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Ler e escrever bem com o corpo em movimento CLEZIO U.S. GQONCALVES Introdugao Realizar uma reflexiio sobre os processos de leitura e escrita buscando relacion4-los com 0 universo de atuagiio da educagao fisi- ca parece uma tarefa delicada. Pode-se constatar que tais relagdes sitio frdgeis, quase invidveis, em razio dos elementos que o senso comum oferece para avaliar a tarefa de ler e escrever. Descobre-se, a partir desta avaliagio, que as dimensées da leitura e da escrita so perten- centes ao conjunto de conhecimentos da Ifngua portuguesa e litera- tura, disciplinas consagradas no ambito escolar com este fim, Paraa ducagiio fisica cabem os contetidos que, nesta perspectiva, sao de- inidos pelas palavras educacio - portantd, o ato de educar - e fisica ~ 0 fisico; ou seja, educar o fisico, podendo-se falar numa educagio do corpo e/ou o movimento. Existe uma valorizagao do ato de ler e escrever no tecido so- — cidl que se reflete no universo escolar. A prdtica e/ou vivéncia de movimentos na educagio fisica por parte das criangas é inclufda por vt. forga de lei no ensino piiblico apenas a partir da 5* série do ensino - / fundamental, com professor especializado. Até 14, os estudantes ficardio por conta da “boa vontade” ou “esclarecimento” de seus pro- fessores curriculares para realizar atividades que envolvam o cor- po € o. movimento. Para o sistema jurfdico, legalmente, as necessi- dades relativas ao movimento niio existem até os nove ou dez anos de idade das criangas, Até 14 é fundamental o dom{nio do ler e escrever...afinal, para que mover 0 corpo? | Ler ¢ escrever também com 0 corpo em movimento 47 Digitalizada com CamScanner Felizmente, a humani idade niio chegor ‘ desenvolvimento baseand aoe cage Set alual estigio de lo i Construgdo de seus Conhecimentos uni- im. A ciéncia também Contribuiu. Se ficdss, ls e~ mosa depender do senso comum, talvez ainda estariamos a pensar que osol gira em torno da terrae conforme Sagan (1996, P.23)... ainda se estaria a acreditar que Snomos, além de lindos objetos de decoragao, realmente possuem um Poder fantdstico de alterar 0 rumo de nossas vidas, Uma das missées da-ciéncia é pes juisar, descobriro que exist além das aparéncias que os fendmenos-apreseaiseee hon ini ga = Auxilia assima Ccompreender a réalidade que nos rodeia além de suas manifestacdes Foeepeacensio da mesma, A difusio das idéias em ciéncia de forma acessivel 4 comunidade, em geral, € uma responsabilidade a qual a uni- versidade nao pode eximir-se. Uma das limitag6es do'senso comum & encerrar diferentes ma- nifestagdes da realidade em Conceitos reducionistas, perdendo, assim, a riqueza multidiferencial que a mesma apresenta. Desta forma, uni- formizam-se complexas situagdes em elementos simplistas, mutilan- do-se suas esséncias. Perde-se assim a capacidade de... maravilhar-se com o mundo... (Garder, 1995, p.17). -Alguns destes aspectos dizem respeito aos-nossos arganismos, | MOssos Corpos, suas capacidades de movimento, de adaptacio e explo- ‘ Fagao do meio ambiente e ao fantdstico-surgimento.dos atos de falar, " (ler € escrever. Na scala evolutiva sio etapas diferentes e progtéssi- jvasi na hist6ria da humanidade. A complexidade de organizagao des- ’ tes atos, to corriqueiros na vida de qualquer individuo, e a importan- cia que os mesmos representam na hist6ria de cada sujeito so de uma profundidade que, pela sua cotidianidade, deixa-se de prestar atengo no significado dos mesmos eno que representam para a construgaio do ser humano'como tal. Como diz Pinker (1997, p.73 ): ‘Ao ler estas palavras, vocé estaré participando de uma das maravithas do mundo natural. Pois vocé e eu pertencemos a uma espécie com um: caracteristica notdvel; podemos dar forma a eventos ae ee outras pessoas com n extrema precisio..essa caparidade a TaEECr ; dae aay bajar conbiagie dees asm j inagdes jianga fazer com que surjam novas combina x tes de ssoas. Essa capacidade surge tao naturalmente que ten- demos a esquiecer quao milagrosa ela é. Digitalizada com CamScanner i \ A evolugao do ser humano © 4. construgao da leitura e escrita seca na natureza (Fonseca, 1982 . Portanto, para compreendermamum x oa aon 8 dos Nossos~atos ips dias atuaist 7 Anteressante retomar min © evolutivo que ahumanidade percorreu para chegaraté aqui. Assim sendo, seguindo-se a ordem filogenética da humanidade, nds | aprendemos primeiramente anos. movimentar, situar-1 bientee Ste, Seus limites e suas capacidades. Tais elementos de movimento | mscritos em nossa heranga genética. A titulo de ilustragao, qual- | quer crianga que tenha nascido de Parto natural possuj uma. idade | imediata de contatar a. epiderme da mBee encontrarp aconchego do seio (0 { maternof]Mesino de olhos fechados ira movimentat-se em buses-do ' mesmo apenas pelo! are{(Montago, 1991). Este pequeno ato faz com que o sentido do faro estabeleca uma saudavel conexaosinaptica direta com Qc6rtex cerebral sem passar pelo télamo (Chauchard, 1984). Na seqiiéncia, o pequenino ser comeca a explorar o mundo com seu olho 4vido de curiosidade e busca alcangar objetos com a mii tra- zendo-os att hos sua observacao. Segundo algutis antropé- logos, talvez com este gesto (trazer até os olhos) tenha-se iniciado um n- processo elementar de reflexo na histéria da humanidade. na A medida que cresce e se desenvolve, comega a perceber-se um ao individuo com estruturas distintas da mae, balbuciando seus primei do Tos sons vocdlicos com os quais entra em contato. Estes sons, num pri- meiro momento, manifestam-se indisti 0, Vao sen- | trabalhados até tornarem-se palavras conhecidas, apenas-repetidas inicialmente para dep rem-se mais elaboradas, nascendo dai os conceitos- Te io do ato dé falar y ~-“At6 Continuo, a0 término de um ano, coloca-se em pée inicia ai “, exploragio deste “infinito” mundo ao seu redor. Um tormento para pais - / ansiosos, fixos em seu instinto de preservagéo ¢ que, algumas vezes, nao conseguem perceber a necessidade vital de movimento dopeque- nino e 0 quanto isto representa-para o ser hmano que ‘desenvolve { frenitéa0s seus Olhos, inicratido seu_proces: ci mundo e conros Outros através do-seu-pi er Ler e escrever também com o corpo em movimento Digitalizada com CamScanner Po, a crianga entra em contato com i a entra em c Papel e lapis (oh...materiais di rents) prncipia a deixar regstos ¢gattulsno ain te ‘0 de escrita que, com o d istematiza. doe oficializado pela escola, Peer #mO ser sistematiza Este perfodo na vida de cada cri . a crianga é de no maximo set a cocala temporal métrica, Tepresenta apenas um lapso frdgil detempo crescem estas crianga, ainda lembro-me delas pequeninas), Na lugao da humanidade, £stes poucos anos. u . QU na Tepresentam milhares de anos na histéria da anidadé, Nao"sé Consegue percebero olig tempor qe nate enemas oe Pe gree humano dotado de capacidades e caracteristicas tinicas e fantésticas, de falar, ler e escrever. 7 Cabe Tefletir-se aqui que a fala (bem comoa escrita) nao é fru- tode um mero actimulo de informagdes (palavras) que, por armaze- nagem, retornam ao meio através de sons reconhectveis. O que nos diferencia de grande parte do restante dos seres vivos é a nossa ca- pacidade de processamento... transformacional das informagées que se recebe (Pinker, 1997, p.231). A fala é um igual modo de proces- Samento transformacional. Quando se aprende a falar no se apren- de a linguagem através da memorizagao de frases Ppadronizadas, mas pela compreensdo das regras para a criagdo de uma declarago com significado. Toda vez que se fala literalmente criam-se significados. A linguagem faz uso infinito de termos finitos, assim como nés so- mos capazes de uma combinagio infinita de movimentos através das estruturas finitas de nosso organismo. Assim, pode-se perceber que o simples fato do ser humano colo- car-se em pé, liberando seus membros para a exploragao do ambiente (exploragao do meio e de si - infcio da reflexdo), é um fato recente na escala de tempo da vida na terra. Os registros fésseis apontam para algo em torno de um milhio de anos. Com 0 infcio da escrita, a humanidade entra na histéria, porque possibilitou o registro de fatos ina continuidade temporal. Tal fato no ultrapassa 3.200 anos (Serrés, 1989) em nosso perfodo de tempo. A escrita, como sistema grAfico capaz de registrar as experiéncias huma- nas para serem passadas de geracio a geragdo, € um acontecimento recente na histéria humana. A invengao da imprensa por Gutemberg, em 1455, que permitiu uma socializagio do conhecimento escrito pos- sibilitando uma democratizagao da informagao para diferentes classes sociais, € um fato, como se percebe, nfio completou 600 anos. Digitalizada com CamScanner belec gas ¢ em st esforc qualit nahis teem stiais dife- ite. Inicia- stematiza- sete anos, Ide tempo ninas). Na OS_anos na.