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Sumário
1. Histórico da Telefonia, 7
1.1 - Histórico da Telefonia no Brasil, 9.
1.2 - Evolução da Telefonia Fixa em Natal RN (Telern-Telemar), 12.
2 - As normas das concessões e a qualidade do serviço, 15.
2.1 Alcance das redes de telecomunicações, 17.
3. Fundamentos de Acústica, 20.
3.1 Voz X Audição, 20.
3.2 – Inteligibilidade, 21.
3.3 – Transformação de Energia Acústica em Energia Elétrica, 22.
3.4 – Transformação de Energia Elétrica em Energia Acústica, 23.
4 - Unidades de Medidas em Telecomunicações, 24.
4.1 – Relação de Potências e quadripolos, 25.
4.2 – Decibel, 26.
4.3 – dBm, 28.
4.4 – dBu, 30.
4.5 – dBr, 33.
4.6 – Outras unidades logarítmicas, 34.
5 - Conceitos Elementares de Comutação, 34.
5.1 - Nós e Arcos, 34.
5.2 - Modelo elementar de comunicação, 35.
5.3 - Introdução às centrais telefônicas, 37.
5.4 - Centrais Telefônicas Manuais, 38.
5.5 - Automatização das Comutações, 39.
5.5.1 - Centrais Eletro-mecânicas, 39.
5.5.2 - Centrais Eletrônicas, 41.
5.5.3 – Centrais Digitais, 41.
6 - Sistemas Telefônicos Públicos, 43.
6.1 - Centrais Locais, 43.
6.2 - Centrais Tandem, 44.
6.3 - Centrais Mistas, 46.
6.4 - Centrais de Trânsito, 47
6.5 – Hierarquias Entre Centrais, 48
6.6 - Diferentes Entroncamentos de Circuitos – Rotas, 49
6.7 - Sistema de Telefonia no Rio Grande do Norte, 50
6.8 – ELR (Estágios de Linha Remotos) ou URAs (Unidades Remotas de Assinantes),
51
6.9 - Estação Telefônica Local e Interurbana, 53.
7 - Características da Rede Telefônica, 55.
7.1 – Rede de Assinantes (Rede de Acesso), 55.
7.1.1 – Tipos de Redes de Acesso, 57.
7.1.1.1 – Redes Rígidas, 57.
7.1.1.2 – Redes Flexíveis, 58.
7.1.1.3 – Redes Múltiplas, 59.
7.1.1.4 – Linha Privada, 60.
7.2 – Elementos das Redes de Acesso, 61
7.2.1 Blocos de Terminação, 61.
7.2.2 - Fio Jumper ou FDG, 61.
7.2.3 - Distribuidor Geral (DG), 61.
7.2.4 - Caixa de DG, 65.
7.2.5 - Caixa de distribuição, 65.
7.2.6 - Caixa Subterrânea, 65.
7.2.7 - Armário de Distribuição, 65.
7.2.8 - Cabo Primário, 66.
7.2.9 - Cabo Secundário, 66.
7.3 – Cabos e Fios Telefônicos, 67.
7.4 – Degenerações do Sinal de Áudio, 68.
7.4.1 – Atenuação, 68.
7.4.2 – Linha Condicionada (pupinização), 70.
5
7.4.3 – Ruído Branco, 72.
7.5 – O Aparelho Telefônico, 73.
7.5.1 - Circuito de áudio, 74.
7.5.2 - Processador de chamadas - Pulse Dialer ou DTMF Generator, 74
7.5.3 - Circuito de Campainha ou Ring (Tone Ring), 76.
7.5.4 – Principais parâmetros para avaliação dos cabos com pares metálicos
trançados, 77.
8 – Sinalização, 78.
8.1 - Sinalização de Assinante, 78.
8.1.1 - Tom de Discar (TD), 78.
8.1.2 - Tom de Chamada (TC) ou Tom de controle de Chamada, 79.
8.1.3 - Tom de Ocupado (TO ou LO), 79.
8.1.4 - Tom de Número Inacessível (TNI), 80.
8.1.5 - Corrente de Toque (CT), 80.
8.1.6 – Outros tipos, 81.
8.2 - Sinalização de Linha, 81.
8.2.1 - Tipos de Sinalização de Linha, 81.
8.2.2 - Descrição dos Sinais, 82.
8.3 - Sinalização de loop, 83.
8.4 - Sinalização E & M Pulsada, 83.
8.5 - Sinalização E & M Contínua, 84.
8.6 - Sinalização de Registro, 85.
8.6.1 - Sinalização Decádica, 85.
8.6.2 - Sinalização Multifreqüencial Compelida ou MFC, 85.
8.6.3 - Sinalização DTMF e MFP, 90.
9 - Centrais privadas de Comutação telefônica (CPCT), 90.
10 - Sistemas Multiplex, 92.
10.1 – Modos de operação de um meio de transmissão, 92.
10.2 – Conceito de Canal e Circuito, 92.
10.3 – Circuitos a 2 Fios e a 4 Fios, 93.
10.4 – Dispositivos Híbridos, 94.
10.5 – Conceito de Multiplexação, 95.
10.6 – Tipos de Multiplexação, 97.
10.6.1 - Técnica digital, 97.
10.6.2 – Técnina analógica, 97.
11 – Multiplexação FDM – Frequency Division Multiplex, 97.
11.1 – Canal Multiplex, 97.
11.1.1 – Representação Convencional, 97.
11.1.2 – Tipos de Canais Multiplex, 98.
11.2 – Translação ou conversão de freqüências, 99.
11.3 – Modulação e Demodulação, 99.
11.3.1 – Tipos de Modulação, 100.
11.4 – Modulação em amplitude, 100.
11.4.1 – Representação matemática do sinal modulado, 101.
11.4.2 – Percentagem de Modulação, 102.
11.4.3 – Faixas Laterais, 104.
11.4.4 – Distribuição de Potência na Modulação em Amplitude, 105.
11.4.5 – Principais Processos de Modulação em Amplitude Utilizados pelo
FDM, 107.
11.5 – Demodulação em Amplitude, 109.
11.6 – Princípio Básico do Multiplex por Divisão de Freqüência (FDM), 110.
11.7 – Banda Básica, 112.
11.7.1 – Conceito, 112,
11.7.2 – Estágios de Translação, 112.
11.7.3 – Procedimento, 113.
11.8 – Representação das Bandas Básicas no Domínio do Tempo e da Freqüência,
116.
11.9 – Sistemas de Transmissão Multiplex via Rádio, 118.
11.10 – Representação de transmissão Multiplex e etapas de uma ligação telefônica
interurbana, 124.
6
1. Histórico da Telefonia
Em todas as épocas, cada vez mais o homem tem procurado aprimorar
a comunicação, fator primordial para escrever a sua própria história. Nos
tempos mais remotos, a linguagem na forma de sons guturais foi único meio
existente de exprimir idéias e pensamentos de uma pessoa para outra. Essa
forma de comunicação foi desenvolvendo-se com o tempo, algumas em uso
até hoje, sendo a mais importante forma de comunicação existente.
A comunicação elétrica começou com a invenção do telégrafo, por
Wheatstone e Morse em 1837, o qual se expandiu por todo o mundo. A
Telegrafia é uma comunicação codificada (digital) direcional e que no Brasil
teve na figura do marechal indianista e pacifista Cândido Mariano Rondon o
seu grande implantador, especialmente na região norte do país.
Naquela época, a única maneira de ampliar a voz era colocando as
mãos ao redor da boca, em forma de cone, a fim de concentrar as ondas
sonoras em direção ao ouvinte. Foi daí que surgiu a idéia de construção do
Megafone, em forma de um grande cone, muito usado na comunicação de
curta distância. Um outro aparelho inventado, baseado nos mesmos princípios,
foi a trombeta de ouvido. Esse aparelho captava as ondas sonoras de uma
área relativamente extensa e as concentrava no ouvido.
Os esforços do homem para vencer a dissipação das ondas sonoras
levaram-no à construção de túneis sonoros entre prédios medievais. Um
moderno avanço dessa idéia é o tubo falante, usado em muitas casas e prédios
antigos.
Com a evolução, foi necessário que a voz fosse transmitida entre
cidades; o meio científico percebeu que a resposta ao problema não estava na
utilização da força bruta, num esforço para ampliar o campo de ação da
comunicação da voz.
Muitos estudiosos, cientistas e inventores tiveram uma idéia do que seria
necessário para providenciar a resposta à procura de um melhor meio de
transmitir a comunicação da voz. A invenção do telefone é atribuída a
Alexander Graham Bell (1847-1922), que em 1876 requereu a patente de sua
invenção, denominada na época de “melhoramento da telegrafia”. 20 anos
antes, o francês Charles Bourseul (1829 – 1912), já havia mostrado o princípio
da telefonia elétrica: uma placa móvel, interposta num circuito cortado por suas
vibrações acústicas, poderia gerar uma corrente que, agindo à distância sobre
outra placa móvel, poderia reproduzir a voz que fizesse vibrar a primeira placa.
