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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
ASSISTENTE CONTÁBIL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
ASSISTENTE CONTÁBIL

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I
1 O QUE É CONTABILIDADE?
1.1 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
1.2 TÉCNICAS CONTÁBEIS
2 LIVROS CONTÁBEIS E PATRIMÔNIO
2.1 LIVROS CONTÁBEIS
2.2 PATRIMÔNIO
2.2.1 Representação Gráfica do Patrimônio
2.2.2 Situação Líquida
2.2.3 Situações Líquidas Patrimoniais
2.3 PLANO DE CONTAS
2.3.1 Composição do Plano de Contas
2.4 RECEITA, DESPESA, CUSTO E RESULTADO
2.5 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS
3 MÉTODOS DAS PARTIDAS DOBRADAS
3.1 PASSO A PASSO DOS PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS
4 ATIVO IMOBILIZADO
4.1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS
4.2 NORMAS BRASILEIRAS E INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE
4.3 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS TÉCNICOS (CPC)
4.4 O QUE É ANALISAR EM CONTABILIDADE?
5 RESUMO GERAL

MÓDULO II
6 ATENDIMENTO AO CLIENTE
6.1 REGRAS GERAIS DE UM BOM ATENDIMENTO
7 PRESTAÇÂO DE SERVIÇO

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7.1 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DOS SERVIÇOS
8 MOTIVAÇÃO
8.1 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
9 TÉCNICAS PARA ATENDIMENTO PLENO AO CLIENTE
9.1 QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
10 COMUNICAÇÃO
11 POSTURA E CARACTERÍSTICAS DE UM BOM PROFISSIONAL

MÓDULO III
12 DEPARTAMENTO PESSOAL
13 RELACIONAMENTO COM OS COLABORADORES
14 TÉCNICA DE COMPRAS E VENDAS
14.1 TÉCNICA DE COMPRAS
14.1.1 Realizando uma Compra
14.2 TÉCNICAS DE VENDAS
15 NOÇÕES FISCAIS
15.1 ESCRITURAÇÃO FISCAL
15.2 NOTAS FISCAIS
15.3 SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO
15.3.1 Principais Tributos Federais, Estaduais e Municipais
15.4 LANÇAMENTO FISCAL
15.4.1 Créditos e Débitos
15.5 LIVROS FISCAIS
15.5.1 Contribuições Sociais
16 NOÇÕES ADMINISTRATIVAS
16.1 ADMINISTRAÇÃO NAS EMPRESAS
16.1.1 Funções Básicas de uma Empresa
16.2 O EMPREENDEDORISMO
16.2.1 Técnicas Administrativas
16.2.2 Planejamento
16.3 TÉCNICAS DE ARQUIVAMENTO
16.4 GERENCIANDO O TEMPO

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17 REDAÇÂO COMERCIAL
18 RECURSOS HUMANOS
18.1 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO
18.1.1 Políticas de Cargos e Salários
18.2 CARGOS E FUNÇÕES
18.2.1 Cargos
18.2.2 Funções

MÓDULO IV
19 IMÓVEL
19.1 ALUGUEL
20 DESPESAS DE VENDAS ADMINISTRATIVAS
20.1 DESPESA COM PESSOAL
20.1.1 Salários e Ordenados
20.2 FÉRIAS
20.3 GRATIFICAÇÕES
20.3.1 Quem Pode Receber:
20.3.2 Classificação da Gratificação
20.3.3 Pagamento Habitual - Integração no Salário
20.4 13º SALÁRIO
21 INSS, FGTS E INDENIZAÇÕES
21.1 HONORÁRIOS
21.2 COMISSÕES DE VENDAS
22 PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS
22.1 DESPESAS GERAIS
22.2 DESPESAS DE SEGUROS
22.3 DESPESAS FINANCEIRAS
22.4 DESCONTOS CONCEDIDOS
22.5 JUROS
23 RECEITA BRUTA DE VENDAS
23.1 RECEITA FINANCEIRA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 O QUE É CONTABILIDADE?

“Contabilidade é uma ciência que permite, por meio das suas técnicas,
manter um controle permanente do patrimônio da empresa”. (RIBEIRO, 2005). Ou
seja, é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o
patrimônio de uma entidade.
Desta forma, pode-se afirmar que o objeto da contabilidade é o patrimônio
das entidades econômico-administrativas, e seu objetivo é o estudo é o controle do
patrimônio e de suas variações, visando o fornecimento de informações que sejam
úteis para a tomada de decisões econômicas no âmbito da gestão das entidades
econômico-administrativas.
Quanto à finalidade pode-se afirmar que a contabilidade permite a obtenção
de informações econômicas e financeiras acerca de uma dada entidade. Segundo
Ribeiro (2005), os usuários da contabilidade são todas as pessoas físicas e jurídicas
que, direta ou indiretamente, tenham algum tipo de interesse em relação à avaliação
da situação e do desenvolvimento da empresa, como titulares (firmas individuais),
sócios, acionistas, administradores, governo (fisco), fornecedores, bancos, etc.

1.1 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

Zanluca (2012) afirma que os princípios da contabilidade representam a


essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o
entendimento predominante nos universos científico e profissional. Desde
02/06/2010, os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC), citados na
Resolução CFC nº 750/93, passam a denominarem-se Princípios de Contabilidade

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(PC), por força da Resolução CFC nº 1.282/2010. Ainda segundo Zanluca (2012), os
princípios são aplicáveis à contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência
social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.

Os Princípios de Contabilidade são:

I) O da ENTIDADE: este princípio reconhece o patrimônio como objeto da


contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de
um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente
de pertencer a uma pessoa, um conjunto delas, uma sociedade ou instituição de
qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência,
nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou
proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

II) O da CONTINUIDADE: este pressupõe que a entidade continuará em


operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes
do patrimônio levam em conta esta circunstância.

III) O da OPORTUNIDADE: refere-se ao processo de mensuração e


apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e
tempestivas.

IV) O do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL: este princípio determina


que os componentes do patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores
originais das transações, expressos em moeda nacional. Uma vez integrado ao
patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações
decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente - Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou


equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos
equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações
contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de

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caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data
ou no período das demonstrações contábeis;

b) Valor realizável - Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou


equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma
ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de
caixa, não descontados, que se esperaria ser pagos para liquidar as
correspondentes obrigações no curso normal das operações da entidade;

c) Valor presente - Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado


do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no
curso normal das operações da entidade. Os passivos são mantidos pelo valor
presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja
necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da entidade;

d) Valor justo - É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo
liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem
favorecimentos; e

V) O da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA: Revogado pela Resolução CFC nº


1.282/2010.

VI) O da COMPETÊNCIA: este princípio determina que os efeitos das


transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem,
independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único - o Princípio da
Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de
despesas correlatas.
VII) O da PRUDÊNCIA: determina a adoção do menor valor para os
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se
apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações
patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
Os princípios da contabilidade são obrigatórios no exercício da profissão e
constituem condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade

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(NBC). Por exemplo, o princípio de competência, que exige o registro das receitas e
despesas no período que ocorrerem, não pode ser substituído por adoção do regime
de caixa (em que as receitas e despesas são registradas somente por ocasião de
seu pagamento).
Os princípios contábeis permitem aos usuários fixar padrões de comparação
e de credibilidade em função do reconhecimento dos critérios adotados para a
elaboração das demonstrações financeiras, aumentam a utilidade dos dados
fornecidos e facilitam a adequada interpretação entre empresas do mesmo setor.

1.2 TÉCNICAS CONTÁBEIS

Até os anos 40 as técnicas contábeis consideradas, de acordo com Ribeiro


(2002) eram:
a) Escrituração consiste no registro, em livros próprios (diário, razão,
caixa e contas correntes), de todos os fatos administrativos, bem como os atos
administrativos relevantes que ocorrem no decorrer das atividades diárias de uma
empresa.
b) Inventários basicamente é uma lista de bens e materiais disponíveis em
estoque que estão armazenados na empresa ou externamente, mas pertencentes à
empresa.
c) Balanço e uma demonstração contábil que tem por objetivo mostrar a
situação financeira e patrimonial de uma entidade.
No entanto, de acordo com o autor citado acima as organizadoras de
concurso público atualmente consideram também como técnicas contábeis:

1) Demonstrações são relatórios (quadros) técnicos que apresentam dados


extraídos dos registros contábeis da empresa; 2) Auditoria é a verificação da
exatidão dos dados contábeis, por meio do minucioso exame dos registros de
contabilidade; análise de balanço compreende o exame e a interpretação dos dados
contidos nas demonstrações contábeis, com a finalidade de transformar esses
dados em informações úteis aos diversos usuários da contabilidade.

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2 LIVROS CONTÁBEIS E PATRIMÔNIO

2.1 LIVROS CONTÁBEIS

São aqueles utilizados pelo setor de Contabilidade. Destinam-se à


escrituração contábil dos atos e dos fatos administrativos que ocorrem na empresa.
Segundo o Código Comercial Brasileiro, todos os comerciantes estão obrigados a
seguir uma ordem uniforme de contabilidade e escrituração e a manter os livros
necessários para esse fim. Deverão, ainda, conservar em boa guarda toda a
escrituração, correspondências e demais papéis pertencentes ao giro de seu
comércio, enquanto não prescreverem as ações que lhes possam ser relativas.
Os principais livros utilizados pela Contabilidade são:

1) Livro Diário: É obrigatório o uso deste livro, que constitui o registro básico
de toda a escrituração contábil, no qual devem ser lançados, dia a dia, todos os atos
ou operações da atividade, ou que modifiquem ou possam a vir a modificar a
situação patrimonial da pessoa jurídica;
2) Livro Razão: livro Razão ou fichas são obrigatórios e utilizados para
resumir ou totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário,
devendo a sua escrituração ser individualizada e obedecer à ordem cronológica das
operações;
3) Registro de Duplicatas: este livro é de escrituração obrigatória caso a
empresa realize vendas a prazo com emissão de duplicatas, podendo, desde que
devidamente autenticado no Registro do Comércio, ser utilizado como livro auxiliar
da escrituração mercantil;
4) Livro Caixa e Livro Contas correntes: São livros auxiliares, que também
podem se escriturados em fichas, são dispensados de autenticação quando as
operações a que se reportarem tiverem sido lançadas, pormenorizadamente, em
livros devidamente registrados.
Na escrituração contábil, é permitido o uso de códigos de números ou de
abreviaturas, desde que estes constem de livro próprio, revestido das formalidades

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de registro e autenticação (parágrafo 1º do art. 269 do RIR/99). Esse livro pode ser o
próprio livro Diário, que deverá conter, necessariamente, no encerramento do
período-base, a transcrição das demonstrações contábeis. Ou o livro utilizado para
registro do plano de contas e/ou históricos codificados, desde que revestidos das
formalidades legais (registro e autenticação).

2.2 PATRIMÔNIO

O patrimônio, objeto da contabilidade, é um conjunto de bens, direitos e


obrigações avaliados em moeda e pertencente a uma pessoa (RIBEIRO, 2002). Os
bens podem ser interpretados como as coisas capazes de satisfazer as
necessidades dos seres humanos e que são suscetíveis de avaliação econômica e
podem ser classificados como bens materiais e imateriais.
Os bens materiais subdividem-se em corpóreos ou tangíveis e são de uso da
empresa, por exemplo: armários, computadores; bens de troca, como mercadoria e
dinheiro ou mesmo consumo, exemplo: material de limpeza, material de expediente
etc. Os bens imateriais, incorpóreos ou intangíveis correspondem a determinados
gastos que, por sua natureza, a legislação brasileira determina que sejam parte do
patrimônio, como exemplo: gastos com organização ou reorganização ou
modernização da empresa, benfeitorias realizadas em propriedade de terceiros,
direito de uso de marcas, patentes de invenção. (RIBEIRO, 2005).
Direitos são todos os valores que a empresa tem para receber de terceiros,
exemplo: duplicatas, promissórias e aluguéis, etc. Obrigações são valores que a
empresa tem de pagar a terceiros, exemplo: duplicatas, salários, impostos, etc.

2.2.1 Representação Gráfica do Patrimônio

Pode-se representar o patrimônio por um gráfico na forma de “T”. Observe:

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PATRIMÔNIO

O lado esquerdo da representação gráfica do patrimônio denomina-se lado


do ativo, ali são classificados os elementos positivos (bens e direitos). No lado direito
da representação gráfica do patrimônio denomina-se lado do passivo, ali são
classificados os elementos negativos (obrigações). Observe:

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO
Bens e Direitos Obrigações

2.2.2 Situação Líquida

Situação líquida é a diferença entre ativo e o passivo. Observe:


SL= A-P
Sabe-se que os bens, direitos e obrigações que compõem o patrimônio são
avaliados em moeda, desta forma ao somarmos os valores dos bens e dos direitos,
teremos o total do ativo. Da mesma forma, somado os valores da obrigação teremos
o total do Passivo.
Observe:

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO
Bens e Direitos Obrigações

Caixa 19.000 Fornecedores 8.000


Móveis 27.000 Impostos a recolher 1.000

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Clientes 20.000 Aluguéis a pagar 1.5000
Salários a pagar 4.000
TOTAL 66.000 TOTAL 14.500

Situação líquida = R$66.000 - R$14.5000 = R$51.500

2.2.3 Situações Líquidas Patrimoniais

Os elementos patrimoniais, quando equacionados corretamente, poderão


apresentar três situações líquidas patrimoniais diferentes:

1) Ativo maior que passivo

PATRIMÔNIO
ATIVO PASSIVO
Bens 80 Obrigações 90
Direitos 70 Situação líquida 60
TOTAL 150 TOTAL 150

Formas pelas quais podemos nos referir a esta situação líquida:


a) Situação líquida positiva, ou A= P+ SL;
b) Situação líquida ativa, ou P= A- SL;
c) Situação líquida superavitária, ou SL= A- P;
d) Ou pode-se referir à situação líquida descrita acima como: ativo maior
que zero; Passivo maior que zero; situação líquida maior que zero.

2) Ativo menor que o passivo

PATRIMÔNIO
ATIVO PASSIVO
Bens 80 Obrigações 190
Direitos 70 (-) situação líquida (40)
TOTAL 150 TOTAL 150

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Formas pelas quais podemos nos referir a esta situação líquida:
a) Situação líquida negativa, ou A= P-SL;
b) Situação Líquida Passiva, ou P= A+SL;
c) Situação líquida deficitária, ou SL= P-A;
d) Passivo a descoberto;
e) Ou pode-se referir à situação líquida descrita acima como: ativo
maior que zero; Passivo maior que zero ou situação líquida menor que zero.

3) Ativo igual ao passivo

PATRIMÔNIO

ATIVO PASSIVO
Bens 80 Obrigações 150
Direitos 70 Situação líquida 0
TOTAL 150 TOTAL 150

Formas pelas quais podemos nos referir a esta situação líquida:


a) Situação líquida nula, ou A=P;
b) Situação Líquida inexistente, ou P= A;
c) SL= zero;
d) Ou pode-se referir à situação líquida descrita acima como: Ativo maior
que zero; Passivo maior que zero ou Situação líquida igual a zero.

OBSERVAÇÃO:
Nas três situações elencadas acima, Ativo e Passivo eram maiores que zero,
no entanto haverá ocasiões (raras) em que ambos poderão ser iguais a zero. A
constituição de uma empresa é um dos raros momentos em que poderá ocorrer
Passivo= Zero. Já um exemplo de quando poderá ocorrer à situação do Ativo=Zero
é o encerramento das atividades de uma empresa.

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2.3 PLANO DE CONTAS

O plano de contas agrega o conjunto de contas, diretrizes e normas que


disciplinam as tarefas do setor de contabilidade, com objetivo de uniformizar os
registros contábeis. (RIBEIRO, 2005). “O plano de contas e um instrumento muito
importante no desenvolvimento do processo contábil de uma empresa”. (RIBEIRO,
2005, p. 64).

Plano de Contas é a estrutura básica da escrituração contábil, pois é com


sua utilização que se estabelece o banco de dados com informações para
geração de todos os relatórios e livros contábeis, tais como: Diário, Razão,
Balancete, Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados e Análises,
além de outros. (CFC, 2002:31).

O plano de contas deverá ser elaborado de acordo com suas necessidades


e peculiaridades, no entanto as mesmas têm que observar alguns quesitos, dentre
os quais:
a) Os princípios da contabilidade geralmente aceitos;
b) As normas legais vigentes (Vide Lei nº 6.404/76, modificada pela Lei nº
11.941/2009);
c) A legislação específica do ramo de atividade ao qual a empresa pertença.

2.3.1 Composição do Plano de Contas

Basicamente um plano de contas possui três partes:

a) Elenco de contas, o elenco de contas consiste na relação das contas


que serão utilizadas para registro dos fatos administrativos decorrentes da gestão
do patrimônio da empresa.
b) Manual de contas, o manual de contas consiste em um quadro
explicativo do uso adequado de Ata uma das contas constantes do elenco de
contas, este quadro apresenta a função de cada conta (razão de sua existência e

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para que serve, o funcionamento de cada conta (situação em que ela será debitada
ou creditada), é a natureza do saldo de cada conta (devedora ou credora).
c) Lançamentos explicativos para o registro de operações especiais: esta
parte do plano de contas compõe-se de modelos de partidas de diário, próprios
para o registro de fatos que ocorram esporadicamente. No Quadro 1 pode-se
observar a estrutura básica de um plano de contas.

DÉBITO CRÉDITO
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ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
→ Disponível → Obrigações Sociais e Fiscais
→ Contas a Receber → Contas a Pagar
→ Estoques → Lucros a Distribuir
→ Outros Créditos → Empréstimos Bancários
→ Despesas do Exercício Seguinte → Outras Contas a Pagar
REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO EXIGÍVEL EM LONGO PRAZO
→ Contas a Receber → Financiamentos Bancários
→ Estoques RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS
PERMANENTE → Receitas Diferidas
→ Investimentos → (-) Custos e Despesas Diferidas
→ Imobilizado PATRIMÔNIO LÍQUIDO
→ Intangível → Capital Social
→ Diferido → Reservas
→ (-) Depreciação Acumulada → Ajustes de Avaliação Patrimonial
→ (-) Amortização Acumulada → (-) Ações em Tesouraria
→ Lucros ou Prejuízos Acumulados

CUSTOS PRODUÇÃO
→ Insumos → Industrial
→ Mão de Obra Direta → De Serviços
→ Outros Custos Diretos
→ Custos Indiretos de Produção

1
Ativo circulante, em contabilidade, é uma referência aos bens e direitos que podem ser convertidos
em dinheiro em curto prazo.

2
Passivo circulante são as obrigações que normalmente são pagas dentro de um ano: contas a
pagar, dívidas com fornecedores de mercadorias ou matérias-primas, impostos a recolher (para
o governo), empréstimos bancários com vencimento nos próximos 360 dias, provisões (despesas
incorridas, geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela empresa: imposto de
renda, férias, 13° salário etc.).

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QUADRO1 - ESTRUTURA BÁSICA DO PLANO DE CONTAS SIMPLIFICADO
DESPESAS RECEITAS
→ Custo das Vendas → Receita Bruta de Vendas
→ Despesas com Pessoal → (-) Deduções da Receita Bruta
→ Despesas Administrativas → Receitas Financeiras
→ Despesas de Comercialização → Receitas Diversas
→ Despesas Tributárias → Receitas Não Operacionais
→ Despesas Financeiras
→ Depreciação e Amortização
→ Perdas Diversas
→ Despesas Não Operacionais

CONTAS DE APURAÇÃO DE RESULTADO


→ Balanço de Abertura
→ Balanço de Encerramento
→ Resultado do Exercício

FONTE: Realizado com base em Crepaldi (2003) e Ribeiro (2005).

2.4 RECEITA, DESPESA, CUSTO E RESULTADO

RECEITA e a entrada de elementos para o ativo em dinheiro ou direitos a


receber, correspondentes à venda de produtos ou prestação de serviços de uma
empresa. É incluída também a parte não operacional da empresa e ganhos
eventuais de forma geral (se são do resultado de uma comparação entre entradas e
custos, ou não).
DESPESAS representam consumo de bens ou serviços no processo de
obtenção de receita. Lembrando que os bens ou serviços consumidos na produção
de outros bens que ainda não saíram da empresa são incorporados ao custo do
produto, não sendo caracterizados como despesas. O grau de relacionamento da
despesa com a receita reconhecida em um período pode ser tanto estreito (ocorre
no consumo de material à prestação de serviço que gerou receita.), quanto afastado
(no caso hipotético de consumo de material com finalidade intelectual aos principais
executivos de uma empresa). Em ambas as situações os gastos são considerados
despesas, pois ocorrem para a obtenção de receita, direta ou indiretamente.

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Despesas podem ser classificadas em Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE). É uma demonstração contábil dinâmica que se destina a evidenciar
a formação do resultado líquido em um exercício, por intermédio do confronto das
receitas, custos e despesas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de
competência.
CUSTO pode ser entendido como o gasto relativo à bem ou serviço utilizado
na produção de outros bens ou serviços. O Custo é também um gasto, só que
reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de
produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um
serviço. Exemplos: a matéria-prima foi um gasto na sua aquisição que
imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de sua
estocagem, sem que aparecesse nenhum custo associado a ela; no momento da
sua utilização na fabricação de um bem, surge o Custo da matéria-prima com parte
integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que
fica ativado até sua venda.
A energia elétrica utilizada na fabricação de um item qualquer é gasto (na
hora do seu consumo) que passa imediatamente para Custo, sem transitar pela fase
de investimento. Uma máquina comprada para aperfeiçoar a produção provocou um
gasto na sua entrada, tornando o investimento (embora parcelado) transformado em
custo, à medida que é utilizada no processo de produção de utilidades.
RESULTADO representa a diferença entre as despesas e receitas de um
período determinado.
Receitas - Despesas = Resultado

2.5 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

MERCADORIAS “são os objetos comercializados pelas empresas


comerciais”. (RIBEIRO, 2005, p. 157). Segundo Ribeiro (2002) há dois métodos e
dois sistemas que podem ser adotados pelas empresas para registro das operações
que envolvem mercadorias, a saber:

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1 ) MÉTODOS

a) Conta mista consiste na adoção de uma só conta para o registro das


operações que envolvem mercadorias. Normalmente, esta conta de acordo Ribeiro
(2005) é denominada “Mercadoria”.
b) Conta desdobrada “consiste em desdobrar a conta Mercadorias em
tantas partes quantas forem necessárias para correta contabilização isolada de cada
tipo de conta que envolva as operações”. (RIBEIRO, 2005, p. 158). Em tese são três
contas, a saber: Estoques de mercadoria; Compras e Vendas. No entanto, poderão
ainda existir contas compras anuladas, vendas anuladas, fretes e seguros sobre
compras, descontos incondicionais obtidos, descontos incondicionais concedidos,
ICMS sobre vendas, PIS sobre faturamento.

2) SISTEMAS

a) Inventário periódico: segundo Ribeiro (2002) este método é chamado de


inventário periódico porque a partir do momento que a empresa adota o mesmo a
organização passa a elaborar o inventário físico das mercadorias existentes em
estoque somente no fim do exercício fiscal, período que normalmente corresponde a
12 meses. Desta forma, o resultado da Conta Mercadoria só será conhecido no fim
deste período.
b) Inventário permanente: este sistema consiste em se fazer o controle
permanente do estoque de mercadorias efetuando as respectivas anotações a cada
compra ou devolução, bem como a cada venda ou devolução. Por este sistema os
estoques de mercadorias são mantidos atualizados, por conseguinte as empresas
podem apurar o resultado da Conta Mercadoria no momento que achar oportuno ou
se fizer necessário. (RIBEIRO, 2005).

Observação:

Não há exigência legal para que as empresas optem por determinado


método ou sistema, as empresas são livres para adotarem a maneira mais
adequada às suas necessidades. As empresas de pequeno porte, em geral, não

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necessitam de um registro contábil detalhado, frequentemente utilizam o método da
Conta Mista com Inventário periódico, já as grandes empresas como necessitam de
maiores detalhes em seus registros, adotam o método da Conta Desdobrada com
Inventário periódico ou com Inventário Permanente.

