus dois filhos de um ca-
samento anterior e ela está grávida de outro. Você poderia apenas dizer
quando ela estava aqui. Enfim, ela disse a Bekah nossa história, que nós
namoramos na escola e no meu primeiro ano ou mais de faculdade. A
coisa distância. - Afirmou vagamente. — Não deu certo para nós e assim
nós terminamos. Fim da história.

— Portanto, nada sobre mim, então? - Lexi perguntou apenas ten-


tando obter todas as informações que podia.

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— Uh... Eu nunca disse a ela sobre você. - Jack disse mudando
desconfortavelmente.

— Oh, bem, isso é provavelmente melhor. - Disse ela tentando não


transmitir suas emoções com muita força. Havia muitas razões para Jack
e Danielle terminar. À distância e Lexi foram apenas duas de muitas.
Mas se Danielle não tinha dito nada sobre as outras razões, Lexi não ia
ser aquela a trazer à tona. — E quanto a Kate? Obviamente, ela falou de
mim, então eu tenho certeza que a sua história era interessante. - Afir-
mou sarcasticamente.

— Urgh. - Ele gemeu. — Não temos que falar de Kate? Eu sei como
você se sente sobre ela. Sei como ela se sente sobre você. E agora Bekah
sabe como Kate se sente sobre você. E vamos apenas dizer, não era uma
conversa que eu queria estar presente.

— Oh. - Lexi respondeu ligeiramente surpresa. Ela realmente não


tinha pensado sobre o que Kate poderia ter dito sobre ela além do habi-
tual. Lexi tinha estado tão preocupada com o que ela ia dizer a Bekah,
que não tinha sequer passado em sua mente o que Kate poderia ter dito
sobre ela. — Será que ela alegou que eu era a razão que você não se
comprometer com ela? - Ela perguntou finalmente.

Ele soltou um sopro de ar.

— Não exatamente, mas você não ajudou em nada.

— Eu? Você foi o único...

Ele cortou.

— Eu disse, não vamos falar de Kate.

Ela se acalmou, o peito arfante para cima e para baixo em uma


explosão familiar de raiva.

— Tudo bem.

— O que você vai dizer a ela? - Ele perguntou hesitante.

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Ela balançou a cabeça pensativa. Ela ainda não tinha certeza. No
início ela tinha certeza que iria dizer a sua namorada como Jack era uma
pessoa terrível horrível e que era melhor Bekah ficar longe antes que as
coisas degringolassem. Afinal de contas, era o que ela tinha dito a Chyna
que ia fazer. Isso é o que ela gritou para Jack no corredor. Mas, depois de
finalmente estar em sua presença, Lexi não tinha certeza se ela poderia
fazê- lo. — Eu não tenho certeza ainda.

— Há tanta coisa que você poderia dizer a ela. - Afirmou vaga-


mente. Lexi poderia dizer que ele parecia um pouco ansioso sobre toda a
situação.

— Eu sei. - E ela tem. Sua história voltou há seis anos e o fato de


que eles não estavam juntos fizeram toda a história mais suculenta.
Também tornou centenas de vezes mais prejudiciais para ele dependen-
do do que Lexi revelaria.

— Você quis dizer o que disse no quarto? Que você estava indo
pra dizer para não cometer o mesmo erro que você.

— Eu quis quando eu disse isso. - Ela ofereceu. — Mas eu estava


com raiva e agora eu não tenho tanta certeza.

— Eu acho que é uma coisa boa. - Disse ele sendo otimista com as
perspectivas. Ela poderia dizer que ele queria fazer mais perguntas. Para
descobrir se ele era o erro que ela tinha falado, ou se havia algo mais es-
pecífico, mas ele segurou sua língua. Lexi foi grata por isso. Ela realmen-
te não quer ter a conversa.

Lexi empurrou o cabelo para trás da orelha novamente antes de


fazer a pergunta que estava incomodando ela desde que Jack ligou pela
primeira vez.

— Por que você não contou a ela sobre mim? Você tinha que saber
Kate ia dizer alguma coisa.

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Ele passou as mãos pelo cabelo várias vezes pensando sobre a
questão. Ele ajustou a sua posição de modo que ele estava deitado com a
cabeça contra o apoio de braço antes de se dirigir a ela. — Eu não queria
que ela soubesse sobre você. Eu... - Ele fez uma pausa para recolher os
seus pensamentos mais uma vez. — Eu conheci Bekah logo depois que
você e eu... Bem... Você sabe. Eu não tinha nenhum interesse em namo-
rar ninguém. Mas quando eu disse que ela era tão persistente quanto eu
sou, eu não estava mentindo. Após alguns encontros pouco notáveis com
ela eu terminei tudo.

Lexi olhou para ele surpreso. Ela tinha assumido que seu relacio-
namento era perfeito. Foi refrescante ouvir que não era. — Por quê? O que
aconteceu? - Ela perguntou curiosa.

— Ela não era você.

Lexi engoliu em seco. Ela só queria gritar com ele por não ligar
mais tarde, por não ligar um mês depois, um ano depois. Tudo poderia
ter sido arrumado, se ele apenas tivesse ligado. Mas ao invés disso ele
estava com outra mulher. Agora, a distância entre eles era insuportável.

— Bekah não aceita um não como resposta. - Ele continuou. —


Quando eu estava praticamente catatônico depois que eu saí de Nova
York, ela lentamente me tirou de tudo isso. Parei de tentar te ver nela,
descobri que os próximos encontros foram muito melhor. Achei que eu po-
deria gostar dela. Logo estávamos juntos o tempo todo. A relação evoluiu
rapidamente a partir daí.

Lexi suspirou profundamente. A maneira como seus olhos se ilu-


minaram com a menção de seu relacionamento doeu em Lexi. Ela poderia
dizer que Bekah o fazia feliz... Mais feliz do que jamais tinha sido capaz
de fazê- lo. Seu relacionamento era tudo o que ela esperava com Jack,
mas nunca tinha sido oferecida.

— Eu não sei o quanto mais você quer saber, mas Bekah queria
morar comigo quando seu contrato acabou. Seus pais são muito bem de

80
dinheiro e ajudam financeiramente. Eles disseram a ela que iriam cortar
a ajuda se ela for morar com o namorado antes de ficar noiva. Isso quase
é, onde estamos agora.

— Então, não é porque ela quer se casar tão desesperadamente?


Trata- se de dinheiro e ir morar com você? - Lexi perguntou tentando pro-
cessar esta nova informação. Jack fez a situação de Bekah parecer muito
mais... Desesperada ao telefone.

— Não. Não. Não. É realmente sobre seu desejo de se casar. - Ele


reenviou apressadamente. — Ela está jogando fora como essas são as
verdadeiras razões. Honestamente, ela realmente não precisa de dinheiro
ou de aprovação dos seus pais. - Completou.

Bem, isso foi interessante. Mesmo que Lexi não estava realmente
ansiosa para conhecer Bekah, ela obviamente tinha capturado algo com
Jack. Lexi estava meio curiosa sobre ela.

— Posso te perguntar uma coisa? - Lexi perguntou se sentando


para dar uma olhada melhor nele.

— Você acabou de perguntar.

— Ha. Ha. - Disse ela secamente. Um sorriso apareceu em seu


rosto quando ele sentou- se para encontrar seu olhar.

— Claro, vá em frente.

— Onde estão todos os seus porta-retratos? - Que quer que ele ti-
vesse vindo a antecipar, isso não tinha sido ele. — Você costumava ter
um monte deles, mas eu não vi nenhum.

— Quando você estava bisbilhotando? - Ele perguntou, brincan-


do. Ela assentiu com a cabeça. Seu sorriso diminuiu um pouco quando ele
respondeu. — O vidro quebrou em um monte deles quando me mudei pa-
ra cá, o restante está no meu armário.

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— Por que não os pendurou? Quero dizer, pelo menos, as fotos do
bosque. - Disse ela lembrando particularmente de uma fotografia em pre-
to e branco de uma ponte frágil que passava acima de um pequeno riacho
cercada por pinheiros ao nascer do sol. Esta sempre tinha sido sua foto
favorita.

— Eu não tenho mais isso. - Disse ele timidamente, os olhos fixos


no chão.

— Onde está? - Ela perguntou honestamente intrigada. Ele sem-


pre amou essa imagem também. Durante muito tempo, ele tinha pendu-
rado em um quadro de tamanho cartaz preto de espessura acima de sua
cama.

— Eu destruí o quadro.

Ela suspirou imaginando o seu retrato premiado despedaçado.


Ela entristeceu inacreditável.

— Por que você faria isso? Era sua imagem favorita.

Ele balançou a cabeça.

— Era a sua favorita.

Realização amanheceu sobre ela. Ele havia se livrado dele por


causa dela. Ele não conseguia mais olhar para a foto por causa dela. Sua
tristeza se aprofundou com a ideia de ele recorrer a tais extremos sobre
ela.

— Dois dias depois que eu joguei fora, eu me senti terrível e pe-


guei do lixo. A imagem ainda estava intacta, exceto por alguns pequenos
rasgos de onde o vidro quebrou. Dei para a minha mãe.

Lexi forçou a conversa com um assunto mais leve a partir daí não
querendo continuar o seu sofrimento de longas memórias perdidas. Ela
disse a ele sobre a escola e seu estágio. Ele aborrecia com informações
contábeis e como seu supervisor imediato era uma mulher mais velha que

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ficava tentando fazer com que ele dormisse com ela. Eles assistiram os
destaques medíocres do futebol desempenhado ano passado a partir de
sua Alma Mater. Felizmente, o time ainda foi classificado no top vinte e
cinco anos devido ao bom recrutamento. Ela ouviu quando ele disse a ela
sobre a sua estratégia do Fantasy Football para a próxima temporada, e
deu- lhe indicações sobre quem ela achava que ia jogar bem. Ele regalou
com histórias da despedida de solteiro do Seth em Las Vegas no início
daquele verão. Ela lhe contou sobre fim de semana de congratulações de
Chyna em Atlantic City, quando Lexi tinha sido aceita em seu estágio e
descobriu que ela era dez por cento, superior em sua classe.

— Isso é tão familiar. - Ela respirou inclinando a cabeça para trás


contra o braço do sofá.

— Sim, eu suponho que ele é. - Ele concordou amigavelmente.

— Você tem uma namorada.

— Você não tem um namorado. - Acrescentou.

— Eu poderia ter um namorado. - Disse Lexi aparecendo à cabeça


para olhar para ele as sobrancelhas levantadas. Ela não tinha dito a ele
de uma forma ou de outra para que ele não pudesse realmente ter certe-
za disso.

Ele riu levemente.

— Você não tem um namorado. - Disse ele com naturalidade.

— Como você sabe? - Seus olhos se estreitaram.

— Lex, eu te conheço há muito tempo... Anos, na verdade. Você


não tem um namorado agora.

— Tudo bem. Eu não tenho um namorado. - Ela admitiu. — Mas


eu podia.

— Você poderia, com certeza. Mas você não tem. De qualquer ma-
neira nós estivemos aqui antes.

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— Nós estivemos em todos os lugares antes. - Afirmou Lexi pas-
sando as mãos por suas ondas longas as deixando caírem do lado de
trás do sofá.

Jack tossiu na sua mão para encobrir uma risada que começou a
romper.

— Eu não diria que em todos os lugares.

— Oh, Jack, pare com isso! - Exclamou pegando seu duplo senti-
do. Levantando o travesseiro de trás, ela jogou- o com toda a força do ou-
tro lado da sala e em seu rosto ainda divertido. Chocado, ele pegou o tra-
vesseiro do chão acarpetado branco e jogou-a de volta na direção dela
pegando- a no peito.

Ela ofegou no momento do impacto do peso do travesseiro baten-


do o ar de seus pulmões. Ela jogou o travesseiro de volta em sua direção
com tanta força que conseguiu reunir. Ele estava preparado desta vez, e
pegou o travesseiro do ar. Saltando para cima, ele mergulhou no sofá e
bateu o travesseiro para baixo em seu ombro. Lexi enrolado em uma for-
ma de bola protetora cobrindo o rosto.

— Você vai se render? - Ele perguntou segurando o travesseiro al-


to.

Pouco antes ele estava prestes a derrubá- lo nela mais uma vez,
outro travesseiro materializou- se em sua mão.

— Nunca. - Declarou ela balançando o travesseiro duro batendo


nele em cheio no peito.

Ele vacilou por um instante antes de recuperar o equilíbrio e der-


rubou o travesseiro em cima dela. Quando ela nem sequer parecia regis-
trar o seu ataque, ele se inclinou sobre ela e começou a fazer cócegas en-
tre as costelas. Ela riu incontrolavelmente expulsando violentamente com
os pés, ficando com falta de ar.

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— Isso é trapaça. Você está trapaceando. - Ela gritou tentando er-
guer as mãos longe dela. — Pare. Pare. Oh Deus, Jack, pare.

Ele fez uma pausa, seu corpo começando a registar a posição que
ele se viu. Lexi tinha desenrolado de sua posição fetal e estava esparra-
mada no sofá. Suas pernas nuas estavam levemente espalhadas e as
mãos acima da cabeça. O material de seda de sua camisa fez muito pou-
co para esconder seus mamilos duros por baixo. Seu joelho tocou o dela,
enquanto seus braços permaneceram circulando sua cintura na mesma
posição em que ele estava fazendo cócegas nela. Seu corpo repousou
apenas alguns centímetros dela. Quando ela recuperou de seu ataque,
seu peito arfava cima e para baixo com tanta força que ela quase podia
toca- lo. Seus olhos achocolatados estavam arregalados e selvagens com
lágrimas de riso. Corada, suas bochechas apresentaram um rubor verme-
lho, seus lábios nus e mostrando ligeiros sinais de rachaduras. Até mes-
mo o cabelo dela estava rebelde e indomável tecendo cachos e ondas em
todo o sofá. Tudo junto, ela estava a epítome da desinibida e desenfrea-
da beleza.

Lexi olhou para ele sedutoramente. Ela podia sentir o quão perto
ele estava, e apesar de si mesma, apesar de tudo, ela o desejava mais
perto. Timidamente, ela lambeu os lábios vendo como todo o seu corpo
pareceu relaxar perto dela. Ele estava apenas alguns centímetros de sua
boca naquele momento. Tão perto, na verdade, ela poderia apenas levan-
tar a cabeça do braço do sofá para encontra- lo. Naquele momento, ela
sabia. Todas as coisas sobre as coisas serem diferentes tinha sido bes-
teira. Ele queria beija- lá. Ele queria que ela o beijasse.

Lexi ouviu um suave trinado vindo da direção do quarto.

— Eu acho que é o telefone.

Seus olhos percorriam o rosto dela mais uma vez e, em seguida,


olhou para o relógio.

— Porra, é realmente 3:30?

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Ela arqueou o corpo dela, sentindo sua pressão contra ele assim
ela conseguiu um ângulo bom o suficiente para ler os números digitais
vermelhos. Ele não se afastou dela e ela podia senti- lo facilmente atra-
vés de seus shorts de basquete. — Sim, é essa hora. - Disse ela desli-
zando para baixo contra a camurça. Seu peso recuou contra ela enquanto
ela se movia. Deus, ela o queria. Esta foi à razão pela qual ela havia
prometido Chyna que ela não estaria sozinha com ele. Eles foram um de-
sastre juntos. Amigos não fazem esse tipo de coisa. — Talvez, você deve
ir responder a isso.

— Eu posso chamá- los de volta. - Disse ele automaticamente. Lexi


sentiu como se tivesse viajado no tempo seis anos e Danielle estaria na
outra linha.

— Você sabe talvez isso pareça um pouco familiar. - Disse Lexi


sentando e afastando- se dele.

Ele tossiu inquieto e endireitou- se no sofá.

— Você está certa. Desculpe.

Ela poderia dizer que ele não se desculpava. Isso não importava
mais. Ele estava fazendo a coisa certa. Ela estava fazendo a coisa certa.
Pelo menos uma vez.

Capitulo 04

Aquela Coisa que você faz

Porque nós poderíamos ser felizes você não pode ver.

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Se você somente me deixasse te abraçar,

E te manter aqui comigo

Porque me machuca só te ver partir,

Por ai com alguém novo,

Toda vez que você está fazendo aquela coisa que você faz.