Em 1861, o fisco alemão Philip Reis (1834-1874) construiu uma
engenhoca baseada no princípio anunciado anteriormente, mas que só
transmitia tons musicais e não era capaz de reproduzir a intensidade ou timbre
da voz humana. O transmissor consistia em um diafragma que vibrava com a
pressão sonora, como mostra a Figura 1.1.
7
Figura 1.1 - Fenômeno batizado de “Page Effect
Poucas horas antes, no United States Patent Office, Elisha Gray (1835 –
1901), também requereu patente de outro invento contendo a mesma
finalidade. Outros inventores e Gray entraram na Justiça contra Bell e depois
de longa batalha judicial, Bell acabou por ganhar a causa e entrara para
história como inventor do telefone.
O invento de Bell foi o primeiro a utilizar uma corrente contínua cuja
intensidade variava de acordo de acordo com as vibrações de uma membrana.
Seu aparato, Figura 3, era transmissor e receptor ao mesmo tempo, sendo
constituído por um ímã permanente sobre o qual se enrolava uma bobina e
cuja armadura era formada por uma membrana de ferro. Ligando-se por meio
de um fio as bobinas dos eletroímãs dos dois aparelhos, tinha-se um Telefone.
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Figura 3 – Primeiro telefone
As vibrações da voz humana faziam deslocar-se a membrana conjugada
com o ferro onde uma variação do fluxo magnético produzia uma corrente no
circuito (Lei de Faraday). Essa corrente provocava o deslocamento da
armadura do aparelho receptor, reproduzindo com as vibrações, transmitindo
assim a voz humana. O deslocamento da membrana era de pequena amplitude
e Bell só conseguia o alcance de mais ou menos uns 200 metros.
Bell tentou vender sua patente para a Western Telegraph Company por
100.000 dólares e não conseguiu; a empresa recusou sua oferta, porém um
ano depois, reconsideraram e ofereceram ao inventor a quantia de 25 milhões
de dólares à vista, prontamente recusada por Bell, que conseguiu empréstimos
bancários e criou uma das maiores empresas do mundo, a BELL TELEPHONE
CO.
9
1945 – Já havia cerca de 1.000.000 de terminais no Brasil, operados por
800 empresas particulares, onde 75% dos serviços eram prestados pela CTB
nos estados do Rio, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
Até 1962 – O Brasil sofreu uma estagnação no crescimento da
Telefonia, com pouca oferta de linhas para a população. Eram muito freqüentes
os congestionamentos dos serviços telefônicos.
As comunicações internacionais estavam nas mãos das operadoras
estrangeiras Western Telegraph, Radional, Italcable e Radiobrás. As únicas
operações de telecomunicações em mãos do Estado eram a telegrafia,
operada pelos Correios, e algumas emissoras de radiodifusão de alcance
nacional. A situação geral sob o domínio de seis empresas estrangeiras
revelou-se um desastre de ineficácia
1962 – Cria-se o CONTEL (Conselho Nacional de Telecomunicações),
órgão subordinado diretamente à Presidência da República, destinado a
coordenar, supervisionar e regulamentar as telecomunicações no país.
1963- É inaugurada a TELERN Companhia Telefônica do RGN,
empresa estadual cujos objetivos principais são: ampliar a telefonia na capital e
implantar a comunicação interurbana envolvendo as principais cidades do
interior do estado. Governo de Aluísio Alves.
1965 -Cria-se a EMBRATEL (Empresa Brasileira de Telecomunicações)
com a finalidade de implantar e implementar os sistemas de longa distância no
Brasil, para interligar as capitais e grandes cidades entre si. É criado também o
DENTEL (Departamento Nacional de Telecomunicações), tendo como função a
execução e fiscalização das normas e diretrizes editadas pelo CONTEL.
Estabeleceu-se uma sobretaxa de 30% nas tarifas normais, com o propósito de
se financiar a EMBRATEL através do Fundo Nacional de Telecomunicações.
1967 – O governo cria o Ministério das comunicações para fixar a
política nacional das telecomunicações, assumindo a coordenação central do
crescimento de toda a Rede Nacional de Telefona, dos Correios e da
Radiodifusão.
1972 – O Ministério das Comunicações cria a TELEBRÁS, emprese de
capital misto, reduzindo o número de empresas prestadoras de serviços para
28, praticamente uma para cada estado e território do país. Com sua criação, a
TELEBRÁS começou a contribuir de forma expressiva para o crescimento do
plano de expansão nacional. AS Operadoras estaduais foram quase todas
absorvidas pela Telebrás, a TELERN passou a denominar-se
Telecomunicações do Rio Grande do Norte S.A. empresa de economia mista
onde o principal acionista era a Telebrás, Ministério das Comunicações.
1985 – O setor das telecomunicações tem uma taxa de crescimento
econômico da ordem de 7,5% sendo considerada por especialistas como a
maior do mundo, atingindo um índice de 96% na nacionalização dos
equipamentos industrializados pr empresas do setor.
1988 – Adotado o padrão AMPS pela TELEBRÁS para a telefonia
celular
1990 – Tem início o primeiro serviço móvel celular do Brasil, no Rio de
Janeiro.
1992 – O Brasil chega a instalar 14 milhões de linhas telefônicas,
atingindo a proporção de 10 telefones para cada 100 habitantes e a
TELEBRÁS é afiliada como membro internacional da CTIA.
10
1994 – A TELEBRÁS consegue cobrir com a telefonia celular todas as
capitais dos Estados e cerca de 250 cidades do país, Natal foi a segunda
capital nordestina a ter telefonia móvel celular.
1997 – O Brasil fecha o ano com cerca de 4,3 milhões de terminais
celulares em operação
1998 – A TELEBRÁS é privatizada.
Empresa Consórcio Comprador Valor (US$ bilhões)
11
O processo de privatização criou ainda 10 empresas-espelho de
telefonia celular para operar na banda B, competindo com as oito originalmente
existentes. Atualmente operam também duas empresas nas bandas D e E
(ambas com padrão GSM). Três empresas-espelho de telefonia fixa e uma
operadora-espelho de longa distância (a Intelig, espelho da Embratel) foram
também autorizadas a operar.
A Telebrás detinha 77% do capital das empresas do sistema, e o
governo federal era dono de 19,26% dessa porção - ou seja, o leilão de julho
de 1998 vendeu 14,8% do valor total das empresas do sistema Telebrás - esta
porcentagem correspondia a 51,79% do total de ações com direito a voto do
sistema, ou 64,4 bilhões de ações.
O total da venda dos 14,8% mencionados acima foi de US$19,15
bilhões. A tabela anterior resume as aquisições. A preparação para o processo
de privatização envolveu o desmembramento do sistema Telebrás em doze
empresas, sendo três de telefonia fixa, oito de telefonia celular e uma de
comunicação de longa distância. Assim, as operadoras de celular foram
separadas das empresas de telefonia fixa, formando-se oito empresas
regionais que operam telefonia celular na banda A, todas privatizadas em 1998.
12
13
Existem cerca de 85 URAs (Unidades Remotas de Assinantes) vinculadas às
Centrais-Mães acima apresentados espalhadas em Natal, garantindo para mais de
70% dos assinantes uma distância em par metálico máxima de 1 Km .
Nos entroncamentos ópticos predominam os sistemas SDH, STM-1 ou STM-4 com
taxas de 155,2 e 622 Mbps.
14
Móveis
Telegrafia Satélite Voice Banking
Satélite Telex Vídeo
conferência
Serviços Facsimilie Satélite
Suplementares
Telefonia Paging
Telegrafia TV a Cabo
TV a Cabo Facsimilie
Telefonia
Telegrafia
Disqueamizade
Fax colorido
Telemedicina
Evolução dos serviços de telecomunicações. Fonte: Telecommunications
Switching Traffic and Networks, J.E. Flood, Prentice Hal
International,2005.
15
telecomunicações a todos os brasileiros), mas por sua ação na prática:
restringir ou mesmo reprimir a demanda.
A deterioração dos serviços, particularmente de telefonia, combinada com a
impossibilidade na prática de obter melhora de serviços através de ações
legais dos consumidores - havia uma única empresa provedora de serviços,
que também era a reguladora da concessão - favoreceu os argumentos pró-
privatização em um contexto de uma imensa demanda frustrada em que só era
possível obter linhas fixas ou ativação celular a curto prazo no mercado
paralelo de linhas telefônicas.
De certo modo reproduzia-se a mesma situação de quando a telefonia
estava em mãos de operadoras estrangeiras ou de pequenas empresas
privadas - só que num cenário de escala muito maior e de grandes mudanças
tecnológicas no setor a nível mundial. Alguns dos argumentos que serviram
para a estatização de 1962 em diante, serviam agora para a reprivatização dos
serviços.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi instalada com a
missão de viabilizar um novo modelo para as telecomunicações brasileiras,
principiando com a definição e a execução do processo de privatização do
Sistema Telebrás. Com a privatização, o papel fundamental da Anatel passou a
ser o de regulamentação, outorga e fiscalização de serviços de
telecomunicações no país.
