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QUINTA-FEIRA, 12 DE ABRIL, 2012 PUBLISHER RICARDO GALUPPO

O
ANO 4 | N 661 | R$ 3,00 DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA
DIRETOR ADJUNTO RAMIRO ALVES

Vida longa aos empreendedores Ainda há vagas

Apoio de incubadoras derruba taxa de A Itapemirim, da empresária

mortalidade dos pequenos negócios Andrea Cola, quer aumentar ainda mais
de 80% para 20%, segundo Sebrae. ➥ P10 a ocupação de 70% de sua frota. ➥ P16

Divulgação
Executivos brasileiros ganham
os mais altos salários do mundo
Diretores do primeiro nível que trabalham no Brasil têm remuneração anual média de US$ 422,2 mil, contra US$ 337,7 mil de seus pares
na Alemanha e US$ 307,6 mil nos Estados Unidos, revela pesquisa do Hay Group, feita com exclusividade para o BRASIL ECONÔMICO. ➥ P4

Murillo Constantino

Mercado aposta em corte

Cade dá sinal de 0,75 ponto na Selic
vermelho Instituições que mais acertam previsões sobre juros
básicos acreditam que Copom manterá queda. ➥ P30

para CSN Consumo cai, Senado alivia

Órgãode defesada mas garante importado para
concorrênciaproíbe a alta do PIB mudar ICMS
empresade Benjamin
Steinbruchde comprar Mesmo com desaceleração O governo cedeu para
novasações da Usiminas prevista para os próximos viabilizar a alíquota de 4%,
eindicar um membro meses, gastos das famílias que atingiria produtos com
parao Conselho. ➥ P17 ajudam crescimento. ➥ P8 60% de nacionalização. ➥ P6

Para ser 















 













 





 

bom pra você,

reduzimos
os juros.

Romney já troca Apple é acusada

tiros com Obama de formar cartel
O tom foi de agressividade. O presidente Governo dos EUA diz que empresa se
mostrou momentos constrangedores do uniu a editoras para fixar preços de livros
republicano, que atacou a economia. ➥ P36 digitais no mercado americano. ➥ P24

INDICADORES 11.4.2012
TAXAS DE CÂMBIO COMPRA VENDA Pilotar por hobby ou
1,8330 1,8350
Dólar comercial (R$/US$)
Euro (R$/€) 2,3976 2,3986
luxo ganha adeptos
JUROS META EFETIVA  
bompratodos.com.br
Selic (ao ano) 9,75% 9,65%
Desembolso para a compra de um avião
BOLSAS VAR. % ÍNDICES de pequeno porte hoje é semelhante e saiba mais
Bovespa — São Paulo -0,72 61.293,14 ao de um carro importado de luxo; mas
disputa por hangar é grande. ➥ P34 Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001


0800 729 0722
Dow Jones — Nova York 0,70 12.805,39
Ouvidoria BB 0800 729 5678



 





0800 729 0088
FTSE 100 — Londres 0,70 5.634,74
2 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

CARTAS Avanço OPINIÃO

Acompanho com regularidade a publicação

José Dirceu
dos artigos do jornalista Ricardo Galuppo. Advogado, ex-ministro da Casa Civil
Após ler o texto “Lama nos joelhos” e membro do Diretório Nacional do PT
(publicado em 4/4/2012) percebi que
é chegada a hora de se colocar em prática
a Reforma Política que está engavetada,
fazendo com que seja apreciada pelo
Congresso Nacional, e votada com a máxima
urgência, para que o eleitor possa votar
e eleger pessoas de confiança ou que
possam ser cobradas futuramente. Quatro pontos essenciais

Amilton Oliveira dos Santos
São Paulo (SP)
Achei alto demais o preço recomendado
na reportagem “Papéis da OGX podem
voltar a subir nos próximos dias” (publicada
em 29/3/2012). O valor justo para esta
empresa fica em torno de R$ 5 a R$ 6 — que
é o valor patrimonial. Não há fluxo de caixa
e o resultado foi negativo. Em minha opinião,
o preço recomendado é muito elevado
para uma empresa pré-operacional.
Marcelo Alves
Campo Grande (MT)
Depois de ler o texto "Gradual terá Luiz
Cezar Fernandes e Dennis Rodrigues como
sócios" publicado no BRASIL ECONÔMICO ON-LINE
(em 30/3/2012)percebi que, nos últimos
anos, a Gradual cresceu no mercado
por causa das inovações que tem
implementado. A cada dia a empresa
vem prestando bons serviços, com alta
qualidade e profissionalismo.
Fernando D’Ávila
João Pessoa (PB)
Divulgação
Estão na mesa de negociação quatro questões fundamentais ao
Tiago Lima desenvolvimento do Brasil nos próximos anos: a reforma do Im-
Diretor-geral da Agência Nacional posto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a revi-
de Transportes Aquaviários (Antaq) são do índice de correção das dívidas dos Estados com a União,
Pelos cálculos da Antaq, somam R$ 21 bilhões a redistribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e a
os pedidos de empresas interessadas em partilha dos royalties do pré-sal.
receber autorizações do governo para operar Para avançarmos nessas questões, abriu-se um espaço políti-
terminais portuários de uso privativo no Brasil. co valioso a partir da ideia de aprovar a Resolução 72, que uni-
formiza em 4% a alíquota do ICMS que incide sobre as opera-
ções interestaduais de importados. Hoje, as alíquotas vão de
7% a 12%, sem considerar os incentivos locais. A resolução
Retrocesso prevê também a redistribuição da cobrança do ICMS entre os
Estados de origem e destino para os produtos comercializados
pela internet.
As medidas têm como meta pôr fim à guerra dos portos, que
privilegia estados importadores em detrimentos de estados
com base industrial, num processo que prejudica a indústria
nacional e a geração de empregos. O que o governo federal bus-
ca é acabar com essas práticas que conflitam com os objetivos
maiores do país de crescer com inclusão social e criação de pos-
tos de trabalho.
Em contrapartida, para envolver os governadores e conse-
guir simplificar o sistema tributário nacional, o governo sinali-
zou com a mudança do índice de correção das dívidas dos esta-
dos com a União, renegociadas em 1997. O problema é que a
composição do índice de reajuste das dívidas (IGP-DI mais ju-
ros de 6% a 9%) revelou-se inadequado, pois só faz aumentar o
montante da dívida. Assim, tornou-se um dos pontos princi-
Divulgação

pais da agenda dos governadores. Pela ideia, que tem a simpatia

ERRATA
de estados e do governo federal, o índice seria substituído pela
Diferentemente do publicado na matéria Ideli Salvatti taxa Selic (9,75%), cuja perspectiva é de queda. Discute-se ain-
"Toyota investe R$ 101 milhões em fábrica Ministra de Relações Institucionais da como compensar os estados que podem vir a perder com a
de empilhadeiras", na edição de 9/4/2012, A ministra Ideli Salvatti será convocada pela unificação da alíquota de ICMS em 4%.
o executivo Hiroyuki Ogata é presidente da Câmara a dar explicações sobre possíveis
Toyota Material Handling Mercosur (TMHM) irregularidades na compra de 28 lanchas de Está aberta a janela para avançarmos mais
e não da Toyota Industries Corporation (Tico). patrulha pelo Ministério da Pesca na sua gestão.
na reforma tributária e equilibrarmos nosso
sistema que onera muito o setor produtivo
CONECTADO conectado@brasileconomico.com.br
Talvez esse seja o momento em que os governadores se mos-
tram mais dispostos a mexer no ICMS, cerne do debate sobre a
Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia
reforma tributária. O grande risco que corremos é que esse
avanço se limite à troca do índice de correção das dívidas pelo
fim da guerra dos portos. O desafio, assim, é montar uma mesa
permanente de negociação para os demais pontos. É possível, e
preciso, promover uma reforma ampla do ICMS, deslocando a
tributação do Estado em que o produto é fabricado para o Esta-
do em que ele é consumido, ou seja, está aberta a janela para
avançarmos mais na reforma tributária e equilibrarmos nosso
sistema que onera em muito o setor produtivo.
Mas não podemos fazer isso de forma descolada da questão
do FPE, que precisa ser aprovada no Congresso Nacional até de-
zembro e deve ter como norte a rediscussão do pacto federativo
Free Music mp3 Target Wine Enthusiast a partir da lógica de priorizar o desenvolvimento regional. Nes-
Downloader Weight Guide se conjunto de medidas se insere também a partilha dos royal-
O aplicativo vai conquistar os O programa é bem útil para Quem não gostaria de poder contar ties do pré-sal, porque envolve discussões cruciais aos estados
amantes da boa música. Apesar quem está fazendo dieta. com o apoio de um sommelier na e que estão diretamente relacionadas com a reforma do ICMS,
da limitação dos recursos, é uma Nele, o usuário registra foto hora de comprar vinho? Na ausência as dívidas estaduais e o acesso ao FPE. Afinal, manter o Brasil na
eficiente ferramenta de busca e seus dados pessoais como do profissional, é possível encontrar rota do desenvolvimento passa por dissolver esses entraves. ■
de arquivos gratuitos de MP3 altura, peso atual e peso boas dicas nesse aplicativo. O guia
no Google Play. Com interface que pretende atingir. Tendo traz avaliações de mais de 100 mil
simples, o programa é capaz como base essas informações, rótulos. Por ele, é possível fazer NESTA EDIÇÃO
de encontrar artistas nacionais o aplicativo estabelece metas escolhas, considerando preço,
e internacionais, inclusive e prazos, e registra a classificação, estilo e região.
aqueles que fazem parte evolução do usuário em Apresenta textos sobre como
do circuito underground. gráficos e estatísticas. armazenar e cozinhar com a bebida.
Empresa fabrica telhas sustentáveis
Produto feito de fibra de celulose, extraída de papel reciclado,
Grátis Grátis US$ 4,99 desponta no mercado com vantagem: é mais leve, tem baixo
Para: Android Para: iPhone Para: iPhone impacto ambiental e contribui para economizar energia. ➥ P12

Texto alinhado à sfdfesquerda, sem hifenização,

Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP).
falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda,
BlackBerry quer mudar imagem no Brasil
E-mail: redacao@brasileconomico.com.br
texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto Associada ao universo corporativo, marca de aparelhos de celular
As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de
falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX pretende surpreender consumidor, mostrando sua versatilidade.
espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas.
Para tanto, lança campanha pela agência Publicis Red Lion . ➥ P27
Mais cartas em www.brasileconomico.com.br
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 3

MOSAICO POLÍTICO

Fabio Feldmann
Consultor em sustentabilidade

PEDRO VENCESLAU
pvenceslau@brasileconomico.com.br

Ricardo Stuckert/AFP

O legado da Rio+20
Estamos há poucas semanas da Rio+20 e ainda pendem muitas dú-
vidas sobre a reunião, quer do ponto de vista logístico, quer do pon-
to de vista de conteúdo. No âmbito das Nações Unidas, a discussão
do draft zero, “The future we want”, se torna cada vez mais difícil
na medida em que o documento cresce a cada dia. Ele possui 128
itens, o que revela, no mínimo, absoluta falta de foco. O Brasil, co-
mo país anfitrião, tem tido uma posição tímida em relação ao con-
teúdo por duas razões: não quer desagradar ninguém e, com isso,
garantir “quorum” na reunião e também aumentar o apoio ao seu
pleito de integrar o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ve-
jo nesta posição um grande risco porque o sucesso da reunião de-
pende claramente de se avançar em alguns temas importantes e,
na medida em que chefes de Estado não acreditam no sucesso dela,
ficam menos dispostos a vir ao Brasil. Temos que estabelecer um ci-
clo vicioso, colocando um conteúdo mínimo de avanços e, com is-
so, estimular os chefes de Estado a compartilhar desse sucesso.

Relatório do Bird demonstra que a falta

de ações no combate ao aquecimento global
terá custo muito maior em termos futuro
Até o momento, há um esforço inaceitável de se diminuir a História da democracia ou do PT?
dimensão ambiental do conteúdo, com ênfase na erradicação
da pobreza e nos aspectos sociais. O governo brasileiro quer O Projeto de Lei que autoriza a doação de um terreno de 4,9 mil m² no Centro de São Paulo para o
mostrar os avanços obtidos nos últimos anos, aliados à visão de- Instituto Lula tinha tudo para ser aprovado com uma votação tranquila na Câmara dos Vereadores.
senvolvimentista de países em desenvolvimento, fixados no pa- Mas apesar do apoio de parlamentares governistas e da oposição, no caso o PT, o PSDB conseguiu
radigma de Estocolmo em 1972: na prática, o crescimento eco- obstruir o projeto e transformar a questão em um caloroso debate sobre ética pública. “Esse institu-
nômico a qualquer custo e a miséria como a pior poluição. to não será usado para contar a história da democracia, como dizem os petistas, mas para endeusar
Se há algum mérito no conceito de Desenvolvimento Susten- a figura do Lula. É preciso lembrar que eleitores de toda gama ideológica da cidade pagam o IPTU”,
tável é o esforço de compreender que a falta de cuidado com o dispara o filósofo Roberto Romano, professor de ética da Unicamp. Para sair da defensiva, o verea-
meio ambiente hoje, representa um grande ônus social amanhã. dor e presidente municipal do PT, Antonio Donato, tenta colocar o Instituto FHC na berlinda. “O
Ou seja, ao se incorporar uma dimensão de médio e longo prazo, Instituto Fernando Henrique Cardoso recebeu apoio financeiro da Sabesp e ninguém falou nada.
não há incompatibilidade entre o ambiental e o social. O melhor Não vejo diferença nenhuma”.
exemplo está na conclusão do Relatório de Nicholas Stern, ex-
economista chefe do Banco Mundial, que demonstrou que a fal-
ta de ações de combate ao aquecimento global terá um custo
muito maior em termos futuros. Calcula-se que, com o investi-
Um olhar petista sobre a história Presidente Dilma não terá
mento de apenas 1% do PIB mundial, é possível evitar a perda da democracia brasileira? tempo de curar o “jet leg”
de 20% do mesmo PIB num prazo de simulação de 50 anos.
Podemos concretamente mostrar exemplos simples no coti- O vereador tucano Floriano Pesaro, líder do levante A presidente Dilma Rousseff está com rodinhas
diano: a ocupação de encostas agrava os riscos de deslizamen- contra a doação, rebate a tese do petista. “A Sabesp nos pés. Mal voltou dos Estados Unidos e já está
tos que, de tempos em tempos, ocupam as manchetes da mídia; contribuiu, via Lei Rouanet, com uma exposição de novo com as malas prontas. Ela embarca
a falta de boas políticas públicas de conservação de energia e sobre o Plano Real que foi organizada pelo Instituto amanhã para Cartagena das Ìndias, na Colômbia,
a
água representa enormes investimentos públicos que poderiam FHC. É bem diferente de doar um terreno público onde participa da 4 Cúpula das Américas,
ser utilizados para melhorar o padrão da educação pública brasi- para um partido contar sua versão da história". que discutirá a segurança na região.
leira e mais, estímulos à indústria automobilística diminuem a
mobilidade nas grandes e médias cidades do Brasil e do mundo. CURTAS
Sob a liderança do Embaixador Rubens Ricupero e de Celso
Lafer, houve um encontro com o vice-presidente da República
Michel Temer, com o objetivo de se solicitar à Presidência da Re-
pública um empenho pessoal nestas poucas semanas que res-
●
➤
A campanha em São Paulo
repetirá um clássico
do marketing político: Luiz
PRONTO, FALEI
●
➤
Depois de 21 dias de
reclusão, o senador
Demóstenes Torres foi ontem
tam antes da Rio+20. Nesta ocasião foi citado o esforço do então Gonzalez (com José Serra) “O governo ao Senado para... bater ponto.
presidente Fernando Collor para garantir o sucesso da Rio 92. X João Santana (que será a
federal anuncia,
Certamente a presidente Dilma está diante de uma oportunida-
de de deixar um grande legado do seu governo para o Brasil e o
planeta. Mas, para isso, deve fazer o seguinte exercício: o que,
sombra de Fernando Haddad).
Os contratos ainda não foram
assinados, mas está tudo certo.
discute, mas ●
➤
O jornal The Guardian
criticou Obama pelo
tratamento “frio” dado à
de fato, deve ocorrer em junho para que na Rio+40 possamos não apresenta presidente Dilma. O título do
olhar para trás e ter a certeza de que fizemos a nossa parte? ■
●
➤
Os postes do bairro de
Pinheiros, em São Paulo,
foram tomados com cartazes
a solução
adequada”
artigo diz tudo: “Todos querem
falar com Dilma, menos Obama”

que denunciam que o médico

legista Harry Shibata está
morando nas redondezas.
Ele é acusado por militantes
Cultura e inspiração no Sudeste asiático de direitos humanos de
Província cambojana de Sien Reap atrai turistas graças a sua ter assinado laudos falsos
beleza natural e exotismo. Além de resorts e restaurantes de alto
padrão, o local tem santuários e parques arqueológicos. ➥ P29
creditando mortes sob
tortura a causas naturais.
●
➤
O ex-terrorista italiano
Cesare Battisti, que vive
em férias sem fim no Brasil,
disse ontem que deseja
Aécio Neves
obter a cidadania...francesa.
Sobre a proposta para
correção da dívida dos
estados com União
●
➤
O MST entregou ontem
ao governo a pauta
de reivindicações do “Abril

Brasil se mantém indiferente ao gás de xisto ●

➤
O PT passará o mês de abril
a pão e água. Os ministros
do TSE reprovaram as contas
Vermelho”, que consiste em
uma sequência de ocupações
promovida todos os anos no
Em artigo, Adriano Pires, diretor do CBIE, afirma que país tem do partido referentes a 2005 mesmo mês em várias partes
potencial para ser o segundo maior produtor mundial do recurso, e, como punição, deixaram do país. Eles exigem a abertura
Divulgação

mas não investe em sua exploração. ➥ P39 a sigla sem os R$ 3,8 milhões de novas linhas de crédito
do Fundo Partidário. rural para os camponeses.
4 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

DESTAQUE SALÁRIOS NO ALTO ESCALÃO

Editora executiva: Jiane Carvalho jcarvalho@brasileconomico.com.br

Brasil no topo do ranking em

remuneração de executivos
País desbanca Alemanha, EUA e emergentes com salário e bônus, em média, de US$ 422,2 mil ao ano em 2011
Rodrigo Capote

Flávia Furlan
ffurlan@brasileconomico.com.br

O Brasil é o país que melhor re-

munera os executivos, revelou
levantamento realizado pelo
Hay Group a pedido do BRASIL
E CONÔMICO e que engloba um
universo de mais de 10,6 mil
empresas e de 674,5 mil funcio-
nários de nove países. No ano
passado, a soma de salário e me-
ta de bônus da diretoria brasilei-
ra (excluindo CEOs) ficou em
US$ 422,2 mil ao ano, maior in-
clusive do que Alemanha e Esta-
dos Unidos, com valores de
US$ 337,7 mil e US$ 307,6 mil,
na ordem, considerados países
mais generosos no pagamento
a executivos.
“O estudo leva em conta o
salário-base anual e a meta de
bônus, ou seja, o que é pago se
os resultados exigidos dos exe-
cutivos fossem atendidos, ti-
rando o efeito da economia do
país na avaliação”, conta Ola-
vo Chiaradia, diretor da área
de Informações sobre Remune-
ração do Hay Group.
De acordo com Christian Pe-
reira, consultor sênior da Mer-
cer, um dos motivos para o Bra-
sil estar no topo em remunera-
ção foi a valorização do real
frente ao dólar nos últimos
anos. “Há 10 anos, os executi-
vos daqui ganhavam um quar-
to do que aqueles que atuavam Chiaradia, do Hay Group: Brasil se tornou atraente para muitos estrangeiros devido ao alto pagamento de bônus
no exterior”, pondera.
Outro motivo é o aquecimen-
to econômico e o fenômeno cha- Aumentos de De acordo com Chiaradia, do
PERSPECTIVA MAIS BÔNUS E SALÁRIOS
mado ‘apagão de talentos’. “Fal- Hay Group, o Brasil tem atraído
tam profissionais qualificados, salários-base vieram muitos executivos expatriados
então a tendência é pagar mais, por dissídios e justamente por conta de bônus.
ao contrário do que acontece
em países como Portugal e Espa-
também por troca
de emprego, quando
“Com a perspectiva de cresci-
mento do país, o executivo tem
Rendimento em
nha, de economia desaquecida
e taxas de desemprego altíssi-
mas, que levam a uma referên-
há ajuste de 20%
a possibilidade de fazer uma re-
muneração maior do que a de
país de origem”, comenta ele,
alta nos emergentes
cia de remuneração mais fra- citando avanço de 26% no nú-
ca”, pondera Pereira. la pesquisa, de US$ 275 mil ao mero de estrangeiros que pedi-
Existe, ainda, um fator cultu- ano. “Os aumentos foram por dis- ram autorização para trabalhar Executivos do Brasil e da China outras nações avaliadas em pes-
ral que eleva o pagamento aos sídios ou devido às transações de no Brasil entre 2010 e 2011, de lideram expectativa de aumento quisa realizada pela empresa de
executivos no Brasil, que é o fa- um emprego para outro, quando acordo com o Ministério do Tra- de remuneração fixa e variável recrutamento Robert Half.
to das empresas brasileiras te- há valorização de 20% do salário balho e Emprego. O Brasil registra o maior ín-
rem uma filosofia de remunera- em média”, explica Fábio Saad, Sobre a possibilidade de que Parceira do Brasil no BRIC (gru- dice de entrevistados que espe-
ção mais agressiva, até mesmo gerente sênior da empresa de re- esse cenário positivo para o Bra- po que reune também os emer- ram aumento salarial para o
pela proximidade dos executi- crutamento Robert Half. sil em termos de remuneração gentes Rússia e Índia), a China próximo ano, de 88%. A Chi-
vos na tomada de decisão. “As Em relação à meta de bônus, perdure, Pereira, da Mercer, diz tem mostrado perfil semelhan- na vem em segundo lugar,
multinacionais que atuam aqui, o Brasil também esteve no to- que a sensação que se tem é que te ao brasileiro no que se refere com 74% de respostas afirma-
para garantir e reter talento, po, com valor de US$ 147,2 sim, pelo menos até os eventos à perspectiva de aumento de re- tivas. Já em relação aos bônus,
acompanham a filosofia das em- mil. “Muitas empresas, para mundiais. “Isso vai continuar munerações fixa e variável de a colocação se inverte: 74%
presas nacionais”, destaca o não entrar em uma guerra sala- até 2015 e 2016, pelos dois gran- seus altos executivos. dos chineses veem possibilida-
consultor da Mercer. rial e ao mesmo tempo conse- des eventos e impacto deles na Ambos os países lideram as ex- de de alta em suas remunera-
O levantamento do Hay guir ter uma ferramenta de economia. Agora, se irá se con- pectativas de que nos próximos ções variáveis para os próxi-
Group mostrou que, em relação atração, apostam na remunera- solidar desta maneira depois da 12 meses haja crescimento tanto mos 12 meses e entre os brasi-
ao salário-base, os diretores que ção variável atrelada ao desem- Copa e Olimpíada, isso é um se- no valor de salários quanto de leiros, em segundo lugar no
atuam no Brasil recebem os penho do profissional e da em- gundo degrau para se avaliar bônus recebidos por seus altos ranking, 55% fizeram a mes-
maiores valores identificados pe- presa”, ressalta Saad. mais para frente”, destaca. ■ executivos, em comparação a ma declaração. ■ C.B.
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 5

LEIA MAIS
●
➤
Brasil supera países
como Estados Unidos
e Alemanha, tradicionalmente
●
➤
Valorização do real
nos últimos anos é um
dos fatores que ajudaram na
●
➤
Executivos que
atuam no país em
multinacionais, chegam
generosos ao remunerar melhora comparativa do valor a ganhar mais que seus
executivos, e lidera ranking pago a diretores que atuam no superiores que trabalham
dos salários mais altos. Brasil com o de outros países. em outros países.

BRASIL NO TOPO Remuneração média de diretores em 2011, em US$ ao ano

Crise global
contribuiu
para elevação
BRASIL
MÉDIA DE
SALÁRIO-BASE
275.016
BÔNUS

147.282
TOTAL

422.298
4222.
4 2.29
.29
298
de ganhos
RÚSSIA 238.957 120.342 359.299
359.
359.
359.29
.22999 Economia brasileira aquecida incentiva retorno
ALEMANHA 237.972 99.773 337.745
337.
337.
337.74
7445 5 de executivos ao país e amplia competitividade
EUA 227.423 80.276 307.699
3077..699
30 699
69
ITÁLIA 235.347 70.403 305.750
330
055..75
750 Cláudia Bredarioli Divulgação
cbredarioli@brasileconomico.com.br
REINO UNIDO 210.704 74.651 285.355
285
28 5..335
55
FRANÇA 213.194 67.519 280.713
228
80.
80.
0.71
.71
713 A crise internacional que asso-
CHINA 159.913 112.118 272.031
22772.
2.03
0311 lou as grandes economias mun-
diais a partir de 2008 contri-
ÍNDIA 87.098 66.767 160.378
11660
0..37
378
378 buiu fortemente para que o João Marco
Fonte: Hay Group
Brasil assumisse a dianteira no Diretor da
ranking das melhores remune- Michael Page
rações variáveis de altos execu-
Setor financeiro tivos. Com melhor condição
de crescimento vivida pela
“O Brasil tem tradição
de remuneração variável

perde para a Rússia economia brasileira, aumen-

tou o fluxo de executivos com
interesse em trabalhar no país
agressiva. Isso tem
crescido e é uma tendência
que deve se manter
o que trouxe, ao mesmo tem- enquanto a economia
Remuneração de diretor do setor Pereira, consultor sênior da tuação é fa- po, o retorno de brasileiros e a estiver fortalecida”
no Brasil fica em US$ 414 mil, Mercer, sobre o fato de as insti- vorável”, diz vinda de estrangeiros, am-
ante US$ 508,9 mil entre russos tuições financeiras basearem as Fabio Saad, ge- pliando a competitividade.
remunerações muito mais no rente sênior da Ro- “O Brasil tem tradição de re-
O levantamento do Hay Group que é variável, como bônus e bert Half. muneração variável agressi- áreas comerciais, ganharam im-
revela que executivos em posto participação em lucros e resul- A título de compara- va. Isso tem crescido e é uma pulso também nos segmentos
de diretoria no setor financeiro tados (PLR), do que no que é fi- ção, nos Estados Unidos, tendência que deve se manter de produção, marketing, finan-
tiveram um salário-base mais xo, como benefícios e salários. a remuneração dos direto- enquanto a economia estiver ças e recursos humanos. “Há ho-
uma meta de bônus de US$ 414 Na comparação global, a re- res do setor financeiro ficou fortalecida e o fluxo de execu- je clareza que as metas de ven-
mil em média no Brasil em muneração do setor financei- em US$ 303,1 mil em 2011. “O tivos brasileiros voltando ao das não serão alcançadas se to-
2011, enquanto a média de to- ro brasileiro só é menor do executivo nos EUA normalmen- país se mantiver em alta”, afir- das as outras áreas não estive-
dos os setores no país foi de que a da Rússia, onde fica em te tem um potencial de ganho ma João Marco, diretor das di- rem com elas”, diz o diretor da
US$ 422,2 mil. “Temos no Bra- US$ 508,9 mil. “Não saberia di- maior do que o do Brasil porque visões Banking e Finance da Michael Page.
sil uma prática de remuneração zer porque na Rússia as remu- lá a remuneração é mais agressi- empresa de recrutamento Mi- Justamente por isso, o que
do sistema financeiro muito nerações estão maiores, mas, va, porém o ambiente do Brasil chael Page. tem sido visto são as mais va-
mais vinculada ao risco do que sem dúvida, é um país em de- hoje é mais favorável”, compa- Ele explica que outra conse- riadas formações acadêmicas
à garantia”, explica Christian senvolvimento e, por isso, a si- ra Pereira. ■ F.F. quência desse movimento e experiências profissionais
tem sido um desnível de salá- entre os executivos que des-
rios dentro da mesma empre- frutam dessas altas remunera-
sa ou instituição financeira. ções. Segundo Marco, para ca-
OTIMISMO
“Há presidentes de filiais de da atuação, mais especificida-
Expectativa de variação salarial nos próximos 12 meses multinacionais que ganham des são exigidas — o que re-
mais no Brasil do que nas ma- duz a quantidade de profissio-
AUMENTE REDUZA PERMANEÇA O MESMO NÃO SEI
trizes, mas nisso é preciso con- nais disponíveis para exercer
GLOBAL 39% 6% 53% 3% siderar os altos impostos que essas funções.
incidem sobre os salários bra-
BRASIL 80% 0% 19% 1% sileiros e, atualmente, tam- Governança
CHILE 28% 20% 52% 0% bém o elevado custo de vida Ivan Nacsa, sócio-diretor da
CHINA 74% 6% 18% 2% no país”, afirma. Ainda assim, FBM Consulting, destaca ainda
segundo Marco, as remunera- que regulamentações recentes
FRANÇA 22% 0
0% 74% 4% ções brasileiras têm se destaca- do Banco Central também têm
ALEMANHA 39% 11% 51% 0% do, mesmo quando converti- trazido mudanças para as estra-
JAPÃO 24% 8% 54% 14% das para outras moedas. tégias adotadas, especialmente
0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 0 80 80 0 80
“Pode ser que o diretor do no setor financeiro, para a remu-
Cone Sul, que engloba Brasil, neração variável de seus altos
tenha um patamar maior de re- executivos. Uma resolução de
Expectativa de variação de bônus nos próximos 12 meses
muneração do que o seu supe- 2010, por exemplo, exige que
22% 59% 7%
rior que está em outro lugar, já haja compatibilidade entre os
GLOBAL 11%
que o nível de competitivida- resultado da instituição verifica-
BRASIL 55% 3% 37% 5% de no mercado de trabalho na- do no Brasil e os ganhos distri-
CHILE 22% 24% 54% 0 quele lugar é diferente”, refor- buídos a seus diretores.
CHINA 2% 4% ça Christian Pereira, consultor “Essas medidas estão alinha-
74% 20%
sênior da Mercer. das com práticas internacio-
FRANÇA 74% 26% 53% 3% Um movimento recente que nais. Exigem governança e
ALEMANHA 31% 13% 55% 2% tem se somado a esse cenário, transparência para fazer esse pa-
JAPÃO 4% 24% de acordo com João Marco, é gamento”, diz Nacsa. “Esse mo-
10% 62%
0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 80 0 80
que as bonificações, antes qua- vimento mostra amadurecimen-
Fonte: Robert Half se que concentradas apenas nas to do Brasil.” ■ Com F.F.
6 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012
BRASIL
Editora: Elaine Cotta ecotta@brasileconomico.com.br
Subeditora: Ivone Portes iportes@brasileconomico.com.br
Senado alivia importados
para aprovar regra de ICMS
Governo cede mais uma vez e abranda
proposta para as novas regras de
incentivo fiscal concedido pelos estados
Simone Cavalcanti e
Ruy Barata Neto, de Brasília
redacao@brasileconomico.com.br
O governo cedeu mais uma vez e
aliviou a proposta para as novas
regras de incentivo fiscal concedi-
do pelos estados aos produtos im-
portados. A intenção é viabilizar
politicamente a aprovação do
projeto que põe fim à chamada
“guerra dos portos”. Com mes-
mo propósito, na semana passa-
da, abriu-se a brecha para mudar
o indexador da dívida que os en-
tes têm com a União, o que possi-
bilita, inclusive, uma mudança
indesejada na Lei de Responsabili-
dade Fiscal (LRF).
O substitutivo à Resolução
72/2010 apresentado ontem pe-
lo senador e líder do governo,
Eduardo Braga (PMDB-AM), na
Comissão de Assuntos Econômi-
cos (CAE) do Senado, prevê alí-
quota de 4% do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Ser-
viços (ICMS) a todo produto vin-
do do exterior que, mesmo ten-
do sido transformada dentro do
país, ainda apresente mais de
40% de conteúdo importado na
venda para outro estado. Para
os produtos nacionais, com até
39% de conteúdo externo, a alí-
quota interestadual do tributo
varia de zero a 18%.
A medida foi construída den-
tro do Ministério da Fazenda, pe-
la equipe e com aval do ministro
Guido Mantega. “O bom é inimi-
go do ótimo. Era preciso encon-
trar uma regra de transição que
suavizasse um pouco para os esta-
dos e viabilizasse politicamente
a aprovação da nova regra”, dis-
se uma fonte envolvida nas nego-
ciações. Para chegar ao percen-
tual será considerando o valor da
importação dos bens que entra-
ram por um estado em relação ao
montante total da venda do pro-
duto para outra unidade da fede-
ração. A medida, se aprovada, só
valerá a partir de 2013. E o Conse-
lho de Política Fazendária (Con-
faz) poderá baixar normas para
definir critérios e procedimen-
tos para a Certificação de Conteú-
do de Importação (CCI).
Segundo o senador Romero
Jucá (PMDB-RR), autor da Reso-
Jose Cruz/ABr
Para os produtos
nacionais, com até
39% de conteúdo
externo, a alíquota
interestadual do
tributo vai de 0 a 18%
lução 72, esse novo índice deve
pegar principalmente a indús-
tria automobilística, de constru-
ção civil e de produtos que de-
mandam insumos minerais em
seu processo de fabricação. “É
preciso arrochar a tentativa de
fabricantes de maquiar produ-
tos importados”, disse.
Tão logo foi lido o substitutivo
houve um pedido coletivo de vis-
tas e a sessão foi transferida para
a próxima terça-feira (17). Até
lá, são permitidas emendas de
parlamentares, mas a intenção
de Braga é rejeitar todas que apa-
recerem. Segundo senadores
que selaram o acordo para adiar
a votação, existe uma espécie de Deputado Paulo Pereira da Silva (Paulinho da Força) e sindicalistas comemoram a aprovação do projeto
“solidariedade federativa” com
os estados que serão mais preju-
dicados com o enrijecimento
das normas para a concessão dos
incentivos fiscais, principalmen-
te Santa Catarina, Espírito Santo
Braga terá de voltar atrás na
e Goiás. O presidente da CAE, se-
nador Delcídio Amaral (PT-MS),
afirmou que o adiamento já era
troca do indexador da dívida
previsto porque os governado-
res desses três estados querem Projeto do senador deve incluir tem Armando Monteiro (PTB- tos”. No entanto, segundo o pre-
primeiro ver fechado e consagra- a taxa Selic como índice para PE) como relator e que indica a sidente da comissão, senador
do o acordo de compensações reajuste dos débitos dos estados Selic como índice para o reajus- Delcídio Amaral (PT-MS), ainda
prometido por Mantega. te”, afirmou, lembrando que a que a mudança seja de interesse
O presidente da Associação O senador Eduardo Braga proposta foi elaborada antes de dos estados, a operacionaliza-
Brasileira de Empresas de Comér- (PMDB-AM) terá de voltar atrás ele assumir a liderança. ção da iniciativa não foi feita da
cio Exterior (Abece) e ex-secretá- em sua posição sobre a troca do Segundo Braga, haverá um melhor maneira.
rio-executivo do Ministério do indexador das dívidas dos esta- tempo maior para a discussão “Não é uma discussão sim-
Desenvolvimento, Indústria e Co- dos com a União para poder se do tema federativo, principal- ples. É preciso tempo. E como
mércio Exterior (MDIC), Ivan Ra- mostrar afinado em sua função mente porque os governadores nós não tivemos o timing neces-
malho, é contra a proibição aos de líder do governo na Casa. As- que estão resistentes. Alegam sário para ir construindo cada so-
incentivos fiscais. Segundo ele, o sim como muitos membros da que apenas a troca do indexador lução, ficou um pouco mais difí-
país não vive surto algum de im- oposição, projeto de lei de sua não é suficiente para resolver o cil”, disse Delcídio, ao se referir
portação. “É só pegar as estatísti- autoria prevê que o Índice de aperto fiscal em que se encon- ao conjunto de proposta da refor-
cas: nos últimos dez anos, as ex- Preços ao Consumidor Amplo tram e a dívida que se avoluma ma do pacto federativo: o ICMS
portações seguem crescendo aci- (IPCA) é o substituto ideal ao Ín- em vez de reduzir. Ao abrir as dos importados e que incide so-
ma das importações”, afirma. dice Geral de Preços Disponibili- negociações, o governo quis dar bre o comércio de bens e servi-
Além disso, lembra, do total de dade Interna (IGP-DI) na corre- um incentivo aos governadores ços pela internet, novas regras
produtos desembarcados no Bra- ção das parcelas. No entanto, pa- para pressionar seus represen- do Fundo de Participação dos Es-
sil, 17% são bens de consumo, o ra o governo, a mudança deve tantes no Senado a aprovar a re- tados (FPE) e o endividamento
que, segundo ele, é um percen- ser feita para a taxa básica de ju- solução 72/2010 na Comissão de dos estados. “A distribuição do
tual baixo na comparação com a ros, a Selic. “Meu projeto vai Assuntos Econômicos (CAE), ICMS do e-commerce deve sair
ampla maioria dos países. ■ ser incluído na proposta que que coloca fim à “guerra dos por- primeiro.” ■ S.C. e R.B.N.
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 7

Dado Galdieri/Bloomberg

Taxas aéreas podem cair para passageiros

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei
de conversão do deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA)
para a Medida Provisória 551/11, que diminuiu de 50% para 35,9%
o valor do Adicional de Tarifa Aeroportuária (Ataero) incidente sobre
as taxas cobradas das companhias aéreas e dos passageiros. Agora,
deverão ser analisados os destaques apresentados à matéria.
O primeiro destaque a ser analisado será do PT. Agência Câmara

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TRÊS PERGUNTAS A...

