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ISSN 1517-5545 Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva 1999, Vol. 1, n* 1, 57-66 O modelo da equivaléncia de estfmulos na andlise de distéirbios de ansiedade: os efeitos da histéria experimental e da qualidade de estfmulos em sujeitos ansiosos € nao-ansiosos! Sénia Maria M. Neves, Lue M. A. Vandenberghe, Litcia H.R. Oliveira, André V. Silva, Kellen C. F. de Oliveira, Juliana Di S. Oliveira, Divina P. dos Santos e Maria Cristiane S. Villane Universidade Federal de Minas Gerais] ¢ Universidade Catolica de Goids Resumo Cito sujeitos, quatro ansiosos ¢ quatro nao-ansiosos (escolha livre), poderiam no pré-teste formar es homogéneas (compostas somente por estimullos ameagadores ou somente estimulos nlo- relagdi ameacadores) ¢ relagdes mistas (compostas por estimulos ameagadores e por estimulos nao-amea- adores). Para oito outros sujeitos, quatro ansiosos e quatro no-ansiosos (escolha forgada), s6 era possivel formar relagdes mistas. Apés treino de relagdes mistas, no grupo de escolha livre, os nao- ansiosos, formaram tanto relagdes mistas, quanto homogéneas. Porém, 03 sujeitos ansiosos, formaram somente relagdes homogéneas. O desempenho de todos os sujeitos do grupo de escolha forgada nilo demonstrou preferéncia em formar qualquer um dos tipos de relagbes. Esses dados sugerem que @ dificuldade dos sujeitos ansiosos em formar relagdes mistas preexisténcia de classes ameagadoras ¢ niio-ameagadoras. Um contexto anterior de escolhas. forgadamente mistas interfere no desempenho dos sujeitos ansiosos e ndo-ansiosos. Palavras chaves: equivaléncia de estimulos, distirbios de ansiedade, histéria experimental, ‘Summary Equivalent of stimuli's model for the analysis of anxiety disorder: the effects of experimental history and stimulus characteristics in anxious and non-anxious subjects. Eight subjects, four anxious and four non-anxious (the free choice group) were exposed to a conditional relation task, with threatening and non-threatening stimuli, The subjects could form homogeneous relations (only threatening stimuli or only non-threatening ones) and mixed relations (threatening and non- threatening stimuli). Eight other subjects, four anxious and four non-anxious (the forced choice group) could only form mixed relations. Aftera training of mixed relations, the non-anxiows in the free choice group formed as many mixed classes as homogeneous ones while the anxious, only formed homogeneous relations. n the forced choice group neither neither anxious nornon-anxious subjects showed any preference to form either one of these types of classes. The data suggest that the difficulty which anxious subjects have in forming mixed relations is due to pre-existing threatening and non-threatening stimulus-classes. Furthermore, a preceding context of forced mixed choices can interfere in the patterns of emergent relations, Key words: stimuli equivalence, anxiety disorders, experimental history, 1. Esta pesquisa foi parcialmente financiada pela FAPEMIG e CNPQ. Os trés primeiros autores iniciaram esta pesquisa na Universidade Federal de Minas Gerais e hoje encontram-se na Universidade Catdlica de Goids. 