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ESASA Módulo IV

2022

ESTÁGIO SETORIAL
PARA AUXILIAR DE
SERVIÇO DE
APROVISIONAMENTO

Módulo IV – Controle de Estoque no Setor de


Aprovisionamento

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6º Centro de Gestão, Contabilidade e Finanças do Exército


ESASA Módulo IV

Atualizações
Item Breve descrição da
Autor Data
alterado alteração
NOV
Júlio César Falcone Bomfim - Maj
2021
NOV
Isabel Cristina Silva Girao - Maj
2021
NOV
André Luis Muniz Barretto - Cap
2021
NOV
Paulo Roberto Sousa Pereira - S Ten
2021

(Atenção: esta apostila não deve ser usada como amparo legal, tratando-se apenas de
um material didático de apoio para estudo e eventuais consultas)

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................4
2. ATIVIDADES INSERIDAS NA GESTÃO DE RECURSOS MATERIAIS ............................................................4
3. CONCEITO DE ESTOQUE .........................................................................................................................5
4. RAZÕES PARA A MANUTENÇÃO DE ESTOQUES .....................................................................................5
5. SISTEMA DE CONTROLE FÍSICO DO EXÉRCITO (SISCOFIS) ......................................................................7
5.1. PLANEJAMENTO E AQUISIÇÃO DE MATERIAIS ....................................................................... 8

6. SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO (SAG) ..........................................................................9


7. CONTROLE DE ESTOQUES ....................................................................................................................10
7.1. NÍVEIS DE SUPRIMENTO ............................................................................................................. 11

7.2. PRINCIPAIS CAUSAS DA MÁ GESTÃO DOS ESTOQUES.................................................... 13

7.3. MEDIDAS PARA REDUÇÃO OU ELIMINAÇÃO DA NECESSIDADE DE ESTOQUE......... 13

7.4. MÉTODOS DE CONTROLE DOS ESTOQUES ......................................................................... 14

7.5. REPOSIÇÃO DO ESTOQUE .......................................................................................................... 14

7.6. PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAL ......................................... 16

7.7. PRINCÍPIOS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAL .................................................................. 17

7.8. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO NA MOVIMENTAÇÃO DE ESTOQUE ....................................... 18

7.9. EQUIPAMENTOS DE ESTOCAGEM ............................................................................................ 21

7.10. EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAÇÃO DE ESTOQUE................................................. 24

7.11. SEGURANÇA NAS ATIVIDADES DE MOVIMENTAÇÃO E MANUSEIO DOS MATERIAIS ....................25


8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................26
9. CONCLUSÃO..........................................................................................................................................27

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1. INTRODUÇÃO

Prezado instruendo,
Este quarto módulo tem o objetivo de apresentar o controle de estoque no Setor de
Aprovisionamento existente no âmbito do Exército Brasileiro, destacando o planejamento
para aquisição de material de consumo e as medidas essenciais com a reposição de
estoque.

2. ATIVIDADES INSERIDAS NA GESTÃO DE RECURSOS MATERIAIS

A gestão de materiais é o conjunto de atividades desenvolvidas dentro da


organização, de forma centralizada ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com
materiais necessários ao desempenho normal das suas atribuições.
Tem por objetivo garantir a existência contínua de um estoque organizado, de
modo a nunca faltar nenhum dos itens que o compõe, sem excessos. Neste sentido, sua
finalidade é a existência de suprimento de materiais na quantidade necessária, qualidade
requerida, tempo oportuno e menor custo.

Envolve as atividades de compras, recebimento, armazenamento, fornecimento e


controle de estoque. Gonçalves (2007), de forma didática, agrupa as atividades inerentes
à gestão de materiais em três nichos principais, conforme abaixo:

Figura nº 1 – Gestão de materiais


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3. CONCEITO DE ESTOQUE

Slack et al. (1997) trazem a seguinte definição de estoque:


“Estoque é a acumulação armazenada de materiais em um sistema de
transformação.”
Logicamente, esta definição é aplicável ao setor privado, ou, mais propriamente, a
uma organização que detém um ciclo de produção/transformação. Esta, como vimos, não
é a lógica preponderante em órgãos públicos, tipicamente voltados à oferta de serviços (e
não de materiais) à sociedade.
Dessa forma, podemos oferecer uma conceituação de estoque que mais se
aproxime à realidade do setor público:

Estoque é o somatório de materiais armazenados em uma organização, que


permanecem reservados para uso oportuno.
Ou, ainda:
Estoque é toda e qualquer porção armazenada de material, com valor econômico
para a organização, que é reservada para emprego em momento futuro, quando se
mostrar necessária às atividades organizacionais.

4. RAZÕES PARA A MANUTENÇÃO DE ESTOQUES


A manutenção de estoques é onerosa às organizações. Os custos, conforme
veremos neste capítulo, são relativos a diversos fatores – roubos, furtos, aluguel de
espaços físicos, seguros, entre outros – podendo chegar a níveis altíssimos e
insuportáveis.
Tomando este fato em consideração, o ideal seria não manter estoques, havendo o
fornecimento dos materiais apenas quando fossem estritamente necessários. Isso,
logicamente, impinge a necessidade de uma grande agilidade na relação entre a
organização e seus potenciais fornecedores.
No contexto do serviço público, contudo, esta agilidade não é observada. As
compras, no setor público, são processadas por meio de licitações, sendo usual que um
único processo de aquisição chegue a demorar seis meses, ante os trâmites burocráticos