- The Wonders "That Thing You Do"

Agosto, Cinco anos antes:

Flashes de luzes prateadas iluminavam em torno da pista de


dança enviando imagens embaçadas, refratando através das meninas de
olhos arregalados balançando as suas bundas no tempo das batidas de
rap, que toca nos alto- falantes de projeção. Sábado à noite no Chamber
se apresentou o novo DJ rodopiante de talento para o mar de ouvintes de
parede a parede, nada poderia ficar melhor. Vários bartenders distribuí-
ram quantidades letais de álcool para qualquer coração que desejasse. A
sala média retangular, dividida em duas partes por portas de vidro que
separam o espaço de dança de salão mais isolada, estava coberta com
cantos românticos e sofás que praticamente engoliam você todo. Uma pla-
taforma elevada projetada em forma de L se inclinava contra a parede no
hall de dança e tinha uma barra preta contra o lado aberta para evitar
lesões graves aos bêbados. Segurança musculoso, em brilhantes camisas
polos amarela da Chamber permaneceram parados em locais precários,

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como um lembrete bastante deliberado para os bêbados manterem a
calma. Alguns clientes tinham sido encontrados estatelados em suas
bundas na calçada, depois de uma briga ou o Fogo Marshall considerado
um edifício a ser acima do limite, o que tende a acontecer na maioria das
noites. Esta noite não foi exceção.

— Eu preciso de lemon drops, três cervejas Bud light, duas bom-


bas de Jager e um Amaretto azedo. - Trina exigiu da pequena bartender
ruiva. A menina parecia frenética puxando garrafas aleatórias da prate-
leira e substituindo- as quase que instantaneamente. Ela pegou vários
copos de shot14, colocando- os ao acaso no bar antes de olhar para sua
cliente desamparada.

— Quantos shots que você quer? - A menina perguntou com a voz


saindo tímida.

Trina revirou os olhos exageradamente. — Querida, por que você


está trabalhando na noite mais movimentada da semana se você não
pode pegar um pedido? Eu disse seis.

Um rubor subiu em todo o seu rosto e em seu pescoço. —Eu...


Uh... - A menina gaguejou não antecipando o assédio.

— Quero dizer, realmente, no que Joe estava pensando em contra-


tar alguém tão incompetente? - Trina questionou ainda mais inclinada
para frente contra o bar. Seus olhos estavam fechados como um rato que
parecia aterrorizado. Muitos dos clientes ao redor olharam ansiosamente
sobre Trina. Alguns apenas olharam com raiva que ela estava tomando
muito tempo com a única bartender na extremidade do bar. Uma pequena
menina loira de pé à sua direita cutucou de leve nas costelas, dando- lhe
um olhar ―cala a boca‖. Trina nem sequer registrou o olhar. Ao invés ela
estava sorrindo para a garota por trás do bar. — Qual é seu nome queri-
da?

14
Dose

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— Mary. - Disse ela se atrapalhando com o abridor de garrafas.
Mary ficando ainda mais afobada conseguindo derrubar o abridor de me-
tal. Ela rapidamente se abaixou para pegá- lo só para continuar a ser
atormentada.

Trina sorriu para a garota maliciosamente.

— Parece que você é mais adequada para a igreja... Mary. - Disse


ela arrastando o nome. A garota olhou humildemente nem mesmo capaz
de formar palavras. Seus olhos estavam começando a se encher de lá-
grimas não derramadas.

— Trina, pare de ser uma puta. - outra menina disse materiali-


zando ao lado da ruiva. A voluptuosa bartender empurrou Mary para o
lado com o quadril e começou a habilmente preencher o pedido.

O sorriso de Trina se alargou com a visão.

— Chasity, eu pensei que teria que quebrar a sua novata antes de


você vir aqui. O que fez você demorar tanto?

— Eu gostaria de lembrá- la que você é menor de idade, querida -


brincou Chasity empurrando a cerveja sobre o balcão. — Posso também
ressaltar. - Disse ela empurrando o abridor de garrafas para o bolso de
trás de sua minissaia jeans e inclinando- se de um lado do quadril. —
Que três quartos das pessoas aqui sabem disso.

Os olhos de Mary se arregalaram.

— Oh meu Deus, Chasity, eu não tinha ideia. Eu não teria servido


a ela se eu soubesse.

Chasity revirou os olhos com a sua ingenuidade inocente. — Nós


não pedimos identificação no bar menina boba. - O rubor de Mary voltou
com força total. — De qualquer forma, você deve reconhecer Trina aqui
como uma das nossas ginastas americanas.

89
— Obrigada pela introdução. Porque não adiciona uma gota de li-
mão ao meu pedido você mesma e a pequena Mary também. - Disse Trina
pegando seu cartão de crédito e passando para Chasity que o guardou
em sua alça do sutiã vermelho. Chasity acrescentou mais dois copos ao
balcão e começou a enchê- los com um líquido claro. Trina segurou uma
dose na mão e chamou o casal para fora da pista de dança.

Lexi escovou a franja de sua testa brilhante e fez o seu caminho


para encontrar Trina e o resto do grupo. Trina sorriu quando ela se apro-
ximou de uma dose aparecendo na frente de seu rosto. — Para você, mi-
nha querida. - Disse ela passando- lhe a bebida.

Lexi estendeu a mão para extrair outra dose do bar e passou para
o cara em pé atrás de suas costas, antes de mergulhar e recuperar duas
fatias de limão revestidos de açúcar. As oito pessoas presentes bateram
os copos uns contra os outros e beberam o conteúdo sentindo a queima-
dura familiar de vodka. Inserindo rapidamente a fatia de limão em sua
boca, Lexi sentiu imediatamente os efeitos vertiginosos do álcool, ainda
tropeçando um pouco.

— Ugh. - Ela gemeu encostada no ombro do rapaz: — Eu não con-


sigo sentir minhas pernas. Isso é ruim?

Ele passou o braço em volta de sua cintura fina para segura- la no


lugar. — Não se preocupe. Eu te peguei.

— Eu sei que você segura. - Disse ela esfregando o nariz em seu


pescoço carinhosamente.

Ele pulou após o contato.

— Droga. Seu nariz está congelando. Como você está tão fria? Es-
távamos dançando? - Ele perguntou rompendo para longe dela. Ela enco-
lheu os ombros inclinando- se contra a cadeira de Trina.

— Quem é a nova garota? - Lexi perguntou apontando para a bar-


tender ruiva.

90
— Mary. - Disse Trina inclinando a cabeça para o lado enquanto
estudava a menina. — Chasity estava apenas apresentando-a para mim.

A cabeça de Lexi disparou ao ouvir o nome. Sua cabeça girou em


torno do bar esperando para pegar um vislumbre do cabelo castanho es-
curo muito familiar e penetrantes olhos azuis. Não importa quantas vezes
ela veio ao Chamber, ela registrava a mesma reação com a menção de
Chasity. Afinal, Jack e Chasity tinham sido um casal em algum momento.

— Oi Lex. - Chasity disse piscando para ela. O coração de Lexi pu-


lou para o uso casual do apelido que ela nunca tinha permitido a mais
ninguém chamá- la desde que Jack fez soar tão incrivelmente sexy. — Eu
estava realmente apenas castigando Trina por agir como uma vadia com
Mary. Você está na equipe, certo? Você deve aprender a mantê- la sob
controle. - Chasity rodou seus quadris no ritmo da música olhando ainda
mais sensual para os seus clientes adoradores. Ela virou uma garrafa de
Jack Daniels três ou quatro vezes experimentalmente em suas mãos an-
tes de virá- la de cabeça para baixo e esvaziá- lo em um copo cheio de
cubos de gelo.

— Oh não, eu não estou na equipe. - Lexi corrigido às pressas. —


Eu só pratico com elas.

No último semestre, Lexi tinha recebido um e- mail de Krista, a


capitã da equipe de ginástica, perguntando se ela estava disponível para
participar de uma reunião com a treinadora. Lexi tinha pensado que era
uma piada cruel. Ela só tinha dito a uma pessoa sobre seu desejo de es-
tar na equipe de ginástica, e bem, ela não tinha falado com ele desde
aquela noite fatídica em outubro. A resposta dela foi cheia de sarcasmo e
perguntas em relação ao verdadeiro remetente. Krista tinha respondido
imediatamente que, de nenhuma maneira, ela estava brincando sobre a
oferta, mas que se ela não estava interessada então era para esquecer
que foi mencionada. Tão rápido quanto ela poderia ter uma resposta fora,
Lexi pediu desculpas e concordou com a reunião.

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Krista a conheceu na entrada do centro de treinamento atlético.
Ela era pequena, mesmo em comparação com Lexi, com cabelos casta-
nhos lisos até os ombros, cobertos de luzes vermelhas e loiras. Um bura-
co distinto em sua sobrancelha, nariz e lábio mostravam onde buracos de
piercings estavam começando a se fechar. Um antigo blusão destruído da
universidade pendia em seu corpo minúsculo escorregando em um ombro
e permitindo que seu piercing de umbigo aparecesse. O elástico de seu
moletom cinza havia sido cortado de forma que eles mal ficavam presos
em seus quadris estreitos. Lexi gostava dela já. O encontro com o treina-
dor foi surpreendentemente bem, considerando o fato de que a senhora
era a epítome da filha da putice. Pouco tempo depois, elas haviam mon-
tado algum tempo na esteira, e Lexi as tinha impressionado, sendo per-
mitida que ela praticasse com a equipe. Tinha sido como um sonho tor-
nando realidade. A única coisa que poderia ter feito melhor seria se ele a
deixasse competir. Ela não ia segurar a respiração.

Lexi tinha tido sorte suficiente para começar a treinar na mesma


semana. No primeiro dia de treino ela conheceu o cara em pé atrás dela.
Spencer era um estudante de preparador físico para a equipe de ginásti-
ca nessa temporada, embora seu principal objetivo fosse tornar- se um
fisioterapeuta. Ele frequentava o treino para ficar mais confortável em
seu papel. Todo o corpo de Lexi se sentiu agredido fisicamente após con-
cluir com sucesso seu primeiro treino. Depois de ver a quantidade de dor
que ela já estava, Spencer a tinha puxado de lado e se ofereceu para fa-
zer um alongamento pós- treino com ela para acalmar os músculos dolo-
ridos. No começo ela o recusou, mas quando ela descobriu que mal podia
chegar ao vestiário, ele insistiu. Ele cuidou de seus músculos mais utili-
zados certificando- se de que ela não tinha feito danos grave a si mesma.
Depois de ajudá- la, ele nervosamente a convidou para sair no mesmo
dia. Concordando que a oferta era natural e eles estavam namorando
desde então. Sete meses mais tarde, a sua relação ainda estava forte.

— Ninguém pode manter Trina sob controle, especialmente se ela


está tentando compensar a ausência de Krista. - Lexi disse inclinando- se

92
para trás do bar e olhando para cima, nos olhos quentes, cor de chocolate
de Spencer olhando carinhosamente para baixo, para ela. Seu cabelo loi-
ro escuro era bagunçado, tão curto que era quase de um oficial militar,
com apenas o suficiente na frente a ponto de formar um topete. Ossos da
face eram proeminentes contra sua pele pálida, um conjunto forte de li-
nha do queixo quadrado se encaixava perfeitamente com o resto de suas
feições. Uma camisa polo preta e vermelha ajustada nítida e confortavel-
mente sobre seus ombros largos, bermuda cargo preta e chinelos ador-
nados a metade inferior de seu corpo.

— E ninguém pode se fazer de Krista. - Chasity diz virando o topo


de várias garrafas de Dos Equis.

— Ela provavelmente está contente de ter se formado. - Trina co-


mentou. Lexi estreitou os olhos para ela. Trina tinha feito comentários
semelhantes desde que ela tinha sido nomeada capitã. — O quê? - Ela
perguntou defensivamente. — Eu só quero dizer que agora ela não tem
que tirar os piercings fora todo mês de janeiro.

O grupo riu junto da piada de Trina. Lexi descobriu que só poderia


produzir um meio sorriso forçado. Ela realmente sente falta Krista e sua
personalidade vivaz, espontânea, que parecia iluminar qualquer lugar.
Assim que ela se formou, Krista tinha ido embora da cidade. Ela acabou
em Las Vegas e agora estava se apresentando todas as noites, em algum
show do Cirque de Soleil. A equipe não seria a mesma sem ela.

Lexi puxou o telefone de sua pequena bolsa preta para ver se al-
guém da equipe tinha respondido à sua mensagem de texto em massa.
Suspirando, ela olhou para a tela em branco. — Acho que todo mundo
está ocupado esta noite. – Ela murmurou baixinho.

Só então, seu telefone vibrou em sua mão. Lexi se animou, com o


entusiasmo correndo através dela. Ela abriu seu telefone e olhou aturdi-
da para o nome que apareceu na tela: Jack Howard. Lexi olhou rapida-
mente para trás, para Spencer. Ele estava ocupado com Ashley, uma gi-
nasta loira de pernas compridas que estava em seu terceiro ano. Ela
93
nunca tinha mencionado nada sobre Jack antes para ele, então mesmo
se ele tivesse visto o nome, isso não teria significado algum para ele de
qualquer forma. Mas, apesar desse fato, ela inclinou o corpo para bloque-
ar a sua visão da tela.

Ela não tinha certeza se ela devia ou não clicar no pequeno botão
verde. Ele enviou uma mensagem várias vezes logo após ter confessado
ter uma namorada. No entanto, ele tinha parado de tentar entrar em con-
tato com ela, quando ele percebeu que ela se recusou a responder qual-
quer uma. Tinha sido difícil, é claro. Ela queria responder. Afinal, ela ti-
nha caído de cabeça para baixo pelo garoto, mas ela não podia comparti-
lhá- lo. Tudo ou nada. Ela não ouviu um pio dele desde fevereiro, quando
ela começou a praticar com a equipe de ginástica.

Só com bastante álcool correndo em suas veias que o dedo dela


caiu no botão abrindo a mensagem.

03:00.

Lexi olhou para a mensagem enigmática, confusão escrita no ros-


to. Suas sobrancelhas enrugaram juntas enquanto ela tentava decifrar o
significado por trás de suas palavras. A hora era 01h30min da manhã.
Ela deveria se encontrar com ele às 03h00min? Se sim, onde ela deveria
encontrá- lo? Não, isso não podia ser ele. Ele teria dito mais, se ele qui-
sesse que ela se encontrasse com ele, alguma explicação, pelo menos.

03:00.

Ela olhou para o espaço sentindo o álcool afrouxar os músculos e


continuar a ofuscar o seu senso. Então, como se acordado de um sonho,
virou- se lentamente. Lá estava ele. Sentado no final do bar, com uma
cerveja na mão, na posição das 3 horas 15. Ele ergueu o copo para ela em
forma de aplausos. Ela não conseguia tirar os olhos dele. Ele parecia tão
bom. Ela quase tinha esquecido como seu cabelo desgrenhado caia ba-

15
(3 oclock - expressão utilizada para indicar posição dos ponteiros do relógio)

94
gunçado em seus olhos. De forma natural, ele sacudiu a cabeça para mo-
vê- lo inutilmente para fora do caminho... Só para tê- lo caindo de volta
em seus incríveis olhos azuis. A maneira como o sorriso dele aquece você
de dentro para fora.

— Quer voltar para a pista de dança? - Spencer perguntou que-


brando- a para fora de seu transe. Ela rapidamente desviou os olhos com
força e estalou seu telefone fechando.

Lexi balançou a cabeça.

— Eu vou ficar aqui e esperar até que eu possa estar em linha re-
ta. Você pode ir. - Ela ofereceu. Ela nunca tinha mentido para ele antes e,
particularmente ela não gostou de mentir agora. Mas se Jack estivesse
aqui, ela não queria nada menos que eles se cruzassem.

— Tudo bem. - Spencer disse um pouco relutante. — Você tem cer-


teza?

— Não se preocupe comigo. Acho que Ashley precisa de alguém


para dançar. - Disse ela apontando para a pequena ginasta loira espe-
rando pacientemente por eles chegarem a uma decisão.

Ele encolheu os ombros e foi beijá- la nos lábios. Ela se virou no


último segundo deixando-o mal encostar seu rosto. Ele olhou para ela
com um vislumbre de dor evidente em seus olhos. Um sorriso forçado
atravessou seu rosto, mas ela sabia que ele não estava satisfeito com
isso.

