Art.

3o A lei processual penal ADMITIRÁ

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA E APLICAÇÃO
ANALÓGICA, bem como o suplemento dos princípios
LIVRO I gerais de direito.
DO PROCESSO EM GERAL
TÍTULO I
DIREITO PROCESSUAL DIREITO PENAL
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
PENAL
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território
brasileiro (PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE OU LEX Admite interpretação Prevalece que não se
FORI), por este Código, ressalvados: extensiva. admite interpretação
I - os tratados, as convenções e regras de direito extensiva em prejuízo do
internacional; réu.
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da
Admite analogia. É possível o emprego da
República, dos ministros de Estado, nos crimes
analogia desde que seja in
conexos com os do Presidente da República, e dos
bonnan partem (em favor
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes
do réu). O princípio da
de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e
legalidade proíbe a
100 arts. 50, § 2º; 52, I, parágrafo único; 85; 86, § 1º, II; e
analogia in mallan partem
102, I, b );
(contra o réu).
III - os processos da competência da Justiça Militar
(aplicação subsidiária do CPP – art. 3°, “a”, CPPM); Admite interpretação Admite interpretação
IV - os processos da competência do tribunal especial analógica. analógica.
(inciso não é mais válido) Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br

V - os processos por crimes de imprensa (inciso não é

mais válido; STF não recepcionou a Lei de Imprensa).
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código
o
aos processos referidos nos n s. IV e V, quando as leis
especiais que os regulam não dispuserem de modo
diverso.
Juiz das Garantias
STF suspendeu a eficácia da implantação do juiz
das garantias e seus consectários (Artigos 3o-A, 3o-B,
3o-C, 3o-D, 3a-E, 3o-F, do Código de Processo Penal).
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE 6.298

Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo,

Controle da legalidade da
sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a
investigação criminal
vigência da lei anterior [“TEMPUS REGIT ACTUM” OU
PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE] FUNÇÕES DO Garantia dos direitos individuais
JUIZ DAS autorizando medidas de
JDPP 1 A norma puramente processual tem eficácia a GARANTIAS persecução que estejam sujeitas à
partir da data de sua vigência, conservando-se os cláusula da reserva de jurisdição,
efeitos dos atos já praticados. Entende-se por ou seja, que dependem de prévia
norma puramente processual aquela que autorização judicial.
regulamente procedimento sem interferir na Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br

pretensão punitiva do Estado. A norma

procedimental que modifica a pretensão punitiva
Art. 3º-A. O processo penal terá ESTRUTURA
do Estado deve ser considerada norma de direito
ACUSATÓRIA, vedadas a iniciativa do juiz na fase de
material, que pode retroagir se for mais benéfica
investigação e a substituição da atuação probatória
ao acusado.
do órgão de acusação. (LEI 13964/19)

