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Determinação das Coordenadas Locais dos Marcos Geodésicos Localizados na


UFPI utilizando o Software AstGeoTop

Conference Paper · November 2022

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Lucas G. Lima P. Calado Fabricio Rosa Amorim


Universidade Federal do Piauí Universidade Federal do Paraná
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DETERMINAÇÃO DAS COORDENADAS LOCAIS DOS MARCOS
GEODÉSICOS LOCALIZADOS NA UFPI UTILIZANDO
O SOFTWARE ASTGEOTOP

LUCAS GONZALES LIMA PEREIRA CALADO 1,2


FABRÍCIO ROSA AMORIM 3
SILVIO JACKS DOS ANJOS GARNÉS 4
1
Departamento de Transportes e Geomática – UFPI – lucascalado@ufpi.edu.br
2
Programa de Pós-Graduação em Ciências Cartográficas – FCT/UNESP
3
Departamento de Transportes e Geomática – UFPI – fabricioamorimeac@hotmail.com
4
Departamento de Engenharia Cartográfica – UFPE – silvio.jacks@ufpe.br

A cada semestre, inúmeras práticas de campo com levantamentos topográficos e geodésicos são executadas pelos
discentes dos cursos de graduação em Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, Engenharia Civil e Arquitetura da
Universidade Federal do Piauí (UFPI) – campus Teresina. Esses levantamentos são realizados, em sua maioria, no Centro
de Tecnologia (CT) nas disciplinas de Topografia I, Topografia II, Geodésia II, Agrimensura Aplicada, Levantamentos
Especiais e Locações de Obras. Para realização das atividades práticas com temática de altimetria e realização de serviços
de engenharia, a única Referência de Nível pertencente ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) existente no campus da
UFPI é a RN1660P. Entretanto, em 2017, com a finalidade de apoiar o mapeamento e servir de suporte à expansão da
Cidade Universitária, foram construídos dezesseis marcos de concreto tronco-piramidal com chapa identificadora no
centro, respeitando as normas vigentes na época e dotando a UFPI de uma estrutura altimétrica fundamental [1] (Figura
1). Ressalta-se que, atualmente, alguns destes marcos estão destruídos e não podem mais ser localizados. Na época da
construção desses novos marcos, as altitudes oficiais do SGB ainda eram as altitudes ortométricas, sendo estas as
determinadas por [1]. As coordenadas geodésicas dos marcos foram determinadas no Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC) de [2], por meio do posicionamento relativo estático. Para tal, utilizou-se como base a estação PITN, pertencente
a Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC), localizada a uma distância de aproximadamente 5km da região
do levantamento. O receptor GNSS utilizado nesse levantamento foi o ProMark Field 220, de dupla frequência, sendo
capaz de rastrear as constelações GPS e GLONASS, com as seguintes configurações de rastreio: máscara de elevação de
10° e tempo mínimo de ocupação de 20 minutos [2]. O processamento dos dados coletados foi executado no software
GNSS Solutions, com a utilização das efemérides precisas, modelo da antena e aceitando apenas as soluções fixas. Dessa
maneira, foram obtidas as coordenadas geodésicas elipsoidais (latitude, longitude e altitude geodésica) referidas ao
SIRGAS2000, na época de referência 2000.4. As informações posicionais decorrentes desses marcos encontram-se em
diferentes trabalhos científicos e técnicos. No entanto, não existe uma padronização quanto a nomenclatura dos marcos
implantados, sobretudo, isso se deve às informações textuais “UFPI” e “PROTEGIDO POR LEI” disponíveis nas chapas
dos marcos. Além da baixa quantidade de informações respectivas aos marcos, o que dificulta sua utilização pelos alunos,
não existem documentos ou publicações que disponibilizem as coordenadas desses marcos vinculadas ao Sistema
Geodésico Local (SGL). Portanto, este trabalho tem por objetivo a determinação das coordenadas locais com relação ao