— Vou ver em você daqui a pouco. - Ele finalmente disse, antes de


fazer o seu caminho de volta para a massa de corpos. Lexi se encostou a
cadeira de Trina descansando a cabeça no ombro de Trina. Ela não que-
ria a chance de dar uma olhada de volta por medo de que Jack ainda es-
taria lá... Ou pior... Que ele teria ido embora.

— Não se atreva a adormecer em mim. - Disse Trina batendo Lexi


para fora de seu ombro.

95
— Eu não vou. Juro.

— Bem, tome minha cadeira. Estou indo dançar. É melhor não es-
tar dormindo quando eu voltar. - Disse Trina apontando o dedo na cara
de Lexi.

— Não tenha medo. Tenho certeza que Chasity vai cuidar de tudo.

— Eu espero que não com a sua tolerância. - Disse Trina por cima
do ombro, rindo enquanto se afastava.

Lexi observou sua amiga serpentear por entre a multidão de pes-


soas. Assim que ela a perdeu de vista na massa, Lexi virou a cabeça e
procurou Jack novamente. Lá estava ele. Sentado no mesmo lugar. Espe-
rando por ela. Sem realmente perceber o que ela estava fazendo, ela se
levantou e dirigiu- se a ele. Enquanto se aproximava, ela o avaliou total-
mente. A barba tinha crescido em todo o queixo e na linha da mandíbula
fazendo- o parecer mais velho. A camisa azul listrada que ele usava com
um botão aberto destacava o gelo azul dos seus olhos. Ele parecia mais
em forma do que a última vez que ela o tinha visto, mas ela não podia ter
certeza com todas aquelas roupas. Não que ela estava pensando em tirá-
las... É claro.

Ela sorriu maliciosamente tentando não deixar seus olhos percor-


rerem ainda mais o seu corpo. Ela não tinha certeza de como ela tinha
esquecido o quão atraente ele era. Seu olhar encontrou o dela. Ela sentiu
como se ele estivesse olhando diretamente através dela. Um rubor correu
até seu pescoço e seu rosto, ela não conseguia decidir se a causa era o
álcool ou a maneira como ele possessivamente olhava para ela, como se
ele pudesse tomá- la ali mesmo.

— Lex. - Disse ele estendendo um braço para ela entrar. Ela fez o
movimento sentindo o seu corpo se encaixar automaticamente contra o
dele, como se ela fosse à peça do quebra- cabeça faltando. Sua colônia
dominou seus sentidos e ela rapidamente recuou alguns passos lem-
brando- se da última vez que ele tinha estado tão perto dela. Sua virilha

96
pulsava com a lembrança de seu joelho descansando nesse mesmo local.
Algo sobre o cheiro... Sobre ele, apenas a fez quente por toda parte.

Seu olhar de desejo não mudou, apesar de sua rápida retirada.


Ela sabia que ele não deveria estar olhando para ela assim. Ela definiti-
vamente não deveria ter esse tipo de reação em um lugar público muito
lotado, com seu namorado apenas a uma centena de metros de distância.
Qualquer um poderia passar e vê- los juntos. Não é como se alguém pu-
desse confundir os olhares que foram lançados entre eles.

—Hum... Como você está? - Ela perguntou sem jeito desviando os


olhos tentando quebrar o feitiço.

Ele encolheu os ombros com indiferença.

— Solteiro.

O corpo dela ficou tenso com o comunicado. Essa não tinha sido
sua pergunta, mas por algum motivo era a resposta que ela queria a ver-
dadeira questão que tinha estado ansiosa para descobrir.

— Ah é? - Ela perguntou tentando manter a calma e não deixan-


do que a velocidade de seu batimento cardíaco subisse ainda mais com a
possibilidade de ele estar solteiro. — Como isso aconteceu?

— Como um presente de aniversário para mim mesmo.

Ela zombou, com os olhos esbugalhados.

— Você está falando sério?

Ele abriu um grande sorriso.

— Cem por cento.

— Essa é uma história que eu gostaria de ouvir.

— Eu gostaria de dizer a você. - Disse ele se levantando e fechan-


do a distância entre eles. Sua respiração ficou presa na garganta. — Vem
ficar comigo esta noite.

97
Ele emitiu como um comando e não um pedido. E Deus, ela queria
ficar com ele naquela noite. Sua mente lentamente começou a apanhar
com o seu corpo devasso e ela começou a tremer dolorosamente, a cabeça
desejando que o seu pedido tivesse chegado cerca de seis meses antes.
— Não, eu não posso.

Pisando apenas alguns centímetros mais perto, ele pressionou


seus quadris contra ela. Ela engasgou sugando uma boa quantidade de
ar. Seus dedos encontraram as palmas das mãos e gentilmente acariciou
para cima. Quando ele chegou ao seu ombro, ele redirecionou seu movi-
mento para baixo lentamente, mas deliberadamente, agarrando seus
quadris e apertando- se contra ela.

— Jack. - Ela gemeu olhando de volta para seus olhos azul bebê.
Involuntariamente, os olhos dela mudaram para os lábios e voltou para
os olhos.

— Vem ficar comigo. - Ele repetiu.

Ela estendeu as mãos para cima e empurrou levemente contra o


peito se dando alguns centímetros de espaço. Ele não puxou suas mãos
longe de onde descansavam nos quadris dela.

— Eu disse que não posso. - As palavras saindo mais fracas do


que antes.

— Eu ouvi você dizer. - Disse ele lambendo os lábios.

— Eu deveria hum... Provavelmente na verdade ir.

— Mmm hmm. - Mas ela ainda não se moveu para longe dele. Ela
sentiu o polegar dele fazer um pequeno círculo no seu quadril exposto. Tal
como seu dedo encontrou a bainha de sua saia, ela recuou bruscamente
esbarrando em uma grande mulher sentada no bar.

— Desculpe. - Disse ela contornando a mulher e entrando no es-


paço aberto à direita. Os olhos dela se voltaram para Jack. — Eu não ou-
vi de você por um longo tempo.

98
Ele deu de ombros.

— Eu estava deixando a sua indiferença passar. - Ela levantou a


cabeça para o lado e soprou com raiva. De repente, ela sentiu os dedos
frios roçar seu pescoço. Eles se mudaram para o queixo e delicadamente
a forçou a olhar para trás em seu rosto. — Senti saudades suas Lex.

Ela pensou seriamente que seu coração parou naquele momento.


— Jack, isso não é justo.

— Eu não quero que seja justo. - Disse ele não soltando o queixo
dela, mas dando mais um passo em sua direção, invadindo seu espaço
pessoal.

As palavras continuavam filtrando através de sua consciência.


Ela sabia que deveria dizer a ele. Ela deveria dizer isso agora. Não havia
nenhuma maneira que ela quisesse fazer a mesma coisa que ele tinha
feito com ela. Ela tinha um namorado, pelo amor de Deus. Um verdadeiro
namorado. Alguém que ela estava namorando há quase sete meses. As
coisas estavam tão boas. Ela deveria realmente dizer a ele logo ali.

— Bem você conseguiu isso. - Ela disse, ignorando sua consciên-


cia.

Ele serpenteou sua outra mão para cima e enfiou os dedos pelos
seus cabelos. — Eu vi aquele cara. - Disse ele tentando torná- lo mais fá-
cil para ela.

Ela sabia que deveria dizer a ele neste momento. Ela engoliu em
seco.

— Sim? - Ela estava tendo problemas para pensar com a mão de-
le percorrendo seu cabelo.

— Qual é a dele?

— Eu pensei que você não queria que as coisas fossem justas. -


Disse ela sofrendo fora dele.

99
Ele sorriu arqueando uma sobrancelha como se dissesse: bom jo-
gue dessa maneira.

Ela não tinha ideia do que estava fazendo. Não havia nenhuma
maneira de que isso terminaria bem. Seus amigos poderiam voltar a
qualquer momento. Se eles se aproximassem e visse de perto ela flertan-
do com um estranho, ela não tinha ideia do que faria. Ela não tinha ideia
do que Spencer iria pensar ou fazer e ela não queria descobrir.

— Então você não vai se importar se eu fizer isso. - Disse ele, sua
cabeça mergulhando para plantar um beijo em seus lábios.

Ela congelou observando sua descida como se estivesse em câme-


ra lenta. Seus olhos começaram a se agitar e ela quase podia sentir o
gosto dele assim que sua mente finalmente retrocedeu.

— Eu não quero mentir para você Jack. - Ela murmurou sentindo


seu hálito quente em sua boca.

— Bem, já que você disse quase nada, não parece que você está
mentindo para mim. - Disse ele parado diante dela esperando que ela
continuasse.

— Nós dois sabemos que não dizer alguma coisa pode ser apenas
tanto quanto uma mentira. - Ela lembrou.

— Bem, o que você não está dizendo? - Ele perguntou se afas-


tando apenas o suficiente para olhar profundamente em seus olhos cas-
tanhos escuros.

— Esse cara é meu namorado.

Ele não recuou. Na verdade, ele não se mexeu em nada. Sua mão
tinha acalmado na parte de trás de sua cabeça, a outra tinha se mudado
carinhosamente para o lugar macio sob sua linha da mandíbula. Ele só
olhava para ela com aqueles olhos de gelo azuis. Eles mantiveram pouca
emoção e ela não podia dizer se ele estava bravo ou indiferente ou o quê.

100
Após essa breve pausa, sua mão começou a trabalhar em seu cabelo no-
vamente quase como se ele ainda não tivesse ouvido o que ela dissera.

— Jack... Você...

— Sim.

— Então por que...

— Porque eu quero. E eu queria há um muito maldito tempo.

Ela amava sua contundência, embora ela soubesse que não deve-
ria. Ele deveria ter se afastado por agora, pedido desculpas por interferir
com seu relacionamento e, logo em seguida, a deixado senão o local. Mas
ele não fez.

Suspirando pesadamente, ela falou novamente.

— Não é tão simples assim. - Relutantemente, ela deu um passo


para trás. Gentilmente, ela tirou sua mão de seu cabelo e mudou- se de
volta para o seu lado. Sua outra mão se seguiu.

— Você é a pessoa fazendo com que seja complicado.

— Eu? - exclamou ela. — Você é o único a fazer isso.

— Fazer o quê?

— Eu não sei. Só isso. Aquela coisa que você faz.

— Oh, quão original. Fazendo aquilo que você faz? - Ele pergun-
tou zombando dela.

— Você sabe o que quero dizer.

— Eu tenho um sentimento que eu não faço.

— Oh, Jack. - Ela gemeu cruzando os braços sobre o peito. — Nós


não podemos fazer isso de novo.

101
— Eu não sei o que isso é, mas parece muito diferente, então do
que era a última vez.

— É diferente, porque eu sei a verdade. - Disse ela amargamente.

— Eu prometi que eu nunca mentiria para você de novo e falei sé-


rio. - Disse ele tentando superar a distância que ela tinha colocado entre
eles.

Como se estivessem em uma dança sincronizada, ela se moveu


com ele. Quando ele se aproximou, ela deu um passo atrás para não lhe
dar qualquer espaço para tocá- la novamente. Se ele a tocasse, ela esta-
ria perdida.

— Você não pode simplesmente dizer isso. Como posso acreditar


em você?

— Eu dificilmente espero que você faça isso. - Ela estreitou os


olhos esperando pela sacada. — Mas eu pretendo compensar você.

Ela gostou do som disso.

— Como é que você planeja fazer isso? - Perguntou ela inclinando


a cabeça para o lado e tentando manter o flerte de sua voz, mas porra
isso era difícil de fazer.

— Eu tenho algumas ideias. - Ele disse com um sorriso aparecen-


do em seu rosto. — Eu acho que você vai gostar delas.

— Eu tenho certeza que eu iria. - Ela murmurou com imagens dele


beijando- a sem sentido aparecendo diante de seus olhos.

— Eu acho que estamos de volta à estaca zero. Porque você não


vem ficar comigo esta noite? - Ela olhou impotente para ele. Ele poderia
dizer que ele estava usando-a para baixo. Ela queria dizer sim. A única
coisa para ele querer era fazê- la. Isso é o que ela realmente queria.

Só então uma mão serpenteou em volta de trás da cintura e uma


cabeça se aninhou em seu pescoço. — Hey baby, eu estive procurando

102
você por toda parte. Achei que você ia ficar no bar. - Spencer disse dei-
xando um último beijo em seu pescoço antes de se endireitar e girando
para ela.

Ela olhou para ele estupefata.

— Eu... Uh. - Lexi gaguejou.

— Será que Chasity te deu mais alguma coisa? - Ele perguntou


com preocupação evidente em sua voz. — Você não vai ficar doente vai?

— Oh, bem... - Ela começou procurando desajeitadamente por pa-


lavras. — Eu apenas encontrei um amigo.

Spencer olhou para cima e olhou em volta, ignorando completa-


mente Jack que estava parado em frente deles. — Para onde ela foi?

Lexi não poderia deixar de rir em voz alta.

— Não, não, este é meu amigo. - Disse ela apontando para Jack,
mas tomando cuidado para não tocá- lo, enquanto ela dirigiu a atenção
de Spencer para ele.

Ele olhou para Jack, desconfortável. Ela poderia dizer que Spen-
cer não estava muito feliz que este era o seu amigo, mas independente-
mente disso, ele estendeu a mão.

— Eu sou Spencer.

Jack pegou a mão dele na sua própria e deu um aperto rápido.


Lexi viu o sorriso malicioso em seu rosto. — Jack.

Spencer olhou entre Jack e Lexi sem jeito.

— Desculpe se eu estava à procura de uma garota, mas, bem, eu


não acho que ela mencionou você.

— Não é de estranhar. Nós não vimos um ao outro em um tempo


muito longo. - Disse Jack. — De qualquer forma, eu tenho que sair daqui.

103
Meus amigos estavam apenas saindo quando eu encontrei com você. En-
tão eu vou recuperar o atraso com eles.

— Tudo bem. Prazer em conhecê- lo, cara. - Spencer disse colo-


cando um braço deliberadamente protetor sobre os ombros de Lexi.

— Do mesmo modo, eu tenho certeza. - Respondeu Jack com


aquele sorriso malicioso nunca deixando seu rosto. — Eu te vejo por aí
Lex.

Ela assistiu a sua partida de volta triste que ele nem sequer lan-
çou um olhar para trás. Isso realmente aconteceu? Ela não podia ter cer-
teza, mas, de repente, ela se sentiu extremamente desconfortável nas
mãos de Spencer.

— Eu pensei que você não gostasse de ser chamada de Lex. -


Spencer disse virando- se para encará- la e deslizando seu outro braço
ao redor dela.

Lexi sorriu.

— Eu não gosto.

Capitulo 05

O Country Club

104
Então, ultimamente, estive pensando

Quem estará lá para tomar o meu lugar

Quando eu for embora você vai precisar de amor

Para iluminar as sombras em seu rosto

Se uma grande onda cair

Sim caísse sobre todos nós

Então entre a areia e pedra

Você poderia fazer isso por conta propria?

- The Calling "Wherever You Will Go"

Dias Atuais:

Cobertor azul marinho plissado e amassado cobria o corpo esbelto


de Lexi. Um travesseiro baixo estava esmagado contra seu peito. Uma
perna nua foi ligeiramente revelada enquanto seus pés permaneceram
enroscados nos lençóis combinando. Uma batida forte na porta desper-
tou- a de seus devaneios, ela enterrou o rosto mais para dentro do tra-
vesseiro. A porta se abriu sem ser convidada.

— Lex, é hora de levantar- se. - Jack sussurrou na escuridão.

— Nuh uh. - Ela murmurou, balançando a cabeça contra o traves-


seiro.

— Eu pensei que você poderia usar um chuveiro. - Disse ele aper-


tando o interruptor de luz e segurando uma toalha macia branca. — Eu
percebi que eu tinha lavado todas as toalhas antes de eu sair, assim não

105
haveria qualquer no banheiro extra. Mas se você não quer isso. - Disse
ele sarcasticamente agitando a toalha para frente e pra trás em frente ao
seu rosto.

Sua cabeça apareceu a partir do conforto do travesseiro e ela


olhou para ele meio grogue. Eles ficaram acordados até muito tarde e os
seus olhos não estavam satisfeitos com o início da manhã de despertar.
Ela virou de costas e encostou os cotovelos dando a seus olhos tempo pa-
ra se concentrar.

— O que você vai fazer? - Ela perguntou abafando um bocejo. —


Eu não me importo de andar nua... E molhada. - Ela mordeu o lábio em
seu próprio comportamento sugestivo.