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(disfuncionais), bem como o rigor e a observância das formalidades inerentes aos ritos
licitatórios.
Desta forma, a manutenção de estoques é uma realidade na prática administrativa
do setor público brasileiro.
Em termos de nomenclatura, quando a gestão de materiais envolve a concepção
de que há a necessidade de se trabalhar com estoques (e não se opta pela busca do
estoque nulo), falamos do sistema tradicional de abastecimento, ou, ainda, just in case.
Mas, afinal, quais os motivos para o uso de estoques? As razões podem ser assim
sintetizadas:
Estoques podem proteger as organizações de eventuais oscilações de demanda:
uma vez adquirida, a mercadoria torna-se independente de flutuações de demanda (= de
consumo). Recentemente, na prevenção da gripe COVID-19, compramos álcool gel tão
logo o encontramos em uma farmácia, muitas vezes em quantidade maior do que nossas
reais necessidades. Tentamos, neste caso, nos resguardar de oscilações na demanda,
estocando mercadorias.
Estoques podem proteger as organizações de eventuais oscilações de mercado:
uma vez adquirida, a mercadoria torna-se independente de flutuações do mercado. Há
um tempo, na época da hiperinflação e do Plano Cruzado, muitos tinham o hábito de
estocar mercadorias nas casas, tentando, assim, fugir dos efeitos das altas dos preços.
Essa medida é muito comum em períodos inflacionários.
Estoques podem ser uma oportunidade de investimento: isso ocorre quando, em
determinado período, a taxa de aumento do valor financeiro do estoque for maior do que
a taxa de aplicação em outros ativos que podem ser obtidos no mercado. Seria quase que
um caso particular de oscilação de mercado, mencionado anteriormente.
Estoques podem proteger de atrasos: os atrasos podem ser originários de diversas
fontes, desde um problema no transporte das mercadorias, até uma negociação mais
prolongada com fornecedores, ou até mesmo uma influência do clima. No setor público,
por exemplo, as demandas burocráticas relativas à obrigatoriedade de regularidade fiscal
das empresas contratadas podem implicar um tempo maior do que o desejado para
reestabelecer um fornecimento.
Grandes estoques podem implicar economia de escala: a aquisição de itens de
material em maiores quantidades usualmente implica a prática de preços unitários menos

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significativos, se comparado com compras de menores vultos. É o que usualmente


denomina-se “poder de barganha”.
A despeito de todas essas vantagens, não podemos esquecer que há uma série de
custos inerentes aos estoques. Tomar ciência dos custos envolvidos, bem como levar em
conta sua dimensão é tarefa de grande relevância.

5. SISTEMA DE CONTROLE FÍSICO DO EXÉRCITO (SISCOFIS)


Com o uso de ferramentas tecnológicas os órgãos públicos têm otimizado, em
seus depósitos, os processos inerentes a gestão de materiais, assim o presente estudo
procura esclarecer sobre o Sistema de Controle Físico do Exército (SISCOFIS).
Surge como um instrumento que junto a outros estudos contribuirão para a
construção de um conhecimento voltado a gestão de compras públicas e controle de
estoques, auxiliando os usuários da informação em suas tomadas de decisões.
O sistema permite o planejamento para a aquisição, dispor os materiais facilitando
a visualização, priorizar os materiais a serem dispensados para uso evitando perdas e
possibilita o planejamento para evitar a descontinuidade de procedimentos e falta de
materiais dando qualidade, resolubilidade e credibilidade.
Contudo poderia oportunamente ser incrementado com funcionalidades que
possibilitassem ao operador obter informações, no momento do pedido, de estoque
mínimo atingido para se planejar novas aquisições.
Os materiais de consumo são adquiridos, em sua maioria, por meio do pregão
eletrônico e o planejamento para sua aquisição, entrada em estoque e a dispensação são
gerenciadas pelo Sistema de Controle Físico do Exército (SISCOFIS) através de
relatórios por ele emitidos. Esse sistema foi implantado pelo Estado-Maior do Exército, e
“tem por finalidade o controle físico e o gerenciamento de todo o material existente no
Exército” disponibilizando “em forma de relatórios e consultas, as informações
provenientes dos órgãos provedores (OP) e organizações militares (OM), considerando o
nível de responsabilidade de cada escalão”. O sistema tem sua operacionalização
simples e não demanda um grande tempo em instrução.
Os dados inseridos ficam armazenados em um banco que possibilita o usuário
acessá-los mediante inserção de usuário e senha pessoais onde podem consultar
informações em tempo real, relatórios, disponibilidade de material, pedidos on-line entre

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outros, facilitando a gestão de materiais propiciando a tomada de decisões e seu objetivo


é gerenciar fisicamente todos os bens da unidade.
Após acessar o sistema através de usuário e senha pessoais é apresentada a tela
para cadastro inicial a qual possibilitará ao operador dar entrada do material adquirido em
estoque, sendo possível inserir parâmetros tais como, documento de origem (nota fiscal),
origem da receita, fornecedor, data de fabricação, quantidade, valor unitário, número de
lote ou série, além da data de validade. Esses dados possibilitam a emissão dos relatórios
inclusive o de disponibilidade (inventário). Com base nesses relatórios os gestores farão
todo o planejamento para aquisição e reposição de estoques, além da organização do
depósito e a dispensação do material.

5.1. PLANEJAMENTO E AQUISIÇÃO DE MATERIAIS


Essa etapa do processo de compra é realizada tendo em vista a otimização de
recursos materiais e humanos no processamento do certame licitatório e também visando
aumentar o poder de barganha com fornecedores, reduzindo preços dos produtos e
possibilitando um melhor aproveitamento da ata de registro de preços durante sua
vigência.
Visando consolidar os quantitativos de compras os gestores dos respectivos
depósitos analisando o relatório e considerando as saídas de material, o que permite ao
gestor acompanhar as quantidades a serem repostas em tempo hábil, evitando a
descontinuidade do atendimento. Esse relatório é muito utilizado no planejamento e
aquisição, possibilitando a economia de recursos e sua melhor aplicação.
Após a homologação do pregão eletrônico de cada tipo de material, as OM
envolvidas adquirem seus itens separadamente, pois suas demandas refletem públicos
diferentes e seus recursos são descentralizados também separadamente.
Os relatórios extraídos do SISCOFIS permitem uma análise estatística dos
estoques considerando determinado período. Deste modo é possível observar a variação
física e contábil de cada material e assim planejar a aquisição (compra), conforme sua
variação de consumo ou alocar recursos a um determinado material de acordo com sua
variação contábil.

