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ADRIANO CAMARGO Tee 5 en adnan) 1tuals EvVaS banhos defumagoes benzimentos ADRIANO CAMARGO Ligitarzaas com CaMSCaTTer SUMARIO PreFACIO DE RUBENS SARACENI JAGRADEGIMENT OS etn tenes! Se = SE SAPRESENTAGAQ Peet eeeuieeses eee ea TERY RT 6G Xess ee eR PE a 8 a Th EET Os Rituals 19 PREPARANDO A MENTE PARA OS RITUAIS 19. RR I I aera SIMPLICIDADE — RITO E RITUAL Misrérios QUEM PODE FAZER RITUAIS COM ERVAS—_____ 32 REGRAS BASICAS PARA O USO DO ELEMENTO NATURAL 34 O QUE PODE ATRAPALHAR OU MESMO DESQUALIFICAR UM BOM RITUAL? 37 ASRIS= = = eee 0 EMOGAO IMAGEM MENTAL 39 SENTINDO A REZA 40 ArIVAAO DO PODER REALIZADOR DAS ERVAS________ 40 IREZAGATIVAD ORAS ae srt costs SO ce es 4) Evocagho BAsIca (Gurat) ag 8) PARA ACORDAR AS ERVAS SECAS I 44 ©) PARA ACORDAR AS ERVAS SECAS 2. ag 1D) PARA ACORDAR AS ERVAS SECAS 3 44 B) PARA COLHER A ERVA VERDE (FOLHA) ——_________ 45 D PARA Counts Rat gy ¢) PARA ATIVAR A DEFUMAGAO —_____________ 45 +) PARA SE PREPARAR PARA UM TRABALHO COM ERVAS —_______ 45 7) PARAEATERiAS Horna SSeS ay 3) OUTRA REZA PARA BENZIMENTO 46 K) ACENDENDO UMA VELA 46 1) ArIvanpo UM BANHO (ou cHA) 46 M) AGRADECIMENTO FINAL 46 RBZAS TRADICIONAIS 47 A) Sut Dk Cause 2 See ae Sees sae 8) Pat Nosso 47 iden Vice Say ) Oragho De SAo FRANCISCO DE Assis 47 F) PRECE DE CARITAS 47 ¥) SALMO 23 48 6) Par Nosso ba Umpanpa — Pat Nosso pa Narureza 48 CONHECENDO AS ERVAS 49 ERVAS FRESCAS E ERVAS SECAS - DIFERENGAS 49 CCLASSIFICAGAO DAS ERVAS PARA MAGIAS RITUAIS 5 CLASSIFICAGAO DAS ERVAS NA CULTURA IORUBA SEGUNDO PIERRE VERGER—CULTOS DE MATRIZ AFRICANA. Ligitarzaao com vamséanner CLASSIFICAGAO SEGUNDO PARACELSO— ALQUIMIA MAGIA NATURAL CLASSIFICANDO AS ERVAS ERVAS QUENTES, MORNAS E FRIAS ERVAS QUENTES OU AGRESSIVAS. ConsiDERAGOES IMPORTANTES SOB AS ERVAS QUENTES OU AGRESSIVAS Cuidados Frequéncia Tempo ¢ intervalo Quantidade Diresio Mitos e verdades Mowocraria DE ERVAS QUENTES OU AGRESSIVAS Arocira ~ Schinus serebinthifolia Raddi Amruda— Ruta graveolens L. Buchinha do Norte ~ Luff opercuataL. Casca de Alho ~ Adie sativum L. Casca de Cebola ~ Alli cepa L. Comigo Ninguém Pode — Dieffenbachia picra (Lodd.) Scho Dandé da Costa ~ Tiritica~ Cyperus rosundus L. Erva de Bicho ~ Polygonum persicaria L. Espada de Santa Bitbara — Sansevieria trifaciata Hort. Espada de Sio Jorge ~ Sansevieria guincensis Hort. Bucalipto — Eucalypous globulus Labill. Fumo Tabaco— Nicotiana tabacum L. Guiné ~ Petiveriaalliacea L. Jurema Preta— Mimosa hostilis Benth. ‘Mamona ~ Ricinus communis. Para Ratio — Melia azedarach L. Peregun - Dracena Roxa~ Cordyline terminalis (L.) Kunth. Picio Preto ~ Bidens pilosa L. Pimentas ~ Capsicum sp. Pinhdo Roxo — Jatropha gosrypiifolia L. Quebra demanda ~ Justicia gendarussa L. ERVAS MORNAS OU EQUILIBRADORAS CONSIDERAGOES IMPORTANTES SOBRE AS ERVAS MORNAS| Cuidados Frequéncia Quantidade Tempo e intervalo. Direcéo Verdade e miros entre ervas quentes e mornas MONOGRAFIA DE ERVAS MORNAS OU EQUILIBRADORAS bre Caminho ~ Lygodinmm volubile Su Alecrim ~ Rosmarinus ofcinalis oe Alfayaca ~ Ocimum gratissimum I. Alfazema (lavanda) ~ Lavandula officinalis Chaix Anis Estrelado — Iicium verum Hook. Fil oy 96 99 101 103 Artemisia — Artemisia vulgaris L. Benjoim ~ Styrax benjoin Dry. Boldo— Plectranthus barbatus Andrews Café Folhas — Coffea artbica L. Calendula Flor— Calendula officinalis ‘Camomila Flor — Masricaria chammomilla L. ‘Canela Casca ~ Cinnamomum zeylanicum Breyn. Capim Cidreira ~ Cymbopogon citratus (DO) Stapf Cipé Caboclo ~ Davila rugosa Poir, (Cips Prata— Banistera argyrophylla Colénia — Alpinia zerumber (Pers.) B.L. Burtt. & RM. Sm. Cravo da {ndia~ Syzygium aromaticum L. Etva Doce~ Pimpinella anisum I. Folha da Costa ou Saiso (kalanchoe) ~ Kalanchoe brasiliensis Camb. Gengibre~ Zingiber officinale Roscoe, Girassol Flor e Semente ~ Helianchus annus L. Graviola ~ Annona muricata L. Hibisco — Hibiscus sabdariff Hortelas (Mentas em geral) Hortela Comum— Mentha sp Hortela Portuguesa ~ Mentha. villosa Huds Hortelé Pimenta~ Mentha spicata L Hortela Branca ~ Plectranthus sp. Hortela do Norte - Plectranthus amboinicus (Lour) Spreng. Levante — Mentha arvensis L. Poejo— Mentha pulegium L. Incenso Resina - Olibano ~ Boswellia carterit Birdw. Incenso folha ~ Tetradenia riparia (Hochst.) Codd. Laranja folhase casca do fruto - Citrus auransium L. Limo folhas ~ Citrus limon (L.) Burm. F. Losna — Artemisia absinthisom Louto ~ Laurus nobilis Macela ~ Achyrocline satureivides (Lam.) DC Malva cheirosa~ Pelargonium sp. ‘Mangucira folhas ~ Mangifera indica L. Manjericio comum (gratido) ~‘Ocimurm bacilicum L. Manjericao comum (miido) ~ Ocimum minimum L. Manjericdo Roxo ~ Ocimum basilicum purpureum Hort. Manjerona ~ Origanum majorana L. Melisca officinalis L. ‘Melissa brasileira ~ Lippia alba (Mill) NE. Br. Cidré Pessegueiro — Lippi sriphylla (L'Hér) Britton Mirra — Commiphora sp. Peregun Verde — Dracena ~ Dracaena fragans (L.) Ker Gawl, Peregun verde-amarelo ~ Dracena ~ Dracaena fragans var. Massangeana L. Picangueira — Eugenia uniflora L. Romanzeiro — Romd folhasecasce do fruto ~ Punica granatum L. Rosa Branca~ Rosa centfolia L. Silvia — Salvia officinalis L. Samambaia ERVAS FRIAS OU ESPECIFICAS ANTES DE FALAR DAS ERVAS FRIAS OU ESPECIFICAS ENTENDENDO As Ervas FRIAS OU ESPEC{FICAS 106 108 10 uu m2 113 us 116 7 ug 120 12 122 123 125 127 128 129 129 130 131 131 133 134 135 136 137, 138 139 140 42 143, 145 146 146 148 149 150 150 151 151 153 155 156 158 160 162. 164 166 166 168 ——rganzaae CoAT Camscanner MAGNETISMO FEMININO (RITUAIS PARA MULHERES)—___________170 MAGNETISMO MASCULINO (RITUAIS PARA HOMENS)—_170 ‘AMOR E HARMONIA CONJUGAL ag PROSPERIDADE, ABUNDANCIA E FARTURA 172 TRANQUILIDADE B PACIENCIA ag ESTIMULO, MOTIVAGAO E CORAGEM 176 EspIRITUALIDADE, MEDIUNIDADE E DESENVOLVIMENTO 178 EBVANPARACRIANGAS sere cues Sus ERVAS PARA GESTANTES 181 POTENCIALIZADORAS, MAGNETIZADORAS E ESTABILIZADORAS 182 ERVAS MEDICINAIS (FITOTERAPIA POPULAR)—____________183 Chase seus preparos - regras bisicas 83 Para preparar o cha hé virias maneiras. As pr 184 Infusio 184 Decoorio 184 ‘Tisana 184 Maceragio: 184 SAL GROSSO 185 . Os PREPAROS RITUAL{STICOS 186 Bui) ds geet AEE a Derusag 185 Os antacis 19t BATE-FOLHAS x sACUDIMENTO 194 BENZIMENTOS 196 Beireasmno cara tcty = eee ke tae OG Benzenvo JOVENS # aDULTos — agg Us rouco mats sore o peNzimento sag PopEres # DEVERES DO BENzEpOR ag BENzIMBNTO COM CHAVE 200 BENzENDO A DIstANcIA 20r BENZENDO UMA CASA 201 (CONSAGRAGOES DE ELEMENTOS 202 RITUAIS COM ERVAS PARA TODOS OS DIAS —_ 203 RITUAL DE LIMPEZA £ ENERGIZAGKO COM ERVAS EMTRES PASSOS—________ 20g Deresa oU MANUTENGAO ENERGETICA DIARIA 207 ATUAGOES NEGATIVAS COMO FUNCIONAM — OPOSIGOES AO TRABALHO 208 Onsessko esprrrruat InyrerneRincta MENTAL — Un TIPO DE MAGIA NEGA‘ 208 Macta NEGATIVA CoM Uso DE BLEMENTOs a9 Proseco ENTIMA OU AUTO ORSESSKO 208 CONSIDERAGOES FINAIS REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 212) —————— Lgttatzaao com Lat PRerAcio Cy 2 onheci o meu irmao Adriano Camargo hd muitos anos ¢ agora rece- H.seu cobvite para prefaciar seu livro intivulado “Rituais com Ervas’ convite este que, se me alegrou, no entanto preocupou-me, porque © tema “Ervas” exige um conhecimento amplo de quem se propée escrever sobre elas. Mas, apés ler o livro, minha preocupasao desapareceu, uma vez que também aprendi mais um pouco sobre elas, justamente através de uma forma de abordagem inédita ¢ de facil memorizacio. De fato, Adriano Camargo faz jus a0 seu apelido carinhoso, dado a ele por quem o conhece e com ele convive hé tanto tempo, que © chamamos de “O Erveiro da Jurema”. Lembrei-me que em 2000 ou 2001 0 Adriano me mostrou um esbogo, ainda em apostila, de todo um trabalho que ele vinha prepa- rando e que, posteriormente, deu origem ao curso sobre ervas, jé mi: nistrado por ele ha alguns anos que ja beneficiou os milhares de pes- soas que com ele estudaram as ervas e suas propriedades terapéuticas, energéticas ¢ espirituais. Assim como mergulhei na leitura desse livro, actedito que vocé, leitor que est lendo este meu preficio, também se esclarecerd muito devido 4 forma singela com que o Adriano trata as ervas ¢ o mundo vegetal. Nao vou antecipar aqui os temas abordados com a propriedade que s6 0s profundos conhecedores ¢ amantes da natureza conseguem. Mas que deu vontade, isto este livro despertou em mim. ‘Ao meu irmo de fé e amigo Adriano Camargo meus parabéns por colocar ao piiblico interessado pelos poderes das plantas um ver- dadeiro formulario ritualistico e terapéutico, que iré ocupar seu justo e merecido lugar nas bibliotecas dos estudiosos das ervas. A vocé, leitor, uma boa e instrutiva leitura! Rubens Saraceni ———Rrruais com envAs - BANHOs, DEFUMAQOES E BENZIMENTOS Ligitatizaao com Lamscanner AGRADECIMENTOS ~/ agradecer é uma magia! “Por favor e muito obrigado sao palavras magicas que podem mo- dificar o dia de uma pessoa. Todos os livros devem conter uma parte de agradecimentos. Isso é praxe, assim como é praxe todo autor lembrar, aqui, de sua familia. O que o leitor normalmente vé nessa parte é comum a todos. Mui- tos até nem leem, pois jé sabem o que vao encontrar. O que poucos se atém, é a importincia de algumas pessoas na vida de quem escreve. Os que leem os originais, os que trazem um café inusitado em horas pouco convencionais, os que aguentam um mau humor quando a inspiracio foge, ou os que s4o obrigados a esperar, mesmo sabendo que hd coisas “mais importantes” a serem feitas do que ficar escrevendo. E também os que sabem que um livro esta sendo escrito e mesmo assim tratam de lembrar o tempo todo 0 autor com a pergunta: — E © livro, esta pronto? Pois é, além de agradecer a todos, quero apontar sim como sao importantes. Cada um faz. parte de cada pedacinho realizado, Pode nao parecer, mas eu me lembro de cada trecho e onde cada um participou com seu jeitinho pessoal. Muito obrigado! . Obrigado, Pai Criador! Obrigado, Mac Natureza! Obrigado a Umbanda! Obrigado aos Sagrados Papais e Mamaes Orixés! Obrigado aos Mestres Espirituais, que na forma de Caboclos, Pretos Velhos ¢ intimeros arquétipos lidam com nossa sensibilidade e natureza humanas e sabem como ninguém do que nés mais precisamos. Obrigado ao meu Sagrado Pai Caboclo Ventania por ter tanta paciéncia comigo, com minha teimosia, preguica ¢ desculpas esfar- rapadas para coisas que deixo de fazer. E obrigado por confiar seus “Ventos de Aruanda” a esse vosso filho, aprendiz do vosso amor. Obrigado Pai Cobra Coral, Pai Arranca Toco (o Erveiro), Mae Jurema, Pai Floriano, Ventinho, Seu Capa, Seu Cova; 0 “Velho Er- veiro”, e todos que de alguma forma tém dedicado sua vida espiritual —__Rrrunis com evas - Banos, DEFUMAGOES & BENZIMENTOS ‘igitaitzaas Gomi Lamscanner _—___________Acranecimentos & evolucao desse irmaozinho e que através de mim podem melhorar a existéncia de alguém. Obrigado por me fazerem util ao semelhante, esse mérito € todo vosso! Obrigado ao Poder Divino ¢ Forgas Naturais da Jurema, que con- fiaram esse trabalho a esse filho € irmaozinho, muitas vezes cego, surdo, mudo e ignorante das coisas, apenas sabendo que deveriam ser feitas. Em especial, mulher da minha vida, Andréia Conté Camargo, esse ser de luz que caminha comigo ¢ que verdadeiramente me suporta em todos os sentidos. Amor, nosso livro esta pronto! A minha filha Thais, que trouxe um sentido cm minha vida e me deu motivos para ser cada vez mais cor- reto. Quando a gente aprende que ensina mais com o exemplo, ¢ isso que acontece. As palavras movem, mas os exemplos arrastam! A meméria de meus pais, Antonio ¢ Elisa, pelo dom da vida, por terem moldado meu cardter com sua simplicidade e honestidade e por me proporcionarem essa experiéncia na matéria. Ao Mestre Pai Rubens Saraceni pelo incentivo, por todo 0 apoio, por ser quem é¢ estar onde est ¢ por ter aceitado prefaciar esse livro. O senhor sabe da sua importincia, e isso é 0 que importa! Ao Pai Ronaldo Linares, pela sua dedicagéo 4 Umbanda e por todo 0 apoio. Obrigado especial e de muito corag4o 4 Familia Ventania. Nao vou colocar aqui todos os nomes, mas quem é, sabe que é. E quem esta, sabe que estd. A esses meus verdadeiros irmaos de Fé, meu muito obrigado sempre! Aos irmaos de caminhada, de sina e destino, que se dedicam a ensinar o que sabem e aprender com o que ensinam. Aos alunos que desde 0 ano 2000 vém alimentar seu espirito com 0 conhecimento das ervas. Ao Jornal de Umbanda Sagrada e seu editor, Pai Alexandre Cumino, por todo seu