Ela suscitou com êxito a sua reação desejada a Jack. Ele tentou
ficar calmo, mas ela o conhecia o suficiente para ser capaz de interpretar
seus movimentos sutis. Seus olhos se arregalaram ligeiramente à medida
que lentamente se arrastou para baixo de seu corpo, sua imaginação fu-
gindo com ele. Ele lambeu os lábios enquanto ele pensava nela nua e mo-
lhada, passeando ao redor de seu apartamento... Ou no seu chuveiro...
Ou em sua cama... Ou praticamente qualquer lugar. Seu peito subia e
descia de forma irregular e entre as pernas as suas calças saltaram um
pouco, apenas o suficiente para ela perceber. Ele engoliu em seco, inquie-
to.

— Uh... Sim... Bem, então, eu acho que você vai precisar disso. -
ele gaguejou entrando no quarto, e colocando a toalha ao pé da cama,
tentando não demonstrar sua excitação. Então ele rapidamente se virou
para sair antes que ele fizesse qualquer coisa que ele poderia se arre-
pender... Ou ela poderia dizer a sua namorada.

— Jack. - Disse ela parando sua saída. Ela chutou o lençol ao seu
pé da cama e se esticou arqueando as costas. Ela era tão ruim. Ele ape-
nas olhou para ela com fome.

106
— Uh... Sim? - Ele perguntou com as mãos apertadas em punhos
para se conter.

— As coisas não vão ser estranhas hoje depois que você sabe...
Na noite passada, não é? - Ela perguntou- lhe, sentando- se e abraçando
os joelhos contra o peito.

— Não, as coisas vão ficar bem... Normal. - Ela não tinha certeza
do que era normal para eles. Normal poderiam ser tantas coisas diferen-
tes. — Você parece preocupada.

— É só que... Você disse a sua namorada que estava voltando on-


tem à noite, certo? Ela sabia que eu estava hospedada aqui? - Lexi per-
guntou observando seus olhos mudarem desconfortavelmente.

— Bem...

— Você não disse a ela. - Disse ela interpretando o comportamen-


to dele mais uma vez. — Como eu pensava.

— Não. Eu não podia dizer a ela. Ela não entenderia porque eu


deixaria você ficar.

— Isso é engraçado. Eu também não entendo. - Ela disse ainda


encarando- o para baixo, esperando que seus olhos encontrassem os de-
la.

Quando finalmente o fez, ela podia dizer que ele estava tão confu-
so sobre suas ações quanto ela estava. — Podemos falar sobre isso de-
pois? - Perguntou ele. — Eu realmente não quero pensar nisso agora.

Ela assentiu com a cabeça.

— Sim, com certeza. Mas vai explicar isso mais tarde, certo?

— Eu sempre vou ser honesto com você, Lex. - Disse ele antes de
sair do quarto, fechando a porta atrás de si.

107
Lexi jogou a cabeça para trás contra as cobertas e sorriu sem en-
tusiasmo para o teto. Sim, as coisas iam ser muito estranhas.

Ela rapidamente tomou banho e arrumou seus cachos soltos. Ela


abriu a mala e olhou fixamente para as diferentes roupas que ela tinha
planejado para o dia. Um vestido marrom ela sabia que ficaria perfeito
com o seu bronzeado dourado. Shorts azul e branco listrado juntamente
com um top branco teria o mesmo efeito, mas ela estava tão indecisa co-
mo sempre. Será que ela queira ser Bonitinha e amigável como ela deve
ser ou ela prefere se vestir um pouco mais sexy? Depois de um momento,
ela optou pela combinação de shorts. Não há necessidade de vestir a par-
te que Kate tinha desenhado pra ela ser.

— Você não pode usar isso. - Jack disse, entrando no quarto sem
bater.

— Eu poderia estar nua. - Ela gritou, mas não fez nada para se
cobrir.

Ele sorriu.

— Sim. - Disse ele alegremente. — Parece que eu esperei muito


tempo.

Ela fez uma careta para ele.

— Enfim... Por que não posso usar isso? - Perguntou ela apon-
tando para a sua roupa. — Eu acho que é uma boa aparência.

— Mudança de planos. Infelizmente, nós iremos ao Country Club.

Lexi enrugou o nariz para ele.

— Por que nós vamos fazer isso? Achei que você disse que nós irí-
amos ter um brunch16 rápido e um bocado do tão necessário café. Então

16
Brunch é uma refeição de origem Britânica que combina café da manhã (pequeno- almoço) (breakfast
em inglês) com o almoço (lunch em inglês). Normalmente realizado aos domingos, feriados ou datas
comemorativas.

108
acabe logo com essa conversa ridícula. - Ela murmurou a última parte sob
a sua respiração.

— Acabei de falar ao telefone com Bekah e houve alguma falta de


comunicação com os pais dela.

— E? - Lexi perguntou visivelmente irritada.

— E nós temos que adiar nosso compromisso à tarde. - Lexi sus-


pirou, não é uma boa escolha de palavras. — Ela pensou que seus pais
estavam tendo seu brunch mensal na próxima semana, mas ela acabou
de descobrir que é hoje.

— Ok, bem, divirta- se com isso. - Disse Lexi sentando na cama


com teimosia.

— Vamos. Eu não posso deixar você. Eu já disse a Bekah que vo-


cê está aqui. Ela acharia estranho se eu não te levasse junto.

— Jack, eu não vou para algum clube esnobe com sua namorada
e os pais dela! Como você me explicaria? Como você explicaria por que
estou aqui? - Ela o questionou.

— Lex, por favor. - Ele choramingou. Ela apenas o encarou ainda


mais. De jeito nenhum que ele venceria essa. Ela tinha cometido o erro de
ir para casa com Jennifer, sua companheira de dormitório de faculdade,
para um fim de semana no clube no seu primeiro ano de faculdade. Ela
tinha sido completamente humilhada quando os rudes, arrogantes, mem-
bros ricos imundos descobriram que seus pais não eram ricos. Ela tinha
absolutamente se recusado a voltar. Uma desempenho repetida... Bem...
De tortura... Não era algo que ela já quis suportar.

— Não, você pode esquecer.

— Isso vai ser fácil. Vou dizer- lhes que você é uma velha amiga
minha que está aqui de fora da cidade... O que você está. - Acrescentou.
— Nós não temos de lhes dar mais detalhes. Eles não dão a mínima para
ninguém além deles mesmo.

109
— Oh, isso é realmente reconfortante. - Ela cuspiu de volta para
ele.

Ele atravessou o quarto e parou em frente a ela. — Você sabe o


que quero dizer. Eles não vão se importar com quem você é ou de onde
você é, enquanto você está com as pessoas certas.

Ela inclinou a cabeça para olhar em seu rosto.

— E você é a pessoa certa?

Ele acenou com a cabeça.

— Bekah é a pessoa certa.

O estômago de Lexi revirou naquele som. Tudo o que ela podia


imaginar sobre essa garota era uma vadia loira seguindo as ordens do
pai e gastando todo o dinheiro do papai. E, sim, ela estava certa de que
Bekah era loira. Jack sempre namorou loiras. Sem mencionar que seus
pais eram membros do clube de campo. Ela gemeu com o pensamento.
Não é de admirar que Bekah estivesse tão preocupada com seus pais cor-
tando- a de suas finanças.

— Eu não vou. - Disse ela cruzando os braços e as pernas ao


mesmo tempo com um olhar determinado.

— Ok, tudo bem, eu não posso obrigá- la. - Ele disse, jogando as
mãos para cima. — Eu vou ligar para ela de volta e dizer que você não
pode ir. Seria apenas por algumas horas, mas... Deixa pra lá. - Ele vi-
rou- se e começou a caminhar para fora da sala.

Lexi balançou a cabeça de um lado para o outro discutindo com


ela. Será que ela realmente veio até aqui só para brigar com ele? Ela veio
aqui por ele... Mesmo se ela realmente não quisesse admitir isso. Ela po-
deria muito bem ir junto com sua farsa.

— Jack. - Disse ela levantando- se e pegando o braço dele antes


que ele saísse.

110
— Olha, Lex, eu entendo. Você é uma pessoa diferente e, blá, blá.
Mas vamos lá, a direção que você está indo na vida, você pode ser uma
dessas pessoas um dia. Quero dizer o que de pior poderia acontecer, você
poderia fazer algumas ligações úteis se você decidir voltar para o Sul? -
Ele perguntou falando asperamente com ela. — Então pare falar merda.
Sei por que você não quer ir. Lembro- me do que aconteceu com Jennifer.
Pensei que você fosse melhor do que deixar uma má experiência atrapa-
lhar seu julgamento.

Sua mandíbula apertada enquanto ouvia- o reclamar. Ela não


queria ouvir nada disso.

— Ok. Ok. Jesus Cristo, Jack apenas cale a boca. - Ele fez uma
pausa e olhou para ela com expectativa. Por um segundo, ela se perdeu
em seu olhar. Seus olhos azuis bebê nublaram com cinza enquanto ele
deixou a raiva levá- lo de novo. Algo sobre aquele olhar a congelou em
seu lugar.

— Lex? - Perguntou ele. Ela não tinha sequer percebido que ele
estava falando. — Você ia dizer alguma coisa ou apenas ficar me enca-
rando? - Ele perguntou um pouco divertido.

— Oh. Oh sim. - Lexi murmurou se recuperando. — Eu estava indo


só dizer que eu vou com você... Você sabe... Antes de você dizer toda essa
merda.

— Oh

— Sim. - Disse ela mudando seu peso desconfortavelmente.

— Bem, então é melhor você se trocar.

Lexi olhou para ele.

— Nós estamos de volta a isso?

111
— Bem, agora que você concordou você tem que se trocar. - Ele re-
trucou, mas sua raiva se foi. Na verdade, ele parecia confuso que ela ti-
nha cedido tão facilmente. Ela tentou não deixar que isso a perturbasse.

Lexi mudou de tática.

— E no que você gostaria de me ver? - Perguntou ela inclinando a


cabeça para o lado e olhando para ele por baixo de sua franja lateral. O
flerte em sua voz era evidente, mas era assim que ela e Jack funciona-
vam. Eles argumentavam. Eles se entendiam. Eles fodiam... Oh espere...
Ela quis dizer flertavam. Droga!

— Nós não temos tempo para isso. - Ela olhou para ele inocente-
mente.

— Ou isso. Agora vá colocar um vestido de verão. Você trouxe sal-


tos, né?

Lexi deu de ombros.

— Tudo bem, que seja, mas você sabe que me deve certo.

— Eu sempre pago minhas dívidas. Agora vá. - Disse ele empur-


rando- a para o quarto. Ela podia imaginar esta conversa se eles estives-
sem juntos. Ele iria beijá- la suavemente na boca e bater a bunda dela
enquanto ela ia se trocar. Ele a seguiria e arrebataria seu corpo antes
que eles partissem para a tarde juntos. Ela suspirou. Então, novamente,
se eles estivessem juntos, ele não se atreveria a arrastá- la para um
Country Club estúpido. Ah, sim e todo esse problema de namorada.

Lexi derramou sobre suas opções de vestido. O vestido marrom


era demasiado curto para um Country Club, especialmente se ela estava
indo como convidada. Que deixou para decidir entre um vestido marfim
sem alças, com um cinto salmão de cetim colorido e um brilhante tubinho
verde de alça, ondulado em torno dos joelhos. A frustração começou a
assumir assim que sua indecisão se intensificou. Ela realmente não que-
ria ir para o brunch e o fato de que ela tinha que colocar tanto esforço em

112
sua roupa tornava ainda pior. Finalmente, ela colocou o vestido marfim
com um par de peep- toe marrom, deixando o vestido verde para um pú-
blico menos crítico.

— Pronta? - Jack perguntou quando ela entrou na sala de estar.


Ele parecia tão deslumbrante quanto sempre. Um pouco caro, já que ela
poderia julgar pela qualidade, camisa azul bebê combinava com ele per-
feitamente, mesmo de corte em um bocado na cintura para fazê- lo pare-
cer mais magro. Uma gravata tricolor azul, preta e prata pendiam em seu
pescoço à sua calça cinza claro. A camisa trouxe o azul de seus olhos, e
quando descansaram sobre ela, eles pareciam estar um milhão de vezes
mais intenso que o normal. Ela não tinha certeza se era por causa dela
ou não.

— Tão pronta, quanto eu jamais estarei.

Eles partiram para uma viagem de carro de 20 minutos para fora


da cidade. Uma vasta gama de música soava através de alto- falantes.
Qualquer coisa de Dave Matthews Band, Dashboard Confessional à Oa-
sis podia ser ouvida. Lexi cantarolava junto com Wonderwall quando eles
pararam ao portão do Clube. Depois de serem autorizados pelo guarda
de segurança acima do peso, eles dirigiram através das casas de milhões
de dólares e em torno do imaculado campo de golfe de dezoito buracos
para a mansão de um clube. Jack estacionou seu Mazda 3 em uma vaga
disponível entre um SUV BMW e um pequeno conversível Mercedes. Pas-
seando pelos outros veículos de luxo meticulosamente detalhados, eles
fizeram o seu caminho em direção à intimidante casa Club. Lexi assumiu
no enorme saguão abrangente e pisos de mármore polido, conforme os
seus saltos clicavam ruidosamente em toda a superfície. A sala estava
excessivamente climatizada e cheirava a flores. Quando ela olhou em vol-
ta, percebeu por quê. Centenas de flores de vários tipos e cores foram es-
palhadas em vasos premeditados ao redor do saguão. Lexi não recorda-
va disso a partir da última vez que esteve lá, não gostou muito disso. A
coisa toda a fazia querer espirrar. Ela seguiu Jack através do saguão e
até a recepcionista sentada atrás de uma mesa grande o suficiente para
113
engolir ela toda e coberta com vasos semelhantes cheios de cravos, lírios
e tulipas.

Quando eles se aproximaram, o aroma ficou mais forte e ela real-


mente espirrou desta vez. Jack tocou em seu braço brevemente sorrindo
brilhantemente em sua direção. Depois que Jack anunciou a presença
deles, ele a conduziu pelo corredor em direção ao colossal salão de jan-
tar. Lexi olhou ao seu redor para os casais sentados em poltronas estofa-
das tomando chá e lendo o jornal. Ela bufou e várias cabeças viraram
para dar uma olhada com a interrupção. Ela rapidamente seguiu Jack
pelo corredor. Sua mão instintivamente foi para o seu cabelo e começou a
enfiá- lo atrás da orelha repetidamente.

Jack olhou para ela e parou de se mover. Ela deu mais alguns
passos antes de reconhecer que ele não estava ao lado dela. — O quê? -
ela perguntou virando- se para encará- lo.

— Não fique nervosa. - Disse ele tomando- lhe as mãos longe de


seu cabelo.

— Oh sim, bem, eu vou trabalhar nisso.

— Não há necessidade de ficar nervosa.

Lexi deu de ombros não querendo ter essa conversa.

— Eu estou indo ao banheiro. - dDsse ela vendo o sinal azul atrás


da cabeça.

— Tudo bem. Você quer que eu espere? - Lexi balançou a cabeça


ansiosa para ficar sozinha e calma. — Você vai ser capaz de encontrar-
nos?

— Não há problema. - Disse ela fazendo um caminho mais curto


para o refúgio.

Depois de cerca de cinco minutos olhando apreensivamente para


si mesma no espelho, Lexi percebeu que era hora de sair de lá. Quando

114
ela saiu, ela foi pega de surpresa pelo homem que estava do lado de fora
do banheiro conversando com uma mulher que não poderia ser um dia
menos que oitenta (anos). Lexi avaliou o espécime deslumbrante em pé na
frente dela. Ela estava certa de que ele tinha uma das mais apertadas
bundas que ela já tinha visto. O terno que ele usava era obviamente sob
medida para a sua construção. Uma construção extremamente muscular,
se ela disse isso a si mesma. Ela imaginou que ele tinha que trabalhar
com um personal- trainer... Diariamente. Seu cabelo era um loiro tom de
areia. Não aquela horrível aparência destacada que tantos caras esta-
vam usando, mas uma cor que parecia infundida com luz solar como se
ele vivesse na praia. Um olhar de desdém rapidamente atravessou o ros-
to dela quando realização bateu nela. Era bastante óbvio que ele era
apenas mais um babaca sócio do clube de campo como qualquer outra
pessoa aqui. É claro que ele era bonito. Eles os criam dessa forma. Seu
físico incrivelmente surpreendente era provavelmente obrigatório. Seu ca-
belo loiro, sem dúvida, era da praia. Não. Agora que ela pensava sobre
isso, ele provavelmente era dono da praia! Ela cruzou os braços, descon-
fortavelmente. Quem quer que esse cara fosse ela já não gostava dele.
Não havia maneira de que ele tivesse uma personalidade. Da última vez
que ela tinha estado aqui, Jennifer tinha sido a coisa mais próxima de
um ser humano no estabelecimento, que Deus estava dizendo algo. Assim
que ela começou a se afastar do homem atraente na frente dela, ele ter-
minou a sua conversa e virou quase derrubando Lexi.