...AMIR KHAIR
Rio arrecada
Economista especialista
em Finanças Públicas

“A renegociação é
muito importante para
ser moeda de troca”
Como o sr. vê a troca
dos indexadores da
dívida dos estados,
do IGP-DI para a Selic?
Vejo como problemática. Um dos
problemas é a alteração da Lei de
Responsabilidade Fiscal, que,
no artigo 35, proíbe a alteração
de cláusula contratual e o
refinanciamento. Com isso,
cria-se um precedente. A questão
da renegociação é que quando ela
está perto de terminar, há uma
pressão para haver uma nova
renegociação. Com isso, ninguém
paga. Ninguém se importa com as
contas do estado ou do município.
As unidades não teriam mais
condições de se planejar com
um indexador menos volátil?
Hoje a Selic está mais baixa que
na média histórica, mas no futuro,
pode entrar alguém mais
monetarista. Caso a Selic volte a
subir, será que eles continuariam
a querer esse indexador?
E se a troca for feita de forma
retroativa, não sei quem ganha e
quem perde com isso. Se não me
engano, apenas a cidade de São
Paulo ganha com isso. Não se
esqueça que, quando o Armínio
Fraga presidiu o Banco Central
colocou a Selic a 45% ao ano.
O que interessa não é o índice
em si, mas o quanto eles têm
que pagar. Hoje, é obrigatório
o pagamento de 13% da receita
líquida real. Isso é um superávit
primário que os governos
estaduais são obrigados a fazer.
Na renegociação, as unidades
querem diminuir esse percentual.
Então, o governo federal terá
que fazer mais superávit
primário para compensar.
O governo está certo em
oferecer a renegociação para
emplacar a Resolução 72?
A Guerra Fiscal é muito maior
do que a Guerra dos Portos,
que é tratada nesta resolução.
Os estados não querem ceder
para continuar com essa
estratégia maluca de
competitividade. O problema
maior será quando o governo
quiser implementar a tarifa única
de ICMS interestadual. Trocar
a renegociação pela Guerra dos
Portos é muito pouco. É um
assunto que precisa ser muito
bem discutido e muito importante
para ser contrapartida de algo
pequeno. Gustavo Machado
R$ 2 bi com
operação fiscal
Aumento de 82,66% sobre 2009, antes do início
de ação conjunta entre estado, Fazenda e PM
Gabriela Murno, do Rio
gmurno@brasileconomico.com.br
A Operação Barreira Fiscal, uma
parceria entre as Secretarias de
Estado do Governo, de Fazenda
e a Polícia Militar do Rio de Ja-
neiro (PM-RJ), completou dois
anos em fevereiro e já arreca-
dou mais de R$ 2 bilhões refe-
rentes à substituição tributária
— imposto pago por contribuin-
tes de fora do estado. Um au-
mento de 82,66% em relação a
2009. A ação tem como objetivo
controlar diariamente a entrada
de mercadorias no estado do
Rio de Janeiro, coibindo a sone-
gação de impostos, além da cir-
culação de produtos ilegais co-
mo armas e drogas.
Para o coordenador da ope-
ração, Reynaldo Braga, o cres-
cimento na arrecadação se
deu, principalmente, porque
antes da ação não havia fiscali-
zação nas barreiras fiscais.
“Antes, havia apenas dois pos-
tos, Nhangapi (BR 116 — Rodo-
via Presidente Dutra — km
324) e outra em Levy Gaspa-
rian (BR 040 — Rodovia Rio-
Belo Horizonte — km 6) com
somente 16 fiscais”, diz.
Hoje, são cinco postos nas di-
visas com os estados de São Pau-
lo, Minas Gerais e Espírito San-
to. Além dos dois já existentes,
foram colocados em funciona-
mento mais três, Mato Verde
(BR 101 — Rodovia Governador
Mário Covas — km 45), Pontal
Angra (BR 101 — Rodovia Rio-
Santos — km 489) e um terceiro
em Timbó-Itaperuna (RJ 186 —
COMBATE AO CRIME
Apreensão de drogas cresceu 179% em dois anos
Outro aspecto importante da
Operação Barreira Fiscal é o
combate às atividades crimino-
sas. Entre fevereiro de 2010 e o
mesmo mês de 2012, os agentes
realizaram 828 ocorrências de
apreensão de drogas. Foram
mais de duas toneladas de maco-
nha, cocaína e crack encontra-
das nos veículos de carga. Este
Desde o início da
operação, cerca
de 6,6 milhões de
veículos de carga
foram abordados
BR 356 — Trevo de Itaperuna —
km 489). “Atualmente, temos
130 auditores fiscais da Receita,
graças à um concurso público.
A Secretaria de Governo é res-
ponsável pela parte operacio-
nal, a Fazenda pelo recolhimen-
to do ICMS (Imposto sobre a Cir-
culação de Mercadorias e Servi-
ços) do estado e a PM pela segu-
rança e apreensão de drogas”,
completa Braga.
Além dos postos fixos, há equi-
pes volantes circulando pelas ro-
dovias de todo o estado e barrei-
ras virtuais (acompanhamento
por câmeras), pois a demanda é
muito grande. “Cerca de 61%
das entradas de mercadorias se
dão por meio de rodovias. A
grande quantidade de origens e
destinos dificulta a fiscalização.
Além do mais, há 70 rotas de fu-
ga”, completa o coordenador.
Para facilitar ainda mais o con-
trole, a Secretaria da Fazenda es-
tá fazendo o cadastramento de
contribuintes de outros estados
que desejam se regularizar reque-
rendo a inscrição de contribuin-
te substituto. Desde o início da
ação, 580 já se cadastraram. “As-
sim, as operações destes contri-
buintes não são mais avulsas,
foi o delito que mais cresceu,
comparando ao ano anterior:
179%. Houve ainda aumento na
apreensão de armas, somando
59 ocorrências. “A maior parte
das drogas não é para o tráfico e
sim para o uso dos próprios ca-
minhoneiros. Recolhemos tam-
bém uma arma de fogo a cada
15 dias. Uma arma na mão des-
Agentes durante ação que controla entrada de mercadorias no Rio
não havendo mais a necessidade
de uma guia de GNRE (Guia Na-
cional de Recolhimento de Tribu-
tos Estaduais) para cada. Os tri-
butos são recolhidos por mês. Pa-
ra os demais, continuamos com
a guia”, explica Reynaldo.
Menos multas
Enquanto a arrecadação cresce,
as multas diminuem. Houve que-
da de 51,5% em relação a 2010.
Desde o início da operação, cer-
ca de 6,6 milhões de veículos de
carga foram abordados, o que re-
presenta uma média de 8.820
veículos por dia. Deste total,
mais de um milhão de automó-
veis se submeteram a uma visto-
ria detalhada realizada por audi-
tores e policiais militares. Segun-
do levantamento, para cada 100
veículos que passam pelos pos-
tos fiscais, em média, 15 são veri-
ficados pela operação Pente Fi-
no. Como resultado desta, fo-
ram lavrados cerca de 46 mil au-
tos de infração. Entre as irregu-
laridades estão a sonegação de
imposto, meia nota e evasão do
posto de fiscalização. O total
de multas aplicadas, neste pe-
ríodo, foi de aproximadamente
R$ 298,5 milhões. ■
sas pessoas provoca uma situa-
ção muito perigosa”, diz o coor-
denador, Reynaldo Braga.
Por outro lado, o índice de
apreensão de produtos falsifica-
dos caiu 39,8%. Segundo Braga,
a comercialização de produtos
falsificados continua sendo um
dos grandes focos das ações nos
postos de fiscalização. Desde
USO DE TECNOLOGIA
Operação ganhará
sistema eletrônico
A operação vai ganhar um novo
sistema de registro de passagem.
Todos os postos de fiscalização
passarão a contar com um leitor
digital para as notas fiscais,
que já trazem um código de barras
na folha de rosto. Com o aparelho,
os agentes poderão fazer
a vistoria dos dados das
mercadorias transportadas,
cruzando as informações com
o banco nacional da Nota Fiscal
Eletrônica. Antes, o processo
era feito de forma manual
e mais suscetível a erros.
“O novo sistema está em
fase de testes nos dois postos
que concentram mais de 75%
do volume, Nhangapi e Levy
Gasparian. Ele vai começar a ser
utilizado nos cinco postos fiscais
até o final de abril”, explica
Reynaldo. O novo sistema é
importante, porque além de facilitar
o recolhimento dos impostos,
ajuda o monitoramento das
entradas e saídas do estado. G.M.
que o programa começou, fo-
ram 184 ocorrências.
“Entre os principais produtos
apreendidos estão: material es-
portivo, moda feminina, acessó-
rios (relógios, óculos de sol, bo-
nés), DVDs e CDs, perfumes e be-
bidas. O pico de apreensões se dá
no segundo semestre do ano, de-
vido às festas”, conta. ■ G.M.
8 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

BRASIL
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JUSTIÇA INDÚSTRIA

CNJ informa que somente quatro tribunais Faturamento da indústria de máquinas e

estaduais cumpriram metas de 2011 equipamentos aumenta 9,9% em fevereiro
Apenas os tribunais estaduais de Sergipe, Roraima, Paraná O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos brasileira
e Amazonas cumpriram integralmente as metas nacionais do foi de R$ 6,4 bilhões em fevereiro, 9,9% a mais do que o registrado
Poder Judiciário para 2011, de acordo com relatório divulgado em janeiro, de acordo com dados divulgados pela Associação
pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os índices foram criados Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
em 2009 com o objetivo de acabar com o estoque de processos Na comparação com fevereiro de 2011, houve crescimento de 6,9%.
e reduzir as taxas de congestionamento nos tribunais. ABr Em janeiro o setor teve uma retração de 19,6% ante dezembro. ABr

Consumo cresce menos, mas

ainda garante expansão do PIB
Expectativa é de que gastos dos brasileiros cresça 2,9% nos próximos meses, contra 7% do ano anterior
Danilo Verpa/Folhapress

Chrystiane Silva Em países ricos, o

chsilva@brasileconomico.com.br
O consumo das famílias brasilei-
ras deve crescer menos nos pró-
ximos três meses. Depois de um
período de gastos expressivos
em 2010 e 2011 é hora de colo-
car o freio no bolso. Mas, mes-
mo com uma expectativa de de-
saceleração, o consumo das fa-
mílias deve continuar ajudando
no crescimento da economia.
A expectativa do governo é
que o Produto Interno Bruto
(PIB) cresça entre 4% e 4,5% es-
te ano. Na terça-feira, o minis-
tro da Fazenda, Guido Mantega,
disse que espera um aumento
do consumo entre 7% e 8% e
que novas medidas podem ser
anunciadas para estimular as
compras dos brasileiros.
A preocupação do governo
com os gastos das famílias é per-
tinente. Em países desenvolvi-
dos, o que impulsiona o cresci-
mento econômico é o consumo
interno. No Brasil, a participa-
ção dos gastos dos brasileiros
no PIB ficou em 60,3% no ano
passado, próxima à média dos
países ricos.
“Em nações desenvolvidas o
percentual de gastos das famí-
lias chega a 70%”, diz Alcides
Leite, professor de economia da
Trevisan Escola de Negócios. O
PIB sob a ótica da demanda con-
sidera também os gastos do go-
verno, da formação bruta de ca-
pital fixo, da agropecuária, da
exportação e exportação. “Cada
vez mais o consumo deve aju-
dar o crescimento da econo-
mia”, diz Alcides Leite.
percentual de gastos
das famílias chega
a representar 70% da
composição do PIB
Segundo uma pesquisa do
Programa de Administração e
Varejo (Provar) da Fundação Ins-
tituto de Administração (FIA),
divulgada ontem, o consumo
dos brasileiros deve crescer
2,9% no segundo trimestre des-
te ano, contra 7% em igual pe-
ríodo do ano passado.
Avanço lento
O avanço mais lento do consumo
é um dos reflexos das compras Brasileiros compraram mais produtos da linha branca, como geladeiras e fogões, depois da queda do IPI
de bens duráveis nos últimos me-
ses. Os brasileiros aproveitaram
a redução do Imposto sobre Pro- gundo trimestre deste ano. Ou-
dutos Industrializados (IPI) em tro fator que pode frear o consu- CONSUMO EM BAIXA
diversos setores para trocar os mo é a pouca capacidade de o Exceto para linha branca e material de construção,
móveis e eletrodomésticos da ca- brasileiro pagar suas dívidas, que devem manter alta (%)
sa. Como não é todo mês que ge- apesar do aumento real de
ladeiras e fogões são trocados, a 9,07% dos salários entre janeiro ELETROPORTÁTEIS 5,8 2º TRI/11 2º TRI/12*
tendência agora é uma redução de 2011 e o mesmo mês de 2012. 2,4
MATERIAL DE CONSTRUÇÃO 6,0
gradual nestes gastos. Com mais dinheiro, as famí- 9,0
Segundo a pesquisa, a maior lias gastaram mais e, com isso, a AUTOMÓVEIS E MOTOS 6,2
parte das categorias analisadas inadimplência deve registrar, 5,6
IMÓVEIS 6,2
apresentou queda na intenção em maio, o maior percentual 4,0
de compra dos consumidores. desde 2009, de 8,1%. A taxa de LINHA BRANCA 7,6
10,2
As exceções foram material de inadimplência só deve dar si-
MÓVEIS 9,6
construção, cuja expectativa de nais de queda a partir de junho. 6,6
intenção de compra passou de “Se o consumidor brasileiro não 11,4
INFORMÁTICA 11,2
6% para 9% do segundo trimes- parcelar, ele não compra, e o
CINE E FOTO 11,8
tre de 2011 para o segundo tri- atual nível do consumo interno 6,0
mestre de 2012. A outra catego- pode não sustentar a expansão ELETROELETRÔNICOS 12,0
ria foi linha branca que teve um do PIB desejada pelo governo”, 7,2
TELEFONIA E CELULARES 12,8
aumento de intenção de com- disse Claudio Felisoni de Ange- 8,2
pra de 7,6% nos primeiros três lo, presidente do Conselho do 0 de Administração
Fonte: Provar/Fundação Instituto 3 6 9 com 500
(FIA) - pesquisa 12 15
meses de 2011 para 10,2% no se- Provar. ■ Com R.A. consumidores na Grande São Paulo *Estimativa baseada em pesquisa

Confiança do comércio cai 4,3% até março

Mesmo com o sinal negativo,
resultado indica melhora sobre o
trimestre finalizado em fevereiro
O Índice de Confiança do Co-
mércio (Icom) caiu 4,3% na mé-
dia do trimestre encerrado em
março na comparação com o
mesmo período do ano passado,
para 124,6 pontos, informou on-
tem a Fundação Getulio Vargas
(FGV). Mesmo com o sinal nega-
tivo, o resultado indica melhora
em relação ao trimestre finaliza-
do em fevereiro, quando a que-
da havia sido de 6,4%, para
123,8 pontos, disse a FGV. O Va-
rejo Restrito registrou queda de
3,7% no trimestre terminado
em março, em relação ao mes-
mo período de 2011, ante queda
de 4,5% em fevereiro.
No Varejo Ampliado, que in-
clui os setores de veículos, mo-
tocicletas, partes e peças, a con-
fiança diminuiu 3,7% no índice
trimestral de março, após redu-
ção de 5,2% nos três meses até
fevereiro.
No Atacado, o indicador de
confiança apresentou baixa de
6,2% no trimestre até março,
após diminuição de 9,1% nos
três meses até fevereiro. O indi-
cador trimestral do Índice de Ex-
pectativas (IE-COM) recuou
4,5% em março na comparação
com um ano antes. Em feverei-
ro, houve redução de 5,3%.
O Índice de Situação Atual
(ISA-COM) médio — que mede
a percepção do setor em relação
à demanda no momento atual
— caiu 4,1% no trimestre sobre
o mesmo período de 2011. Nos
três meses até fevereiro, houve
queda de 7,9%.
Amanhã, o Instituto Brasilei-
ro de Geografia e Estatística
(IBGE) divulga os números so-
bre o desempenho do comércio
varejista em fevereiro. Os da-
dos devem mostrar alta de 9%
nas vendas sobre igual mês de
2011. ■ Reuters
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 9

Reuters

AGROTÓXICOS MEIO AMBIENTE

Expansão agrícola impulsiona Comissão de Meio Ambiente

comércio de agrotóxicos no Brasil
O comércio de agrotóxicos no Brasil cresceu 190% entre 2000 e 2010,
mais que o dobro da média mundial, de 93%, segundo divulgou
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse crescimento
foi impulsionado em grande parte pela expansão agrícola no país,
o que faz do Brasil o maior mercado doméstico de agrotóxicos
do mundo, à frente dos Estados Unidos. ABr
ouve hoje Chevron sobre vazamentos
A Comissão de Meio Ambiente ouvirá hoje representantes da Chevron
sobre os vazamentos ocorridos na área operada pela petrolífera
americana no Campo de Frade. O presidente da Comissão de
Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, Sarney Filho (PV-MA),
disse que na reunião será tratado também o vazamento de óleo
em plataformas da Petrobras localizadas no Rio de Janeiro. ABr

Varejo está
otimista Crédito vai derrubar projeção
com Dia
das Mães
de desaceleração nas compras
Economistas concordam que queda no consumo vai ser revertida a partir do segundo semestre
Cintia Esteves
cesteves@brasileconomico.com.br Rafael Abrantes tamento realizado na Grande zir a taxa Selic em 0,75 ponto Em fevereiro, a taxa média
rabrantes@brasileconomico.com.br São Paulo mostrou que 58% percentual neste mês”, afirma de juros ao consumidor chegou
No varejo a sensação é de que a dos entrevistados têm inten- Heron. Hoje, a taxa básica está a 45,4% ao ano, ante 43,8% no
desaceleração das vendas ficou As perspectivas de desacelera- ção de comprar vens duráveis em 9,75% ao ano. mesmo mês do ano passado.
para trás. Para estas empresas, a ção do nível de consumo no entre abril e junho. É o pior ín- Para Heron, as projeções Segundo a pesquisa, os gas-
chegada do Dia das Mães soma- país durante o segundo trimes- dice desde o primeiro trimes- ruins para imóveis e automóveis tos familiares também estarão
da à redução do imposto sobre tre, divulgadas em pesquisa do tre de 2008 (56,6%). E o resul- são as que mais preocupam, por mais comprometidos com cre-
produto industrializado (IPI) Provar (Programa de Adminis- tado reflete de forma negativa sua importância no desempe- diários até junho. Durante o se-
em algumas categorias deve ren- tração do Varejo) e FIA (Funda- sobre algumas categorias de nho da economia nacional. gundo trimestre, 17,6% da ren-
der bons resultados neste segun- ção Instituto de Administra- bens, como eletroportáteis No caso de imóveis, a inten- da familiar estará destinada
do trimestre. Na rede paranaen- ção), não devem, de qualquer (-58,6%), eletroeletrônicos ção de compra no segundo tri- aos crediários. Em 2011, esse
se Gazin, a expectativa é de forma, se manter durante o res- (-40%), imóveis (-35,5%) e mestre (4%) é a pior da série his- índice era de 11,4%.
uma aumento de 20% no seg- to do ano, considerando as sazo- móveis (-31,3%), no segundo tórica, iniciada em 2007. Embo- “As projeções da FIA dei-
mento de móveis. “A redução nalidades características do va- trimestre deste ano na compa- ra hoje os sinais do BC sejam a fa- xam uma dúvida sobre o rit-
do IPI tem estimulado as ven- rejo e a promessa de mais facili- ração com igual período de vor de juros menores, econo- mo de recuperação da econo-
das”, diz Eduardo Begamaschi, tais no crédito. 2011. O segmento automóveis mistas apontam que as redu- mia, mas a perspectiva é de
gerente de compras da rede. A observação é do professor e motos também registrou ín- ções na taxa básica ainda pouco melhora do varejo a partir do
Outra categoria com bom de Economia da Universidade dice negativo, de 9,7%. influem no bolso dos consumi- segundo semestre, com uma
desempenho é a linha branca, de São Paulo, Heron do Car- “Os dados são preocupantes dores, como na hora de emprés- maior procura por crédito tra-
cuja redução de IPI foi prolon- mo, e encontra consenso com e reforçam a intenção anuncia- timos pessoais e cobranças do zendo mais otimismo”, con-
gada até junho deste ano. Para os economistas da FIA. Levan- da pelo Banco Central de redu- cheque especial. clui Heron. ■
o Dia das Mães a aposta maior
gira em torno dos eletroportá-
teis, que também devem apre-
sentar alta de 20%. Até mes-
mo as Olimpíadas de Londres,
que começam em julho, de-
vem dar um novo impulso às
vendas, diz Begamaschi. “Já
estamos recebendo da indús-
tria os lançamentos de TV’s.
Acreditamos que o consumi-
dor vai sentir-se motivado pa-
ra consumir estes produtos
por conta dos jogos olímpi-
cos”, afirma.

Até as Olimpíadas
de Londres devem
dar um novo
impulso às vendas

Na Cybelar, varejista do inte-

rior de São Paulo, a expectativa
também é positiva. “Algumas
categorias tiveram queda de
vendas no início do ano como,
por exemplo, a de móveis, mas
já percebemos uma recupera-
ção”, diz Ubirajara Pasquotto,
presidente da companhia. As
vendas destes produtos cresce-
ram 3% este mês na compara-
ção com o mesmo período do
ano passado.
Mas somente no segundo se-
mestre que o crescimento será
realmente significativo, acredi-
ta Pasquotto. “Estamos preven-
do vendas 10% maiores para os SEDEX 30 ANOS.
móveis a partir da segunda me- Quanto mais o tempo passa, mais você sabe em quem confiar. Só SEDEX é SEDEX.
tade do ano”, afirma. ■
10 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

BRASIL
Henrique Manreza

INFLAÇÃO 1 INFLAÇÃO 2

Índice usado para reajustar aluguéis mais
do que dobra na primeira prévia do mês
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que serve como referência
para reajustes em contratos de aluguel, ficou em 0,5% na primeira
prévia de abril. O resultado é mais do que o dobro do observado no
mesmo período do mês anterior, quando a taxa foi 0,23%. De acordo
com dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no ano
o índice acumula alta de 1,12% e, nos últimos 12 meses, de 3,29%. ABr
Taxa em São Paulo fica praticamente
estável no início de abril, indica a Fipe
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), na cidade de São Paulo,
ficou praticamente estável, na primeira prévia de abril, com variação
de 0,14% contra 0,15% antes. O que mais pesou no orçamento
doméstico foi alimentação, cuja taxa ficou em 0,46%. O resultado é
ligeiramente menor do o que do levantamento anterior (0,47%). ABr

Maíra Coelho

Incubadora
reduz taxa de
mortalidade de
novas empresas
Índice das que passam pelo modelo é de
20%, contra 80% das que fazem voo solo

Gabriela Murno, do Rio

rmurno@brasileconomico.com.br
Que a taxa de mortalidade das
micro e pequenas empresas é ele-
vada — chega a 80% antes do pri-
meiro ano de vida — não é novi-
dade. O dado desconhecido é
que, quando essas empresas nas-
cem nas incubadoras, essa taxa
cai para 20%, número compará-
vel a patamares da Europa e Esta-
dos Unidos, de acordo com o Se-
brae (Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas).
A explicação, simples, vem de
Lucimar Dantas, gestora da incu-
badora da Coppe-UFRJ: “assim
como a metáfora dos bebezi-
nhos, uma empresa que acabou 200
de nascer vai para incubadora pa-
ra se fortalecer e ter mais chan-
ces de sucesso”, compara Luci- 150
mar, lembrando que nesse am-
biente, a inovação é essencial.
Não à toa, todas as empresas
incubadas na Coppe-UFRJ são 50
voltadas para tecnologia, princi-
palmente nas áreas de petróleo e
gás, energia, meio ambiente e in-
formação. “Batem à nossa porta
INOVAÇÃO NA VEIA
Lucimar Dantas, da UFRJ: “A empresa que acabou de nascer vai para incubadora para se fortalecer”
Número de empresas
nas incubadoras do Rio
cientistas que passaram anos de-
RESIDENTES* GRADUADAS** senvolvendo uma tecnologia ou
aperfeiçoando um conhecimen-
COPPE/UFRJ 19 43
to e que, em determinado mo-
UVA 15 3 mento, têm um ‘clique’ de que
BIRUTA 4 0 aquilo tem valor para o merca-
do. A incubadora ajuda o cientis-
Fontes: Incubadoras
*Ainda estão na incubadora
ta a virar homem de negócios e
**Viraram empresas independentes empreendedor”, diz Dantas.
Consultorias e assessorias à
EVOLUÇÃO DO FATURAMENTO área de negócios, marketing, ju-
DAS EMPRESAS DA INCUBADORA DA rídica, contábil e em finanças.
COPPE/UFRJ, EM R$ MILHÕES Esses são os serviços oferecidos
pelas incubadoras para driblar
um dos principais problemas
182
das empresas que acabam de
161
surgir: direcionamento ao mer-
139
cado. “O cara passa dez anos de-
100 senvolvendo uma tecnologia e
100 fica míope para os aspectos
73
67 mercadológicos”, diz Dantas.
Atualmente, 19 empresas são
residentes da incubadora da Co-
0 ppe-UFRJ — local onde ficam de
2003 2005 2007 2009 2010 2011 três a cinco anos. Em 2011, eram
Fonte: Incubadora da Coppe/UFRJ 16 empresas residentes e 43 já ha-
viam sido graduadas — ou seja,
partiram para ‘carreira solo’. Jun-
tas, elas faturaram R$ 182 mi-
lhões. “Há uma chamada anual
para seleção de quatro ou cinco
empresas. Abrimos um edital,
mas durante todo o ano recebe-
mos pessoas”, diz Dantas. O pró-
ximo edital será lançado no dia
18, para selecionar quatro proje-
tos. Além disso, um novo prédio,
o terceiro, será construído este
ano — com perfil industrial e capa-
cidade para incubar 30 empresas.
Mais além
Na incubadora da Universidade
Veiga de Almeida (UVA) há 15 em-
presas voltadas para indústria
criativa (design de joias, design
de interiores e gestão em moda),
tecnologia (informação e saúde) e
sustentabilidade. Lá são ofereci-
dos diversos tipos de consultoria,
além de oportunidades de capaci-
tação e serviços de parceiros exter-
nos, como o Sebrae — cada empre-
sa fatura, em média, R$ 100 mil.
“O objetivo é contribuir com
o desenvolvimento local por
meio da transferência de conhe-
cimento e estímulo à criação de
negócios inovadores”, diz Cata-
rina Azevedo, coordenadora
dos projetos. Além da UFRJ e da
UVA, a Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-
RIO), Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (UERJ) e Uni-
versidade Federal Fluminense
(UFF) estão entre as institui-
ções que possuem incubadoras.
Lucimar lembra ainda das van-
tagens de se estar no ambiente
universitário. “Não é obrigatório
que a empresa seja de aluno ou
pesquisador da UFRJ. Mas estar a
cinco minutos do laboratório per-
mite interação que faz com que se-
jam criados novos produtos e que
a tecnologia oferecida seja aperfei-
çoada”, conclui. ■

CASOS DE SUCESSO CINCO PERGUNTAS A...

Nasceu na universidade e hoje emprega 230
Muita gente não sabe, mas
empresas como Visagio e Elo
passaram pela incubadora da
Coppe/UFRJ. Para Caio Fiuza, um
dos sócios da Visagio, empresa
de engenharia de gestão, passar
pela incubadora foi muito
importante "principalmente pela
troca de experiências com outros
empreendedores”. A empresa
de oito anos saiu da incubadora
em 2006 — após dois anos como
residente e cresceu rapidamente.
Hoje, tem 230 funcionários.
“Abrimos para cobrir um gap do
mercado. Não bastava entregar
o relatório, mas implantar
a solução. É o que fazemos”, diz.
Mais um caso
Billy Nascimento, sócio e diretor
executivo da Forebrain, empresa
de pesquisas em neuromarketing
e uma das 19 residentes da
incubadora da Coppe/UFRJ,
diz que a experiência foi muito
importante. “Desenvolvemos
competências empreendedoras,
de marketing, finanças e
contabilidade e aprimoramos
a capacidade de desenvolver
conhecimento.” Segundo ele,
a incubadora é uma ponte entre a
academia e os negócios. Os dois
sócios da empresa são formados
pela UFRJ. "Contamos com
mais quatro pessoas", diz. G.M.
...MATHEUS MEIRELLES
Sócio e gerente-geral da
Experimental incubadora
A incubada que virou
incubadora de outras
empresas inovadoras
A Biruta Ideias Mirabolantes
nasceu na incubadora da Shell
e hoje é uma das agências com
as quais os jovens publicitários
cariocas mais se identificam.
Matheus Meirelles, sócio e
gerente-geral da Experimental —
incubadora da Biruta — diz que há
hoje quatro empresas residentes
no projeto de gestão da empresa.
Como nasceu a Biruta?
Nos conhecemos numa iniciativa
mantida pela Shell. Era uma
incubadora de empresas, em
Santa Tereza, Zona Sul do Rio.
Hoje, ocupamos o mesmo prédio
em que fomos residentes.
Foi importante, pois chegamos
ao mercado com ideia de gestão.
Como surgiu a ideia de
montar uma incubadora?
Em 2008, começamos a pensar
numa incubadora de negócios. Mas a
Experimental era a iniciativa pessoal
de um dos sócios. Apenas este ano,
foi montada a estrutura societária.
Há quantas empresas hoje?
Quatro. Três estão em Santa
Teresa e uma tem sede própria.
Nenhuma foi graduada ainda.
Qual é o foco da incubadora?
Negócios relacionados ao
mercado de comunicação e
entretenimento. Damos suporte e
estrutura, oferecemos assessoria
jurídica (tributária e societária)
e assessoria de comunicação.
Nosso maior foco é implementar
um modelo de gestão, desde
o planejamento estratégico.
Há expectativa de expansão?
Em outubro, faremos a segunda
edição do reality “Faz aí”. Nele,
dez empresas serão selecionadas.
Dessas, três podem vir a ser
incubadas na Experimental.
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 11

Suzanne Plunkett/Bloomberg

MINHA CASA COMÉRCIO EXTERIOR

Segunda etapa do Programa Minha Casa, Exportação de frango do Brasil

Minha Vida deve ser lançada hoje
A segunda etapa do projeto Minha Casa, Minha Vida, que contempla
municípios de até 50 mil habitantes, deve ser lançada hoje pelo
governo federal. O subsídio fixado a cada unidade habitacional
dentro desse programa é de R$ 25 mil. A norma vale para famílias
com renda de até três salários mínimos, conforme portaria
publicada no Diário Oficial da União ontem. Redação com agências
tem volume recorde para março
As exportações de carne de frango do Brasil somaram 363,6 mil
toneladas em março, alta de 6,6% em relação ao registrado no mesmo
período de 2011, configurando-se em um volume recorde para o
período, informou ontem a União Brasileira de Avicultura (Ubabef).
Em receita, as vendas externas do Brasil, maior exportador mundial
de carne de frango, registraram crescimento de 3,25%. Reuters

DENÚNCIAS

Ideli terá que

dar explicação
sobre lanchas
Comissão convoca ministra
para esclarecer denúncia
de irregularidades na Pesca

A Comissão de Fiscalização Fi-

nanceira e Controle da Câmara
aprovou nesta ontem a convoca-
ção da ministra das Relações Ins-
titucionais, Ideli Salvatti, para es-
clarecer denúncia sobre irregula-
ridades no Ministério da Pesca,
pasta que chefiou de janeiro a ju-
nho de 2011. A convocação vem
após terem sido divulgadas de-
núncias sobre compra de 28 lan-
chas por parte do Ministério da
Pesca, beneficiando uma empre-
sa privada, que teria feito doa-
ção para a candidatura de Ideli
ao governo de Santa Catarina.
Foram oito votos a favor da
convocação e sete contrários.
Como se trata de uma convoca-
ção, a ministra terá 30 dias para
comparecer à comissão a partir
do momento em que for oficial-
mente notificada da decisão.
Em nota, a ministra negou
qualquer ligação com a empre-
sa e também o recebimento de
doações para a campanha ao go-
verno catarinense.

