AULA 01
A HISTÓRIA DO
PENSAMENTO
FILOSÓFICO
(PARTE 01)
SUMÁRIO
Sumário .......................................................................................... 1
1 - Considerações Iniciais .................................................................. 2
2 - Pensadores ................................................................................. 2
2.1 – Antiguidade........................................................................... 2
2.2 Período Medieval .................................................................... 13
2.3 - Modernidade ........................................................................ 16
3- Lista de questões ........................................................................ 40
4 - Considerações Finais .................................................................. 43
2 - PENSADORES
2.1 Antiguidade (700 a.C 250 d.C)
Em relação ao estudo dos pensadores da antiguidade, vamos abordar o
pensamento: dos pré-socráticos, sofistas, de Sócrates, Platão, Aristóteles,
o epicurismo e o estoicismo.
Pré-
Sofistas Sócrates Platão Aristóteles Epicurismo Estoicismo
socráticos
Pré-Socráticos (VII a. C)
Nomeamos como “pré-socráticos” todos os pensadores que viveram nos
séculos anteriores à Sócrates. Estes autores desenvolveram os primeiros
pensamentos considerados filosóficos se distanciando dos mitos e buscam
uma definição racional dos eventos naturais.
Nesse período a Filosofia poderia ser dividida em três acepções: lógica,
ética e física.
• A lógica envolve a linguagem e seu significado, o pensamento e o
argumento.
• A ética compreende as teorias morais, a política, sociologia e
etnografia.
• A física discorre sobre o estudo da natureza e os seus fenômenos.
Outros conceitos importantes surgiram
nesse período como a noção de kósmos
que seria o universo ordenado; diké que
seria a justa forma de se opor a discórdia
(éris), violência (bia), imoderação
(hybris). A natureza (physis) se
diferenciaria da técnica (techne).
Considera-se como técnica os artefatos
criados pelo homem dentre eles a
sociedade, a lei e o Direito.
Os termos logos e arché também eram empregados por
esses autores, o primeiro significava a racionalidade humana, e o segundo
a origem e o princípio material de todas as coisas.
Os pensadores pré-socráticos se voltavam a estudo da física. Esses estudos
desencadearam a cosmologia como uma tentativa de buscar explicações
para todas as coisas que existem. O objetivo central é encontrar a essência,
ou seja, conhecer a causa de todas as coisas e que confere unidade ao
mundo, isso quer dizer a arché.
Pensador Arché
Tales de Mileto (625-546 a.C) A matéria básica do cosmos é o a água, por ela ser
essencial a vida, capaz de mudar de formato e ser
algo a partir do qual tudo pode ser formado.
Heŕclito de ́feso (535-475 a.C) Existem pares contrários (como o dia e a noite, o frio
e o calor) que trazem equilíbrio para o universo, a
tensão entre esses contrários desenvolve o fluxo ou a
mudança. A essência das coisas estaria na mudança.
1
Não podemos esquecer que apenas os nascidos na cidade do sexo masculino e adultos
eram cidadãos, ficando de fora as mulheres, crianças, escravos e estrangeiros.
Sócrates (469-399 a. C)
Um dos maiores nomes da Filosofia, seu pensamento é um marco na
história da Ética. Sócrates acreditava ser possível atingir o conhecimento
verdadeiro das coisas por meio do diálogo.
O método Socrático foi desenvolvido com base na retórica, pelo qual
questiona-se o interlocutor e as respostas por ele dadas. A esse
procedimento denominou-se maiêutica. A maiêutica é baseada na ironia e
no diálogo para parir ideias, também chamado de parturição discursiva das
ideias.
Sócrates se opunha aos sofistas, pois não era um relativista. Seu
pensamento era autêntico e dotado de antagonismo, de tal modo que
rompeu com a tradição filosófica do período.
O filósofo considerava que o conhecimento
estaria no próprio homem, que ao se conhecer
poderia conhecer melhor o mundo.
Para ele a ética estava associada ao
conhecimento. Assim, somente poderia ser
ético aquele que tivesse conhecimento com
a capacidade de discernir o bem do mal.
Nesse contexto, desenvolve concepção
própria de virtude. Assim, a maior virtude de
todas é concluir, por meio do conhecimento, que nada
sabe.