— Oh, desculpe. Com licença. - Disse ele depois de estender a


mão para estabilizá- la.

— Não há problema. - Disse ela friamente, dando um passo fora


do seu alcance reconfortante. Seus olhos castanhos escuros deslocaram-
se ao seu extremamente bonito rosto de desculpas. Ele realmente parecia
preocupado. Estranho. Ela se afastou de sua linha da mandíbula forte e
altas maçãs do rosto, ignorando sua expressão. Quando ele pareceu não
entender o recado, ela voltou seu olhar para o rosto dele. — Sim? - ela
perguntou rudemente.

115
— Uh... Desculpe... Eu te conheço? - Ele perguntou com ceticismo
e seus olhos vagando seu rosto.

Lexi revirou os olhos. Estaria ele realmente jogando este jogo? Is-
so tinha que ser a fala mais usada que alguém já tinha usado. Por que
ela o conheceria? — Hum... Não, eu acho que não. - Disse ela desviando a
sua atenção novamente. — Eu tenho que ir para o brunch. - Lexi tentou
esquivá- lo, mas ele cortou seu caminho.

— Não realmente, eu acho que te conheço de algum lugar.

— Você está no meu caminho. – E a apontou para ele. Ela não po-
dia deixar de parecer rude. Ela não estava realmente certa o porquê ele
estava provocando tal reação também. Não é como se ele tivesse sido ru-
de com ela, mas Lexi não queria dar a ele a chance.

— Ah, sim, desculpe, mas realmente nós já nos conhecemos an-


tes.

— Não, eu acho que não.

— Alguma vez você já esteve aqui antes? Acho que foi aqui. Na
verdade, eu tenho quase certeza de que foi aqui.

— Só uma vez há muito tempo, mas realmente eu preciso sair e


você bloqueou o meu caminho. - Lexi não queria ter essa conversa. Ela
não queria lembrar- se de ninguém que ela poderia ter conhecido no dia
em que ela veio com Jennifer.

— Ok, sim, eu definitivamente me lembro de você agora. - Ele dis-


se alegremente. — Você veio com uma das amigas da minha irmã. Mas
ela não estava aqui, é claro. Quer dizer que você não saberia disso. Mi-
nha irmã foi para Duke. Então ela não estava aqui. O que eu já disse.
Mas você estava aqui com sua amiga, eu tenho certeza. E cara, ela é mui-
to irritante. - Lexi olhou de volta para ele com ceticismo. Ele tinha apenas
chamado Jennifer de irritante? Claro, Lexi pensou Jennifer era irritante,
mas ela tinha certeza que ele não deveria pensar assim. — Oh, não. -

116
disse ele olhando para ela pedindo desculpas. — Quero dizer ela é sua
amiga. Eu não quis dizer da maneira que soou. - Ela olhou para ele mais
incapaz de acreditar no que estava ouvindo. Esse cara estava balbucian-
do. Ela estava certa de que havia uma regra não escrita em algum lugar
impedindo que isso acontecesse. — Uau, isso não está dando certo em
tudo.

Lexi olhou para ele, incrédula.

— Certo então, eu estou indo. - Disse ela tentando evitá- lo nova-


mente.

— Ah, certo. - Disse ele, parecendo sair de seu caminho, mas


apenas bloqueando seu caminho ainda mais. Ela suspirou, dando um
passo na direção oposta. Ele teve a mesma idéia e mudou- se na frente
dela mais uma vez. Ele riu gostosamente, provavelmente, um pouco alto
demais para o meio ambiente. As pessoas que ela tinha tentado a per-
manecer invisível viraram em sua direção e começaram a olhar. Ela enco-
lheu- se e empurrou o cabelo atrás das orelhas.

— Ok, para. - Lexi ordenou, estendendo a mão e agarrando seu


braço para impedi- lo de se mover mais longe. — Eu estou indo para a
direita. Apenas... Não se mova.

— Com quem você está aqui? - Ele perguntou, ignorando sua de-
manda.

— Isso não é da sua conta. - Ela retrucou, extraindo sua mão de


seu terno.

— Você está certa. - Disse ele timidamente. — É só que eu não sei


se você lembra- se de mim, o que acho que não, mas eu me lembro de vo-
cê.

Ela não tinha certeza do que isso significava e ela não planejava
descobrir.

— Isso é ótimo. - Afirmou sarcasticamente.

117
— Jennifer está aqui? - Ele perguntou olhando por cima do ombro
para ver se Jennifer estava prestes a aparecer ao seu lado.

— Eu não sei, mas eu falo pra ela te procurar, se eu encontrá- la.

— Então, você não veio aqui com Jennifer? - Perguntou ele. Ela
estremeceu, percebendo que ela tinha involuntariamente dado um pedaço
de informação.

— Não, eu não vim. Que é isso para você, afinal? - Lexi exigiu ca-
da vez mais afobada quanto mais tempo ela ficava na frente dele.

— Eu só estou curioso sobre você, é tudo. Você já esteve aqui an-


tes e você voltou. - Disse ele, incrédulo. — Isso nunca acontece.

— Muito bem, eu vejo que eu sou um espetáculo fantástico para


você se perguntar sobre, mas mais uma vez, você está no meu caminho.
Vou me atrasar para o brunch, e, francamente, eu estou morrendo de fo-
me. - Sem falar que ela tinha certeza de que seria humilhada, se ela che-
gasse um segundo atrasada.

— Oh sim. Eu continuo esquecendo sobre isso. - Disse ele, trazen-


do a mão para cima e coçando a parte de trás de sua cabeça, pensativa.

— Bem, eu não tenho. Então... Sim... Bom te conhecer. - Disse Le-


xi fora de mão, finalmente conseguindo contornar sua figura sólida.

— Mas você não fez. Eu nem sequer lhe disse o meu nome ou con-
segui o seu para falar a verdade.

Lexi virou deixando seus cachos soltos trilharem pelas costas. —


Isso é certo. Tenho sobrevivido tanto tempo sem ele. - Ele avançou em
sua direção. — O que você está fazendo? - Ela perguntou jogando a mão
para impedi- lo de andar mais.

— Eu posso levá- la para o seu lugar. - Ele ofereceu seus dentes


perfeitamente retos, brancos, apareceram quando ele sorriu para ela.

— Absolutamente não.

118
— Você ao menos sabe onde está indo?

— Você não sabe para onde estou indo. - Ela lembrou. — E eu te-
nho certeza que posso encontrar meu caminho muito bem, obrigada. - Ela
deu mais um passo para frente e ele a seguiu. Ela cerrou os punhos. —
Jesus, por que você não desiste? - Exclamou erguendo a voz pela primei-
ra vez. Ela se arrependeu de suas ações quase que instantaneamente.
Os membros detestáveis de meia idade, que tinham apenas ouvido a
conversa, agora ficaram em silêncio e voltaram a sua atenção para ela,
fazendo seu rosto queimar vermelho brilhante. Não ajudou que ela tinha
tomado o nome do Senhor em vão no cinturão da Bíblia. Porra, New York
a tinha mudado. Ela levou três respirações calmantes antes de olhar de
volta para ele e sorrindo com os dentes cerrados.

O sorriso dele nunca vacilou. Boas maneiras de quem frequenta o


Country Club.

— Bem, se você tem certeza que eu não posso ajudar de alguma


forma, eu vou deixá- la encontrar o seu próprio caminho. - Disse ele edu-
cadamente.

Lexi observou- o propositadamente andar na direção oposta.


Abrindo e fechando as mãos várias vezes a acalmou o suficiente para
permitir- lhe procurar por Jack. Para ser honesta, ela não tinha ideia por
onde começar. Ela deveria ter deixado àquele cara ajudá- la. Mas depois
que ele tinha sido assim tão insistente, tudo o que ela queria fazer era
fugir. Ela procurou em volta, sem sucesso antes de perceber Jack se
aproximando dela rapidamente.

— Onde você estava? - Ele perguntou preocupado e um pouco irri-


tado.

— Encontrei alguém e ele não parava de falar comigo. - Queixou-


se.

119
— Bem, vamos nos apressar. Devemos apressar e chegar lá antes
que eles comecem a fazer os pedidos. - Disse ele sorrindo para ela, sua
irritação dissipando quanto mais tempo ele permanecia em sua presença.

Sua garganta arranhou enquanto as mãos dele repousavam sua-


vemente sobre o cotovelo e a cutucou na direção apropriada. Ela queria
que as coisas fossem assim por muito tempo. Doía saber que a única ra-
zão pela qual ela estava aqui, a única razão que ele estava até mesmo
falando com ela, era por causa de sua namorada. Sua namorada perfeita
com quem ele pretendia se casar. Sua perfeita namorada que ela estava
prestes a conhecer. Ela suspirou mentalmente preparando- se e seguindo
sua liderança para uma sala ao lado, com uma grande placa de ouro ro-
tulada Anderson, Bridges e C. Brown.

A sala de jantar que Lexi entrou dava para uma sacada com vista
para o nono buraco do campo de golfe. Paredes creme e tapetes azuis de-
coravam o grande espaço. Três elegantes mesas de carvalho preenchiam
a área com cadeiras almofadadas combinando colocadas ao seu redor.
Quase todos os assentos estavam ocupados e cerca de trinta pessoas
olharam para cima a partir de sua prataria previamente combinando pa-
ra olhar para Jack e Lexi quando eles entraram na sala. Lexi sorriu com
arrependimento e caminhou vagarosamente depois de Jack para os seus
lugares designados.

— Desculpe nossa demora. - disse Jack tomando seu lugar em


frente de sua namorada.

— Uh... Oi. - Lexi disse dando um pequeno aceno antes de se ajei-


tar em seu assento e colocando o vestido debaixo dela.

Lexi tirou os olhos da mesa e os deixou descansar em Bekah. Ela


sabia que não gostava assim que Lexi colocou os olhos em cima dela. Be-
kah era definitivamente bonita em uma espécie de cortador de biscoitos.
Quero dizer, se você gosta do tipo: boneca Barbie. O cabelo loiro reto, Lexi
havia previsto que ela teria, era tudo um corte de comprimento até o meio
de suas costas. Franja robusta cobrindo a testa. Grandes olhos azuis sal-
120
tavam do naturalmente belo rosto de Bekah que quase não foi manchada
por maquiagem. Lexi sentia doente uma vez percebendo que Bekah tinha
uma pele quase perfeita quanto Chyna. Seu vestido amarelo pálido, de
corte quadrado era modesto e elegante todo o tempo acentuando suas
melhores características. Onze milimétricas pérolas brancas pendiam de
suas orelhas e combinava com a corrente fina de pérolas Chanel envolta
em seu pescoço. O que a incomodava mais, não era que ela sabia que
essa mulher era cem por cento, o tipo de Jack, mas, sim, o que a incomo-
dava com certeza, é que ela tinha algo que Lexi nunca pareceu ter.

Inocência.

Ok, para ser justo, Bekah provavelmente não era tão inocente
também. Afinal, ela estava namorando Jack. Mas sua aparência com cer-
teza passava isso. Lexi, por outro lado, não. Algo sobre o escuro emara-
nhado cabelo encaracolado de Lexi, a maneira como seus olhos pareciam
sexy sem maquiagem, a forma como a sua personalidade caracteristica-
mente ousada tendiam a intimidar estranhos e do jeito que ela quase
sempre se sentiu completamente à vontade em seu corpo deu a impres-
são de não que ela era fácil, mas certamente que ela não era inocente.

— É muito bom conhecer você. - Disse Bekah. Uma fileira de den-


tes brancos e brilhantes foi revelada quando ela sorriu do outro lado da
mesa dela.

— Do mesmo modo. - Disse Lexi tossindo desconfortavelmente e


olhando longe de seu olhar de olhos de corça. O resto da mesa estava
cheia de homens de meia idade principalmente respeitáveis e mulheres
em trajes de alta qualidade. Ela foi apresentada como amiga de Jack de
fora da cidade, mas não conseguiu realmente tomar quaisquer nomes.
Ela não tinha planos de se lembrar de nenhum deles de qualquer manei-
ra. Lexi empurrou Jack. — Você não quer sentar- se ao lado de Bekah? -
Ela perguntou, indicando o lugar vazio de frente para ela.

Lexi tinha achado estranho que o assento estava desocupado. Ele


sorriu para ela. — Bem, sim, eu o faria, mas este é onde eu me sento.

121
Lexi levantou uma sobrancelha para ele com condescendência. Is-
so deve ser alguma coisa do Country Club. Não que ela queria que ele
saísse do seu lado. — Tudo bem. - Disse Lexi não empurrando o assunto.
— Estamos sentindo falta de alguém?

— Meu irmão. - Respondeu Bekah. — Ele deveria estar aqui em


breve. Ele tende a correr atrás.

— Oh. - Lexi não sabia mais o que dizer.

Bekah inclinou sobre a mesa sorrindo secretamente. — Desculpe


por isso. Ele é um bocado de um encrenqueiro. Ele gosta de chatear os
meus pais aparecendo atrasado para um brunch, falando um pouco alto
demais em público e assim por diante. - Lexi tentou não revirar os olhos.
Esta menina era séria. Falando muito alto em público? Ela tinha já dei-
xado sua bolha? — Não me importo tanto como eles, todavia. Acho que é
bem humorado.

— Eu tenho certeza que é. - Lexi tentou sorrir. Ela tinha acabado


de usar bem humorado em uma frase. Fantástico.

— Sim, Ramsey é um tumulto. - Jack interrompeu.

Bekah sorriu ainda maior.

— Ele é.. Algo mais. - Disse ela soltando a voz. — Mas de qual-
quer forma, eu estou tão feliz que seu avião pousou, como previsto. Eu
teria me sentido terrível mudando os planos sobre você, se você ainda
estivesse no trânsito. Jack não tinha certeza se iria nos acompanhar para
brunch, mas estou muito contente ele foi capaz de convencê- la.

Lexi virou a cabeça para o lado e olhou para Jack.

— O quê? - Ele perguntou defensivamente, um sorriso lento raste-


jando em seu rosto.

— Você me obrigou a estar aqui. - Ela resmungou irritada.

122
— Bem, isso te convenceu, não convenceu?

— Você não queria vir? - Bekah perguntou cabisbaixa.

Ela praguejou sob sua respiração. Então se lembrou de onde es-


tava e furiosamente mordeu o lábio. Lexi não podia acreditar! Por que ela
quer estar aqui? Esta era a situação mais embaraçosa que já tinha esta-
do e então Jack havia a arrastado com unhas e dentes a um lugar que
ela absolutamente desprezava. É claro que ela não queria estar aqui! Era
só idiota de Bekah pensar que qualquer pessoa de fora gostaria de ser
preso em seu burro velho Country Club. Mas mesmo Lexi não poderia
deixar escapar isso na frente de completos estranhos. Então, ela apenas
sorriu e disse:

— Oh, não está tudo bem.

Jack riu entre dentes baixinho. O riso se transformou em uma tos-


se conforme Bekah virou os olhos azuis pra ele.

— Bem, eu estou feliz que você fez a viagem. - Bekah disse ale-
gremente.

Antes que Lexi pudesse embaraçar- se ainda mais, vários garçons


com aparência abafada entraram na sala e começaram a atender aos
pedidos de bebidas. Lexi suspirou pesadamente enquanto ouvia a todos
os pedidos para o chá doce. Ela tinha esquecido como sulistas eram vici-
ados para as coisas. Se eles pudessem tomar chá doce despejado dire-
tamente em suas veias, eles iriam fazê- lo. O que foi ainda mais nojento
era como as mulheres, todas viciadas em dieta com 40 anos de idade
fingindo ter vinte e cinco, ordenou as suas bebidas com Splenda17, como
se a opção alternativa de açúcar não lhes daria câncer como tudo o mais.
Lexi pediu café.