Apurações das operações com mercadorias


OPERAÇÕES COM MERCADORIAS - Apuração com fórmulas
matemáticas
Compras Brutas (CB)
(+) Valor das compras
(+) II
(+) IPI
(- ) ICMS

Compras Líquidas (CL)


(+) Compras Brutas
(+) Fretes
(+) Seguros
(-) Deduções:
(-) Devoluções de compras
(-) Abatimentos sobre compras
(-) Descontos incondicionais (comerciais) Obtidos

Mercadorias disponíveis para venda (MDV)


MDV = EI + CL

Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)


CMV = EI + CL - EF

Vendas Brutas (VB)


É o total das vendas.

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Faturamento Bruto
Receita Bruta + IPI

Vendas Líquidas (VL)


(+) Vendas Brutas
(-) Deduções
(-) Devolução de vendas
(-) Abatimentos sobre vendas
(-) Descontos incondicionais (comerciais) concedidos
(-) Impostos sobre vendas (ICMS, ISS, IE)
(-) Contribuições sobre vendas (PIS e Cofins)

Resultado com Mercadorias (RCM)


RCM = VL – CMV

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS - Apuração contábil

Para apurar o CMV e RCM contabilmente, isto é, por meio de lançamentos


nos razonetes e no livro Diário, podemos fazer uso vários sistemas e critérios
diferentes, como por exemplo: Controle de Estoques Periódico ou do Controle de
Estoques Permanente conforme já citado.

OBSERVE:
a) A empresa Docinhos LTDA comprou determinada mercadoria à vista, de
acordo com a NF (nota fiscal) nº 240, no valor de R$1.200.
b) Vendas de mercadorias, à vista, conforme nossa NF nº 50, no valor de R$
800.
Sabendo-se que o estoque de mercadorias existente no início do período era
R$500, a contabilização dos respectivos fatos no livro Diário e nos razonetes pode
ser feita de três maneiras:
 Conta Mista com Inventário Periódico;
 Conta desdobrada com inventário Periódico;
 Conta Desdobrada com Inventário Permanente;

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21
1) Conta Mista com Inventário Periódico
Neste caso, adotando uma só conta para registro das operações com
mercadorias, teremos:

Lançamentos em partidas de Diário


1
Mercadorias
A caixa
NF nº 240 .............................................................................1.200

2
Caixa
Mercadorias
Nossa NF nº 50.................................................................800

RAZONETES3

Mercadorias
Estoque inicial 500
2-Vendas 800
1-Compras 1.200
Caixa

2- 800 1- 1.200

2) Conta desdobrada com Inventário periódico

Neste caso, cada fato é contabilizado em uma conta própria, sendo a Conta
Mercadorias desdobrada em Estoques de Mercadorias, Compras, Fretes e Seguros
sobre Compras, Compras anuladas, Descontos incondicionais obtidos, Vendas,
Vendas anuladas, Descontos incondicionais concedidos, ICMS, PIS, COFINS e ISS
(quando tratar de empresas que, além de vender mercadorias, prestam serviços).

3
Nas ciências contábeis o Razonete é uma ferramenta com uma representação gráfica em forma de
"T" bastante utilizada nas ciências contábeis. É um instrumento didático para desenvolver o
raciocínio contábil. Por intermédio do Razonete são feitos os registros individuais por conta,
dispensando-se o método por balanços sucessivos. Como o balanço, o Razonete tem dois lados; na
parte superior coloca-se o título da conta que será movimentada. Posteriormente, os resultados
individuais são transferidos para o Balanço Patrimonial para criação do demonstrativo contábil.

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Lançamento em partidas de Diário

1 COMPRAS
A caixa
NF nº240 ................................................................1.200
2
Caixa
A vendas
Nossa NF nº50 ..................................................800

RAZONETES
Estoque de Mercadorias
Estoque inicial 500
Compras

1- 1.200

Vendas
2- 800

Caixa

2- 800 1- 1.200

3) Conta desdobrada em inventário permanente

Neste caso também será utilizada uma conta própria para registrar cada fato
envolvendo as operações com mercadorias. A conta mercadorias será desdobrada
em Estoques de Mercadorias, Custo das Mercadorias Vendidas, Vendas, Vendas
Anuladas, Descontos Incondicionais Concedidos, ICMS, PIS, Confins e ISS (para
empresas prestadoras de serviço).
Segundo Ribeiro (2005), para que se obtenha um controle permanente dos
estoques, as compras e as devoluções de compras são contabilizadas diretamente a
débito e a crédito respectivamente, da conta Estoque de Mercadorias. Ainda

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23
segundo o mesmo autor sempre que se efetuam vendas deve-se dar baixa nos
estoques pelo valor do custo em cada venda efetuada.
Exemplo: Utilizada a situação contábil descrita nos itens anterior, faz-se a
seguinte suposição: o custo das mercadorias que foram vendidas por R$ 800 foram
de R$650. Desta forma, teremos:

1 Estoques de Mercadorias
A Caixa
NF Nº 240................................................................... 1.200

2 Caixa
A vendas de Mercadorias
Nossa NF nº 50...................................................................800

2A Custos das Mercadorias


a estoque de Mercadorias
Baixa no estoque, conforme NF nº 50........................................650

RAZONETES

Estoques de Mercadorias
Estoque inicial 500 2 A- 650
1- 1.200
Vendas
2- 800

Custos das Mercadorias vendidas


2 A- 650

Caixa

2- 800 1- 1.200

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24
3 MÉTODOS DAS PARTIDAS DOBRADAS

O método das partidas dobradas ou Método Veneziano em contabilidade foi


feito por Luca Paccioli no livro Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et
propornaliti, em 1494. Este método de estudos em contabilidade é efetuado por
débito e crédito, e nas empresas é utilizado em software para a realização de
transações financeiras. Cada transação financeira é registrada na forma de entradas
e saídas, na existência de contas devedoras e credoras.
O princípio fundamental do método é o de que não há devedor sem que haja
credor, correspondendo, a cada débito um crédito de igual valor. Segundo Ribeiro
(2005), por meio deste método os eventos são registrados inicialmente no livro
Diário e, posteriormente, no livro Razão.
Exemplo:

1) Uma conta a débito e uma conta a crédito:

Débito na conta “A” no valor de.......................100


Crédito na conta “B” no valor de.......................100
2) Uma conta a débito e duas contas a crédito:
Débito na conta “A” no valor de........................100
Crédito na conta “B” no valor de.........................70
(+) Crédito na conta “C” no valor de....................30 100
3) Duas contas a débito e uma conta a crédito:
Débito na conta “A” no valor de..........................20
(+) Débito na conta “B” no valor de......................80 100
Crédito na conta “C” no valor de.........................100
O método das partidas dobradas é a razão pela qual, na Contabilidade, a
soma de todos os valores debitados é sempre igual à soma de todos os valores

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creditados. E é também por isso que, no Balanço Patrimonial, o total do Ativo é
sempre igual ao total do Passivo.
No Ativo, classificam-se, basicamente, contas que têm saldo devedor; no
Passivo, aquelas que têm saldo credor. Há exceções, que são as chamadas “contas
redutoras”. Por exemplo: a conta de depreciação acumulada é classificada no Ativo,
mas seu saldo é credor, porque ela reduz o valor do Imobilizado ao qual se refere.
As contas de despesa são debitadas; as de receita, creditadas.
Consequentemente, se em determinado período a diferença entre receitas e
despesas for:
• credora (receitas maiores do que as despesas), o resultado será lucro
(saldo credor);
• devedora (despesas maiores do que as receitas), o resultado será prejuízo
(saldo devedor)

1.1 Lançamento Contábil

Lançamento é o meio pelo qual se processa a escrituração contábil. É a


forma mercantil de se processar o registro dos fatos no Livro Diário.
Os elementos essenciais no lançamento contábil são:
a) Local e data da ocorrência do fato;
b) Conta a ser debitada;
c) Conta a ser creditada;
d) Histórico;
e) Valor.

1.2 Balanço Patrimonial

O Balanço patrimonial é a demonstração contábil que evidencia,


resumidamente, o patrimônio da empresa, quantitativa e qualitativamente. O artigo
178 da Lei nº 6.404/1976 - Lei das sociedades por ações, alteradas pela Lei nº
11.638/07 e MP nº 449/08, estabelece o seguinte:
Art. 178. No Balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos
do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o
conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

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§1º No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de
liquidez dos elementos nelas registrados (e aquilo que se transforma mais
rápido em dinheiro), nos seguintes grupos:
a) Ativo circulante;
b) Ativo não circulante;
b1) Ativo realizável em longo prazo;
b2) Ativo permanente, dividido em Investimentos, Ativo imobilizado e Ativo
intangível. O Ativo diferido não é mais demonstrado.
Nota de atualização: A partir da alteração da legislação societária
promovida pela lei Lei nº 11.638/07, o Ativo intangível deve figurar no
Balanço Patrimonial das empresas como subgrupo de Ativo Permanente,
cujo objeto são os bens intangíveis anteriormente classificados no Ativo
Imobilizado.
§2º No passivo, as contas serão classificadas segundo a ordem
decrescente de exigibilidade (e aquilo que temos que pagar de acordo com
as datas), nos seguintes grupos:
a) Passivo circulante;
b) Passivo não circulante;
b1) Passivo exigível em longo prazo;
b2) 'Resultados de exercícios futuros; (não existe mais)
c) Patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital,
reservas de reavaliação, reserva de lucros e lucros ou prejuízos
acumulados.
§3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de
compensar serão classificados separadamente.

A partir da alteração da legislação societária promovida pela Lei nº


11.638/07, foi suprimido o grupo de contas intitulado Reserva de Reavaliação no
Balanço Patrimonial. As contas do Ativo sujeitas à depreciação, à amortização, à
exaustão e à provisão para créditos de liquidação duvidosa e outras provisões
aparecerão, no Balanço Patrimonial, deduzidas das respectivas depreciações,
amortizações, exaustões ou provisões para créditos de liquidação duvidosa e outras
provisões.
Conforme o art. 178 da Lei nº 6.404/76, “no balanço, as contas serão
classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de
modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”.
Os critérios para a elaboração do balanço e demais demonstrações contábeis são
definidos por órgãos específicos de cada país. No Brasil esse órgão é o Conselho
Federal de Contabilidade (CFC), que expede as normas gerais sobre temas
contábeis.
Há outros órgãos oficiais brasileiros, como a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), o Banco Central do Brasil, a Secretaria do Tesouro Nacional
(STN) e os Tribunais de Contas, dentre outros, que podem expedir normas
específicas para as instituições por eles fiscalizadas.

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27
Observe, então, como ficará o Balanço Patrimonial deste exemplo:

QUADRO 2 - BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/2011


Ativo
Ativo circulante
- caixa....................................................................................................................................... 13.400
- Bancos conta movimento..................................................................................................29.500
- Duplicatas a receber..............................................................................................................3.000
- Estoque de material de expediente ...................................................................................1.020 46.920
Ativo Permanente
- Móveis e utensílios .............................................................................................................7.000
- Veículos...............................................................................................................................24.400
- Despesas de organização...................................................................................................1.300 32.300
Total do Ativo........................................................................................................................ 79.220

Passivo

Passivo circulante
- Duplicatas a Pagar ........................................................................................................... 2.400
- Promissórias a pagar.......................................................................................................18.000 20.400
Patrimônio líquido
- Capital.............................................................................................................................50.000
- Lucros ou prejuízos Acumulados..................................................................................8.820 58.820
Total do Passivo......................................................................................................................................79.220

FONTE: Adaptado de Ribeiro, 2005.

3.1 PASSO A PASSO DOS PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS

De acordo com Ribeiro (2005, p. 84) “na vida prática, ao deparar com um
evento a ser contabilizado no livro Diário, o contabilista precisa registrá-lo
obedecendo a determinada disposição técnica”. Nesse sentido, afirma-se que todo
registro a ser efetuado no livro Diário, em forma de lançamento, deverá conter cinco
elementos na ordem que serão apresentados: 1º registra-se o local e a data da
ocorrência do fato; 2º o nome da conta a ser debitada; 3º o nome da conta a ser
creditada; 4º o histórico e finalmente em 5º lugar o valor.

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Exemplo:
Fato1: A empresa Raio de Sol Ltda. comprou um automóvel da marca Brás Brás,
ano x1, conforme Nota Fiscal nº 1.997, da Auto Car Ltda., no valor de R$30.000,
pago em dinheiro.

1º Passo – identificar o local e data da ocorrência do fato


O local é a cidade em que empresa está estabelecida e a data é a constante do
documento comprobatório da ocorrência do fato. Para fins didáticos, sugerimos que
você considere sempre a sua cidade e data em que estiver estudando.

2º Passo – Identificar, no fato, os elementos envolvidos


Quando você entra em um comércio para comprar um objeto e paga em dinheiro,
você efetua uma troca: dinheiro pelo objeto. É assim que os fatos administrativos
ocorrem em todas as entidades: a empresa entrega um elemento para um terceiro e
dele recebe outro em troca. No caso do exemplo que estamos utilizando houve a
compra de um automóvel, que foi paga em dinheiro, desta forma há a troca do
dinheiro pelo automóvel. Teremos então dois elementos envolvidos: automóvel e
dinheiro.

3º Passo – Identificar as contas que serão utilizadas para registrar os


elementos envolvidos no fato
A contabilidade registra os fatos por meio das contas, para cada elemento
componente do patrimônio ou correspondente a uma despesa ou a uma receita
existe uma conta correspondente. Quanto ao nome da conta este deve permitir que
haja uma identificação fácil do elemento envolvido, seja ele um bem, direito,
obrigação, despesa, receita ou patrimônio líquido.
No exemplo em questão, temos dois elementos: automóvel e dinheiro. Estes dois
elementos representam bens, desta forma a conta correta para registro deste fato
contábil encontra-se no Ativo do plano de contas. Desta forma, basta que se leiam
todos os nomes das contas do Ativo para encontrar as contas que mais se
identifiquem com os respectivos elementos. Tem-se então automóvel = Veículos;
dinheiro = Caixa.

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4º Passo – Identificar que conta será debitada e quais valores serão creditados
Após a identificação das contas onde serão registrados os fatos contábeis, precisa-
se saber em qual das contas será debitada é em que conta será creditada.

Ribeiro (2005) apresenta duas opções para esta identificação, a saber:

Primeira opção – Origem X aplicação


Nesta opção, como já sabemos que todos os fatos administrativos ocorrem em
forma de troca, onde são envolvidos pelos menos dois elementos que possuem
valores idênticos denominados recursos. Desta forma um dos elementos representa
a origem dos recursos e o outro representa a aplicação dos recursos, ou seja, onde
ou em que a empresa investiu esse valor.
Assim temos:
Aplicação de recursos = Débito.
Origem de recursos= Crédito
No exemplo em questão, a conta Veículos será debitada e a conta Caixa será
creditada.

Segunda opção - Aumento ou diminuição do recurso


Com esta opção identificamos a conta a ser debitada e a conta a ser creditada no
lançamento de acordo com a natureza do seu saldo. Com as contas do Ativo e de
Despesas são de natureza devedora, seus saldos serão aumentados por intermédio
de débitos e diminuídos por meio de créditos. Já as contas do Passivo e de Receita
são de natureza credora, seus saldos serão aumentados por intermédio de créditos
e diminuídos por meio de débitos.

5º Passo – Preparar o histórico do lançamento


O histórico do lançamento consiste na narração do fato ocorrido. Cada contabilista
poderá elaborar o histórico a sua maneira, no entanto o relato deve ser sucinto. No
entanto algumas regras devem ser seguidas, por exemplo: um bom histórico tem
que conter número e espécie do documento comprobatório, o nome da pessoa ou
empresa que transaciona é a identificação do “objeto” transacionado.

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6º Passo – Elaborar o lançamento no livro Diário
Observe no Quadro 3 como deve ser escriturado o lançamento no livro Diário
tradicional (manuscrito).

QUADRO 3- EXEMPLO DE LANÇAMENTO NO LIVRO DIÁRIO


São Paulo, 11 de Dezembro de 2012.

Veículos

a Caixa

NF 1997 Auto Car Ltda., ref. a um


automóvel marca Brás Brás
30. 000

FONTE: Adaptado de Ribeiro, 2005.

Observe abaixo o mesmo lançamento realizado com auxílio de processamento


eletrônico (computador)4:
- ----------------------------------------------------------------------------------------------------------
JT04- * Sistema Contábil CONTA CERTA* Pag.001
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Movimento Diário referente ao Mês de Dezembro
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
C. Débito .....: 1621 Veículos 11.12.2012 1
C. Crédito...: 1001 Caixa 30.000
Histórico...: NF 1997 da Auto Car Ltda. REF. AUT. MARCA BRÁS BRÁS
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
1
Exemplo elaborado com base em Ribeiro (2005, p. 87).

4 ATIVO IMOBILIZADO

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Ativo Imobilizado é o conjunto de bens e direitos que a empresa necessita
para funcionar. Exemplos de bens: imóveis (terrenos, edifícios e construções),
máquinas, computadores, móveis, instalações e ferramentas. Exemplos de direitos:
marcas, patentes e direito de uso. O Ativo Imobilizado é também caracterizado nos
custos necessários para benfeitorias, seja em bens locados ou arrendados. Outro
ponto relevante é que, caso haja modificações ou inversões em bens, de forma
permanente, mas que não seja para utilização em operações, deverá ser
classificado em outro grupo distinto: o grupo de investimentos. Tal processo é
necessário e a destinação do mesmo é indeterminada.
De forma geral, os ativos podem ser classificados em duas modalidades:
ativo circulante ou ativo não circulante. Como exemplo de ativos circulantes temos o
dinheiro em caixa, ou mesmo nos bancos. Temos também todos os bens, direitos e
os valores a receber desde que estejam dentro do prazo do término do exercício
seguinte. Como definição de ativo não circulante, temos os recursos aplicados ao
imobilizado ou ativo fixo.
Estes que são os investimentos em recursos efetuados de forma
permanente, que são utilizados pelo empreendimento na realização de suas
atividades. Estes bens também podem ser divididos sob duas categorias: bens
tangíveis e intangíveis. Alguns exemplos de ativos não circulantes permanentes:
Ativo Intangível, Ativo Imobilizado, Investimentos e Ativo Realizável em Longo
Prazo.

4.1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS

Segundo o artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações financeiras


obrigatórias pelas Leis das S.A. são:

a) Balanço Patrimonial – BP (Ver página 26 e 27 deste módulo)


b) Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) - a partir desta
demonstração é possível verificar o resultado que a organização alcançou, ou seja,

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se a mesma obteve lucro ou prejuízo durante o exercício de suas atividades, em
determinado período que, em geral, corresponde a um ano. Os dados para
elaboração dessa demonstração são obtidos do Livro Razão, de acordo com o artigo
187 da Lei nº 6.404/76.
Observe abaixo exemplo de DRE:

QUADRO 3 - EXEMPLO DE DRE


Revenda de Mercadorias R$ 375.000,00

Prestação de Serviços R$ 3.200,00

(-) Deduções das Receitas Operacionais R$ 92.592,43

Devol. De Mercad. Revendidas R$ 18.750,00

ICMS s/ Vendas R$ 60.562,50

PIS s/ Vendas R$ 2.315,63


Cofins s/ Vendas R$ 10.687,50

ISS s/ Serviços R$ 160,00

PIS s/ Serviços R$ 20,80

Cofins s/ Serviços R$ 96,00

(=) Receita Líquida R$ 285.607,57

(-) Custo das Mercad. Vendidas -R$ 131.860,00

(=) Lucro Bruto R$ 153.747,57

(-) Despesas Operacionais de Vendas -R$ 7.923,87

Propag. E Publ. R$ 3.000,00


Mat. De Uso e Consumo R$ 80,00
Água R$ 232,00

Energia R$ 840,00
Telefone R$ 680,00
Internet R$ 172,00

Salários e Ordenados R$ 930,00

Ad. Insalub. R$ 93,00

INSS R$ 274,16
FGTS R$ 81,84

Depreciação R$ 1.196,67

Vale-Transporte R$ 344,20

(-) Despesas Operacionais Administrativas -R$ 17.024,52

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33
Despesas de Abertura R$ 3.800,00

Depreciação R$ 2.086,67
Mat. De Uso e Consumo R$ 125,00
Água R$ 348,00
Energia R$ 1.260,00
FONTE: Adaptação de Crepaldi (2003); Mendes (2003) e Ribeiro (2005).

c) Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA): esta


demonstração evidencia o lucro apurado no exercício e sua destinação e os
eventos que modificam o saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados,
como ajustes e reversões de reservas.5

Observe no Quadro 4 exemplo de DLPA:

QUADRO 4 - EXEMPLO DE DLPA


1. SALDO NO INICIO DO PERÍODO................................... 120.000
2. (+ OU -) AJUSTES DE EXERCICIO ANTERIORES....................... _
3. SALDO AJUSTADO.........................................................120.000
4. (+ OU -) LUCRO OU PREJUÍZO DO EXERCÍCIO..........244.586
5. (+) REVERSÃO DE RESERVAS....................................._
6. SALDO Á DISPOSIÇÃO...................................................364.586
7. DESTINAÇÃO DO EXERCÍCIO
- Reserva legal.................................................................12.229
- Reservas Estatutárias.....................................................9.783
-Reservas para contingências.........................................._
-Outras reservas................................................................_
- Dividendos Obrigatórios (R$ 0,15951 por ação)..............73.375 (95.387)
8. SALDO NO FIM DO EXERCÍCIO.......................................................269.199

FONTE: Ribeiro, 2005.

d) Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos – DOAR. Nota: A


partir de 01.01.2008, a DOAR foi extinta, por força da Lei nº 11.638/2007,

5
Para saber mais consultar o artigo 187 da Lei nº 6.404/76.

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34
sendo obrigatória para apresentação das demonstrações contábeis encerradas
até 31/12/2007.
e) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL): é facultativa
(art. 186, §2º) e poderá ser incluída na Demonstração de Lucros ou Prejuízos
Acumulados.

Observação: As Notas Explicativas deverão fazer parte das Demonstrações


Contábeis, conforme § 4º e §5º, do artigo acima citado.

Além dos aprimoramentos no método de avaliação dos investimentos, a lei


exige que, complementarmente às demonstrações financeiras normais, sejam
apresentadas demonstrações financeiras consolidadas da investidora com suas
controladas. Essa exigência é requerida somente para as Companhias Abertas e
para os Grupos de Sociedades. Assim sendo, as Companhias Fechadas ou os
conjuntos de empresas que não se formalizarem como Grupos de Sociedades não
terão essa obrigatoriedade.
A consolidação será compulsória para as Companhias Abertas que tiverem
mais de 30% do seu patrimônio líquido representado pelos investimentos em
controladas. A lei define as normas básicas de consolidação que incluem a
necessidade de eliminação dos saldos e transações intercompanhias, dos lucros ou
prejuízos remanescentes nos ativos, a exclusão das partes minoritárias e outros. A
consolidação foi uma das principais inovações da lei atual, já que não era obrigatória
até então e apenas algumas raras empresas a publicavam.

