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GESTÃO DO MEIO AMBIENTE SEGUNDO A ABNT NBR

ISO 14.001:2015 E RESPONSABILIDADE SOCIAL


CORPORATIVA

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SUMÁRIO

NOSSA HISTÓRIA ...................................................................................................... 2

1. ASPECTOS AMBIENTAIS NAS ORGANIZAÇÕES ......................................... 3

1.1 O Que São Aspectos e Impactos Ambientais ................................................... 3

1.2 Exemplos de Aspectos e Impactos Ambientais ................................................ 4

1.3 Consequências de não Controlar Aspectos e Impactos Ambientais ................. 4

2. PROCESSO DAS ORGANIZAÇÕES NO ÂMBITO DO SGA ........................... 6

3. O DESPERTAR DA REALIDADE AMBIENTAL ................................................ 7

3.1 Certificação Ambiental ...................................................................................... 7

3.1.1 Definições e objetivos do licenciamento ambiental ......................................... 10

4. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ............................................................. 12

4.1 Etapas de implementação de um Sistema de Gestão Ambiental ................... 14

4.2 Vantagens do Sistema de Gestão Ambiental ................................................. 18

5. AS 50 EMPRESAS MAIS SUSTENTÁVEIS ................................................... 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 20

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1. ASPECTOS AMBIENTAIS NAS ORGANIZAÇÕES

Nos tempos atuais, as organizações precisam realizar o levantamento de


aspectos e impactos ambientais, atentando para o que pode causar modificações e
trazer consequências à natureza. Essa preocupação, que deve ser levada a sério
pelas empresas, está relacionada aos aspectos e impactos ambientais. É fundamental
fazer um levantamento desses dados para o controle e a prevenção dos riscos que
comprometam o meio ambiente.
Há uma metodologia capaz de mensurar se aspectos e impactos ambientais
são significativos e quais medidas podem ser tomadas para evitá-los. Ter esse
controle é essencial para o sucesso da gestão ambiental de uma empresa. Além disso,
evita que a organização sofra sanções por estar em discordância com a legislação
ambiental.

1.1 O Que São Aspectos e Impactos Ambientais

Aspecto ambiental é todo elemento que pode causar alguma modificação ao


meio ambiente. É o que pode interagir ou alterar a natureza, fruto do que uma empresa
consome, gera ou emite. Um aspecto ambiental significativo tem a capacidade de
causar um impacto ambiental também importante.
Impactos ambientais se relacionam às consequências, ou seja, aos danos ou
efeitos que os aspectos ambientais causam ao meio ambiente. O Conselho Nacional
de Meio Ambiente (CONAMA), por meio da Resolução 001/86, conceitua impacto
ambiental da seguinte forma:

“Impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas


e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultante de atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetem: a saúde, segurança e o bem-estar da população; as atividades
sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias e o meio
ambiente e a qualidade dos recursos ambientais”.

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1.2 Exemplos de Aspectos e Impactos Ambientais

Imagine uma empresa que emite gás poluente ao fabricar seus produtos. Nesse
caso, o aspecto ambiental é a geração da poluição e o impacto, é a contaminação do
ar.
Outro exemplo que torna compreensível os conceitos está ligado à má gestão
dos resíduos gerados por uma organização. O manejo incorreto de resíduos na oficina
de manutenção de uma fábrica ilustra a geração de aspecto e impacto ambiental.
Nesse caso, se há o vazamento de óleo e o descuido com embalagens contaminadas
fica caracterizado o aspecto ambiental. Já o descarte desses materiais em rios,
poluindo as águas, ilustra o impacto ambiental.
Estamos nos concentrando em causas e consequências danosas ao meio
ambiente. Porém, há muitas situações relacionadas ao que empresa consome, gera
ou emite que são benéficas à natureza. Um exemplo positivo vem deste restaurante
mineiro que investiu em práticas sustentáveis, gerando aspectos e impactos que
poupam recursos naturais.
O estabelecimento conta com um sistema de captação de água que trata e
armazena 20 mil litros. O reuso da água é aproveitado em bacias sanitárias, lavanderia
e na lavagem das áreas comuns do restaurante. Além do sistema de água, 70% da
energia usada é produzida pelo próprio estabelecimento. Foi instalada uma estação
eólica e placas fotovoltaicas, que transformam a luz do sol.