1
 Adoção do SISTEMA ACUSATÓRIO de forma
expressa
Não há separação das funções
de acusar, defender e julgar,
que estão concentradas em uma
SISTEMA
única pessoa.
INQUISITORIAL
Juiz inquisidor, com ampla
iniciativa acusatória e probatória.
Princípio da verdade real.
Há separação das funções de
acusar, defender e julgar.
SISTEMA Princípio da busca da verdade.
ACUSATÓRIO A gestão da prova recai sobre
ADOTADO NO as partes. O juiz, durante a
BRASIL instrução processual, tem certa
iniciativa probatória
(subsidiariamente)
SISTEMA Há uma fase inquisitorial e
MISTO ou uma fase acusatória.
FRANCÊS
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo
controle da legalidade da investigação criminal e
pela salvaguarda dos direitos individuais cuja
franquia tenha sido reservada à autorização prévia do
Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: (LEI
13964/19)
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos
termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição
Federal; (LEI 13964/19)
II - receber o auto da prisão em flagrante para o
controle da legalidade da prisão, observado o
disposto no art. 310 deste Código; (LEI 13964/19)
III - zelar pela observância dos direitos do preso,
podendo determinar que este seja conduzido à sua
presença, a qualquer tempo; (LEI 13964/19)
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer
investigação criminal; (LEI 13964/19)
V - decidir sobre o requerimento de prisão
provisória ou outra medida cautelar, observado o
disposto no § 1º deste artigo; (LEI 13964/19)
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida
cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las,
assegurado, no primeiro caso, o exercício
contraditório em audiência pública e oral, na forma do
disposto neste Código ou em legislação especial
pertinente; (LEI 13964/19)
VII - decidir sobre o requerimento de produção
antecipada de provas consideradas urgentes e não
repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla
defesa em audiência pública e oral; (LEI 13964/19)
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito,
estando o investigado preso, em vista das razões
apresentadas pela autoridade policial e observado o
disposto no § 2º deste artigo; (LEI 13964/19)
IX - determinar o trancamento do inquérito policial
quando não houver fundamento razoável para sua
instauração ou prosseguimento; (LEI 13964/19)
X - requisitar documentos, laudos e informações ao
delegado de polícia sobre o andamento da investigação;
XI - decidir sobre os requerimentos de: (LEI
13964/19)
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações
em sistemas de informática e telemática ou de outras
formas de comunicação; (LEI 13964/19)
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados
e telefônico; (LEI 13964/19)
c) busca e apreensão domiciliar; (LEI 13964/19)
d) acesso a informações sigilosas; (LEI 13964/19)
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam
direitos fundamentais do investigado; (LEI 13964/19)
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do
oferecimento da denúncia; (LEI 13964/19)
XIII - determinar a instauração de incidente de
insanidade mental; (LEI 13964/19)
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou
queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (LEI
13964/19)
XV - assegurar prontamente, quando se fizer
necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu
defensor de acesso a todos os elementos
informativos e provas produzidos no âmbito da
investigação criminal, salvo no que concerne,
estritamente, às diligências em andamento; (LEI
13964/19)
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico
para acompanhar a produção da perícia; (LEI
13964/19)
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não
persecução penal ou os de colaboração premiada,
quando formalizados durante a investigação; (LEI
do 13964/19)
2
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas corregedorias e pelos juízes que presidem as audiências.
no caput deste artigo. (LEI 13964/19) Agora, com a promulgação do §1º do art. 3º-B, instala-se
§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de o retrocesso. A videoconferência não pode ser
prisão provisória será encaminhado à presença do demonizada; deve ser encarada como inevitável
juiz de garantias no prazo de 24 horas, momento em instrumento de progresso, celeridade e eficiência.
que se realizará audiência com a presença do Adotadas as cautelas impostas pelo CNJ, a presença
Ministério Público e da Defensoria Pública ou de virtual não traz prejuízos.”
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2021/04/21/pacote-anticrime-congre
advogado constituído, VEDADO o emprego de sso-derruba-vetos-dispositivos-cp-cpp-e-da-lep/
videoconferência (LEI 13964/19)
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias A audiência de custódia, no caso de mandado de prisão
preventiva cumprido fora do âmbito territorial da
poderá, mediante representação da autoridade
jurisdição do Juízo que a determinou, deve ser efetivada
policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar,
por meio da condução do preso à autoridade judicial
uma única vez, a duração do inquérito por até 15
competente na localidade em que ocorreu a prisão. Não
dias, após o que, se ainda assim a investigação não for
se admite, por ausência de previsão legal, a sua
concluída, a prisão será imediatamente relaxada. (LEI
realização por meio de videoconferência, ainda que pelo
13964/19)
Juízo que decretou a custódia cautelar.
STJ. 3ª Seção. CC 168522-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA POR VIDEOCONFERÊNCIA em 11/12/2019 (Info 663).

