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O LIVRO DE HERESIAS

Uma abordagem sobre um livro fictício (mas, que parece bem real).

“Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos são


contra mim para o mal” (Sl 56:5)

Há algum tempo, vem sendo escrito um falso “livro”, pelos falsos


pastores. Trata-se do que chamarei de "Livro de Heresias". Não confundam com
livros bíblicos, inspirados pelo Espírito Santo, tais como: Isaías, Neemias,
Obadias, Sofonias, Malaquias ou Jeremias, etc.
O “Livro de Heresias” narra sobre as falsas doutrinas que têm imperado
em nosso meio evangélico. E como tem crente, pastor e igrejas patrocinando a
escrita de novos capítulos deste “livro”, a cada dia...
Ele possui vários autores, através dos tempos. Admiradores, também, há
muitos. Patrocinadores, bem, esses são incontáveis; afinal, os homens não
suportam a sã doutrina há tempos (e, principalmente, nestes tempos finais):
“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos
ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências”
(2Tm 4:3).
E, por falar em sã doutrina, este é o único assunto que não se encontra
nesse abominável “livro”. Ele é fictício; porém, os fatos nele narrados são
histórias reais, infelizmente! A cada dia, novos escândalos, para envergonhar o
evangelho.
Assim como ocorre com os apócrifos, também há alguns poucos relatos
históricos no “Livro de Heresias”; porém, ele não possui nenhuma doutrina,
nenhuma regra de fé (pois a Bíblia é nossa exclusiva regra de fé e prática) e
não serve para a edificação da igreja. Afinal, ele também não é um livro
inspirado por Deus, de forma alguma, pois o cânon das Escrituras já se
encontra fechado há séculos, sendo o Livro do Apocalipse, o último livro que o
compõe.
Você quer encontrar falsidade, passagens bíblicas distorcidas, "sarapatel
teológico", prosperidade, propósitos, bênçãos e maldições, expressões do
tipo "tá amarrado!", G12, etc., é só ler o “Livro de Heresias”. Olha, ele é um
verdadeiro tratado herético, uma enciclopédia de baboseiras, ou melhor, uma
horta repleta de abobrinhas.
Não sei quando começou exatamente a ser escrito o capítulo 1, versículo
1, do fatídico (e fictício) “livro”; mas, creio que deve ter sido em meados do
primeiro século da Era Cristã. Já na época dos apóstolos, ouvia-se falar dos
gnósticos, dentre outros grupos heréticos. O amado apóstolo Paulo já lutava
contra os “escritores” deste “livro” (2Ts 2:2; 2Pe 2:1; 1Jo 4:1) e contra os
promotores de dissensões e disseminadores de falsas doutrinas (Gl 2:4).
Por volta do século IV d. C., na época do Imperador Romano Constantino,
quando surgiu a apóstata igreja católica romana (com "i" minúsculo mesmo,
por ser um falso Cristianismo), alguns capítulos deste “livro” continuaram a ser
escritos. E, como eles gostam de acrescentar textos ao cânon das Escrituras,
acrescentaram alguns capítulos ao “Livro de Heresias” também.
Ainda não sei se já foram encontrados manuscritos do “Livro de
Heresias”; mas, com certeza devem existir. Aliás, nada que a ciência não os
possa fabricar (ou diria "falsa ciência"? Conforme 1Tm 6:20).
Em minha (ex) igreja, aqui em Juiz de Fora/MG (digo "minha", por hábito,
pois na realidade o Cabeça da igreja é Jesus Cristo), mais um capítulo do “Livro
de Heresias” começou a ser escrito ontem (Isto ocorreu em 11/06/06). Houve
uma votação (na época), para a aprovarem que mulheres pudessem ocupar o
cargo (masculino) de diácono (sic). Foram 31 votos favoráveis à ordenação de
"mulher diácono" e somente 7 contrários (inclusive quem vos escreve votou
contra). Com isto, uma brecha foi escancarada para a possibilidade de haver
futuras e, muito prováveis, "pastoras", que virão em breve ocupar os púlpitos
batistas! (infelizmente, estamos em Setembro/2008 e, ao que parece, isto já
existe em nosso meio...).
Tal aprovação se deu sem nenhuma fundamentação bíblica por parte do
“pastor” que propôs o tema (ordenação feminina ao diaconato); haja vista que
o mesmo pisoteou a Bíblia, pois fez malabarismos “hermenêuticos e
eZegéticos”. Enfim, fez o que quis com a preciosa Palavra de Deus. Nem
sequer um único versículo bíblico foi apresentado por ele (pois não existem
versículos para justificar tal ordenação). Ele usou, apenas, textos fora do
contexto e passagens do A.T. relativas a Israel (citando profetizas, juízas, etc.),
que o mesmo distorceu para direcioná-las, por conta própria, à igreja (que era
um mistério, que só foi revelado no N.T.).
Em oposição às explicações do “pastor”, apresentei o texto grego [1],
para contestar tal ordenação, mostrando que não há a palavra “diaconisa” na
Bíblia; mostrando o contexto bíblico da submissão da mulher ao homem (desde
o Gênesis) e o fato de que as coisas de Deus têm de ser feitas à Sua maneira e
não à nossa (no caso de quem pode exercer o ofício de diácono, as regras
constam em At 6, 1Tm 3, etc.).
Enfim, mostrei à igreja que, diante de tal assunto, não importam as
opiniões pessoais (pois, opinião pessoal, como o nome já diz, cada um tem a