1.3 Consequências de não Controlar Aspectos e Impactos Ambientais

A empresa que gera aspectos e impactos ambientais negativos pode sofrer


consequências. Isso porque qualquer dano não só à fauna e à flora, mas também à
saúde humana é considerado crime ambiental (Lei nº 9.605/1998).
A organização que tem práticas ilegais em relação ao meio ambiente pode
sofrer multas que variam de R$500,00 a R$2 milhões. Além disso, pode haver
responsabilização penal dos responsáveis pela ação criminosa, com penas de
reclusão. A lei estabelece de seis meses a um ano para crimes não intencionais e de
um a seis anos para crimes intencionais.
Levantamento de aspectos e impactos ambientais é fundamental

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Diagnosticar aspectos e impactos ambientais é essencial para uma empresa
saber como evitar riscos à saúde humana e à natureza. Por meio de uma planilha
denominada LAIA (Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais) é possível
traçar esse panorama.
O LAIA deve conter dados relacionados à:
 Identificação das áreas, processos e atividades da empresa;
 Identificação dos aspectos e impactos ambientais;
 Frequência ou probabilidade do aspecto ambiental;
 Abrangência do impacto ambiental;
 Severidade do impacto ambiental;
 Classe do impacto ambiental;
 Identificação dos aspectos ambientais significativos.
Após esse levantamento, os dados precisam ser catalogados e separados. Em
seguida, deve se fazer o cruzamento das informações, podendo ser utilizada a
metodologia FMEA (Failure Mode anD Effect Analysis). Trata-se da Análise do Tipo e
Efeito de Falha, uma ferramenta que apura os riscos potenciais e aponta ações de
melhoria.
Por fim, o resultado do LAIA deve recomendar ações para tratar cada aspecto
e cada impacto ambiental da organização.

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2. PROCESSO DAS ORGANIZAÇÕES NO ÂMBITO DO SGA

Nos primórdios o homem dependia muito da natureza para realização de suas


atividades, isso gerou uma exploração exagerada dos recursos naturais.
Após a Revolução Industrial que ocorreu na Europa no século XVIII e XIX, onde
substituíram o trabalho artesanal pelo assalariado e com uso de máquinas aumentou
e muito o índice de poluição. Ao longo da década de 80 foi preciso criar legislações e
multas para punirem as empresas que provocavam o desequilíbrio ambiental.
A partir daí para uma empresa se tornar competitiva no mercado principalmente
no internacional onde os clientes tinham mais informação sobre as questões
ambientais foi preciso pensar num sistema de gestão que aliaria desenvolvimento
econômico com preservação ambiental. Então uniu-se líderes mundiais e grandes
empresários para discutir as questões ambientais e propor acordos em prol a esta
causa, foram criadas as conferências mundiais.
Principais conferências mundiais:
 Estocolmo, em 1972,
 Eco-92 ou Rio-92;
 COP 1 em Berlim 1995;
 COP 2 em Genebra 1996;
 COP 3 Kyoto 1997;
 Rio+10, em 2002;
 Rio+20, em 2012.
Essas conferências obrigaram os países do mundo a produzir visando o meio
ambiente os fazendo buscar alternativas limpas a fim de reduzir o impacto e
degradação ambiental.

