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Sociedades Religiosas.
Apresentação.
Poucas coisas faziam parte da prática dos covenanters de maneira constante, [mesmo
durante o chamado killing times, isso é, quando foi permitida a perseguição e a matança
dos covenanters como se fossem animais,] do que manter a comunhão e as reuniões
através dos encontros das chamadas sociedades, designadas para o consolo mútuo e para
o benefício do povo de Deus.
As tais sociedades existiam para que o povo de Deus continuasse recebendo ensino,
edificação, e desempenhando os deveres da comunhão, mesmo quando não possuíam
pastores, presbitérios, ou lhes estava vedada a igreja visível.
Cada grupo que mantinha encontros regulares estavam unidos em correspondência com os
outros grupos, formando uma sociedade unida para a preservação dos interesses comuns
da fé e para que não houvesse mistura entre os covenanters e as igrejas que abraçaram as
doutrinas do estamento corrupto ou que se inclinavam para Roma.
Notando que tal sociedade tinha bons frutos, esses encontros e estrutura foram mantidos
mesmo depois que conseguiram alcançar uma organização formal, presbitérios, cortes e um
ministério regular. Por muitos anos ninguém seria admitido à membresia comungante de
uma igreja estabelecida, unida às sociedades, se não mantivesse regularidade também
nesses encontros.
Foi em 1772, que o Reformed Presbytery publicou esse diretório para instruir as pessoas a
respeito da garantia Divina para a existência dessas sociedades, e para esclarecer os
deveres cabíveis nesses encontros.
Prefácio.
A história autêntica nos informa que por centenas de anos um povo peculiar existiu nas
Ilhas Britânicas, esse povo era chamado “O Povo da Sociedade” (Society People.) No
século XVII a fé a e paciência deles foram postas à prova pela perseguição: e para o duplo
propósito de preservar sua unidade e protegerem-se de espiões, eles adotaram regras e
estrutura que era seletiva quanto a quem era admitido a essa comunhão.
John Howie, autor de Scots Worthies, menciona um certo Walter Smith, que era
contemporâneo de Donald Cargil, como um dos primeiros a estabelecer regras para o
funcionamento das sociedades. O Reformed Presbytery provavelmente construiu sobre
essa fundação cimentada no sangue dos mártires.
Embora mais de uma edição desse documento tenha sido publicada nos Estados Unidos, a
presente demanda não se consegue suprir; e essa é a razão específica pela qual o
Reformed Presbytery, no último mês de maio, apontou um comitê “para revisar e publicar
outra edição do Rules of Society.” Outras razões, contudo, podem rapidamente ocupar a
mente do leitor inteligente para concluir porquê esse fiel e autoritativo documento deve ser
retirado de sua relativa obscuridade.
Que o Senhor Deus de Abraão, de Isaac, e de Jacó, o Deus de nossos pais pactuantes,
possa dar aos seus sucessores o mesmo espírito de fé para contender fervorosamente e
lutar ardorosamente de maneira lícita por esses preciosos direitos, esta é a fervorosa
oração do Comitê Reformed Presbytery.
Rochester, N.Y.
Um Diretório Curto
Agora, nós mais longamente, e de acordo com muitos pedidos recebidos, em nossa
capacidade judicativa, presenteamos vocês com um breve diretório, de modo que o seu
andar seja no cumprimento de todos os deveres e seja cheio de consolo na comunhão
cristã privada de uns para com os outros, nesses dias sombrios e negros de pecado e de
erro. Vocês já têm agora mais de 100 anos subsistindo como seletas sociedades, desde
que a mão da tirania preládica e da violência prevaleceu, e desfez a gloriosa reforma e a
uniformidade pactual por ela conquistada, que foi antes obtida e estabelecida por todas
essas terras, prevalecendo contra esta através de sanguinolenta ira e de perseguição,
fazendo dissipar o rebanho do Senhor, roubando-os dos seus pastores fiéis, forçando-os a
fugir para se esconderem nas montanhas, covas e cavernas da terra. Essas associações
cristãs religiosas foram encontradas não somente especiais e necessárias, e úteis então,
para o consolo e encorajamento dos fiéis sob perseguição, aflição e tribulação - como
também desde que a violência e a perseguição abertas sofreram alguma diminuição e
restrição, e os tempos se tornaram mais pacíficos, embora ainda sob a derrubada nacional
e o sepultamento nacional da causa e do testemunho de Cristo caluniada, cercados como
estamos de crescente apostasia, idolatria, blasfêmias, heresias, erros, enganos, impiedade,
ateísmo, e toda a sorte de malignidade, essa forma da comunhão cristã prova-se por
experiência grandemente necessária e útil para a manutenção da verdade, e palavra da
paciência de Cristo, e preservação da vida e da prática da religião, etc. Para tal propósito
pedimos diariamente a vocês que atendam a esses exercícios cristãos; E porque, até então,
vocês não foram providos com um sistema uniforme de regras e uma instrução para o
próprio gerenciamento do dever, nós, portanto, oferecemos a vocês os tais, os quais nós
esperamos, se atendidos, sobre a benção divina, podem ser úteis para o corpo como um
todo, e nos quais eles podem todos concordar em receber a unanimidade cristã: contudo
antes de lançar diante de vocês o método particular que nós temos por intenção seguir
nesse curto tratado, permita-nos a apresentar premissas, pequenos argumentos
introdutórios a respeito da natureza geral do assunto do dever do qual nós iremos
posteriormente escrever de maneira mais particular.
A obrigação moral da sociedade, e os deveres e virtudes dela, provém do homem ter vindo
de Deus portador de uma natureza social, uma criatura particularmente formada para a
sociedade. A sociedade para qual o homem foi originalmente designado era dupla, 1. A
Sociedade Divina, isso é, a comunhão com Deus. 2. A Sociedade Humana, ou comunhão
com os seus semelhantes - também criaturas.
1. Sociedade Divina ou comunhão com Deus, esses consistem em receber com graças
e reconhecer que Deus é recompensador e benigno, e suplicar seu favor e amizade,
entregando uma obediência voluntária aos divinos comandos e dando a vera
homenagem e culto para Deus o qual é digno de tais por Seu nome, culto e honra tais
que também sejam dignos desse nome as quais Ele comandou, e da maneira que Ele
comandou. Para essa sociedade divina, o homem foi peculiarmente formado na sua
criação sendo feito não somente uma criatura de natureza racional donde ele se torna
sujeito de um governo moral, capaz de conhecer e de gozar Deus como sua principal
felicidade e alegria, mas também tendo isso, sua natureza racional e inteligente
embelezada pela imagem de Deus moral e cheia da graça em justiça e verdadeira
santidade super adicionadas ali; assim ele se torna completamente adequado para
render a Deus aquele amor perfeito e obediência que é devida de tal criatura ao
adorável Criador.
Essa sociedade humana, pode ser considerada de maneira dupla, isso é, civil e espiritual.
Esses tipos de sociedade dentre os homens diferem não a respeito da sua fundação e regra
a qual é a vontade revelada, ou lei divina. Nem com referência ao último e subordinado fim
de ambas o qual é a glória de Deus e o bem do homem, porém, elas diferem a respeito do
objeto imediato de cada, a primeira dessas é imediatamente conversante a respeito e
designada para a preservação das coisas de uma qualidade temporal ou secular; isso é, as
pessoas e as vidas dos homens, e todos os bens externos e privilégios pertencentes aos
tais como animais racionais e até religiosos seres, nessa presente vida e estado. O
segundo, a saber, sociedade espiritual, ou religiosa, conversa a respeito das coisas de uma
natureza diferente às coisas de Deus, Seu governo e Seu reino da graça e da glória, coisas
eternas, divinas e espirituais as quais concernem o bem espiritual e eterno, paz e felicidade
da alma dos homens. De novo, Sociedade espiritual ou religiosa pode ser também
considerada de uma maneira dupla, a saber, como privilégio da igreja visível e como
privilégio de tal e tal membro particular da igreja visível.
A Sociedade religiosa, ou espiritual, pode também ser considerada de maneira dupla; isso
é,
“A igreja visível de Cristo, que também é católica ou universal, não estando agora, sob o
evangelho, confinada a uma nação, como antes sob a lei, consiste de todos aqueles por
todo o mundo que professam a verdadeira religião de Jesus Cristo, e que dão amparo à sua
profissão de fé como a prática apropriada, junto com seus filhos:” [1] Ou como o apóstolo
expressa em 1 Coríntios 1:2. Todos em todo lugar que invocam o nome do nosso Senhor
Jesus Cristo. [2] ¹
Que o estado dessa igreja católica visível de Cristo, e de seus muitos membros é um estado
de uma sociedade espiritual e de uma comunhão espiritual na qual eles são chamados pelo
evangelho, é suficientemente evidente pelas figuras e emblemas pelos quais ela é descrita
na escritura. Lá a igreja de Cristo é chamada reino, Mt 3:2, 5, 19 – cidade, Ct 3:2; Hb 12:22
– casa, 1 Tm 3:15; Hb 3:6 - família, Ef 3:15. E com referência ao grande Pastor, um
rebanho, Lc 12:32 – 1Pe 5:2. Todas essas alusões declaram que o estado da igreja de
Cristo é um estado de sociedade ou de comunhão social.
O laço e o cimento dessa religião social são aqueles enumerados pelo apóstolo Paulo, Ef 4:
5,6. “Um corpo, um espírito, uma esperança, um Senhor, uma fé, um batismo, um Deus e
Pai de todos, que é sobre todos, através de todos, e em todos.” E essas unidades capazes
de nos engajar são não somente os laços e os motivos, porém a vera fundação, causas, e
fonte dessa santa comunhão e companheirismo, na qual todos os membros na igreja visível
de Cristo estão unidos.
É do segundo desses tipos de sociedade religiosa aqui mencionados, que nós nos
propomos particularmente a tratar, e a oferecer algumas orientações para o gerenciamento
apropriado destas. Isso é por dizer, tais associações privadas ou sociedades de amigos
cristãos e de irmãos na causa e verdade de Cristo, como voluntariamente acordadas em
encontrarem-se em certos tempos determinados e lugares regularmente, para o exercício
da oração, louvor, ações de graças, conferência espiritual, e para todos os deveres do amor
cristão e do companheirismo, para o mútuo benefício, consolo e encorajamento uns dos
outros, em uma contínua atenção dada para com todos os deveres e ordenanças da
piedade, e aderência à causa de Cristo, sua verdade, e verdadeira religião nesse mundo.
Isso pode ser considerada como uma descrição da natureza específica e da propriedade
distinta de tais sociedades. Eles não são reuniões públicas, as quais todos que quiserem
vão ter acesso, são reuniões privadas. São encontros de amigos cristãos e irmãos seletos
na causa e no testemunho de Jesus, que concordam a respeito disso como sendo fundação
da sua sociedade, e não é um encontro promíscuo de vários atrapalhados professantes,
bagunçados e misturados que dizem seguir ao nome de Cristo; pois, como dois andarão
juntos se eles não podem concordar? Não são sociedades disputantes, como algumas são
chamadas, porém sociedades de oração e para a mútua comunicação e conferência a
respeito de assuntos divinos. Eles diferem dos encontros ocasionais de cristãos, porque
eles são fixos em certos horários e lugares estabelecidos, e não são opcionais, ou deixados
para a conveniência de qualquer um, etc. Mas não insistiremos adiantes nessas coisas,
porque chegarão o momento em que elas serão tocadas mais plenamente depois no
decorrer da nossa discussão quanto aos seguintes particulares, os quais serão
necessariamente lidados em relação a esses encontros de companheirismo cristão. E assim
são os particulares:
I. Demostrar que tais sociedades são uma instituição divina da Escritura Sagrada.
III. Dar algumas regras gerais e também outras particulares a respeito da formação de
tais sociedades. Do caráter necessário dos seus membros constituintes. Os termos de
admissão e de união: e os diferentes e específicos deveres religiosos que elas são
chamadas a se engajar quando em sociedade. E finalmente,
IV. Oferecer algumas direções a respeito de como os membros de tais sociedades devem
andar em todos os deveres confortavelmente nesse caminho do companheirismo
cristão. E todos esses particularmente acomodados às circunstâncias das sociedades
do povo cristão sob a nossa inspeção prebiterial.