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Referências:
O uso do sistema de controle físico do exército SISCOFIS – na gestão dos
materiais de consumo no posto médico de guarnição de Dourados/MS–PMGU/DOS:
Neto, Vaz e Marques link https://docplayer.com.br/33468520-O-uso-do-sistema-de-
controle-fisico-do-exercito-siscofis-na-gestao-dos-materiais-de-consumo-no-posto-
medico-de-guarnicao-de-dourados-ms-pmgu-dos.html Acessado em 13 ABR 21.

6. SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO (SAG)

O Sistema de Acompanhamento da Gestão é um sistema desenvolvido e otimizado


para o aperfeiçoamento da gestão das UG e, por conseguinte, do Exército Brasileiro
como um todo, ao facilitar o acompanhamento, a fiscalização e a aplicação dos recursos
e contribuir para o atingimento de um elevado grau de eficiência e efetividade na
execução orçamentária, financeira e patrimonial da Força Terrestre.

Ao acessar o SAG em seu endereço eletrônico e efetuar o login são


disponibilizadas na tela as funções Auditoria, Compras, Esplanada, SIAFI/Gestão e
Patrimônio.
O Comando Logístico por meio da Diretoria de Abastecimento edita anualmente a
publicação do “Plano de Descentralização de Recursos Logísticos” com a finalidade de
normatizar, padronizar e orientar as UG que fazem parte da cadeia logística de
suprimento de material de subsistência quanto à aplicação dos recursos descentralizados
para essa finalidade.
Na funcionalidade NE X Livro PDR Log é possível identificar os empenhos
emitidos em desconformidade com o preconizado no Plano de Descentralização de
Recursos Logísticos (PDR Log), no que tange aos planos internos (PI) natureza da
despesa (ND) e subitem da despesa (SI) dos recursos aplicados nessas aquisições.
A ferramenta de consulta de Baixa de Material de Consumo do SAG, possibilita
comparar as baixas de material de consumo, lançadas no SIAFI mensalmente. Desta
forma, o gestor pode comparar, graficamente, as médias mensais de consumo de
determinado material.

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Este recurso serve tanto para o monitoramento do consumo dos materiais de


consumo em comparação com as médias históricas como para auxiliar no planejamento
de futuras aquisições.

7. CONTROLE DE ESTOQUES

Esta atividade visa à reposição das necessidades de suprimentos para manter:


1. Os níveis de suprimento previstos;
2. A otimização física dos materiais armazenados, decorrente da simplificação de
variedades, reutilização e recuperação;
3. A movimentação dos itens considerados ociosos, obsoletos ou recuperáveis; e
4. A alienação dos artigos antieconômicos e irrecuperáveis.

Os estoques devem ser objeto de constantes revisões e análises para identificação


de itens que estejam:
Ativos – requisitados regularmente em um dado período estipulado pelo órgão; e
Inativos – não movimentados no período estipulado pelo órgão e
comprovadamente desnecessários para utilização no mesmo.
Os setores responsáveis pelo controle de estoques (Armazéns, Almoxarifados,
Aprovisionamentos e outros Depósitos), com base nos resultados obtidos, em face da
revisão e análise efetuadas, promovem o levantamento dos itens, realizando pesquisas
junto às unidades apoiadas (no caso dos OP) ou junto às Seções e Subunidades (no caso
das OM) com a finalidade de constatar se há ou não necessidade desses itens naqueles
setores.
Estas atividades também são responsáveis pelo registro sistemático de todas as
informações que envolvem um item de suprimento. O registro é feito a fim de permitir o
fácil acesso aos dados pretendidos, devendo conter [dispositivos de alerta] para as
situações não desejadas.
Um controle de estoques precisa satisfazer às seguintes condições:
1. Ter fácil acesso às informações, por meio de um banco de dados confiável;
2. Permitir a atualização, no menor tempo possível, entre a ocorrência do fato e o
registro.

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Compete aos setores de controle de estoques:


1. Determinar método e grau de controles a serem adotados para cada item;
2. Manter os instrumentos de registro de entradas e saídas atualizados;
3. Promover consistências periódicas entre os registros efetuados no setor de
controle de estoques com os dos depósitos e a consequente existência física do material
na quantidade registrada;
4. Identificar o intervalo de aquisição para cada item e a quantidade de
ressuprimento;
5. Emitir os pedidos de compra do material rotineiramente adquirido e estocável;
6. Manter os itens estocados em níveis compatíveis com a política traçada pela UA;
7. Identificar a necessidade de retirada física dos itens inativos (devido à
obsolescência, à danificação ou à perda das características normais de uso e
comprovadamente inservíveis) dos depósitos subordinados a esse setor.
A gestão indevida do estoque de materiais não rende o que deveria quando há
faltas de suprimentos e quando a quantidade armazenada ultrapassa o necessário,
gerando um estoque desnecessário e comprometendo, assim, outras áreas das UA.
Pequenos descuidos nas aplicações, controles ou programações de
estoques podem ocasionar falta de operacionalidade da FT ou desperdício dos
recursos públicos, causando prejuízos ao erário.
Dispositivo de alerta: são ferramentas gerenciais de TI, que permitem, através de
sons, cores ou outros sinais disponibilizados em software específico, a informação
tempestiva aos gestores de que há necessidade de aquisição ou distribuição de itens
críticos ou não, a fim de que haja a reposição dos estoques para suprir as necessidades
prementes.