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3. O DESPERTAR DA REALIDADE AMBIENTAL

A partir da Revolução Industrial, as cidades cresceram exponencialmente e,


com isso, nasceram novos formatos urbanos, sem planejamento prévio. Em todo o
mundo, o meio ambiente foi explorado incessantemente sem qualquer preocupação
— no Brasil, não foi diferente. Arraes, Mariano e Simonassi (2012) ressaltam que,
desde o início da década de 1970, altas taxas de desmatamento são observadas na
Amazônia.
Em 1995, essa taxa de desmatamento atingiu o seu maior nível e, nos anos
seguintes, apresentou oscilações decorrentes de diversas causas, como incêndios,
comércio de madeiras, expansão de atividade agropecuária, aumento da densidade
populacional e incentivos fiscais. Além disso, os recursos hídricos acabaram virando
verdadeiros esgotos a céu aberto, interferindo negativamente na fauna e na flora.
Infelizmente, a ocorrência de diversos passivos ambientais foi necessária para que o
Governo e a população tomassem consciência da importância da preservação.
Apesar dos enormes avanços em legislações ambientais que pretendem
garantir o uso e a ocupação do ambiente de forma sustentável, ainda há um enorme
caminho a ser percorrido, uma vez que o desenvolvimento é necessário e o ambiente
continua sendo o mesmo. Na maioria dos casos, a preocupação com o meio ambiente
surgiu apenas após a ocorrência de acidentes que provocaram enormes passivos
ambientais. Com isso, as normas, leis, diretrizes e padronizações foram criadas para
evitar ou mesmo diminuir esses acidentes.

3.1 Certificação Ambiental

Durante muitos anos, o desenvolvimento econômico decorrente da Revolução


Industrial impediu que os problemas ambientais fossem considerados. Conforme o
Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2009), a poluição e os impactos ambientais do
desenvolvimento desordenado eram visíveis, mas os benefícios proporcionados pelo
progresso eram justificados como um “mal necessário”, algo que dava à humanidade
o direito de poluir em troca do desenvolvimento.
Em território nacional, as primeiras tentativas de aplicação de metodologia para
avaliação de impactos ambientais foram decorrentes de exigências de órgãos
financeiros internacionais para aprovação de empréstimos a projetos governamentais.

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Com a crescente conscientização da sociedade, principalmente internacional, tornou-
se cada vez mais necessária a adoção de práticas adequadas de gerenciamento
ambiental em quaisquer atividades modificadoras do meio ambiente (BRASIL, 2009).
Em 1988 surgiu a Constituição Federal, documento que estabelece normas a
todas as esferas da federação, entre elas a preservação do meio ambiente. O
Ministério do Meio Ambiente ressalta que o documento remete à cooperação entre os
responsáveis e à gestão compartilhada, fortalecendo a ação municipal e a ação
cooperada entre os entes federados (BRASIL, 2009).
O art. 225 da Constituição Federal prevê que “todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988). Dessa forma,
o meio ambiente é um direito fundamental de todo cidadão, e cabe ao Estado e a cada
indivíduo da comunidade o dever de resguardá-lo.

 SAIBA MAIS!

Por incrível que pareça, o termo meio ambiente foi usado pela
primeira vez apenas da década de 1960, em uma reunião do Clube de
Roma. O objetivo central dessa reunião foi discutir métodos de
reconstrução dos países no pós-guerra, sendo estabelecida a polêmica
sobre os problemas ambientais.

 FIQUE ATENTO!

Com a gestão compartilhada, a União, os Estados e os


municípios devem estar unidos na proteção ao meio ambiente. Para
que isso aconteça, existem órgãos reguladores em cada um desses
locais.

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O art. 10 da PNMA (BRASIL, 1981) estabelece que:

A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e


atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou
potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento por órgão
estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente —
SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis — IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças
exigíveis.

Mais tarde, em 1997, por meio da Resolução CONAMA no. 237, de 19 de


dezembro de 1997, surgiu o conceito de licenciamento ambiental, definido como:

[...] procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente


licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso
(BRASIL, 1997).