Esses vários artigos pertencentes ao assunto sob consideração serão explicados em várias
seções seguintes.
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_________¹ Nota de Rodapé: A Confissão de Fé de Westminster Capítulo XXV parte 2.
Esse texto e artigo da nossa Confissão tem sido muito perversamente aplicado pelos
modernos libertinos como se contivesse uma orientação e uma injunção para ajuntarmo-nos
em comunhão eclesiástica e no selo das ordenanças com todos que pretensamente
invocam o nome de Cristo, seja luteranos, episcopais, presbiterianos, independentes, ou
qualquer outra associação sectária. Porém pelo nome de Cristo nós devemos aqui
certamente entender a verdadeira doutrina da sua divina pessoa e ofícios, como profeta,
sacerdote e rei da sua igreja. Suas leis, ordenanças, governo, e todas as coisas pela qual, e
na qual, Seu nome é conhecido por nós, e por invocar o Seu nome o que se tem aqui em
vista é a fé, o culto, a sujeição e obediência, as quais, aos pés da sua divina pessoa e
ofício, são devidas a Ele como único Mediador entre Deus e os homens. Portanto,
ajuntarmo-nos com todos aqueles que em todo lugar invocam o nome do nosso Senhor
Jesus Cristo, como deveria obviamente ser entendido, na Confissão de Fé de Westminster,
significa nos ajuntarmos com todos aqueles em todo lugar que invocam o nome de Jesus
Cristo verdadeiramente, sinceramente e fielmente.
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SEÇÃO I.
OU DE COMPANHEIRISMO CRISTÃO.
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Que a divina instituição desse tipo de sociedade em primeiro lugar seja afirmada, é
necessário, por causa daqueles muitos que não apenas questionam, porém negam a
garantia bíblica para a existência desse tipo de sociedade; outros falsamente reconhecem
que elas são necessárias somente em tempos malignos e tumultuosos da igreja, porém não
em todos os tempos. E outros que não tem objeções abertas contra o seu exercício, ainda
assim são descuidados e praticamente indiferentes quanto a ela, como se não fosse uma
instituição divina, mas uma invenção da prudência humana somente, e, portanto, seu
engajamento nelas é deixado como uma opção privada e uma conveniência apenas.
Que os acima designados encontros sociais do povo do Senhor são de garantia divina e
que, portanto, é o dever de todos os cristãos, membros da igreja visível de Cristo, que
querem provarem-se fiéis, ou a Ele, Cabeça e Senhor, ou a si mesmos, e aos seus irmãos,
membros do mesmo corpo, manter em todos os tempos, tal companheirismo religioso como
o Senhor lhes der acesso na sua providência, nisso parece-nos suficientemente evidente a
partir de muitas considerações; tais quais,
1. A mútua e íntima relação espiritual a qual os cristãos tem uns para com os outros,
como essas são representadas na escritura, particularmente no Novo Testamento. Se
fala destes usando o caráter e as relações por analogia, chamando-os de soldados –
1Tm 4: 3; soldados de um mesmo batalhão, sob um mesmo capitão, lutando a mesma
guerra e tendo os mesmos inimigos – Fp 2:25. Concidadãos, Ef 2:19. Co-servos, todos
empregados na obra do mesmo Mestre e do mesmo Senhor, - Ap 6:11. Irmãos, filhos do
mesmo Pai e família, sim, a casa da fé - Ef 3:15; Gl 2:10. Membros do mesmo corpo,
não somente isso, mas também membros uns dos outros – Rm 12:5. Sendo esse o
caso, claramente se descobre quais obrigações invioláveis os cristãos estão sob, para
manter o mais íntimo companheirismo e correspondência uns com os outros;
associarem-se como co-servos irmãos, para consultar, aconselhar, e ser mutuamente
úteis uns para com os outros, no fazer da obra, e em tudo aquilo que da suporte à honra
e ao interesse do seu comum Pai e Senhor.
Mais ainda, como não é nada mais comum, natural, ou necessário, do que aqueles que são
do mesmo país, possuem os mesmos modos, e linguagens, quando dentre estrangeiros,
em uma terra estrangeira, unam-se em sociedade, e mantenham o mais amistoso
relacionamento e companheirismo um com o outro; então assim deve ser, e assim será,
com todos os santos, que não são somente todos concidadãos e patrícios em uma estranha
e estrangeira terra, todos eles sendo estrangeiros e peregrinos nessa terra – Hb 11:13; mas
também permanecendo com a mais íntima e querida relação dentre si mesmos, porque
todos são filhos de uma mesma família, são todos domésticos da fé, partes da casa de
Deus – Ef 2:16.
4. A garantia divina para esse tipo de encontro da sociedade dos cristãos pode se
evidenciar da constante prática e exemplo do povo de Deus tanto sob a dispensação do
Velho Testamento quanto a do Novo. Assim o povo fiel de Deus durante o seu cativeiro na
Babilônia - Sl 137, encontravam-se em companhias e assentados palas beiras do rio da
Babilônia; e choravam e lembravam de Sião. Assim Esdras e os seus companheiros que
retornaram com ele, reuniram-se para orar e jejuar, e buscar a Deus de uma maneira
correta, e aqueles que de acordo eram convidados por eles – Esdras 8:21, da mesma
maneira Daniel e os seus companheiros ajuntavam-se em fervente súplica pedindo a
misericórdia do Deus dos céus, etc.
Com esse companheirismo religioso foi também de acordo mantido, somos assim
informados, e firmemente continuado, por todos os cristãos primitivos daí por diante; veja
Atos 2:42, e capítulo 4:23, e se diz dos apóstolos Pedro e João que sendo despedidos pelo
concílio, eles foram para suas próprias companhias, e recontaram tudo que os chefes
sacerdotes disseram a eles. Também, nós achamos tal encontro religiosos na casa de
Maria, a mãe de João - reunidos juntos, orando – Atos 12:12 – e muitas outras instâncias de
tipos similar podem ser mencionadas – veja Atos 10:27, e 15:19, onde nós lemos de um
número de pessoas que ousavam encontrar-se juntos para oração perto de um rio próximo
a cidade de Felipe. Tão comuns eram tais encontros cristãos naqueles tempos, que o
apóstolo dos gentios, quando ele escreve, deseja as orações conjuntas de tais sociedades
a seu favor, e do seu ministério - Fp 1:27 - “Eu vos suplico, irmãos, que perseverai lutando
juntos em vossas orações a Deus por mim” - Rm 15:30. Sim, tal importância eles
reconheciam esse tipo de sociedade e companheirismo cristão, que tornaram esse em um
termo de comunhão - um artigo do seu credo, como nós vemos naquele chamado credo
apostólico, assim não eram considerados cristãos aqueles que não eram cuidadosos na
manutenção desse companheirismo e comunhão dos santos. Ainda mais, é sabido que é
um primeiro e genuíno fruto de conversão tal graça, como vemos na instância de Saulo,
depois de ser chamado Paulo, que foi imediatamente movido a juntar-se à companhia e
sociedade dos discípulos, pois tão logo quanto se diz que ele foi convertido - Atos 9:16:
“Estão Saul passou dias com os discípulos que estavam em Damasco.”
Assim a divina instituição desse dever e exercício parece clara dos testemunhos da
Escritura acima; os exemplos dos santos ali registrados; as relações íntimas espirituais nas
quais mutuamente permanecem uns para com os outros, nos deveres que devem uns para
com os outros; sim, os veros ditados do senso comum e da razão, e a prática comum da
humanidade a respeito das coisas que são muito menos importantes, também dão
testemunho à necessidade e expediência de tais associações cristãs.
A lei moral, que é a lei da natureza e da criação, obriga o homem a se associar. Obriga o
homem a dar conselhos e a manter relações uns com os outros, e, portanto, a serem
mutuamente úteis uns para os outros, mesmo nos negócios civis e os negócios comuns do
mundo. E se nós somos obrigados a sermos sociais e prestarmos assistência uns aos
outros nesses respectivos assuntos, certamente os cristãos são obrigados pela mesma lei,
como uma lei da graça, amor e liberdade nas mãos de Cristo, a terem um hábito de
partilharem uns com os outros a experiência das coisas divinas, de maneira a serem úteis
uns para com os outros, e explicitamente relacionar essa concorrência e união em tudo
aquilo que diz respeito a fé, adoração, e todas as coisas que se relacionam ao reino de
Deus e a sua glória. Não foi reconhecido como método sábio, não foi encontrado como algo
necessário e útil que as pessoas das mesmas profissões civis, engajados na mesma
maneira no comércio do mundo ou nos negócios dessa vida, formem para si mesmos
sociedades para consultarem e darem avisos juntos, para seu comum benefício e
vantagem, e como não serão os cristãos participantes de um tal chamado celestial comum,
de um tal mercado e negócio celestial, ajuntados por tais íntimas relações, cujo os
interesses, tentações e dificuldades são tão parecidos, como esses então não se juntariam
em encontros sociais, de maneira a instruir, avisar, consolar e encorajar uns aos outros,
quanto aquelas coisas que são de um momento infinito e de importância sem fim? Isso nos
leva a próxima coisa a ser considerada, isso é, o fim e o desígnio destes encontros sociais.
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SEÇÃO II.
O FIM ESPECIAL E O DESÍGNIO DESSES ENCONTROS SOCIAIS.
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PORQUE alguém pode perguntar a qual valoroso propósito tais companheirismos sociais
dentre os cristãos servem e a que se destinam, nós iremos, portanto, tocar nesse assunto
um pouco nessa seção. Uma correta impressão e própria visão deste, é de grande
importância tanto como um incentivo para o engajamento do cristão quanto para o
consciencioso atender deste exercício, e para o proficiente gerenciamento do dever. Os fins
especiais e propósitos desse tipo de sociedade, e as vantagens que vem de um
atendimento dedicado a esse dever, são tantas e tão grandes, que daremos apenas contas
gerais delas.