— ria da hu- evolugiio ir este ser intasticas, nao € fru- r armaze- ) que nos nossa ca- Ces que e proces- se apren- adas, mas acao com. \ificados. o nds so- ravés das ano colo- ambiente ecente na para algo a, porque | fato no lempo. A as huma- ecimento temberg, srito pos- s classes Durante todo o periodo evolucionéri c ) Olucionério da humanidade, o céreby como tal, também foi desenvolvendo-se e, com 0 passar do tem, 10, die, Tenciando-se das estruturas anteri ebro ht. mano ee um tipo de estrutu manos, ntorme Dennett (1997), € possivel que a lil Gio dos - bros assumida pela postura bipede tenha possbiitade a objetos fon. sem trazidos para a frente dos olhos, e, ao concentrar-se neles, o ser hu- mano tenha Iniciado 0 processo de reflexdo, Tal ato teria estimulado a Tealizagao de. ‘Sinapses naquele cérebro que desenvolvendo-se. chegou ao neocértex (estrutura do cérebro Caracteristica exclusiva do ser. humano), que hoje Partilhado por todos que permite também os processos de uti- Neste Caso cabe uma questo de ordem evolutiva dentro das rotinas do- meésticas de qualquer lar, Quando uma crianga comega a explorar e “de- sarrumar” 0 ambiente, respeita-se a sua necessidade evolutiva, que se manifesta filogeneticamente, de um ser que esté construindo e organi- zando 0 seu mundo ou desconsideramos 0 seu desenvolvimento prefe- tindo a “organizagao0” do ambiente, iniciando-se, desde cedo, a ensinar a0 pequenino que existe uma “ordem” a ser mantida? Cumpre destacar que Dennett (1997) sugere que talvez o ser hu- mano tenha iniciado seu processo de reflexio sem Possuir as ferramen- tas conceituais que as palavras fornecem. Assim, ele deixava marcas no ambiente como forma de reconhecer-se neste mundo. A medida. que o ser humano evolufa em suas experiéncias e estas puderam ser tradu- zidas em sistemas de sons articulados compreenstveis Para outros, ele adquiriu uma enorme vantagem evoluciondria em relacio As outras espécies. Ao poder comunicar e partilhar suas experiéncias com 0 outro, ele péde tomar wm distanciamento desta realidade para melhor observd-la, compreendé-la e enriquecer-se com a diferenca percepti- va do outro. No momento em que, através da fala, o ser humano esta- belece um processo comunicativo, ele comega a reconhecer diferen- gas entre si ¢ o outro. Esta diferenga representa um salto qualitativo em sua leitura de mundo e de si préprio. Nasce assim a:associagiio de esforgos que é vital para a sobrevivéncia nanaturezae com elaum salto qualitativo no desenvolvimento do nosso cérebro. —o So apenas sete anos na vida de uma crianga, sao ee a na hist6ria da humanidade. Este processo desenvolve- e cot eas te em nossos lares. Talvez, por nao compreender os significados e des Digitalizada com CamScanner O importante a registrar-se € que o sinal mais evidente da presenca de uma mente é a Sua capacidade de distanciamento da Tealidade, através de um sistema de linguagem-e simbolos, que Ihe permite assim realizar uma antecipacio do futuro, ela... realiza uma sondagem de elementos do presente, com os materiais do passado transformando-os em antecipa- ¢0es do futuro buscando o seu melhor estado... (Dennett, 1997, p.67). Assim a existéncia da mente é um fato presente na espécie hu- mana, justamente pela sua Capacidade de trabalhar com simbolos exis- tentes nas palavras/conceitos que se manifestam na fala ena escrita. E Os conceitos estdo presentes em nosso meio Porque nés trabalhamos com uma linguagem. Um fato inquestion4vel € que as palavras forne- cem um poderoso manancial de ferramentas que disponibilizam uma profunda exploracao do meio ambiente, distanciando-se dele, anali- sando-o e planejando sua agdo futura. fantastico este simples momento na historia de uma Pessoa, quan- do da transigao de gestos e movimentos Para a comunicago de seus pen- samentos também através das palavras/simbolos. Nenhum outro instante é tio capacitador em termos de potencializagdo da mente como este ao adquirir-se um sistema de cédigos, sinais e simbolos que lhe permite a teflexdo do meio e, principalmente de si préprio. A evolugao humana e a escola Aqui cabe uma reflex4o: a crianga que chega na escola, em qual- la ica.(Quanto se compre- uer perfodo, traz tod: esta bagagem filogenética..Quante ende deste fendmeno e de seus desdobramentos Tios processos de aprei Digitalizada com CamScanner mano enci- asba- “ O ris- Ds fa- inida ara, O yal- yre- a dizagem de um su jeito que chega at istema educacional?