Você está na página 1de 10

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DA SAÚDE

LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

CADEIRA: PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES

RISCOS BIOLÓGICOS EM BIOSSEGURANÇA

Autor:

Adelina Tribano

Chimoio

Agosto de 2022
ÍNDICE

Conteúdo

1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................1

1.1 Contextualização .......................................................................................................................1

1.1 Objectivos .................................................................................................................................1

1.1.1 Geral ...................................................................................................................................1

1.1.2 Específicos .........................................................................................................................1

1.2 Metodologia ..............................................................................................................................1

1.3 Estrutura do trabalho .................................................................................................................2

2. EMBASAMENTO TEÓRICO .......................................................................................................3

2.1 Conceito de biossegurança ........................................................................................................3

2.2 Critérios para avaliação de risco dos agentes biológicos .........................................................3

2.3 Classificação de risco ................................................................................................................5

3. CONCLUSÃO ................................................................................................................................7

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................................8


1. INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Biossegurança é o conjunto de acções voltadas para a prevenção, minimização ou


eliminação dos riscos inerentes às actividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços. Estes riscos podem comprometer a saúde do homem e animais,
o meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos (Teixeira; Valle, 1996).

A Biossegurança em sua perspectiva mais ampla está envolvida em diferentes áreas, dentre
as quais destaca-se a saúde, onde o risco biológico está presente ou constitui uma ameaça potencial.
Portanto, a “Biossegurança” pode ser definida como “um conjunto de medidas e procedimentos
técnicos necessários para a manipulação de agentes e materiais biológicos capazes de prevenir,
reduzir, controlar ou eliminar riscos inerentes às actividades que possam comprometer a saúde
humana, animal, vegetal e o meio ambiente” (Brasil, 2010).

Este documento tem como objectivo dotar os profissionais e as instituições de


instrumentos que permitam o desenvolvimento de suas actividades, disponibilizando informações
para a avaliação do risco dos agentes biológicos, sua classificação e níveis de contenção
recomendados para a sua manipulação.

1.1 Objectivos

1.1.1 Geral

 Compreender os Riscos Biológicos em Biossegurança.

1.1.2 Específicos

 Identificar os critérios para avaliação de risco dos agentes biológicos


 Classificar de Riscos biológicos.

1.2 Metodologia

De acordo com Furlanetti e Nogueira (2013), a metodologia é a sequência dos


procedimentos que são fundamentais para descrever a forma como será elaborado a pesquisa, em
razão de que responderá como é possível atingir as metas estabelecidas. Assim sendo, metodologia

1
exibe o universo em que é feito a pesquisa, o tipo, o método de análise e qual instrumento utilizado
para a colecta de dados para realizar a pesquisa.

A pesquisa bibliográfica foi elaborada por meio de livros, internet, artigos já publicados,
de maneira qualitativa, em que é um estudo não-estatístico. Segundo Vergara (2016), os dados
qualitativos são codificados, analisados e expostos de maneira mais estruturada. As pesquisas
bibliográficas contribuirão para o compreendimento dos possíveis encalces relacionados a nutrição.

O material foi colectado nas bases electrónicas de dados Medline, Lilacs e SciELO. Foram
seleccionados os periódicos com textos completos, na área das ciências da saúde, especificamente,
em Nutrição.

1.3 Estrutura do trabalho

O presente trabalho está organizado em capítulos, com isso para uma melhor ilustração
segue abaixo o resumo da estrutura: Capitulo I: Introdução contendo os objectivos, a estrutura do
trabalho e Metodologia; Capitulo II: Revisão da Literatura; Capitulo III: Considerações finais;
Capitulo IV: Referências Bibliográficas (segundo a regra de APA).

2
2. EMBASAMENTO TEÓRICO

2.1 Conceito de biossegurança

Biossegurança é o conjunto de acções voltadas para a prevenção, minimização ou


eliminação dos riscos inerentes às actividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços. Estes riscos podem comprometer a saúde do homem e animais,
o meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos (Teixeira; Valle, 1996).

Há ainda outros conceitos para a biossegurança, como o que está relacionado à prevenção
de acidentes em ambientes ocupacionais, incluindo o conjunto de medidas técnicas, administrativas,
educacionais, médicas e psicológicas (Costa, 1996). O tema abrange ainda a segurança no uso de
técnicas de engenharia genética e as possibilidades de controlos capazes de definir segurança e risco
para o ambiente e para a saúde humana, associados à liberação no ambiente dos organismos
geneticamente modificados (OGMs) (Albuquerque, 2001).