37 Sonia Maria M. Neves et a. Sidmane Tailby (1982), utilizando o pro- cedimento de escolha de acordo com o modelo, demonstraram que oestabelecimento de relagdes condicionais pode originar relagdes de um outro tipo, que nao aquelas ensinadas diretamente, sugerindo uma especificagdio formal dos critérios para a verificagao de tais relag Quando essas relagdes sao verificadas diz-se que os estimulos so equivalentes, au que cons- tituem uma classe de equivaléncia. Para definir relagSes de equivaléncia, Sidman e Tailby basearam-se na definicao matematica de equivaléncia. Segundo cles, esti- mulos podem ser considerados equivalentes se, € somente se, forem identificadas as propriedades de simetria, transitividade e reflexibilidade nas relagdes entre estimulos. Isso deve ocorrer em uma situagdo sem que tais desempenhos precisem serensinados anteriormente e sem que haja uma conseqiienciagdo (de Rose, 1994), Simetria € 0 estabelecimento de uma relagdo reversa (p. e. BA), apés 0 aprendizado da relagao condicional AB. Reflexibilidade ¢ o surgimento de relagdes generalizadas de identi- dade entre estimulos (p.e. AA e BB) apésa for- ‘mago de uma relagdo condicional (p. e. AB). Transitividade é 0 estabelecimento de uma terceira relagdo (p.¢. BC) apés o treino de pelo menos duas relagdes condicionais (p.e. ABe AC). Uma das razdes pelas quais a equivalén- cia entre estimulos tem fascinado os pesquisa- dores comportamentais é a transferéncia de fungdes de estimulo através das classes de equi- valéricia. Em suma, a transferéncia de fungées serefere A aquisigdio das fungdes de um estimulo pelos outros membros daquela classe (Dougher, Augustson, Markham, Greenway & Walfert, 1994) Alguns tedricos acreditam que a transfe- réncia de fungdes de estimulos através relacdes de equivaléncia possa constituir a base do comportamento simbélico ¢ cognitivo (Sidman, 5 emergentes, 38 1990). Porém, se é a capacidade de relacionar estimulos numa classe de equivaléncia, um dos processos geradores da extraordindria riqueza do pensamento humano, € possivel que 0 mesmo processo subjacente a essa capacidade possa ser um dos responsdveis por problemas clinicos, tais como o desenvolvimento de fobias, panico e dependéncia de drogas, como sugere de Rose, Garatti & Ribeiro (1992) DeGranpre, Bike! & Higgins ([992) 1m que tais problemas clinicos persis- tentes surjam pela generalizagao de respostas dentro de uma classe de estimutlos equivalentes, uma vez que a formagiio dessas classes parece acre ser, a0 mesmo tempo, complexa e estivel. Dentre as pesquisas relevantes para a compreensio dos distirbios dé ansiedade, que utilizam 0 paradigma da equivaléncia de estimulos, podemos citar os estudos realizados por Leslie, Tierney, Robison, Keenan & Watt (1993) e por Plaud (1995) Leslie etal. (1993) pesquisaram a formagio da equivaléncia com sujeitos clinicamente ansiosos ¢ ndo-ansiosos, usando estimulos arbitrarios (silabas sem sentido), agradavei (relativos a estados prazerosos) € aversivos (relacionados a situagdes que provocam ansie dade). Nesse estudo verificou-se que os sujeitos ansiosos revelaram maior dificuldade na formagao de classes mistas (contendo estimulos agradaveis ¢ aversivos). Plaud (1995), estudou a formagao de classes de estimulos em sujeitos ansiosos ¢ nfo- ansiosos, usando dois tipos de estimulos: um de valor ameagador (cobras) e outro de valor pra- zeroso (flores). Foi observado que os sujeitos formaram classes de equivaléncia com maior dificuldade quando submet estimulagao ameagadora (cobras). Verificou- se, ainda, que quanto maioro grau de ansiedade do sujeito em relagiio ao estimulo (grau esse definido com base no relato do sujeito), mais los a condigio de © modelo da equivaléncia de estimulos na andlise de distirbios de ansiedade: dificil seré para ele realizar tarefas que cenvolvam tal elemento. Ambos estudos citados acima (Leslie et al, 1993; Plaud, 1995) sugerem que as dificul- dades comportamentais existentes nos desem- penhos dos sujeitos ansiosos devem-se a um valor pré-determinado do estimulo. Nenhum destes estudos, no entanto, investigou as possiveis diferengas existentes na formacdo de classes mistas — compostas por cestimulos ameagadores ¢ nlo-ameacadores ~ e classes homogeneamente ameagadoras — compostas por