— Açúcar e leite? - O homem perguntou, olhando para ela através


de seus grossos óculos de aro preto sobre a ponte de seu nariz grande.

17
Adoçante.

123
— Uh, não, obrigado. Preto é ótimo.

— Mmm hmm. - Disse ele com veemência e girou nos calcanhares.

— Desculpe o atraso a todos. - Disse uma voz familiar empurran-


do o garçom imprestável e ao longo de sua mesa.

Lexi ouviu a cadeira na frente dela raspar contra o chão acarpe-


tado antes que ela tivesse a chance de olhar para cima. Quando o fez,
um curto suspiro escapou de seus lábios apertados em conjunto. Reco-
nhecimento varreu sobre ela. Não. Ela não queria acreditar. Isso realmen-
te não poderia estar acontecendo com ela. Realmente, ela deveria apenas
ter esperado que o cara desagradável do banheiro devesse ser o irmão de
Bekah. Ela havia sido rude o suficiente para que ela estivesse mais sur-
presa de não vê- lo. O sorriso que ele deu para ela era praticamente insu-
portável. A vida não poderia ficar pior.

— Oh! Oi, você. - O cara disse quando ele a notou.

— Oi. - Ela conseguiu dizer por entre os dentes cerrados.

— Vocês se conhecem? - Bekah perguntou a surpresa extrema-


mente evidente em sua voz. Ela animou- se ainda mais do que Lexi tinha
pensado possível. Os olhos de Bekah brilharam quando ela olhou entre
os dois.

— Eu não diria isso exatamente. - Lexi respondeu. Ela recostou


pesadamente contra a cadeira, começou a empurrar seu cabelo atrás da
orelha com força. Jack olhou para sua reação curiosamente.

— Oh, não fique assim. Vamos fazer um caminho de volta. - Disse


ele sorrindo abertamente.

— Ah, é? - Lexi perguntou inclinando- se para frente e cruzando


os braços sobre a mesa. — Então, qual é o meu nome? - Ela perguntou,
erguendo as sobrancelhas em um desafio.

124
Uma voz a partir da outra extremidade da mesa cortou a sua res-
posta. — Ramsey, onde você estava? - Um homem que Lexi reconheceu
como seu pai perguntou em um tom neutro, obviamente controlado.
Ramsey apenas deu de ombros, seus olhos permanecendo no rosto de
Lexi. — Eu estou falando com você filho. - Ele rosnou. A sala ficou em si-
lêncio.

— Sim, eu ouvi. - Disse Ramsey, finalmente, voltando sua atenção


para o seu pai. — Eu me perdi.

Lexi poderia dizer que seu pai estava fervendo. A única coisa se-
gurando ele de volta era o fato de que ele estava no meio de amigos e co-
legas. — Você viveu aqui desde que era um menino. - Seu pai apontou. —
Não é possível você se perder.

— Claro que é. Eu me perdi em um armário de vassouras. Foi mal.


- Ramsey disse encolhendo os ombros, como se este era o lugar comum.
Ele também disse a palavra como se fosse à sugestão de um comporta-
mento tolo. Comportamento que não deve ser falado ao longo do brunch
de tarde no Country Club... Ou talvez em qualquer lugar. — De qualquer
forma, posso voltar para a minha conversa?

— Ramsey posso ter uma palavrinha com você no corredor? - Seu


pai perguntou ameaçadoramente.

— Eu acabei de chegar aqui, lembra? - Disse ele sorrindo. — Não


quero perder o brunch.

— Isso é o suficiente Ramsey. - Bekah sussurrou e deixou des-


cansar a mão suavemente em seu antebraço. Bekah olhou para o assento
de seu pai e sorriu docemente. A implicação era clara. Ela iria lidar com a
situação. Não há necessidade de envergonhar a família sobre algo sim-
ples, mesmo se estas coisas empurrassem seu pai sobre a borda. Bekah
sussurrou algo no ouvido de Ramsey que ele não pareceu estar demasia-
do satisfeito sobre, mas ele esfriou, no entanto.

125
O sorriso de Ramsey retornou assim que seu foco voltou para o
assunto em questão. — Seu nome, certo. - Disse ele coçando a parte de
trás de sua cabeça, pensativo.

— Você disse que você a conhece, mas você não consegue lembrar
o nome dela? - Jack perguntou duvidosamente olhando entre os dois.

— Você está me dizendo que nunca aconteceu com você antes? -


Ramsey perguntou erguendo as sobrancelhas.

Jack riu a implicação de Ramsey, em seguida, virou- se para Lexi.


— Eu tinha certeza que você não conhecia ninguém aqui. - Ele parecia
preocupado até mesmo um pouco ciumento. Ela sorriu apesar de si mes-
ma.

— Ele não me conhece Jack.

— Mas você o reconheceu. - Bekah apontou. Ela estendeu a mão e


tomou um gole de água gelada que foi colocado à sua frente. — Eu quero
dizer, certo? Você o reconheceu.

— Bem, sim. - Ela finalmente admitiu.

— Então você o conhece? - Jack perguntou. Sim, ela definitiva-


mente poderia detectar uma pitada de inveja. Ela se deliciava com ela
por um momento

— Eu não sei por que isso importa se eu o conheço ou não. Ele es-
tá apenas brincando convosco. - Ressaltou. - Ramsey riu. Seus olhos se
voltaram de fogo. — Posso perguntar o que é tão engraçado?

— Eu sinto muito. - Disse Ramsey sufocando outra risada. — Você


acabou de dizer convosco?

— E se eu tivesse? - Lexi estalou. Ela cerrou os dentes. Aqui vai


mais uma vez. Ela estava sendo rude. Por que ela estava sendo rude?
Por que ela estava deixando esse cara, Ramsey, trazer o Yankee babaca

126
nela quando ela tinha jurado que ia ficar em modo de hospitalidade do
sul?

— Oh nada. - Observou ele olhando nos olhos azuis de Bekah, um


olhar onisciente passando entre eles.

— O quê? Que há de errado com isso? - Lexi exigiu virando os


olhos de um para o outro.

— Ah, isso não é nada. - Bekah murmurou ao mesmo tempo em


que Ramsey começou a perguntar:

— Você... Você não é daqui, não é? - Seus olhos verdes brilharam


com humor.

— Ela é de Nova York. - Bekah disse alegremente preenchendo


com algumas informações para seu irmão.

— Oh, uma Yankee em nosso meio.

— Eu não sou de Nova York. - Ela rapidamente corrigiu. Esta me-


nina, obviamente, não sabia nada sobre ela. Lexi pensou, pelo menos por
agora, provavelmente era o melhor.

— Sim, ela foi para a faculdade aqui comigo. - Jack interveio rapi-
damente, não apreciando o fato de que sua namorada estava fornecendo
detalhes sobre Lexi para Ramsey... Ou qualquer um.

— Então, de onde você é? - Ramsey perguntou ao seu interesse


culminando com seu aborrecimento.

— Sinto muito. A investigação começa mais tarde. Você só vai ter


que esperar a sua vez. - Lexi anunciou abruptamente. O rosto de Bekah
virou instantaneamente um tom rosa brilhante e Jack na esperança de
tranquilizar Lexi, á cutucou no braço. Lexi virou- se para Jack e encolheu
os ombros. Não é como se ele tivesse dito a ela que seu motivo para estar
aqui e tudo em torno das circunstâncias difíceis era para ser um grande
segredo.

127
Ramsey sorriu, mas seus olhos tinham suspeita.

— Ok. Apenas deixe- me saber quando você estará aberta para


uma investigação e eu estarei lá.

Lexi revirou os olhos, recuperando o tom sexual.

— Qualquer que seja.

— Mas eu tenho uma condição.

— Não há condições.

— Bem, eu preciso saber o seu nome em primeiro lugar.

— E eu pensei que você disse que sabia.

— Eu poderia tentar lembrar, mas eu tenho a sensação de que iria


demorar mais do que o tempo que estamos previsto.

— Provavelmente. - Lexi concordou recostando- se na cadeira e


desviando os olhos.

— Ok, wow. - Jack começou a virar a cabeça entre os dois. —


Como é que você diz que se conheceram?

— Nós não conhecemos. - Lexi latiu.

— Não, não, nós conhecemos um ao outro. Ela veio aqui com Jen-
nifer, uma vez. - Explicou ele voltando- se para a irmã. — Eu acho que
elas foram para a faculdade juntas ou algo assim.

— Você conhece a Jennifer? - Bekah perguntou a Lexi animanda


novamente.

— Espere, você conhece a Jennifer? - Jack perguntou dirigindo


sua pergunta para Bekah.

— Bem, sim, fomos para a escola juntas. - Bekah admitiu. — Co-


mo você conhece a Jenn, Jack?

128
— Jennifer e eu moramos juntas no primeiro ano. - Lexi disse a
ela, ao mesmo tempo em que Jack disse: — Conheço- a através de Lexi. -
Jack nunca tinha gostado de Jennifer muito e ele sabia que Lexi pensou
que ela era uma das pessoas mais irritantes do planeta. O fato de que
sua nova namorada não só a conhecia, mas cresceu com ela era sim-
plesmente estranho.

— Que mundo pequeno! - Bekah exclamou.

— Portanto, o seu nome é Lexi? - Ramsey perguntou- a, falando


pela primeira vez desde o início desta troca. — Hmm... Eu gosto disso.

Lexi gemeu interiormente jogando gritantes punhais em Jack por


revelar seu nome. — Sim. Essa sou eu. Lexi.

Após essa introdução bastante incomum, a conversa mudou de


volta para temas normais de conversa. Brunch foi servido como a mesa
começou a discutir o próximo torneio de golfe e técnicas específicas a se-
rem utilizadas. Lexi suspirou levando-se fora da conversa. Ela tinha
aprendido a jogar na faculdade, mas não se importava muito para o jogo,
ou pelo menos, não o suficiente para continuar a falar depois disso. Não
era como se Nova York tinha muitos lugares para a prática.

Lexi levou esse tempo para avaliar totalmente Ramsey pela pri-
meira vez que ela tinha posto os olhos em cima dele. Ela não tinha certe-
za do que fazer com ele. Ele foi insistente e direto. Para alguém nascido e
criado neste ambiente, sua personalidade retratava rebelião, apesar de
sua aparência controlada. Ele estava vestido à parte da cabeça aos pés,
mas ele parecia como se ele estivesse quase caracterizado. Ele era maldi-
tamente persistente como o inferno quando ele quis ser, mas assim que
ele descobriu o nome dela, que tinha feito uma volta de cento e oitenta
(graus) completos. Ele falou com ela apenas quando conversa educada
exigia, apesar de seu tom lisonjeiro e esmagadoramente charmoso com-
portamento nunca vacilou, ela podia ver, talvez, debaixo de que havia
algo mais. Ela não tinha certeza se mais era bom ou não.

129
Jack, pelo menos, parecia estar normal. Por isso, ela era grata. Se
essa nova garota o tinha mudado, ou pelo menos se ela pensou que ela
era capaz de mudá- lo, as coisas seriam muito interessantes. Vendo-o
falar com Bekah como ele sempre fez com ela foi desconcertante, para
dizer o mínimo. Mas, afinal, ela se ofereceu para essa tortura, então ela
poderia muito bem suportá- la com alguma dignidade. Não que ela tinha
esperado que parasse de jogar assim.

Pelo tempo que Brunch tinha chegado ao fim, a última gota de ca-
fé foi drenado da porcelana chinesa, Lexi estava perto de estourar. Ela
estava pronta para fugir deste lugar gritando e nunca olhar para trás.
Conforme os pratos foram removidos, Lexi começou a se perguntar se ela
tinha ou não cometido um erro ao vir aqui.

Bem. Se Bekah queria falar com ela sobre Jack, ela poderia lidar
com isso. Levaria algum tempo para chegar através da história, sem de-
monstrar emoções, mas ela achou que ela provavelmente poderia fazê- lo.
Ela repassava os acontecimentos vezes o suficiente em sua cabeça. Não
podia ser tão difícil de dizer isso a alguém. Mas isso, sentada aqui neste
segundo desempenhando um papel, era uma tortura simples.

O pai de Bekah levantou- se e agradeceu a todos por participar de


sua celebração mensal do Brunch. Lexi seguiu o exemplo de todos e fugiu
de volta da mesa para sair. Jack moveu na frente dela e agarrou a mão
de Bekah entrelaçando- a com a dele. Ela podia sentir- se começando a
engasgar. Ela rapidamente cobriu a boca para não demonstrar.

— Você não se importa se eu acompanhá- la desta vez, não é? -


Ramsey perguntou estendendo o braço. Seus olhos verdes estavam bri-
lhando novamente, assim que um sorriso apareceu em seu rosto.

Depois de contemplar suas opções, Lexi descansou a mão na do-


bra do cotovelo, arrastou atrás da multidão saindo da sala de jantar.

— Eu poderia me importar, mas eu vou permitir. - Disse ela


olhando para ele maliciosamente. Ela não tinha percebido o quão alto era

130
da primeira vez. Agora, em pé diretamente ao lado dele, ela percebeu que
o topo de sua cabeça mal alcançava seu ombro. Ele tinha que ter mais de
1,80m de altura. Totalmente fora da faixa de altura de caras que ela
normalmente saía.

— Então, você está aqui apenas visitando Jack? - Perguntou


Ramsey.

— Mais ou menos. - Lexi disse nem confirmando nem negando


nada.

— Específica. Você está visitando seus pais?

— Estou pensando sobre isso.

— Então você está ficando com Jack?

Lexi viu girar a cabeça de Jack na frente dela. Ele tinha obvia-
mente escutado sua conversa. — Hum... Não. Eu acho que não.

Ramsey assentiu, mas manteve o rosto neutro. — Será que os


seus pais vivem na cidade? Você vai ficar com eles?

— Por que você se importa? - Ela perguntou fazendo uma careta.

— Por que você é tão arrogante? - Ele perguntou de volta para


ela.

— Desculpe coisa de Yankee. - Disse Lexi desenhando a palavra.

— Certo, mas você não é de lá. - Ressaltou. — De qualquer manei-


ra, eu estava apenas curioso sobre o que você é. Eu lhe disse isso antes.

— Ok. - Lexi disse olhando- o com cautela, — Bem, meus pais mo-
ram, na zona sul de Atlanta cerca de uma hora, talvez uma hora e quinze
ao sul daqui. Eu provavelmente vou ficar com eles.

— Isso é muito longe. Porque não apenas fica em um hotel?

Ela revirou os olhos. Isso foi típico.

131
— Dinheiro. Assim como eu não tenho nenhum, porque eu estou
na escola. - Disse ela friamente.

— Ah, certo. Estúpido eu. - Disse ele batendo na testa com a mão
disponível. — Bem, eu acho que Bekah e Jack estão vindo para minha
casa mais tarde para beber com alguns dos meus amigos. Você está con-
vidada a se juntar a eles, se você estiver interessada. - Ele ofereceu gra-
ciosamente.

— Oh meu Deus, nós apenas adoraríamos se você fosse. - Bekah


exclamou interrompendo a conversa. — Por que você não pensou nisso
Jack? - Ela perguntou a ele, atingindo- o de brincadeira no braço.

— Deve ter escapado da minha mente. - Comentou Jack olhando


de Bekah para Lexi e, em seguida, para baixo, onde a mão de Lexi ainda
estava posicionada na manga cara de Ramsey.

— Então está resolvido. - Ramsey confirmou: — Eu te vejo em tor-


no das oito.

Lexi tinha vindo aqui com um propósito. Brunches no clube de


campo e festas tarde da noite não estavam na lista. Ela não queria co-
nhecer Bekah ou sua família. Ela não queria pensar melhor sobre o mon-
tante que Jack iria receber ao se casar com esta família... Essa garota.
Ela não queria voltar para Nova York com um sentimento pior sobre sua
situação e da maneira como as coisas tinham terminado com Jack então
ela o fez. Ela não podia imaginar o que isso a faria sentir. Ela só queria
que isso acabasse.

Por que o encerramento não poderia ser mais fácil do que isso?

Capitulo 06

Compulsão

132
Mas de acordo com ele

Eu sou linda, incrível,

Ele não pode me tirar da sua cabeça.

De acordo com ele

Eu sou engraçada, irresistível,

Tudo o que ele sempre quis.