Ministra diz que

era senadora no
período da licitação
questionada pelo TCU

O requerimento foi apresenta-

do pelo deputado Vanderlei Ma-
cris (PSDB-SP). Segundo o depu-
tado, que citou notícias publica-
das pela imprensa, auditoria do
Tribunal de Contas da União
(TCU) mostrou desperdício de
R$ 31 milhões na compra de 28
lanchas pelo Ministério da Pesca.
Macris reconheceu que a aprova-
ção de uma convocação de minis-
tro é um fato não muito comum e
atribui a vitória a um “cochilo”
da base e também à falta de apoio
da ministra no Congresso.
A ministra afirmou, no entan-
to, que no período do processo
de licitação que o TCU questio-
na e objeto da convocação ela
era senadora. E acrescentou que
“nos cinco meses em que esteve
à frente do Ministério da Pesca
não assinou e não firmou ne-
nhum novo contrato ou convê-
nio”. ■ Reuters e ABr
12 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012
INOVAÇÃO & SUSTENTABILIDADE
Editor executivo: Gabriel de Sales gsales@brasileconomico.com.br
Objetos sustentáveis sobem
no telhado, no bom sentido
Telhas de fibra de celulose contribuem para tornar o ambiente mais agradável, com menor consumo
de energia e maior facilidade de manejo na comparação com os produtos à base de argila ou cimento
Telhas de fibra de celulose: cobertura com betume e proteção com resina especial para evitar a ação dos raios ultravioletas
Cristina Ribeiro de Carvalho
carvalho@brasileconomico.com.br
Investimentos voltados à fabri-
cação de objetos sustentáveis
para o lar já chegaram aos te-
lhados das residências. Graças
ao desenvolvimento de novas
tecnologias nesse sentido, o
consumidor pode optar por te-
lhas de fibra vegetal, cuja maté-
ria-prima principal é a fibra de
celulose, que, por ser extraída
de papel reciclado, tem baixo
impacto ambiental.
Além do apelo sustentável, a
arquiteta Maria José de Mello
destaca que esse tipo de telha
só traz benefícios ao consumi-
dor. Por exemplo, há uma redu-
ção no custo de energia, justa-
mente por ela ser mais transpa-
rente, facilitando a iluminação
do ambiente, além de manter o
lugar muito mais arejado e ofe-
recer melhor acústica.
Maria José conta ainda que as
telhas convencionais como as
de fibra de cimento e as famo-
sas vermelhas são mais finas e
por isso deixam o ambiente até
12ºC mais quente nas regiões de
alta insolação. “Um exemplo é
o de residências que ainda não
possuem laje, em que o ar do
ambiente interno é sempre
mais quente do que o do lado ex-
terno da casa”, conta.
Apesar dos benefícios citados
e uma demanda crescente por es-
se tipo de cobertura, Maria José
comenta que ainda há resistên-
cias quanto ao seu uso. Os argu-
mentos, segundo ela, são basea-
dos em custo um pouco mais al-
to - algo em torno de 10% do va-
lor das telhas convencionais - e
receio de uso do material. “A te-
lha sustentável pode ter sim um
custo mais alto, mas os benefí-
cios que ela oferece acabam por
deixá-la mais barata. Ou seja, o
próprio material promove a eco-
nomia de consumo”, enfatiza.
Para a arquiteta, o uso desse
tipo de telha colabora também
para o não esgotamento de re-
cursos naturais, já que a maté-
ria prima para a fabricação das
coberturas convencionais é reti-
rada de minas de argila. “Com o
passar do tempo, esse recurso
se esgota. E no final teremos
apenas crateras no local, e um
solo degradado”, aponta.
Everton Peruchin, gerente
SEXTA-FEIRA
TECNOLOGIA
Divulgação
■ CUSTO nacional de vendas e marketing
as telhas sustentáveis da Onduline, empresa fabrican-
custam mais do te de telha de fibra vegetal, co-
que as convencionais, menta que o grande diferencial
com uma uma dessa tecnologia está no incenti-
diferença de até vo ao uso de materiais leves e
sustentáveis na obra. “Enquan-
10
to um metro quadrado de telha
cerâmica pesa cerca de 44 kg,
% um metro quadrado da telha de
fibra de celulose chega a, no má-
ximo, 3,9 kg. Isso impacta no
■ PESO transporte, na estrutura do te-
do metro quadrado lhado e da casa e na facilidade
da telha feita com de instalação”, diz, lembrando
material sustentável ainda que em fim de vida útil, a
é de apenas telha pode ser descartada em
aterros sanitários ou indus-
triais, já que não se trata de um
3,9 kg
resíduo perigoso à saúde.
Mas quanto aos argumentos
de receio do consumidor em
sua utilização, Peruchin conta
■ VOLUME que para garantir a qualidade
das telhas, elas passam por um
de telhas fabricadas processo de impermeabilização
pela Onduline atinge com betume (resíduo do petró-
3,6 milhões por ano, leo utilizado na cobertura asfál-
podendo chegar a tica). “Além disso, são protegi-
das por uma resina especial,
6,5 milhões
contra raios ultravioleta, impe-
dindo a escamação da superfí-
cie e garantindo durabilidade.
SEGUNDA-FEIRA
ECONOMIA CRIATIVA
BENEFÍCIOS
●1
Temperatura reduzida
é destaque do produto
A telha de fibra de celulose
oferece um recuo nos
gastos com energia,
justamente por ter uma
aparência mais transparente,
facilitando a iluminação
do ambiente, além de manter
o lugar mais arejado.
Também contribui para
melhorar a acústica da
área coberta.
●
2
Indústria se torna
mais competitiva
O consumo de energia para
produzir um metro quadrado
da telha de fibra vegetal
é cinco vezes menor do
que a utilizada para fabricar
as telhas convencionais.
Esse benefício contribui
para a redução do
esgotamento energético.
O processo de fabricação das te-
lhas parte de uma seleção crite-
riosa de fornecedores”, explica.
Outros benefícios proporcio-
nados pela telha sustentável são
suas características como a flexi-
bilidade, que dificulta sua que-
bra, e um melhor desempenho
em dias de chuvas de granizo.
A telha sustentável, segundo
Peruchin, se destina não apenas
ao consumidor final que preten-
de construir ou reformar o te-
lhado da residência. Também é
muito utilizada por construto-
ras e empreiteiras. “Esse tipo de
produto é voltado a todo o mer-
cado, sem exceções. Por conta
disso, chegamos a produzir cer-
ca de 3 milhões de telhas por
ano, mas que podem chegar a
6,5 milhões”, conta.
No entanto, as vantagens eco-
nômicas não ficam apenas com
o consumidor. Segundo Peru-
chin, a própria empresa tam-
bém acaba por ter vantagens
competitivas. “O consumo de
energia para produzir um metro
quadrado dessa telha é cinco ve-
zes menor que outros tipos. Isso
ajuda a reduzir o esgotamento
energético”, destaca. ■

TERÇA-FEIRA
EMPREENDEDORISMO
Central de Pinhais (PR) é a primeira do país com gestão compartilhada beneficiando dois mil catadores
Central de reciclagem
vai incluir catadores
Sindibebidas do Paraná inaugura hoje, em Pinhais, a Central de Valorização
de Materiais Recicláveis, a primeira do país com gestão compartilhada
Com a finalidade de atender as
exigências do Plano Nacional
dos Resíduos Sólidos, o Sindica-
to das Indústrias de Bebidas do
Estado do Paraná (Sindibebidas-
PR) inaugura hoje a Central de
Valorização de Materiais Reciclá-
veis (CVMR), em Pinhais (PR).
O secretário executivo do sindi-
cato, Luiz Roberto dos Santos,
lembra que a iniciativa é pionei-
ra no Brasil e irá colaborar dire-
tamente com a logística reversa
para embalagens, beneficiando
mais de dois mil catadores de
materiais recicláveis.
“O termo de convênio para a
criação da CVMR foi assinado
em 2010, juntamente com o Ins-
tituto Lixo e Cidadania, Secreta-
ria Estadual de Meio Ambiente,
Ministério Público do Paraná e
Ministério Público do Traba-
lho”, conta, lembrando que a
CVMR será a primeira empresa
do país com gestão comparti-
lhada com os catadores de ma-
teriais recicláveis.
Santos conta ainda que a
ideia é que no prazo máximo de
um ano, o projeto se torne autos-
sustentável, com a geração de
renda para os catadores. “Acre-
ditamos que, inicialmente, esta-
remos atendendo cerca de 30 as-
sociações de catadores de mate-
QUARTA-FEIRA
EDUCAÇÃO/GESTÃO
riais recicláveis da Região Metro-
politana de Curitiba e litoral pa-
ranaense”, explica.
Mas Santos faz questão de des-
tacar que está é uma oportunida-
de que está sendo dada aos cata-
dores para que se tornem em-
preendedores. “A empresa não
visa qualquer tipo de lucro. O
que for gerado será revertido
aos catadores”, completa, lem-
brando que atualmente os cata-
dores são responsáveis pelo re-
colhimento de mais de 80% das
embalagens e, por conta disso,
■ PROJETO
pioneiro no Brasil vai
contribuir diretamente
para que sejam
beneficiados cerca de
2
mil catadores
■ INVESTIMENTOS
feitos na criação da
CVMR atingiram o total de
R$ 1,3 mi
Yasuyoshi Chiba/AFP
considera necessário que sejam
desenvolvidas ações que fomen-
tem o trabalho deles.
Segundo Santos, o valor do in-
vestimento para a criação da
CVMR foi de R$ 1,3 milhão, mas
não deve parar por aí. Ele conta
que estão previstas mais cinco
centrais no prazo de dois anos
no estado do Paraná.
O imóvel que irá abrigar a
central que será inaugurada
hoje foi cedido pela Prefeitura
de Pinhais, enquanto que a ca-
pacitação e qualificação da
mão de obra e supervisão da re-
de de associações será de res-
ponsabilidade do Instituto Li-
xo e Cidadania. “A aquisição
dos equipamentos necessários
para a viabilização do proces-
so ficou a cargo das empresas
associadas e parceiras do Sindi-
bebidas”, conta.
A tecnologia, segurança e er-
gonomia são destacados por
Santos como as principais ca-
racterísticas da CVMR, já que
os equipamentos modernos
tornará possível fazer a separa-
ção e triagem do lixo reciclá-
vel de uma maneira mais efi-
caz, além de preparar para co-
mercialização, sem colocar em
risco a segurança e a saúde dos
trabalhadores. ■ C.R.C.
Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 13
LUCIANO MARTINS
COSTA
Jornalista e escritor, é
coordenador do curso Gestão
de Mídias Digitais da GV-PEC
Mais diversidade pode
melhorar o desempenho
Um dos tópicos mais recorrentes nas comunicações so-
bre sustentabilidade se refere à questão da diversidade.
O modelo biológico segundo o qual quanto mais comple-
xo, mais rico o ecossistema, costuma ser extrapolado pa-
ra todo tipo de objeto que se pretende analisar. Assim, o
exemplo acaba sendo aplicado em praticamente tudo,
desde a cultura corporativa até a composição do board
da empresa ou do conjunto de seus funcionários.
Em muitos países, como o Brasil, há regras oficiais
que impõem a diversidade étnica e cotas de gênero e esti-
mulam a contratação de indivíduos que por uma ou ou-
tra razão devam ser considerados representantes de mi-
norias. Há bastante controvérsia sobre esse tipo de regu-
lação, embora muitos gestores tenham observado, na
prática, que o campo social que seus integrantes com-
põem forma um conjunto mais harmonioso quando re-
trata a sociedade onde a organização está imersa.
No entanto, muito dessa percepção se fundamenta cla-
ramente no desejo de que uma orientação politicamente
correta seja também adequada do ponto de vista do de-
sempenho. Certamente existem casos em que um ambien-
te homogêneo faz mais
Levantamento da
McKinsey mostra
que as empresas
sentido, ou circunstân-
cias em que certas carac-
terísticas físicas ou com-
portamentais se tornam
que adotam a
diversidade como
um dos critérios
mandatárias sobre o cri-
tério da diversidade.
Por essa razão, sem-
pre haverá de chamar
atenção qualquer estu-
para a composição do que consolide as con-
de suas cúpulas vicções ditadas por valo-
res edificantes. É o caso
diretivas da pesquisa da McKin-
apresentaram sey&Company segundo
melhores resultados aadotam qual as empresas que
a diversidade co-
mo um dos critérios pa-
ra a composição de suas
cúpulas diretivas apresentaram melhores resultados, em
observações feitas entre 2008 e 2010. Estamos falando
aqui da constatação de que companhias cujos executivos
principais são mais variados em termos de vivências e ba-
ses culturais têm mais possibilidade de ampliar suas pers-
pectivas estratégicas. A comprovação foi feita em organi-
zações da França, Alemanha, Inglaterra e EUA, conside-
rando a inclusão de mulheres, estrangeiros e pessoas mais
idosas nos cargos diretivos de maior responsabilidade.
Em alguns casos, comparadas a empresas similares com
menor diversidade em seus quadros diretivos, observou-
se que aquelas mais heterogêneas chegaram a apresentar
resultados concretos — como o retorno sobre investimen-
to - superiores em 53% na média. O estudo integra uma sé-
rie de análises que acompanham certas tendências, como
a maior presença de mulheres nos cargos mais elevados.
Se é verdade que — como se diz — inovação em gestão
não vem das disciplinas típicas da administração, mas do
conjunto de conhecimentos sobre a natureza humana,
estudos como esse ajudam a reforçar os argumentos de
executivos que ainda encontram resistência a suas ideias
transformadoras nas organizações. Sob a perspectiva de
uma estratégia condizente com o que se convenciona co-
mo a complexidade do ambiente de negócios, inovação e
sustentabilidade são conceitos complementares.
Uma composição homogênea sempre induz a acredi-
tar em menos divergências e melhor organização. A he-
terogeneidade, como valor emprestado da biologia, sem-
pre vai exigir maior disposição para eventuais conflitos
de opinião ou orientação. Mas certamente um ambiente
diversificado será mais rico também em soluções. ■
14 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012
ENCONTRO DE CONTAS
LURDETE ERTEL
Saída à mineira
Um dos mais famosos redutos
da moda da Vila Madalena,
em São Paulo, está vazio
desde a virada do mês.
O estilista mineiro Ronaldo
Fraga fechou seu atelier
na rua Aspicuelta, no
badalado bairro paulistano.
Única loja própria da marca
em São Paulo, a boutique foi
inaugurada em 2007 e, desde
então, funcionava como
QG do estilista na capital.
No final do ano passado, Fraga
surpreendeu o mercado de
moda ao anunciar que deixaria
de participar da São Paulo
Revival infantil
Febre dos anos 1990, a dupla
Bananas de Pijamas está
voltando ao mercado
brasileiro de licenciamento.
As negociações para uso
da imagem dos simpáticos
B1 e B2 em produtos brasileiros
estão a cargo da Kasmanas
Licensing, que representará os
personagens da Endemol no país.
Fotos: divulgação
Fashion Week, evento do qual
era uma das principais estrelas.
Um dos raros estilistas
brasileiros de sucesso que
não vendeu sua marca,
o mineiro fechou o atelier na
Vila Madalena alegando que
teve de entregar o imóvel.
Junto com outros quatro
pontos vizinhos, a casa deverá
dar lugar a um prédio de
escritórios de quatro andares.
O projeto é alvo de um
movimento contrário à
verticalização e à desfiguração
do bairro, que pede o
tombamento de parte da área.
O licenciamento acompanha
a chegada dos novos episódios
do desenho, em 3D, que são
transmitidos diariamente pela
Discovery Kids.
Os primeiros produtos com as
Banadas de Pijamas estão sendo
apresentados durante a Feira
Brasileira de Brinquedos 2012,
em São Paulo nesta semana.
MARCADO
● O StarLounge, maior site de celebridades da Europa,
formaliza hoje, em São Paulo, a chegada ao mercado brasileiro,
em evento promovido pela Turner e Terra. O starlounge.com.br
está entrando em operação no país nesta semana.
● Amanhã, a ministra para Reintegração da Geórgia e
vice-primeira ministra do país, Ekaterine Tkeshelashvili, participa
de mesa-redonda promovida pelo Centro Brasileiro de Relações
Internacionais (CEBRI), no auditório da ESPM-RJ, no Rio de Janeiro.
lertel@brasileconomico.com.br
Fermentando GIRO RÁPIDO
A Mr. Beer, primeira e maior rede
de franquias de cervejas especiais Clique non grato
do Brasil, inaugura hoje sua
terceira loja de rua em São Paulo. Um cliente do Santander foi
A unidade será aberta no condenado pelo Tribunal de
tradicional bairro de Moema. Justiça de São Paulo a pagar
Ainda para abril, a rede prepara uma multa de R$ 30 mil. É por ter
a inauguração de sua descumprido decisão judicial que
quarta loja de rua da capital proibia a veiculação de um site
paulista, no Itaim Bibi. que criou para mostrar seu
As demais funcionam descontentamento com o banco.
no Brooklin e no Pacaembu.
Com fome
Cacarejos
A Tondo, indústria gaúcha de
Maior produtor de frangos do Brasil, o Paraná ganha uma nova massas, farinhas e misturas, está
indústria avícola. entrando em novo mercado.
Será inaugurada hoje no município de Santo Inácio, norte do estado, A empresa investiu R$ 20 milhões
a fábrica BR Frango, nova empresa comandada pelo empresário em uma linha de produção de
Reinaldo Morais — ex-sócio da Frangobras, vendida para americana biscoitos. Com a diversificação,
Tyson Foods em setembro de 2008.
Investimento de R$ 120 milhões, a planta terá capacidade para abater
pretende engordar sua receita
para R$ 300 milhões em 2012.
210 mil frangos por dia na primeira fase.
Em dois anos, este volume deve ser duplicado, para 420 mil aves/dia.
Várias noites no museu
A partir de hoje, o Brasil
hospeda pela primeira vez o
encontro mundial de amigos
de museus — o World Federation
of Friends of Museum.
O evento será realizado
em São Paulo até domingo.
Também pela primeira vez,
uma brasileira vai concorrer à
vice-presidência sul-americana
da entidade. Camila Leoni
Nascimento hoje é líder
da Federação de Amigos
de Museus do Brasil.
Voo ao Norte
A Trip Linhas Aéreas, maior companhia aérea regional da
América do Sul, decola nova rota no final deste mês.
A partir de 28 de abril, a empresa vai oferecer um novo
voo direto entre São Paulo-Guarulhos (SP) e Belém (PA).
As operações serão realizadas com jatos Embraer 175 (foto).
Roupas a rodo
O grupo F.A Maringá está abrindo nesta semana no Paraná uma
das maiores lojas de atacado do país. A Bandfashion foi instalada
em Maringá, epicentro do maior polo de confecções do Brasil.
A loja vai vender mais de 400 marcas de cama, mesa, banho,
moda masculina, feminina e infantil e acessórios.
A unidade servirá de modelo para outros empreendimentos:
a F.A Maringá pretende inaugurar mais cinco lojas no mesmo Onde está Wolly
formato no Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e Goiás.
Mesmo com a proibição de celular
em bancos, os consumidores
estão usando aplicativos de
FRASE
geolocalização antes ou depois
de sair das agências — para
“É impressionante informar aos amigos onde estão.
como o Neymar está Dados do Índice Nacional de
famoso. Não tem Satisfação do Consumidor,
medido pela ESPM, mostram
como ele fugir disso.
que, em março, de um total
Virou um popstar. de 16,7 mil comentários dos
Todo mundo quer internautas sobre os bancos
estar perto dele” pesquisados (Itaú-Unibanco,
Bradesco, Santander e
Arouca, atacante do Santos, Banco do Brasil), 21,8% eram
sobre a passagem do colega de pessoas informando sua
pelo Congresso nesta semana. presença em agências bancárias.
Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 15
16 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

EMPRESAS

Editora: Eliane Sobral esobral@brasileconomico.com.br

Subeditoras: Rachel Cardoso rcardoso@brasileconomico.com.br
Patrícia Nakamura pnakamura@brasileconomico.com.br

Divulgação

Itapemirim muda
estratégia para
elevar vendas
Em reestruturação, companhia nomeia novos gestores
e cria as figura do CEO e do ‘mandatário de linhas’
Érica Polo
epolo@brasileconomico.com.br
O mês de abril está agitado na
cúpula da Viação Itapemirim. É
que uma profunda reestrutura-
ção administrativa está em cur-
so na companhia fundada pelo
empresário Camilo Cola na dé-
cada de 1950. O objetivo, como
não poderia deixar de ser, é
preencher cada vez mais assen-
tos nos mil ônibus pertencentes
à empresa - a taxa média de ocu-
pação chegou a 70% no último
trimestre. “É um número bom.
Mas queremos mais”, disse An-
drea Cola, neta do fundador e
coordenadora do conselho con-
sultivo do Grupo Itapemirim,
ao BRASIL ECONÔMICO.
Entram em cena, então, no-
meações em cargos de coman-
do — inclui as áreas de vendas,
marketing, logística, tráfego,
operações e manutenção — e a
criação de uma figura estratégi-
ca, o ‘mandatário de linha’, tu-
do isso para elevar a receita da
Itapemirim, carro-chefe do gru-
po de empresas da família Cola.
Anísio Fioresi,
na companhia há
35 anos, estará à
frente das operações,
enquanto Camilo
Cola Filho terá papel
mais estratégico
A companhia de transportes ge-
ra 47% do faturamento total de
R$ 800 milhões anuais. As me-
tas de crescimento, diz a empre-
sária, estão sendo traçadas.
Uma das principais altera-
ções da nova fase é a promoção
do ex-diretor superintendente,
Anísio Fioresi, ao cargo de
CEO. Camilo Cola Filho, até en-
tão na presidência da empresa,
fará parte da diretoria corpora-
tiva - em cargo ainda sem no-
menclatura. “Estamos dese-
nhando a nova estrutura ain-
da”, diz Andrea. Na prática, Fio-
resi, com mais de três décadas
de Grupo Itapemirim, estará à
frente das operações, permitin-
do que Cola Filho exerça uma
função puramente estratégica.
Não é para menos. É que
além da concorrência cada vez
mais acirrada com pesos pesa-
dos como Viação Águia Branca e
Grupo JCA (dono da Cometa,
1001, Catarinense, entre ou-
tras), o setor de transporte rodo-
viário vive em constante expec-
tativa com a reformulação do
negócio de transportes de passa-
geiros pela Agência Nacional de Andrea Cola: “Temos boa taxa de ocupação, mas queremos mais”
Transportes Terrestres (ANTT),
em curso. Por conta da reformu-
lação, que, esperam empresá- lhor maneira possível — o pro- agressiva. Acaba de criar a figu-
rios, pode sair a qualquer mo- jeto foi anunciado pelo gover- ra do 'mandatário de linha'. Ca-
mento, as empresas precisam no em 2008 — a Itapemirim da um desses executivos ficará
se movimentar com cautela. criou um grupo de trabalho que responsável por elevar as ven-
“O governo pode vir com acompanha os movimentos do das de passagens em grupos de
um modelo totalmente diferen- governo nessa questão e se re- rotas, obedecendo a critérios
te do que existe hoje”, diz An- porta à cúpula da empresa. geográficos. Um dos benefícios
drea. “Não sabemos, apenas pa- é facilitar o processo de gestão,
ra exemplificar, se vai conti- Mandatário de linha visto que a cúpula comercial irá
nuar existindo uma linha entre Com 10% de participação no se- se dirigir a eles em vez dos ge-
Foz do Iguaçu e São Paulo”. Se- tor de transporte rodoviário, rentes setoriais das 145 rotas. Es-
gundo a empresária, o projeto mercado que movimenta R$ 4 ses gerentes, por sua vez, irão
da ANTT, anunciado em 2008, bilhões anuais entre cerca de se dedicar mais à operacionali-
deve licitar novamente as rotas 200 companhias, a Itapemirim zação, pois o mandatário será a
operadas pelas empresas de ôni- fez alteração na estrutura co- figura preocupada em aumen-
bus. Para viver essa fase da me- mercial para se tornar mais tar as vendas de passagens. ■

NO VOLANTE Quem já ocupou o comando da Viação Itapemirim

1953 A 2006 2006 A 2012 ABRIL DE 2012

Camilo Cola, fundador
Em sua gestão, a companhia começou a operar
linhas que ligam o Sudeste às regiões Norte e
Nordeste em 1972
Início de operações da linha Rio-São Paulo, em 1980
Camilo Cola Filho Anísio José Fioresi, ex-diretor superintendente, assumirá
o cargo recém-criado de CEO; Camilo Cola Filho segue à frente
Uma importante aposta foi a criação das tarifas dos assuntos estratégicos
econômicas em rotas que unem São Paulo ao Na alteração na estrutura de gestão, destaque para a criação
Norte e Nordeste do cargo de ‘mandatário de linha’ – gestores nomeados para
responder pelo desempenho das 145 rotas operadas
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 17

Divulgação

Bunge reabre terminal de Santos em agosto

A Bunge informou que as operações no Terminal Graneleiro
do Guarujá, no Porto de Santos (SP), devem estar normalizadas
até agosto, depois do acidente ocorrido em fevereiro. Até lá,
a movimentação de navios e o carregamento de grãos no terminal
foram redimensionados, disse a Bunge em comunicado por e-mail.
O terminal é controlado por um consórcio composto por Bunge,
Grupo André Maggi e ALL — América Latina Logística SA.

Murillo Constantino

Interesse por
transporte surgiu
na Segunda Guerra
Camilo Cola, ex-combatente
da FEB, lia sobre atuação
de setor durante folga na Itália
O capixaba Camilo Cola, de 89
anos, tinha os seus vinte e pou-
cos anos quando se alistou no
Exército e combateu como inte-
grante da Força Expedicionária
Brasileira (FEB) durante a Segun-
da Guerra Mundial. Mesmo em
combate, no entanto, seu tino
comercial jamais deixou de se
manifestar. Chegou até a ven-
der cigarros — ele mesmo não
era fumante — para os compa-
nheiros de front, contou uma
pessoa próxima ao empresário.
Foi durante essa etapa da vi-
da que Camilo se interessou pe-
lo negócio de transportes. Nos
dias de folga, ia para Florença
com seus companheiros de FEB
— os outros “pracinhas”, como
eram chamados — e, alojados
numa rodoviária desativada, lia
documentos da companhia de
ônibus estatal, deixados por ali.
Nascido o interesse, das eco-
nomias que juntou a partir de
oportunidades de negócios e
de muito trabalho - Camilo co-
meçou cedo, com 15 anos era
Grupo Itapemirim
tem negócios em
diversos setores,
entre eles,
agropecuária e
mármores e granitos
lavador de carros -, o empresá-
rio fundou, alguns anos de-
pois, em 1953, a Viação Itape-
mirim. Daí por diante, os negó-
cios expandiram até chegar ao
atual Grupo Itapemirim. Com
treze empresas, Camilo Cola
detém negócios nas áreas de
hotelaria e turismo, peças e veí-
culos, pneus, seguros, agrope-
cuária e, até mesmo, em már- Steinbruch, da CSN: estratégia de compra de papéis da Usiminas começou no ano passado
mores e granitos e editorial e
gráfico. Ao todo, o grupo fatu-
ra hoje R$ 800 milhões.
Mas como em toda trajetória
empresarial nem tudo são flo-
res, uma das apostas que não de-
colaram foi a de transporte de
Cade proíbe CSN de
indicar conselheiro
cargas. “Pela informalidade do
segmento descontinuamos o ne-
gócio”, disse Andrea Cola, neta
do fundador. A família se defez
das atividades em 2009. ■ E.P.

