Você está na página 1de 9

GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA, INTELIGENCIA ARTIFICIAL, MACHINE

LEARNING CAMINHOS E POSSIBILIDADES

NOVO MODELO DE GOVERNANÇA DAS ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA PÚBLICA

O objetivo geral deste projeto é desenvolver estudos científicos com intuito de criar
uma plataforma que permitirá integrar e analisar fontes de dados de segurança
pública dos estados brasileiros, possibilitando a implantação de um novo modelo de
governança das estratégias de segurança pública. As soluções desenvolvidas
proporcionarão a aplicação de ciência de dados, aprendizado de máquina e áreas
afins, para descoberta de padrões, detecção de anomalias e predição de crimes,
sendo necessária a análise e a gestão eficiente desse grande volume de dados (dos
mais diversos tipos e fontes), ao qual denominamos Big Data.

Assistentes virtuais, rotas no Waze, produtos do seu interesse no feed do


Instagram. Estes são três exemplos práticos e corriqueiros da aplicação
da Inteligência Artificial.

A tecnologia não cabe mais ao futuro, ela é presente, hoje, em nossa rotina e
atividades diárias e sem muitas vezes nos darmos conta disso.

Nas organizações, na medicina, na arte. A presença da Inteligência Artificial é


um fato, mesmo que ainda haja qualquer resistência ou dúvida. Trata-se de uma
ferramenta capaz de otimizar os negócios, de fomentar novas soluções, agregar
valor e aumentar a produção.

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) publicou, em 2018, um


artigo no qual destaca uma previsão da Intel de que, em 2025, serviços
envolvendo inteligência artificial devem movimentar US$ 36,8 bilhões.

Em 2016, Google, Facebook e Microsoft investiram cerca de US$ 20 bilhões na


área. No Brasil, o relatório do Sebrae, apresentado em 2018, projetava gastos de
US$ 182 milhões com IA.

Assim, diante desse cenário concreto, atual e pulsante, e com o objetivo de


desmistificar e apresentar a Inteligência Artificial na prática, dentro da gestão
operacional e da vida das pessoas, preparamos esta entrevista com Alexandre
Moreira Nascimento, especialista em Inteligência Artificial, professor da
Universidade de Stanford e responsável por conduzir o webinar Masterclass:
Inteligência artificial e suas aplicações em Gestão de Operações.

Acompanhe!

Inteligência artificial, robôs e


automação do andar
Antes de passarmos para o bate-papo com o professor Alexandre Moreira
Nascimento, vamos fazer, rapidamente, uma viagem pela história da Inteligência
Artificial. Como vimos no início deste texto, a AI já faz parte do nosso dia a dia –
muitas vezes ao dia – no acesso ao buscador do Google, por exemplo.

Com ares de futuro, o campo Inteligência Artificial é um campo antigo, que


surgiu na década de 50, com o objetivo de entender como funciona a inteligência
humana e, a partir dessa compreensão, desenvolver programas de computador,
softwares e aplicativos capazes de simular ou completar esse aspecto da espécie
humana.

Trata-se da automatização da inteligência, do pensar, da forma de raciocinar do


humano. E, se a gente quiser voltar ainda mais no tempo, podemos considerar a
invenção da roda uma forma de automatizar outra atividade humana, o andar.

A partir daí, temos uma evolução que passa pela robótica, pelo uso de robôs em
plantas de fábricas e pela automação de tarefas manuais.

Hoje, o desenvolvimento da Inteligência Artificial se expande e vai além. As


funções superam a necessidade de um humano – e suas funções cognitivas –
para realizar ou validar determinada atividade.

Os computadores e softwares evoluíram e são capazes de fazer atividades que,


antes, eram exclusivas dos seres humanos.

Agora você deve estar se perguntando de que forma a AI pode ser aplicada aos
processos de gestão de operações, certo?

Para responder a essa questão, vamos à entrevista com o especialista em


Inteligência Artificial e responsável pelo webinar, Alexandre Moreira Nascimento.

1. Tratando-se de Inteligência Artificial e Gestão de


Operações, para quais profissionais, ramos e empresas
o webinar se destina?
A Gestão de Operações é um tema bem amplo, que abrange diversos ramos e
tipos de empresas. De fato, uma planta industrial tem operações, como um
supermercado ou como uma padaria.