4.2 NORMAS BRASILEIRAS E INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE

As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem-se em um


conjunto de regras e procedimentos de conduta que devem ser observados como
requisitos para o exercício da profissão contábil, bem como os conceitos
doutrinários, princípios, estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados na

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35
realização dos trabalhos previstos nas normas aprovadas por resolução emitidas
pelo CFC. (CRCRS, 2009).
As Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de
Contabilidade (CFC), de acordo com Portal da Contabilidade (2012), “seguem os
mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados nas normas internacionais”. O
conjunto das normas em questão compreende ainda as Interpretações Técnicas e
os Comunicados Técnicos.
Segundo CRCRS (2009), as Normas Brasileiras de Contabilidade
classificam-se em Profissionais e Técnicas. Ainda de acordo com estes autores as
Normas Brasileiras de Contabilidade, sejam elas profissionais ou técnicas,
estabelecem preceitos de conduta profissional e padrões e procedimentos técnicos
necessários para o adequado exercício profissional.
As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais de acordo com CFC se
estruturam conforme elencado abaixo:

I - Geral - NBC PG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas


indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade;
II - do Auditor Independente - NBC PA - são as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como
auditores independentes;
III - do Auditor Interno - NBC PI - são as Normas Brasileiras de Contabilidade
aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditores internos;
IV - do Perito - NBC PP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade
aplicadas especificamente aos contadores que atuam como peritos contábeis.
A estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade foi definida por meio da
Resolução CFC 1.328/2011. As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais
segundo esta resolução se estruturam da seguinte forma:

I - Geral - NBC PG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas


indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade;
II - do Auditor Independente - NBC PA - são as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como
auditores independentes;

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36
III - do Auditor Interno - NBC PI - são as Normas Brasileiras de Contabilidade
aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditores internos;
IV - do Perito - NBC PP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade
aplicadas especificamente aos contadores que atuam como peritos contábeis.
Segundo CFC as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas se
estruturam conforme se observa abaixo:
I - Geral - NBC TG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade
convergentes com as normas internacionais emitidas pelo International Accounting
Standards Board (IASB); e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas por
necessidades locais, sem equivalentes internacionais;
As NBC TG são agrupadas de acordo com Conselho Federal de
Contabilidade (2012) em:

a) normas completas que compreendem as normas editadas pelo CFC a


partir dos documentos emitidos pelo CPC que estão convergentes com as normas
do IASB, numeradas de 00 a 999;
b) normas simplificadas para PMEs que compreendem a norma de PME
editada pelo CFC a partir do documento emitido pelo IASB, bem como as ITs e os
CTs editados pelo CFC sobre o assunto, numerados de 1000 a 1999;
c) normas específicas que compreendem as ITs e os CTs editados pelo CFC
sobre entidades, atividades e assuntos específicos, numerados de 2000 a 2999.
II - do Setor Público - NBC TSP - são as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicadas ao Setor Público, convergentes com as Normas
Internacionais de Contabilidade para o Setor Público, emitidas pela International
Federation of Accountants (IFAC); e as Normas Brasileiras de Contabilidade
aplicadas ao Setor Público editadas por necessidades locais, sem equivalentes
internacionais;
III - de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica - NBC TA -
são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria convergentes com
as Normas Internacionais de Auditoria Independente, emitidas pela IFAC;
IV - de Revisão de Informação Contábil Histórica - NBC TR - são as Normas
Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Revisão convergentes com as Normas
Internacionais de Revisão emitidas pela IFAC;

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37
V - de Asseguração de Informação Não Histórica - NBC TO - são as Normas
Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Asseguração convergentes com as Normas
Internacionais de Asseguração emitidas pela IFAC;
VI - de Serviço Correlato - NBC TSC - são as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicadas aos Serviços Correlatos convergentes com as Normas
Internacionais para Serviços Correlatos emitidas pela IFAC;
VII - de Auditoria Interna - NBC TI - são as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Auditoria Interna;
VIII - de Perícia - NBC TP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade
aplicáveis aos trabalhos de Perícia;
IX - de Auditoria Governamental - NBC TAG - são as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicadas à Auditoria Governamental convergentes com as Normas
Internacionais de Auditoria Governamental, emitidas pela Organização Internacional
de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai).

Quanto à interpretação técnica o Portal da Contabilidade nos traz a seguinte


informação:

A Interpretação Técnica tem por objetivo esclarecer a aplicação das Normas


Brasileiras de Contabilidade, definindo regras e procedimentos a serem
aplicados em situações, transações ou atividades específicas, sem alterar a
substância dessas normas. O Comunicado Técnico tem por objetivo
esclarecer assuntos de natureza contábil, com a definição de procedimentos
a serem observados, considerando os interesses da profissão e as
demandas da sociedade. (PORTAL DA CONTABILIDADE, N/P, 2012).

A não observação das Normas Brasileiras de Contabilidade constitui


infração disciplinar sujeita às penalidades previstas nas alíneas de "c" a "g" do art.
27 do Decreto-Lei nº 9.295/46, alterado pela Lei nº 12.249/10, e ao Código de Ética
Profissional do Contador.

4.3 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS TÉCNICOS (CPC)

AN02FREV001/REV 4.0

38
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi criado a partir da união
de esforços e comunhão de objetivos das seguintes entidades conforme CPC
(2012):

- ABRASCA;
- APIMEC NACIONAL;
- BOVESPA;
- CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE;
- FIPECAFI; e
- IBRACON.

De acordo com a Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo:

O estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre


procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa
natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora
brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de
produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade
Brasileira aos padrões internacionais.

A criação do referida entidade, conforme CPC (2012) deu-se em função das


seguintes necessidades:
a) convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de
elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e
decisões, redução de custo de capital);
b) centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas
entidades o fazem);
c) representação e processo democráticos na produção dessas informações
(produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia,
governo).

4.4 O QUE É ANALISAR EM CONTABILIDADE?

AN02FREV001/REV 4.0

39
De acordo com D'Áuria (1949), citado por Peleias e Bacci (2004), o termo
análise contábil origina-se a partir da análise racional ou cartesiana, método criado
por Descartes e que consiste em se abordar um problema ou objeto de análise a
partir da decomposição de um todo ou de partes maiores, em parte menores (dessa
forma, as contas contábeis que representassem partes menores de um objeto
contábil foram chamadas de “contas analíticas”, enquanto as contas maiores e que
agrupassem os saldos de contas analíticas, denominaram-se “contas sintéticas”
(SZUSTER et al.,2008).
A análise das demonstrações contábeis consiste em uma técnica que realiza
a decomposição, comparação e interpretação dos demonstrativos financeiros da
empresa. A finalidade da análise é transformar os dados extraídos das
demonstrações em informações úteis para a tomada de decisões por parte dos
contadores, administradores e usuários da empresa. Um procedimento que se usa
para a análise contábil é o procedimento dos ajustes contábeis ou conciliações.

5 RESUMO GERAL

O que é Contabilidade? Ciência que estuda, controla e interpreta os fatos


ocorridos no patrimônio das organizações. No Quadro 5 pode-se observar um
resumo dos conceitos mais importantes inerentes ao estudo e à compreensão
das Ciências Contábeis.

AN02FREV001/REV 4.0

40
QUADRO 5 - PRINCIPAIS CONCEITOS INERENTES ÀS CIÊNCIAS
CONTÁBEIS (CONT.)

Balanço patrimonial: destina-se a evidenciar o patrimônio líquido de uma empresa. As contas no


balanço devem ser classificadas para facilitar a visualização dos dados. As divisões de contas
determinada pelas Normas Brasileiras de Contabilidade são: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. O
Ativo configura os bens e direitos aplicados na Entidade Contábil, já no Passivo e no Patrimônio
Líquido se registram todas as entradas de recursos na empresa. Para melhor entendimento dos
dados, esses três grupos são subdivididos em vários outros para que não amontoe várias contas
em um só grupo.
As contas dentro dos grupos e subgrupos devem ser organizadas por grau de liquidez
decrescente, da seguinte forma:
1. Ativo Circulante: a) Disponível: recursos financeiros que se encontram em disposição imediata.
b) Créditos: títulos de crédito, valores imobiliários (vendas a prazo); c) Estoques: produtos
acabados, matérias-primas; d) Despesas Antecipadas: pagamento antecipado de despesas, cujos
benefícios virão no próximo balanço patrimonial; e) Outros Valores e Bens: transações relacionadas
às atividades-fim da empresa, que não se encaixam nos grupos anteriores.
1.2. Realizável em Longo Prazo: possui a mesma natureza do ativo circulante, porém só registrará
contas que serão realizáveis após o período de fechamento do balanço atual.
Ativo:
Permanente: bens duradouros, que são destinados ao uso para o bom funcionamento da
empresa. a) Investimentos: participações permanentes em outras sociedades e/ou bens e direitos
que não se destinem ao uso para manutenção da atividade da empresa.
b) Imobilizado: bens e direitos usados para a manutenção da atividade fim da empresa. Esses
bens podem ser tangíveis ou intangíveis.
c) Diferido: aplicações em despesas que contribuirão para a formação de um projeto. Em geral são
gastos que seriam lançados como despesas operacionais, caso a atividade a que se referem
estivesse já produzindo receitas. Gastos administrativos e demais gastos, desde que não sejam
partes do Imobilizado.
Os bens tangíveis são objetos materiais como máquinas, veículos, propriedades etc.
Os bens intangíveis não possuem propriedade física, podem ser patentes, direitos autorais,
marcas, etc.
Passivo: 1. Circulante: obrigações e encargos que serão cumpridos até o final do fechamento do
balanço patrimonial atual.
Exigível em Longo Prazo: obrigações e encargos que serão cumpridos no próximo balanço
patrimonial.
Patrimônio Líquido: recursos próprios da empresa, subtraídos os valores do ativo.

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41
Ativo e Passivo: a) Capital: investimentos efetuados na empresa pelos proprietários e sócios; b)
Reservas: retenção de lucros e outros fatores; c) Lucros/Prejuízos Acumulados: saldo remanescente
dos lucros ou prejuízos líquidos. Além destes conceitos básicos do balanço patrimonial na
Contabilidade, existe o Ativo Circulante Líquido.
Esse é o Ativo circulante? Passivo circulante, que representará o capital do ativo circulante que não
está comprometido com nenhuma conta do Passivo circulante. É o dinheiro de alta liquidez disponível
para a empresa aplicar em outras atividades.
Há também as contas de uso comum, as contas retificadoras: Tipos de Contas: I. Credoras: a)
Ativo Circulante: provisão para crédito de liquidação duvidosa: provisão para cobrir o prejuízo
estimado na cobrança das contas a receber. Provisão para redução ao valor do mercado: registra o
valor do estoque que estiver desvalorizando. Provisão para perdas em estoques: registra as perdas
em estoque já conhecidas, como obsolescência e diferenças físicas; b) Ativo Realizável em Longo
Prazo; c) Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa ou Provisão para Perdas: perdas em
investimentos; d) Ativo Permanente/Provisão para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos;
e) Depreciação Acumulada: desgastes de bens físicos; f) Exaustão: perda do valor, por exploração,
quando se trata de recursos minerais e florestais. Amortização: perda de valor do capital gasto em
compra de direitos industriais e comerciais. Amortização no Diferido: perdas de capital aplicado em
projetos abandonados ou quando comprovado que a atividade a qual se destinavam iria produzir
resultados insuficientes para amortizá-los.
II. Devedoras: a) Patrimônio Líquido. Capital a Realizar: valor deduzido do capital social. Prejuízos
Acumulados;
Ações em Tesouraria: ações da companhia adquiridas pela própria sociedade. b) Resultado de
exercícios futuros: os custos e despesas relativamente aos resultados de exercícios futuros. Portanto,
percebe-se que a complexidade da contabilidade visa facilitar a organização financeira da empresa.
Seguindo todas as normas e princípios da Contabilidade têm-se uma fotografia da empresa que
ajudará o administrador a tomar decisões.
Tipos de Capitais: I. Capital Nominal: é o investimento feito pelos proprietários da empresa.
Corresponde ao Patrimônio Líquido inicial. II. Capital Próprio: abrange o capital nominal e suas
variações. É o capital da empresa. III. Capital de Terceiros: são investimentos feitos na empresa por
terceiros e contas a receber.

FONTE: Marion, 2012.

FIM DO MÓDULO I

AN02FREV001/REV 4.0

42
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
ASSISTENTE CONTÁBIL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

43
CURSO DE
ASSISTENTE CONTÁBIL

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências
Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

44
MÓDULO II

6 ATENDIMENTO AO CLIENTE

No exercício da nossa atividade profissional, frequentemente faz-se


necessário manter contatos com clientes internos e externos. Os internos são
os colegas de instituição e os externos as pessoas que compram ou utilizam os
serviços/produtos com os quais trabalhamos.
O cliente fica satisfeito quando é bem recebido, isto é, com
pontualidade, comodidade e respeito e obtém aquilo que veio procurar ou a
informação de onde encontrar. Como cliente você por certo não tem nenhum
prazer em enfrentar filas enormes, balconistas desatentos, recepcionistas
grosseiros, funcionários mal informados.
Então, na qualidade de “fornecedor” o atendente (recepcionista,
secretário, vendedor, etc.) tem a obrigação de não permitir que isso aconteça.
Tudo o que pode ser feito para agradar um cliente e tornar a espera (se
realmente for necessária) mais fácil é válido, pois servir um cafezinho, fazer
uma cópia, entregar um pacote, atender um telefone são atividades tão
importantes quanto qualquer outra e é necessário que sejam realizadas da
melhor forma possível.

6.1 REGRAS GERAIS DE UM BOM ATENDIMENTO

De acordo com Silva (2008) as regras gerais de um bom atendimento


são:
1- O cliente é o maior patrimônio de sua empresa.

AN02FREV001/REV 4.0

45
2- Demonstre satisfação e alegria ao receber o seu cliente.
3- Os seres humanos são diferentes e desejam tratamento
diferenciado.
4- O atendimento feito de acordo com a as necessidades de cada
cliente (individualmente) é primordial para conquistar e manter clientes.
5- Aprenda a ouvir com atenção e perguntar mais do que responder.
6- Procure aprimorar sua capacidade de percepção e tente
descobrir quais são as necessidades de seus clientes.
7- Use seus conhecimentos para passar o maior numero de
informações que sejam de interesse de seus clientes.
8- Trate seus clientes com respeito e atenção (princípio da empatia,
ou seja, como você gostaria de ser tratado).
9- Clientes bem atendidos compram mais.
10- Desenvolva um bom relacionamento com seu cliente e
consequentemente ele comprará mais e a venda sairá naturalmente.

Silva (2008) lista algumas técnicas para acalmar clientes insatisfeitos:


1- Diga que você entende o problema dele.
2- Escute com interesse em ajudá-lo, nem concorde e nem retruque o
que ele diz.
3- Tente resolver pessoalmente, sem pedir ajuda a outra pessoa. Caso
não seja possível procure quem poderá fazê-lo.
4- Analise a informação de forma isenta, sem levar para o lado pessoal.
5- Peça sinceras desculpas pela empresa e diga a verdade sobre o que
poderá ser feito e em quanto tempo, e procure cumprir o que foi prometido.
6- Lembre-se: cliente insatisfeito que volta à empresa para reclamar
ainda quer realizar negócio com sua empresa. Portanto, satisfaça-o e inicie
uma nova venda.

Quem trabalha com atendimento ao público em geral tem que tomar


cuidados redobrados com a aparência, pois lembre que você está ali

AN02FREV001/REV 4.0

46
representando uma organização, então a sua imagem pessoal é responsável
pela primeira impressão que o cliente terá da empresa.
Fique atento a:
1- Postura.
2- Vestimenta (tem que ser condizente com o cargo ocupado). Se
utilizar uniforme o mesmo tem que estar limpo, bem passado e
padronizado.
3- Higiene pessoal.
4- Regras básicas de educação.
5- Crachá de identificação profissional.
6-Para as mulheres, maquiagem básica e sem exageros, cabelos
limpos e preferencialmente presos. Para os homens, barba bem feita e
cabelos limpos e penteados. Homens e mulheres têm que ficar atentos
à escolha do perfume, o mesmo tem que ser suave, deixe as
fragrâncias exóticas e marcantes para ocasiões fora do ambiente de
trabalho.

Seguindo estas regras básicas é possível prestar um atendimento em


que a eficiência e a eficácia caminham juntas, o que poderá resultar não só em
um bom atendimento, mas na fidelização do cliente, pois cliente satisfeito
sempre volta e ainda costuma realizar um marketing “boca a boca” positivo
para a empresa.

7 PRESTAÇÂO DE SERVIÇO

A prestação de serviços é entendida como a realização de trabalho


oferecido ou contratado por terceiros (comunidade ou empresa), incluindo
assessorias, consultorias e cooperação interinstitucional. A prestação de
serviços se caracteriza pela intangibilidade, inseparabilidade (produzido e
utilizado ao mesmo tempo) e não resulta na posse de um bem.

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47
Quando a prestação de serviço for oferecida como curso ou projeto de
extensão, ela é registrada como tal (cursos e projetos). O serviço em si pode
ser compreendido de acordo com Ramaswamy (1996) como uma transação
comercial que ocorre entre um tomador de serviço (contratante/cliente) e um
prestador de serviço (contratado).

7.1 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DOS SERVIÇOS

Os serviços conservam algumas características que lhes são inerentes


e terminam por diferenciar os mesmos de bens manufaturados (tangíveis).
Neste sentido, são intrínsecas aos serviços as seguintes particularidades:

a) Intangibilidade - não podem ser possuídos ou tocados como os bens


manufaturados, logo o cliente recebe o serviço que lhe é prestado,
vivenciando o mesmo. Tal característica torna o serviço um produto de
difícil mensuração quanto à qualidade, pois cada cliente vai ter sua própria
percepção do serviço que lhe foi vendido.
b) A produção e o consumo são simultâneos - então serviços “não podem ser
estocados”, daí a implicação de garantir a máxima qualidade, pois o cliente
não poderá fazer a devolução do serviço adquirido e nem a empresa
poderá realizar a intercepção de um serviço sem qualidade.
c) Participação direta do cliente - como a produção e o consumo dos serviços
são simultâneos o cliente participa diretamente na produção do mesmo,
pois nos serviços o cliente é o responsável pelo início do processo de
produção, daí a necessidade de primar pela excelência na prestação do
serviço, pois sem ele não existe a produção de serviço.

AN02FREV001/REV 4.0

48
8 MOTIVAÇÃO

A motivação é uma força interior que se altera a cada momento durante


toda a vida, é a motivação que direciona e intensifica os objetivos de um
indivíduo. (CABRAL, 2012). A motivação é algo interior, ou seja, que está
dentro de cada pessoa de forma particular, por isso é errado dizer que alguém
nos motiva ou desmotiva, pois segundo Cabral (2012), ninguém é capaz de
fazê-lo.
Ainda de acordo com esta autora existem pessoas que pregam a
automotivação, mas tal termo é erroneamente usado, já que a motivação é
uma força intrínseca e o emprego desse prefixo deve ser descartado. Há vários
teóricos que se dedicaram ou se dedicam na atualidade ao estudo da
motivação. Abaixo citamos alguns dos principais estudiosos do assunto e suas
respectivas teorias:

a) Abraham Maslow: “o homem se motiva quando suas necessidades


são todas supridas de forma hierárquica”. Maslow organiza tais
necessidades da seguinte forma:

- Autorrealização;
- Autoestima;
- Sociais;
- Segurança;
- Fisiológicas.

Tais necessidades devem ser supridas primeiramente no alicerce das


necessidades escritas, ou seja, as necessidades fisiológicas são as iniciantes
do processo motivacional, porém, cada indivíduo pode sentir necessidades
acima das que está executando ou abaixo, o que quer dizer que o processo
não é engessado e, sim, flexível.

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49
b) Frederick Herzberg (Teoria dos dois fatores): seguindo este teórico,
a motivação é alcançada por meio de dois fatores:

1) Fatores higiênicos, que são estímulos externos que melhoram o


desempenho e a ação de indivíduos, mas que não consegue motivá-
los.

2) Fatores motivacionais, que são internos, ou seja, sentimentos


gerados dentro de cada indivíduo a partir do reconhecimento e da
autorrealização gerada, por intermédio de seus atos.

c) Já David McClelland identificou três necessidades que seriam


pontos-chave para a motivação: poder, afiliação e realização. Para
McClelland, tais necessidades são “secundárias”, são adquiridas ao
longo da vida, mas trazem prestígio, status e outras sensações que
o ser humano gosta de sentir.
d) A teoria de McGregor é, na verdade, um conjunto de dois extremos
opostos de suposições, de acordo com Serrano (2008). Estes
conjuntos foram denominados “X” e “Y”. Por esse motivo, também é
conhecida pelo nome de “Teoria X e Teoria Y”.
Para McGregor, se aceitarmos a teoria “X”, e nos comportarmos de
acordo com ela, as pessoas se mostrarão preguiçosas e
desmotivadas. Já se aceitarmos a teoria “Y”, as pessoas com quem
interagimos se mostrarão motivadas.
As duas teorias, conforme John R. Maher apud Serrano (2008):

TEORIA X
a) o homem médio não gosta do trabalho e o evita;
b) ele precisa ser forçado, controlado e dirigido;
c) o homem prefere ser dirigido e tem pouca ambição;
d) ele busca apenas a segurança.

AN02FREV001/REV 4.0

50
TEORIA Y
e) o dispêndio de esforço no trabalho é algo natural;
f) o controle externo e a ameaça não são meios adequados de se
obter trabalho;
g) o homem exercerá autocontrole e autodireção, se suas
necessidades forem satisfeitas;
h) a pessoa média busca a responsabilidade;
i) o empregado exercerá e usará sua engenhosidade, quando lhe
permitirem autodireção e autocontrole.

8.1 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL

Relacionamento interpessoal é o relacionamento comum de indivíduos


que fazem parte de um mesmo grupo e que possuem os mesmos objetivos. O
relacionamento pode ser um relacionamento profissional, familiar ou social, em
que os indivíduos devem estar direta ou indiretamente relacionados.
Algumas dicas para desenvolver um bom relacionamento interpessoal:

Saber ouvir
Ouvir o que o colega de trabalho tem a dizer e interpretar corretamente.
As conclusões precipitadas podem prejudicar um bom relacionamento
interpessoal e o andamento de todo o grupo.
Saber se expressar
Saber expor suas opiniões e todos os seus pontos de vista é muito
importante para um bom relacionamento com todo o grupo de trabalho, pois as
palavras mal escolhidas podem causar desentendimentos, portanto, nada
melhor do que analisar várias vezes o que será dito.
Saber respeitar
Certamente, o trabalho que envolver outras pessoas pode ser
complicado em certos pontos de vista. O ser humano possui inúmeras

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51
diferenças que os faz ser único, é necessário saber respeitar estas diferenças,
praticar a empatia (isto é, colocar-se no lugar do outro) e principalmente saber
se expressar no momento certo e com as palavras certas, além de falar o que
lhe incomoda no outro. Também é preciso saber ouvir quais são os defeitos
que você possui ou as atitudes que incomodam o próximo, tentar aprimorar
suas qualidades e corrigir certas posturas que são nocivas ao grupo.
O relacionamento interpessoal é um dos fatores que podem influenciar
positivamente ou não no andamento da produtividade de empresas, pois é
onde este é mais presente. Quando todos os colaboradores possuem um bom
relacionamento entre si, pode-se chegar a um resultado ótimo na organização.
Um bom relacionamento interpessoal entre o grupo de trabalho certamente
influenciará na qualidade e no faturamento da empresa.

9 TÉCNICAS PARA ATENDIMENTO PLENO AO CLIENTE

O mercado está em constante mutação e ter um bom produto ou


representar uma boa marca já não é suficiente para conseguir clientes,
atualmente o cliente almeja muito mais. Cabe a nós, fornecedores de produtos,
soluções e serviços, agregar valor a ele, entendendo suas necessidades e
anseios e propondo as melhores soluções. (CARVALHO, 2011).
Como cada empresa possui um objetivo inerente ao seu ramo de
atividade, logo não há uma fórmula pronta para um atendimento pleno. Então,
de acordo com a finalidade da organização há técnicas de atendimento para o
alcance máximo da satisfação do cliente.
Para chegar-se a uma técnica de atendimento coerente com os
objetivos da organização algumas perguntas deverão ser respondidas:
- O que o seu cliente busca?
- O que ele quer?
- Como ele quer?
- Quando ele quer?

AN02FREV001/REV 4.0

52
- Por que ele quer?
- Onde ele quer?
- Como ele gostaria de ser atendido?
Essas perguntas deverão ser respondidas por meio de uma pesquisa
de mercado realizada com pessoas que tenham o perfil definido pela
organização como cliente potencial, ou cliente eventual. Tendo em vista o que
o seu mercado-alvo busca e deseja é que a organização deverá desenvolver a
melhor técnica para abordar seu cliente alvo.
Também são as respostas obtidas por esta pesquisa que direcionará a
seleção do profissional que irá atuar neste atendimento, pois permitirá definir o
melhor perfil do profissional de atendimento que a organização necessita para
alcançar seus objetivos, ou seja, o perfil deste profissional será determinado
pelas necessidades do seu mercado-alvo, dos seus clientes ocasionais e
clientes potenciais.