7.1. NÍVEIS DE SUPRIMENTO


Consideram-se níveis de suprimento as quantidades de artigos das diversas
Classes de Material, expressas em dias, quantidade de itens ou unidades de medida, que
podem estar armazenadas nos depósitos dos OP e das OM para distribuição, tendo em
vista as necessidades de consumo.
Os níveis de suprimento, em regra, são determinados pelo Estado-Maior do
Exército (EME) e devem ser consultados nos Quadros de Distribuição de Material (QDM)

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ou na legislação específica pertinente, podendo também ser estabelecidos pelos Órgãos


Gestores dos materiais.
No tocante aos níveis de suprimento das OM, os OP podem propor aos Cmdo RM
alterações de suas quantidades, levando em conta as peculiaridades existentes e,
principalmente, a necessidade da permanente renovação dos itens, a fim de que os
mesmos estejam sempre em condições de utilização.
De acordo com as quantidades de material estocado e segundo o Art 8º das
NARSUP, há os seguintes níveis de suprimento:
XLVIII - Nível de Estocagem (Ni Estq) – É a quantidade de suprimento autorizada a
ser estocada para manter as operações correntes e para atender às necessidades
imprevistas. Corresponde à soma dos níveis operacional e de segurança. É expressa em
dias de suprimento ou em unidades de medidas;
XLIX - Nível Máximo (Ni Max) – É a quantidade máxima de suprimento que um
comando poderá ter em seu poder, para atender a todas as suas necessidades, visando
às operações e possíveis interrupções no fluxo de suprimento. Corresponde à soma do
nível de estocagem com as quantidades de suprimento a receber pelo comando
considerado, em dias de suprimento. Pode ser expresso em quantidade de suprimento;
L - Nível Operacional (Ni Op) É a quantidade de suprimento necessária para
manter as operações no intervalo de tempo entre dois pedidos ou entre a chegada de
duas remessas consecutivas;
LI - Nível de Reserva (Ni Res) – É a quantidade de suprimento cuja estocagem é
autorizada tendo em vista uma situação especial;
LII - Nível de Segurança (Ni Seg) – É a quantidade de suprimento, além da que
constitui o nível operacional, necessária para garantir a continuidade das operações na
eventualidade de pequenas interrupções da reposição ou flutuação imprevisível nas
necessidades de suprimento. É calculado para o efetivo máximo previsto para o período.
(BRASIL, 2002, p.15) .
Não se deve confundir nível de estocagem com nível de suprimento. O nível
de suprimento tem como finalidade atender às necessidades de consumo, visando
a manutenção das operações correntes e o atendimento das necessidades
imprevistas. O nível de segurança corresponde ao estoque mínimo, ou seja, a
quantidade mínima de material que deve estar armazenada.

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7.2. PRINCIPAIS CAUSAS DA MÁ GESTÃO DOS ESTOQUES

A má gestão dos estoques, além de poder causar grandes danos ao erário, pode
comprometer a operacionalidade das OM.
É importante que os gestores dos depósitos estejam atentos à legislação
pertinente e ao constante planejamento, a fim de que seja cumprindo o princípio
administrativo da eficiência.
As principais causas da má gestão de estoques são:
1. Falta de uma política ou a má política de controle de estoque, principalmente no
que diz respeito ao investimento em Tecnologia da Informação (TI);
2. Precária habilidade tecnológica dos sistemas de informação da empresa,
gerando a diferença entre a logística medíocre e a excelente;
3. Falta de pessoal qualificado;
4. Compras indevidas (falta de planejamento e especulação);
5. Desconhecimento das reais necessidades de consumo;
6. Armazenagem inadequada (desperdício);
7. Dependência de um único fornecedor; e
8. Falta de inspeção rigorosa no recebimento de materiais.

7.3. MEDIDAS PARA REDUÇÃO OU ELIMINAÇÃO DA NECESSIDADE DE ESTOQUE

Em consequência de uma má gestão é comum existir nos depósitos das UA


grande quantidade de material estocado sem serventia ou em quantidade muito além da
necessária.
Portanto, os administradores devem ter uma preocupação constante para que
essas situações não ocorram, devendo existir estoques extremamente necessários,
principalmente de [itens críticos] das diversas classes de suprimento.
Para reduzir ou eliminar a necessidade de estoque é necessário:

1. Racionalizar o processo de distribuição (levantamento de acordo com reais


necessidades);
2. Reduzir os desperdícios na distribuição e aquisição;
3. Realizar a manutenção preventiva em todos os setores;
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4. Ter conhecimento de que todos devem acreditar no sistema e evitar estoques


nas seções da UA;
5. Ampliar a rede de fornecedores, mesmos materiais a custo mais baixo;
6. Ter controle efetivo da utilização dos materiais e realizar o levantamento das
necessidades por parte dos diversos chefes.
Itens críticos: são aqueles imprescindíveis, ou seja, não podem faltar. Sem eles a
infantaria não pode ir para guerra, a cavalaria não se move, etc.

7.4. MÉTODOS DE CONTROLE DOS ESTOQUES

Generalizar a forma de efetuar o controle dos estoques é quase impossível. Ele


deve ser feito de maneira diferente para cada artigo, de acordo com o grau de
importância, valor relativo e dificuldades no ressuprimento.
A utilização de métodos de controle de estoque serve para que o gestor dos
depósitos possa planejar a melhor maneira de atender, tempestivamente, às demandas
ilimitadas das UA, face aos recursos limitados.
O controle de estoques pode ser realizado, principalmente, através de:
1. Registro dos pedidos de fornecimento;
2. Acompanhamento periódico das fichas de controle de estoques, por meio do
Sistema de Controle Físico (SICOFIS);
3. Verificação do relatório mensal de estoques, por meio do SICOFIS; e
4. Análise da solicitação de compras.