- Orianthi "According to You"

Setembro 05 anos antes

— Jack eu não posso ir. - Lexi disse a ele pelo que parecia ser a
centésima vez. Ela descansou seu celular de flip entre sua orelha e om-
bro. Ela direcionou seu Hyundai Tiburon preto em uma vaga do estacio-
namento em frente à mercearia.

— Claro que você pode. Eu não moro tão longe de você. O que é
dirigir por dez minutos?

— Não é a distância que é o problema. - Ela disse a ele, saindo do


carro e andando em direção à entrada. Ela desviou de uma Explorer
branca que ampliou em frente a ela. Lexi xingou o motorista conforme ela
derrapou até parar no meio da faixa de pedestres. — Imbecil.

— O que? Sem necessidade de me chamar assim.

133
— Oh, desculpe, eu não estava falando sobre você. – Ela disse á
ele cautelosamente fazendo o resto do caminho em segurança. — Algum
motorista louco.

— Eu realmente quero te ver.

— Eu sei. Eu quero te ver também. - Ela confidenciou pra ele. Ela


mordeu seu lábio para o pensamento de ir a casa dele. Então ela rapi-
damente desviou sua atenção. Ela não poderia se deixar seguir esse ca-
minho novamente.

— Bem então vem me ver. Nada está te impedindo.

— Você sabe que há bastantes coisas me impedindo de ir ver vo-


cê.

— Tudo bem. E que tal isso: Eu vou te ver. Dessa forma eu não
sinto como essas razões se aplicam.

Lexi balançou sua cabeça.


— Você esqueceu meus colegas de quarto intrometidos. – Ela jo-
gou alguns itens sem objetivo no carrinho e continuou pelo corredor.

— Eles estão lá agora?

Lexi sabia que eles não estavam, mas não havia jeito dela dizer
isso pra ele. Ela não sabia qual eram os horários de seus colegas de
quarto, mas se ela fosse encontrada com Jack haveria um monte de ex-
plicação pra dar. E explicar porque ela estava falando com ele novamente
não era algo que ela estava interessada.
— Silêncio significa que eles não estão?

134
— Eu não sei quando eles estão ou não estão lá. - Ela disse á ele
evasivamente.

— Eu apenas realmente quero ver você. Você estava tão ocupada


com seus horários que eu não te vi, mas só uma vez desde que esbarra-
mos um no outro no Chamber.

— Sim, sobre isso. Como você sabia que eu ia estar lá? Você nun-
ca me disse. - Ela disse mudando o celular de orelha para ajustar a sen-
sação desconfortável rastejando sobre o ombro dela. Ela não poderia se
dar ao luxo de ter os músculos doendo com seu condicionamento inician-
do em breve.

— Não tente mudar de assunto. Quando eu vou te ver?

— Você não pode me ver até você responder.

— Eu não vou responder até eu te ver.

— Bem eu acho que estamos em um beco sem saída. - Lexi disse


numa tentativa de manobrar o carrinho de compras com uma mão só.

— Okay certo. Se eu te disser, você promete que vem me ver?


Meus colegas de quarto estão fora da cidade e teríamos a casa só pra
gente.

De repente o convite parecia muito atraente. Deus, ela sabia que


ela não deveria nem mesmo estar falando com ele. Spencer não tinha
ideia sobre as conversas que eles estavam tendo e ela não tinha nenhum
real desejo de dizer a ele. Às vezes ela podia jurar que ele sabia que algo
estava diferente sobre ela. Jack sempre a fez parecer diferente. Aquele
maravilhoso mês que eles compartilharam juntos, embora ele tivesse uma
namorada o tempo inteiro, ela sabia que ela tinha mudado. Os pais dela

135
até mesmo comentaram sobre sua aparentemente recém- alegria interior.
Jack a fez brilhar. O que era a exata razão pela qual ela não poderia con-
tar para Spencer sobre Jack.

Spencer nunca entenderia. Claro que ele agia como um pateta e


jogava tudo como se fosse uma brincadeira, mas ela sabia que ele iria ver
mais nisso. E não havia mais do que isso. Pelo menos, é o que ela dizia
para si mesmo.

— Então o que você diz Lex? Você vai vir aqui? - Ele perguntou
persuasão gravada em cada linha.

Ela suspirou profundamente pesando suas opções. Spencer tam-


bém estava fora da cidade para o fim de semana. Sua tia- avó alguma
coisa- ou- outra de alguma cidade sem nome em Vermont estava visitan-
do seus pais e ele foi obrigado a entretê- la. Ela não tinha estado muito
interessada nos detalhes. Não importa quantas vezes ele tinha discutido
com seus pais sobre ter arranjos anteriores. Não tinha funcionado e ela
não poderia acompanhá-lo. Sua família era muita à moda antiga. Ele não
seria nenhum dos sábios se ela fosse passar algumas horas de sua tarde
na casa de um velho amigo. Então, novamente, ela se sentia culpada o
suficiente por não contar a ele sobre as conversas telefônicas e mensa-
gens de texto. Como ela se sentiria se ela passasse um tempo com ele?
Um nó se formou na boca do estômago e ela sentiu o coração acelerando.

— Só para falar? - Ela espreitou, já sabendo a resposta.

— Claro que, se é isso que você quer. - Ele acrescentou.

— Você pode manter suas mãos para si mesmo? - Ela pratica-


mente sussurrou na outra linha. Ela olhou ao redor no corredor quase va-
zio verificando se havia pessoas que ela conhecia ou potenciais bisbilho-

136
teiros... Ninguém afinal parecia suspeito. Se ela encontrasse uma pessoa,
ela ia dispensá- lo. Mas ela não encontrou ninguém.

— Eu posso se você puder. - Ele brincou.

— Bem, eu não sei. - Disse ela prolongando o momento.

— Você não sabe se você pode manter suas mãos para si mesmo?
- Perguntou ele com uma risada. — Você deve definitivamente vir.

— Oh, ha. Ha. Eu não sei se eu deveria ir.

— Lex, eu já te disse que eu só quero passar um pouco de tempo


com você. Eu sei que você quer vir para cá e não há nenhuma razão para
você não fazer isso. Se um de seus outros amigos homens lhe pedisse
para sair neste instante, o que você diria a ele? - Ela permaneceu em si-
lêncio. Ele sabia o que ela estava pensando independentemente. Não ha-
veria reservas em ir sair com outro cara. Qualquer outro cara não era
Jack. Pura e simples. — Foi isso que eu pensava. Então, venha me ver.

— Você sabe o quê. Está bem. Foda- se. Se você fala que nós ape-
nas vamos sentar e conversar e sair, então eu vou. Mas só se você me
disser como você sabia que eu estaria no Chamber. - Disse ela dando pa-
ra ele.

— Ok, isso é uma tarefa fácil. - Jack disse friamente.

Só então, o telefone de Lexi começou a apitar em seu ouvido.


— Segure esse pensamento. - Disse ela, olhando para o número
que apitava na linha. Ela suspirou profundamente palavrões escapando
de seus lábios enquanto lia o nome.

137
— Ei, posso ligar de volta? - Ela perguntou a Jack, impaciente. —
Eu tenho que atender essa ligação.

— Você ainda está vindo certo?

— Claro. E você vai terminar a sua história lá.

— Tudo bem te vejo em breve.

Lexi clicou para a outra linha.


— Hey baby. - ela vibrou ao telefone. — Como está indo com a
família?

— É tão chato sem você aqui. - Spencer reclamou. — Talvez eu


pudesse ainda convencê- los a deixar você vir aqui e visitar.

Lexi deu uma risadinha.


— Em que vida? Sua irmã se casou no ano passado e eles ainda
têm dificuldade de deixar o marido dela ir a eventos familiares.

— Você está certa querida. Eu queria poder consertar as coisas.

Ela acenou os comentários fora. Não há necessidade dele ser ain-


da mais doce que o normal. Isso iria apenas fazê- la se sentir pior.
— Não há nada para corrigir. Sua família é do jeito que é. Há na-
da de errado com isso.

— Bem, eu não concordo com você sobre isso, mas eu aprecio. Is-
so me faria sentir melhor se você estivesse comigo embora. Há somente
uma quantidade de gamão18 que eu posso aguentar. - Disse ele rindo
gostosamente. — Então o que você está fazendo? Tem alguns grandes

18
Gamão: jogo de reis é um jogo de tabuleiro.

138
planos para a noite? Fuga de final de semana, enquanto eu não estou na
cidade?

Lexi parou em suas trilhas no meio da seção de comida congela-


da. Será que ele sabia sobre seus planos? Ela balançou a cabeça. É claro
que não havia nenhuma maneira de ele saber. Ela tinha acabado de de-
cidir- se e ela nunca iria deixar ninguém saber. Ela firmou- se no carrinho
de compras e deixou sua respiração até mesmo sair.
— Não. Eu provavelmente vou ficar entediada enquanto você esti-
ver fora. Sair com Olivia. Terminar minha leitura Spinoza. Coisas desse
tipo. - Disse ela com medo de que a culpa estivesse rastejando em sua
voz e ele notasse.

—Ahhh... Baby... Você não tem que fazer nada só porque eu fui
embora. Você sabe o quê?

— Não. - Ela resmungou.

— Eu quero que você tenha um bom tempo, um tempo muito bom


enquanto eu estiver fora. É minha culpa que você está sozinha neste fim
de semana. Eu me sinto obrigado a dizer- lhe que você precisa fazer algo
divertido e louco Eu não... Quero você sentada em casa fazendo lição de
casa numa noite de sexta- feira.

— Eu... Bem...

— Não. Isso é final. Se você não tem um bom tempo, esta noite,
então eu sou o único a assumir a culpa. Então vá para casa vista algo
bonito, e divirta- se hoje à noite ok?

— Ok. - Ela murmurou sem entusiasmo.

139
— Oh, eu sinto muito, que eu não esteja aí. - Ele gemeu, interpre-
tando mal a sua consciência culpada.

— É... Está tudo bem. Você tem coisas de família.

— Eu só gostaria de poder estar com você, mas você ainda tem


que seguir o meu conselho. Vou ligar amanhã para saber como foi a sua
noite, é melhor você me dizer o quão foi ótimo ok? Eu tenho que ir agora.
Eu te amo. Tchau.

Spencer desligou tão rápido que ele nem sequer a ouviu sussurrar
adeus ou o fato de que ela negligenciou completamente dizendo eu te amo
também.

Lexi colocou o telefone de volta no bolso. Ela se sentiu pior em ir


ver Jack agora que ela tinha falado com Spencer. Ele queria que ela ti-
vesse um bom tempo, ela teria se ela realmente fosse para a casa de
Jack. Essa só não seria o tipo de diversão que estaria em seu melhor in-
teresse, ou melhor, interesse de seu relacionamento. Ela não podia ir vê-
lo. Ele havia prometido que iriam apenas conversar, mas ela simplesmen-
te não podia ir. A coisa que ela lembrava mais sobre visitar Jack era a
sensação de não ter controle. Suas ações eram compelidas por ele. Ela
era compelida por ele. Toda vez que ela se encontrava em sua presença,
ela agia como se estivesse possuída. Foi fácil evocar como ela se sentia
quando ela estava tão extasiada nele que mal conseguia dormir à noite.
Mas ela não podia deixar- se ir lá novamente. Suas têmporas começaram
a pulsar dolorosamente enquanto contemplava suas opções.

Ela tinha parado qualquer coisa de acontecer com Jack na Cham-


ber, mesmo quando ela estava bêbada. Então, quando eles se encontra-
ram pela segunda vez, ele mal tinha a abraçado. Deixe que só qualquer
coisa além do que está acontecendo. Tinha sido bom apenas vê- lo, sem
amarras. Ela perguntou se talvez ela estivesse exagerando. O que ela

140
havia sentido antes com Jack tinha originado a partir de sua compreen-
são de que eles estavam trabalhando no sentido de um relacionamento.
Agora que ela estava com Spencer, talvez eles só pudessem trabalhar no
sentido de uma amizade.

No fundo, ela sabia que o que ela tinha sentido com Jack quase
um ano antes tinha sido real. Que se ele fosse solteiro na época, abstido
de mentir para ela, eles teriam trabalhado. Ela queria isso, eles ficarem
juntos, mais do que qualquer coisa que ela queria agora. E esse fato a
assustou.

Lexi tentou não pensar muito sobre o assunto enquanto ela termi-
nava suas compras de supermercado e ia para casa. Parando em uma
vaga de estacionamento na frente do seu apartamento de quatro quartos,
ela rapidamente descarregou os mantimentos.

— Precisa de ajuda com isso, colega de quarto? - perguntou Oli-


via, pulando para a sala de estar dela.

— Não, obrigado. Acho que esta é a última.

— Tá bom então. - Ela vibrou, estatelando- se de pernas cruzadas


no chão acarpetado branco. Ela pegou seu violão a partir de sua posição
e começou distraidamente dedilhando uma de suas novas músicas. Ela
alternava a um ritmo acelerado para o refrão e seu soprano enchia a sa-
la.

— Eu gosto dessa última parte. - Lexi disse a ela afastando três


caixas meio- cheias de leite para dar espaço para alguns de seus manti-
mentos.

— Muito bom. - Disse ela voltando ao dedilhar suave. — Eu não


terminei ainda. Estou trabalhando em um segundo verso.

141
Lexi sorriu.
— Posso ouvir a coisa toda? - Ela pediu a cabeça aparecendo so-
bre a porta da geladeira.

— Claro querida! - Exclamou Olivia. Ela arrancou cada acorde


experimentalmente para verificar que ela estava em sintonia. Depois de
ajustar um botão ou dois, ela começou a tocar deixando suas letras fluir
facilmente de sua boca.

―Fechando- se. Finalmente gasto.

Você se foi.

E agora você está se movendo.

Pesado agora. Lágrimas permanecem.

Difícil de descanso.

Quando tudo o que eu sinto é uma bagunça.

Agora, não te preocupes a cabeça.

Você não é meu único amigo.

E eu não preciso mais de você.

Para me deixar machucada e quebrada no chão.

Você me deixou machucada. Você me deixou quebrada.

Você me deixou machucada. Você me deixou quebrada.

142
Lexi olhou para Olivia em reverência. Esta era a música mais co-
movente que Olivia tinha escrito. Geralmente, eles eram ritmos com letras
sobre qualquer coisa de uva passas para gatinhos para até arco- íris.

— Isso é sobre John? - Lexi perguntou sobre seu ex- namorado


depois que ela terminou a segunda rodada do refrão.

— Não, claro que não. - Disse Olivia retornando rapidamente à


sua personalidade otimista.

— Eu só quero dizer, que era muito escura, Liv.

— Sim, bem, que seja. Coisas acontecem. - Olivia disse vagamen-


te.

— Quer dizer, eu sei que você gostava muito dele, mas você não
pode habitar nele por mais tempo. - Lexi disse a ela.

— Eu o amava. - Disse ela mansamente.

— Eu sei. Mas ele estava machucando você. Você tem que saber
que você não poderia ir junto com isso por mais tempo.

— Eu sei que não deveria, mas isso não significa que eu não que-
ro estar com ele. - Disse ela ferozmente.

Lexi assentiu com a cabeça. Ela sabia o que isso era, mesmo que
ela não poderia dizer exatamente isso a Olivia.
— Seu rompimento levou sete horas. Que juntamente com o choro
para a próxima semana consecutiva tinha que ter sido mentalmente des-
gastante. Eu não espero que você se recupere disso durante a noite. Sei

143
que eu não faria. Mas você tem que saber que eu estou aqui para você.
Você pode confiar em mim.

As palavras pareciam ocas em sua boca assim que ela as pronun-


ciou. Aqui ela estava consolando sua amiga após o mais traumático rom-
pimento que Lexi já havia testemunhado e ela estava indo ver Jack. Ela
tinha praticamente feito a sua mente nesse departamento. Olivia tinha
estado lá para ela quando as coisas tinham ido para o sul com Jack no
ano passado e agora Lexi não conseguia nem dizer que ela estava falan-
do com ele novamente. Oh, o que Olivia diria se ela descobrisse? Lexi
cansou de não pensar sobre isso, pois sabia que Olivia ficaria furiosa
com ela. Ela apenas sabia. É por isso que Lexi não poderia dizer a ela.
Depois do que tinha acontecido com o ex- namorado, de Olivia como ela
podia dizer a Olivia que estava submetendo- se ao que poderia ser poten-
cialmente tão destrutivo?