9.1 QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Durante muito tempo a qualidade de um produto estava dentro de


determinadas especificações. (CROSBY, 1990). Neste entendimento a
qualidade estava intrinsecamente ligada à presença (qualidade) ou ausência
(não qualidade) de determinados atributos e características do produto.
No entanto, o conceito de qualidade acima era apropriado para a
manufatura (CROSBY, 1990), mas não podia ser usado para a prestação de
serviço, devido às características inerentes aos mesmos, características essas
totalmente distintas da produção de bens manufaturados. Esse fator dificulta a
avaliação da qualidade dos serviços produzidos por uma organização, pois,
dependendo do indivíduo, a noção de qualidade pode ser diferente daquela de
outra pessoa.
Se, por exemplo, o preço de um produto é um fator limitante, a sua
exigência não será a mesma por outra pessoa que tenha limites financeiros

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53
maiores. Tendo-se em vista essa variabilidade, a ASQ (American Society for
Quality – Sociedade Americana para a Qualidade)1 apresenta o seguinte
conceito: “Qualidade – um termo subjetivo, para o qual cada pessoa, ou setor,
tem a sua própria definição”. Em sua utilização técnica, a qualidade pode ter
dois significados:

a) As características de um produto ou serviço, que dão suporte (ou


sustentação) à sua habilidade em satisfazer requisitos especificados ou
necessidades implícitas e;
b) Um produto ou serviço livre de deficiências.

Como se pode observar, a definição pode variar de acordo com o


âmbito no qual o termo é empregado. Talvez a melhor definição do conceito de
qualidade, por ser a mais ampla e aplicável a uma variedade de situações, seja
a de Juran2, que nos traz a seguinte definição: qualidade é a adequação ao
uso.
Esta definição pode ser aplicada tanto a situações do cotidiano, quanto
a situações mais específicas, como, por exemplo, em um processo de
fabricação. Nesse caso, a definição de Crosby3, conformidade com os
requisitos, é uma variação mais restritiva da definição de Juran.

1
ASQ, anteriormente conhecida como a American Society for Quality e Sociedade Americana
de Controle de Qualidade (ASQC), é uma comunidade global baseada no conhecimento de
profissionais de qualidade, com cerca de 80.000 membros dedicados à promoção e avanço de
ferramentas de qualidade, princípios e práticas em seus locais de trabalho e em suas
comunidades.

22
Joseph Moses Juran é considerado o responsável pelo desenvolvimento extraordinário
experimentado pelas indústrias japonesas após a II Guerra Mundial e o precursor dos sistemas
de gestão da qualidade. Os três pontos fundamentais da gestão da qualidade propostos por
Juran são: o planejamento, a melhoria e o controle da qualidade. A partir de Juran, a qualidade
passa a ser definida como o “desempenho do produto que resulta em satisfação do cliente”, ou
seja, a qualidade deixa de ser algo apenas estatístico (ausência de deficiências) e passa a
englobar a satisfação do cliente e o esforço para se evitar a “não satisfação” ocasionada por
produtos defeituosos ou que ficam aquém da expectativa do cliente. (FARIA, 2012).

3
Philip B. "Phil" Crosby foi um empresário e escritor estadunidense que contribuiu para a teoria
da gestão e métodos de gestão da qualidade. Phil Crosby está associado aos conceitos de
"zero defeito" e de "fazer certo à primeira vez". Para ele, qualidade significava conformidade
com especificações, que variavam conforme a necessidade do cliente. (CROSBY, 1990).

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54
Considerando-se, contudo, o Sistema de Gestão da Qualidade, hoje
amplamente aplicável, sob os requisitos da ISO 9000, a definição normativa é:
qualidade é o grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a
requisitos (ABNT NBR ISO 9000:2005), sendo que características, segundo a
mesma norma, são propriedades diferenciadoras, podendo as características
ser de diferentes tipos, como físicas, sensoriais, comportamentais, temporais,
ergonômicas ou funcionais.
Conforme já citado na produção dos serviços há a participação direta
do consumidor dos mesmos, desta forma a satisfação do cliente é um dos
melhores indicadores de qualidade nos serviços prestados por uma
organização. Nesse sentido, a empresa que busca a excelência na
prestação/produção de serviços deverá estar atenta ao comportamento do
consumidor para identificar possíveis falhas e buscar corrigi-las a tempo de
garantir a qualidade dos serviços prestados.

10 COMUNICAÇÃO

A palavra Comunicação deriva do latim communicare, que significa


“partilhar algo, pôr em comum”. (MELLO, 1974, p. 14). O processo
comunicativo implica a emissão de sinais (sons, gestos, indícios, etc.) com a
intenção de dar a conhecer uma mensagem. (PERLES, 2007). Para que a
comunicação seja bem-sucedida, o receptor deve ser capaz de descodificar a
mensagem e de interpretá-la. O processo reverte-se assim que o receptor
responde e passa a ser o emissor (sendo que o emissor original passa a ser o
receptor do ato de comunicação).
Entre os elementos que fazem parte do processo comunicativo,
encontra-se o código (conjunto de signos usado na transmissão e recepção
da mensagem), o canal (o meio pelo qual circula a mensagem), o emissor
(aquele que emite a mensagem) e o receptor (aquele a quem é endereçada a
mensagem).

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55
Embora existam diversos tipos de comunicação os mesmos podem ser
agrupados em duas linhas principais: comunicação verbal e comunicação não
verbal. Como comunicação não verbal pode-se considerar os gestos, os sons,
a mímica, a expressão facial, as imagens, entre outros. Esta frequentemente
utilizada em locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação oral ou
escrita. (NUNES, 2008).
Nunes (2008) esclarece que a comunicação verbal inclui a
comunicação escrita e a comunicação oral, que é a mais utilizada na
sociedade em geral e nas organizações em particular, pois é a única que
permite a transmissão de ideias complexas, que é uma característica
exclusiva da espécie humana, por isto é a que tem recebido maior atenção
dos estudiosos do assunto.
Já a comunicação escrita teve o seu auge e ainda hoje predomina nas
organizações burocráticas que seguem os princípios da Teoria da Burocracia 4
enunciados por Max Weber. (NUNES, 2008). A principal característica da
escrita, de acordo com Nunes (2008), é o fato de o receptor estar ausente,
tornando-a, por isso, um monólogo permanente do emissor. Ainda conforme
Nunes (2008) esta característica obriga a alguns cuidados por parte do
emissor por causa do fato de ser impossível ou pelo menos difíceis as
retificações e as novas explicações para melhor compreensão da
comunicação após a sua transmissão.
Assim, os principais cuidados para que a mensagem seja
perfeitamente recebida e compreendida pelo(s) receptor (es) são o uso de
caligrafia legível e uniforme (se manuscrita), a apresentação impecável, a
pontuação e ortografia correta, a organização lógica das ideias, a riqueza
vocabular e a correção frasal. O emissor deve ainda possuir um perfeito

4
A teoria da burocracia foi formalizada por Max Weber que, partindo da premissa de que o
traço mais relevante da sociedade ocidental, no século XX, era o agrupamento social em
organizações, procurou fazer um mapeamento de como se estabelece o poder nessas
entidades. Construiu um modelo ideal, no qual as organizações são caracterizadas por cargos
formalmente bem definidos, ordem hierárquica com linhas de autoridade e responsabilidades
bem delimitadas. Assim, Weber cunhou a expressão burocrática para representar esse tipo
ideal de organização, porém ao fazê-lo, não estava pensando se o fenômeno burocrático era
bom ou mau.

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56
conhecimento dos temas e deve tentar prever as reações/feedback à sua
mensagem. (MELLO, 1974).
Entre as principais vantagens da comunicação escrita destaca-se o fato
de ser duradoura e permitir seu registro e de permitir uma maior atenção à
organização da mensagem sendo, por isso, adequadas para transmissão de
políticas, procedimentos, normas e regras. Também é ideal para transmitir
mensagens longas e que requeiram maior atenção e tempo por parte do
receptor (tais como relatórios e análises diversas).
Como principais desvantagens destacam-se a já referida ausência do
receptor, o que impossibilita o feedback imediato, não permite correções ou
explicações adicionais e obriga o uso exclusivo da linguagem verbal.
(PERLES, 2007).
No caso da comunicação oral, a sua principal característica é a
presença do receptor (exclui-se, obviamente, a comunicação oral que utilize a
televisão, o rádio ou as gravações). Suas principais vantagens são permitir a
interação mediata do receptor e emissor, e vice-versa, a utilização de
comunicação não verbal, como os gestos, a mímica e a entoação, por
exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais, para observar as
reações do receptor. Permite ainda a grande rapidez de transmissão.
(NUNES, 2008).
No entanto, conforme Nunes (2008), para que estas vantagens sejam
aproveitadas é necessário o conhecimento dos temas, clareza, presença e
naturalidade, voz agradável, boa dicção, linguagem adaptada, segurança e
autodomínio, e ainda a disponibilidade para ouvir. Como principal
desvantagem da comunicação oral destaca-se a transitoriedade, pois a
mesma não permite qualquer registro e, consequentemente, não se adéqua a
mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte do receptor.

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57
11 POSTURA E CARACTERÍSTICAS DE UM BOM PROFISSIONAL

Possuir uma boa postura profissional é algo totalmente decisivo na


construção de uma carreira profissional. Tal fato é importante tanto para quem
está ingressando (ou tentando ingressar) em seu primeiro emprego, como
também para quem já está no mercado de trabalho. Para que se tenha
sucesso na vida profissional devem-se observar algumas regras de
sobrevivência, pois cada instituição tem as suas próprias normas, algumas
constam em um manual de conduta, outras já estão incorporadas no dia a dia
da empresa.
É de extrema importância que ocorra um ajuste entre você e a empresa
na qual trabalha (lembre-se você deve se ajustar ao perfil da organização) e
as funções que você exerce dentro da empresa devem estar alinhadas com o
que a empresa realmente necessita e também espera do seu trabalho. Por
isso, um fator decisivo para o sucesso profissional é a postura profissional.
Desta forma, listam-se abaixo algumas dicas que o ajudarão a ter (ou
aperfeiçoar) sua postura profissional no ambiente de trabalho:

a) Ser parceiro da educação: por mais óbvio que pareça, muitas


pessoas deixam de dedicar sua atenção a este quesito, o qual é praticamente
obrigatório e isso acaba levando-as a perder o emprego. Para ter-se uma boa
postura profissional é preciso uma boa educação, que recebemos desde
cedo, ou seja, devemos respeitar os demais, saber se comportar em público,
honrar os nossos compromissos e prezar pela organização;
b) Autocrítica e interesse, pois assim, com certeza, dificilmente terá
problemas com relação à sua postura profissional, pois a preocupação
constante em melhorar sempre é um ponto mais que positivo em nosso
caminho. O interesse pela atividade desenvolvida na empresa é outro alvo
muito importante;
c) Cumpra todas as tarefas, isso não é somente uma questão de
bom-senso, mas também uma questão de compromisso profissional, pois

AN02FREV001/REV 4.0

58
existem diversas pessoas que inventam várias desculpas para não cumprir
com seus afazeres e esquecem que este é um dos pontos principais para
avaliar a capacidade e comprometimento do funcionário;
d) Respeitar os demais colegas de trabalho não é necessário gostar
de ninguém, mas respeitar é obrigação de todos, não somente no trabalho,
mas na vida, por isso, respeite sempre as diferenças, os limites e mantenha
sempre a educação;
e) Mantenha sempre uma boa aparência, mas não é necessário estar
sempre elegante, pois saber se vestir significa usar a roupa certa no lugar
certo, por isso, devemos saber nos vestir de acordo com que o local de
trabalho nos solicita;
f) Saber lidar com as hierarquias, pois isso pode ajudar e muito na
carreira, jamais deixe que um cargo de liderança suba a sua cabeça e
mantenha sempre o equilíbrio, tendo sempre respeito;
g) Aceitar opiniões, o qual faz parte do trabalho em equipe, afinal
saber escutar, opinar e aceitar opiniões diferentes da sua é extremamente
importante. Saber ouvir e saber se expressar, fazendo com que as pessoas
entendam o seu ponto de vista, mas sem se impor;
h) Ser pontual no dia a dia no trabalho já conta 50% de pontos
positivos, por isso, faça seu trabalho de maneira correta e cumpra o horário
correto, mantendo sempre a pontualidade para os compromissos marcados;

Lembre-se sempre que o maior responsável pelo seu crescimento


profissional é você (sucesso ou fracasso, a decisão e sua) por isso, faça com
que ele aconteça. Além de buscar aprimorar uma postura profissional
irrepreensível faz-se necessário também possuir ou desenvolver alguns
atributos que as organizações buscam para compor seu quadro profissional.

Alguns atributos que atualmente as organizações buscam no perfil de


um possível colaborador:
1. Afinidade com a empresa

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59
Partilha os objetivos da empresa e por isso sente que os sucessos da
instituição são os seus também.

2. Ambição
Um bom profissional ambiciona ir além.

3. Automotivação
Não espera estímulos externos para desenvolver a sua atividade.
Não necessita de motivação contínua.

4. Autonomia
Tem iniciativa própria; não espera que as coisas aconteçam. Além
disso, planeja as suas atividades.

5. Comunicação
Um bom profissional sabe exprimir as suas ideias. Tem a capacidade
de se fazer entender.

6. Cumprimento de objetivos
Estabelece e compromete-se com objetivos, e faz tudo o que pode
para cumpri-los. É orientado para os resultados.

7. Flexibilidade
Procura adaptar-se a mudanças, que encara como oportunidades, e
não como ameaças. Está aberto a desafios.

8. Inovação
Procura apresentar novas ideias. Procura ser criativo e encontrar
novos métodos de trabalho.

9. Integração
Procura integrar-se no espírito da empresa, procura assimilar a
cultura e valores da mesma.

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60
10. Trabalho em equipe
Gosta de trabalhar em equipe. Não se importa de ajudar os outros
(embora não descuide de seu trabalho).

11. Sabe gerenciar o tempo


Define prioridades e não "perde" o seu tempo com questões pouco
importantes.

Seguindo a risca estes preceitos suas chances de sucesso aumentam.


No entanto, se estes preceitos forem somados a uma busca constante pelo
conhecimento técnico-científico você se destacará cada vez mais no mercado
de trabalho e alcançará o sucesso almejado em sua carreira profissional.

FIM DO MÓDULO II

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61
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
ASSISTENTE CONTÁBIL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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62
CURSO DE
ASSISTENTE CONTÁBIL

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências
Bibliográficas.

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63
MÓDULO III

12 DEPARTAMENTO PESSOAL

Departamento de Pessoal é o setor responsável pelos funcionários da


empresa, desde sua admissão até sua demissão. O D.P., como é conhecido,
dividi-se em três setores principais, com atribuições distintas: admissão,
controle/manutenção e demissão.
Na área de admissão cuida-se da parte de recrutamento e seleção do
funcionário, de acordo com as necessidades da empresa. Primeiro verifica-se o
perfil profissional (são todas as atribuições, características profissionais do
empregado) que a empresa está procurando no futuro empregado. Depois se
inicia o processo de recrutamento e seleção, por meio de escolha de currículos
e fazendo entrevistas e dinâmicas de grupo. Esse setor também é responsável
pela integração do novo funcionário na empresa, nos critérios administrativos e
jurídicos, e por registrar o empregado conforme a legislação trabalhista vigente.
A Área de controle/manutenção é responsável pela confecção da
folha de pagamento, bem como do controle da jornada de trabalho, salários,
pagamentos de todos os impostos pertinentes aos funcionários, fluxo de
frequência e todas as rotinas trabalhistas.
Por último e não menos importante a área de desligamento ou
demissão tem por finalidade cuidar de todo o processo de quitação de trabalho
do funcionário, elaborando sua rescisão do contrato e representando a
empresa nos órgãos oficiais do trabalho (DRT - Delegacia regional do
Trabalho, sindicados, Justiça do Trabalho, etc.).

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64
13 RELACIONAMENTO COM OS COLABORADORES

Para manter uma organização em perfeito funcionamento existe a


necessidade de colaboradores focados em resultados, decorre daí a
necessidade de manter um bom relacionamento com os mesmos, pois
colaborador satisfeito se torna mais produtivo. A chave para ter um bom
relacionamento com seus funcionários é bastante óbvia, sendo o primeiro
passo, e entender que seus funcionários não são seus escravos, não são
objetos, são pessoas que merecem respeito.
Algumas orientações básicas para manter um bom relacionamento com
os colaboradores são: elogiá-los quando o seu trabalho é excelente; comentar
sobre seu trabalho (em particular), quando precisar de melhorias, reconhecer
a sua existência e tratá-los com cortesia.
Essas orientações podem parecer óbvias. É fácil segui-las quando as
coisas estão bem na organização. Mas quando os tempos ficam difíceis, os
prazos são perdidos e tudo parece dar errado, o estresse gerado pode tornar
difícil o relacionamento entre colaboradores e a empresa, prejudicando o
rendimento de seus funcionários.
Como superior hierárquico ou como colaborador, as coisas que você
diz e faz tem consequências para os outros. Por isso, faça o seu melhor para
trazer consequências positivas:

 Orientar, invés de dizer aos outros o que fazer.


 Seja claro.
 Seja educado.
 Conheça as pessoas pelos nomes e use-os.
 Reconhecer que todos têm uma vida fora do trabalho.
 Mostrar sensibilidade (empatia), sem interferir.
 Deixe os seus colegas de trabalho ou colaboradores (conforme for
o caso) saberem como você prefere ser tratado. Diga seu nome

AN02FREV001/REV 4.0

65
devagar e claramente quando conhecer novos funcionários para
que os outros entendam a pronúncia correta.

Siga estas diretrizes da organização e procure manter harmoniosas as


relações de trabalho com a sua equipe. Conservando um tom de voz sempre
moderado, ajuda todo mundo a trabalhar de forma eficiente. Se você ocupa
uma posição hierarquicamente maior atente para o seguinte: quando for
corrigir algum erro de seus colaboradores faça-o privadamente, seja educado,
porém firme. Evite gritar com as pessoas – mesmo quando você achar que
merecem – isto raramente é eficaz.
Tente dar instruções precisas e claras. Instruções vagas e ambíguas
são estressantes para quem está tentando cumpri-las. Ninguém é perfeito, é
claro. Se você cometer um erro, admita. Se alguém cometer um erro, seja
empático (se coloque no lugar do outro), lembre-se de que sua irritação não
vai resolver o problema. Em vez disso, concentre-se sobre a situação e em
qual será a melhor solução para o caso.

14 TÉCNICA DE COMPRAS E VENDAS

14.1 TÉCNICA DE COMPRAS

As funções do profissional de compras, atualmente, diferem das


antigas funções dos profissionais desta área no passado. Isto ocorre porque,
antigamente, existia um comprador interno e um externo, com a globalização
houve uma fusão de atividades, na qual o mesmo profissional, para atender a
uma requisição de materiais, deverá consultar tanto os fornecedores locais
como aqueles situados em outros países ou continentes.
Mas para que um mesmo profissional de compras possa atender às
compras internas do próprio país e para as exportações faz-se necessário um

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66
maior elenco de habilidades e capacitações para atuar no meio, sendo que o
conhecimento de outros idiomas é o ponto de partida. Desta forma, novas
responsabilidades foram dispostas ao profissional de compras, implicando
tomar maiores decisões, que podem tornar seu trabalho mais ágil, e atribuindo
uma maior responsabilidade, aumentando assim o seu quadro de
competências.
Dentro deste novo panorama do profissional de compras podemos
identificar os seguintes cargos (e suas competências), de acordo com
Maximiano (2000, p. 231):

Auxiliar de Compras ou Comprador Trainee (digitação de documentos


e relatórios; contato preliminar e cobrança de propostas dos
fornecedores; follow-up; manutenção dos arquivos de documentos e
programas de informática; elaboração de pedidos simples);
Analista de Compras ou Comprador - pleno ou sênior (avaliação de
propostas de fornecimento; negociação com fornecedores; follow-up;
elaboração de pedidos; desenvolvimento de produtos/fornecedores;
visitas técnicas a fornecedores);
Supervisor ou Gerente (planejamento das atividades da área;
organização das tarefas; gestão das pessoas; orientação
permanente; negociação de itens especiais; avaliação do
desempenho da área de compras; intenso relacionamento
interno/externo;
Diretor de Compras (em poucas empresas, com atribuições idênticas
aos gerentes e supervisores).

Dias (2000) explicita que se os preceitos elencados abaixo forem


seguidos têm-se um departamento de compras eficiente e eficaz:
Primeiro, o departamento de compras não poderá, por si, redefinir
especificação feita pelo solicitante ou adquirir materiais diferentes do
requisitado, mesmo que por um preço bem menor. No entanto, deverá, em
casos de alternativa de compra mais vantajosa que a originalmente pedida
pelo solicitante, fazer que este seja ouvido e dê a palavra final acerca da
qualidade do material.
Segundo, “no momento preciso”, trata-se de atender as necessidades
solicitadas pela empresa, nas datas estabelecidas, para que assim não haja
atraso no desenvolvimento da empresa, podendo acarretar prejuízos.

AN02FREV001/REV 4.0

67
“[...] com essa transparência, a empresa fica sabendo de antemão
possíveis atrasos ou antecipações do fornecedor, podendo tomar ações
necessárias, em vez de improvisar soluções emergenciais”. (CHIAVENATO
2005, p. 65).
Terceiro, “pelo menor custo possível”, trata-se de uma técnica de
procurar, obrigatoriamente, o menor custo possível dos produtos/serviços
adquiridos para a empresa, mas atento sempre à qualidade e à entrega, pois
de nada adiantará produtos por um custo menor se atrasar a entrega ou
tiverem uma má qualidade, denegrindo assim a imagem da empresa.
O quarto e último segmento do Departamento de Compras, “na
quantidade pedida”, é a definição da quantidade de material ou serviço
necessário para um determinado departamento da empresa realizar seu
trabalho. Isto não deve confundir-se com qualidade, uma vez que de nada
adiantaria um produto de ótima qualidade se a quantidade não atendesse as
necessidades.
De Acordo com Ammer (1981, p. 85),

A questão da quantidade certa se encontra no fato de que de nada


adiantará a satisfação de todos os demais itens componentes dos
objetivos do Departamento de Compras se o material não for
entregue na quantidade solicitada. Enquanto a quantidade requisitada
não for entregue por inteiro, nossa missão não terá terminado.

Portanto é necessário consolidar compromisso no cumprimento dos


prazos estabelecidos e qualidade para a satisfação do cliente. Satisfazendo
estes requisitos pode-se desenvolver um departamento de compras que
atenda aos objetivos da organização.

14.1.1 Realizando uma Compra

Para que a organização realize um processo de compras eficiente e


eficaz e necessário estar atento às seguintes informações:

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68
Controle de estoque: Para efetuar novas compras é preciso ter o
controle do quanto se tem estocado na empresa, evitando desta forma
compras desnecessárias;
Controle de Compras: Toda compra efetuada precisa ser dada como
entrada no estoque da empresa, este lançamento deve ser efetuado por meio
de controle de compras;
Controle de consumo: os materiais, equipamentos/suprimentos, etc.,
precisam de um controle rígido de consumo, assim o comprador terá
condições de avaliar o fluxo de consumo e, com isso, a necessidade de novas
aquisições;
Relação de fornecedores: Para facilitar o processo de compras é
preciso manter uma relação atualizada de fornecedores;
Informações técnicas: outro controle que o departamento de compras
deve manter são sobre as especificações técnicas dos produtos, materiais,
equipamentos, suprimentos que são utilizados no dia a dia da organização.
Para que uma técnica de compra atenda as especificidades de uma
organização é necessário que o departamento de compras realize uma
administração eficiente das informações, para que as mesmas estejam
disponíveis sempre que houver necessidade. Esta ação resultará em maior
eficiência e desempenho.
As compras serão realizadas sempre que:

a) Houver necessidade de adquirir um determinado produto, material,


equipamento etc.
b) A empresa tiver disponibilidade de capital para compra;
c) O mercado oferecer condições de compra.

Seja qual for o motivo da compra, é preciso estar sempre atento aos
principais objetivos da empresa, que são: comprar na quantidade certa,
respeitando os padrões de qualidade, selecionar os fornecedores de boa
procedência e buscar preços compatíveis, resultando em maior economia para
organização.

