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Mestre em Ciência da Informação pela UFES. E-mail: marcelocalderari@gmail.com; ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-7876-9392
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Revista ENTRELETRAS (Araguaína), v. 13, n. 3, set./dez. 2022 (ISSN 2179-3948 – online)
Entre abismos e almas a vida relincha numa santa estrebaria de uma povoação.
Despenhadeiro, assombração e rinchas num campo de uma estreita colheita.
Dentre a crina e a sutil ferradura, uma trincheira de feroz tormento se abre.
Roga graúdo, quer comer e beber.
Irromper um cavalo magoado.
Diante o terror das sutilezas.
Ora perdido, ora mais alado.
Vento e as patas engradam.
Devora os campos de feno.
O macho de cavalo galopa.
No adágio das trovas pisa.
Quiçá o blecaute anuncia.
3 Na caravana do contorcer
Num caminho qualquer, eis a obscura bagagem: depressão sou eu, artística dissonância.
Olhando no espelho, ilusões fatigantes me transbordam... Crua e duramente.
Quanta pusilanimidade e ciladas. A incrível tocaia, deus-nos-acuda!
Rumo ao atravancamento, na contramão as lacunas.
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Revista ENTRELETRAS (Araguaína), v. 13, n. 3, set./dez. 2022 (ISSN 2179-3948 – online)
Mergulhei!
Um mergulho cruel.
No calabouço caí.
Entrei em um deserto.
Ali escrevi com tinta de sangue.
Escrevi palavras que o destino não suporta.
5 Da clemência a redenção