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SISTEMAS DE
POTÊNCIA II
Sumário
CAPÍTULO 1 - MÉTODOS DE OTIMIZAÇÃO APLICADOS A SISTEMAS DE
POTÊNCIA ................................................................................................................. 6
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 6
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 69
8. ANEXO ............................................................................................................ 70
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 74
3. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 86
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 87
Por fim, faz-se uma breve apresentação do problema de fluxo de potência ótimo (FPO)
em linhas gerais, para em seguida apresentar a formulação do problema de FPO,
utilizando o modelo linearizado (DC) para representação das equações de fluxo de
potência nas redes de transmissão.
Pode-se observar pela Figura 1.1 que o ótimo do problema de otimização está na
interseção da função elíptica para 𝑓 = 5 e a equação de restrição (𝑔). Nota-se
também que o ponto ótimo ocorre onde a função de restrição é tangente à função 𝑓.
Considere, agora, a Figura 1.2, na qual se mostram algumas elipses para valores da
função 𝑓 nas proximidades do ponto ótimo e os gradientes das funções 𝑓 e 𝑔 para os
pontos (𝑥1′ , 𝑥2′ ), (𝑥1∗ , 𝑥2∗ ) e (𝑥1′′ , 𝑥2′′ ), representados na figura por ∇𝑓(𝑥1 , 𝑥2 ) e ∇𝑔(𝑥1 , 𝑥2 ).
Note que no primeiro ponto (𝑥1 , 𝑥2 ), o gradiente é perpendicular a 𝑓, mas não a 𝑔, e,
portanto, tem valor diferente de zero na direção de 𝑔. Semelhantemente, o gradiente
no ponto (𝑥1′′ , 𝑥2′′ ) é perpendicular a 𝑔, mas não a 𝑓. O componente do gradiente
diferente de zero na direção de 𝑔 implica que mover nessa direção aumentará o valor
da função objetivo. Portanto, para minimizar 𝑓 deve-se caminhar em sentido oposto ao
componente do gradiente projetado em 𝑔. No ponto ótimo (𝑥1∗ , 𝑥2∗ ), o gradiente de 𝑓 é
perpendicular a 𝑔, logo não há como melhorar o valor da função objetivo movendo-se
deste ponto. Para garantir que o gradiente de 𝑓 (i.e. ∇𝑓) seja perpendicular a 𝑔, basta
que o gradiente de 𝑓 e o gradiente de g sejam vetores linearmente dependentes. Do
ponto de vista matemático, isso pode ser expresso da seguinte forma:
∇𝑓 + 𝜆∇𝑔 = 0 (1.2)
∂L
=0
𝜕𝑥1
(1.4)
𝜕𝐿
=0
𝜕𝑥2
𝜕𝐿
=0
𝜕𝜆
𝜕𝐿
= 0,5𝑥1 − 𝜆 = 0
𝜕𝑥1
𝜕𝐿
= 2𝑥2 − 𝜆 = 0
𝜕𝑥2
𝜕𝐿
= 5 − 𝑥1 − 𝑥2 = 0
𝜕𝜆
𝑥1 = 4; 𝑥2 = 1 𝑒 𝜆 = 2
9
𝑁 (1.5)
FT = ∑ 𝐹𝑖 (𝑃𝑖 )
𝑖=1
𝑁 (1.6)
𝑔 = 𝑃𝐿 − ∑ 𝑃𝑖 = 0
𝑖=1
A distribuição ótima da carga entre os geradores pode ser obtida por meio dos
multiplicadores de Lagrange. Nesse caso, a função objetivo e a função de restrição
podem ser combinadas na seguinte função de Lagrange:
As condições necessárias para que o ótimo da função seja encontrado são que as
derivadas parciais da função de Lagrange em relação às variáveis independentes (i.e.
𝑃𝑖 e 𝜆) sejam todas iguais a zero.
10
𝑑𝐹𝑇 (𝑃𝑖 )
= 𝜆 → N equações
𝑑𝑃𝑖
(1.10)
𝑃𝑖𝑀𝑖𝑛 ≤ 𝑃𝑖 ≤ 𝑃𝑖𝑀𝑎𝑥 → 2N inequações
𝑁
∑ 𝑃𝑖 = 𝑃𝐿 → 1 restrição de igualdade
𝑖=1
𝑑𝐹𝑖 (𝑃𝑖 )
= 𝜆 para 𝑃𝑖𝑀𝑖𝑛 ≤ 𝑃𝑖 ≤ 𝑃𝑖𝑀𝑎𝑥
𝑑𝑃𝑖
(1.11)
𝑑𝐹𝑖
< 𝜆 para 𝑃𝑖 = 𝑃𝑖𝑀𝑎𝑥
𝑑𝑃𝑖
𝑑𝐹𝑖
> 𝜆 para 𝑃𝑖 = 𝑃𝑖𝑀𝑖𝑛
𝑑𝑃𝑖
Exemplo 3.1:
Determine o despacho ótimo de 3 unidades térmicas utilizadas para suprir uma carga
de 850 MW.
Solução:
O primeiro passo é obter a função custo de produção para cada unidade. Para tal,
basta que o custo de operação seja multiplicado pela função de consumo 𝐻(𝑃). Sendo
assim, tem-se:
𝜕𝐿
= 0,003124𝑃1 + 7,92 − 𝜆 = 0
𝜕𝑃1
𝜕𝐿
= 0,00388𝑃2 + 7,85 − 𝜆 = 0
𝜕𝑃2
𝜕𝐿
= 0,00964𝑃3 + 7,97 − 𝜆 = 0
𝜕𝑃3
𝜕𝐿
= 850 − 𝑃1 − 𝑃2 − 𝑃3 = 0
𝜕𝜆
Nota-se que todas as potências geradas estão dentro dos limites máximo e mínimo.
Exemplo 3.2:
Suponha, agora, que o custo de operação da unidade 1 tenha baixado para 0,9
$/MBtu. Sendo assim, a função custo para o gerador 1 torna-se:
Nota-se que essa solução satisfaz à restrição do equilíbrio entre geração e carga, mas
viola os limites dos geradores 1 e 3.
𝑑𝐹2
| = 8,626 $/MWh
𝑑𝑃2 𝑃 =200
2
𝑑𝐹1
| = 8,016 $/MWh
𝑑𝑃1 𝑃
1 =600
𝑑𝐹3
| = 8,452 $/MWh
𝑑𝑃3 𝑃
3 =50
Nota-se que o custo incremental do gerador 1 (𝜆1 = 8,016 $/MWh) é menor que 8,626
$/MWh, logo a unidade 1 deve realmente gerar no seu limite máximo. Entretanto, o
custo incremental da unidade 3 (𝜆3 = 8,452 $/𝑀𝑊ℎ) é menor que 8,626 $/MWh, o que
implica que a unidade 3 não deve gerar no mínimo. Portanto, as unidades 2 e 3 devem
ser redespachadas. Isso significa ter que resolver o seguinte sistema de equações:
𝑃1 = 600
𝜕𝐿
= 0,00388𝑃2 − 𝜆 = 0
𝜕𝑃2
𝜕𝐿
= 0,00964𝑃3 − 𝜆 = 0
𝜕𝑃3
850 − 𝑃1 − 𝑃2 − 𝑃3 = 0
𝜕𝐹1
| = 8,016 $/MWh
𝜕𝑃1 𝑃
1 =600
𝑑𝐹2 𝑑𝐹3
= = 𝜆 = 8,576
𝑑𝑃2 𝑑𝑃3
𝜕𝐿 (1.12)
= 2𝛾𝑖 𝑃𝑖 + 𝛽𝑖 − 𝜆 = 0
𝜕𝑃𝑖
13
da qual se obtém:
𝜆 − 𝛽𝑖 (1.13)
𝑃𝑖 =
2𝛾𝑖
𝑁 (1.14)
𝜆 − 𝛽𝑖
𝑃𝐿 − ∑ ( )=0
2𝛾𝑖
𝑖=1
Após algumas modificações, a Equação (1.14) pode ser posta na forma a seguir:
𝑁 𝑁 (1.15)
1 1
𝑓(𝜆) = 2𝑃𝐿 − 𝜆 ∑ + 𝛽𝑖 ∑ = 0
𝛾𝑖 𝛾𝑖
𝑖=1 𝑖=1
O valor do custo incremental (𝜆) pode ser corrigido utilizando-se o método de Newton,
ou seja, nas proximidades da solução, a função dada por (1.15) pode ser linearizada,
conforme se mostra em (1.16).
da qual se obtém
𝑓(𝜆) (1.17)
Δ𝜆 = −
𝑓′(𝜆)
𝑁 (1.18)
1
𝑓′(𝜆) = − ∑
𝛾𝑖
𝑖=1
Início
Ler dados:
Número de geradores: N
Limites dos geradores: PM ax e PM in
Coefic ientes da funç ão c usto: a , b e g
Carga: PL
Custo inc remental inic ial: l0
M ax
Número máximo de iteraç ões: N
Tolerânc ia: e
k=1
B
Calcular:
Pi = l - bi
2gi
Sim
Pi = Pi Max Pi > Pi Max
Último Não
gerador
Calcular:
N
f(l) = PL - Pi
i=1
Sim
k > NMax Problema não convergiu
Não
|f(l)| > e Solução encontrada
Calcular:
Δl = - f(l)
k k
k
f’(l)
l = l + Δl
k+1 k
B k=k+1
carga deve, agora, levar em conta as perdas nas linhas de transmissão. Sendo assim,
a nova restrição passa a ser:
𝑁 (1.19)
𝑔 = 𝑃𝐿 + 𝑃𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 − ∑ 𝑃𝑖 = 0
𝑖=1
𝐿 = 𝐹𝑇 + 𝜆𝑔
𝜕𝐿 𝑑𝐹𝑖 𝜕𝑃𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠
= − 𝜆 (1 − )=0
𝜕𝑃𝑖 𝑑𝑃𝑖 𝜕𝑃𝑖
(1.20)
𝑁
𝜕𝐿
= 𝑃𝐿 + 𝑃𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 − ∑ 𝑃𝑖 = 0
𝜕𝜆
𝑖=1
𝑁 (1.21)
𝑃𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = ∑ 𝜏𝑖 𝑃𝑖2
𝑖=1
𝜆 − 𝛽𝑖 (1.22)
𝑃𝑖 =
2(𝛾𝑖 + 𝜆𝜏𝑖 )
Além da substituição da equação (1.13) pela equação (1.22), as perdas devem ser
calculadas utilizando-se os valores mais recentes de 𝑃𝑖 e incluí-las na equação de
equilíbrio entre geração e carga, conforme a segunda equação da expressão (1.20).
Exemplo 3.3:
Geralmente, nos sistemas elétricos de potência, a carga total é elevada durante o dia
(em função das atividades comerciais e industriais) e baixa ao anoitecer (quando a
maior parte da população está dormindo). Adicionalmente, a carga também varia de
acordo com os dias da semana. Normalmente, nos finais de semana a carga é menor
que durante os dias normais. Por questões econômicas, as unidades geradoras são
ligadas e desligadas ao longo do dia de acordo com a variação da carga. Para ilustrar
tal situação, considere o exemplo a seguir.