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14.2 TÉCNICAS DE VENDAS

Há algumas décadas eram raras as empresas que se preocupavam em


conhecer as necessidades de seus clientes. Atualmente as empresas que não
buscam saber o grau de satisfação, apurar as opiniões sobre questões críticas
do produto ou serviço prestado pela organização está a um passo da falência.
Mas para que estes conhecimentos sobre o mercado consumidor gerem
vantagem competitiva para organização (transformando-se em vendas) é
necessário saber quem são os nossos clientes, qual sua faixa etária, classe
social, frequência de compra etc., tudo para estreitar o relacionamento
cliente/empresa.
Uma boa técnica de venda (traduzida em uma venda concretizada) tem
como base um relacionamento constituído antes do início do processo de
venda, utilizando-se do restante do tempo na melhoria da qualidade dos
serviços, dos produtos e do próprio relacionamento. Para o desenvolvimento de
uma boa técnica de venda é necessário conhecer o tipo de cliente que a
organização pretende atender.
Vamos classificar os clientes de três formas:

Cliente externo: É quem adquire os produtos e/ou serviços da


empresa, também conhecidos como consumidores finais;
Cliente intermediário: É o que intermedia a venda dos produtos e/ou,
normalmente são chamados de distribuidores e revendedores;
Cliente interno: Conhecido também como colaborador são as pessoas
com as quais nos relacionamos no trabalho.

Este roteiro servirá tanto para uso pessoal como para auxiliá-lo no dia
a dia.
• Estabelecer objetivos específicos e planos para cada visita.
• Conhecimento do produto.
• Conhecimento do negócio.

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• Conhecimento do Mercado.
• Informações sobre concorrência.
• Como executa a abordagem? (postura).
• Organização do material de vendas (quando for o caso).
• Atenção ao escutar o cliente.
• Perguntar, sondar e estimular o cliente.
• Vender benefícios.
• Ajudar o cliente a antecipar o valor do Produto/Serviço.
• Detectar circunstâncias incomuns na entrevista.
• Considerar a concorrência real e em potencial.
• Descobrir e atender às necessidades motivacionais do cliente.
• Determinar os futuros planos do cliente.
• Responder às objeções do cliente.
• Vender a empresa – utilizar pontos importantes da empresa.
• Usar assuntos de interesse do cliente.
• Mostrar a necessidade do produto.
• Fechamento da venda (enfatizando as vantagens e benefícios do
serviço ou produto que você acabou de vender).

15 NOÇÕES FISCAIS

15.1 ESCRITURAÇÃO FISCAL

É o processo de escriturar livros fiscais, com base em notas fiscais


emitidas e recebidas, esta atividade está relacionada com a apuração de
impostos, de modo a atender a legislação do Sistema Tributário Nacional.
Simples Nacional: O Simples Nacional é um regime compartilhado de
arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às microempresas e
empresas de pequeno porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de

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71
dezembro de 2006. Abrange a participação de todos os entes federados
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios). É administrado por um Comitê
Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal
do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios.

15.2 NOTAS FISCAIS

A Nota Fiscal é um documento fiscal que tem por finalidade o registro


de uma transferência de propriedade sobre um bem ou uma atividade
comercial prestada por uma empresa e uma pessoa física ou outra empresa.
Existem situações em que a nota fiscal registra transferência de valor
monetário entre as partes, a nota fiscal também se destina ao recolhimento de
impostos e a não utilização caracteriza sonegação fiscal.
Entretanto, as notas fiscais podem também ser utilizadas em contextos
mais amplos, como na regularização de doações, transporte e empréstimos de
bens, ou prestação de serviços sem benefício financeiro à empresa emissora.
Uma nota fiscal também pode cancelar a validade de outra nota fiscal, como
por exemplo, na devolução de produtos industrializados, outros cancelamentos
ou cancelamento de contratos de serviços.
Outro tipo de nota fiscal existente é a eletrônica. Ela é parte integrante
da substituição da escrituração em papel pela Escrituração Contábil Digital -
ECD, também chamada de SPED-Contábil. A implantação da nota fiscal
eletrônica traz consigo a obrigação de transmitir em versão digital os seguintes
livros: I - livro Diário e seus auxiliares, se houver; II - livro Razão e seus
auxiliares, se houver; III - livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de
lançamento comprobatórias dos assentamentos neles transcritos.
De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 787, de 19 de novembro
de 2007, estão obrigadas a adotar a ECD em relação aos fatos contábeis
ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2008, as sociedades empresárias sujeitas
a acompanhamento econômico-tributário diferenciado, nos termos da Portaria

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RFB nº 11.211, de 07 de novembro de 2007 e sujeitas à tributação do Imposto
de Renda com base no Lucro Real; (Redação dada pela Instrução Normativa
RFB nº 926, de 11 de março de 2009) em relação aos fatos contábeis desde 1º
de janeiro de 2009, as demais sociedades empresárias sujeitas à tributação do
Imposto de Renda com base no Lucro Real. (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 926, de 11 de março de 2009).
Para as demais sociedades empresárias a ECD é facultativa. As
sociedades simples e as microempresas e empresas de pequeno porte
optantes pelo Simples Nacional estão dispensadas desta obrigação.

15.3 SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO

O Sistema Tributário Nacional é o conjunto de normas e instituições


que têm como finalidade instituir e arrecadar os tributos de competência da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
TRIBUTOS é a obrigação imposta aos indivíduos e pessoas jurídicas
de recolher valores ao Estado, ou entidades equivalentes. Segundo o Art. 3º do
CTN (Código Tributário Nacional), “Tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
ação de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada”.
CONTRIBUINTE é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com
habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de
circulação de mercadoria ou prestação de serviço de qualquer natureza ainda
que estas operações e prestações se iniciem no exterior.
Segundo CTN (Código Tributário Nacional), contribuinte é o:

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Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada
ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação
que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua
obrigação decorra de disposição expressa de lei.

15.3.1 Principais Tributos Federais, Estaduais e Municipais

IRPJ – Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas


Imposto federal, recolhido para a Receita Federal, que incide sobre a
arrecadação das empresas. A base de cálculo, a periodicidade de apuração e o
prazo de recolhimento variam conforme a opção de tributação (lucro real,
presumido ou arbitrado), podendo ser trimestral ou mensal. Confira mais
detalhes no site do Banco Central.
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro
Assim como o IRPJ, a contribuição social federal tem apuração e
pagamento definidos pela opção de tributação (lucro real, presumido ou
arbitrado). Sua administração e fiscalização competem à Receita Federal. O
prazo de recolhimento é o mesmo do IRPJ.
PIS/Pasep – Contribuição para os Programas de Integração Social
e de Formação do Patrimônio do Servidor Público
A contribuição federal, administrada e fiscalizada pela Receita Federal,
é apurada mensalmente sobre o valor do faturamento mensal de empresas
privadas, públicas e de economia mista ou da folha de pagamento das
entidades sem fins lucrativos. A alíquota varia de 0,65% a 1,65%. O prazo de
recolhimento é até o último dia útil da quinzena do mês seguinte.
Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
Contribuição federal que incide sobre o faturamento mensal das
empresas. A periodicidade da apuração é mensal e as alíquotas variam de 3 a
7,6%. O prazo de recolhimento é até o último dia útil da quinzena do mês
seguinte.
INSS – Previdência Social

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Todas as empresas que possuem folha de pagamento devem
recolher o INSS (Contribuição Previdência Patronal). A alíquota varia de 25,8 a
28,8%, dependendo da atividade da empresa. O cálculo da contribuição é feito
em cima da folha salarial.
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
O IPI é um imposto federal que incide sobre produtos industrializados
nacionais e estrangeiros. Apurado a cada 10 dias, é recolhido até o 3º dia útil
do decêndio subsequente – no caso de cigarros e bebidas – ou até o último dia
útil do decêndio seguinte – para os demais produtos.

Tributos estaduais:
ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de
Comunicações
Imposto estadual que incide sobre operações relativas à circulação de
mercadorias, de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicações, à entrada de mercadoria importada, ao fornecimento de
mercadorias com prestação de serviço e ao fornecimento de alimentação e
bebidas por qualquer estabelecimento. Por ser um imposto estadual, as
alíquotas variam conforme a localidade. De tudo que é arrecadado, 75% ficam
para o governo estadual e 25% são repassados aos municípios.
Tributos municipais:
ISS – Imposto sobre Serviços
O prestador de serviço, empresa ou autônomo é obrigado a recolher o
ISS. O valor da alíquota varia conforme a legislação de cada município. A
base de cálculo é o preço do serviço, obtido pela receita mensal do
contribuinte de caráter permanente ou pelo valor cobrado na prestação de
serviço eventual.

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15.4 LANÇAMENTO FISCAL

15.4.1 Créditos e Débitos

A mercadoria adquirida com intuito de revenda ou industrialização


deve ser registrada no livro de entradas, sendo o ICMS Destacado na Nota
Fiscal Lançado na coluna créditos. As vendas da produção e as revendas de
mercadoria devem ser registradas no livro de saídas e o ICMS destacado será
lançado na coluna débitos.
Esta operação entre créditos e débitos gera o princípio da não
comutatividade, que consiste em não acumulação do montante pago
anteriormente pela entrada. No caso de o contribuinte ser também indústria,
deverá utilizar um livro de registros de entradas e saídas, modelo próprio, com
destaque do IPI e ICMS pelas compras de mercadorias.

15.5 LIVROS FISCAIS

Segundo Zanluca (2012) salvo legislação especial, o contribuinte do


ICMS deverá manter, em cada estabelecimento, conforme as operações ou
prestações que realizar os seguintes livros fiscais (art. 51, Convênio SINIEF
s/nº, de 15/12/1970, art. 63, e Convênio SINIEF 6/89, art. 87):

I - Registro de Entradas, modelo 1;


II - Registro de Entradas, modelo 1-A;
III - Registro de Saídas, modelo 2;
IV - Registro de Saídas, modelo 2-A;
V - Registro de Controle da Produção e do Estoque, modelo 3;
VI - Registro de Impressão de Documentos Fiscais, modelo 5;

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VII - Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de
Ocorrências, modelo 6;
VIII - Registro de Inventário, modelo 7;
IX - Registro de Apuração do ICMS, modelo 9;
X - Movimentação de Combustíveis.

Pode-se observar abaixo a descrição dos principais livros fiscais:

Registros de entradas: Este livro registra todas as aquisições


realizadas pela empresa. Todas as mercadorias (gerando crédito fiscal ou
não), e principalmente as que estiverem em regime de substituição tributária.
As principais observações realizadas neste são as referentes aos cálculos dos
impostos, se houve aproveitamento intempestivo do crédito fiscal, duplicidade
de lançamentos de entradas, aproveitamento dos créditos fiscais sem
documento original (quando contém apenas cópias), falta de registro de
documento fiscal, etc.
Registro de saídas: No registro de saídas temos os lançamentos
oriundos das operações de vendas realizadas pela empresa. Este registro, em
contrapartida com registros de entradas, são os originários na operação entre
os débitos e créditos fiscais, resultando no montante de impostos que a
empresa vai recolher.
Registro de controle da produção e do estoque: É obrigatório para
as indústrias e estabelecimentos equiparados, estabelecido pelo Regulamento
do IPI, com objetivo de promover o controle de produção e do estoque.
Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de
ocorrência: Um dos livros mais importantes para fiscalização ou auditagem
de uma empresa, pois é nele que ficam registradas as informações
correspondentes à última fiscalização. Nele podem ser observadas
informações como, por exemplo, se a empresa goza de regime especial
concedido ou exigido pela repartição fazendária, os resultados da última
fiscalização, quais as contas que foram verificadas, os livros que foram
examinados, quais os tipos de infrações que foram cometidas (quando for o
caso), etc.

AN02FREV001/REV 4.0

77
Registro de inventário: Neste livro a empresa realiza o lançamento
dos saldos das mercadorias e materiais não comercializados ou consumidos
durante o exercício comercial. Alguns cuidados e observações devem ser
tomados quanto à utilização deste livro, entre eles: verificar a autenticação do
livro no órgão competente; verificar se os registros das mercadorias de
entrada foram todos realizados; verificar cálculos etc.
Registro de apuração de ICMS: O livro de registro de apuração do
ICMS é o livro encarregado da conta corrente do ICMS. Pelos registros de
créditos e débitos que se realiza nele, pode-se apurar o saldo da conta
corrente, verificando se este é devedor ou credor, e se a empresa terá
imposto a recolher ou saldo a transferir ao próximo período. Quando a
utilização deste livro deve-se ter alguns cuidados, tais como: autenticação
obrigatória pela autoridade competente; conferir os valores a serem recolhidos
e as guias de recolhimento dos respectivos impostos entre outros.
Registro de Movimentação de combustível (LMC): O LMC destina-
se ao registro diário, pelo posto revendedor de combustíveis líquidos e
gasosos, dos estoques e de movimentação de compra e venda de gasolina,
óleo diesel, querosene (iluminante), álcool etílico hidratado carburante,
mistura metal/etanol/gasolina e gás automotivo.
Registro de controle de crédito do Ativo Permanente (CIAP): Este
livro destina-se ao controle do crédito do ICMS relativo à aquisição de bem
destinado ao ativo permanente.
Todos os livros são facilmente encontrados nas papelarias, podendo,
também, ser utilizado o Sistema Eletrônico de Processamentos de Dados
(SPED) para sua escrituração.

15.5.1 Contribuições Sociais

As contribuições sociais têm fundamento no art. 149 da Constituição,


que as divide em três subespécies: contribuições sociais em sentido estrito,

AN02FREV001/REV 4.0

78
contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) e contribuições de
interesse das categorias profissionais ou econômicas. As primeiras são
aquelas destinadas ao custeio da seguridade social, as segundas são as
instituídas com o objetivo de regular determinado mercado, para corrigir
distorções (como a CIDE sobre a importação de gasolina, diesel e gás), e as
terceiras são destinadas ao financiamento das categorias econômicas ou
profissionais (OAB, SESI, SENAI, etc.).
As contribuições sociais podem ser subdivididas em: a) previdenciárias,
se destinadas especificamente ao custeio da Previdência Social, e são
formadas pelas contribuições dos segurados e das empresas (art. 20/23 da Lei
nº 8.212/1991); b) e não previdenciárias, quando voltadas para o custeio da
Assistência Social e da Saúde Pública. Por exemplo: a COFINS (Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social), o PIS (Programa de Integração
Social), incidentes sobre a receita ou o faturamento, e a CSLL (Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido), que recai sobre o lucro.
As contribuições previdenciárias são espécies de contribuições sociais,
com a destinação específica de custear o pagamento dos benefícios
previdenciários (sistema atuarial). Há desse modo, como hipótese de
incidência, uma atuação do Poder Público indiretamente vinculado ao
contribuinte: por meio do custeio da seguridade social ele terá direito a ações
gratuitas da saúde pública e, eventualmente, da assistência social e da
previdência social (quando se enquadrar em alguma das hipóteses legais).
Essas contribuições financiam o sistema da seguridade social (e não
retribuem uma atividade específica e divisível do Estado), pois o contribuinte
tem a obrigação de pagá-las, mas não necessariamente irá usufruir algum
benefício ou serviço da previdência social (a menos que cumpra os requisitos).

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79
16 NOÇÕES ADMINISTRATIVAS

16.1 ADMINISTRAÇÃO NAS EMPRESAS

Administração é ato ou processo de gerir, reger ou governar negócios


públicos ou particulares. A palavra administração vem do latim ad (direção,
tendência para algo) e minister (pessoas), e designa o desempenho de tarefas
de direção dos assuntos de um grupo, sendo utilizada em especial em áreas
com corpos dirigentes poderosos, como por exemplo, no mundo empresarial
(administração de empresas) e em entidades dependentes dos governos
(Administração pública).
Outro sentido da palavra refere-se à administração (ou seja, à oferta)
de sacramentos, de justiça, medicamentos, etc. Gestão passou a significar de
forma mais comum a interferência direta dos gestores nos sistemas e
procedimentos empresariais. Em Contabilidade, por exemplo, podem ser
observados dois tipos de gestores: aqueles que observam os preceitos
científicos da matéria ou interferem ao fim do sistema (output), e aqueles que
interferem em qualquer fase do sistema (input, processamento, output). Isto
significa que tais processos são efetivados pelo poder de liderança enfocado
por cada um.
Toda administração apresenta um estilo diferente, cada qual com uma
virtude e uma forma ideal de gestão, mas independente de como cada uma a
administrada, todas buscam o mesmo objetivo, o sucesso da organização
(empresa).
Empresas: É uma entidade constituída legalmente, regida por um
contrato ou estatuto social, na qual são determinados claramente o
funcionamento e o relacionamento a ser mantido e seguido pelos sócios e/ou
acionistas, responsáveis por oferecer produtos ou serviços, atendendo sempre
as necessidades do mercado e principalmente visando o lucro.

AN02FREV001/REV 4.0

80
Uma empresa reúne três fatores de produção ditas essenciais para o
desenvolvimento da atividade econômica, são eles: recursos naturais, capital e
trabalho.
Recursos naturais: É tudo aquilo que a natureza oferece que se torna
indispensável à criação de um produto e/ou serviço. Exemplo: água, minerais
etc..
Capital: São as máquinas, equipamentos e ferramentas utilizadas na
produção dos produtos e/ou serviços. A tecnologia e a informação contribuem
para a eficiência do ser humano, aumentando sua capacidade produtiva.
Trabalho: É realizado pelo ser humano para a produção de
determinado bem, essa contribuição pode ser física ou mental.
É importante ressaltar que administração não se resume à
administração de empresa, sendo pertinente a todo o tipo de empreendimento
humano que reúna, em uma única organização, pessoas com diferentes
saberes e habilidades, sejam vinculadas a instituições com fins lucrativos ou
não. Ela precisa ser aplicada aos sindicatos, às igrejas, às universidades, aos
clubes, agências de serviço social, tanto como nas empresas, sendo
responsável pelos seus desempenhos.

16.1.1 Funções Básicas de uma Empresa

De acordo com os estudos de Henry Fayol, citado por Murillo (2003),


não importa o tamanho e nem a complexidade da empresa, todas possuem as
seis funções básicas, que podem ser observadas abaixo:
Técnica: Representa a unidade produtiva da empresa, ou seja, a
transformação da matéria-prima em bens e serviços;
Comercial: É responsável pelo desenvolvimento da empresa, ou
melhor, pela comercialização dos produtos e/ou serviços. Sua atuação é muito
importante, pois se não há vendas não há receita e tampouco a necessidade
de produzir um bem ou serviço;

AN02FREV001/REV 4.0

81
Contabilidade: Por meio da contabilidade é possível visualizar a
situação financeira da empresa de forma transparente e precisa, fato este que
permite realizar novos investimentos, aquisições e empreendimentos;
Administração: Sua ação é geral, coordenando todas as funções com
precisão, organização e controle;
Segurança: A principal função da segurança é proteger o patrimônio
da empresa, incluindo não somente bens materiais, mas também seus
colaboradores, fornecedores e clientes;
Financeiro: Administra o recurso financeiro, indicando o melhor
momento de realizar pagamentos, aquisições e investimentos sem prejudicar a
saúde financeira da empresa.

16.2 O EMPREENDEDORISMO

Na atualidade o empreendedorismo é um dos temas mais relevantes


dentro da administração. Alguns autores defendem a ideia de que
empreendedorismo é uma atitude nata, outros autores afirmam que o
empreendedorismo pode ser ensinado bastando para isso apenas estímulo e
força de vontade.
Destacam-se abaixo algumas características que fazem parte de
comportamento empreendedor:
Confiança: Mesmo diante de situações adversas, como conflitos ou
novos desafios, mantém o equilíbrio e a confiança;
Persistência: Acredita no seu trabalho e corre em busca do sucesso,
nem que para isso tenha que mudar de estratégia;
Dinamismo: Está sempre buscando novas oportunidades e
apresentando soluções inovadoras;
Flexibilidade: Revê os planos de acordo com as circunstâncias e está
sempre atento às mudanças internas e externas;

AN02FREV001/REV 4.0

82
Criatividade: Busca superar as expectativas, agradando aos outros e
a si mesmo. Utiliza para isso soluções aplicáveis e externas;
Capacidade para assumir riscos: Encara os desafios e riscos com
responsabilidade;
Liderança: Sabe como influenciar pessoas, de modo que possam
atingir os objetivos propostos;
Motivação: Está disposto a aprender e faz com que os outros também
estejam.

Um empreendedor não existe sem as características elencadas acima,


então é importante que você faça uma autoavaliação. Seja honesto consigo
mesmo, busque aprimorar as características empreendedoras que você
possui e trabalhe arduamente naquelas que você ainda não tem, pois
comportamento empreendedor e perfeitamente adquirido, para isso basta ter
persistência e objetivo.

16.2.1 Técnicas Administrativas

Técnicas administrativas são processos que auxiliam o funcionamento


diário de uma empresa, por meio delas é possível criar uma padronização das
ações, facilitando a comunicação e organização da empresa. Exemplos:
Regulamento interno: O regulamento é uma técnica que permite
definir as diretrizes na empresa. Pelo regulamento é possível conhecer a
política da empresa e seu objeto, normalmente é elaborado por líderes de
departamento ou pela administração geral;
Manuais de rotinas: Nos manuais de rotina são determinadas as
normas e os procedimentos para execução de um trabalho, podem ser
elaborados por departamentos e/ou setores específicos. Sua leitura é
obrigatória, para que se possa manter a padronização dos conceitos na
empresa;

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83
Organograma: O organograma é uma técnica que permite conhecer a
estrutura funcional da empresa, ou seja, o organograma e a representação
gráfica do setor e/ou departamento da empresa, com esta técnica é possível
visualizar a relação de mando e subordinação. Os setores e/ou departamento
são representados pela figura geométrica de um retângulo, as linhas contínuas
interligam as figuras de acordo com a autoridade e as linhas pontilhadas
identificam os órgãos de assessoria. O objetivo do organograma é, além de
permitir a visualização da estrutura funcional da empresa, facilitar a delegação
de responsabilidade e melhorar o processo de comunicação.

16.2.2 Planejamento

Planejamento é o caminho percorrido em busca de um futuro desejado,


utilizando-se para isso os meios e alternativos mais eficazes. (ACKOFF, 1979).
O planejamento é aplicável a qualquer tipo ou tamanho de empresa. Com
planejamento é possível antever as consequências geradas por uma decisão,
minimizando os erros que podem ser prejudiciais ao andamento da empresa,
tais como: a compra indevida de máquinas e equipamentos, desperdício de
matéria-prima, redução do quadro de colaboradores, etc.
Além de determinar os objetivos da empresa o planejamento também
nos permite:
a) Determinar estratégias;
b) Direcionar esforços;
c) Distribuir recursos;
d) Definir com clareza as ações;
e) Integrar e motivar todos na empresa em um único objetivo.

É importante que o planejamento seja realizado com clareza e de


acordo com os objetivos a serem alcançados pela empresa, caso contrário,
será uma perda de tempo, um trabalho sem utilidade. Com planejamentos a

AN02FREV001/REV 4.0

84
empresas conseguem criar um diferencial para manter-se no mercado,
evitando o seu desaparecimento.

16.3 TÉCNICAS DE ARQUIVAMENTO

Os documentos sempre representaram um importante papel na


empresa e por isso devem ser tratados com funcionalidade e qualidade. Antes
de destruir qualquer documento é preciso avaliar a sua importância e valor, e
os demais deverão ser armazenados com segurança, precisão e simplicidade.
Abaixo algumas definições importantes para um arquivamento eficiente:
Arquivo: Conjunto de documentos que independentemente da
natureza ou do suporte são reunidos por acumulação ao longo das atividades
de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas;
Ativo: Documentos que se encontram em fase de conclusão e, por
esse motivo, estão em constante uso;
Morto: Documentos que possivelmente poderão ser utilizados no
futuro.

MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO: A escolha do método de


arquivamento deve considerar as características dos documentos a serem
classificados. Os métodos básicos de arquivamento mais utilizados são os
seguintes:
a) Alfabético;
b) Geográfico;
c) Numérico simples;
d) Ideográfico.

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85
16.4 GERENCIANDO O TEMPO

Muitos profissionais ainda possuem dificuldades em gerenciar o seu


tempo. Por conta disso, vários compromissos deixam de ser cumpridos, novas
e antigas tarefas deixam de ser executadas e terminam por acumular. Não é
tão difícil e nem impossível gerenciar o tempo de forma a atender os
compromissos pessoais e as atividades rotineiras da empresa. O primeiro
passo é organizar as tarefas que realmente precisam ser realizadas naquele
dia, não se esquecendo de relacionar as atividades pessoais, como estudo,
lazer, saúde, etc. Para isso algumas perguntas têm de ser respondidas,
observe:
a) O que faço no meu dia a dia que não precisaria ser feito?
b) Tem alguma coisa que eu faço que possa ser executada por outra
pessoa?
c) Só eu posso fazer aquilo que estou fazendo?
d) O que eu deveria fazer que não estou fazendo?