trabalho, pelas oportunidades e portas sempre abertas. A todos os jornais e revistas que permitiram que 0 conheci- mento fosse levado de forma simples, em palavras escritas. Precisarfamos de mais algumas paginas para que todos os que so importantes na minha vida possam ser lembrados nominalmente aqui. Recebam minha gratidao. Que Deus Nosso Pai Criador, que Mamae Natureza, Seu Poder Divino e Forgas Naturais possam os abengoar sempre! Muito obrigado, muito obrigado, muito obrigado! ~ Bantios, DEFUMAGOES & BENZIMENTOS _____ ApresEnTAcAo ‘0ss0 dizer que fago 0 que mais gosto e gosto muito do que faco. O tra- ‘com as ervas foi substituindo naturalmente meu campo de formagao original. Durante alguns bons anos militei como um profissional de exatas, mais precisamente trabalhando com tecnologia da informacao. Esse trabalho com a natureza e seus elementos tem completado os campos de conhecimentos, habilidades e atitudes necessérias para que eu proprio me encontrasse, conhecesse e pudesse enfim acreditar que era capaz de realizar algo, néo apenas para mim, mas principalmente para meu seme- Ihante. A Umbanda é religido. F religiio do bem e para o bem. Cresci na Umbanda e nela me formei como pessoa e actedito que esse conceito, muito falado ultimamente, sempre esteve nas bases dessa forma de encontrar a Deus em nés préprios. Entender a si préprio vem se tornando matéria obrigatéria para todos nés, praticantes das religides naturais, as que tm na “Natureza” sua base. Nao s6 na natureza de elementos, mas na natureza humana, como ensinado arduamente pelos guias espiricuais e aprendido de forma empitica através das manifestagGes meditinicas, dos arquétipos, linhas de trabalho que tra- zem em seus tracos humanos regionais, uma forma de expresséo que leva a um entendimento maior da nossa prépria origem divina. Por traz da aparéncia infante de uma crianga, um “eré” manifestado em seu médium, ha um campo vastissimo para o entendimento de que “renovar é preciso”, Para que tudo possa atingir um ponto de sabedoria, € preciso constante renovagao. Para que novas energias se estabelecam é ne- cessiria a alegria da crianga. Se vocé sente as religiGes da natureza assim também é um dos nossos. Somos muitos, eu tenho certeza, e somos fortes. Nosso livro sagrado € escrito todos os dias, de um pdr do sol a outro, em cada ciclo da natureza. Somos do bem e para o bem, ¢ o ser humano que nao est4 no bem é porque ainda néo compreendeu sua natureza. Essa é a busca da humanidade, o entendimento da sua prépria origem, Ao apresen- tar “Rituais com Ervas—banhos, defumagées ¢ benzimentos’, pego licenga, béngo, amparo e proteao aos sagrados Mestres da Luz do Saber. Esscs, invisfveis aos olhos dos descrentes, pois ndo fazem a minima questio de se pronunciarem em piblico aqui, nesse meio humano, entendido por nés como um ponto transitério no caminho da evolucio espiritual. S40 —______Rrruals com gnvas - BANHOs, DEFUMAGOES E BENZIMENTOS “ightauzaao com Camscanner 14 Anresexacho. impessoais ¢ colocam suas individualidades a servico do coletivo através de muitas formas de entendimento 0 que chamamos de religido, se servindo para isso de nomes e simbolismos que esto no nosso inconsciente humano. Adotam e permitem a melhor forma para nés os entendermos, efeito esse observado também nos seres da natureza. Sao esses os inspiradores desse trabalho, Aqueles que na maioria das vezes nao se identificam, apenas caminham junto comigo, na mata ou na selva de concreto ¢ tecnologia. Convidam-me a observar os ciclos das ervas, as partes, folhas, cascas, raizes, frutos, flores, enfim, observar 0 que estd contido ali, no elemento. Conduzem-me a observar as grandes e pequenas Arvores € as minimas, mas perceptiveis, manifestagSes de Deus na Nature- za, Sao eles que permitem hoje essa troca de experiéncias através desse livro. Esses escritos nao so apenas para Umbandistas ou outros religiosos, so para todos nés que buscamos formas simples € objetivas de compreender 0 que jd se faz hd milénios dentro das culturas e religides. Uma abordagem peculiar e cuidadosa, comprovada pela repeticéo, de que € possivel se servir do conhecimento da natureza para nosso benefi- cio. Oferecemos uma pequena parte desse trabalho que comecou de forma simples e assim, simples, permanece em esséncia. E a experiéncia da busca pessoal por respostas, e isso por nao acreditar que estava, simplesmente, pondo em pritica um conjunto de crengas e superstigées sem fundamento ou explicagio, por menor que seja. Como num impulso, um dia acordei com uma imensa vontade de aprender sobre as ervas... Eu sou Adriano Camargo, chamado carinhosamente de Erveiro da Jurema — apenas um irmao que gosta de falar ¢ escrever com 0 coracio. Quem escreve, seja o tema que for, procura passar nas palavras escritas aquilo que acredita, sente ¢ que gostaria que todos pudessem perceber tam- bém. E um compartilhar intenso entre o escritor, sua obra ¢ seu piblico. Alguns escrevem para si mesmo, outros pensando em seus leitores. Mas 0 escritor nao escreve por obriga¢40, ou porque tem prazos a cumprir e tem que ser feito. Escrever é um épio capaz de tirar do amago, do intimo, um sentimento que nem sempre pode set colocado em palavras escritas. Muito obrigado a vocé leitor por permitir que eu compartilhe, sim- plesmente, do meu coragdo ao seu. Tenham todos uma étima leitura e uma fantéstica viagem ao mundo das ervas! Adriano Camargo ——.._. Rirvats cow envas- Banos, peruMco INTRoDUCAO “empre que falamos sobre 0 uso das ervas, nosso mental, ou nossa ~consciéncia, nos remete ao universo mistico das benzedeiras, dos raizei- ros, das pessoas envolvidas com a vida no campo ¢ 0 uso dos elementos da natureza na forma de alimentos, chs e preparos medicinais. Desse universo também fazem parte os remédios para todos os males € um conjunto de palavras incompreensiveis na forma de rezas ¢ ladainhas que, se nao tém um poder de realizagao imediato ou propor- cionam um show de luzes ¢ cores alucinantes, envolvem os participantes do processo numa aura de mistério ¢ Fé, que comungam com a cura esperada c a realizacao de pelo menos 0 necessrio bem-estar espiritual. A imagem mitolégica do alquimista, da bruxa, feiticeira, ou da simplesmente “fazedora de garrafadas”, tio discutidas e desconheci- das pelos povos da cidade, jé formaram no passado a tonica desse mundo simples e ao mesmo tempo incompreendido. Lembro que de crianga, invariavelmente era levado para ser ben- zido em alguma casa distante da nossa onde morivamos. Distante quando se é crianga pode ser apenas alguns quarteirées.. Mesmo ma- mie sendo também capaz de benzer (os outros), eu tinha que ser aben- soado por pessoas diferentes, essa era a regra. Na visio do menine, as casas das benzedeiras cram fantisticas, verdadeiros templos da bruxaria, cheias de pocdes mgicas acondicio- nadas em potinhos de porcelanas coloridas em armarios de férmica branca com cintilantes dourados e puxadores de madeira escura. Nas paredes da casa, quadros de So Jorge, lemanja, o Sagrado Coracio de Jesus e Nossa Senhora. Em cima da geladeira frascos e caixinhas de remédio dividiam 0 espaco com imagens de Nossa Senhora Aparecida, Santo Anténio, Sio Bento, Sao Benedito, Cosme e Damiao e Santa Barbara. Olhando da sala, uma cortina de pano branco separava um cémodo que deveria, na minha visdo infantil, guardar coisas espetaculares, inimaginveis mesmo. No corredor que ligava o jardim da frente da casa com o quintal no fundo, sempre havia um cachorro preso na corrente, mais um ou dois gatos dormindo preguigosos na soleira da porta, um periquito na gaiola, e eventualmente algumas galinhas ciscando em liberdade. ———— Rrruais Com ERvas - BANHOS, DEFUMAGGES E BENZIMENTOS 15 Ligitaizado con Camscanner Intropugko Nesse quintal, terreiro de chao empoeirado, era exposto um va- ral de roupas recém-lavadas ou clamando para serem recolhidas, er- guido ao alto com um bambu préprio para a funcéo. As ervas soltas no quintal, pareciam que cresciam ali sozinhas, abandonadas a prépria sorte de destino. Arbustos de boldo, losna, uma pequena laranjeira ¢ um loureiro — um em cada canto do muro. Nao podia faltar a arruda, a alfavaca ¢ um sem mimero de orqui- deas devidamente acondicionadas em latas grandes, dessas de dezoito litros que hoje a gente compra com tinta. Os cheiros que eu mais lem- brava eram da arruda e do manjericdo, que identifico hoje pela memé- ria olfativa e que me levam em lembrancas para essa época. Verdadei- ras historinhas vivas aos olhos, reavivadas a cada benzimento semanal. Ir benzedeira era um fardo pra mim, nio me sentia nada bem. Allgo me incomodava, além do fato de ténque sentar no seu colo pra ser benzido. Nao era sé isso, havia algo a mais que eu podia sentir ¢ nao conseguia explicar. Mas enfim, crianga nao tem querer mesmo (pelo menos naquela época nao tinha) e mac sabia das coisas. Fato ¢ que eu sempre ficava muito bem depois do benzimento, dormia tranquilo nao dava trabalho por alguns dias. Uma vez acomodado, depois de ter aguardado impaciente que as senhoras tomassem seu café, ché, ou coisa parecida, colocassem a conversa em dia, falassem do. prego do gis, ou de como as coisas na venda do Seu Miro e no mercadinho da japonesa estavam custando os olhos da cara, Id ia eu ser benzido. A benzedeira normalmente estava de vestido estampado, cabelo agrisalhado e preso para trés, tinhas as méos inchadas pelo trabalho doméstico e um halito de cravo-da-india inconfundivel. De vez em quando era pega de surpresa com um avental de cozinha florido ¢ molhado do trabalho no tanque ou na pia. Nessa pia da cozinha, onde apareciam as panelas brilhantes, lavava as maos com um pedago de sabéo em barra, enxugava no avental, que se nao estava usando, muitas vezes estava preso num prego da parede. Ta até o quintal e voltava com dois galhos de arruda ¢ um ramo de outra erva qualquer. Colocava um dos galhos de arruda atris da orelha, 0 ou- tro esfregava nas méos, ¢ a outra erva juntava a algum outro objeto - um ctucifixo, ou de vez em quando, uma colher de pau ou de metal mesmo. Colocava-me carinhosamente no colo e de posse dos ramos galhos de ervas ¢ desse objeto, que quando era o crucifixo néo me agradava em nada por ver a imagem de Cristo na cruz sofrendo, co- Bp. Reruus com eras - Bansios, paroagGes& BENZIMENTOS—_ Lgttazaao com vamscar Tiaras yep aa megava uma intermindvel rotina de rezas que cu no entendia nada. Sei que de vez em quando ela perguntava alguma coisa pra minha mie que respondia ou com meu nome, ou com alguma interjei¢ao monossildbica, ¢ a reza continuava. Final do martirio, tinha que beber goles de 4gua numa caneca de louca branca e depois ganhava um doce, umas balas ou uma gulo- seima caseira qualquer. Essa rotina de benzimento ficou estagnada na minha meméria durante anos. Sem dtivida nenhuma, as benzeduras que aquelas senhoras aprenderam sabe Deus com quem, eram rituais que aplicavam de forma incontestavel. Jé que contei essa histéria toda, deixa-me explicar: 0 motivo para tanto benzimento é que eu sempre fui uma crianga “um pouco proble- miatica”. Nasci prematuro, exigia bastante cuidado de satide, dormia mal, principalmente porque tinha algumas visdes e percepcées. Era um tanto agitado e dava um trabalhao danado, pois vivia acometido por pequenas doencas que hoje seriam simplesmente despachadas pe- os médicos como simples viroses. Mesmo mamie sendo médium de Umbanda, médium de atendi- mento, benzedeira, enfim, santo de casa nao faz (ou fazia) milagres, 0 remédio era recorrer ao poder de outros para que a coisa se acalmasse. ‘Tem muitas outras historias como essa, ¢ das que eu lembro, uma in- teressante foi de uma vez que fui levado a um benzedor; ¢ esse era bem Jonge mesmo, porque foi uma “viagem” de dia inteiro. Um senhor negro, enorme, que nos recebeu, ele € sua esposa, numa casa muito simples. Lembro que demoramos pra chegar la ¢, quando enfim chegamos, era hora do almogo. O homem nos convidou para entrar ¢ colocou-nos mesa para al- mogar, Eu olhava para ele ¢ ele pra mim, eu com medo ¢ ele com seus olhares em minha diregéo parecia que me conhecia ou que me jd esperava. Até hoje eu nao sei se via mesmo ou se era simples impresséo. Mas que ha um indio grandio li... Tinha sim! © homem entrou por uma porta que levava a outro cémodo da pequena casa, ajoelhou, acendew uma vela, rezou em siléncio e quando levantou e saiu jé era outra pessoa. Esse indio estava dentro dele e fora ao mesmo tempo, o envolvia por completo ¢ eu via