As concessionárias passaram então a responder perante a Anatel pela
qualidade dos serviços e pelas metas estabelecidas nos contratos de
concessão. Estão entre as determinações nos contratos: prazo de 18 meses a
partir da aquisição para cumprir as novas regras; qualidade de serviço
consistente com padrões internacionais até o ano 2000 (incluindo a instalação
de linhas fixas residenciais em até 72 horas da solicitação do cliente); metas de
instalação de terminais telefônicos compatíveis com a missão de serviço
universal quantitativamente definidas ano a ano; redução progressiva de
tarifas, com queda expressiva prevista até 2005.
Não é surpresa saber que uma das tarefas da Anatel tem sido multar as
concessionárias por não cumprimento das metas de qualidade e extensão dos
serviços. Note-se que algumas das empresas transnacionais controladoras
de serviços no Brasil são também multadas em seus países-sedes. De acordo
com El País (22 de julho de 2000) a Telefónica acumulava na época, na
Espanha, por exemplo, um total de aproximadamente US$20 milhões em
multas entre fevereiro de 1995 e julho de 2000, por falhas como atraso na
entrega de linhas, cobrança indevida, obstáculos ilegais à entrada de
competidoras, quebras de contrato e outras.
No Brasil, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) de São Paulo já
recebeu desde a privatização mais de 100 mil reclamações sobre serviços de
telefonia - a maioria contra a Telefónica. O Idec estima que há pelo menos uma
nova reclamação chegando aos órgãos de defesa do consumidor do país
contra concessionárias de telefonia a cada 15 minutos.
Neste contexto, é possível que as metas da Anatel (ver abaixo) não
cheguem a ser alcançadas nos prazos estipulados. E há um agravante: além
da duvidosa qualidade do serviço, as curvas de crescimento de demanda estão
se achatando em um país de extrema concentração de renda e, somente pelas
leis do mercado, é muito provável que não haverá consumidores suficientes
para pagar por 116 milhões de linhas (entre linhas fixas e móveis) em 2006.
16
2.1 Alcance das redes de telecomunicações
Telefonia fixa
17
estrutura de cabeamento disponível, instalam telefones “fixos” que na verdade
são telefones sem fio usando a mesma tecnologia de spread spectrum dos
celulares.
Telefonia celular
É mais difícil prever o alcance da telefonia celular no país nos próximos
anos devido à rápida mudança de tecnologia, que envolve, entre outros
elementos, a mudança rápida de padrões tecnológicos para fazer convergir as
comunicações de dados e de voz, tornando o telefone celular em um sistema
de comunicação pessoal (PCS) e possivelmente indo além, tornando-se uma
estação de comunicações digitais portátil abrangendo dados, áudio e vídeo
interativos.
Um cenário possível, dada a concentração de renda extrema no país, é
a coexistência por muitos anos do telefone celular digital básico (basicamente
usado para voz e limitado a troca de dados em baixa velocidade) e de PCSs
sofisticados permitindo uso interativo de multimeios com grande largura de
banda.
Ano Terminais Terminais Habitantes
móveis móveis por 100 (milhões)
(milhões) hab.
2000 23,19 14,31 162
2001 28,75 17,42 165
2002 34,88 20,89 167
2003 46,37 27,44 169
2004 (*) 49,14 28,57 172
(*) Até março. Fonte: Anatel.
Em 2003, o total de terminais móveis (celulares e serviços móveis
similares) em uso no país ultrapassou os 46 milhões (quase três para cada 10
habitantes), número próximo da meta prevista pela Anatel. A taxa de
crescimento diminuiu bastante, já que a demanda extremamente reprimida de
vários anos já foi satisfeita (não há mais fila de espera para conseguir um
celular), e já ultrapassou o número de telefones fixos. Um processo de
concentração empresarial resultou em apenas quatro grandes operadoras de
telefonia celular (três baseadas na tecnologia européia GSM e uma baseada na
tecnologia mais tradicional dos EUA, conhecida como CDMA): Claro/GSM,
Oi/GSM, Tim/GSM e Vivo/CDMA, todas com cobertura nacional autorizada pela
Anatel.
Projeções com base nos dados da Anatel apontam para cerca de 58
milhões de terminais móveis de todos os tipos em 2005 (mais de 30 celulares
para cada 100 pessoas), praticamente igualando as projeções de telefones
fixos para o mesmo ano. Como já mencionado, é preciso contrastar essa
previsão de oferta com a realidade do mercado em um país de extrema
concentração econômica.
Fibra óptica
A infra-estrutura de fibra óptica brasileira começou a ser implantada em
1993, com a ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo. Só a rede da Embratel
ultrapassava os 20 mil km de circuitos interurbanos de fibra no final de 1998.
18
Hoje há redes metropolitanas de fibra óptica nas principais cidades, operadas
por várias empresas privadas, e as principais capitais estão também
interligadas por fibra, com redundância entre as principais cidades (Rio de
Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília). Todas as empresas de telefonia,
além da Embratel, implantaram redes próprias de fibra, e as novas regras
permitem que empresas de outros setores implantem redes de fibra
aproveitando suas próprias infra-estruturas (como as empresas distribuidoras
de eletricidade e outras -- um exemplo é a rede de fibra da Eletronet, sobre as
linhas de transmissão de energia elétrica de alta voltagem).
Além disso, grandes projetos multinacionais de fibra foram instalados em
escala regional, interconectando vários países da região entre si e aos EUA.
Entre os cinco maiores projetos que incluem o Brasil, destacam-se os sistemas
Telefónica-Tyco (23 mil km de extensão) e Global Crossing (18 mil km)
circundando a América Latina - ambos já em operação, com capacidade bruta
regional de mais de um Tb/s (terabits por segundo) cada.
. A redução de tarifas e expansão da telefonia móvel celular, além da
saturação no mercado, conduziu à diminuição do crescimento de telefones
fixos, no RN, por exemplo, a Telemar tem tido redução na quantidade total de
telefones em serviço desde o ano de 2002.
19
3 - Fundamentos de Acústica
3.1 - Voz X Audição
20
A Figura 3.2 mostra a curva de resposta em freqüência do ouvido
humano
3.2 – Inteligibilidade
21
estava concentrada 90% da energia da voz humana, enquanto que na faixa
acima de 1,5 KHz estava concentrada 70% da inteligibilidade das palavras.
Baseado num compromisso entre estes dois valores, foi escolhida a
faixa de voz entre 300 e 3,4 KHz para comunicações telefônicas, o que
garante 85% de inteligibilidade e 68% de energia da voz recebida pelo ouvinte.
Para transmissão de música, no entanto, é necessário uma faixa bem maior, de
50 Hz a 10 Khz.
22
Figura 3.3 – Transformação de energia acústica em elétrica
23
Nas cápsulas receptoras dinâmicas, a bobina pela qual circula a corrente
DC está unida à membrana, movendo-se num campo magnético cilíndrico
(Figura 3.5); a força que atua sobre a bobina e a membrana é proporcional à
força do campo magnético permanentemente e à energia que passa pela
bobina.
Ns dois tipos de cápsulas receptoras conseguem-se características
lineares para a faixa de freqüências de voz, bem como baixa distorção.
24
000 significa em logaritmos decimais uma variação de somente 0 para 7,
resultando com que, praticamente, todas as medidas de nível de potência em
Telecomunicações sejam logarítmicas.
Como sabemos:
então:
ou ainda:
25
4.2 - Decibel
Onde
IMPORTANTE:
Se Pq > Pq - 1 – Gq é maior que 0 (dB), e teremos amplificação
Se Pq < Pq - 1 – Gq é menor que 0 (dB), e teremos atenuação
Se Pq = Pq - 1 – Gq é igual a 0 (dB) e dizemos que o quadripolo é
transparente
26
Exemplo 1:
Solução:
Exemplo 2:
Solução:
Exemplo 3:
- Ao ligarmos em série os quadripolos dos Exemplos 1 e 2, teremos ganho ou
atenuação?
Solução:
27
Figura 4.2 – Ábacos para conversão de relação de potências em dB e vice-versa
- Exemplo 4:
Qual o ganho do amplificador abaixo?
Solução:
G = 47 dB
4.3 – dBm
Se considerarmos na expressão
onde Pq é expresso em mW
Exemplo 5:
- Calcule 3500 pW em dBm
Solução:
Exemplo 6:
- Calcule –18 dBm em Watt
Solução:
Exemplo 7:
- Calcule as seguintes adições de potências
a) 20 dBm com 20dBm
b) 20 dBm com 20 dB
Solução:
29
Deve-se ter sempre em mente que dBm é potência e dB é relação de
potências.
Exercícios
4.4 – dBu
(1)
30
(2)
31
Verifica-se agora a utilidade desta
unidade dBu. Em Telecomunicações, o nível de
potência em dBm, num determinado ponto de
um circuito, é geralmente medido de maneira
indireta da seguinte forma: termina-se o ponto
em questão por uma resistência, cujo valor é
igual à impedância nominal do ponto, medindo-
se a tensão desenvolvida através da mesma
por intermédio de um voltímetro, cuja escala é
calibrada conforme a Figura 4.5. Figura 4.5 – Escala de voltímetro
calibrada para medir dBu
Quando a impedância característica no ponto de teste for 600 Ω, a
potência em dBm será a leitura em dBu [vide Equação (20].