Exemplo 4.1:
Três geradores térmicos, cujos dados são mostrados na Tabela 1.3, são utilizados
para suprir uma carga que varia entre 500 e 1200 MW, conforme mostrado na Figura
1.6.
Solução:
Historicamente, uma regra muito utilizada pelos operadores dos sistemas de potência
é especificar o montante de reserva girante como um percentual da carga pico do
sistema, ou uma quantidade equivalente à maior unidade geradora sincronizada. Outra
forma de especificar a reserva girante é com base no risco de não haver geração
suficiente para atender a carga.
A reserva girante não deve somente ser suficiente para cobrir a perda de unidades
geradoras, mas deve ser adequadamente distribuída entre as unidades com tempo
rápido de resposta (i.e., que podem ser sincronizadas em poucos minutos) e unidades
lentas (que levam dezenas de horas para serem sincronizadas). Isso permite que o
controle automático de geração restaure a frequência do sistema e mantenha os
intercâmbios de potência ativa entre áreas, caso ocorra a perda de unidades
sincronizadas.
Tempo mínimo de parada (minimum up time): quando uma unidade térmica está
em operação a mesma não pode ser desligada instantaneamente.
Tempo mínimo de partida (minimum down time): quando uma unidade está
desligada, é necessário um tempo mínimo para que ela seja posta em operação.
Disponibilidade de mão-de-obra: se uma central de geração termelétrica é
composta por duas ou mais unidades geradoras, essas unidades não podem ser
20
O custo de partida das unidades térmicas pode variar desde um valor máximo, quando
a unidade é posta em operação com a caldeira fria (cold start) até valores
consideravelmente menores, quando a unidade é posta em operação poucos instantes
após ter sido desligada, e ainda se encontra com a temperatura próxima ao ponto de
operação. Esses dois custos podem ser aproximadamente estimados pelas Equações
(1.23) e (1.24).
−𝑡⁄ (1.23)
𝐶𝑐𝑜𝑜𝑙𝑖𝑛𝑔 = 𝐸𝑐 × (1 − 𝑒 𝛼) × 𝐹 + 𝐶𝑓
𝐶𝑏𝑎𝑘𝑖𝑛𝑔 = 𝐸𝑡 × 𝑡 × 𝐹 + 𝐶𝑓 (1.24)
em que:
𝐹 – custo do combustível;
𝑑𝐹(𝑃) (1.25)
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜 = |
𝑑𝑃 𝑃=𝑃𝑀𝑎𝑥
Para ilustrar, considere novamente as unidades do Exemplo 4.1, para as quais o custo
médio é mostrado a seguir:
ii. Determine o número de horas H, decorrido desde o instante que a unidade foi
desligada até o momento em que ela entrará em operação novamente
(considerando que a carga esteja decrescendo, mas se elevará algumas horas
à frente);
22
iv. Calcule três custos de produção: a) soma dos custos de produção horário para
as próximas H horas considerando que a unidade esteja em operação; b) soma
dos custos de produção horário considerando que a unidade foi desligada mais
o custo de partida a frio da unidade (cooling); c) idem ao (b), porém utilizando o
custo de partida a quente (baking). Se o custo de desligar a unidade mais o
custo de partida (cooling ou baking) for menor que manter a unidade em
operação, desligue-a; senão mantenha a unidade em operação;
Exemplo 4.2:
Considere que o custo do combustível seja 1,0 $/MBtu, que inicialmente as unidades 1
e 2 estejam operando e que as unidades 3 e 4 estejam desligadas. Considere também
que as unidades 3 e 4 estão desligadas há 8 horas e que cada intervalo da carga dure
2 horas.
Solução:
Nesse problema assume-se que a curva 𝐻(𝑃) de cada unidade é uma reta. Logo, o
custo incremental será constante. Os custos incrementais dos geradores são
calculados a seguir:
Intervalo 1:
Intervalo 2:
Intervalo 3:
Nota-se que a carga diminui de 800 para 700 MW, o que implica que há a
possibilidade de o gerador 3 ser desligado. Entretanto, no quarto intervalo a carga
aumenta para 950 MW e, portanto, o gerador 3 deverá ser ligado novamente. Como
cada intervalo tem 2 horas de duração, não haverá tempo suficiente para partir o
gerador 3 caso ele seja desligado no início do intervalo 3. Sendo assim, o mesmo
deverá ser mantido em operação. Portanto, duas alternativas devem ser analisadas:
Intervalo 4:
𝐶𝑇 4 = 500 × 9,95 × 2 + 250 × 10,2 × 2 + 100 × 11,0 × 2 + 110 × 1,0 + 100 × 11,0 × 2 = $ 19560,00
𝐶𝑇 = 𝐶𝑇 1 + 𝐶𝑇 2 + 𝐶𝑇 3 + 𝐶𝑇4
𝐶𝑇 = $ 61888,00
Unidade 1
Unidade 1 + Unidade 2
Para esse caso foi suposto que a unidade 1 é a primeira a ser despachada, em
seguida a unidade 2, e assim por diante até a unidade 4.
em que:
Exemplo 4.3:
Obs.: considerar que a função custo das unidades seja da forma dada a seguir:
Solução:
O primeiro passo para resolver o problema é construir a lista de prioridade com base
nos custos incrementais das unidades. Para o exemplo em questão, tem-se:
Intervalo 1:
O custo mínimo até o primeiro intervalo será considerado zero. Assumindo também
que não houve transição de um estado anterior, tem-se:
Intervalo 2:
Nesse intervalo, a carga sobe para 530 MW. As unidades 2 e 3 têm capacidade
suficiente para atender essa carga, não sendo necessário por em operação a próxima
unidade da lista de prioridade. Logo,
Intervalo 3:
Nesse intervalo, a carga sobe para 600 MW, implicando na necessidade de por a
próxima unidade da lista de prioridade em operação. Então, as seguintes opções
devem ser analisadas:
28
A unidade 1 precisa de 4 horas para partir. Dado que ela se encontrava desligada por
5 horas no início da análise, ela terá permanecido 7 horas desligada até o início do
intervalo 3. Então, o custo de transição do intervalo 2 no estado 1 (unidades 2 e 3
ligadas) para o intervalo 3 no estado 2 (unidades 1, 2 e 3 ligadas) equivale ao custo de
partida a frio da unidade 1, ou seja:
Supondo que a decisão tenha sido ligar a unidade 1, o custo de produção no intervalo
3 seria:
𝑃𝑐𝑜𝑠𝑡 (3,2) = (684,74 + 300 × 19,74) × 1 + (585,62 + 250 × 20,34) × 1 + (213,00 + 50 × 23,54) × 1 = $ 13667,36
Supondo que a decisão tenha sido ligar a unidade 4, o custo de produção no intervalo
3 seria:
𝑃𝑐𝑜𝑠𝑡 (3,3) = (684,74 + 300 × 19,74) × 1 + (585,62 + 250 × 20,34) × 1 + (252,00 + 50 × 28,00) = 13929,36
O custo até o intervalo 3, considerando que a decisão tenha sido ligar a unidade 4 é:
Verifica-se que a decisão mais econômica é que a unidade 4 seja ligada para operar
no intervalo 4.
Intervalo 4:
No intervalo 4, a carga diminui para 540 MW, o que implica que a unidade 4 poderá
ser desligada. Verificando os próximos intervalos nota-se que a carga continua
decrescendo. Portanto, a melhor alternativa é, de fato, desligar a unidade 4. Sendo
assim, do intervalo 3 para o intervalo 4 não haverá custo de transição e o custo de
produção nesse intervalo será de:
29
Intervalo 5:
Intervalo 6:
No intervalo 6, a carga cai para 280 MW. Nessa condição há três possibilidades a
serem analisadas:
1) Desligar a unidade 2:
Essa alternativa não é possível, pois no intervalo 8 a carga sobe para 500 MW e,
portanto, a unidade 2 deverá ser ligada novamente. Como essa unidade apresenta um
tempo mínimo de partida de 5 horas, não há como satisfazer essa restrição.
Intervalo 7:
No intervalo 7, a carga sobe para 290 MW. Nesse caso, novamente, têm-se duas
possibilidades:
Então, o custo até o intervalo 7 assumindo que a decisão anterior tenha sido manter a
unidade aquecida, mas sem despachá-la é:
ou o custo até o intervalo 7 considerando que a decisão anterior foi manter a unidade
2 gerando no mínimo:
O custo até o intervalo 7, assumindo que a decisão anterior foi manter a unidade 2
aquecida, mas sem despachá-la é:
Intervalo 8:
No intervalo 8, a carga sobe para 500 MW. Como as unidades 2 e 3 são capazes de
suprir essa carga, não é necessário por em operação uma nova unidade.
Assumindo que a decisão anterior tenha sido manter a unidade 2 ligada, mas sem
despachá-la, tem-se:
5. COORDENAÇÃO HIDROTÉRMICA
O foco deste documento são estudos de curto prazo. Entretanto, para uma melhor
compreensão do processo de programação da operação hidrotérmica, a próxima
seção faz algumas considerações sobre os estudos de médio prazo.
A curva limite ilustrada na Figura 1.8 é obtida por meio de simulação da operação do
sistema para um dado ano hidrológico.
Neste caso, busca-se minimizar o custo total de atendimento da demanda, que inclui o
custo da geração térmica mais o custo do déficit. Em outras palavras, procura-se
operar com a geração térmica mínima nos períodos hidrológicos favoráveis e elevar a
geração térmica nos períodos com hidrologias adversas.
Figura 1.9: Variação do valor marginal da água com a tendência hidrológica e o nível de
armazenamento do reservatório.
35
Considere o sistema formado por uma usina térmica (UTE) e uma usina hidrelétrica
(UHE) equivalentes alimentando uma carga, conforme ilustrado na Figura 1.10.
Figura 1.10: Sistema hidrotérmico formado por uma usina térmica e uma usina hidrelétrica
equivalentes.
𝑗𝑚𝑎𝑥
(1.27)
𝑇𝑚𝑎𝑥 = ∑ ℎ𝑗
𝑗=1
As potências geradas e a carga, para cada intervalo 𝑗, são designadas por: 𝑃𝐻𝑗 , 𝑃𝑇𝑗 e
𝑃𝐿𝑗 .