apenas estimulos ameagadores, um dos objetivos do presente estudo. Acredita-se que, sc a diferenga no desem- penho de sujeitos ansiosos ¢ nfio-ansiosos deve- se a presenca de estimulos ansiogénicos, dever- se-4 encontrar maior dificuldade nos sujeitos ansiosos para formarem relagdes entre estimulos ameagadores em comparagio com a formagao de classes mistas (composts por estimulos amea- gadores e naio-ameagadores). Porém, se essa diferenga deve-se a uma maior dificuldade dos sujeitos ansiosos em formar relagdes entre esti- mulos funcionalmente diferentes, os sujeitos ansiosos terio maior dificuldade para formar classes mistas, em relag&o as classes homogé- neas € em relago aos sujeitos nflo-ansiosos. Tendo em vista que a qualidade do esti- mulo pode influenciar na construgao das classes de equivaléncia, 0 segundo objetivo deste estudo foi verificar, no pré-teste, se a similari- dade funcional entre estimulos (cles se dores para os sujeitos ansiosos) influen- cia na probabilidade deles serem relacionados ame: com outros estimulos e se essas relagdes funcionais preexistentes afetam na formagao de classes de equivaléncia Finalmente, tendo em vista que existem diferentes formas de se chegar A equivaléncia (Horne & Lowe, 1996; Neves, 1994), 0 terceiro objetivo deste estudo foi verificar o efeito do 59 contexto histérico da escotha de estimulos (livre ou forgada) com qualidade pré-determi- nada (ameagadores € ndio-ameagadores) sobre 0 desenvolvimento de classes de equivaléncia, Método Suj Participaram desse experimento 16 voluntérios adultos de ambos os sexos, sendo 3 do género masculino e 13 do género feminino, Os sujeitos foram classificados como ansiosose tos nao-ansiosos através de uma entrevista com um psicélogo clinico. Material e equipamento Este experimento foi realizado no Laboratério de Andlise Experimental do Comportamento (LAEC) da Universidade Catélica de Goiis, em uma sala de 2m X 2m. Foi utilizado um computador da marca Zenith Data Systems disposto sobre uma mesa, duas cadeiras ¢ a folha de instrucao. Utilizou-se também o software usado por Leslie et al. (1993) que permitia programar as, sessdes, incluindo a apresentagao randémica dos estimulos-modelo e comparagao, além de anilise parcial dos dados e sua impressio em forma de relatério A Figura I mostra os trés tipos de esti- mulos selecionados para este experimento: ameagadores, no-ameagadores ¢ arbitrérios, © arelagiio desses comas fases do experimento. Os estimulos arbitrérios foram escolhi- dos pelos experimentadores ¢ foram comuns a todos os sujeitos e os ameagadores ¢ niio-amen- gadores foram identificados pelos sujeitos experimentais durante a entrevista clinica eram especificos para cada sujeito experimental e seu respectivo controle (vide Anexo). Sénia Maria M. Neves et al Relais Alacoes ae Tips do stiles Trg — i — Grupos fstimolos le i Aukiariot Abii? Attra 3 ' Line ! Goserd Acivatioa 1 | iio 2 Ataio 3 : Fovcaa i a a Gums Estnulos — tscaka : tat Amar | Wahnearato? | Aneagaior3 | go tscaia vonale Ameagaior’ | Aneagator? | Aneagaior’ a 5 : Grupos Estinulas — ial Aneacador! | NioAmeagador? | NaoAmeapaior3 | <-.—.—L. tie jaa WioAmeagador | | NéoAmeagador2 | tao-Ameagador3 Forcala_ D Ae Sugas Estinuins Eat Ameagador | NaoAneagador2 | Arita 3 Line fol Amexgaior1 | fiosmeagador? | Aritériod Forcata Aevenis Ralaies Tiinadas Testes —— Sinetia (BA ot) AB eAC 2 Ttasividade (C8 BC) — ween fapanéo (OA DB, Ot AD, 80 C0) Figura 1. Categorias de estimulos ¢ as fases experimentais. 