Esse companheirismo social dos santos na terra, tem por intenção, e contribui de uma
singular maneira para aumentar o conhecimento de Deus e Cristo, como ele revela a si
mesmo na sua Palavra, ordenança e obras da criação, providência e redenção. Em todos
esses, Deus descobre e manifesta a sua glória; e o povo de Deus tendo olhos dado a eles
para ver, e ouvidos para ouvir, em atender a dispensação da pública ordenança da palavra
e dos sacramentos, ou na leitura privada da Palavra, veem sua glória ao Deus da graça e
da salvação, e obtém algum conforto e conhecimento iluminatório dele. O mesmo se pode
dizer das suas obras, todas as quais são maravilhosas, e que as buscam todos aqueles que
tem prazer nelas – Salmo 111:2. É obra do cristão e o dever observar a obra do Senhor,
seja com respeito a si mesmo particularmente ou em geral, e a considerar a operação das
suas mãos. Porém quanto atendendo a essas instâncias de deveres pessoais, internos, em
uma espera com a devida guarda em Deus na sua ordenança e nas suas ações, ele não
tem acesso a performance desses deveres e desses exercícios que são o desígnio especial
dessa comunhão social dos santos. Os cristãos enquanto atendendo às ordenanças pública
do evangelho, não tem acesso à instrução, admoestação, conselho e consolo que sejam
oferecidos uns para com os outros; e por uma comunicação do seu conhecimento,
observações e experiências, para mutuamente estabelecerem e edificarem a si mesmos na
sua mais santa fé, orando no Espírito Santo – Judas verso 20 – como eles se ocupam em
fazer nesses encontros de companheirismo cristão; aqui nós podemos ver a diferença dos
fins entre as outras ordenanças e obras de Deus, e essa instituição em particular. Todas
elas são designadas para trazer o conhecimento de Deus, e para dar-nos a experiência da
sua bondade; Is 2:5 - “Muitos irão, e virão e dirão, venha, vamos ao monte do Senhor, à
casa do Deus de Jacó, e ele nos ensinará os seus caminhos.” Assim para a difusão e a
comunicação desse tal conhecimento de Deus, e para que a prova da sua bondade seja
então oferecida também a outros, como tem sido encontrada nas ordenanças e na
providência. Nas ordenanças públicas do seu santuário, os crentes pela fé veem o poder e
a glória de Deus – Sl 63:2. Porém nesses pequenos santuários, nesses pequenos templos
de Deus, cada um fala da sua glória - Sl 29:9 – fala do seu poder e da sua justiça, e de
todas as suas obras maravilhosas - Sl 71, e 119:97. Assim esses encontros sociais de
cristãos contribuem, segundo sua intenção, para a propagação e para o aumento de um
conhecimento experimental de Deus e para que se faça a prova da sua bondade dentre o
seu povo, nos santos exercícios da oração, do louvor e da conferência espiritual. É isso
mesmo que o apóstolo impõe e recomenda. Cl 2:16 - “Que a palavra de Cristo habite em
vós ricamente, em toda sabedoria, ensinando e admoestando uns aos outros em salmos,
hinos, e cânticos espirituais, cantando e fazendo melodia nos vossos corações ao Senhor.”
Outro valioso propósito para o qual o encontro religioso e social do povo de Deus serve, e
para o qual ele foi intencionado, é para a mútua e recíproca ajuda e encorajamento nos
caminhos de Deus e da piedade. A sociedade dentre a raça humana em geral é designada
para o consolo e para a ajuda dos indivíduos contra as fraquezas, faltas e dificuldades
comuns as quais eles estão expostos. O pregador real, Salomão, nos dá um excelente
encomium a respeito da utilidade mesmo da sociedade natural e dos laços naturais comuns,
para esses propósitos. Ec 4:9; 10, 11, 12 - “Dois são melhores do que um, porque eles têm
melhor recompensa do seu salário. Se eles caírem, um levantará o seu companheiro;
porém ai daquele que está sozinho quando ele cai, porque ele não tem outro que o ajude. E
se um prevalece contra ele, dois irão deter; e um cordão de três dobras não se quebra
facilmente.” Essas várias vantagens da vida social, como elas são verdadeiras nas coisas
naturais e civis, também nas coisas espirituais e religiosas o são. Tantas e variadas são as
fraquezas e perigos a que o cristão está sujeito; suas tentações externas e internas,
inimigos, como Satanás, perseguidores, falsos mestres, etc., que é absolutamente
necessário para os filhos de Sião viajarem sempre com companhia, e, como soldados que
vão a uma expedição de guerra, manter bem próxima essa comunhão cristã. E também eles
se tornam úteis e encorajadores um para com o outro no tempo de necessidade e de
desencorajamento, por seus conselhos e consolos, e mútuas ajudas. Por suas mútuas
instruções, avisos, reprovações e orações, eles afiam uns aos outros e fazem as almas
acordarem e despertarem do sono, e consolam uns aos outros. É assim que encontram a
verdade da divina sentença - Pv 27:17 - “Como o ferro afia o ferro também a face do
homem afia a do seu amigo.” Eles estabelecem uns aos outros na verdade divina, e
fortalece as mãos uns dos outros e os corações. Sim, muitas vezes este companheirismo
cristão tem sido um meio feliz de reavivar aquele cristão que está quase dormindo, pronto
para afundar sob o desencorajamento; para acordar e restaurar o vigor daquela graça que
estava pronta para morrer, quando o homem vai se tornando afastado e indiferente aos
exercícios espirituais. Pois se diz ai daquele que está sozinho; que quando ele cai, não tem
outro para levantá-lo: Quando ele cai não há nenhum outro cristão perto que possa visitá-lo,
consolá-lo, aliviá-lo sob as suas necessidades; ou ajudá-lo a recuperar-se do erro, ou
imoralidades, quando cai nelas. Mas, porém, quando os santos permanecem fortes e juntos
em um só espírito, de uma forma unida lutando pela fé do evangelho, então eles ficam bem
ajustados nas suas bases, resistindo ao inimigo, sustentando a verdade, estabelecendo uns
aos outros. Isso nos leva a observar mais adiante nesse artigo, que não há nenhum
exercício cristão social que seja o melhor ou o mais efetivo meio para prevenir, opor ou
sobrepujar erros, ou ilusões de qualquer tipo do que esses. Cristãos assim ajuntados, são
muito mais aptos para resistir e para destruir os inimigos, aparecendo nessa forma,
fortificados por forças unidas, instruções mútuas, cautelas e conselhos do que quando
sozinhos por si mesmos, a igreja permanecendo assim unida, ela é um exército terrível
carregando seus estandartes de guerra – Ct 6:4. Porém dissipados, caminhando sozinhos,
é fácil que eles sejam cercados e caiam em armadilhas e sejam capturados. São presas
fáceis para a sedução e erro aqueles que negligenciam e desprezam o benefício do
conselho, avisos e orações dos seus companheiros cristãos e irmãos.
Mencionaremos apenas agora outro texto da Escritura aqui, onde um desígnio muito
peculiar do companheirismo cristão é apontado. O texto é 1 Pe 4:10 - “Como cada homem
que recebeu o dom, também ministre o mesmo ao outro, como bons dispenseiros da
multiforme graça de Deus.” Pode se pensar que o dom aqui falado deve ser entendido dos
dons e dos talentos para o ofício público e para a obra da igreja; mas não é bem assim que
o texto apresenta como um todo, que apenas esses dons são aqui referidos, ou que eles
sejam a principal intenção do texto. É verdade, todos esses são os dons de um exaltado
Salvador, e devem ser melhorados e empregados fielmente por cada um que os recebeu,
para a honra e a glória dele; contudo, é certo que para todos os membros do corpo místico
de Cristo – para cada um deles há uma graça dada de acordo com a medida do dom de
Cristo – Ef 4:7. “Há um é dado pelo Espírito, a palavra da sabedoria; para outro a palavra do
conhecimento pelo mesmo Espírito; para outro a fé pelo mesmo Espírito; para outro
profecia; para outro discernimento de espíritos.” - 1 Co 12:8-9. Um cristão recebe uma
vivacidade de apreensão, ou um entendimento do temor do Senhor, outro uma memória
capaz de reter muitos conhecimentos, outro uma própria expressão, que o apóstolo às
vezes chama de um dom de expressão; outro com sólido e são julgamento, sabedoria e
prudência. Um cristão é forte em dons e em graça, o outro é fraco. Também existe vários
tipos de temperamento dentre os cristãos - um é zeloso e ativo, outro é circunspecto e
cauteloso – um é passível de desencorajamento e desistência, outro é alegre, etc. A
sabedoria divina é especialmente manifesta nessa distribuição; porquê Deus dispensaria tal
diversidade de dons, senão para o mútuo benefício e utilidade; de modo que aqueles que
são inteligentes e judiciosos, prudentes e cautelosos, possam impor o seu conhecimento,
sabedoria e cautela para aqueles que são, digamos, vivazes, ativos e zelosos, mas
carecem de inteligência, ou sabedoria e cautela; e por outro lado, aqueles que são quentes
e zelosos, possam comunicar alguma coisa da sua virtude e vivacidade do seu calor para
aqueles que tem conhecimento, mas são lentos e quase inativos. Assim o forte suporta
com/e ajuda com as enfermidades do fraco, cada membro sendo dependentes um do outro;
e assim venha ocorrer, aquilo que o apóstolo diz. 1 Co 12:21 - “O olho não pode dizer para
a mão, não tenho necessidade de ti; nem a cabeça aos pés. Não tenho necessidade de ti.”
Mas por essa sociedade, a igreja de Cristo se torna como uma cidade compacta e bem
construída; como Jerusalém - Sl 122. - Vários prédios, um dependendo do suporte do outro,
e, portanto, tem a grande vantagem de resistir aos ventos e as tempestades comparado
com aquelas casas que estão sozinhas no meio de um campo aberto.
Esses são alguns dos grandes e valiosos fins para o qual esses encontros sociais cristãos
tem a intenção de servir. Para o avanço e para o aumento da prática e do conhecimento de
Deus – para a instrução do ignorante – para dar suporte ao fraco – para consolar o de
mente frágil - para prevenir e barrar o erro e a sedução - para o desencargo de todos os
outros deveres do fraternal amor cristão e das boas obras – e para que todos os membros
possam ter comunhão e companheirismo uns com os outros nas divinas virtudes, dons e
graças, sejam comuns ou salvíficos, com os quais foram abençoados. E uma vez que esse
tipo de sociedade religiosa pode ser considerada em verdade a mais estrita, a mais fechada
e a mais íntima de toda a terra. Os crentes quando atentem à dispensação da Palavra e do
sacramento, tem comunhão com Cristo e um com outro de forma comum nas relações,
bençãos, e privilégios que pertencem a todos. Porém no culto público eles não tem (e nem
podem ter) comunhão uns com os outros quanto aos seus muitos dons pessoais e graças,
como eles podem ter em um encontro próprio de uma esfera privada.
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SEÇÃO III.
COMO SOCIEDADE.
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Daquilo que foi dito nas seções precedentes nós esperamos, amigos cristãos e irmãos, que
vocês sejam convencidos do dever, e do desígnio especial e da utilidade dos encontros
sociais. Nós, portando, agora procedemos em lançar algumas regras gerais ou orientações
relativas a elas, nos vários artigos mencionados no conteúdo dessa seção. Nós suporemos,
naquilo que nós dissermos, todos vocês a quem endereçamos, e para cujo o uso o diretório
é designado, aos membros de tais sociedades cristãs privadas, ou chamados e obrigados
as tais da nossa pública confissão e princípios. Isso, como nós já indicamos, é a forma e
maneira pela qual você, e os seus predecessores, como povo cristão aderindo a doutrina,
culto, disciplina, e governo original da Reforma no qual a Igreja da Escócia longamente
permaneceu. Muitos, da experiência cristã, tem carregado seu testemunho da grande
utilidade e dos consoladores frutos desses espirituais exercícios. E certamente no dia da
tentação e da crescente apostasia tanto em princípio e em prática; e nesse dia de mornidão
espiritual e falsa segurança, no qual todas as denominações de professantes caíram; e
nesse dia de perplexidade, em que a verdade tem sido malhada – nesse dia de reprovação
e de blasfêmia - Is 22:5, e 37: 3, vocês são altamente chamados para unirem suas forças
unidas em erguer suas orações para o remanescente que é deixado, e para o fortalecer das
coisas que ainda sobraram, e que estão quase morrendo – Ap 3:2. Em relação a esse dever
e exercício, nós, portanto, recomendamos:
1. Sempre se lembre e tenha em mente que você está sob a lei de Cristo, obrigado pela
autoridade do seu comando a amar uns aos outros, e receber uns aos outros nessa
forma de comunhão cristã e de comunhão dos santos, para o seu mútuo proveito e
vantagem espiritual, e para a glória de Deus. Será um testemunho aberto de serem
verdadeiramente discípulos de Cristo. João 13:34, 35 - “Um novo mandamento eu vos
dou, que amei uns aos outros. Assim todos os homens saberão que vós sois meus
discípulos, e vós amareis uns aos outros.”