Reforçando a PNMA, surgiu, em 12 de fevereiro de 1998, a Lei no. 9.605, que


dispõe sobre as sanções penais e administrativas lesivas ao meio ambiente. No art.
60, ela estabelece a obrigatoriedade do licenciamento ambiental das atividades
degradadoras da qualidade ambiental e define as penalidades aplicadas ao infrator
(BRASIL, 1998). Os arts. 66 e 67 da mesma legislação descrevem como crime
ambiental quando um funcionário público faz afirmação falsa ou enganosa, omite a
verdade ou sonega informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de
autorização ou de licenciamento ambiental, definindo que pode ser punido com
reclusão de um a três anos e multa (BRASIL, 1998).
É importante que você saiba que cada Estado e os municípios apresentam
legislações próprias, que podem ser mais restritivas que as federais, mas nunca
podem passar sobre as legislações impostas pela União. Como exemplo, podemos
citar a Lei no. 11.520, de 3 de agosto de 2000, que institui o Código Estadual do Meio
Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências, e cujo art. 55
descreve que:

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A construção, instalação, ampliação, reforma, recuperação, alteração,
operação e desativação de estabelecimentos, obras e atividades utiliza-doras
de recursos ambientais ou consideradas efetivas ou potencialmente
poluidoras, bem como capazes, sob qualquer forma, de causar degrada-ção
ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental
competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis (RIO
GRANDE DO SUL, 2000).

3.1.1 Definições e objetivos do licenciamento ambiental

O licenciamento ambiental é o procedimento (processo) administrativo pelo


qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras dos recursos ambientais, que
podem ser consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras. Em outras palavras,
o licenciamento busca analisar atividades e empreendimentos que podem causar
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as
normas técnicas aplicáveis ao caso (BRASIL, 2009).
Já a licença ambiental é a autorização emitida pelo órgão público competente.
Ela é fornecida ao empreendedor para exercer o seu direito à livre iniciativa, desde
que atendidas as precauções requeridas que resguardem o direito coletivo ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado. Devido à natureza autorizativa da licença
ambiental, ela apresenta um caráter precário. Ou seja, a licença pode ser caçada caso
as condições estabelecidas pelo órgão ambiental não sejam cumpridas.
A licença ambiental é um documento com prazo de validade definido no qual o
órgão ambiental estabelece regras, condições, restrições e medidas de controle
ambiental a serem seguidas pela atividade que está sendo licenciada. Ao receber a
licença ambiental, o empreendedor assume os compromissos para a manutenção da
qualidade ambiental do local onde se instala.
Conforme o art. no 225 da Constituição Federal (BRASIL, 1988), que ressalta
que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o licencia-mento
ambiental visa exatamente proteger o meio ambiente, mas sem colocar em risco o
desenvolvimento, que é inevitável e essencial para o avanço da sociedade.
O licenciamento ambiental tem como objetivo encontrar o convívio equilibrado
entre a ação econômica do homem e o meio onde a atividade é permitida pelos
instrumentos técnicos e legais existentes. Por isso toda concessão busca sempre a
compatibilidade do desenvolvimento econômico e da livre iniciativa com o meio

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ambiente, prevenindo os impactos ambientais provocados por atividades e
empreendimentos que utilizam recursos naturais ou que sejam considerados efetiva
ou potencialmente poluidores, a ponto de causar degradação ambiental e
inconvenientes ao bem-estar público.

 FIQUE ATENTO!

Nem toda atividade demanda licença ambiental, somente aquelas que


tenham potencial de causar poluição ou degradação ambiental e/ou
utilizam recursos naturais (STRUCHEL, 2016).

Dessa forma, o licenciamento ambiental visa evitar ou minimizar ao máximo os


impactos ambientais que podem ocorrer em determinada atividade ou obra. Mas o
que é exatamente um impacto ambiental? De acordo com a Resolução CONAMA no.
001/1986, é considerado impacto ambiental quando há qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetam (BRASIL, 1986):
A saúde, a segurança e o bem-estar da população; „
 As atividades sociais e econômicas;
A biota; „
 As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; „
A qualidade dos recursos ambientais.
Ou seja, com base nos extratos acima, podemos concluir que qualquer projeto
ou atividade que possa desencadear impactos ambientais negativos (Figura 1) precisa
ser submetido a um processo de licenciamento. O licenciamento ambiental é a
principal ferramenta da sociedade para controlar a manutenção do meio ambiente,
que está diretamente ligada com a saúde pública e com boa qualidade de vida para
toda a população. Assim, podemos concluir que o licenciamento ambiental é o
principal instrumento do Poder Público para controlar e preservar o meio ambiente
para as sociedades atuais e futuras.