60 © modelo da equivaléncia de estimulos na analise de distiirbios de ansiedade: Procedimento: os foram dividi- dos em dois grupos (escola forgada e escolha livre), sendo cada grupo composto de quatro sujeitos diagnosticados previamente como Primeiramente os suj ansiosos (experimentais) e quatro néo-ansiosos (controle) através dos critérios descritos ante- riormente, Todos os sujeitos foram expostos as seguintes fases experimentais (vide Tabela 1), Tabela 1 Fases experimentais Aelagies Tints © fases Exetimentais Testadas, Fase 1 -Prétaste Teste BC e (8 Fase 2- Teno de eagies Ting AB AC ‘condicionais| Fase 3 Teste de sistema e Teste BC e (8 transitvidade Os sujeitos do primeito grupo (escolha forcada) foram expostos na Fase | (pré-teste) a dez tentativas BC e dez tentativas CB, segundo o procedimento de escolha de acordo com a modelo em que s6 era possivel relacionar estimulos ameagadores com estimulos nifo-ameagadores. Os sujeitos do segundo grupo (escolha livre) diferiram do primeiro, pois era possivel para eles relacionar estimulos ameagadores com ameaga- dores, ameagadores com nilo-ameagadares, n’o- ameagadores com nio-ameagadores, ou seja, a escolha entre estimulos era livre (vide Figura 1). Aoiniciar o experimento, cada sujeito foi conduzido a uma sala experimental e solicitado asentar-se em uma cadeiraem frente a0 compu- tador, Apés sentar-se, 0 experimentador lia a instrug&o de acordo com a fase experimental. No caso do pré-teste a instrugao era: “Hoje nds vamos comegar 0 nosso trabalho. Na tela a sua frente serdo apresentadas quatro palavras, sendo uma acima e central (estimulo modelo) e trés 6 abaixo e eqiiidistantes (estimulos comparagdo) O que vocé deverd fazeré ler em vozalta apala- vra supe uma das trés palavras inferiores, ler em voz alta a palavra escolhida e apertar a tecla correspon- r. Em seguida, vocé deverd escolher dente. A tecla 1 (0 experimentador mostrava 20 sujeito a tecla a ser apertada) correspondente & palavra inferior da esquerda, 2, ado meio,ea3, ada direita”, Em todas as fases apés ler a instrugio, caso 0 sujeito fizesse perguntas, o experimenta- dor lia novamente a instrugao até que as dividas fossem sanadas. O experimentador esperava 0 sujeito dar duas respostas para se certificar que realmente havia entendido. Dep: da sala, pedindo a0 sujeito que o chamasse assim que a sesso fosse encerrada, is retirava-se Os critérios utilizados para mudangas de fase e encerramento da sessao foram de 90% de acerto ou 60 tentativas. ‘Na Fase 2 foram treinadas as relagdes AB e AC entre estimulos ios (modelos) ¢ ameagadores € nfo-ameagadores (compa- ragdo). Na situagio de treino, as respostas arbit escolhidas pelo sujeito eram conseqtenciadas pelas palavras “correct”, escrita em verde, © “wwrong”, esctita em vermelho, ambas com sons caracteristicos, quando a resposia era correta ou incorreta, respectivamente. Apés conseqtien- ciago diferencial, uma nova tentativa era apresentada até que o sujeito atingisse o critério de 90% de respostas corretas. Desta fase em diante nfo havia diferenga no procedimento entre os grupos escolha livre e escolha forgada. A instrugto wlilizada nesta fase foi “Agora a sua tarefa vai ser um pouco diferente Assim que voeé apertar a te suaescolha, 0 computador ira Ihe mostrar se sta escolha foi correta out errada. Caso sua escolhia tenha sido correta aparecerd escrito em verde, no canto inferior da tela, “correct”. Se sua escolhia for incorreta aparecerd escrito em vermetho, no la correspondente a Sénia Maria M. Neves et al canto inferior da tela, “wrong”. Em seguida io sera apresentado. Vooé uum novo exerci entendeu?”