“A Resolução 357/20 do CNJ, alterando o art. 19 da sua

Obs1: após esse julgado, o CNJ aprovou resolução
Resolução 329/20, admite a audiência de custódia por
proibindo a realização de audiência de custódia por
videoconferência quando não for possível a realização
videoconferência. Segundo o Min. Dias Toffoli, “audiência
presencial em 24 horas. Deve ser garantido o direito de
de custódia por videoconferência não é audiência de
entrevista prévia e reservada entre o preso e o advogado
custódia e não se equiparará ao padrão de apresentação
ou defensor, tanto presencialmente quanto por
imediata de um preso a um juiz, em momento
videoconferência, telefone ou qualquer outro meio de
consecutivo a sua prisão, estandarte, por sinal, bem
comunicação. Para prevenir qualquer tipo de abuso ou
definido por esse próprio Conselho Nacional de Justiça
constrangimento ilegal:
quando fez aplicar em todo o país as disposições do
I – deverá ser assegurada privacidade ao preso na sala
Pacto de São José da Costa Rica.”
em que se realizar a videoconferência. O preso deve
permanecer sozinho durante a realização de sua oitiva,
Obs2: considerando a pandemia mundial (Covid-19), o
ressalvada a possibilidade de presença física de seu
CNJ aprovou a Resolução 357/2020, permitindo a
advogado ou defensor no ambiente;
audiência de custódia por videoconferência quando não
II – a condição exigida no inciso I poderá ser certificada
for possível a realização, em 24 horas, de forma
pelo próprio Juiz, Ministério Público e Defesa, por meio
presencial. Além disso, também prevê a possibilidade de
do uso concomitante de mais de uma câmera no
o Ministério Público propor acordo de não persecução
ambiente ou de câmeras 360 graus, de modo a permitir a
penal (ANPP) nas hipóteses previstas no artigo 28-A do
visualização integral do espaço durante a realização do
Código de Processo Penal.
ato;
III – deverá haver também uma câmera externa a
No mesmo sentido, confira esse julgado do STF:
monitorar a entrada do preso na sala e a porta desta; e
A pandemia causada pelo novo coronavírus não afasta a
IV – o exame de corpo de delito, a atestar a integridade
imprescindibilidade da audiência de custódia, que deve
física do preso, deverá ser realizado antes do ato.
ser realizada, caso necessário, por meio de
A norma administrativa ainda dispõe que deve ser
videoconferência, diante da ausência de lei em sentido
assegurada a participação do Ministério Público, que
formal que proíba o uso dessa tecnologia.
pode propor, inclusive, o acordo de não persecução
A audiência por videoconferência, sob a presidência do
penal (art. 28-A do CPP). Alerta, por fim, que as salas
Juiz, com a participação do autuado, de seu defensor
destinadas à realização de atos processuais por sistema
constituído ou de Defensor Público, e de membro do
de videoconferência podem ser fiscalizadas pelas
Ministério Público, permite equacionar as medidas

3
sanitárias de restrição decorrentes do contexto rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições
pandêmico com o direito subjetivo do preso de participar deste Capítulo. (LEI 13964/19)
de ato processual vocacionado a controlar a legalidade
da prisão.
STF. 2ª Turma. HC 186421, Rel. Celso de Mello, Rel. P/ Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme
Acórdão Edson Fachin, julgado em 20/10/2020. as normas de organização judiciária da União, dos
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. (Não) É cabível a realização de audiência de
custódia por meio de videoconferência. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível
Estados e do Distrito Federal, observando critérios
em: objetivos a serem periodicamente divulgados pelo
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/219e052492f400
8818b8adb6366c7ed6>. Acesso em: 26/04/2021
respectivo tribunal. (LEI 13964/19)

Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o

Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange
cumprimento das regras para o tratamento dos
todas as infrações penais, EXCETO AS DE MENOR
presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer
POTENCIAL OFENSIVO, e CESSA COM O
autoridade com órgãos da imprensa para explorar a
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA na forma
imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de
do art. 399 deste Código. (LEI 13964/19)
responsabilidade civil, administrativa e penal. (LEI
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões
13964/19)
pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as
julgamento. (LEI 13964/19)
autoridades deverão disciplinar, em 180 dias, o modo
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias NÃO
pelo qual as informações sobre a realização da prisão e
VINCULAM o juiz da instrução e julgamento, que, após
a identidade do preso serão, de modo padronizado e
o recebimento da denúncia ou queixa, deverá
respeitada a programação normativa aludida no caput
reexaminar a necessidade das medidas cautelares
deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a
em curso, no prazo máximo de 10 dias. (LEI
efetividade da persecução penal, o direito à informação
13964/19)
e a dignidade da pessoa submetida à prisão. (LEI
§ 3º Os autos que compõem as matérias de
13964/19)
competência do juiz das garantias ficarão acautelados
na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério
Público e da defesa, e não serão apensados aos autos É responsável pelo controle da
do processo enviados ao juiz da instrução e legalidade da investigação criminal e
julgamento, ressalvados os documentos relativos às pela salvaguarda dos direitos
provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas individuais
ou de antecipação de provas, que deverão ser
A competência abrange todas as
remetidos para apensamento em apartado. (LEI
infrações penais, EXCETO AS DE
13964/19)
MENOR POTENCIAL OFENSIVO
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos
autos acautelados na secretaria do juízo das garantias. A competência CESSA COM O
JUIZ DAS
(LEI 13964/19) RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU
GARANTIAS
QUEIXA

Suas decisões NÃO vinculam o juiz

Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar da instrução e julgamento
qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º
deste Código FICARÁ IMPEDIDO de funcionar no O juiz que, na fase de investigação,

processo. praticar qualquer ato incluído nas

Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar competências dos arts. 4º e 5º deste

apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de Código FICARÁ IMPEDIDO de

funcionar no processo.