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MINISTERIO PUBLICO DA UNIAO PROCURADORIA-GERAL DA REPUBLICA PORTARIA N° 98, DE 12 DE SETEMBRO DE 2017. Aprova o Cédizo de Ftiea e de Conduta do Ministrio Piblico da Unio e da Escola Superior do Ministerio Public da Unido. O PROCURADOR-GERAL DA REPUBLICA, no uso de suas atribuigdes que Ihe so conferidas no art. 26, incisos VIII ¢ XIII, da Lei Complementar n° 75, de 20/05/1993, tendo em vista 0 que consta do Processo Administrative PGR n° 1,00.000.007151/2016-17; Considerando que a ética consta no Planejamento Estratégico do Ministério Piiblico da Unitio como um dos atributos de valor para a sociedade: Considerando qfte a atuagio segundo padres éticos de probidade, decoro ¢ boa-fé deve ser inerente aos integrantes da Administrac&o Publica; Considerando os Acérdaos n° 1956/2016 - TCU — 14 Camara e n° 7893/2016 - 1 cU- 2" Camara, emanados pelo Tribunal de Contas da Unio, os quais recomendam, respectivamente, ao Ministério Publico Federal ¢ a0 Ministério Piblico do Distrito Federal e Territérios a elaboragio € instituigao formal de um Cédigo de Ftica; & Considerando os trabalhos desenvolvidos pela Comissto instituida para elaboragao de Etica e de conduta dos servidores por meio da Portaria PGR/MPU n° 79, de 19 de tubro de 20 RESOLVE: do Cédi Art. 1° Fica aprovado 0 Cédigo de Etica e de Conduta do Ministério Piblico da ‘ola Superior do Ministério Piblico da Unido, na forma do Anexo desta Porta Art. 2° Os casos omissos serio resolvidos pelo Procurador-Geral da Repiblica, Art, 3° Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicagao. RODRIGO JANOT MONTEIRO DE BARROS, Este texto ndo substitui o publicado no DOU, Brasilia, DF, 13 set. 2017. Secio 1, p. 74. ANEXO CODIGO DE ETICA E DE CONDUTA CAPITULO DISPOSIGOES PRELIMINARES. Art. 1° Este Cédigo de Etica ¢ de Conduta estabelece os principios as normas de conduta ética aplicaveis aos servidores do Mi stério Pablico da Unidio (MPU) e da Escola Superior do Ministério Pablico da Unido (ESMPU), bem como aos colaboradores que prestarem servi igo s, por forga de lei, contrato ou de qualquer ato juridico, de forma temporiria ou nesses Orga permanente, ainda que sem retribuigdo financeira, sem prejuizo da observancia dos demais deveres € vedagdes legais e regulamentares. CAPITULO II DOS OBIETIVOS Art. 2° Este Cédigo tem por objetivo: 1. tornar claras e explicitas as normas de ética e de conduta que regem os s jores € colaboradores do MPU ¢ da ESMPU no exercicio de suas fungdes institucionais ou contratuais, bem como em fungiio delas; 1. contribuir para a fogmagdo c reafirmago de valores éticos desejaveis para o MPU IIL, orientar as condutas € os comportamentos comun: ispensaveis ao trabalho em equipe, gestio participativa e ao clima organizacional; IV. reduzir a subjetividade da interpretagdo de normas éticas, de forma a indicar com maior clareza ¢ objetividade o entendimento da Administrago, buscando compatibilizar os valores individuais dos servidores com os valores adotados pelo MPU e pela ESMPU; V. determinar a criagio de Comissdo Permanente de Ftica a partir da vigéncia deste, responsiivel por zelar pelo seu fiel cumprimento, a qual funcionaré como instincia consultiva ¢ deliberativa. CAPITULO IIL DOS PRINCIPIOS E VALORES Art. 3° Os principios e valores fundamentais deste Cédigo séo: I. Legalidade: garantia de que toda atuagio da Administrago se daré em conformidade com a lei; IL, Impessoalidade: obriga a Administragao, em stia atuagao, a niio praticar atos visando 0s interesses pessoais ou se subordinando a conveniéneia de qualquer individuo, devendo ser direcionada a atender aos ditames legais ao interesse piiblico: IM, Mor lade: todos devem respeitar os prineipios éticos de razoabilidade ¢ justiga, devendo atender aos ditames da conduta ética e honest . do decoro, da boa-fé e das regras que assegurem a boa administragao; IV. Lisura: valor que vai além do cumprimento da estrita le idade dos atos, na medida em que abarea valores éticos e morais: \V. Transparéneia: objetiva corroborar a divulgagao de informagdes. tanto entre suas unidades quanto para a sociedade, visando A promogao do desenvolvimento de cultura interna de intercambio de informagdes para fortalecimento da atuagao institucional ¢ do controle social, ressalvados os casos de sigilo legalmente previstos: VI. Urbanidade: trata-se da polidez, educagaio, cortesia, gentileza civilidade no comportamento das pessoas ao atender demandas internas ¢ externas. CAPITULO IV DAS CONDUTAS Art. 4° So compromissos de conduta ética I. atender demandas com postura ética e de modo imparcial, probo ¢ efetivo, sendo vedada qualquer