𝑗𝑚𝑎𝑥 𝑗𝑚𝑎𝑥
(1.29)
∑ 𝑃𝐻𝑗 × ℎ𝑗 ≤ ∑ 𝑃𝐿𝑗 × ℎ𝑗
𝑗=1 𝑗=1
𝑗𝑚𝑎𝑥 𝑗𝑚𝑎𝑥
(1.30)
𝐸 = ∑ 𝑃𝐿𝑗 × ℎ𝑗 − ∑ 𝑃𝐻𝑗 × ℎ𝑗
𝑗=1 𝑗=1
Além disso, não se exige que a térmica funcione durante todo o horizonte de análise
(𝑇𝑚𝑎𝑥 ). Sendo assim, seja 𝑁𝑇 o número de intervalos de operação da unidade térmica,
então:
𝑁𝑇
(1.31)
𝐸 = ∑ 𝑃𝑇𝑗 × ℎ𝑗
𝑗=1
e
37
𝑁𝑇
(1.32)
𝑇𝑇 ≜ ∑ ℎ𝑗 ≤ 𝑇𝑚𝑎𝑥
𝑗=1
𝑁𝑇
𝑀𝑖𝑛 𝐹𝑇 (𝑷 𝑇 ) = ∑ 𝐹 (𝑃𝑇𝑗 ) ℎ𝑗
𝑗=1
(1.33)
s.a:
𝑁𝑇
𝐸 − ∑ 𝑃𝑇𝑗 × ℎ𝑗 = 0
𝑗=1
𝑷 𝑇 = [𝑃𝑇1 , 𝑃𝑇 2 , ⋯ 𝑃𝑇𝑁𝑇 ]
𝑁𝑇 𝑁𝑇
(1.34)
𝐿(𝑃𝑇 , 𝜇) = ∑ 𝐹 (𝑃𝑇𝑗 ) ℎ𝑗 + 𝜇 (𝐸 − ∑ 𝑃𝑇𝑗 × ℎ𝑗 )
𝑗=1 𝑗=1
Como 𝜇 é constante, a condição (1.35) implica que a UTE deve operar a custo
incremental constante durante todo o período de tempo em que está em operação.
Dada a natureza monotônica da função 𝐹(𝑃𝑇𝑘 ), isto significa que a potência gerada
pela UTE deve ser constante ao longo de todo o seu intervalo de funcionamento.
𝑁𝑇 𝑁𝑇
(1.37)
𝐸 = ∑ 𝑃𝑇𝑗 × ℎ𝑗 = ∑ 𝑃𝑇∗𝑗 × ℎ𝑗 = 𝑃𝑇∗ × 𝑇𝑇
𝑗=1 𝑗=1
ou
𝐸 (1.38)
𝑇𝑇 =
𝑃𝑇∗
𝑁𝑇
(1.39)
𝐹(𝑃𝑇 ) = 𝐹(𝑃𝑇∗ ) ∑ ℎ𝑗 = 𝐹(𝑃𝑇∗ ) × 𝑇𝑇
𝑗=1
Assumindo que a função custo de produção da térmica pode ser aproximada por uma
função quadrática do tipo
𝛼𝐸
min 𝐹𝑇 (𝑃𝑇 ) = 𝛾𝐸𝑃𝑇∗ + 𝛽𝐸 +
𝑃𝑇∗
𝑑𝐹𝑇 𝛼𝐸
= 𝛾𝐸 − ∗ 2 = 0
𝑑𝑃𝑇∗ (𝑃𝑇 )
Logo,
𝛼 (1.41)
𝑃𝑇∗ = √
𝛾
Figura 1.11: Curva de carga e participação térmica e hidráulica num problema de programação
com restrição energética.
Exemplo 5.1:
Uma UHE e uma UTE devem alimentar uma carga constante de 90 MW por uma
semana (168 horas). As características das unidades são dadas a seguir:
Supondo que a usina hidrelétrica é limitada a gerar 10 GWh, por quanto tempo deve
funcionar a UTE e qual deve ser o seu despacho?
40
Solução:
𝛼 53,25
𝑃𝑇 = √ = √ = 50 MW
𝛾 0,0213
𝐸 5120
𝑇𝑇 = = = 102,4 h
𝑃𝑇 50
Exemplo 5.2:
Suponha agora que o limite de energia para a UHE do Exemplo 1 seja expresso em
termos do volume de água pelo qual o reservatório da usina pode ser deplecionado
durante a semana. Supondo que o máximo deplecionamento admissível seja de
250.000 dam3 para a semana e que os demais dados do Exemplo 1 permaneçam os
mesmos, por quanto tempo a térmica deve funcionar?
Solução:
𝑉2 = 1650 × (168 − 𝑇𝑇 )
𝑇𝑇 = 36,27 h
41
Para apresentar o problema, será considerado um sistema formado por uma UTE e
uma UHE equivalentes. Há um máximo volume de água que pode ser turbinado ao
longo do período 𝑇𝑚𝑎𝑥 horas, definido com base nos estudos de planejamento da
operação de médio prazo. Será também suposta a ausência de vertimento e ainda que
a altura da coluna de água no reservatório permanece aproximadamente constante ao
longo do horizonte de estudo. Esta última hipótese implica que a potência produzida
pela UHE depende essencialmente da vazão turbinada. Sendo assim, é possível
expressar a vazão 𝑞 no intervalo 𝑗 como uma função da potência hidrelétrica gerada
𝑃𝐻𝑗 .
Seja 𝑉𝑇𝑜𝑡 o volume disponível para ser turbinado durante o horizonte 𝑇𝑚𝑎𝑥 horas, que
como antes, é dividido em 𝑗𝑚𝑎𝑥 intervalos, sendo que 𝑗 = 1, 2, . . . , 𝑗𝑚𝑎𝑥 , tem duração
de ℎ𝑗 horas. O problema de programação hidrotérmica de curto prazo pode, então, ser
formulado como:
𝑗𝑚𝑎𝑥
min 𝐹𝑇 (𝑷 𝑇 ) = ∑ 𝐹 (𝑃𝑇𝑗 ) ℎ𝑗
𝑗=1
s.a: (1.42)
𝑗𝑚𝑎𝑥
∑ ℎ𝑗 𝑞 (𝑃𝐻𝑗 ) = 𝑉𝑇𝑜𝑡
𝑗=1
𝑗𝑚𝑎𝑥 𝑗𝑚𝑎𝑥
(1.43)
𝐿(𝑷 𝑇 , 𝑷𝐻 , 𝝀, 𝜇) = ∑ [𝐹 (𝑃𝑇𝑗 ) ℎ𝑗 + 𝜆𝑗 (𝑃𝐿𝑗 + 𝑃𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠𝑗 − 𝑃𝐻𝑗 − 𝑃𝑇𝑗 )] + 𝜇 [ ∑ ℎ𝑗 𝑞 (𝑃𝐻𝑗 ) − 𝑉𝑇𝑜𝑡 ]
𝑗=1 𝑗=1
em que
𝑇
𝑷 𝑇 = [𝑃𝑇1 , 𝑃𝑇2 , ⋯ 𝑃𝑇𝑗𝑚𝑎𝑥 ]
𝑇
𝑷𝐻 = [𝑃𝐻1 , 𝑃𝐻2 , ⋯ , 𝑃𝐻𝑗𝑚𝑎𝑥 ]
Note que a restrição de volume é apenas uma, mas envolve todas as potências
geradas na UHE em cada intervalo de tempo 𝑗. Pelo fato de envolver todos os
intervalos do horizonte de tempo estudado, esse tipo de restrição é chamado de
restrição intertemporal.
1 𝑑𝐹(𝑃𝑇𝑘 ) (1.46)
( 𝜕𝑃𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠𝑘
) ℎ𝑘 = 𝜆𝑘 , 𝑘 = 1,2, ⋯ , 𝑗𝑚𝑎𝑥
1− 𝑑𝑃𝑇𝑘
𝜕𝑃𝑇𝑘
1 𝑑𝑞(𝑃𝐻𝑘 ) (1.47)
( 𝜕𝑃𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠𝑘
) ℎ𝑘 𝜇 = 𝜆𝑘 , 𝑘 = 1,2, ⋯ , 𝑗𝑚𝑎𝑥
1− 𝑑𝑃𝐻𝑘
𝜕𝑃𝐻𝑘
𝑑𝐹(𝑃𝑇𝑘 ) (1.48)
ℎ = 𝜆𝑘 , 𝑘 = 1,2, ⋯ , 𝑗𝑚𝑎𝑥
𝑑𝑃𝑇𝑘
𝑑𝑞(𝑃𝐻𝑘 ) (1.49)
ℎ𝜇 = 𝜆𝑘 , 𝑘 = 1,2, ⋯ , 𝑗𝑚𝑎𝑥
𝑑𝑃𝐻𝑘
𝑞(𝑃𝐻 ) = 𝑎𝑃𝐻𝑗 + 𝑏
𝑑𝑞
de tal modo que (𝑑𝑃 ) = 𝑎 = constante, vê-se da Equação (1.49) que, sob as
𝐻𝑗
𝐹(𝑃𝑇 ) = 𝑐𝑓 × 𝐻(𝑃𝑇 )
𝑑𝐻(𝑃𝑇𝑘 ) (1.50)
ℎ𝑐𝑓 = 𝜆𝑘
𝑑𝑃𝑇𝑘
Considerando dois volumes de água disponíveis para serem turbinados por uma UHE
sob as mesmas condições, 𝑉𝑇𝑜𝑡1 e 𝑉𝑇𝑜𝑡2, 𝑉𝑇𝑜𝑡1 > 𝑉𝑇𝑜𝑡2, pode-se esperar que, se 𝜇1 e
𝜇2 são valores marginais da água correspondentes, então, 𝜇1 < 𝜇2 .
Exemplo 5.3:
Uma carga deve ser alimentada durante 24 horas por uma UHE e uma UTE cujas
características são dadas a seguir:
Solução:
𝑃𝑇 = 577,9 MW
e consequentemente:
𝑑𝐹(𝑃𝑇𝑘 )
𝜆1 = 𝜆2 = ℎ = 12 × (9,2 + 0,00368 × 577,9) = 135,92 $/MW
𝑑𝑃𝑇𝑘
𝑑𝑞(𝑃𝐻𝑘 )
𝜇ℎ = 𝜆 ⇒ 12 × 4,97 × 𝜇 = 135,92
𝑑𝑃𝐻𝑘
Exercício:
Considere o sistema termelétrico composto por uma UTE e uma UHE (equivalentes)
cujos dados são mostrados a seguir.
Sabe-se que a UHE conta com um reservatório com capacidade de 33600 dam3 que
pode ser utilizado ao longo do dia. Determine o despacho da UTE e da UHE, bem
como os custos marginais de energia e da água.
46
Novamente, será assumido que a função 𝐹(𝑃𝑇 ) é do tipo: 𝛾𝑃𝑇2 + 𝛽𝑃𝑇 + 𝛼 e que a
função 𝑞(𝑃𝐻 ) é do tipo: 𝑎𝑃𝐻 + 𝑏. No caso das perdas na transmissão será assumido
que as perdas se relacionam com as potências hidráulica e térmica geradas, por meio
da equação (1.51).