7.5. REPOSIÇÃO DO ESTOQUE

O acompanhamento dos níveis de estoque e as decisões de quando e quanto


comprar ocorrem em função do:
Consumo médio mensal (C) – média aritmética do consumo (ou demanda) nos
últimos 12 meses.
Tempo de aquisição (T) – período decorrido entre a emissão do pedido de
compra e o recebimento do material no almoxarifado (relativo, sempre, à unidade/mês),

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ou seja, é a soma entre o tempo de processo de compra e o tempo de entrega pelo


fornecedor.
Para os itens que envolvam valores elevados ou que sejam de importância vital
para a UA, deve-se observar o intervalo de aquisição para que não ocorram faltas e,
consequentemente, a [ruptura do estoque].
As fórmulas listadas a seguir são usadas na reposição de estoque desses tipos de
itens.
Intervalo de aquisição (I) – É o período compreendido entre duas aquisições
normais e sucessivas.
Estoque Mínimo ou de segurança (Emin) – É a menor quantidade de material a
ser mantida em estoque, capaz de atender a um consumo superior ao estimado para
determinado período ou para atender à demanda normal em caso de atraso na entrega
da nova aquisição.
É aplicável somente aos itens indispensáveis às atividades da UA. Obtém- -se
multiplicando o consumo médio mensal por uma fração (f) do tempo de aquisição que
deve, em princípio, variar de 0,25 de T a 0,50 de T:

Ruptura de estoque: quando a quantidade em estoque chega a zero, após


consumido todo estoque de segurança.
Estoque Máximo (Emax) – É a maior quantidade de material admissível em
estoque, suficiente para consumo durante certo período, devendo-se considerar a área de
armazenamento, disponibilidade financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo
de aquisição, perecimento, obsoletismo etc.

Obtém-se somando ao estoque mínimo o produto do consumo médio mensal pelo


intervalo de aquisição:

Ponto de pedido (Pp) – É o nível de estoque que, ao ser atingido, determina a


imediata emissão de um pedido de compra, visando recompletar o estoque máximo.
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Obtém-se somando o estoque mínimo ao produto do consumo médio mensal pelo


tempo de aquisição:

Quantidade a ressuprir (Q) – É o número de unidades que devem ser adquiridas


para recompor o estoque máximo. Obtém-se multiplicando o consumo médio mensal pelo
intervalo de aquisição:

7.6. PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAL

Os movimentos dos estoques, em regra, são causados pelas entradas e saídas de


suprimentos referentes aos recebimentos e às distribuições ou por outros fatos, como as
quebras e remanejamentos, devendo estar registrados nas Guias de Entrada, Guias de
Fornecimento, Guias de Recolhimento, Guias de Remessa ou Notas de Movimentação de
Estoque.
Um aspecto importante que muitas vezes passa despercebido dentro das UA,
principalmente nos OP, é o fluxo dessa movimentação de materiais, mas que se for bem
administrado pode ser um fator diferencial, que gera ganhos e redução de custos na
gestão dos recursos públicos.

Todas as vezes que movimentos desnecessários são feitos, há perda de tempo,


produtividade, qualidade e risco de haver quebras.
Acredita-se que, ao se observar atentamente o fluxo existente nas UA, é possível
promover alguma redução de movimentos desnecessários.
Sendo assim, é recomendável que, antes de se determinar um novo processo ou
mesmo revisar os existentes, os Agentes da Administração devem atentar para os
princípios e técnicas de movimentação de material.
Os princípios não são normas rígidas, entretanto, ajudam na definição de um fluxo
mais contínuo do serviço, evitando, portanto, movimentos desnecessários.

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7.7. PRINCÍPIOS DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAL

A seguir estão enunciados, sob a forma de princípios, as técnicas fundamentais


que orientam a movimentação de materiais. Estes princípios resultaram da experiência
prática e aplicação do bom senso, oferecendo resultados positivos.
 Princípio do planejamento - É necessário determinar o melhor método do ponto
de vista econômico, para a movimentação de materiais, considerando-se as
condições particulares de cada operação.
 Princípio do sistema integrado – É necessário planejar um sistema que integre o
maior número de atividades de movimentação, coordenando todo o conjunto de
operação.
 Princípio do fluxo de materiais - É fundamental planejar o fluxo contínuo e
progressivo dos materiais.
 Princípio da simplificação – É necessário procurar sempre reduzir, combinar ou
eliminar movimentação e/ou equipamentos desnecessários.
 Princípio da gravidade - A força motora mais econômica é a gravidade.
 Princípio da utilização dos espaços (Princípio da verticalização) - O
aproveitamento dos espaços verticais contribui para o descongestionamento das
áreas de movimentação e a redução dos custos da armazenagem.
 Princípio do tamanho da carga [unitização] - A economia em movimentação de
materiais é diretamente proporcional ao tamanho da carga movimentada.
Unitização: agrupar vários volumes pequenos ou grandes em um único
volume, ou seja, tratar o total de volumes envolvidos em cada unitização
como apenas um volume.
 Princípio da segurança - A produtividade aumenta conforme as condições de
trabalho tornam-se mais seguras.
 Princípio da mecanização (automação) - Usar equipamento de movimentação
mecanizada, ou automatizada, sempre que possível e viável.
 Princípio da seleção de equipamento - Na seleção do equipamento de
movimentação, considerar todos os aspectos do material a ser movimentado, o
movimento a ser realizado e o(s) método(s) a ser(em) utilizado(s).

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 Princípio da padronização - Padronizar métodos, bem como tipos e tamanhos


dos equipamentos de movimentação e das cargas utilizadas.
 Princípio da flexibilidade - Procurar sempre equipamentos versáteis, pois o seu
valor é diretamente proporcional a sua flexibilidade.
 Princípio do peso morto - Quanto menor for o peso próprio do equipamento
móvel, em relação a sua capacidade de carga, mais econômicas serão as
condições operacionais.
 Princípio do tempo ocioso - Reduzir tempo ocioso ou improdutivo tanto do
equipamento, quanto da mão de obra empregada na movimentação de materiais.
 Princípio da movimentação - O equipamento projetado para movimentar os
materiais deve ser mantido em movimento.
 Princípio da manutenção - Planejar a manutenção preventiva e corretiva de
todos os equipamentos de movimentação.
 Princípio da obsolescência - Substituir os métodos e equipamentos de
movimentação obsoletos quando métodos e equipamentos mais eficientes vierem
a melhorar as operações.
 Princípio do controle - Empregar o equipamento de movimentação de materiais
para melhorar o controle de produção, controle de estoques e preparação de
pedidos.
 Princípio da capacidade - Usar equipamentos de movimentação para auxiliar a
atingir a plena capacidade de produção.
 Princípio de desempenho - Determinar a eficiência do desempenho da
movimentação de materiais em termos de custo por unidade movimentada.