o homem ¢ 0 indio se projetando dele. Ele falava comigo com uma voz potente, tonitruante, era como se a0 mesmo tempo em que bronque- asse comigo, tratava-me com carinho e respeito. Eu tinha uns cinco ou seis anos de idade ¢ lembro que aquele homem, negro ¢ indio ao mesmo Rituals CoM ERVAS - BANHOS, DEFUMACOES & BENZIMENTOS 1m Lgitatzaao com Lamscanner Intropucio tempo, disse, entre as muitas baforadas de um charuto cheiroso, algumas coisas que viriam acontecer comigo, sobre a vida espiritual, mediunidade, enfim, disse palavras simples e objetivas sobre meu futuro e a responsabili- dade dos meus pais sobre isso. Falava de um modo quase incompreensfvel, pois carregava um sotaque forte. Era a forca viva, a presenca do caboclo. Benzeu, abengoou ¢ nos mandou embora. Durante anos essa lembranga ficou adormecida e quando tive oportunidade de pergun- tar, 0 tempo com meus pais na terra jd ndo permitia. Ficaram a imagem e algumas frases na lembranga, também a forma simples de promover o bem ea figura forte do Caboclo. Essas passagens no so totalmente integrais porque a meméria vai se perdendo e dando lugar & ideia racional e adulta das coisas, ou é adormecida pelo tempo ¢ pela tecnologia. Se tenho coragem de relembré-las é porque ao falar de rituais com etvas, benzimentos e formas simples de nos servirmos dos ele- mentos da natureza, ndo consigo me desvencilhar dessas praticas que compéem nao somente a minha vida, mas a vida de toda uma geragao de pessoas que foram benzidas, passaram por processos religiosos e se curaram ¢ acabaram descobrindo um caminho mediiinico ou um ca- minho de entendimento e respeito & natureza, mesmo que aprendido pela simples experiéncia e observagéo. Hoje essa forma de falar sobre rituais, através da escrita, amparada pela tecnologia, pelos meios modernos de comunicagdo, internet, etc. deverd ser lembrada daqui a alguns poucos anos como uma forma até arcaica de professar o conhecimento da magia natural e suas praticas. Todas essas joias, lembrangas da minha infancia, servem para ilustrar esse caminho ritualistic, mostrando seja de forma figurada, ou direta mesmo, para aqueles que se sentiram dentro da histéria, que 6s rituais estéo presentes em nossas vidas 0 tempo todo, € que nos envolvemos com eles naturalmente. V8 Reuss com zrvas- Bavito DEFUMAQOES & BENZ uO ———Trgitatzaao com cams: Os Rituals PREPARANDO A MENTE PARA OS RITUAIS Preparar seu préprio banho, sua defumacao, fazer um benzi- mento em si mesmo requer na prética boa vontade, bom senso, uma pitadinha minima que seja de esperanca que venha colada na Fé, no desejo de realizar 0 bem para si, para o semelhante, para a comunida- de, para 0 universo e uma boa dose de coragem. Coragem de vencer a pregutica, 0 desinimo, a fraqueza que acompanha c € resultado das obsessées espirituais, as atuacées negati- vvas € nossos préprios encontros com nossa realidade interior. Nés seres humanos tentamos o tempo todo encontrar des- culpas para nossas dificuldades. Tentamos encontrar 0 culpado do lado de fora, assim como aquela pessoa que a0 manobrar o carro numa rua bate a traseira do veiculo na lixeira instalada na calgada, amassa os dois, gerando assim um prejuizo, mas, nao contente, ainda desce ¢ chuta a lixeira como se cla, metal inerte, fosse a cul- pada da barbeiragem. Resultado: dois dedos do pé quebrados e 0 prejuizo do amassado, que inicialmente nao era tao grande assim, fica bem maior. Esse € um exemplo de que encarar as dificuldades de frente acaba saindo mais barato, mais rapido ¢ melhor resolvido. * Reconhecer as dificuldades préprias ¢ nao arrumar desculpas um grande comeco para um bom ritual. Escreva em algum lugar que possa ficar visivel para vocé:, Sem desculpas! E leve isso como meta. Na hora de buscar algum culpado, reflita. Tenha certeza que esse primeiro ritual, de acreditar que pode viver sem desculpas para si mesmo, é um excelente caminho para dominar os deménios internos. Isso mesmo, esas entidades miti- cas tio clamadas por alguns religiosos em seus calorosos cultos, po- dem viver em nossas mentes inconscientes. E como aquela “forca de costume”, aquele comodismo no qual nosso mental adormecido se encaixa e desenvolve sistemas de protegéo para quando a acao é diferente do cotidiano. ‘A mente reage contra 0 que nao é costumeiro. Acostume-se a0 ostracismo e & preguiga e vera que a cada dia fica mais dificil sair da situagao. E quando tentar, sentiré algo a impeli-lo ao contratio. Mui- tos atribuirao isso a fatores externos... Rituals com envas - BANHos, DEFUMAGOES E BENZIMENT Ligitaizaa com Lamscanner ee ee yee — Seré que tem algum feitico feito contra mim? — Quem seré que nao quer que eu faca esse banho de ervas? — Me senti mal sé de pensar em rezar... Ja atribuindo tudo isso a alguma entidade mitica... De acordo com a expressio de H.P.Blavatsky: ‘A mente é boa serva, mas cruel senhor.” E nds dizemos: “A propria mente cria oposigées aos esforcos para domind-la.” Nesse caso, dominar a mente é crer em si mesmo, na magia, no poder transformador que o ritual, a reza, o benzimento podem trazer. Crer em Deus Nosso Pai Criador, como a verdadeira fonte de tudo e a0 invocé-Lo, crer realmente em seu Poder Divino ¢ Suas Forgas Naturais, manifestadas em nosso meio através da simplicidade da natureza de elementos ¢ da natureza humana, em suas nuances, tons, cores e formas, ¢ de sentimentos positivos ¢ negativos. E manter 0 foco, a atencio, a perseveranca naquilo que é 0 obje- tivo da magia ritual. A facilidade, por exemplo, de sentar-se a frente do computador ¢ encontrar tudo nos sites de busca, torna-nos um tanto acomodados. E. necessétia uma real vontade de melhorar para sair do lugar comum, sair desse comodismo e ir & luta. A vontade, por menor que seja, para no minimo sair do lugar co- mum ¢ levantar da cama ou do sofa. Com isso, esses recursos da depres- sdo espiritual vio diminuindo e dando lugar a uma sensaco étima de plenicude por realizar algo de bom para si mesmo. Aos que conseguem vencer essa primeira barreita, fica 0 gostinho da vitéria ¢ o sentimento de— “Porque nao fiz isso antes”? Um ritual de limpeza energética, um banho de ervas, por exem- plo, sem diwvida nenhuma poderd ajudar a tirar a pessoa de um estado de obsessio espiritual que a impede de enxergar as oportunidades que estio positivamente no seu camino. Mas a vontade de sair da situacSo deve permitir esse processo ritual. Acredite que pode e poder4, acredite que nao pode € nao poder. Das duas formas vocé estard certo. Escolha o que é melhor para vocé. Entenda isso e sua mente terd dado o primeiro passo para que os rituais sejam_proveitosos e plenos em sua vida. 20 Rirous com zevas - Bavttos, DerUMAGOES F BENZIMENTOS ~__--eeae' 1.1 — LLL TEMEEIO TOM LaMSCN Os Riruars O que sAo RITUAIS E légico que quando falamos de rituais entendemos, pois nossa mente assim est preparada para entender, que precisaremos de formas ¢ formulas litiirgicas, palavras mégicas, rezas rebuscadas em termos in- compreensfveis, e dirigidas a segunda pessoa do plural (Vés) para todas as entidades evocadas. Podemos citar aqui diversas formas rituais ligadas a contextos muito interessantes, mas que nem sempre estio disponiveis a todos. Aos que estudam as ciéncias herméticas em profundidade, esses nossos escritos podem parecer égua com acticar, mas aos simples de coracio, esta dispo- nivel um campo de possibilidades. De que adianta um conjunto de conhecimentos guardado numa caixa? Para que serve eu saber dezenas de benzimentos ¢ nao dividi-los com ninguém? Esse livro nao trata de desenhar simbolos, pentagramas, fazer bonecos de cera, nem se vestir de capa preta e capuz na lua cheia e evocar poderes ocultos numa lingua estranha. Esses rituais existem, tém seu fundamento, sua base alicergada em religides e conceitos antigos, funcionais para quem os pratica, mas, como disse, nada abrangentes e indisponiveis para a grandé maioria das pessoas. Falar de ritual é lembrar-se'de formas folcl6ricas, cultos secretos ¢ antigos a deuses ultrapoderosos, desconhecidos pelos pobres mortais, as pessoas normais como nés, Exagero? De jeito nenhum! E exatamente isso 0 que vem & mente. Acteditamos que para fazer um ritual se exige preparo, conhecimento de causa ¢ efeito, iniciagio, etc. Mas se observarmos, somos seres ritualisticos. Quem nao tem seus proprios rituais ao acordar? Levantar, espreguicar, ir ao banheito, escovar dentes, tomar banho, etc. Sempre no mesmo ritmo e na mesma sequéncia. Ritual é forma, é maneira de executat. Uso ritualistico das er- vas nada mais é do que a forma natural, ordenada, para se usar os elementos e absorver o melhor em termos de resultado. Poderfamos simplesmente chamar essa pritica natural de “magia”, mas entendo esse termo de outra forma. Magia é transformacao. Usamos magia quando queremos mudar o estado de alguma coisa. Quando queremos transformar uma situagio, mudar energeticamente 0 padrio vibratério irradiado pela aura de uma pessoa ou de uma casa. Rrroms cow envas- Bavos, naruwagoes newznwentos 2 oe EES NTE: 2 Os Riruais Magia é transformacao. Magia é poder. Magia ¢ Poder Transforma- dor. A magia ainda hoje é usada nas suas polaridades positiva e negativa. A magia por si s6, escrita e descrita aqui ou em outros livros, por defini¢ao éneutra, assim como os elementos, por mais grotescos que parecam, séo como faca em mao de morto: ndo oferecem perigo se nao forem ativados, ou sé nao lhe derem vida. Ler um livro de rezas como simples leitura nao implica na ativaco desse mistétio € no desencadear de ages relativas a essa magia tao conhe- cida, Tragar uma estrela de cinco pontas no chao, ou na areia da praia, nao faz de ninguém um mago. E necessério “se colocar” como ativador, rezar, invocar um poder, senti-lo, solicivar, pedir, convidar essa forga para atuar de forma viva e ati A diregao que a magia toma respeita as determinagées do seu ativa- dor. Podemos afirmar entéo que a magia esté“no mago em primeira ins- tancia e nos elementos como fatores fixadores e mantenedores da magia, dando-lhe permanéncia Um mesmo elemento de magia positiva pode ser usado para magia negativa, de acordo com a vontade do seu ativador. ‘A magia se baseia na intengéo, no propésito do seu ativador. O con- ceito de magia positiva ¢ negativa estd af, no mago responsével pela ati- vagao, Baseia-se no resultado ¢ na posterior colheita dessa consequéncia, que, com certeza, respeitando-se a regra universal de ago ¢ reacéo, vird de encontro a si mesmo com seu poder. Fazer magia pode parecer complicado nesses termos iniciéticos, mas é muito mais simples do que se imagina. Transformamos muito em nosso dia a dia. Por que seré que os adeptos da bruxaria natural tém, na cozinha, seu grande altar, o ponto maximo, o ponto de forcas da bruxa mae? Por que é na cozinha que tudo se transforma, na cozinha que os alimentos s0 modificados e preparados para ser fonte de energia. Portanto, se vocé jé preparou um simples ché, jd participou de um ato de magi colher a erva, lavas, deixar escorrer, colocar a agua para ferver, colocar a erva dentro d’4gua, coar, enfim seguiu e praticou um ritual. E se esse cha que vocé preparou seguiu um critério, como SIMPLICIDADE — RITO E RITUAL Simplicidade néo é simplismo. Trabalhar com simplicidade os ele- mentos naturais, néo quer dizer abrir mao do respeito a eles. Nao é reduzir JAIS COM ERVAS ~ BANHOS,-DEFUMAGOES-&-BENZIMENTOS. Rr vigitalzaao com vamscat SOs RA ened a pritica das religides a nada. Respeitamos sim as praticas livirgicas, mas dentro da concepgao de cada religiao. Se o praticante se sente bem ampara- do por aquela religiosidade, que a pratique sem medo. Aceite ¢ respeite seus dogmas e preceitos. Faga aquilo que reza a cartilha da religido ¢ boa sorte. Os magos modernos nao usam mais chapéus pontiagudos nem roupas bordadas com estrelas. S4o pessoas comuns que entenderam 0 sentido da simplicidade e tiram das coisas simples beneficios para sie para seus semelhantes. Quer dizer que pessoas comuns podem fazer seus preparos, se ligar A energia divina contida nos elementos naturais, no caso as ervas, usando ‘© que tem A mio, usando os recursos de sua cozinha, de seu jardim, dos vvasos que tem em seu apartamento. E principalmente, sem depender de se “iniciar” numa religiéo com dogmas secretos ou praticas ocultas. Seguem as definigées adaptadas sobre tito ¢ ritual de acordo com os diciondrios da lingua portuguesa mais conhecidos e consultados, Aurélio e Michaelis e a enciclopédia livre Wikipédia: Rito: - Conjunto de ceriménias e formulas de uma religido e de tudo quanto se refere ao seu culto ou liturgia. - Cerimonial proprio de qualquer culto. - Culto, religiao, seita. - Ordem ou conjunto de quaisquer ceriménias. - Rito de iniciagao: ceriménias, de cardter religioso ou néo, realiza- das na admisséo de um individuo a uma sociedade ou associagdo ~ Coriménias oficiais realizadas por ocasido, por exemplo, de um enlace matrimonial, Rrrvat: ~ Pertencente ou relativo aos ritos. ~ Que contém os ritos. - Livro que contém os ritos, ou a forma das ceriménias de uma religido. - Cerimonial. - Conjunto das regras a observar; etiqueta, praxe, protocolo. Um ritual acontece em concomitancia de sujeitos, tempo e espago. Necessita, também, de objetivos, procedimentos, téenicas, instru- ‘mentos ¢ objetos. Em Man and his works: the science of cultural antropology, Mel- ville Herskovits, adverte-nos para a necessidade de atermo-nos para os Reruats com ERvaS - BANHOS, DEFUMACOES E BENZIMENTOS 2% Ese NTE: Os Rirvais aspectos que dao sentido as praticas sociais. Musica, danga, festas, pro- dugées estéticas, roupas ¢ comidas, por exemplo, fazem parte de um universo cuja ordenagéo social, cultural e politica amplia o conceito de ritual. Nesse sentido, os espagos ritualisticos ndo sdo apenas os ligados a religido ou misticismo. Un saléo de beleza, por exemplo, apresenta certas regras. Nessa am- pliagéo, seria correto afirmar que a vida em sociedade (tipica da humani- dade) sé tem sentido a partir do entendimento dos rituais que a circunda: Ur ritual pode ser executado em intervalos regulares ou em situ- acées especificas. Pode ser executado por um tinico individuo, um gru- (po, ou por uma comunidade inteira; pode ocorrer em locais arbitrérios, especificos, diante de pessoas ou privativamente. Um ritual pode ser restrito a certo subgrupo da comunidade e pode autorizar ou sublinhar 4 passagem entre condigées sociais ou religiosas. O espaco do ritual é passivel de miltiplas interpretagoes. Os propdsitos dos rituais séo variados. Eles podem incluir a con- cordancia com obrigacoes religiosas ou ideais, satisfagdo de necessidades espirituais ou emocionais dos praticantes, fortalecimento de lacos sociais, demonstragao de respeito ou submissdo, estabelecendo afiliacao, obten- go de aceitagdo social ou aprovacdo para certo evento - ou, as vezes, apenas 0 prazer do ritual em si. Os rituais séo caracteristicos de quase todas as sociedades humanas conhecidas, passadas ou atuais. Eles podem incluir os vdrios ritos de adoragio ¢ sacramentos de religibes organizadas e cultos, mas também os ritos de passagem de certas sociedades, como coroagoes, posses presi denciais, casamentos e funerais, eventos esportivos e outros. Varias ati vidades que séo ostensivamente executadas para concretizar propésitos, como a execugao da pena de morte e simpésios cientificos, sao carregados com agées simbélicas prescritas por regulamentos ou tradi¢do e, portanto, parcialmente ritualisticos. Varias agées comuns, como aperto de mao ou cumprimentos podem ser entendidas como pequenos rituais. O termo Rito tem vérios sentidos. Rito é totalmente diferente que rituais. Muitas pessoas acham que essas duas palavras vém do mesmo significado, mas rito e rituais tém significados diferentes. No sentido mats geral, um rito é uma sucessito de palavras, gestos e atos que, re- petida, compée uma ceriménia (religiosa ou civil, na maior parte das vezes). Apesar de seguir um padréo, 0 rito néo é mecanizado, pois pode atualizar um mito e, assim, segue ensinamentos ancestrais e sagrados. Rrrvats CoM ERvas - BaNHOS, DEFUMACOES E BENZIMENTOS Ligitatzago com ams Os Rrrvais E um conjunto de atividades organizadas, no qual as pessoas se ex- pressam por meio de gestos, simbolos, linguagem e comportamento, trans- mitindo um sentido coerente ao ritual. O cardter comunicativo do rito é de extrema importancia, pois néo é qualquer atividades padronizada que constitui um rito. Rito é aquilo que voce faz todo dia, como escovar os dentes. Isso é um rito. Vocé ndo para e se pergunta porque esta escovando os dentes, mas voct sabe que aquilo é uma coisa que voct sempre faz. A palavra “rito” pode também designar tipo de velocidade no ritual de processo juridico. Para nés, uma defini¢ao simples de ritual basta para o entendi- mento desse trabalho de RITUAIS COM ERVAS: O conjunto de objetivo, necessidade, oportunidade, determinacées e elementos usados para aleancar um objetivo transformador. O processo da magia. DEFINICOES SIMPLES A- Evocagéo e Invocagéo Muitos termos sto usados em préticas ritualisticas. Nés mesmos usamos diversas vezes palavra como evocas, invocat,.consagrar, deter- minagées, entre outras. E como definir 0 que é correto em magia natural? Vamos colocar algumas definigées em pauta. Evocar * E 0 ato de chamar uin poder ou forca na frente de si, ou num ambiente de ritual. A evocacao de espiritos traz essa entidade A sua frente, mas fora de vocé. Poderd também ser interpretado como a exigéncia da presenga de algo ou alguém. Invocan Clamar 0 poder ou forca em vocé. Poderfamos dizer ao pé da letra que invocar uma entidade é 0 mesmo que chamé-la para a incorporacio meditinica, em que atuaré de dentro para fora do seu médium. Entendido também como 0 ato de pedir a intercessio de um santo, junto a Deus, para a realizacao de algo. Nés usamos esses termos de forma genérica, pois 0 uso ¢ costu- Rrruais cont exvas - Banos, DaFumaGoES E Benzimentos 2. Ligitarzads com Lamscanner 26 Os Riruais me popular nao se atém & forma linguistica e sim 4 forma pratica. Ao fazermos uma evocacio ou invocacio, clamamos, pedimos ¢ convidamos: ao Poder Divino (Deus Pai Criador), mente pensante e vibrante (vibragao) universal; ¢ as Forcas Naturais, manifestacao viva de Pai Criador através da natureza, elementos clementais, seres, génios, espiritos huma- nos ligados aos mistérios realizadores ¢ a0 campo especifico da magia ¢ sua energia movimentadora para.. ~-que se facam presentes na forma que possamos compreendé-las em nosso meio humano e para a realizagio de algo em nds e para nbs, dentro do nosso merecimento e dos ditames da Lei Divina. Como podemos definir se invocamos para dentro ou para fora se esse clamor é ao Pai Maior, & Mae Natureza e a todas as suas formas de entendimento? Fica realmente dificil em magia natural sermos exatos ¢ simples ao mesmo tempo. Mas jé que estamos lidando com magia ritual e como disse, é ba- seada na intengdo do seu mago ativador, nos servimos dos mecanismos de compensacao que nao sc preocupam com a linguistica da evocacao determinatéria e sim com o propésito, para que se movam no sentido da realizagao, todos os meios necessdrios para a execucao do intento. Resumindo: evocar ou invocar depende do que ficar mais fécil para vocé memorizar. Tenha certeza de que a Divindade, 0 Poder da Erva, enfim, a Forga que esta chamando néo se preocuparé com a gramitica nesses casos. Poderia dar como exemplo na religiéo de Umbanda quando se canta para a Mae Orix lansa. Aqui cu grafei Iansa, mas encontramos em varios titulos publicados Yansa, Inhaca ou Nhaca. Imagine se essa Amada Mae Orixa, ao ser saudada e clamada nos terreiros através dos cantos e toques de atabaque, fosse verificar se estéo cantando para Iansa com I ou com Y? Nao haveria presenga de Mie Iansé em terreito algum. E isso se processaria da mesma forma com muitas outras divindades. Omulu ou Omolu, Oxéssi ou Oxésse ou Oxéce? Algumas pessoas querem prezar pelo brilhantismo ¢ acabam sendo incoerentes. Pegando esse gancho sobre os Orixds, € comum Riruats CoM ERVAS - BANHOS, DEEUMACOES E BENZIMENTOS Os Rrruats yermos o uso da letra “S” no lugar do “X” na grafia dos seus nomes. Mas se eu esctevo Sango, ou mesmo ase, para designar Xango e Axé, cu devo escrever Orisa também, nao é E um contra senso, pois na lingua ioruba nao existe a letra “X” cuja sonoridade ¢ 0 “S” com esse risquinho ou pontinho embaixo. Entéo, fora de um contexto religioso e linguistico que exija assim, € incoerente eu grafar Orix4 Sango, certo? Ou eu uso toda a grafia no mesmo padrao ou uso a forma que possa ser entendida. E todos nés entendemos esse Pai como Orixd Xang6 e ponto final. "As coisas s4o mais simples do que imaginamos, principalmen- teas Divinas. ‘Um exemplo de reza ativadora de um proceso ritual, por exem- plo, um banho classico de ervas: Pai Criador, Mae Natureza, eu vos clamo, satido e reverencio e pego que abenoem esse banho de ervas com vosso poder divino e forgas naturais para que seja forga viva, ativa, curadora, limpadora e regeneradora de meu espirito e do meu fisico, dentro do meu merecimento. Pego também que se houverem ligados.a mim espiritos ou formas de vida conscientes ou néo, sejam também aleangados por ese poder curador, sejam abengoados e colocados cada um em seu local de origem ou merecimento, de acordo eom a Lei Maior e a Justiga Divina. Peco energia, forca, consciéncia, discernimento, satide, caminhos abertos, prosperidade e proteciéo em todos os sentidos. Amém. Muito obrigado! Assim seja e assim serd! Esse € um modelo de reza que vocé poderd utilizar na integra ou adaptando suas préprias palavras ¢ acrescentando outras determinagées. Uma reza contém determinacées para a realizacio, ¢ é isso o que importa para nés. Deixarmos claro na reza 0 que queremos, essa é nossa definigado para “determinagao”. Os chamados decretos so exatamente a mesma coisa, simples objetivos, consistentes ¢ com comeso, meio ¢ fim. Inicio sempre as rezas com Pai Criador e Mae Natureza. Esse modelo tem o objetivo de clamar a presenga masculina, o pai, a mente Reruais com zavas - Bastios, DEFUMAGOES & BENZ TOS Ligitatzaao com Lamscanner 28 ere ee ee Os Rea pensante ou o pensamento divino ¢ a presenga feminina, a mae, 0 poder realizador manifestado, a geradora. Termino as rezas com Muito Obrigado ou Gratidao. Agra- decer nunca é demais ¢ entendo que seja importantissimo para a pratica da simplicidade. ‘Amém quer dizer Assim Seja, e eu acrescento ainda a afirmacao Assim Sera! B - Ceriménias, celebragées e consagragées Normalmente esses termos, ceriménia e celebracao, estao direta- mente ligados aos ritos religiosos e guardam semelhangas. Ceriménia ou celebracao de um casamento, batismo, funeral. J& 0 termo consagragao pode ser usado’ de forma mais simples: consagragao de elementos para o trabalho cdm ervas; ou consagragao de um maco de ervas para um benzimento, por exemplo. Usaremos varios desses termos no decorrer deste livro. Rrruals Com ERvas - BaNHOs, DEFUMAGOES E BENZIMENTOS— MisTERIOs interessante também deixar claro que alguns termos aqui usa- dos néo sao literais. Por exemplo, o termo “mistério” na sua definicao bésica é algo secre- to, escondido, de suspense, segredo compartilhado entre iniciados ou en- tidades divinas, de significado ou causa oculta e que no se pode explicar. Mistério vem do grego, mystérion, coisa secreta, tem relagio com a agio de cerrar ou calar a boca; o verbo é myein, fechar, se fechar, calar; miystes, que se fecha, o que guarda segredo, o iniciado. Nés usamos esse termo para aglutinar, ajuntar mesmo 0 conjunto de poderes e forcas que ativamos nas ervas. O Mistério Vegetal, ou o Mistério das Ervas é esse conjunto. Forma- do por divindades, elementais, seres da natureza e de dimensdes incom- preensiveis para os humanos. E também de espiritos humanos ¢ humani- zados que se ligam a esse Poder Divino, assim como seus guardi6es e ma- nifestadores (religiosos ou nao) desse mistério. Os Sagrados Caboclos na Umbanda sio um exemplo desses espititos, que absorvidos pelo mistério, passam a manifestar seu poder no meio humano, material e ou espiritual. Jos seres da natureza quando evocados podem responder na forma de drvores, animais, vibracdes perceptiveis aos sentidos até mesmo como partes de um vegetal — raizes, sementes, flores, aromas e sabores, verdadei- ro pulsar vivo de Mae Natureza. O mais comum é percebermos a vibragéo pelo mental e pelo emo- cional. Algumas pessoas com uma sensibilidade mais perceptivel ao fisico citam um frio na barriga, um arrepio, precedido por um sentimento de plenitude ao trabalhar com essas energias. Os mistérios sio energia pura para nés e tomam a forma que damos a cles. Ao preparar ¢ executar um ritual, tendemos a “imaginar” como le se processa no astral, criando vértices, campos vibratérios, passagens energéticas em todas as direcées; mandalas multicoloridas, enviando se- res nessas formas que citamos para que ajam em nosso