Viações devem na Usiminas

mudar cultura
para sobreviver
Companhias devem pensar
mais no cliente e menos
no custo, avalia especialista
O transporte de passageiros no
Brasil pode seguir a tendência
americana, onde a participa-
ção das empresas de ônibus
caiu significativamente nas últi-
mas décadas, acredita Paulo Re-
sende, coordenador do núcleo
de infraestrutura e logística da
Fundação Dom Cabral.
“A maior companhia daque-
le país transportava mais de
70% dos passageiros em seu au-
ge, hoje essa fatia é de 15%”,
diz Resende. “O cenário no Bra-
sil pode seguir essa tendência
se não houver reposicionamen-
to estratégico das empresas de
ônibus”. Para Resende, o avan-
ço do setor aéreo deve causar
efeito de queda de demanda pa-
ra as companhias de ônibus ao
longo dos próximos anos. No
Brasil deve seguir
tendência americana,
onde o transporte
rodoviário perdeu
espaço para os aviões
nas últimas décadas
entanto, as prestadoras de servi-
ços rodoviários podem ver seu
negócio crescer mesmo com a
fatia de usuários dividida.
Mudar a cultura é importan-
te. “As empresas tem o custo co-
mo um fim, em vez do cliente”,
diz. “O custo é importante, é
claro, mas é preciso equilibrá-
lo com o nível de serviço ofere-
cido”. Firmar parcerias com do-
nos de postos em estradas para
oferecer internet e descontos é
um exemplo. ■ E.P.
Decisão do órgão também impede que companhia de Benjamin Steinbruch
compre novas ações da siderúrgica; hoje, ele detém 20,4% das ações
Denise Carvalho
dcarvalho@brasileconomico.com.br
A CSN, controlada pelo empre-
sário Benjamin Steinbruch, per-
deu mais uma batalha na dispu-
ta por uma participação relevan-
te na siderúrgica mineira Usimi-
nas. O Conselho Administrativo
de Defesa Econômica (Cade), ór-
gão responsável pela defesa da
concorrência no Brasil, decidiu
proibir a CSN de comprar novas
ações da Usiminas e suspendeu
os direitos que a empresa de
Steinbruch tem por deter pa-
péis da siderúrgica, exceto o re-
cebimento de dividendos.
Na prática, a decisão do Cade
impede a CSN de eleger um inte-
grante para o conselho de admi-
nistração da Usiminas na assem-
bleia de acionistas que será reali-
zada no próximo dia 25 de abril.
Caso desrespeite essas obriga-
ções, a CSN está sujeira a pagar
uma multa de R$ 10 milhões,
por cada evento, e de R$ 100
mil por dia até o cumprimento
das determinações .
O Cade teme que a participa-
ção da CSN no conselho de ad-
ministração permita à empresa
de Steinbruch ter acesso a infor-
mações sobre estratégias de ne-
gócios e preços praticados pela
Usiminas. Essa preocupação
existe porque Usiminas e CSN
são concorrentes no mercado
de aços planos, utilizados na fa-
bricação de componentes para
as indústrias automobilística e
de eletrodomésticos.
Hoje, a CSN é acionista mi-
noritária da Usiminas, mas
com participação relevante. Se-
gundo dados publicados no si-
te da Comissão de Valores Mo-
biliários (CVM), a CSN detém
11,66% de ações ordinárias
(ON, que dão direito a voto) e
20,14% de preferenciais (PN,
sem direito a voto) da Usimi-
nas, perfazendo um total de
15,91% do capital social.
Steinbruch vem adquirindo
ações da Usiminas desde 2011
em uma clara estratégia de ga-
rantir uma participação rele-
vante e para indicar um mem-
bro no conselho de administra-
ção. O plano é visto pelo merca-
do como uma alternativa en-
contrada por Steinbruch diante
da tentativa frustrada de entrar
no bloco de controle da siderúr-
gica mineira. O empresário ten-
tou negociar a aquisição das
participações dos grupos Voto-
rantim e Camargo Corrêa, mas
perdeu a disputa para o grupo
ítalo-argentino Ternium.
Diretores da CSN não foram
encontrados para comentar a
decisão. O que especialistas em
concorrência devem discutir, a
partir de agora, é se uma deci-
são do Cade pode prevalecer so-
bre regras da Lei das Socieda-
des Anônimas, que permitem a
acionista com 10% do capital
de uma empresa eleger um
membro para o conselho. ■
18 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

EMPRESAS
David Paul Morris/Bloomberg

MINERAÇÃO PROCESSO

BHP Billiton fechará operações da mina Best Buy investiga conduta pessoal de
de carvão Norwick Park na Austrália presidente que renunciou ao cargo
A BHP Billiton, maior mineradora do mundo, informou ontem que O Conselho da Best Buy ainda está observando a conduta pessoal do
encerrará as operações em uma deficitária mina de carvão no ex-presidente-executivo da varejista, mesmo que ele já tenha deixado
nordeste da Austrália, citando baixa produção, altos custos e preços a companhia. Brian Dunn renunciou abruptamente ao comando
do carvão em baixa. “A mina Norwich Park tem resultado em perda da maior rede de lojas de eletrônicos do mundo, durante um processo
de dinheiro há vários meses”, afirmou em comunicado acrescentando investigação. Dunn liderou a Best Buy por menos de três anos
que tentará realocar parte dos 1.400 trabalhadores. Reuters e não consegui melhorar o desempenho dos negócios. Reuters

Rodrigo Capote/Folhapress

Firestone não quer mais ser

só uma vendedora de pneus
Empresa se torna prestadora de serviços e tem plano de abrir dez novas oficinas
mecânicas por ano até 2020. Modelo foi inspirado em experiência americana
Gabriel Ferreira
gferreira@brasileconomico.com.br
A Bridgestone quer fazer muito
mais do que pneus para crescer
no Brasil. Para isso, a empresa
tem investido na criação de
uma rede de oficinas mecânicas
sob a bandeira da Firestone. Nas
unidades, batizadas de CarClub
Firestone, a empresa oferecerá
uma série de serviços que nada
tem a ver com os pneus, como
troca de óleo, manutenção de
ar condicionado e da parte elé-
trica do carro. “Mais do que ven-
dedores de pneus, agora somos
prestadores de serviços”, afir-
ma Alexandre Lopes, diretor de
Vendas e de Marketing da Brid-
gestone no país.
O modelo aplicado pela com-
panhia no Brasil é baseado em
uma experiência da Firestone
nos Estados Unidos, onde as ofi-
cinas da empresa foram batiza-
das de Firestone Complete Auto
Care. Praticamente desde sua
origem, a empresa investe em
serviços que, mesmo fora de
Divulgação
Alexandre
Lopes
Diretor de
Vendas e
Marketing da
Bridgestone
“Em um primeiro momento
todas as unidades serão
próprias. Só quando
dominarmos todos os segredos
do negócio vamos estudar
licenciamento ou franquia”
seu negócio central, ajudam a fi-
delizar os clientes e diversificar
as receitas. Hoje, a unidade de
varejo da companhia conta com
mais de 2.200 oficinas nos Esta-
dos Unidos. Segundo estimati-
vas, o faturamento delas ultra-
passa os US$ 2 bilhões.
No Brasil, o modelo da Car-
Club está em testes desde o final
do ano passado e conta com
duas unidades no estado de São
Paulo. Até 2020, devem ser aber-
tas entre 5 e 10 oficinas por ano,
cada uma com investimento
aproximado de R$ 800 mil. Nos
primeiros anos todas serão ad-
ministradas diretamente pela
Bridgestone. “Só depois que já
dominarmos todos os segredos
do negócio vamos estudar al-
gum modelo de licenciamento
ou franquia”, diz Lopes.
Frota
A escolha da Bridgestone pelas
oficinas mecânicas tem uma ra-
zão prática. Ao pesquisar esse
mercado, a Bridgestone achou
que havia uma grande lacuna
que poderia ocupar.Quase 65%
da frota de veículos brasileira
tem mais de 5 anos. Nessa ida-
de, as máquinas começam a ter
mais problemas mecânicos,
mas a garantia oferecida pelas
montadoras já acabou. “Após o
fim da garantia, sobravam co-
mo opção os mecânicos de bair-
ro, que não tem grande estrutu-
ra”, afirma Lopes. ■
FAZENDO A RODA GIRAR
As lojas da Firestone nos
Estados Unidos...
FATURAMENTO EM 2011*
US$ 2 bilhões
NÚMERO DE UNIDADES
2.200
EMPREGADOS
22.000
PARTICIPAÇÃO DOS PNEUS NAS VENDAS
30%
... e os planos para o Brasil
UNIDADES JÁ ABERTAS
2 no estado de São Paulo
UNIDADES ATÉ 2020
de 5 a 10 novas por ano
INVESTIMENTO
R$ 800 mil por loja
PARTICIPAÇÃO DOS PNEUS NAS VENDAS
50%
Fonte: empresa *Estimativa
Várias empresas investem
em serviços automotivos
Redes de
oficina são
tendência
Crescimento da frota incentiva
investimentos no setor
Não é só a Bridgestone que viu
no crescimento da frota brasilei-
ra uma oportunidade para inves-
tir no setor de prestação de ser-
viços automotivos. Outras em-
presas de diversos portes bus-
cam espaço no segmento.
É o caso da Midas, uma das
maiores redes dos Estados Uni-
dos, que no Brasil optou por ex-
pandir principalmente com a
instalação de lojas nos estacio-
namentos de grandes shoppin-
gs e supermercados.
Entre as nacionais, se desta-
cam a Caçula de Pneus, parceira
de distribuição da Pirelli, que
também investiu na oferta de
serviços não relacionados à tro-
ca de pneus, e a Oficina Brasil,
cuja expansão da rede está ba-
seada na região Nordeste. ■

Rio BoatShow deve girar ALL vende todas as vagas para

R$ 250 milhões em negócios
Começa hoje a décima quinta
edição do maior evento
náutico da América Latina
Erica Ribeiro
eribeiro@brasileconomico.com.br
De olho no crescimento do mer-
cado náutico no Brasil e no Rio,
começa hoje no Pier Mauá a dé-
cima quinta edição do Rio Boat
Show, que é considerado o
maior salão náutico da América
Latina. Com expectativa de mo-
vimentar R$ 250 milhões em ne-
gócios e receber cerca de 40
mil visitantes, o evento compro-
va que a demanda por embarca-
ções em geral, tanto as de luxo
como barcos de fibra e caiaques
é exponencial. O Rio Boat Show
vai até o dia 18 de abril
Segundo Marcio Dottori, dire-
tor técnico do salão, o mercado
náutico em 2011 registrou a ven-
da de mais de 18 mil barcos, o
equivalente a US$ 800 milhões.
“Com a economia estável no
Brasil é natural que a demanda
por embarcações aumente. O
mercado náutico está atendo a
isso. O crescimento nas vendas
deverá continuar aquecido em
2012 e 2013”. Este será o maior
salão de todas as edições e o
maior da categoria no Brasil,
afirma Dottori
A troca da Marina da Glória
pelo Pier Mauá tem relação
com uma ação da prefeitura
do Rio de Janeiro, juntamente
com os governos estadual e fe-
deral, visando a Copa do Mun-
do de Futebol de 2014 e as
Olimpídas de 2016. A nova in-
fraestrutura acomoda mais de
100 barcos na água em mais
de 500 metros de cais, além
de três grandes pavilhões cli-
matizados para exposição das
embarcações.
Muitos estaleiros terão bar-
cos para os visitantes que deseja-
rem testar um dos modelos.
Um dos destaques da exposi-
ção será o barco inflável italia-
no Pirelli 1100, trazido pela Tool&
Toys, que também vai mostrar
modelos 2012 de lanchas e iates
do estaleiro Ferreti. Já a Inter-
marine traz para o Rio seis no-
vos modelos de lanchas, uma
delas de 53 pés.Outro renoma-
do estaleiro nacional, a Schae-
fer Yacths, trará para o Rio o mo-
delo Schaefer 620. ■
terminais em Rondonópolis
12 empresas fecharam negócio
com a companhia, que deve
redesenhar logística do MT
A América Latina Logística
(ALL) já vendeu quase todos os
400 hectares disponíveis para a
instalação de terminais logísti-
cos em Rondonópolis (MT), on-
de a ferrovia da operadora deve-
rá chegar até o final deste ano.
Atualmente, a via férrea já
chegou ao município de Itiqui-
ra, a cerca de 40 quilômetros de
Rondonópolis, onde a terrapla-
nagem da área dos terminais foi
recentemente iniciada.
Esmagadoras de sojas, mistu-
radoras de fertilizantes e opera-
dores de combustíveis estão en-
tre as 12 empresas que já fecha-
ram negócio com a companhia.
“São 400 hectares de área pa-
ra terminais, e tem só oito hecta-
res que ainda não foram vendi-
dos. Todo o resto já foi vendido
em lotes de oito ou 16 hectares”,
disse o diretor superintendente
da ALL, Eduardo Pelleisone.
Para a empresa, a vantagem
destes terminais é que eles es-
tão localizados nas margens da
BR-163, que, segundo Pelleiso-
ne, é a mais importante rodovia
de MT, o que eleva a competitivi-
dade do modal ferroviário.
“Com o Projeto Rondonópo-
lis a gente redesenha a logísti-
ca do Mato Grosso”, disse Pel-
leisone. “Vai virar o maior cen-
tro brasileiro, acho, de logísti-
ca em Rondonópolis.”
O projeto Rondonópolis con-
siste em um novo trecho entre
Alto Araguaia e o município,
com cerca de 250 quilôme-
tros, com investimentos totais
R$ 700 milhões. ■ Reuters
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 19

Divulgação
NEGÓCIOS EMPREGO

Fujitsu quer dobrar receita de serviços de Propriedade intelectual gera 40 milhões de

TI na China até 2014, para US$ 2,7 bilhões
A Fujitsu, maior prestadora japonesa de serviços de TI, declarou ontem
estar confiante em dobrar suas vendas na China a US$ 2,7 bilhões
até 2014, aproveitando o rápido crescimento do setor na segunda
maior economia do mundo. Michiyoki Mazuka, presidente do conselho
da Fujitsu, fez a previsão durante inauguração de uma central
de dados da companhia em Foshan, no sul da China. Reuters
empregos nos Estados Unidos, diz estudo
Estúdios de cinema norte-americanos, produtores de medicamentos
e outras empresas que dependem de direitos autorais comportam
40 milhões de empregos. Esse número representa 28% da força de
trabalho dos EUA, segundo um relatório divulgado ontem. Quase 35%
do PIB americano ou mais de US$ 5 trilhões derivam de 75 mercados
fortemente dependentes de propriedade intelectual. Reuters

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Fras-le acelera para

chegar a R$ 1 bilhão
Na contramão do mercado, empresa de autopeças do Grupo Random
investe para ampliar produção, mas mira exterior para atingir meta
Tomohiro Ohsumi/Bloomberg

Michele Loureiro
mloureiro@brasileconomico.com.br

A Fras-le, companhia do Grupo

Randon, quer ampliar sua atua-
ção global e vai realizar um
aporte de US$ 11 milhões na fá-
brica dos Estados Unidos. O ob-
jetivo da autopeça brasileira é
atingir um faturamento de R$ 1
bilhão em 2013. Para alcançar o
montante, a empresa da região
sul do país terá de vencer um de-
safio de fôlego: crescer 33% em
relação ao volume registrado
em 2011, de R$ 751,2 milhões.
É que enquanto a maioria das
concorrentes reduz a produção
para se adequar a demanda me-
nor no primeiro trimestre deste
ano, devido a queda de 4,7% na
venda de caminhões, a Fras-le
fala em ampliar a capacidade.
Entretanto, a companhia mira
mercados externos para consoli-
dar esse crescimento.
A Fras-le tem fábricas no Bra-
sil, Estados Unidos e China e já
é a quinta maior fabricante de
materiais de fricção no mundo.
Mesmo com escritórios e cen-
tros de distribuição espalhados
em vários países, cerca de 60%
da receita da empresa é prove-
niente do Brasil, realidade que
pode se inverter, segundo a em-
presa, no médio prazo.
Para ampliar seus ganhos no ex-
terior, a fábrica americana, loca-
lizada em Prattville, no Alaba-
ma, vai ser ampliada e passará a
produzir lonas para freio - a uni-
dade já fabrica pastilhas para
freio a disco. A iniciativa vai
criar 100 postos de trabalho em
solo americano.
Fabricantes locais reduzem produção para se adequar à demanda
Além da iniciativa física, a
RUMO AO BILHÃO empresa do Grupo Randon tam-
bém aposta em lançamentos
Desempenho da Fras-le em 2011 mundiais para compor o portfó-
lio, que já conta com cerca de 10
RECEITA BRUTA mil itens.
R$ 751,2 milhões A companhia aproveitou a
Automec, feira voltada para o se-
tor que acontece esta semana
RECEITA NO MERCADO EXTERNO em São Paulo, para apresentar
R$ 249,9 milhões uma linha de freios especial-
mente desenvolvida para aplica-
ções severas, como caminhões
LUCRO LÍQUIDO
de coleta de resíduos e outros
R$ R$ 44 milhões veículos que trabalham em con-
Fonte: empresa
dições de alta temperatura no
sistema de freio.
“Esta linha foi desenvolvida
para competir com os princi-
pais produtos disponíveis na Eu-
ropa”, diz Paulo Varante, geren-
te de Desenvolvimento de Pro-
duto da Fras-le.■
Parente, da MRS: à espera da modelagem financeira do projeto
MRS roda em círculo
com Ferroanel
Empresa ainda está às voltas
com o projeto uma década
após obter a concessão da obra
Ana Paula Machado
amachado@brasileconomico.com.br
A travessia ferroviária da cida-
de de São Paulo está longe de
ser solucionada. Há pelo menos
10 anos a MRS Logistica, empre-
sa que tem a concessão da obra
do Ferroanel, tenta destravar o
empreendimento e colocar
mais trens na malha que corta a
cidade. Agora, o projeto está
nas mãos dos governos federal e
estadual. E a expectativa é que
até o final do próximo ano as
obras sejam iniciadas.
“A MRS está custeando o pro-
jeto básico que deve ser concluí-
do em maio, com isso podemos
entrar com o pedido de licença
ambiental. Hoje cabe ao gover-
no a modelagem financeira.
Ainda não sabemos como se-
rá”, disse o presidente da MRS
Logística, Eduardo Parente. A
companhia investiu cerca de
R$ 4 milhões na elaboração do
projeto do Ferroanel.
A travessia dos trens de carga
na cidade de São Paulo esbarra
empreendimento é estimado
em R$ 2,5 bilhões.
Compartilhamento
Hoje, os trilhos da CPTM são
compartilhados com a MRS Lo-
gística. As composições só po-
dem passar com limite de capa-
cidade, mais leves, e de 9h às
15h e de 21h às 3h. “Isso limita
muito o nosso movimento, pois,
não podemos crescer, principal-
mente em carga geral em fun-
ção dessa transposição”.
Parte do traçado vai correr
nas franjas da Serra da Cantarei-
ra, paralela ao polêmico Rodoa-
nel Norte. Os 60 km de trilhos
serão usados exclusivamente pa-
ra cargas. O Ferroanel chegou a
ser incluído na lista de obras do
Programa de Aceleração do Cres-
cimento (PAC), lançado pelo go-
verno Lula em janeiro de 2007.
De lá para cá, as divergências,
mais políticas do que técnicas,
não tiraram a obra do papel.
"Há hoje uma vontade políti-
ca e um entendimento de que a
obra é essencial para o cresci-
mento do transporte de cargas
por ferrovia no país. A grande
questão é como essa conta será
paga. Há várias possibilidades

Total tenta conter vazamento na malha do trem de passagei-

Acidente no Mar Norte será
resolvido até fim de abril,
informou a companhia
O vazamento na plataforma de
Elgin, da petroleira Total no
Mar do Norte, poderá ser inter-
rompido até o final de abril, ca-
so tudo ocorra dentro do plane-
jado, disse o diretor-gerente,
Philippe Guys.
Guys disse ao jornal escocês
The Press and Journal que a pe-
troleira francesa planeja reali-
zar uma “morte dinâmica” do
vazamento bem antes de maio.
“Estamos trabalhando duro
e, se ocorrer tudo como planeja-
do, consideramos que ao final
deste mês devemos ter o contro-
le do poço”, disse ele.
A Total disse que o vazamen-
to está custando US$ 2,5 mi-
lhões por dia até agora. Suas
ações recuaram quase 7% desde
quando vazamento foi relatado.
A Total planeja injetar lama
no poço para acabar com o vaza-
mento de gás, após uma equipe
de reconhecimento descobrir
que as condições são suficiente-
mente seguras para permitir a
operação. ■ Reuters
ro. Com a expansão de linhas
da Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM) e
o aumento de usuários na Gran-
de São Paulo, a companhia pre-
vê que, para o sistema não ultra-
passar a capacidade máxima, o
Ferroanel precisa ser implanta-
do urgentemente.
A previsão do governo fede-
ral é que a obra usará parte da
malha ferroviária já construída
na região, num traçado próxi-
mo ao Rodoanel. O custo do
que estão em estudo, inclusive a
construção do trecho pela Vale.
Esperando a definição”, afirmou
Parente. Enquanto o Ferroanel
não sai do papel, os negóciosda
MRS continuam à toda.
A empresa vai investir este
ano R$ 1,58 bilhão, a maior par-
te na melhoria da sua malha. Se-
gundo Parente, a MRS precisa
se adequar ao volume esperado
nos próximos anos com o au-
mento do transporte dos princi-
pais clientes da companhia pre-
vista para 2013 e 2014. ■
20 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

EMPRESAS
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MINÉRIO DE FERRO VAREJO

Carl Icahn negocia fatia na brasileira Carrefour incrementa estoque de

Ferrous Resources, dizem fontes
O investidor Carl Icahn está perto de fechar um acordo para comprar
uma participação na Ferrous Resources, produtora brasileira de
minério de ferro de capital fechado da Harbinger Capital Partners,
de Phil Falcone, segundo quatro pessoas próximas à negociação.
O bilionário negocia a compra de 14,9% da Ferrous, disseram três dessas
pessoas. Ele pretende pagar US$ 1,50 por ação, parte em dinheiro.
inverno com 600 mil cobertores
O Carrefour está preparando os estoques de cobertores para o inverno.
A rede de supermercados comprou 600 mil peças de 21 diferentes
modelos. Entre as principais apostas está a linha de cobertores
ecológicos, fabricados a partir de garrafas pets. A encomenda feita
à fabricante Etruria equivale a três milhões de garrafas pet de dois
litros compradas de cooperativas de reciclagem.

Trakinas Shake nasce do ENERGIA

Copel busca
namoro entre Kraft e BRF projetos
de até R$ 1 bi
Parceria para transformar o biscoito em bebida láctea inclui licenciamento da marca,
Elétrica está disposta a
que receberá royalties da gigante de proteínas, cuja ligação existe desde a Sadia comprometer 10% do patrimônio
líquido em aquisições este ano
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José Gabriel Navarro O presidente da Copel,Lindolfo

jgnavarro@brasileconomico.com.br
A Kraft Foods e a Brasil Foods
anunciaram ontem o lançamen-
to do Trakinas Shake, versão
em bebida láctea da marca de
biscoitos que tem a pretensão
de, nos próximos cinco anos, es-
tar entre as três mais vendidas
do Brasil, segundo Luciane Ma-
tiello, diretora de Marketing de
lácteos da BRF. O produto deve
chegar às prateleiras nesta sema-
na, com preço sugerido de R$
1,25 para o consumidor final.
Embora a produção do leite
aromatizado conte com apoio
operacional da K&S - joint ventu-
re formada por Kraft e Sadia em
2008 -, o modelo de parceria in-
depende dessa iniciativa. O Traki-
nas Shake é fabricado pela BRF
em Carambeí (PR). A Kraft ape-
nas licenciou a marca Trakinas
para a BRF, e vai receber royal-
ties por isso. Mas as empresas
não revelaram cifras envolvidas
no negócio nem os investimen-
tos feitos para o lançamento.
Os problemas encarados por
um empreendimento parecido
há dois anos não assustam Kraft
nem BRF. Em 2010, a Nestlé foi
alvo de uma enxurrada de recla-
mações via internet porque sua
versão liquida do chocolate Alpi-
no, o Alpino Fast, vinha com a
COPO CHEIO
O mercado de bebidas
aromatizadas à base de leite
FATURAMENTO ANUAL DO SETOR
R$ 1 bilhão
LITROS VENDIDOS POR ANO
200 milhões
Fontes: Euromonitor, Nielsen, Kraft Foods
e Brasil Foods
inscrição "não contém Alpino"
no rótulo. A companhia acabou
dizendo que a bebida tinha,
sim, a essência do doce na fór-
mula e trocou o aviso na embala-
gem para "a mesma massa do
chocolate Alpino". "O sabor foi
desenvolvido pela mesma em-
presa que faz a fórmula do bis-
coito", diz Luciana. "O sabor é
'morango' ou 'chocolate', não
'sabor biscoito'."
Para quem estranha o ato de
"beber Trakinas”, a empresa
promete mais ousadias. Em ju-
nho, lançará bolachas com gos-
tos de sorvete de limão e de sor-
vete de frutas vermelhas, como
Luciane Matiello: missão colocar a bebida entre as top da categoria
produtos licenciados da anima-
ção "A Era do Gelo 4", da Fox.
Reposicionamento
No lançamento do leite aromati-
zado, Sarah Buchwitz, gerente
daTrakinas, aproveitou para
anunciar o reposicionamento
da marca, agora voltada para a
geração Z (nascida a partir de
1995). "A gente fala com crian-
ças de 7 a 12 anos, mas vínha-
mos nos comunicando mais
com quem tem entre 8 e 10
anos. Nosso novo foco são os
'tweens' [trocadilho em inglês
para pré-adolescente], que tem
de 10 a 12 anos."
O gesto de se voltar para os
"tweens" também poderia ser
um jeito de a marca se reconci-
liar com uma faixa etária mais
avançada. Em 2011, um ano
após a Kraft alterar a fórmula
dos biscoitos Trakinas, surgiu
na empresa a queixa de que os
clientes decanos da bolacha,
que começaram a comprar o
biscoito quando eram crianças,
haviam parado de consumir o
produto - apesar de a novidade
ter agradado às mães, alargan-
do a base consumidora.
Sarah nega. "A inclusão da fa-
rinha integral não alterou o sa-
bor." ■
Zimmer, afirmou ontem, em
reunião com analistas, que a em-
presa está preparada para reali-
zar aquisições, inclusive porque
tem capacidade para aumentar
o endividamento. “Gosto de
projetos que não comprome-
tam mais de 10% do nosso patri-
mônio líquido, entre R$ 500 mi-
lhões e R$ 1 bilhão”.
Em 2012, a empresa também
continua avaliando compras no
segmento eólico e espera fechar
em breve a entrada no consór-
cio que construirá a usina hidre-
létrica Baixo Iguaçu, na qual a
deverá ter 30% de participação.
A Eletrosul, do Grupo Eletro-
bras, também deve entrar no
projeto, reafirmou Zimmer.
Revisão tarifária
A Copel espera que a revisão ta-
rifária para a distribuidora para-
naense de energia fique entre ze-
ro e -0,5 % ante a proposta que
está em audiência pública na
Agência Nacional de Energia Elé-
trica (Aneel) de -0,85%.
A base de remuneração consi-
derada na revisão, que hoje está
em R$ 1,9 bilhão, deve ficar en-
tre R$ 2,4 bilhões e R$ 2,5 bi-
lhões na decisão final da agên-
cia, disse o diretor financeiro da
companhia, Ricardo Portugal
Alves. “Estamos muito otimis-
tas, pois os números estão próxi-
mos do que imaginávamos e (a
revisão) não vai afetar muito a

Preço de minério de ferro volta a subir distribuidora”, afirmou.

Vale já planeja investimentos
de US$ 50 bilhões para fazer
frente à demanda chinesa
Os preços à vista de minério de
ferro praticados na China, o
maior importador do insumo,
fecharam em alta ontem, com
compradores lentamente vol-
tando ao mercado para refor-
çar os estoques, embora ainda
cautelosos, pois a produção de
aço ainda ultrapassa a recupe-
ração lenta da demanda.
Preços de minério importa-
do, incluindo cargas australia-
nas e indianas, aumentaram um
Segundo analistas,
os compradores
estão voltando
de forma lenta,
mas consistente
dólar por tonelada na China, se-
gundo a consultoria Umetal.
A BHP vendeu 110 mil tonela-
das de finos de minério de ferro
(matéria-prima de maior valor
agregado) da mina de Newman
por US$ 151,16 a tonelada, in-
cluindo frete, e outras 110 mil
toneladas da mina de Yandi em
US$ 136,51 por tonelada.
Os preços deverão subir ain-
da mais com outra oferta de
compra da australiana Pilbara
pela Rio Tinto. “Os comprado-
res estão voltando lenta e cons-
tantemente. Não há pressa,
mas o interesse de compra es-
tá lá", disse um trader de Cin-
gapura.
O maior produtor mundial
de minério de ferro, a Vale dis-
se que a demanda chinesa deve
continuar forte, apesar das ex-
pectativas de crescimento mais
lento da economia mundial.
Para ajudar a atender essa de-
manda, a Vale espera investir
mais de US$ 50 bilhões em
seus projetos de expansão de
minério de ferro, níquel, co-
bre, fertilizantes, carvão, en-
tre outros. Cerca de US$ 35 bi-
lhões serão gastos ao longo de
quatro anos para completar os
seus 20 maiores projetos, afir-
mou presidente da empresa,
Murilo Ferreira, nesta semana.
O minério de ferro de refe-
rência, com 62% de teor de fer-
ro subiu 0,3%, para US$ 148 dó-
lares a tonelada,de acordo com
a Steel Index. ■ Reuters
Segundo ele, o crescimento
do mercado cativo da Copel
mantém nesses primeiros me-
ses do ano o ritmo observado
em 2011 e o aumento desse mer-
cado em 2012 deve ficar entre
4% e 5%, ante expansão de
5,4% verificados no ano passa-
do. A empresa paranaense, que
tem cerca de 3,9 milhões de con-
sumidores, ainda tem interesse
em expandir esse negócio com
a aquisição de pequenas distri-
buidoras e cooperativas rurais
na sua área de atuação.
Entre essas distribuidoras no
foco da companhia, estão as para-
naenses Campo Largo e Coronel
Vivida, além da empresa Barra do
Jacaré, em São Paulo. ■ Reuters
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 21

Marcela Beltrão

BALANÇO VAREJO

Operadoras de telecomunicações Abrasce prevê crescimento de 10% nas

investiram R$ 21,7 bilhões em 2011 vendas no Dia das Mães nos shopping centers
As prestadoras de serviços de telecomunicações, nos segmentos O Dia das Mães, data considerada a segunda data mais importante
de telefonia fixa e móvel, banda larga e TV paga, investiram do ano para o varejo em shoppings, ficando atrás somente do Natal,
R$ 21,7 bilhões em 2011, incluindo expansão de redes, deve elevar as vendas de shoppings brasileiros em cerca de 10%
ampliação da cobertura e qualidade dos serviços. Este aporte e aumentar o fluxo de pessoas em 8%, em comparação com
é o segundo maior da história, informa a Associação a mesma data do ano passado, segundo levantamento feito pela
Brasileira de Telecomunicações e 20% maior que o de 2010. Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers).

Henrique Manreza

Prati-Donaduzzi
aposta nos remédios
em fração para crescer
Indústria paranaense de medicamentos investe para ampliar produção
em Toledo e se consolidar em segmento hoje ignorado pelas gigantes

Thais Moreira
tmoreira@brasileconomico.com.br
Enquanto grandes fabricantes
de genéricos como EMS e Euro-
farma colocam na geladeira os
planos para vendas de medica-
mentos fracionados (vendidos
sob medida, de acordo com a
prescrição médica), a paranaen-
se Prati-Donaduzzi faz apostas
no nicho para longo prazo. “Em
cinco anos, a cultura brasileira
será a mesma de países ricos co-
mo Europa e Estados Unidos,
onde não se compra doses a
mais”, afirma Eder Maffissoni,
vice-presidente da empresa.
Nos mercados mais maduros,
esse tipo de venda movimenta
80% de todo o negócio, segun-
do Maffissoni. Por aqui os núme-
ros ainda são bem modestos e
sequer há estatísticas fechadas
sobre as vendas.
Adequação do varejo
Segundo Maffissoni, a Prati-Do-
naduzzi investiu R$ 5 milhões
no último ano para a adequação
de estabelecimentos para a ven-
da de fracionados, que hoje es-
tão em 11,3 mil farmácias brasi-
leiras, além da ampliação e da
sua linha de produção em Tole-
do, de onde saem, em média,
460 mil unidades diárias de me-
dicamentos genéricos e simila-
res. A empresa cresceu em mé-
dia 25% por ano nos últimos
anos focada em vendas ao go-
Ex-acionista entra na disputa pela Avon
Richmont Holdings ja tentou
comprar a fabricante de
cosméticos na década de 1980
A Richmont Holdings, uma ex-
acionista da americana Avon, es-
tá preparando uma oferta de
aquisição da companhia de pro-
dutos de beleza. Na semana pas-
sada, a gigante da venda porta a
porta de cosméticos rejeitou
proposta de US$ 10 bilhões feita
pela rival Coty.
verno, que hoje representam
65% de seu faturamento, de
cerca de R$ 400 milhões. O res-
tante da receita fica por conta
das farmácias.
Agora, o desafio da Prati é dis-
seminar os fracionados, uma
vez que, em 2006, foi regula-
mentada por decreto presiden-
cial esse tipo de venda.
Nelson Mussolini, vice-presi-
dente executivo do Sindusfar-
ma (Sindicato da Indústria de
Produtos Farmacêuticos no Esta-
do de São Paulo), afirma que a
tarefa não será fácil. “Além de
os fracionados necessitarem de
armazenamento adequado, são
CÓPIA PERFEITA
Vendas de genéricos no Brasil
R$ MILHÕES
2003 943,7
2004 1311,5
2005 1725,9
2006 2301,7
2007 2942,2
2008 3661,5
2009
2010
2011
2012
0 2000 4000
Fontes: IMS e Sindusfarma
Segundo a revista Fortune, o
presidente do conselho da Rich-
mont, John Rochon, tentou
comprar sem sucesso a Avon no
final da década de 1980.
O grupo de Rochon já foi o
maior acionista da Avon, mas
acabou vendendo sua participa-
ção ao mercado. Representan-
tes das duas empresas não co-
mentaram o assunto.
A Avon, que enfrenta queda
de lucro nos últimos anos, aca-
necessárias mudanças nas má-
quinas de embalar os remédios
em um processo caro”.
Mussolini destaca que quan-
do a lei de incentivo à venda de
fracionados foi implantada, os
grandes laboratórios produzi-
ram embalagens picotadas, mas
a ideia não foi bem recebida pe-
lo mercado e nem pelo consumi-
dor, que não queria comprar re-
médio fora da caixa. “Em merca-
dos maduros, existem locais es-
terilizados para armazenagem,
o que não existe aqui. Além dis-
so, as doses devem conter as in-
formações de horários e datas
de vencimento”. ■
VARIAÇÃO
- cisco Chaves Generoso alegou à
38,9%
31,6%
33,3%
27,8%
24,4%
4524,6 23,5%
6224 37,7%
8804,7 41,4%
9201,6
, 4,5%
6000 8000 10000
ba de contratar Sheri McCoy, ex-
executiva da Johnson & John-
son, para tentar colocar a com-
panhia nos trilhos e, dessa for-
ma, prevenir-se de eventuais
ofertas hostis.
A direção da Coty também
não desistiu do negócio e, nas
próximas semanas, farão uma
série de visitas a acionistas da
Avon, tentando convencê-los
sobre as vantagens do negó-
cio. ■ Reuters e redação
De Simoni, presidente: Minas-Rio é o maior projeto da Anglo hoje
Suspensa licença de
instalação de energia
em mina da Anglo
De acordo com justiça mineira,
projeto Minas-Rio não obedeceu
exigências do estado
A justiça mineira suspendeu a li-
cença de instalação de um linha
de transmissão energia elétrica
no projeto de extração de miné-
rio de ferro Minas-Rio, de pro-
priedade da Anglo American. O
procurador da República Fran-
justiça do estado que a Anglo
“não cumpriu algumas das exi-
gências para obter a permissão
para a linha”, sem informar
quais são estes requisitos.
Desde que comprou as terras
para desenvolver a jazida de lo-
calizada entre Conceição do Ma-
to Dentro e Alvorada de Minas
(ambas em MG), a Anglo, presi-
dida no país por Walter De Simo-
ni, tem enfrentado problemas
para tocar adiante o projeto.
Além do atraso das licenças, no
mês passado a companhia foi
obrigada a parar a obra por três
dias, também por ordem da jus-
tiça, que alegou que a mina colo-
caria em perigo o patrimônio ar-
tístico e cultural da área.
A licença para a instalação da
linha de transmissão é a última
“grande autorização” que a An-
glo precisava para solicitar o re-
gistro de lavra e processamen-
to, de acordo com informações
da companhia e março.
“A Anglo não foi notificada
sobre liminar e a empresa se-
guiu todos os requisitos legais
para o licenciamento ambiental
do projeto Minas-Rio”, afirmou
a emppresa por meio de comuni-
Quando estiver
pronta, em 2013,
projeto terá produção
inicial de 26,5
milhões de toneladas
cado divulgado ontem.
O projeto de minério de fer-
ro, que inclui a mina, uma uni-
dade de processamento 525 qui-
lômetros de mineroduto, terá
uma capacidade inicial de 26,5
milhões de toneladas por ano.
Com sede em Londres, a Anglo
espera iniciar as operações no
segundo trimestre de 2013.
US$ 2 bilhões em 2012
Na semana passada, Paulo Caste-
lari, presidente da unidade de
ferrosos da companhia, infor-
mou que o projeto Minas-Rio re-
ceberá investimentos de US$ 2
bilhões neste ano. Este é o
maior projeto da companhia
em andamento hoje.
O projeto terá capacidade pa-
ra atingir até 90 milhões de to-
neladas anuais, ante uma esti-
mativa inicial de 75 milhões a
80 milhões de toneladas por
ano. Castelari explicou que o
projeto tem capacidade para
operar em três fases. “Existe a
possibilidade de criarmos (três)
módulos de 30 milhões de tone-
ladas com algumas melhorias
operacionais”, disse.O estudo
geológico de pré-viabilidade da
expansão do projeto ficou pron-
to em março e confirma expec-
tativas de potencial de produ-
ção. ■ Bloomberg e Reuters
22 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

EMPRESAS
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AEROESPACIAL PETRÓLEO

Air Liquide e Astrium anunciam parceria
para fabricação de tanques para foguete
A Air Liquide e a Astrium anunciaram ontem a formação da
EuroCryospace, uma parceria estratégica em nível europeu entre as
empresas. A parceria é uma extensão do Cryospace, criado há quase
25 anos para o desenvolvimento e fabricação de tanques criogênicos
para o foguete Ariane. Com o acordo, as empresas terão nova
planta em Bremen, na Alemanha, que vai gerar 40 postos de trabalho.
HRT irá terminar perfuração de poço no
projeto Eucalipto em duas semanas
A HRT Participações vai terminar sua perfuração de poço de petróleo
no projeto Eucalipto dentro de duas semanas e vai explorar quatro
poços este ano na Amazônia. A empresa e sua sócia, TNK, estudam
usar uma embarcação de armazenagem de gás natural liquefeito
para transporte de combustível por rio na Amazônia e analisam
construir plantas de energia elétrica e de fertilizantes na região.

