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Teste 4: Qual é o estatuto do conhecimento científico?

(2)

Grupo I

1. A.

2. B.

3. A.

4. B.

5. D.

6. A.

7. C.

8. B.

9. B.

10. C.

Grupo II

1.

1.1. Karl Popper não concordaria com a afirmação do texto, segundo a qual o método científico
tem como ponto de partida um vasto número de observações que devem ser tão objetivas
quanto possível. Na perspetiva de Karl Popper, o ponto de partida da ciência não pode ser
a observação dos fenómenos, a crença de que podemos começar pela pura observação é
absurda, dado que a observação é sempre seletiva, requer um problema determinado, um
interesse ou tarefa definida. Sendo assim, o trabalho do cientista começa pela teoria, e
não pela observação e o conhecimento científico começa pela constatação de um
problema que surge, regra geral, de conflitos diante de expectativas e teorias existentes.

1.2. O método indutivo assenta numa perspetiva verificacionista, o que significa que o cientista,
através da experimentação, procura testar a hipótese com vista à confirmação da mesma.
O que distingue um enunciado científico de um enunciado não científico é a verificação
empírica das teorias.
O teste da experiência poderia compreender-se como a procura de experiências que
confirmem a teoria. Neste caso, uma teoria seria verdadeira se, e apenas se,
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correspondesse aos factos ou se estes a confirmassem. Deste modo, a proposição “Há


flores comestíveis.”, por exemplo, é possível de ser verificada e pode ser verdadeira ou
falsa a partir da constatação feita das características dessas flores.

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2.

2.1. No entender de Karl Popper, o objetivo do cientista é refutar ou falsificar as teorias, através
de testes rigorosos, com o propósito de detetar os erros. Quando as teorias passam com
sucesso nestes testes, estamos em condições de afirmar que foram corroboradas e não
confirmadas, isto é, foram capazes de superar os testes de falsificação, mostrando-se
como as que melhor respondem ao problema até ao momento. Isto não significa que
possamos afirmar que uma dada teoria é a verdadeira; Karl Popper usa o termo
verosimilhança, em vez de verdade.
Uma teoria é tanto mais verosímil quanto, resistindo aos testes que visam falsificá-la, está
mais próxima da verdade. Como afirma o texto, a ciência é uma atividade crítica que se
rege pela ideia de verdade, e na qual se discutem criticamente as teorias para que se
possam detetar erros e, assim, eliminar teorias falsas.

3. O método científico apresentado por Karl Popper foi alvo de inúmeras críticas, entre as quais se
destacam: o critério de falsificação não corresponde à prática do cientista, dado que os
cientistas defendem exaustivamente as suas teorias e não têm como principal objetivo falsificá-
-las; a história da ciência mostra que esta não evolui por um processo assente na refutação; os
cientistas procuram confirmar aquilo que as teorias propõem, e não falsificar, ao contrário do
que defende Karl Popper, dando relevância aos resultados positivos e não aos resultados
negativos. Karl Popper, ao afirmar que basta um caso de falsificação para que uma teoria seja
abandonada, não teve em conta a possibilidade de a falsificação ser resultado de um erro
humano, isto é, de uma má interpretação dos resultados. Contrariamente ao que Karl Popper
considera, a indução faz parte da prática científica, pois é esta que nos permite fazer juízos
quanto a factos futuros, e proceder de modo dedutivo não nos permite fazê-lo.

4.

4.1. Os períodos de crise na ciência ocorrem quando os cientistas encontram um conjunto de


anomalias (uma anomalia é um enigma, teórico ou experimental, que não encontra
solução no interior do paradigma vigente) que vão abalar a confiança no paradigma.
Quando as anomalias ameaçam os fundamentos do paradigma ou resistem demasiado
tempo às tentativas de resolução, a comunidade científica começa a perder a confiança no
paradigma vigente e entra num período de crise paradigmática.

Grupo III

1.

1.1. No caso de o aluno concordar com a perspetiva de Thomas Kuhn:


Thomas Kuhn considera que existem critérios objetivos na ciência que permitem fazer a
escolha teórica, tal como afirma o texto. São eles a exatidão (uma teoria é tanto melhor
quanto mais exatas e precisas forem as suas previsões e aplicações práticas), a
consistência (uma teoria é tanto melhor quanto mais coerente e compatível for com outras
teorias amplamente aceites), o alcance (uma teoria é tanto melhor quanto maior for a sua
capacidade de explicar mais fenómenos), a simplicidade (uma teoria é tanto melhor
quanto maior for a sua capacidade de recorrer a meios simples para a explicação dos
fenómenos), e a fecundidade (uma teoria é tanto melhor quanto maior for a sua
capacidade de desvendar novos fenómenos ou relações entre fenómenos). Contudo,

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apesar destes critérios objetivos, Thomas Kuhn considera
que a aceitação de um novo paradigma não é determinada
por fatores estritamente racionais e objetivos. Diferentes
cientistas podem interpretar de modo diferente estes
critérios e chegar a conclusões diferentes, o que significa
que há também fatores subjetivos na escolha do novo
paradigma: prestígio pessoal, experiência anterior,
personalidade, crenças, valores, preferências e apoios fora
da comunidade científica. As mudanças que ocorrem na
ciência são, assim, determinadas pelos contextos sociais e
psicológicos em que os cientistas estão inseridos, o que
significa que a escolha entre teorias rivais depende de
fatores objetivos e subjetivos e de critérios partilhados e
individuais.

No caso de o aluno não concordar com a perspetiva de Thomas


Kuhn:
Ao contrário do que considera Thomas Kuhn, Karl Popper
defende que o conhecimento científico é objetivo e o que
garante a objetividade científica é o modo como as
hipóteses são testadas. Segundo Karl Popper, ser objetivo
não é ser verdadeiro em termos absolutos, mas obedecer
a um critério metodológico que se mostrou o mais eficaz
porque resistiu aos testes de falsificação a que foi sujeito.
Apesar de o desenvolvimento das hipóteses estar
associado à capacidade criativa do cientista, o que
introduz alguma subjetividade, estas estão sujeitas a
testes rigorosos e objetivos que visam a falsificação, que
podem ser realizados por qualquer cientista,
independentemente das suas convicções pessoais. Os
testes a que as teorias são submetidas são feitos de
acordo com procedimentos metodológicos rigorosos, que
permitem demarcar quais as que se aproximam mais da
verdade. O critério falsificacionista permite mitigar os
fatores subjetivistas referidos por Thomas Kuhn e garantir
a objetividade científica.

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