7.8. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO NA MOVIMENTAÇÃO DE ESTOQUE

Os métodos de avaliação de estoque têm como objetivo a contabilização dos


custos de estocagem, referentes à entrada e à saída dos itens de suprimento nos
depósitos. A seguir serão descritos os principais métodos de avaliação utilizados no
gerenciamento de estoques.

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a) PEPS ou FIFO
Com base nesse método, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o primeiro
que entra é o primeiro que sai (PEPS) ou First In First Out (FIFO).
À medida que ocorrem as distribuições é dada baixa no estoque a partir das
primeiras entradas, o que equivaleria ao raciocínio de que primeiro são distribuídas as
primeiras unidades compradas/recebidas, ou seja, a primeira unidade a entrar no estoque
é a primeira a ser utilizada no processo de distribuição.
Dentro desse procedimento, o estoque é representado pelos preços mais recentes
pagos, apresentando, dessa forma, uma relação bastante significativa com o custo de
reposição. Obviamente, com a adoção desse método, o efeito da flutuação dos preços
sobre os resultados é significativo e as saídas são confrontadas os custos mais antigos,
sendo esta uma das principais razões pelas quais alguns contadores mostram-se
contrários a esse método. Entretanto, não é objeto do procedimento em si, e sim o
conceito do resultado quando se objetiva lucro, que não é o caso das UA do EB.
O PEPS é o método adotado pelo EB nos diversos tipos de depósitos,
apresentando as seguintes vantagens:
1. Os itens usados são retirados do estoque e a baixa é dada nos controles de
maneira lógica e sistemática;
2. O resultado obtido espelha o custo real dos itens específicos usados nas saídas;
3. O movimento estabelecido para os materiais, de forma contínua e ordenada,
representa uma condição necessária para o perfeito controle dos materiais,
especialmente quando estes estão sujeitos à deterioração, decomposição, mudança de
qualidade etc.

b) UEPS ou LIFO
O UEPS (o último a entrar é o primeiro a sair) ou LIFO (Last In First Out) é um
método de avaliação da movimentação de estoque muito discutida. O custo do estoque é
determinado como se as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últimas a
entrar) fossem as primeiras unidades distribuídas (primeiras a sair).
Supõe-se, portanto, que o estoque final consiste nas unidades mais antigas e é
avaliado ao custo destas unidades. Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o

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custo dos itens saídos tende a refletir o custo dos itens mais recentemente comprados
(comprados ou recebidos, e assim, os preços mais recentes).
Também permite reduzir os lucros líquidos relatados por uma importância que, se
colocada à disposição dos acionistas, poderia prejudicar as operações futuras de uma
empresa.
O método UEPS não alcança a realização do objetivo básico porque são debitados
contra a receita os custos mais recentes de aquisições e não o custo total de reposição
de todos os itens utilizados.
As vantagens e desvantagens da técnica UEPS são:
1. É uma forma de se custear os itens consumidos de maneira sistemática e
realista;
2. Nas indústrias sujeitas às flutuações de preços, o método tende a minimizar os
lucros das operações;
3. Em períodos de alta de preços, os preços maiores das compras mais recentes
são apropriados mais rapidamente às produções reduzindo o lucro;
O argumento mais generalizado em favor do UEPS é o de que procura determinar
se a empresa apurou, ou não, adequadamente, seus custos correntes em face da sua
receita corrente. De acordo com o UEPS, o estoque é avaliado em termos do nível de
preço da época em que o UEPS foi introduzido.
c)Média Ponderada Móvel
A Média Ponderada Móvel (MPM) é o método de avaliação de movimentação de
estoques mais utilizado pelas empresas atualmente.

Estudo de caso
Um estoque inicial tem um saldo de 20 (vinte) unidades, em 15 de janeiro de 2013,
a um valor unitário de R$ 20,00 (vinte reais), totalizando um valor total de R$ 400,00
(quatrocentos reais).
No dia 10 de abril de 2013, foram adquiridas mais 30 (trinta) unidades, totalizando
um saldo final de 50 (cinquenta) unidades e um valor total de R$ 1.300,00 (hum mil e
trezentos reais). Como o método utilizado tem o objetivo de fazer uma média do valor
unitário que consta em estoque, é efetuado o cálculo do valor total das unidades em

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estoque (R$ 1.300,00), dividido pela quantidade total de unidades (50 unidades),
chegando assim a um valor unitário de R$ 26,00 (vinte e seis reais).
No dia 30 de abril de 2013, ocorreu uma saída de 10 (dez) unidades do estoque.
Como, neste método, a cada aquisição se altera o valor unitário, será este valor já
alterado que será utilizado para calcular o valor total de sua saída. Sendo assim, as 10
(dez) unidades que saíram terão um valor unitário de R$ 26,00 (vinte e seis reais),
totalizando um valor total de saída de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais), restando
em estoque 40 (quarenta) unidades, a um valor unitário de R$ 26,00 (vinte e seis reais), e
um valor total de R$ 1.040,00 (hum mil e quarenta reais).
O mesmo procedimento deverá ser empregado nas próximas operações, ou seja, a
cada entrada será somado o valor total dos itens e dividido pala quantidade total de
unidades, chegando-se, assim, a um novo valor unitário.

d)Custo de Reposição

O Custo de Reposição é um método de avaliação da movimentação dos estoques


que tem como fundamento a elevação dos custos a curto prazo, pois atualiza o preço dos
produtos comprados ou produzidos no momento da avaliação dos mesmos, considerando
as variações do preço de custo ou de mercado desses materiais armazenados.
Quando se utiliza esse método, os artigos que estão armazenados há vários
meses têm seus preços atualizados de acordo com os praticados no mercado
No momento da respectiva avaliação.
Dessa forma, as reposições dos estoques serão realizadas considerando o referido
aumento no custo unitário de cada artigo necessário.