SGL dos marcos implantados na UFPI em 2017, ainda, serão realizadas: a determinação da altitude normal, adotada
oficialmente pelo SGB, considerando a NBR 13.133/2021 [3]; a atualização do estado atual dos marcos; a padronização
da nomenclatura dos marcos considerando a NBR 14.116/2022 [4]. Para obter as coordenadas no SGL, utilizou-se o
módulo de Transformação de Coordenadas do software AstGeoTop [5]. Para transformar as coordenadas geodésicas
elipsoidais em coordenadas geodésicas locais, o AstGeoTop utiliza as equações apresentadas em [6]. Ademais, neste
mesmo módulo também é possível fazer a transformação para as coordenadas planas na projeção UTM, RTM, LTM e
TM, além do Sistema Topográfico Local. No que concerne às altitudes normais (HN) dos marcos, foi utilizado o modelo
para conversão de altitudes geodésicas (h) em altitudes físicas disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), denominado hgeoHNOR2020. Esse modelo disponibiliza o fator de conversão ( η) para o território
nacional a partir das coordenadas geodésicas elipsoidais de um ponto ou de um conjunto de pontos [7]. A conversão das
altitudes seguiu conforme as equações apresentadas em [8], levando em consideração o modelo absoluto e a propagação
das precisões para as altitudes convertidas. As altitudes aqui obtidas foram comparadas com as calculadas por [9]. Na
Tabela 1, apresenta-se os resultados para essas transformações, logo, nas duas primeiras colunas estão apresentadas as
identificações dos marcos no formato antigo (ID Antigo) e no formato novo (ID Novo). O “ID Novo” segue a seguinte
padronização: código da instituição cadastrado no e-MEC (https://emec.mec.gov.br/) S (vértice superior) e P (vértice
principal) com sequências de 3 dígitos numéricos. No caso da UFPI, cujo código cadastrado no e-MEC é o número 5,
tem-se o novo ID como: 5-S-001, 5-S-002, 5-S-003; 5-P-001, 5-P-002, 5-P-003, e assim sucessivamente. Nas colunas 3,
4 e 5 da Tabela 1 estão as coordenadas geodésicas elipsoidais obtidas do processamento GNSS, seguindo a metodologia
disponível em [10]. Tomando as coordenadas geodésicas elipsoidais do marco M12 (5-S-002) como ponto de origem do
SGL (x = 150.000,000 e y = 250.000,000), as demais coordenadas dos marcos foram calculadas e apresentadas nas colunas
6 e 7 da Tabela 1. Na coluna 8 encontra-se o fator de conversão para cada um dos pontos, na coluna 9 os valores de
altitude normal, e na coluna 10 os valores de altitude normal obtidos por [9], referido ao SGB, para os respectivos marcos.
A média da precisão das altitudes normais, obtidas pelo método absoluto, foi de 8 cm, sendo essa também a precisão
encontrada no relatório das referências de nível do IBGE para a região de estudo. Comparando as altitudes normais
apresentadas nas colunas 9 e 10, observa-se discrepância métrica no marco M11 e discrepâncias decimétricas nos marcos
E1, E2 e M6. A média das discrepâncias entre as altitudes normais foi de 4mm após desconsiderar esses 4 marcos. Para
melhor controle das altitudes obtidas, recomenda-se realizar nivelamento geométrico fazendo a ligação com a RN1660N,
além da RN1660P, pertencentes ao SGB, para recalcular as altitudes normais. Ainda, recomenda-se obter as altitudes
normais pelo método relativo, conforme expresso na NBR 13.133/2021 [3]. Por fim, os autores recomendam refazer o
levantamento geodésico dos marcos considerando as recomendações da NBR 14.166/2022 [4] para vértices dos tipos
superior (S) e principal (P). Essas recomendações podem ser utilizadas para comparar com os resultados aqui
apresentados. Conclui-se que a atualização apresentada nesse trabalho subsidiará futuros trabalhos na área de estudo, visto
que regularmente são efetuados levantamentos dos mesmos pontos em diversos trabalhos executados pelos discentes, tais
como para o monitoramento de deslocamentos verticais.

