INTRODUÇÃO
A precipitação se constitui como um importante elemento natural responsável
pelo desenvolvimento de ecossistemas, bem como da sociedade. O caráter variável da
chuva tanto em escala temporal como em escala espacial está relacionado com a atuação
da chamada circulação geral da atmosfera, que ocorre em todas as regiões da Terra de
forma distinta, dependendo das características físicas de cada área.
A circulação geral da atmosfera está associada à distribuição desigual da
energia solar no planeta, em que as baixas latitudes recebem mais energia do que as
médias e altas latitudes. Esta irregularidade de repartição da energia proveniente do sol
é ocasionada pelo movimento de rotação da Terra. Porém, há a transferência deste
excesso de energia das regiões equatoriais para as temperadas e polares por efeito das
correntes atmosféricas e oceânicas, estabelecendo assim uma espécie de equilíbrio no
balanço de energia do planeta (MENDONÇA e DANNI-OLIVEIRA, 2007, p. 84).
Os fenômenos da circulação da atmosfera também irão ocorrer no âmbito da
Bacia do Baixo Rio Paraíba (BBRP), apresentando uma tendência na variabilidade das
chuvas que acompanha a dinâmica climática da região litorânea do Nordeste do Brasil
concentrando os maiores totais pluviométricos na porção leste e diminuindo estes
valores à medida que se chega a oeste da região, consequência da atuação de sistemas
atmosféricos diversos, como bem apontam Ferreira e Mello (2005).
Estudos sobre a variabilidade da precipitação muitas vezes podem se tornar
uma tarefa difícil de realizar, sobretudo considerando as propriedades genéticas desses
fenômenos. Diversos trabalhos já estudaram a distribuição espaço-temporal das chuvas,
como por exemplo, Silva et. al. (2010), que analisaram a variabilidade da chuva na
Bacia do Rio Tapacurá, Estado de Pernambuco. No estudo observaram o aumento da
precipitação na direção oeste para leste, apresentando uma média anual de 800 mm para
a primeira e 1650 mm para a segunda. Os autores ainda apontam que a evolução mensal
da precipitação na bacia mostra uma concentração dos maiores totais pluviométricos
entre os meses de março a julho, provocada pela umidade oriunda da Amazônia que
somada à atuação de frentes frias intensificam a convecção nessa época do ano na
região.
Silva et. al. (2011) estudando a variabilidade das precipitações na região
Nordeste do Brasil em escala anual e intra-anual encontraram os maiores valores de
Número de Dias de Chuva (NDC) na zona costeira da região, desde o Estado da Bahia
até o Estado do Maranhão, representando valores que variam entre 70 e 170 dias de
chuva. Também observaram que os maiores valores de coeficiente de variação, tanto da
precipitação quanto do NDC, se encontram na porção semiárida da região e estão
associados à alternância de períodos chuvosos e secos, ocasionados pela atuação dos
fenômenos de La Niña e El Niño, respectivamente.
Streck et. al. (2009) estudaram o comportamento das chuvas no município de
Santa Maria/RS e evidenciaram a relação entre a variabilidade interdecadal e interanual
da precipitação com a influência da Oscilação Decadal do Pacífico (ODP), no qual
concluíram que as décadas com chuvas acima do normal estão associadas à fase quente
da ODP, consequentemente quando ocorre a fase fria do fenômeno o inverso acontece.
Ainda afirmam que a ocorrência de grandes anomalias de precipitação no período
analisado estão ligadas à atuação do El Niño Oscilação Sul (ENOS), sobretudo em
escala anual.
Dessa forma, este trabalho tem como objetivo analisar a variabilidade espaço-
temporal das chuvas na região da BBRP entre o período de 1997 e 2013, expondo as
características climáticas da área, dando ênfase à distribuição da precipitação e aos
processos que lhe dão origem.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 2. Anomalia das chuvas na BBRP para o período entre 1997 e 2013
Figura 3. Variabilidade espacial das chuvas na BBRP em escala anual no período entre
1997 e 2013
Figura 4. Desvio padrão da precipitação total anual para a BBRP no período entre 1997 e
2013
Figura 5. Coeficiente de variação da precipitação total anual para a BBRP para o período
entre 1997 e 2013
Figura 6. Variabilidade sazonal da precipitação mensal da BBRP entre 1997 e 2013
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOLION, L. C. B.; BERNARDO, SERGIO O.. Uma revisão da dinâmica das chuvas
no Nordeste brasileiro. Revista Brasileira de Meteorologia, v.17, n.1, p. 1-10, 2002.