Alexandre Rezende

Montadorasganham
fôlegocom pacote
Medidas de estímulo à
indústria farão investimentos
“deslanchar”, diz Anfavea
O presidente da Associação Na-
cional dos Fabricantes de Veícu-
los Automotores (Anfavea), Cle-
dorvino Belini, disse que os in-
vestimentos das montadoras e
das autopeças devem “deslan-
char” neste ano após o governo
anunciar medidas de estímulo
econômico à indústria.
Após reunir-se por cerca de
duas horas com o ministro da Fa-
zenda, Guido Mantega, Belini
reafirmou o plano de investi-
Carneiro, recém-nomeado presidente da TP Vision, joga videogame em uma das novas TVs da Philips mento das montadoras, de US$
22 bilhões até 2015.
“Acredito que os investimen-
Retração nos
financiamentos
reduziu vendas no
primeiro trimestre
projetos de novas fábricas de
veículos no país estão sendo exe-
cutados por empresas como
Toyota, Hyundai, e Nissan.
Bellini ressaltou, no entanto,
que o acesso ao crédito automo-
tivo pelos consumidores conti-
nua difícil diante da maior cau-
tela das instituições financeiras
em emprestar a prazos maiores,
devido ao aumento da inadim-
plência no início do ano. No pri-
meiro trimestre, as vendas de

Philips quer virar o

tos vão deslanchar neste ano,
não só nas montadoras, como
também em autopeças”, afir-
mou Bellini, que também é o
presidente do grupo Fiat para a
veículos novos no país recua-
ram de 0,8% sobre o mesmo pe-
ríodo de 2011.Aa chinesas
Chery e JAC também citaram fra-
queza nas vendas do início do

jogo na área de TVs América Latina.

Atualmente, uma série de
ano em meio à redução do finan-
ciamento. ■ Reuters

Com venture, companhia prepara lançamento de 25 produtos
Carolina Pereira
cpereira@brasileconomico.com.br
A Philips iniciou, há dez dias, a
atuação da TP Vision, joint ven-
ture entre a holandesa e a TPV
Technology voltada para a pro-
dução e comercialização de
TVs sob a marca Philips. No Bra-
sil, a companhia anunciou on-
tem a nomeação de Nelson Car-
neiro para presidir a operação
local, que vai brigar para se
consolidar entre os três maio-
res fabricantes do país.
Carneiro, vindo da Philips,
afirma que a companhia fe-
chou 2011 na terceira coloca-
ção do ranking brasileiro de
TVs em volume de vendas, se-
gundo dados da consultoria
GFK. “O objetivo em 2012 é
crescer”, desconversou o exe-
cutivo, sem abrir qual é a parti-
cipação de mercado que a joint
venture almeja. Para impulsio-
nar o crescimento, Carneiro
prepara 25 lançamentos que se-
rão feitos ao longo segundo tri-
mestre do ano no Brasil.
Atualmente a concorrente
Samsung afirma ser líder deste
mercado no país com 34% de
participação. E foi justamente
o avança de asiáticas que moti-
vou a criação da TP. LG e Sam-
sung ultrapassaram a Philips
na última década, e a empresa
vinha perdendo competitivida-
de no mundo todo. Com a joint
venture, a fabricante pretende
voltar a brigar de frente com
as marcas rivais.
A estratégia da companhia,
segundo Carneiro, será calca-
da em tecnologia e inovação.
Segundo a TP, apesar das TVs te-
rem 96% de penetração nos la-
res brasileiros, mais de 80%
dos aparelhos ainda são de tu-
bo, enquanto apenas 15,5%
são de tela fina (LCD ou plas-
ma). A previsão da companhia
é que o percentual chegue a
45% em três anos, potencial
em que a empresa está de olho.
“O que vai motivar a troca será
a inovação”, diz o presidente.
Para atingir este público, a
empresa foca em recursos vol-
tados para fãs de videogames,
por exemplo, e na facilidade de
navegação para as TVs conecta-
das. Os modelos de tela peque-
na também são uma aposta da
companhia. Desta forma, Car-
neiro acredita ser possível que
o Brasil se torne o maior merca-
do da TP no mundo “em bre-
ve”. Para a área de TVs da Phi-
lips o Brasil era o segundo no
ranking de vendas, atrás ape-
nas da Alemanha.
Hotéis
A TP também pretende atacar o
mercado de hoteis no Brasil. Re-
centemente a LG afirmou ter
50% de participação neste seg-
mento e disse ter expectativa de
chegar a 65% neste ano. E a TP
também quer uma fatia da área.
“Contratamos uma pessoa para
analisar qual será o modelo, se
faremos vendas diretas ou
não”, diz Carneiro. ■
AUTOMÓVEIS
Vendas
da BMW
disparam
A BMW teve um de seus melho-
res resultados trimestrais da his-
tória, após as vendas de março
terem quebrado todos os recor-
des. Os três maiores mercados
da montadora também registra-
ram crescimento de dois dígi-
tos, segundo a montadora.
A maior marca de carros de
luxo do mundo em volume rea-
firmou a meta de crescer acima
do mercado e alcançar novas
vendas recordes para as marcas
BMW, Mini e Rolls-Royce.
As vendas do grupo cresce-
ram 12% no mês passado, para
185,7 mil veículos, levando o
acumulado dos três primeiros
meses para 425,5 mil unidades,
uma alta de 12%.
As vendas de março ofusca-
ram o recorde visto em junho
do ano passado, graças à forte
demanda pelo modelo 1 Series e
um bom começo para o remode-
lado 3 Series. A China superou
os EUA como maior mercado no
primeiro trimestre e também te-
ve índice de crescimento supei-
rior ao da Audi. ■ Reuters
MOTOCICLETAS
Ducati será
vendida à
alemã Audi
A Audi planeja anunciar a com-
pra da Ducati na próxima sema-
na, após concluir o processo de
análise dos números e ativos
(due diligence) da fabricante ita-
liana de motocicletas, segundo
fontes próximas ao assunto.
A unidade da Volkswagen
não encontrou grandes impedi-
mentos ao avaliar as finanças da
Ducati. A aquisição pode ser
anunciada já em 18 de abril, um
dia antes da reunião anual de
acionistas da montadora alemã.
O valor do negócio ainda não é
conhecido.
Uma das fontes disse que o
controlador da Ducati, o grupo
italiano de private equity Inves-
tindustrial, concordou em nego-
ciar com a Audi de forma exclu-
siva. Volkswagen, Audi e Inves-
tindustrial não comentaram o
assunto.A confirmação do negó-
cio daria mais força à rivalidade
de longa data entre a Audi e a
BMW no segmento de moticicle-
tas. A Audi havia tentado adqui-
rir a Ducati do Texas Pacific
Group em 2005. ■ Reuters
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 23

David Paul Morris/Bloomberg

INTERNET TECNOLOGIA

Apenas 40% das 50 maiores empresas
brasileiras utilizam vídeos nos sites
Estudo realizado nos domínios virtuais das 50 maiores empresas
brasileiras revela que apenas 40% trazem esse tipo de ferramenta em
suas páginas na internet. Em plena era do audiovisual, as empresas
brasileiras ainda usam poucos vídeos em suas páginas principais na
internet. O levantamento realizado pela TVaoVivo, produtora de TV na
internet, mostra que, dos vídeos existentes, não há nada em streaming.
SAP compra provedora de aplicativos Syclo
para liderar mobilidade para empresas
A SAP anunciou ontem a compra da Syclo, provedora de aplicativos
e tecnologia empresarial móvel. Em comunicado, a empresa informou
que a aquisição reforça estratégia de inovação e amplia seu portfólio
de soluções móveis empresariais, com forte presença em setores
como serviços públicos e manufatura. Segundo a empresa, o objetivo
é manter a liderança em soluções de mobilidade para empresas.

Karime Xavier/Folhapress

Roche poderá
Gafisa não refazer oferta
à Illumina
paga bônus e Farmacêutica apela para

troca conselho “futuro incerto” da empresa de

sequenciamento genético

A suíça Roche indicou que está

Empresa distribuiu R$ 5,1 mi a diretores em 2011,
40% menor que o valor de R$ 12,3 mi previsto
Denise Carvalho
dcarvalho@brasileconomico.com.br
O prejuízo de quase R$ 1 bilhão
registrado no balanço de 2011
pegou em cheio o bolso dos dire-
tores da construtora Gafisa. A
empresa pagou aos administra-
dores R$ 5,1 milhões em forma
de remuneração no ano passa-
do, o equivalente a 40% do va-
lor global previsto e aprovado
em assembleia de acionistas,
que totalizava R$ 12,3 milhões.
No edital de convocação para a
próxima assembleia - agendada
para o dia 11 de maio - a Gafisa
explica que a diferença relevan-
te entre a proposta aprovada e
os valores efetivamente realiza-
dos se deve ao não pagamento
de remuneração variável de cur-
to prazo, uma vez que a compa-
nhia “não alcançou as metas es-
tabelecidas para o período”.
A Gafisa reportou perdas de
R$ 945 milhões em 2011, por
causa do reconhecimento de es-
touro nos custos de obras, que
totalizaram ajustes de R$ 889,5
milhões. As operações da cons-
trutora Tenda foram responsá-
veis por 69% dos ajustes, en-
A construtora não
pagou remuneração
variável de curto
prazo a executivos
porque não alcançou
metas estabelecidas
quanto os empreendimentos da
Gafisa responderam por 31%.
As perdas consumiram todo lu-
cro apurado pela companhia
desde o IPO (oferta pública de
ações, na sigla em inglês), em
206. Parte dos prejuízos foi con-
tabilizada no ano de 2010.
Em razão dos desafios dos
executivos para restaurar os ne-
gócios, a pressão pelos resulta-
dos deve aumentar. É o que sina-
liza a previsão de remuneração
total da construtora para 2012:
R$ 23,9 milhões. Essa proposta
de remuneração será apresenta-
da pela direção na próxima as-
sembleia, no dia 11 de maio,
mas pode ser rejeitada se a maio-
ria dos acionistas votar contra.
Se for concretizado, esse volu-
me será recorde na história re-
cente da Gafisa. A empresa de-
Wilson Amaral, ex-presidente da Gafisa, está fora do conselho
sembolsou R$ 15,4 milhões para
os diretores em 2009 e R$ 9,4
milhões em 2010.
No edital de convocação da
assembleia, a Gafisa apresentou
outra novidade: a troca de inte-
grantes do conselho de adminis-
tração. Não compõe a lista de
conselheiros que será levada à
votação dos acionistas o nome
de Wilson Amaral, ex-presiden-
te da Gafisa. Ele assumiu uma
cadeira no conselho no ano pas-
sado depois de renunciar ao co-
mando. Hoje, a Gafisa está sob a
direção de Duílio Calciolari, ex-
diretor-financeiro da empresa .
Também não consta na lista Gui-
lherme Affonso Ferreira, repre-
sentante do sócio minoritário
Rio Bravo, que tentou reunir mi-
nortiários para promover uma
reestruturação na empresa.
Com os resultados fracos, a
Gafisa não distribuirá dividen-
dos este ano, a primeira vez des-
de o IPO, período em que foram
pagos R$ 249 milhões. ■
disposta a elevar sua oferta para
a compra da Illumina, compa-
nhia americana de mapeamen-
to genético. A proposta de com-
pra atual é de US$ 51 por ação, o
equivalente a US$ 6,4 bilhões.
Apesar da tentativa, a Roche,
em carta endereçada aos acio-
nistas, disse que a oferta é um
“ponto de partida mais do que
razoável para as negociações”.
“Os investidores da Illumi-
na terão o direito de escolher
entre os US$ 51 oferecidos pela
Roche ou um futuro incerto
em meio a turbulências cres-
centes para Illumina em seu se-
tor de genética”, disse Severin
Schwan, presidente da farma-
cêutica suíça.
A farmacêutica suíça disse na
semana passada que está dispos-
to a estudar um “valor adicio-
nal” na sua proposta pela empr-
sa, em San Diego, na costa Oes-
te dos Estados Unidos.
A Roche, maior fabricante
mundial de medicamentos con-
tra o câncer, propôs que acionis-
tas da Illumina participem de
sua reunião anual, marcada pa-
ra 18 de abril. Porta-vozes da
Illumina não quiseram comen-
tar o teor da carta da Roche. A
companhia está de olho na área
de pesquisa e desenvolvimento
da Illumina. ■ Bloomberg

POSITIVO INFORMÁTICA S.A.

Comércio de veículos sobe Companhia Aberta - CNPJ nº 81.243.735/0001-48 - NIRE 20060322411

Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária - Edital de Convocação
Ficam convocados os Senhores Acionistas da Positivo Informática S.A. a reunirem-se em Assembleias
Gerais Ordinária e Extraordinária, na sua sede administrativa, localizada na Cidade de Curitiba,
Estado do Paraná, na Rua Senador Accioly Filho, 1021, Cidade Industrial de Curitiba, em

4,5% na China em março

Descontos não serão suficientes
para evitar desacelaração nas
vendas em 2012, diz associação
As vendas de carros de passagei-
ros tiveram crescimento de
4,5% em março, superando as
estimativas dos analistas. As re-
vendas de carros promoveram
descontos generosos para atrair
consumidores, que tinham fugi-
do das lojas diante do recorde
dos preços dos combustíveis.
As vendas de automóveis de
passageiros, incluindo veículos
de múltiplos usos e utilitário es-
portivo, subiu para 1,4 milhão
de unidades no mês passado,
disse a Associação Chinesa de
Fabricantes de Automóveis. A
projeção do setor para o mês
era de alta de 3,9%. A recupera-
ção veio depois do pior desem-
penho nas vendas de automó-
veis no país desde 2005.
A demanda por automóveis
subiu 32% em 2010 depois que o
governo introduziu subsídios e
descontos para incentivar a
compra de automóveis - incen-
tivos que foram pouco a pouco
sendo cancelados.
Neste ano, as vendas de veícu-
los na China deverão crescer
bem menos que os 8% previstos
anteriormente, por causa da de-
saceleração econômica do país,
de acordo com Gu Xianghua, vi-
ce-secretário-geral da associa-
ção dos fabricantes de automó-
veis durante entrevista no mês
passado.
Os preços dos carros caíram
em média 1,7% no mês de mar-
ço, terceiro mês concecutivo de
promoções. A produção total
foi de 1,8 milhão de unida-
des. ■ Bloomberg
Curitiba, Estado do Paraná, às 9h00 do dia 30 de abril de 2012, para deliberar sobre a seguinte
ordem do dia: Em Assembleia Geral Ordinária: Deliberar sobre a: (i) aprovação das contas dos
administradores, das demonstrações financeiras e do parecer dos auditores independentes, referentes
ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2011; (ii) proposta de remuneração global dos
administradores da Companhia para o exercício social de 2012; e (iii) proposta de reeleição dos
membros do Conselho de Administração. Em Assembleia Geral Extraordinária: Deliberar sobre a: (i)
alteração dos artigos 8º, inciso vii; 9º, §1º; 10º, caput; 10º §§ 1º e 3º; 18º, §1º; 18, §4º; 23º, caput; 24º,
“b”; 25º, caput; 25º, “b”; 26º, caput; 29º, §3º; 30º, caput; 30º, §2º; 31º, caput e § 1º (atual artigo 32); 32º,
caput, §1º, §5º, incisos ii e iii, §11º, §13º e §16º (atual artigo 34); 33º (atual artigo 35); 34º (atual artigo
36); e 35º (atual artigo 37), e a inclusão dos artigos 1º, parágrafo único, 10º, §4º; 14º, inciso xix; 31º,
caput e §§ 1º e 2º; e 33º, caput e §§ 1º a 4º, tudo para sua adequação ao Regulamento do Novo
Mercado da BM&FBovespa; (ii) alteração do artigo 15 do Estatuto Social, para alterar a denominação
do cargo de Diretor de Produções Terceirizadas para o cargo de Diretor de Relações Institucionais; e
(iii) consolidação do Estatuto Social da Companhia, de maneira a refletir a alteração sugerida no item
“i” acima, caso aprovado pelos acionistas. Informações Gerais: Os acionistas deverão, se possível,
depositar na Companhia, até as 09h00 do dia 27 de abril de 2012 (i) na sede administrativa da Positivo
Informática, localizada na Rua Senador Accioly Filho, 1.021, na Cidade de Curitiba, Estado do Paraná,
(ii) pelo fac-símile (41) 3316-7810 ou (iii) pelo e-mail ir@positivo.com.br, além do documento de
identidade e/ou atos societários pertinentes que comprovem a representação legal, conforme o caso:
(i) comprovante expedido pela instituição escrituradora, no máximo, 5 (cinco) dias antes da data da
realização das Assembleias Gerais; (ii) o instrumento de mandato com reconhecimento da firma do
outorgante; e/ou (iii) relativamente aos acionistas participantes da custódia fungível de ações
nominativas, o extrato contendo a respectiva participação acionária, emitido pelo órgão competente.
Caso não seja efetuado o depósito prévio dos documentos, o acionista deverá comparecer munido de
toda a documentação acima referida no dia da assembleia. Conforme o disposto no artigo 141 da Lei
6.404/76 e na Instrução CVM nº 165/91, alterada pela Instrução CVM nº 282/98, acionistas
representando pelo menos 5% do capital social da Companhia poderão requerer a adoção do
processo de voto múltiplo, desde que o façam, por escrito à Sociedade, com antecedência mínima de
48 horas antes da realização da Assembleia Geral. Todos os documentos pertinentes à ordem do dia,
a serem analisados ou discutidos nas Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária, encontram-se
disponíveis aos acionistas na BM&FBovespa S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, na
Comissão de Valores Mobiliários - CVM, através do sistema IPE, no website de relações com
investidores da Companhia (www.positivoinformatica.com.br/ri) e na sede social da Companhia.
Curitiba, 10 de abril de 2012
Oriovisto Guimarães - Presidente do Conselho de Administração
24 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

EMPRESAS
Fotos: divulgação

TECNOLOGIA CARREIRA

Nova versão de aplicativo para GPS cria
rotas com base em informações de amigos
A TomTom, que fornece produtos de localização e navegação, lançou
uma versão nova de seu aplicativo para iPhone e iPad, que integra
a navegação ao Facebook e ao Twitter. Com isso, os usuários podem
planejar rotas com base em informações de amigos, lugares e eventos
do Facebook. Também é possível usar o aplicativo para compartilhar
destino e horários de chegada no Twitter, Facebook, por e-mail e SMS.
Executivos brasileiros estão entre
os menos estressados do mundo
O nível de estresse dos empresários brasileiros cresceu, mas ainda
sim eles estão entre os menos estressados no mundo. Segundo dados
do International Business 2012 da Grant Thornton International, 19%
dos participantes disseram que o estresse aumentou em 12 meses.
A média global é 28% e o Brasil é o 30º país do ranking. O estudo foi
feito com 6.000 empresas em 40 economias. O primeiro país é a Grécia.

Matthew Staver/Bloomberg

Apple é acusada pelo governo

dos EUA de formação de cartel
Empresa e editoras estariam fixando preços de e-books para limitar ação da Amazon
Larry Downing/Reuters Kevork Djansezian/AFP

Page, do Google: agressividade

para retomar a liderança

Obama: governo se volta contra a empresa de TI mais valiosa
Sara Forden e Jeff Bliss
redacao@brasileconomico.com.br
A Apple e duas editoras, MacMi-
llan e Penguin, foram acusadas
pelo Departamento de Justiça
dos Estados Unidos de conspira-
ção para fixar preços de livros
digitais para acabar com a pre-
dominância da Amazon.com
neste mercado.
Três outras editoras, CBS
Corp's Simon & Schuster, Ha-
chette Lagardère SCA Book
Group e News Corp' s Harper-
Collins, também foram citadas
em processo antitruste do go-
verno, de acordo com docu-
mentos judiciais.
"A Apple entendeu claramen-
te que a sua participação neste
esquema resultaria em preços
mais elevados para os consumi-
dores", disse o departamento
em sua denúncia apresentada
ontem no tribunal federal de
Manhattan.
Autoridades norte-america-
nas de defesa da concorrência
têm aumentado a sua análise
aos negócios da Apple na área
digital. "Se as alegações forem
verdadeiras, isso foi um esfor-
ço orquestrado para barrar as
Cook, da Apple: recebe denúncia um mês após chegada do iPad 3
políticas de desconto da Ama-
zon para as versões eletrônicas
de livros", afirma Allen Grü-
nes, advogado do Brownstein
Hyatt Farber Schreck LLP, em
Washington.
A Apple, Macmillan e a Pear-
son Plc Penguin, se recusaram a
entrar em um acordo com o de-
partamento de justiça. As três
empresas negam ter conspirado
para aumentar os preços dos li-
vros digitais, de acordo com
duas pessoas familiarizadas
com o assunto.
Elas argumentam que os
acordos de preços entre a Ap-
ple e a as editoras aumentaram
a competição na indústria de
e-books, que era dominada pe-
la Amazon, que vendia livros
digitais a US$ 9,99 cada.
De acordo com documentos
do Departamento de Justiça dos
EUA, apresentados ontem, as
três empresas concordaram em
cancelar os contratos com a
Amazon, Google e outras livra-
rias eletrônicas que permitiam
que as editores fixassem preços.
Gina Talamona, do Departa-
mento de Justiça e Apple não
quiseram comentar o assunto.
■ Bloomberg
Google
divulga
balanço
Expectativa é que resultados
do serviço de busca retomem
crescimento com publicidade
As tarifas de publicidade do
Google receberão atenção espe-
cial, enquanto Wall Street avalia
se a proliferação de celulares in-
teligentes com internet ajuda
ou atrapalha o serviço de busca,
com o qual a empresa obtém a
maior parte de seu lucro.
Os resultados financeiros do
Google no primeiro trimestre,
que serão anunciados hoje de-
pois do fechamento dos pregões
norte-americanos, marcarão a
passagem do primeiro aniversá-
rio de Larry Page, co-fundador
da companhia, de volta como
presidente-executivo.
Page agiu de modo agressivo
para reposicionar o líder de bus-
cas na web em cenário em trans-
formação, no qual aparelhos mó-
veis e serviços online de redes so-

CEO da Sony enfrenta hoje investidores ciais concorrem constantemente

Kazuo Hirai apresenta plano
para salvar a empresa que
acumula perdas de US$ 10 bi
A breve lua de mel de Kazuo Hi-
rai como novo presidente-exe-
cutivo da Sony terminou abrup-
tamente, após a gigante do se-
tor de eletrônicos dobrar a pre-
visão de prejuízo anual, fazen-
do as ações despencarem.
Nesta quinta-feira, ele tenta-
rá convencer investidores de
que tem uma estratégia para
consertar a Sony e sua unidade
de televisão, que se encontra
em apuros, e reverter a perfor-
mance da marca que foi ultra-
passada pelos líderes de eletrô-
nicos Apple e Samsung.
Hirai, que sucedeu Howard
Stringer na presidência neste
mês, apresentará um plano deta-
lhado com o qual espera reviver
a empresa atormentada por um
negócio no setor televisivo que
acumulou prejuízo de US$ 10 bi-
lhões em oito anos, em meio à
demanda fraca, competição acir-
rada e o iene valorizado que tor-
na as exportações japonesas me-
nos competitivas.
Não só a viabilidade da marca
mais conhecida do Japão está
em jogo, mas o futuro da indús-
tria de televisão do país, que já
foi dominante no segmento.
A Sony, a Sharp e a Panaso-
nic, as três maiores fabricantes
de TV do país, preveem registrar
prejuízo combinado de US$ 21 bi-
lhões no ano recém-terminado
-mais do que o valor de merca-
do da Sony. ■ Reuters
por consumidores. Para uma
companhia como o Google,
acompanhar as mais recentes ten-
dências da tecnologia e capturar
a atenção dos usuários é crucial.
“O novo presidente-executi-
vo continua a deixar sua marca
na empresa, e creio que boa
parte da discussão vá girar em
torno de sua futura estraté-
gia”, afirma Michael Yoshika-
mi, administrador de fundos
na Destination Wealth Manage-
ment.■ Reuters
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 25

CELULAR PREVISÃO

Usuários da Netflix podem assistir a vídeos Quarta edição do Skol Sensation

online em aparelhos com Windows Phone deve reunir 40 mil pessoas
Assinantes da Netflix no Brasil poderão assistir a séries de TV e filmes O Skol Sensation chega à sua quarta edição e deve reunir 40 mil
online nos aparelhos com Windows Phone, sistema operacional pessoas no dia 2 de junho, no pavilhão de exposições do Anhembi.
da Microsoft. O aplicativo está disponível gratuitamente na loja Neste ano, novidades prometem garantir a interação e a conectividade
de aplicativos do Windows Phone. Desde 2010, o serviço está do público antes, durante e depois do evento. Um palco em forma
disponível para o Windows Phone no Canadá e nos Estados Unidos de pirâmide, que será desvendada ao longo da noite, proporcionará
e agora chega a América Latina, Reino Unido e Irlanda. surpresas e interatividade, pois o público poderá subir na estrutura.

Leilão 4G: empresas pedem Pane em novo celular

mais tempo para produzir impede Nokia de se
Alcatel-Lucent e Nokia Siemens querem mais um ano de prazo para
instalar fábricas no país e participar do mercado com tecnologia nacional
Fabiana Monte
fmonte@brasileconomico.com.br
Alcatel-Lucent e Nokia Sie-
mens pediram ao governo um
ano de carência para instalar
suas fábricas no Brasil para aten-
der as exigências do leilão de
quarta geração de celular. As re-
gras preliminares da licitação
determinam que parte dos in-
vestimentos das operadoras em
4G deverá ser em soluções pro-
duzidos no país e com tecnolo-
gia nacional.
Na primeira fase - entre 2012
e 2014 -, 50% dos investimen-
tos terão de ser em equipamen-
tos fabricados no país e 10%
com tecnologia nacional. Para
participar desse mercado, as
duas empresas, que já fabrica-
ram no país, terão de retomar a
produção local e, inclusive, já
anunciaram essa decisão.
Atualmente, entre os grandes
fabricantes internacionais, ape-
nas a Ericsson mantém fábrica
e centros de pesquisa e desen-
volvimento no Brasil e, não à
toa, defende a manutenção dos
prazos estabelecidos pelo gover-
no. “O desenvolvimento de tec-
nologia local demanda mais
tempo, mas produzir é simples.
Em três meses é possível dar iní-
cio à produção. Mas tem que in-
vestir”, afirma Lourenço Coe-
lho, vice-presidente de estraté-
gia e marketing da Ericsson pa-
ra a América Latina.
Aloizio Byrro, presidente do
conselho da Nokia Siemens pa-
ra a América Latina, diz que o
prazo é apertado para ter pro-
dução local. Pelas contas dele,
as indústrias terão oito meses
para produzir e entregar os
equipamentos a tempo de que
BASTIDORES
Anatel deve manter condições da licitação
Fontes da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) dizem
que é pouco provável que a
agência reveja cronograma ou
percentual de equipamentos
nacionais, porque a determinação
para fomentar a indústria local
foi uma exigência da presidente
Dilma Rousseff. Hoje, a Anatel
CELULAR COM BANDA LARGA MAIS VELOZ
Nova geração vai permitir acesso rápido a mais serviços
3G
VELOCIDADE MÉDIA de 1Mbps a 4Mbps
O QUE É POSSÍVEL Acesso à internet,
FAZER redes sociais, voz,
envio de mensagens
com foto e vídeo
Fonte: 4G Américas
as redes entrarem em funciona-
mento até 31 de maio de 2013
nas cidades que receberão a Co-
pa das Confederações (Brasília,
Rio de Janeiro, Belo Horizonte
e Fortaleza, já confirmadas, e
Recife e Salvador aprovadas
com condicionantes).
“Nenhum fabricante que
quer se instalar no país vai to-
mar a decisão antes que as ope-
radoras entrem na fase de toma-
da de preço. Tenho que saber se
terei clientes ou não”, afirma
Byrro, que acredita que o gover-
no pode conceder uma carência
de seis meses.
Outra sugestão da Nokia Sie-
mens é que o governo reduza o
percentual de equipamentos na-
cionais que terão de ser contra-
tados pelas operadoras no pri-
meiro ano, para 25%.
Wagner Ferreira, diretor co-
mercial e relações governamen-
tais da Alcatel-Lucent, defende
que a carência é necessária até
para que a fabricantes possa di-
mensionar a fábrica, em função
da demanda dos clientes. ■
definirá a versão final do edital,
com as regras do leilão.
Conforme BRASIL ECONÔMICO
noticiou em março, a expectativa
do presidente da Anatel, João
Rezende, é que o edital seja
publicado no Diário Oficial em 20
de abril e que o leilão ocorra 45
dias depois, em 4 de junho. F.M.
4G
de 8Mbps a 12Mbps
Acesso à internet, ver vídeos que
não estão no celular, voz, troca de
informações em tempo real entre
máquinas, como aplicações para
carros e casas conectadas
Aluizio Byrro
Presidente do
conselho de
administração
da Nokia
Siemens para a
América Latina
“O ideal seriam 12 meses, mas
seis já ajudariam. Permitiria
uma competição isonômica,
ou só um fabricante que está
aqui tem a chance de levar
todo o projeto das operadoras”
Exclusivo
A fraude no PanAmericano
Informações nunca reveladas
recuperar nos EUA
Lumia 900 era a grande cartada da empresa
para recuperar espaço perdido para Apple
A Nokia descobriu um proble- Smartphone é o
ma de software em seu celular
inteligente Lumia 900, modelo primeiro modelo 4G
criado em resposta ao iPhone da marca com
da Apple, e está literalmente dis- Windows Phone e
tribuindo o aparelho de graça
até que ele seja consertado, o está à venda apenas
que prejudica o esforço da em- nos Estados Unidos
presa para reverter sua situação
nos Estados Unidos.
O primeiro modelo 4G da empresa naquele mercado.
Nokia, que a empresa divulga "É como se o motor deles ti-
com a assinatura "um modo es- vesse morrido quando todo
pantosamente rápido de conec- mundo está prestando atenção
tar", pode perder a conexão de ao seu carro, na largada da corri-
dados ocasionalmente, como re- da", disse Carolina Milanesi,
sultado do defeito, segundo a analista da Gartner.
companhia, que atualmente é Trata-se do terceiro celular
comandada por Stephen Elop. Nokia lançado com Windows,
Ainda que continue a ser a lí- Phone depois que a companhia
der mundial na fabricação de ce- abandonou seu sistema opera-
lulares, pelo critério de volume, cional Symbian, no ano passa-
a Nokia perdeu a liderança no do, e está à venda nos EUA, via
lucrativo segmento de smar- AT&T. O modelo chegará a ou-
tphones para Apple e Google, tros mercados neste trimestre.
no ano passado, em parte devi- A companhia está oferecen-
do ao fraco desempenho nos Es- do a qualquer pessoa que tenha
tados Unidos, onde a marca fin- comprado ou compre um Lu-
landesa detém hoje menos de mia 900 até 21 de abril um bô-
1% do mercado nus de US$ 100 pago via conta
O Lumia 900, que utiliza o sis- telefônica. Como o modelo está
tema operacional Windows Pho- sendo vendido por US$ 99,99
ne, da Microsoft, por enquanto pela operadora AT&T, com con-
está à venda apenas nos Estados trato pós-pago de dois anos, o
Unidos e deveria desempenhar aparelho com falha está saindo
papel chave na recuperação da de graça. ■ Reuters
Sandoval afirma:
“Sou um arquivo vivo.”
Luiz Sebastião Sandoval fala com
exclusividade e conta detalhes sobre a
fraude que atingiu o banco e sobre as Já nas bancas.
denúncias que vem sofrendo sobre
sua possível participação no caso.
REVISTA DE NEGÓCIOS LÍDER NA AMÉRICA LATINA
INFORMAÇÃO DE LÍDER PARA LÍDER
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26 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

EMPRESAS
Adrian Moser/Bloomberg

ENERGIA QUÍMICA

Espanhola Acciona construirá 40 turbinas Fabricante de essências Givaudan tem

eólicas para a CPFL Energias Renováveis faturamento de US$ 1,15 bi no 1º trimestre
A Acciona Windpower, unidade da espanhola Acciona SA, conquistou A produtora de fragrâncias e sabores Givaudan registrou vendas
seu primeiro contrato no mercado brasileiro, disse a companhia de US$ 1,15 bilhão no primeiro trimestre, uma alta de 4,7% em relação
em comunicado distribuído ao mercado. A Acciona vai fornecer, com o mesmo período do ano passado. A forte demanda da China
instalar e manter 40 turbinas eólicas de 3 megawatts para o e da Índia, apoiada em preços maiores, foram os responsáveis pelo
parque eólico de 120 megawatts da CPFL Energias Renováveis, aumento nas receitas. A companhia informou que conseguiu repassar
no Rio Grande do Sul, de acordo com o comunicado. aos clientes reajustes de ingredientes como óleo cítrico e baunilha.