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Figura 1: Impactos ambientais negativos ao meio ambiente.

Fonte: Brasil, 2016.

4. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

O objetivo geral do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é dotar o


empreendimento de estrutura eficiente que garanta a execução e o controle das ações
planejadas nos vários programas e a adequada condição ambiental das obras, bem
como controlar informações e manter um elevado padrão de qualidade na implantação
e operação do empreendimento.
Dessa forma, entre os principais objetivos do SGA, podemos citar a definição
de diretrizes ambientais gerais, visando à contratação de serviços; o estabelecimento
de mecanismos de controle e supervisão ambiental das obras (integrados aos
procedimentos técnicos de engenharia), objetivando minimizar os impactos
socioambientais; a instituição de procedimentos técnico-gerenciais e mecanismos de
acompanhamento para garantir a implementação dos programas ambientais; e o
estabelecimento e controle do fluxo de informações para os públicos internos e
externos. Estudaremos o SGA e como o licenciamento ambiental pode auxiliar na sua
elaboração. Além disso, serão apresentados as etapas e os princípios de
implementação do SGA em empresas e quais são as vantagens dos
empreendimentos após a instalação do PGA.
De certo modo, o licenciamento ambiental consiste na integração de modelos
de gestão ambiental em território nacional. Dessa forma, devem ser listados
prioridades e critérios de acordo com as necessidades de cada município e estado.
Além disso, o licenciamento ambiental objetiva principalmente os empreendimentos,

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o encontro de soluções/alternativas que visam diminuir os impactos ambientais e, por
consequência, apresentar uma melhor gestão ambiental.
A gestão ambiental é o estudo da administração de atividades econômicas e
sociais de forma a utilizar, de maneira racional, os recursos naturais, visando à
sustentabilidade. Fazem parte do arcabouço de conhecimentos associados à gestão
ambiental técnicas para a recuperação de áreas degradadas, técnicas de
reflorestamento, métodos para a exploração sustentável de recursos naturais, de
consumo e produção sustentáveis, o planejamento participativo e o estudo de riscos
e impactos ambientais para a avaliação de novos empreendimentos ou ampliação de
atividades produtivas.
De maneira geral, a gestão ambiental pode ser compreendida como um
processo de tomada de decisões que devem repercutir positivamente sobre a variável
ambiental de um sistema. Nesse caso, a tomada de decisão consiste na busca da
opção que apresente o melhor desempenho, a melhor avaliação, ou, ainda, a melhor
aliança entre as expectativas daquele que tem o poder de decidir e as suas
disponibilidades em adotá-la (ARLINDO; ROMÉRO; BRUNA, 2004).
O SGA consiste na parte da gestão ambiental que inclui a estrutura de
determinada organização, os seus procedimentos, as suas atividades e os seus
recursos para desenvolver, implementar e manter a política ambiental.
O objetivo do SGA é a preocupação com a natureza, mas não apenas expressa
por ações pontuais, mas por sua inserção na política da empresa, estando presente
em todas as etapas das atividades, desde o planejamento até a execução, e difundida
por toda a estrutura organizacional sempre com o comprometimento com a melhoria
contínua das ações voltadas à preservação ambiental. A gestão ambiental em
organizações, de acordo com Jabbour (2013), quando implantada, pode gerar vários
benefícios. Quanto mais evoluída, mais intensos e mais diversificados poderão ser os
benefícios auferidos. Geralmente, essas vantagens estão associadas a dois tipos de
benefícios:
 Benefícios internos — estão relacionados a melhorias observadas nas
diversas dimensões do desempenho organizacional, como o desempenho
operacional, o desempenho em inovação e o desempenho de mercado;
 Benefícios externos — podem ser entendidos como contribuições que se
estendem à sociedade de forma mais ampla, como a influência sobre as