. Na Fase 3 foram testadas as relagdes BA e CA (simétricas) eas relagdes BC e CB (transi- tivas). O eritério de encerramento foi de 90% de respostas consistentes nas relagdes possiveis entre determinados estimulos-modelo e compa- ragio ou 120 tentativas. Se o primeiro critério no fosse atingido, o sujeito era novamente exposto as Fases 2 ¢ 3, A instrugdio referente a essa fase foi: “Agora vai ser um pouco diferente da anterior. Quando vocé apertar a tecla correspondente asua escolha, um novo exercicio sera apresentado, porém, o computador nao ira the mostrar se sua escolha foi certa ou errada, Vocé entendeu? ”. Resultados © primeiro objetivo deste estudo foi investigar no pré-teste, a formagdo de relapdes enire estimulos ameacadores e ameagadores, ndo-ameacadores e ndo-ameagadores, ou ameaga- dores e nfio-ameagadores, em sujeitos ansiosos e nio-ansiosos, para o grupo de escolha livre. A Tabela 2 permite observar o néimero de relagdes consistentes (com pelo menos 90% das escolhas) formadas no pré-teste, pelos sujeitos experimentais © controle do grupo escotha livre, Os resultados indicam que todos 6s sujeitos experimentais do grupo de escolha livre formaram apenas relagées homogéneas, (formadas apenas por estimulos ameagadores, ‘ou apenas por estimulos ndo-ameagadores), ou seja, nio formaram nenhuma classe mista, a0 passo que 0s sujeitos controle nao demons- trarem tal padrao de comportamento. O sujeito controle L nao apresentou nenhuma relagao consistent. O sujeito controle B formou apenas uma relagdo consistente, sendo esta relagio do 62 tipo mista, Os demais sujeitos controles Ce W, formaram relagdes de todos os tipos e de maneira mais distribuida. Tabela 2. Nimero de relagdes homogéneas ameagadoras, homogéneas néo-ameagadoras € rmistas formadas durante o pré-teste pelos sujeitos experimentais e controle do grupo escolha livre. Sijetos Aneapador Naoamoacador Mita D 2 1 a Syetos A 3 1 a lpeinensis—S 1 1 0 1 1 1 a C 1 1 1 Sates a 0 a 1 Cone Ll 1 a f i 1 1 © segundo objetivo deste estudo foi investigar as possiveis diferengas na formagio de classes em sujeitos ansiosos e nao-ansiosos. Para isso, observou-se no primeiro teste de transitividade, as relagdes com padrio consis- tente de escolha (acima de 90%) nos sujeitos experimentais ¢ controle do grupo de escolha livre. As relagdes formadas poderiam ser relagdes ameagadoras —ameagadoras, nilo-amea- gadoras ~naio-ameagadoras ou relagdes mistas. Observa-se que somente 0 sujeito D, entre quatro sujeitos experimentais demonstrou a formagio de classes de estimulos equiva- lentes, Para os outros sujeitos experimentais (sujeitos A, $ eZ), 0 treino de relagaes condi- cionais parece nao ter sido condigdo suficiente para que esses formassem classes de equiva- lencia, Além disso, esses sujeitos continuaram respondendo de maneira semelhante a0 pré- teste, on seja, continuaram formando apenas relagées homo} Os dados do grupo controle revelam que apenas um sujeito (W) apresentou a emergén ia © modelo da equivaléncia de estimulos na analise de distirbfos de ansiedade: da equival tinuou sem dar respostas consistentes. O sujeito B continuow formando apenas classes mistas eo ncia de estimulos. O sujeito L con sujeito C, passou a formar somente classes homogéneas (vide Tabela 3). Tabela 3, Numero de relagdes emergentes no primeito teste de transitividade dos sujeitos experi- mental e controle do grupo de escolha livre. Sujeios _—_Ameacaior —Waoameacador Mita a 2 2 a Susios A 3 i a fapernentis 2 2 a 1 2 3 a t 1 1 0 ‘Sujeites B . a 1 Conte L a a a W 1 1 1 Os sujeitos que ndo demonstraram a formagio de classes de equivaléncia foram expostos novamente a0 treino de relagées condicionais e aos testes de transitividade e de simetria. Os dados encontrados no segundo teste de transitividade estéo dispostos na Ta- bela 4 Tabela 4. Niimero de relagdes emergentes no segundo teste de transitividade dos sujeitos experimental € controle do grupo de escotha livre Os sujeitos experi nuaram a ndo formar classes mistas, apesar de atingirem o critério de 100% no segundo treino de relagdes