atitude procrastinat6ria, discriminatéria ou que favorega indevidamente alguma parte: IL. no utilizar indevidamente informagdes obtidas em decorréncia do trabalho para beneficio proprio ou de outrem, sendo imperioso o sigilo quando ainda nfo divulgadas ou até prazo que a lei determinar; IIL, atuar com impareialidade no desempenho das atribuigSes funcionais, nfl permitindo que convii ies de ordem politico-partidaria, religiosa ou ideoldgica afetem sua isengao; IV. repudiar atitudes discriminatérias ou preconceituosas de qualquer natureza relativamente a etnia, sexo, religido, estado civil, orientagdio sexual, faixa etéria ou condigio fisica especial, ou quaisquer outras formas de diseriminagdo; V. declararse impedido ou suspeito em situagdes que sua independéncia ou imparcialidade possam estar prejudicadas para o desempenho de suas fungdes, observando-se as hipoteses legais; V1. contribuir com o clima institucional, fortalecendo as rela {bes de trabalho por meio da confianga mitua, assertividade ¢ transparéneia, predispondo-se & solugdo pacifica de conflitos internos ou controvérsias na instituigdo nas quais esteja envolvido: VIL. valorizar e promover ambiente de trabalho harmor $0, primando por atitudes positivas de respeito pelas pessoas, a fim de evitar priticas que possam configurar qualquer tipo de assédio ou discriminagio, comunicando a ocorréncia de eventuais situagdes as autoridades ‘competentes; VII. nao aceitar ajuda financeira, presentes, privilégios, empréstimos, doagSes ou outra vantage indevida para si e seus familiares, quando oriundos de possiveis interessados nos servigos institucionais prestados, no se considerando presentes os brindes sem valor comercial ou aqueles distribuidos por entidades de qualquer natureza, a titulo de cortesia, propaganda ou divulgagao, por casio de eventos especiais ou datas comemorativas IX. zelar pelo uso correto e eficiente do patriménio institucional, adotando priticas de economicidade ¢ sustentabilidade; X. desempenhar suas atividades com responsabilidade social, privilegiando a adogao de préticas que favoregam a incluso social e com responsabilidade ambiental, combatendo o desperdicio de recursos materiais: XI. utilizar dos recursos ¢ ferramentas de Tecnologia da Informagio ¢ Comunicagao, observando as normas intemnas, sendo vedada a utilizagao desses recursos para a pratica de atos ilegais ou para propagagio e divulgago de conteido que atentem contra a_moralidade administrativa; XI yelar pela imagem institucional, agindo com cautela em suas manifestay pliblicas, ressalvado o exercicio da livre manifestagao do pensamento; XIII. tratar todas as pessoas com urbanidade € respeito, considerando as caracteristicas individuais de cada um, sobretudo as possiveis limitagdes pessoais: XIV. zelar pela eficiéneia no servigo piiblico, notadamente pelo cumprimento de prazos estabe idos para prestagio de informagdes ao setor ou A unidade demandante ou justificar a necessidade de sua prorrogagao; XV. empenhar-se em seu desenvolvimento profissional, buscando capacitagdes adequadas ¢ regulares, bem como disseminar 0 conhecimento obtido em treinamentos profissionais: XVI assegurar aos interessados 0 acesso as suas prépy Ss informagdes pessoais ou a agentes ptiblicos legalmente autorizados; XVIL manter o sigilo de informagdes de natureza confidencial obtidas em fungao do desempenho das atividades laborativas, inclusive no que digam respeito a questdes afetas a saiide; XVIIL realizar adequadamente as avaliagbes de desempenho dos servidores, os quais deverio ser ouvidos, inserindo informagdes relevantes para o histé ico funcional do servidor: XIX. cientificar, previamente, sobre as situagdes que envolvam a designagio ¢ a exoneragio de cargos em comissio ou dispensa de fungdes de confianga; XX. exercer suas atribuigdes administrativas, juridi s € téenicas com rigor té moral, obedecendo também as normas deontoldgicas e especificas das respectivas profissdes. CAPITULO V DAS VEDAGOES Art. 5° Aos servidores do MPU e da E’ SMPU ¢ vedado: I. ser conivente com erro ow infragdio a este Cédigo ou ao Cédigo de Ftica de sua categoria profissional; Il, divulgar estudos, pareceres © pesquisas. ainda nio tornados piiblicos . sem prévia autorizagio; IL. fazer uso, divulgar ou facilitar a divulgagao de informagées sigilosas ou estratégicas, de que tenha tomado conhecimento em razo das atividades exercidas no cargo ou fungio, mesmo aps ter deixado o cargo; IV. apresentar como de sta autoria ideias, projetos ou trabalhos de outrem; V. adotar postura hostil, ofensiva, praticar qualquer tipo de assédio, desqualificar os demais profissionais ou ainda util