Assim, o webinar é indicado para profissionais do nível operacional ao nível de


liderança, que tenham envolvimento com a área de operações ou que desejam
guinar sua carreira para a área.

A apresentação também é recomendada para empreendedores que podem se


beneficiar tanto do entendimento de como a Inteligência Artificial pode ser
aplicada em suas empresas para redução de custos, otimização e ganhos de
eficiência, bem como podem obter insights sobre oportunidades para criação de
novas empresas para ofertar soluções de IA para a Gestão de Operações.

Logicamente, os profissionais de nível estratégico, tático e operacional


obterão insights diferentes, de acordo com a perspectiva de cada um dentro de
suas organizações e níveis de carreira.

Enquanto profissionais do nível operacional entenderão como seus desafios


podem ser endereçados com as técnicas, os profissionais de nível estratégico
entenderão como a Inteligência Artificial poderá criar diferenciais competitivos e
como seus avanços estão transformando a sociedade, o mercado, etc.

2. Há áreas específicas que se alinham à Inteligência


Artificial? Ou sua capacidade de atuação e realização é
abrangente?
A melhor resposta para essa pergunta foi dada em 2016 pelo professor Andrew
Ng, da Universidade de Stanford: “A Inteligência Artificial é a nova eletricidade”.

Ou seja, tal como a eletricidade impactou todos os setores e a sociedade no


momento em que o domínio de seus fenômenos nos permitiu criar as fundações
da sociedade moderna e conectada, a Inteligência Artificial se aplica em
qualquer área, oferecendo uma capacidade de realização abrangente.

É difícil imaginar um setor ou área que não possa colher frutos de suas aplicações
hoje ou no futuro e que não seja impactado de alguma forma.

3. Em linhas gerais, para aguçar, de que forma a


Inteligência Artificial pode melhorar a performance e
tornar a Gestão de Operação mais eficiente e potente?
Em linhas gerais, a Inteligência Artificial pode ajudar a otimizar uma operação,
seja ela automatizada ou não, aumentando a produtividade e reduzindo custos e
desperdícios.

Por exemplo, numa pequena empresa com produção de alimentos próprios, uma
aplicação de IA permitiu reduzir o desperdício de 1.2 toneladas, por ano, em
ingredientes, para algo em torno de 200 kg.

Se olharmos na operação agrícola, aplicações de Inteligência


Artificial combinadas com outras tecnologias estão permitindo um aumento de
produtividade de dezenas de vezes por área cultivada.
4. Quando pensamos fora das organizações, como a
Inteligência Artificial afeta ou pode afetar a vida das
pessoas? Quais os impactos na sociedade?
Conforme o próprio Prof. Andrew Ng comentou, a Inteligência Artificial é a nova
eletricidade. E tal como a eletricidade transformou profundamente a vida das
pessoas e a sociedade, a Inteligência Artificial também está trazendo
transformações profundas.

Ao trazer a possibilidade de automação de tarefas que dependiam de processos


cognitivos e pessoas treinadas, a Inteligência Artificial está mudando a natureza
do trabalho.

Alguns tipos de funções executadas por humanos deixarão de existir, outras serão
transformadas e outras surgirão. Com isso, estamos vivendo uma transformação
da natureza do trabalho, impactando a dimensão profissional das pessoas.

É óbvio que tal transformação em escala resultará num impacto na sociedade. Há


ainda, por exemplo, avanços na Inteligência Artificial que prometem o acesso
mais democratizado à saúde e à educação de qualidade, impactando
positivamente a sociedade e reduzindo desigualdades.

Aplicações de Inteligência Artificial estão também impactando a velocidade da


descoberta de novas drogas, tratamentos e sua efetividade, podendo aumentar
nossa longevidade.

Esse aumento, portanto, vai demandar a busca por novas formas de utilizar,
eficientemente, os espaços para abrigar e alimentar uma população crescente ao
longo prazo, o que é possível por meio da AI.