Quanto às leis o autor defende que as pessoas devem observá-las,
sejam elas justas ou injustas, porque elas constituem um instrumento de
coesão social, que tem um objetivo maior, o bem comum.
As principais características do autor era o respeito às leis, à busca pela
verdade, o engajamento cidadão pelos interesses da sociedade. Também
tratou da busca pela felicidade que não consiste no conforto com boa
situação entre os homens, mas sim em apreciar o que é valorizado pelos
deuses, pois estes eram os seres mais perfeitos.
A felicidade exigiria o domínio das paixões e a condução das forças humanas
para o saber. No contexto da convivência em sociedade, conclui o filósofo
que a ética constitui o agir conforme a lei, acima do bem individual.
JUSTIÇA
justiça na relação entre duas partes
PARTICULAR
2
Recordando que a cidadania era limitada entre os gregos, mulheres, idosos, crianças e
estrangeiros estavam à margem deste conceito.
Pós-socráticos
Após a morte de Sócrates a filosofia começou a declinar com o passar o
século IV a. C. Os filósofos aos poucos desapareceram das praças públicas,
e as escolas de Filosofia também. No entanto, temos ainda outras teorias
influenciaram a Filosofia no período, dentre elas o epicurismo e o
estoicismo.
Epicurismo Epicuro de Samos (341-270 a.C)
Baseada no empirismo anuncia a explicação do mundo a partir dos
elementos que o integram. A morte é somente a desagregação dessa
matéria, e nada significa, pois deixa de existir toda a causa do
conhecimento, de toda dor e de todo o prazer. O pensamento epicurista
rompe com a crença aos deuses gregos, o que ocorria em Platão e Sócrates.
Nega-se a existência da divindade e dos mitos, as lendas e crenças são
insatisfatórias para responder as necessidades humanas. Deste modo, o
que organiza a vida do homem é o prazer e a dor. O objetivo central da
vida seria a paz de espírito ou tranquilidade, as raízes do bem e do mal
seriam o prazer e a dor, desse modo seria impossível viver de modo
agradável sem viver de maneira sábia, honrada e justa.
Para Epicuro a Justiça advém da ideia de que cada indivíduo deve buscar
uma vida prazerosa para que não busque a dominação do outro. Assim,
com base na solidariedade, a justiça está em agir pensando no outro. Nesse
sentido, o que é justo ou injusto decorre de uma convenção entre os
homens.
O epicurismo é uma doutrina filosófica de caráter sensorial e empírico para
definir o que é o bem agir, não se fundamenta no Bem (como pensou
Platão), nem no meio-termo (conforme o pensamento aristotélico), mas sim
no equilíbrio que proporciona a felicidade, chamada de ataraxia. O
epicurismo influenciou o utilitarismo desenvolvido por Jeremy Bentham, a
qual vamos estudar posteriormente.
Caberia ao indivíduo deixar de lado as coisas que não tem controle e tornar-
se indiferente à dor, prazer, pobreza e riqueza, aceitando a vontade do
legislador. A justiça estaria em se sintonizar com a reta razão fonte do
direito natural, e não a convenção entre os homens.
No estoicismo retorna-se a ideia de ataraxia um estado de harmonia
corporal, moral e espiritual, por saber distinguir o bem do mal. Não se abala
excessivamente nem pelo bem, nem pelo mal que possa ocorrer. Assim a
interioridade daria um estado imperturbável diante das ocorrências
externas.
Entre esses autores não havia uma divisão muito clara entre o Direito e a
Justiça o debate do Direito estava atrelado a ideia de Justiça. As leis
confundiam valores morais, religiosos e jurídicos.
Com os estoicos inaugura-se o jusnaturalismo, que prega que os homens
possuem direitos a serem alcançados e que devem ser respeitados
independente do ordenamento jurídico ou sistema de Direito constituído
(recordando que em Antígona já havia uma discussão entre a justiça e a lei
dos homens). Na sequência veremos que essa forma de pensar tem muita
ligação com o desenvolvimento do cristianismo.
Cristianismo
O desenvolvimento do Direito e das noções de justiça está profundamente
ligado com a concepção cristã, que formou parte significativa dos conceitos
jurídicos e da percepção ocidental sobre as relações humanas.