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regulamentações ambientais, as contribuições para o desenvolvimento sustentável e
as parcerias com outras organizações.
A gestão ambiental é uma prática recente que vem ganhando importância nas
instituições privadas, fazendo parte do sistema de gestão global e tendo como suporte
a política ambiental definida pela alta direção de cada organização. Dessa forma, a
gestão ambiental consiste na realização de atividades que visam obter efeitos
positivos sobre o meio ambiente, seja minimizando ou eliminando os danos causados
pela intervenção humana, seja evitando que ocorram, sempre a partir de uma ótica de
melhoria contínua.

4.1 Etapas de implementação de um Sistema de Gestão Ambiental

Figura 2: Sistema de Gestão Ambiental.

Fonte: Brasil, 2016.

O SGA deve buscar a melhora em todos os setores ou área do


empreendimento, a fim de reduzir os impactos de suas atividades produtivas no meio.
A norma ISO 14001, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a
responsável por regulamentar o sistema, estabelecendo os requisitos de
implementação e operação.
Segundo Nicolella (2004) e Andrade, Tachizawa e Carvalho (2004), os
elementos- chave, ou os princípios definidores de um SGA baseados na norma
ABNT–NBR ISO no. 14.001, por meio dos quais podem ser verificados os avanços de
uma empresa em termos de sua relação com o meio ambiente, são:
 Política ambiental — a norma NBR Série ISO 14.001 define política ambiental
como “a declaração da organização, expondo as suas intenções e os seus princípios

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em relação ao seu desempenho ambiental global, que provê uma estrutura para a
ação e definição de seus objetivos e metas ambientais” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). A política ambiental estabelece, dessa forma, um
senso geral de orientação e fixa os princípios de ação para a organização. A Série
ISO 14.001, no seu requisito relativo à política ambiental, afirma que a alta
administração deve estabelecer a política ambiental da empresa e assegurar que ela:
 Seja apropriada à natureza, à escala e aos impactos ambientais das suas
atividades, produtos ou serviços;
 Inclua o compromisso com a melhoria contínua e a prevenção da poluição;
 Garanta comprometimento com a legislação e normas ambientais aplicáveis e
demais requisitos subscritos pela organização;
 Forneça a estrutura para o estabelecimento e a revisão dos objetivos e metas
ambientais;
 Esteja disponível para o público (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2015).
 Planejamento — a Série ISO 14.001 recomenda que a organização formule
um plano para cumprir a sua política ambiental. Esse plano deve incluir os pontos a
seguir:
 Aspectos ambientais: o objetivo central é fazer a empresa identificar todos os
impactos ambientais significativos, reais e potenciais, relacionados a suas atividades,
produtos e serviços, para que possa controlar os aspectos sob sua responsabilidade.
 Requisitos legais e outros requisitos: nessa etapa, são definidos critérios para
o cadastramento e a divulgação da legislação ambiental, dos códigos de conduta
aplicáveis a situações específicas da empresa e dos compromissos ambientais
assumidos pela corporação.
 Objetivos e metas: devem refletir os aspectos e impactos ambientais
significativos e relevantes visando ao desdobramento em metas e objetivos
ambientais a serem alcançados operacionalmente por setores específicos da
empresa, com responsabilização definida.
 Programas de gestão ambiental: devem conter um cronograma de execução
que permita comparação entre o realizado e o previsto, recursos financeiros alocados
às atividades e definição de responsabilidades e prazos de cumprimento dos objetivos
e metas (ASSOCIAÇÃO BRA-SILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015).