favor, em nossos corpos astrais e no campo vibratério espiritual de nossas casas, local do ritual ou templo. Riuais cov envas - BaNtios, DEFUMACOES E BENZIMENTOS a> * Ligitaizaas com Lamscanner 30 Misriérios: Saiba que essas formas dependem mais da criatividade mental do que da clarividéncia propriamente dita. Nossa mente é rastreada, lida e decifrada por esse poder, ¢ a energia se condensa da melhor forma para que possamos compreendé-la. Mesmo que para essa realizagao nao seja necessério um show de luzes ¢ cores, temos a béngao de percebé-lo para que se estabelega uma ligagéo mais adequada do nosso mental/emocio- nal ao poder realizador. Seres da natureza jé foram, ¢ sio ainda, interpretados como seres mitolégicos, folcléricos como o saci, mula sem cabeca, boitaté, curupira, caipora, entre tantos outros. Na propria mitologia iorubé hé uma lenda (itan) que fala sobre o Pai Orixé Ossayn, o sagrado Orixa das folhas, que ao refugiar-se na mata encontra Aroni, um ser de uma perna s6, com um passaro sobre a cabeca, que o ensina o segredo das folhas. Eis aqui uma descricao da conexio com o Mistério Vegetal e seus guardides. Muitas entidades espirituais na Umbanda, Catimbé, Jurema e ou- tros cultos que tem a natureza na sua composicio basica, sio guardides iniciados nesse mistério, portadores de elementos simbédlicos ¢ reali dores de fungées no astral que ressonam em nosso campo humano. Cachimbos, maracés, arcé ¢ flecha, cajados, cabacas carregadas de esséncias sutis da natureza sio exemplos desses elementos de trabalho. Nés, ao conectarmo-nos a esse mistério, mesmo de forma empi- rica, somos inspirados e estimulados a criar ou adquirir ferramentas de trabalho simbélicas que facilitam a ligacéo do plano astral espiritual com 0 nosso plano humano material. E comum vermos as benzedeiras ou os raizeiros, como citados no inicio deste livro, com ferramentas de trabalho que muitas vezes nao percebem, ou Esse conhecimento oculto faz parte do universo dos mistérios, Lembra aquela sua vizinha, a senhora idosa da rua que tem um jardim em casa e nao deixa ninguém pegar nada Id? Se voc’ pedir um galho de arruda ela arruma pra vocé, mas ela mesma vai, com sua fa- a importncia ao valor energético que tem. quinha ou tesourinha antiga, e corta um galho para vocé, sendo o pé de arruda morre, ndo é mesmo? Bom, vale lembrar que uma erva, um vegetal, reconhece quem cuiida deles, quem rega, quem aduba a terra e reconhece também quem. gosta ¢ quem nio gosta de plantas. Isso esta impregnado na aura de cada um. Seus gostos pessoais ¢ RiTuats CoM ERVAS - BANHOS, DEFUMAGOES £ BENZIMENTOS Ligitanzago com vamsi Misrézios sua ligagéo com a natureza. Quem naturalmente respeita uma 4rvore nunca ird gravar no seu tronco com uma faca, canivete ou prego, um corac4o com nomes para provar seu amor a alguém. Isso para uma drvore d6i, fica na sua me- méria, que se nao é igual a nossa meméria humana, é uma lembranga que percorre através da vibracao da terra e ressona em todos os vegetais do planeta. Onde estiver essa pessoa serd reconhecida como alguém que maltrata uma arvore. Isso nao quer dizer que yocé nunca mais poder cortar a grama do seu jardim, ou tirar aquelas ervas daninhas que insistem em invadir seu canteiro de flores. Sabendo se dirigir & natureza, a terra ¢ As ervas, podemos até cortar uma drvore, desde que seja justo ¢ necessdrio. O seu padrio ¢ conjunto energético, espiritual e vibratério serd absorvido pelo todo energético que compée esse mistério vegetal. A vida das plantas nao segue o padrao humano. Sua forma bioldgica, de vida fisica, em relacdo a outros elementos a mais aproximada de nés seres humanos, pois nasce, cresce ¢ morte. Tem tempo de vida marcado pela sua caracteristica de espécie ¢ de acordo com as condicées naturais. Seu espirito nao é uma identidade nica. E imanéncia, como espitito coletivo, como um cardume de peixes com milhares da sua espécie viajando nas dguas ¢ de repente viram em outra dire¢io, ani- mados por um espirito de coletividade. Num jardim, bosque ou Aoresta, esses espiritos coletivos respei- tam suas familias. As alfazemas de todas as espécies variagées se- rdo sempre ligadas aos elementares responsdveis pelas alfazemas. Os boldos idem, assim como as frutiferas ¢ os seres ligados a elas, assim como o grande espirito que anima, como um pulsar tinico, as grandes florestas, como a amazénica, a mata atlantica e 0 cerrado. Isso também nao justifica o desmatamento, pois esse grande espiri- to coletivo sente, assim como nés, a falta de um érgio retirado sem que se cumpraa lei Divina que rege todas as coisas. Se lhe tirarem uma unha a sanguc frio, sera que vocé no sentira dor? Assim uma drvore cortada pelo simples prazer ou pela sede econdmica faz com que a grande flores- ta ressone em todo o planeta uma falha nesse pulsar de energia. E assim numa floresta como num rio, numa pedreira ou cachoeira, assim como no mar, que conforme nés, seres humanos vamos destruin- Rituals con ervas - Baniios, DBFUMAGGES £ BENZIMENTOS 3% Ligitaizado cam Camscanner Misrérios do-os, eles vao sentindo ¢ deixando de ser esse elo de ligacao Divina com planos da existéncia multidimensionais que alimentam nosso meio humano com energias, de sutis a complexas, responsdveis pelas trocas transformadoras de vibragées densas humanas em vibragdes leves ¢ lu- minosas. E muitas dessas ligag6es sio responsiveis pelo clima do nosso planeta, alimentando os elementais responséveis pelas chuvas, ventos € mudangas climaticas necessérias para que esse plancta abengoado seja realmente um manancial de farcura em todos os sentidos. Um rio poluido praticamente anula milhares de seres espirituais elementais, ou pior ainda, negativa-os ¢ negativa também outros que, em sua forma de ser, néo compreendem os porqués de nés, seres hu- manos sermos tao ingratos com o Pai e a Mae Natureza que dao tudo de graca e com amor a nés. : E nés, dia a dia vamos colhendo %s frutos dessa semeadura mal- dita de ingratidao com a Mae Terra, na forma de catdstrofes ¢ aciden- tes que de naturais nao tém nada, mas sim a resposta a flor da pele, das toxinas que injetamos em nossa propria casa. QUEM PODE FAZER RITUAIS COM ERVAS A resposta primédria é: todos! Isso mesmo, todos nés podemos fazer rituais com ervas. Banhos defumagées, benzimentos, bate-folhas, magias simples ¢ objetivas. Mas nao é tao simples assim, ¢ agora vocé entender por que eu falei nos capitulos anteriores sobre a importancia de dominar a mente. © mais importante antes de fazer um preparo ritual e executé-lo € responder a algumas perguntas bésicas: —o que eu quero? © que eu realmente preciso? — pra que eu quero? — como quero me sentir depois desse ritual? — como me yejo agora ¢ como quero ficar? Para quem nao sabe o que quer, qualquer resultado é bem-vindo. E importante sabermos qual 0 resultado desejado ¢ qual o real- mente adequado. Vamos a um exemplo: A pessoa se encontra em situacéo financeira dificil. Contas atrasa- das, dinheiro curto que nao chega ao fim do més, ou pior, desemprego RrTuals cow ERvAS - BANHOS, DEFUMAGOES E BENZIMENTOS Ligitaizago com cams Mistérios falta de perspectiva, acompanhada de desinimo e desmotivacao. Naturalmente essa pessoa iri procurar um processo que ative a prosperidade em sua vida. Mas, a prosperidade para se encaixar no contexto energético dessa pessoa precisa de “ambiente” adequado. Vale lembrar que a maxima que diz que dinheiro atrai dinheiro, tanto serve para esse item como para qualquer outro. Entao, como posso precisar de dinheiro e ter que ter dinheiro para atraf-lo? Seria a pergunta classica. Mas vamos a uma anilise fria da situagéo. A mente em preocu- pagao comega a visualizar a situacdo cada vez pior. As diividas, falta de confianga. — Serd que vou conseguir pagar as contas que nao param de chegar? Muito bem, qual energia de prosperidade essa pessoa vai atrair para si? Nenhuma. Pois a prosperidade, assim como outros sentidos, nao se encaixa onde nio pode fluir, Nés criamos barreiras com nossos sentimentos contrérios ao que queremos ¢ essas barreiras energéticas impedem a magnetiza¢ao, a condensa¢ao das energias adequadas. Seria muito mais interessante para esse individu comegar com uma boa limpeza energética, fortalecimento e equilibrio da vontade, uma boa dose de alto astral, para ai sim trabalhar a esséncia de prospe- ridade, que podemos dizer sem errar, que éa multiplicagao daquilo que jd trazemos em nés. rie e alimente com a descrenga, o desinimo e a desmotivagdo em si mesmo e verd como ¢ dificil atrair a prosperidade. Resumindo, primeiramente limpamos a casa, preparamos o am- biente e af sim colocamos a energia adequada para funcionar, estabele- cendo um padrao cuja manutengao dependerd da propria pessoa, parte integrante e imprescindivel do proceso a ser realizado. Na Umbanda 0 atendimento é direto, 0 ordculo vivo é através do proprio médium que, com os guias espirituais, aconselha, recomenda banhos, oferendas, priticas simples, mas envolventes ¢ que colocam a pessoa também como responsével pela qualidade da realizacao. Observando um atendimento espiritual assim, vemos que é reco- mendado para a pessoa algum ritual, mas essa pessoa jé esté ali, pedindo ajuda, 0 que jé é uma grande coisa. Ela jd saiu do ostracismo e pelo menos foi até o terreiro, nao ficou em casa reclamandbo e curtindo o tempo perdido. Dignou-se a aguardar ————Rrrunis com avas - Bantios, DBFUMAGOES & BENZIMENTOS 33 Lgitaizaao com Lamscanner Mistézuos seu atendimento ¢ diante da entidade espiritual confiou suas diividas, temores ¢ insucessos. E declarou seu desejo de melhorar. guia espiritual Ihe atenderd, fard ali um benzimento, um descar- rego energético ¢ recomendaré alguns banhos com ervas ¢ defumagao para sua casa, O ritual nesse caso serviré para condensar as energias necessdrias para a realizacao da melhora global, e ao mesmo tempo es- pecifica da pessoa, ¢ para dar permanéncia & vibragio desejada. Mas € se estou nesse proceso, sentindo-me fraco, desanimado, desmotivado, sem Animo até para ir ao terreiro, ou fazer um ritual, como sair desse estado de crise ¢ me colocar em condicao de melhora? Buscar um estado de espirito mais adequado é sua tarefa ini cial. Se ja passou por essa fase, ou se gracas a Deus nem chegou nela, étimo, passe adiante, pois os rituais fluirao em plenitude. Caso contrario, existem formulas magicas que Funcionam hé milénios. As religides se servem desses recursos:e disseminam de forma natural essas chaves de ligacéo com estados de espirito que permitem pelo menos a busca da ajuda necesséria. As rezas, oragées, preces sao essas chaves milagrosas que pode- . mos citar sem medo de errar. Eu gosto muito de Prece de Céritas ¢ Salmo 23 para essas situagdes onde é necessdrio quebrar barreiras energéticas. (veja 0 capitulo de rezas). Enfim, resumindo, todos que demonstrem vontade de melhorar asi proprios; vontade e disposigao para fazer algo pelo semelhante; de- sejo de mudangas; desejo de praticar o bem; adquirir paz interior, paz de espirito; de se desenvolver como pessoa, como ser humano, como médium. Todos que querem um mundo melhor, comecando por si, suas casas, seu trabalho, podem praticar seus rituais sem medo das reagées negativas, pois se elas existem, nao tém forca nenhuma contra quem est no bem, para o bem e pelo bem. E mais, quando vocé se coloca no caminho com vontade, mesmo que haja interrup¢ées, oposigées, forcas contrarias, tenha cetteza que 0 universo conspirard a seu favor, colocando a voce todos os recursos necessirios. REGRAS BASICAS PARA O USO DO ELEMENTO NATURAL Ha duas regras basicas para a pratica dos rituais, para a manipu- lagao do elemento natural: Reruns comenus- ANHOS, DEFUMAGOES E BENZIMENTOS Ligitanzago com vamsi Misriios “Amor e Bom Senso” Isso mesmo, Amor e Bom Senso, essas duas palavrinhas tao sim- ples de dimensées tao extensas no seu sentido de entendimento. Bom senso de acordo com o diciondrio é a capacidade de julga- mento, 0 senso intimo, a consciéncia. Fo senso comum, é 0 modo de pensar da maior E aquele conhecimento bisico, € 0 raciocinio capaz de discernir sobre algo bom ou algo ruim. A capacidade de julgamento que seu Eo conhecimento que a maioria das pessoas tem. intimo Lhe imps Se vocé nao sabe, com certeza alguém em sua casa sabe, seu vizinho, ou alguém para quem vocé possa perguntar. E a presenca de espirito que temos ao saber que nao devemos usar uma erva que nao conhecemos. Nao devemos usar 0 “achismo”. Simplesmente achar uma erva “bonita” ¢ usé-la para fazer um cha, ou banho. Ha muitas ervas téxicas, ou com grau de toxidade tal que seu uso indiscriminado pode trazer resultados desagradaveis. E necessdrio tomar muito cuidado, filtrar as informacoes, comparar, perguntar. Adquirir ervas secas e frescas, mudas e sementes de locais adequados, de boa procedéncia. O bom senso diz que néo queimamos ervas frescas, porque ainda contém muita 4gua. Nas defumagées sé usamos as resinas ou ervas desidratadas (secas). Delas foi eliminada a maior parte de agua, por isso servem para queimar no carvéo em brasa. Néo precisamos'tomar banho gelado no inverno para provar nos- sa Fé, Isso de repente pode trazer uma pneumonia. E tenha certeza que ninguém quer isso. Isso é bom senso. Acima de tudo, ouga seu coracéo. Pergunte a si mesmo se nao est4 exagerando. Sinta em sua alma a energia do elemento, simples assim. AMor. Quando falamos de amor 0 assunto se torna amplo. E. subjetivo falar de amor, esse sentimento abstrato e de dificil compre- ensio. Vemos 0 amor definido e transmitido de varias formas. O amor fraterno como o sentimento entre irmios, amigos, ou enfim, entre pessoas que se gostam. Vemos o amor doado pelas almas caridosas em sua luta constante para diminuir as diferengas entre as classes sociais, © amor de Cristo por nés, por ter descido de suas esferas luminosas para semear entre nés 0 Amor e a Fé. RiTUAIS COM ERVAS - BANHOS, DEFUMAGOES E BENZIMENTOS 3 ae espa aL Mistértos Gosto de dividir esse sentimento em duas partes para nosso me- Ihor entendimento: Fé ¢ Respeito. Fé é aquilo que acreditamos. Se acreditamos que algo é bom para nés, temos fé naquilo. Se acreditamos que algo é ruim para nés, tam- bém temos fé naquilo. A fé nao depende da forma. Ea mola propulsora que nos empurra em diregao a algo, a um ideal. Quando acreditamos € vamos em frente, é ali que esté nossa fé. Aquilo que nao nos deixa esmorecer diante das dificuldades, nossa crenca em algo maior que nés. Se acreditarmos em uma sustentagao religiosa, é Ié que coloca- mos nossa fé, af religiosa. A fé nao é sé religiosa ou ligada 4 religiosidade, é acima de tudo acreditar. Mestre Jesus quando esteve entre nds, no meio material, di ia ao fazer suas curas milagrosas: tua fé te curou, tua cura é do tama- nho da tua fé. Entao, quando acreditamos' poder de realizagao entra em aco. A fé é 0 poder em agio, a realizagao. Ao alimentar com fe nossos projetos, damos crescimento a eles. Poderiamos dizer que a fé é o fermento da vida. Sem acreditar, nada acontece. Além da virtude religiosa que mais a inspira, podemos resumir fé como confianga. A propria ciéncia jé aceita que pacientes que tém fé se curam mais rapido do que os céticos, aqueles que nao acreditam em nada. Confiar na cura aumenta o resultado. Quando acreditamos ¢ confiamos, temos fé. Resretro é honra. Respeitar a natureza é honrar ao Pai Criador pela dédiva da vida. Honrar ao Pai pelo ar que respiramos. Respeitar a forma que o espirito divino se apresenta nos vegetais, a energia contida em cada erva, mesmo depois de seca. Ao respeitar as muitas formas de energia, temos beneficios prati cos em nossa vida, A energia elétrica é fantdstica se bem usada, no en- tanto se usada sem conhecimento pode causar prejutzos sem preceden- tes. Isso é respeito. Bem direcionada, toda forma de energia é benéfica. Enfim, Amor é isso: Fé e Respeito, porque quem ama Acredita ¢ Respeita. Amar as ervas é acreditar que podem trazer beneficios para nossas vidas e para a vida de nossos semelhantes, é respeitar sua forma de uso, direcioné-la da forma correta é preciso para um resultado pleno. Reconhecer que todos os elementos tém seu aspecto neutro, po ivo € negativo, dependendo exclusivamente de quem o ativa para se comportar dessa ou de outra maneira, respondendo assim aos processos Rove CoM ERAS - BANOS, DEFUMAQOES E BENZIMENTOS Misrértos magisticos e ritualisticos. Uma determinada erva carrega um poder pa- ralisador, mas 0 que ird paralisar depende de quem est direcionando esse poder. A erva por si sé nao determina a forma que quer agir. O QUE PODE ATRAPALHAR OU MESMO DESQUALIFICAR UM BOM RITUAL? — 0 desejo mesquinho, querer simplesmente por querer — ambi¢ao; — tentar desenvolver poderes ou qualidades psiquicas para domi- nar outras pessoas; — visar obter vantagens materiais com seus rituais; ~ criar necessidades ou problemas onde nao existem; ~ iludir pessoas para tirar vantagens; —iludir para satisfazer desejos pessoais; — incrementar com elementos desnecessérios ¢ fora do contexto simples e natural; —violacéo da vida animal; — automatizar os processos; = falta de objetivos claros; Entre os cuidados que devemos tomar quando aprendemos as praticas ritualisticas (¢ isso vale também para pratica meditinica) esta o de entender que € normal uma situagao dificil, uma fase ruim onde parece que nada funciona ¢ o mais importante é entender que é uma situagao ¢ nZo um estado... Situagées passam répido, os estados permanecem e dependem do apoio mental para sobreviverem, Nao deixe sua mente trabalhar contra voce. Se quisermos bons resultados devemos evitar tudo o que foge do bom senso, do senso comum, do justo, correto ¢ razodvel. Quando cito “automatizar os processos” quero dizer tornar me- cAnicos, autométicos os atos que requerem envolvimento espiritual humano, ou seja, colocar seu espirito em sintonia com o Mistério para que haja uma reagdo & determinacéo do ritual. Encontramos situagées em que perguntamos as pessoas que nos procuram buscando ajuda para suas dificuldades cotidianas, 0 que elas querem. A resposta vem assim: quero ser feliz! E obvio que a feli- cidade é a busca comum de todos nés seres humanos, mas depende do ponto de vista, do prisma de cada um. Para quem esta com frio, a felicidade pode vir na forma de um -RiTUAIS COM ERVAS - BANHOS, DEFUMAGOES E BENZIMENTOS: 3m Ligitanzado com Camscanner Misrérios cobertor ou agasalho, ou entéo, num dia quente de verao em uma praia paradisfaca. Para quem est pasando fome, pode ser um prato de comida, ou uma despensa abundante. E preciso saber o que se quer com clareza ¢ determinacao. Foco, meta, objetivo. Exemplo: quero comprar um carro. Marca tal, modelo tal, ano tal, valor que cabe no meu bolso tal, seguro tal, IPVA tal, etc. No basta dizer, ah eu queria um carro, pode ser qualquer um, pode ser um velhinho, ou pode ser um vermelhinho. Tem que ser es- pecifico, ter medida para o que se quer, tem que ter bom senso, colocat prazo determinante ¢ razodvel. Objetivo é sonho com data marcada para acontecer. BS __ Rrruais cow savas - Bantios, DEFUMAGOES E BENZIMENTOS————_— Ligitanzago com cams As Rezas EMoGAo E IMAGEM MENTAL Os capitulos anteriores trataram téo somente de emogio e ima- gem mental. A criagao de um padrao de pensamento direto, objetivo para a realizagéo de um bom ritual com ervas. As ervas por si sé nio podem trazer os beneficios diretos para uma pessoa se ela nfo colocar seu padrio humano de pensamento, adequado ao ambiente ritualistico para que a energia, o poder realiza- dor contido no elemento natural entenda o que se pede. Comportamento humano, posicionamento, concentragio. Nao precisa se assustar, pois aqui nio exigimos de ninguém o padrao de um logue, de um eximio médium, um mestre da ativagéo dos elemen- tos da natureza. Ninguém precisa ser a Madre Teresa de Calcuté ou um Chico Xavier de virtudes para que um ritual funcione. Se o segredo do universo fosse viver num mosteiro, 0 universo seria um grande mosteiro. Basta se posicionar. Isso mesmo, posicio- namento é colocar-se em condicdo de se conectar a0 mistério vegetal. Sente-se num lugar tranquilo, busque um canto em que vocé se sinta bem. Muitos falam das posig6es para melhor absorcéo das energias, técnicas para meditacao, mas vale a regra de “sentir-se bem’. Se preferir coloque uma musica de fundo, néo muito alta, apenas 0 suficiente para ajudar no estado mental. Respire profundamente algumas vezes, preste atengdo na sua res- piracdo. Lenta, profunda e compassada. Projete sua mente a uma mata bem fechada, sinta-se l4 dentro, sinta o cheiro da terra timida, o cheiro misturado de todas as ervas. Eleve seu pensamento ao Pai Criador, & Mace Natureza, se preferir ¢ se assim vocé professar a sua Fé, eleve seu pensamento aos sagrados Orixés, a Oxdssi, 0 cacador das matas, & forca dos Caboclos. Nas nossas determinacées nao usamos 0 imperativo, nao damos ordens, apenas convidamos de forma educada. Convide o Poder Divi- no ¢ Forgas Naturais para atuarem junto a vocé, pega que seja instru- mento vivo e ativo da magia natural, pega que essa forca flua através -de vocé. Convide os seres da natureza, os Caboclos, Pretos Velhos, os —Rrtvals com ens - BaNiios, DEFUMAGOES E BENZIMENTOS 3d Lagitaizaae com Lamscanner As Rezas Guardides dos Mistérios ¢ outros que vocé lembrar ou tiver afinidade. Sinta, perceba, coloque-se. Mesmo que abra os olhos e va preparar seu banho, jd estard ligado a0 ambiente das ervas, ao meio natural que vocé mesmo criou. Crie-o como quiser — uma mata, jardim, campo aberto. Vocé é quem manda e determina como quer sentir-se bem. Nunca deixe de se envolver com emogéo. Sentir, perceber € emocionar-se a cada encontro. SENTINDO A REZA Até rezas simples podem ter o efeito intensificado se feita com emo- a0. Vamos nos servir de um ponto comum entre 0s cristos, que em minha opinido é uma das rezas mais ecuménicas que nosso planeta jé viu. Sentir uma reza como o Pai Nosso ¢ extremamente gratificante ¢ alimentador para o espirito. . Pai Nosso que estais nos céus, Santificado seja 0 Vosso Nome. Venha a nds o Vosso Reina Seja feita a Vossa vontade Assim na Terra como nos céus O Pio Nosso de cada dia Nos dat hoje Perdoai as nossas ofensas Assim como perdoamos nossos ofensores Nao nos deixei cair em tentagao E livrai-nos de toda 0 mal— Amém! Se vocé simplesmente leu e nao sentiu, leia de novo, agora com 0 foco em sentir a reza. Perceba a luz viva de Pai Criador descendo sobre sua cabega, en- volvendo seu corpo, mente, espirito, Sinta e emocione-se com isso. Tente quantas vezes forem necessdrias para atingir essa forma simples e muito humana de se ligar com Divino. Dei aqui o exemplo do Pai Nosso, mas pratique com outras rezas ¢ até rezas espontineas, simples ¢ verdadeiras conversas com Deus. ATIVAGAO DO PODER REALIZADOR DAS ERVAS Chame como quiser: reza, prece, oragio, evocagio, determinagio magica, enfim, o importante é a ativacao da forca vegetal contida na erva. ‘Vamos lembrar-nos do poder da palavra. Isso me remete a uma mé- RrTvals CoM ERVAS - BANHOS, DEFUMACOES BENZIMENTOS————————___ Ligitanzago com cams As Rezas xima oriental que diz que Deus sé diz uma palavra: SIM. Deus diz sim para todas as nossas afirmacées, positivas ou nao. Desde que nos dirigimos a Ele com Amor ¢ Bom Senso, as realiza- ‘ges também se multiplicam. A palavra (verbo) tem tanta forca que criou ‘© mundo, de acordo com a génese catdlica. Nossa mente é extremamente poderosa ¢ nossa palavra também. Quando determinamos 0 rumo que a energia deve tomar, damos dire- cionamento a ela. Isso é respeito. Ao respeitar a energia, cla devolve como uma rea¢io fisica: Para toda agéo existe uma reagdo de igual ou maior intensidade, (Newton) Quando rezamos colocamos ali nossa Fé e damos direcionamento para a energia. As ervas tém alma, personalidade ¢ sentimentos téo envolventes como qualquer ser vivente na natureza, inclusive o homem. E essa a ener- gia, a forca que evocamos. O espitito vegetal. Ha muitas rezas ¢ evocag6es maravilhosas, mas para o que pretende- mos aqui, ha uma evocagao basica. Eu clamo a Deus, nosso amado Pai Criador, clamo a Mae Terra, vossas forcas vegetais, o sagrado esptrito vegetal, e peco que abencoe esse banho, defumagio, chd, etc. para 0 meu beneficio e beneficio de meus semelhantes, assim seja, e assim serd. Essa reza, bastante simples requer apenas as regrinhas bisicas de Amor e Bom Senso. Cada religiao costuma enyolver seus ritos em roupagens folcléricas ¢ verbalizagées incontestaveis, chamando-as de ciéncia oculta, sabedoria milenar do oriente ou de outro lugar mistico, ¢ tentam mostrar que as outras religides, stias concorrentes, séo falsas, porque nao tm o segredo dos mistérios. Seus misticos se consideram uma minoria privilegiada pelo esclarecimento divino, superiores em compreensio ¢ inteligéncia e rejei- tam invariavelmente a critica de supersticiosos. Mas qual a diferenga entre suas criaturas misticas e as da cultura popular? Perdoem-me os misticos de plantao, mas viva a