Buscamos apresentar algumas noções trazidas pela Bíblia sem levar em
consideração o uso sócio histórico que recebeu pelas diferentes vertentes
religiosas que a interpretam dentre elas o catolicismo, luteranismo,
calvinismo havendo ainda muitas outras.
Jesus Cristo trouxe em sua doutrina novas dimensões para a justiça.
Enquanto a justiça humana é transitória e ligada ao poder, não estaria nela
a verdade, mas sim na lei de Deus que é absoluta, eterna e imutável.
Os principais ensinamentos sobre justiça para o cristianismo estão nos
Evangelhos que contam a vida de Jesus, seus ensinamentos, seu
julgamento e morte. A fé cristã atribui a Jesus natureza divina e humana,
sendo enviado para a terra para viver entre os homens ensinando como
deveriam se portar, e por meio de sua morte remir o pecado dos homens.
A morte de Jesus foi um acontecimento grande porte que provocou grande
expansão de sua pregação, a mensagem passada pelos apóstolos anunciava
a Justiça Divina e a mensagem de salvação trazida por Jesus: a Boa Nova.
Jesus aperfeiçoa a tradição dos profetas judaicos ao romper com a vingança
e apresentar como alternativa o perdão e o esquecimento das ofensas e
males causados. Jesus faz isso sem relativizar a religião judaica, mas sim
aumenta a severidade moral:
“Aprendeste o que foi dito aos Antigos: Não matareis, e todo aquele que matar
merecerá ser condenado pelo julgamento. Mas eu vos digo que todo aquele que se
encolerizar contra seu irmão merecerá ser condenado pelo julgamento; que aquele
bem mal
alma corpo
divino humano
relativo absoluto
ERRADO
seguirem uma reta razão orientando suas ações para o Bem Comum a
sociedade poderá fruir destes benefícios.
2.3 - Modernidade
A Filosofia do Direito Moderna
A chamada Idade Moderna representa um período que se estende por três
séculos e é marcada por três grandes movimentos filosóficos e políticos: o
Renascimento, o Absolutismo e o Iluminismo.
O Renascimento se inicia no fim da Idade Média e representa o resgate o
pensamento dos filósofos gregos em contraposição ao pensamento
teleológico que dominou todo o período. Assim, por desfocar da visão de
Deus e retomar a posição do homem, o período é chamado também de
Humanismo. Maquiavel é um dos nomes mais expressivos desse período.
O Absolutismo traz de volta a ideia de que o poder humano advém do
poder divino, o que servirá para dar poder aos reis. Assim, a moralidade do
Monarca está acima de qualquer julgamento, pois o seu poder e seus atos
encontram legitimação na vontade divina. Deste modo, a filosofia do direito
desloca-se da discussão da moral política para a fundamentação moral do
poder.
Em contraponto a essa etapa surge o Iluminismo, capitaneado por Locke,
Rousseau, Montesquieu e Kant. O iluminismo busca se fundar na razão e
não mais na fé.
Maquiavel (1469-1527)
Precisamos compreender Maquiavel dentro do contexto histórico em que
esteve inserido. Maquiavel nasceu em Florença em uma época de agitações
políticas, e invasões estrangeiras em uma península itálica não unificada.
Conhecendo vários líderes e reinados escreve sua obra O príncipe (1512-
1513) na qual dá conselhos para um futuro príncipe. Nasce a Ciência Política
por meio da análise empírica de reinados e dos modos de se governar. Uma
característica central do autor é a cisão moral que desencadeou.
O pensamento de Maquiavel possui aspectos práticos, pois descreve o que
o governante deveria fazer para chegar ao poder e para mantê-lo, com em
uma análise realista.
Nesse contexto, o conceito de virtude (virtú) de Maquiavel é tudo aquilo
que é necessário fazer para se atingir o poder para mantê-lo. Está ligado a
virilidade, ao invés da virtude relacionada a moralidade. Dessa forma, o
governante poderia desenvolver várias espécies de virtude, como o
carisma, a inteligência, a força.
Outro conceito importante é a fortuna que não significa sorte, mas sim
capacidade de prever as ações dos opositores e evitar circunstâncias ruins.
Em razão disso, vários pensamentos de Maquiavel tornaram-se clássicos.
