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ATIVIDADES

FÍSICAS PARA
PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA
Alex Ribeiro Nunes
Características da pessoa com
Deficiência Intelectual e os
benefícios do esporte e da
atividade física
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
„ Conhecer o significado do conceito de Deficiência Intelectual – DI
e suas principais características.
„ Reconhecer a importância da prática de esportes e de atividades
físicas para as pessoas com DI.
„ Conhecer o terapeuta ocupacional e a importância do seu tra-
balho no processo de aprendizagem dos alunos com DI.

Introdução
A temática da inclusão está na pauta diária. No entanto, sabemos o
quanto é complexo pensarmos os processos inclusivos das
pessoas que são público-alvo da Educação Especial nos mais
variados contextos sociais. Por isso, precisamos estar o tempo todo
nos atualizando e buscando novas alternativas para incluir a todos.
Os mais diferentes esportes e as mais variadas atividades físicas são
um belo exemplo de atividades individuais e coletivas que
proporcionarão aos sujeitos com DI formas de interação, mas também
formas de desenvolver as suas capacidades, tanto físicas quanto
psíquicas.
Neste capítulo, você irá estudar sobre a temática da
Deficiência Intelectual e a importância dessas pessoas
praticarem esportes ou alguma atividade física para o seu
desenvolvimento integral.
Estamos certos de que essas temáticas possibilitam o
nascimento de um manancial de ideias, problematizações e
reflexões que são necessárias e urgentes para o ser humano
e para a sociedade atual. Portanto, os conceitos e as discussões
aqui abordados têm o intuito de levá-lo a
questionamentos e a apropriações que o farão elaborar
novas concepções sobre a DI e a qualidade de vida gerada a
partir da prática de esportes e atividades físicas.
A Deficiência Intelectual - DI
Neste primeiro momento, é importante destacar que o termo
“Deficiência mental” foi substituído por “Deficiência Intelectual”. Em
muitos escritos e documentos, você ainda encontrará o termo
“Deficiência mental”.
De acordo com Sassaki (2011, apud MENEZES, CANABARRO e
MUNHOZ, 2014, p. 153-154), um grande pesquisador da área da Educação
Especial, essa substituição do adjetivo mental para intelectual ocorreu a partir
da decisão de diferentes países, quando a Organização Pan-Americana
da Saúde e a Organização Mundial da Saúde aprovaram a Declaração
de Montreal sobre a Deficiência Intelectual (2004). Essa substituição se deu
por duas principais razões:
A primeira razão tem a ver com o fenômeno propriamente
dito. Ou seja, é mais apropriado o termo “intelectual” por
referir-se ao funcionamento do intelecto especificamente e
não ao funcionamento da mente como um todo. A segunda
razão consiste em podermos melhor distinguir entre
“deficiência mental” e “doença mental”, dois termos que têm
gerado muita confusão há décadas, principalmen-te na mídia.
Os dois fenômenos trazem o adjetivo “mental” e muita gente
pensa que “deficiência mental” e “doença mental” são a
mesma coisa. (SASSAKI, 2011 s/p apud MENEZES,
CANABARRO e MUNHOZ, 2014, p. 153-154)

Na contemporaneidade, podemos entender a DI a partir de duas perspectivas


ou a partir de duas visões distintas: a clínica e a social. Essa questão é muito
importante, pois é a partir da visão que temos da DI que será a forma como
trabalharemos com esses sujeitos. A visão clínica entende a pessoa com DI
como alguém com limitações e que estas são impeditivas para que ela
exerça várias atividades, inclusive de aprender. A visão social entende a
pessoa com deficiência como um ser integral, não coloca a deficiência em
primeiro lugar. Na visão social, os fatores sociais, culturais, familiares,
escolares, culturais, etc. são determinantes para a sua constituição enquanto
pessoa. É importante destacar que a visão social não desconsidera as
necessidades das pessoas com DI, apenas considera outros fatores, além da
deficiência em si. Segundo Menezes, Canabarro e Munhoz (2014), é
importante destacar que a visão clínica por muito tempo determinou a conduta
pedagógica dos professores. Ainda hoje, muitos profissionais da área da
Educação têm dificuldades em enxergar o aluno com DI para além da sua
deficiência.
Isso é muito comum e compreensível, tendo em vista que os manuais
internacionais de classificação são ainda muito utilizados como
referenciais para as avaliações e os processos de diagnóstico dessas pessoas.
Podemos citar como exemplos: a Classificação de Transtornos Mentais e de
Comportamento – CID-10, publicada pela Organização Mundial da Saúde;
e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-IV,
publicado pela Associação Psiquiátrica Americana.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a DI
caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral
significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento,
concomitante com limitações associadas a duas ou mais áreas de conduta
adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às
demandas da sociedade, nos seguintes aspectos:

„„ Comunicação;
„„ Cuidados pessoais;
„„ Habilidades sociais;
„„ Desempenho na família e comunidade;
„„ Independência na locomoção;
„„ Saúde e segurança;
„„ Desempenho escolar;
„„ Lazer e trabalho.

