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Silvio Jacks
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A cada semestre, inúmeras práticas de campo com levantamentos topográficos e geodésicos são executadas pelos
discentes dos cursos de graduação em Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, Engenharia Civil e Arquitetura da
Universidade Federal do Piauí (UFPI) – campus Teresina. Esses levantamentos são realizados, em sua maioria, no Centro
de Tecnologia (CT) nas disciplinas de Topografia I, Topografia II, Geodésia II, Agrimensura Aplicada, Levantamentos
Especiais e Locações de Obras. Para realização das atividades práticas com temática de altimetria e realização de serviços
de engenharia, a única Referência de Nível pertencente ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) existente no campus da
UFPI é a RN1660P. Entretanto, em 2017, com a finalidade de apoiar o mapeamento e servir de suporte à expansão da
Cidade Universitária, foram construídos dezesseis marcos de concreto tronco-piramidal com chapa identificadora no
centro, respeitando as normas vigentes na época e dotando a UFPI de uma estrutura altimétrica fundamental [1] (Figura
1). Ressalta-se que, atualmente, alguns destes marcos estão destruídos e não podem mais ser localizados. Na época da
construção desses novos marcos, as altitudes oficiais do SGB ainda eram as altitudes ortométricas, sendo estas as
determinadas por [1]. As coordenadas geodésicas dos marcos foram determinadas no Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC) de [2], por meio do posicionamento relativo estático. Para tal, utilizou-se como base a estação PITN, pertencente
a Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC), localizada a uma distância de aproximadamente 5km da região
do levantamento. O receptor GNSS utilizado nesse levantamento foi o ProMark Field 220, de dupla frequência, sendo
capaz de rastrear as constelações GPS e GLONASS, com as seguintes configurações de rastreio: máscara de elevação de
10° e tempo mínimo de ocupação de 20 minutos [2]. O processamento dos dados coletados foi executado no software
GNSS Solutions, com a utilização das efemérides precisas, modelo da antena e aceitando apenas as soluções fixas. Dessa
maneira, foram obtidas as coordenadas geodésicas elipsoidais (latitude, longitude e altitude geodésica) referidas ao
SIRGAS2000, na época de referência 2000.4. As informações posicionais decorrentes desses marcos encontram-se em
diferentes trabalhos científicos e técnicos. No entanto, não existe uma padronização quanto a nomenclatura dos marcos
implantados, sobretudo, isso se deve às informações textuais “UFPI” e “PROTEGIDO POR LEI” disponíveis nas chapas
dos marcos. Além da baixa quantidade de informações respectivas aos marcos, o que dificulta sua utilização pelos alunos,
não existem documentos ou publicações que disponibilizem as coordenadas desses marcos vinculadas ao Sistema
Geodésico Local (SGL). Portanto, este trabalho tem por objetivo a determinação das coordenadas locais com relação ao
SGL dos marcos implantados na UFPI em 2017, ainda, serão realizadas: a determinação da altitude normal, adotada
oficialmente pelo SGB, considerando a NBR 13.133/2021 [3]; a atualização do estado atual dos marcos; a padronização
da nomenclatura dos marcos considerando a NBR 14.116/2022 [4]. Para obter as coordenadas no SGL, utilizou-se o
módulo de Transformação de Coordenadas do software AstGeoTop [5]. Para transformar as coordenadas geodésicas
elipsoidais em coordenadas geodésicas locais, o AstGeoTop utiliza as equações apresentadas em [6]. Ademais, neste
mesmo módulo também é possível fazer a transformação para as coordenadas planas na projeção UTM, RTM, LTM e
TM, além do Sistema Topográfico Local. No que concerne às altitudes normais (HN) dos marcos, foi utilizado o modelo
para conversão de altitudes geodésicas (h) em altitudes físicas disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), denominado hgeoHNOR2020. Esse modelo disponibiliza o fator de conversão ( η) para o território
nacional a partir das coordenadas geodésicas elipsoidais de um ponto ou de um conjunto de pontos [7]. A conversão das
altitudes seguiu conforme as equações apresentadas em [8], levando em consideração o modelo absoluto e a propagação
das precisões para as altitudes convertidas. As altitudes aqui obtidas foram comparadas com as calculadas por [9]. Na
Tabela 1, apresenta-se os resultados para essas transformações, logo, nas duas primeiras colunas estão apresentadas as
identificações dos marcos no formato antigo (ID Antigo) e no formato novo (ID Novo). O “ID Novo” segue a seguinte
padronização: código da instituição cadastrado no e-MEC (https://emec.mec.gov.br/) S (vértice superior) e P (vértice
principal) com sequências de 3 dígitos numéricos. No caso da UFPI, cujo código cadastrado no e-MEC é o número 5,
tem-se o novo ID como: 5-S-001, 5-S-002, 5-S-003; 5-P-001, 5-P-002, 5-P-003, e assim sucessivamente. Nas colunas 3,
4 e 5 da Tabela 1 estão as coordenadas geodésicas elipsoidais obtidas do processamento GNSS, seguindo a metodologia
disponível em [10]. Tomando as coordenadas geodésicas elipsoidais do marco M12 (5-S-002) como ponto de origem do
SGL (x = 150.000,000 e y = 250.000,000), as demais coordenadas dos marcos foram calculadas e apresentadas nas colunas
6 e 7 da Tabela 1. Na coluna 8 encontra-se o fator de conversão para cada um dos pontos, na coluna 9 os valores de
altitude normal, e na coluna 10 os valores de altitude normal obtidos por [9], referido ao SGB, para os respectivos marcos.