Mediante as respostas a essas questões podem-se planejar as


atividades pessoais e profissionais diárias para que se possa cumprir com as
atividades planejadas, corrigindo alguma conduta que esteja desviando a
atenção e desperdiçando o tempo. Relacionam-se abaixo algumas condutas
que podem causar desperdício de tempo:

a) Falta de planejamento e organização;


b) Fluxo de telefonemas desnecessários;
c) E-mails sem importância;
d) Constantes interrupções;
e) Marcar vários compromissos ao mesmo tempo;
f) Executar o mesmo trabalho várias vezes;
g) Não ter autodisciplina;
h) Adiar tarefas importantes;

AN02FREV001/REV 4.0

86
i) Não estabelecer prioridades e controles.

Para estabelecer o controle sobre o tempo é necessário estabelecer


um referencial temporal para cada tarefa a ser executada, por exemplo:
elaborar um relatório em 40 minutos. Se você determinou este tempo faça de
tudo para cumpri-lo. Um bom começo para uma administração de tempo eficaz
é manter uma boa organização pessoal, ações simples, como organizar a
mesa de trabalho, verificar documentos que podem ser inutilizados, criar pastas
de tarefas etc.

17 REDAÇÂO COMERCIAL

A redação comercial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso da


norma padrão da linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
Em empresas privadas a redação comercial é utilizada na elaboração de
cartas, contratos, memorandos, circulares, avisos, procuração, relatórios e
documentos em geral.
Abaixo seguem exemplos dos principais tipos de redação comercial:

Ofício: Um ofício é uma correspondência oficial, enviada normalmente


a funcionários ou autoridades públicas. O ofício é o tipo mais comum de
correspondência oficial expedido por órgãos públicos, em objeto de serviço.
Seu destinatário, no entanto, além de outro órgão público pode ser também um
particular. O conteúdo do ofício é matéria administrativa, mas pode vincular
também matéria de caráter social, oriunda do relacionamento da autoridade em
virtude de seu cargo ou função.

Ex:
OFÍCIO DE SOLICITAÇÃO

AN02FREV001/REV 4.0

87
Ofício nº ___/___

Senhor (nome do destinatário)


(cargo)
(empresa ou órgão)

Eu, (nome), brasileiro, (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob o nº


(informar), residente e domiciliado à (informar endereço), sirvo-me do
presente para solicitar a Vossa Excelência (descreva sua solicitação)
com a finalidade de (descrever o fim a que se deve o pedido).

Limitado ao exposto, fique com meus votos de estima e consideração.

(localidade), (dia) de (mês) de (ano)

(assinatura)
(seu nome)

________

Cartas: A carta é o elemento postal muito importante, constitui-se em


um meio de comunicação visual, formada por algumas folhas de papel
fechadas em um envelope ou não, que é selado e enviado ao destinatário da
mensagem por meio do serviço dos Correios. Em suma, a carta é um papel
que se pode escrever sobre qualquer assunto para uma pessoa específica ou
não. A carta é uma forma simples de escrever para alguém.

AN02FREV001/REV 4.0

88
Ex:
São Paulo, 14 de novembro de 2012
Prezado professor, Luís Silva

Gostei bastante de ler sua entrevista no jornal “O jornaleco”, na edição


desse domingo. Concordo plenamente com suas opiniões. De acordo com o
diretor da Microsoft, o cerne do problema reside no fato de que o professor
precisa aceitar que vivemos em uma sociedade em constante evolução,
principalmente devido ao surgimento de tecnologias avançadas e atrativas.
Indubitavelmente, ele deve atuar como um “facilitador” de ensino, em sintonia
com as necessidades reais de seus alunos e procurando se ajustar à realidade
atual.
Espero poder ler outras entrevistas em que o Senhor se posicione em
relação a outros problemas dentro da educação.

Atenciosamente,
George Washington

Contratos: Um contrato é um vínculo jurídico entre dois ou mais


sujeitos de direito correspondido pela vontade, da responsabilidade do ato
firmado, resguardado pela segurança jurídica em seu equilíbrio social, ou seja,
é um negócio jurídico bilateral ou plurilateral. É o acordo de vontades, capaz de
criar, modificar ou extinguir direitos. As cláusulas contratuais criam lei entre as
partes, porém são subordinados ao Direito Positivo. As cláusulas contratuais
não podem estar em desconformidade com o Direito Positivo, sob pena de
serem nulas.

Ex: CONTRATO

AN02FREV001/REV 4.0

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CONTRATANTE (Tomador(a) de Serviços): Sr(a).
_________________________________________ brasileiro(a), residente e
domiciliado(a) na Rua _______________________, n°________, Cidade de
_________________, Estado ___________________, CPF ou CNPJ:
_____________________.

CONTRATADO (Prestador(a) de Serviços): Sr(a).


_________________________________________ brasileiro(a), residente e
domiciliado(a) na Rua _______________________, n°________, Cidade de
_________________, Estado ___________________, CPF ou CNPJ:
_____________________.

Referente à Prestação de Serviços do tipo:


_____________________________________________
_______________________________________________________________
_______________.

Pagamento da quantia de R$ ________,____,


(_________________________________________)(valor por extenso), será
efetuado de forma _________________________ sempre subsequente a
competência. OU Pagamento parcelado mensal/semanal de ____ vezes de R$:
________,____ (____________________________________)(valor por
extenso) será efetuado todo _____ dia do mês/semana, sempre subsequente à
competência.

O Contratado fornecerá as ferramentas, material e pessoal necessário,


responsabilizando-se inclusive pela limpeza que for necessária.

AN02FREV001/REV 4.0

90
O prazo da obra ou serviço é de _____ (horas, dias, semanas, meses), a
contar desta data e a terminar em _____/_____/_____.

Multa de R$:__________ será cobrada caso haja atraso de mais de _________


dias para a entrega da obra ou serviços.

Multa de R$:__________ será cobrada caso haja atraso de mais de _________


dias no(s) devido(s) pagamento(s).

O Contratado responderá por danos que resultem da imperícia ou negligência


sua ou de seus empregados, segundo os princípios gerais de responsabilidade.

As partes elegem o foro de _____________, ____ para dirimirem quaisquer


dúvidas decorrentes do presente contrato.

Testemunha 1: _______________________________________________
Testemunha 2: _______________________________________________

O Contratante e o contratado concordam e estão ajustados com todas as


normas e cláusulas estipuladas neste contrato e assim assinam o presente
termo em 2 (duas) vias de igual teor, os quais passam a ter força legal entre as
partes.

Local e Data: ____________________________,____ de ________________


de 20___.

___________________________________
Assinatura do CONTRATANTE

AN02FREV001/REV 4.0

91
Memorando: O memorando representa um gênero textual que se constitui de
características específicas. Trata-se de uma comunicação interna que veicula
as unidades administrativas de empresas e os órgãos públicos.
Ex:
Memorando nº (informar) Em, (dia) de (mês) de (ano).

Ao Senhor (indicar o nome e/ou cargo):

Assunto: Aquisição de Equipamentos de Informática.

Nos termos do plano de estratégia estabelecido na reunião mensal de julho


deste ano, solicitamos a Vossa Senhoria a tomada de orçamentos para
aquisição de novos equipamentos de informática para o departamento de
Recursos Humanos.

As especificações deverão ser obtidas junto ao departamento de informática e


os orçamentos deverão ser apresentados na próxima reunião, que ocorrerá no
próximo dia 28 para deliberação.

Atenciosamente,

(assinatura)
(nome completo)
(cargo)

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92
Circular: É uma carta destinada a funcionários de um determinado setor,
remetida pelo chefe da repartição ou do departamento. Têm o objetivo de
transmitir normas, ordens, avisos, pedidos, ou seja, de delimitar
comportamentos e homogeneizar condutas de um grupo de pessoas.
Ex:
Fundação Terceiridade
CNPJ: 32.003.003/0001-01
Rua do João, 600
640030-300 – Porto Alegre – RS

CIRCULAR Nº 02/09. Em 16 de fevereiro de 2009.

Ementa: Feriado de carnaval

Senhores funcionários:

Comunicamos que no dia 21 deste mês teremos expediente normal. Porém,


nos dias 23 e 25 que, respectivamente, antecede e precede a data do feriado
(24), não haverá expediente. Em relação a este fato, estimo bom descanso a
todos.

Atenciosamente,

___________________
Joaquim João de Oliveira.
Gerente administrativo

AN02FREV001/REV 4.0

93
Relatórios: Um relatório é um conjunto de informações utilizado para
reportar resultados parciais ou totais de uma determinada atividade,
experimento, projeto, ação, pesquisa, ou outro evento que esteja finalizado ou
em andamento. Os elementos principais de um relatório são: abertura; local;
data; departamento (quando for o caso); Introdução (mencionar o fato que esta
sendo analisado); Texto (detalhar os fatos e ocorrência); Conclusão
(providências a serem tomadas) e Finalização.
Avisos: Sua finalidade é advertir, notificar e regulamentar. Este
documento alerta sobre algo que foi liberado ou proibido e deve ser seguido.
Procuração: A procuração, também conhecida como mandato, é o ato
pelo qual alguém concede a outrem poderes para representá-lo e praticar,
responder ou exercer atividades em seu próprio nome. Quem nomeia é
denominado de outorgante e o que é nomeado, de procurador.

Ex:
PROCURAÇÃO

POR MEIO DO PRESENTE INSTRUMENTO PARTICULAR DE MANDATO,


OUTORGANTE: _________________________________, Brasileiro(a),
_____________________, (Estado Civil),
__________________________(Profissão), RG nº:
_________________________, C.P.F. nº: ___________________________,
residente(s) e domiciliado(s) na Rua: ____________
_____________________________, nº: ________, bairro:
______________________________, CEP: ____________, Cidade:
_______________________________, Estado: _______________ nomeia e
constitui como seu(s) procurador(es) o(s) Sr.(s)/Sra.(s),

OUTORGADO: _________________________________, Brasileiro(a),


_____________________, (Estado Civil),
__________________________(Profissão), RG nº:
_________________________, C.P.F. nº: ___________________________,

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94
residente(s) e domiciliado(s) na Rua: ____________
_____________________________, nº: ________, bairro:
______________________________, CEP: ____________, Cidade:
_______________________________, Estado: _______________.

OUTORGADO: _________________________________, Brasileiro(a),


_____________________, (Estado Civil),
__________________________(Profissão), RG nº:
_________________________, C.P.F. nº: ___________________________,
residente(s) e domiciliado(s) na Rua: ____________
_____________________________, nº: ________, bairro:
______________________________, CEP: ____________, Cidade:
_______________________________, Estado: _______________.

Outorgando-lhe(s) amplos gerais e ilimitados poderes, inerentes ao bom e fiel


cumprimento deste mandato, bem como para o foro em geral, conforme
estabelecido no artigo 38 do Código de Processo Civil, para que possam assim
realizar todos os atos que forem necessários ao bom e fiel cumprimento deste
mandato, inclusive: comprar, vender, ceder imóveis ou veículos, passar
recibos; emitir e assinar notas promissórias, abrir, encerrar e movimentar conta
corrente ou poupança, assinar, emitir, descontar e endossar cheques, assinar
todos os documentos necessários para requerer benefício, admitir e dispensar
empregados, receber mensalmente salário, adquirir e retirar documentos
perante qualquer órgão do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) ou
outras entidades governamentais de repartições públicas Federais, Estaduais e
Municipais também junto a particulares ou empresas privadas.

Dando tudo por bom e valioso, cessando os efeitos deste a partir da(o)
______________________
_______________________________________________________________
______ (finalidade) OU a partir do dia ____/____/______.

AN02FREV001/REV 4.0

95
Cidade: __________________________, UF: ________,
Data:______de___________________de______.

_____________________________
(Assinatura do Outorgante)

18 RECURSOS HUMANOS

A ciência que se dedica à área de gestão de uma empresa relativa aos


colaboradores de uma organização chama-se gestão de Recursos humanos.
Também se dá a mesma designação ao departamento ou à pessoa
responsável por selecionar, contratar, formar e reter os trabalhadores de uma
empresa.
As políticas dos RH (recursos humanos) têm o objetivo de alinhar o
esforço dos empregados com a estratégia da empresa. A função é
contemplada em áreas como Recrutamento e Seleção, Remunerações e
Benefícios (regalias sociais), Formação e Desenvolvimento, etc.
Uma das principais tarefas dos gestores de recursos humanos no
ambiente empresarial é a implementação de relatórios e mapas de
desempenho de pessoal. Estas avaliações visam o melhor aproveitamento das
competências dos colaboradores sob critérios de custo, proporcionar um clima
de trabalho harmonioso (companheirismo) e desenvolver o potencial humano
de cada trabalhador.
A intenção é fazer com que o funcionário se sinta satisfeito com o seu
trabalho, seja incentivado e devidamente recompensado com vista a um
desempenho máximo para o alcance das metas da empresa. Esses mapas e
relatórios também objetivam combinar as promoções de pessoal (progressão
na carreira) e as atividades de formação, bem como identificar possíveis

AN02FREV001/REV 4.0

96
falhas na execução das atividades funcionais e consequentemente sua
correção.
Outro aspecto chave na administração dos recursos humanos é a
política salarial, que se propõe a distribuir de forma equitativa o orçamento
para retribuir aos colaboradores num período de tempo determinado, com
base em critérios relacionados com os méritos e o desempenho de cada um.
As ferramentas tecnológicas que permitem a interface entre a gestão
dos recursos humanos e as tecnologias da informação são conhecidas como
Sistemas de Administração de Recursos Humanos (SARH) ou Sistemas de
Informação de Recursos Humanos (SIRH).

18.1 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

Atualmente as organizações buscam por pessoas eficazes e


dinâmicas, capazes de aumentar a perspectiva de vida das empresas e,
consequentemente, alcançar o sucesso, várias competências são avaliadas
sempre buscando o preenchimento da vaga pela pessoa se encontra mais
preparado para o cargo em questão. Os objetivos organizacionais podem ser
atingidos somente com, e por intermédio de pessoas, por isso a importância
do cuidado com a condução do processo de seleção.
Quando a seleção é realizada adequadamente garante a entrada de
pessoas de alto potencial e qualidade na organização, que é o objetivo de
qualquer empresa, pois o lado humano da empresa deve apresentar
coerência em termos de políticas e práticas de recrutamento e seleção.
“Recrutamento é o processo de atrair candidatos para uma vaga, anunciando
e tornando atrativo para candidatos disponíveis no mercado. Buscando
candidatos dentro e fora da organização”. (CHIAVENATO, 1983).
O recrutamento nunca teve importância tão significativa nos resultados
de uma empresa como na atualidade, uma prática bem desenhada, integrada
terá um impacto positivo na empresa e, o inverso, um resultado prejudicial

AN02FREV001/REV 4.0

97
para toda a organização, visto que atualmente o capital humano é o maior
diferencial de uma organização.
Por isso, se a escolha de pessoas é realizada da melhor e mais
eficiente forma possível, visando o benefício da empresa, esta já tem grande
chance de obter sucesso, com base nas pessoas que a compõem. Por isso, o
processo de seleção merece atenção especial, já que é ele que vai definir, por
diferentes modos e com diferentes estratégias, qual candidato ficará com a
vaga.
E todo processo de seleção deverá ter um planejamento estratégico,
com objetivos de longo prazo, para que eventuais ocorrências (desligamento
do funcionário por não adequação ao cargo) não venham a prejudicar o bom
andamento da empresa, principalmente se os substitutos não forem
eficientemente selecionados. (CASSIMIRO, 2012).

18.1.1 Políticas de Cargos e Salários

Gestão de Cargos e Salários ocupa atualmente uma posição-chave no


recrutamento e manutenção dos recursos humanos das empresas. A política
de cargos e salários precisa propiciar um ambiente de motivação e
produtividade, eliminando as incoerências e distorções que possam causar
desequilíbrios salariais ou a insatisfação das pessoas.
O objetivo principal do plano é estabelecer uma política eficaz para a
ascensão profissional dos seus colaboradores, de acordo com suas aptidões
e desempenho, bem como subsidiar o desenvolvimento no plano de carreiras
com vistas a atingir os objetivos da empresa.
Desta forma, resumidamente os objetivos da política de cargos e
salários são:
a) Definir as responsabilidades e atribuições de cada cargo;
b) Proporcionar o equilíbrio de remuneração interna e externa;
c) Atrair e reter os recursos humanos;

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98
d) Tornar clara a política de salários, atendendo à legislação
trabalhista;
e) Benefícios da Política de Cargos e Salários;
f) Possibilita o desenvolvimento de outros subsistemas de recursos
humanos, como o recrutamento e seleção e o treinamento e desenvolvimento;
g) Equidade nos interesses econômico-financeiros da organização
com os interesses profissionais e de qualidade de vida dos colaboradores;
h) Estabelece políticas e regras de remuneração proporcionando
decisões coerentes e fundamentadas.

As etapas de realização do programa de cargos e salários são:

a) Planejamento e divulgação do programa de cargos e salários;


b) Organização e estruturação dos cargos;
c) Descrição dos cargos;
d) Avaliação dos cargos;
e) Pesquisa Salarial;
f) Política de Administração;
g) Enquadramento de cargos e salários.

A implantação de uma política de cargos e salários significa dotar a


empresa de um mecanismo que possibilite a definição de parâmetros justos
na definição das remunerações, uma vez que leva em consideração uma
análise acurada do grau de dificuldade e exigência inerente a cada cargo,
bem como o nível de responsabilidade e qualificação (dos candidatos)
necessárias para exercê-lo.
Portanto, gerir a questão salarial na empresa com uma política de
cargos e salários bem definida, elaborada e respeitada, garantirá certa
blindagem em relação a custos elevados gerados por alta rotatividade e,
principalmente, oferecerá ao funcionário a certeza de que sua remuneração
obedece a um critério de avaliação exclusivamente técnico. Não ficará,

AN02FREV001/REV 4.0

99
portanto, sujeita a interpretações pessoais e subjetivas, que poderiam
descaracterizar seu valor.

18.2 CARGOS E FUNÇÕES

18.2.1 Cargos

É uma composição de funções ou atividades equivalentes em relação


às tarefas a serem desempenhadas, o qual é definido estrategicamente na
busca da eficiência da organização. A análise de um cargo e sua descrição
são formas de auxiliar na contratação do empregado dentro do perfil desejado
pela empresa.

18.2.2 Funções

Função é o conjunto de responsabilidades e tarefas que estão


relacionadas com esse cargo. A descrição de função divide-se em:
a) Descrição Sumária - descreve de forma sucinta as principais
atribuições do cargo;
b) Atribuições - descreve de forma detalhada, todas as atividades que o
empregado realiza;
c) Requisitos básicos da função - define o mínimo indispensável de
formação e conhecimentos para o exercício de cada função.

FIM DO MÓDULO III

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100
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
ASSISTENTE CONTÁBIL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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101
CURSO DE
ASSISTENTE CONTÁBIL

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências
Bibliográficas.

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102
MÓDULO IV

19 IMÓVEL

Para falar do conceito de imóvel vamos primeiro relembrar o que são


bens: são coisas materiais e concretas úteis aos homens e de expressão
econômica, susceptíveis de apropriação. Desta forma, são imóveis:
a) Aqueles que não podem ser removidos de um lugar para o
outro sem destruição e os assim considerados para os efeitos legais
(artigos 79 e 80 do Código Civil).
Dividem-se em:
(I) imóveis por natureza (artigo 79, 1ª parte do Código Civil);
(II) por acessão natural (artigo 79, 2ª parte do Código Civil);
(III) por acessão artificial ou industrial (artigo 79, 3ª parte do Código
Civil); e por determinação legal (artigo 80 do Código Civil).

19.1 ALUGUEL

É a contraprestação paga em troca de uma locação. O mais comum é


que seja fixado em dinheiro e pago periodicamente. Mas pode ser pago de uma
vez só. Prestem atenção: é contravenção penal receber aluguel antecipado que
seja garantido (art. 43 da Lei nº 8.245). A pena é de prisão simples de cinco
dias a seis meses ou multa de três a 12 meses do valor do último aluguel.
O aluguel é sempre devido enquanto o bem estiver à disposição do
locatário. Não importa se ele ainda não tiver aberto um estabelecimento
comercial. A lei também proíbe a elevação forçada do valor do aluguel. Todo

AN02FREV001/REV 4.0

103
contrato de locação se renova imediatamente por tempo indeterminado se as
partes se mantiverem silentes. Não pode o senhorio aumentar unilateralmente
o valor do aluguel, sem antes conversar com o inquilino. Se houver cobrança
forçada, o inquilino poderá ir ao Judiciário pedir que o juiz arbitre um valor de
mercado.
O aluguel, em geral, é pago no domicílio do locatário, a não ser que se
estipule em contrário. Pode ser estipulado de maneira diferente. Ação de
despejo para imóveis, combinada com cobrança de aluguéis é a ação cabível
para o caso de o inquilino incorrer em alguma hipótese de rescisão contratual.
Em se tratando de locação de bens móveis, a medida é busca e apreensão.
Note que não cabe imissão na posse no contrato de locação.

20 DESPESAS DE VENDAS ADMINISTRATIVAS

Despesa é o encargo necessário para comercialização dos bens ou


serviços, objetos da atividade da organização, bem como e essencial para a
manutenção da estrutura empresarial, independentemente da sua frequência.
Godoy (2007) esclarece que as despesas de vendas representam os
gastos de promoção, colocação e distribuição dos produtos da empresa, bem
como os riscos assumidos pela venda, tais como:
a) despesas com o pessoal da área de vendas: salários, gratificações,
férias, 13º salário, encargos sociais, assistência médica, comissões sobre
vendas;
b) propaganda e publicidade;
c) gastos com garantia de produtos;
d) utilidades e serviços: transporte, depreciação e manutenção de
bens, energia elétrica, telefone, água.
A despesa, embora direta ou indiretamente necessária para a geração
da receita, não está associada à prestação do serviço ou à produção do bem,
não sendo, portanto, agregada ao custo.

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104
20.1 DESPESA COM PESSOAL

Sob o ponto de vista técnico contábil, despesa com pessoal é todo e


qualquer recurso consumido ou aplicado pela entidade na remuneração direta
ou indireta de seus funcionários. Também são despesas com pessoal os
encargos sociais previstos em lei e os benefícios oferecidos espontaneamente,
ou concedidos em razão de previsão legal, de acordos firmados entre
empregador e empregados ou de decisões judiciais.
Administrativamente, os gastos com pessoal podem ser classificados
da seguinte forma:
a) obrigações legais e contratuais, garantidos pela Constituição
Federal, pela CLT e legislação trabalhista e previdenciária;
b) obrigações firmadas por meio de acordos, convenções ou dissídios
coletivos;
c) liberalidades da empresa.
Parcela significativa das despesas com pessoal está compreendida
entre as verbas e encargos sociais que transitam pela folha de pagamento de
salários, tais como:
d) a remuneração direta e indireta do empregado – salários, descanso
semanal remunerado, horas-extras, gratificações, adicionais noturnos,
adicionais de insalubridade, comissões, férias, terço constitucional, 13º salário,
aviso-prévio, participações nos lucros, multa rescisória de 40% de FGTS,
salário-maternidade, licença-paternidade, auxílio-doença;
e) os encargos sociais incidentes sobre a remuneração – contribuição
previdenciária do empregador, subdividida em contribuição previdenciária,
contribuição a terceiros e seguro acidente do trabalho, e a contribuição ao
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço etc.
Alguns benefícios concedidos pela empresa aos empregados, por
iniciativa própria ou compulsoriamente, por não ser parte integrante da base de
cálculo da contribuição previdenciária, nem do Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço, ou do Imposto de Renda Retido na Fonte, não são incluídos entre

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105
as verbas do empregado. Apenas a parcela descontada do empregado,
quando houver, é que figura na folha de pagamento, entre os descontos.
São exemplos desses gastos: o vale-transporte, a alimentação, os
planos de assistência médica, auxílio-creche, contribuição da empresa para
fundos de pensão, seguro de vida em grupo, bolsas de estudos, treinamentos
etc. Também integram os gastos com pessoal os encargos de depreciação,
arrendamento mercantil, aluguel e/ou manutenção de utilidades fornecidas aos
empregados, tais como moradia, veículos etc.
Uma despesa ou gasto poderá ser um custo de produção ou uma
despesa operacional, de acordo com a função do empregado que o consumiu
ou dele foi beneficiado. A definição técnica de despesa é “o sacrifício de
recursos para se obter receita”, normalmente atribuída ao mês de competência,
conforme prescrevem os princípios contábeis. (RIBEIRO, 2005).
Diante disso, todo o gasto incorrido com o pessoal de produção, se foi
realizado para a obtenção de um produto ou para a execução de um serviço, é
custo de produção. E todo gasto realizado com o pessoal administrativo e dos
setores comerciais que são realizados para a obtenção das receitas do
período, são despesas.
A natureza do gasto é indicada pela função do funcionário dentro da
empresa. Logo, os gastos com pessoal devem ser classificados de acordo com
a atividade realizada pelo funcionário, a saber:
a) os gastos incorridos com o pessoal de produção de bens ou de
serviços são classificados como custos de produção;
b) os gastos referentes ao pessoal da administração são classificados
como despesas administrativas;
c) os gastos relativos ao pessoal alocados nos setores de vendas são
classificados como despesas comerciais.