7.9. EQUIPAMENTOS DE ESTOCAGEM

A movimentação dos materiais, (entrada e saída dos diversos tipos de artigos


armazenados) deve ser realizada de forma otimizada, a fim de que se utilize o mínimo de
mão de obra e se proceda de forma organizada, segura e rápida.
Atualmente, os equipamentos mais modernos que permitem uma eficiente
estocagem do material armazenado são:
a) Paletização
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A utilização dos processos paletizados tem sido intensa na economia moderna.


Iniciou-se como solução de movimentação de materiais na logística militar, no
período das Grandes Guerras Mundiais.
Na área comercial, o processo inicial deu-se nos portos, onde a movimentação de
carga manual foi gradativamente sendo substituída pela movimentação mecânica.
O processo paletizado teve sua criação de forma sistêmica com a mecanização
dos sistemas de movimentação mecanizada realizada por empilhadeiras. A
movimentação mecânica cada vez mais foi superando a manual, permitindo agilidade nas
operações de carga e descarga, reduzindo o tempo das embarcações paradas, gerando
economia e evitando desperdícios dos equipamentos de transporte.
Após a utilização nos portos, esses processos passaram a ser utilizados na
indústria em geral e na de bens de consumo, em particular, tornando-se um importante
equipamento de movimentação e armazenagem de cargas unitizadas.
Paletes ou estrados são plataformas destinadas a suportar cargas, permitindo a
movimentação por meio de garfo, onde os produtos podem ser unitizados.
Os paletes têm como função a movimentação de grande escala. A palavra palete é
uma adaptação do termo inglês pallet.
Os paletes são dispositivos de unitização de cargas criados para dinamizar a
movimentação mecânica nos depósitos e tendem agilizar os meios de transportes no
momento de carregamento e descarga.
b) Contêineres
Contêiner ou cofre de carga é um recipiente construído de material resistente, o
suficiente para suportar uso repetitivo, que tem como finalidade o transporte de grandes
volumes de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, permitindo fácil
carregamento e descarregamento, é adequado à movimentação mecânica e ao transporte
a grandes distâncias por diferentes equipamentos.
Existem os seguintes tipos de contêineres:
 Contêiner de teto aberto – Utilizado para cargas pesadas em sua totalidade,
com encerado para cobertura na parte de cima do mesmo. Muito utilizado para máquinas
e equipamentos que são maiores que as dimensões da porta do contêiner e são
colocadas pela parte superior;

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 Contêiner térmico (aquecido ou refrigerado) – Utilizado para produtos que


requerem temperatura constante durante seu transporte para não alterar a qualidade e/ou
apresentação. Muito comum para produtos perecíveis;
 Contêiner ventilado – Evita a condensação do ar em seu interior. Utilizado para
transporte de frutas, legumes, animais vivos etc;
 Contêiner seco – Utilizado para cargas secas; contêiner normal;
 Contêiner tanque – Utilizado para cargas líquidas a granel;
 Contêiner para granéis sólidos, como cereais, pós, farinhas, açúcar, etc.

c) Estante
As estantes devem ser utilizadas para a armazenagem de pequenos artigos,
podendo ter acessórios como divisores, retentores, gavetas e painéis laterais e de fundo.
Possibilitam a montagem de mais de um nível, com pisos intermediários e são
ideais para armazenar materiais leves, manuseáveis sem a ajuda de qualquer
equipamento e com volume máximo de 0,5 m3, sendo bastante utilizadas nos depósitos
das OM.
As estantes de grande comprimento devem ser utilizadas para cargas leves que
possuem um tamanho relativamente grande para serem colocadas nas estantes
convencionais.
Cabe destacar as seguintes características das estantes:
 Visa fácil manuseio e pouca verticalização;
 Utilizada tanto em ambiente grande, quanto em pequenos espaços;
 Objetiva rapidez na movimentação com pouca mão de obra disponível; e
 Não requer equipamentos.

d) Mezanino
O mezanino é uma estrutura, geralmente de aço ou ferro, ideal para ser utilizado
no armazenamento de suprimento destinado à manutenção dos MEM, sendo grande a
sua utilidade nos OP, Arsenais de Guerra, Parques Regionais de Manutenção e
Batalhões Logísticos.
O mezanino proporciona rapidez entre o estoque e o usuário e requer pouca mão
de obra e pouco equipamento para sua utilização.

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7.10. EQUIPAMENTOS PARA MOVIMENTAÇÃO DE ESTOQUE

Existe uma grande variedade de equipamentos para a movimentação de estoque,


podendo ser manuais, mistos ou totalmente automatizados/mecanizados.

A escolha de cada um deles deverá ocorrer em função das características do


material e dos equipamentos de estocagem, sendo que os equipamentos mistos
proporcionam maior rapidez e eficiência.
a) Equipamentos manuais:
 Carrinhos de duas rodas;
 Prateleiras de quatro rodas.
b) Equipamentos mistos:
 Empilhadeira mecânica;
 Elevadores;
 Guinchos;
 Guindastes; e
 [trucks] industriais.
c) Equipamentos totalmente automatizados/mecanizados
São equipamentos de manuseio controlados por computador, códigos de barras e
tecnologia de escaneamento para retirada e estocagem de materiais, como por exemplo,
o RFID.
O RFID é um acrônimo do nome Radio-Frequency Identification em inglês que, em
português, significa Identificação por Rádio Frequência. Trata-se de um método de
identificação automática através de sinais de rádio, recuperando e armazenando dados
remotamente através de dispositivos chamados de tags RFID.
Uma tag ou etiqueta RFID é um transponder, ou seja, um pequeno objeto que pode
ser colocado em uma pessoa, animal, equipamento, embalagem ou produto, dentre
outros. Ele contém chips de silício e antenas que lhe permite responder aos sinais de
rádio enviados por uma base transmissora.
Trucks: veículos pesados projetados p/ carregar ou puxar cargas. Por
exemplo, o caminhão vagão é uma espécie de truck.

