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Por regra, os preparos são pagos em proporção igual pelo autor (requerente) e
o réu (requerido) caso a respectiva providência admita oposição. Mas se a
procedimento referido não admitir contestação ou oposição, então os
preparos serão apenas pagos pelo (s) requerente (s), vide art. 124.º n.º1, do
CCJ.
Cont.
Quanto ao valor pago para efeito de preparo inicial e de decisão nos
procedimentos cautelares, em princípio é calculada tendo em conta o valor da
taxa de justiça devida a final. Mas nos procedimentos cautelares a taxa de
justiça devida a final é variável, entre o mínimo de um sexto e o maximo que
não execederá a metade (1/2) do correspondente a uma acção (…), tal como
já referimos. Dispõe o art.122.º paragrafo §2, do CCJ e art. 12.º n.º 3, da Lei
n.º 09/05, de 17 de Agosto, que “se a taxa for variável, o preparo é calculado
pela fracção ou percentagem mínima”.
Cont.
Assim, no exemplo 2: Para a mesma taxa de justiça já referida de Kz.
176.000,00 (cento e setenta e seis mil kwanzas), nos procedimento cautelares:
- um 1/6 da taxa integral de Kz. 176.000,00 é igual a 29.334,00 (vinte e nove
mil e trezentos e trinta e quatro kwanzas), este é o valor mínimo;
- E a taxa máxima que é metade da taxa integral de 176.000, 00 é igual a
88.000,00 (isto é, 176.000,00 x ½ = 88.000,00).
• Entrentanto, os preparos são calculados de acordo com o mínimo da taxa de
justiça devida a final, que é de 29.334,00.
• Neste o preparo inicial será igual a … (29.334,00x 30% igual 8.800,2), e para
decisão será o mesmo valor, vide art. 12.ºº n.º 1, da Lei n.º9/05, de 17 de
Agosto.
É assim que a lei manda fazer, mas é como tem acontecido nos tribunais,
calcular sobre a taxa inteira isto é, sobre a quantia de 176.000,00. Ou seja,
aquilo que tem acontecido nos nossos tribunais, nas providências cautelares a
taxa de justiça tem sido calculada com base com a taxa integral que seria
devida a final na acção principal ( neste caso,o preparo inicial será igual Kz.
176.000,00 x 30% igual a Kz. 52.800,00 O preparo da decisão será também
igual a Kz. 52.800,00). É exagero, ilegal e onera muito as partes.
Quanto ao prazo para efectuar o pagamento dos preparo e inicial e para
decisão nos procedimentos cautelares é de cinco dias seguintes à
apresentação do requerimento em juízo ou à distribuição, isto no caso do
autor; e para o requerido quando haja contestação ou oposição no respectivo
procedimento cautelar, cinco dias a contar da data da entrada contestação no
cartório judicial, vide arts. 120.º, 127.º e 130.º, do CCJ.
Se o autor não pagar os preparos referidos no prazo estabelecido será
notificado para efectuar o pagamento do preparo que deixou de fazer, bem
como uma taxa igual, a título de multa, sob pena de ser indiferido o pedido,
art. 134.º e art.138.º, do CCJ.
A mesma imposição se faz em relação ao requerido naqueles procedimentos
que admitem oposição sob pena de ser desentranhada a contestação.
Encargos
Como já falamos no princípio da nossa abordagem, as custas judiciais
compreendem a taxa de justiça e encargos.
Encargos são despesas resultantes da tramitação processual requeridas pelas
partes ou mesmo ordenadas pelo tribunal.
Os tipos de encargos, em cada processo são as seguintes (art. 48º e segs., do
CCJ e actualizado pela Lei n.º 9/05, de 17 de Agosto). Como o papel, caminho e
despesas para o transporte, remuneração dos intervenientes acidendentais no
processo, procuradoria, custa de parte, etc.
Procuradoria
Denomina-se por «procuradoria» o encargo que a lei impõe ao vencido para
compensar ou reembolsar o vencedor do litígio do dispêndio com o patrocínio
judiciário ou mandato judicial, podendo inverter para o Cofre Geral de Justiça
nas situações em que a lei prevê.
O Código das custas judiciais, bem como a Lei n.º 9/05, de 17 de Agosto, não
têm nenhuma norma especial que exija o pagamento da procuradoria nos
procedimentos cautelares, nem tão pouco que a proiba a sua cobrança.
Estabelece o n.º1 do art. 10.º, da Lei n.º 9/05, de 17 de Agosto, que “ à parte
vencedora, na porção que em for, recebe do vencido, desistente ou confitente,
em cada instância e no Tribunal Supremo, salvo nos incidentes, uma quantia, a
título de procuradoria, que entra em regra de custas”.
Entretanto, a proibição da cobrança da procuradoria é relativamente aos
incidentes, e é isenção de carácter objectiva.
Assim, quanto aos procedimentos cautelares, como não são qualificados como
incidentes, há lugar a contagem de procuradoria que é feita nos termos gerais.
(no mesmo sentido cfr. Salvador da Costa, Código das custas judiciais anotado
e comentado, Almedina, Coimbra 2004, p. 269).
Pelo que, nos procedimentos cautelares, para que o vencedor (requerente ou
requerido) tenha direito a procuradoria é necessário que:
- Tenha constituído advogado;
- - Não esteja isento ou dispensado do pagamento de custas;
- finde após a apresentação da contestação;
- - Não a parte vencedora não seja representada pelo Mº Pº, arts…... art. 63.º §
2, segunda parte, do CCJ, actualizado pelo n.º 5 art.10.º, segunda parte, da
Lei nº 9/05, de 17 de Agosto.