Levando a função 𝐹(𝑃𝑇 ) e função das perdas para a equação (1.44), e isolando o
termo 𝑃𝑇𝑗 , chega-se a:
𝜆𝑗 − 𝛽ℎ𝑗 (1.52)
𝑃𝑇𝑗 =
2(𝛾ℎ𝑗 + 𝜏 𝑇 𝜆𝑗 )
𝜆𝑗 − 𝑎ℎ𝑗 𝜇 (1.53)
𝑃𝐻𝑗 =
2𝜏𝐻 𝜆𝑗
𝑗𝑚𝑎𝑥
𝜆𝑗 − 𝑎ℎ𝑗 𝜇 (1.55)
𝑓(𝜇) = 𝑉𝑇𝑜𝑡 − ∑ 𝑎 ( )+𝑏 =0
2𝜏𝐻 𝜆𝑗
𝑗=1
Passos do algoritmo:
1. Inicializar as variáveis: 𝜆, 𝜇, 𝜀1 e 𝜀2 ;
2. Inicializar o contador de intervalos: 𝑗 = 1;
3. Determinar as potências hidráulica e térmica, utilizando as Equações (1.52) e
(1.53).
4. Verificar os limites inferior e superior das variáveis 𝑃𝑇𝑗 e 𝑃𝐻𝑗 , caso estejam fora
dos limites fazer a variável que violou igual ao limite violado;
5. Verificar a equação do balanço de potência: |𝑓(𝜆)| ≤ 𝜀1 . Em caso afirmativo,
prosseguir para o passo 6, senão atualizar o valor de 𝜆𝑗 e retornar ao passo 3.
6. Calcular 𝑞𝑗 (𝑃𝐻𝑗 );
𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜
𝜆𝑗𝑛𝑜𝑣𝑜 = 𝜆𝑗 + Δ𝜆𝑗 (1.56)
𝑓(𝜆𝑗 )
Δ𝜆𝑗 = − (1.57)
𝑓′(𝜆𝑗 )
ℎ𝑗 (𝛾 + 𝛽𝜏 𝑇 ) 𝑎ℎ𝑗 𝜇𝜏𝐻
𝑓 ′ (𝜆𝑗 ) = − 2 − 2 (1.58)
2(𝛾ℎ𝑗 + 𝜏 𝑇 𝜆𝑗 ) 2(𝜆𝑗 𝜏𝐻 )
𝑓(𝜇)
𝛥𝜇 = − (1.60)
𝑓′(𝜇)
𝑗𝑚𝑎𝑥
𝑎2 ℎ𝑗
𝑓 ′ (𝜇) = ∑ (1.61)
2𝜏𝐻 𝜆𝑗
𝑗=1
Exemplo 5.4:
Reconsidere o Exemplo 5.3, agora supondo que a UHE está localizada a certa
distância da carga, tal que as perdas na transmissão são significativas e
dependem apenas de 𝑃𝐻 , sendo dadas por:
Solução:
(𝑉𝑖 − 𝑉𝑘 )
𝑞𝑗 = + 𝑟𝑗 (1.63)
ℎ𝑗
em que a vazão 𝑞𝑗 deve ser maior que zero e menor que uma vazão máxima (𝑞𝑗𝑀𝑎𝑥 ),
correspondente à capacidade máxima de geração da usina hidrelétrica.
Então, sejam:
𝑇𝐶𝑘 (0) = 0
(1.64)
𝑇𝐶𝑘 (𝑗) = 𝑚𝑖𝑛[𝑇𝐶𝑖 (𝑗 − 1) + 𝑃𝐶(𝑖, 𝑗 − 1: 𝑘, 𝑗)]
Exemplo 5.5:
Considere um sistema hidrotérmico composto por uma unidade térmica e uma unidade
hidrelétrica cujos dados são apresentados a seguir:
A curva de carga e a vazão afluente para um período de 24 horas são dadas a seguir:
Solução:
Logo, o custo de produção para sair do início do intervalo 1, no estado 3 de volume (𝑉0
= 10.000 dam3) e ir para o final do intervalo 1, no estado de volume 1 (𝑉1 = 6.000
dam3) é dado por:
𝑇𝐶1 = 11342,152 $
53
min 𝑓(𝑥)
s.a:
(1.65)
𝑔(𝑥) = 0
ℎ(𝑥) ≤ 0
𝑙≤𝑥≤𝑢
em que:
em que:
55
∑ 𝑃𝑖𝑗 = 𝑄𝐺𝑖 + 𝑄𝐶𝑖 − 𝑄𝐼𝑖 + 𝑉𝑖2 𝑏𝑖𝑠ℎ − 𝐹𝐶𝑖 × (𝐷𝑖 − 𝐹𝑖 𝑉𝑖 + 𝐺𝑖 𝑉𝑖2 ) × 𝑄𝐿𝑖 (1.67)
𝑗∈Ω𝑖
em que:
em que:
Módulo da Tensão:
Tap do Transformador:
Rejeição de Carga:
0 ≤ 𝐹𝐶𝑖 ≤ 1 (1.73)
Observe que 𝐹𝐶𝑖 = 1 significa que a carga total da barra é considerada, enquanto que
𝐹𝐶𝑖 = 0 anula o valor da carga.
2
𝑃𝑖𝑗2 + 𝑄𝑖𝑗
2
≤ (𝑆𝑖𝑗𝑀𝑎𝑥 ) (1.75)
em que:
𝑓 = ∑ 𝑄𝐶𝑖 + ∑ 𝑄𝐼𝑖
(1.77)
𝑖∈𝐼𝑄𝐶 𝑖∈𝐼𝑄𝐼
em que:
Mínima Perda:
em que:
em que:
Deste ponto em diante, o problema de fluxo de potência ótimo (FPO) será formulado
com base no modelo de fluxo de potência linearizado ou DC. Entretanto, antes de dar
início à modelagem matemática do problema de FPO linearizado, é pertinente fazer
uma breve revisão sobre programação linear.
𝑀𝑖𝑛 𝑐1 𝑥1 + 𝑐2 𝑥2 + ⋯ + 𝑐𝑛 𝑥𝑛
𝑆𝑢𝑗𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑎:
A equação anterior pode ser escrita de modo compacto, como mostrado em (1.81).
𝑀𝑖𝑛 𝒄𝑡 × 𝒙
𝑆𝑢𝑗𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑎: (1.81)
𝑨×𝒙≤𝒃
𝒙≥0
Exemplo 6.1:
Solução:
Sujeito a:
𝑥1 ≤ 5000
𝑥2 ≤ 7000
50𝑥1 + 100𝑥2 ≤ 800.000
𝑥1 , 𝑥2 ≥ 0
Os módulos das tensões são supostos iguais a 1,0 pu para todas as barras;
Com essas hipóteses, o fluxo de potência ativa 𝑡𝑖𝑗 na linha 𝑖 − 𝑗 é dado por:
Sendo assim, a injeção líquida de potência ativa numa barra 𝑖 qualquer é dada por:
𝐵(𝑖, 𝑖) = ∑ 𝑏𝑖𝑗
𝑗∈Ω𝑖
𝐵(𝑖, 𝑗) = −𝑏𝑖𝑗
ou na forma matricial
𝑷 = −𝑩𝜽 (1.86)
Nota-se também na matriz anterior que a soma das linhas ou colunas é igual a zero e,
portanto, a matriz 𝑩 é singular. Isso significa que as N equações implícitas em (1.86)
são linearmente dependentes e, portanto, não podem ser utilizadas para definir
restrições de igualdade do problema de FPO. Uma maneira de eliminar a redundância
dessas equações é definir o ângulo de uma barra 𝑘 como sendo a referência angular
do sistema (𝜃𝑘 = 0). Essa definição implica em eliminar a coluna 𝑘 da matriz 𝑩.
Sendo assim,
̂ = −𝑩
𝑷 ̂𝜽̂ (1.87)
A equação (1.87) não pode ser utilizada como restrição de balanço de potência para o
problema de FPO linearizado porque o vetor P de injeções de potência ativa as barras
ainda tem que ser expresso como função das potências geradas e das potências das
cargas nas barras.
64
𝑡
Sejam ainda 𝑷𝑮 = [𝑃𝐺1 , 𝑃𝐺2 , ⋯ , 𝑃𝐺𝑛 ] o vetor 𝑛𝑔 × 1 das potências ativas geradas nas
𝑡
barras de geração e 𝑷𝑳 = [𝑃𝐿1 , 𝑃𝐿2 , ⋯ , 𝑃𝐿𝑁 ] o vetor 𝑁 × 1 das cargas ativas nas
barras do sistema. O vetor de potências ativas injetadas nas barras pode, portanto, ser
escrito como:
𝑷 = 𝑨𝒈 ∙ 𝑷𝑮 − 𝑷𝑳 (1.89)
−𝑩 ∙ 𝜽 + 𝑨𝒈 ∙ 𝑷𝑮 = 𝑷𝑳 (1.90)
𝑷𝑀𝑖𝑛
𝑮 ≤ 𝑷𝑮 ≤ 𝑷𝑀𝑎𝑥
𝑮 (1.91)
Além das restrições de balanço de potência ativa dadas pela equação (1.90), que são
restrições de igualdade, consideram-se também no problema de FPO os limites
impostos sobre os fluxos de potência ativa nos ramos (linhas de transmissão e
transformadores), que são restrições de desigualdade.
Tais limites são devidos tanto às limitações térmicas dos condutores quanto às
restrições de estabilidade.
65
𝑀𝑎𝑥
Seja 𝑡𝑖𝑗 o limite máximo de fluxo de potência no ramo 𝑖 – 𝑗. Essa restrição pode ser
representada por:
𝑀𝑎𝑥
𝑡𝑖𝑗 ≤ 𝑡𝑖𝑗 (1.92)
ou
𝑀𝑎𝑥
|−𝑏𝑖𝑗 (𝜃𝑖 − 𝜃𝑗 )| ≤ 𝑡𝑖𝑗 (1.93)
Finalmente, pode-se verificar que o vetor de fluxos nas linhas é dado por:
𝒕=𝜸∙𝑨 ̂
̂𝑡 ∙ 𝜽 (1.96)
Sendo assim, as restrições de fluxo de potência ativa nos circuitos podem ser escritas
na forma matricial:
̂ ≤ 𝒕𝑀𝑎𝑥
̂𝑡 ∙ 𝜽
𝜸∙𝑨
(1.97)
̂ ≤ 𝑡 𝑀𝑎𝑥
̂𝒕 ∙ 𝜽
−𝜸 ∙ 𝑨
𝜽
𝑡
𝑀𝑖𝑛 𝒄 ∙ [𝑷𝐺 ]
𝑷𝑟
Sujeito a:
̂ + 𝑨𝑔 ∙ 𝑷𝑔 + 𝑨𝒓 ∙ 𝑷𝑟 = 𝑷𝐿
−𝑩 ∙ 𝜽 (1.98)
̂𝑡 | ≤ 𝑡 𝑀𝑎𝑥
|𝜸 ∙ 𝑨
𝑷𝑀𝑖𝑛
𝐺 ≤ 𝑷𝐺 ≤ 𝑷𝑀𝑎𝑥
𝐺
0 ≤ 𝑷𝑟 ≤ 𝑷𝐿
Na equação (98) 𝑐 = [𝑐𝜃2 , 𝑐𝜃3 , ⋯ , 𝑐𝜃𝑁 , 𝑐𝐺1 , 𝑐𝐺2 , ⋯ 𝑐𝐺𝑛𝑔 , 𝑐𝑟1 , 𝑐𝑟2 , ⋯ 𝑐𝑟𝑛𝑟 ] representa o vetor
dos custos associados às variáveis do problema. Vale salientar que os custos
referentes aos ângulos são nulos. O vetor 𝑷𝑟 contém os cortes de carga necessários
para aliviar as retrições (carregamento dos circuitos, ou máxima geração) e a matriz
𝑨𝑟 é a matriz de incidência barras-cargas, construída de modo similar à matriz de
incidência barras-geradores.