A biossegurança envolve a análise dos riscos a que os profissionais de saúde e de


laboratórios estão constantemente expostos em suas actividades e ambientes de trabalho. A
avaliação de tais riscos engloba vários aspectos, sejam relacionados aos procedimentos adoptados,
as chamadas boas práticas em laboratório (BPLs), aos agentes biológicos manipulados, à infra-
estrutura dos laboratórios ou informacionais, como a qualificação das equipes (Brasil, 2006b).

2.2 Critérios para avaliação de risco dos agentes biológicos

A importância da avaliação de risco dos agentes biológicos está na estimativa do risco, no


dimensionamento da estrutura para a contenção e na tomada de decisão para o gerenciamento dos
riscos. Para isso, consideram-se alguns critérios, entre os quais se destacam:

Natureza do Agente Biológico – organismos ou moléculas com potencial acção biológica


infecciosa sobre o homem, animais, plantas ou o meio ambiente em geral, incluindo vírus,
bactérias, archaea, fungos, protozoários, parasitos, ou entidades acelulares como prions, RNA ou
DNA (RNAi, ácidos nucleicos infecciosos, aptâmeros, genes e elementos genéticos sintéticos, etc) e
partículas virais (VPL).

Virulência – é a capacidade patogénica de um agente biológico, medida pelo seu poder de


aderir, invadir, multiplicar e disseminar em determinados sítos de infecção e tecidos do hospedeiro,
considerando os índices de morbi-mortalidade que ele produz. A virulência pode ser avaliada por

3
meio dos coeficientes de mortalidade e de gravidade. O coeficiente de mortalidade indica o
percentual de casos da doença que são mortais, e o coeficiente de gravidade, o percentual dos casos
considerados graves.

Modo de transmissão – é o percurso feito pelo agente biológico a partir da fonte de


exposição até o hospedeiro. O conhecimento do modo de transmissão do agente biológico é de
fundamental importância para a aplicação de medidas que visem conter a disseminação do
patógeno.

Estabilidade – é a capacidade de manutenção do potencial infeccioso de um agente


biológico no meio ambiente, inclusive em condições adversas tais como a exposição à luz, à
radiação ultravioleta, à temperatura, à humidade relativa e aos agentes químicos.

Concentração e volume – a concentração estão relacionados à quantidade de agentes


biológicos por unidade de volume. Assim, quanto maior a concentração, maior o risco. O volume
do agente biológico também é importante, pois na maioria dos casos os factores de risco aumentam
proporcionalmente ao aumento do volume.

Origem do agente biológico potencialmente patogénico – deve ser considerada a origem


do hospedeiro do agente biológico (humano ou animal), como também a localização geográfica
(áreas endémicas) e o vector.

Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes – estas incluem profilaxia por


vacinação, agentes antimicrobianos, antissoros e imunoglobulinas. Inclui ainda, a adopção de
medidas sanitárias, controle de vectores e medidas de quarentena em movimentos transfronteiriços.
Quando essas medidas estão disponíveis, o risco é reduzido.

Disponibilidade de tratamento eficaz – tratamento capaz de prover a contenção do


agravamento e a cura da doença causada pela exposição ao agente biológico. Inclui a utilização de
antissoros, vacinas pós-exposição e medicamentos terapêuticos específicos. Deve ser considerada a
possibilidade de ocorrência de resistência a antimicrobianos entre os agentes biológicos envolvidos.

Dose infectante – consiste no número mínimo de agentes biológicos necessários para


causar doença. Varia de acordo com a virulência do agente biológico e a susceptibilidade do
indivíduo à infecção.

4
Manipulação do agente biológico – a manipulação pode potencializar o risco, como por
exemplo, em procedimentos para multiplicação, sonicação, liofilização e centrifugação.

Além disto, deve-se destacar que nos procedimentos de manipulação envolvendo a


inoculação experimental em animais, os riscos irão variar de acordo com as espécies e protocolos
utilizados. Deve ser considerado ainda risco de infecções latentes que são mais comuns em animais
capturados na natureza.

Eliminação do agente biológico – o conhecimento das vias de eliminação do agente é


importante para a adopção de medidas de contingenciamento. A eliminação por excreções ou
secreções de agentes biológicos pelos organismos infectados, em especial, aqueles transmitidos por
via respiratória, podem exigir medidas adicionais de contenção. As pessoas que lidam com animais
experimentalmente infectados com agentes biológicos patogénicos apresentam um risco maior de
exposição devido à possibilidade de mordidas, arranhões e inalação de aerossóis.

