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Alimentação Noturna 2

Refeições noturnas...falar a verdade pra vocês, não sei o que o povo vê de tão estranho e
difícil nisso.

Esse negócio de cortar carboidrato à noite é uma coisa q vem de não sei quantos anos
atrás. Faz parte do mesmo grupo de informações da tal faixa de batimento cardíaco para
melhor queima de gordura e de que apenas os aeróbios promovem perda de gordura, e
também de que a natação é a cura para todos os males, ou seja: são idéias com pouco
fundamento, que se enraizaram e ficaram como "verdades absolutas". Certo, vamos
tratar da refeição noturna, mas vamos primeiro falar de consumo de carboidrato durante
todo o dia. Em uma conta hipotética, uma pessoa necessita de 800 gramas de
carboidrato durante o dia todo, e faz 6 refeições diárias. Desde que ele consuma isso
distribuído em todas as refeições do dia, que seja de carboidratos complexos, não há
justificativa para que ele distribua isso nas 5 primeiras refeições e corte o carboidrato
antes de dormir. Para isso, vale lembrar que nosso metabolismo basal é responsável por
cerca de 70% a 85% dos nossos gastos energéticos. Então, o que quer dizer? Que,
mesmo dormindo, vamos gastar energia. Portanto, se isso vale pra uma pessoa que não
pratica atividades físicas no período noturno, imagine pra quem acaba de chegar de um
treino de musculação.

Na verdade, nem precisaria continuar falando sobre consumo de carboidrato à noite


depois do que acabei de escrever, mas vou explicar melhor como funciona para quem
acabou de treinar, para que fique bem entendido. Imagine o seguinte: você faz um treino
de musculação no período noturno. Você gastou energia e degradou seus músculos nesse
treino.
Após o treino, você vai ter que escolher: ou comer apenas proteína, e essa ser usada
principalmente para repor a energia gasta durante o treino, ou comer carboidrato, para
que esse seja usado como repositor de energia e também para produzir um pico de
insulina, e proteína, agora sim, desempenhando seu papel no crescimento e/ou
manutenção muscular. Eu, particularmente, fico com a segunda opção. Pra quem fica
com a primeira opção, qual a justificativa? A pessoa esta em busca de liberação de
cortisol e de catabolismo? E, olha que legal, isso vai continuar acontecendo durante toda
a noite!!! Bom, né?

Então, para o praticante de musculação, acho que é uma questão bem simples: após o
treino, seja ele de dia, de tarde, de noite ou de madrugada, com chuva ou com sol, é
OBRIGATÓRIO a ingestão de carboidratos. Ah, mas tem gente que vai falar sobre a
liberação de GH noturno!!! Basta que eles lembrem que o carboidrato, consumido logo
após o treino, será utilizado rapidamente, interferindo pouco nesse aspecto. E, além
disso, a liberação de GH noturno já é otimizada após um jejum de carboidrato de 4
horas, onde já se entra em hipoglicêmia, situação interessante para a melhora na
liberação de GH. Portanto, como sabemos que a pessoa vai tentar dormir suas 8 horas
diárias, sobra bastante tempo para o GH...e, mesmo que, hipotéticamente, bloqueemos
essa liberação de GH, o que é preferível: ficar sem a liberação otimizada de GH
noturno, ou deixar que o organismo fique em estado catabólico por 8 horas??? Já ouviu
falar da expressão "Vale Catabólico"? Se não, é uma expressão usada por fisiculturistas
para designar a fase noturna, quando estamos dormindo, onde não se tem ingestão de
alimentos de qualquer espécie por um longo período. Já imaginou, que legal, é estar
nesse vale catabólico, e ainda tendo que se virar para a recuperação pós-treino, sem ter
consumido carboidrato? Eu, só de pensar, devo ter perdido umas 300 gramas de massa
muscular.
Para quem insistir no assunto liberação de GH, essa pessoa deve se lembrar que um dos
momentos de maior liberação desse hormônio é durante treinos realmente intensos.
Portanto, basta treinar sério que ela terá a liberação do seu querido GH otimizado.
Agora você pode estar se perguntado: Ah, mas muita gente corta carboidrato no período
noturno e tem sucesso em dietas de perda de peso. Tem mesmo? E isso é devido
exclusivamente a cortar carboidrato na refeição noturna, ou a um déficit calórico no
total do dia? A verdade é que essas pessoas teriam um resultado melhor se cortassem
esse carboidrato divido durante o dia todo. Se, por exemplo, em uma dieta com o
consumo planejado de 250g de carboidrato, essa pessoa tivesse, ao invés de comer 5
refeições com 50 gramas de carboidrato, e nada na última, elas tivessem consumido 40
gramas de carboidrato em todas as 6 refeições, com certeza, elas teriam perdido muito
mais gordura, e menos massa muscular.

Agora vai a pergunta: vocês vão cortar seus carboidratos nas refeições noturnas?

Eu não.

Abraços!

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