Outra questão importante apontada por Menezes, Canabarro e Munhoz


(2014), é que ao afirmarmos que a pessoa com DI tem um funcionamento
intelectual geral significativamente abaixo da média, estamos associando a
deficiência ao conceito de quociente de inteligência (QI) e, nesse caso,
estamos afirmando a existência de níveis de deficiência, de maior ou menor
gravidade, como, por exemplo, moderado ou médio, severo ou grave
e profundo.
Outra maneira muito utilizada para se definir a DI foi mediante testes
psicológicos que, apesar das críticas, ainda perduram como um recurso
utilizado para diagnosticar o grau de deficiência. Nos primeiros trinta anos
do século XX, o diagnóstico dos “anormais escolares” resumia-se na
verificação do aspecto intelectual. Tanto na Europa como na América, os
testes de inteligência decidiam o destino escolar das crianças que não conse-
guiam êxito na escola.
As críticas em relação ao uso de testes para diagnosticar DI em alunos,
segundo alguns autores, entre eles, Ferreira (1993) e Mazzotta (1986),
referem-se principalmente ao fato de que, uma vez que os testes são
importados de outros países, são utilizados no Brasil sem as devidas adap-
tações às condições ambientais, culturais e pessoais, podendo, assim, pena-
lizar aqueles alunos que são de uma classe econômica baixa, atribuindo-lhes
uma deficiência que, muitas vezes, não têm.
O aluno com DI tem uma forma particular de lidar com o saber, na maioria
das vezes não correspondendo ao padrão esperado aos objetivos traçados pela
escola regular. Isso significa que em muitos momentos o professor se sente
desafiado a buscar outras formas de ensinar. O que em si não seria um
problema, afinal, o professor está, ou deveria estar, sempre buscando
maneiras diferentes para motivar os seus alunos. No caso do aluno com DI o
processo não é tão simples, pois ele pertence aos alunos que são público-alvo
da Educação Especial. Isso significa dizer que os processos de inclusão
desses sujeitos na escola regular ainda são muito recentes. Os profissionais da
Educação estão aprendendo a ser professores desses alunos.
Como os sujeitos com DI têm necessidades educacionais especiais, eles
têm direito à matrícula no Atendimento Educacional Especializado – AEE.
Isso significa que o ensino desses sujeitos é pensado a partir de um trabalho
em equipe. Este trabalho é o que irá garantir condições de
possibilidade para que esses sujeitos tenham aprendizagens significativas.
Esse trabalho coletivo envolve o professor da turma, o mediador escolar, a
coordenação da escola, a família e os eventuais profissionais da saúde que
atendem esse aluno.

A importância da prática de esportes e


de atividades físicas para a pessoa com
Deficiência Intelectual
A pessoa com DI é aquela que se difere por sua característica mental,
capacidade sensorial, característica neuromotora, seu comportamento social e
a sua capacidade de comunicação.
O corpo humano pode ser comparado de muitas maneiras a uma
máquina que converte uma forma de energia em outra na execução de um
trabalho, com isto, o funcionamento do corpo é mantido por um equilíbrio
dinâmico que necessita de atividades para funcionar normalmente. A quebra
desse equilíbrio, causada, por exemplo, pelos hábitos alimentares errôneos, ou
pela vida sedentária pode resultar em doenças crônico-degenerativas e
desordens emocionais.
Nesse sentido, segundo Menezes, Canabarro e Munhoz (2014, p. 157),
pensando pela visão social, “as interações que o indivíduo estabelecer com o
meio e com os demais indivíduos é que poderão determinar a qualidade das
suas aprendizagens e do seu processo de desenvolvimento...”.
Segundo as autoras, é justamente o contato com o ambiente que
proporciona aos sujeitos novas formas de interação, resultando em outros
processos mentais. Além de novas interações, os sujeitos têm a oportunidade
de experenciar novas possibilidades de aprendizagem e
desenvolvimento, adquirindo, consequentemente, novas possibilidades
de constituição desses sujeitos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS (2014, p. 1),
a atividade física é “Qualquer movimento corporal produzido pelos
músculos esqueléticos que requeira gasto de energia”. Nesse sentido, ela
pode e deve ser integrada a qualquer ambiente onde as pessoas
vivem. Toda pessoa pode ser beneficiada com a realização de
atividades físicas, independentemente da sua condição de deficiência ou
não. É claro que as pessoas com deficiência precisam de um
acompanhamento mais sistemático, geralmente realizado por mais de um
profissional, tanto da educação quanto da saúde.
A prática de atividades físicas para uma pessoa com DI é
muito importante, pois traz benefícios físicos e psicológicos. No físico,
podemos constatar a melhora da agilidade, do equilíbrio, da força
muscular, da coordenação motora, da resistência física, melhora
nas condições organofuncionais (aparelhos circulatório, respiratório
e digestivo), na velocidade, ritmo e, principalmente, melhora nas
realizações das atividades diárias, além da integração e do sentimento
de pertencimento, visto que a pessoa passa a conviver e a se sentir útil
frente a ela mesma e às demais pessoas.
No psíquico, podemos observar nitidamente a melhora na autoestima, a
interação social, a redução da agressividade, o estímulo, a independência, a
autonomia, a superação de suas limitações, entre outros benefícios.
Dessa forma, a execução da atividade física se torna essencial para a
saúde, a longevidade e a produtividade na vida dessas pessoas.
No caso da escola, é imprescindível respeitar as limitações, adequando as
modalidades e os objetivos pessoais desses alunos. É preciso haver acompa-
nhamento e muita atenção na hora de executar um movimento, evitando,
assim, acidentes, e, o mais importante, estimular sempre o desenvolvimento
da potencialidade de cada um.