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 Implementação e operação — a empresa deve desenvolver os mecanismos
de apoio necessários para atender ao que está previsto na sua política e nos seus
objetivos e metas ambientais. Dentro desse item, o empreendimento deve analisar a
estrutura organizacional e responsabilidade, treinamento, conscientização e
competência, comunicação, documentação do SGA, controle de documentos,
controle operacional, e preparação e atendimento a emergências.
 Verificação e ação corretiva — deve-se averiguar se a empresa está
operando de acordo com o programa de gestão ambiental previamente definido,
identificar aspectos não desejáveis e mitigar quaisquer impactos negativos, além de
tratar das medidas preventivas. Para realizar essa verificação, é necessário atender a
quatro características básicas, listadas a seguir.
 Monitoramento e medição: consiste em estabelecer medidas padrão para a
verificação do desempenho ambiental das empresas. Os aspectos ambientais
significativos, como emissões atmosféricas, geração de efluentes líquidos, ruídos,
entre outros, e devem ter suas características medidas periodicamente e seus
resultados comparados com os padrões legais aplicáveis.
 Não conformidades e ações corretivas e preventivas: estão relacionadas a
qualquer evidência de desvio dos padrões estabelecidos com base nos aspectos
legais ou de comprometimento da empresa. As ações corretivas devem ser pautadas
em procedimentos que possibilitem a eliminação da não conformidade e a sua não
reincidência.
 Registros: a empresa deve estabelecer procedimentos para o registro das
atividades do SGA, incluindo informações sobre os treinamentos realizados. Tais
registros devem estar disponíveis para consulta e apresentar linguagem clara e
objetiva.
 Auditoria do SGA: trata-se de um procedimento de verificação dos
cumprimentos de todas as etapas de implementação e manutenção do SGA. As
auditorias do SGA devem ser periódicas, sendo que o recomendado são duas
auditorias internas por ano.
 Análise crítica — fundamenta-se na revisão do SGA. Após a etapa da
auditoria, considerando possíveis mudanças nos cenários internos e externos, como
novas pressões de mercado e as recentes tendências do ambiente externo da
empresa, além do compromisso de melhoria contínua requerido pela SGA, é o

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momento de a administração identificar a necessidade de possíveis alterações em sua
política ambiental.
O ciclo plan, do, check and act (PDCA) é ferramenta de gestão muita utilizada,
cujo objetivo principal é promover a melhoria contínua dos processos por meio de um
circuito de quatro ações: planejar (plan), fazer (do), checar (check) e agir (act). O
intuito é ajudar a entender não só como um problema surge, mas também como deve
ser solucionado, focando na causa, não nas consequências. A seguir, apresentamos
uma breve descrição das principais etapas desse ciclo, segundo Braga et al (2005) e
Mattos (2010).
Planejar: ocorre o planejamento, ou seja, busca-se a lógica construtiva e as
suas interfaces, gerando informações de prazos e metas físicas. Basicamente, nessa
etapa devemos estudar o projeto/empreendimento, definir uma metodologia e gerar o
cronograma e as programações. Consiste em coordenar as informações de modo que
o empreendimento tenha um cronograma racional e factível.
Desempenhar: essa etapa representa a materialização do planejamento no
campo. Ou seja, tudo o que foi colocado no papel na primeira etapa agora começa a
tomar forma. Devemos levar em conta dois cuidados; o primeiro é de informar e
motivar todos os envolvidos e tirar as dúvidas da equipe, e o outro é como serão
executadas as atividades — ou seja, é necessário que aquilo que foi informado por
meio do planejamento seja realmente cumprido.
 Checar: essa é a etapa em que se manifesta o monitoramento e o controle do
projeto de gestão ambiental. Para tal, dois setores podem ser utilizados, o de aferir o
realizado e o de comparar o previsto e o realizado. O primeiro consiste em levantar
em campo o que foi executado no período de análise. O segundo setor visa aferir o
que efetivamente foi realizado e comparar com o que estava previsto no planejamento.
Nessa etapa, podem ser detectados os desvios e os impactos que eles trazem, bem
como os prazos de início e término das atividades em relação as datas planejadas.
 Agir: ocorrem reuniões com todos os envolvidos na operação, a fim de coletar
opiniões e sugestões, contribuindo para identificação de oportunidades de melhoria,
aperfeiçoamento do método, detecção de focos de erro, mudança de estratégia,
avaliação de medidas corretivas a serem tomada, entre outros.