2.3 Classificação de risco

Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a comunidade): Inclui os agentes


biológicos conhecidos por não causarem doenças no homem ou nos animais adultos sadios.
Exemplos: Lactobacillus spp. e Bacillus subtilis.

Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade):


Inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo potencial de
propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente é limitado, e para os quais existem
medidas profiláticas e terapêuticas conhecidas eficazes. Exemplos: Schistosoma mansoni e vírus da
rubéola.

Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): Inclui os
agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão, em especial por via respiratória, e que
causam doenças em humanos ou animais potencialmente letais, para as quais existem usualmente
medidas profiláticas e terapêuticas. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio
ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. Exemplos: Bacillus anthracis e Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV).

Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): Inclui os agentes


biológicos com grande poder de transmissibilidade, em especial por via respiratória, ou de
transmissão desconhecida. Até o momento, não há nenhuma medida profilática ou terapêutica

5
eficaz contra infecções ocasionadas por estes. Causam doenças humanas e animais de alta
gravidade, com alta capacidade de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Esta classe
inclui principalmente vírus. Exemplos: vírus Ebola e vírus da varíola.

Classe de risco especial: Agentes biológicos que oferecem alto risco de causar doença
animal grave e de disseminação no meio ambiente de doença animal não existente no país e que,
embora não sejam obrigatoriamente patógenos de importância para o homem, podem gerar graves
perdas econômicas e/ou na produção de alimentos. Alguns exemplos: Vírus da cólera suína, Vírus
da doença de Borna, Vírus da doença de New Castle (amostras asiáticas), Vírus da doença de
Teschen, Vírus da doença de Wesselbron, Vírus da influenza A aviária (amostras de epizootias),
Vírus da peste aviária, Vírus da peste bovina (Brasil , 2006a).

6
3. CONCLUSÃO

A biotecnologia e seus avanços, além de suas colaborações nas diversas áreas como a
medicina, a agricultura e a economia, incluem a presença de riscos. A existência de tais riscos
indica a necessidade de haver normas de segurança destinadas à análise e desenvolvimento de
estratégias para minimizá-los, principal função da biossegurança. A biossegurança se faz importante
tanto no controle dos riscos ocupacionais quanto no controle dos riscos de prejuízo ambiental
provenientes das novas tecnologias científicas. Para que as acções de biossegurança sejam efectivas
é necessário que todos os envolvidos em actividades de risco estejam devidamente informados
acerca das directrizes atuais, bem como aptos a colocá-las em prática de maneira correta. No
entanto, é preciso ressaltar que o fato de haver manuais e normas de biossegurança não implica no
afastamento total dos riscos.

7
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, M.B.M. Biossegurança, uma visão da história da ciência. Biotecnologia,


Ciência & Desenvolvimento, v.3, n.18, p. 42-45, 2001.

ALMEIDA, A.B.S.; ALBUQUERQUE, M.B.M. Biossegurança: um enfoque histórico através da


história oral. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v.7, n.1, p.171- 183, 2000.

ALMEIDA, J.L.T.; VALLE, S. Biossegurança no ano 2010: o futuro em nossas mãos? Bioética,
v.7, n.2, p.199- 203, 1999.

AZEVEDO, J.L.; FUNGARO, M.H.P.; VIEIRA, M.L.C. Transgênicos e evolução dirigida.


História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v.7, n.2, p.451-464, 2000.

BORÉM, A. Escape genico & transgenicos. Rio Branco: Suprema, 2001.

BRASIL. Lei no 8974, de 5 de janeiro de 1995. “Regulamenta os incisos II e V do parágrafo 1o do


art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas para o uso das técnicas de engenharia genética e
liberação no meio ambiente de Organismos Geneticamente Modificados, autoriza o Poder
Executivo a criar, no âmbito da Presidência da República, a Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança, e dá outras providências”. Diário Oficial [da] Republica Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 6 jan. 1995.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Laboratory biosafety guidelines. 2..
ed. Ottawa: CDC, 1996. 66p.

COICO, R.; LUNN, G. Biosafety: guidelines for working with pathogenic and infectious
microorganisms. Current Protocols in Immunology, cap.1A, unid.1A, 2005. Paulo: Ed. Santos,
1996.

COSTA, M.A.F.; COSTA, M.F.B. Biossegurança: elo estratégico de SST. Revista CIPA, v.21,
n.253, 2002.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Boas práticas de laboratório.


FONTES; E.M.G. Legal and regulatory concerns about transgenic plants in Brazil. Journal of
Invertebrate Pathology, v.83, n.2, p.100-103, 2003.

Você também pode gostar