Embora nós permitamos que os membros femininos dos encontros sociais possam ser
convocados aos tais, e empregados em todos os deveres competentes em tais assembleias
cristãs, contudo, nós pensamos ser decente e agradável, uma distinção entre esses dois
tipos de membro que seja sempre mantida em tais sociedades. Quanto aqueles deveres
nos quais a pessoa é empregada como a boca da sociedade diante de Deus, os membros
femininos não dever ser colocados em par, ou em pé de igualdade com os membros
masculinos, de modo que esses deveres fossem entregues a elas no curso da alternância
como o são aos homens. Elas não devem ser empregadas na leitura pública da Escritura ou
em conduzindo orações públicas. Contudo, nós não pensamos que seja agradável que as
mulheres sejam separadas em um local diferente daqueles do outro sexo, ainda que deve
haver alguma distinção. Os nomes devem ser escritos em listas diferentes. E quando
existirem muitos membros masculinos, é mais apropriado que cada um deles seja mais
frequentemente empregados nos deveres do que aqueles membros femininos. E nenhuma
mulher deve ser chamada para executar algum dever cabível na sociedade, exceto que haja
uma moção dos outros membros, e que haja comum acordo. Se existe membro do sexo
masculino, mulheres não devem ser empregadas para abrir ou para encerrar a reunião,
também não se deve importunar ou urgir a participação de nenhuma mulher no dever lícito
se ela não estiver de livre consentimento e escolha inclinada ao tal. As questões devem ser
conduzidas quanto a esse particular, nos encontros sociais, como se conduz na sociedade
doméstica. Nesses, os deveres se pertencem primária e inicialmente ao homem, e apenas
de uma maneira secundária à mulher; e apenas quando é o desejo do homem, e o
envolvimento e o chamado dele. Essa ordem observada, nós somos da opinião, haverá
suporte o suficiente para que uma distinção seja mantida entre o homem e a mulher, mas
que essa distinção seja mantida no Senhor.
7. Em formar esses encontros sociais ou admitir novos membros para aqueles que já estão
erguidos, não é somente necessário que os membros constituintes, ou aqueles admitidos,
deem satisfação da sua ortodoxia e da sanidade da sua fé, e da profissão desta da maneira
acima dita; porém ainda, que o temperamento, espírito, e o caráter moral daqueles a serem
admitidos, ou desejando a admissão, seja avaliado e inquerido cuidadosamente. As
sociedades religiosas devem ter cautela e devem estar preocupadas a respeito de quem
eles tomam na sua comunhão. Não é todo mundo que pode entrar. Até o temperamento
natural de alguns cristãos, que não podem, só por isso, serem excluídos da comunhão
pública, os deixa, porém, inadequados para esse tipo de sociedade. O homem bronco e
teimoso, aquele orgulhoso e contencioso, aqueles que tem o temperamento de Diotrephes,
que amam a liderança e a preeminência, em lugar de sujeitarem-se com os devidos deveres
como é requerido que os cristãos se sujeitem aos outros, esses são problemáticos e
perigosos para tais encontros sociais privados. Também aqueles que são dados a ruins
suspeitas – 1 Tm 6:4 – os quais sendo admitidos nos encontros sociais, sempre dão
problema. Essas pessoas, os teimosos, orgulhos e contenciosos, os que amam a
preeminência e os que são cheios de suspeitas ruins, são pessoas que tem uma mente
fraca, invejosa, ciumenta, desconfiada, sempre prontos para imaginar e para entender da
pior maneira possível as palavras e as ações dos seus irmãos. Os outros membros da
sociedade não podem nem sequer escolher qual é o Salmo que vai ser cantado, determinar
um pedaço da Escritura para ser lida, dar sua opinião sobre um assunto..., que essas
pessoas de mente fraca logo já acham que aquilo foi feito contra eles. O caráter moral e
comportamento cristão geral daqueles que são aptos para a admissão no encontro social
também devem ser levados em conta. É necessário que eles sejam conhecidos, por um
número competente de membros da sociedade, como pessoas de um hábito moral externo
inculpável, ou deve ter um número suficiente de pessoas confiáveis que atestem isso,
pessoas de quem não se possa te exceção quanto a sua opinião. Tem de ser tais que
atendam aos deveres pessoais e familiares da religião, que são cuidadosos e construam
propriamente a santificação do dia de Sabbath, que atendam a Deus em todas as
ordenanças públicas e privadas que eles têm acesso, no caminho da verdade e do dever.
Em tempo, eles também de ser tais, que se saiba que eles são impelidos, não meramente
com um princípio de sua própria edificação e salvação, porém, também, daquele zelo da
honra de Deus e da glória declarativa de Deus no mundo. E os tais devem ser primeiro
provados, e serão admitidos apenas como ouvintes, ou para acompanhar com a sociedade
por algum tempo, antes de serem chamados de uma maneira formal e explícita, para
declarar união e coalescência com eles, e tomar parte com eles verdadeiramente nos seus
deveres sociais comuns e nas suas preocupações religiosas. E para uma satisfação mais
particular, com relação a isso, há uns questionários que podem ser propostos pelos Preses
da sociedade quando chegar o tempo, para aqueles que atenderam para o encontro por um
pouco de tempo, e desejam ser recebidos no número total de seus membros plenos.
Pergunta 1. Antes de vir aqui, você estava em comunhão com alguma igreja?
Pergunta 2. O que te fez separar-se daqueles com os quais você estava antes em
comunhão? Foi algum problema privado, uma querela com o ministro, com as cortes da
igreja, ou oficiais?
Pergunta 3. Quais são os motivos reais e positivos que te fez se separar da igreja a qual
você estava?
Pergunta 4. Quais são as razões determinantes que induzem você a desejar se unir na
comunhão com o Reformed Presbytery, e às sociedades das pessoas cristãs sob a sua
inspeção? É só por conveniência, porque você tem acesso externo a eles mais fácil? Ou, é
porque você seriamente inquiriu a respeito disso? E porque você descobriu que eles são os
mais próximos em todas as coisas à verdade e ao caminho de Deus?
Pergunta 6. Você tem algum grau de familiaridade com a história da reforma na Bretanha e
na Irlanda, e particularmente na Escócia; as conquistas que a igreja lá fez, pela mão do seu
bom Deus sobre ela; e também sobre as contendas e os sofrimentos das fiéis testemunhas
de Cristo, por nossos pactos, e na reforma pactual, sobre o papado e o preladismo? Você já
leu a história da reforma protestante escrita por John Knox, e também aquilo que seguiu-se,
no primeiro e segundo períodos da reforma; já leu sobre os sofrimentos da igreja da
Escócia, Naphtali, o Hind Let Loose, Cloud of Witnesses, etc ?
Pergunta 7. Você diligentemente leu nossa Confissão de Fé, Catecismos maior e menor,
Diretório para o Culto, e forma de governo Presbiterial, escritos pela assembleia dos
teólogos de Westminster? Você aprova a doutrina, forma de culto e governo contida e
exibida lá, como sendo, tanto quanto você pode encontrar, agradável à Palavra de Deus na
Sagrada Escritura do Velho e do Novo Testamento?
Pergunta 9. Você crê e reconhece que a obra da Reforma tanto na igreja quanto no Estado
nessas terras; a extirpação tanto do papismo como do preladismo, e a uniformidade da
religião, a saber, em doutrina, culto, disciplina e governo, que juramos nesses pactos, era, e
é, a obra de Deus e a causa de Cristo?
Pergunta 13. Não está convencido de que é o nosso dever, e resolvido pelo suporte ao
testemunho de Cristo, e a sua causa pactual e obra nas reformas nessas terras, em
oposição tanto ao papismo quanto ao preladismo, em evitar qualquer real conhecimento,
em palavras ou em atos, da desregrada constituição e a autoridade do presente governo
civil, supremo ou subordinado, como ministro ou servo de Deus para o bem da humanidade,
ou da ou da religião, por orar, ou lutar, para o seu suporte, jurando votos de submissão a
eles, ou fazendo algum tipo de juramento diante deles nas suas cortes, como agora foi
constituído e estabelecido, ou por qualquer outro meio que possa conter algum tipo de
reconhecimento à legitimidade do mesmo? E você não julga isso uma instância triste de
traição na causa de Deus e do pacto, requerer o reconhecimento do presente governo e
governante por consciência, como ordenança e servos de Deus, como um termo
indispensável da comunhão cristã? Não é esses ensinar e seduzir os servos de Deus a
cometer fornicação, e a comer as coisas oferecidas nos sacrifícios aos ídolos, Ap 2:20. [4]
Pergunta 14. Também não considera ilícito ter, aprovar, sancionar, ministros de qualquer
dos estabelecimentos religiosos nessas nações? Não só a respeito da sua corrupção
pessoal, erro, profanidade, e infidelidade, mas porque tanto igreja quanto Estado estão
juntados mão com mão, reciprocamente jurando suportar uns aos outros na mesma causa
maligna de oposição de Deus e da sua verdadeira religião e em defesa da falsa religião e
da idolatria?
Pergunta 15. Você leu e pensou a respeito do Ato, Declaração, e Testemunho, publicado
pelo Reformed Presbytery, a respeito do todo da nossa reforma pactual, e contra todos os
passos da apostasia nacional desde então, na qual, todos os particulares incluídos nas
perguntas são devidamente explicados e a verdade deles comprovadas? Você já tem uma
cópia desse Testemunho - a qual você pode recorrer para obter informação como a ocasião
requirir? Você reconhece os princípios e testemunho contidos no dito Ato, como agradáveis
tanto quanto você pode julgar a Palavra de Deus aos pactos nacionais, Confissão de Fé,
Testemunho dos verdadeiros pactuantes covenanters, os fiéis mártires dessa última era de
1639 a 1689? Você tem por desígnio e resolução pela graça manter e apegar-se aos ditos
princípios e Testemunho como verdade e causa de Cristo?
Pergunta 16. Você também leu e considerou as muitas regras gerais e particulares contidas
nesse diretório? Você concordando com e submetendo-se a elas, voluntariamente se ajunta
como membro dessa companhia que se reunirá regularmente sob a inspeção do Reformed
Presbytery? Você promete e tem por desígnio atender com toda a diligência nos deveres e
manter comunhão com os seus irmãos por essa forma e dar toda a assistência, no seu
poder, pelos melhores conselhos e substância desse mundo de acordo com a sua
habilidade, para o suporte, a causa comum, e ao testemunho, a fé, e as ordenanças que
Deus apontou na Sua Palavra e entregou aos santos? E, finalmente, você promete
fidelidade como membro dessa sociedade, que você não divulgará as questões resolvidas
internamente e que fazem parte de uma existência social, e que diz respeito aos nossos
assuntos internos ou pessoais, exceto, se receber consenso e permissão para tal?
Além dessas perguntas, que são de um caráter mais disciplinar do que doutrinário, é próprio
que alguns artigos substanciais da doutrina possam também ser perguntados ao candidato
em forma de questionário. Para termos certeza da sanidade do julgamento daqueles que
admitimos na sua comunhão, e aqui há um exemplo de algumas perguntas doutrinárias:
P. 2. Você crê que esses caráteres pessoais e relações internas do Pai, do Filho, e do
Espírito Santo, na unidade da natureza divina ou da divindade, são naturais e eternas?
P. 3. Em que respeito você entende e julga que Cristo é chamado na Escritura - o Filho de
Deus – e o Filho do Pai – o Filho do Deus vivo? É por causa da sua geração eterna, ou por
algum outro motivo? [5]
P. 4. Você crê que Deus fez o homem a princípio reto, e de acordo com a sua graciosa
imagem, em conhecimento, justiça, e verdadeira santidade?