/Nao é suji jue chega até o si: i UN: "0 para observar-se na realidade das escolas, em agravante entre as propostas do sistema de en- Tespeitadas as suas tapas evolutivas. al seria esta contradica0? Ao ch ‘gar na escola, o sistema de ensino oficial considera, em ‘rianga como. um_ser plenament om m_seu_M ‘0 organico e, portanto, apto a construir prc .abstragao de conceitos (aiilizando-ee Paina men ak Si palavras e da linguagem) para analisar a realidad ssim,.podem rea- Jizar esta tarefa sem necessitar do movimentoWe seus organisms) como um meio também significative neste processo de desenvolvimen- to. Ou seja, nesta etapa de vida, esta crianga divide-se entre um corpo que apenas Ihe suistém ‘a sObrevivencia, através do-movimento,e-uma —mente qué trabalha com os processos. cognitivas. = Ferreiro (1986) afirma que as criangas observadas em suas pes- quisas sobre a aprendizagem da leitura e escrita nas primeiras séries necessitavam levar para a escola apenas uma mio, os olhos e os ouvidos...o resto do seu corpo era dispensdvel. Tal afirmativa torma-se importante para Tefletirmos sobre o lugar que o corpo ocupa na cons,/ i¢a0 do Conhecimento no universo escolar| nbém é | partilhado por Foucault (1988), quando este autor analisa os efeitos que a disciplinagao do corpo tem sobre as relagdes de poder na socie- dadé;inéluindo-se aiaescola. {__ 6 O que a escola parece esquecer é que na natureza os processos nado se desenvolyem dissociados, mas principalmente integrados, sen- do-um a contrapartida de outro na busca da auto-organizacao do orga- il \SSimi, imobilizar-se estes infantes num momento em que seus organismos encontram-se sedentos da vitalidade que 0 movimento; possui é uma afronta ao esforgo que a natureza faz para construir este |- sujeito dotado de tamanha potencialidade global. Equivoca-se a esco- ini itar one edanay ete dio nau eda qual dla faasnau - tio de lembrar quando, nos. hordrios de entrada, recreio e saida, co - rem de maneira incompreensivel para os professores. como se esta crianga a partir daquelemomento ndo mais ne- cessitasse do. movimento também como snsio ds interagan-somo ambiente para desenvolver as suas melhores capacidades. Além do plenamente desenvolvi- | fato deste pequenino ser nao se encon| do nos seus aspectos organicos, menos ainda nos seus processos de ( Digitalizada com CamScanner abstragao, pois € preciso diferenciar-se de um organisnro humano e dese i in nvolvimento da c; ‘tragao-domesmo.——— = ee . Em muitos momentos, um organismo pode ter atingido suficien- © maturagao biol6gica (suas fungdes fisiol6gicas e hormonais encon. tram-se em perfeito estado de funcjonamento), mas 0 desenvolvimen- todo mesmo como tal depende d mesmas seguem uma ordem baseada principalmente na restrigdo es- acial (limitando-se 0 tempo enirea sala de aula ore ee “fos quinze minor doers) i a USOT ee tempo (Controlando-se este tempo Para tudo; inclusive pararas fungtes fisiolégicas dos Pequeninos - como beber Agua ou ir ao banheiro), Assim, informa-se de antemio as criangas que existe uma or- dem e uma organizacao as quais devem adaptar-se. Existe um conhecimento estabelecido através do qual terdo acesso pela bene- voléncia de seus tutores, Q ponto fundamental que se quer chamar aatengao é, se os nossos primeiros ancestrais $€ Con conformassemi com esta ordem jé existente e limitando a sua ex loraco do ambiente, teria a humanidade evoluido até o atual estagio? Pior ainda, teriam ‘C0 atual estagio? Pior ainda, teria ~ Estamos editcando as crianeas para um mundo que exige cons- tante adaptagao As mudangas pelas quai; cidade ver- tiginosa? Ou as estamos Preparando para um mundo que nao exis- lo que nao exis- te, pois expulsa © movimento como componente fundamental da existéncia humana, sendo este movimento-parte-essencial_de-sua ~ptépria natureza? . ; Esta Coricepgao da escola como um lugar privilegiado para o de- senvolvimento das capacidades mentais (como se estas fossem inde- pendentes da estrutura de um organismo humano) nasce de séculos de equivocos conceituais na histéria humana. Tal posigao sé se justifica i numa abordagem com a visao voltada Para o passado e que no ne, gue acompanhar o desenvolvimento de intimeras areas do conhecimen- \ to humano. Os avangos que hoje se obtém em diversas dreas no estu- ‘ Digitalizada com CamScanner aturagio do dos processos cognitivos do cérebro e suas estruturas, nas pesqui- ede abs- sas que descobrem inumeros Componentes na bioquimica do ser hu- nano, permitem a revisio de muitos pressupostos em filosofia, psico- suficien- logia e na pedagogia. s encon- bserva-se, em alguns periodos da historia, o privilegiamento da Ivimen- mente (como nas concepgdes platénicas do mundo das idéias) como arem su- uma entidade destacada do resto do corpo. Com o passar dos anos, per- sam de= cebeu-se 0 quanto o