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Tema: A desvalorização da cultura indígena no Brasil

Em 1889, o filósofo Raimundo de Teixeira Mendes adaptou o lema “Ordem e


Progresso” não só para a Bandeira Nacional do Brasil, mas também para a nação que,
atualmente, enfrenta inúmeros empecilhos para o seu desenvolvimento. Lamentavelmente,
entre eles, destaca-se a desvalorização da cultura indígena no Brasil, problema grave presente
na realidade de uma parcela expressiva desses grupos, haja vista a marca da inoperância
estatal e do preconceito.
A princípio, é preciso apontar a débil ação do Poder Público como uma causa que
contribui para a questão. Nesse sentido, o teórico político Thomas Hobbes, em seu livro
“Leviatã”, defende a obrigação da União em proporcionar meios que auxiliem o progresso do
corpo social. As autoridades, todavia, vão de encontro com a ideia de Hobbes, uma vez que
possuem um papel inerte em relação à desvalorização da cultura indígena no Brasil. Por
consequência, comunidades nativas estão sujeitas a perderem as suas terras para os
fazendeiros ou terem o seu território devastado por moradores - pois tais, sobretudo, se opõe
aos direitos dos povos tradicionais -, acarretando , infelizmente, a destruição de seus lares e
de suas tribos. Assim, parte dessas vítimas vive à margem da sociedade, pois não existem
políticas públicas eficazes para que haja a adequada integração.
Ademais, é igualmente necessário pontuar o preconceito como outro fator latente ao
tópico. Sob esse viés, segundo o sociólogo Zygmunt Bauman: "O individualismo faz com que
o indivíduo se torne incapaz de aceitar as diferenças do próximo". Nessa senda, tal aspecto
pode ser observado no contexto brasileiro, em que é aparente a desvalorização da cultura
índigena. Por conta dessas circunstâncias, nota-se os frequentes casos desumanos de invasões
possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio, atos que vão contra o
modo de vida dos nativos, podendo resultar no genocídio dessa população - tal qual ocorreu
com os Yanomamis. Logo, é essencial superar essa antipatia que atesta, principalmente, um
cenário intolerante.
Portanto, medidas são necessárias. Destarte, o Ministério Público - órgão responsável
pela defesa dos interesses sociais - deve, por meio da fiscalização da aplicação dos poderes
estatais, pressionar mais o Estado no que se refere ao aporte ao setor que oferta a garantia dos
direitos indígenas, a fim de que esses cidadãos possam viver com a devida dignidade no
âmbito nacional. Além disso, as instituições escolares públicas e privadas devem, por
intermédio de palestras, instruir os alunos acerca dos malefícios do preconceito com essas
minorias, com o objetivo de incentivar o respeito e a empatia. Desse modo, finalmente, o
Brasil se tornará a nação da ordem e do progresso, como proferiu Raimundo de Teixeira
Mendes.

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