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106
20.1.1 Salários e Ordenados

Nunes (2007) conceitua salário como o rendimento que os


trabalhadores recebem em troca do trabalho que despendem no processo
produtivo. Em outras palavras, o salário é o valor pago aos trabalhadores em
troca de determinada quantidade de trabalho. Sendo um determinado valor, o
salário é estabelecido, tal como qualquer outro preço, no mercado (neste caso
no mercado de trabalho), por meio do encontro entre quem oferece (os
trabalhadores) e quem o procura (as empresas).
Ocio (1978) explicita que os salários são determinados pelo custo de
reprodução da mão de obra. Por conseguinte, os salários pagos aos
trabalhadores mais qualificados, cujo custo de formação é mais elevado,
corresponderão a salários maiores. Ao mesmo tempo este autor esclarece que,
dependendo do nível de especialização, também gozarão de condições de
mercado mais favoráveis. Assim, o preço de mercado do trabalho qualificado
tenderá a ser mais elevado do que seu preço natural ou custo de reprodução.
Por ordenado entendemos a remuneração da classe burocrática ou
tecnoburocrática. Os ordenados, segundo Ocio (1978) não dependem do custo
de reprodução da burocracia. Sua determinação varia de acordo com a posição
hierárquica que burocratas e técnicos ocupam na escala social, própria da
divisão funcional do trabalho, em determinada organização.

20.2 FÉRIAS

Férias é o período de descanso anual, que deve ser concedido ao


empregado após o exercício de atividades por um ano, ou seja, por um período
de 12 meses, período este denominado “aquisitivo”. As férias devem ser
concedidas dentro dos 12 meses subsequentes à aquisição do direito, período
este chamado de “concessivo”.

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107
O artigo 7º da Constituição federal (CF) de 1988 diz que: “É
assegurado a todo trabalhador o gozo de suas férias anuais remuneradas com
pelo menos 1/3 a mais que o salário”. O artigo 130 da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT) traz que:

Após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho,


o empregado terá direito às férias nas seguintes proporções:
- 30 dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5
vezes;
- 24 dias corridos, quando houver tido de 6 a 14 faltas;
-18 dias corridos, quando houver tido de 15 a 23 faltas;
-12 dias corridos, quando houver tido de 24 a 32 faltas.

Acima de 32 faltas o trabalhador perde o direito às férias. O parágrafo


1º do artigo acima nos trás que: “é vedado descontar do período de férias as
faltas justificadas do empregado ao serviço”. Parágrafo 2º do art.130 explicita
que: “O período de férias é computado no tempo de serviço”.

A) Art. 130 da CLT (regime de trabalho semanal)

Na modalidade de regime de tempo parcial, após cada período de 12


(doze) meses de vigências do contrato de trabalho, o empregado terá direito a
férias, na seguinte proporção:
- 18 dias corridos para duração de trabalho semanal superior a 22
horas até 55 horas;
- 16 dias corridos para duração de trabalho semanal superior a 20
horas até 22 horas;
- 14 dias corridos para duração de trabalho semanal superior a 15
horas até 20 horas;
- 12 dias corridos para duração de trabalho semanal superior a 10
horas até 15 horas;
- 10 dias corridos para duração de trabalho semanal superior a 05
horas até 10 horas;
- 08 dias corridos para duração de trabalho igual ou inferior a 05 horas.

Acima de 7 faltas sem justificativa perde-se o direito às férias.

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108
B) Prescrição das férias: Art.149 da CLT

A prescrição do direito de reclamar as férias ou a sua concessão, bem


como o seu pagamento (remuneração), será contada do término do prazo
mencionado no art. 134 ou, se for o caso, da cessação do término do contrato
de trabalho.
Artigo 7º da CF 88: “A ação quanto aos créditos resultantes das
relações do trabalho prescrevem em 5 anos para o trabalhador urbano, até o
limite de 2 anos após a extinção do contrato de trabalho”.

C) Aviso de Férias: art. 135 da CLT: “A concessão de férias será


participada por escrito ao empregado com antecedência mínima de 30 dias”.
Lançamento de férias em folha de pagamento: as férias concedidas aos
empregados, sejam simples ou em dobro, sofrem incidência de encargos
sociais e deverão ser lançadas em folha de pagamento para apuração de
INSS, FGTS e IRRF.

D) Período aquisitivo- extinção e continuação:

Art. 133 da CLT - Perderá o direito às férias o empregado que no curso


do período aquisitivo:
- Deixar o emprego e não for admitido dentro de 60 dias
subsequentes à sua saída.
- Permanecer em gozo de licença com percepção de salários por
mais de 30 dias.
- Tiver percebido da previdência social prestações por acidente do
trabalho ou de auxílio doença por mais de (seis) meses, embora descontínuos.
- Deixar de trabalhar com percepção de salários por mais de 30 dias
em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa.

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Art. 133 § 2º da CLT - Inicia-se o decurso de um novo período
aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições
previstas neste artigo, retornar ao serviço.
Ex: 10/01/2011 a 12/02/2012 (período aquisitivo)
Período de afastamento 12/02/2012 a 12/03/2012 (férias - período
de afastamento).

Art.134 da CLT - As férias serão concedidas por ato do empregador


em um só período nos 12 meses subsequentes à data em que o empregado
tiver adquirido o direito.
§1º - somente em casos excepcionais serão concedidas as férias em
dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos.
Ex: Período aquisitivo: 01/06/2011 a 01/06/2012
Período de afastamento (férias em dois períodos): 01/06/2012 a
12/06/2012

Art. 142 da CLT - O empregado perceberá durante as férias a


remuneração que lhe for devida na data de sua concessão. Se ocorrer
reajustes salariais na empresa durante as férias do empregado, este fará jus ao
complemento do valor recebido.
§5º: os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubridade ou
perigoso serão computados no salário, que servirá de base para o cálculo das
férias.

Art. 145 da CLT - O pagamento da remuneração das férias e se for o


caso do abono referido no art.143 serão efetuados até dois dias antes do início
do respectivo período.
Parágrafo único: o empregado dará quitação do pagamento com
indicação de início e término das férias.

Férias em dobro: Art. 137 da CLT

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110
Sempre que as férias forem concedidas após o prazo que trata o
art.134 (após 12 meses subsequentes à data em que o empregado tiver
adquirido o direito às férias), o empregador pagará em dobro a respectiva
remuneração.

Art.143 da CLT - É facultado ao empregado converter 1/3 do período


de férias a que tiver direito em abono pecuniário no valor da remuneração que
lhe seria devida nos dias correspondentes.
§1º o abono de férias deverá ser requerido 15 dias antes do término do
período aquisitivo, o cálculo da conversão do 1/3 das férias em abono é feito
por meio da seguinte formula: dias que tem direito dividido por 3.

Férias proporcionais: Art. 147 da CLT


O empregado que for dispensado sem justa causa ou cujo contrato de
trabalho se extinguir em prazo predeterminado antes de completar 12 meses
de serviço terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias.

Fórmula de calculo: Dias* mês: 12 = dias que tem direito

Férias coletivas: A legislação permite que o empregador dê férias


coletivas para os departamentos que julgar necessário. A empresa não precisa
parar por completo, mas somente as áreas mais afetadas pelo período de
baixa. Segundo a contadora, para que tudo saia conforme a lei e sem
prejuízos, o ideal é que as férias coletivas sejam planejadas junto do calendário
de férias individuais da equipe.
As férias coletivas podem ser objeto de acordo coletivo entre o
empregador e o sindicato. Na falta deste item no acordo, pode o empregador
fixar o regime e a época das férias coletivas dos empregados. Para esse fim,
deverá o empregador comunicar a DRT (Delegacia Regional do Trabalho) e o
sindicato, sua intenção por escrito, pelo menos 15 dias antes do início das
férias coletivas.

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111
Sobre as férias coletivas incidirão normalmente as verbas e encargos
de férias normais, entretanto deve-se ter atenção com os empregados com
menos de um ano na empresa, o período de suas férias ficam alterados, face
às férias coletivas de trabalho.
Nas férias coletivas, não se pode converter um terço delas em abono
pecuniário; este tratamento aplica-se tão somente ás férias individuais. O
empregado afastado pelo INSS (Instituto Nacional Seguridade Social) não
gozará as férias coletivas, mas se por coincidência receber alta médica no
período da mesma, o tratamento dar-se-á como licença remunerada (Art. 59,
139, 143 e 611 da CLT).

20.3 GRATIFICAÇÕES

A gratificação é uma forma de vencimentos paga como


agradecimento ou reconhecimento por um trabalho realizado ou uma
meta atingida e que tenha superado as expectativas do empregador.
(LABORTIME, 2012).

A gratificação paga aos empregados não é base para cálculo de


horas extras, férias, aviso-prévio, adicional noturno ou outro adicional
como insalubridade ou periculosidade, desde que o período mínimo
de pagamento seja semestral. (LABORTIME, 2012).

Entretanto, a gratificação, recebida em qualquer período de


pagamento, será base para cálculo da indenização por antiguidade e no
pagamento do 13º salário. Este entendimento se baseia na Súmula 253 do
TST:

GRATIFICAÇÃO SEMESTRAL. REPERCUSSÕES (nova redação) -


Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A gratificação semestral não
repercute no cálculo das horas extras, das férias e do aviso-prévio,
ainda que indenizados. Repercute, contudo, pelo seu duodécimo na
indenização por antiguidade e na gratificação natalina.

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112
20.3.1 Quem Pode Receber

A legislação trabalhista não estabelece em suas alíneas quem pode ou


não receber o pagamento de gratificações. A princípio, este pagamento pode
ser feito a qualquer empregado. Este tipo de remuneração comumente utilizado
no setor público e nas empresas privadas é uma exceção, muito embora estas
se utilizem deste recurso para atrair ou reter talentos.
Normalmente, a sua concessão pode decorrer do acordo coletivo de
trabalho da respectiva categoria profissional, do regulamento interno da
empresa ou da vontade do empregador. A gratificação pode ter várias
modalidades, tais como, por assiduidade, por produção, por antiguidade entre
outras.

20.3.2 Classificação da Gratificação

A gratificação pode ser classificada de diversas formas:


I) Quanto à periodicidade do pagamento: mensais, bimestrais,
trimestrais, semestrais ou anuais;
II) Quanto ao valor: fixas ou variáveis;
III) Quanto à fonte da obrigação:
a) autônomas (decorrentes da vontade das partes, empregado e
empregador ou ainda por acordo ou convenção coletiva); ou
b) heterônomas (decorrentes da vontade unilateral do empregador);
IV) Quanto ao tipo de ajuste: expressas, verbais ou escritas e tácitas;
V) Quanto à causa:
a) gratificações de função (que tem como causa o exercício de uma
função específica). O empregado só terá direito a receber a gratificação
enquanto permanecer na função. Cessada a causa, cessa o efeito;

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113
b) gratificações de balanço (decorrentes dos lucros acusados em
balanço, podendo ser pagas de forma fixa, percentagem do salário, a critério
da empresa);
c) gratificações de eventos (decorrentes de um evento específico como
festas, semana da CIPA, campanhas diversas entre outras).

20.3.3 Pagamento Habitual - Integração no Salário

Não sendo estipulada a forma de pagamento da gratificação por força


de contrato, acordo ou convenção coletiva, a jurisprudência entende que a
frequência mínima entre um período e outro, para que não integre o salário,
seja de 6 (seis) meses. No entanto, pode-se entender pela Súmula 207 do
Supremo Tribunal Federal que, mesmo que o pagamento seja anual, a
gratificação irá integrar o salário do empregado:

Súmula 207 do STF: Gratificações Habituais, Inclusive de Natal -


Convenção Tácita - Integração ao Salário. As gratificações habituais,
inclusive a de Natal, consideram-se tacitamente convencionadas,
integrando o salário.

Não há, portanto, um conceito exato sobre a “habitualidade”, o que


dependerá, geralmente, do entendimento do Tribunal que está julgando a
matéria. Há muitas empresas que acabam diluindo o pagamento da parcela
única semestral em parcelas bimestrais ou até mesmo mensais. Esta forma de
remuneração é entendida pelos Tribunais do Trabalho, inclusive pelo TST,
como habitual, integrando o salário para todos os efeitos legais, conforme
dispõe o § 1º do art. 457 da Consolidação das Leis do Trabalho.
Se o valor da gratificação paga for variável, a integração ao salário se
dará pela média duodecimal. Quando a gratificação corresponder a um valor
fixado por mês ou a um determinado percentual sobre o salário, a integração
independe de média, sendo efetuada pelo valor devido na data da concessão
da verba trabalhista. (férias, 13º salário etc.).

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114
20.4 13º SALÁRIO

O 13º salário é o nome mais conhecido da gratificação de Natal,


instituída no Brasil em 1962, pela Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962. É um
salário extra oferecido ao trabalhador no final de cada ano, calculado com base
na remuneração integral ou no valor da aposentadoria do cidadão. O 13º
salário está previsto na Constituição Federal de 1988 como um direito do
trabalhador urbano e rural, inclusive o doméstico e o avulso (que presta serviço
a diversas empresas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores de
mão de obra, como na extração de sal ou em portos).
Quem trabalhar pelo menos 15 dias com carteira assinada tem direito
ao 13º salário na fração de 1/12 avos da remuneração devida em dezembro ou
no mês da rescisão, por mês de serviço. A fração de 15 dias trabalhados no
mês é considerada mês integral para pagamento 1/12 avos do salário. As faltas
injustificadas serão computadas para desconto do 13º salário, considerando
que só há redução quando o empregado deixar de trabalhar 15(quinze) dias no
mês.
No afastamento por auxílio-doença é devido o 13º somente nos
primeiros 15(quinze) dias de afastamento, quando a empresa é responsável,
inclusive pelo pagamento normal do salário referente a este período. No
afastamento por acidente de trabalho fica a empresa obrigada a pagar o 13º
salário do empregado, podendo descontar a parcela que este receber
anualmente a título de abono.
SÚMULA 46 do TST (Tribunal Superior do Trabalho): As faltas ou
ausências decorrentes de acidente do trabalho não são consideradas para os
efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina. Não terá direito
ao 13º salário o empregado afastado para prestação de serviço militar.
Na rescisão contratual é devido, independente do tempo de serviço ou
motivo, salvo por justa causa, conforme art. 7º do Decreto nº 57.155, de 03 de
novembro de 1965. O pagamento da gratificação ao trabalhador não
aposentado é feito em duas parcelas. A primeira é o chamado adiantamento,

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115
que corresponde à metade do salário recebido no mês anterior e deve ser pago
entre fevereiro e novembro de cada ano, segundo escolha do empregador. A
segunda parcela, que deve ser paga até 20 de dezembro, é calculada
subtraindo-se o adiantamento já recebido da remuneração integral do cidadão
no mês de dezembro.
As horas extras, o adicional noturno e gratificação habitual integram o
13º salário. Há incidência de FGTS sobre o valor da 2º parcela do 13º salário,
com recolhimento juntamente com o salário do mês de dezembro. Há
incidência de INSS sobre o valor integral do 13º salário, com recolhimento dia
20/12. Há também a incidência de IRRF sobre o valor integral do 13º salário,
com recolhimento no 3º dia da semana seguinte ao recebimento do mesmo.
No caso de trabalhador que não tenha completado um ano de serviço,
o 13º salário é proporcional, calculado dividindo-se o valor da remuneração no
mês de dezembro por 12 e multiplicando-se o resultado pelo número de meses
trabalhados. Em qualquer caso, se um trabalhador apresentar mais de 15 faltas
não justificadas num mês, esse mês não é contabilizado como trabalhado
(BRASIL, 2012).
Para os empregados que recebem salário variável, o 13º salário será
calculado pela média das comissões ou percentagens recebidas nos últimos 12
meses. Os empregados que percebem salário misto terão a primeira parcela do
13º salário equivalente à soma da média da comissão, acrescida do fixo,
dividido por dois.

21 INSS, FGTS E INDENIZAÇÕES

INSS é a sigla de Instituto Nacional do Seguro Social, é um órgão do


Ministério da Previdência Social, ligado diretamente ao Governo. O INSS foi
criado em 1988 e têm diversas funções, em especial as contribuições de
aposentadoria dos cidadãos. É também o órgão responsável por receber as
contribuições dos indivíduos, tendo como função fazer os pagamentos de

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116
aposentadorias, auxílio-doença, pensão por morte, auxílio-acidente e outros
vários benefícios previstos por lei.
Os funcionários têm o valor do INSS descontados diretamente na sua
folha de pagamento e os valores a serem descontados variam em função do
salário de cada um, podendo variar de 8% a 11%. Quanto maior o salário,
maior é o desconto.
Este encargo deverá ser recolhido no 1º dia útil do mês após o fato
gerador na seguinte proporção:
a) 8% dentro do mês de vencimento da obrigação;
b) 14% no mês seguinte;
c) 20% a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da
obrigação.

A apuração do INSS é calculada da seguinte forma:


a) Itens:
- Folha de pagamento;
- Recibos de férias;
-Termo de rescisão de contrato de trabalho;
- Recibo de pagamento a autônomos;
- Folha de pagamento de 13º salário.

b) Descontos dos empregados:


- O desconto obedece à tabela mensal de descontos em vigor no
mês da elaboração da folha de pagamento, o salário.
- O salário de contribuição para o INSS é composto das seguintes
parcelas ou vencimentos mensais:
- salários;
- adicionais: tempo de serviço, noturno, periculosidade,
insalubridade, transferência;
- auxílio-doença (primeiros 15 dias);
-Aviso-prévio trabalhado ou cumprido em casa;
-comissões;

AN02FREV001/REV 4.0

117
-13º salário (1º e 2º parcelas);
- Férias vencidas ou normais que forem gozadas na vigência do
contrato de trabalho;
- 1/3 das férias;
- MHE (médias de horas extras);
- Gorjetas ou gratificações habituais;
- Horas extras;
- Remuneração de diretores empregados;
- Saldo de salários na rescisão;
- Salário-família (excedente ao legal);
- Salário in natura;
-Salário-maternidade (120 dias);
- Afastamentos ou indenizações em rescisão.

c) O valor do salário-família é calculado e pago conforme a tabela


em vigor no mês da elaboração da folha de pagamento. No mês de
dezembro o valor do INSS a ser descontado dos funcionários será
apurado da seguinte forma:
Salário de dezembro + 13º salário = valor a descontar (7, 8, 9, 11%).

Qualquer contribuição referente ao 13º, que for recolhido já no dia


21 sofrerá incidência de juros de mora, multa e correção.
d) Para os empregados que trabalham em mais de uma empresa, o
critério para o desconto do INSS deverá ser:
Teto máximo: total de salários * salário = base de calculo *
percentual = INSS a recolher.

FGTS- Fundo de garantia por tempo de serviço:

Foi instituído pela Lei nº 5.107, de 13/09/66. Esta lei foi regulamentada
pelo Decreto nº 59.820, de 20/12/66. Formado por depósitos mensais,
efetuados pelas empresas em nome de seus empregados, no valor

AN02FREV001/REV 4.0

118
equivalente ao percentual de 8% das remunerações que lhes são pagas ou
devidas; em se tratando de contrato temporário de trabalho com prazo
determinado, o percentual é de 2%, conforme dispõe o inciso II do art. 2º da
Lei nº 9.601, de 21/01/98.
A lei que dispõe sobre o FGTS é a de nº 8.036, de 11/05/90,
republicada em 14/05/90, que já sofreu várias alterações. O FGTS constitui-se
em um pecúlio disponibilizado quando da aposentadoria ou morte do
trabalhador e representa uma garantia para a indenização do tempo de
serviço, nos casos de demissão imotivada.
A diferença básica em relação ao modelo anterior é que esses
depósitos integram um fundo unificado de reservas, com contas
individualizadas em nome dos trabalhadores. Além de ampliar o direito
indenizatório do trabalhador, que pode ao final do tempo útil de atividade
contar com o valor acumulado dos depósitos feitos em seu nome, de acordo
com Ministério do Trabalho e Emprego o sistema também favorece o
trabalhador de forma indireta, ao proporcionar as condições necessárias à
formação de um fundo de aplicações, voltado para o financiamento de
habitações, bem como investimentos em saneamento básico e infraestrutura
urbana. (MTE, 2012).
Como consequência, este mecanismo também proporciona a geração
de empregos na construção civil, bem como possibilita aos trabalhadores
ganhos indiretos decorrentes da ampliação da oferta de moradias. Os
empregadores devem colocar à disposição de seus empregados até o dia 10
de cada mês os documentos que comprovem que os depósitos foram
efetuados.
Com o novo sistema, o encargo adicional gerado para as empresas,
por ocasião da implantação do sistema, foi de apenas 2,8%, já que a
contribuição de 8% para o FGTS foi compensada com a extinção de outras
contribuições até então existentes. Deve-se ressaltar, ainda, o fato de que a
contribuição para o FGTS guarda proporcionalidade com a indenização
prevista na CLT, permitindo, assim, que a empresa efetive a cobertura
parcelada da indenização a que teria direito o trabalhador, quando de seu

AN02FREV001/REV 4.0

119
desligamento. Esse aspecto pode ser considerado, também, como um
benefício para o empregador. (MTE, 2012).
Os seguintes casos de interrupção de contrato de trabalho também
geram a obrigatoriedade de recolhimento do deposito FGTS:
- Prestação de serviço militar;
- Licença para tratamento de saúde (até 15 dias);
- Licença por acidente do trabalho;
- Licença gestante;
- Licença paternidade;
- outros motivos admitidos em lei.

As parcelas que não tem incidência serão:


- Abono de emergência (Lei 5.451/68);
- Abono de férias inferior a 20 dias;
- Abono de férias correspondente à conversão de 1/3;
- Abono previsto na MP 199/90;
- Abono previsto na Lei 8.178/91;
- Auxílio-doença pago na empresa (acima de 15 dias);
- Diárias para viagem inferior a 50% do salário do empregado;
- Gratificação ou prêmio pago em rescisão contratual, aviso-prévio
indenizado;
- Salário-maternidade indenizado.

Os documentos e procedimentos de arrecadação do FGTS de


acordo com manual GFIP são:

A sigla GFIP significa Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do


Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, compreendendo o
conjunto de informações destinadas ao FGTS e à Previdência Social. A
obrigação de prestar informações relacionadas aos fatos geradores de
contribuição previdenciária e outros dados de interesse do INSS - Instituto
Nacional do Seguro Social foi instituído pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997.