Um convite para conhecer os esportes adaptados


Um ótimo exemplo é o esporte adaptado. Segundo Santos (2019, p. 7 apud
COSTA e SILVA et al., 2013, p. 2): “O esporte adaptado é um termo utilizado
apenas no Brasil, pois em outros países o termo comum é Esporte para Pes-
soas com Deficiência ou Sport for Persons with a Disability. Trata-se de um
esporte modificado, ou criado para atender às necessidades das pessoas com
alguma deficiência.
A adaptação, tanto nos esportes quanto em atividades físicas, não é re-
cente. No primeiro caso, os primeiros casos ocorreram na modalidade de
tiro e arco e flecha, na Alemanha e na Inglaterra, em 1918. No segundo
caso, existem registros anteriores a 3.000 a.C, em território que pertence hoje
à China (SANTOS, 2019).
Ainda segundo a autora, podemos afirmar que foi Ludwig Guttmann que
deu o pontapé inicial para a criação dos Jogos Paraolímpicos. A primeira pa-
raolimpíada ocorreu em Roma, no ano de 1960. No Brasil, os primeiros
movimentos em relação ao tema do esporte adaptado começaram no ano de
1958, com a fundação do Clube dos Paraplégicos, em São Paulo e do Clube
do Otimismo, no Rio de Janeiro. Ambos os clubes foram criados por Sérgio
Serafim Del Grande e por Robson Sampaio de Almeida, para a prática do
basquete em cadeira de rodas (SANTOS, 2019).
É importante destacar que esses primeiros movimentos em relação ao es-
porte adaptado buscavam atender as pessoas com deficiência física. Mas, na
verdade, o que as pessoas têm demonstrado é que, a partir desse pontapé
inicial dado por Ludwig Guttmann, foi dado início a novos projetos que
contemplassem outros tipos de deficiência. Além disso, ao praticar qualquer
tipo de esporte ou atividade física, a pessoa com DI terá outros benefícios,
tanto físicos como psicológicos, além de proporcionar que esses possam
ampliar o seu leque de interações sociais.
De acordo com Giampa (2019), em se tratando de Jogos
Paraolímpicos para pessoas com DI, existem três modalidades esportivas com
uma única classe cada. Quais sejam: atletismo (T20), natação (S14) e tênis de
mesa (TT11). No entanto, outras modalidades são praticadas no Brasil,
como: futsal, futebol, basquete, taekwondo, judô, badmnton e ginástica artística
e rítmica.

Figura 1. Atletismo Figura 2. Natação Figura 3. Tênis de mesa


Fonte: https://www.shutterstock.com.

De acordo com Giampa (2019 s/p): Para participar desse movimento es-
portivo no Brasil, é necessário obter a “elegibilidade esportiva” por meio dos
seguintes documentos que comprovam a DI:

„ Laudo médico com diagnóstico do CID 10 (F70-F79) anterior aos 18 anos;


„ Relatório psicológico com descrição das limitações nas habilidades
cognitivas e comportamentais;
„ Teste de QI (WISC-IV/WAIS-III) com valor de QI igual ou abaixo de 75;
„ Para atletas com síndrome de Down, é necessário somente o laudo mé-
dico e cariótipo;
„ Para atletas com Síndrome de Down Mosaico, é necessário o laudo mé-
dico, cariótipo e teste de QI;
„ Para atletas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é necessário
o laudo médico com diagnóstico do TEA e da DI, relatório psicológico
e teste de QI.
„ Toda essa documentação deverá ser encaminhada para a Confederação
Brasileira de Desporto para Deficiente Intelectual (CBDI).