Exemplo 8:
Solução:
Exemplo 9:
Solução:
+5dBm – 9 dB = -4 dBu
32
4.5 – dBr
33
4.6 – Outras unidades logarítmicas
34
Figura 5.1 – Nós e Arcos
Uma comunicação, qualquer que seja, poderá ser representada por um modelo
básico, não importando se for uma conversação telefônica, via Internet, sinais
de fumaça ou a antiga brincadeira de criança com duas latinhas presas por um
barbante. Vê-se, portanto, claramente que poderá ser uma comunicação
eletrônica, verbal, por símbolos ou qualquer outro tipo de sinal.
35
codificado entregará o sinal ao decodificador, caso contrário diretamente ao
destinatário;
Decodificador: responsável diretamente pelo processo inverso ao
codificador, assim, ele fará a remontagem do sinal, de forma a obter o sinal
original produzido pela fonte, posteriormente repassará o sinal para o
destinatário;
Distorção: processo praticamente inevitável em qualquer comunicação,
onde ocorrerá uma alteração no formato original da mensagem produzida na
fonte, acarretando erros na comunicação. É diretamente proporcional à
qualidade dos elementos da comunicação, ao meio de transmissão e aos
fatores externos à comunicação;
Fatores externos: são interferências ocorridas no processo de
comunicação, que não fazem parte do conjunto de dispositivos que
disponibilizam o tráfego da mensagem, isto é, são de origem externa ao
sistema, normalmente são introduzidas no processo de propagação pelo meio
de transmissão, mas também podem ocorrer
em qualquer ponto entre o emissor/receptor em proporções menores. Citemos
um exemplo de fator externo a uma comunicação: imagine que você está
conversando com um amigo e enquanto ele está lhe falando, uma ambulância
passa bem próximo de vocês, tornando impossível o entendimento da
mensagem dita por seu amigo enquanto ela estiver passando, pois bem, ai
está um exemplo de fator externo, já que ela originalmente ela, a ambulância,
não faz parte da comunicação;
Canal: todo o conjunto de elementos que se encontra entre a fonte e o
destinatário. Para o caso de um sistema de telecomunicações será todo o
software, hardware, fiações e quaisquer equipamentos que se encontrem entre
a fonte e o destinatário. Na prática chama-se, por exemplo, de canal telefônico
ao meio físico que interliga dois pontos com disponibilidade de transmissão e
recepção para a faixa de 0,3 a 3,4 KHz. Já canal de RF é a banda disponível
na faixa de rádio freqüência podendo transmitir um ( caso de um rádio
monocanal) ou mais canais (rádio multicanal) telefônicos. O canal telefônico
muitas vezes é chamado “canal de voz”.
Fatores Internos: são os fatores interferentes, que proporcionam
distorções no sinal original, inerentes a um sistema de comunicação. Por
exemplo, pense em um par de fios, ali estarão presentes características que
não poderão ser eliminadas, como por exemplo, a resistência por unidade de
comprimento (resistência por metro de fio) do condutor, além da capacitância
por unidade de comprimento (capacitância por metro), só para citar dois.
Quanto maior forem as distâncias envolvidas maiores serão esses parâmetros,
sendo impossível eliminá-los, portanto sendo inerentes ao sistema.
Poderá ocorrer que, conforme a complexidade do sistema de
comunicação, hajam mais conjuntos de codificadores, emissores, meios,
receptores e decodificadores.
A Figura 5.2 ilustra o modelo básico de comunicação.
36
Figura 5.2 – Modelo elementar de comunicação
37
O número de linhas para conexão de assinantes quando temos ligação
ponto-a-ponto é dado pela expressão abaixo, onde N é o número de assinantes
(nós) de uma rede:
N (N 1)
L Linhas
2
38
Figura 5.5 - Representação dos cordões e linhas de assinante
39
um banco de contatos em uma superfície cilíndrica. Diz-se que ele se inspirou
no movimento dos braços das telefonistas na mesa telefônica, ao plugarem os
cordões nas linhas de assinante. Seu sistema, com o mesmo nome (Strowger),
foi utilizado durante muitos anos.
As primeiras interligações automáticas entre os usuários passaram a ser
efetuadas em curtas distâncias (ligações locais), ficando ainda as ligações de
longas distâncias (interurbanas) estabelecidas por telefonistas. Para tornar o
processo automatizado, cada usuário passou a receber um número próprio e
único, e que por meio de um disco com 9 dígitos cada usuário poderia fazer a
conexão automática com o usuário desejado, bastando para isso
discar a seqüência de números do assinante do sistema.
As primeiras centrais de comutação automática foram projetadas com
sistemas de comutação que empregavam dispositivos eletro-mecânicos,
utilizavam sistemas similares a relés com mecanismos que comutavam linhas e
colunas para selecionar o número a ser conectado.
40
Ericsson executou uma instalação utilizando um seletor de 500 linhas, com
capacidade total para atendimento de até 1000 terminais.
O seletor de 500 linhas estava totalmente desenvolvido em 1919 e, em
1923, as primeiras centrais automáticas foram colocadas em funcionamento
com a utilização do seletor eletromecânico de 500 linhas, base de um sistema
denominado de AGF.
Dentre os principais problemas que as centrais eletro-mecânicas
passaram a apresentar, um dos que passou a chamar muito a atenção foram
as dimensões exageradas que esse tipo de central tinha. Portanto, passou-se a
ambicionar um modelo de central que apresentasse dimensões reduzidas,
principalmente devido a crescente quantidade de assinantes do sistema.
Esse tipo de preocupação somente poderia ser solucionado com o
advento das centrais eletrônicas.
41
inclusive, pode ser feito remotamente pelo fabricante;
Facilidade para os assinantes - centrais de programa armazenado
(CPA) permitem um conjunto amplo de facilidades para os assinantes,
incluindo:
- Discagem abreviada;
- Transferência de chamadas;
- Restrição às chamadas recebidas;
- Conta telefônica detalhada;
- Identificação de chamadas maliciosas;
Facilidade administrativas - são facilidades operacionais, do tipo:
- Controle das facilidades dos assinantes;
- Mudança no roteamento, para evitar congestionamento de curto prazo;
- Produção de estatísticas detalhadas do funcionamento da central;
Velocidade de estabelecimento da ligação - as conexões podem ser
estabelecidas por meio de
circuitos digitais muito mais rapidamente, em tempos da ordem de 250< s. Além
disso, a repetição automática das
chamadas na própria central pode ser programada, para evitar
congestionamentos de rede;
Economia de espaço - isso ocorre em vista das dimensões reduzidas
das centrais de programa armazenado;
Facilidade de manutenção - os equipamentos da CPA têm uma menor
taxa de falhas, em relação aos usados em centrais convencionais, em função
de não haverem partes móveis;
Qualidade de conexão - visto que a perda total numa rede é
independente do número de conexões efetuadas para a ligação, e porque o
sinal é digital havendo muito menos problemas de conexão;
Potencial para outros serviços - inclui a transmissão de dados e
serviços tipo videofone;
Custo - as centrais de programa armazenado são mais econômicas
para manter em funcionamento e têm um custo menor final de fabricação;
Tempo de instalação - com o constante aumento de assinantes torna-
se necessário cada vez mais velocidade na implementação de novas centris. E
esse tempo é menor que o necessário para a instalação de centrais analógicas
em virtude da modularização dos equipamentos digitais.
42
6 - Sistemas Telefônicos Públicos
Uma central e o conjunto de linhas de assinantes que a ela estão ligadas
constituem o sistema local que serve a uma área local, ou “área de
comutação”.
Quando os assinantes de uma região não podem ser atendidos por uma
única central de comutação é necessário fazer uma divisão na região em
diversas áreas de comutação. Nesse caso, torna-se necessária a interconexão
dos diversos sistemas locais isolados geograficamente entre si e, estendendo-
se ainda mais esse raciocínio, para possibilitar a ligação entre dois assinantes
quaisquer de uma país inteiro, torna-se necessário a previsão de um complexo
sistema de meios de transmissão e comutação chamado de sistema nacional
de telefonia ou sistema público telefônico.
Percebe-se que a probabilidade de troca de comunicações entre dois
assinantes é tanto menor quanto maior é a distância que os separa. Assim,
verifica-se que as comunicações mais numerosas são aquelas efetuadas entre
assinantes de uma mesma área de comutação próxima entre si, ou mesma
cidade, por essa razão são denominadas “comunicações locais”.
Para as outras comunicações, que não são locais, verifica-se que uma
conexão permanente entre dois centros de áreas de comutação diferentes,
nem sempre seria economicamente viável. Para esses casos não justificáveis
economicamente são utilizadas as “centrais de trânsito” ou “centros de
trânsito”.
Uma central local, como o próprio nome revela, está situada em uma
região de pequeno alcance, denominada de local. Nessa central, são
interligados os assinantes, cada qual com uma numeração própria. São
utilizados dispositivos para comutação totalmente automática. O comprimento
médio da linha de assinante é de 5Km, isto é, é a distância aproximada dos
condutores entre o assinante e a central.