ar palavras ou gestos qu fnjam a autoestima, a imagem ou 0 profissionalismo de alguém; VI. atribuir aos servidores ou colaboradores a execugdo de atividades de natureza . mental ou emocional: particular ou abusivas que possam gerar comprometimento de ordem fii VII. utilizar bens do patriménio institucional para atendimento de atividades de interesse particular; VIL. apresentar-se no servigo embriagado ou sob efeito de substancias psicoativas, bem como fazer uso ou portar qualquer tipo de substaneia entorpecente IX. manifestar-se em nome da Instituigo quando nao autorizado pela autoridade competente, nos termos da politica interna de comunicagio social. CAPITULO VI DAS COMISSOES PERMANENTES DE ETICA Art, 6° Cada ramo do MPU e a ESMPU deverdo instituir ¢ regulamentar os Procedimentos inerentes ao funcionamento das respectivas Comissdes Permanentes de Ftica, as quais deverdo implementar e gerir este Codigo. § 1° A Comissio Permanente de Etica sera composta por, no minimo trés servidores titulares ¢ respectivos suplentes que gozem de idoneidade e nfo tenham softido penalidade disciplinar, sendo um deles designado para a fungao de presidente. § 2° Os integrantes das Comissdes Permanentes de Etica serio escolhidos entre servidores piiblicos estiveis dos quadros de pessoal do MPU ¢ da ESMPU, designados pelo Procurador-Geral de cada ramo € pelo Diretor-Geral, conforme o caso. § 3° Os integrantes das Comissdes Permanentes de Etica tro mandato de um ano, fa uma dinica recondugao; § 4° As Comissdes Permanentes de Etica deveriio ser constituidas no prazo de até 60 (sessenta) dias, contados da data de entrada em vigor deste Cédigo.. Art. 7° Os integrantes da Comissio Permanente de Etica desempenharao suas atividades sem pre ‘0 do exercicio das atribuigdes funcionais inerentes a seus cargos eft vos, fungdes de confianga ou cargos em comissio, Paragrafo unico. Os trabalhos na Comisso Permanente de Etica serio considerados prestagdo de relevante servigo piiblico e constardo dos assentamentos funcionais do servidor. Art. 8° A Comissdo Permanente de E ica compete: 1. orientar os servidores ¢ colaboradores acerca das normas de ética e de conduta deste I. atuar como instincia consultiva em matéria de ética piblica no Ambito do MPU ¢ da INL, fomentar, acompanhar € avaliar, no Ambito do respective ramo e da ESMPU, 0 desenvolvimento de agdes objetivando a disseminagao, capacitagao e treinamento sobre as normas de ética e disciplina; IV. articular ages com vistas a estabelecer procedimentos de incentivo ao desempenho institucional na gestaio da ética pabli V. receber sugestdes para 0 aprimoramento € modernizagao deste Cédigo: VI. propor a elaboragiio de normas complementares ¢ orientadoras ou a adequagio de hormativos internos aos preceitos instituidos neste Cédigo: Vil. conhecer deniineias ou representagdes formuladas contra servidor ou colaborador a de atos contririos & pela pri normas estabelecidas neste Cédigo; VIL. apresentar relat6rio de suas atividades aos érgios da Administrago Supe 1. cujos critérios deverao ser definidos por cada ramo do MPU ¢ pela ESMPU. Art. 9° A Comissio Permanente de a deverd apreciar os casos em que os principios deste Cédigo forem supostamente violados, ouvindo-se as partes envolvidas, expedindo orientagdes devidamente fundamentadas, motivadas ¢ reduzidas a termo. Art. 10. Uma vez verificados indicios de irregularidade administrativa na conduta do servidor, devera a Comissio dar cigncia autoridade administrativa competente. Art. II, Picard suspenso da comissdo até a conchusio do processo, 0 membro que vi indiciado penal ou administrativamente, Art. 12. As Comissdes dos ramos do MPU ¢ da ESMPU se reunirao ordinariamente a cada seis meses, sob a coordenagéio da Secretaria Geral, assegurada a participagdo da entidade sindical de Ambito nacional CAPITULO VIL DISPOSIGOES FINAIS Ant. 13. Todo ato de posse em cargo efetivo ou cargo comissionado deverd ser acompanhado da prestagdo de compromisso de acatamento e observancia das regras estabelecidas por este Codigo de Etica de Conduta, Art. 14, 0 disposto neste Cédigo aplica-se a todos os contratos de estgio e de prestagio de servigos celebrados no ambito do MPU ¢ da ESMPU, cabendo a area de gestio de pessoas ¢ & 4irea responsivel pela contratagio dar conhecimento do seu teor, respectivamente, aos. seus estagifirios e colaboradores, de forma a assegurar o alinhamento da conduta desses agentes durante a prestago contratual. Art. 15. Compet & Comissiio Permanente de Etica dirimir as dividas suse aplicagaio deste Cédigo no Ambito de cada ramo do MPU e da ESMPU.

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