condicionas. Um dos sujeitos entais A, S eZ conti= controles, C, demonstrou equivaléncia de estimulos apés 0 segundo teste de transitivi- dade, O sujeito B continuou somente formando classes mistas (trés relagdes). O sujeito L passou a formar relagdes consistentes apds 0 segundo treino de relagSes condicionais, porém no formou nenhuma classe mista. O terceiro objet visava verificar se a histéria de comportamento relacional com estimulos ameagadores © n&o- ‘0 do experimento ameagadores influencia no estabelecimento de relagdes mistas. Para isso se comparou o numero de relagdes ameacadoras — ameaca- doras, nio-ameagadoras ~ nfo-ameagadoras © mistas, do teste de transitividade, dos sujeitos experimentais do grupo escolha fivre com os experimentais do grupo escolha forgada, A Tabela 5 mostra o niimero de relagdes ameagadoras ~ ameagadoras, naio-ameagadorz io-ameagadoras ¢ mistas emergentes, acima do critério estabelecido (90%), apresentadas pelos sujeitos experimentais do grupo escolha livre e do grupo escolha forgada =n Tabela 5. Numero de relagdes emergentes no primeiro teste de transitividade dos sujcitos experi- mental e controle do grupo de escolha forgada Sujgtos —_Amaagador —Naoameacator Mista Sujetos —_Amesraior Néo-ameacator Mista 0 0 1 i 1 Sijitos A 2 a 0 Sats A 6 1 i ‘byerinentais. = S 3 2 0 bypeimentais §—§ 1 2 2 1 i i a 1 a 1 1 C 2 2 2 C 0 0 0 Sues a 6 8 3 Sais 8 1 1 3 Contole L 1 a Contole L 0 4 3 W W a a a 63 Sonia Maria M. Neves et al. Nenhum dos sujeitos experimentais do grupo de escolha forgada formou classes de equivaléncia. E, ao contrario do grupo de escolha livre, esses sujeitos formaram relagdes de maneira mais distribuida. Somenteo sujeito J nao formou relag6es mistas, no entanto, somente apresentou uma relagao consistente. Osujeito controle A do grupo de escolha forgada ndo apresentou nenhuma relagio consistente. Os demais sujeitos apresentaram relagdes nfo-ameagadoras — ndio-ameagadoras ¢ relagdes mistas, sendo que dois sujeitos controle (C e F) nao apresentaram relagdes ameacadoras — ameacadoras. (0s sujeitos do grupo de escolha forgada foram expostos novamente ao treino de relagdes condicionais e aos testes de transitividade e de simetria, Os dados encontrados no segundo teste de transitividade esto dispostos na Tabela 6. ‘Tabela 6. Nimero de relagdes emergentes no segundo teste de transitividade dos sujeitos experimental © controle do grupo de escolha forgada, Sisios —_Ameayal_Riomeaador ata 0 1 2 1 Sujus A 0 1 Q bopninentis 1 1 1 1 a 1 i C 0 0 a Sujius 8 0 1 1 Cole L 1 3 1 W a a a Como se pode observar nessa tabela, 6s resultados dos sujeitos experimentais no segundo teste de transitividade, revelam um padréo semelhante de escotha ao acorrido no pri- meiro teste. Nenhum dos sujeitos formou uma classe de equivaléncia, apesar de todos terem atingido o critério de 100% de acertos durante o segundo treino de relagdes condicionais, 64 © sujeitos controle A e F do grupo de escolha forgada no demonstraram formagio de relagdes consistentes. O sujeito P passou a nao formar telagies ameagadoras€ 0 syjeito C eomegou a fazer relagSes de maneira mais distribuida Discussao Os dados obtidos no pré-teste demons- tram que os sujeitos experimentais do grupo de escolha livre nfo formaram nenbuma relagao mista, a0 passo que os sujeitos controle parecem néo exibir um tal padro, formando relagdes ameacadoras/ameagadoras, ni adoras/ nio-ameagadoras € mistas de forma mais distribuida. Esses dados parecem corrobo- rara hipdtese de que a preexisténcia de relagdes entre estimulos do mesmo tipo (ameagador ~ mea- ameacador ¢ nao-ameacadores ~ ndo-ameaga- dores), em sujeitos fébicos, influencia na for- magdo de classes de estimulos, respondendo, assim a questio relativa a