Aaron Tam/AFP

Disney convoca
“Vingadores” para
evitar novo fiasco
Companhia se cerca de cuidados para que novo filme não repita
fracasso de bilheteria da ficção científica “John Carter”
Bilionário Sheldon Adelson: exigência de leis trabalhistas brandas
Matthew Staver/Bloomberg

Depois de registrar um prejuízo

de US$ 200 milhões com a fic-
ção científica “John Carter”, a
Disney coloca suas esperanças
na história de super-heróis “Os
Vingadores” para reverter a si-
tuação negativa.
Para isso, a empresa pediu
que diversas de suas unidades
auxiliem na divulgação do novo
filme. A divisão de parques, por
exemplo, decorou o monotrilho
de seu principal parque, na Fló-
rida, com propagandas do novo
filme. Na televisão, o canal Dis-
ney XD tem exibido um dese-
nho animado com os super-he-
róis do filme, que estreia nas
próximas semanas. “Existe um
contraste com os esforços reali-
zados pela empresa recente-
mente para divulgar seus fil-
mes”, diz Jeff Gomez, da con-
sultoria Starlight, que tem mui-
tos estúdios entre seus clientes.
Muito dessa mudança de pos-
tura tem a ver com a aqusição
da Marvel por US$ 4 bilhões,
em 2009. Sob a presidência de
Robert Iger, a companhia resol-
veu investir em uma menor
quantidade de filmes, que apre-
sentassem maior rentabilidade,
como forma de aumentar os lu-
cros. O problema é que a estraté-
gia também tornou a empresa
mais suscetível a filmes que não
Robert Iger, da Disney: esforço para evitar novo prejuízo
atingissem os resultados espera-
dos. O fracasso de “John Car-
ter”, por exemplo, deve resul-
tar em um prejuízo de mais de
US$ 120 milhões no balanço do
primeiro trimestre da empresa.
A história de “John Carter” - o
caubói que é transportado o fu-
turo - também não empolgou.
A expectativa é que “Os Vin-
gadores” venda mais de US$
155 milhões em ingressos só
nos EUA no fim de semana de
estreia. Se o valor for atingido,
será mais do que cinco vezes su-
perior ao registrado por “John
Carter” e colocará o filme entre
os mais assistidos do ano.
Segundo estimativas de mer-
cado, a Disney investiu US$ 220
milhões na produção de “Os
Vingadores”, que tem no elenco
Robert Downey Jr. e Scarlett Jo-
hansson. O valor é US$ 30 mi-
lhões inferior ao que a compa-
nhia havia investido em “John
Carter”. Entre os principais mo-
tivos apontados para o fracasso
do filme anterior este escolhas
erradas no marketing. “Agora a
Disney parece ter recolocado o
trem nos trilhos”, diz Peter Sea-
ley, ex-presidente da Columbia
Pictures. ■ Bloomberg
Cassino na Espanha
por US$ 35 bilhões
Complexo do bilionário Sheldon
Adelson é disputado por Madri
e Barcelona e terá 36 mil leitos
Reuters e Bloomberg
redacao@brasileconomico.com.br
O bilionário norte-americano
Sheldon Adelson disse que pla-
neja investir US$ 35 bilhões em
uma "pequena Las Vegas" na Es-
panha. Madri e a capital da re-
gião da Catalunha, Barcelona,
são as cidades cotadas para rece-
ber o complexo. O plano é cons-
truir um complexo com 12 ho-
téis, em três fases.
Adelson, presidente de conse-
lho e presidente-executivo da
Las Vegas Sands, disse também
ter planos para Japão, Coreia do
Sul, Taiwan e Vietnã.
O empresário deu as declara-
ções antes de inaugurar um cas-
sino de US$ 4 bilhões em Ma-
cau, maior destino do mundo
para frequentadores de cassi-
no, ultrapassando,há dois anos,
os resorts de Las Vegas, em Ne-
vada, nos Estados Unidos.
A companhia vai solicitar ao
governo de Macau autorização
para abrir um novo cassino-ho-
tel, com mais de 3 mil vagas. O
interesse é explicado por cifras:
em Macau e em Cingapura, os
únicos endereços onde a jogati-
na é autorizada pelo governo, a
renda com jogos de azar cresce
a uma taxa de 17% ao ano.
Leis trabalhistas
A Las Vegas Sands tinha infor-
mado que fevereiro que estava
estudando investir até ¤ 15 bi-
lhões em dez anos para abrir
um complexo de cassinos na Es-
panha que teria 36 mil leitos de
hotel, 18 mil máquinas de jogos
e três campos de golfe.
Antes de aplicar os bilhões no
complexo, o bilionário Adelson
exige do governo espanhol leis
trabalhistas mais flexíveis. Fusti-
gada pela crise econômica, a Es-
panha tem um dos níveis de de-
semprego mais altos da Europa.
■ Reuters e Bloomberg

Capital paulista terá “Achiropitas” chiques

Eventos em ruas badaladas
têm até tapete vermelho na rua
e patrocínios milionários
A Festa de Nossa Senhora Achi-
ropita, no tradicional Bexiga, es-
tá prestes a perder seu destaque
como um dos maiores eventos
de rua da capital paulista. Vá-
rios eventos estão modificando
o calendário da cidade com no-
vas propostas de gerar negócios
ocupando o espaço público. É o
caso da Rua Verde, do Grupo
Doria, lançada neste ano.
A primeira edição, que será
realizada em 17 de junho, vai
transformar a Rua Amauri, a
"rua dos restaurantes de luxo",
em um polo de gastronomia, la-
zer, entretenimento e cultura
para a família. Com patrocínio
de marcas como Chandon, Com-
pact Car, Embrase, Inylbra e
Rua Amauri, Hospital Albert Einstein, o even-
to foi inspirado em ações como
que reúne vários o Nature Capitale, de Paris.
restaurantes Segundo João Doria Jr., o
estrelados da cidade, evento segue o mesmo conceito
de transformação do espaço ur-
ganhará evento bano do Avant Gabriel, realiza-
de gastronomia, do pela primeira vez em 2011.
lazer e cultura "A ideia é ocupar de forma mais
democrática a cidade e tornar
em 17 de junho mais agradável sua relação com
as pessoas", afirma. O empresá-
rios não revelou as cifras movi-
mentadas pelo evento.
Realizado em parceria com a
SP Turis, o Avant Gabriel acon-
tece num endereço famoso pe-
las lojas de decoração, a Alame-
da Gabriel Monteiro da Silva.
Durante o evento, um trecho da
rua é interditado ao trânsito e
coberto por carpete vermelho,
para proporcionar mais confor-
to aos convidados. ■
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 27

CRIATIVIDADE & MÍDIA

litros de chope da Heineken foram

140 mil vendidos durante os dois dias

do festival de música Lollapalooza,
que ocorreu no último final
de semana no Jockey Club, em
São Paulo. Na véspera do evento,
a expectativa da companhia era
de que o volume pudesse atingir
Editora: Eliane Sobral criatividade@brasileconomico.com.br um total de 160 mil litros vendidos.

BlackBerry mostra seu outro Banco PanAmericano

entra na carteira da Mood COM A PALAVRA...

lado em ação criada para o Brasil A Mood conquistou a conta do

banco PanAmericano e será
a responsável pelas ações de
...LUIZ LARA

Fábio Suzuki
fsuzuki@brasileconomico.com.br
A multinacional canadense Re-
search in Motion (RIM) pretende
mudar a percepção que os consu-
midores brasileiros têm de seu
principal produto, o smartphone
BlackBerry. Segundo pesquisas, o
público no país tem uma imagem
restrita do aparelho, consideran-
do-o como um item para ser usa-
do apenas para trabalho. Para mu-
dar essa imagem, a companhia
lança neste final de semana sua
primeira campanha criada espe-
cialmente para o Brasil, que tem
um total de 165 milhões de linhas
habilitadas para celulares sendo
80% desse total por pessoas físi-
cas e 5% de smartphones.
“O mercado brasileiro tem se
destacado em nosso crescimen-
to na América Latina e um refle-
xo disso é o lançamento de uma
ação específica para o país”, afir-
ma Guillermo Gasparini, dire-
tor de Marketing da RIM no Bra-
sil. A iniciativa também tem co-
mo objetivo reforçar a marca na
lembrança dos consumidores.
“As pessoas conhecem Black-
PARA LEMBRAR
Chuveiro plástico deu banho de alegria na Corona
Berry mas a marca não é Top of
Mind”, comenta Gasparini.
Desenvolvida pela Publicis
Red Lion, que superou recente-
mente outras 14 agências na prefe-
rência da RIM para ficar com a
conta de BlackBerry, a campanha
pretende reforçar as várias utili-
dades do produto com a pergun-
ta “Qual é o seu outro lado?”. Nas
peças da ação, pessoas conheci-
das aparecerão fazendo outras ati-
vidades que são desconhecidas
do grande público, como mostrar
Fotos: divulgação
Rodrigo Capote
a modelo Sabrina Sato fazendo ba-
lé, o músico Tony Bellotto escre-
vendo livros e o empresário João
Doria Jr. jogando futebol.
“O conceito da ação está ba-
seada em dois fatores: rapidez
das funções do aparelho e que
ele pode ser usado para tudo”,
diz João Fernando Vassão, dire-
tor-geral da Publicis Red Lion.
Sob a assinatura “For fun. For
work. For everything”, a cam-
panha abrangerá iniciativas pa-
ra todas as mídias. ■
NO MUNDO DIGITAL
Band Outernet faz promoção para a Fórmula Indy
A Band Outernet, holding do Grupo
Bandeirantes que atua no segmento
digital out of home, irá oferecer
20 pares de ingressos por meio de
promoção para a Fórmula Indy 300,
que ocorre em São Paulo este mês.
Os ganhadores serão selecionados
pelas respostas mais criativas
à pergunta: “Se você fosse piloto,
o que faria para chegar em
primeiro lugar?”. A ação será feita
pelas empresas TV Minuto e TVO, cujos programas esportivos são
os que geram o maior interesse do público em suas telas digitais.
VAIVÉM
comunicação da instituição
financeira. Esta é a sétima conta
obtida este ano. As outras
novidades na carteira são Canon,
Halls, BTG Pactual, Barra Shopping,
NewYork City Center e Trident.
Região Nordeste é foco de
ação do uísque Teacher’s
O uísque escocês Teacher’s
lança campanha específica para
o Nordeste do Brasil. A praça
de veiculação escolhida deve-se
ao grande consumo da bebida nos
estados da região. Criada pela
agência Euro, a ação abrange
filmes de 30 e 45 segundos que
ficam na mídia até o final de abril.
Lattitud ganha conta
do site Ofertas GuiaMais
Agência do Grupo Havas, a
Lattitud tem como novo cliente o
site Ofertas GuiaMais. O endereço
online será o próximo lançamento
da Carvajal Informação, braço do
grupo colombiano Carvajal e que
detém no país as marcas Editel,
Listel, Guia Mais.com e Guia Mais.
Presidente da Associação
Brasileira de Agências
de Propaganda (Abap)
O que levou a Abap a
lançar o portal “Somos
todos responsáveis”?
O motivo foi abrir um canal de
debate sobre publicidade infantil,
pois pais e mães do mundo inteiro
estão preocupados com o fácil
acesso às informações e novas
mídias. Nós publicitários temos
consciência disso e sabemos
do grau de persuasão de uma
propaganda, que hoje está em
todo lugar. As crianças de hoje
já nascem com a propaganda
em todos os lugares e a solução
não passa pela simples proibição,
pois os códigos e leis já protegem
nossos cidadãos. Nossa ideia
foi abrir um canal de debates
sobre o assunto com especialistas
no assunto em várias frentes,
como o ministro Alexandre
Padilha, o cartunista Maurício de
Sousa, o diretor Luiz Fernando
Gomes, entre outros profissionais
como publicitários e médicos.
Como essa iniciativa
foi desenvolvida?
A estrutura da campanha
partiu de pesquisa em que
foi constatada uma lacuna de
informação sobre a publicidade
para as crianças. Falamos com
mais de 200 pessoas entre pais,
mães e especialistas no assunto
e essas conversas estarão em
vídeo, que poderão ser acessado
pelo site. Além desse canal
principal, teremos como apoio
para as discussões as redes
sociais Facebook, Twitter
e Youtube. Em uma semana,

●
➤ A profissional Alessandra
Baptista é a nova diretora
de conta da agência digital LOV.
Para divulgar seu grande lançamento na época,
Com dez anos de experiência no
a ducha feita com plástico de engenharia, a Corona
mercado, ela chega à empresa
criou uma campanha, em 1972, que fez muito sucesso para responder pelos
por seu jingle, que permaneceu nas ações da marca trabalhos da fabricante japonesa
por doze anos com célebre frase “um banho de alegria de eletroeletrônicos Sony.
num mundo de água quente”. A ação foi assinada pela Ex-AlmapBBDO, Alessandra
tem passagens também pelas
agência Marcel’s e o briefing passado para a produtora agências Giovanni+DraftFCB,
de som Publisol. A canção foi o primeiro trabalho AG2, AgênciaClick Isobar, além
do compositor Francis Monte na área numa carreira ALESSANDRA BAPTISTA da própria LOV. Em sua carreira,
que se alonga por quase 40 anos e cerca de 15 mil ela atuou com contas de grandes
Nova diretora de conta anunciantes como Citibank,
jingles produzidos para a propaganda brasileira. da agência LOV Coca-Cola, Skol, HP e Visa.
nossa página no Facebook
já atingiu 3.200 pessoas.
O objetivo dessas ações é
evitar uma possível restrição
à publicidade infantil?
Nosso objetivo não é imediato.
Estamos mais preocupados em
prover informações de forma
equilibrada para dar a nossa
visão sobre esse debate.
Certo mesmo é que a proibição
não é o caminho. E pretendemos
manter o portal daqui para
frente com novos depoimentos
sendo colocados diariamente.
28 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

PLANO DE VIAGEM
MARCIO MORAES
A grandeza do passado
da asiática Siem Reap
Descubra as preciosidades
da província que mais
se desenvolve no Camboja
Esse país é um daqueles lugares
para quem busca cultura, inspira-
ção e paz. Siem Reap, cortada ao
meio pelo rio homônimo e com
agradáveis bulevares que reme-
tem à colonização francesa, é
uma região que aprendeu a rece-
ber o turista. Possui grandes ho-
téis-resorts, restaurantes e ba-
res de padrão internacional. A
primeira parada turística é o Par-
que Arqueológico de Angkor, pa-
trimônio mundial da Unesco, on-
de estão os mais de mil templos
budistas construídos no século
VIII. Para facilitar o acesso fique
no exclusivíssimo hotel-bouti-
que Foreign Correspondent's
Club, mansão de um ex-governa-
dor francês. Os principais santuá-
rios são: Angkor Wat (considera-
do o maior monumento religio-
so do mundo), Angkor Thom,
Banteay Srei e Ta Prohm.
Também recomendo outros
passeios como Bird Sanctuary de
Prek Toal para escutar os pássa-
ros cantando e uma carona a bor-
do de um elefante próximo a
Bayon ou em Phnom Bakheng.
Apesar de tudo ser completamen-
te diferente por aqui, é o Psah
Chas Market que irá impressioná-
lo com o artesanato local, os "pei-
xes massagistas" que comem a
pele morta do pé e as inespera-
das especiarias como as tarântu-
las fritas e os besouros crocantes.
Mas a experiência gastronômi-
ca pode ser saborosa. Prove o kh-
mer do Meric. São pratos leves
com ervas picantes e leite de co-
co. Tudo muito agradável, inclu-
sive as daybeds (um sofá tão
grande quanto uma cama) onde
são servidas as refeições. Para
completar o roteiro, vá a um dos
bares da popular Pub Street co-
mo o Linga Bar e peça um Marti-
ni Indochina ou caia na dança
Apsara, do restaurante Temple.
Então anote aí: o melhor pe-
ríodo é de novembro a feverei-
ro, quando faz menos calor e
não chove. Outra coisa, não tro-
que o dólar por riel (moeda lo-
cal). Ele vale bem mais e o troco
é dado em dólar mesmo e, às ve-
zes, parte dele em riel. E não es-
queça o repelente, há incidên-
cia de malária na região. Sem
dúvida, as atrações mais sur-
preendentes do sudeste asiático
ficam em Siem Reap! ■
PÍLULAS
Dólar
A presidente Dilma Rousseff
pediu ao presidente Barack
Obama para rever a conversão da
moeda americana. Não adianta!
É muito melhor o governo
incentivar o turismo interno,
cujos preços andam lá no céu.
Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 29
Mais um golaço contra
A companhia aérea Gol mantém as tarifas nas nuvens
e passa a cobrar pelos alimentos e bebidas oferecidos
a bordo. Imaginem que agora um saquinho de batatinhas
de apenas 30 gramas ou um refrigerante de 350 ml
passam a custar R$ 5 em cerca de 250 rotas.
Um absurdo e verdadeiro desrespeito aos passageiros.
Aliás, uma vergonha nacional!
planodeviagem@grupocompanhia.com.br
Fotos: divulgação
Résidence d'Angkor
Jardins, privacidade e paz
a minutos de Angkor Wat
No coração de Siem Reap,
esse resort de luxo tem dois
restaurantes, dois bares, spa,
sauna a vapor, campo de golfe
e a maior piscina irregular
do país. Perfeito para relaxar!
Os quartos possuem sacadas com
vista para o rio e para o jardim.
Gastronomia local
Culinária cambojana moderna
em uma típica casa Khmer
O chef Joannès Rivière, o mesmo
que comanda a cozinha do Meric,
apresenta pratos tradicionais
com alimentos frescos em
“
seu restaurante Wat Damnak.
O mais bacana são os menus de
degustação que permitem provar
O Camboja é um destino que diversos sabores do Camboja.
me deixou muito impressionado.
O lugar é maravilhoso,
os templos são bem preservados,
a população te recebe com carinho.
Foi uma surpresa muito boa
Carlos A. Tilkian
Diretor-presidente dos Brinquedos Estrela S.A.
Viva o Caribe!
Em St. Barthèlemy, mansões
Pré-pago Seguro e hotéis de luxo por toda a parte
Está muito mais interessante Vai tirar férias? Então não Um pouco mais do paraíso
usar os cartões pré-pagos queira economizar justamente de St. Barths. Visite a badalada
internacionais. Só para ter no seu seguro viagem. Nikki Beach, curta passeios
uma ideia, o IOF é de 0,38% Ele pode te ajudar a amenizar de quadriciclo e de catamarã,
enquanto o cartão de crédito imprevistos e eventuais além de conferir as melhores
tradicional é de 6,38%. incidentes e te tirar de lojas de Gustavia. Tudo isso
Além de não ter risco cambial. enrascadas comuns mundo afora. no Companhia de Viagem de
domingo, 00h30, na RedeTV!
30 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012
FINANÇAS
Editora executiva: Jiane Carvalho jcarvalho@brasileconomico.com.br
Editora: Maria Luíza Filgueiras mfilgueiras@brasileconomico.com.br
Subeditora: Priscila Dadona pdadona@brasileconomico.com.br
Campeões da projeção veem
corte de 0,75 ponto na Selic
Economistas que mais acertam estimativa de juros têm consenso de taxa a 9% na próxima quarta-feira
Priscila Dadona
pdadona@brasileconomico.com.br
O indicativo dado pela equipe
de Alexandre Tombini, presi-
dente do Banco Central, de que
persegue uma taxa básica de ju-
ros de 9% já deve se concretizar
na próxima semana, quando
ocorre nova reunião do Comitê
de Política Monetária (Copom).
Esta é a projeção dos economis-
tas que mais acertam as estima-
tivas para Selic, segundo o últi-
mo levantamento mensal feito
pelo Banco Central (BC), refe-
rente a março. Há consenso en-
tre esses especialistas de que o
Copom cortará a taxa em 0,75
ponto percentual na reunião
dos dias 17 e 18. Atualmente, a
taxa está em 9,75% ao ano.
A expectativa tem como base
a desaceleração da inflação e as
incertezas quanto à recupera-
ção econômica mundial, espe-
cialmente China e Europa.
Além disso, os últimos comuni-
cados ao mercado da autorida-
de monetária corroboram para
esta aposta. Tombini reiterou re-
centemente que a queda dos ju-
ros será limitada. “Neste mo-
mento, esta comunicação do BC
permanece válida”, disse Tom-
bini, referindo-se à ata do Co-
pom e ao relatório de inflação.
Segundo Tombini, o Índice de
Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) está se desacelerando
conforme esperado pela institui-
ção “para chegar ao centro da
meta de 4,5% este ano”.
Os dados de fevereiro e mar-
ço corroboram. No mês passa-
do, o IPCA teve desaceleração
para 0,21%, após registrar alta
de 0,45% em fevereiro. Nos últi-
mos 12 meses, no entanto, o ín-
dice oficial de inflação ainda es-
tá longe do centro da meta —
em 5,24% até março.
“Minha leitura é que o corte
na próxima semana de 0,75 p.p
para 9% indica que, de alguma
maneira, o BC vai acompanhar
os desdobramentos do mercado
externo e da inflação. Ele sinali-
zou que chegaríamos a esta taxa
e seria mantida por algum tem-
po”, afirma Carlos Kawall, eco-
nomista-chefe do banco J. Safra.
Luciano Rostagno, estrategis-
ta-chefe do WestLB, acredita
que o BC vai aguardar para con-
tinuar o ciclo de queda dos ju-
ros, para se munir de instrumen-
Divulgação
UNANIMIDADE
Apostas das casas que mais
acertam definições juros
Corte na próxima reunião (em p.p)
Selic no final do ano (%)
BANCO FIBRA 0,75 9
QUEST INVESTIMENTOS 0,75 9
DEUTSCHE BANK 0,75 9
BANCO ESPÍRITO SANTO 0,75 9
J.SAFRA 0,75 9
MCM CONSULTORES 0,75 9
CM CAPITAL 0,75 9
BANCO SANTANDER 0,75 9
BANCO WESTLB 0,75 9
VOTORANTIM CORRETORA 0,75 9
tos caso o cenário internacional
piore ainda mais. “Mesmo que
haja espaço para novos cortes, o
BC vai guardar como uma gordu-
ra para ser utilizada para frente,
numa eventual nova deteriora-
ção do cenário externo. Agora,
estão mais preocupados em man-
ter os juros baixos de forma per-
manente”, acredita Rostagno.
Assim, a taxa deve ser manti-
da até o fim do ano, avaliam os
campeões em acertos. Não sig-
nifica que descartem totalmen-
te do cenário novos cortes, já
que ajustes podem acontecer.
“Se estivermos errados será pa- Kawall, do banco J. Safra: Banco Central quer manter patamar mais baixo de taxa de juros
ra uma Selic mais baixa”, ga-
rante José Carlos de Faria, eco-
nomista-chefe do banco ale- refletindo o aperto monetário
mão Deutsche Bank. conduzido pelo BC no início do JUROS FUTUROS
Para ele, o que vai determi- ano passado. Ele lembra que,
nar o próximo passo do Copom
depois desta reunião de abril é
o crescimento econômico do-
em política monetária, os efei-
tos na economia tem uma defa-
sagem de, ao menos, seis me-
Mercado espera mais
méstico e internacional. “Acho ses. “Só vamos começar a sentir
a meta de crescimento do go- os primeiros efeitos no segundo Apesar da aposta unânime dos deste ano, este contrato mos-
verno brasileiro de 4% bastan- semestre. A inflação pode con- economistas campeões em acer- trava taxa de 10,01%. “O mer-
te ambiciosa dado o cenário ex- vergir, mas volta a divergir pos- tos do Banco Central (BC) que a cado trabalha com probabilida-
terno, mas se os números se sivelmente ao longo de 2013, Selic vai terminar o ano em des. Se ficar no zero, não ga-
mostrarem fracos e a recupera- quando vamos sentir os refle- 9%, os investidores que nego- nha nada, por isso os investido-
ção mundial for abortada, com xos dos recentes estímulos à ciam contratos de juros futuros res não descartam novo corte
nova onda de instabilidade na economia”, ressalta. projetam novos cortes no cami- de 0,25 ponto percentual em
Europa, especialmente Espa- Os especialistas também são nho. Mesmo após o presidente maio”, diz Flávio Serrano, eco-
nha, aumentam as chances de unânimes em afirmar que o BC do BC, Alexandre Tombini, afir- nomista-chefe do Banco Espíri-
novos cortes”, pondera Faria, de Tombini não tem medo de mar que a redução será limita- to Santo.
para quem o cenário permane- mudar de rota, a exemplo do da, os investidores não descar- “Estamos a uma semana do
ce tão volátil quanto 2011. que fez em agosto passado, quan- tam taxas menores. Copom e as apostas começam a
Flávio Serrado, economista- do cortou os juros após ciclo de O contrato de Depósito Inter- aumentar. Tem gente apostan-
chefe do Banco Espírito Santo, cinco altas seguidas. “Não há financeiro (DI) para janeiro de do que o BC vai manter a porta
pontua que o cenário domésti- dúvida de que, quanto tiver 2013, o mais negociado na BM& aberta para juros menores ”, re-
co, por enquanto, não contribui que fazer uma reversão de polí- FBovespa ontem, caiu pela séti- força Luiz Eduardo Portella, ges-
para uma queda maior dos ju- tica monetária, vai fazer”, afir- ma vez em oito dias, a 8,71%. tor de fundos da Modal Asset Ma-
ros, pois a economia ainda está ma Serrano. ■ Para se ter uma ideia, no início nagement. ■ P.D. e Bloomberg
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 31

Divulgação

CVM abre debate sobre liquidez de fundos AGENDA

● Na Zona do Euro tem
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) colocou ontem em audiência produção industrial, às 6h.
pública a minuta que altera a Instrução CVM nº 472/08, que trata sobre ● No Brasil, às 9h, o IBGE divulga
a administração e o funcionamento dos Fundos de Investimento dados de emprego na indústria.
Imobiliário (FII). O objetivo é permitir a contratação, por conta do fundo, ● Nos EUA saem inflação
de formador de mercado para as suas cotas, visando aumentar a e balança comercial, às 9h30.
liquidez das cotas de FII em bolsa de valores ou mercado de balcão ● Produção industrial
organizado. O prazo para envio de sugestões termina no dia 11 de maio. na China e PIB, às 23h.

MOBILE PAYMENT

Paggoquer
Nordeste concentra fraudes de
prestar
serviçoao
pagamentos em e-commerce Alexandre Rezende

governo No Ceará, tentativas de

Empresa considera fornecer
tecnologia de celular para
pagamento de benefício social
Flávia Furlan
ffurlan@brasileconomico.com.br
O governo mal anunciou a in-
tenção de fazer transferências
de benefícios sociais por celular
— o que constará em marco re-
gulatório do segmento ainda
sem data para sair — e já há em-
presas interessadas. A Paggo,
companhia de meios de paga-
mentos por celular, disse que
quer participar do processo.
“Ainda não há discussões com o
governo sobre o tema, mas exis-
te sim esta ideia”, disse o CEO
Massayuki Osmar Fujimoto
A Paggo, que tem no controle
a operadora de telefonia Oi, pos-
sui uma joint venture na ativida-
de de adquirência com a Cielo,
companhia que tem, entre seus
controladores, o Banco do Bra-
sil. Além disso, a própria Oi pos-
sui parceria com o banco estatal
para emissão de cartões virtuais
e físicos com a bandeira Master-
Card. O fato de possuir um ban-
co público no negócio alinha os
interesses com o governo.
Empresa prepara
para o segundo
semestre cartão
pré-pago por celular
golpes atingiram 8,18% das PERIGO NA INTERNET
transações no ano passado
10 estados com maior incidência
Flávia Furlan de ataques on-line
ffurlan@brasileconomico.com.br
CEARÁ 8,18%
Apesar dos moradores do Sudes- BAHIA 7,00%
te do país realizarem mais com- MARANHÃO 6,71%
pras on-line, as fraudes estão
DISTRITO FEDERAL 6,27%
mais concentradas no Nordes-
te, revelou pesquisa realizada PERNAMBUCO 6,22%
pela ClearSale, empresa de au- PARÁ 6,12%
tenticação de compras e preven- AMAZONAS 5,20%
ção de fraudes no e-commerce.
RIO GRANDE DO NORTE 5,19%
Levantamento realizado em sua
base de clientes — a companhia ALAGOAS 4,73%
está envolvida em cerca de PARAÍBA 4,43%
80% das transações virtuais efe- Fonte: ClearSale 0 2 4 6 8 10
tuadas no país — e antecipado
ao BRASIL ECONÔMICO mostra que,
em 2011, o Ceará foi o estado
com a maior incidência de tenta-
tivas de fraudes: 8,18% das tran-
sações realizadas.
“No Nordeste, a educação fi-
nanceira é menor e as pessoas
acabam caindo mais em fraudes Chiamulera, da ClearSale: Brasil está melhor posicionado que EUA
e, além disso, há menos prote-
ção nos computadores”, afirma
Pedro Chiamulera, sócio-funda- Vestuário ganha No mercado nacional, depois que os segmentos como o de
dor da ClearSale. Segundo ele, do Ceará, Bahia e Maranhão são vestuário, acessórios e sapatos
como os grandes varejistas es- visibilidade entre os estados com mais tentativas vêm ganhando, a cada ano,
tão localizados no Sudeste, os fraudadores, tirando de fraudes no e-commerce, mais visibilidade entre os frau-
fraudadores acabam indo para foco de eletrônicos com incidência de 7% e 6,71% dadores, posto que era ocupado
fora deste centro comercial pa- das transações on-line, respecti- por jogos, celulares e note-
ra aplicar golpes, para dificultar vamente. Santa Catarina e Rio books. “Para equipamentos de
as ações de combate. sações realizadas no Brasil em Grande do Sul estão na outra valor mais alto, está ficando ca-
De forma geral, a incidência 2011, abaixo do índice de 7% ponta, com os menores índices, da vez mais difícil dar golpes,
de tentativa de fraudes apurada identificado nos Estados Uni- de 1,20% e 1,17%. então se migra para outros
pela empresa foi de 3% das tran- dos e Canadá pela CyberSource. A pesquisa mostrou ainda itens”, diz Chiamulera. ■