43
Uma central local tem como principais características:
* possui alcance limitado à distâncias locais;
* tem capacidade de funcionamento com até 10.000 assinantes;
* possui a função de interligar os assinantes entre si na mesma central;
* possui a função de possibilitar a interligação dos assinantes ao resto do
sistema telefônico;
* a quantidade de centrais locais em uma região será proporcional a densidade
demográfica da área;
* possui a função de gerar e repassar sinais de áudio e de sinalização aos
assinantes e demais centrais;
* cada central local terá um número que será denominado de prefixo;
* possui a função de gerar o número de assinante.
44
Figura 6.3 - Representação de ligações entre Centrais Locais via Tandem
45
Por sua vez, por exemplo: as rotas 1-T e T-2 (Central Local 1 < Tandem
< Central Local 2) são consideradas “Rotas Alternativas”, via Central T
m
e
d
n
a,entre
a central número 1 e 2.
46
Figura 6.6 - Representação de ligações diretas entre Centrais Locais
47
Figura 6.7 - Estrutura das Centrais de Trânsito
48
Centro Classe V (Local): Centro de comutação onde são ligadas: a redes de
assinantes e os troncos de conexão a outros centros locais, ou mesmo ao
centro de trânsito de área. É o centro de comutação hierarquicamente mais
baixo.
Centro de Trânsito Classe IV: Centros onde ligam-se os centros locais ou
linhas de assinantes. São as Centrais Tandem locais ou Mistas.
Centro de Trânsito Classe III: Centros onde ligam-se os circuitos que
constituem as rotas finais de centros classe IV, centros locais ou ainda linhas
de assinantes, podem ser Centrais Mistas ou Tandem Locais.
Centro de Trânsito Classe II: Centros onde ligam-se os circuitos que
constituem as rotas finais de centros classe III. São as Centrais de Trânsito
Interurbano. Necessariamente não têm a função de interligar centrais entre si,
apenas são trânsito para o tráfego de comunicação.
Centro de Trânsito Classe I: Centro onde ligam-se os circuitos que
constituem as rotas finais de centros classe II. Representa o nível mais elevado
da rede interurbana. Essa central tem acesso a pelo menos uma central que
processa o tráfego internacional.
Centro de Trânsito Internacional: Centro onde ligam-se os circuitos que
constituem as rotas finais de centros de no mínimo um Centro da Classe I. São
responsáveis pelas comunicações internacionais e concebidas com Centrais
denominadas Internacionais.
A quebra do monopólio interurbano (anteriormente exercido pela
Embratel) a partir da privatização das telecomunicações no Brasil levou à
disponibilização de opções para conexão interurbana, dessa forma,por
exemplo, quando uma ligação vai ser efetuada de Natal para Goianinha a
primeira central de Trânsito terá alternativas de acordo com o código da
Operadora escolhido pelo usuário,pelo 21 haverá conexão via Embratel,pelo 31
a ligação será pela Telemar,etc.
O curioso é que eventualmente uma Operadora pode não dispor
efetivamente de rota para atendimento de determinada região, mas
simplesmente aluga circuitos a sua concorrente. Tudo isso é transparente para
o assinante que faz a ligação.
Em Natal o sistema Telemar de Telefonia apresenta como principais
centrais trânsito /Tandem as centrais Mistas do Alecrim (localizada na Av.
Presidente Bandeira próximo ao Nordestão, com prefixos locais 3213,
3223,etc) e do Centro (localizada na esquina da Prudente de Morais com
Jundiaí, com prefixos 3222, 3221, 3211, 3611, 3215, etc). As referidas centrais
correspondem também às portas de acesso para conexão com outras
Operadoras como Embratel, Claro, TIM e OI.
49
* Os feixes normais ou finais, que interligam obrigatoriamente um centro de
nível determinado com o centro de trânsito do qual ele depende
hierarquicamente, e, eventualmente, aos centros que dependem dele
diretamente. Representado pelas linhas horizontais no gráfico.
* Os feixes transversais ou de primeira escolha, são ligações eventuais entre
os centros de comutação, que “fogem” a hierarquia das rotas normais, isto é,
são ligações entre os centros de comutação por linhas transversais, que
permitem realização uma comunicação direta, em caso de transbordamento de
tráfego.
50
O sistema de transmissão que interliga a região Oeste (Mossoró) com
Natal é composto por cabos ópticos enterrados ao longo da margem da rodovia
correspondente.
A região do Seridó tem seu sistema de transmissão na direção de Natal (
Currais Novos- Serra Verde- Serra do Sapato- Santa Maria) composto por
rádio-enlaces de microondas em visibilidade (distãncias entre estações
menores que 50 km) de alta capacidade. A partir de Santa Maria até Natal o
sistema adota a fibra óptica como meio de transmissão.
A figura seguinte não mostra detalhes do sistema de transmissão, mas
dá uma noção das principais centrais trânsito do estado e das centrais
celulares, denominadas CCCs (Centrais de Comutação e Controle).
A Embratel (Vésper) atua em Natal com sistema Wireless, telefonia sem
fio, adotando o padrão CDMA (Code Division Multiple Access).
Todas as centrais telefônicas da Telemar, Embratel, Oi, Claro e TIM no
RN são digitais.
Figura 6.10 - Visão simplificada das conexões entre as principais centrais telefônicas em
funcionamento do RN, sistemas fixos e celulares.
51
que poderá ser feita de forma interna ou externa, essa última conhecida como
“instalação no tempo”.
Diversas URAS são interligadas a uma central de maior porte,
denominada de “Central Mãe” , constituindo assim um sistema distribuído de
comutação, cujas funções são completamente transparentes aos usuários.
A interligação entre a central mãe e a URA também é conhecida pelo
nome de entroncamento, que pode ser realizado fisicamente por meio de par
metálico ou fibra óptica. A sinalização poderá ficar a cargo da URA ou da
própria central a qual estiver ligada. Isso promove a liberação de terminais
próximos à central mãe e a redução no custo da “rede primária”, que é o
sistema que forma as linhas de assinante, em que o raio médio entre URA
(ELR) e assinante cai para em torno de1 Km, reduzindo a complexidade do
sistema.
52
Na verdade uma URA corresponde a uma parte da central-mãe
envolvendo as funções de conversão Analógico / Digital , sinalização de
assinante e interface com a rede externa, é uma espécie de mini-central local,
claro que com funções limitadas permitindo obter a redução da fiação das
linhas de assinante até as centrai locais.
Além da função técnica, também diminuem os custos de infra-estrutura,
já que o equipamento não necessita de instalações prediais, uma vez que foi
projetado para instalação diretamente “em campo”.
A URA é adequada a aplicações como central autônoma, principalmente
em pequenas localidades, áreas rurais, grandes clientes, central de quarteirão
ou condomínios, soluções rápidas ou em lugares nos quais a rede a expandir
encontra-se saturada.
Em Natal existem cerca de 85 URAs instaladas pela Telemar, em todas
elas o raio máximo de atendimento a assinantes via par metálico é de 1 km,
sendo que a conexão entre a central mãe e a URA é normalmente efetuada por
fibra óptica aérea. As URAs de Natal na maioria das vezes são instaladas em
calçadas, mas também existem URAs que atendem especificamente a grandes
condomínios residenciais como o Serrambi I, Serrambi II e Plano 100.
Localidades como Pipa, Barra de Cunhaú, Tangará; Barra de
Maxaranguape e Carnaúba dos Dantas são atendidas com URAS via rádio.
Estudos efetuados pela Austrália Telecom nos anos 90 indicam que a
adoção de URAS aumenta o custo da rede de transporte (que normalmente
nas áreas urbanas são via fibras ópticas) e diminui o custo da rede de acesso
(que são metálicas e se tornam mais curtas), isso na maioria dos casos dá um
resultado total de redução de investimentos e de tempo para implantação, daí a
frenética utilização dessa alternativa nos últimos tempos no Brasil.
As URAS contribuem para a melhoria da condição de oferta e qualidade
de novos serviços especialmente aqueles de banda mais larga, isso porque o
trecho metálico fica limitado e aumenta a utilização de fibras.
Exemplificando de uma forma simplista: o serviço banda larga Velox
quando implantado em uma rede de acesso metálica de 7,5 km poderá não
funcionar bem, em vista dessa rede praticamente funcionar como um “filtro
passa baixas de 3,4 KHz”,daí o sinal, que ocupa originalmente uma faixa mais
larga, irá ter uma parte da informação perdida e terá provavelmente maior taxa
de erros na recepção.
Se o mesmo serviço Velox for implantado em uma rede de acesso de
0,8 km (800 metros) essa poderá se comportar como um “filtro passa baixas
com maior largura de espectro”, algo como 300 KHz, daí toda a banda original
poderá ser transmitida e recebida com menor taxa de erros.
53
A USCA monitora a estabilização de freqüência e tensão das 3 fases e
,quando essas estão dentro dos padrões pré-definidos (cerca de 3 minutos) ,
ocorre a transferência de carga e os retificadores passam a ser alimentados
pelo GMG.
No intervalo em que os retificadores estão sem alimentação, o banco de
baterias descarrega parcialmente e mantém ininterrupta a alimentação da
central telefônica e equipamentos de transmissão.
