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E.M.E.

F Zarah Trindade
Diretor: Aluísio Braga
Professor: Célio Velasco
Componente curricular: Estudos Amazônicos
Objeto de conhecimento: O 1º Ciclo da Borracha
O Ciclo da Borracha corresponde ao período da história da Amazônia em que a extração e a
comercialização de látex para a produção de borracha, foram atividades basilares da economia,
ocorridas na região central da floresta amazônica, entre os anos de 1879 e 1912 (1º Ciclo da
Borracha), revigorando-se por pouco tempo entre os anos de 1942 e 1945 (2º Ciclo da Borracha).
Durante o 1º Ciclo da Borracha, conhecido como “Belle Époque Amazônica”, cidades como
Manaus, Porto Velho e Belém, tornaram-se as capitais brasileiras mais desenvolvidas, com serviços
de eletricidade, sistema de água encanada e esgotos, museus, teatros e cinemas, construídos sob
influência europeia.
A demanda provocada pela Revolução Industrial, fez da borracha natural um produto
supervalorizado, especialmente após o advento do processo de vulcanização, um tratamento
industrial que elimina as impurezas da coagulação do látex, tornando a borracha a matéria-prima
utilizada na fabricação de pneus de automóveis, motocicletas e bicicletas, bem como, de correias,
mangueiras, solas de sapato, etc. Nesse período, cerca de 40% de toda a exportação brasileira era
proveniente da borracha amazônica.
Como consequência desta valorização da borracha, muitas vilas e povoados ribeirinhos
surgiram e as cidades que já existiam prosperaram e cresceram, desenvolvendo desde infraestruturas
básicas, como escolas e hospitais, até as mais suntuosas, como hotéis de luxo e teatros. Além do
desenvolvimento socioeconômico, centenas de milhares de trabalhadores, sobretudo do nordeste
brasileiro, migraram para a região amazônica, resolvendo, em parte, o histórico problema do
povoamento.
Em 1877, mais de 70 mil sementes de seringueiras do Pará foram contrabandeadas para a
Inglaterra, num escandaloso caso de biopirataria. Dois anos depois, em 1879, se iniciaria o 1º Ciclo
da Borracha na Amazônia. Em 1910, tem início a concorrência da Hevea Brasiliensis plantada na
Ásia, utilizando aquelas sementes contrabandeadas décadas antes e produzindo borracha a custos
muito inferiores aos da mata nativa no Brasil. Isso provoca uma queda brusca no preço do látex,
tornando impossível a exploração comercial da borracha amazônica. Com isso, a produção da
borracha brasileira entra em crise, paralisando a economia nas regiões produtoras, levando ao fim o
1º Ciclo da Borracha na Amazônia.

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