— Obrigado, querida. - Olivia murmurou. - Quais são os seus


planos para hoje à noite?

— Uh... - Lexi congelou. Ela não surgiu com uma desculpa por es-
tar fora, porque ela não esperava que Olivia estivesse em casa.

— Os caras. - Olivia começou, referindo- se a seus outros dois


companheiros de quarto. — Foram para alguma reunião na fraternidade.
- Ela fez um som de engasgos na parte de trás de sua garganta que fez
Lexi rir.
— Spence se foi certo? - Olivia perguntou voltando para sua gui-
tarra.

— Hum... Sim ele foi.

— Legal, noite das menina! -

144
Ela disse olhando para cima antes do refrão da música que esta-
va tocando.

— Eu vou ter que passar. - Lexi murmurou desconfortável. Assim


que as palavras saíram, ela se arrependeu. Olivia parecia esmagada. Ela
sempre usava suas emoções em sua manga. — Eu quero, mas eu fiz pla-
nos com Jennifer. - Lexi improvisou rapidamente. Olivia desprezava Jen-
nifer o qual foi à única razão que ela tinha usado o nome dela. Dessa
forma, ela tinha efetivamente cortado Olivia na tentativa de se juntar a
ela.

— Ah... Eca... Por quê? - Olivia perguntou franzindo o nariz.

— Ex- colega de quarto se reunindo alguma coisa ou outra. - Lexi


disse vagamente.

— Certo... Tudo bem. Divirta- se com isso. - Disse ela fazendo ou-
tro ruído de engasgo.

Lexi se retirou para seu quarto para decidir sobre algo para vestir
para ir à casa de Jack. Ela rapidamente se jogou em um par de jeans e
uma folgada camiseta vermelha. Ela olhou para seu reflexo no espelho, e
suspirou profundamente. Se ela ia fingir sair com Jennifer, ela poderia
muito bem fazer o papel. Deslizando o jeans e camiseta para fora, ela
vasculhou seu armário até que ela encontrou uma blusa azul marinho de
três quartos de comprimento. Ela virou- se para a cômoda e acrescentou
uma mini- saia cinza para o conjunto. Lexi colocou uma pequena corrente
de prata com um pingente de coração de lado que apenas escovou suas
clavículas em torno de seu pescoço e sapatilhas plissadas pretas para
finalizar o look. Jennifer jamais teria sido vista em público com Lexi no
que ela estava usando anteriormente. Ou pelo menos essa era a desculpa
para se vestir sexy.

145
Apreensiva, Lexi deslizou de volta em seu carro para fazer o ca-
minho de 10 minutos de carro até o apartamento de Jack. Duas horas
haviam se passado desde o seu telefonema, ele provavelmente pensou
que ela tinha desistido dele. Afinal, ela não deveria vê- lo em tudo. Mas,
ingenuamente, ela assumiu que nada poderia dar errado. Contanto que
ambos soubessem que isso não ia a lugar nenhum, enquanto ela estava
com alguém. Eles tinham ido por esse caminho e tinham visto como funci-
onou mal. O único conforto que ela tinha começado em descobrir que Jack
tinha tido uma namorada antes era saber que todas as vezes que ele ti-
nha detido fora em tomar seu relacionamento ainda mais não tinha sido
culpa dela. Ele não tinha ido mais longe, porque ele queria contar a ela
sobre sua namorada. Porque sua namorada continuava ligando. Porque
ele se sentiu muito mal por mentir para ela. Não porque Lexi não era o
que ele queria.

Esse conhecimento não fez nada para influenciar a sua apreen-


são sobre vê- lo agora. Não havia nenhuma namorada segurando-o de
mostrar seus verdadeiros sentimentos. A única coisa que o impedia era o
seu respeito por Lexi. Ela esperava que isso fosse o suficiente.

Lexi pulou até porta de Jack e encontrou aberta, assim que ela
chegou. Ele estava esperando por ela.
— Aqui está você. - Disse ele olhando-a de cima a baixo. — Uau,
você está ótima. - Ele estava obviamente cobiçando o comprimento da
saia que revelava muito de suas coxas bronzeadas.

— Obrigada.

— Eu não sabia se você ia aparecer. - Afirmou, enquanto ela con-


tornava por ele para a sala.

— Eu também.

146
— Bem, eu estou feliz que você veio.
Ela assentiu com a cabeça não se deixando admitir que já se sen-
tia melhor por estar perto dele.
— Será que você quer assistir a um filme ou algo assim? - Pergun-
tou ele.
— Claro que sim. - Ela pegou Wedding Crashers (Penetras Bons
de Bico) da prateleira e foi para colocá- lo no DVD player lembrando- se
de fazer isso muitas vezes antes.

— Na verdade, eu só tenho uma TV e outras coisas para o meu


quarto, se você quiser vê- lo lá. - Disse ele casualmente.

Ela podia lê- lo embora. Ele sabia que se eles estivessem em seu
quarto que ela seria obrigada a sentar- se ao lado dele. Mas a coisa que
ela não conseguia decidir era se deveria ou não se importar.
— Ok, vamos entrar lá, mas não pense que você está fora do gan-
cho sobre a história Câmara. - Lexi disse, apontando o filme para ele.

Ele levantou- lhe as mãos em defesa.


— Claro que não.

Eles se mudaram para o quarto e Jack colocou o filme em volume


baixo para torná- lo mais de ruído de fundo. Mudou- se para sentar- se
ao lado dela na cama, mas com cuidado para não tocá- la. Honestamen-
te, ela estava surpresa. Ele estava sendo cortês e respeitoso o que era
bom até agora.

Lexi cutucou nas costelas dele de brincadeira.


— Então derrame senhor! Como você sabia que eu ia estar no
Chamber? Isso vem me incomodando há algum tempo agora.

— Eu já te disse que é um caminho fácil.

147
— Sim. Sim, mas como?

— Krista me contou.

Ela olhou para ele fixamente. - Huh? - perguntou para ele. Ela
estava tão confusa. Krista, capitã da ginástica no ano passado, estava
atualmente residindo em Las Vegas. Como ela poderia saber que Lexi
estava em um bar em qualquer noite? E por que ela contou a Jack sobre
isso mesmo que ela descobrisse?

— Você me perguntou como eu sabia, e foi porque Krista me con-


tou.

— Sim, mas como você conhece Krista? E por que ela te disse?

— Bem, Um: Eu a conhecia antes de você Ela namorou um amigo


meu calouro do primeiro ano. Quando eles terminaram, nós permanece-
mos amigos. - Ela estreitou os olhos. — Apenas como amigos. - Ele
acrescentou rapidamente. — E, dois: Ela recebeu um texto ou algo de vo-
cê. Ela me disse que você estava lá, porque eu fui o único que disse a ela
sobre você.

— Você contou a ela sobre mim?

— Isso é certo. Depois que você parou de retornar as minhas men-


sagens, eu fui em frente e disse a Krista sobre você. Dei- lhe seu e- mail e
disse- lhe que você valia seu tempo. Acho que você sabe o resto da histó-
ria.

— Você fez isso por mim? - Ela perguntou saudosamente perce-


bendo pela primeira vez que Jack tinha sozinho, garantido sua posição
com a equipe de ginástica.

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— Claro, eu fiz isso por você.

— Quero dizer, eu percebi que você tinha algo a ver com isso já
que eu não tinha contado a ninguém sobre isso.

— Você não tinha contado a ninguém? - Ele perguntou incrédulo.

Ela corou um pouco no momento da admissão.


— Uh... Não.

— Mas por quê? Quero dizer, por que você me contou?

— Bem, em primeiro lugar, você perguntou e, segundo, eu não


sei... Parecia que estava sinceramente interessado. Pensei que a ginásti-
ca era parte do meu passado. Isso desde que eu não tinha sido recrutada
fora da escola tudo tinha sido um desperdício. E eu odiava admitir isso
para mim mesma. Deixe que só para qualquer outra pessoa.

— Mas você me disse.

Lexi assentiu.
— Eu te disse.
— Porque você confiou em mim. - Disse ele a tristeza escapando
dele.

— Isso é certo.

— E eu estraguei tudo. - Disse ele olhando para longe dela. Ela


poderia dizer que ele estava em tanta dor. Ele parecia apenas tão ma-
chucado agora admitindo que ele tivesse a machucado como ele tinha
quase um ano mais cedo. Era quase demais para suportar. Por que ele
estava tão malditamente sexy e carinhoso? Por que não poderia ela ver,

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além disso? Por que não podia ficar zangada com ele por jogar ela como
tola?

Finalmente, ele encontrou o olhar dela.


— Deixe- me recompensar você. - Disse ele chegando mais perto
assim seus joelhos estavam quase se tocando.

— Jack. - Ela disse em aviso, mas ela não se afastou.

— Eu preciso recompensar você. Eu disse a você que eu nunca


mentiria para você novamente, mas isso é apenas o começo. Isso não é o
suficiente.

Lexi apenas o encarou. Ela não sabia o que ele tinha em mente,
mas ela sabia que ela não iria... Não poderia detê- lo... O que quer que
fosse.

— Você merece mais do que isso. - Jack disse estendendo a mão e


acariciando a bochecha dela com as costas da mão dele. Foi a primeira
vez que ele tinha tocado ela além de um abraço de boas- vindas. A mão
dele virou-se e segurou a bochecha dela em sua mão carinhosamente,
levantando o rosto dela para cima para o dele. Suas mãos estavam quen-
tes e ela podia sentir os calos de trabalhar para o pai dele. No entanto, o
toque era amável e gentil. Havia tanto carinho naquele gesto que ela pen-
sou que ela poderia quebrar bem ali.
— Será que você vai me deixar provar isso para você? - Ele pergun-
tou seus penetrantes olhos azuis estabelecidos unicamente nos dela.

Ela não podia acreditar no que estava fazendo. Seus lábios esta-
vam a poucos centímetros de distância dela. Ela era massa em suas
mãos. No instante em que ele a tocou, ela se perdeu. Seus olhos estavam
fechando por vontade própria e ela podia sentir sua cabeça inclinar para
trás para alcançá- lo. Ela estava desejando seu beijo doce. Sua consciên-

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cia lhe disse para fugir dele, mas ela simplesmente não conseguia. Ape-
sar do fato de que ela mesma havia prometido que tudo o que eles iam
fazer era conversar e as conversas que teve com ambos Spencer e Olivia,
ela não se afastou dele. Tudo sobre a situação estava errado, e ela sabia
disso. Mas parecia tão certo estar com ele, e ela não conseguia processar
qualquer outra coisa.

— Você me fez prometer manter as minhas mãos para mim mes-


mo. - Jack sussurrou seu hálito quente em seus lábios. Ela podia sentir
seu corpo tenso em antecipação. — Você quer que eu pare?

Lexi gemeu quando a mão dele se moveu para a nuca dela empur-
rando para cima em seus cachos castanhos escuros. Ela precisava dizer-
lhe para parar. Sua mente precisava clarear e não se concentrar nos ca-
lafrios que ela encontrou correndo por sua espinha ao toque dele. Mas
sua voz não estava funcionando. Ela realmente não queria que ele paras-
se e o esforço de conjurar aquelas palavras pareciam demais.

— Lex, olhe para mim. - Seus olhos se abriram e ela olhou para
ele com ar sonhador. Ela molhou os lábios enquanto esperava que ele
continuasse. — Eu quero fazer isso com você, mas eu não quero cruzar
uma linha. Você vai me dizer se eu estou?

Lexi pensou sobre isso por um segundo. Ela estava tendo um mo-
mento difícil para pensar quando ele estava tão perto dela, seus cristais
azuis de bebê claros aparentemente olhando diretamente através dela.
Para ser honesta, ela não tinha certeza de como ele estava até mesmo
controlando a si mesmo. Apenas um leve toque dele havia enviado seu
corpo na ultrapassagem. Seu pulso estava acelerado e mamilos estavam
eretos. Ela estava certa de que, se ela se posicionasse em cima dele, ela
teria a certeza de encontrá- lo em um estado similar.

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Mas ela podia deixar- se fazer isso? Culpa vincando suas feições
apenas por um breve segundo antes que ele beijou suas preocupações
embora. Ele nunca a tinha beijado assim antes. A paixão que eles tinham
tanto sentimento foi transbordada quando ele abriu os lábios. Sua língua
lambeu todo o lábio inferior antes de se mudar e conhecer a língua dela.
Ela gemeu quando o beijo se intensificou. Ele a puxou para o seu colo e
apertou seus corpos com firmeza, deixando sua mão sobre o interior de
sua coxa nua. Quase tão logo o beijo começou terminou. Lexi acabou mon-
tada em cima dele em sua pequena mini- saia cinza. Ela podia sentir o
material do curso de sua calça jeans contra suas coxas e sentiu os mús-
culos fortes contra sua pequenina calcinha de renda vermelha. Ela tinha
razão. Ele estava tão duro quanto ela tinha imaginado. Forte suspiro es-
capou assim que ela olhou para ele.

— Isso não cruza a linha? - Jack perguntou pressionando mais


um beijo em seus lábios. Ela balançou a cabeça. Palavras ainda não viri-
am. Ela só queria mais. Seus olhos se moveram de seus olhos ansiosa-
mente de volta para os lábios dele. Ela inclinou- se e deu- lhe outro beijo
mais exigente. Ela podia senti- lo sorrindo contra sua boca.

— Vou tomar isso como um não. - Pegando- a, ele facilmente a vi-


rou de costas de modo que ele estava situado em cima dela. Ela ajustou
sua posição para que sua cabeça descansasse confortavelmente em um
travesseiro. Isto não fez nada para a saia dela que subia para o alto das
coxas enquanto ela se movia.

Ele parecia ignorar esse fato, enquanto suas mãos se arrastaram


até a blusa e agarraram os seios através do sutiã de renda vermelha que
ela tinha colocado antes de vir. A cabeça dele se moveu em direção a sua
pele quando ele puxou para baixo o sutiã, e agarrou seu mamilo entre os
lábios. Ela engasgou com seu atrevimento, mas não desaprovou. Na ver-
dade, o quer que ele esteja fazendo com a boca estava funcionando. Ge-
mendo, ela mexeu os quadris em apreço. Enquanto sua língua começou a

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trabalhar em seu outro peito, sua mão serpenteou por baixo e soltou o
sutiã.

— E isso... - Disse ele sacudindo a língua através de seu duro


mamilo. —... Não é cruzar a linha? - Os olhos dela se fecharam costas
arqueando na deliciosa sensação dele. Todos os pensamentos de parar
tinham deixado completamente ela. Ela tinha chegado tão longe, apesar
de seus melhores esforços. Ela não tinha certeza se ela podia detê- lo,
mesmo se quisesse. E ela não queria.

— Eu não acho que você vai precisar disso. - Disse ele puxando a
camisa dela sobre sua cabeça, e lançando junto com o sutiã no chão.

Ela não podia acreditar nela mesma. Aqui estava ela, quase nua
na cama de Jack. Sua quase calcinha praticamente transparente mal co-
bria alguma coisa e sua saia parecia estar em apenas um show. Não iria
realmente prevenir qualquer coisa.

— Sabe que eu acho que você está mais bonita agora do que eu
jamais vi. - Disse Jack se movendo para beijá- la nos lábios. Ela o respi-
rou dentro. Tudo sobre ele lhe deixava excitada. A maneira como ele a
irritava com tanta facilidade, a forma como seus lábios e língua tinham a
tornado como gelatina apenas tocando seus seios. Ela não podia imagi-
nar como seria se ele fosse mais longe. Seu corpo gostava desse pensa-
mento e ela podia sentir sua calcinha começar a molhar completamente.
Realmente houve um ponto para ela ter isso? Ela não conseguia se lem-
brar.

Ela não tinha percebido que suas mãos estavam cavando em su-
as costas até que ele se afastou para tirar sua camisa. O olhar dela caiu
sobre os músculos do abdômen perfeitamente tonificado. O instinto a fez
alcançar e arrastar os dedos para baixo do tanquinho apreciando a sen-
sação de cada músculo sólido. Ele gemeu quando sua mão alcançou sua

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cintura. Ela correu o dedo por baixo da bainha da calça jeans por toda a
parte sensível da pele.

Jack esticou o braço e entrelaçou as mãos na dela, então a forçou


contra a cama empurrando bruscamente as mãos dela acima da cabeça.
— Nós vamos chegar lá mais tarde. - Disse ele provocando, empurrando
sua ereção contra ela enquanto el