AN02FREV001/REV 4.0

120
O documento a ser utilizado para prestar estas informações – GFIP –
foi definido pelo Decreto nº 2.803, de 20/10/1998, e corroborado pelo
Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048,
de 06/05/1999 e alterações posteriores.
Até a versão 7.0 do SEFIP, o documento de arrecadação do FGTS era
denominado GFIP. A partir da versão 8.0, o documento de recolhimento
gerado pelo SEFIP passa a ser denominado de Guia de Recolhimento do
FGTS - GRF. Para o recolhimento recursal (código 418) e o recolhimento
efetuado por empregador doméstico, em formulário papel, a guia de
recolhimento continuará denominada GFIP.
A GRF se destina também ao recolhimento da contribuição social,
instituída pela Lei Complementar nº 110, de 29/06/2001. Em regra, a GRF e
as informações à Previdência devem ser geradas por intermédio do SEFIP -
Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência
Social, disponível nos sites da CAIXA, e do Ministério do Trabalho e Emprego.
O SEFIP gera o arquivo SEFIPCR.SFP, que contém as informações
destinadas ao FGTS e à Previdência Social. Este arquivo deve ser transmitido
pela Internet, via Conectividade Social, aplicativo disponível no site da CAIXA.
A Circular CAIXA nº 321, de 25/05/2004, estabeleceu a obrigatoriedade da
transmissão do arquivo gerado pelo SEFIP por meio da Internet, a partir de
11/2004. A Portaria Interministerial MTE/MPS nº 227, de 25/02/2005, também
determinou esta obrigatoriedade, a partir de 03/2005.
Após a transmissão do arquivo pela Internet, o SEFIP gera a GRF -
Guia de Recolhimento, para que o empregador efetue o recolhimento do
FGTS. O recolhimento recursal para o FGTS (código 418) e o recolhimento
efetuado por empregador doméstico podem, opcionalmente, ser realizados
por meio de formulário papel, ou em GRF gerada pelo SEFIP. Para o
recolhimento recursal, o formulário papel é a GFIP avulsa, disponível no site
da CAIXA. Para o empregador doméstico, o formulário papel é a GFIP avulsa
ou a pré-impressa.
O preenchimento da GFIP avulsa deve obedecer ao disposto em
Circular da CAIXA, que estabelece os procedimentos pertinentes aos

AN02FREV001/REV 4.0

121
Recolhimentos ao FGTS, da Multa Rescisória e das Contribuições Sociais. Em
alguns casos de rescisão de contrato de trabalho deve ser utilizada a guia
para o recolhimento rescisório do FGTS, ressaltando-se que as informações
pertinentes à Previdência Social devem ser incluídas no SEFIP, para geração
do arquivo SEFIP CR.SFP, exceto quando se tratar de empregado doméstico.

Indenizações:
O termo indenização (português brasileiro) refere-se à compensação
devida a alguém de maneira a anular ou reduzir um dano, geralmente, de
natureza moral ou material, originado por não cumprimento, ou cumprimento
deficiente de uma obrigação, ou por intermédio da violação de um direito
absoluto, como por exemplo, a compensação devida pela quebra de um
contrato ou pela prática de um crime. (GUIA DE INDENIZAÇÔES, 2013).
É também o nome dado à importância paga por uma seguradora ao
segurado em caso de sinistro. A indenização tem previsão no Código Civil
Brasileiro de 2002, em seu artigo 944, que diz: “A indenização mede-se pela
extensão do dano.” Há ainda que se analisar a relação entre a culpa do
agente e o dano causado. Se houver grande desproporção entre ambos, a
indenização será reduzida equitativamente. Ela pode ser, neste caso, por
dano moral e/ou por dano material.
No Direito Administrativo, a indenização significa a remuneração
devida ao proprietário que sofre um procedimento de desapropriação sobre
seu bem imóvel. Essa desapropriação poderá ser por necessidade ou
utilidade pública ou interesse social, quando a indenização será prévia, justa e
paga em dinheiro. Entretanto, após o advento do Estado Social, surge uma
nova forma de desapropriação, conhecida como desapropriação-sanção, na
qual a indenização é paga de forma prévia e justa, entretanto, não em dinheiro
(espécie), mas em títulos da dívida pública.
Abaixo temos as espécies de indenizações referentes à área
trabalhista explicitadas por Arruda (2006):

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122
a) Indenização compensatória do FGTS: CF, ADCT, art. 10, I e lei n.
8.036/90, art. 19, § 1º.
b) Indenização pelo não cumprimento do contrato por tempo
determinado: CLT, art. 479 ou fixada em convenção ou acordo coletivo de
trabalho, na forma do art. 1º, § 1º, inciso I, da Lei n. 9.601/98.
c) Indenização adicional: Lei n. 7.238/84, art. 9º.
d) Indenização por dano moral ou dano à imagem: CF, art. 5º,
caput, V e X. - Lesão que afeta um bem jurídico na esfera dos direitos de
personalidade do empregado, com ou sem reflexos patrimoniais. Dano à
imagem é todo prejuízo ao conceito que se tem em certa comunidade. Dano
moral é decorrente da violação da intimidade, vida privada, honra e imagem
das pessoas.
e) Lesões acidentárias: dano material, dano moral, dano estético: elas
decorrem das doenças ocupacionais, doenças profissionais e de acidente do
trabalho. Elas causam perdas patrimoniais (gastos na recuperação e restrições
na atividade e/ou capacidade laborativa, conforme a gravidade da lesão
sofrida). Essas perdas patrimoniais traduzem dano material (dano emergente e
lucro cessante) - CCB, arts. 949/950; dano moral (dor física ou psicológica). O
valor da indenização será fixado pelo juízo de equidade. Dano estético (lesão
que compromete a harmonia física da vítima, segundo Geraldo de Oliveira).
Aqui também a indenização será consoante o juízo de equidade.
f) Indenização por assédio sexual: CLT, art. 483, alíneas "d" e "e". O
assédio sexual pode ter com agente o empregador (pessoa física e os sócios
ou diretores da empresa), seus prepostos, nestes compreendidos os altos
empregados ou detentores de cargos de chefia, e pelo empregado que também
ocupe um cargo hierarquicamente superior a outro empregado, seu
subordinado, o (a) assediado (a). Haverá sempre a necessidade de
configuração da ascendência hierárquica ou econômica que possibilitem
externar ao assediado promessas ou ameaças concretas. A indenização deve
ser em valor que traga conforto espiritual e material a o (a) assediado (a),
repudiando-se a fixação de um valor meramente simbólico, que nada
represente para o (a) ofendido (a). A indenização por dano moral tem

AN02FREV001/REV 4.0

123
fundamento constitucional e não se confunde com a indenização trabalhista
decorrente da rescisão contratual, porque aquela decorre do ato ilícito da
violação à intimidade, a vida privada, a honra e a imagem do (a) empregado
(a).

21.1 HONORÁRIOS

O vocábulo “honorário” tem origem latina e seus primeiros registros


remontam a Roma Antiga. Derivado do latim honorarius, cujo radical honor
também dá origem à palavra honra, o termo tem sua acepção clássica
traduzida como sendo toda a coisa ou valor dado em contraprestação e que é
recebida em nome da honra, sem conotação pecuniária. (OLIVEIRA, 2007).
Tal fato ocorria segundo Oliveira (2007) porque o recebimento de
honorários como forma de pagamento não era parte dos objetivos do
indivíduo que exercia a função de advocatus. Estes indivíduos agiam de
maneira não profissional e exercia o munus como forma de arte, apenas para
receberem o reconhecimento público pelos seus dotes intelectuais e oratórios.
Atualmente o termo honorário e a remuneração percebida por qualquer
profissional liberal. Oliveira (2007) conceitua os honorários como sendo “a
contraprestação econômica paga em favor do profissional liberal, pelos
serviços técnicos por ele prestados”. No presente conceito abarca-se não
apenas o profissional da advocacia, mas todo e qualquer profissional liberal
que possa assim ser remunerado.

21.2 COMISSÕES DE VENDAS

Comissão é uma recompensa, na maioria das vezes financeira,


oferecida pela intermediação de negócios ou cumprimento de metas ou

AN02FREV001/REV 4.0

124
objetivos definidos previamente com o intuito de incentivar os resultados
comerciais (SANT’ANA, 2011). Há vários exemplos da utilização da forma de
remuneração por meio de comissões, como por exemplo: corretagem de
imóveis, venda de mercadorias, pessoas contratadas para trabalhar como
remuneração variável, entre outros. Há ainda comissões cumulativas, também
conhecidas como comissão em cascata. Nesses casos, uma pessoa recebe
comissão sobre as vendas ou metas de outras pessoas de sua equipe.
Um modelo de comissão em cascata bastante difundido no Brasil é a
venda de produtos por catálogo, em que um vendedor autônomo sem contrato
de trabalho com a empresa fornecedora das mercadorias comercializa os
produtos desta por meio destes catálogos de produtos, recebendo um
percentual sobre os valores das vendas que efetuar sem ter um rendimento fixo
mensal proporcionado pela empresa. (WIKIPEDIA, 2012).
No Brasil, esta forma de remuneração encontra no comércio varejista
de mercadorias um de seus principais difusores desta prática, pois, tem por
hábito incorporar ao salário mensal os valores de comissão sobre as vendas,
ou mesmo remunerar seus trabalhadores desta forma. A comissão integra o
salário para todos os efeitos tributários, previdenciários e trabalhistas. De
acordo com o artigo 457 da CLT:

Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para


todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente
pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que
receber.
§1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como
também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias
para viagens e abonos pagos pelo empregador.

Resumindo, as comissões integram o salário para todos os efeitos


legais, incidindo sobre o cálculo das horas extras, férias, 13º salário, descanso
semanal remunerado, feriados, aviso-prévio, verbas rescisórias, FGTS e INSS.

AN02FREV001/REV 4.0

125
22 PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS

É um valor aprovisionado no final de cada exercício social para cobrir,


no exercício seguinte, perdas em decorrência do não recebimento de direitos
da empresa. O valor desta provisão é obtido mediante a aplicação de um
percentual sobre os direitos existentes na época do levantamento do balanço.
(RIBEIRO, 2005).
De acordo com Ribeiro (2005) as contas que servirão de base para
cálculo dessa provisão, são as contas que registram direitos provenientes de
vendas a prazo de mercadorias e de serviços. Estas contas são denominadas
“Clientes” ou “Duplicatas a receber”.
O percentual utilizado na realização do cálculo do montante desta
provisão deve ser resultado de estudos realizados pela empresa, tendo como
base as perdas que ocorreram em decorrência do não recebimento de seus
direitos. Pode ser utilizada a média aritmética das perdas ocorridas nos três
últimos exercícios.
Ex: Supõe-se que a empresa X, no exercício de 2010, tenha deixado
de receber 6% do valor das duplicatas que tinha para receber em 1º de
fevereiro do mesmo ano; no exercício de 2011, essa perda correspondeu a 5%,
no exercício de 2012, foi 1%. Faremos:

6%+5%+1% = 4%
3

Desta forma, em 31 de dezembro de 2013, o percentual a ser utilizado


para fins do calculo desta provisão será de 4%. Observação: a legislação
tributária poderá fixar os limites e os critérios para o cálculo desse percentual.
Todas as contas de provisões são de natureza credora.

AN02FREV001/REV 4.0

126
22.1 DESPESAS GERAIS

“Despesas de uma empresa são os gastos, desembolsados ou devidos


pela mesma, necessários ao desenvolvimento de suas operações”.
(MEDEIROS, 2012). Os gastos devidos são aqueles que ainda não foram
desembolsados, mas que já ocorreram. Exemplo: as despesas de gasolina
para pagamento no final do mês.
Quando você pagar a conta do posto de gasolina, então o gasto
passará a ser desembolsado. Não confunda desembolso com despesa. O
desembolso significa entregar dinheiro a alguém por algum motivo. Como
exemplo pode-se citar o desembolso realizado ao se comprar um automóvel à
vista não representa uma despesa: pois se passa a ter um ativo, desde que
represente um bem para uso, e revenda posterior. (MEDEIROS, 2012).
Porém, a gasolina que você paga para que o carro ande representa
uma despesa. Assim sendo, a diferença básica entre desembolso e despesa
está no seguinte critério: se o desembolso provocar um aumento do ativo, ou
uma redução do passivo exigível, não será uma despesa.
“Não sendo esse o caso, então o desembolso representará uma
despesa” (MEDEIROS, 2012).
Exemplos de despesas:

- Salários de empregados;
- Aluguel de salas;
- Gastos com material de limpeza;
- Gastos com material de escritório;
- Juros sobre empréstimos;
- Comissões de vendedores;
- Despesas com seguros etc.

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127
22.2 DESPESAS DE SEGUROS

Para falarmos sobre despesas de seguros, primeiro esclareceremos o


que é seguro:

O seguro é uma operação que toma forma jurídica de um contrato,


em que uma das partes (segurador) se obriga para com a outra
(segurado ou seu beneficiário), mediante o recebimento de um valor
monetário estipulado (prêmio), a compensá-la (indenização) por um
prejuízo (sinistro), resultante de um evento futuro, possível e incerto
(risco) indicado no contrato. (FARIAS, 2012).

A finalidade específica do seguro é restabelecer o equilíbrio econômico


perturbado. Elementos que caracterizam o seguro:

 Risco;
 Sinistro;
 Segurador;
 Segurado ou seu beneficiário;
 Prêmio;
 Indenização;
 Franquia.

Risco - representa a possibilidade de um evento inesperado ocorrer,


gerando prejuízo ou necessidade econômica ou danos materiais e pessoais. O
risco é incerto, aleatório, possível, real, lícito e fortuito.

Sinistro - é a realização do risco previsto no contrato do seguro,


resultando em perdas para o segurado ou seus beneficiários.
O sinistro pode ser classificado em:

a) Total, quando causa a destruição ou desaparecimento por completo do


objeto segurado;

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128
b) Parcial quando atinge somente uma parte do objeto segurado.

c) Segurador é a entidade jurídica legalmente constituída para assumir e gerir


os riscos especificados no contrato de seguro.

O segurador emite o contrato e paga a indenização ao segurado


quando o sinistro previsto no contrato ocorre, se o segurado tiver efetuado o
pagamento dos prêmios. O segurador pode recusar-se a fazer um seguro ou a
emitir uma apólice tem um prazo de 15 dias para recusar, c.c. ele é obrigado a
aceitar o risco.
Segurado (ou estipulante) é a pessoa física ou jurídica, em nome de
quem se faz o seguro. Como o segurado tem que arcar com a franquia cada
vez que um sinistro ocorrer, ele acaba evitando que o seguro seja acionado em
casos mais simples, cujos valores são inferiores ou semelhantes à franquia.

Fundamentos do Seguro:

 Mutualismo;
 Incerteza;
 Previdência.

Mutualismo - formação de um grupo de pessoas com interesses em


comum constituindo uma reserva econômica para dividir um risco de um
acontecimento não previsto.

Incerteza - contempla dois aspectos básicos: a possibilidade de


ocorrência do evento e o momento da ocorrência.

Previdência - está relacionada diretamente à proteção das pessoas em


relação a si próprias ou aos seus bens.

Classificação dos seguros:

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129
Seguro público
Seguro privado

Seguro público: caracteriza-se por ter o risco segurado assumido por


uma pessoa jurídica de direito público sem fins lucrativos. Ex: seguros cujo
monopólio pertence ao estado, como Seguro Crédito à Exportação e a
Previdência Social.

Seguro Privado: ocorre quando o risco segurado é assumido por uma


pessoa jurídica de direito privado comercial, com fins lucrativos. Nesse caso, o
contrato é regulado pelo Código Civil ou Comercial, obedecendo às leis
específicas e regulamentações complementares.
Para a contabilidade a despesa com seguros é uma despesa
operacional antecipada, pois é paga antecipadamente e deverá ser
considerada como custo ou despesas no decorrer do exercício seguinte.
As despesas antecipadas são classificadas no grupo do ativo
circulante. Essa classificação no ativo circulante deve observar o prazo de
geração do benefício da despesa. Assim, classifica-se neste grupo a despesa
cujo benefício será usufruído até o término do exercício social seguinte ao da
sua efetivação.
No plano de contas da empresa, a referida despesa pode ser elencada
da seguinte maneira:
- Ativo circulante;
- Despesas antecipadas;
- Prêmios de seguros.

Quando o período de geração do benefício da despesa paga


ultrapassar o término do exercício social seguinte, a parcela correspondente
será classificada no realizável em longo prazo.

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130
22.3 DESPESAS FINANCEIRAS

São consideradas despesas financeiras os juros pagos ou incorridos,


os quais serão dedutíveis como custos ou despesa operacionais observadas às
seguintes normas (RIR/1999, art. 374):

a) Os juros pagos antecipadamente, os descontos de títulos de créditos


e o deságio concedido na colocação de debêntures ou títulos de crédito
deverão ser apropriados proporcionalmente ao tempo decorrido (pro rata
tempore), nos períodos de apuração a que competirem;
b) Os juros de empréstimos contraídos para financiar a aquisição ou
construção de bens do ativo permanente, incorridos durante as fases de
construção e pré-operacional, podem ser registrados no ativo diferido, para
serem amortizados.
c) A partir de 01/01/1999, as variações monetárias dos direitos de
créditos e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de
índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual, serão
consideradas, para efeitos da legislação do imposto de renda e da contribuição
social sobre o lucro líquido (e também da contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins), como despesas financeiras, quando passivas (Lei nº 9.718, de 1998,
art. 9 º e 17, inciso II).

Segundo informações obtidas no site da Receita Federal do Brasil


(2013) deve-se observar o seguinte:

a) As regras referentes a Preços de Transferência, quando se tratar de


operações de contratação de empréstimos realizados com pessoas físicas ou
jurídicas consideradas vinculadas ou, ainda que não vinculadas, residentes ou
domiciliadas em país ou territórios considerados como de tributação favorecida,
ou cuja legislação interna oponha sigilo à composição societária de pessoas

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131
jurídicas ou à sua titularidade, decorrentes de contratos de empréstimos não
registrados no Banco Central do Brasil;
b) As regras referentes à tributação em bases universais referentes aos
lucros, rendimentos e ganhos de capital auferido no exterior, inclusive quanto à
dedutibilidade dos juros pagos ou creditados a empresas controladas ou
coligadas, domiciliadas no exterior, relativos a empréstimos contraídos,
quando, no balanço da coligada ou controlada, constar a existência de lucros
não disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil.

22.4 DESCONTOS CONCEDIDOS

Há vários tipos descontos oferecidos, observe:


a) Descontos concedidos são os descontos que a empresa concede
aos seus compradores.
b) Desconto Condicional é um desconto que a empresa oferece
desde que uma condição seja cumprida, por exemplo: na compra de uma
mercadoria a prazo, se o comprador antecipar o pagamento ganha 10% de
desconto.
Vejam que temos uma condição, ou seja, só ganharemos o desconto
se efetuarmos o pagamento antecipado, outro tipo poderia ser em relação à
quantidade, comprando acima de 10 unidades, temos 10% de desconto, ou
pagando à vista idem, e assim por diante. (FREITAS, 2006).

O que gerará o desconto será a condição imposta, caso ela não seja
cumprida não tem o que se falar em desconto.
Vamos agora entender o desconto incondicional.

c) Descontos Incondicionais é justamente o contrário do desconto


condicional, ou seja, não tem condição nenhuma que precise ser cumprida
para que o desconto seja oferecido, não precisa ser compra à vista, nem acima

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132
de tantas unidades, nem pagamento antecipado. Não importa nada disso, o
desconto será oferecido independente de alguma condição imposta.
Geralmente esse desconto já é até incluído (diminuído) no próprio preço da
nota fiscal.
Por exemplo, uma empresa compra cinco unidades de um produto
qualquer que tem um custo unitário de R$ 10,00 cada, logo a compra total
equivale a R$ 50,00, porém com o desconto incondicional, suponhamos que no
percentual de 10%, custará ao comprador a quantia de R$ 45,00. Logo, nesse
caso a nota fiscal já será emitida com o valor líquido a ser pago de R$ 45,00
reais.
“Outro item importante é que os descontos tanto os condicionais como
os incondicionais não precisam ser efetuados em percentual, podem ser dados
em valores e até mesmo, porém raro, em quantidades”. (FREITAS, 2006).

22.5 JUROS

“Juro é o preço do uso do dinheiro. Representa despesa para quem


paga e receita para quem recebe”. (RIBEIRO, 2005, p. 99). Podemos definir
ainda juros como o rendimento de uma aplicação financeira, valor referente ao
atraso no pagamento de uma prestação ou a quantia paga pelo empréstimo de
um capital. Atualmente, o sistema financeiro utiliza o regime de juros
compostos, por ser mais lucrativo. Os juros simples eram utilizados nas
situações de curto prazo, hoje não utilizamos a capitalização baseada no
regime simples. Mas vamos entender como funcionava a capitalização no
sistema de juros simples.
No sistema de capitalização simples, os juros são calculados baseados
no valor da dívida ou da aplicação. Dessa forma, o valor dos juros é igual no
período de aplicação ou composição da dívida. A expressão matemática
utilizada para o cálculo das situações envolvendo juros simples é a seguinte:

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133
J = C * i * t, onde

J = juros
C = capital
i = taxa de juros
t = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre, ano...)

M=C+J

M = montante final
C = capital
J = juros

No dia a dia de uma organização é comum o pagamento de juros pelo


atraso no cumprimento de obrigações como duplicatas, aluguéis, impostos,
contribuições de previdência, contas de energia elétrica etc.Ribeiro (2005)
esclarece que normalmente essas despesas são contabilizadas em contas com
as seguintes intitulações:
a) Despesas de juros;
b) Juros passivos;
c) Juros pagos.

É comum o recebimento de juros, pelas empresas, por parte de


clientes quando estes atrasam o cumprimento de seus deveres. Normalmente,
essas receitas podem ser contabilizadas em contas com as seguintes
intitulações:
a) Receitas de juros;
b) Juros ativos;
c) Juros recebidos.

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134
23 RECEITA BRUTA DE VENDAS

A receita bruta das vendas e serviços é formada pelo produto da venda


de bens nas operações de conta própria, o resultado auferido nas operações
de conta alheia (comissão pela intermediação de negócios) e o preço
dos serviços prestados. Deve ser adicionado à receita bruta, para cálculo da
receita líquida, o crédito‐prêmio de IPI decorrente da exportação incentivada ‐
Befiex.
Em outras palavras, pode-se afirmar que a Receita Bruta é a receita
total decorrente das atividades-fim da organização, isto é, das atividades para
as quais a empresa foi constituída, segundo seus estatutos ou contrato social.
(RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2012).
Na receita bruta não se incluem os impostos não cumulativos cobrados
destacadamente do comprador ou contratante e adicionados ao preço do bem
ou serviço, e do qual o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja
mero depositário (IPI).
Da mesma forma, para que não haja distorções na apuração dos
resultados não se computam, nos custo de aquisição das mercadorias para
revenda e das matérias‐primas, os impostos não cumulativos que devam ser
recuperados (IPI, ICMS). O ICMS integra a receita bruta e é considerada
parcela redutora para fins de apuração da receita líquida.

23.1 RECEITA FINANCEIRA

Os juros recebidos, os descontos obtidos, o lucro na operação de


reporte e o prêmio de resgate de títulos ou debêntures e os rendimentos
nominais relativos a aplicações financeiras de renda fixa, auferidos pelo
contribuinte no período de apuração, compõem as receitas financeiras e como
tal deverão ser incluídas no lucro operacional. Quando as referidas receitas

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135
forem oriundas de operações ou títulos com vencimento posterior ao
encerramento do período de apuração poderão ser distribuídos
proporcionalmente pelos períodos a que competirem. (RIR/1999, art. 373).
A partir de 01/01/1999, as variações monetárias dos direitos de crédito
e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices
ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual, serão
consideradas, para efeitos da legislação do imposto de renda e da contribuição
social sobre o lucro líquido (e também da contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins), como receitas financeiras, quando ativas (Lei nº 9.718, de 1998, art. 9º
e 17, inciso II).

Observações:
Segundo Informações obtidas no site da Receita Federal do Brasil
(2012), devem ser observadas as regras referentes a Preços de Transferência,
quando se tratar de operações de contratação de empréstimos realizados com
pessoas físicas ou jurídicas consideradas vinculadas ou, ainda que não
vinculadas, residentes ou domiciliadas em país ou territórios considerados
como de tributação favorecida, ou cuja legislação interna oponha sigilo à
composição societária de pessoas jurídicas ou à sua titularidade, decorrentes
de contratos de empréstimos não registrados no Banco Central do Brasil;
Ainda segundo essas informações também devem ser observadas as
regras referentes à tributação em bases universais referentes aos lucros,
rendimentos e ganhos de capital auferido no exterior.

FIM DO MÓDULO IV

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