A Paggo disponibiliza hoje aos

clientes um cartão virtual, no ce-
lular, na modalidade de crédito,
para compras no varejo. Além
disso, acaba de lançar a possibili-
dade de o celular funcionar co-
mo uma maquininha de cartão,
o chamado POS, e espera ultra-
passar 10 mil pontos de venda
com o equipamento em 2012.
O executivo, no entanto, disse
que no segundo semestre a Paggo
deve lançar um cartão pré-pago
virtual. Após carregar o cartão —
dinheiro que ficará custodiado no
BB — em correspondentes bancá-
rios, o cliente poderá fazer com-
pras, realizar transferências, pa-
gar contas, fazer saques e depósi-
tos nas agências do BB e recarre-
gar o celular. Ainda não está defi-
nida a forma de cobrança do servi-
ço. “O governo poderia usar essa
estrutura como a conta na qual se-
rá creditado o benefício social”,
completa. ■
UBS muda comando no Brasil e AL
Gerard Cremoux assume
banco de investimento
na região e Carolina
Lacerda, no Brasil
O UBS AG, maior banco da Suí-
ça, nomeou Gerard Cremoux
como chefe da divisão de ban-
co de investimento para a
América Latina, segundo co-
municado interno obtido pela
Bloomberg.
Carolina Lacerda passa a che-
fiar o banco de investimento
no Brasil e vai se reportar a Cré-
moux e a Lywal Salles, chair-
man e presidente-executivo
do UBS no país. Ela substitui
Eduardo Centola, que passou a
chefiar a área de investimento
do Banco Modal.
Cremoux, 41, será transferi-
do de Nova York para São Pau-
Murillo Constantino
lo. Ele entrou no UBS em 1994
e se tornou chefe da área de
instituições financeiras em
2001. Christiaan Brakman, por-
ta-voz do banco suíço, confir-
mou os termos do comunicado
obtido pela Bloomberg. A no-
meação de Crémoux entra em
vigor imediatamente.
Carolina já era diretora ge-
rente da área. Também já este-
ve à frente do comitê de fusões
e aquisições da Anbima, hoje
coordenado por Bruno Amaral,
do BTG Pactual. Há dois anos o
UBS voltou ao país, depois de
vender negócios para o BTG,
de André Esteves.
A retomada de negócios no
Brasil veio com atuação em
banco de investimento, gestão
de fortunas e private equity. ■
Bloomberg Carolina Lacerda: experiência na área de fusões e aquisições
32 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012
FATO RELEVANTE
Imposto é próximo
alvo da bolsa
para popularização
Programa “BM&FBovespa Vai Até Você” completa 10 anos
e instituição ensaia discussão de tributos com Fazenda
Vanessa Correia
vcorreia@brasileconomico.com.br
A BM&FBovespa quer atrair
um número maior de investi-
dores pessoa física. Além dos
programas de popularização
do mercado de ações que já
mantém, o próximo passo é
apresentar ao governo uma
proposta que visa simplificar o
recolhimento do Imposto de
Renda (IR) de operações de
compra e venda de ações.
“A ideia é criar um mecanis-
mo no qual o governo não abre
mão do recolhimento do impos-
to, mas difere esse recolhimen-
to para outro momento. Isso da-
ria mais mobilidade e flexibilida-
de ao investidor individual”, ex-
ATÉ VOCÊ
Evolução do mercado acionário em 10 anos*
NÚMERO DE INVESTIDORES INDIVIDUAIS
PONTUAÇÃO DO IBOVESPA
VOLUME FINANCEIRO TOTAL/MÊS
NÚMERO TOTAL DE NEGÓCIOS/MÊS
VALOR DE MERCADO DAS EMPRESAS LISTADAS
Fonte: BM&FBovespa *Dados referentes a março
Carlyle quer precificação de US$ 8 bi para IPO
Segunda maior firma de private
equity dos Estados Unidos
quer vender 10% de seu capital
O Grupo Carlyle, segunda
maior firma de private equity
dos Estados Unidos, quer bus-
car uma avaliação de US$ 7,5
bilhões a US$ 8 bilhões para
sua oferta pública inicial de
ações (IPO).
A companhia quer vender
cerca de 10% de seu capital no
IPO e vai começar a discutir a
operação com investidores nas
plica Edemir Pinto, presidente
da BM&FBovespa.
Ele não detalha o que seria mo-
dificado. Mas atualmente o inves-
tidor que vender mais de R$ 20
mil em ações no mês precisa re-
colher IR sobre o lucro das opera-
ções no mês subsequente. No en-
tanto, isso não significa apenas
contabilizar o imposto sobre o
volume total — se foram feitas
BM&FBovespa
quer concluir
proposta até outubro
para apresentar
ao governo
simplificação de IR
2002 2012
85 mil 568,9 mil
13.254 pontos 64.510 pontos
R$ 12,81 bilhões R$ 154,08 bilhões
620.417 16.150.473
R$ 448,4 bilhões R$ 2,56 trilhões
próximas semanas, segundo
fontes próximas ao Carlyle.
Baseado em Washington, o
grupo ensaiava vir a mercado
desde o ano passado e quer fa-
zer a oferta até maio deste ano.
Aos US$ 8 bilhões, Carlyle vai
buscar um valor de mercado
que é menos da metade do que
vale o Grupo Blackstone, maior
firma de private equity dos Esta-
dos Unidos e do mundo.
Inicialmente o Carlyle que-
ria buscar uma avaliação de va-
lor semelhante ao do Blacksto-
transações de day trade (compra
e venda no mesmo dia), por
exemplo, elas devem ser segrega-
das, uma vez que têm alíquota
de IR maior. Esse cálculo é de res-
ponsabilidade do contribuinte.
“O investidor pessoa física
que compra e vende ações no
mesmo dia precisa fazer esse
acompanhamento periodica-
mente, inclusive por meio de pla-
nilhas”, diz Pinto, completando
que devido à atual dificuldade en-
frentada pelo investidor, é possí-
vel haver sonegação — “não por
má fé, mas sim por erro”.
A BM&FBovespa está debruça-
da no projeto desde o início do
ano e espera concluí-lo entre se-
tembro e outubro para então
apresentá-lo ao governo. “A pro-
posta não visa alterar a alíquota
do IR e sim simplificar o recolhi-
mento do imposto”, pontua. “Se-
ria algo semelhante ao que exis-
tia na CPMF (Contribuição Provi-
sória sobre Movimentação Finan-
ceira), na qual o investidor entra-
va em cestas de investimento,
mas só pagava quando saía.”
Contudo, a proposta em estu-
do pela BM&FBovespa não deve
ser a única responsável por
atrair mais investidores indivi-
duais ao mercado de ações. A
bolsa vai manter sua aposta nos
programas de popularização,
tais como o “BM&FBovespa vai
até você”. Durante os 10 anos de
ne, porque seus retornos altos
proveriam os investidores com
um fluxo de dividendos mais es-
tável do que o de seus pares. “A
estratégia nesses casos usual-
mente é iniciar o processo de
intenções de investimento
com uma precificação que eles
achem bem factível e, confor-
me a demanda, subir o preço”,
diz Steven Kaplan, professor
da Escola de Negócios da Uni-
versidade de Chicago.
Carlyle tinha US$ 147 bilhões
sob gestão, segundo prospecto
Edemir Pinto: entusiasta dos programas de popularização
existência do programa, a bolsa
viu o número de investidores in-
dividuais saltar de 85 mil para
quase 569 mil.
“Nos últimos 10 anos, Ray-
mundo Magliano Filho, idealiza-
dor do projeto, teve que pregar
no deserto. Nesse período, o nú-
mero de investidores foi multi-
plicado por sete. Então não te-
nho dúvidas de que vamos mul-
tiplicar por 10 o número de in-
vestidores nos próximos 10
anos”, afirma o presidente da
bolsa, reforçando a meta de
atingir cinco milhões de aplica-
dores individuais até 2018.
Segundo ele, o último módu-
lo do programa lançado em
2008, o “Quer ser Sócio”, cha-
mou a atenção para outro aspec-
to do mercado de capitais que
Valor de mercado
seria menos
da metade da
Blackstone, maior
grupo de private
equity do mundo
inicial de oferta, e Blackstone ti-
nha US$ 66 bilhões ao fim do
ano, segundo sua documenta-
ção na Securities Exchange
Murillo Constantino
não apenas o de comprar e ven-
der ações, mas o de ser sócio de
uma empresa. “Nos próximos
anos, devemos aprofundar os
projetos de conhecimento nes-
sa linha, dado que essa década
será que a década de ouro.”
O diretor financeiro e de rela-
ções com investidores (IR) da Pe-
trobras, Almir Barbassa, tam-
bém destacou a importância do
programa “BM&FBovespa vai
até a empresa”. “Precisamos de
empresas fortes e isso passa pe-
lo crescimento do mercado de
capitais brasileiro. Para tanto,
os programas de popularização
são imprescindíveis”, diz, lem-
brando que na ocasião da última
oferta de ações da petrolífera,
mais de 15 mil funcionários ad-
quiriram papéis da estatal. ■
Commission (SEC), regulador
do mercado americano.
Fundada em 1987 por David
Rubenstein, William Conway e
Daniel D'Aniello, Carlyle seria
ao menos a quinta firma de pri-
vate equity a se tornar pública
desde a oferta da Fortress Inves-
tment Group LLC, em 2007.
O montante que o Carlyle
quer é 25% menor que os US$ 10
bilhões que se avaliou ao vender
dívida para o Mubadala Develop-
ment Co., de Abu Dhabi, em de-
zembro de 2010. ■ Bloomberg
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 33

MERCADO Divulgação

Cedae estuda oferta pública de ações

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro
(Cedae) decidiu realizar estudos técnicos para uma futura
distribuição pública de ações, informou a empresa ontem
em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários.
A Cedae disse ainda que, no caso de realização da oferta
de ações, o governo do estado do Rio de Janeiro manterá
o controle acionário da companhia.

BOLSAS

Bovespa cai pela

terceira vez seguida
Entre os papéis que pesaram no índice estão PDG Realty, com queda de
5,27%; BR Malls, menos 3,52%; e Hypermarcas, cuja baixa foi de 2,12%

Roberta Vilas Boas A ação preferencial tavam descoladas do índice, pe-

Reuters
A bolsa brasileira não conseguiu
manter a alta registrada durante
grande parte do pregão de on-
tem e encerrou em baixa pelo
terceiro dia consecutivo, com in-
vestidores menos otimistas e a
espera de novas notícias vindas
do cenário externo, após um au-
mento nos rendimentos pagos
pelos títulos da dívida da Itália.
O Ibovespa caiu 0,72%, a
61.293 pontos. O giro financeiro
do pregão foi de R$ 7,14 bilhões.
Na Europa, os custos dos em-
préstimos de um ano da Itália
duplicaram em um leilão de títu-
los de curto prazo, refletindo no-
vas dúvidas sobre os países mais
fracos da zona do euro e desta-
cando o nervosismo do merca-
do antes de um leilão de títulos
de três anos marcado para hoje.
Ao mesmo tempo, um mem-
bro do Banco Central Europeu
(BCE) disse que a instituição
ainda tem o Programa de Mer-
cado de Títulos (SMP, na sigla
em inglês) para possibilitar a
compra de dívida dos países
MOEDAS
da Petrobras subiu
0,76%, a R$ 21,35,
enquanto Vale
teve variação
positiva de 0,07%,
a R$ 40,35, e
OGX teve alta de
0,99%, a R$ 13,29
da zona do euro, caso surja
a necessidade.
“O mercado vem com
uma dinâmica ruim, com
essa piora recente. Países
da zona do euro enfrentam
novo aumento nos rendi-
mentos de títulos e o BCE
trouxe um pouco mais de
calma dizendo que poderia
voltar a comprar esses títu-
los”, explicou o analista
João Pedro Brugger, da Le-
me Investimentos.
“O Ibovespa ficou dividi-
do na sessão, com Petrobras
subindo, mas ações voltadas
ao mercado interno, que es-
COMMODITIES
sando. Teve um pouco de ajus-
te, com os investidores se posi-
cionando em commodities, mas
a tendência ainda é do mercado
ficar mais cauteloso. Parte da
euforia do início do ano acabou
e o mercado parece estar mais
com os pés no chão, esperando
o que vem pela frente.”
A preferencial da Petrobras su-
biu 0,76%, a R$ 21,35, enquanto
Vale teve variação positiva de
0,07%, a R$ 40,35, e OGX teve
alta de 0,99%, a R$ 13,29.
Entre os papéis em baixa, PDG
Realty recuou 5,27%, a R$ 5,03,
e BR Malls perdeu 3,52%, a
R$ 23,27. Ações de consumo
também pesaram. Lojas Ameri-
canas perdeu 2,61%, a R$ 16,80,
Hypermarcas recuou 2,12%, a
R$ 12,02, e Lojas Renner caiu
1,68%, a R$ 58,45.
Em Nova York, o índice Dow
Jones subiu 0,7%, enquanto o
S&P 500 avançou 0,74%. Na Eu-
ropa, o dia foi de recuperação. O
índice europeu de ações fechou
em alta de 0,75%,depois de re-
gistrar perdas acumuladas de
5,4% em quatro sessões. ■
JUROS
POSITIVO INFORMÁTICA S.A.
Companhia Aberta - CNPJ/MF: 81.243.735/0001-48
Ata da Reunião do Conselho de Administração Realizada em 13 de Março de 2012
1. Data, Hora e Local: No dia 13 de março de 2012, às 09:00 horas, na sede Administrativa do Grupo Positivo,
na Av. Cândido Hartmann, 1400, na Cidade de Curitiba, Estado do Paraná. 2. A convocação foi efetuada por
meio eletrônico, estando presentes os Conselheiros Oriovisto Guimarães, Ruben Tadeu Coninck Formighieri,
Hélio Bruck Rotenberg, Samuel Ferrari Lago e Álvaro Augusto do Amaral. Não esteve presente o Sr. Fernando
Soares Mitri que justificou antecipadamente sua ausência. Como convidado, o Sr. Ricardo Fernandes Pereira,
Vice-Presidente Financeiro da Companhia. 3. Mesa: Presidente: Oriovisto Guimarães; Secretária: Alessandra
de Paula Souza. 4. Ordem do dia: a) análise dos resultados do mês de janeiro de 2012; b) análise das
demonstrações financeiras da Companhia referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2011,
acompanhadas do relatório da administração e do parecer de auditoria da Deloitte Touche Tohmatsu Auditores
Independentes referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2011; c) análise da proposta
de destinação de lucros; d) definição da remuneração global dos administradores para 2012; e) análise da
proposta de alteração do Estatuto Social da Companhia; f) designação da data para realização da Assembleia
Geral da Companhia referente ao exercício de 2011; e g) eleição da Diretora Vice-Presidente de Tecnologia
Educacional. 5. Deliberações: Aberta a reunião, o Sr. Presidente convidou a mim, Alessandra de Paula Souza,
advogada da Companhia, para secretariar a reunião e lavrar a presente ata. Passou-se então à discussão dos
temas da pauta, pela ordem: a) Analisou os resultados de janeiro de 2012; b) Analisou e aprovou
as demonstrações financeiras da Companhia referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de
2011, acompanhadas do relatório da administração e do parecer de auditoria da Deloitte Touche Tohmatsu
Auditores Independentes referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2011; c) Tendo em
vista o resultado aferido para o exercício social findo em 31 de dezembro de 2011, o Conselho entende que não
se aplica a proposta de distribuição de dividendos; d) Definiu a proposta de remuneração dos Administradores
para o ano de 2012, a ser submetida à apreciação da Assembleia Geral, no valor global de R$ 11.500.000,00
(onze milhões e quinhentos mil reais); e) Deliberou propor à Assembleia Geral a alteração dos artigos; 8º, inciso
vii; 9º, §1º; 10º, caput; 10 §§1º e 3º; 14º, inciso xix; 15º; 18º, §1º; 18, §4º; 23º, caput; 24º, “b”; 25º, caput; 25º, “b”;
26º, caput; 29º, §3º; 30º, caput; 30º, §2º; 31º, caput e §1º (atual artigo 32); 32º, caput, §1º, §5º, incisos ii e iii, §11º,
§13º e §16º (atual artigo 34); 33º (atual artigo 35); 34º (atual artigo 36); e 35º (atual artigo 37) do Estatuto Social,
conforme Anexo I. Também deliberou propor à Assembleia Geral a inclusão dos artigos 1º, parágrafo único, 10º,
§4º; 31º, caput e §§ 1º e 2º; e 33º, caput e §§1º a 4º, conforme Anexo I. f) Designou o dia 30 de abril de 2012,
às 09:00 horas, para realização das Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária da Companhia; e g) Elegeu
como Diretora Vice-Presidente de Tecnologia Educacional, a Sra. Elaine Camargo Roginski Guetter, brasileira,
casada, engenheira civil, portadora da cédula de identidade civil RG nº 1.440.738-3/PR, inscrita no CPF/MF sob
nº 544.853.209-87, residente e domiciliada na Cidade de Curitiba, Estado do Paraná. A posse e investidura no
cargo ocorrerão na presente data. O cargo de Diretor de Operações de Tecnologias Educacionais, anteriormente
ocupado pela Sra. Elaine, ficará vacante. 6. Autorizar a lavratura desta Ata em forma de sumário, nos termos do
artigo 130, §1º, da Lei nº 6.404/76. 7. Nada mais tratado lavrou-se a ata que foi lida, aprovada e assinada por
mim Secretária e pelos Conselheiros da Companhia. Curitiba, 13 de março de 2012. Autenticação da Mesa:
Alessandra de Paula Souza - Secretária. Junta Comercial do Paraná. Certifico o Registro em: 09/04/2012
sob número: 20121161064. Protocolo: 12/116106-4, de 19/03/2012. Sebastião Motta - Secretário Geral.

Dólar fecha Petróleo Japão deve

em alta sobe 1,7%
de 0,9% em NY
O dólar teve leve alta frente
ao real na sessão de ontem,
com uma ligeira piora no cená-
rio externo e depois de o Ban-
co Central voltar a realizar lei-
lão de compra da moeda nor-
te-americana no mercado à
vista. O dólar teve ligeira valo-
rização de 0,09%, cotado a
R$ 1,8346, continuando no
maior patamar desde do dia 9
de janeiro deste ano, quando
fechou em R$ 1,8347. Nesta
sessão, variou entre a mínima
de R$ 1,8250 e a máxima de
R$ 1,8375. A moeda ampliou
um pouco os ganhos perto do
fechamento do mercado. Du-
rante o dia, ficou estável. ■
O preço do barril de petróleo su-
biu na sessão de ontem depois
que o Departamento de Energia
dos Estados Unidos anunciou
que os estoques do combustível
caíram e um oficial do Banco
Central Europeu sinalizou que
o órgão deve atuar para conter
o spread nos países em crise.
Na Bolsa Mercantil de Nova
York, os preços dos contratos
futuros de petróleo com venci-
mento em maio aumentaram
1,7%, para US$ 102,70 o barril.
O preço do contrato futuro do
petróleo do tipo Brent com ven-
cimento no mês aumentou
0,3%, para US$ 120,18 o barril
na bolsa de Londres. ■
acelerar
economia
O Banco do Japão (banco cen-
tral do país) avaliará a possibili-
dade de afrouxar a política mo-
netária em sua próxima revi-
são da taxa de juros no dia 27
de abril, provavelmente atra-
vés de um aumento no seu pro-
grama de compra de ativos,
disseram fontes próximas ao
banco central. A opção mais
provável seria elevar o progra-
ma de empréstimos e compras
de ativos do banco de 65 tri-
lhões de ienes (US$ 803 bi-
lhões) em 5 trilhões ou 10 tri-
lhões de ienes. O aumento se-
ria usado para compras dos tí-
tulos do governo, disse uma
das fontes. ■
34 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012
FINANÇAS PESSOAIS
CONSUMIR
Um avião para chamar de seu
Desembolso para compra hoje é
semelhante ao de um carro importado;
mas a disputa por hangar é grande
Natália Flach
nflach@brasileconomico.com.br
Quando Santos Dumont con-
tornou a Torre Eiffel, em 1901,
não só imprimiu o seu nome na
história da aviação como tam-
bém deixou um legado para a
cultura de sua terra natal. Brasi-
leiro gosta de voar. Não é à toa
que o país é o segundo maior
mercado de aviação do mun-
do, perdendo somente para os
Estados Unidos. O número de
pilotos também não para de
crescer. Para se ter ideia, de
2006 até 2011, houve incremen-
to de 114% no total de habilita-
ções emitidas para pilotos pri-
vados — que voam em aerona-
ves particulares —, segundo da-
dos da Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac).
Eduardo Moreth, sócio do es-
critório de advocacia Moreth Lo-
quez, é um dos brasileiros que vi-
ve nos ares. A paixão por aviões
começou ainda criança quando
o pai o levava para passear em
um aeroclube aos finais de sema-
na. Aos 14 anos, tirou o primei-
ro brevê — hoje, a legislação exi-
ge que o candidato tenha pelo
menos 18 anos para tirar a habili-
tação. “Como o escritório, em
Brasília, fica próximo ao aeroclu-
be, consigo ir almoçar em Piri-
nópolis, que fica a 182 quilôme-
tros, em 21 minutos. É mais rápi-
do do que atravessar a cidade pa-
ra comer no maior shopping da
capital”, compara. “É uma sen-
sação enorme de liberdade estar
no ar. Colocar um ‘jazzinho’ en-
PELOS ARES Veja modelos das aeronaves mais compradas
CATEGORIA MODELO
DE PASSAGEIROS
Citation CJ1+
LIGHT JET Citation CJ2+
Phenom 100
SUPER LIGHT JET Phenom 300
LIGHT MIDSIZE Citation XLS
Fontes: ANAC e Avantto
Roberto Setton/Divulgação
quanto sobrevoa no pôr do sol é
uma cena indescritível.”
Para tirar habilitação, o candi-
dato tem que fazer teste físico e
provas práticas e teóricas. Com
a mudança da legislação feita
em dezembro do ano passado,
foi criada a categoria de brevê
para Avião Leve Esportivo
(ALE), que são aeronaves meno-
res — de dois lugares, em geral.
Neste caso, os testes são menos
complexos do que para tirar ha-
bilitação de piloto privado, por
exemplo. São 30 horas de voo
acompanhados por instrutor e
as aulas podem ser feitas em pa-
ralelo com o estudo teórico. Em
geral, custa R$ 7 mil. Já no caso
de brevê de piloto privado, que
é a primeira categoria para che-
gar a ser piloto profissional, os
custos chegam a R$ 16 mil.
Na Edra Aeronautica, presidi-
da por Rodrigo Scoda, 50% dos
aviões são vendidos para alunos
que estão tentando tirar a pri-
meira habilitação. “Dadas as fa-
cilidades da habilitação e o fato
de as aeronaves estarem mais
acessíveis, o número de pilotos
tem aumentado. A barreira não
é o custo e, sim, o interesse por
voar. A partir de R$ 175 mil é Caravajal, sócio da Prime Fraction: milionários que voam pouco preferem ter cotasde aviões ou iates
possível comprar um bom
avião, que é o custo de um carro
importado de bom nível”, com- A partir de R$ 150 mil mínios voltados para esse propó- aumentou 10 vezes na última lici-
para Scoda. sito. “As pessoas se reúnem e tação”, afirma. Já os custos de
Um dos problemas aponta- é possível comprar compram uma área destinada manutenção não são tão caros,
dos pelos especialistas é a falta um bom avião, mas para construção de hangares e como à primeira vista podem pa-
de hangares e aeroportos no custo de hangar casas de veraneio ao redor da recer. A cada 50 horas de voo ou
país. Uma solução que está ga- pista”, conta Scoda. 15 mil quilômetros, é necessário
nhando espaço no interior do aumentou 10 vezes Hoje, a aviação geral — que fazer uma vistoria que custa, em
Brasil é a construção de condo- na última licitação reúne aeronaves para lazer — média, R$ 500. “É mais barato
conta com 12 mil aviões, no Bra- do que alguns carros na conces-
sil. “Em geral, o mercado cres- sionária”, compara Moreth.
ce entre 6% e 8%, em média, Mas comprar um avião por
ao ano”, afirma Eduardo Mar- hobby não é vantajoso quando
LICENÇAS EMITIDAS son, presidente da Associação se voa menos de 50 horas por
Brevê para pilotos privados Brasileira de Aviação Geral mês, de acordo com Walterson
no país, ao ano (Abag). “O Brasil tem mais de Caravajal, sócio da Prime Frac-
1,1 mil destinos atendidos pela tion. “Na Prime, é possível com-
2.000
aviação geral e menos 200 fei- prar a cota de um avião e com
1.926 tos pela comercial (feito pelas uma taxa adicional usar um ia-
empresas aéreas). Dar slot para te, por exemplo. Tenho clientes
um avião para seis passageiros que estão na casa dos bilhões de
1.625
em vez de um que transporta reais e escolheram essa forma
150 pode parecer contradição, de usar os meios de transporte.
QUANTIDADE VALOR DO AVIÃO, VALOR DA COTA, mas não é. Ele pode estar vindo Não justifica ter uma lancha pa-
EM US$ MILHÃO EM US$ MILMILHÃO 1.250 de um lugar que não é coberto rada que custa uma fortuna pa-
pela aviação tradicional e, em ra ficar atracada”, explica.
4a6 4,5 1.034
geral, transporta gente que to- Mas Moreth não dispensa a
6a8 6,0 1,38 875 ma decisões importantes para o facilidade de ir com o seu RV7
4a6 4,2 país”, acrescenta Marson. Vans’Aircraft para onde quiser,
Tal escassez de espaço tem au- na hora que quiser. “É um dos
6a8 9,4
3,15 500 mentado os custos dos hangares meus hobbies, por isso não
7a9 11,0 2008 2009 2010 e aeroportos. “O preço de um quis seguir nessa profissão. Se-
2007 2011
hangar no Campo de Marte (SP) não vira obrigação.” ■
 Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 35

Divulgação

Eletropaulo tem segundo dia de baixa

A ação da Eletropaulo voltou a fechar em baixa ontem, com queda
de 4,37%, a R$ 35,05, dando continuidade às perdas da véspera,
quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs
redução nas tarifas da empresa. Na terça-feira, a ação recuou
mais de 3%, sob influência da proposta da Aneel de redução média
de 8,81% a ser aplicada nas tarifas da AES Eletropaulo, dentro do
processo do terceiro ciclo de revisão tarifária da distribuidora paulista.

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RaiaDrogasil ON (RADL3) (fechamento em R$)

Votorantim recomenda venda Renzo Gostoli/Bloomberg

22
22 Papéis da Petrobras, Vale e
21 OGX têm tendência de queda e
apontam sinal gráfico de venda
19,58
19 As análises dos gráficos de ati-
18,20 vos mostram oportunidades de
venda na bolsa brasileira para
17,36
17,50 Petrobras, Vale, OGX, segundo
relatório da Votorantim.
16
Os papéis da Petrobras (PE-
TR4) mostram sinais de fraque-
za e, enquanto estiverem abai-
xo de R$ 21,75, seguem rumo
13 aos R$ 21. Caso continuem em
12,95
2 queda, podem atingir R$ 20,30.
Mas o analista da corretora Ra-
fael Espinoso ressalta que “por
10 10 Resistência Stop
p Objetivo
j 1 Objetivo
j 2 outro lado, o papel abre espaço
29.dez 11.abr para um ajuste aos R$ 22,20, com
Fontes: Carlos Martins, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico
resistência em R$ 22,95”. Na ses-
são de ontem a ação avançou de
0,94%, cotada a R$ 21,39.
Também com venda no curto Papéis da Petrobras podem seguir rumo à cotação de R$ 21
Raia Drogasil ganha nova resistência prazo, a ação da Vale (VALE5), en-
quanto estiver abaixo de R$ 40,75,
A queda acentuada dos índices Ibovespa e Icon (que reúne segue com boa região de suporte De acordo com a corretora, o de ter um salto para fechar en-
companhias que atuam na área de consumo) fez com que o analista entre R$ 39,90 e R$ 39,30. “Caso ativo da OGX (OGXP3) “segue tre R$ 14,90 e R$ 15,60. Para bai-
Carlos Martins do Trader Gráfico alterasse a análise gráfica da Raia volte a animar, a ação segue aos com forte dinâmica negativa”. xo, encontra uma forte área de
Drogasil para uma perspectiva mais conservadora. O gráfico dos R$ 41, com resistência imediata Para Espinoso, o papel entra em suporte entre R$ 13 e R$ 12,75.
papéis continua com a mesma força compradora, no entanto, nos R$ 42,10.” Ontem o papel su- tendência de alta somente se Ontem, a ação apresentou alta
o especialista decidiu elevar a resistência (ponto que, se superado, biu 0,07%, cotado a R$ 40,35. romper os R$ 13,55, em que po- de 1,29% aos R$ 13,33. ■
indica a possibilidade de continuidade de movimento de alta) para
precaver os clientes de uma devolução acentuada dos ganhos dos
papéis. A resistência estabelecida inicialmente por Martins era de
R$ 17,36 e agora é de R$ 18,20. Os objetivos, no entanto, continuam
Log-In
os mesmos: R$ 19,58, R$ 21 e R$ 23,17. “De meados de dezembro LANÇAMENTO INTERNET Logística Intermodal S.A.
até hoje, as ações da companhia deram uma estirada. Saíram logística intermodal

de R$ 11 para a casa dos R$ 17. Mas como o Icon e o Ibovespa na
contramão, estou com medo de recomendar antes de R$ 18,20”, diz.
Ontem, as ações fecharam em baixa de 0,28% a R$ 17,50. No
entanto, no ano, os papéis acumulam alta de 35,09%. Segundo o
especialista, antes da valorização iniciada no fim de 2011, a máxima
dos papéis tinha sido atingida em 2010, quando chegou a R$ 16,55.
“A gente diz que os papéis estão no espaço vazio”, desde que
rompeu o patamar histórico. O especialista aponta que, caso as
projeções de valorização não se confirmem, o investidor deve
apertar o botão de stop quando atingir a antiga resistência: R$ 17,36.
Depois deste patamar as chances de perdas acentuadas são grandes.
OI
HomebrokerRicoentraparaAndroid
O Home Broker Rico acaba de lançar o “Rico Mobile Broker” para
Android, desenvolvido para que os investidores possam acompa-
nhar tudo sobre o mercado financeiro do celular. “Em breve, tere-
mos novidades para iPad e BlackBerry”, antecipa Monica Saccare-
lli, diretora do Rico. O Home Broker lançou também a ferramenta
“Operando com vc” com a qual o cliente pode negociar as recomen-
dações dos analistas com o stop gain e stop loss já definidos. O objeti-
vo é potencializar ganhos e reduzir perdas. O usuário que usar o ser-
viço e não obtiver lucro ficará isento do valor da corretagem. ■
Companhia Aberta
CNPJ nº 42.278.291/0001-24 - NIRE 3.330.026.074-9
Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária - Edital de
Convocação: Ficam convidados os Senhores Acionistas da
Log-In - Logística Intermodal S.A. a se reunirem em
Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária, no dia 26 (vinte e
seis) de abril de 2012, às 16h, na Praia de Botafogo, nº 501,
Auditório, sala Enseada, Botafogo, nesta Cidade, a fim de
deliberarem sobre as seguintes matérias constantes da Ordem
do Dia: 1. Assembléia Geral Ordinária: 1.1 - Tomada de contas
dos administradores, exame, discussão e votação das
demonstrações financeiras relativas ao exercício social findo em
31 de dezembro de 2011; 1.2 - Destinação do resultado do
exercício social findo em 31 de dezembro de 2011; 1.3 - Eleição
dos membros do Conselho de Administração; e 1.4 - Fixação da
remuneração global dos administradores para o exercício de
2012. 1. Assembléia Geral Extraordinária: 1.1 - Proposta da
Administração de alteração do Estatuto Social, conforme a seguir:
a) inclusão de Parágrafo Único do artigo 12, alteração do artigo 13
e do Parágrafo 1º do artigo 15, inclusão da alínea “w” ao artigo 20,
alteração do Parágrafo 2º do artigo 27, alínea “b” do artigo 34,
inclusão de novos artigos 44, 45 e 46, ao Capítulo VII, e 49 e 50 ao
Capítulo X, a fim de adaptá-los às modificações do Regulamento
de Listagem do Novo Mercado; b) alteração do “caput” do artigo 15
de forma a regular a fixação do número de membros do Conselho
de Administração e excluir a necessidade de os membros serem
acionistas, conforme Lei nº 12.431, de 27/07/11, e alteração do

Empresa terá grandes desafios pela frente, com margens pressionadas e maior alavancagem, diz Fator
O Banco Fator Corretora iniciou
a cobertura das ações da
Oi (OIBR4) com recomendação
de manutenção e preço-alvo
de R$ 9,50 para dezembro. “A Oi
terá grandes desafios pela frente”,
justificou a analista Jacqueline
Lison, que assina o relatório.
Segundo ela, as margens
operacionais (relação entre
resultado operacional e receita
líquida) da empresa continuarão
pressionadas no curto e médio
prazos, devido à estratégia
adotada para estancar a queda
Receita líquida da da receita e voltar a crescer. Esse
empresa de telefonia plano inclui a adoção de um ritmo
comercial mais agressivo, com
só deve voltar a
subsídios, criação de lojas próprias
crescer em 2013 e segmentação de clientes, além
da aceleração dos investimentos
em expansão e qualidade da rede.
Além disso, a queda na geração
operacional de caixa, os gastos de
R$ 2 bilhões no exercício de direito
de retirada de TMAR e TNLP3
(ações anteriores à reesturutração
do grupo Oi), o pagamento
de R$ 2 bilhões em dividendos e
a necessidade de investimentos
deverão elevar a alavancagem
da Oi. Segundo a analista, a
empresa deve retornar
gradualmente ao crescimento da
receita líquida apenas a partir de
2013. Ontem, os papéis estiveram
entre os destaques de queda da
Bolsa. As ações ordinárias (OIBR3)
recuaram 3,98% e as preferenciais
(OIBR4) caíram 2,45%.
TWITTADAS
“#PDGR3 A perda do
suporte na região dos
R$ 5,70 levou o ativo a
testar R$ 5,10. Se perdido,
a vaca vai para o brejo.”
@picapautrader,
Investidor
“Hoje é o dia de comemorar
os 10 anos do programa
‘BM&FBovespa vai até você’.
Comemorar? E os 2 milhões
de CPFs prometidos?”
@chrinvestor, Christian Cayre
Investidor e consultor financeiro
“Inadimplência não é alta
por causa de juros altos, mas
por falta de planejamento”
@gcerbasi, Gustavo Cerbasi
Consultor financeiro e escritor
Parágrafo 2º a fim de excluir a eleição dos membros do Conselho
de Administração pelos acionistas preferenciais; c) alteração do
“caput” do artigo 32 de forma a excluir que a alienação do controle
da companhia se faça com base no Parágrafo 1º, uma vez que o
mesmo trata de significado de palavras; d) alteração no conceito
de “Controle” do Parágrafo 1º do artigo 32 para substituir
“Controlador” por “Acionista Controlador”; e) exclusão do conceito
de Controle Difuso constante do Parágrafo 1º do artigo 32, do
“caput” dos artigos 38, 39, 40 e 55 (antigo artigo 50), uma vez que
o Regulamento de Listagem do Novo Mercado substituiu este
termo como hipóteses “em que não há Acionista Controlador”
para manter a consistência da definição de Acionista Controlador
e simplificar a interpretação a ser dada nos itens específicos;
e f) consequente renumeração dos artigos 44 a 50, em virtude das
inclusões acima mencionadas. 1.2 - Consolidação do Estatuto
Social. Instruções gerais: Os acionistas deverão apresentar,
com, no mínimo, 48 (quarenta e oito) horas de antecedência, além
do documento de identidade e/ou atos societários pertinentes
que comprovem a representação legal, conforme o caso:
(i) comprovante expedido pela instituição escrituradora, no
máximo, 5 (cinco) dias antes da data de realização da Assembléia
Geral; (ii) instrumento de mandato com reconhecimento da firma
do outorgante; e/ou (iii) relativamente aos acionistas participantes
da custódia fungível de ações nominativas, o extrato contendo a
respectiva participação acionária, emitido pelo órgão
competente. Referida documentação deverá ser entregue nesta
Cidade, na Praia de Botafogo, nº 501, Torre Corcovado, sala 703,
Recepção, Botafogo, CEP: 22250-040. Em atenção ao disposto
na Instrução CVM nº 165, de 11 de dezembro de 1991, alterada
pela Instrução CVM nº 282, de 26 de junho de 1998, informamos
que o percentual mínimo de participação no capital votante
necessário à requisição da adoção do voto múltiplo é de 5% (cinco
por cento). Permanecem à disposição dos acionistas, na sede da
Companhia, na página de Relações com Investidores da Log-In
(http://www.loginlogistica.com.br/ri) e na página da CVM
(www.cvm.gov.br) toda documentação pertinente às matérias
que serão deliberadas nas Assembléias Gerais Ordinária e
Extraordinária, nos termos do artigo 6º da Instrução CVM
nº 481/09. Rio de Janeiro, 11 de abril de 2012. Sonia Zagury -
Presidente do Conselho de Administração em exercício.
36 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

MUNDO

Editor executivo: Gabriel de Sales gsales@brasileconomico.com.br

Disputa entre Obama e Romney

começa com ataques mútuos
Campanha do presidente democrata mostra momentos constrangedores do virtual candidato republicano
Chip Somodevilla/AFP