Exemplo 6.2:
1 2
PG1 X12
PL1
X23
X13 X24
PG2
PL2
X34 4
3
Figura 1.18: Sistema com quatro barras.
Solução:
𝑀𝑖𝑛 𝑧 = 𝑐𝜃2 𝜃2 + 𝑐𝜃3 𝜃3 + 𝑐𝜃4 𝜃4 + 𝑐𝐺1 𝑃𝐺1 + 𝑐𝐺2 𝑃𝐺2 + 𝑐𝑟1 𝑃𝑟1 + 𝑐𝑟2 𝑃𝑟2
Restrições de igualdade:
Restrições de desigualdade:
Limites de geração:
𝑃𝐺𝑀𝑖𝑛
1
≤ 𝑃𝐺1 ≤ 𝑃𝐺𝑀𝑎𝑥
1
𝑃𝐺𝑀𝑖𝑛
2
≤ 𝑃𝐺2 ≤ 𝑃𝐺𝑀𝑎𝑥
2
0 ≤ 𝑃𝑟1 ≤ 𝑃𝐿1
0 ≤ 𝑃𝑟2 ≤ 𝑃𝐿2
−𝑏12 −𝑏13 0 1 0 0 0 0
(𝑏 + 𝑏23 + 𝑏24 ) −𝑏23 −𝑏24 0 0 1 0 𝑃𝐿
𝐴𝑒𝑞 = [ 21 ] ; 𝑏𝑒𝑞 = [ 1 ]
−𝑏32 (𝑏31 + 𝑏32 + 𝑏34 ) −𝑏34 0 0 0 1 𝑃𝐿2
−𝑏42 −𝑏43 (𝑏42 + 𝑏43 ) 0 1 0 0 0
Os limites mínimo e máximo da geração bem como os limites dos cortes de carga
podem ser colocados da seguinte forma:
69
𝜃2𝑀𝑖𝑛 𝜃2𝑀𝑎𝑥
𝜃3𝑀𝑖𝑛 𝜃3𝑀𝑎𝑥
𝜃4𝑀𝑖𝑛 𝜃4𝑀𝑎𝑥
𝐿𝐵 = 𝑃𝐺𝑀𝑖𝑛 ; 𝑈𝐵 = 𝑃𝐺𝑀𝑎𝑥
1
1
𝑃𝐺𝑀𝑖𝑛 𝑃𝐺𝑀𝑎𝑥
2
2
0 𝑃𝐿1
[ 0 ] [ 𝑃𝐿2 ]
7. REFERÊNCIAS
8. ANEXO
functionDespachoHidrotermico
clc
clear all
SystemData
% o número de intervalos
[jmax,ncol] = size(LoadPattern);
% Chute inicial
mu = 2.28;
% Desvio de volume
DeltaV = 1e10;
iter2 = 0;
Vol = 0;
dfmu = 0;
for j = 1:jmax
% Desvio de potência
DeltaP = 1e10;
iter1 = 0;
% Cálculoda potênciatérmica
ifPt(j) <Therm(1)
Pt(j) = Therm(1);
elseifPt(j) >Therm(2)
Pt(j) = Therm(2);
end
71
Ph(j) = (Lamb(j)-Hydro(3)*LoadPattern(j,1)*mu)/(2*Tal(2)*Lamb(j));
Ph(j) = Hydro(1);
Ph(j) = Hydro(2);
end
A = LoadPattern(j,1)*(Therm(3)+Therm(4)*Tal(1));
B = 2*(Therm(3)*LoadPattern(j,1)+Tal(1)*Lamb(j))^2;
C = Hydro(3)*LoadPattern(j,1)*mu*Tal(2);
D = 2*(Tal(2)*Lamb(j))^2;
dfLamb =-(A/B)-(C/D);
DeltaLamb = -DeltaP/dfLamb;
iter1 = iter1 + 1;
end
end
q(j) = Hydro(3)*Ph(j)+Hydro(4);
end
Deltamu = -DeltaV/(cf*dfmu);
72
mu = mu + Deltamu;
iter2 = iter2 + 1;
end
end
% processoconvergido
for j = 1:jmax
end
% Resultados finais
disp(sprintf('Despacho hidrotérmico'));
disp(sprintf('Intervalo Duração Pot. Hid. (MW) Pot. Term. (MW) Perdas (MW) Lambda($/MW) mu($/dam3)
Custo de Prod. ($) Vazão (dam3/h)'));
for j = 1:jmax
disp(sprintf('%9d %7.0f %14.3f %15.3f %11.3f %12.3f %10.3f %18.3f %14.3f', j, LoadPattern(j,1), Ph(j),
Pt(j), Perdas(j), Lamb(j), mu, ProdCost(j),q(j)));
end
functionSystemData
% Dados do sistema
%=================
% Pot_Min Pot_Max a b]
% Volume total
Vtot = 100000;
% Curva de carga
% [duração Pot]
73
12 1500];
% Perdas na transmissão
% [Tal_tTal_h]
Tal = [0 8E-5];
tol1 = 1E-3;
tol2 = 5;
Maxiter1 = 20000;
Maxiter2 = 2000;
cf = 5;
CAPÍTULO 2 - REPRESENTAÇÃO
DE CONTROLES E LIMITES NOS
PROGRAMAS DE FLUXO DE
POTÊNCIA
1. INTRODUÇÃO
2. MODOS DE REPRESENTAÇÃO
Classificação por tipo de barra (V, PV, PQ, etc.) e o agrupamento das
equações correspondentes nos dos subsistemas 1 e 2 de resolução do
problema de fluxo de potência [1];
Nas barras de geração e nas barras em que são ligados compensadores síncronos, o
controle de magnitude da tensão é feito pelo ajuste da corrente de campo das
máquinas síncronas, as quais podem operar sub ou sobrexcitadas, injetando ou
absorvendo reativo da rede.
Após uma barra PV ter sido transformada em PQ, deve-se testar, a cada iteração
subsequente, a possibilidade de essa barra voltar a seu tipo original. Considere, por
exemplo, um caso em que a injeção de reativo esteja fixada no limite máximo, ou seja,
𝐸𝑠𝑝
𝑄𝑘 = 𝑄𝑘𝑀𝑎𝑥 . A variável 𝑉𝑘 correspondente, recalculada a cada iteração, poderá ser
𝐸𝑠𝑝 𝐸𝑠𝑝
maior, menor ou igual ao valor especificado 𝑉𝑘 . Se 𝑉𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 < 𝑉𝑘 , nada se altera,
pois, para aumentar a magnitude da tensão 𝑉𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 , deveria haver um aumento da
𝐸𝑠𝑝
injeção de reativo na barra, o que seria impossível, pois 𝑄𝑘 = 𝑄𝑘𝑀𝑎𝑥 . Entretanto, se
𝐸𝑠𝑝
𝑉𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 > 𝑉𝑘 , para diminuir a magnitude da tensão 𝑉𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 , basta que a injeção de
𝐸𝑠𝑝
reativo na barra seja diminuída, o que é perfeitamente viável, pois 𝑄𝑘 = 𝑄𝑘𝑀𝑎𝑥 . Isso
𝐸𝑠𝑝
significa que, se 𝑉𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 > 𝑉𝑘 , a barra poderá ser convertida a seu tipo original. Por
raciocínio análogo, chega-se à conclusão de que isso também é possível quando
𝐸𝑠𝑝 𝐸𝑠𝑝
𝑄𝑘 = 𝑄𝑘𝑀𝑖𝑛 e 𝑉𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 < 𝑉𝑘 . A Figura 2.1 dá uma ideia do que ocorre quando não há
suporte de reativo indutivo ou reativo capacitivo suficientes para manter a tensão no
valor especificado.
PV transforma-se em PQ PV transforma-se em PQ
V
Falta de reativo capacitivo
Falta de reativo indutivo
Qmin QMax
Figura 2.1: Representação esquemática do controle de tensão em barras PV.
78
Para ilustrar como atua o mecanismo de limite de tensão nas barras PQ, considere um
𝐸𝑠𝑝
caso em que a tensão seja especificada no valor mínimo, ou seja, 𝑉𝑘 = 𝑉𝑘𝑀𝑖𝑛 . Na
iteração que ocorre a fixação no limite, o valor calculado da injeção de reativo na barra
𝐸𝑠𝑝
será 𝑄𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 = 𝑄𝑘 + ∆𝑄𝑘 , em que ∆𝑄𝑘 é um valor positivo (correspondendo, por
exemplo, a um capacitor ligado à barra para imperdir que a magnitude da tensão caia
abaixo do mínimo permitido). Analogamente, quando a violação ocorre no limite
𝐸𝑠𝑝
superior, ou seja, 𝑉𝑘 = 𝑉𝑘𝑀𝑎𝑥 , o incremento ∆𝑄𝑘 na injeção de reativo será negativo
(correspondendo, por exemplo, a um indutor ligado à barra para impedir que a
magnitude da tensão suba acima do máximo permitido).
Quando 𝑉𝑘 é fixado em um de seus valores limites, essa variável deve ser removida do
𝐸𝑠𝑝
vetor das variáveis dependentes, equanto que a equação de resíduos 𝑄𝑘 − 𝑄𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 = 0
correspondente sai do subsistema 1. Devido à mudança no subsistema 1, quando
barras do tipo PQ se transformam em barras tipo PV, devem ser removidas da matriz
jacobiana as linhas correspondentes às derivadas 𝜕𝑄𝑘 /𝜕𝜃𝑚 e as colunas
correspondentes às derivadas 𝜕𝑃𝑚 /𝜕𝑉𝑘 e 𝜕𝑄𝑚 /𝜕𝑉𝑘 .
Após uma barra PQ ter sido transformada em PV, deve-se testar, a cada iteração
subsequente, a possibilidade de essa barra voltar a seu tipo original. Considere, por
𝐸𝑠𝑝
exemplo, que a magnitude de tensão esteja fixada no limite mínimo, isto é, 𝑉𝑘 =
𝑉𝑘𝑀𝑖𝑛 . A variável 𝑄𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 correspondente, recalculada a cada iteração, poderá ser maior,
79
𝐸𝑠𝑝 𝐸𝑠𝑝
menor ou igual ao valor especificado 𝑄𝑘 . Se 𝑄𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 > 𝑄𝑘 , nada se altera, pois a
𝐸𝑠𝑝
injeção extra de reativo, ou seja, ∆𝑄𝑘 = 𝑄𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 − 𝑄𝑘 > 0, é indispensável para não
𝐸𝑠𝑝
deixar a magnitude da tensão 𝑉𝑘 cair abaixo de 𝑉𝑘𝑀𝑖𝑛 .