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Figura 3: Ciclo PDCA.

Fonte: Brasil, 2016.

4.2 Vantagens do Sistema de Gestão Ambiental

As vantagens da implementação de um SGA no seu empreendimento vão


muito além do ganho de marketing, pois há uma redução de gastos associados ao
uso de recursos e minimização de riscos com multas e acidentes ambientais. A seguir,
estão listadas as principais vantagens de um SGA.
 Cumprimento da legislação ambiental aplicável e redução dos riscos
associados ao seu descumprimento.
 Redução de custos com o crescimento da eficiência nos diversos processos da
empresa por meio do menor consumo de insumos (água, energia, etc.) e redução na
geração de resíduos.
 Aumento da motivação e participação dos colaboradores na gestão interna.
 Maior conhecimento dos processos do empreendimento, o que proporciona
uma melhor capacidade de inovação.
 Evolução da imagem da organização junto à sociedade e colaboradores.
 Ganhos de competitividade e melhor posicionamento no mercado, além de
maior credibilidade com o público/cliente (stakeholders) e com instituições financeiras.
Todo o sistema de gestão ambiental segue o previsto na legislação ambiental
previsto na ISO 14001:2015.

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5. AS 50 EMPRESAS MAIS SUSTENTÁVEIS

A figura mostra uma lista com as 50 empresas que mais se preocuparam com
o desenvolvimento sustentável implementando um SGA em seu sistema.

Figura 6: 50 empresas sustentáveis.

Fonte: Brasil, 2016.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Livro: Licenciamento Ambiental: Stein, Ronei Tago.

Brasil. Lei no 6.938 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do


Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938compilada.htm. Acesso em: 01 mar
2016.

Brasil. Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e


administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá
outras providências. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm. Acesso em: 01 mar 2016.

Brasil. Lei no 9.985 de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I,
II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível
em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=322. Acesso em: 01
mar 2016.

Brasil. Lei no 11.428 de 22 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a utilização e


proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=526.
Acesso em: 02 mar 2016.

Brasil. Decreto no 6.514 de 22 de julho de 2008. Dispõe sobre as infrações e


sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo
federal para apuração destas infrações, e dá outras providências. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6514.htm.
Acesso em: 01 mar 2016.

Brasil. Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação


nativa; altera as Leis no 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro
de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis no 4.771, de 15 de
setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-
67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/lei/L12651compilado.htm. Acesso em: 01 mar 2016.

Brasil. Lei no 12.727 de 17 de outubro de 2012. Altera a Lei no 12.651, de 25 de


maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos
6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22
de dezembro de 2006; e revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e
7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de
2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973,
e o § 2o do art. 4o da Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12727.htm. Acesso
em: 01 mar 2016.

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Brasil. Decreto no 7.830 de 17 de outubro de 2012. Dispõe sobre o Sistema de
Cadastro Ambiental Rural, o Cadastro Ambiental Rural, estabelece normas de caráter
geral aos Programas de Regularização Ambiental, de que trata a Lei no 12.651, de 25
de maio de 2012, e dá outras providências. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Decreto/D7830.htm.
Acesso em: 01 mar 2016.

Sites:

https://www.normastecnicas.com/iso/serie-iso-14000/
https://www.fragmaq.com.br/blog/entenda-o-que-e-rotulagem-ambiental-e-sua-
relacao-com-os-produtos-verdes/
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/norma_nacional.asp
https://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo-florestal
https://blog.texaco.com.br/ursa/logistica-reversa-o-que-e-como-funciona/
https://meuresiduo.com/categoria-1/a-importancia-do-sistema-de-gestao-ambiental-
nas-empresas-2/
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/conferencias-sobre-meio-
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internacionais,em%20cada%20um%20desses%20eventos.
http://www.fortalbus.com/2014/03/viacao-urbana-recebe-certificacao-iso.html.
https://www.researchgate.net/figure/Figura-3-Elementos-da-ISO-14001-Fonte-ISO-
14001-2004_fig2_250993277.

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