Manual da
AUDIÊNCIA
TRABALHISTA
Teoria e prática
4ª edição
Revista, atualizada e ampliada
2022
1.1 O
BSERVAÇÕES ACERCA DA PETIÇÃO INICIAL DA
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
DO PRINCÍPIO DA CONCISÃO
A instituição do princípio da concisão busca sinalizar que o mínimo
pode ser o máximo, quando por meio de economia de verbalização
possamos destacar o ponto central da demanda e, através de obje-
tividade na linguagem, promover a restauração do direito que foi
violado ou prevenir a sua ofensa.
Melhor fala sobre o princípio da concisão o autor da proposta, José
Eduardo Rezende Chaves Jr:
“Tenho duas sugestões na matéria. A primeira importa em cortar na
própria carne. Petições de advogados devem ter um limite máximo
de páginas. (...)
33
DECISÃO:
Os autos foram conclusos, para sentença.
Contudo, observei que a inicial apresenta pedidos ilíquidos, eiva,
inclusive, apontada na defesa da reclamada.
Ora, trata-se de reclamação ajuizada após a Reforma Trabalhista,
quando incidente a nova redação do art. 840, §1º, da CLT, conferida
pela Lei 13.467/2017, exigente de pedidos líquidos.
Não obstante, caso não o faça o demandante, ainda assim não seria
conveniente extinguir o processo sem resolução de mérito, com o
arquivamento do feito, no estado em que ele se encontra, mormente
porque perícia já foi realizada.
A jurisprudência do TST é no sentido de que, em situação como a
verificada nestes autos, a norma processual recomenda que se conce-
da à parte autora oportunidade para sanar o vício existente na peça
exordial, a teor do art. 321 do CPC. Tal dispositivo legal, aplicável
subsidiariamente ao processo do trabalho, dispõe expressamente que
o juiz deve, antes, determinar que o autor sane o vício existente na
petição inicial para, somente depois, acaso o autor não atenda ao
comando judicial, indeferir a petição. Tal entendimento encontra
respaldo no princípio da primazia da decisão de mérito, objeto do
artigo 4º, do CPC, bem como no princípio da cooperação, constante
do art. 6º, também do CPC.
Robustecem o presente raciocínio as regras insertas nos artigos 139,
IX, 317 e 932, parágrafo único, do CPC; no art. 12, §2º, da Instrução
Normativa nº 41/2018, expedida pelo TST e na Súmula 263 do TST.
Portanto, a despeito do estágio em que o processo se encontra, nada
obsta e tudo recomenda que se possibilite, ao reclamante, corrigir
a eiva da iliquidez dos seus pedidos e, após o decurso do prazo a
lhe ser concedido, caso suprida a irregularidade detectada, possa-se
prosseguir com o regular julgamento de mérito ou mesmo com a sua
extinção, sem resolução do mérito, se negligente o autor.
Diante disso, converto o julgamento em diligência para determinar a
intimação do reclamante, a fim de que, no prazo de 15 dias, corrija
a falha detectada e complete a inicial, apontando os valores relativos
aos pleitos nela formulados.
3.3 R
EPRESENTAÇÃO DO EMPREGADOR: PREPOSIÇÃO –
PREPOSTO