Figura 1 – Mapa de localização dos marcos geodésicos dispostos na UFPI.

Fonte: Os Autores, 2022.


Tabela 1 – Coordenadas dos marcos geodésicos da UFPI.

Coordenadas Geodésicas Elipsoidais Coordenadas SGL Altitude


Fator de Altitude
ID ID normal
conversão normal
Antigo Novo HN (m)
Latitude (φ) Longitude (λ) Altitude (m) x (m) y (m) η (m) HN (m)
[10]
M1 5-P-001 -5°03'30,43274" -42°47'37,49920" 53,349±0,013 150558,404 249777,470 -21,92±0,08 75,269±0,081 75,191±0,003
M2 5-P-002 -5°03'31,59963" -42°47'27,26775" 56,307±0,015 150873,560 249741,623 -21,92±0,08 78,227±0,081 78,139±0,005
M3 5-P-003 -5°03'37,19931" -42°47'33,45849" 57,036±0,014 150682,867 249569,615 -21,92±0,08 78,956±0,081 78,904±0,005
M4 5-P-004 -5°03'40,82134" -42°47'40,94597" 55,668±0,014 150452,232 249458,357 -21,92±0,08 77,588±0,081 77,617±0,004
M5 5-P-005 -5°03'37,85919" -42°47'42,04079" 54,391±0,014 150418,510 249549,347 -21,93±0,08 76,321±0,081 76,320±0,003
M6 5-P-006 -5°03'35,65322" -42°47'43,96059" 53,461±0,025 150359,375 249617,110 -21,93±0,08 75,391±0,084 75,087±0,003
M7 5-S-001 -5°03'34,91182" -42°47'50,11164" 49,388±0,014 150169,906 249639,885 -21,93±0,08 71,318±0,081 71,365±0,004
M8 5-P-007 -5°03'38,15571" -42°47'54,84981" 49,446±0,011 150023,958 249540,241 -21,94±0,08 71,386±0,081 71,417±0,005
M9 5-P-008 -5°03'37,71939" -42°48'06,88548" 42,704±0,011 149653,229 249553,643 -21,94±0,08 64,644±0,081 64,686±0,006
M10 5-P-009 -5°03'26,63861" -42°48'05,81208" 42,591±0,010 149686,291 249894,019 -21,95±0,08 64,541±0,081 64,594±0,007
M11 5-P-010 -5°03'16,93518" -42°47'57,69531" 42,535±0,013 149936,309 250192,087 -21,94±0,08 64,475±0,081 65,492±0,006
M12 5-S-002 -5°03'23,18847" -42°47'55,62761" 46,474±0,015 150000,000 250000,000 -21,94±0,08 68,414±0,081 68,450±0,007
M13 5-P-011 -5°03'29,04759" -42°47'56,94612" 46,396±0,014 149959,386 249820,021 -21,94±0,08 68,336±0,081 68,349±0,007
M14 5-P-012 -5°03'22,86469" -42°47'50,59755" 46,026±0,023 150154,940 250009,946 -21,94±0,08 67,966±0,083 67,945±0,005
E1 5-P-013 -5°03'19,31955" -42°47'59,49266" 42,761±0,013 149880,946 250118,844 -21,94±0,08 64,701±0,081 65,557±0,007
E2 5-P-014 -5°03'18,40150" -42°47'53,61708" 43,679±0,010 150061,930 250147,045 -21,94±0,08 65,619±0,081 66,614±0,007
VT-02 5-P-015 -5°03'20,22646" -42°47'56,71659" 44,554±0,014 149966,456 250090,986 -21,94±0,08 66,494±0,081 66,532±0,007
VT-11 5-P-016 -5°03'21,89260" -42°47'53,50922" 45,377±0,014 150065,252 250039,806 -21,94±0,08 67,317±0,081 67,318±0,005

Fonte: Os Autores, 2022.

Palavras-chaves: Transformação de coordenadas; Sistema Geodésico Local; Altitudes; UFPI.

Referências
[1] PEREIRA, A. R. A.; SOUZA, W. O.; ESPINDOLA, G. M. Estudos altimétricos e do comportamento geoidal no
Campus Ministro Petrônio Portella da UFPI. In: CONEA 2017 – CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA DE
AGRIMENSURA, XIII, 2017, Teresina – PI. Anais […]. UFPI: Teresina, 2017. p. 141-148.
[2] SAMPAIO, A. D.; SEGUNDO, A. E. F. V. Estudo comparativo entre as altitudes ortométricas obtidas por
posicionamento GNSS associado ao MAPGEO2015 e calculadas por Nivelamento Geométrico. 2018. 89 f.
Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Piauí, Centro de Tecnologia, Bacharelado em Engenharia
Cartográfica e de Agrimensura, Teresina, 2018.
[3] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13.133:2021 Execução de levantamento
topográfico – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.
[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14.166:2022 Rede de Referência cadastral
municipal – Requisitos e procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2022.
[5] GARNÉS, S. J. A. AstGeoTop – Módulo: Transformações de Coordenadas @ Versão 2013.05.24. Software.
Departamento de Engenharia Cartográfica. Universidade Federal de Pernambuco, Recife – PE, 2022.
[6] GARNÉS, S. J. A. Sistema de Projeção e Orientação das Plantas Topográficas. In: COBRAC 98 – CONGRESSO
BRASILEIRO DE CADASTRO TÉCNICO MULTIFINALITÁRIO, 1998, Florianópolis – SC. Anais […]. UFSC:
Florianópolis, 1998.
[7] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Modelo hgeoHNOR2020 para conversão de
altitudes geométricas em altitudes normais / IBGE. Coordenação de Geodésia. Rio de Janeiro: IBGE, 2021.
[8] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13.133:2021 Execução de levantamento
topográfico – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.
[9] SENA, A. R. G.; ALMEIDA, C. F.; RODRIGUES, R. C. F.; SOUZA, W. O. Estudo comparativo de altitudes normais
em rede de nivelamento. In: SIMGEO – SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS GEODÉSICAS E TECNOLOGIAS
DA GEOINFORMAÇÃO, VII, 2018, Recife – PE. Anais […]. Recife – PE, 2018. p. 590-599.
[10] SAMPAIO, A. D.; SEGUNDO, A. E. F. V. Estudo comparativo entre as altitudes ortométricas obtidas por
posicionamento GNSS associado ao MAPGEO2015 e calculadas por Nivelamento Geométrico. 2018. 89 f.
Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Piauí, Centro de Tecnologia, Bacharelado em Engenharia
Cartográfica e de Agrimensura, Teresina, 2018.

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