A Inteligência Artificial (IA) já faz parte das nossas vidas cotidianas


em diversos formatos. Você pode encontrá-la quando acessa um e-
commerce e já consegue ver os produtos que mais agradam o seu
perfil, no alarme de ré do automóvel, entre outras situações. Porém,
quando falamos no uso da IA na segurança pública, deve-se realizar
uma análise mais aprofundada para compreender as vantagens e
desafios.
O assunto relevante, tendo em vista que os recursos
computacionais, de inteligência artificial podem impactar
positivamente diversos aspectos da gestão das instituições de
segurança pública seja na seleção de profissionais, treinamento
e desenvolvimento, gestão operacional, resultando em um
maior nível de segurança para sociedade.

“As técnicas de Inteligência Artificial podem beneficiar para


encontrar pessoas desaparecidas, na análise de dados ou até
para combater o crime organizado”.

“A Inteligência Artificial pode beneficiar organizações de


segurança pública municiando os profissionais dessas
organizações com informações relevantes e em tempo real para
que possam tomar decisões mais rapidamente”

“A Inteligência Artificial atua como um segundo par de olhos,


constantemente conectando pontos em tempo real para liberar
os profissionais da linha de frente para se dedicarem ao
incidente em questão e às pessoas envolvidas”.

“Enquanto muitas organizações de segurança pública têm


adotado relatórios e ferramentas avançadas de inteligência de
negócios, o atraso entre o tempo que o dado é capturado e
então disponibilizado para análises significa que há um gap,
também conhecido como ponto cego operacional”

Ele acredita que o uso da IA assistiva, que identifica padrões,


similaridades e tendências pode ser uma solução para esse
problema. A tecnologia funcionaria como um detector de pontos
cegos operacionais.
A simples digitalização de processos é algo que precisa avançar para, além de ter
tudo na nuvem, iniciar o cruzamento de informações”

Alguns usos pontuais já são discutidos, como mapeamento de zonas de perigo,


fazendo com que cidadãos consigam usufruir do direito de ir e vir em regiões
públicas, considerando uma menor probabilidade de ocorrência de crime; ou ter a
confiança de que falhas jurídicas referentes à identificação de criminosos serão
menores por meio de digitalização dos processos e cruzamento de informações,
gerando um histórico mais completo e diminuindo a sensação de injustiça no país

A IA pode proporcionar maior agilidade durante o atendimento de uma chamada e reduzir


o tempo de resposta às emergências. Quando associada ao aprendizado de máquinas, por
exemplo, capacita os sistemas das organizações de segurança pública com os próprios
dados gerados durante as suas operações. Ou seja, quanto mais as pessoas ligam para
solicitar um determinado serviço de emergência, mais o sistema aprende e é capaz de
sugerir ao operador de atendimento perguntas e respostas mais assertivas de acordo com
as informações fornecidas por quem está solicitando o serviço e, principalmente,
considerando outros eventos e atendimentos semelhantes.

PROBLEMAS

“Muitas empresas com as quais nós trabalhamos em conjunto estão


aprimorando o que chamamos de ‘racismo algorítmico’, que é o caso
em que uma aplicação reconhece rostos brancos, mas não consegue
interpretar atributos de rostos pretos”.

“Se uma organização de segurança pública estiver envolvida com


fornecedores de tecnologia, recomendamos que façam a devida
diligência para garantir que a IA esteja sendo usada de maneira ética,
assegurando a privacidade dos indivíduos”
A Inteligência Artificial (IA) está emergindo como uma importante ferramenta para

ajudar a administrar e gerenciar a segurança pública. Esta tecnologia é essencial

para analisar dados massivos, criar estratégias de policiamento mais inteligentes e

gerar maior eficiência nos processos de gestão. Além disso, a IA contribui para o

planejamento preciso e otimização da tomada de decisão em relação à se gurança

pública. Com o uso da IA, as autoridades da polícia podem ter um melhor controle

dos recursos operacionais disponíveis e do monitoramento do território. O

policiamento orientado por inteligência artificial também permite a execução de

estratégias mais proativas de prevenção de crimes e preservação da ordem pública.