A média da precisão das altitudes normais, obtidas pelo método absoluto, foi de 8 cm, sendo essa também a precisão
encontrada no relatório das referências de nível do IBGE para a região de estudo. Comparando as altitudes normais
apresentadas nas colunas 9 e 10, observa-se discrepância métrica no marco M11 e discrepâncias decimétricas nos marcos
E1, E2 e M6. A média das discrepâncias entre as altitudes normais foi de 4mm após desconsiderar esses 4 marcos. Para
melhor controle das altitudes obtidas, recomenda-se realizar nivelamento geométrico fazendo a ligação com a RN1660N,
além da RN1660P, pertencentes ao SGB, para recalcular as altitudes normais. Ainda, recomenda-se obter as altitudes
normais pelo método relativo, conforme expresso na NBR 13.133/2021 [3]. Por fim, os autores recomendam refazer o
levantamento geodésico dos marcos considerando as recomendações da NBR 14.166/2022 [4] para vértices dos tipos
superior (S) e principal (P). Essas recomendações podem ser utilizadas para comparar com os resultados aqui
apresentados. Conclui-se que a atualização apresentada nesse trabalho subsidiará futuros trabalhos na área de estudo, visto
que regularmente são efetuados levantamentos dos mesmos pontos em diversos trabalhos executados pelos discentes, tais
como para o monitoramento de deslocamentos verticais.
Referências
[1] PEREIRA, A. R. A.; SOUZA, W. O.; ESPINDOLA, G. M. Estudos altimétricos e do comportamento geoidal no
Campus Ministro Petrônio Portella da UFPI. In: CONEA 2017 – CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA DE
AGRIMENSURA, XIII, 2017, Teresina – PI. Anais […]. UFPI: Teresina, 2017. p. 141-148.
[2] SAMPAIO, A. D.; SEGUNDO, A. E. F. V. Estudo comparativo entre as altitudes ortométricas obtidas por
posicionamento GNSS associado ao MAPGEO2015 e calculadas por Nivelamento Geométrico. 2018. 89 f.
Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Piauí, Centro de Tecnologia, Bacharelado em Engenharia
Cartográfica e de Agrimensura, Teresina, 2018.
[3] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13.133:2021 Execução de levantamento
topográfico – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.
[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14.166:2022 Rede de Referência cadastral
municipal – Requisitos e procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2022.
[5] GARNÉS, S. J. A. AstGeoTop – Módulo: Transformações de Coordenadas @ Versão 2013.05.24. Software.
Departamento de Engenharia Cartográfica. Universidade Federal de Pernambuco, Recife – PE, 2022.
[6] GARNÉS, S. J. A. Sistema de Projeção e Orientação das Plantas Topográficas. In: COBRAC 98 – CONGRESSO
BRASILEIRO DE CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO, 1998, Florianópolis – SC. Anais […]. UFSC:
Florianópolis, 1998.
[7] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Modelo hgeoHNOR2020 para conversão de
altitudes geométricas em altitudes normais / IBGE. Coordenação de Geodésia. Rio de Janeiro: IBGE, 2021.
[8] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13.133:2021 Execução de levantamento
topográfico – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.
[9] SENA, A. R. G.; ALMEIDA, C. F.; RODRIGUES, R. C. F.; SOUZA, W. O. Estudo comparativo de altitudes normais
em rede de nivelamento. In: SIMGEO – SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS GEODÉSICAS E TECNOLOGIAS
DA GEOINFORMAÇÃO, VII, 2018, Recife – PE. Anais […]. Recife – PE, 2018. p. 590-599.
[10] SAMPAIO, A. D.; SEGUNDO, A. E. F. V. Estudo comparativo entre as altitudes ortométricas obtidas por
posicionamento GNSS associado ao MAPGEO2015 e calculadas por Nivelamento Geométrico. 2018. 89 f.
Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Piauí, Centro de Tecnologia, Bacharelado em Engenharia
Cartográfica e de Agrimensura, Teresina, 2018.