Não há como negar os benefícios, tanto físicos quanto psicológicos da prá-


tica de qualquer tipo de esporte, assim como de qualquer prática de atividade
física, no sentido de contribuir para o desenvolvimento integral dos sujeitos
com DI. No entanto, é necessário verificar o tipo de esporte ou atividade
física mais adequado para determinados sujeitos. Isso, porque cada sujeito
tem as suas especificidades e é a partir delas que se deve pensar nas
melhores formas de atendê-lo nas suas necessidades.

O terapeuta ocupacional e o processo de


alunos com Deficiência Intelectual
Os alunos com DI são considerados pela legislação vigente como público-
alvo da Educação Especial, juntamente com os alunos com transtornos
globais do desenvolvimento e os alunos com altas habilidades/
superdotação. Nesse sentido, esses alunos têm garantido por lei o
Atendimento Educacional Especializado – AEE, que tem por objetivo
assegurar condições para que esses alunos aprendam no âmbito pedagógico.
Além desse atendimento diferenciado no âmbito escolar, os alunos com
DI necessitam de profissionais de outras áreas, como a área da saúde, que
irão garantir outras formas de atendimento para que esses alunos tenham
uma qualidade de vida melhor e melhores condições, tanto físicas como
psicológicas, no sentido de garantir a aprendizagem desses alunos. Trata-se de
um atendimento multidisciplinar direcionado para questões que envolvam a
inclusão motivada por transtornos de coordenação motora, disfunção
neuromotora, processamento sensorial, etc.
Um desses profissionais responsáveis pelo atendimento a esses alunos é
o terapeuta ocupacional. Enquanto o papel do pedagogo é estimular o saber
e as técnicas que promoverão a habilidade pedagógica do aluno, o terapeuta
ocupacional ficará incumbido dos pontos colocados acima.
O papel do terapeuta ocupacional está na capacidade do profissional
em oferecer as coordenadas ao aluno por meio de atividades que
estimulem as faculdades do corpo com o processo de aprendizagem. Um
exemplo a ser dado é o fato de as crianças descobrirem suas
habilidades por meio de brincadeiras, jogos, atividades físicas e
esportes. Portanto, estes servem, então, de ferramentas que incentivam o
desenvolvimento e o aprendizado da criança.
Além disso, o terapeuta ocupacional pode utilizar tais tarefas para traba-
lhar os seguintes aspectos sensoriais: visual, audição e tátil (imprescindíveis
para o conhecimento da criança, sem contar com a possibilidade da cons-
trução de conceitos importantes para a sua formação: espaço, tempo, cor,
profundidade, equilíbrio, ritmo, etc.).
É fundamental que o terapeuta ocupacional e o professor procurem tra-
balhar de forma coletiva. Essa parceria merece muita atenção, pois um
precisa do outro de forma significativa. Ambos podem trabalhar com o apri-
moramento de habilidades que refletem na vida acadêmica do aluno, como a
coordenação grafomotora, por exemplo. Por meio de atividades lúdicas e pe-
dagógicas, o protagonismo dos dois profissionais tende a promover a evolução
do aluno e o acesso a uma qualidade de vida muito melhor.
Referências
GIAMPA, Patrícia. Deficientes Intelectuais. In: Paratleta: encontre aqui o esporte pa-
raolímpico mais adequado para você! [2019?]. Disponível em: https://www.paratleta.
com.br/. Acesso em: 17 jan. 2019.

MENEZES, Eliana da Costa Pereira; CANABARRO, Renata C.C; MUNHOZ, Maria A. Defici-
ência Intelectual. In: SILUK, Ana Cláudia Pavão (Org). Atendimento Educacional Es-
pecializado: contribuições para a prática pedagógica. 1ª ed. Santa Maria: UFSM,
CE, Laboratório de Pesquisa e Documentação, 2014.

SANTOS, Sheila Taís Silveira dos Santos. Corrida de Rua: motivação e benefícios em
paralisados cerebrais. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Edu-
cação Especial/Inclusiva e o AEE) – Escola de Humanidades, Universidade do Vale do
Rio dos Sinos - UNISINOS, São Leopoldo, 2019.

SASSAKI, Romeu Kazumi. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão.


Disponível em: < https://acessibilidade.ufg.br/up/211/o/TERMINOLOGIA_SOBRE_DEFI-
CIENCIA_NA_ERA_DA.pdf?1473203540>. Acesso em: 15 jan. 2020.

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