Se a rede da COSERN normaliza, então a USCA, após um tempo de
garantia de estabilização (cerca de 3 minutos) retira a carga do GMG e
transfere novamente para a rede prioritária da COSERN.
Sempre que existe AC alimentando os retificadores, então as baterias
ficam no regime de “flutuação”, atuando como uma espécie de filtro adicional
que minimiza a ondulação “ripple”da onda retificada de -48 Volts.
O Multiplex é um equipamento que visa possibilitar a transmissão de
diversos canais telefônicos em um único meio de transmissão, no caso
exemplificado na figura esse meio é o canal de RF, ou seja uma portadora na
faixa de UHF ou SHF para transmissão e outra com freqüência diferente para
recepção ambas operando normalmente em uma mesma antena direcional
(parabólica , ou helicoidal, principalmente). A Multiplexação pode ser do tipo
FDM (Frequency Division Multiplex) ou TDM (Time Division Multiplex).
Figura 6.12 - Diagrama Simplificada de uma estação telefônica com conexão interurbana via
Multiplex
54
Na medida em que a capacidade e importância da central telefônica
diminui, o sistema esboçado na Figura 6.12 sofre naturais simplificações
visando reduzir custos de implantação, assim,por exemplo, em localidades
com apenas uma central telefônica e menos de 2.000 terminais telefônicos o
GMG e a USCA eventualmente não são instalados. Nesse caso, o banco de
baterias assume uma responsabilidade maior de garantir a autonomia do
sistema nos períodos de falta de AC.
Convem destacar que todas as estações são telesupervisionadas, as
principais anormalidades existentes nos equipamentos são imediatamente
visualizadas através de um painel central de controle. Dessa forma, se faltar
energia AC, ocorre o alarme de “bateria em descarga” e a concessionária de
energia elétrica é cobrada imediatamente para solucionar o caso, em casos de
demora na solução pela concessionária elétrica, então um GMG móvel é
conduzido até o local.
55
que possibilitam a instalação de mais de um assinante no mesmo par de fios
foram inventados.
Novamente, com o crescimento acelerado do número de assinantes,
ficou impossível a sua sustentação de cabos telefônicos com alta capacidade
nos postes, devido ao peso excessivo. Foram então criadas as linhas de Dutos
Telefônicos e respectivamente as Caixas Subterrâneas, além de novos tipos de
cabos telefônicos para essa aplicação.
Portanto, num sistema telefônico convencional é denominado Rede de
Acesso ou Rede de Assinantes o conjunto de cabos de assinantes e demais
dispositivos complementares (linhas de duto, ferragens, postes, blocos
terminais, etc) que atendem a uma determinada localidade ou área.
O atendimento aos assinantes é completado com os fios (“drop”) que
dão acesso aos assinantes, assim como os cabos de entroncamento para
edifícios residenciais / comerciais e as redes internas dos edifícios,.
Hoje as redes são constituídas com condutores de cobre que podem
variar de 0,4 a 0,9 mm de diâmetro. A Figura 7.1 mostra o diagrama
esquemático de uma Rede de Acesso.
56
Figura 7.2 - Fios FE saindo diretamente de um armário para prédio em Beirute no
Líbano. O correto seria utilizar cabo telefônico subterrâneo.
57
Figura 7.3 – Rede Rígida
Neste tipo de rede, o lado secundário pode ser ampliado além da conta,
ou seja, instalar pares a mais do que o necessário previsto, pois este lado da
rede tem custo menor em relação a rede primária. Em contrapartida, os
armários de distribuição, têm seu custo elevado e um planejamento mal feito
pode tornar o lado secundário ocioso por muito tempo.
58
Figura 7.4 – Rede Flexível
Figura 7.5- Exemplo de como não deve ser um armário de distribuição, Líbano Telecom,
Beirute, Líbano, os pedaços de papeis são os registros dos telefones, 1997.
Chama-se de Rede Múltipla (adotada muito nos EUA) a rede que tem
todos ou alguns pares de sues cabos, terminados em mais de um local através
de ligações em paralelo, como mostra a Figura 7.6.
59
Figura 7.6 – Rede Múltipla
60
ambiente público. Exceções são abertas para as concessionárias de TV à
cabo.
61
Cada par no DG é protegido por fusíveis em série em cada par condutor
e pára-raios (centelhador). Dessa maneira, do lado da planta externa temos
blocos protetores fixados nos perfís verticais, por isso essa face do DG
denomina-se “Lado Vertical”. Nele está representado cada para dos cabos da
planta externa que partem deste DG.
62
Figura 7.7 - Uma rede telefônica urbana típica
63
Figura 7.8 - Galeria de entrada de cabos do DG
64
Figura 7.10 - DG
7.2.4 - Caixa de DG
65
de jumpers. Os armários são instalados em lugares estratégicos, podendo ser
de pedestal ou para poste, como mostra a Figura 7.11.
66
7.3 – Cabos e Fios Telefônicos
67
pares). É bastante comum pressurizar-se os cabos de alta capacidade para
evitar a entrada de água em pontos críticos da rede.
7.4.1 – Atenuação
68
Figura 7.15 – Modelo Pi de uma linha de transmissão
69
Figura 7.17 – Resposta em freqüência do fio 0,4 mm (AWG 26)
70
Figura 7.19 – Efeito do condicionamento da linha.
Onde:
- 24 é a bitola do fio em AWG
- H é o espaçamento
- 88 é a indutância em mH
71
dados (utilizando a rede telefônica) e a crescente velocidade requerida, a faixa
de freqüência necessária por canal passou a ser um aspecto de maior rigor,daí
a pupinização começou a atrapalhar nesses casos e sua aplicação decresceu
de forma acentuada.
Atualmente a grande maioria das redes de transporte utilizam fibras
ópticas e conseqüentemente não há mais sentido em falar de pupinização.
72
S/R
Sinal
Ruído
73
Existe uma enorme variedade de aparelhos telefônicos disponíveis no
mercado com baixo custo. O usuário pode escolher o modelo que mais lhe
agrade, desde que esteja dentro das recomendações da UIT-T (Union
International Telecommunication - Telefony), que é um órgão não
governamental que regulamenta as telecomunicações mundialmente, e o
próprio usuário poderá instalar ou substituir o aparelho por outro.
O telefone é um aparelho utilizado para transmitir sons a distância,
constituído basicamente de dispositivos para converter ondas sonoras em
ondas elétricas - o microfone; para reverter esse processo – o receptor; o
gancho que serve como interruptor; a campainha que dá o sinal de que o
aparelho está recebendo uma ligação; e o disco, ou teclas, que selecionam o
telefone com o qual se pretende estabelecer comunicação.
Genericamente, um aparelho telefônico constitui-se de três circuitos
básicos:
74
assinante chamado. O sinal produzido pode ser uma seqüência de pulsos ou
sinais multifreqüenciais DTMF.
75
Figura 7.23 – Tons mutifreqüenciais
76
7.5.4 – Principais parâmetros para avaliação dos cabos com
pares metálicos trançados
- Taxa de Erro de Bit (BER): a aferição global dos erros ocorridos a partir da
transmissão de uma seqüência de bits em velocidade operacional real conduz
a uma avaliação global da condição de um cabo metálico, todos os problemas
eventualmente existentes no cabo irão afetar o resultado. Os limites admitidos
são fixados em documentos de referência utilizados pelas Operadoras.
77
8 – Sinalização
Sem dúvida, os equipamentos que compõem um sistema telefônico
foram criados para possibilitar a comunicação entre os humanos. Porém, entre
as centrais telefônicas, deverão precisará haver uma comunicação protocolar
para que o sistema funcione de forma auto-controlada e auto-sustentada,
conhecidas pelo nome de sinalização.
A sinalização telefônica é de suma importância para o processo de
efetivação e tarifação das chamadas. É a sinalização quem informa a
prestadora de serviços os dados necessários para faturar as contas dos
assinantes, através dela também as Operadoras têm dados estatísticos
extremamente importantes para a gestão operacional.
Basicamente existem dois tipos de sinalização: a primeira será entre os
aparelhos telefônicos dos usuários e a central de comutação a que estiverem
conectados e a segunda são as sinalizações ocorridas entre as centrais
telefônicas.
Existem os seguintes grupos de sinalização padronizados:
78
O sinal é enviado ao assinante originador continuamente em uma
freqüência de 425 Hz ± 25Hz até a recepção do primeiro dígito acionado pelo
mesmo.
79
- se a linha do assinante destino encontra-se ocupada no momento do
chamado;
- se há congestionamento em algum ponto da cadeia de comutação, seja nas
rotas diretas ou no tráfego de transbordo;
- se os dígitos não foram enviados satisfatoriamente ou em tempo hábil para a
central;
- se o enlace não pôde ser processado em algum ponto da cadeia de
comutação, por problemas técnicos;
Esse sinal será de 425Hz, cadenciado em ciclos iguais de 250ms de sinal e
250ms de silêncio (1/4 de segundo).
Esse sinal tem sido gradativamente substituído por uma gravação do tipo “esse
número não existe ou foi mudado, favor ligar para o serviço de auxílio à Lista
102”.