P. 5. Você crê, de acordo com a Escritura, que Deus graciosamente condescendeu entrar
em um pacto com nossos primeiros pais, comumente chamado pacto de obras?
P. 6. É o homem agora no mesmo estado no qual ele foi criado; ou está o homem caído em
um estado pecaminoso, morto, condenado?
P. 10. Qual é o seu julgamento a respeito da morte de Cristo? Você crê que foi um sacrifício
expiatório propriamente? Por quem Cristo entregou a sua vida, e deu a si mesmo como
resgate? Ele em algum sentido, fez algum tipo de satisfação pelos pecados de toda a
humanidade?
P. 11. Você crê na doutrina da perseverança dos santos até a vida eterna? Que nenhum
deles se perderá, ou cairá em uma apostasia final? E em que bases e fundações você
pensa que a infalível perseverança dos santos ou crentes, é construída? Etc, etc.
[3] A igreja da Inglaterra é chamada de herética, não porque ela sustenta ou mantem nos
seus artigos doutrinários ou na sua prática, alguma heresia ou erro condenável; mas porque
a igreja é uma grande facção, seita, ou cisma (chamado no Novo Testamento de heresia –
At 26:5; 1Co 11:19, et abili,) ajuntada e unida sob oficiais eclesiástico e governadores,
praticantes de modos supersticiosos de culto, os quais, não tem, (isso é, nem a forma de
governo e nem de culto,) qualquer instituição da Palavra de Deus, mas são todos de
invenção humana. A respeito de todos esses, ela permanece como cismática ou herética
eclesiasticamente, separada e em oposição à verdadeira Igreja de Cristo, e ao culto,
oficiais, e governo apontado por Ele.
[4] Se sabe muito bem, que aqueles que se chama a si mesmos de Seceders, requerem um
conhecimento por consciência, do presente governo da Grã Bretanha, como se ele fosse
uma ordenança de Deus e um servo de Deus fazendo a obra de Deus, e consideram isso
um termo indispensável da comunhão ministerial e da comunhão cristã. E mais ainda, eles
formalmente e judicialmente excomungaram, e constantemente procedem em uma forma
doutrinária na excomunhão de todos aqueles que de consciência para com Deus recusam
entregar a consciência à autoridade civil. Agora, como é inegável, que o presente governo
(e governadores dos maiores até os menores, na presente situação britânica) são um
sacrifício oferecido, dedicado, dado, e consagrado por juramento para a defesa do ídolo do
preladismo e para o suporte do mesmo (pois essa é a condição fundamental deles terem e
manterem o poder civil) a pecaminosidade portanto da requisição de tais termos de
comunhão, e de inculcar tal doutrina no povo, não pode ser melhor ou mais
apropriadamente definida do que nas palavras do sagrado texto acima citado; porque não é
nada menos do que ensinar os servos de Cristo – a comer as coisas sacrificadas aos
ídolos.
[5] Essa é uma questão de muita importância, a respeito da qual os cristãos tem
necessidade de crer apropriadamente. A filiação eterna e a geração eterna de Cristo, são a
matéria de pura revelação e fé, não de opinião humana, investigação, ou explicação; pois,
Quem pode, buscando, encontrar Deus? Alguns, por sua opinião e doutrina, fazem de
Cristo o Filho de Deus, seu único Filho gerado, seu Filho eterno – condicionando isso aos
milagres e a forma extraordinária de concepção da sua natureza humana, ou por Ele ter
sido desde a eternidade, no eterno decreto e pacto, o Mediador, Redentor e Cabeça dos
eleitos. Quando alguém diz isso, é como se estivesse dizendo que ele só é Filho de Deus
como homem ou Mediador. Porém, de acordo com essa doutrina, Cristo não é o Filho do
Pai, ou primeira pessoa, como a Escritura o chama, mas o filho da essência ou da
Divindade. Ele é o filho de si mesmo e do Espírito Santo, tanto quanto o Filho do Pai; e
assim ele não teria nenhum outro tipo de filiação diferente daquela dos demais crentes, isso
é, por graça, adoção e nova criação ou santificação. Nós devemos compreender que a
filiação de Cristo é para com Deus Pai desde a eternidade, e não é condicional. Outros
estão afirmando que ele é o Filho de Deus, tanto pela geração eterna, e pelo ofício como
Mediador ou Cabeça dos eleitos e da igreja. Porém como o caráter e a relação de filho é
uma relação pessoal e um caráter pessoal, então se ele tivesse uma filiação dupla, isso nos
faria inferir que deveria haver duas pessoas em Cristo, e não há coisa que seja mais
contrária à Escritura, ou subversiva à salvação, pois a salvação nos vem através dos
méritos pessoais de Cristo, a união hipostática não é natural, porém pessoal, e Cristo é uma
só pessoa, que é divino e humano e não são duas pessoas. Todas essas coisas remetem à
heresias refutadas nos primeiros séculos do cristianismo; e é monstruoso retornar hoje às
heresias tão antigas e tão completamente já refutadas.
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SEÇÃO IV
Seria melhor e mais satisfatório que houvesse um lugar ordinário de encontro afixado por
consentimento mútuo, como central e igualmente distante de todos os membros tanto
quanto possível. Mudar de lugar em lugar não é tão decente, a não ser que se imponha por
necessidade algumas vezes, aonde não se tem um lugar central que se possa usar, ou por
uma simpatia para com o doente ou o fraco, e segundo a solicitação dos mesmos. Tal lugar
de encontro deve ser preferido, se possível for, aquele em cujo o cabeça da família e os
membros, ou a maioria deles, se ajuntam, ou atendem aos encontros da sociedade. Essa
circunstância, em tais tempos de divisão, quais são os presentes, contribuirá para fazer com
que o dever se mostre com maior beleza, e a performance deste seja atendida com bem
menos inconveniência.
2. Cada sociedade distinta deveria encontrar-se todo o dia de Sabbath, quando não tem
como alcançar as ordenanças públicas. E embora alguns membros vivendo mais
adjacentes possam atender aos sermões, os outros deveriam continuar com o encontro,
sendo essa a mais próxima maneira de culto social que eles têm acesso. Porém o desígnio
mais particular te tais associações cristãs, é, que mesmo quando eles têm acesso às
ordenanças públicas do Dia do Senhor, eles devem, para mútuo benefício e
estabelecimento, separar e tomar algum tempo para os deveres sociais durante a semana;
e para esse propósito, o dia da semana deve ser conveniente para os membros em geral,
talvez, para prevenir viagem e fadiga imediatamente antes ou depois do Sabbath, nos
lugares onde os membros vivam distantes uns dos outros, o meio da semana seja o melhor.
Mas essa circunstância deve ser deixada à opinião e conveniência do grupo. A hora do dia
que usualmente se encontra mais apropriadas para tais encontros sociais, é à tardinha, das
cinco ou seis da tarde. Nas cidades, cidadelas, vilas, e outros lugares aonde os membros
de tais sociedades residam próximos uns aos outros, e sendo conveniente para o encontro,
eles devem resolver encontrarem-se uma vez por semana, e em lugares que são
espaçosos ou lugares remotos, encontrarem-se uma vez a cada quinze dias, pelo menos.
Que a hora do encontro seja afixada com precisão, e pontualmente observada, cada um se
esforçando para chegar mais cedo, e não mais tarde.
Quando a sociedade continuou por um tempo competente no curso desses deveres, no Dia
do Senhor, (que em uma época de verão pode ser mais ou menos por cerca de cinco horas,
e no inverno umas quatro horas) que o membro empregado por fim no dever, conclua o
encontro cantando algumas linhas de algum Salmo.
4. O acima descrito é designado para aplicar-se ao caso dos encontros sociais cristãos no
Dia do Senhor; porém, quando a ocasião do encontro é uma noite durante a semana, como
o tempo é mais curto, há de ser principalmente ocupado nos deveres principais das
orações, louvor e conferência espiritual, e seria melhor omitir a leitura de qualquer porção
da Escritura, que procedendo imediatamente a oração depois do cântico, então, também,
haveria um intervalo do dever, que poderia ser gasto com a conferência espiritual em algum
assunto teológico. Tal questão prática ou caso deveria ser proposto pela pessoa que em
último lugar ocupou o dever, e gerenciada por essa, de modo que todos os membros
possam falar de acordo com suas opiniões a respeito do assunto; ou, se não ocorreu nada
àquela pessoa que diga respeito ao assunto e alguma coisa apropriada ocorra a algum
outro membro, que esse outro membro proponha e expresse o seu desejo de falar.
Porém para que seja melhor regulado esse particular, seria melhor que a questão
designada para o assunto da conferência cristã no próximo encontro, seja proposto ao fim
do presente, pela pessoa que concluir o encontro ou por qualquer dos outros de acordo com
o seu desejo. E para que melhor isso seja lembrado, é bom que seja tomado de algum texto
da Sagrada Escritura, ou das palavras do Salmo cantados por último, e tais questões sendo
propostas e havendo acordo quanto a todos os membros, que todos se esforcem
cuidadosamente para lembrar da questão, para levar a questão embora com eles, e,
durante o tempo que se passa até o próximo encontro, fazer dessa questão um assunto
frequente nos seus pensamento e considerações; de modo que, quando retornarem, ele
possa estar apto a dar o seu julgamento a respeito da questão, de uma maneira sensível e
sólida, para edificação e benefício de seus companheiros membros, como também para si
mesmo.
5. Tais sociedade cristãs privadas devem ser muito cautelosas a respeito dos assuntos ou
questões que colocam como matéria da conferência nos seus encontros. Devem afastar-se
de intrometer-se com pontos profundos ou controvertidos da teologia, ou dos secretos
propósitos e decretos divinos. Eles também deveriam evitar propor questões a respeito do
senso e da interpretação da Escritura, ou tomar sobre si a exposição e a explanação da
mesma; a não ser que no proceder de mencionar tal explicação ou sentido dado pelos
textos da Escritura, que eles lembrem de o ter encontrado em algum escritor ortodoxo ou
comentarista, ou ouvido em algum sermão, etc. e apontem a fonte. E embora, como nós
dissemos, tais questões possam ser, e melhor que sejam derivadas de texto da Escritura,
nenhuma questão que pareça ser baseada em curiosidade, ou que seja uma tentativa de
investigar e explicar os mistérios da revelação divina seja admitida, nada seja admitido, a
respeito dos mistérios da Trindade – as relações internas da Divindade – a geração do Filho
– a processão do Espírito - a união hipostática das duas naturezas, etc.[6]
Os assuntos mais apropriados para a conferência espiritual nos encontros cristãos são
aqueles que dizem respeito à substância e aquilo que é vital na religião de Cristo: a queda
do homem – a corrupção da natureza humana – a pecaminosidade e malignidade do
pecado, as marcas e a evidência da fé - regeneração pelo Espírito Santo - justiça - retidão -
amor a Deus, amor a Cristo, a Palavra e o povo de Deus; também o amor de Deus -
redenção operado por Cristo - sacerdócio, sacrifício, e intercessão de Cristo; todas as
grandes obras da graça e da providência, todas as quais são buscadas por aqueles que tem
prazer nelas.
[6] [Pode haver alguma dificuldade de entendimento quanto ao que o Presbitério Escocês
tinha em mente nesse momento. Quando aqui se diz “a união das duas naturezas,”
teologicamente se sabe que essa união não existe como tal. O que significa é, a maneira
pela qual a natureza humana é unida à Pessoa do Filho somente – e não a divina natureza.