cérebro esta implicado nos processos mentais ¢ > em va- corporais € as mituas influéncias que um exerce sobre o outro. Uma concepeao possivel e compreensivel para a Idade Média, porém ina- zuns pa- dequada para a realidade cont ea de pesquisas cientificas a res- sriangas peito. Nas palavras 1971, p.208): s-adul- . | que as O corpo nao ¢ pois um objeto. Pela mesma raz4o a consciéncia que te-| a nho nao é um pensamento, quer dizer que nao posso decompé-lo e re-" compé-lo para formar dele uma idéia clara. Sua unidade é sempre im- | Plicita ¢ confusa. Ele ¢ sempre outra coisa além do que é, sempre sexu- alidade ao mesmo tempo que liberdade, enraizado na natureza no mo- / mento mesmo em que se transformou pela cultura, nunca fechado so- ' bre si mesmo e nunca ultrapassado, Atualmente, nenhum neurocientista arriscaria afirmar quea mente desenvolve seus processos baseada somente na atividade do cérebro, uma vez que o mesmo esta em constante interagdo com as estruturas do organismo que lhe fornecem informagées vitais para tra- Hn balhar ¢ sem as quais no teria nenhuma possibilidade de desenvol- teriam vimento significativo (Damasio, 1996) e possivelmente de sobrevi- véncia. Por isto, as fronteiras da mente e do corpo ja foram ultrapas- sadas em muitas areas na ciéncia, mas parece que ainda no chega- |. ram até as nossas escolas. Como afirma Humprey (1995, p.235)... os ' sentimentos entram na consciéncia, ndo como fatos que acontecem conosco, mas como atividades por nés engendradas e das quais par- ticipamos através de nossos organismos. 1 Q.movimento significa vida. Um organismo que nao apresen- as ta nenhuma forma de movimento orgdnico esta morto ou proximo , dela. Ao deixarmos 0 movimento corporal fora das estratégias de © aprendizagem € desenvolvimento na escola, estamos mutilando a + natureza filogenética das criangas que, feridas em sua ontogenia, tornar-se-4o futuros adultos mutilados. Assim, 0 movimento pela \ sua natureza € complexidade participa ativamente de nossas cons- trugdes mentais. ver Ler € escrever também com o corpo em movimento 55 Digitalizada com CamScanner implicagées E 0 que tudo isto tem a.ver coma construcao da linguagem es- crita e falada na escola? Tema ver que o no: sinapses através das intéragdes com o meio, € estas acontecem media- das‘pelas nossas estruturas corporais/organicas, possibilitando através | destas interagdes, 4 construgao de novas abstrac6es. Entao, a dinami- | ca.do movimento é relevante no processo de aprender. A crianca no est4 conseguindo melhorar seu processo de apren- dizagem nas atuais condigées que a maioria das escolas oferecem? Podem ser intimeras as razGes: falta de concentracao decorrente de uma limitago da visao; hiperatividade que se rebela contra a imobilidade; agressividade ¢ transferéncia de condigées de vida para o ambiente da escola, enfim, as raz6es sao intimeras e sua listagem seria por demais extensa, sendo que algumas circunstancias fogem da competéncia do professor na sala de aula. Entretanto, uma razao é da responsabilidade do docente. Sua co- nivéncia ao padrao de imobilidade que os alunos so submetidos na organizagao escolar. Um aspecto sobre a natureza evolutiva da huma- nidade €.a de que o organismo humano possui uma capacidade de... 2rganizacdo. a -Go... (Morin, 1997 p.43). Comparar-se um organismo humano ao desenvolvimento de uma maquina é empobrecer a riqueza que a natureza levou milhGes de anos para dotar nossas estruturas. Uma méaquina possui um tempo de funcionamento baseado na qualidade de seus componentes e€ na substituig¢go dos mesmos por componentes novos quando acontece alguma irregularidade. Um organismo traba- Iha com a constante reorganizacdo de suas estruturas proprias para en- frentar as mudangas de ambiente. Seguindo-se este principio, a reorganizacio acontece gragas & ca- pacidade de movimento e das versatilidades que o mesmo proporciona ao organismo. Todos os fatores citados acima, limitantes aos organis- mos das criangas, sio importantes nas dificuldades que as mesmas apre- sentam. Imobiliz4-las apenas pioraria alguns casos. Proporcionar expe- riéncias de movimento, em qualquer momento nas aulas, possibilitara aos organismos déstes infantes elementos concretos para iniciar um pro- cesso de reorganizagao de suas leituras de mundo as exigéncias que 0 meio est4 lhe fazendo, uma vez que se encontram numa etapa de desen- volvimento em que o movimento é parte vital de sua auto-organizagio. +E qual a relagao de tudo isso com a educagii fisica? Se os profis- sionais