80
8.1.6 – Outros tipos
81
A sinalização linha de loop raramente é adotada nos dias atuais, ficando
a sinalização E&M pulsada (principalmente) e a R2 Digital como alternativas
mais comuns, posteriormente abordaremos a Sinalização por Canal Comum
número 7 que surgiu nos anos 90 e já é opção mais adotada em sistemas
digitais.
82
10. Falha: o juntor de saída informa que houve falha no equipamento de
origem.
83
Figura 8.6 – Representação de uma ligação entre centrais usando sinalização E & M
Observe que temos dois tipos de sinais, o curto e o longo, com durações
de 150 e 600ms respectivamente, podemos atribuir, em resumo, as seguintes
condições em função do sentido do sinal.
84
cada direção. A tabela a seguir ilustra o protocolo de sinalização E & M
Contínua.
85
Tabela 8.3 – Freqüências MFC
Cada sinal corresponde a duas freqüências dentro do grupo. As
freqüências altas são transmitidas para frente, no sentido do estabelecimento
da cadeia de comutação, e as freqüências baixas são transmitidas para trás,
como resposta às primeiras.
Trata-se de um sistema bastante seguro, pois, além do sinal ser
reconhecido apenas pela composição de duas freqüências, os circuitos
receptores possuem filtros seletivos com sensibilidade para detectar sinais com
níveis muito fracos, compreendidos entre –5 e –35dBm e com variações de
freqüência de 10Hz.
Após a filtragem, o sinal é decodificado. Observe que na linha de junção
pode haver simultaneamente, quatro freqüências, duas combinadas
referentes aos sinais para frente e outras duas referentes aos sinais para trás,
o que não impede a detecção e interpretação do sinal de interesse aos filtros
ativos. Abaixo, temos a tabela com as combinações de freqüências para
formação dos dígitos.
86
Tabela 8.5 – Sinais para frente
87
- Exemplo de troca de sinalização MFC entre duas centrais numa
ligação local.
A partir de pulso de ocupação (150 ms) a central de destino se “prepara”
para o processo de sinalização de registro e posterior conversação com
tarifação. A rotina para conexão entre duas centrais telefônicas incia-se com o
envio da sinalização de linha que é reconhecida pela central de destino. A
Figura 8.7 mostra esse processo. Note que a sinalização de registro MFC
trafega pelos fios Tx e Rx e a sinalização E & M trafega pelos fios E e M. A
conversão de 2 para 4 fios será melhor explorada no próximo capítulo.
3
Tx Rx
A1
Rx Tx
2
Tx Rx
A1
Rx Tx
... 99
Tx Rx
A5
Rx Tx
II-X
Tx Rx
A5
Rx Tx
3
Tx Rx
A1
Rx Tx
2
Tx Rx
A1
Rx Tx
... 45
Tx Rx
A3
Rx Tx
Tom de controle
B1
de Chamada Rx Tx
Telefone Tocando
150 ms
Elimina tom de E M
controle de chamada Atendimento
Conversação
com pulsos de
tarifação
600 ms
M E Tom de fim de chamada
Encerramento
Desligar para frente
Confirmação de desconexão
E M
600 ms
88
Figura 8.7 – Troca de sinalização MFC e E&M Pulsada
O assinante chamador(3206-1245) retira o telefone do gancho, a central A
percebe isso e envia o tom de discar. O assinante chamador digita o número
do assinante de destino (3213-3199) e a central percebendo que o número de
destino é externo, ela ocupa um juntor de saída com um pulso de 150 ms para
a central de destino. Inicia-se a troca de registros entre as centrais seguindo as
tabelas 8.5 e 8.6, até que o assinante chamador desliga e encerra-se a ligação.
J J J J
Central A S E Tandem S E Central B
150 ms
M E
0 xx 84 3431-1245
0
Tx Rx
A1
Rx Tx
X..X.. 8...4
Tx Rx
A1
Rx Tx 150 ms
3...4...3...1
Tx
A5 3...4...3...1
Rx
II-X
Tx Rx
A5
Rx Tx
3
Tx Rx
A5
Rx Tx
206 22 67
Tx Rx
A5
Rx Tx
I-15
Tx Rx
A1
Rx Tx
1...2...4...5 1...2...4...5
Tx
A3 A3
Tom de controle
B1 B1
de chamada
Telefone Tocando
Elimina tom de 150 ms 150 ms
controle de chamada Atendimento
Conversação com pulsos de tarifação
Encerramento 600 ms 600 ms Tom de fim de chamada
600 ms 600 ms
Confirmação de desconexão
89
Na Figura 8.8, temos uma ligação interurbana via central Tandem.
Quando a origem disca o número de destino, a central local verifica na tabela
de rotas que para chegar ao destino deve acionar um juntor de saída para a
central Tandem, que por sua vez sabe como chegar ao destino.
90
Os principais tipos de CPCTs são: PABX, Micro-PABX e KS.
As CPCTs podem ser interligadas às centrais locais da Operadora
através de linhas telefônicas normais que recebem a denominação de linhas-
tronco.Normalmente têm a função DDR (discagem direta a ramal) para diminuir
o número de telefonistas.
CPCTs de maior porte são interligadas via digitroncos de 2 Mbit/s ou em
taxas mais elevadas via fibra óptica, mas esses casos serão estudados mais
adiante, na segunda avaliação.
Figura 9.1 - Configuração típica de interligação de uma CPCT com a rede pública.
91
10 - Sistemas Multiplex
10.1 – Modos de operação de um meio de transmissão
92
Figura 10.2 – Ligação telefônica utilizando dispositivo antilocal.
93
Figura 10.4 – Ligação interurbana.
94
Observação: Na Figura 10.5, BAL é uma rede de balanceamento ou equilíbrio
cuja função é fazer o casamento da híbrida com o circuito a 2 fios, para que
obtenhamos uma alta perda de retorno nos terminais 11´, a fim de não
provocar problemas de transmissão.
Em resumo, para e execução do circuito de uma híbrida para
transformação de 2 fios em 4 fios, basicamente, teremos dois problemas:
95
Figura 10.7 – Ligação telefônica de 8 assinantes sem multiplexação
96
10.6 – Tipos de Multiplexação
97
11.1.2 – Tipos de Canais Multiplex
98
11.2 – Translação ou conversão de freqüências
99
11.3.1 – Tipos de Modulação
(1)
(2)
O exame das equações (1) e (2) mostra que a forma de onda pode ser
variada, a cada instante, através de duas quantidades
A modulação em amplitude é obtida somente pela variação da
amplitude Ep, de forma que o desvio resultante, em relação à amplitude E p, seja
diretamente proporcional ao valor instantâneo do sinal modulante, porém
independente da sua freqüência.
A modulação em ângulo é obtida quando, em função do valor
instantâneo do sinal modulante, faz-se variar Como o ângulo, num
determinado instante, pode ser alterado, seja por variação da freqüência f o,
seja da fase a modulação angular se divide em duas modalidades,
dependendo do tipo de variação: modulação em freqüência e modulação em
fase. Como este tipo de modulação não tem aplicação direta no equipamento
multiplex, não será aqui abordado.
Existe uma outra forma de modulação, a modulação por amplitude de
pulsos, na qual a onda portadora é formada por pulsos curtos, de forma
retangular. A forma desses pulsos é variada pelo sinal modulante. Esta técnica
será apresentada na segunda avaliação, no capítulo referente à multiplexação
por divisão de tempo.
100
Figura 11.6 – Representação dos diversos sinais na modulação em amplitude
101
máximo da amplitude igual a e o valor mínimo correspondente,
respectivamente, aos casos em que o sinal modulador tem maior e menor
amplitude.
Como a onda modulada também é senoidal, a amplitude instantânea da
mesma pode ser representada por:
102
Aplicando diversos valores de m, vamos verificar como se comporta a
onda modulada.
103
11.4.3 – Faixas Laterais
Donde:
104
Figura 11.8 – Ilustração da modulação em amplitude de um canal de voz
Como podemos notar pela Figura 11.8, a banda lateral superior tem seu
espectro de freqüências na mesma direção da original (posição direta),
enquanto que a banda lateral inferior tem seu espectro na direção contrária
(posição invertida). Este fenômeno ocorre sempre para os casos reais, onde o
sinal modulante é composto por mais de uma freqüência.
105
- Para m = 0, teremos:
- Para m = 1, teremos:
106
Para exemplificar, consideremos na saída de um modulador uma onda
portadora modulada em amplitude por um sinal de áudio senoidal com 100%
de modulação, obtendo-se uma potência média total de 600W. Porém, com
50% de modulação, teremos somente 450W de potência média total de saída.
À primeira vista parece que o segundo caso nos poupa potência, no
entanto, observamos que no primeiro caso para 600W de saída, cada faixa
lateral apresenta uma potência de 100W, enquanto que no segundo caso para
450W de saída cada faixa lateral apresenta somente 25W de saída, insto é:
economizando 150W, tivemos uma redução de 75% na potência de cada
banda lateral, o que não é vantajosos pois estamos interessados em
concentrar potência na informação e não na portadora.