simplicidade! Entao, a reza tem efeito sim! Deus esta ¢ se manifesta nas coisas simples. Vocé nao é obrigado a fazer a evocacio dessa forma que esté aqui. Mas use o bom senso. Desen- volva seu critério de oracéo. —— RITUAIS COM ERVAS - BANHOS, DEFUMAGOES & BENZIMENTOS 4h. 4 Lgitaizaao com Lamscanner As Rezas Sao nos Sagrados Anjos que vocé ancora sua fe? Entéo reze a eles. Sao aos Orixas que vocé clama em suas preces, étimo! Eles com certeza estardo presentes na ativacéo da erva. Clame aos Santos de sua conveni- éncia e estard tudo certo. Deus responde a sua criagao da melhor forma que sua criagdo possa entender. Para o negro africano, Deus seré também negro. Para o oriental, terd feicbes orientais € assim por diante. Suas divindades, representagoes vivas de Deus, apresentam-se da mesma forma, com variacdes culturais e regionais, mas sempre a mesma esséncia. Nao ha magia sem ativacao. E necessério desencadear 0 processo de acéo da erva. Ao colher a erva, devemos mentalmente pedir licenca a0 espirito vegetal que a anima, dizer-he que esté sendo colhida e sera titil a um set vivente, parte da criagdo divina. Esse espirito ir4 responder com toda sua forga e concentrard na parte a ser colhida as esséncias necessérias para a cura. Desde que ele entenda que voce se dirige com Amor e Bom Senso, as ervas se doam pela causa da ctiagao. Crendice popular? Duvido. Contra os fatos nao ha argumentos. Fato é que a ago da erva comprovadamente aumenta se for ativada com uma reza. Reza misturada, sem critério, é que nem raizciro que nao conhece raiz... Pode matar pela falta de conhecimento, ou tornar a raiz inerte, sem efeito.O escritor Hugo Prata comenta que é mais ficil acredi- tar em lobisomem do que em Deus, “porque ninguém nunca viu Deus, mas lobisomem, muita gente jé viu”. E nés dizemos: “Qual o alcance que voc# quer em sua magia? Esse deve ser 0 tamanho da sua Fél”, Na mitologia africana, o bésico para con- trolar alguma coisa é saber 0 nome dela. Imagine vocé andando na rua, na calcada de um lado, e vendo um amigo do outro lado da rua, na outra caleada. Voce o vé, mas ele nfo. Vocé quer chamar sua atengao e af voce gtita, assobia, gesticula e néo consegue fazé-lo olhar para o lado. Se vocé gritar pelo nome do seu amigo, com certeza ele imediata- mente iri olhar para vocé, reconhecé-lo e responder ao seu chamado. A ativagao das ervas funciona quase dessa forma. ‘Nao precisamos conhecer seus nomes africanos, indianos ou fora da nossa rotina linguistica habitual. Precisamos entender que hd um poder, uma forga vital, uma energia contida em todas as ervas e essa energia responde a quem se dirige a ela. Na planta seca, fresca, moida, embalada, plantada nas suas partes, fo- Ihas, cascas, ratzes, flores, caule, fruto, sementes € seiva. Riruals COM ERvAS - BANHOS, DEFUMAGOES E BENZIMENTOS. Lgttazaao com vat As Rezas ‘Ao ativarmos 0 principio realizador nas ervas, nés colocamos em movimento sua poténcia para aquilo que queremos, ou melhor, aquilo que precisamos que elas desencadeiem. Mas da forma que nés possamos compreender, pois ¢ importante, como jé foi dito, a criagéo de um estado mental que ajude a formar uma imagem dessa realizacéo. Vamos dar 0 exemplo de um bate-folhas ¢ seu processo de ativacao, fazendo um estudo de caso. NEcEssIDADE Uma nova casa comercial, loja ou algo parecido serd iniciada. O imével foi alugado e ndo se sabe o que havia no lugar antes. Iniciamos com um processo de limpeza espiritual para “zerar” ou neutralizar mag- netismo deixado pelo ocupante anterior € preparar 0 ambiente para a ins- talagdo da esséncia dos novos ocupantes. Esse imével esté em um conjunto comercial e nao € possivel fazer defumacao, pois os vizinhos ocupam seus locais 0 tempo todo € no po- demos chamar atensio ao processo ritualistico, que deve ser discreto. RurvaL RECOMENDADO Bate-folhas para descarrego e limpeza energética com trés er- vas quentes (agressivas), no dia seguinte ativacao de vasos de flores no ambiente. REZA PARA O BATE-FOLHAS ‘Amado Pai Criador, Sagrada Mae Natureza, Vosso Poder Divino ¢ Forcas Naturais, pego que abengoe essas ervas tornando-as forga viva ¢ ativa para a purificacio désse ambiente em todos os sentidos, anulan- do, climinando, dissolvendo e paralisando toda e qualquer ago negativa, mental ou material, seus itens, encantamentos, acmulos energéticos € ligagdes com o baixo astral. Amém. PROCEsSO Batem-se as folhas em todo 0 ambiente e apés 0 intervalo minimo de oito horas recolhem-se os residuos que devem ser devolvidos & nature- za, seja em um jardim, praca, uma beira de mata, margem de rio, enfim em algum lugar que nao seja no lixo e que possa ser absorvido pelo meio ambiente de forma segura. Colocar flores em vasos plantados ou com Agua e ativé-las para que purifiquem e mantenham 0 ambiente harmonioso. Esse é apenas um exemplo de um ritual bem simples ¢ objetivo, que pode ser adaptado ou usado na integra em caso de necessidades similares. _____ Rivals CoM ERVAS - BANHOS, DEFUMAQOES E BENZIMENTOS Ligitanzado com Camscanner REZAS ATIVADORAS 4 falamos nos capitulos anteriores sobre as tezas ativadoras. E im- portante para quem vai manipular as ervas, ou outro elemento que exija uma reza evocatéria, que a reza possa ser modificada de acordo com seu coracao. Isso mesmo, a ordem das palavras nao altera 0 contetido, ‘ou seja, se vocé preferir evocar de outra forma, nao ha problema, desde que se preste atengao na forca, ou divindade evocada. E melhor ainda, faca suas préprias evocacées baseadas nas que colocamos aqui como cexemplo ¢ adapte suas palavras de acordo com 0 que fique mais facil para vocé memorizé-las. Vamos a alguns exemplos: EvocacAo BAsica (GERAL) 4 Eu evoco Deus, nosso amado Pai Criador, evoco a Mae Terra, vossas forcas vegetais, o sagrado espirito vegetal e peco que abencoe esos baie gelemtevaeio civa, cree para’ gl meuhene heme benetaarde meus semelhantes, assim seja, e assim sera. PARA ACORDAR AS ERVAS SECAS I Amado Pai Criador de tudo e de todos nés, Amada Mie Terra, forca viva ¢ geradora de tudo o que conhecemos ¢ também do que desconhecemos, Sagradas Forcas Vegetais, peso que envolvam estas ervas, este preparo, tornando-os forca viva e ativa, capaz de responder aos meus estimulos e solicitagées de cura e amparo energético e facam cada vez mais de mim, instrumento de vossa vontade maior. Assim seja ¢ assim serd. PARA ACORDAR AS ERVAS SECAS 2 Salve Pai Criador, salve Mae Terra, Salve as Sagradas Forcas da Natureza. Peco vossa béngio nesse preparo, ¢ que ele seja vivo ¢ ativo para o beneficio de... (fazer 0 pedido, a determinagao). Pela vossa glé- ria e amor ao seu nome. Assim seja ¢ assim sera. PARA ACORDAR AS ERVAS SECAS 3 Pai Criador de tudo e de todos nés. Amada Mae Terra, prove- dora de todo elemento vegetal. Sagradas Maes das Aguas, forca da vida que a tudo anima, peco que abengoe essas ervas secas, tornando- -as vivas, ativas ¢ vibrantes, imantadas com vossas sagradas energias Rirvats coM ERvas - Banos, DEFUMACOES £ BENZIMENTOS REZAS ATIVADORAS. clementais, ¢ seja a partir de agora elemento pronto para receber as determinacées por mim proferidas. Assim seja e assim sera. PARA COLHER A ERVA VERDE (FOLHA) Eu evoco nosso amado Pai Criador, Amada Mae Terra, sagradas forcas vegetais, os sagrados guardiées das ervas, os elementais da narureza e peco licenga para recolher partes dessa erva, para que com sua forca viva, possamos curar... (aqui se fala para que a erva sera usada). Peco que essa planta seja envolvida em irradiacées divinas ¢ nao sinta dor para doar essas folhas. Peco vossa béncao ¢ vosso amparo, assim seja e assim sera. Corte as folhas com uma faca ou tesoura bem afiados, de pre- feréncia em um corte s6 ¢ 0 mais rapido possivel. Ao retirar as folhas, usa-las o quanto antes. PARA COLHER A RAIZ Salve Senhor Nosso Deus, Salve a Terra, Salve a Terra, Salve a ‘Terra. Sagrada Mae Terra, sagradas forcas guardias da terra, peco li- cenga para retirar de vosso elemento, essa raizes, forcas vivas que serio liteis para. (fala-se onde seré utilizada a raiz) ¢ assim poder ajudar ¢ curar nossos semelhantes, Assim seja ¢ assim sera. Para ATIVAR A DEFUMAGAO Divino Pai Criador, Mae Terra, forgas da Jurema, pego que abencoem essa defumag4o tornando-a forca viva e ativa para a lim- peza e equilibrio dessa casa e das pessoas aqui presentes. Assim seja e assim sera. PARA SE PREPARAR PARA UM TRABALHO COM ERVAS Ajoclhar-se ¢ com as palmas das maos voltadas para o alto: Senhor meu Deus, meu Pai Criador, Amada Mie Terra, Amados mestres inspiradores do astral superior. Grande foco divino que a tudo anima, pego que me cnvolva nas vossas vibrag6es de luz, de amor ¢ caridade e faga de mim uma extensao do vosso amor e de vossa forga curadora, para meu beneficio ¢ de meus semelhantes. Assim seja e assim seré. PARA BATER AS FOLHAS Com 0 maco de ervas na mao, pronto para ser usado: Pai de ‘Amor ¢ Caridade, transforma esse seu filho, nem sempre consciente _________Rurruss con envas - Banios, DEFUMACGES E BENZIMEI 0S Lgitazaao com Lamscanner _— Rezas de sua missao, em instrumento vivo de vossa vontade, para aqui, com €ssas ervas na mio, elas sejam forga viva ¢ ativa, limpadoras ¢ absorve- doras de todo miasma, toda larva astral e toda forma de vida conscien- tee inconsciente que estejam prejudicando esse ambiente. Peco que se houver formas espirituais presas nesse ambiente, sejam libertadas, curadas e assim possam retomar seu caminho evolutivo, pela vontade de Nosso Criador. Assim seja e Assim serd. OvurRa REZA PARA BENZIMENTO Deus que te fez, Deus que te criou. Nossa Senhora que tira esse mal que te entrou. Repita 3, 7 ou nove vezes, ou enquanto passa 0 maco de ervas na pessoa. Obrigado. Assim seja e assim sera. ACENDENDO UMA VELA Amado Pai Criador, Pai Doador da Caridade Universal. Fazei dessa vela um elemento vivo e ativo, capaz de absorver todo e qualquer miasma larva astral, dessa casa, ambiente, local de trabalho (ou pesso- as), € recolher a seu lugar de transformacio ¢ metecimento, de acordo com a vontade divina. Obrigado. Assim seja assim sera. ATIVANDO UM BANHO (ou CHA) Senhor Deus, meu amado Pai Criador, Amada Mie Terra, Amada Mae Agua, Sagradas Forgas Vegetais, peco de coracao que abengoem esse banho (ou cha). Que ele seja verdadeira forca viva em minha vida, em meu campo energético, proporcionando satide espiritual e fisica, limpeza asttal, ¢ que todas as formas de vida atuando negativamente em minha vida sejam alcangadas por ele e assim tenham também em sua vida os efeitos positivos dessas ervas. Obrigado. Assim seja e assim serd. AGRADECIMENTO FINAL Pai Criador, Mae Terra, Forcas da Natureza Vegetal, Forgas aqui evocadas, senhores guias, mentores ¢ direcionadores do astral espiritual, eu vos agradego de coragao ¢ peco que tenham em mim, um instrumento sempre pronto a servi-los ¢ servir meus irmaos semelhantes, em sua jor- nada evolutiva. Obrigado, obrigado e obrigado. Assim seja e assim seré. Nio esquecendo que para toda reza é necesséria uma postura de seriedade e concentragio. A reza pode ser até em siléncio, mentalizando as palavras, mas sempre atentando para a necessidade do rezador estar focado no seu objetivo, seja a cura, a limpeza astral, etc. Riruats COM ERVAS - BaNHos, DEFUMAGORS & BENZIMENTOS———————______ Lgttatzaao com vamscar REZAS TRADICIONAIS ‘Srna pa Cruz Pelo sinal da Santa Cruz, livra-nos, Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo. Amém. Par Nosso Pai nosso, que estais no céu, santificado seja 0 vosso nome; venha a nés 0 vosso Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O Po nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai as nossas ofensas, assim como nés perdoamos a quem nos tem ofendido, ¢ nao nos deixeis cair em tenta- ¢40, mas livrai-nos do mal. Amém. AvE Maria ‘Ave Maria, cheia de graca, o Senhor € convosco, bendita sois vés entre as mulheres bendito é 0 fruto de vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mae de Deus, rogai por nés, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amem. OracAo DE SAo Francisco DE Assis Senhor, fazei-me instrumento de tua paz. Onde houver édio, que eu leve 0 amor. Onde houver discérdia, que eu leve a uniao. Onde houver diividas, que eu leve a fé. Onde houver ertos, que eu leve a verdade. ‘Onde houver ofensas, que eu leve 0 perdao. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz. © Mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado, compreender, que ser compreendido, amar que ser amado. Pois é dando que se recebe. E perdoando, que se é perdoado. E é morrendo que se vive para a vida eterna. Prece DE CArrTas Deus nosso Pai, que sois todo Poder ¢ Bondade. Dai a forca a aqueles que passam pela provacio, dai a luz a aqueles que procuram a verdade, ponde no coragao do homem a compaixio ¢ a caridade. Deus, dai ao viajor a estrela guia, 20 aflito a consolagio, ao doente 6 repouso. Pai, dai ao culpado o arrependimento, 20 espirito a verdade, & " crianga 0 guia, ao drfio 0 Pai. Senhor, que a Vossa bondade se estenda so- Rituals CoM ERVAS - BANHOS, DEFUMAGOES E nENzieTOs 4 Mg hae CaN 48 REZAS TRADICIONAIS. bre tudo que criaste. Piedade, Senhor, para aqueles que nao Vos conhecem, a esperanga para aqueles que sofrem. Que a Vossa bondade permita aos espiritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperanca ea fé. Deus, um raio, uma faisca do Vosso amor pode abrasar a terra. Deixai-nos beber na fonte desta bondade fecunda ¢ infinita, ¢ todas as lagrimas secarao, todas as dores se acalmarao, Um s6 coracéo, um s6 pensamento subird até ‘Vs, como um grito de reconhccimento ¢ de amor. Como Moisés sobre a montanha, nés Vos esperamos com os bragos abertos. Oh Poder, Oh Bon- dade, Oh Beleza, Oh Perfeicéo. E queremos de alguma sorte merecer Vossa infinita misericérdia. Deus, dai-nos a forca de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vés. Dai-nos a caridade pura. Dai-nos a Fé ea razio. Dai-nos a simplicidade que fard de nossas almas 0 espelho onde se deve refletir a Vossa imagem. Que assim seja ¢ assim sera. Amém. SALMO 23 . O Senhor é meu pastor, nada me faltard. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a dguas tranquilas. Reffigera a minha alma: guia-me pelas veredas da justica, por amor do seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, no temeria mal algum, porque tu estés comigo; a tua vara € 0 teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presenca dos meus inimigos, unges a minha cabeca com dleo, o meu célice transborda. Certamente que a bondade ea misericérdia me seguirdo todos os dias da minha vida e habitarei na casa do Senhor por longos dias. Par Nosso pa Umpanpa — Par Nosso pa NATUREZA Pai Nosso que estais nas céus, nas matas, nos mares e em todos os mundos habitados. Santificado seja o teu nome, pelos teus filhos, pela natu- reza, pelas 4guas, pela luz e pelo ar que respiramos. Que o teu reino, reino do bem, reino do amor e da fraternidade, nos una a todos e a tudo que crias- tes em toro da sagrada cruz, aos pés do Divino Salvador e Redentor. Que a tua vontade nos conduza sempre para o culto do amor e da caridade. Dai- nos hoje e sempre a vontade firme para sermos vircuosos ¢ titeis 20s nossos semelhantes. Dai-nos hoje 0 pao do corpo, o fruto das matas ea Agua das fontes para o nosso sustento material e espiritual. Perdoa, se merecermos, as nossas faltas e dé o sublime sentimento do perdao para os que nos ofendam. Nao nos deixeis sucumbir ante a luta, dissabores, ingratidées, tentagdes dos maus espititos ¢ ilusées pecaminosas da matéria. Envia-nos Pai, um raio da tua divina complacéncia, luz ¢ misericérdia para os teus filhos pecadores que aqui habitam, pelo bem da humanidade, nossa irma. Assim seja e assim serd, pois essa éa Vossa vontade, Olorum, Nosso Divino Pai Criador. Rivals Com ERVAS - BaNHOS, DEFUMAQOES & BENZIMENTOS ______CoNHECENDO as Ervas_ € € voce resistiu e chegou até aqui lendo todos os capitulos ante- -tiotes, parabéns. Muitas vezes quando pulamos etapas deixamos de aprender, ou mesmo reavivar conceitos que j4 estavam em nés, mas adormecidos pelo processo mecanicista dos tempos modernos. Para entendermos como as ervas podem nos ajudar no dia a dia € preciso compreendé-las na forma que se apresentam. Torna-se cada vez mais dificil encontrarmos ervas em abundancia, No passado os quintais eram maiores, havia terrenos baldios que foram dando lu- gat a prédios, as casas eam menos cercadas e as hortas eram mais proximas de nés. ‘Temos que conviver com isso sem reclamar e adaptar as melho- res formas de trabalhar com as ervas, da forma como elas se apre- sentam ¢ se colocam disponiveis. Aqui nao escrevo para apenas uma regiao, mas falo por mim, que estou na Grande So Paulo e sei que muitos irmaozinhos passam pelas mesmas dificuldades. ERVAS FRESCAS E ERVAS SECAS - DIFERENGA. HA quem se divida nessa discussao. E nao sio poucos. Alguns adeptos de religiées de matriz africana afirmam piamente que as ervas secas esto mortas. Nao admitem em hipétese alguma 0 uso desses exemplares da natureza ja desprovidos de 4gua. Sao elementos que passaram por uma transformagio. Da sua for- ma original foi retirado o Ifquido, a esséncia aquatica. Mas isso nao é ruim, nao. E apenas diferente e muito apropriado para algumas priticas. O fato da erva ter passado por esse processo transformador fez com que ela carregasse em si o proprio fator da transformagio. A ener- gia fica muito mais concentrada. Mas precisa ser acordada. E ai que comega a falta de conhecimento de quem as critica. Acordar uma erva seca requer fé. E necessdrio acreditar que o elemen- to estd vivo, ativo, vibrante e naquele momento esta apenas em estado de dorméncia. As ervas secas normalmente séo colhidas por pessoas que nfo conhecemos. Em situagées que nao sabemos. Por exemplo, no sabemos se, a colher a erva, 0 individuo que o fez estava de téo mau humor, captando cenergias negativas do astral, que impregnou as ervas dessa esséncia densa. _____Rrruais cow ens - Banos, perunagoes newatwentos 49) Lgttazaae com Lamseanner ey ConHEcenno as Exvas E entéo, fazer 0 qué? Pois bem, foi dito que para colher a erva devemos nos dirigir com Amor e Bom Senso, muito respeito mesmo ao espirito vegetal. Esse mesmo espirito vegetal continua animando a erva depois de seca. Numa forma e esséncia diferentes. Repetir a reza para acordar a erva: Amado Pai Criador de tudo ede todos nés, Amada Mie Terra, fora viva e geradora de tudo 0 que conhecemos e também do que desconhecemos, Sagradas forgas vegetais, peco que tornem novamente essa erva forca viva e ativa, capaz de res- ponder aos meus estimulos e solicitacaes de cura e amparo energético 2 fagam cada vex mais de mim, instrumento de vossa vontade maior. Assim seja e assim serd. (vide capitulo sobre rezas). Faga isso mesmo que mentalmente e irradie com as palmas de suas maos em direg4o 4 erva, jd desembalgda e de preferéncia em um recipiente apropriado. O procedimento ¢ o mesmo para a preparacao de um ché. Quando fazemos a evocacio, mesmo nos preparos mais simples, aumentamos o poder curador, o poder fatoral, o verbo ou aco contida na erva. Jé para a erva fresca, 0 proceso nao é muito diferente. E veja, nao estamos falando de dogma religioso. Falamos de procedimento correto, Amor e Bom Senso. Veja no capitulo das rezas a mais ade- quada para recolher folhas ¢ raizes. Lembre-se de que as ervas frescas, sejam as do seu jardim ou as compradas no comércio, estdo carregadas de 4gua. E devemos também nos dirigir com respeito ao fator aqué- tico contido nas ervas. Esse fator é muito importante para as praticas de magia. E ele quem protege a esséncia vegetal, envolvendo-a em su- tis vibragdes do elemento aquatico, permitindo que ela atue somente onde é necesséria. Ai vem a pergunta: € as pessoas que nao estao lendo isso e prati- cam esses atos de magia? Sera que nunca tiveram efeito real? Serd que sempre fizeram isso errado? Muito pelo contrario. Nao quero aqui ser o dono da verdade, de jeito nenhum. Apenas trago uma forma diferente, um resgate daquilo que nosso espirito ancestral j4 conhece e nds esquecemos por causa da nossa vida urbana e uma série de outros fatores. E muito comum vermos as pessoas irem ao terreiro de Umbanda, tomar o seu passe com o guia, sair com uma lista de ervas para tomar banho ¢ com aquela cara de interrogacao. E agora, 0 que eu fago? E nao é incompeténcia do espirito ali manifestado. £ falta de Rirvats CoM ERVAS - BANHOS, DEFUMAGOES E BENZIMENTOS TE ConHEcENDO AS ERvas: conhecimento pratico. Com certeza para muitos esses escritos aqui € “chover no molhado”, ensinar 0 “padre nosso pro vigdrio”. Mas muitos se beneficiarao, e beneficiario aos seus semelhantes também com essas dicas de simplicidade. Resumindo, qual a melhor erva para se trabalhar? A seca ou a fresca? A resposta é: a que estiver & sua mao! A que for mais fécil para vocé, exceto é claro, se for algo muito especifico. Por exemplo, a pessoa passou por uma consulta espiritual, no seu centro, terreiro, ou templo de confianga, com seu médium ou rerapeuta de confianca, ¢ o guia lhe pediu para fazer algo especifica- mente com ervas frescas ou secas. Ai a conversa é outra, Se vocé real- mente confia naquilo que esté ouvindo ali, faga. Nao discuta. Mas se pairar alguma diivida, pega outra opinido, ou siga as recomendacdes gue damos aqui. E lembre-se, nunca fazemos defumagio com erva fresca. Comen- tamos que a erva fresca carrega muita égua ainda, nao & Entao nao colocamos agua no fogo. Isso ¢ bom senso. ‘Temos ainda as resinas vegetais, que usamos apenas para defumagao, pois seu uso nos banhos pode ser substituido pelas esséncias das mesmas ervas, quando sao imprescindiveis, Entre as resinas mais conhecidas temos 0 Incenso (Olibano) de cor amarelada, a Mirra em tons avermelhados, e 0 Ben- joim em cor acinzentada. Deixo 0 uso dessas resinas apenas para defumagio, pois realmen- te temos um conjunto muigo bom de ervas & disposicao e podemos re- almente encontrar para os banhos os elementos contidos nessas seivas endurecidas, em folhas, cascas, raizes, sementes, flores ¢ frutos. CLassIFICACAO DAS ERVAS PARA MAGIAS RITUAIS Classificar as ervas nao é tarefa facil, e aqui nao queremos nem facilidades muito menos ser os donos da verdade. Algumas tentativas de apresentar um sistema classificatério para as ervas de uso ritualistico sempre esbarraram na dinimica dos contextos em que estavam inseridos. Em magia natural, é comum encontrarmos os escritos estrangeiros, alguns por sinal de muito boa qualidade, mas voltados a uma flora pertencente a outro hemisfério. No xamanismo comum vermos ervas associadas aos seus pro- cessos de magia, mas presas a rituais prdprios de indigenas ameri- canos que nao tem nada em comum com nossas terras. Na cultura ___Rrrunss com znvas - BANHOS, DEFUMAGOES & BENZIMENTOS 5) Xs ~ Ligitanzado com Camseanner Connecenbo as Exvas: afticana, muito presente aqui no Brasil, um sistema de identifica- ¢fo e uso das ervas traduzidos da sua oralidade para uma realidade distinta, para poucos iniciados. Da nossa propria cultura regional, a identificagao das ervas por nomes populares distintos e varidveis. Entao encontramos diversas tentativas de apresentacao de uma relacdo das ervas com sistemas que visam identificd-las quanto 4 energia, vibragao e ressonancia. Vemos por exemplo relagées entre: Ervas ¢ Orixds. Ervas e Planetas. Ervas ¢ Signos do Zodfaco. Ervas ¢ Dias da Semana Ervas ¢ Cartas do Taré. Ervas ¢ Runas. Ervas e Santos Catélicos. Ervas ¢ Deuses da Mitologia Grega, Romana, Nérdica, Celta. Ervas e Mestres Ascencionados. . E muitas outras. E qual esta certa? Todas? Nenhuma? Quando disse que aqui n4o queremos a propriedade da verda- de, é porque nao ha verdade absoluta quando se tratam do conheci- mento do elemento natural, processos de magia e seus rituais ¢ no por que temos dtividas do sistema aqui adotado. Podemos tracar uma dire¢do correta para o bom uso das ervas, uma forma e sistema de identificacdo coerentes que fagam com que © uso do elemento seja racional, claro, ¢ nao simplesmente porque alguém fez e deu certo. Para se entender em profundidade o univer- so das ervas é importante um ponto de vista definido e estudé-las em suas relagdes com o mundo exterior, as religides, outros pontos de vista, enfim, suas relagées com o homem, o ser humano. Vamos falar de ponto de vista e para isso vamos olhar do prisma dos cultos de matriz africana. Uma identificacao sistémica da vibragao de uma erva pode ser feita a partir do seu formato ou da sua cor. J4 vimos essa afirmacio em varios livros, verdadeiros tratados de magia, ocultismo ¢ religiéo. Percebemos também identificagées pelo local onde a erva cresce. Se for a beira dos rios lagos, se for 4 encosta de uma pedreira, as iden- tificagdes seguem a relago do Orixé ao ponto de forcas na natureza. Se a cor predominante das ervas é o verde (folhas), no entanto ES E BENZIMENTOS. JANHOS, DEFUMAG! vigitanzaaoc

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