Matt Spetalnick ca dos democratas adeptos do xa porque seu rendimento de-

Reuters, Washington
O presidente dos EUA, Barack
Obama, e o pré-candidato repu-
blicano Mitt Romney dispara-
ram ontem uma série de ata-
ques mútuos, dando início aos
sete meses de uma campanha
eleitoral que está rapidamente
ficando agressiva.
A campanha de Obama apro-
veitou o momento para divul-
gar um vídeo com os momen-
tos mais constrangedores da
pré-campanha de Romney, e
voltou a retratá-lo como um
conservador rico e alheio aos
problemas das pessoas.
Já Romney atacou o desem-
penho de Obama à frente da
economia, e disse que ele repre-
senta um retrocesso para a épo-
“governo grande”.
O vídeo obamista, intitulado
“Lembranças para Durarem uma
Vida”, lembrou as gafes cometi-
das por Romney nos últimos me-
ses, como ao dizer que “corpora-
ções são gente”, e que ele foi um
governador “severamente con-
servador” em Massachusetts.
Pelo segundo dia consecutivo,
Obama promoveu a Regra de Bu-
ffett, que levaria milionários co-
mo Romney, ex-executivo do se-
tor financeiro, a pagar pelo me-
nos 30% de imposto de renda.
A campanha de Obama insta-
lou no seu site uma calculadora
digital para que as pessoas ve-
jam como a sua alíquota tributá-
ria se compara aos 13,9% que
Romney pagou em 2010. A alí-
quota do pré-candidato foi bai-
correu basicamente de investi-
mentos, e não de salários, que
têm taxação mais elevada.
Romney, ex-diretor de uma
firma de investimentos, diz que
sua experiência como executivo
é um trunfo, e afirmou que Oba-
ma está “tentando se desviar do
seu histórico fracassado, que é
ele não ter criado empregos”.
“Acho que o presidente repre-
senta um retrocesso aos demo-
cratas de antigamente: democra-
tas do governo grande, do Esta-
do de bem-estar social.”
Depois da acirrada disputa in-
terna dos republicanos, Rom-
ney ainda enfrenta o desafio de
unificar o partido e acabar com
as desconfianças de conserva-
dores que o consideram mode-
rado demais. ■ Romney ataca Obama por não ter conseguido criar empregos

Konrad Fiedler/Bloomberg

ENERGIA LIMPA
BM inicia debate sucessório
O conselho de administração
do Banco Mundial vai se reunir
na segunda-feira para discutir o
futuro presidente da institui-
ção, informou ontem uma fonte
próxima às conversações,embo-
ra sem revelar quando será
anunciado o nome do sucessor
de Robert Zoellick, que abando-
nará o cargo em 30 de junho.
Em termos oficiais, o Banco
Mundial tem prazo até 20 de
abril para decidir “por consen-
so” entre os três aspirantes ao
posto: a ministra das Finanças
Yuri Gripas/Reuters
nigeriana, Ngozi Okonjo-Iwea-
la, de 57 anos, o médico e antro-
pólogo americano Jim Yong-
kim, de 52 anos, e o economista
colombiano José Antonio Ocam-
po, de 59 anos.
Os três candidatos foram re-
cebidos esta semana pelos 25
membros do conselho de admi-
nistração.
A presidência do Bird sem-
pre esteve nas mãos dos Esta-
dos Unidos por um acordo táci-
to que dá aos europeus a titula- Ngozi Okonjo-Iweala, ministra
ridade do FMI. ■ AFP das Finanças da Nigéria

Fed vê economia em ritmo lento

A economia americana man-
tém seu caminho de recupera-
ção iniciado há quase três
Os Estados Unidos voltaram a assumir a liderança na anos, ainda que a um ritmo de
corrida por energia limpa, investindo US$ 48 bilhões no “lento a franco”, segundo o Li-
vro Bege do Federal Reserve
ano passado, superando a China, que detinha o título (Fed, o banco central dos Esta-
de maior investidor desde 2009, revelou um estudo da dos Unidos), divulgado ontem.
Pew Charitable Trusts. A China, que caiu para a segunda “A economia segue crescendo
colocação, investiu US$ 45,5 bilhões em 2010. O relatório a um ritmo entre lento e fraco
desde meados de fevereiro até
Pew, que tem como foco o investimento primário nos o final de março”, disse o rela-
países do G20, também demonstrou que o investimento tório, que é publicado a cada
total privado em nível mundial subiu 6,5% com relação seis semanas com base nas in-
a 2010 chegando ao recorde de US$ 263 bilhões. AFP formações reunidas pelas fi-
liais regionais do Fed.
Banco central acha
animadoras as
perspectivas do
consumo familiar
A linguagem empregada pelo
Fed para descrever o progresso
da atividade econômica do país
é a mesma que o banco utilizou
no último relatório, publicado
em 29 de fevereiro.
A atividade manufatureira,
principal motor da recuperação
econômica iniciada no início de
2009, “continuou crescendo na
maior parte das regiões”, infor-
mou o banco central america-
no. Segundo o Fed, o gasto com
consumo foi “positivo”, mas o
aumento das vendas em muitas
regiões foi atribuído a um inver-
no atipicamente quente.
“As perspectivas de curto pra-
zo para o consumo das famílias fo-
ram animadoras”, disse o Fed,
que ressaltou também preocupa-
ções sobre a possibilidade de que
a alta do preço da gasolina pos-
sam limitar os gastos não essen-
ciais nos próximos meses. ■ AFP

Sturt Manning/Bloomberg
Lucas Papademos: necessidade de nova estratégia financeira
Grécia antecipa
eleições para maio
Partido Conservador Nova
Democracia é o favorito, mas
não deverá conseguir a maioria
A Grécia realizará no dia 6 de
maio eleições legislativas ante-
cipadas, em um cenário contur-
bado devido à crise da dívida.
A data das eleições foi apresen-
tada pelo primeiro-ministro
grego, Lucas Papademos, ao
conselho de ministros e poste-
riormente ao presidente do
país, Carolos Papulias.
Nomeado em 11 de novembro
de 2011, após a renúncia do so-
cialista Georges Papandreu, Lu-
cas Papademos concluiu a ope-
ração de redução da dívida gre-
ga em mãos de credores priva-
dos e as negociações que permi-
tiram desbloquear o segundo
resgate internacional do país.
O primeiro-ministro disse
aos seus ministros que o novo
governo deve atuar de forma rá-
pida para apresentar em junho
a nova estratégia financeira do
país para o período 2013-2016.
A ideia é manter a política de
reformas iniciada para reto-
Jun Azumi: preocupação com os efeitos da crise na economia global
“Pompeia do Egeu” é reaberta ao público
A Grécia reabriu ontem o sítio arqueológico Akrotiri, da Era do Bronze,
na ilha turística de Santorini, sete anos após o teto ter desabado matando
um visitante britânico. Conhecida como a “Pompéia do Egeu”, a cidade
pré-histórica foi enterrada sob grossas camadas de cinzas vulcânicas
durante uma erupção 3.700 anos atrás. “Um dos locais arqueológicos
mais importantes da Grécia e do mundo abriu suas portas novamente”,
disse o vice-ministro do Turismo e Cultura, Petros Alivizatos. AFP
Louisa Gouliamaki/AFP
mar o crescimento econômico.
Este será o quinto ano conse-
cutivo de recessão na Grécia,
que possui uma taxa de desem-
prego acima de 21%.
A contagem regressiva para
as eleições antecipadas come-
çou em março, após a operação
de supressão de ¤ 105 bilhões
da dívida do país em mãos de
credores privados e da aprova-
ção de um segundo empréstimo
internacional para Atenas.
A antecipação das eleições foi
uma demanda do líder da Nova
Democracia, Antonis Samaras,
após a renúncia de Papandreou,
causada por seu projeto fracassa-
do de um referendo sobre o pla-
no de austeridade imposto pela
União Europeia e pelo FMI.
A ND foi capaz de capitalizar
a perda de popularidade do PA-
SOK, vencedor das legislativas
de 2009, opondo-se a todas as
medidas de austeridade. Mas a
sua entrada no governo e seu
apoio ao plano de austeridade
de Papademos, aprovado em 12
de fevereiro, freou o crescimen-
to da direita. ■ AFP
Issei Kato/Reuters
Espanha vira tema de
campanha na França
Presidente Sarkozy diz que uma
vitória socialista levaria a França
a uma situação igual à espanhola
María Carmona
AFP
As preocupações com relação à
economia espanhola trouxeram
o tema da crise da dívida de vol-
ta ao centro dos debates na cam-
panha eleitoral pela presidên-
cia francesa. Faltando onze dias
para o primeiro turno,o presi-
dente Nicolas Sarkozy, que ten-
ta a reeleição, retomou os aler-
tas de que a vitória do candida-
to socialista François Hollande
geraria uma crise financeira tal
qual a espanhola.
Sarkozy, que se aproximou de
François Hollande nas últimas
MEMÓRIA
Ahmed Ben Bella, o
primeiro presidente da
Argélia independente,
morreu ontem em
Argel aos 95 anos,
informou a agência
APS.Ele foi escolhido
em setembro de
1962 o primeiro
presidente da Argélia,
recém-independente
da França. Em 1965
foi derrotado por seu
ministro da Defesa,
o coronel Houari
Boumediene. Ben Bella
presidia desde 2007
o Grupo de Sábios
da União Africana. AFP
Japão quer fortalecer o FMI
País tenta impedir que crise
da dívida da Europa se alastre
e afete a economia global
O Japão iniciará nesta semana
conversas com outros países, in-
cluindo a China, sobre se e co-
mo devem ser aumentados os re-
cursos do Fundo Monetário In-
ternacional (FMI) para ajudar a
impedir que a crise da dívida da
Europa prejudique o crescimen-
to global, disse o ministro das Fi-
nanças do país, Jun Azumi.
O Japão também deve man-
Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 37
sondagens referentes ao primeiro
turno, tem citado incessantemen-
te a Espanha como um exemplo
do que pode acontecer à França
caso vença seu rival socialista.
Essas declarações provoca-
ram inclusive a reação do minis-
tro espanhol da Economia, Luis
de Guindos, que as qualificou
de “sem sentido”.
O presidente francês reiterou
suas afirmações ontem e disse
que se for mantida a postura críti-
ca com relação às medidas de aus-
teridade impostas, como a refor-
ma do pagamento de aposentado-
rias, “não haverá um risco de al-
ta das taxas de juros, mas sim
uma certeza”. Segundo Sarkozy,
essa política oposicionista desen-
cadearia de imediato “uma crise
de confiança massiva”.
Estados Unidos
ainda relutam em
ajudar a ampliar
o capital do fundo
ter discussões de alto nível com
os Estados Unidos, maior sócio
do Fundo, e com a Alemanha,
principal contribuinte do FMI
na Zona do Euro, antes de uma
reunião na próxima semana de
ministros das Finanças e presi-
dentes de bancos centrais do
“A França tem que pedir em-
prestado todo ano ¤ 42 bilhões
para pagar os juros da dívida. Ho-
je, conseguimos obter esse di-
nheiro a uma taxa de juros de
3%, que é uma taxa historica-
mente baixa”, afirmou.
Na véspera, o primeiro-minis-
tro François Fillon disse que a
eleição de Hollande provocaria
imediatamente outros ataques
especulativos contra o euro.
A equipe de Hollande acusou a
direita de “chamar indiretamente
aos especuladores para que atuem
contra os interesses da França”.
Hollande afirmou ontem que
a França perdeu o triplo A (reti-
rado em janeiro passado pela
agência classificadora Standard
and Poor’s) “por causa da ges-
tão do governo atual”. ■
Joseph Barrak/AFP
G20, em Washington, onde um
acordo pode ser fechado.
“Espero que entremos em
consultas específicas, com paí-
ses relevantes”, disse Azumi em
entrevista à agência Kyodo.
Enquanto os EUA relutam em
se envolver ativamente em uma
eventual ampliação dos recur-
sos do FMI, Azumi tem afirma-
do que o Japão, segundo maior
sócio do Fundo, está pronto pa-
ra desempenhar um papel de li-
derança na discussão de medi-
das possíveis. ■ Reuters
38 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

MUNDO
Pascal Rossignol/Reuters

POLÊMICA RESISTÊNCIA

Escritor alemão compara Israel à Stasi, a Morreumdoslíderesdoscombatentesfranceses

polícia política da antiga Alemanha Oriental contraaocupaçãonazistanaSegundaGuerra
O escritor alemão Guenter Grass, ganhador do Nobel de Literatura e Raymond Aubrac, cofundador do movimento “Libertação Sul”,
envolvido em uma guerra retórica contra Israel, disse que o Estado judeu se morreu na noite de terça-feira, aos 97 anos, em um hospital de Paris.
equipara à antiga Alemanha Oriental na sua decisão de proibir o acesso dele Ele foi o último dos dirigentes da Resistência detidos em 1943 em
ao país. Em um comentário que será publicado na edição de hoje do jornal Caluire junto com Jean Moulin, chefe do Conselho Nacional da
Sueddeutsche Zeitung, ele diz que Israel, a extinta Alemanha comunista Resistência. Sua esposa, Lucie Aubrac, outra importante figura do
e Mianmar foram os únicos países que impediram sua entrada. Reuters movimento, morreu em 2007, aos 92 anos. AFP

Mariana Bazo/Reuters

Síria promete trégua

a partir de hoje
Ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Mouallem, garante,
em carta a Kofi Annan, que cessar-fogo vigora nesta quinta-feira
Bulent Kilic/AFP

O emissário da ONU e da Liga

Árabe para a Síria, Kofi Annan,
recebeu uma carta de Damasco
que anuncia o fim dos combates
militares em todo o território sí-
rio nesta quinta-feira,a partir
das 06h00 locais (00h00 no ho-
rário de Brasília), informou seu
porta-voz Ahmad Fawzi.
Damasco acrescentou uma
condição: “o direito de respon-
der proporcionalmente a qual-
quer ataque realizado por gru-
pos terroristas armados contra
civis, forças do governo ou pro-
priedades públicas e privadas”.
A carta foi enviada pelo minis-
tro das Relações Exteriores da
Síria, Walid Mouallem.
“Se todo mundo respeitar (o
plano para o fim dos combates),
acredito que a partir das 06h00
(Damasco) de quinta-feira, de-
vemos ver uma melhoria signifi-
cativa da situação”, declarou
Kofi Annan em coletiva de im-
prensa, ontem, em Teerã com o
ministro das Relações Exterio-
res iraniano, Ali Akbar Salehi.
O fim da violência é o segundo
dos seis pontos do plano Annan,
que foi aceito em 2 de abril pela Sí-
ria e aprovado pelo Conselho de
Segurança da ONU em 5 de abril.
Segundo Fawzi, Annan “continua-
rá a trabalhar com o governo sírio
e com a oposição para garantir a
plena implementação do plano de
seis pontos, o que incluiu o cum-
primento integral do artigo 2º”.
O enviado especial da ONU,
em visita à Turquia na terça-fei-
ra e ao Irã ontem, terá hoje à tar-
de, em Genebra, uma reunião
Hostilidades já provocaram mais de dez mil mortes em toda a Síria
Ataques das tropas agência das Nações Unidas.
Ontem, o Exército sírio, ain-
sírias provocaram da fortemente presente em algu-
pelo menos onze mas áreas, efetuou operações
mortes ontem no país nas quais morreram pelo menos
onze civis, de acordo com o Ob-
servatório Sírio dos Direitos Hu-
por videoconferência, com o manos (OSDH).
Conselho de Segurança da A Síria enfrenta, desde 15 de
ONU. Além disso, deverá se reu- Março de 2011, uma revolta po-
nir no sábado com o chefe das pular reprimida pelo regime. A
Nações Unidas, Ban Ki-moon, violência já causou, de acordo
de passagem em Genebra para a com OSDH, mais de 10.000
reunião anual com os chefes da mortes. ■ AFP
Os mineiros foram recebidos pelo presidente Humala na boca do túnel
Mineiros peruanos
são resgatados
Grupo ficou 7 dias confinado numa mina de cobre
Socorristas resgataram vivos on-
tem os nove mineiros presos há
sete dias a 250 metros de profun-
didade em um túnel horizontal
de uma mina de cobre, no sudes-
te do Peru. Os mineiros começa-
ram a sair caminhando da mina
um por um junto com os socor-
ristas a partir das 07h00 local
(09h00 de Brasília).
O presidente Ollanta Humala
e seus familiares os receberam
na entrada do túnel da mina de
cobre Cabeza de Negro, palco
do drama que prendeu a aten-
ção do Peru desde quinta-fei-
ra.”Este momento é como vol-
tar a nascer”, declarou Edwin
Bellido, um dos resgatados.
“O melhor remédio destes
compatriotas é se encontrar
com sua família. Missão cumpri-
da”, disse a jornalistas o presi-
dente Ollanta Humala. Os mi-
neiros conversaram com o presi-
dente peruano minutos antes
Acidente reforça
campanha de Humala
contra a exploração
ilegal das minas
de ser conduzidos a uma barra-
ca que serve de hospital de cam-
panha para avaliar novamente
seus sinais vitais. Todos eles saí-
ram do acampamento de ambu-
lância em direção ao hospital de
Ica, 325 km a sudeste de Lima.
A mina Cabeza de Negro é
uma jazida informal de cobre e
que é explorada em condições
precárias, depois que a explora-
ção legal da mina foi abandona-
da há mais de duas décadas por
seus proprietários.
Nesse sentido, Humala convo-
cou “os mineiros ilegais e infor-
mais a se legalizar para que te-
nham boas condições de traba-
lho”. ■ Reynaldo Muñoz, AFP

Irã suspende exportação de petróleo para a Alemanha

Restrições já foram aplicada
à França e Grã-Bretanha e
também podem atingir a Itália
O Irã suspendeu as exportações
de petróleo para a Alemanha e
sancionou a 100 empresas da
União Europeia, em resposta às
sanções petroleiras e bancárias
impostas pela Comunidade Eu-
ropeia, informou ontem a im-
prensa iraniana, três dias antes
da reativação das negociações
nucleares do país com represen-
tantes das nações ocidentais.
“O Irã suspendeu suas expor-
tações à Alemanha, depois de
uma medida idêntica com Fran-
ça e Grã-Bretanha e é provável
que as exportações à Itália tam-
bém sejam suspensas”, disse a
rede de televisão Al-Alam.
Estas medidas são uma res-
posta à decisão da UE, do dia 24
de janeiro, de impor um embar-
go petroleiro gradativo sem pre-
cedentes ao Irã e sancionar ao
Banco Central iraniano para es-
trangular o financiamento do
polêmico programa nuclear do
governo iraniano.
Em resposta, Teerã decidiu
em fevereiro suspender suas
vendas de petróleo à França e
Grã-Bretanha, cujas compras
eram muito pequenas.Na ter-
ça-feira, o Irã, segundo maior
produtor da Organização de
Países Exportadores de Petró-
leo (Opep), anunciou a sus-
pensão das vendas à Espanha
e Grécia.
O presidente iraniano, Mah-
moud Ahmadinejad,em pro-
nunciamento na televisão esta-
tal, exigiu ontem que o Oci-
dente abandone a “linguagem
da força”. Os ocidentais “in-
sultam constantemente o po-
vo iraniano e utilizam a lingua-
gem da força e do insulto. No
entanto, digo em nome do po-
vo iraniano que esse método
não dará resultados”, decla-
rou Ahmadinejad. ■ Agências

PONTO FINAL
IDEIAS/DEBATES
Adriano Pires
Diretor do Centro Brasileiro de InfraEstrutura (CBIE)
O gás de xisto e o Brasil
O mercado de gás natural está passando por uma grande transformação
à medida que a exploração de gás de xisto torna-se cada vez mais técni-
ca e economicamente viáveis. A Argentina já está aproveitando esta
oportunidade. Em novembro de 2011, a YPF, controlada pela petroleira
espanhola Repsol, anunciou a descoberta do equivalente a 927 milhões
de barris de petróleo em uma área de 428 quilômetros quadrados da for-
mação de Vaca Muerta, no sudoeste do país. Isso faz com que a Argenti-
na possa estar perto de um boom de gás de xisto parecido com o que
transformou o cenário energético americano nos últimos anos.
Este ano, a Energy Information Administration dos Estados Unidos
(EIA) classificou a Argentina na terceira posição global em termos de re-
servas de gás de xisto tecnicamente recuperáveis, com 774 trilhões de
pés cúbicos. Com os resultados da YPF e a exploração intensiva por com-
panhias com experiência em xisto na América do Norte — como Exxon-
Mobil, Total, EOG Resources e Apache — a Argentina acredita que pode-
rá seguir os passos americanos.
“A inundação de companhias começou há seis meses. Agora, estamos
começando a ver os resultados”, afirma Sam Lee, gerente de portfólio
do Melchior Resources Fundo, que tem US$ 70 milhões em ativos. Ele
possui 8% de seus ativos na Americas Petrogas, que firmou um acordo
para a produção de xisto com a Exxon, 5% em outras empresas menores
e classifica 2012 como “o ano da virada para o setor do petróleo e do gás
na Argentina”.
Vaca Muerta, que fica a uma profundidade de 2.500 a 3.000 metros e
foi ignorada durante décadas, pois os geólogos consideravam essa forma-
ção rochosa improdutiva, sai em vantagem na comparação com as maio-
res formações de xisto dos Estados Unidos, dada que é três vezes mais
profunda que Eagle Ford, no Texas, e poderá produzir o dobro.
O Brasil tem potencial para ser o segundo
maior produtor mundial, depois dos Estados
Unidos, mas há pouco interesse e falta de
investimento na exploração do gás de xisto
A Argentina deverá ser o primeiro país sul-americano a produzir gás
de xisto em grande escala, de acordo com estudo da consultoria KPMG.
O estudo destaca que a expectativa é que o insumo começará a ser produ-
zido em escala comercial no período de três a cinco anos.
Em relação ao Brasil, o estudo afirma que o país tem potencial para
ser o segundo maior produtor depois dos Estados Unidos, mas ressalta
que tem havido pouco interesse e falta de investimento na exploração
do recurso. Segundo a Agência Internacional de Energia, o Brasil apare-
ce em décimo lugar com reservas estimadas de 6,3 trilhões de metros
cúbicos. Nas três primeiras posições estão a China (36,1 trilhões de me-
tros cúbicos), Estados Unidos (24,09 trilhões de metros cúbicos) e Ar-
gentina (21 trilhões de metros cúbicos).
Segundo as previsões do Energy Information Administration (EIA)
norte-americano, a produção de shale gas nos Estados Unidos irá qua-
druplicar entre 2009 e 2035. ■
Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos
Diretor-Presidente José Mascarenhas
Diretores Executivos Alexandre Freeland e Ricardo Galuppo
BRASIL ECONÔMICO
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Quinta-feira, 12 de abril, 2012 Brasil Econômico 39
EUA têm déficit orçamentário recorde
Os Estados Unidos registraram em março um déficit orçamentário recorde
para o mês, de US$ 198,2 bilhões, anunciou ontem o Departamento do Tesouro.
Já o déficit desde o início do ano fiscal (que começa em outubro) registra uma
queda de 6% com relação ao mesmo período do exercício anterior, a US$ 779
bilhões, informou o Tesouro. Em fevereiro, o déficit foi o mais alto registrado
para um mês, chegando a US$ 231,7 bilhões. Fevereiro e março são os meses nos
quais tradicionalmente o déficit fiscal é mais elevado nos Estados Unidos. AFP
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Rodrigo Sias
Economista do Instituto de Economia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Um paralelo entre Obama e Carter
Em 1976, o democrata Jimmy Carter venceu as eleições nos EUA se apresen-
tando como um político descomprometido com o sistema político de
Washington e com um discurso reformista e de questionamento em relação
aos valores tradicionais do país. Carter enfrentou os problemas econômicos
herdados de seus predecessores ao mesmo tempo em que implantou agen-
das “progressistas” internamente e praticou uma “política pacifista” com ên-
fase em direitos humanos no campo das relações internacionais,retirando
apoio a ditaduras aliadas aos EUA.
O exemplo mais eloquente de fracasso de sua política exterior foi no Oriente
Médio, onde abandonando o pragmatismo, Carter abandonou também o aliado
Irã. O resultado foi a derrubada do Xá Reza Pahlevi, estabelecendo-se uma teo-
cracia inimiga dos EUA até hoje. Carter ainda diminuiu a pressão sobre o mundo
comunista - possibilitando o avanço da URSS no Afeganistão - e abriu espaços
para inimigos dos EUA. Esses episódios contribuíram para a derrota dele - consi-
derado fraco e indeciso - na eleição seguinte, ganha por Ronald Reagan.
Obama sabe que demonstrações de fraqueza
nas relações internacionais não são bem-vistas
aos olhos da opinião pública estadunidense
Ex-ator de Hollywood com atuações destacadas em filmes de faroeste,
Reagan reafirmou os valores tradicionais e conservadores de seu país ao mes-
mo tempo em que fazia o papel de xerife, enquadrando com autoridade alia-
dos, falando grosso com inimigos e respondendo ameaças de forma firme e
dura. O governo Reagan foi um grande sucesso. Venceu a Guerra Fria, impul-
sionou a economia e recuperou a autoestima dos EUA.
O fim do governo Nixon/Ford lembra, de certa forma, o crepúsculo do gover-
no Bush. Tanto no final dos anos 1970 como no final dos anos 2000, o espaço elei-
toral foi aberto para candidatos que prometessem mudanças, graças a impressão
geral de que os EUA perdiam espaço e prestígio com a estagnação econômica.
Foi aproveitando momento político semelhante que tanto Carter como Ba-
rack Obama se elegeram. O paralelo entre os dois democratas é muito claro.
Ambos, inclusive, eram relativamente desconhecidos nacionalmente em
seu país até que as primárias do Partido Democrata entraram em cena. Embo-
ra os sinais de recuperação econômica dos Estados Unidos possam favorecer
Obama, sua reeleição dependerá muito de seus posicionamentos em política
interna e relações internacionais, assim como ocorreu com Carter.
Obama sabe que demonstrações de fraqueza nas relações internacionais
não são bem-vistas aos olhos da opinião pública estadunidense. Por isso, re-
centemente tem empregado uma retórica belicista e intimidadora contra o
Irã. No entanto, trata-se apenas de mera propaganda eleitoral. Obama não
tem o menor problema com o Islã radical. Enquanto finge falar grosso com o
Irã, ajuda o triunfo da Primavera Árabe, sendo aplaudido inclusive pelo ex-
presidente Carter, o que mostra a afinidade ideológica entre ambos.
Internamente, seu claro comprometimento com forças globalistas, políti-
cas “progressistas” anticristãs e medidas de ampliação do peso e regulações
estatais, além do imbróglio em relação ao local de seu nascimento - há cada
vez mais evidências de que Obama teria nascido no exterior e por isso, não
poderia ter sido eleito presidente dos EUA - têm aglutinado forças conserva-
doras, na qual o Tea Party é o símbolo mais claro. O problema para os repu-
blicanos conservadores é que não há nenhum Ronald Reagan à vista. ■
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40 Brasil Econômico Quinta-feira, 12 de abril, 2012

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ÚLTIMA HORA

STF suspende julgamento de aborto de Ricardo Galuppo

rgaluppo@brasileconomico.com.br
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anencéfalos com cinco votos favoráveis
Nelson Jr./ABr

O julgamento sobre a descriminali-

zação do aborto no caso de fetos
anencéfalos no Supremo Tribunal
Federal (STF) foi suspenso ontem pe-
lo ministro Cezar Pesulo com pla-
car de cinco votos favoráveis à inter-
rupção da gravidez e apenas um con-
trário. O tema voltará à pauta do Su-
premo na sessão de hoje.
O relator do caso, ministro Marco
Aurélio Mello, considerou proceden-
te a Arguição de Descumprimento
de Preceito Fundamental (ADPF),
movida pela Confederação Nacional
dos Trabalhadores na Saúde (CNTS),
que pede a descriminalização do
aborto de anencéfalos.
Marco Aurélio foi acompanhado
pelos ministros Joaquim Barbosa,
Rosa Webber, Luiz Fux e Cármen Lú-
cia. O ministro Ricardo Lewando-
wski votou pela improcedência da
ADPF, alegando entender que o te-
ma deveria ser tratado pelos parla-
mentares no Congresso Nacional.
A sessão não contou com a partici-
pação do ministro Dias Tóffoli, que se
declarou impedido por ter se manifes-
tado sobre o caso quando ainda era ad-
Cezar Peluso: tema voltará para a pauta do Supremo na sessão de hoje
vogado-geral da União. Assim, qua-
tro ministros ainda têm de votar.
Entidades favoráveis ao aborto
de fetos anencéfalos argumentam
que a medida preserva a dignidade
da mãe ao poupá-la do sofrimento
de gestar uma criança que não terá
chances de sobrevivência após o
Ag. Petrobras
BB deve liberar R$ 2 bi
parto. Entidades religiosas, como a
Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), afirmam que o
aborto viola o direito do feto à vida
e que a legalização da interrupção
da gravidez nesses casos represen-
taria uma discriminação contra
doentes. ■ Reuters
Praga suprapartidária
Tomara que, desta vez, as investigações cheguem ao
ponto mais profundo e os envolvidos no esquema do bi-
cheiro Carlinhos Cachoeira sejam punidos na forma da
lei. É um sonho, tudo bem, mas tomara que desta vez to-
dos paguem pelos erros. Não importa se o envolvido se-
ja o senador Demóstenes Torres, eleito pelo DEM de
Goiás e hoje sem partido, ou o governador do Distrito Fe-
deral, Agnello Queiroz, do PT — que teve sua eleição faci-
litada pelo envolvimento do antecessor, José Roberto
Arruda, num esquema de corrupção tão cabeludo quan-
to o desse tal Carlinhos. Queiroz garante que não se reu-
niu com o contraventor e até prova em contrário tem
que ser considerado inocente. Talvez seja mesmo. Mas a
comprovação de que aliados seus mantinham negócios
com a quadrilha abre uma suspeita que, pelo bem da re-
putação do governador, deve ser apurada até o fim. De
qualquer forma, a lista é variada e inclui outros nomes
vistosos, como o do deputado Protógenes Queiroz, do
PCdoB, uma espécie de Demóstenes da esquerda. Um e
outro eram habituados a apontar o dedo acusador con-
tra os adversários. Ainda não há, também, qualquer acu-
sação mais consistente contra Queiroz. Mas nesse caso,
o problema é menor. Afinal, o próprio deputado (e dele-
gado licenciado da Polícia Federal), sempre agiu como
um especialista na arte da acusação sem provas. Nesse
caso, estaria apenas provando do próprio veneno.

para estocagem de café Nas democracias evoluídas,

Companhia informa: não há perfuração recente na área
Petrobras diz que óleo
não é da Bacia de Campos
A Petrobras informou ontem que análise das amostras de
“gotículas” de óleo encontradas domingo no Campo de
Roncador, na Bacia de Campos, explorado pela empresa,
comprovaram não se tratar de petróleo proveniente de
qualquer reservatório produtor dessa área ou de qual-
quer outro petróleo produzido na Bacia de Campos.
Segundo a estatal, as gotículas coletadas têm caracte-
rísticas semelhantes às de um tipo de fluido usado na
operação de perfuração de poços e que tem como consti-
tuinte básico a parafina. “Não há perfurações recentes
nas proximidades dessa área do Campo de Roncador e
não há registro de manchas de fluido na superfície do
mar”, afirmou a companhia.
A Petrobras disse ainda que a qualidade da cimenta-
ção dos poços do Campo de Roncador, nas proximida-
des da ocorrência, foi verificada pelos técnicos da com-
panhia, indicando existir integridade e isolamento efeti-
vo entre os poços e as formações no seu entorno. ■ ABr
Os produtores brasileiros de café devem receber um re-
forço para a estocagem do produto de R$ 2 bilhões do
Banco do Brasil, disse ontem Silas Brasileiro, presidente
do Conselho Nacional do Café. A linha de financiamen-
to deve estar disponível a partir de junho para o período
da colheita, informou Brasileiro. No ano passado, os pro-
dutores começaram a receber os desembolsos em setem-
bro, afirmou. “Nunca consideramos reter o produto”,
disse Brasileiro. “Apenas queremos que exista um fluxo
ordenado de produção.” O executivo previu que os pre-
ços do café fechem este ano em níveis próximos dos de
2011. Procurado, o Banco do Brasil não respondeu à soli-
citação de entrevista. ■ Bloomberg
Paul Smith/Bloomberg
Linhadecréditoestarádisponível a partir de junho
a corrupção é punida. No Brasil,
serve de inspiração para
os políticos de outras legendas
Acima e além da culpa individual de cada acusado,
existe um aspecto estrutural que precisa ser atacado de
frente. Pelo que se vê na ação do bicheiro e em sua incrí-
vel capacidade de estabelecer conexões com políticos,
corrupção no Brasil é uma praga suprapartidária. E não
pode mais ser tratada da forma leviana como vem sen-
do até aqui. Em qualquer democracia evoluída, o políti-
co flagrado em corrupção é punido e seu caso utilizado
como exemplo para que outros não se sintam tentados
a repeti-lo. No Brasil, a corrupção dos políticos de um
partido serve de desculpa (ou de inspiração) para que
os filiados a outras legendas também se apropriem do
dinheiro do povo. Esse jogo, francamente, já cansou!
A questão, no fundo, é simples. O Brasil tem leis que
favorecem a corrupção. Ponto final. A complexidade
dos processos de licitação e a quantidade de brechas que
se tem para os aditamentos posteriores à assinatura dos
contratos permite que os interessados em fraudar te-
nham um campo fértil para agir sem deixar rastros mais
visíveis. Mais útil do que uma CPI para apurar o caso
(que não pode, de maneira alguma, substituir as investi-
gações conduzidas pela Polícia Federal) seria uma revi-
são geral da legislação e o estabelecimento de procedi-
mentos mais claros para que o poder público contrate
prestadores privados de serviços. Mas isso, francamen-
te, é outro sonho impossível. CPIs, no Brasil, são os pal-
cos dos quais muitos políticos se valem para vestir a más-
cara da indignação e da honestidade e, dali, tentar alçar
voos mais altos na política. E essa, mais uma vez, será
instalada e chegará ao fim espalhando a sensação de que
nada resolver. Tomara que eu esteja errado. Tomara. ■

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