desta disciplina nao perceberem as relagdes possiveis e neces- Digitalizada com CamScanner sdrias com a leitura e escrita muito pouco Conseguir-se-4 avancar. Mas este € um processo de Teorganiza¢ao nao s6 da 4rea como também de oa es- cada Profissional. A area: da educagio fisica tem um aspecto paradoxal e.suas se um profissional desejar ele pode trabalhar os seus alunos como mé- 1 media- quinas em busca de performance. O problema é que seres humanos nao através do maquinas. E este € 0 paradoxo da educagiio fisica, posso lidar com dinami- oser humano como méquina, ele responde e produz...mas ele é muito mais do que isto. Se o professor de educagiio fisica trabalhar apenas com € apren- 0 componente de satide do corpo e desconsiderar os aspectos cogniti- erecem? Vos e subjetivos na construgao do movimento, estar4 desrespeitando a -de uma capacidade mental de seus alunos e desconsiderando o esforgo que a na- ilidade; tureza fez para construir um organismo capaz de abstragdes. Que tipo iente da de abstragdes sfio construfdas numa aula de educagao fisica? Ou seré que ‘demais como profissionais realmente partilha-se da crenga de.que o movimen- éncia do to nao influencia na construgiio das subjetividades humanas? Se o mo- vimento é mera repeti¢ao, porque trabalhar com um organismo capaz Sua co- de realizar operagdes mentais? tidos na E afinal, se a leitura e a escrita também fazem parte de um pro- a huma- cesso de comun , este acontece entre sujeitos que comunicam- ade de... se mediante a inter-relagdo de seus corpos, entiio a educacio fisica tem Zanismo muito a ver com tudo isto. Nenhuma mensagem de um individuo che- ‘riqueza gaa outro senio através da concretizacdo mediada pelo seu corpo as. Uma (Humphrey, 1995). Hoje em dia qualquer individuo pode enviar men- idade de sagens para qualquer parte do mundo utilizando-se de um computa- onentes dor. Mas para que a idéia passe de sua mente para os sinais digitais do traba- mesmo ela precisa ser mediada pelo seu corpo (seja através dos dedos paraen- do teclado, seja através de sua voz). Hoje nos comunicamos das mais variadas formas, mas durante séculos nossa comunicagao restringiu- cas A ca- se as nossas limitagSes corporais. : porciona Pode-se ter uma idéia da velocidade com que as mudangas que organis- vivenciamos hoje acontecem num ritmo alucinante, cujos impactos al- nas apre- gumas vezes passam despercebidos, através do seguinte exercfcio de rar expe- reflexiio: grande parte da existéncia da humanidade aconteceu nas ca- sibilitaré vernas (Tofler, 1978). Tomando-se o tempo de existéncia humana da rum pro- ordem de 500.000 anos (0 que é um fato parcial) e dividindo por 65 jas que o anos, neste caso tomando-se este ntimero como a base de tempo para de desen- uma gera¢ao (que nao é de todo veridico, uma vez que aconteceram mnizagao. indmeras alteragdes nos periodos da histéria), teria-se um numero de »s profis- aproximadamente 800 geragGes. Deste total, 650 geragdes foram pas- € neces- sadas nas cavernas e a comunicagio era essencialmente corporal. Tal Digitalizada com CamScanner comunica¢ao estd inscrita em nossos genes e nos acompanha ainda hoje. Hé apenas 70 Beracses foi possivel a comunicacdo de uma gera- ¢&o para outra através da invengio da escrita, Apenas as tltimas 10 geragdes Puderam ter alguma espécie de acesso & comunicacio de maneira e buscando comparar as 800 geragdes com um adulto de 80 anos de idade, dirfamos que ele aprendeu a viver numa casa aos 65 anos de idade e comunicar-se através da escrita, aos 73 anos de idade. Percebe-se, assim,na histéria da humanidade, o quanto 0 fen6- meno da escrita.é um fato recente. Apesar do fantastico salto qualita- tivo que ela representa, ainda nao se aprendeu a utilizar plenamente as potencialidades da mesma. Reflexées finais No caso das relagdes do ser humano como Proprio corpo h4 um paradoxo a resolver, ou seja, procura-se encerrar dentro de uma lin- guagem escrita (sinais) a dimensio da experiéncia de uma vivéncia cor- poral. Nietzsche (citado por Naffah, 1993, p.18) j4 nos adverte para o quanto h4 de enganoso na crenga de que os signos verbais e escritos possam dar conta da complexidade de qualquer realidade. Escreve: Todo conceito nasce por igualacao do nio igual. Assim como € certo gue nunca uma folha ¢ inteiramente igual a uma outra, € certo de que o conceito de folha ¢ formado por arbitrério abandono dessas diferengas particulares por esquecer-se do que é distintivo, e desperta-se entao a Tepresentago como se na natureza além das folhas houvesse