Tal como acontece com a generalidade dos processos cíveis, nos procedimentos
cautelares a procuradoria é cobrada a favor do Cofre Geral de Justiça nas seguintes
situações:
-Quando a parte vencedora seja representada pelo MºPº, art. 63.º § 2 do CCJ,
actualizado pelo n.º 5 art.10.º da Lei nº 9/05, de 17 de Agosto;
- Em qualquer processo em que a parte vencedora não seja representada por
Advogado ou solicitador, art. 63.º § 2, segunda parte, do CCJ, actualizado pelo n.º 5
art.10.º, segunda parte, da Lei nº 9/05, de 17 de Agosto;
- Nos procedimentos cautelar que a parte que haja lugar a oposição oposição ou sem
esta, vide n.º 5 art.10.º, segunda parte, da Lei nº 9/05, de 17 de Agosto;
- E se a parte que tenha direito tiver declarado que as não quer receber, art. 50.º §2,
do CCJ;
-
ver art. 10.º da Lei n.º 9/05.
Cont.
A procuradoria é arbitrada pelo Tribunal, em função do valor da cusa e sua
complexidade, entre ¼ e ½ da taxa de justiça, dividida na proporção do
vencido, vide n.º 3 do art. 10.º, da Lei n.º 9/05, de 17 de Agosto.
Quando o tribunal a não arbitre entende-se fixada no montante mínimo, vide
n.º 4 do art. 10.º, da Lei n.º 9/05, de 17 de Agosto.
A procuradoria é deduzida de 25% que se reverte para a Ordem dos
Advogados, salvo nos casos em que a parte vencedora não esteja
representada por Advogado, vide n.º 6 do art. 10.º, da Lei n.º 9/05, de 17 de
Agosto.
Custas de Parte
Entende-se por custas de parte as despesas efectuadas pelas partes ao longo
do processo, susceptíveis de reembolso pelo vencido.
A nossa lei não fala especificamente do âmbito das custas de parte, apenas
refere no paragrafo § 2 do art. 50.º do CCJ, que “as custas de parte
compreendem tudo o que a parte despendeu através do processo ou parte do
processo que se refere a condenação e a que tenha direito”.
As custas de parte e a procuradoria são incluídas na conta feita após o transito
em julgado de decisão de que contenha condenação definitiva em custas, para
serem pagas conjuntamente com as do tribunal, sendo sempre adicionadas ao
total em dívida, depois de abatidos os preparos ao custo do processo, a fim de
se determinar o total despendido com o processo ou parte do processo, vide o
corpo do art. 50.º do CCJ e art. 15.º da lei n.º 9/05, de 17 de Agosto. As custas
de parte são igualmente incluídas nos rateios, vide art. 115.º alínea d) e art.
13.º art. 15.º da lei n.º 9/05, de 17 de Agosto.
Há custas de parte naquelas providências em que haja contestação.
Nos termos do art. 7.º n.º 2, da Lei n.º 9/05, de 17 de Agosto, “as isenções de
custas, independentemente da sua natureza ou fonte, não abrange os
reembolsos à parte a título de custas de parte, sendo estas suportadas pelo
Cofre Geral de Justiça quando o Estado saia vencido”
Responsabilidade pelo pagamento das custas
judiciais
Como referimos no princípio da presente abordagem, por força do princípio da
onerosidade, plasmado no nº 1º do art.º 446º do CPC, conjugado com o art. 1º
do Código das custas judiciais, «a decisão que julgue a acção, procedimento,
incidentes ou recursos, implica sempre a obrigação do pagamento das custas,
salvos no caso de isenção prevista na lei».
RECEITA DO ESTADO
30% de multa
30% de taxa de justiça (art. 19.º 2, Lei n.º9/05) Kz. 11.000,1
A transportar 85.742,4
Cont.
A transportar 85.742,4
CUSTAS DE PARTE do AutorManuel Joquim
Papel e despesas (papel 6 fls/x35,2, mais procuração-kz. 577,00) 788,2
Preparos fls. 07 (numa única guia pagou os dois preparos) 19.800,00
Procudoria (1/4 da taxa devida a final, deduzindo 25% p OAA) (art. 18.562,5
50.º e 63.º, do CCJ, art. 10.º n.º 3 e 4, Lei n.º9/05)
Soma 39.159,7 39.159,7
25% da Procuradoria para a Ordem dos Advogados (art. 10 .º 6, 6.187,5 6187,5
Lei n.º9/05)
A transportar 131.089,6
A Transportar 131.089,6
RECEITA DO ESTADO
30% de multa
30% de taxa de justiça (art. 19.º 2, Lei n.º9/05) 29.700,00
Exame médico de fls. Xxxxxxxxxxxxxxxxxx
Selo de Processado (abolido) Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Selo de Recibo (abolido) Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Selo de Reconstruçao Nacional (abolido) Xxxxxxx
29.700,00
Patronato das Prisões (4x88) (duas guias do preparo e outra 352,00
do réu para pagar as custas finais e outra p autor levantar ou
receber custas de parte, art. 21, Lei n.º9/05)
Soma 161.141,6
Abatendo preparo de fls. 7 e 16 (vide art. 80.º, do CCJ) 39.600,00
Total a pagar 121. 541,6
Cont.
Em Dívida
São cento e vinte e um mil e quinhentos e quarenta e um kwanzas e seis
cêntimos.
Muito obrigado.
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