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7.11. SEGURANÇA NAS ATIVIDADES DE MOVIMENTAÇÃO E MANUSEIO DOS


MATERIAIS

Os cuidados com a segurança de todo o pessoal envolvido nas atividades de


movimentação e manuseio dos materiais das diversas classes de suprimento é
fundamental para o sucesso da estocagem.
Devem existir regras bem definidas e com ampla divulgação sobre as medidas de
segurança adotadas em todos os depósitos do EB para a realização da movimentação e
manuseio dos suprimentos, e uma fiscalização constante para verificação de seu
cumprimento.
Jamais compensará conseguir o cumprimento de quaisquer missões se houver Um
dano, por menor que seja causado a um militar ou civil que trabalha nessa atividade ou a
terceiros.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece regras referentes às
tarefas de movimentação e manuseio dos materiais na atividade de estocagem, que
devem ser seguidas pelo EB devem nortear a elaboração de suas respectivas regras
internas.
Art. 182. O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre:
I- as precauções de segurança na movimentação de materiais, nos
locais de trabalho, os equipamentos a serem obrigatoriamente
utilizados e as condições especiais a que estão sujeitas a operação
e a manutenção desses equipamentos, inclusive exigência de
pessoal habilitado;
II- as exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem
de materiais, inclusive quanto às condições de segurança e higiene
relativa aos recipientes e locais de armazenagem e os
equipamentos de proteção individual;
III- a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos
equipamentos de transporte, dos avisos de proibição de fumar e de
advertência quanto à natureza perigosa ou nociva à saúde das
substâncias em movimentação ou em depósito, bem como das

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recomendações de primeiros socorros e de atendimento médico e


símbolo de perigo, segundo padronização internacional, nos rótulos
dos materiais ou substâncias armazenados ou transportados.
Art. 183. As pessoas que trabalharem na movimentação de
materiais deverão estar familiarizadas com os métodos racionais de
levantamento de cargas.

Fonte: Gestão de Material e Patrimônio – Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar


de Oficiais Unidade 4 – Controle de Material

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existe uma quantidade potencial de ferramentas tecnológicas interativas a serem
utilizadas para garantir maior eficiência, economicidade, efetividade e eficácia. E muitas
delas podem ser utilizadas de formas diversas, adequadas ao propósito da Administração
Pública. Além disso, estas ferramentas podem ser utilizadas em conjunto no
desenvolvimento de uma atividade de qualificação e profissionalização.
A importância de se contar com as ferramentas disponíveis na Web que podem ser
utilizadas de forma complementar ou conjunta às demais ferramentas tradicionais do
sistema interno. Pois estas ferramentas permitem dinamizar o curso e deixar o ambiente e
a interação mais práticos e menos burocrático, principalmente para os agentes públicos.
A inter-relação entre usuário e sistema depende da escolha e utilização da
ferramenta adequada ao processo interativo. Mas o sucesso na aplicação destes recursos
dependerá do envolvimento e comprometimento daqueles que os utilizam, afinal estas
ferramentas serão apenas o meio que viabilizará a interação entre os autores do processo
de aquisições da Administração Pública. Atualmente contamos com outras ferramentas
que permitem desenvolver e aprimorar as plataformas de gestão. Algumas delas são mais
sofisticadas, outras mais simples, mas todas trazem novidades na maneira de ensinar e
aprender, contribuindo para evolução e excelência da Administração.

“Felipe Junges Villa”

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9. CONCLUSÃO

Finalizamos assim o módulo IV e seguimos com nosso estágio, agora você já


possui conceitos essenciais para a execução dos procedimentos de atividades do Setor
de Aprovisionamento.

Índice de ilustrações

Fig nº 1 – Gestão de Materiais…………………………………………………….5

BIBLIOGRAFIA

Plano de Descentralização de Recursos Logísticos (PDR Log) – Edição 2020

Normas Administrativas Relativas ao Suprimento (NARSUP)

Regulamento Interno e dos Serviços Gerais - R-1 (RISG)

Fenili, Renato Ribeiro. Gestão de Materiais / Renato Ribeiro Fenili; revisor Ciro
Campos Christo Fernandes. -- Brasília: ENAP, 2015. (Enap Didáticos, Nº 1) Gestão
de Material - Escola Nacional de Administração Pública

Neto, Licinio Corrêa Dias. O Emprego do Sistema de Acompanhamento da Gestão


(SAG) para melhora da gestão orçamentária do Exército. 2018.

O uso do sistema de controle físico do exército SISCOFIS – na gestão dos


materiais de consumo no posto médico de guarnição de Dourados/MS–PMGU/DOS:
Neto, Vaz e Marques. Link https://docplayer.com.br/33468520-O-uso-do-sistema-de-
controle-fisico-do-exercito-siscofis-na-gestao-dos-materiais-de-consumo-no-posto-
medico-de-guarnicao-de-dourados-ms-pmgu-dos.html .Acessado em 13 ABR 21.
BRASIL. Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública
e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm

BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto


Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp123.htm

BRASIL. Lei nº 12.349, de 15 de dezembro de 2010. Altera as Leis nos 8.666, de 21 de


junho de 1993, 8.958, de 20 de dezembro de 1994, e 10.973, de 2 de dezembro de 2004;
e revoga o § 1o do art. 2o da Lei no 11.273, de 6 de fevereiro de 2006 (Margem de

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Preferência). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-


2010/2010/Lei/L12349.htm

BRASIL. Decreto 3.555, de 8 de agosto de 2000. Aprova o Regulamento para a


modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3555.htm

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Como elaborar termo de


referência ou projeto básico - O impacto do Termo de Referência (TR) ou Projeto
Básico (PB) na eficácia das licitações e contratos administrativos, 2016. Disponível
em: https://www.tce.mg.gov.br/img/2017/Cartilha-Como-Elaborar-Termo-de-Referencia-
ou-Projeto-Basico2.pdf

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