algo que fosse “folha” segundo a qual todas as folhas fossem tecidas. Aqui se estabelece um paradoxo. Se a linguagem representa um distanciamento, para compreender-sé 0 meio, como distanciar-se da- quilo que € condi¢ao de nossa existéncia, no caso nosso préprio orga- nismo? A lingua; nseqiientemente a escrita e a fala) é sempre uma redugao da complexidade da experiéncia. E que bom que ela é assim. Desta forma ela abre espago para a construgaio de um proceso minimo-de comunicag4o com 0 outro, obrigando cada um a dirigir-se ao diferente como forma de melhor compreender a si e as diferengas Digitalizada com CamScanner panha ainda le uma gera- S ltimnas 10 unicagaio de aS as Liltimas eracao atual cio de outra adulto de 80 aos 65 anos 2 idade. anto o fend- alto qualita~ plenamente -orpo hd um de uma lin- ivéncia cor- verte para o is € escritos Escreve: como € certo erto de que o as diferencas ta-se entio a -sse algo que s. presenta um nciar-se da- ‘éprio orga- a) € sempre m que ela é 1m processo a dirigir-se s diferengas que existem entre um processo perceptivo e outro. Ao m que preserva no ser humano o seu direito de liberdade de Perimentar a sua prOpria vivéncia e abstracdo, a ser compreendido é que a dimensio ampla e com- plexa de uma-experiéncia-conctél 'somente pode ser compreendida através de sua vivéncia..E a.escrita como: proceSso_dé-comunicagao permite multiplicar esta experiéncia para ser vivenciada Por outros, e as reflexdes-dela-decorrente potencializara0 Novas possibilidades de atua¢aoe intervencao.-Este é um aspecto-fascinante-daleitura e da es- Gritz como produtos hiimanos. A medida que se conseguir resgatar a comunicagao do corpo neste processo comunicativo poder-se-4 com- Preender mais profundamente a dinamica de distanciamento que a lei- tura ¢ a escrita permitem, pois nos encaminham como seres Teflexivos Para condigdes de abstragdo da experiéncia. : Assim, pretende-se adotar alguns Princfpios que norteiam uma ° Prética neste artigo.|Esses princfpios analisam o ser humano como um organismo natural que, na sua hist6ria evolutiva como espécie, partiu de estruturas simples para estruturas mais complexas, com tendéncia ' natural de movimento e expansdo que alteram a sua estrutura cerebral. Esta estrutura possibilita a aprendizagem de sistemas simbélicos e da linguagem, permitindo uma capacidade impar de intervengdo no seu meio ¢ de construgao de abstracées, conferindo a capacidade de rea- lizar previsdes e deixar marcas no seu ambiente, distinguindo-o signi- ficativamente em toda a natureza. Equivoca-se o professor de classe que busca trabalhar com pala- ’ vras/conceitos sem utilizar-sé das-capacidades-que-o Movimento or- ) ganico oferece na potencializayao-de-exploragio-do mundo econscl. ‘éncia de si proprio pelas vivéncias que acontecém/através da proprio carpio, E equivoca-se-o professor de educagao fisica que privilegia ape- -\nas_o movimento como contetido de shas-aulas-deixando-de-lado a rodugdo de escrita como forma dos alunos registrarem as suas-sensa- Ges € impressOes a réspeito de qualquer Vivéncia que tenha aconteci- io durante a mesma, estimulando as suas s abstragSes, uma vez que fa- /zer € fundamental;-mas fazer é refletir € capacidade humana vital. | E necessidade vital o movimento nia vida de um ser humano. Assim como o proceso de ler e escrever (decorrente filogenetica- mente da capacidade de movimento) como forma.de-deixarmarcas-- que lhe possibilitarao um m¢ distanciamento_para refletir sobre _ a sua experiéncia‘e assim avancar evolutivamente auxiliado pelas_ palavras/conceitos junto ao movimento. Falar, ler, escrever e movi- lesmo tempo refletir e ex- ere escrever Ler € escrever também com o corpo em movimento 59 a Digitalizada com CamScanner menar Se aida as pessoas a organizaremeomosontomas suas sub- - jetividades. Negar a importancia lessas-dit 6 5 human -une-ieqerdimensiede humano;uma-yer-qie-a-dimensio-de fazer ¢-diftece ee mensao de falar, que € di limensao_d i- Pie io.de escrever e que é di- Privilegiar essas diferentes dimensdes em etapas fragmentadas na escola € anular 6 poténcial humano que nao acontece disperso, mas avanga em operagdes.conjuntas. Pode-se dizer que nés comecamos Primeiramente a sentir como organismos, depois aprendemos a nos movimentar. Posteriormente, comegamos a falar e finalmente a escre- ver. A crianga passa por todas essas etapas nos seus primeiros anos de vida. O importante é continuar esse processo em conjunto, pois o avan- go em uma etapa permite melhor compreender a