Ao mesmo tempo, a análise de dados usando machine learning torna possível

gerenciar os indicadores de eficiência e aperfeiçoar as práticas de governança da

polícia militar. Além disso, a IA pode fornecer melhores cenários para a gestão

operacional e o planejamento estratégico da segurança pública, bem como análises

detalhadas de dados de violência e criminalidade. A tecnologia Big Data oferece

capacidade de processamento de grandes volumes de informações, permitindo que

as autoridades locais identifiquem padrões e representem melhor o desempenho dos

recursos policiais. Em suma, a integração da Inteligência Artificial na segurança

pública oferece melhores resultados no monitoramento, gestão operacional e

governança das forças policiais. Esta tecnologia abrange desde a tomada de decisão

até as análises de dados e aplicação de algoritmos de machine learning. Com a IA,

é possível maior eficiência na execução das estratégias de prevenção e preser vação

da ordem pública para um ambiente mais seguro.

A Inteligência Artificial já se tornou parte fundamental da administração e da


segurança pública nos dias atuais. Utilizando ferramentas de big data, machine
learning e outras tecnologias de processamento de dados avançadas, as agências
de governança podem aperfeiçoar sua gestão operacional para tornar seus
processos e recursos operacionais mais eficientes, o que resulta na otimização do
planejamento e da tomada de decisão estratégica. Um exemplo disso é o
policiamento orientado por inteligência artificial . Por meio de modelos de análise de
dados baseados em big data, as agências de segurança podem monitorar os
principais indicadores de ordem pública e violência para gerar cenários de
prevenção. A informação gerada possibilita às polícias militares selecion arem as
áreas de maior risco de violência e concentrar seus esforços nesses locais. Esses
modelos ajudam a otimizar os recursos disponíveis e reforçar o policiamento
preventivo. Assim, além da detecção e resposta rápida a crimes em andamento, as
agências de segurança também podem focar suas estratégias de polícia para
prevenir futuras ameaças à ordem pública com maior precisão e eficiência. Embora
ainda haja muitos desafios para serem superados no uso da Inteligência Artificial
na administração e na segurança pública, a tecnologia oferece grandes
possibilidades de melhoria dos processos de gestão e da tomada de decisão no
setor. É importante destacar, portanto, que a Inteligência Artificial é uma aliada
importante para o fortalecimento da segurança pública e a promoção da eficiência
na gestão dos recursos operacionais.

A Inteligência Artificial tem se destacado como uma ótima estratégia para a melhoria

da administração e segurança pública, particularmente para as polícias militares.

Utilizando big data e machine learning, ela proporciona um melhor planejamento,

melhorar os processos de gestão e recursos operacionais, além de auxiliar na tomada

de decisões rápidas e eficientes. Uma importante aplicação da Inteligência Artificial

no policiamento é o policiamento orientado. Este método aproveita as capacidades

de machine learning e analíticos de dados para fornecer informações de qualidade

sobre o padrão de criminalidade em um estado ou região em determinado período de

tempo. Esta informação pode ser usada para melhorar a governança policial, prevenir

a violência e garantir a segurança e a ordem pública. Outra grande vantagem da

utilização de inteligência artificial, especialmente quando relacionada a big data, é

que ela pode ajudar a avaliar e aumentar a eficiência dos recursos operacionais. Por

exemplo, ela pode fornecer informações precisas e úteis sobre os cenários atuais e

permitir que as polícias militares tomem decisões baseadas em informações

relevantes. Além disso, ela também pode ser usada para planejar e monitorar melhor

os recursos policiais e melhorar a estratégia de prevenção da violência. Em suma, a

Inteligência Artificial é uma ferramenta muito valiosa para as polícias militares e

outras organizações de segurança pública. Ao combinar os algoritmos de machine

learning e análise de dados com os recursos operacionais e indicadores usados para

gerenciamento, ela pode melhorar significativamente a tomada de decisões,

planejamento e monitoramento, ajudando a garantir a prevenção da violência e a

ordem pública.

Inteligência Artificial, administração, segurança pública, big data, gestão operacional,


estratégias, polícia, governança, machine learning, planejamento, cenários, eficiência,
indicadores, tomada de decisão, policiamento orientado, processos de gestão, recursos
operacionais, monitoramento, polícia militar, prevenção, ordem pública, violência,
análise de dados, big data

Você também pode gostar