Entretanto, se 𝑄𝑘𝐶𝑎𝑐𝑙 < 𝑄𝑘 , a
injeção incremental ∆𝑄𝑘 será negativa, significando que, se ela for eliminada, a
magnitude da tensão 𝑉𝑘 aumentará, entrando na faixa permitida. Isso significa que, se
𝐸𝑠𝑝 𝐸𝑠𝑝
𝑉𝑘 = 𝑉𝑘𝑀𝑖𝑛 e 𝑄𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 < 𝑄𝑘 , a barra poderá ser reconvertida a seu tipo original, isto é
PQ. Por raciocínio análogo, chega-se à conclusão de que isso também é possível
𝐸𝑠𝑝 𝐸𝑠𝑝
quando 𝑉𝑘 = 𝑉𝑘𝑀𝑎𝑥 e 𝑄𝑘𝐶𝑎𝑙 > 𝑄𝑘 .
Foi mencionado nas subseções 1.2 e 1.3 que quando ocorre a mudança do tipo de
barra (PV para PQ ou PQ para PV) há a necessidade de se reestruturar a matriz
jacobiana. Os programas de fluxo de potência utilizam um artifício para que não seja
necessário redimensionar a matriz jacobiana todas as vezes que ocorrerem mudanças
nos tipos de barra. A ideia básica é montar a matriz completa, isto é, para todas as
barras do sistema, porém, na diagonal principal, aos elementos 𝜕𝑃𝑘 /𝜕𝜃𝑘 e 𝜕𝑄𝑘 /𝜕𝑉𝑘
são atribuídos valores muito grandes para a barra de referência e 𝜕𝑄𝑘 /𝜕𝑉𝑘 recebe um
valor muito grande para as barras PV.
1 3
2 4
Considerando que barra 1 seja a referência angular, que a barra 2 e 4 sejam do tipo
PQ e que a barra 3 seja do tipo PV, a matriz jacobiana para esse sistema,
empregando a ideia mencionada anteriormente, poderá ter a seguinte estrutura.
80
𝑃𝑘𝑚 = (𝑎𝑘𝑚 𝑉𝑘 )2 𝑔𝑘𝑚 − (𝑎𝑘𝑚 𝑉𝑘 )𝑉𝑚 𝑔𝑘𝑚 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑘𝑚 − (𝑎𝑘𝑚 𝑉𝑘 )𝑉𝑚 𝑏𝑘𝑚 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑘𝑚 (2.2)
𝑄𝑘𝑚 = −(𝑎𝑘𝑚 𝑉𝑘 )2 𝑏𝑘𝑚 + (𝑎𝑘𝑚 𝑉𝑘 )𝑉𝑚 𝑏𝑘𝑚 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑘𝑚 − (𝑎𝑘𝑚 𝑉𝑘 )𝑉𝑚 𝑔𝑘𝑚 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑘𝑚 (2.3)
81
sendo:
𝐸𝑠𝑝
∆𝑉𝑚 = 𝑉𝑚 − 𝑉𝑚𝐶𝑎𝑙𝑐 (2.5)
𝐸𝑠𝑝
em que 𝑉𝑚 é o valor especificado e 𝑉𝑚𝐶𝑎𝑙𝑐 é o valor calculado na iteração mais
recente. Se a barra k for pouco suscetível às variações da relação de transformação
𝛼𝑘𝑚 , então, o fator de sensibilidade 𝛼 será aproximadamente unitário.
em que NPQ é o número de barras PQ; NPV é o número de barras PV; NT é o número
de transformadores com controle automático de tap; e NPQV é o número de barras
PQV (a fim de facilitar a explicação, na Equação (2.6) foi considerado que todas as
barras PQV têm suas tensões reguladas por transformadores). Para uma melhor
compreensão da estrutura da matriz jacobiana, quando os transformadores com
controle automático de tap são representados diretamente nas equações do
subsistema 1, considere o sistema exemplo de 3 barras mostrado na Figura 2.4.
Suponha ainda que entre as barras 2 e 3 exista um transformador com controle
automático de tap e que a tensão na barra 3 seja controlada pela relação de
transformação 𝑎23 . Considere que a barra 1 seja do tipo V; a barra 2 do tipo PV e a
barra 3 do tipo PQV (barra de carga com tensão controlada). Nesse caso, a tensão V3
é substituída pela relação de transformação 𝑎23 e a matriz jacobiana para o sistema
exemplo é dada em (2.7).
82
𝑃𝑘𝑚 = 𝑉𝑘2 𝑔𝑘𝑚 − 𝑉𝑘 𝑉𝑚 𝑔𝑘𝑚 cos(𝜃𝑘𝑚 + 𝜑𝑘𝑚 ) − 𝑉𝑘 𝑉𝑚 𝑏𝑘𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝜃𝑘𝑚 + 𝜑𝑘𝑚 ) (2.8)
𝑄𝑘𝑚 = −𝑉𝑘2 𝑏𝑘𝑚 + 𝑉𝑘 𝑉𝑚 𝑏𝑘𝑚 cos(𝜃𝑘𝑚 + 𝜑𝑘𝑚 ) − 𝑉𝑘 𝑉𝑚 𝑔𝑘𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝜃𝑘𝑚 + 𝜑𝑘𝑚 ) (2.9)
A simulação do controle de fluxo de potência ativa por meio do defasador pode ser
feita utilizando a relação de sensibilidade mostrada em (2.10).
𝐸𝑠𝑝 𝐶𝑎𝑙
sendo𝑃𝑘𝑚 o valor especificado do fluxo no defasador e 𝑃𝑘𝑚 o valor calculado na
iteração mais recente.
Do mesmo modo que foi feito para o transformador em fase com controle automático
de tap, o transformador defasador com controle automático de fase pode também ser
representado pelo processo de ajustes alternados ou ser diretamente incluído no
83
Para uma melhor compreensão da estrutura da matriz jacobiana para o caso em que
as equações que representam os transformadores com regulagem automática do
ângulo de fase são consideradas diretamente no conjunto de equações do subsistema
1, o sistema exemplo da Figura 2.4 será utilizado novamente. Considere agora que o
elemento que interliga as barras 2 e 3 seja um transformador defasador puro. (i.e.
𝑎𝑘𝑚 = 1). Nesse caso, o intuito é controlar o fluxo entre as barras 2 e 3, atuando sobre
o ângulo de fase 𝜑23 do transformador. Considere novamente que a barra 1 seja do
tipo V, a barra 2 do tipo PV e a barra 3 do tipo PQ. Observe que agora a matriz
jacobiana terá uma linha e uma coluna a mais, correspondentes à variável 𝛼23 e à
𝐸𝑠𝑝 𝐶𝑎𝑙𝑐
equação de fluxo ativo entre as barras 2 e 3 (∆𝑃23 = 𝑃23 − 𝑃23 ). A matriz jacobiana
para essa situação é mostrada em (2.13).
O intercâmbio líquido de potência ativa de uma área é definido como a soma algébrica
dos fluxos nas linhas e transformadores que interligam essa área com as demais (as
exportações são consideradas positivas e as importações negativas). A cada área do
84
sistema é associada uma barra de folga (slack), sendo que a barra de folga de uma
das áreas funciona também como barras de folga do sistema (em geral é uma barra
do tipo V, que serve também como referência angular para o sistema). Com exceção
da barra de folga do sistema, as injeções de potência ativa nas barras de folga das
demais áreas são ajustadas para manter o intercâmbio líquido dessas áreas nos
valores especificados. É possível notar que o controle de intercâmbio regula o
intercâmbio total de uma área, ou seja, mantém em um valor especificado a soma
algébrica dos intercâmbios individuais nas linhas e nos transformadores que interligam
a área com o resto do sistema. Se, além do intercâmbio líquido, for necessário o
controle de fluxo de potência ativa em uma ligação específica, deve-se utilizar um
transformador defasador.
𝐸𝑠𝑝 (2.15)
∆𝑃𝑇𝑖 = 𝑃𝑇𝑖 − 𝑃𝑇𝑖𝐶𝑎𝑙𝑐
𝐸𝑠𝑝
sendo𝑃𝑇𝑖 o valor especificado para o intercâmbio da área i; e 𝑃𝑇𝑖𝐶𝑎𝑙𝑐 o valor de
intercâmbio na área i calculado na iteração mais recente.
A representação do controle de intercâmbio entre áreas também pode ser feita por
alterações introduzidas no subsistema 1, conforme se mostra a seguir. As barras de
folga dessas áreas, com exceção da barra de folga do sistema (barra V), são
classificadas como tipo V (só as magnitudes das tensões são especificadas), ou seja,
as injeções de potência ativa nessas barras deixam de ser especificadas e as
𝐸𝑠𝑝
equações dos resíduos correspondentes (𝑃𝑘 − 𝑃𝑘𝐶𝑎𝑙𝑐 ) saem do subsistema 1 e 𝑃𝑘
passa a ser calculada no subsistema 2. No lugar dessa equação é introduzida a
𝐸𝑠𝑝
equação de intercâmbio da área (𝑃𝑇𝑖 − 𝑃𝑇𝑖𝐶𝑎𝑙𝑐 = 0), mantendo-se dessa forma a
igualdade entre o número de equações e incógnitas do subsistema 1. Em (2.16) é
apresentada a estrutura da matriz jacobiana quando são modelados os intercâmbios
entre áreas.
O controle de tensão pode ser executado tanto por injeção de reativos quanto por
transformadores com controle de tap. No caso do controle exercido por
transformadores com variação de tap, a modelagem é semelhante àquela que foi
apresentada na seção 1.5, exceto pelo fato da tensão controlada não ser um dos
terminais do transformador.
𝜕𝑃⁄ 𝜕𝑃⁄
∆𝑃 𝜕𝜃 𝜕𝑉 ∆𝜃 }𝑁𝑃𝑄 + 𝑁𝑃𝑉 + 𝑁𝑃 (2.17)
[ ] = [𝜕𝑄 𝜕𝑄⁄ ] ∙ [∆𝑉 ] }𝑁𝑃𝑄 + 𝑁𝑃
∆𝑄 ⁄
𝜕𝜃 𝜕𝑉
4-PQ
2-PV
3-P 6-PQ
3. REFERÊNCIAS
[1] Monticelli, A. Fluxo de Carga em Redes de Energia Elétrica. São Paulo: Edgard
Blücher, 1983.
CAPÍTULO 3 - ESTIMAÇÃO DE
ESTADOS EM SISTEMAS
ELÉTRICOS DE POTÊNCIA
1. INTRODUÇÃO
Conforme as restrições vão sendo violadas (ou estão na eminência) o sistema assume
uma dada condição operativa. A Figura 3.1 ilustra como o resultado fornecido pelo
estimador de estados pode sinalizar ao operador sobre o estado atual da rede. Isso
permite ao operador decidir sobre quais ações de controle mais efetivas podem ser
adotadas para resgatar a margem de segurança operativa desejada. Além da
coordenação das funções de segurança, a Figura 3.1 também mostra as possíveis
transições entre os pontos operativos do sistema.
