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Capítulos:
1. Preâmbulo
Ainda que se possa dizer que essa esfera política e militar pertence ao passado e pertence à fase
pré científica da geografia, e que agora a geografia seria uma ciência desconexa isso não é
verdade. Enquanto eles afirmam que o discurso geográfico estaria desinteressado com questões
de poder, na verdade mais do que nunca ele está conectado com interesses práticos, políticos e
militares.
A “guerra ecológica”, como diz a expressão, poderia ser melhor compreendida em perspectiva
geográfica. Página 621:
“Para conseguir um número limitado de poderes políticos e militares objetivos houve a
destruição da vegetação, a transformação do meio físico e das características do solo, a
precipitação deliberada de novos processos erosivos, a ruptura de sistemas hidrológicos
para alterar o nível do lençol freático (para para secar poços e arrozais), e também uma
mudança radical na distribuição de população. Tais formas de destruição não são
simplesmente as consequências não intencionais da enorme escala de meios letais
disponíveis para a guerra tecnológica e industrial; são o resultado de uma estratégia
deliberada e minuciosamente articulada, os elementos de que são cientificamente
coordenados no tempo e no espaço.”
Há uma controvérsia de se teria sido de propósito ou não, mas o autor visitou a região e viu que
era muito preciso o local dos bombardeios, como segue o mapa.
Pela imagem dá pra ver que quase não tem bombardeamento fora das áreas dos diques. A
Comissão Internacional de Inquérito sobre Crimes de Guerra decidiu que seria preferível
concentrar sua investigação no delta do Rio Vermelho, e é possível notar que os bombardeios
foram tão concentrados, em uma área tão restrita, que é difícil distinguir os que visavam uma
instalação hidráulica daqueles que tinham outro tipo de objetivo.