possiveis determinantes das dificuldades dos sujeitos ansiosos nos estu- dos de Leslie e colegas (1993) ¢ Plaud (1995). ‘No primero ¢ segundo testes de transiti- vidade, os sujeitos experimentais do grupo de escolha livre néo formaram equivaléncia de estt- mulos ¢ continuaram a niio fazer relagées mistas, apesat de terem atingido o critério de 100% de acertos nos treinos de relagdes condicionais, dados esses que fortificam a hipétese langada por DeGranpre e colegas (1993) que a formagio de classes de equivaléncia possa ser responsavel pelo surgimento e persisténcia de problemas clinicos, uma vez que tais classes parecem s a tendéncia, de nao complexas e estaveis. formar classes mistas, nao foi encontrada nos dados referentes aos sujeitos controle, prova- velmente por eles nao possuitem uma historia de formagao de classes ameagadoras homogéneas © modelo da equivaléncia de estimulos na analise de dist Todavia, os sujeitos experimentais do grupo de escolha forgada nto demonstraram uma tendéncia de formar um menor niimero de relagdes mistas em nenhum dos testes de transi- tividade realizados, Provavelmente, a hist6ria experimental de formar classes mistas contri- buiu para tal padrao, Nenhum dos sujeitos do grupo de escolha forgada (nem os experimentais, nem os controles) conseguiu formar uma de estimulos. Tal observagdo sugere que a obrigatoriedade de fazer relagdes mistas durante 0 pré-teste pode se sobrepor ao efeito do treino, inibindo a emergéncia da equivaléncia Esses resultados nos levam a sugerir que 4 formagdo de classes de equivaléncia ¢ aparentemente influenciada pela preexisténcia de relaces entre estimulos ameagadores e niio- ameagadores. Outro aspecto importante observado, foi que somente o treino nao é condicdo suficiente para que os stijeitos expe- rimentais formem classes de equivaléncia, ‘Um maior controle, em futuras pesquisa, na classificagiio dos sujeitos (p. ¢., 0 uso de teste padronizados), bem como maior rigornaselegio dos estimulos (p. e., a avaliagao das respostas fisiolégicas de cada sujeito, em relagio aos estimulos experimentais), pode ajudar a identi ficar fontes responsiveis pelas diferengas dos sujeitos dentro dos diferentes grupos (experi- mentais e controles). Os dados sugerem que outros processos, se de equivaléncia tais como a histéria passada do sujeito, estejam interferindo na formago de classes. Porém, esse estudo nao utilizou uma linha de base para 08 sujeitos do grupo de escotha forgada na qual 08 sujeitos pudessem relacionar estimulos formando nao $6 relagdes mistas, mas também relagdes homogéneas ameagadoras © homogé- neas ndo-ameagadoras. A falta de uma linha de base impede a andlise dos desempenhos anteriores dos sujeitos, indicando a necessidade de realizagao de novos estudos. 65 bios de ansiedade: Referéncias De Rose, J. C.; Garotti, M. Fe Ribeiro, 1G. (1992) Transferencia de fungdes discriminativas em classes de estimulos equivalentes, Psicologia: Teoria e Pesquisa, 8(1), 43-65. De Rose, J. C. (1994), O livto verbal behavior de Skinner e a pesquisa empitica sobre o comporta- mento verbal. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 10(3), 495-510. DeGranpre, R. J; Bickel, W. B, e Higgins (1992). 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A teea 8 Trancado (Vento A, Maa (, fscara Som ST A Peta 8, Pare Muni 8 Casa Aleco 8, Zuligico 0, Mao Mata 6, Paro 6, Cama Slit A Peta 8, Lagat 0, Passau Aleca 8, Veine (, Cio A Mata 8, Minhoxa 6, Carla SA A Pata 8, Unb (,Bejador Alera 8, Gavia (Tolga Mala Pena (lia Sst Peta 8, fsouo 0, Misia Aleca 2, Aalada 6, Caninhar Mads 8 Multan (for $s A Peta 8, arate (, fscrever Ateca 8 Aaa 0, Vale Ay Mada 8, Perereca 0, Misia

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