Alerta: Neste estado são obedecidas apenas as restrições de carga e operação. Nem
todas as restrições de segurança são obedecidas. De modo semelhante ao estado
normal, o sistema é capaz de atender todas as cargas sem violar nenhum limite
operacional. A não observância das restrições de segurança significa que a ocorrência
de pelo menos uma das contingências previstas poderá levar o sistema a uma
situação de emergência.
Extremo: Nesse caso, mesmo sem a ocorrência de uma das contingências previstas,
o sistema já se encontra em uma situação na qual há violação de limites operativos
e/ou partes do sistema estão desligadas (e.g. cargas não atendidas).
Essa seção tem por objetivo fazer uma apresentação sucinta das principais funções
executadas nos centros de operação em tempo real.
Uma breve descrição sobre cada uma das funções mais executadas no COS é
realizada a seguir:
minimização de perdas;
Com base nas medidas efetuadas permite-se estimar valores para a tensão complexa
em todas as barras da rede elétrica, o que descreve completamente o estado do
sistema em regime permanente de funcionamento. Consequentemente, outras
quantidades não medidas diretamente, isto é, obtidas sem a utilização de instrumentos
de medição (injeções de potência ativa e reativa em barras de transferência), podem
ser estimadas e representam informações igualmente relevantes, capazes de revelar a
margem de segurança operativa do sistema.
Previsão de Carga;
Planejamento da Manutenção.
Então, o problema pode ser resolvido pela minimização da função quadrática do erro,
objetivando determinar os coeficientes a e b da equação da reta que resulta no menor
valor da função objetivo:
𝑚 𝑚
(3.3)
𝑀𝑖𝑛 𝑧 = ∑ 𝜀𝑖2 = ∑(𝑎𝑥𝑖 + 𝑏 − 𝑦𝑖 )2
𝑖=1 𝑖=1
Uma das primeiras técnicas de cálculo do valor mínimo de uma função consiste em
determinar a solução do sistema de equações descrito abaixo:
𝑚
𝜕[∑𝑚 2
𝑖=1(𝑎𝑥𝑖 + 𝑏 − 𝑦𝑖 ) ]
= 2 ∑(𝑎𝑥𝑖 + 𝑏 − 𝑦𝑖 )𝑥𝑖 = 0
𝜕𝑎
𝑖=1
𝑚 (3.4)
𝜕[∑𝑚
𝑖=1(𝑎𝑥𝑖 + 𝑏 − 𝑦𝑖 )2 ]
= 2 ∑(𝑎𝑥𝑖 + 𝑏 − 𝑦𝑖 ) = 0
{ 𝜕𝑏
𝑖=1
𝑚 𝑚 𝑚
(∑ 𝑥𝑖 ) 𝑏 + (∑ 𝑥𝑖2 ) 𝑎 = ∑(𝑥𝑖 ∙ 𝑦𝑖 )
𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1
𝑚 𝑚 𝑚 (3.5)
(∑ 1) 𝑏 + (∑ 𝑥𝑖 ) 𝑎 = ∑ 𝑦𝑖
{ 𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1
𝑥1 1 𝑦1
𝑥2 1 𝑦2 𝑎
𝐴=[ ]; 𝑦 = [ ⋮ ]; 𝑥 = [ ]; (3.6)
⋮ ⋮ 𝑏
𝑥𝑚 1 𝑦𝑚
A solução do sistema de equações anterior pode ser obtida pelo método da Equação
Normal de Gauss, ou seja:
̂
(𝑨𝑡 𝑨)−1 × 𝑨𝑡 𝒚 = 𝑮−1 × 𝒃 (3.7)
98
Sendo,
𝑮 = 𝑨𝑡 𝑨 e ̂𝒃 = 𝑨𝑡 𝒚 (3.8)
Finalmente, deve-se observar que a soma total dos quadrados dos erros ou resíduos
(r) pode ser conhecida a partir da seguinte expressão:
𝑚 𝑚
Exemplo:
A administração de uma empresa deseja fazer o seu planejamento financeiro anual
com base no seguinte histórico de vendas, expressas em milhões de Reais:
Ano 1 2 3 4 5
Vendas Realizadas 23 27 30 34 ?
Valores Estimados
Solução:
1 1 23
2 1 27 𝑎
𝐴=[ ]; 𝑦 = [ ]; 𝑥=[ ]
3 1 30 𝑏
4 1 34
Efetuando os cálculos:
30 10 303
𝐺=[ ]; 𝑏=[ ]
10 4 114
A solução desejada é:
3,6
𝑥=[ ]
19,5
Finalmente, o valor estimado para as vendas no quinto ano é: 37,5 milhões de reais.
99
Com base na função obtida, pode-se determinar a soma ponderada dos quadrados
dos resíduos (SPQR), que representa a norma Euclidiana (norma 2) do vetor de erros,
ou seja:
Ano 1 2 3 4
Vendas Realizadas 23 27 30 34
Valores Estimados 23,1 26,7 30,3 33,9
𝜖 = 𝑟 = 𝑦 − 𝑦̂ -0,1 0,3 -0,3 0,1
𝑟2 0,01 0,09 0,09 0,01
Logo:
4
Este índice representa a soma dos quadrados dos erros de cada estimativa (𝑟𝑖2 )
cometidos no processo de estimação das grandezas desejadas. Usualmente, o índice
SPQR é utilizado em bases estatísticas para inferir a existência (detecção) de
observações errôneas.
𝜎12
𝜎22
𝑹=
⋱
[ 𝜎𝑛2 ]
̂
𝒙 = (𝑨𝑡 × 𝑹−1 × 𝑨)−1 × 𝑨𝑡 × 𝑹−1 × 𝒚 = 𝑮−1 × 𝒃 (3.10)
̂ = 𝑨𝑡 × 𝑹−1 × 𝒚
𝐺 = 𝑨𝑡 × 𝑹−1 × 𝑨 e 𝒃 (3.11)
𝑚
𝑟𝑖 2
∑ ( ) = (𝑨𝒙 − 𝒃)𝑡 × 𝑹−1 × (𝑨𝒙 − 𝒃) = 𝒓𝑡 × 𝑹−1 × 𝒓 (3.12)
𝜎𝑖
𝑖=1
100
𝑝𝑖 = ∑ 𝑡𝑖𝑘 (3.15)
𝑘∈Ω𝑖
sendo
1
𝛾𝑖𝑗 = (3.16)
𝑥𝑖𝑗
Como as magnitudes das tensões nas barras são supostas constantes, as únicas
variáveis a serem estimadas são os ângulos das tensões, ou seja, o vetor de estados
reduz-se ao estado angular da rede, 𝛿. Assim, tomando-se a barra 1 como barra de
referência, a estrutura do problema reduz-se a:
𝜹 = [𝛿2 𝛿3 ⋯ 𝛿𝑁 ]𝑡 (3.17)
𝒛 = [𝒛𝒕 𝒛𝒑 ]𝑡 (3.18)
7.3.2 Exemplos
𝒛=𝑯×𝜹+𝜼 (3.19)
̂ = 𝑯𝑡 × 𝑹−1 × 𝒛
(𝑯𝑡 × 𝑹−1 × 𝑯) × 𝜹 (3.21)
Considere o sistema com quatro barras e o plano de medição mostrado na Figura 3.8.
em que os 𝜎𝑡2 𝑖𝑗 são as variâncias das medidas de fluxo de potência ativa e os 𝜎𝑝2 𝑖 são
as variâncias das medidas de injeção de potência ativa.
Considere o sistema teste da seção anterior, cujos valores das medidas indicadas no
plano de medição e das reatâncias dos ramos, são os seguintes:
As variâncias dos erros dos medidores são iguais a 1,0 × 10-4, isto é, R = 1,0 × 10-4 ×
I. Sendo I uma matriz identidade de ordem igual ao número de medidores.
105
Solução:
̂=⏟
𝜹 (𝑯𝑡 × 𝑹−1 × 𝑯)−1 × ⏟
(𝑯𝑡 × 𝑹−1 × 𝒛)
𝑮−1 ̂
𝒃
−0,5 0 0
0,5 0 0
0 1,0 0
𝑯= 0 −0,25 0,25
−0,5 −1,0 0
2,5 −1,0 −1,0
[−1,0 −0,25 1,25]
1,0
1,0
1,0
𝑅= 1,0 × 10−4
1,0
1,0
[ 1,0]
−0,2607
̂ = [−0,1197] radianos
𝜹
−0,0323
𝑡12 0,1304
𝑡21 −0,1304
𝑡31 −0,1197
̂ = 𝑡43 = 0,0218 pu
𝒛̂ = 𝑯 × 𝜹
𝑝1 0,2500
𝑝2 −0,4998
[ 𝑝4 ] [ 0,2502 ]
−0,0004
0,0004
−0,0003
𝒓 = 𝒛 − 𝒛̂ = 0,0002 pu
0,0000
−0,0002
[−0,0002]
𝒛 = ℎ(𝒙) + 𝜼 (3.23)
em que:
h(x): vetor, dimensão (m×1), que contém os valores verdadeiros das quantidades
medidas e que são funções não lineares dos estados;
𝜼 – vetor, dimensão (m×1), cujos valores modelam os erros aleatórios de medição tais
como: imprecisão dos medidores, erros dos transformadores de instrumentos (TC e
TP), efeito da conversão do sistema analógico de medidas para a transmissão digital
das mesmas grandezas até os COS, etc.