Isso é, o que eles estão dizendo aqui não é que há uma união das duas naturezas, mas que
não se deve discutir a respeito de possíveis relações que causam a união entre a natureza
divina e a pessoa, e não a união da natureza humana com a natureza divina.
Salmo 1:1. Aquele homem tem perfeita benção, que não se afasta, etc, etc.
Q.2. Qual é o caráter e quais são as partes daquele fiel e piedoso hábito que é atendido
com tal benção?
Q.2. Como é a benção do Senhor para sempre e para sempre sobre o seu povo?
Versículo 6 – Quem mostrará o bem a nós? Javé tua face em nós reluz.
Q. Quais são as qualificações e o caráter daqueles que estimam a luz da face de Deus
sobre todos os gozos terreais?
Q. Quais são a singular excelência daquele gozo e alegria que vem da luz da face divina,
sobre todos os gozos terreais, ou gozo dos homens dessa terra?
Salmo 5:8. Guia-me, Senhor, na tua justiça, aplana diante de mim os teus caminhos.
Q. Por quais meios e por qual caminho Deus guia o seu povo?
Salmo 6:1. Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.
Q. Como é que nós sabemos que as dispensações divinas aflitivas estão em amor, e não
em ira?
Salmo 7:11. ----- Deus sente indignação todos os dias para com o homem mau.
Q. Como é que Deus todo o dia revela a sua ira contra o ímpio e o maligno?
Q. Quais são as excelências distintas que o testemunho da lei de Deus tem, isso é, a sua
palavra da divina revelação e o evangelho pregado?
Q. Quem são esses mansos que comerão e se fartarão com as provisões da casa do
Senhor?
Salmo 25:12. Qual é o homem que teme aos Senhor? Esse lhe ensinará o caminho que
deve escolher.
Q. Qual é formosura do Senhor que os seus santos podem contemplar e admirar no seu
lugar santo?
Q. Por quais meios nós podemos evitar cair em uma segurança pecaminosa, depois de
singulares experiências da bondade divina, comum ou especial?
Q. Quando se pode dizer que as pessoas viram o poder e a glória de Deus no seu santuário
ou nas suas ordenanças?
Versículo 10. Mais vale um dia nos teus átrios do que outra parte em mil --------
Q. Por que os crentes estimam a casa de Deus e as cortes de Deus tão altamente?
Q.1. Qual é o caráter do povo de Deus para quem Ele fala de paz?
Q.2. Como é que nós podemos distinguir essa paz da qual Deus fala de uma outra paz falsa
da qual falamos para nós mesmos?
Tais questões como essas, as quais qualquer mente cristã judiciosa pode deduzir de
praticamente qualquer verso do livro de Salmo, nós julgamos os mais adequados assuntos
da conferência cristã na sociedade ou nos encontros de companheirismo. Tais questões
edificantes, para o mesmo propósito, podem ser formadas de qualquer outro texto da
Escritura que ocorra a qualquer um ou outro dos membros. Por exemplo:
Q. O que está implicado nesse divino chamado, tanto a respeito de Adão, e daqueles que
Deus chama depois dele?
Jeremias 2:19. Sabe, pois, e vê que má e amarga coisa é teres deixado o SENHOR teu
Deus.
Ezequiel 36:26. Tirarei da vossa carne o coração de pedra; e vos darei um coração de
carne.
Q.1. Em qual respeito é a natureza não renovada do coração, chamado “um coração de
pedra?”
Q.2. Por que o coração renovado é chamado “um coração de carne?”
Daniel 5:23. A Deus, em cuja mão está a tua vida, de quem são todos os seus caminhos, a
Ele não glorificaste.
Q. O que é o reino de Deus, e a sua justiça, que nós temos que buscar primeiro acima de
todas as coisas?
Q.2. Quais são as coisas boas, ou bens, com as quais Ele os enche?
Assim nós podemos ir através de todos os livros, capítulos e versos contidos na Sagrada
Escritura; porém, o que nós já especificamos acima, é suficiente como uma amostra de
como esse dever deve ser realizado.
[1] Não devem permitir assuntos frívolos, inúteis, ou carnais a respeito das matérias comuns
ou mundanas ou das notícias públicas, a não ser quando alguma ocorrência extraordinária
ou aparência da providência ocorrer, a menção da qual possa contribuir para atiçar aos
deveres de oração e de ações de graças; porém com compostura, e seriedade tão grave,
aplicando-se a si mesmos nos exercícios para os quais eles se encontraram.
[2] No dever da oração, que cada um guarde-se contra a formalidade pura, ao usar na
prática pouca ou nenhuma variação na matéria das suas petições, ou em uma alta
exaltação farisaica, vãs repetições, ou expressões legais. Que um cuidado especial se
tenha para usar a forma das sãs palavras agradável à Sagrada Escritura. Que ninguém se
enderece a Deus durante o dever da oração, como se estivesse falando com qualquer um;
ou, se estiverem explicando a Escritura, ou pregando, em lugar de orando; ou, no uso da
terceira pessoa, como alguns fazem, nessa maneira de expressão, por exemplo, não
referir-se usando a terceira pessoa, dizendo: “Ó, que Ele possa dar isso ou aquilo,” ou
equivalente, você, mas usar a segunda pessoa, dizendo, “Ó, que tu possas fazer ou dar tal
coisa; e qualquer outra frase de similar natureza. Porém,
[4] Que a conferência cristã em qualquer assunto teológico seja conduzida com decência e
com ordem. Que cada membro fale somente no seu devido curso, na sua vez apropriada,
como convocado pelos preses para aquela hora; e que todos tomem cuidado para não cair
em debates, contendas, disputas, ou brigas em oposição ou em contradição um contra o
outro. Todas essas coisas procedem de um temperamento carnal – 1 Co 3: 3 – da tolice, da
imprudência e de uma fraqueza pecaminosa, que leva a palavra vãs - 1 Tm 1:6,7 – que
subvertem os veros fins do companheirismo social, e entristece o Espírito Santo, que é o
Espírito de paz e é o Espírito de amor.
Se, portanto, qualquer coisa semelhante a um debate ou uma contenda parece surgir em
qualquer assunto da conversa, seja de um zelo indiscreto, ou de um temperamento muito
férvido de qualquer membro; nesse caso, o mais recomendável é que naquele mesmo
momento a conferência acabe, e seja dado a vez para aquele que é dono do próximo turno
para prosseguir com os deveres; e, depois disso, de forma alguma deveria se permitir que a
controvérsia retomasse o seu início.
Durante o tempo de tal conferência mútua nos assuntos religiosos, é próprio por causa da
conduta regular dessa, que a pessoa ultimamente empregada no dever (não sendo membro
feminino) seja chamado para presidir na próxima vez, em propor a questão, em chamar a
ordem quando necessário, em fazer mover os próximos turnos, e depois de um tempo
suficiente gasto com essas conversas, proceder para os outros deveres que pertencem ao
encontro social.
[5] Que todos os membros dos encontros sociais se lembrem o tempo todo de não serem
tediosos, nem na oração e nem na conferência. Quando você está fazendo a sua oração
secreta, você pode prosseguir por quanto tempo você quiser, isso não ofende ninguém;
porém orações longas em sociedade, ou em companhia de outros, não são agradáveis,
porém frequentemente são um fardo, e dá a aparência de farisaísmo e hipocrisia, e,
portanto, devem ser evitadas – Mt 22:14.
[7] Durante o tempo do encontro social, que cada membro cuidadosamente evite dormir ou
pestanejar, e, para prevenir tal coisa, que cada um se esforce para vigiar contra a si mesmo,
e também observe a disposição nos outros, que cada um, sem ofensas, permita ser
chamado pelo outro para guardar contra o sono ou cochilos, considerando isso um favor
particular feito a eles em tal sessão de dever social.
[8] Os pais cristãos devem ser cuidadosos ao trazer os seus filhos para atender a
dispensação da ordenança pública, tão logo quanto eles forem capazes de serem
ensinados a se comportar de maneira apropriada com reverência externa no culto público,
ou tão logo eles recebam o menor benefício possível; assim, da mesma maneira, devem
eles trazer os filhos com eles para os deveres da sociedade, no Dia do Senhor, e nos outros
dias, mesmo durante a sua menoridade; e se parece que eles têm, ou mostram qualquer
aversão a esse dever, então eles deveriam ser obrigados a se dedicarem ainda mais aos
tais deveres. A iniciação precoce das crianças nesses exercícios, irá nativamente tender a
anexar as mentes deles a esses deveres. Esse é o método que a Palavra de Deus nos
dirige – Pv 22:6 - “Treinar a criança no caminho em que ela deve andar; porque quando ela
estiver velha, ela não se desviará dele.” E é uma ocupação para as sociedades das
pessoas cristãs, as quais nós agora escrevemos, não só inquirir a respeito dos filhos dos
pais que são membros dos seus encontros, desejando que eles atendam aos encontros,
mas considerar os pais culpados, se eles são descuidados a esse respeito. Também é o
seu dever a respeito de tais pessoas jovens que tiveram comunhão externa com eles,
quando alcançarem a maturidade, e algum grau competente de conhecimento e capacidade
de julgamento, expor aos tais as orientações e regras das sociedades e dar na mão deles
para estudarem, dizendo que eles devem ler e considerar as mesmas, de modo que
alcancem concordância com essas leis, e submissão a elas, e possam ser recebidos
formalmente como membros. Eles devem, mais ainda, em certos tempos, inquirir a respeito
da diligência em ler e considerar, não só esses, mas em outros livros, para a informação,
como já foi recomendado. E se eles tiverem quaisquer dificuldades, ou escrúpulos,
removê-los; e explicar tais coisas para eles, que não são tão fáceis para eles entenderem
estudando sozinhos.
[9] Nenhum estranho, não importa qual seja o caráter, deve ser convidado, ou por seu
próprio desejo ser trazido à sociedade, por nenhum membro, sem a prévia informação da
sociedade, e sem ouvir seus avisos e esperar o consentimento; nem deve qualquer membro
tomar sobre si o excluir, ou proibir a visita de qualquer pessoa, por uma decisão individual.
E quanto aos tais que possam se oferecer ou propor de unirem-se ao companheirismo, e
antes disso acompanhar o encontro por algum tempo, devem ser pessoas conhecidas da
sociedade, ou de alguns dos membros, devem ser pessoas que cumprem o dever da
oração secreta e também que cumpre o dever do culto privado e do culto familiar, se
tiverem famílias, e devem ser pessoas de hábitos externos inculpáveis, sem nenhum
escândalo público e nenhuma ofensa; e antes que eles sejam trazidos, o desejo deles e os
nomes devem ser expostos abertamente aos membros do encontro, e, se todos
concordarem, pode-se permitir que eles se juntem à companhia da sociedade, de modo que
ambos partidos podem se conhecer um pouco mais, antes dele ser avaliado como possível
membro. Porém se qualquer objeção for feita, é melhor deixar para depois a possível
admissão ou visita dos tais, até que a relevância da objeção se possa inquirir e esclarecer.
[10] No caso de sociedades recém estruturadas, onde nenhuma das pessoas foram dantes
membros de qualquer encontro de companheirismo cristão, será necessário que a
sociedade mais próxima e alguns dos seus membros, por algum tempo, se encontre com
estes, até que eles tenham mais experiência na prática do dever. E se uma sociedade é
pequena quando recém erguida, ou seu número diminui muito por alguma remoção
providencial dos seus membros, a sociedade mais próxima deles, sendo mais numerosa,
pode enviar alguns dos seus membros, por turnos, para encontrar com eles, para ajuda e
encorajamento, até que eles veem que, se na providência, o número deles aumenta.