sua), pois a Palavra de Deus deve ser nossa única regra de fé e prática, senão
a coisa desanda... (e como desandou!).
Mostrei aos irmãos que os pensamentos de Deus não são como os
nossos (Sl 56:5; Is 55:8-9; Sl 92:5; 94:11; Mt 15:19; 1Co 3:20; Hb 4:12, etc.):
“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos
caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais
altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos
caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos” (Is
55:8-9).
Mas, não adiantou nada e, por fim, foi aprovada a possibilidade das
“mulheres diáconos”. Como lamento ter presenciado tal fato! Sei que fiz o que
me competia, com ética, zelo pela Palavra e posicionamento bíblico, o que não
ocorreu com a “outra parte”, que defendia a ordenação.
Aliás, diante do fato, eu e minha família recebemos um sonoro convite
para nos retirarmos daquela igreja, vindo da parte da esposa do “pastor”.
Porém, optamos por não o aceitar, naquele momento, haja vista os mesmos
não serem "donos" da igreja (pelo menos, no papel, pois na prática, eles fazem
o que querem).
Porém, como diz uma amada irmã em Cristo (Mary Schultze), Romanos
8:28, sempre: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.
Diante de tantos problemas, naquela igreja, a separação foi inevitável,
não em atendimento ao convite das beldades (o “pastor” e sua esposa); mas,
por não ser possível conviver com tantos erros doutrinários que havia ali, o que
nos levou a sair daquela igreja!
Os problemas doutrinários, naquela igreja, eram tantos, tais como: o tal
“pastor” crê que pessoas que morreram sem a fé em Jesus Cristo, têm chance
de serem salvas (sic), se não puderam ouvir o evangelho enquanto viveram;
ele prega a favor da Psicologia; crê que decorreram milhões de anos entre os 6
dias da criação, em Gênesis, favorecendo a herética Teoria da Evolução e a
Teoria do Intervalo; é favorável à herética “Visão com Propósitos”; usa as ações
sociais da igreja para promoção de sua esposa, que é candidata a cargo
político, dentre tantas outras heresias).
Creio que, em muitas ocasiões, principalmente no "meio evangélico",
nem sempre a maioria está com a razão. Pelo contrário, de "Maria vai com as
outras", há um lugar terrível, de pranto e ranger de dentes, que está cheio,
pois espaçoso é o caminho que conduz à perdição (Mt 7:13-14)!
E, por falar em maioria, graças a Deus, sempre perco meu voto nas
eleições presidenciais, municipais, estaduais, etc. Que bom! É sinal de que não
tenho parte nessas bandalheiras que se vêem na política. E, ao que parece,
sou um perdedor ("vencedor"), na igreja também, pois o Caminho correto
nunca foi largo mesmo e a unanimidade sempre esteve de mãos dadas com o
ecumenismo (em nome do amor e contra a verdade, pois esta, divide).
Porém, quando a coisa desanda na igreja e a Bíblia é colocada em
segundo plano, a mesma nos exorta a nos apartar, o quanto antes, daqueles
que envergonham o evangelho: “E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem
dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles” (Rm
16:17).
Já tenho visitado algumas igrejas há algum tempo, tentando garimpar
uma boa pregação bíblica. Sei que o Senhor irá direcionar a mim e minha
família nessa difícil empreitada! Ontem mesmo, à noite, consegui ouvir uma
boa pregação bíblica em uma igreja que visitei. Glórias ao Senhor!
Voltando ao “Livro de Heresias”... pois bem! Como este “livro” é
"inspirado" (não por Deus, evidentemente), vários autores estão espalhados
por este mundo, escrevendo por "psicografia", os vários e extensos capítulos
do mesmo. A cada dia, novos modismos, novas heresias.
Creio que este “livro” só vai terminar de ser “escrito”, com a volta do
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, após os três anos e meio da tribulação.
(Se bem que haverá depois do milênio mais um período em que o inimigo será
solto, e, aí, só Deus sabe se mais alguns trechos não serão acrescentados ao
tal "livro").
Vale uma sugestão a quem ainda não leu o “Livro de Heresias”: Não o
leia, não o compre, não o patrocine, não perca seu precioso tempo e não corra
o risco de criar confusão em sua mente, pois a Palavra do Senhor assim nos
diz: "tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que
é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se
há algum louvor, nisso pensai" (Fp 4:8).
Para o "Livro de Heresias", não vale a aplicação do "Examinai tudo.
Retende o bem" (1Ts 5:21), pois não há bem algum neste "livro" que possa ser
retido. Leiamos a Palavra de Deus, esta sim, inerrante, infalível, divinamente
inspirada, mais doce que favos de mel!
Estudemos a Palavra do Senhor e peçamos misericórdia a Ele, pela
demência teológica de alguns irmãos evangélicos, que são consumidores
vorazes de todo o tipo de crendices, feitiçarias, superstições e baboseiras que
se vendem nas livrarias "evangélicas". Aliás, o “Livro de Heresias” é um best
seller!
Não desanimemos, mas, marquemos presença e defendamos a fé (Jd 3),
onde quer que estejamos; pois, como disse alguém:

"O que me preocupa não é o grito dos maus, mas, o silêncio dos bons".

Humberto Fontes (humbertoetania@globo.com)


12 de Junho de 2006
Revisado em Setembro/2008

[Artigo dedicado à minha "Mamie" Mary Schultze, que, não cansa de trabalhar
na obra do Senhor, em defesa da fé].

NOTA [1]

ERA FEBE UMA " DIACONISA " ?

Paulo está se referindo a Febe, uma mulher que era "serva" na igreja em
Cencréia. É necessário esclarecer que a palavra "diakonon" ou na sua forma
verbal "diakoneo", que foi aqui traduzida como uma serva, tem dois sentidos:

a) um sentido geral: no qual se encaixam todos os crentes (exemplos: I Co


3:5; Ef 3:7; 6:21; Hb 6:10; I Pe 1:12, 4:10-11);

b) um sentido estrito, específico: que é o oficial da igreja local


(exemplos: At 6:1-7; I Tm 3:10, 13 ) cujo contexto só se refere a homens,
mesmo porque o diácono também deve ser marido de uma só mulher (I Tm
3:8-13; Fp 1:1).

É óbvio que no texto de Romanos 16:1, a irmã Febe era uma serva no sentido
geral em que todos os crentes se encaixam e não "uma oficial" da igreja. Ela
hospedava os crentes, inclusive o apóstolo Paulo.

A palavra diaconisa (transliteração feminino: diakonissa) é citada por


Charles C. Ryrie, no livro Basic Theology p. 485, como existente no
Grego Koiné, porém ela jamais foi usada por Deus, no Novo
Testamento!]

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