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Jamili do Socorro Cardoso Lobato
Jamile_lobato@hotmail.com – NAEA/UFPA
INTRODUÇÃO
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Graduada em licenciatura Plena em Geografia pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia
do Pará - IFPA. Estudante de especialização do curso Geografia da Amazônia pela Faculdade Integrada
Brasil Amazônia (FIBRA) e do curso de Planejamento e Gestão do Turismo e do Lazer pelo Núcleo de
Altos Estudos Amazônicos (NAEA/UFPA).
resumo a respeito do ensino de geografia, apresentando sua trajetória enquanto ciência
e posteriormente enquanto disciplina escolar, bem como compreender a evolução dos
conceitos de turismo e de que forma ele influencia na organização do espaço.O que se
espera da analise do turismo a partir da ciência geográfica no processo de ensino-
aprendizagem é o desenvolvimento da consciência critica dos alunos sobre as políticas
publicas de turismo e suas implicações sócioespaciais nas localidades, levando-os a
identificar os impactos positivos e negativos envolvidas nas contradições dessa
atividade.
Em primeiro lugar por se caracterizar hoje como umas das práticas econômicas
e sociais que mais consome e reorganiza os espaços onde se instala, e, também por
entender que o geógrafo não pode ignorar a teia que une o turismo e a questão
ambiental, o turismo e a sociedade, espaço, cultura, políticas setoriais e impactos vindos
de toda a ordem. Barros (1998) chama a atenção que “ o centro de interesse da geografia
pelo turismo, de forma geral, está nas formas, nas dinâmicas e nas representações das
paisagens derivadas do exercício das atividades turísticas” É preciso lembrar que, assim
como a geografia, o turismo também passou por mudanças significativas em seu
percurso epistemológico.
Esses novos elementos que o turismo gera no espaço precisam estar inseridos no
processo de ensino- aprendizagem, no sentido de acabar com o discurso que mostra o
turismo como uma prática redentora. O interessante é que o professor utilize o turismo
contextualizando-o a realidade vivida do aluno levando a refletir sobre os impactos e
contradições espaciais dessa atividade, ou seja, faze-lo analisar quais impactos
econômicos o turismo traz a seus municípios e como ele se configura no espaço.
A partir das entrevistas, foi possível perceber que os alunos estudaram apenas de
forma vaga tais conceitos mostrando saberem da importância dos estudos geográficos
no curso, porém enfatizando os elementos físicos, como as principais riquezas naturais
dos lugares estudados e visitados não analisando, portanto seus aspectos sócioespaciais.
No que se refere às aulas de campo foi percebido que essas além de ser pouco
frequentes, quando se tem é de forma bem pouco orientada, pois segundo os alunos.
Em resumo foi possível perceber durante a entrevista que os alunos ainda não
conseguem fazer uma análise crítica a respeito da produção do espaço turístico, as
discussões feitas em sala de aula não conseguem dar conta de toda a complexidade
relacionada à atividade turística. A geografia ainda é concebida como a ciência da
descrição que valoriza apenas os aspectos naturais dos lugares. No que se refere a
entrevista com a professora percebemos que existe a preocupação em analisar o turismo
a partir de uma analise mais social e que portanto produz espaço, foi notável em sua fala
que por conta do pouco tempo ela não conseguiu discutir com os alunos a questão da
paisagem e do lugar associado a prática turística de maneira que os alunos
conseguissem compreender seus impactos nos espaços de atuação do turismo.
CONSIDERAÇOES FINAIS
A partir desse estudo de caso, foi possível diagnosticar como os estudos
geográficos vêm sendo trabalhados na turma de ensino subseqüente de guia de turismo
onde através da análise da ementa do curso aliado ao diálogo com alunos e professores
verificamos que a geografia precisa ser melhor discutida no sentido de utilizá-la como
um aparato para identificar os principais aspectos sociais e espaciais que a atividade
turística vem trazendo em seus lugares de atuação. Foi possível verificar também que
os estudos relacionados a produção do espaço turístico produzido na universidade
precisa chegar com maior rapidez na sala de aula em todos os níveis de ensino pois
ainda se nota que a atividade turística muitas das vezes é encarada como algo sem
vida social . Essa reorganização nos espaços de atuação do turismo precisa ser mais
priorizada na grade curricular do curso, pois a geografia não pode se resumir apenas em
descrever as características físicas, ressaltando as riquezas naturais desses espaços, na
medida em que a atividade turística ao criá-lo e recriá-lo de acordo com os interesses de
seus principais agentes dota-o de maior complexidade e, portanto também de conflitos.
Verificamos também que a questão dos trabalhos de campo precisa ser melhor
discutido no curso, no sentido, de uma maior frequência e melhor orientação durante
sua prática pois acreditamos que o profissional que será formado como guia turístico
além de mostrar as potencialidades turísticas dos lugares ou seu “capital natural”
precisam também estar atentos aos discursos de seus principais agentes questionado se
realmente a atividade vem trazendo desenvolvimento a esses lugares e a suas
comunidades locais. Sabemos a grande amplitude que essa atividade vem tomando no
mundo contemporâneo e sua reivindicação interdisciplinar, por isso, pensamos que não
cabe mais entendê-lo somente a partir de um viés mercadológico, mas, sobretudo sócio-
espacial e o curso de guia de turismo não pode negligenciar esse aspecto,
principalmente no que tange a grade curricular proposta para a geografia.
BIBLIOGRAFIA
SOUZA, Arilson Xavier de. ASSIS, Lenilton Francisco de. A Inserção Transversal do
Turismo nas Aulas de Geografia do Ensino Médio. (Caminhos de Geografia
Uberlândia v. 8, n. 21 Jun/2007 p. 9 – 17).