[11] Para responder apropriadamente aos fins especiais dos encontros sociais religiosos, é
necessário que eles não sejam muito tumultuados, não é de uma multidão presente, nem
que haja muitas pessoas; doze ou catorze é o maior número possível para o propósito da
edificação social nessa forma, desde que metade, ou de dois terços sejam de homens.
Quando, portanto, uma sociedade aumentar consideravelmente acima desse número, é
próprio, para o propósito da edificação, e para evitar a confusão, que essas sociedades se
divida em duas. O método mais natural e óbvio para isso, é, que a sociedade primeiro se
fixe em duas diferentes casas, ou lugares, que são mais convenientes para os dois
encontros, e então se assente essa divisão, de acordo com um voto geral, para que os
muitos membros, machos e fêmeas, atendam nesses lugares, como na providência que
estiver mais próximo ou mais conveniente a cada um.
Assim também as diferente sociedades, situadas como dito acima, virão a conhecer as
muitas respectivas condições de cada uma, e quais indivíduos conduzem a si mesmos
respeitosos nesse dever e na capacidade social; e assim estarão preparados para
simpatizar e para orar, uns pelos outros, de acordo com que a condição requer; e se
qualquer coisa intricada ou que causa perplexidade ocorrer entre eles, deve ser comunicada
a todo o resto para aconselhamento, oração, e ajuda como o caso demandar. Porém,
[15] Se qualquer diferença aparecer que envolva dois ou mais membros das sociedades,
alguns dos homens membros mais judiciosos e prudentes devem ser apontados para
encontrarem-se e conversarem com eles de maneira privada para a reconciliação. Mas se
isso se provar sem sucesso, que a matéria por todos os partidos que participam dela, seja
inteiramente referida a consideração e julgamento da assembleia mais geral que houver. E
se a pessoa julgada pelo total dos membros tiver dado ofensa realmente, e não estiver
convicta, e não estiver concordando com aquilo que se pode resolver pela sociedade, como
o resultado da consideração e do pensar sobre o negócio, que então deixe-o afastar- se de
atender aos encontros até que um outro método se possa arranjar, se possível, para
remover a divergência subsistente; e, em todo tal procedimento, é um requisito alto, que
mesmo aquela parte que foi justamente ofendida, exercite grande prudência, humildade e
abnegação, e esteja principalmente influenciada com a preocupação para com a honra de
Deus, e mesmo para com o bem do ofensor. E isso se refere apenas as instâncias de
diferenças que são imediatamente conhecidas na sociedade, ou dos vários membros dela,
mas não se refere aos casos privados dos quais tratamos no ponto 16, a seguir.
[16] No caso de ofensas privadas pessoais ou algum dano privado pessoal originado de um
membro para com o outro, que não for conhecido por ninguém, exceto pelas partes
concernidas, a pessoa ofendida não deve, imediatamente, divulgar a questão para outras,
porém deve com sabedoria e pontualidade dar vazão à regra dourada prescrita por nosso
Senhor mesmo, em todos tais casos. Mt 18: 15, 16,17 - “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai,
e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; Mas, se não te ouvir, leva
ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja
confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja.” Essa excelente regra serve para direção e
para orientação, não somente no caso de ofensas privadas contra a pessoa, caráter, ou
propriedade de um irmão cristão; porém da mesma forma no caso de pecados imediatamente
contra Deus, porém somente conhecido por um irmão cristão. Se por uma remonstrância
privada e fraternal, e similar reprovação, satisfação puder se obter na descoberta de um
arrependimento por parte do ofensor, e igualmente este reconhecer o seu pecado, provando sua
sinceridade, a matéria deve ser deixada, parar por aí mesmo, e não se deve levá-la adiante;
porém se de outra forma, o ofensor não se mostrar bem disposto para provar o seu
arrependimento, o tal deve ser relatado à igreja. E pela igreja não se quer dizer aqui uma
sociedade cristã qualquer, nem ainda comunidade ou corpo dos fiéis, isso é, a igreja no coletivo,
por igreja aqui, em Mateus 18, significa os representantes da igreja, o encontro oficial dos seus
presbíteros, dos seus pregadores, dos seus governantes; porque essa tal igreja ou sociedade
que tem poder para exercer a disciplina e o governo, que tem poder para prender e para soltar -
versículo 18. Sociedades cristãs privadas devem, portanto, absterem-se de tomar sobre elas, a
administração de reprovações e castigos para com os ofensores públicos, (ou mesmo em casos
onde a ofensa, embora originalmente privada, se torne pública.) Para a remoção do escândalo,
o exercício e aplicação de toda a disciplina eclesiástica e censuras deve ser deixada para
aqueles em quem Cristo alojou esse poder. Finalmente, se um membro da sociedade cair sobre
escândalo público, ou a imputação do tal, este deve ser imediatamente removido pelo voto da
sociedade, de executar ou conduzir culto, ou agir em quaisquer outros deveres religiosos como
membro formal. Ao mesmo tempo em muitos casos, os tais podem receber permissão para
atender e manter a companhia da sociedade nos seus encontros ordinários, até que a questão
se esclareça, e o escândalo seja purgado de maneira regular. Contudo, em instâncias de
escândalos mais grosseiros e hediondos, é própria que aquela sociedade também exclua o
ofensor completamente da sua companhia, durante todo o tempo do julgamento, e da aplicação
da censura eclesiástica. Será necessário em tais casos, tanto como uma marca e testemunho
do ódio contra o pecado cometido; e também, porque tal indulgência se poderia entender pelo o
mundo como sendo uma conivência para com o escândalo, e deixaria de haver diferença na
comunhão entre o puro e o impuro.
[17] Que seja sempre considerado como o dever dos cristãos unidos juntos em tal maneira
íntima, o empatizar e o orar uns pelos outros em caso de aflição. Não é somente o dever dos
encontros cristãos, o orar de maneira social por qualquer família particular ou pessoa em aflição,
que permaneça conectado as tais, e dos presbíteros governantes em sociedades, visitar e orar
com os tais; mas também é o dever de cada membro particular, das sociedades, mostrar
misericórdia e empatia para com os seus irmãos cristãos em circunstâncias de aflição, por
visitá-los, falar com eles coisas consoladoras e os encorajar ou orar com eles, se forem
chamados para isso, ou se forem competentes para isso. E, além disso, que aqueles que, no
curso da santa providência divina, que estão doentes ou em um leito de morte, que eles possam
desejar, e entreter com gratidão e prontidão, as empáticas visitas dos seus amigos religiosos,
que oferece mútuo benefício. As pessoas em tais circunstâncias devem estar atentas da comum
maneira licenciosa que prevalece hoje, que é de chamar todo o mundo e qualquer um para
visitá-los quando estão doentes e para clamar a Deus a favor deles, não importa qual seja o
caráter religioso, profissão de fé ou princípio, se ele é de um temperamento devoto ou sério, se
ele tem talento para proferir apropriadamente as suas orações em público, etc. Se você quer
suceder nos seus pedidos diante daquele que ouve as orações, empregue ninguém para ir a
Deus em seu lugar, exceto aqueles que você tem certeza que são amigos de Deus. A mais
próxima e mais óbvia marca dos tais, é que eles andam na companhia de outros amigos de
Deus e defendem a causa e o reino de Deus. Dentre estes você deve buscar aqueles que Deus
aceitará. Eles devem externamente em profissão de fé serem amigos da causa de Deus e
internamente na vida da alma serem amigos do Cristo de Deus. A forma aqui prescrita é para
glorificar a Deus no dia da visitação, a outra forma licenciosa, desonra a Deus no dia da
visitação. [7]
[18] Deve ser um ponto bem firmado com tais sociedades para as quais nós escrevemos, que
nenhum dos membros pratique ou esteja em indulgencia para com a prática chamada de
audição ocasional (occasional hearing,) que é a de ocasionalmente parar para ouvir ministros
que professam ser presbiterianos nessa terra, ou quaisquer outros sectários diferentes. Que não
se atenda, nem se expresse aprovação e tolerância para com as suas ministrações, sejam
batismos, ou casamentos, e que também os membros não participem das danças promíscuas;
nada há eventualmente mais capaz de banir a integridade, e religião verdadeira, e mais
degradante com os princípios e consciências dos que professam a religião, do que a audição
ocasional e a comunhão promíscua com quaisquer igrejas ou sectários que professam serem
presbiterianos ou similares. A Igreja de Cristo, a verdade e o caminho, e a regra é uma só; mas
essa coisa de falsamente prestar audição ocasional, é afastar-se da única regra do nosso dever,
da vontade de Deus, e em lugar desta, andar de acordo com nossas próprias imaginações,
concupiscência e fantasias, como aqueles - 2 Tm. 4:3 - que ajuntavam para si mestres, e tinham
comichões nos ouvidos. Nossas ocasiões, ou acessos no curso da providência, não são a regra
de nossas ações, mas é a palavra de Deus que o é. Que, portanto, a principal preocupação de
cada membro de tais sociedades seja primeiro conhecer, e escolher, e então se apegar ao
caminho perfeito dos preceitos divino, atendendo com toda a atenção a esses tais preceitos
divinos. Prov. 4:25 —"Que os teus olhos olhem de maneira reta diante de ti. Não te vires nem
para a direita, nem para a esquerda. Remova teu pé do mal." E de novo,
Que ninguém que faz parte da corporação dessas sociedades venha a aplicar-se diante de
quaisquer dos presentes judicatórias estabelecidas pedindo alívio ou compensação em matérias
civis e eclesiásticas, em qualquer forma inconsistentes com os princípios que professamos e o
testemunho. E se qualquer um na providência estiver envolvido em quaisquer tais intrincados e
difíceis casos, que possam colocá-lo sob a necessidade disso, que considere como o seu dever,
antes de aplicar-se para qualquer método de alívio, (além de buscar a luz do conselho divino no
caso), primeiro aconselhar-se seriamente com o seu ministro ou com seus amigos cristãos, ou
ambos, tanto quanto ele tiver acesso. Pv. 24:6- Pelo conselho sábio far-se-á a guerra; e na
multidão dos conselheiros é que há segurança.
PArte 14 - revisar inglês?
[19] Que cada membro que esteja razoavelmente perto, hábil e tenha tempo livre em seu
próprio poder, esteja consciencioso de atender a todas as convocações da sociedade. E
que a hora do encontro, especialmente em dias de trabalho, seja tal, que melhor se adeque
às circunstâncias do geral dos membros. E é assim recomendado que, aqueles que são
chamados pela providência para servir em famílias, ou de outra forma, mostrem uma
preocupação apropriada e diligência, tanto em engajar-se, e durante o tempo do seu
serviço, consistente com o seu dever para com os seus mestres, procurar oportunidade
necessária para isto e outros nos deveres mais públicos; e preferir tais mestres e serviços
onde eles têm um melhor acesso e liberdade para esses propósitos religiosos; e assim,
podem prestar testemunho de que não estão envergonhados do evangelho e do
testemunho de Jesus, e que não preferem os interesses do mundo, à honra e ao serviço a
Deus.
[21] Todas tais sociedades, compostas daqueles que professam a verdadeira religião
pactual presbiterial, devem cuidadosamente atender ao cuidado de evitar toda admissão
promíscua de qualquer um que eles acham que devem frequentar sua comunhão social,
especialmente quando se trata de pessoas de profissões de fé diferentes ou persuasões,
que não são aquelas do testemunho público que nós sustentamos. Isso, como dissemos
acima, é necessário para que haja consenso entre todos os que juntamente se endereçam
ao trono da graça a respeito da causa pública e preocupações que dizem respeito à glória
de Deus, e para a preservação de uma harmonia agradável em todos as questões
religiosas. Que pessoas vãs ou descuidadas, nem tais, que ainda assim tenham um
comportamento mais sóbrio, se permita frequentar as reuniões, se não há nelas uma
inclinação de coração para com a causa da reforma, nem sejam admitidos em reuniões de
correspondência entre as sociedades, nem como membros ou como ouvintes. A admissão
de tais pessoas é inconsistente em si mesma, e por si só tende a expor a religião ao ridículo
e ao desprezo de todos os profanos e ímpios do mundo.