Vejamos:
de Natureza
Os Direitos Naturais precisavam ser
defendidos, e para isso surge o
contrato social
O autor influenciou o desenvolvimento
do liberalismo
3
A Revolução Copernicana nas ciências diz respeito a alteração da compreensão de que a Terra era
o centro do universo (sistema teocêntrico), mas sim o sol poderia ser o centro do universo (sistema
heliocêntrico). No caso de Kant, deixa-se de se analisar o objeto e passasse a analisar o sujeito.
Importante:
Na perspectiva moral não há outro
interesse senão apenas o cumprimento
do dever
e o seu
é cumprir o sem interesse
moralidade dever externo
fundamento é a
boa vontade.
A boa vontade não é boa por promover ou realizar algo, mas sim pelo
querer da pessoa. Na teoria de Kant a boa vontade se encerra em si
mesma e não recebe influência externa.
Esse aspecto da teoria de Kant se opõe às noções da filosofia antiga e da
filosofia medieval. Para os filósofos gregos, especialmente Aristóteles, a
moralidade busca a felicidade como fim último. Já os pensadores medievais
o dever advinha de uma fonte externa ao sujeito: Deus. Para Kant a boa
vontade se encerra em si mesma, quando o sujeito cumpre um determinado
dever em razão de seu querer.
O núcleo central do pensamento de Immanuel Kant sobre a moralidade está
no conceito de imperativo categórico. Mas o que é um imperativo? Na
gramática utilizamos o modo verbal imperativo para expressar uma ordem,
um comando ou exortação. “Faça as questões!” “Estude os exercícios!”
São exemplo de imperativos.
Vamos estudar duas formas de imperativos da obra de Kant o imperativo
categórico e o imperativo hipotético. Quando utilizamos o termo
categórico significa que um enunciado que não admite dúvidas. Já o termo
hipotético remete a um enunciado cuja verificação depende de suas
consequências.
Imperativo hipotético
Já analisamos o termo imperativo ele exprime uma ordem um comando,
quando associamos o termo hipotético estamos condicionando o enunciado
a uma verificação.
O imperativo hipotético é formado por uma ação e uma
consequência. Exemplo: Se as pessoas pensarem de modo positivo serão
felizes.
Essa frase tem um comando: “pensar de modo
FORMULA DO IMPERATIVO positivo” e uma consequência para quem o
HIPOTÉTICO seguir “ser feliz”.
“Se quiser x, faça y.” O imperativo hipotético propõe um dever que
servirá como um meio para se obter algo.
Exemplo: Se não quer ir para a prisão, não roube.
Exemplo: Um comerciante busca ser honesto em sua atuação, para que
isto não afaste os clientes.
Podemos sintetizar o imperativo hipotético em uma fórmula: “Se quiser x,
faça y.” Encontramos imperativos hipotéticos nas leis positivas.
Imperativo categórico
Ao contrário do imperativo hipotético, no qual
a pessoa age de um modo para alcançar outro, FORMULA DO IMPERATIVO
o imperativo categórico se configura em um CATEGÓRICO
mecanismo da razão e não um conjunto de “Faça X”
regras. Agir apenas segundo
É o cumprimento do dever sem esperar nada uma máxima tal que
em troca. Não podemos compreender o possas ao mesmo
imperativo categórico como um conjunto de tempo querer que ela
mandamentos morais, mas sim como uma se torne lei universal
espécie de raciocínio.
Quando uma pessoa está em dúvida sobre um
aspecto de seu agir deverá orientar sua decisão de tal modo que a máxima
de sua vontade possa valer para todas as pessoas como uma legislação
universal.
Vamos rever os exemplos do imperativo hipotético e analisá-los pela ótica
do imperativo categórico no quadro abaixo.
Se não quer ir para a Neste caso a motivação para não roubar e não Não roube.
prisão, não roube. prejudicar as demais pessoas é o medo da
prisão.
Nos dois exemplos quando se age pelo imperativo categórico (e não pelo
imperativo hipotético) não há existe o medo da punição, logo a impunidade
não servirá como um estímulo para agir de modo errado.
Ao pensar assim as pessoas não são vistas como um meio para
alcançar determinada finalidade, mas sim como um fim em si
mesmo. Isso por que as pessoas são dotadas de dignidade, já as
coisas são dotadas de um preço.
Seguindo a compreensão do imperativo categórico apenas as ações que
puderem ser universalizadas podem ser consideradas justas e boas.