Concluímos então que: com a diminuição do índice de modulação, as
quantidades relativas de potência média das bandas laterais diminuem
rapidamente; portanto, deve-se fazer o índice de modulação tão próximo
quanto possível de 1, a fim de que o rendimento da transmissão seja otimizado.
107
Se por exemplo, considerarmos uma modulação AM tendo M = 100%,
com a supressão da portadora e de uma banda lateral, estaremos
necessitando somente 1/6 da potência total para transmitir a informação,
usando metade da faixa de freqüências, além de que toda potência disponível
pode ser utilizada para transmissão da banda lateral. A onda portadora
somente é necessária para a demodulação, podendo ser gerada e aplicada no
extremo receptor, sendo suficiente que tenha a mesma freqüência da portadora
de transmissão.
A supressão parcial ou total da portadora é realizada por moduladores,
chamados moduladores balanceados. A seleção da banda lateral a ser
transmitida é executada por filtros passa-faixa.
A Figura 11.10 apresenta o diagrama em blocos de uma modulação em
amplitude com portadora suprimida e transmissão de uma só banda lateral,
bem como a indicação das operações realizadas no domínio da freqüência.
Figura 11.10 – Modulação AM com banda lateral única com portadora suprimida
108
É importante notar que qualquer uma das bandas laterais poderá ser
selcionada, de posição direta (mesma direção da original) ou invertida, como é
o caso do exemplo. A banda escolhida é indicada pela posição do triângulo.
Como teremos:
Onde:
109
Como podemos verificar, a demodulação nada mais é do que a
modulação na direção inversa, na qual obtemos, para o exemplo, uma
freqüência lateral inferior idêntica à informação original, porém com uma
amplitude menor
Se tivéssemos tomado, como exemplo do sinal modulado, a freqüência
lateral superior, obteríamos resultado idêntico.
110
Figura 11.11 – Multiplexação e demultiplexação de 3 canais de voz.
111
Figura 11.12 – Falta de sincronismo entre Terminais Multiplex
11.7.1 – Conceito
112
A fim de que se obtivesse um crescimento ordenado e racional da
canalização, visando, principalmente, fazer com que os sistemas de pequena
capacidade pudessem compor os sistemas de alta capacidade e que, na
construção dos diferentes sistemas, se utilizassem as mesmas unidades
fundamentais, facilitando assim a fabricação dos equipamentos, o CCITT
padronizou o processo de translação para obter os sistemas de alta
capacidade, dividindo-o em estágios de translação.
É importante observar que, quando nos referimos a estágio de
translação, estamos indicando sempre as duas operações: multiplexação e
demultiplexação.
Os estágios de translação foram agrupados pelo CCITT em dois
conjuntos, chamados Procedimento 1 e Procedimento 2, sendo este último
de pouco interesse.
11.7.3 – Procedimento 1
a) Translação de canal
No item 11.1 vimos que o CCITT recomenda dois tipos de canais de voz
e, em conseqüência, teremos dois tipos de grupos básicos:
- Grupo básico de 8 canais de voz de 6 Khz de faixa.
- Grupo básico de 12 canais de voz de 4 Khz de faixa.
113
1º tipo de grupo de 12 canais
Após, quatro pré-grupos são transladados para a faixa de 60 a 108 KHz, compondo um
grupo básico do CCITT. A Figura 11.15 apresenta a locação dos pré-grupos no espectro de
freqüências do grupo básico, bem como as portadoras utilizadas.
114
Figura 11.16 – Locação dos canais no pré-grupo.
Existem ainda fabricantes que fazem a translação direta dos doze canais
para a faixa de 60 a 108 KHz, compondo o grupo básico do CCITT.
A Figura 11.18 apresenta a locação dos canais no grupo básico, bem
com as portadoras utilizadas.
115
Figura 11.18 – Locação dos canais no grupo básico do CCITT.
116
Figura 11.19 – Representação da ocupação dos canais de uma banda básica no domínio do
tempo e da freqüência.
117
11.9 – Sistemas de Transmissão Multiplex via Rádio
118
Ao conjunto de estações terminais e repetidoras chamamos de tronco
de rádio.
É importante observar que num tronco de rádio podemos ter mais de um
canal de RF em cada direção. Geralmente, nos sistemas de alta confiabilidade,
temos um canal de RF para transmitir as informações, chamado principal, e
um outro em paralelo para substituir o principal em caso de falhas, chamado de
proteção.
As ondas eletromagnéticas propagam-se de maneiras diferentes,
dependendo da freqüência emitida pelo transmissor. Devido a isto, os sistemas
rádio são classificados internacionalmente de acordo com as faixas de
freqüências utilizadas e que estão apresentadas na tabela a seguir, onde estão
indicados alguns serviços que empregam estes sistemas.
119
Como os sistemas de telecomunicações utilizam principalmente
freqüências a partir de HF, há interesse no estudo dessas propagações. Vamos
então analisar de forma bem simples, os princípios básicos de propagação dos
sistemas rádio empregados no multiplex.
a) Sistemas de rádio HF
120
Este mecanismo de propagação não é confiável para sistemas multiplex,
porque, sendo a energia solar incidente na alta atmosfera de intensidade
variável, os índices de refração na ionosfera são instáveis, fazendo com que a
onda celeste tenha também intensidade variável.
Quando ocorrem grandes perturbações solares, estas provocam
tempestades magnéticas que, atingindo a ionosfera, modificam os índices de
refração de tal maneira, fazendo com que as ondas não sejam mais refratadas
de volta para a Terra. Nesta situação interrompem-se as comunicações.
121
Os sistemas rádio VHF/UHF utilizados pelo multiplex são empregados
nas comunicações interurbanas estaduais, tendo média capacidade (12, 24 ou
60 canais)
122
Figura 11.24 – Tronco em microondas.
Figura - 11.25 - Interligação de uma central telefônica analógica com sistema de transmissão
interurbano via Multiplex e Rádio.
123
11.10 – Representação de transmissão Multiplex e etapas de uma
ligação telefônica interurbana.
124
O registrador ao receber um número (0 XX 84 ZYXW RTUX) diferente
daquele prefixo interno, irá procurar num arquivo (na matriz de comutação) qual
a rota (caminho) a utilizar para alcançar aquele destino, daí localiza um juntor
livre nessa rota e procura ocupá-lo. Isto é feito com a geração de um pulso de
terra (0 volt com duração de 150 ms) que sai pelo fio M do juntor escolhido,
esse sinal entra no ponto 2 do canal multiplex ao qual o juntor está conectado,
daí fecha-se a chave (vide Figura 11.25) para liberação para frente de um tom
de 3,825 KHz que sai pelo ponto 3, passa pelo filtro passa-faixa e chega ao
ponto 4 dentro da unidade de canal do MUX. Ao ser processado no modulador
de canal, o sinal periódico pulsado de 3,825 KHz é transladado para as
freqüências Fp + 3,825 KHz e Fp – 3,825 KHz. Onde Fp é a freqüência da
portadora do canal correspondente. No caso da Figura 11.25, temos Fp = 108
KHz e seriam obtidas no ponto 8: 108 + 3,835 KHz e 108 – 3,825 KHz, daí
passando no filtro 104 – 108 KHz, teríamos no ponto 9 apenas o sinal de 104,
175 KHz, esse sinal entraria no combinador de canais Tx e seria transmitido na
direção do Rádio e conseqüentemente da central de destino.
A central de destino receberá o sinal de 104,175 KHz que passará (lado
B não mostrado na figura) pelos pontos 12 -> 13 -> 14 -> 15 -> chegando ao fio
E do juntor da central de destino, representando um sinal de terra durante 150
ms.
Daí seria iniciada a seqüência de envio da sinalização MFC através do
par de fios Tx, (pontos 5 -> 6 -> 7-> 8 -> 9 -> 10), ocorrendo sempre a
translação de freqüências no modulador de canal do MUX FDM. Os sinais MFC
transmitidos correspondem a pares de freqüências da tabela dos grupos I e II,
conforme mostrado na Tabela 8.4.
Para cada sinal MFC enviado no par Tx, haveria um retorno da central
de destino que chegaria na estação de origem através dos pontos 12 -> 13 ->
14 -> 17, ocorrendo sempre a translação de freqüências no demodulador de
canal do MUX FDM. Observe que a mesma portadora é utilizada no modulador
e no demodulador.
O último sinal MFC do processo é chamado de fim de seleção, que
indica a condição do assinante B, supondo que a linha de destino esteja livre
com tarifação, então a central B enviará um sinal fim de seleção B1
correspondente a um par espefícico de freqüências, como dito anteriormente.
Esse sinal irá acionar envio da corrente de toque para o assinante de destino
e o tom de controle de chamada para o assinante de origem.
Após concluído o processo MFC, a campainha de B tocará e se o
mesmo retirar o fone do gancho, imediatamente a central de destino manda
para a de origem um pulso de terra durante 150 ms que sai pelo fio M do
destino e chega (central de origem) pela seqüência de demodulação: (108-
3,825 KHz) Ponto 12 -> 13 -> 14 -> 15 -> 16 -> fio E do juntor. Daí a
conversação e a tarifação correspondente são iniciadas, sendo interrompido
também o tom de controle de chamada.
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