[22] Que essas sociedades quando se encontrarem, lembrem-se que eles estão unidos,
endereçando-se ao Deus da graça, a então fazerem da palavra de Deus, e da sua vontade
revelada nela, a regra das suas orações. Bênçãos comuns e temporais, e coisas boas, eles
podem pedir condicionalmente, e com submissão, uma vez que elas são somente
condicionalmente prometidas, isso é: na medida em que são consistentes com a glória de
Deus e com o nosso bem, e elas não são absolutamente necessárias. Porém bênçãos
especiais e espirituais, a misericórdia e a graça de Deus, sua salvação, e as coisas
conectadas com esta, não devem ser pedidas, em respeito a outros ou a nós mesmos, de
maneira condicional, ou com uma expressão direta de submissão à sua vontade; tanto
porque elas são absolutamente prometidas, livremente garantidas, e absolutamente
necessárias, e orar por essas com submissão é dizer que nós estaríamos satisfeitos sem
elas, e felizes na falta delas. O primeiro dos dois casos seria pecaminoso, e o segundo
impossível. Porém dentre todos os particulares que se insiste durante a oração social, as
coisas que pertencem à glória declarativa pública de Deus não se devem omitir. O santificar
do seu nome, e a vinda e o avanço de seu reino, não se deve ser esquecer, que Deus
destrua e sobrepuje, espalhe as trevas da ignorância, do ateísmo, da profanidade e da
idolatria que enche a terra, e cobre o povo, por enviar a luz do evangelho e da verdade os
lugares escuros do mundo, de modo que a terra possa ser cheia com o conhecimento do
Senhor, como as águas cobrem o mar. É próprio a todos os filhos de Sião lamentarem com
ela quando ela se senta, como no presente, como uma cabana no pepinal, como quem está
lançada nas cinzas. E também, a regozijar-se com ela quando o Senhor parece estabelecer
e fazer dela um louvor em toda terra. Para este propósito, eles deveriam orar para que Deus
adiante o cumprimento das promessas a respeito da glória do reino do Redentor nos últimos
dias. Que Jesus, o renomado Rei e Cabeça da igreja, possa ir adiante de nós cavalgando
sobre o cavalo branco do evangelho, com seu arco e coroa, e flecha, conquistando e para
conquistar, reunindo para serem obedientes a si, multidões que são o ar do trabalho da sua
alma. Que possa se proclamar, para o louvor de seu poder capaz de conquistar todas as
coisas, que os reinos deste mundo se tornem os reinos de nosso Senhor e de seu Cristo;
que seu nome sem igual seja invocado ao nascer do sol até o poente. Não se deve
esquecer de orar para que Deus destrua a ilusão abominável de Maomé; a heresia e
idolatria do anticristo; que Deus remova qualquer impedimento para a conversão de seu
povo antigo, os judeus. Que o mundo gentio que ainda vive nas trevas do paganismo sem
Cristo e sem o conhecimento de seu nome, possa ser iluminado. E fervorosamente orar
para que onde a palavra de Deus e o Evangelho do Filho querido de Deus em chegando,
muitos possam ser assim iluminados, fortificados e edificados. Ao mesmo tempo
lamentando o estado de perecimento de muito do mundo sem o evangelho, as multidões se
arruinando a si mesmas mesmo sob o evangelho, que não podem só entrar na terra
prometida por causa da descrença, mas que se expõem a sim mesmos à intolerável carga
da ira e vingança do evangelho, no dia da cólera do Cordeiro. Mais ainda, o caso destas
terras culpadas da quebra do pacto da Grã-Bretanha e Irlanda, onde Deus, por gloriosa
reforma, construiu um santuário como um lugar alto, e que agora está sendo negligenciado,
e não deveria ser negligenciado. Nossa grande culpa nacional, corrupção universal de
princípio e de prática, junto com a poluição e a desolação dentro da casa de Deus sobre
Suas ordenanças, isso devemos lamentar, e devemos insistir diante de Deus para que Ele
volte a este lugar longamente desolado — e reviva sua causa pactual e a obra da reforma –
que Ele purgue as terras do papismo e do preladismo – e das blasfemas heresias do
arianismo, do socinianismo, das ilusões do quakerismo, arminianismo e das falsas
esperanças de salvação pelas obras, e de toda doutrina que não é sã. Que o Senhor dos
Exércitos possa ainda lançar uma semente que servirá a Ele, e preservar um remanescente
que carregará um testemunho fiel para Cristo. E, finalmente, que os ministros e pregadores
da verdade de Cristo sejam fornecidos com todos os dons apropriados, e graça necessária;
e, que no meio de todos os desencorajamentos e oposições, se possa suportar pela mão
direita da justiça, e se vestir com a verdade, e que os seus santos possam exibir tais coisas
a nós para o nosso regozijo.
Esteja devidamente comunicativo e liberal no cumprimento dos deveres, não só dos dons e
bens mentais, de acordo com aquilo que o apóstolo diz, "Como todo homem recebeu o
dom, ele também ministre o mesmo, como bons despenseiros da graça de Deus." Mas
também dos nossos bens externos, das nossas substâncias externas, como Deus deu a
cada um por habilidade para ajudar ao pobre, para dar suporte externo ao reino de Deus e
ao evangelho no mundo como Ele requer de você. É um fim principal o qual Cristo traz e
impõem sobre o seu povo, que eles tenham em vista em seguir os seus trabalhos lícitos e
chamados com diligência; Ef. 4:28 “aquele que roubava, não roube mais, mas ele trabalhe,
com suas próprias mãos para aquilo que é bom", não meramente para que ele possa
sustentar a si mesmo e a sua família, nem para que ele junte tesouro nessa terra; mas "que
ele possa dar ao necessitado." — Pv. 3:9 “Honrai ao Senhor com sua substância, e com os
primeiros frutos do teu aumento." Não pense que gastar tempo, trabalho ou substância
externa, naquilo que pertence aos domínios divinos, ou ao seu serviço divino, é perder. Não
pense como um fardo, como muitos pensam, mas com uma honra, que de acordo com seu
poder, você possa dar suporte para preservação do culto a Deus, e os interesses da
religião. E como você deve ser, assim, cumpridor dos deveres, cheio de benevolência e
caridoso na sua vida, também que você seja chamado a mostrar-se assim na sua morte. Se
o Senhor abençoou você no curso da sua providência com poder de ajuntar riquezas; se Ele
lhe deu qualquer aumento marcante de substância nesse mundo, não esqueça que é o seu
dever deixar uma bênção para trás de você, dispondo uma parte disso, de uma forma ou de
outra, para a honra do nome dEle, de acordo com um sábio conselho seja mais achado útil.
Quando você distribui seus bens externos e possessões, os quais Deus lhe deu dentre suas
relações naturais, e amigos terreais, lembre-se de reconhecer a Ele, se você é um
verdadeiro cristão, você o tem estimado como o mais precioso e melhor amigo dentre todos;
como um amigo que está mais próximo do que um irmão, lembre-se de que Ele esteve ao
teu lado em todo este tempo. Essas coisas são boas e úteis para os homens. Nem esse, é
verdade, nem nenhuma outra boa obra é meritória, ou capaz de produzir a menor bênção
ou favor da mão divina; porém feita a partir de um princípio de fé, são alegres frutos e
evidências de uma verdadeira caridade ou amor para com Deus, onde a verdadeira fé opera
— 1 Tm. 6:17. Que aqueles que são ricos neste mundo, não sejam altivos, nem ponham
sua confiança na incerteza das riquezas, mas no Deus vivo que nos dá ricamente todas as
coisas para gozarmos delas. Que eles façam o bem, e que eles sejam ricos em boas obras,
prontos para distribuir, voluntários para comunicar, fazendo um depósito para si mesmos e
uma boa fundação contra o tempo que virá, para que eles possam se apegar com forças à
vida eterna. Nós temos esperanças, amados e amigos cristãos, que vocês considerarão
essas coisas com atenção, e pensarão no total das coisas que dissemos; e que o Senhor
vos dê entendimento em todas estas coisas — 2 Tm. 2:7 — aquele bom entendimento que
todos aqueles que guardam os seus mandamentos. — Sl., 111:10.
Notas de Rodapé
[7] Glorificar a Deus no dia da visitação — 1 Pe. 2:12. Por isso significa e é expresso aquilo
que os fiéis seguidores de Cristo, no caminho dos seus negócios, já verificaram e conhecem
bem. Isso é, como se o apóstolo dissesse: "Apesar dos seus vizinhos infiéis, todo tempo da
sua saúde e da sua vida, ficarem te reprovando e falando mal de você e da sua religião, e
perseguindo vocês como malfeitores; ainda assim, os seus hábitos firmes, santos e
irrepreensíveis em todos os departamentos da sua vida são suficientes para refutar todas
essas reprovações, e deixar uma impressão na consciência deles, uma impressão da
justiça que existe nas suas pessoas e na profissão da sua fé; de modo que, quando o dia da
aflição ou o dia da morte vier sobre eles, eles irão glorificar a Deus, em desejando a sua
ajuda, simpatia e orações que, por toda a vida, antes eles desprezaram, sim, eles desejarão
aqueles que eles perseguiram." E que pena que é que qualquer que no tempo de vida e da
saúde professou manter um testemunho particular pela a causa e a verdade de Deus ao
manter-se separado, não somente de todos os seus inimigos abertos, mas também
manter-se distante de todos os prevaricadores interesseiros, e também manter-se distante
dos enganadores que mercadejam com as coisas de Deus, assim, que coisa lamentável
que tendo assim se mantendo íntegro e afastado do mal por toda a vida, quando a aflição e
a morte vêm sobre esse homem, que ele lance fora a sua profissão e o seu testemunho se
unindo na mais íntima comunhão com aqueles que dantes ele manteve-se separado e
testificou contra. Isto não seria glorificar a Deus a tal conjuntura da situação, porém
exatamente o contrário.
[8] Que ofereçamos sacrifícios de louvor. Façamos o bem, e apendamos a comunicar ajuda
àqueles que precisam de ajuda, e não nos esqueçamos disso. Esses são os dois sacrifícios
que existem no evangelho, nós somos ordenados a oferecer esses sacrifícios por Cristo que
é o nosso grande sumo sacerdote e é o nosso altar, isso é; os dois sacrifícios são: o
sacrifício do louvor e da ação de graças a Deus e o sacrifício da caridade e beneficência
que devemos prestar para com os nossos iguais para a honra de Deus. A palavra, porém, é
usualmente utilizada na Sagrada Escritura em um sentido adversativo; porém é colocada
aqui imediatamente entre dois destes indicados (como expositores judiciosos e sábios já
observaram) de modo que uma atenção especial é requerida quanto ao último destes. Não,
em verdade, como se o sacrifício ou dever da beneficência fosse de maior importância em
si mesmo, do que aquele do louvor e ações de graças; porém por causa da aversão natural
de como os homens rapidamente se retiram desse dever, isso é, de serem úteis ao seu
próximo. Muitos são bem apressados para oferecer o sacrifício de louvor, e de ações de
graças a Deus, especialmente no culto público, porém são remissivos e até esquecidiços
quanto ao oferecimento do sacrifício da caridade e da beneficência, isso é, o fazer o bem e
o comunicar as necessidades dos outros, especialmente os dar apoio à religião usando os
seus ganhos terreais.