anterior. Se, confor- me Freire (1981) e Fiori citado por Freire (1987) aprender a ler ea es- crever é aprender a ler e a escrever o mundo situando-se nele, perce- be-se o quanto € necessério avangar conjuntamente no sentido da lei- tura, da escrita e do movimento como processos intimamente ligados. E fundamental escrever nao apenas a respeito de algo, mas também a Tespeito de si préprio.como-forma-de deixar-suas-préprias marcas, E necessdrio compreender a unidade comunicativa como uma decorrente da outra e cujos efeitos de sua m4 compreensao podem ser danosos no desenvolvimento_de um individuo. Infelizmente-o.que-se-observa-6— exatamente a dissociagao deste processo integrado. : As experiéncias que se tem desenvolvido junto aos alunos de graduagao dos cursos de educagio fisica, pedagogia e pratica des- portiva na Escola de Educagao Fisica da UFRGS, onde os mesmos escrevem a respeito de suas vivéncias/experiéncias e reflexdes daf decorrentes a respeito das atividades que desenvolvem, permitem in- teressantes inferéncias. os Os alunos da educagio fisica, como regra geral, so mais sintéti. cos, nao desenvolvendo maiores'reflexdes a respeito de suas experi- éncias. Alguns iniciam um processo mais amplo de registro desenvol- vendo uma reflexao e conseqiientemente uma melhor construgao de texto. Nestes casos, observa-se nestes alunos um aumento de seu indi- ce de leitura. No caso da pedagogia, a construgao dos textos é bem mais elaborada e no contetido dos mesmos aparece de forma significativa “deslumbramento” dos alunos a respeito da experiéncia de movimen- to que, conforme seus relatos, é uma experiéncia desconhecida no Ambito do curso. Na pratica desportiva as diferengas vao aparecer por conta das caracteristicas do curso de cada aluno, sendo os alunos das Digitalizada com CamScanner sub- tilar di é di- adas ‘mas mos nos scre- s de van- ifor- quer situacdo a experiéncia grati beao final de-seu.trab: o-que aquele processo de registro de suas im- Presses lhe permite realizar uma melhor avaliagio de todo csatren, _tre, Possibilitanido-Ihe-uma-melhor compreensio dest Te, possi u e-perfod —aprendizagem-Estestegistros permitem-demonstrara fice oe os alunos pos: m de desenvolver as suas proprias idéiase-mais ain- da, falar'e éscrever sobre como se seritem: Os trabalhos deseiivolvidos'no Nticleo de Integragao Universi- dade Escola, da Pr6-reitoria de Extensaio da UFRGS, em atividades de assessoria a iniimeras escolas e municipios do Rio Grande do Sul, atra- vés de encontros, tem-nos Possibilitado a multiplicagao desta propos- ta com os professores que participam das mesmas. Através dos seus Telatos € acompanhamento, verifica-se que a tentativa de trabalhar ° movimento organico, em conjunto coma leiturae a escrita, tem apre- sentado beneficios diversos para todos. Pode-se citar aqui também as experiéncias desenvolvidas pelo autor em escolas publicas de diferen- tes municipios (Tapes, Camaqua, Santa Maria, Pelotas) que corrobo- Tam Os princfpios aqui descritos. aa Por que a experiéncia do movimento do organismo seria impor- _tante para a questao da leitura € Ga escrita? Porque conforme Dennet (1997, p.73)... tudo aquilo que se lé é escrito por alguém. Assim como a fala e a escrita sio um processo... transformacional da informagao que chega do meio para o individuo... (Pinker, 1997, p.73) cada leitu- ta e cada escrita de alguém a respeito de algo, a partir de um ponto de observagao, sujeitam a intimeras imperfeigdes de decodicagGes equi- vocadas. A comunicagao do ser humano para seus pares Ihe permite confrontar suas concepgdes num campo de pluralidade de idéias. Entretanto, por mais que se multipliquem as trocas, a dimensao de existéncia concreta de um individuo sera determinada pelos Jimi- tes em seu organismo, pois a leitura e a escrita serao sempre uma pos- * sibilidade organizaci da realidade de alguém no meio de tantas ou- <; as. A qu: 1 individuo estaré ligada 45 condigdes _\. concretas de interagao com o meio através de seu organismo. O movi- “mento é, portanto, este indicador de outras Possibilidades de uma ma; nutengao saudavel de suas condigdes organicas, mas principalmenté da consciéncia de suas sensagdes, seus sentimentos, sua revisio de passado e construgao de possibilidades futuras que o ser humano iré elaborar na busca de condigdes cada vez melhores de existéncia. Cer- tamente nao se pode parar no mero movimento pelo movimento. Mas, Digitalizada com CamScanner Referéncias bibliograficas HOBSBAWN, E. 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