107
A suposição de que 𝜼 tem média zero e que os erros de medição são não
correlacionados, isto é, a matriz de covariância 𝑹 dos erros de medição é diagonal,
permite estabelecer as seguintes igualdades:
𝜎12
𝜎22
𝐸(𝜼) = 0; 𝐸(𝜂 × 𝜂 𝑡 ) = 𝑹 = (3.24)
⋱
2
[ 𝜎𝑚 ]
Considerando o método MQP apresentado nas seções anteriores, tem-se que o vetor
de estimativa dos estados 𝑥̂em sistemas de potência é calculado de forma análoga ao
que já foi apresentado anteriormente, isto é, o problema a ser resolvido consiste em
minimizar a função custo referente ao modelo de medição já mostrado em relação ao
vetor de estados estimados 𝒙̂, ou seja:
Essa técnica consiste em obter a solução do problema não linear por meio de um
algoritmo iterativo, que consiste em promover correções no vetor de estados tal como:
̂𝑘+1 = 𝒙
𝒙 ̂𝑘 + ∆𝒙
̂ (3.26)
̂)𝑡
𝜕𝐽(𝒙 1 𝜕 2 𝐽(𝒙
̂)𝑡
̂ + ∆𝒙
𝐽(𝒙 ̂𝑘 ) +
̂) = 𝐽(𝒙 | ∆𝒙 ̂𝑡 (
̂ + × ∆𝒙 )| ̂
∆𝒙 (3.27)
̂ 𝒙̂=𝒙̂𝑘
𝜕𝒙 2 𝜕𝒙 ̂2 ̂𝑘
̂=𝒙
𝒙
ou seja,
1
̂ + ∆𝒙
𝐽(𝒙 ̂𝑘 ) + 𝑔(𝒙
̂) ≃ 𝐽(𝒙 ̂) × ∆𝒙 ̂𝑡 × 𝐹(𝒙
̂ + × ∆𝒙 ̂)𝑡 × ∆𝒙
̂ (3.28)
2
em que:
̂𝑡
𝜕𝒙
̂) =
𝑔(𝒙 | ̂)
é o vetor gradiente de 𝐽(𝒙
̂ 𝒙̂=𝒙̂𝑘
𝜕𝒙
𝜕 2 𝐽(𝒙
̂)
̂) = (
𝐹(𝒙 2 )| ̂)
é matriz Hessiana de 𝐽(𝒙
𝜕𝒙̂ ̂ ̂𝑘
𝒙=𝒙
𝜕𝐽 1
= 𝑔(𝒙 ̂)𝑡 × ∆𝒙
̂) + × 2 × 𝐹(𝒙 ̂=0 (3.29)
𝜕(∆𝒙̂) 2
̂)𝑡 × ∆𝒙
𝐹(𝒙 ̂ = −𝑔(𝒙
̂) (3.30)
̂) = 𝒓𝑡 × 𝑹−1 × 𝒓
𝐽(𝒙
em que 𝒓 = 𝒛 – ℎ(𝒙 ̂). Sendo assim, a derivada primeira desta última função em
relação a 𝒙 é dado por:
̂)
𝜕𝐽(𝒙 𝜕𝒓 𝑡 ̂)
𝜕𝐽(𝒙
̂) =
𝑔(𝒙 | =( ) ×( )| (3.31)
𝜕𝒙̂ 𝒙̂ ̂
𝜕𝒙 𝜕𝒓 ̂𝑘
̂=𝒙
𝒙
ou ainda:
𝑡
̂)
𝜕ℎ(𝒙
= −( ) × 2 × 𝑅 −1 × [𝒛 − ℎ(𝒙
̂)]|𝑥̂=𝒙̂𝑘 (3.32)
̂
𝜕𝒙
ou seja:
𝑔(𝒙 ̂)𝑡 × 2 × 𝑅 −1 × ∆𝑧
̂) = −2 × 𝐻(𝒙 (3.33)
109
̂)
𝜕ℎ(𝒙
̂)
≈ 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝐻(𝒙 (3.34)
̂
𝜕𝒙
̂) × ∆𝒙
𝐹(𝒙 ̂ = −𝑔(𝒙
̂) (3.36)
isto é:
̂)𝑡 × 𝑹−1 × ∆𝒙
𝐻(𝒙 ̂)𝑡 × 𝑹−1 × ∆𝒛
̂ = 𝐻(𝒙 (3.37)
ou ainda,
̂) × ∆𝒙
𝐺(𝒙 ̂
̂=𝒃 (3.38)
em que:
̂ = 𝐻(𝒙
𝒃 ̂)𝑡 × 𝑹−1 × ∆𝒛
̂| ≤ 𝑡𝑜𝑙
𝑚𝑎𝑥|∆𝒙 (3.39)
𝒗 → tensão
𝒕 → fluxo de potência ativa
𝒛𝑚×1 = 𝒖 → fluxo de potência reativa (3.40)
𝒑 → injeção de potência ativa
[𝒒] → injeção de potência reativa
110
A razão pela qual o vetor de medidas z tem a estrutura acima não é única. A principal
motivação é a disposição assumida pelos elementos na matriz de coeficientes do
sistema de equações lineares resultantes do problema de Estimação de Estado em
Sistemas de Potência. A estruturação de dados adotada favorece a fatoração da
matriz 𝑮 (modelo clássico), ou ainda, da matriz 𝑯 (solução via métodos ortogonais),
pois diminui o número de “fill in” (enchimentos) durante o processo de fatoração das
matrizes referidas anteriormente.
A estrutura de dados que a matriz jacobiana 𝑯(𝒙) assume face à estratégia adotada
para facilitar sua fatoração pode ser apresentada de forma simbólica, tal como:
𝜕𝑉𝑖 𝜕𝑉 𝜕𝑉𝑖 𝜕𝑉
𝜕𝛿𝑗
𝑒 𝜕𝛿𝑖 ⋮ 𝜕𝑉𝑗
𝑒 𝜕𝑉𝑖
𝑖 𝑖
⋯ ⋮ ⋯
𝜕𝑡𝑖𝑗 𝜕𝑡𝑖𝑗 𝜕𝑡𝑖𝑗 𝜕𝑡𝑖𝑗
𝜕𝛿
; 𝜕𝛿 ⋮ ;
𝜕𝑉 𝜕𝑉
𝑗 𝑖 𝑗 𝑖
𝑒 ⋮ 𝑒
𝜕𝑡𝑗𝑖 𝜕𝑡𝑗𝑖 𝜕𝑡𝑗𝑖 𝜕𝑡𝑗𝑖
𝜕𝛿
; 𝜕𝛿 ⋮ ;
𝜕𝑉 𝜕𝑉
𝑗 𝑖 𝑗 𝑖
⋯ ⋮ ⋯
𝜕𝑢𝑖𝑗 𝜕𝑢𝑖𝑗 𝜕𝑢𝑖𝑗 𝜕𝑢𝑖𝑗
𝐻(𝑥)𝑚×𝑛 = 𝜕𝛿 ; 𝜕𝛿 ⋮ 𝜕𝑉
; 𝜕𝑉 (3.41)
𝑗 𝑖 𝑗 𝑖
𝑒 ⋮ 𝑒
𝜕𝑢𝑗𝑖 𝜕𝑢𝑗𝑖 𝜕𝑢𝑗𝑖 𝜕𝑢𝑗𝑖
;
𝜕𝛿𝑗 𝜕𝛿𝑖
⋮ ;
𝜕𝑉𝑗 𝜕𝑉𝑖
⋯ ⋮ ⋯
𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑝 𝜕𝑝𝑖 𝜕𝑝
𝜕𝛿𝑗
𝑒 𝜕𝛿𝑖 ⋮ 𝜕𝑉𝑗
𝑒 𝜕𝑉𝑖
𝑖 𝑖
⋯ ⋮ ⋯
𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑞𝑖 𝜕𝑞𝑖
𝑒 ⋮ 𝑒 𝜕𝑉
[ 𝜕𝛿 𝜕𝛿
𝑗 𝑖 𝜕𝑉𝑗 𝑖 ]
As equações a partir das quais são obtidos todos os elementos da matriz jacobiana
são derivadas das equações apresentadas nos itens subsequentes.
𝑠ℎ
𝐵𝑖𝑗
𝑢𝑖𝑗 = −𝑉𝑖2 ×( − 𝐵𝑖𝑗 ) − 𝑉𝑖 × 𝑉𝑗 × 𝑌𝑖𝑗 × 𝑠𝑒𝑛(𝜃𝑖𝑗 + 𝛿𝑗 − 𝛿𝑖 ) (3.46)
2
𝑠ℎ
𝐵𝑖𝑗
𝑢𝑗𝑖 = −𝑉𝑗2 × ( − 𝐵𝑖𝑗 ) − 𝑉𝑖 × 𝑉𝑗 × 𝑌𝑖𝑗 × 𝑠𝑒𝑛(𝜃𝑖𝑗 + 𝛿𝑖 − 𝛿𝑗 ) (3.47)
2
Medidas de Tensão
𝜕𝑉𝑖 𝜕𝑉𝑖
𝜕𝛿𝑗
𝑒 𝜕𝛿𝑖
= 0, para quaisquer valores de i e j;
𝜕𝑉𝑖
𝜕𝑉𝑗
= 0, para i ≠ j;
𝜕𝑉𝑖
= 1, para 𝑗 = 1.
𝜕𝑉𝑖
𝛿2 𝛿3 ⋯ 𝛿𝑁 𝑉1 𝑉2 ⋯ 𝑉5 ⋯ 𝑉𝑁
𝑣1 0 0 ⋯ 0 1 0 ⋯ 0 ⋯ 0
𝑣5 0 0 ⋯ 0 0 ⋯ 1 ⋯ 0
⋮ ⋮ ⋮ ⋯ 0 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮
𝑣𝑚 𝑣 0 0 ⋯ 0 0 0 ⋯ 0 ⋯ 1
𝜕𝑞𝑖
𝜕𝛿𝑗
= −𝑉𝑖 × 𝑉𝑗 × 𝑌𝑖𝑗 × cos(𝜃𝑖𝑗 + 𝛿𝑗 − 𝛿𝑖 )
𝑁
𝜕𝑞𝑖
𝜕𝛿𝑖
= ∑ 𝑉𝑖 × 𝑉𝑗 × 𝑌𝑖𝑗 × cos(𝜃𝑖𝑗 + 𝛿𝑗 − 𝛿𝑖 )
𝑗=1
𝑗≠𝑖
Reativa 𝜕𝑞𝑖
𝜕𝑉𝑗
= −𝑉𝑖 × 𝑌𝑖𝑗 × sen(𝜃𝑖𝑗 + 𝛿𝑗 − 𝛿𝑖 )
𝑁
𝜕𝑞𝑖
𝜕𝑉𝑖
= −2 × 𝑉𝑖 × 𝐵𝑖𝑖 − ∑ 𝑉𝑗 × 𝑌𝑖𝑗 × sen(𝜃𝑖𝑗 + 𝛿𝑗 − 𝛿𝑖 )
𝑗=1
{ 𝑗≠𝑖
Considere o sistema teste mostrado na Figura 3.9, juntamente com todos os dados
necessários à obtenção dos estados da rede. Pede-se a obtenção das melhores
estimativas de todos os carregamentos e injeções de potência não monitorados.
̂𝑘 | ≤ 𝑡𝑜𝑙
𝑚𝑎𝑥|∆𝒙
Admita ainda que o desvio-padrão dos medidores são todos iguais a 𝜎𝑖 = 10−2 .
𝜖𝑎 = |𝒛 − 𝒛̂|
|𝒛 − 𝒛̂|
𝜖𝑟 =
𝒛̂
Solução
𝑠ℎ
𝐵13
𝑢31 = −𝑉32 × ( − 𝐵13 ) − 𝑉1 × 𝑉3 × 𝑌13 × sen(𝜃13 + 𝛿1 − 𝛿3 )
2
0 0 0 0 1 0 0
0 0 0 0 0 1 0
𝜕𝑡12 𝜕𝑡12 𝜕𝑡12
𝜕𝛿2
0 0 𝜕𝑉1 𝜕𝑉2
0 0
𝜕𝑡31 𝜕𝑡31 𝜕𝑡31
0 𝜕𝛿3