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Pesquisa concluída
INTRODUÇÃO
Dallabrida 2007, apud Leite, 2010 em trabalho que almeja contribuir com
reflexões teóricas sobre a gestão social dos territórios nos processos de desenvolvimento
territorial, conceitua território como
Uma fração do espaço historicamente construída através das inter-
relações dos atores sociais, econômicos e institucionais que atuam
neste âmbito espacial, apropriada a partir de relações de poder
sustentadas em motivações políticas, sociais, ambientais, econômicas,
culturais ou religiosas, emanadas do Estado, de grupos sociais ou
corporativos, instituições ou indivíduos. (p.16)
O autor ainda aborda o conceito de desenvolvimento territorial considerando a
dimensão material, que tem nos aspectos econômicos sua expressão maior, e a
dimensão imaterial, que aborda os aspectos culturais e o capital social, afirmando sua
conceituação de que o desenvolvimento territorial pode ser entendido como
Um processo de mudança estrutural empreendido por uma sociedade
organizada territorialmente, sustentado na potencialização dos capitais
e recursos existentes no local, com vistas à dinamização econômica e
à melhoria da qualidade de vida de sua população. (p.16)
Dallabrida (2007) também pondera que para que os direitos de participação
possam ser exercidos com equidade entre os diferentes atores territoriais é fundamental
que sua articulação ocorra através de procedimentos voluntários de conciliação e
mediação através de processos de concertação social (pactos territoriais), instituindo-os
como norma no processo de gestão do desenvolvimento.
No tocante à discussão sobre a questão agrária Martins, (1981) discorre:
A questão agrária nasceu da contradição estrutural do capitalismo que
produz simultaneamente a concentração da riqueza e a expansão da
pobreza e da miséria. Essa desigualdade é resultado de um conjunto de
fatores políticos e econômicos. Ela é produzida pela diferenciação
econômica dos agricultores, predominantemente do campesinato, por
meio da sujeição da renda da terra ao capital (p. 175).
A partir dessa concepção FERNANDES (2010) diz,
Nessa diferenciação prevalece à sujeição e a resistência do
campesinato à lógica do capital. Na destruição do campesinato por
meio da expropriação, ocorre simultaneamente a recriação do trabalho
familiar através do arredamento ou da compra de terra e, também;
uma pequena parte é transformada em capitalista pela acumulação de
capital, compra de mais terra e assalariamento. (p.508)
Por meio desses acontecimentos a questão agrária, Segundo (Oliveira, 1991)
gera continuamente conflitualidade. Porque é movimento de destruição e recriação de
relações sociais: de territorialização, desterritorialização e reterritorialização do capital e
do campesinato; de monopólio do território camponês pelo capital. (p.24-5).
Para alcançar os objetivos deste trabalho, foi feita uma análise dentro do
colegiado para identificar os referenciais teóricos discutidos e as discussões sobre a
política de desenvolvimento territorial e a aplicabilidade dos referenciais teóricos
utilizados para organização do assentamento Magnificat. Para uma maior compreensão
do Objeto de estudo, fez-se um levantamento bibliográfico sobre o Programa Territórios
da Cidadania, em particular sobre o Território Vale do Itapecuru realizando-se
posteriormente uma análise da documentação utilizada nas oficinas promovidas para
articulação do colegiado. Visitou-se Instituições Governamentais e Entidades não
governamentais que desenvolvem atividades ligadas aos programas e planos
desenvolvidos nos assentamentos. Além do acompanhamento das atividades desenvolvidas
pelo colegiado territorial, foi realizada uma visita técnica aos municípios de Itapecuru-Mirim e
ao assentamento Magnifica. Foram feitas visitas à secretaria de agricultura, sindicados dos
trabalhadores e trabalhadoras rurais, AGERP (Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária) e
entre outras. Posteriormente foram feitas entrevistas com algumas pessoas que fizeram e
fazem parte do colegiado território do Vale do Itapecuru e com alguns produtores rurais
do assentamento.
O colegiado territorial é composto pela sociedade civil e pelo poder público para
promover discussões sobre os projetos pensados também pelos representantes da
sociedade civil que são as principais lideranças da comunidade representadas em
colônia de pescadores, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Movimento das
quebradeiras de coco e entre outros. O diálogo com representantes do poder público
para construção de um ambiente favorável à integração e ao estabelecimento de
consensos, de acordos e compromissos coletivos para a transformação almejada da
realidade.
PODER SOCIEDADE
ARTICULAÇÃO
PÚBLICO CIVIL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Maciel, Teresa; Pinto, Maria Domingas. Reforma Agrária e bem comum no norte do
Brasil: O Projeto Magnificat, 2011. Disponível em http://www.amu-it.eu/wp-
content/uploads/2011/04/Intervento_Maciel_Pinto.pdf. Acesso em 11-01-2013.
MARTINS, José de Souza. Os camponeses e a política no Brasil. Petrópolis: Vozes,
1981.