A partir do imperativo categórico caso a pessoa se encontrasse em uma
situação crítica, onde mentindo pudesse resolver um embaraço, o raciocínio
do imperativo categórico afastaria essa ação. Vejamos: Caso todas as
pessoas mentissem, quais seriam as consequências sociais? Para Kant a
mentira não seria plausível para a vida em sociedade, pois prejudicaria os
níveis de confiança e a estabilidade dos negócios jurídicos.
A autonomia e a heteronomia
Para compreender as relações entre as pessoas e o Direito é necessário
estudar os conceitos de autonomia e heteronomia.
Autonomia
A autonomia é a capacidade de uma pessoa em determinar suas ações de
acordo com sua vontade, porém sobre o julgo da razão. A ideia de
autonomia está associada ao imperativo categórico, logo estamos falando
de uma decisão que pode ser utilizada como máxima universal.
A autonomia não depende de uma vontade externa, mas sim da vontade
própria do indivíduo. Podemos considerar a autonomia como uma
autodeterminação da vontade e também como o fundamento da dignidade
da natureza humana, pois está ligada à moralidade. A autonomia age de
modo livre, pois não sofre uma coerção externa.
Heteronomia
Quando uma pessoa ou instituição estão limitadas por algo alheio a sua
vontade deixamos o campo da autonomia e passamos para o campo da
dependência. Neste caso, não há uma livre vontade, mas sim uma
obrigação. Quando estudamos a autonomia relacionamos suas
características com o imperativo categórico, já no caso da heteronomia
Autonomia Heteronomia
Justiça e liberdade
O pensamento kantiano relaciona a autodeterminação da vontade (decidir
apenas com a intenção de cumprir o dever, e sem sofrer nenhuma espécie
de coerção) com a liberdade.
Esse critério também é sensível no estudo de Kant sobre a Justiça. Na
filosofia vários pensadores se debruçaram sobre o questionamento: Qual é
o critério para que possamos definir o que é justo e o que é injusto?
A história do pensamento jurídico possui várias teorias da justiça que
procuraram responder qual seria a finalidade última do Direito. Existem três
concepções para responder esta questão sobre a Justiça.
1ª) A Justiça é ordem. Saímos de um estado de anarquia (estado da
natureza) e buscamos a salvaguarda da vida por meio do Direito. Essa
concepção é clara em Thomas Hobbes e nos primeiros autores
contratualistas.
2ª) A Justiça é igualdade. Aqui encontramos a acepção dos gregos, em
especial Aristóteles. Garantir a igualdade entre os homens, exige remediar
as desigualdades naturais com os recursos sociais. A justiça passa pela
proteção social e pela distribuição de bens para os pobres e para os fracos.
3ª) A justiça é liberdade. É nesta ideia que se filia Kant. O fim último do
direito é a liberdade. Esta é a razão para que o homem se reúna em uma
sociedade, para que possa expressar sua personalidade e seu talento. O
Direito limita as liberdades individuais.
A Liberdade para Kant é a faculdade de não agir sendo influenciado pelas
forças inferiores das paixões, ou pela força externa que provém do arbítrio
dos outros.
Liberdade
Interna Externa
"Eu comigo mesmo" "Eu com os demais"
Um dever com a perfeição pessoal Um dever com a felicidade dos outros
Liberdade moral Liberdade jurídica
Faculdade de adequação às leis a Faculdade de agir no mundo
nossa razão externo sem ser impedido
Justiça
Permite garantias para
expressar a liberdade sem
ser impedido.
Injustiça
A interferência na liberdade
dos outros.
3- LISTA DE QUESTÕES
de qualquer ser racional. Assinale a opção que contém, segundo Kant, essa
lei universal do direito.
a) Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como
na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim, e nunca
como meio.
b) Age exteriormente, de modo que o livre uso de teu arbítrio possa se
conciliar com a liberdade de todos, segundo uma lei universal.
c) Age como se a máxima de tua ação se devesse tornar, pela tua vontade,
lei universal da natureza.
d) Age de forma que conserves sempre a tua liberdade, ainda que tenhas
de resistir à liberdade alheia.
GABARITO: B
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de nossa aula 01 do Curso de Filosofia do Direito para a
OAB. Tratamos:
A história do pensamento
filosófico (parte 01)
kstrapasson@gmail.com